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. 2021 May 10;20:e20200164. doi: 10.1590/1677-5449.200164

Tabela 1. Sumário das principais características descritivas dos estudos incluídos.

Autor (ano) Local do estudo Amostra detalhada Método
Scurr et al. (2001)17 Londres, UK 231 passageiros (89 homens e 142 mulheres), com idade superior a 50 anos, sem história de problemas tromboembólicos que pretendiam viajar na classe econômica por pelo menos 8 h em 6 semanas. Alocação aleatória dos passageiros em dois grupos: um grupo usava MECG classe I (padrão alemão de compressão Hohenstein 20-30 mmHg) abaixo do joelho e o outro grupo, não.
31 foram excluídos por problemas de saúde, mudanças de planos de viagem ou incapacidades de manter compromissos. Foi mensurada a duração de fluxo por cor ou sonografia com Doppler pulsado. A USG dúplex foi utilizada para avaliar veias profundas antes e depois da viagem por um técnico que desconhecia o grupo ao qual o voluntário havia sido randomizado. A presença de doença venosa atual ou trombose anterior foi avaliada a partir da imagem em modo B, mapeamento de cor de fluxo e avaliação de veias durante a imagem em modo B. Amostras de sangue foram analisadas para duas mutações genéticas comuns específicas, fator V Leiden (FVL) e protrombina G20210A (PGM) a partir da técnica de PCR, que predispõe ao tromboembolismo venoso. Um ensaio D-dímero sensível foi utilizado para rastrear o desenvolvimento de trombose recente.
Nos primeiros 30 voluntários, o exame de USG foi realizado 2 semanas antes da viagem e novamente dentro de 2 dias do início do primeiro voo para fornecer um controle do intervalo em que a ocorrência de TVP espontânea poderia ser avaliado nessa população.
Belcaro et al. (2002)18 Itália, ITA 657 passageiros, com médio risco para TVP de ambos os sexos. PARTE I (voos de 7-8 h): 372 participantes randomizados em dois grupos: grupo controle sem profilaxia e grupo tratamento com MECG projetadas (Flights Socks, Scholl produzindo 14-17 mmHg de pressão no tornozelo). Critérios de alto risco: episódios anteriores de TVP ou trombose venosa superficial, distúrbio de coagulação, obesidade severa, limitação da mobilidade devido a problemas ósseos ou articulares, doença neoplásica nos 2 anos anteriores, doença cardiovascular ou varizes grandes. Foram excluídos indivíduos com altura superior a 190 cm e peso superior a 90 kg. Protocolo de varredura por USG (antes e depois do voo): scanners sonosite de 7,5 a 13 MHz com sonda linear de alta resolução foram utilizados para avaliar o sistema venoso comprimindo as principais veias (poplítea, femorais). Sugestões para os passageiros — realizar exercícios leves, como caminhar; beber água e evitar alimentos salgados; evitar excesso de bagagens que restrinja o movimento das pernas — foram dadas a ambos os grupos. O edema foi baseado nos testes de edema, circunferência de tornozelo e escore de desconforto.
PARTE I: Grupo MECG: 101 homens e 78 mulheres, idade de 49,0±7;0 anos. Grupo controle: 98 homens e 81 mulheres, idade de 48,4±7,3 anos. PARTE II (voos de 11-12 h): 285 participantes randomizados em dois grupos: o grupo controle sem profilaxia e o grupo de tratamento com MECG abaixo do joelho (Flights Socks, Scholl, UK, produzindo 14-17 mmHg de pressão no tornozelo). Os mesmos procedimentos e critérios adotados na parte I foram utilizados.
PARTE II: Grupo MECG: 89 homens e 53 mulheres, idade de 48,0±8,0 anos. Grupo controle: 87 homens e 56 mulheres, idade de 47,0±8,0 anos.
Cesarone et al. (2003)19 Itália, ITA 284 passageiros de baixo-médio risco de ambos os sexos nas partes I e II. PARTE I (voos de 7-8 h): 144 participantes randomizados em dois grupos: o grupo controle não teve profilaxia e o grupo tratamento utilizou MECG (Kendall, Travel Socks, Tyco Healthcare, Mansfield, EUA) produzindo 20-30 mmHg de pressão ao tornozelo, com pressão decrescente no meio da panturrilha. Sugestões em relação a atividades de bordo foram dadas a ambos os grupos de passageiros (exercícios leves, caminhadas, beber água, evitar alimentos salgados e evitar bagagens excessivas que restrinjam o movimento das pernas). Protocolo de varredura por ultrassom (antes/depois dos voos): scanners Sonosite com uma sonda linear de alta resolução e 7,5-13 MHz (Sonosite, Bothell, EUA) foram utilizados na avaliação do sistema venoso através da compressão das principais veias (femorais, poplítea e tibial). Edema avaliado através do escore de proposto por Valentino e Irvine, que tem como base a combinação de dados: circunferência do tornozelo (cm) e volume (mL), combinados com avaliações subjetivas de edema e desconforto.
