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. 2023 Jul 21;120(8):e20220863. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20220863
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Registro Nacional do Controle da Hipertensão Arterial Avaliado pela Medida de Consultório e Residencial no Brasil: Registro LHAR

Roberto Dischinger Miranda 1, Andréa Araujo Brandão 2, Weimar Kunz Sebba Barroso 3, Marco Antonio Mota-Gomes 4, Eduardo Costa Duarte Barbosa 5, Lucio Paulo Ribeiro 6, Claudinelli Alvarenga Aguilar 7, Fabio Serra Silveira 8, Cristiano de Melo Rangel Gomes 9, Abraham Epelman 10, Annelise Machado Gomes de Paiva 4, Audes Diógenes Magalhães Feitosa, em nome dos investigadores do projeto LHAR Brasil11
PMCID: PMC10464860  PMID: 37586005

Resumo

Fundamento

Sabe-se que em torno de 30% dos pacientes apresentam valores de pressão arterial (PA) mais elevados quando examinados no consultório do que em suas residências. No mundo, admite-se que apenas 35% dos hipertensos já tratados tenham alcançado meta pressórica.

Objetivo

Fornecer dados epidemiológicos sobre o controle da PA nos consultórios, em uma amostra de cardiologistas brasileiros, avaliado pela medida de consultório e monitorização residencial da pressão arterial (MRPA).

Métodos

Análise transversal. Observou-se pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial, em tratamento anti-hipertensivo, podendo ou não estar com a PA controlada. A PA foi verificada no consultório por profissional médico, e no domicílio através da MRPA. A associação entre variáveis categóricas se deu por meio do teste do qui-quadrado (p < 0,05).

Resultados

Foram incluídos 2.540 pacientes, com idade média 59,7 ± 15,2 anos. A maioria dos pacientes eram mulheres (62%; n = 1.575). O estudo mostrou uma prevalência de 15% (n = 382) de hipertensão do avental branco não controlada, e 10% (n = 253) de hipertensão mascarada não controlada. A taxa de controle da PA no consultório foi 56,3%, e no domicílio, de 61%; 46,4% dos pacientes tiveram PA controlada no consultório e fora dele. Observou-se maior controle no sexo feminino e na faixa etária 49-61 anos. Observando o controle domiciliar com o novo ponto de corte das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020, a taxa de controle foi de 42,4%.

Conclusão

O controle pressórico nos consultórios em uma amostra de cardiologistas brasileiros foi de 56,3%; 61% quando a PA foi obtida no domicílio, e 46,4% quando o controle foi observado tanto no consultório como no domicílio.

Keywords: Hipertensão, Pressão Arterial, Monitorização Residencial da Pressão Arterial, Controle Pressórico

Introdução

A hipertensão arterial (HA) é uma condição crônica definida por valores persistentemente elevados de pressão arterial (PA) que, se não devidamente controlados, gera repercussões sistêmicas causadas por lesões estruturais e/ou funcionais a órgãos-alvo. A HA é o principal fator de risco modificável para os eventos cardiovasculares e cerebrovasculares. É considerada um importante problema de saúde pública por apresentar prevalência alta e crescente, baixos índices de controle e morbidade/mortalidade elevadas.1 - 4 A frequência autorreferida de diagnóstico médico de HA na população adulta das capitais brasileiras e Distrito Federal é de 25,2%, sendo maior entre mulheres (26,2%) do que entre homens (24,1%). Em ambos os sexos, essa frequência aumentou com a idade e diminuiu com o nível de escolaridade.5

A mensuração da PA é, naturalmente, imprescindível para o diagnóstico. No entanto, apesar de ser um procedimento simples, podem ocorrer erros durante sua medição, sejam relacionados ao aparelho, à técnica, à influência do ambiente, ao próprio paciente ou, ainda, ao observador.6 , 7 O diagnóstico de HA é dado, segundo os novos critérios da diretriz americana, quando o indivíduo apresenta valor de PA sistólica (PAS) ≥ 130 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) ≥ 80 mmHg, tanto em medida no consultório quanto domiciliar e ambulatorial.8 A última Diretriz Brasileira, a Europeia de 2018, como também a Diretriz da Sociedade Internacional de HA 2020, mantêm os critérios anteriores, considerando como hipertenso o indivíduo que apresenta PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg para medidas em consultório. A Diretriz Europeia e Brasileira trás, no entanto, mudanças nas recomendações sobre quando se considerar o início do tratamento medicamentoso de acordo com o risco cardiovascular.1 , 9 , 10 , 11

Sabe-se que porcentagem significativa – em torno de 30% – dos pacientes apresenta valores de PA mais elevados quando examinados no ambiente de consultório do que em suas residências.12 - 14 A hipertensão do avental branco (HAB) ocorre quando há elevação pressórica persistente no ambiente assistencial e valor normal fora dele, levando à superestimação dos níveis de PA do paciente e consequente erro no diagnóstico da HA. O oposto da HAB ocorre quando o paciente apresenta níveis pressóricos dentro dos limites de normalidade em medida realizada no consultório, porém PA elevada fora dele, o que caracteriza a hipertensão mascarada (HM). Para que seja possível diferenciar a HAB da hipertensão sustentada ou, ainda, para que se identifique a presença da HM, é necessário que se faça a medição da PA do paciente fora do ambiente médico. Os métodos atualmente utilizados são a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA).13 - 17

