Tabela 7.5. Recomendações para o uso de inibidores de SGLT2 na prevenção de piora da função renal em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr).
Recomendação | Classe | NE | Comentários | Tabela 2018 | Ref. |
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Inibidores de SGLT2 (dapagliflozin ou empagliflozin) em pacientes com ICFEr para a prevenção da redução da função renal em pacientes com e sem diabetes, com TGF ≥ 20 mL/min/1,73 m2. | IIa | A | NOVA: Os iSGLT2 são úteis para reduzir a piora progressiva da função renal na ICFEr. | Nova | 95, 96, 98, 104 |
No estudo EMPEROR-Reduced a taxa anual de redução da TFG foi menor com a empagliflozina do que com o placebo (-0,55 versus −2,28 mL/min/1,73 m2 por ano, p < 0,001) e os pacientes tratados com empagliflozina tiveram menor risco de desfechos renais sérios, independentemente da presença ou ausência de DM2.96 Subanálise do DAPA-HF avaliou a eficácia e segurança da dapagliflozina em pacientes com ICFEr, de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG) basal, bem como os efeitos da dapagliflozina na TFG após a randomização.98 No estudo DAPA-HF, a dapagliflozina não reduziu o desfecho renal composto (RR = 0,71, IC 95% 0,44-1,16, p = 0,17).95 Entretanto, em uma subanálise, a taxa de piora da TFG foi menor com a dapagliflozina (-1,09) versus placebo (-2,87), p < 0,001, em pacientes com ou sem DM2. O estudo DAPA-CKD (Dapagliflozin in Patients with Chronic Kidney Disease) randomizou 4.304 pacientes com doença renal crônica, com TFG de 25-75 mL/min/73 m2 e relação albumina-creatinina urinária de 200-5.000. A dapagliflozina reduziu o desfecho primário (composto por redução sustentada da TFG em pelo menos 50%, doença renal terminal ou morte por causas renais ou CV) (9,2% com dapagliflozina x 14,5% com placebo; [RR = 0,61, IC = 9%, 0,51-0,72; p < 0,001]. Morte ocorreu em 101 (4,5%) do grupo dapagliflozina x 146 (6,8%) grupo placebo (RR = 0,69, IC = 95% 0,53-0,88, p = 0,004). A dapagliflozina reduziu a morte cardiovascular ou a hospitalização por insuficiência cardíaca (0,67, 0,40-1,13 versus 0,70, 0,52-0,94, respectivamente, p de interação = 0,88). Os resultados foram consistentes, em pacientes com ou sem DM2.104 Os dados do EMPEROR-Reduced, DAPA-CKD e da subanálise do DAPA-HF sugerem que o uso dos inibidores de SGLT2 é seguro com ICFEr e com alteração da TFG, independentemente da presença de DM2. Também demonstram que os ISGLT2 podem reduzir a piora da função renal em pacientes com ICFEr. |
DM2: diabetes tipo 2; ICFEr: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; iSGLT2: inibidores do cotransportador de sódio e glicose 2; TFG: taxa de filtração glomerular.