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. 2020 Jul 28;115(1):102–108. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20180397
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Quercetina Melhora o Perfil Lipídico e Apolipoproteico em Ratos Tratados com Glicocorticóides em Altas Doses

Hoda Derakhshanian 1,2, Mahmoud Djalali 3, Abolghassem Djazayery 4, Mohammad Hassan Javanbakht 3, Mahnaz Zarei 3, Azita Hekmatdoost 5, Ghazaleh Eslamian 6, Seyyedeh Somayyeh Mirhashemi 1, Ahmad Reza Dehpour 7,8
PMCID: PMC8384335  PMID: 32813833

Resumo

Fundamento

Os glicocorticóides (GCs) são amplamente prescritos para o tratamento de numerosos distúrbios clínicos devido às suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, e um dos efeitos indesejáveis mais comuns desses medicamentos é a dislipidemia.

Objetivo

Avaliar o efeito da quercetina, um flavonoide derivado de plantas, no perfil lipídico de ratos tratados com glicocorticóides em altas doses.

Métodos

Um total de 32 ratos Sprague-Dawley foram distribuídos aleatoriamente entre quatro grupos (8 ratos por grupo) e tratados por 6 semanas com uma das seguintes opções : (i) solução salina normal; (ii) 40 mg/kg de succinato sódico de metilprednisolona (MP); (iii) MP + 50 mg/kg de quercetina; (iv) MP + 150 mg/kg de quercetina. O MP foi injetado por via subcutânea e a quercetina foi administrada por gavagem oral 3 dias por semana. No final do estudo, o perfil lipídico dos animais foi medido através de kits enzimáticos. Os dados foram analisados e a significância estatística foi estabelecida em p <0,05.

Resultados

Os níveis séricos médios de colesterol total (CT), triglicerídeos (TG) e LDL aumentaram drasticamente em animais tratados com GC em comparação com o grupo controle. Ambas as doses de quercetina (50 e 150 mg/kg) melhoraram o CT (43% e 45%), LDL (56% e 56%) e TG (46% e 55%, respectivamente). A razão Apo B/A1 diminuiu mais de 20% após a ingestão de Anti-Inflamatory Agents.

Conclusões

Esses dados sugerem que a ingestão de quercetina Quercetin; induzida por glicocorticóides. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(1):102-108)

Keywords: Ratos Sprague-Dawley, Anti-inflamatórios, Queraracina, Glicocorticoides, Dislipidemias, Triglicérides, Colesterol

Introdução

Glicocorticoides como prednisona, metilprednisolona e dexametasona são amplamente prescritos para o tratamento de numerosas doenças clínicas, incluindo doenças pulmonares, gastrointestinais, hematológicas, cutâneas e renais, bem como transplantes de órgãos, principalmente devido às suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras.1 Embora esses medicamentos tenham tais benefícios, seus efeitos adversos, como hiperglicemia, hipertensão, hiperlipidemia, osteoporose, atrofia muscular e obesidade, devem ser levados a sério.2 O metabolismo lipídico deficiente é uma das reações indesejáveis mais comuns; a utilização de GCs em altas doses ou administrados em longo prazo causam nos usuários uma aparência semelhante à da síndrome de Cushing. Em outras palavras, a hipercolesterolemia e a hipertrigliceridemia são altamente prevalentes em pacientes submetidos a terapia com GC por períodos prolongados e, em última análise, podem levar a riscos de aterosclerose.3 - 4 No entanto, quando a administração desses medicamentos imunossupressores é inevitável, devemos procurar alguns medicamentos ou produtos naturais para minimizar seus efeitos indesejáveis.

A quercetina, 3,3’,4’,5,7-penta-hidroxiflavona, 2-(3,4-di-hidroxifenil)-3,5,7-tri-hidroxi-4H-cromen-4-ona, C15H10O7, é um flavonoide derivado de planta, isolado de cebolas, maçãs, uvas, vegetais folhosos e chá;5 , 6 Esse composto de polifenol de ocorrência natural é geralmente conhecido por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e foi relatado como sendo um fator de melhora do sistema de defesa antioxidante, diminuindo a incidência de doenças cardiovasculares, neoplásicas e inflamatórias.7 - 9 Como o equilíbrio oxidante-antioxidante e o status da inflamação desempenham um papel importante na etiologia de muitas doenças, os compostos flavonoides têm sido destacados como agentes preventivos ou terapêuticos naturais10 , 11 . Além disso, alguns estudos anteriores relataram impacto benéfico da quercetina na síndrome metabólica e no metabolismo lipídico.12 , 13 O objetivo deste estudo é avaliar o efeito da quercetina no perfil lipídico de ratos tratados com glicocorticoide em altas doses.