A MRPA é o registro da PA realizado durante a vigília pelo paciente ou outra pessoa treinada, através de aparelho automático, por vários dias, fora do ambiente de consultório, com número de medidas e horários previamente determinados. A MRPA demonstrou ser o método diagnóstico da HA que melhor atua na eliminação dos efeitos anteriormente citados,18 com as vantagens adicionais de apresentar boa reprodutibilidade, boa capacidade prognóstica, avaliação do efeito do tratamento em diferentes períodos do dia, custo relativamente baixo e boa aceitação pelo paciente. Uma revisão sistemática concluiu que tanto a baixa sensibilidade da medida de consultório para detectar o controle ótimo da PA quanto a associação da MRPA com mortalidade cardiovascular apoiam o uso rotineiro desta última na prática clínica.19 Estudos demonstraram que a utilização da MRPA no seguimento do paciente hipertenso está associada à melhor adesão ao tratamento medicamentoso, com consequente melhora no controle da PA e redução nos desfechos cardiovasculares quando comparada com a PA medida no consultório.7 , 20

No mundo, admite-se que menos de 15% da população total de hipertensos tenham alcançado a meta pressórica recomendada, e essa taxa é de apenas 35% entre os hipertensos já tratados.1 O fato ganha magnitude quando levamos em consideração que as metas pressóricas recomendadas pelas diretrizes mais recentes1 , 2 , 8 - 11 tornaram-se mais baixas, o que tende a aumentar o percentual de indivíduos hipertensos não controlados e, por consequência, o risco associado de morbidade e mortalidade de doenças cardiovasculares. O primeiro registro brasileiro de hipertensão,21 usando um ponto de corte mais baixo para controle da PA (< 130 × 80 mmHg), encontrou 24,3% da população geral controlados no início da observação, e 24,7% em 1 ano.

Assim, este estudo tem como objetivo fornecer dados epidemiológicos sobre o controle da HA nos consultórios em uma amostra de cardiologistas brasileiros, avaliado pela medida de consultório e residencial (MRPA).

Métodos

Trata-se de uma análise transversal, realizada em 231 centros particulares de atenção especializada em cardiologia, localizados em 23 estados brasileiros e mais o Distrito Federal, englobando todas as cinco regiões do Brasil, entre junho e dezembro de 2019. A amostra foi obtida por conveniência e constituída por pacientes com diagnóstico médico de HA, atendidos ambulatorialmente, com idade ≥ 18 anos, em tratamento anti-hipertensivo, podendo ou não estar com a PA controlada. Solicitou-se aos médicos investigadores que convidassem para participar da pesquisa sempre o segundo paciente do dia, para evitar um viés de seleção.

Preliminarmente, os participantes foram informados sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa e, a seguir, convidados a participar voluntariamente do estudo. Procedeu-se a coleta de dados após a assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O referido estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás com o CAEE: 08208619.8.0000.5078.

Foram coletados dados demográficos, clínicos e antropométricos. As variáveis data de nascimento, idade, sexo e uso ou não de medicação anti-hipertensiva foram coletadas através de questionário durante o atendimento. O peso e altura foram obtidos usando balanças antropométricas devidamente calibradas e validadas, e o índice de massa corpórea (IMC) de adultos classificado segundo a Organização Mundial da Saúde.22

A medida da PA de consultório foi realizada por profissional médico, segundo as recomendações das VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (VII DBHA),1 utilizando-se manguito apropriado em conformidade com as dimensões do braço do indivíduo. Não participaram do estudo pacientes com arritmia e circunferência do braço > 42 cm e < 22 cm, devido às limitações do medidor de PA.

A MRPA foi obtida segundo as orientações da IV Diretriz de Monitorização Residencial da Pressão Arterial e da Diretriz Europeia de Hipertensão Arterial.7 , 9 Dessa forma, foram adquiridas duas medidas no primeiro dia, ainda no ambiente do ambulatório (essas medidas não foram utilizadas para análise da média residencial), e medidas domiciliares de 4 dias consecutivos, com três medidas pela manhã e três medidas no horário noturno, totalizando 24 medidas. Os pacientes foram instruídos a realizar as medidas conforme protocolo e anotar num diário de PA para aumentar a adesão à metologia da MRPA. As medidas, também, foram registradas e armazenadas na memória do equipamento e posteriormente inseridas na plataforma TeleMRPA®, uma ferramenta de laudo a distância por telemedicina. Tanto a medida da PA de consultório como a MRPA foram obtidas através do equipamento eletrônico HEM 7320 (Omron Healthcare Co. Ltd., Kyoto Japan).

Considerou-se HA não controlada, com base na medida do consultório, daqueles participantes que tinham PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg, e com base na MRPA ≥ 135 mmHg para PAS e/ou ≥ 85 mmHg para PAD. Adicionalmente, analisamos a taxa de controle domiciliar com base nos novos valores de corte para MRPA, recomendados pela DBHA 202011 . Utilizou-se os termos HM não controlada (HMNC) para aqueles participantes da pesquisa que tiveram PA controlada no consultório, mas PA domiciliar ou ambulatorial elevada; HAB não controlada (HABN) para aqueles que tiveram a PA elevada no consultório, mas PA controlada residencial ou ambulatorial, e hipertensão sustentada (HS) para aqueles que tiveram a PA não controlada no consultório e ambulatorial. Embora os termos HAB e HM fossem, originalmente, definidos para pessoas que não estavam sendo tratadas para HA, nos últimos tempos, também, são usadas para descrever discrepâncias entre a PA no consultório e fora do consultório em pacientes tratados para HA.9 , 23

O banco de dados foi estruturado em Excel® (Microsoft) com os dados da MRPA importados da plataforma de registro, assim como os demais dados coletados pelos investigadores. As variáveis contínuas estão apresentadas como média e desvio padrão, enquanto as categóricas como frequências relativas e absolutas. A associação entre variáveis categóricas se deu por meio do teste do qui-quadrado. Adotou-se um valor de significância de p < 0,05. Foi utilizado o programa estatístico SPSS v. 21.0 (IBM Inc., Chicago, IL, EUA).