PARTE I: Grupo MECG: idade de 46±8,0 anos, 37 homens e 35 mulheres. Grupo controle: idade de 47,0±5,0 anos, 38 homens e 34 mulheres. PARTE II (voos de 11-12 h): 132 participantes randomizados em dois grupos: o grupo controle não teve profilaxia e o grupo tratamento usou MECG Kendall, abaixo do joelho. 30 participantes com microangiopatia associada ao edema (10 com diabetes, 10 com insuficiência venosa crônica e hipertensão venosa e 10 em tratamento anti-hipertensivo com inibidores da ECA para hipertensão) foram incluídos para avaliar os efeitos das MECG durante os voos. Os mesmos procedimentos e critérios adotados na parte I foram utilizados.
PARTE II: Grupo MECG: idade de 47,0±5,0 anos, 34 homens e 30 mulheres. Grupo Controle: idade de 46,9±4,0 anos, 34 homens e 32 mulheres.
Cesarone et al. (2003)20 Londres, UK PARTE I: 266 indivíduos de baixo-médio risco para TVP, sendo 55 excluídos por problemas não médicos relacionados a viagens. PARTE I (voos de 7-8h): 211 participantes randomizados em dois grupos: o grupo controle não tinha profilaxia e o grupo tratamento usou MECG abaixo do joelho (Traveno, Sigvaris, Brasil), produzindo 12-18 mmHg de pressão no tornozelo. Critérios de risco para TVP: episódios anteriores de TVP ou trombose superficial, distúrbios da coagulação, obesidade grave, limitação de mobilidade devido a problemas ósseos ou articulares, doenças neoplásicas nos 2 anos anteriores, doença cardiovascular ou grandes varizes. Indivíduos com altura maior que 190 cm e com mais de 90 kg foram excluídos. Protocolo de digitalização por ultrassom (antes/depois dos voos): scanners Sonosite com uma sonda linear de alta resolução e 7,5-13 MHz (Sonosite, Bothell WA, EUA) foram utilizados na avaliação do sistema venoso através da compressão das principais veias (femorais, poplítea e tibial). Sugestões para os passageiros — realizar exercícios leves, como caminhar; beber água e evitar alimentos salgados; evitar excesso de bagagens que restrinja o movimento das pernas — foram dadas a ambos os grupos. O edema foi avaliado pelo teste de edema, circunferência do tornozelo, edema e escore de desconforto. O escore combinado de edema foi desenvolvido, baseado na avaliação combinada de dados paramétricos como o teste de edema, variações na circunferência do tornozelo (cm), medidas de volume (mL ou percentual do volume), combinado com avaliações subjetivas de edema e desconforto (de 0 a 10) definido diretamente pelos sujeitos antes e depois dos voos.
PARTE II: 200 indivíduos de baixo-médio risco, excluindo 35 por motivos não médicos. PARTE II (voos de 11-12 h): 165 participantes restantes randomizados em dois grupos: o grupo controle não teve profilaxia e o grupo tratamento usou MECG Traveno abaixo do joelho. Os mesmos procedimentos e critérios adotados na parte I foram utilizados.
Belcaro et al. (2003)14 Itália, ITA 300 indivíduos com alto risco de TVP foram contatados e pré-incluídos; 76 foram excluídos com base em várias considerações e foram randomizados em dois grupos (MECG, n = 110, versus controles, n = 114) para avaliar a profilaxia com MECG abaixo do joelho. Os sujeitos foram randomizados em dois grupos para avaliar a profilaxia com MECG específicas em 11 h 30 min-12 h de voos. O grupo controle não teve a profilaxia. O grupo de tratamento utilizou MECG especificamente projetadas (Scholl, UK), produzindo 14-17 mmHg de pressão no tornozelo. Os sujeitos foram orientados a usar as MECG antes de ir para o aeroporto (3-4 h antes do voo). São considerados de alto risco para TVP ou TVS: distúrbios de coagulação, obesidade grave ou limitação da mobilidade devido a osso ou articulação, problemas neoplásicos no período anterior de 2 anos, doença cardiovascular e grandes varizes. Indivíduos com altura maior que 190 cm e mais de 90 kg foram excluídos. Os scanners Sonosite com uma frequência de 7,5 a 13 MHz, sonda linear de alta resolução, foram utilizados para estudar o sistema venoso por compressão das principais veias (poplítea, femoral e tibial). Os testes D-dímero fibrinogênio foram realizados antes (dentro de 12 h) dos voos e repetidos dentro de 4 h após o voo (Dade Dimertest, Teste de látex, Behring, Alemanha). A digitalização foi realizada em 90 min antes dos voos e logo após os voos (dentro de 90 min). Foram dadas sugestões de exercícios leves (ficar em pé e movimentar as pernas por 5 a 10 min a cada hora), evitar bagagem entre assentos, beber regularmente 100 a 150 mL de água a cada hora. A análise estatística foi realizada usando testes não paramétricos e análise de variância considerando livre de eventos sujeitos que completam o protocolo. A incidência de eventos trombóticos (TVP, trombose superficial) foi calculada e comparada considerando indivíduos e usando a análise com a intenção de tratar.
