Tabela 19. Risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares associadas às doenças cardíacas congênitas.
DCC | Doença arterial coronariana | Doença cerebrovascular | Doença vascular periférica | Arritmias cardíacas |
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CIA/CIV reparados | Desconhecido se há aumento de risco. | Aumento do risco se houver shunt residual. | Desconhecido se há aumento de risco. | Risco aumentado de taquicardia juncional e arritmia ventricular. |
Valva aórtica bicúspide | Risco potencial após procedimento de Ross com reimplante de artérias coronárias. | Desconhecido se há aumento de risco. | Aumento do risco relacionado ao aneurisma da aorta. | Risco potencial de arritmia ventricular. |
Coarctação da aorta | Risco aumentado, relacionado à aterosclerose acelerada e hipertensão tardia. | Aumento do risco relacionado à hipertensão residual ou aneurismas intracranianos. | Aumento do risco relacionado à coarctação residual ou aneurisma da aorta. | Risco de arritmias malignas e morte súbita em seguimento de 10 anos. |
Anomalia de Ebstein | Desconhecido se há aumento de risco. | Risco aumentado se houver shunt interatrial. | Desconhecido se há aumento de risco. | Risco aumentado de taquicardia por reentrada atrioventricular. |
Tetralogia de Fallot | O aumento do risco pode estar relacionado às anomalias coronarianas. | Risco aumentado se houver shunt intracardíaco residual. | Aumento do risco relacionado à dilatação da aorta. | Risco aumentado de taquiarritmias atriais, taquicardia juncional e arritmias ventriculares que podem surgir décadas após a cirurgia. |
TGA | Aumento do risco relacionado à redução da reserva de fluxo coronariano, espessamento da íntima proximal e anomalias coronarianas. | No switch atrial, aumento do risco se houver vazamento residual do reparo. | No switch atrial, o aumento do risco pode estar relacionado a cateterizações anteriores. No switch arterial, aumento do risco relacionado à dilatação neoaórtica. | Risco de arritmias malignas e morte súbita. Nos pacientes adultos com TGA corrigida, risco aumentado de arritmia ventricular e morte súbita cardíaca. |
Fontan | Aumento do risco relacionado às anomalias coronarianas. | Aumento do risco se houver fenestração do Fontan. | Aumento do risco relacionado a pressões venosas do Fontan e cateterizações anteriores. | Maior risco de flutter atrial nos primeiros 30 dias após cirurgia. No período pós-operatório tardio, são comuns taquicardias atriais por mecanismo de reentrada ( flutter e FA, taquicardia reentrante intra-atrial). Risco aumentado de arritmia ventricular. |
CC cianótica | Risco potencial reduzido. | Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. | Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. | Risco maior de QTc prolongado e de arritmia ventricular. |
Síndrome de Eisenmenger | Risco potencial reduzido. | Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. | Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. | Risco aumentado de arritmias e morte súbita. |
CC: cardiopatia congênita; CIA: comunicação interatrial; CIV: comunicação interventricular; FA: fibrilação atrial; DCC: doença cardíaca congênita; QTc: intervalo QT corrigido; TGA: transposição das grandes artérias. Adaptado de: Ferranti et al. Cardiovascular Risk Reduction in High-Risk Pediatric Patients: A Scientific Statement from the American Heart Association. 59