Resultados

A amostra estudada foi de 2.540 pacientes, sendo 1,9% (n = 49) dos participantes da pesquisa da região Norte, 18% (n = 458) da região Nordeste, 58,2% (n = 1479) da região Sudeste, 13,5% (n = 342) da região Sul, e 8,3% (n = 211) da região Centro-Oeste. Desses, 1.575 (62%) eram do sexo feminino, e 965 (38%), do sexo masculino. A idade média foi de 59,7 ± 15,2 anos, e o IMC médio, de 28,6 ± 5,1 kg/m2 ( Tabela 1 ).

Tabela 1. – Características descritivas da amostra (n = 2.540).

Variável n %
IMC
Desnutrição 23 0,9
Eutrofia 590 23,2
Sobrepeso 1.070 42,1
Obesidade 857 33,7
Sexo
Feminino 1.575 62,0
Masculino 965 38,0
  Média DP
Idade (anos) 59,7 15,2
IMC (kg/m2) 28,6 5,1

Fonte: dados da pesquisa. IMC: índice de massa corpórea; DP: desvio-padrão.

Os valores médios da PA de consultório foram de 133,3 ± 20,4 mmHg e 82,3 ± 13,2 mmHg, e pela MRPA as médias foram de 125,9 ± 16,1 mmHg, e 78,6 ± 9,3 mmHg para PAS e PAD, respectivamente. Os participantes da pesquisa tiveram 14 ou mais medidas válidas na MRPA, tendo a maioria (94%) dos participantes um total de 24 medidas válidas. O estudo mostrou uma prevalência de 15% (n = 382) de HABNC e 10% (n = 253) de HMNC ( Tabela 2 ).

Tabela 2. – Prevalência dos diferentes fenótipos de hipertensão (n = 2.540).

Fenótipos n %
HABNC 382 15
HC 1.168 46
HMNC 253 10
HS 737 29

Fonte: dados da pesquisa. HABNC: hipertenso do avental branco não controlado; HC: hipertenso controlado; HMNC: hipertenso mascarado não controlado; HS: hipertenso sustentado.

A prevalência de HABNC no sexo feminino foi de 16% (n = 252) e HMNC de 8,4% (n = 132), enquanto no sexo masculino essa prevalência foi de 13,5% (n = 130) para HABNC e 12,5% (n = 121) para HMNC. A prevalência de HMNC no sexo masculino foi significativamente maior que no sexo feminino, enquanto o sexo feminino apresentou o maior número de pacientes controlados. Em relação ao IMC não houve diferença estatística entre os fenótipos de hipertensão, e em relação à faixa etária, os mais idosos (quartil 4 = 70-98 anos) apresentaram a maior prevalência de HMNC e o menor controle pressórico ( Tabela 3 ).

Tabela 3. – Fenótipos versus variáveis.

Fenótipo Sexo p-valor*

Feminino (n = 1.575) Masculino (n = 965)

n % n %
Fenótipo         < 0,01
HABNC 252 16,0 130 13,5  
HC 754 47,9 414 42,9  
HMNC 132 8,4 121 12,5  
HS 437 27,7 300 31,1  
Fenótipo Índice de massa corpórea p-valor
Desnutrição (n 23) Eutrofia (n 590) Sobrepeso (n 1.070) Obesidade (n 857)
n % n % n % n %
Fenótipo                 0,24
HABNC 7 30,4 84 14,2 168 15,7 123 14,4  
HC 8 34,8 269 45,6 511 47,8 380 44,3  
HMNC 1 4,3 56 9,5 108 10,1 88 10,3  
HS 7 30,4 181 30,7 283 26,4 266 31,0  
Fenótipo Idade p-valor
Q1 (n 650) (18-49 anos) Q2 (n 673) (49-61 anos) Q3 (n 587) (61-70 anos) Q4 (n 630) (70-98 anos)
n % n % n % n %
Fenótipo                 < 0,01
HABNC 97 14,9 115 17,1 88 15,0 82 13,0  
HC 319 49,1 325 48,3 284 48,4 240 38,1  
HMNC 62 9,5 59 8,8 46 7,8 86 13,7  
HS 172 26,5 174 25,9 169 28,8 222 35,2  

*p-valor para o teste do qui-quadrado. Essa prevalência difere significativamente da prevalência dos indivíduos do sexo feminino. Essa prevalência difere significativamente da prevalência das demais colunas. HABNC: hipertenso do avental branco não controlado; HC: hipertenso controlado; HMNC: hipertenso mascarado não controlado; HS: hipertenso sustentado.

A taxa de controle da PA dos participantes da pesquisa no consultório foi 56,3% (n = 1.431). Já no domicílio, observamos um controle de 61% (n = 1.550), enquanto 46,4% (n = 1.178) dos participantes da pesquisa tiveram PA controlada no consultório e fora dele ( Figura central ).

Figura Central. : Registro Nacional do Controle da Hipertensão Arterial Avaliado pela Medida de Consultório e Residencial no Brasil: Registro LHAR.

Figura Central

Prevalência de controle geral.

Observando o controle domiciliar estratificado pelo sexo ( Figura 1 ) e idade ( Figura 2 ), encontrou-se maior controle no sexo feminino e no quartil 2 (faixa etária 49-61 anos), respectivamente.

Figura 1. – Prevalência de controle pressórico no domicílio estratificado por sexo (p < 0,05).

Figura 1

Figura 2. – Prevalência de controle pressórico no domicílio estratificado por idade (p < 0,05).*.

Figura 2

A Diretriz Brasileira de Hipertensão 202011 propôs como valores de normalidade para MRPA 130 mmHg para PAS e 80 mmHg para PAD. Observando esse novo ponte de corte, a prevalência de paciente HABNC foi de 7,6% (n = 194), HC 34,9% (n = 886), HMNC 21,8% (n = 553) e HS 35,7% (n = 907).

