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. 2021 May 10;20:e20200164. doi: 10.1590/1677-5449.200164

Tabela 2. Detalhamento dos resultados obtidos pelos ensaios clínicos randomizados incluídos na revisão sistemática.

Autor (ano) Desfecho Outros resultados
Profilaxia TVP/TEP
Scurr et al. (2001)17 Após a viagem aérea, 12 passageiros que não usavam MECG desenvolveram TVP sem sinais na panturrilha, que foram detectados no exame ultrassonográfico dúplex [10%; intervalo de confiança (IC) 95% 4,8–16,0%]. Nenhum dos 115 passageiros (IC 0–3,2%) que usavam MECG apresentaram TVP. Quatro pessoas que usavam MECG desenvolveram tromboflebite superficial em varizes (3%; 1,0-0,8%). Ninguém do grupo controle desenvolveu tromboflebite superficial (1%; 0–3%). 14 (7%) dos 200 participantes eram heterozigotos para o fator V mutação do gene Leiden (n = 11) ou protrombina (n = 4).
Uma pessoa teve ambas as mutações genéticas e teve um episódio de tromboflebite.
Dois passageiros com TVP sem sinais foram fator V positivo de Leiden.
O hemograma completo, plaquetas contagem e ensaios com D-dímero não forneceram informações prognósticas.
Só dois passageiros usaram medicamentos, além dos habituais.
Belcaro et al. (2002)18 PARTE I: Grupo MECG: nenhum participante apresentou TVP ou tromboses superficiais. Grupo controle: 4 (2,2%) apresentaram TVP (2 poplítea e 2 em veias tibiais proximais). No total, 3,35% (n = 6) sujeitos apresentaram um evento trombótico (p < 0,002). PARTE I: Edema: Após o voo, houve uma pontuação de 6,74+3,1 no grupo controle, enquanto no grupo MECG a pontuação foi de 2,16+1,1, 2,9 vezes menor que no grupo controle (p < 0,005). Cerca de 80% dos indivíduos no grupo controle tiveram um aumento na circunferência e volume do tornozelo, evidente na inspeção e associado a algum grau de desconforto.
PARTE II: Grupo MECG: nenhum apresentou TVP ou tromboses superficiais. Grupo controle: 3 apresentaram TVP e 3 tromboses de veias superficiais (SVT). No total, 4,2% (n = 6) sujeitos apresentaram um evento trombótico (p < 0,02). PARTE II: Edema: Após o voo, houve uma pontuação de 8,08+2,9 nos controles, enquanto no grupo MECG o escore foi de 2,56+1,56, com p < 0,05.
Cesarone et al. (2003)19 PARTE I: No grupo meia e no grupo controle, nenhum dos participantes tiveram TVP ou tromboses superficiais. PARTE I: Edema: Depois do voo, houve uma pontuação de 6,9+2,0 no grupo controle. No grupo MECG, a pontuação foi de 2,3+1,0, três vezes menor do que no grupo controle (p < 0,05). Pelo menos 89% dos indivíduos no grupo controle tiveram aumento na circunferência do tornozelo e volume evidente na inspeção e associado a algum desconforto. O controle do edema com MECG ficou claro considerando os dados paramétricos (circunferência e volume) e não paramétrico (escala analógica).
PARTE II: No grupo meia, não foi observada TVP. No grupo controle, dois indivíduos tiveram TVP poplítea (limitado, > 2 cm de comprimento, assintomático) e dois tiveram trombose superficial (trombos em um dos ramos longos veia safena, ambos abaixo do joelho), com p < 0,02. Quatro indivíduos (6%) no grupo controle apresentaram evento trombótico. A incidência de TVP foi 3%. PARTE II: Edema: Após o voo, houve uma pontuação de 7,94+2,0 no grupo controle, enquanto no grupo tratamento o escore foi de 3,3+1,2. No grupo MECG, o aumento na pontuação por hora foi de 0,17 nos voos de 7 horas e 0,19 em voos de 11 horas em comparação com 0,82 e 0,63 no grupo controle (em voos de 7 e 11 horas, respectivamente). No grupo MECG, o escore de edema foi de 3,2+0,8 na inclusão e 6,2+1,4 ao final das 7 horas de voo. Já no grupo controle, foi de 3,0+0,9 na inclusão e 9,6+0,2 na conclusão do voo (p < 0,05).
Visão global: Considerando a TVP, a diferença entre o grupo controle e tratamento foi significativa (p < 0,05) - 2/138 = 1,44% versus 0/138 = 0%.
Cesarone et al. (2003)20 PARTE I: Dos 97 sujeitos que completaram o estudo, nenhum apresentou TVP ou trombose superficial entre controles. PARTE I: O nível de edema na inclusão foi comparável nos dois grupos. Após o voo, houve uma pontuação de 6,4+1,3 no grupo controle, enquanto no grupo MECG foi de 2,4+1,0, 2,6 vezes menor que no grupo controle (p < 0,05). No grupo controle, 83% dos sujeitos tiveram aumento evidente na circunferência do tornozelo e volume claramente visível na inspeção e associado ao desconforto.
