Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
editorial
. 2023 Mar 22;120(3):e20230095. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20230095
View full-text in English

Sepse, Fibrilação Atrial e Envelhecimento: Uma Associação Perigosa

Editors: Evandro José Cesarino1,2,, Marildes Luiza de Castro3, Carolina Baraldi Araujo Restini2,4
PMCID: PMC10399966  PMID: 37042877

A fibrilação atrial (FA) é um distúrbio comum do ritmo cardíaco frequentemente identificado durante a progressão da sepse.

Sua prevalência aumenta na população geral com a idade, chegando a 18% nos idosos acima de 85 anos. 1

Pacientes com FA apresentam pior qualidade de vida, maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca (IC), acidente vascular cerebral, declínio cognitivo, depressão, maior número de internações e maior taxa de mortalidade do que aqueles sem FA. 2

A sepse é a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTI). Segundo o Latin American Institute for Sepsis Studies (ILAS), a sepse afeta de 20 a 30 milhões de pessoas em todo o mundo. 3 No Brasil, 1000 pessoas morrem por hora, e a taxa de ocupação da UTI é de 25%, com taxa de mortalidade de 28%-54%. 3 Segundo o Estudo Epidemiológico de Sepse no Brasil (BASES), um estudo de coorte multicêntrico realizado em 5 UTIs de hospitais públicos e privados brasileiros, a incidência de sepse é de 57,9 por 1.000 pacientes-dia (IC 95% 51,5-65,3). 4

Revisões sistemáticas, com metanálise, avaliaram 225.841 pacientes com fibrilação atrial de início recente (NOAF) na presença de sepse. Uma correlação positiva foi encontrada entre sepse, mau prognóstico e aumento da mortalidade. Em comparação com pacientes sem FA, maior taxa de recorrência de FA, maior tempo de internação em UTI/hospitais e, consequentemente, aumento de custos. 5 - 8 Uma revisão sistemática recente, com metanálise desenvolvida por Corica et al., 9 mostrou que a NOAF é comumente encontrada durante a sepse, estando presente em 1 em cada 7 indivíduos. Pacientes com FA têm maior risco de eventos adversos durante a sepse e necessitam de terapias específicas. 9

Devido ao aumento da gravidade dos pacientes, o aparecimento da FA pode ser um divisor de águas/ponto de viragem entre a vida e a morte.

O estudo AFSEMA evidenciou que a FA aumentou a mortalidade hospitalar dos pacientes em uma taxa de 34,1%. 10 O estudo revelou fatores de risco (FR) para FA, como insuficiência cardíaca com FA prévia e achados ecocardiográficos com aumento do átrio esquerdo e redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (ICFEr). Além disso, valores mais elevados do escore Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e maior risco de arritmias, além de níveis elevados de proteína C-reativa, reforçam a hipótese de que a inflamação é um gatilho essencial para a FA. 10

Embora a FA esteja associada a pacientes com condições clínicas de alta gravidade durante a doença crítica, essa arritmia parece aumentar a gravidade da sepse, per se, como variável independente. A predição precoce de FA durante a sepse permitiria testar intervenções na UTI para preveni-la e evitar complicações. 11

Outra revisão sistemática, com metanálise, analisou FRs para NOAF em pacientes com sepse. Os dados revelaram que as arritmias atriais de início recente estão associadas à sepse aguda e não são FR para FA associada à comunidade. 12 Outros fatores de risco relevantes para FA que devem ser considerados são doenças cardíacas pré-existentes (doença arterial coronariana, aterosclerose subclínica, valvulopatias, cardiomiopatias, obesidade, diabetes, hipertensão, apneia do sono, hipertireoidismo subclínico, dislipidemia, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo), fatores relacionados à IC ou ICFEr, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica e a gravidade da doença sepse per se. Além disso, o envelhecimento masculino, a raça e os fatores genéticos são considerados FR independentes. 1 , 10 , 13