A Figura 3 expõe a prevalência de controle pressórico no consultório e no domicílio, observando o pontos de corte atual e o proposto anteriormente.

Figura 3. – Prevalência de controle com os novos pontos de corte para monitorização residencial da pressão arterial.

Figura 3

Discussão

O diagnóstico e tratamento da HA têm sido baseado principalmente na medição da PA no consultório. No entanto, a PA pode diferir consideravelmente quando medida no consultório e quando medida fora do ambiente do consultório,24 sendo que uma PA mais alta fora do consultório está associada a risco cardiovascular aumentado, independente da PA do consultório.

O presente estudo evidenciou que os indivíduos apresentaram PA mais elevada no consultório que as obtidas em domicílio. Sabe-se que as medidas da MRPA geralmente são mais baixas do que as realizadas no consultório e mais próximas da pressão média registrada durante a MAPA de 24 horas.25

A totalidade da amostra estudada obteve o número de medidas válidas na realização da MRPA. Uma MRPA com boa qualidade depende fundamentalmente das orientações fornecidas ao paciente e da utilização de um diário de medidas, que eliminam, em quase 100%, a necessidade de repetição de exames por número insuficiente de medidas.13 , 26

A MRPA fornece informações importantes sobre os níveis da PA fora do ambiente do consultório, em diferentes momentos do dia. Uma das grandes vantagens da MRPA é a identificação e acompanhamento dos fenótipos da hipertensão.7 A prevalência de HABNC e HMNC é bastante variável devido à diferença nas condições de tratamento, tipo de medida da pressão arterial fora do consultório e diferença nos critérios de corte das pressões obtidas em casa e no consultório.18

Estudo que utilizou a PA de consultório e a média da PA em casa pela manhã e pela noite e adotou os mesmos pontos de corte do presente estudo identificou prevalências mais altas (HMNC 19,0%, HABNC 19,4%, HC 23,0% e HSNC 38,7%). No referido estudo, a maioria dos pacientes com HMNC eram do sexo masculino, mais velhos, fumantes e etilistas, e frequentemente apresentavam um alto IMC, histórico de doenças cardiovasculares e mais complicações do que pacientes com HABNC ou hipertensão controlada.27

Pesquisas mundiais de controle da pressão arterial para metas recomendadas por diretrizes nacionais e internacionais revelaram consistentemente que, na prática clínica, a meta convencional de pressão arterial < 140/90 mmHg é alcançada apenas por uma minoria de pacientes.28 Uma revisão sistemática mostrou que o controle pressórico varia em torno de 28,4% nos países mais desenvolvidos e apenas 7,7% naqueles com menor grau de desenvolvimento.29 No Brasil, a taxa de controle variou de 10,4 a 35,2% em estudo de base populacional.30 No atual estudo, a taxa de controle observada foi mais alta que referida pelas outras investigações, chegando a 46,4% de controle (consultório e domicílio).

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças observou que aproximadamente 53,5% dos americanos não alcançam a meta de PA.31 Embora o monitoramento da pressão arterial no consultório seja o padrão usual de atendimento ou padrão-ouro para diagnóstico e tratamento da hipertensão, o monitoramento da pressão arterial em casa melhora o controle da PA32 e a adesão à medicação.33 Também já foram demonstradas diversas vezes que a PA domiciliar tem poder preditivo mais forte para mortalidade e morbidade do que a PA medida no consultório.28 , 34 - 36 Nos participantes desta pesquisa, o maior controle pressórico foi o domiciliar, sendo observado principalmente no sexo feminino e na faixa etária de 49-60 anos.

Resultados de um estudo sugerem que quase um terço dos pacientes considerados com controle adequado da PA pelos critérios clínicos convencionais não tem a PA controlada quando avaliada fora do consultório. É importante ressaltar que mais de um em cada três pacientes com PA casual limítrofe tem HMNC e, portanto, tem uma PA que não é adequadamente controlada.37

Estudo brasileiro observou que as taxas de controle da PA foram de 57,0% pela medida casual e 61,3% pela MRPA (p < 0,001), com prevalência de HABNC e HMNC de 15,4 e 11,1%, respectivamente.38 Estudos publicados na última década demonstram que valores de normalidade para MRPA são mais próximos de 130/80 mmHg do que 135/85 mmHg, dando suporte à mudança nos valores de referência de MRPA para 130/80 mmHg.39

Em 2020, análise envolvendo 9.868 indivíduos brasileiros não tratados mostrou que valores de PA no consultório, de 140/90 mmHg, corresponderam a valores de 130/82 mmHg na MRPA, enquanto ao analisar 10.069 brasileiros tratados, observou-se que valores de MRPA de 131/82 mmHg são equivalentes a valores da PA no consultório de 140/90 mmHg, e que valores de referência de MRPA mais baixos do que 135/85 mmHg são mais adequados para definir a presença de comportamento anormal da PA.40

Assim, a Diretriz Brasileira de HA 202011 recomendou que os valores de anormalidade de MRPA passassem a ser ≥ 130/80 mmHg, em substituição aos valores ≥135/85 mmHg recomendados previamente pela 7a Diretriz Brasileira de HA1 e pela 6a Diretriz de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial e 4ª Diretriz de Monitorização Residencial da Pressão Arterial.7 Dados de controle pressórico, com o novo ponto de corte proposto pela DBHA 2020,11 ainda não foram relatados na literatura. No referido estudo, percebe-se uma diminuição no controle domiciliar e no número de HABNC, como também um aumento no número de HMNC.