Materiais e métodos

Animais

Um total de 32 ratos Sprague-Dawley com idades entre 6 e 7 meses, pesando 210 ± 30 gramas, foram obtidos do Razi Institute (Karaj, Irã). Os animais foram aclimatados às condições laboratoriais padrão (temperatura 20-25 °C e ciclo de 12 horas claro/escuro) por 10 dias antes do início do experimento principal. Foram fornecidas ad libitum água limpa e dieta padrão de ração peletizada (Danbehparvar, Thran, Irã). O protocolo experimental estava de acordo com os Principles of Laboratory Animal Care. 14 O tamanho da amostra foi calculado com 80% de potência, utilizando um teste bilateral com nível de significância de 5% e com base no tamanho do efeito de 0,5.

Produtos químicos

Succinato sódico de metilprednisolona (MP) foi utilizado como glicocorticoide (SOLU-MEDROL, Pfizer Pharmaceuticals, NY, EUA) para gerar dislipidemia induzida por GC.15 A quercetina, com uma pureza de 95%, foi obtida da Sigma-Aldrich Chemicals (St. Louis, MO, EUA) e a suspensão de quercetina foi preparada adicionando-se quercetina à solução aquosa de carboximetilcelulose (CMC) a 0,05%, imediatamente antes de ser administrada por gavagem oral.

Procedimento experimental

Trinta e dois animais foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos, utilizando o esquema de randomização em bloco. Cada grupo experimental continha oito ratos que foram tratados por seis semanas. Todos os grupos foram injetados por via subcutânea (s.c.) com MP (40 mg/kg de peso corporal), exceto o grupo controle que recebeu solução salina normal três dias por semana. Cada um dos três grupos injetados com glicocorticoide recebeu um dos seguintes tratamentos: CMC como placebo, 50 mg/kg de quercetina ou 150 mg/kg de quercetina. Todos os tratamentos foram administrados três dias por semana, por via oral. Ao final do estudo, todos os animais foram anestesiados com injeção intraperitoneal (i.p.) de cetamina juntamente com xilazina (50 mg/kg e 30 mg/kg, respectivamente).15 , 16 As amostras de sangue foram coletadas por punção cardíaca e imediatamente centrifugadas a 3000 rpm por 10 min para isolamento sérico e armazenadas a -80°C até a análise do perfil lipídico. Os ratos foram submetidos a jejum por 12 a 14 horas e todas as amostras de sangue foram coletadas entre 8 e 10 horas da manhã. Foram utilizados kits enzimáticos disponíveis no mercado para medir as concentrações séricas de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL, high-density lipoprotein ) e triglicérides (TG) em duplicata (Pars Azmoon Co., Teerã, Irã), e Apo A e Apo B foram medidos através de métodos imunoturbidimétricos (biorexfars LTD, Irã). O nível de lipoproteína de baixa densidade (LDL, low-density lipoprotein ) foi calculado utilizando-se a equação de Friedewald.17 Os animais foram pesados no início e ao final do estudo.

Análise estatística

Todos os dados foram apresentados como média ± desvio padrão (DP) e analisados pelo Statistical Package for Social Sciences (versão 23.0; SPSS Inc., Chicago, EUA). O teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para avaliar a normalidade dos dados. As diferenças estatísticas entre os grupos foram avaliadas através da análise de variância (ANOVA One-Way) seguida pelo teste post hoc de Bonferroni. A significância estatística foi estabelecida em p<0,05.

Resultados

Embora o peso corporal médio dos ratos tenha sido o mesmo em todos os grupos no início do experimento, após seis semanas de intervenção, todos os animais tratados com glicocorticóides apresentaram uma redução significativa de peso em comparação com seus próprios pesos iniciais e com seus controles pareados por idade ( Tabela 1 ).

Tabela 1. – Peso corporal inicial e final (gramas) dos grupos experimentais.