A etiologia da FA é multifatorial e pode ser desencadeada por fatores que perturbam a condução elétrica cardíaca normal, como hipocalemia, hipomagnesemia e hipovolemia, além de alterações na atividade parassimpática e simpática, levando focos atriais a desenvolver automaticidade anormal, ação autossustentável potenciais ou circuitos reentrantes. 14

A sepse é um estado inflamatório sistêmico e a FA pode se desenvolver por infiltração direta de células inflamatórias e dano oxidativo aos miócitos atriais. Os agentes vasoativos frequentemente utilizados na UTI, como a dopamina e a norepinefrina, podem levar ao aumento das descargas atriais ectópicas, desencadeando o aparecimento da FA. 14

Embora a FA induzida por doença crítica também siga o desenvolvimento de um substrato atrial suscetível combinado com um evento desencadeador, fatores específicos que contribuem para o substrato arritmogênico podem diferir da FA adquirida na comunidade.

A perda aguda da sístole atrial e a frequência ventricular rápida que caracterizam o início da FA levam à diminuição do débito cardíaco e ao comprometimento hemodinâmico, piorando o quadro clínico e o prognóstico do paciente.

Exames de imagem demonstram que pacientes com sepse apresentam dilatação biventricular com disfunção sistólica e diastólica, sem relação com a perfusão coronariana. Sugere-se que as citocinas circulantes e a produção local de fatores depressores cardíacos sejam as causas subjacentes dessa “cardiomiopatia séptica”. 15

A NOAF pode ser uma resposta cardíaca disfuncional à infecção com fortes implicações prognósticas conforme descrito no estudo AFSEMA 10 e pode representar uma disfunção orgânica subestimada definidora de sepse, principalmente em idosos.

Identificar, diagnosticar e tratar a sepse em idosos permanece um desafio devido às suas manifestações atípicas. As alterações fisiológicas do envelhecimento e as múltiplas comorbidades dificultam o diagnóstico e o tratamento precoce. 5

Os médicos devem estar cientes de que o NOAF na sepse não é apenas uma arritmia temporária, mas um marcador de mau prognóstico e deve ser tratado adequadamente. 15

Footnotes

Minieditorial referente ao artigo: Fibrilação Atrial e Sepse em Pacientes Idosos e sua Associação com Mortalidade Intra-hospitalar