Vários estudos demonstraram que a adição da PA domiciliar ao gerenciamento rotineiro do paciente melhora a adesão ao tratamento, principalmente quando o monitoramento domiciliar da PA é associado à teletransmissão dos valores da PA mensurados pelos pacientes em casa.41 , 42 Essa é uma vantagem de suma importância, porque na vida real a baixa adesão ao tratamento é um fenômeno de proporções devastadoras,43 que pode ser considerado o principal responsável pelas baixas taxas de controle da PA que caracteriza a população hipertensa44 e torna a hipertensão ainda a primeira causa de morte no mundo.45 , 46

A obtenção de controle pressórico é crucial para evitar desfechos, como doenças cardiovasculares, insuficiência renal e derrame. Assim, diretrizes recomendam otimizar as dosagens de medicamentos ou adicionar medicamentos anti-hipertensivos até que a pressão arterial alvo seja alcançada.47 , 48 A inclusão da PA domiciliar no tratamento de pacientes hipertensos tratados favorece o efeito terapêutico de várias maneiras, ou seja, através de uma melhoria da adesão ao tratamento, evitando o supertratamento e reduzindo a inércia clínica.46 , 49

A inércia terapêutica do médico é também uma barreira para que os pacientes atinjam o controle pressórico desejado. Vários motivos podem ser subjacentes aos médicos para que não iniciem ou intensifiquem medicação anti-hipertensiva, incluindo a incerteza em relação à PA do paciente fora do consultório.50 - 53 A MRPA incentiva o atendimento centrado no paciente e melhora o controle da pressão arterial e os resultados do paciente.19

Limitações

Este estudo teve algumas limitações. A seleção dos participantes não foi estratificada no sentido de representar a população brasileira de acordo com a população de cada região, podendo assim ter superestimado a região Sudeste. Além disso, a procedência dos pacientes foi apenas de clínicas privadas, podendo não refletir a realidade dos brasileiros que utilizam o Sistema Único de Saúde.

Outra limitação foi o fato de não observar se existia uma correlação entre o controle e o número de medicamentos utilizados, assim como se outros fatores de risco influenciaram ou não o controle pressórico.

Conclusão

No presente estudo, o controle pressórico nos consultórios em uma amostra de cardiologistas brasileiros foi de 56,3%, levando em consideração a pressão verificada no interior dos consultórios; 61%, quando a PA foi obtida no domicílio; e 46,4% quando o controle foi observado tanto no consultório como no domicílio. A taxa de controle pressórico no domicílio é modificada para 42,4% utilizando-se os novos pontos de corte propostos pela DBHA 2020.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás sob o número de protocolo 2.985.410. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.

Fontes de financiamento: O presente estudo foi financiado por Indústria Farmacêutica SERVIER.

Referências

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Roberto Dischinger Miranda 1, Andréa Araujo Brandão 2, Weimar Kunz Sebba Barroso 3, Marco Antonio Mota-Gomes 4, Eduardo Costa Duarte Barbosa 5, Lucio Paulo Ribeiro 6, Claudinelli Alvarenga Aguilar 7, Fabio Serra Silveira 8, Cristiano de Melo Rangel Gomes 9, Abraham Epelman 10, Annelise Machado Gomes de Paiva 4, Audes Diógenes Magalhães Feitosa, em nome dos investigadores do projeto LHAR Brasil11

Abstract

Background

It is known that around 30% of patients have higher blood pressure (BP) values when examined at the office than at home. Worldwide, only 35% of patients with hypertension undergoing treatment have reached their BP targets.

Objective

To provide epidemiological data on BP control in the offices of a sample of Brazilian cardiologists, considering office and home BP measurement.

Methods

This is a cross-sectional analysis of patients with a hypertension diagnosis and undergoing antihypertensive treatment, with controlled BP or not. BP was assayed in the office by a medical professional and at home using home BP monitoring (HBPM). The association between categorical variables was verified using the chi-square test (p<0.05).

Results

The study included 2540 patients, with a mean age of 59.7 ± 15.2 years. Most patients were women (62%; n=1575). Prevalence rates of 15% (n=382) for uncontrolled white coat hypertension and 10% (n=253) for uncontrolled masked hypertension were observed. The rate of BP control in the office was 56.3% and at home, 61%. Meanwhile, 46.4% of the patients had controlled BP in and outside of the office. Greater control was observed in women and in the 49-61 years age group. Considering the new DBHA 2020 threshold for home BP control, the control rate was 42.4%.

Conclusion

BP control in the offices of a sample of Brazilian cardiologists was 56.3%; this rate was 61% when BP was measured at home and 46.4% when considering both the office and home.

Keywords: Hypertension, Blood Pressure, Home Blood Pressure Monitoring, Blood Pressure Control

Introduction

Hypertension is a chronic condition defined by persistently high arterial blood pressure (BP) values which, if not adequately controlled, generate systemic repercussions caused by structural and/or functional injury to target organs. Hypertension is the main modifiable risk factor for cardiovascular and cerebrovascular events. It is considered an important public health problem because of its high and increasing prevalence, low control rates, and high morbidity and mortality.1 - 4 The self-reported frequency of a medical diagnosis of hypertension in the adult population of Brazilian capitals and the Federal District is 25.2%, being higher among women (26.2%) than men (24.1%). In both sexes, this frequency increases with age and decreases with schooling levels.5

BP measurement is naturally vital to diagnosis. However, despite being a simple procedure, errors can happen during BP measurement and be related to the equipment, the technique, the environment, the patient, or the observer.6 , 7 A hypertension diagnosis is given, according to new criteria by the American guidelines, when an individual presents a systolic BP (SBP) ≥ 130 mmHg and/or a diastolic BP (DBP) ≥ 80 mmHg in home, office, and ambulatory measurements.8 The most recently published Brazilian guideline, the 2018 European guideline, and the 2020 International Society of Hypertension guideline support the previous criteria, considering an individual to have hypertension if he or she presents SBP ≥ 140 mmHg and/or DBP ≥ 90 mmHg in office measurements. The European and Brazilian guideline, however, brings changes to recommendations of when to consider beginning pharmaceutical treatment according to cardiovascular risk.1 , 9 , 10 , 11