Peso corporal Controle MP MP+Q50 MP+Q150
Inicial 212±29 212±27 210±28 212±28
Final 214±30 182±22*,‡ 185±20*,‡ 180±16*,‡

Os dados são apresentados como Média ± DP. N = 8 para todos os grupos. MP: metilprednisolona; Q50: quercetina 50 mg/kg; Q150: quercetina 150 mg/kg; Análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Bonferroni. *p <0,05 comparado ao grupo controle, p <0,05 comparado ao grupo MP, p <0,05 comparado ao peso inicial do mesmo grupo.

Após seis semanas de injeção de metilprednisolona, os níveis médios de colesterol e triglicérides no plasma aumentaram drasticamente em animais tratados com glicocorticoides, em comparação com o grupo controle. Ambas as doses de quercetina (50 e 150 mg/kg) melhoraram a hipercolesterolemia e a hipertrigliceridemia em comparação com o grupo MP, e a mesma tendência foi observada nos níveis de LDL. Além disso, a injeção de MP causou um aumento moderado nos níveis de HDL, os quais não sofreram alteração significativa após a suplementação com quercetina. No entanto, a redução das razões CT/HDL, TG/HDL e LDL/HDL foi estatisticamente e clinicamente significativa. Além disso, a razão Apo B/A1 diminuiu mais de 20% após a ingestão de quercetina ( Tabela 2 ; Figuras 1-3 ). Parece que uma dose mais alta de quercetina não possui superioridade visível para a melhora do colesterol e apolipoproteínas. No entanto, foi encontrada uma correlação negativa entre a dose de quercetina e TG, bem como a razão CT/HDL (-0,87 e -0,75, respectivamente).

Tabela 2. – Perfil lipídico dos grupos experimentais após seis semanas de intervenção.

  Controle MP MP+Q50 MP+Q150 Valor de p
CT (mg/dl) 89,12±3,35 193,50±12,77*,‡ 108,75±15,47*,† 105,87±11,25*,† <0,001
HDL (mg/dl) 34,25±3,69 41,37±5,75* 38,25±4,77 39,00±4,07 =0,03
LDL (mg/dl) 41,87±3,79 119,22±12,70*,‡ 52,72±15,15 52,22±10,87 <0,001
TG (mg/dl) 65,00±4,34 164,50±9,36*,‡ 88,87±12,93*,† 73,25±11,33†,‡ <0,001
CT/HDL 2,62±0,27 4,76±0,86*,‡ 2,86±0,42 2,74±0,47†,‡ <0,001
TG/HDL 1,92±0,29 4,05±0,71*,‡ 2,33±0,34 1,92±0,51 <0,001
LDL/HDL 1,24±0,23 2,95±0,73*,‡ 1,39±0,43 1,36±0,38 <0,001
Apo B/ Al 0,93±0,16 1,63±0,19*,‡ 1,25±0,30 1,06±0,28 <0,001

Os dados são apresentados como Média ± DP. n = 8 para todos os grupos. MP: metilprednisolona; Q50: quercetina 50 mg/kg; Q150: quercetina 150 mg/kg; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos; HDL: lipoproteína de alta densidade; LDL: lipoproteína de baixa densidade; ApoB/Al: razão Apolipoproteína B para Apolipoproteína Al; Análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Bonferroni. *p <0,05 comparado ao grupo controle, p <0,05 comparado ao grupo MP, p <0,05 comparado ao MP + Q50.

Figura 1. – Média da razão colesterol total/HDL em diferentes grupos. Dados apresentados como Média ± DP. N = 8 para todos os grupos. MP: metilprednisolona; Q50: quercetina 50 mg/kg; Q150: quercetina 150 mg/kg; CT: colesterol total; HDL: lipoproteína de alta densidade; *p<0,05 comparado ao grupo controle, p<0,05 comparado ao grupo MP, p<0,05 comparado ao MP + Q50.