Referências

  • 1.Aibar J, Schulman S. New-Onset Atrial Fibrillation in Sepsis: A Narrative Review. Semin Thromb Hemost . 2021;47(1):18–25. doi: 10.1055/s-0040-1714400. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Aibar J, Schulman S. New-Onset Atrial Fibrillation in Sepsis: A Narrative Review. Semin Thromb Hemost 2021;47(1):18–25. doi.org/10.1055/s-0040-1714400. [DOI] [PubMed]
  • 2.Hindricks G, Potpara T, Dagres N, Arbelo E, Bax JJ, Blomstrom-Lundqvist C, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS) European Heart Journal . 2020;42(5):373–498. doi: 10.1093/eurheartj/ehaa612. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Hindricks G, Potpara T, Dagres N, Arbelo E, Bax JJ, Blomstrom-Lundqvist C, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). European Heart Journal 2020;42(5):373-498. doi:10.1093/eurheartj/ehaa612 [DOI] [PubMed]
  • 3.Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse . Sepse: um problema de saúde pública / Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse (ILASE) Brasília: Conselho Federal de Medicina (CFM); 2015. 90 p. [Google Scholar]; Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse. Sepse: um problema de saúde pública / Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse (ILASE). Brasília: Conselho Federal de Medicina (CFM), 2015. 90 p. ISBN 978-85-87077-40-0
  • 4.Silva E, Pedro MA, Sogayar ACB, Mohovic T, Silva CLO, Janiszewiski M, et al. Brazilian Sepsis Epidemiological Study. Brazilian Sepsis Epidemiological Study (BASES study) Crit Care . 2004;8(4):251–260. doi: 10.1186/cc2892. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Silva E, Pedro MA, Sogayar ACB, Mohovic T, Silva CLO, Janiszewiski M et al. Brazilian Sepsis Epidemiological Study. Brazilian Sepsis Epidemiological Study (BASES study) Crit Care. 2004; 8(4): 251-60. DOI: 10.1186/cc2892 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 5.Rowe TA, McKoy JM. Sepsis in Older Adults. Infect Dis Clin N Am . 2017;31(4):731–742. doi: 10.1016/j.idc.2017.07.010. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Rowe TA, McKoy JM. Sepsis in Older Adults Infect Dis Clin N Am. 2017; 31(4): 731–42. http://dx.doi.org/10.1016/j.idc.2017.07.010 [DOI] [PubMed]
  • 6.Xiao FP, Chen MY, Wang L, He H, Jia ZQ, Kuai L, et al. Outcomes of new-onset atrial fibrillation in patients with sepsis: A systematic review and meta-analysis of 225. 841 patients Am J Emerg Med. . 2021;42:23–30. doi: 10.1016/j.ajem.2020.12.062. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Xiao FP, Chen MY, Wang L, He H, Jia ZQ, Kuai L, et al. Outcomes of new-onset atrial fibrillation in patients with sepsis: A systematic review and meta-analysis of 225,841 patients Am J Emerg Med.2021;42:23-30DOI: 10.1016/j.ajem.2020.12.062 [DOI] [PubMed]
  • 7.Desai R, Hanna B, Singh S, Omar A, Deshmukh A, Kumar G, et al. Trends and Outcomes in Sepsis Hospitalizations With and Without Atrial Fibrillation: A Nationwide Inpatient Analysis. Crit Care Med. . 2019;47(8):e630–e638. doi: 10.1097/CCM.0000000000003806. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Desai R, Hanna B, Singh S, Omar A, Deshmukh A, Kumar G, et al. Trends and Outcomes in Sepsis Hospitalizations With and Without Atrial Fibrillation: A Nationwide Inpatient Analysis. Crit Care Med.2019;47(8):e630-e638. DOI: 10.1097/CCM.0000000000003806 [DOI] [PubMed]
  • 8.Fernando SM, Matheus R, Hibbert B, Rochwerg B, Munshi L, Walkey AJ, et al. New-onset atrial fibrillation and associated outcomes and resource use among critically ill adults—a multicenter retrospective cohort study. Crit Care . 2020;24(1):1–10. doi: 10.1186/s13054-020-2730-0. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Fernando SM, Matheus R, Hibbert B, Rochwerg B, Munshi L, Walkey AJ, et al. New-onset atrial fibrillation and associated outcomes and resource use among critically ill adults—a multicenter retrospective cohort study. Crit Care,2020; 24 ( 1):1-10. DOI: 10.1186/s13054-020-2730-0 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 9.Corica B, Romiti GF, Basilio S. Proietti M Prevalence of New-Onset Atrial Fibrillation and Associated Outcomes in Patients with Sepsis: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Pers Med . 2022;12(4):547–547. doi: 10.3390/jpm12040547. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Corica B, Romiti GF, Basilio S, Proietti M Prevalence of New-Onset Atrial Fibrillation and Associated Outcomes in Patients with Sepsis: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Pers Med.2022;12(4):547 https://doi.org/10.3390/jpm12040547 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 10. Artigo ABC-2022-0295.: Atrial Fibrillation and Sepsis in Elderly and its in hospital Mortality Association (AFSEMA) ; Artigo ABC-2022-0295.: Atrial Fibrillation and Sepsis in Elderly and its in hospital Mortality Association (AFSEMA)
  • 11.Bashar SK, Ding EY, Walkey AJ, McManus DD, Chon KH. Atrial Fibrillation Prediction from Critically Ill Sepsis Patients. Biosensors . 2021;11(8):269–269. doi: 10.3390/bios11080269. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Bashar SK, Ding EY, Walkey AJ, McManus DD, Chon KH. Atrial Fibrillation Prediction from Critically Ill Sepsis Patients. Biosensors.2021;11(8):269. doi.org/10.3390/bios11080269. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 12.Bosch NA, Cohen DM, Walkey AJ. Risk factors for new-onset atrial fibrillation in patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis. Crit Care Med. . 2019;47(2):280–287. doi: 10.1097/CCM.0000000000003560. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Bosch NA, Cohen DM, Walkey AJ. Risk factors for new-onset atrial fibrillation in patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis. Crit Care Med.2019;47(2):280-7. DOI: 10.1097/CCM.0000000000003560 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 13.Andrade JG, Aguilar M, Atzema C, Bell A, Cairns JA, Cheung CC, et al. The 2020 Canadian Cardiovascular Society/Canadian Heart Rhythm Society Comprehensive Guidelines for the Management of Atrial Fibrillation. Canad J Cardiol . 2020;36(12):1847–1948. doi: 10.1016/j.cjca.2020.09.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]; Andrade JG, Aguilar M, Atzema C, Bell A, Cairns JA, Cheung CC, et al. The 2020 Canadian Cardiovascular Society/Canadian Heart Rhythm Society Comprehensive Guidelines for the Management of Atrial Fibrillation. Canad J Cardiol. 2020;36(12):1847-948. https://doi.org/10.1016/j.cjca.2020.09.001 [DOI] [PubMed]
  • 14.Bosch NA, Cimini J, Walkey AJ. Atrial fibrillation in the ICU. Chest . 2018;154(6):1424–1434. doi: 10.1016/j.chest.2018.03.040. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Bosch NA, Cimini J, Walkey AJ. Atrial fibrillation in the ICU. Chest. 2018;154(6):1424–34. doi.org/10.1016/j.chest.2018.03.040. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 15.Gandhi S, Litt D, Narula N. New-onset atrial fibrillation in sepsis is associated with increased morbidity and mortality. Neth Heart J. . 2015;23(2):82–88. doi: 10.1007/s12471-014-0641-x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]; Gandhi S, Litt D, Narula N. New-onset atrial fibrillation in sepsis is associated with increased morbidity and mortality. Neth Heart J.2015;23(2):82-8. doi.10.1007/s12471-014-0641-x. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2023 Mar 22;120(3):e20230095. [Article in English]