It is known that a significant percentage – around 30% – of patients presents higher BP values when examined in the office environment when compared to their homes.12 - 14 White coat hypertension (WCH) occurs when persistent BP increases happen in the health care environment and normal values are perceived outside of this environment, leading to an overestimation of the patient’s BP levels and consequent mistakes in BP diagnosis. The opposite of WCH occurs when the patient presents BP levels within the normal range on office measurements, but increased BP outside of the office, which characterizes masked hypertension (MH). In order to differentiate WCH from sustained hypertension (SH) or even to identify the presence of MH, the patient’s BP must be measured outside of the health care environment. Currently used methods include ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) and home blood pressure monitoring (HBPM).13 - 17

HBPM is the BP measurement performed when the patient is awake, by him or herself or someone with training, with automatic equipment for several days outside the office environment, with predetermined numbers and moments of measurements. HBPM was demonstrated to be the method for diagnosing hypertension that best eliminates the aforementioned effects,18 with the additional advantages of presenting good reproducibility, good prognostic capacity, allowing assessment of treatment effects on different periods of the day, relatively low cost, and good acceptance by the patient. A systematic review concluded that both the low sensitivity of office measurements in detecting optimal BP control and the association between HBPM and cardiovascular mortality support the routine use of HBPM in clinical practice.19 Studies demonstrated that the use of HBPM when following up patients with hypertension is associated with better adherence to pharmaceutical treatment, with consequent improvement of BP control and reduced cardiovascular outcomes when compared to office BP measurements.7 , 20

Less than 15% of the global population with hypertension has reached the recommended BP target, and this rate is as low as 35% among patients with hypertension undergoing treatment.1 This fact is highlighted when considering that the BP thresholds recommended by the most recent guidelines1 , 2 , 8 - 11 have decreased, which tends to increase the percentage of individuals with uncontrolled hypertension and, consequently, the associated risk of morbidity and mortality by cardiovascular diseases. The first Brazilian registry of hypertension,21 using a lower threshold for BP (< 130 × 80 mmHg), found that 24.3% of the general population had controlled BP in the beginning of observation, and 24.7% had controlled BP after 1 year.

Therefore, this study aimed to provide epidemiological data on hypertension control in the medical offices of a sample of Brazilian cardiologists via office BP measurement and HBPM.

Methods

This is a cross-sectional analysis performed in 231 private health care centers specialized in cardiology and located in 23 Brazilian states and the Federal District, encompassing all regions of Brazil, between June and December 2019. The sample was obtained by convenience sampling and comprised patients who had a medical diagnosis of hypertension, were seen at ambulatory care, were aged ≥ 18 years, and were receiving antihypertensive therapy with a controlled BP or not. In order to avoid selection bias, we asked the physician investigators to invite the second patient seen in each day to participate in the study.

Individuals were initially informed on the objectives and procedures of the research and were then invited to voluntarily participate in the study. After they signed the informed consent form, data collection could begin. This study was approved by the Human Research Ethics Committee of Hospital das Clínicas at Universidade Federal de Goiás with No. 08208619.8.0000.5078.

We collected demographic, clinical, and anthropometric data. The variables date of birth, age, sex, and use of antihypertensive medication were collected through a questionnaire applied during the appointment. Weight and height were obtained using duly calibrated and validated anthropometric scales, and the body mass index (BMI) of adults was classified according to the World Health Organization.22

Office BP measurements were performed by physicians according to the recommendations by the VII Brazilian Guidelines of Hypertension (Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial [VII DBHA]),1 using a suitable cuff for the size of the individual’s arm. Patients with arrhythmia and arm circumferences > 42 cm and < 22 cm did not participate in the study because of limitations of the BP measurement instrument.

HBPM was obtained according to guidance by the IV Guidelines on Home Blood Pressure Monitoring and the European Guidelines on Arterial Hypertension.7 , 9 This way, two measurements were made on the first day, still in ambulatory environment (these were not used for analysis of mean home measurement), and home measurements were made in 4 consecutive days, with 3 measurements in the morning and 3 measurements in the night, totaling 24 measurements. The patients were instructed to perform measurements according to a protocol and record them in a BP diary for increasing adherence to the HBPM methodology. The measurements were also recorded and stored in the equipment memory and were then included in the TeleMRPA®platform, a telemedicine tool for providing remote reports. Both the office BP measurement and HBPM were obtained using HEM 7320 equipment (Omron Healthcare Co. Ltd., Kyoto Japan).

Participants were considered to have uncontrolled hypertension when SBP ≥ 140 mmHg and/or DBP ≥ 90 mmHg considering office measurements, or when SBP ≥ 135 mmHg and/or DBP ≥ 85 mmHg considering HBPM. Additionally, we analyzed the home BP control rate based on the new thresholds for HBPM, as recommended by the 2020 DBHA.11 We used the following terms: masked uncontrolled hypertension (MUCH) for participants who had a controlled BP in the office but increased home or ambulatory measurements; white coat uncontrolled hypertension (WUCH) for those with an increased BP in the office, but controlled home or ambulatory measurements; and SH for those with uncontrolled BP both in the office and ambulatory care. Even though WCH and MH were originally defined for people not receiving treatment for hypertension, they have recently been used to describe discrepancies between BP inside and outside of the medical office for patients being treated for hypertension.9 , 23

The database was structured using Microsoft Excel with data from HBPM imported from the recording platform, as well as other data collected by the investigators. Continuous variables are presented as means and standard deviations, whereas categorical variables are presented as relative and absolute frequencies. The association between categorical variables was verified through the chi-square test. We adopted a significance level of p < 0.05. We used SPSS v. 21.0 statistical software (IBM Inc., Chicago, IL, EUA).