Figura 1

Discussão

Nossos resultados revelaram que a administração de altas doses de glicocorticoide por 6 semanas aumentou drasticamente a concentração sérica de colesterol total, LDL e triglicérides. No entanto, a suplementação oral com duas doses diferentes de quercetina, como uma flavona de ocorrência natural tendo sido anteriormente relatada como benéfica na síndrome metabólica, reverteu de maneira evidente os efeitos indesejáveis da metilprednisolona. Foram escolhidas diferentes doses de quercetina, uma vez que a dose mais baixa pode ser fornecida por uma dieta rica em quercetina e a mais alta pode ser conseguida com a utilização de suplementos disponíveis comercialmente.18 Desnecessário dizer que a diferente taxa metabólica de ratos e humanos foi levada em consideração para a determinação da dose.19 Os resultados finais indicaram que 150 mg/kg de quercetina não foram muito mais eficazes que 50 mg/kg para melhorar o perfil lipídico, exceto pela concentração de TG, que desceu ao nível dos controles como resultado da administração de doses elevadas de quercetina. A metilprednisolona também causou um aumento moderado no nível de HDL, o qual não foi alterado significativamente após a suplementação com quercetina.

Embora o impacto hiperlipidêmico dos GCs tenha sido observado nas últimas décadas, os mecanismos moleculares ainda não são bem reconhecidos. Alguns estudos in vitro e in vivo demonstraram que esses fármacos anti-inflamatórios podem aumentar diretamente a produção hepática de HDL, up-regular a atividade da lipoproteína lipase e prejudicar o catabolismo do LDL, reduzindo a expressão e a atividade dos receptores hepáticos de LDL.15 , 20 Consequentemente, contribuem para o desenvolvimento de fígado gorduroso, aumentando a síntese de ácidos graxos e diminuindo a β-oxidação.21

Por outro lado, os flavonoides têm sido descritos como moduladores do metabolismo lipídico. Eles atuam principalmente através da inibição da fosfodiesterase, alteração da absorção hepática de colesterol e produção e secreção de triglicérides.22 - 25 Além disso, a quercetina, como um potente antioxidante distribuído tanto na bicamada lipídica quanto na fase aquosa da célula, pode suprimir a peroxidação lipídica pela atividade de eliminação de radical.26 Grandes estudos demonstraram que a razão Apo B/Al é superior ao colesterol total e TG para prever o risco cardiovascular em ambos os sexos e em todas as faixas etárias.27 Considerando que a razão Apo B/Al é uma medida do número de partículas aterogênicas de Apo B sobre o número de partículas anti-aterogênicas de Apo Al, existe também a possibilidade de a mesma ser um fator mais importante que a quantidade de lipídios transportada por partícula. No presente estudo, a ingestão de quercetina diminuiu significativamente a razão Apo B/AI, o que pode ser um importante indicador de menor risco cardiovascular no futuro.27 , 28

Ao final da intervenção, todos os animais tratados com glicocorticoides apresentaram uma redução significativa de peso em comparação aos seus controles, o que pode ter sido causado por anorexia induzida por glicocorticoides nos ratos, relatada anteriormente,29 ou por proteólise e perda muscular graves.30 Uma das limitações deste estudo foi a falta de dados precisos sobre a ingestão alimentar dos animais, o que poderia ser muito útil para a interpretação da perda de peso induzida por GC nos ratos. No geral, nossos achados estão de acordo com estudos anteriores que relataram efeitos benéficos dos flavonoides no metabolismo lipídico.31 Esta é a primeira pesquisa que avalia o impacto da quercetina na hiperlipidemia induzida por GC. No entanto, o efeito hipolipidêmico de alguns outros flavonoides foi relatado em ratos tratados com GC.32 Outras propriedades favoráveis da quercetina na melhora da densidade óssea e na modificação da glicemia tornam esse flavonoide uma excelente opção para controlar os efeitos colaterais dos glicocorticoides.33

Conclusão

A administração de quercetina, em doses de 50 e 150 mg/kg, pode reverter os efeitos indesejáveis de altas doses de glicocorticoides no perfil lipídico de ratos e pode ser considerada para terapia combinada com GCs para minimizar a dislipidemia resultante.

Figura 2. – Média da razão triglicerídeos para HDL em diferentes grupos. Dados apresentados como Média ± EP. n = 8 para todos os grupos. MP: metilprednisolona; Q50: quercetina 50 mg/kg; Q150: quercetina 150 mg/kg; TG: triglicerídeos; HDL: lipoproteína de alta densidade; *p<0,05 comparado ao grupo controle, p<0,05 comparado ao grupo MP, p<0,05 comparado ao MP + Q50.

Figura 2

Figura 3. – Média da razão de Apolipoproteína B para Apolipoproteína Al em diferentes grupos. Dados apresentados como Média ± EP. n = 8 para todos os grupos. MP: metilprednisolona; Q50: quercetina 50 mg/kg; Q150: quercetina 150 mg/kg; ApoB/Al: razão Apolipoproteína B para Apolipoproteína Al; *p<0,05 comparado ao grupo controle, p<0,05 comparado ao grupo MP, p<0,05 comparado ao MP + Q50.

Figura 3

Vinculação acadêmica

Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Hoda Derakhshanian pela Tehran University of Medical Sciences.

Aprovação ética e consentimento informado

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Tehran University of Medical Sciences sob o número de protocolo 11157. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013.

Fontes de financiamento

Este artigo é financiado pelo Tehran University of Medical Sciences.

ERRATA

Edição de Julho de 2020, vol. 115 (1), págs. 102-108

No Artigo Original “Quercetina Melhora o Perfil Lipídico e Apolipoproteico em Ratos Tratados com Glicocorticóides em Altas Doses” com, número de DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20180397, publicado no periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 115(1):102-108, na página 102, incluir mais uma afiliação para o autor Ahmad Reza Dehpour. Incluir a instituição: Experimental Medicine Research Center, Tehran University of Medical Sciences, Tehran, Irã.

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Arq Bras Cardiol. 2020 Jul 28;115(1):102–108. [Article in English]

Quercetin Ameliorates Lipid and Apolipoprotein Profile in High-Dose Glucocorticoid Treated Rats

Hoda Derakhshanian 1,2, Mahmoud Djalali 3, Abolghassem Djazayery 4, Mohammad Hassan Javanbakht 3, Mahnaz Zarei 3, Azita Hekmatdoost 5, Ghazaleh Eslamian 6, Seyyedeh Somayyeh Mirhashemi 1, Ahmad Reza Dehpour 7,8

Abstract

Background

Glucocorticoids (GCs) are widely prescribed for the treatment of numerous clinical disorders due to their anti-inflammatory and immune-modulatory properties and one of the most common untoward effects of these drugs is dyslipidemia.

Objective

To evaluate the effect of quercetin, a plant-derived flavonoid, on the lipid profile of high-dose glucocorticoid treated rats.

Methods

A total of 32 Sprague-Dawley rats, were randomly distributed among four groups (8 rats per group) and treated for 6 weeks with one of the following: (i) normal saline; (ii) 40 mg/kg methylprednisolone sodium succinate (MP); (iii) MP + 50 mg/kg quercetin; (iv) MP + 150 mg/kg quercetin. MP was injected subcutaneously, and quercetin was administered by oral gavage 3 days a week. At the end of the study, the animals’ lipid profile was measured by enzymatic kits. Data were analyzed and statistical significance was set at p<0.05.

Results

The mean serum total cholesterol (TC), triglyceride (TG) and LDL levels were drastically increased in GC-treated animals compared with the control group. Both doses of quercetin (50 and 150 mg/kg) ameliorated TC (43% and 45%), LDL (56% and 56%) and TG (46% and 55% respectively). Apo B/A1 ratio decreased more than 20% following quercetin intake and the decline in TC/HDL, TG/HL, LDL/HDL ratios were significant.

Conclusions

These data suggest that quercetin intake with both doses of 50 and 150 mg/kg could be considered as a protective agent for glucocorticoid-induced dyslipidemia. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(1):102-108.)

Keywords: Rats, Sprague-Dawley; Anti-Inflammatory Agents; Quercetin; Glucocorticoids; Dyslipidemias; Triglycerides; Cholesterol

Introduction

Glucocorticoids such as prednisone, methylprednisolone, and dexamethasone are widely prescribed for the treatment of numerous clinical disorders, including pulmonary, gastrointestinal, hematological, skin, and renal diseases, as well as organ transplants, particularly due to their anti-inflammatory and immune-modulatory properties.1 Although these drugs have such benefits, their adverse effects such as hyperglycemia, hypertension, hyperlipidemia, osteoporosis, muscle atrophy and obesity must be taken seriously.2 Impaired lipid metabolism, as one of the most common undesirable reactions, in high-dose or long-term GC users, resembles Cushing’s syndrome. In other words, hypercholesterolemia and hypertriglyceridemia are highly prevalent in patients undergoing GC therapy for prolonged periods and may ultimately lead to risks for atherosclerosis.3 - 4 However, when the administration of these immunosuppressive drugs is inevitable, one should look for some drugs or natural products to minimize their untoward effects.

Quercetin, 3,3’,4’,5,7-Pentahydroxyflavone, 2-(3,4-Dihydroxyphenyl)-3,5,7-trihydroxy-4H-chromen-4-one, C15H10O7, is a plant-derived flavonoid, isolated from onions, apples, grapes, leafy vegetables and tea.5 , 6 This naturally occurring polyphenol compound is generally known for its antioxidant and anti-inflammatory properties and is reported to enhance the antioxidant defense system, and decrease the incidence of cardiovascular, neoplastic and inflammatory diseases.7 - 9 Since the oxidant-antioxidant balance and inflammation status play an important role the etiology of many diseases, flavonoid compounds have been in the spotlight as natural preventive or therapeutic agents.10 , 11 In addition, some previous studies reported the beneficial impact of quercetin on metabolic syndrome and lipid metabolism.12 , 13 The aim of this study is to evaluate the effect of quercetin on lipid profile of rats treated with high-dose glucocorticoid.

Materials and methods

Animals

A total of 32 Sprague-Dawley rats, aged 6-7 months, weighing 210±30 grams were obtained from the Razi Institute (Karaj, Iran). The animals were acclimatized to the standard laboratory conditions (temperature 20-25˚C, and a 12-h light/dark cycle) for 10 days before the beginning of the main experiment. Clean water and pelleted standard chow diet (Danbehparvar, Thran, Iran) were provided ad libitum . The experimental protocol was in accordance with the Principles of Laboratory Animal Care.14 The sample size was calculated with 80% power, using a two-sided test at the 5% significance level and based on the effect size of 0.5.

Chemicals

Methylprednisolone sodium succinate (MP) was used as the glucocorticoid (SOLU-MEDROL, Pfizer Pharmaceuticals, NY, U.S.A) for generating GC-induced dyslipidemia.15 Quercetin, with a purity of 95%, was obtained from Sigma-Aldrich Chemicals (St. Louis, MO, U.S.A) and the quercetin suspension was prepared by adding quercetin to 0.05% aqueous carboxymethyl cellulose (CMC) solution immediately before being administered by oral gavage.

Experimental procedure

Thirty-two animals were randomly distributed into four groups, using the block randomization scheme. Each experimental group contained eight rats, which were treated for six weeks. All groups were injected subcutaneously (s.c.) with MP (40 mg/kg body weight), except the control group, which received normal saline solution three days a week. Each of the three glucocorticoid-injected groups received one of the following treatments: CMC as placebo, 50 mg/kg quercetin or 150 mg/kg quercetin. All treatments were given three days a week per os . At the end of the study all animals were anesthetized with an intra-peritoneal (i.p.) injection of ketamine together with xylazine (50 mg/kg and 30 mg/kg respectively).15 , 16 Blood samples were collected by cardiac puncture and were immediately centrifuged at 3000 rpm for 10 min for serum isolation and stored at -80˚C until analysis of the lipid profile. The rats were fasted for 12-14 hours and all blood samples were collected between 8 and 10 am. Commercially available enzymatic kits were used to measure the serum concentrations of total cholesterol (TC), high density lipoprotein (HDL), and triglycerides (TG) in duplicate tests (Pars Azmoon Co., Tehran, Iran) and Apo A and Apo B were measured by immunoturbidimetric methods (biorexfars LTD, Iran). Low-density lipoprotein (LDL) level was calculated using the Friedewald equation.17 Animals were weighed at the beginning and end of the study.

Statistical analysis

All data were presented as mean ± standard deviation (SD) and analyzed by the Statistical Package for Social Sciences (version 23.0; SPSS Inc., Chicago, USA). The Kolmogorov-Smirnov test was used to assess the normality of the data. Statistical differences between groups were evaluated using analysis of variance (one-way ANOVA) followed by Bonferroni post hoc test. Statistical significance was set at p < 0.05.

Results

Although the average body weight of rats was the same in all groups at the beginning of the experiment, after six weeks of intervention, all glucocorticoid-treated animals showed a significant weight reduction compared with their own initial weights and with their age-matched controls ( Table 1 ).

Table 1. – Initial and final body weight (gram) of experimental groups.

Body weight Control MP MP+Q50 MP+Q150
Initial 212±29 212±27 210±28 212±28
Final 214±30 182±22*,‡ 185±20*,‡ 180±16*,‡

Data are presented as Mean±SD. N=8 for all groups. MP, methylprednisolone; Q50, quercetin 50 mg/kg; Q150, quercetin 150 mg/kg; Analysis of variance (ANOVA) followed by Bonferroni test. * p<0.05 compared with control group,p<0.05 compared with MP group,p<0.05 compared with the initial weight of same group.

Following six weeks of methylprednisolone injection, the mean plasma cholesterol and triglyceride levels were drastically increased in glucocorticoid-treated animals compared with the control group. Both doses of quercetin (50 and150 mg/kg) improved the hypercholesterolemia and hypertriglyceridemia in comparison with the MP group, and the same trend was observed for LDL levels. In addition, the MP injection caused a moderate increase in HDL levels, which was not significantly changed following quercetin supplementation. However, the reduction in TC/HDL, TG/HDL and LDL/HDL ratios were statistically and clinically significant. Moreover, Apo B/A1 ratio decreased more than 20% following quercetin intake ( Table 2 ; Figures 1-3 ). It seems that a higher dose of quercetin does not have a conspicuous superiority for cholesterol and apolipoprotein level improvement. However, a negative correlation was found between the quercetin dose and TG, as well as TC/HDL (-0.87 and -0.75 respectively).

Table 2. – Lipid profile of experimental groups after six weeks of intervention.

  Control MP MP+Q50 MP+Q150 p value
TC (mg/dl) 89.12±3.35 193.50±12.77*.‡ 108.75±15.47*.† 105.87±11.25*.† <0.001
HDL (mg/dl) 34.25±3.69 41.37±5.75* 38.25±4.77 39.00±4.07 =0.03
LDL (mg/dl) 41.87±3.79 119.22±12.70*.‡ 52.72±15.15 52.22±10.87 <0.001
TG (mg/dl) 65.00±4.34 164.50±9.36*.‡ 88.87±12.93*.† 73.25±11.33†.‡ <0.001
TC/HDL 2.62±0.27 4.76±0.86*.‡ 2.86±0.42 2.74±0.47†.‡ <0.001
TG/HDL 1.92±0.29 4.05±0.71*.‡ 2.33±0.34 1.92±0.51 <0.001
LDL/HDL 1.24±0.23 2.95±0.73*.‡ 1.39±0.43 1.36±0.38 <0.001
Apo B/ Al 0.93±0.16 1.63±0.19*.‡ 1.25±0.30 1.06±0.28 <0.001

Data are presented as Mean±SD. n=8 for all groups. MP: methylprednisolone; Q50: quercetin 50 mg/kg; Q150: quercetin 150 mg/kg; TC: total cholesterol; TG: triglyceride; HDL: high-density lipoprotein; LDL: low-density lipoprotein; ApoB/Al: apolipoprotein B to apolipoprotein Al ratio; Analysis of variance (ANOVA) followed by Bonferroni test.*p<0.05 compared with control group,p<0.05 compared with MP group,p<0.05 compared with MP+Q50.

Figure 1. – Mean of the total cholesterol to HDL ratio in the different groups. Data presented as Mean±SD. N=8 for all groups. MP: methylprednisolone; Q50: quercetin 50 mg/kg; Q150: quercetin 150 mg/kg; TC: total cholesterol; HDL: high-density lipoprotein;*p<0.05 compared with control group,p<0.05 compared with MP group,p<0.05 compared with MP+Q50.

Figure 1

Discussion

Our findings revealed that the administration of high-dose glucocorticoid for 6 weeks drastically increased serum concentrations of total cholesterol, LDL and triglycerides. However, oral supplementation with two different doses of quercetin, as a naturally occurring flavone that was previously reported to be beneficial in metabolic syndrome, conspicuously reversed the undesirable effects of methylprednisolone. Different doses of quercetin were chosen, since the lower one can be provided by a quercetin-rich diet and the higher one might be taken as commercially available supplements.18 Needless to say, the different metabolic rates of rats and humans were taken into account for dose determination.19 The final results indicated that 150 mg/kg quercetin were not much more effective than 50 mg/kg to improve lipid profile, except for TG concentrations, which decreased to the control level as a result of high dose quercetin administration. Methylprednisolone also caused a moderate increase in HDL levels, which was not significantly changed following quercetin supplementation.