Os critérios de exclusão foram doença clínica que exigisse tratamento, problemas ósseos/articulares graves ou mobilidade limitada, diabetes não controlado, hipertensão, obesidade, trombose recente e presença de trombos no exame anterior ao voo.
Hagan et al. (2008)21 Sydney, AUS 50 voluntários (22 pilotos e 28 passageiros); média de idade: 24 a 71 anos. Grupo MECG: 26 participantes (18 homens e 6 mulheres) na viagem de ida; 24 participantes (17 homens e 6 mulheres) no voo de volta. Dos 50 participantes, 26 usavam MECG em voo de ida (grupo 1; 18 homens e 6 mulheres) e os 24 restantes usavam MECG em seu voo de volta (grupo 2; 17 homens e 6 mulheres). Ao final, 47 participantes (24 no grupo 1 e 23 no grupo 2) compuseram o estudo.
Os participantes foram designados aleatoriamente para usar MECG de baixa pressão no tornozelo, tanto no voo de ida quanto no retorno. A alocação aleatória foi alcançada dando aos participantes um envelope lacrado com instruções de acordo com uma sequência de randomização gerada por computador. Durante o voo de controle (quando os MECG não foram usados), os participantes usavam suas roupas habituais. Sugestões para exercícios durante o voo foram dadas aos dois grupos.
O desfecho primário foi a diferença na alteração da circunferência do tornozelo (medidas tomadas antes do voo e após o pouso) entre o grupo controle (sem MECG) e grupo de tratamento (MECG). Os desfechos secundários incluíram dor, desconforto e sensação de edema nas pernas, níveis de energia, estado de alerta e capacidade de concentração, cada um classificado de forma unidimensional. A escala utilizada foi de classificação numérica de 11 pontos (NRS).
Charles et al. (2011)13 Wellington, NZL 20 participantes adultos (13 mulheres), com idade entre 18 e 65 anos de idade. Os participantes foram submetidos a medidas de antropometria (peso, altura e índice de massa corporal) e medidas das pernas utilizadas para garantir que uma meia de compressão de tamanho correto fosse fornecida. A perna em que a meia seria usada também foi randomizada. Os participantes foram solicitados de abster-se de realizar qualquer exercício físico extenuante, como corrida, remo ou ciclismo 24 h antes do exame de USG; atividade física leve a moderada, como caminhada ou natação, foi considerada aceitável.
Foi utilizado USG para a medição do fluxo sanguíneo venoso na veia poplítea. Foi utilizado sonógrafo na fossa poplítea para posicionar a sonda de ultrassom (USG Aplio XG), que mensurou fluxo sanguíneo da veia poplítea 0, 30, 60 e 120 minutos após a aplicação da meia. A variável de desfecho primário foi a velocidade sistólica máxima na veia poplítea. As variáveis de resultado secundário pré-planejadas foram velocidade média do fluxo, fluxo total de volume e área transversal da veia.
Olsen et al. (2019)22 Copenhague, DK 34 participantes com média de idade de 31 anos (faixa 25-54 anos). Estudo controlado randomizado, com design pareado, em que cada participante foi randomizado para usar uma meia de compressão em apenas uma perna, com comprimento abaixo do joelho e classe II de compressão correspondendo a 23 a 32 mmHg de compressão no tornozelo. Foram incluídos homens e mulheres, adultos de 18 a 60 anos, e excluídos aqueles com qualquer condição que exija MECG durante os voos ou insuficiência arterial sintomática nas extremidades inferiores.
Desfecho primário: mudanças nas diferenças de circunferência do tornozelo com a circunferência da perna e subtração da circunferência da perna com meia de compressão, antes e após o voo. Desfechos secundários: mudanças nas diferenças antes e após o voo da circunferência da panturrilha e dor e desconforto entre as pernas tratados com e sem MECG. Além disso, foram avaliados dor e desconforto.

MECG = meias elásticas de compressão graduada; TVP = trombose venosa profunda; TVS = trombose venosa superficial; PCR = reação em cadeia de polimerase (polymerase chain reaction); ECA = enzima conversora da angiotensina; NRS = escala de classificação numérica; USG = ultrassonografia.