Results

The studied sample included 2540 patients, of which 1.9% (n = 49) were from the North region, 18% (n = 458) were from the Northeast region, 58.2% (n = 1479) were from the Southeast region, 13.5% (n = 342) were from the South region, and 8.3% (n = 211) were from the Central-West region. Of these, 1575 (62%) were female and 965 (38%), male. The mean age was 59.7 ± 15.2 years and the mean BMI, 28.6 ± 5.1 kg/m2( Table 1 ).

Table 1. – Descriptive characteristics of the sample (n = 2540).

Characteristics n %
Malnutrition
Eutrophy 23 0.9
Overweight 590 23.2
Obesity 1070 42.1
Sex 857 33.7
Female
Male 1575 62.0
Masculino 965 38.0
  Mean SD
Age (years) 59.7 15.2
BMI (kg/m2) 28.6 5.1

Source: this study. BMI: body mass index; SD: standard deviation.

The mean office BP values were 133.3 ± 20.4 mmHg and 82.3 ± 13.2 mmHg; HBPM mean values were 125.9 ± 16.1 mmHg and 78.6 ± 9.3 mmHg for SBP and DBP, respectively. The participants had 14 or more valid measurements at HBPM, where most (94%) participants had a total of 24 valid measurements. The study showed a 15% prevalence (n = 382) of WUCH and a 10% prevalence (n = 253) of MUCH ( Table 2 ).

Table 2. – Prevalence of different phenotypes of hypertension (n = 2540).

Phenotypes n %
WUCH 382 15
CH 1.168 46
MUCH 253 10
SH 737 29

Source: this study. WUCH: white coat uncontrolled hypertension; CH: controlled hypertension; MUCH: masked uncontrolled hypertension; SH: sustained hypertension.

The prevalence of WUCH among women was 16% (n = 252) and that of MUCH was 8.4% (n = 132); among men, the prevalence rates were 13.5% (n = 130) for WUCH and 12.5% (n = 121) for MUCH. The prevalence of MUCH in men was significantly higher than in women, whereas women presented a higher number of patients with controlled hypertension. Regarding BMI, no statistical difference was observed between hypertension phenotypes; as to the age groups, older individuals (fourth quartile = 70-98 years) presented a higher prevalence of MUCH and the lowest BP control rate ( Table 3 ).

Table 3. – Phenotypes vs variables.

Phenotype Sex p-value*

Female (n = 1575) Male (n = 965)

n % n %
Phenotype         < 0.01
WUCH 252 16.0 130 13.5  
CH 754 47.9 414 42.9  
MUCH 132 8.4 121 12.5  
SH 437 27.7 300 31.1  
Phenotype Body Mass Index p-value
Malnutrition (n 23) Eutrophy (n 590) Overweight (n 1070) Obesity (n 857)
n % n % n % n %
Phenotype                 0.24
WUCH 7 30.4 84 14.2 168 15.7 123 14.4  
CH 8 34.8 269 45.6 511 47.8 380 44.3  
MUCH 1 4.3 56 9.5 108 10.1 88 10.3  
SH 7 30.4 181 30.7 283 26.4 266 31.0  
Phenotype Age p-value
Q1 (n 650) (18-49 years) Q2 (n 673) (49-61 years) Q3 (n 587) (61-70 years) Q4 (n 630) (70-98 years)
n % n % n % n %
Phenotype                 < 0.01
WUCH 97 14.9 115 17.1 88 15.0 82 13.0  
CH 319 49.1 325 48.3 284 48.4 240 38.1  
MUCH 62 9.5 59 8.8 46 7.8 86 13.7  
SH 172 26.5 174 25.9 169 28.8 222 35.2  

*p-value for the chi-square test.This prevalence significantly differs from the prevalence in female individuals.This prevalence significantly differs from the prevalence in female individuals. WUCH: white coat uncontrolled hypertension; CH: controlled hypertension; MUCH: masked uncontrolled hypertension; SH: sustained hypertension.

The rate of BP control among participants of the office research was 56.3% (n = 1431). As to those at home, we observed a control rate of 61% (n = 1550), whereas 46.4% (n = 1178) of the participants in the study had controlled BP both inside and outside of the medical office ( Central Illustration ).

Central Illustration. : National registry of hypertension control evaluated by office and home measurements: the LHAR National Registry.

Central Illustration

Prevalence of overall control.

When considering home BP control stratified by sex ( Figure 1 ) and age ( Figure 2 ), we observed higher control rates among women and in the second quartile (49-61 years age range), respectively.

Figure 1. – Prevalence of blood pressure control at home, stratified by sex (p < 0.05).

Figure 1

Figure 2. – Prevalence of blood pressure control at home, stratified by age (p < 0.05)*.

Figure 2

The 2020 Brazilian Guidelines of Hypertension11 proposed, as normal values for HBPM, 130 mmHg for SBP and 88 mmHg for DBP. Considering this new threshold, the prevalence of patients with WUCH was 7.6% (n = 194); with CH it was 34.9% (n = 886); with MUCH, 21.8% (n = 553); and with SH it was 35.7% (n = 907).

Figure 3 shows the prevalence of BP control in the office and at home, considering the current and previously proposed thresholds.

Figure 3. – Prevalence of control with the new thresholds for home blood pressure monitoring.

Figure 3

Discussion

The diagnosis and treatment of hypertension has been based mainly on office BP measurements. However, BP may differ considerably when measured in the medical office and outside of this environment,24 where higher BP values outside of the medical office are associated with increased cardiovascular risk regardless of the office BP.