PARTE II: No grupo MECG, nenhum participante apresentou trombose profunda ou superficial. No grupo controle, dos 71 indivíduos que completaram o estudo, nenhum evento trombótico foi observado. PARTE II: O nível de edema na inclusão foi comparável nos dois grupos (1,1). Após o voo, houve uma pontuação de 8,9+2,0 nos controles, enquanto no grupo MECG foi de 2,56+1,3 (p < 0,05). O controle do edema com as MECG, mesmo após 11 horas de voo, foi evidente, considerando circunferência, volume e linhas de escala analógicas. No final do voo, quantidade limitada de edema foi observada em todos os sujeitos que usavam MECG. Edemas significativos foram observados em quem não usou MECG.
Belcaro et al. (2003)14 No grupo tratamento, apenas uma limitada TVP (0,4 cm de comprimento) distal (veia solear) foi observada (0,97%). No grupo controle, seis sujeitos (5,8%) apresentavam TVP, e não houve trombose superficial. A diferença na incidência de TVP foi significativa (p < 0,0025). A análise de intenção de tratar detectou 18 falhas no grupo controle (12 perdas no seguimento + seis tromboses) de 114 indivíduos (15,6%) versus oito falhas (7,3%) no grupo de tratamento, com p < 0,05. Todos os eventos trombóticos foram totalmente assintomáticos. As três mulheres que tiveram evento trombótico (no grupo controle) e o único caso no grupo MECG estavam tomando contraceptivos orais de baixa dose por pelo menos 12 meses antes do voo.
Hagan et al. (2008)21 Ao usar MECG, houve diminuição no edema do tornozelo em comparação com não usar MECG (diferença média, -0,19 cm; IC95%, -0,33 a -0,065 cm; p = 0,012). Ao usar MECG, os participantes tinham 60% de melhora na classificação da dor na perna ao final do voo, uma melhoria de 50% na sua classificação de desconforto nas pernas e 45% de melhoria na classificação de edema das pernas. Houve também uma melhoria de 18% no nível de energia, uma melhoria de 13% em seu nível de alerta e uma melhoria de 12% na capacidade de concentração.
Charles et al. (2011)13 A 120 minutos, o pico da velocidade sistólica foi 24% maior com o tratamento, com diferença de 0,34 cm/s (IC95%, 0,12 a 0,56, p = 0,004). Houve redução do risco de TEV associado a viagens de longa distância. O pico velocidade sistólica foi de 0,35 cm/s (IC95%, 0,22 a 0,49, p < 0,001) maior que com o uso de meia. A diferença geral para medição de 120 minutos na circunferência da panturrilha entre a perna com e sem meia foi de –7,9 mm (IC95%, –13,3 a -2,4, p = 0,011). A meia de compressão graduada abaixo do joelho aumentou o fluxo sanguíneo venoso dos membros inferiores durante a imobilidade prolongada na posição sentada. A meia foi associada a redução no edema da perna, tornozelo e panturrilha, o que sugere uma utilidade potencial no edema de membros inferiores, secundário a insuficiência venosa crônica e linfedema. O pico da velocidade sistólica também foi significativamente maior com o uso de meia, comparado sem uso de meia, aos 30 e 60 minutos. A velocidade média do fluxo e fluxo total do volume foram maiores aos 60 e 120 minutos com o uso de meia.
Olsen et al. (2019)22 Não houve diferença significativa para TVP/TEP. A diferença na circunferência do tornozelo foi 5 mm maior após o voo em comparação a antes do voo, IQR = 0–9, p = 0,001. As pernas vestindo MECG tiveram uma diminuição mediana na circunferência do tornozelo de 2 mm (p = 0,004) durante o voo, enquanto as pernas sem MECG tiveram aumento médio de 2 mm (p = 0,01). A diferença entre as circunferências da panturrilha antes e após o voo foi de 5 mm, IQR = 1–12, p < 0,001. Depois do voo, as pernas que usavam meia de compressão tiveram uma redução da circunferência da panturrilha de 3 mm (p = 0,007), enquanto a circunferência da panturrilha aumentou nas pernas sem MECG com mediana de 3 mm (p = 0,02).
DOR E DESCONFORTO: Não houve mudança significativa na dor ou desconforto entre as pernas pós-voo em comparação a antes do voo. Embora a escala analógica visual da dor não tenha aumento durante o voo, houve um aumento na escala visual analógica para desconforto de 1 mm nas pernas com MECG (p = 0,005).

MECG = meias elásticas de compressão graduada; TVP = trombose venosa profunda; TEV = tromboembolismo venoso; TEP = tromboembolismo pulmonar; IQR = amplitude interquartil.