Sepsis, Atrial Fibrillation, and Aging: A Dangerous Association

Editors: Evandro José Cesarino1,2,, Marildes Luiza de Castro3, Carolina Baraldi Araujo Restini2,4

Atrial fibrillation (AF) is a common heart rhythm disorder often identified during sepsis's progression.

Its prevalence increases in the general population with age, reaching 18% in the elderly over 85 years old. 1

Patients with AF present a poor quality of life, a higher risk of developing heart failure (HF), stroke, cognitive decline, depression, higher hospitalizations, and a higher mortality rate than those without AF. 2

Sepsis is the leading cause of death in intensive care units (ICU). According to the Latin American Institute for Sepsis Studies (ILAS), sepsis affects 20 to 30 million people worldwide. 3 In Brazil, 1000 people die per hour, and the ICU occupancy rate is 25%, with a mortality rate of 28 %-54%. 3 According to the Brazilian Sepsis Epidemiological Study (BASES), a multicenter cohort study conducted in 5 ICUs from public and private Brazilian hospitals, the incidence of sepsis is 57.9 per 1000 patient-days (95% CI 51.5-65.3). 4

Systematic reviews, with meta-analysis, have evaluated 225,841 patients with new-onset atrial fibrillation (NOAF) in the presence of sepsis. A positive correlation was found between sepsis, poor prognosis, and increased mortality. Compared to patients without AF, higher FA recurrence rate, a longer length of stay in ICU/hospitals, and consequently increased costs. 5 - 8 A recent systematic review, with meta-analysis developed by Corica et al., 9 showed that NOAF is commonly found during sepsis, being present in 1 in 7 individuals. Patients with AF are at higher risk of adverse events during sepsis and need specific therapies. 9

Due to the increased severity of patients, the onset of AF can be a watershed /turning point between life and death.