This study showed that individuals showed increased BP values in the office when compared to measurements made at home. It is known that HBPM values are usually lower than office measurements and are closer to the mean BP recorded during the 24-hour ABPM.25

All the studied sample reached the number of valid measurements when performing HBPM. A good quality HBPM fundamentally depends on patient guidance and the use of a measurement diary, eliminating almost 100% of the need for repeating examinations due to insufficient measurements.13 , 26

HBPM provides important information on BP levels outside of the office environment in different moments of the day. One of the great advantages of HBPM is the identification and follow-up of hypertension phenotypes.7 The prevalence of WUCH and MUCH varies considerably due to differences in treatment conditions, type of BP measurement outside of the office, and thresholds for home and office BP measurements.18

A study that used office BP and the mean home BP measurement between the morning and evening, adopting the same thresholds of this study, identified higher prevalence rates (MUCH 19.0%; WUCH 19.4%; CH 23.0%; and SH 38.7%). In this study, most patients with MUCH were male, older, had smoking and alcohol habits, and frequently presented high BMI, history of cardiovascular diseases, and more complications than patients with WUCH or controlled hypertension.27

Global research on BP control for thresholds recommended by national and international guidelines consistently revealed that, in clinical practice, the conventional BP target of < 140/90 mmHg is reached only by a minority of patients.28 A systematic review showed that BP control varies from around 28.4% in developed countries to only 7.7% in developing countries.29 In Brazil, the control rate varied from 10.4% to 35.2% in a population-based study.30 In this study, the BP control rate was higher than that reported by other investigations, reaching 46.4% (office and home).

The Centers for Disease Control and Prevention observed that approximately 53.5% of Americans do not reach their BP targets.31 Although office BP monitoring is the usual standard of care or gold standard for diagnosing and treating hypertension, HBMP improves BP control32 and medication adherence.33 Home BP measurements have also recurrently been demonstrated to have stronger predictive power for morbidity and mortality than office BP measurements.28 , 34 - 36 Among our study’s participants, the highest BP control rate was seen at home, being observed mainly among women and in the 49-60 years age range.

A study suggests that almost one-third of patients considered to have adequate BP control by conventional clinical criteria do not have controlled BP when evaluated outside of the office. It is important to highlight that more than 1 in 3 patients with borderline casual BP has MUCH, and therefore an inadequately controlled BP.37

A Brazilian study observed that BP control rates went from 57.0% by casual measurement to 61.3% by HBPM (p < 0.001), with prevalence rates for WUCH and MUCH of 15.4% and 11.1%, respectively.38 Studies published in the last decade demonstrate that normal HBPM values are closer to 130/80 mmHg than to 135/85 mmHg, supporting the change in reference values for HBPM to 130/80 mmHg.39

In 2020, an analysis of 9868 untreated Brazilian individuals showed that office BP values of 140/90 mmHg corresponded to HBPM values of 130/82 mmHg, whereas when analyzing 10 069 treated Brazilians, they observed that HBPM values of 131/82 mmHg were equivalent to office BP values of 140/90, and that reference values for HBPM lower than 135/85 mmHg were more suitable for defining the presence of abnormal BP behavior.40

Therefore, the 2020 Brazilian Guidelines of Hypertension11 recommended that abnormal HBPM values were considered from ≥ 130/80 mmHg instead of ≥ 135/85 mmHg as previously recommended by the VII DBHA,1 the VI Guidelines on Ambulatory Blood Pressure Monitoring (Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), and the IV Guidelines on Home Blood Pressure Monitoring (Diretriz de Monitorização Residencial da Pressão Arterial).7 Data on BP control, with the new threshold proposed by the 2020 DHBA,11 have not yet been reported in the literature. In the aforementioned study, a decrease in home BP control and in the number of WUCH cases was observed along with an increase in the number of MUCH cases.

Various studies demonstrated that adding home BP measurements to routine patient management improves treatment adherence, especially when HBPM is associated with the teletransmission of BP values measured by patients at home.41 , 42 This is a crucial advantage, since in real life low treatment adherence is a phenomenon of devastating proportions43 that can be considered the main responsible for the low BP control rates characterizing the population with hypertension44 and making hypertension the main cause of death worldwide.45 , 46

Reaching BP control is vital to avoid outcomes such as cardiovascular diseases, kidney failure, and stroke. Therefore, guidelines recommend the optimization of drug doses or the addition of antihypertensive medications until the target BP is reached.47 , 48 The inclusion of home BP measurement in the treatment of patients with hypertension favors therapy in various ways, such as with improved treatment adherence, avoiding overtreatment, and reducing clinical inertia.46 , 49

Physician inertia is also a barrier to patients reaching the desired BP control. Various reasons could be underlying the physician’s decision to not initiate or intensify antihypertensive medication, including uncertainty of the patient’s BP outside of the office.50 - 53 HBPM promotes patient-centered care and improves BP control and patient results.19

Limitations

This study had some limitations. Participant selection was not stratified in the sense of representing the whole Brazilian population according to that of each region, thus it may have overrepresented the Southeast region. Moreover, the patients were originated from private practices, which may not reflect the reality of Unified Health System users.

Another limitation was the fact that we did not observe whether there was a correlation between BP control and the number of drugs being used, or whether other risk factors influenced BP control.

Conclusion

In this study, the BP control rate in the medical offices of a sample of Brazilian cardiologists was 56.3%, considering the BP verified in office measurements; it was 61% when BP was measured at home, and 46.4% when control was observed both in the office and at home. The home BP control rate changes to 42.4% when using the new thresholds proposed by the 2020 DBHA.

Study association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Ethics approval and consent to participate

This study was approved by the Ethics Committee of the Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás under the protocol number 2.985.410. All the procedures in this study were in accordance with the 1975 Helsinki Declaration, updated in 2013. Informed consent was obtained from all participants included in the study.

Sources of funding: This study was partially funded by Indústria Farmacêutica SERVIER.


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