Although the hyperlipidemic impact of GCs has been noticed for the last decades, the molecular mechanisms are not well recognized yet. Some in vitro and in vivo studies demonstrated that these anti-inflammatory drugs can directly increase hepatic HDL production, up-regulate lipoprotein lipase activity and impair LDL catabolism by reducing hepatic LDL receptors expression and activity.15 , 20 Consequently, they contribute to fatty liver development by increasing fatty acid synthesis and decreasing β oxidation.21

On the other hand, flavonoids have been described as lipid metabolism modulators. They mostly act through the inhibition of phosphodiesterase, alteration of hepatic cholesterol absorption and triglyceride production and secretion.22 - 25 In addition, quercetin as a potent antioxidant distributed in both the lipid bilayer and aqueous phase of the cell, can suppress lipid peroxidation by radical scavenging activity.26 Large studies have shown that ApoB/Al ratio is superior to the total cholesterol and TG for cardiovascular risk prediction in both genders and at all age ranges.27 Given that the ApoB/Al ratio is a measurement of the number of ApoB atherogenic particles over the number of ApoAl anti-atherogenic particles, there is also a possibility that it is a more important factor than the amount of lipids carried per particle. In the present study, quercetin intake significantly decreased ApoB/AI ratio, which might be an important indicator of lower cardiovascular risk in the future.27 , 28

At the end of intervention, all glucocorticoid-treated animals showed a significant weight reduction compared to their controls, which might be due to glucocorticoid-induced anorexia in rats, which has been previously reported,29 or to severe proteolysis and muscle loss.30 One of the limitations of this study was the lack of precise data about the animals’ food intake, which could be very useful for the interpretation of GC-induced weight loss in rats. Overall, our findings are in accordance with previous studies reporting the beneficial effects of flavonoids on lipid metabolism.31 This is the first research evaluating the impact of quercetin on GC-induced hyperlipidemia. However, the hypolipidemic effect of some other flavonoids has been reported in GC-treated rats.32 Other favorable properties of quercetin in improving bone density and modifying blood glucose, make this flavonoid an excellent choice to control glucocorticoid side effects.33

Conclusion

Quercetin administration, at both doses of 50 and 150 mg/kg, was able to reverse the untoward effects of high-dose glucocorticoids on the lipid profile of rats, and might be considered for combination therapy with GCs to minimize the resulting dyslipidemia.

Figure 2. – Mean of triglycerides to HDL ratio in the different groups. Data presented as Mean±SE. n=8 for all groups. MP: methylprednisolone; Q50: quercetin 50 mg/kg; Q150: quercetin 150 mg/kg; TG; triglyceride; HDL: high-density lipoprotein;*p<0.05 compared with control group,p<0.05 compared with MP group,p<0.05 compared with MP+Q50.

Figure 2

Figure 3. – Mean of apolipoprotein B to apolipoprotein Al ratio in the different groups. Data presented as Mean±SE. n=8 for all groups. MP: methylprednisolone; Q50: quercetin 50 mg/kg; Q150: quercetin 150 mg/kg; ApoB/Al: apolipoprotein B to apolipoprotein Al ratio;*p<0.05 compared with control group,p<0.05 compared with MP group,p<0.05 compared with MP+Q50.

Figure 3

Footnotes

Study Association

This article is part of the thesis of Master submitted by Hoda Derakhshanian, from Tehran University of Medical Sciences.

Ethics approval and consent to participate

This study was approved by the Ethics Committee of the Tehran University of Medical Sciences under the protocol number 11157. All the procedures in this study were in accordance with the 1975 Helsinki Declaration, updated in 2013.

Sources of Funding

This study was funded by Tehran University of Medical Sciences.

ERRATUM

July 2020 Issue, vol. 115 (1), pages 102-108

In the Original Article “Quercetin Ameliorates Lipid and Apolipoprotein Profile in High-Dose Glucocorticoid Treated Rats”, with DOI number: https://doi.org/10.36660/abc.20180397, published in the periodical Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 115(1):102-108, on page 102, add one more affiliation for the author Ahmad Reza Dehpour. Include the institution: Experimental Medicine Research Center, Tehran University of Medical Sciences, Tehran, Iran.


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