The AFSEMA study evidenced AF as increasing hospital mortality of patients at a rate of 34.1%. 10 The study revealed risk factors (RF) for AF, such as heart failure with previous AF and echocardiographic findings with enlarged left atrium and reduced left ventricular ejection fraction (HFrEF). Moreover, higher values of the Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) score and increased risk of arrhythmias, in addition to high levels of C-reactive protein, support the hypothesis that inflammation is an essential trigger for AF. 10

Although AF is associated with patients with high-severity clinical conditions during critical illness, this arrhythmia seems to increase the severity of the sepsis, per se, as an independent variable. Early prediction of AF during sepsis would allow testing interventions in the ICU to prevent it and avoid complications. 11

Another systematic review, with a meta-analysis, analyzed RFs for NOAF in patients with sepsis. The data revealed that new-onset atrial arrhythmias are associated with acute sepsis and are not RF for community-associated AF. 12 Other relevant risk factors for AF that must be considered are pre-existing heart diseases (coronary artery disease, subclinical atherosclerosis, valvulopathies, cardiomyopathies, obesity, diabetes, hypertension, sleep apnea, subclinical hyperthyroidism, dyslipidemia, smoking, alcoholism, sedentary lifestyle), factors related to HF or HFrEF, chronic obstructive pulmonary disease, chronic kidney disease and the severity of the disease sepsis per se . In addition, aging male gender, race, and genetic factors are considered independent RF. 1 , 10 , 13

The etiology of AF is multifactorial and may be triggered by factors that disturb normal cardiac electrical conduction, such as hypokalemia, hypomagnesemia, and hypovolemia, in addition to changes in parasympathetic and sympathetic activity, leading atrial foci to develop abnormal automaticity, self-sustaining action potentials or reentrant circuits. 14

Sepsis is a systemic inflammatory state, and AF can develop by direct infiltration of inflammatory cells and oxidative damage to atrial myocytes. Vasoactive agents often used in the ICU, such as Dopamine and Norepinephrine, can lead to an increase in ectopic atrial discharges, triggering the onset of AF. 14

Although critical illness-induced AF also follows the development of a susceptible atrial substrate combined with a triggering event, specific factors that contribute to the arrhythmogenic substrate may differ from community-acquired AF.

The acute loss of atrial systole and the rapid ventricular rate that characterize the onset of AF lead to a decrease in cardiac output and hemodynamic impairment, worsening the patient's clinical condition and prognosis.

Imaging tests demonstrate that patients with sepsis have biventricular dilatation with systolic and diastolic dysfunction, which are unrelated to coronary perfusion. It is suggested that circulating cytokines and local production of cardiac depressant factors are the underlying causes of this “septic cardiomyopathy”. 15

NOAF may be a dysfunctional cardiac response to infection with strong prognostic implications as described in the AFSEMA Study 10 and may represent an underestimated sepsis-defining organ dysfunction, mainly in the elderly.

Identifying, diagnosing, and treating sepsis in the elderly remains challenging due to its atypical manifestations. Physiological alterations of aging and multiple comorbidities make early diagnosis and treatment difficult. 5

Physicians should be aware that NOAF in sepsis is not just a temporary arrhythmia but a marker of poor prognosis and should be treated appropriately. 15

Footnotes

Short Editorial related to the article: Atrial Fibrillation and Sepsis in Elderly Patients and Their Associaton with In-Hospital Mortality


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES