Intervenção | Principais reações adversas | Principais interações medicamentosas |
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Cloroquina e hidroxicloroquina | Prolongamento do intervalo QT, torsades de pointes, arritmias, retinopatia, cefaleia, tonturas, reações extrapiramidais, convulsões, comprometimento neuromuscular, alterações neuropsiquiátricas, trombocitopenia, pancitopenia, neutropenia, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, anorexia, hipoglicemia grave e insuficiência hepática aguda | Evitar associar a medicamentos que também prolonguem o intervalo QT (ondansetrona, domperidona, haloperidol, quinolonas, azitromicina, amiodarona etc). |
Azitromicina | Náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, prolongamento do intervalo QT, torsades de pointes, insuficiência hepática, reações dermatológicas e infusionais | Evitar associar a medicamentos que também prolonguem o intervalo QT (ondansetrona, domperidona, haloperidol, quinolonas, cloroquina, hidroxicloroquia, amiodarona etc.). É indutor da glicoproteína-P ABCB1, podendo elevar a concentração celular e o risco de toxicidade dos medicamentos substratos, o que possivelmente ocorre com sua associação à varfarina, digoxina, sinvastatina e morfina, por exemplo, que oferecem maior risco de reações adversas quando combinados com a azitromicina |
Oseltamivir | Vômitos, cefaleia, náuseas, arritmias cardíacas, alterações neuropsiquiátricas, dermatites e hipersensibilidade | Pode aumentar o risco de sangramento se associado à varfarina |
Lopinavir/ritonavir | Erupção cutânea, diarreia, vômitos, náuseas, hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, pancreatite, desconforto respiratório e prolongamento do intervalo QT | O ritonavir é um potente inibidor do citocromo P450 CYP3A4, a principal via de metabolização de diversos medicamentos, entre eles: eritromicina, haloperidol, dexametasona, prednisona, midazolam, fentanila, anlodipino, sinvastatina, ondansetrona, tramadol, atorvastatina, lopinavir e ziprasidona. Portanto, fármacos metabolizados por essa via quando associados a lopinavir/ritonavir podem sofrer redução no metabolismo e consequente acúmulo no organismo, ampliando o risco de toxicidade |
Glicocorticosteroides | Reações dermatológicas, hiperglicemia, hipertensão, maior suscetibilidade a infecções, alterações gastrintestinais, neuropsiquiátricas e oftalmológicas | Associados aos AINES, podem provocar úlcera gástrica e hemorragia digestiva. São substratos da via CYP3A4 e podem ter seu metabolismo alterado por inibidores (claritromicina, azitromicina, itraconazol, voriconazol, lopinavir/ritonavir, atazanavir etc.) e indutores (carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, rifampicina etc.) dessa via |
Tocilizumabe | Hipercolesterolemia, hipertensão, dor abdominal, diarreia, cefaleia, rash, urticária, reações infusionais, maior suscetibilidade a infecções e insuficiência hepática | Pode reduzir a efetividade da imunização das vacinas. É indutor da via CYP3A4 e pode reduzir os níveis plasmáticos dos diversos medicamentos metabolizados por essa via |
Heparina (de baixo peso molecular ou não fracionada) | Trombocitopenia, reações de hipersensibilidade, hemorragia e febre | Há maior risco de hemorragias quando associada a antiplaquetários e AINES. Seu efeito anticoagulante pode ser reduzido por derivados do estrógeno e da progestina |
AINES - anti-inflamatórios não esteroides.
Fonte: adaptado de: DynaMed and Micromedex with Watson, UpToDate®, Lexicomp® Drug Interactions, IBM Micromedex® Drug Interections e ANVISA (bulário eletrônico).