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. 2023 Nov 23;120(10):e20230375. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20230375
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Uma Iniciativa Nacional de Melhoria da Qualidade em Cardiologia: O Programa de Boas Práticas em Cardiologia no Brasil

Fabio Papa Taniguchi 1, Sabrina Bernardez-Pereira 1, Antônio Luiz Pinho Ribeiro 2, Louise Morgan 3, Anne B Curtis 4, Kathryn Taubert 5, Denilson Campos de Albuquerque 6, Sidney C Smith Jr 7, Angêlo Amato Vincenzo de Paola, Investigadores do BPC8
PMCID: PMC10697684  PMID: 38055374

Resumo

Fundamento

Apesar de progresso significativo na melhoria da qualidade do tratamento de doenças cardiovasculares, lacunas persistem em termos de falha na adesão às recomendações de diretrizes.

Objetivo

Este estudo avalia os efeitos da implementação de um programa de melhoria da qualidade adaptado do Programa Get with the guidelines® da American Heart Association sobre a adesão às diretrizes para síndrome coronária aguda (SCA), fibrilação atrial (FA) e insuficiência cardíaca (IC).

Métodos

Avaliamos dados demográficos, medidas de qualidade, e desfechos em curto prazo em pacientes com SCA, FA, e IC incluídos no programa Boas Práticas em Cardiologia (BPC) entre 2016 e 2022.

Resultados

Este estudo incluiu 12167 pacientes em 19 hospitais no Brasil. A idade média foi 62,5 [53,8-71] anos, 61,1% eram do sexo masculino, 68,7% apresentaram hipertensão, 32% diabetes mellitus, e 24,1% dislipidemia. Os escores médios compostos tiveram desempenho sustentável entre o período inicial e o último trimestre do seguimento: 65,8±36,2% a 73± 31,2% para FA (p=0,024); 81,0± 23,6% a 89,9 ± 19,3% para IC (p<0,001), e de 88,0 ± 19,1 a 91,2 ± 14,9 para SCA (p<0,001).

Conclusões

O programa BPC é um programa de melhoria de qualidade no Brasil, em que dados em tempo real, obtidos usando métricas de diretrizes de cardiologia, foram implementados, resultando em uma melhora global no manejo da FA, IC e SCA.

Keywords: Cardiologia, Melhoria de Qualidade, Prática Clínica Baseada em Evidência

Introdução

A doença cardiovascular (DCV) impõe um peso econômico e de saúde significativo no Brasil, sendo que o país apresenta uma das taxas de mortalidade mais altas por DCV no mundo, comparável com a China e o Leste Europeu.1 Para abordar essa questão, o programa Boas Práticas em Cardiologia (BPC) foi implementado no Brasil. O programa é liderado de maneira colaborativa pelo Hospital do Coração (HCor), pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela American Heart Association (AHA), e pelo Ministério da Saúde, e visa melhorar o tratamento da DCV adaptando programas de melhoria da qualidade do programa Get With The Guidelines®.2-6

O programa BPC no Brasil é o primeiro exemplo em que três programas de qualidade, adaptados da AHA, são iniciados simultaneamente fora dos Estados Unidos. Especificamente, o programa visa a melhora do cuidado da síndrome coronária aguda (SCA), da insuficiência cardíaca (IC), e da fibrilação atrial (FA). Seus objetivos incluem: (1) descrever as características, o tratamento hospitalar e os desfechos de pacientes admitidos em hospitais públicos no Brasil, (2) avaliar a efetividade dos programas de melhoria da qualidade no tratamento e nos desfechos, e (3) explorar e otimizar as estratégias de melhoria da qualidade no sistema de saúde brasileiro. Este artigo apresenta os desfechos e os resultados do programa BPC, com o objetivo de identificar outras oportunidades para melhoria da qualidade e orientar o desenvolvimento de estratégias e ferramentas efetivas para melhorar os desfechos cardiovasculares no Brasil.

Métodos

Delineamento do estudo

O programa BPC é uma iniciativa de melhoria da qualidade com um registro nacional com foco nas medidas da qualidade do tratamento da SCA, IC e FA (Figura Central). Um procedimento padrão foi usado durante a coleta de dados dos prontuários médicos dos pacientes, e auditorias regulares de qualidade para assegurar a acurácia e completude dos dados da pesquisa foram realizadas pelo centro coordenador. O estudo foi aprovado pelos comitês de ética em pesquisa do HCor, São Paulo, Brasil (48561715.5.1001.0060) e de cada hospital participante. Detalhes do delineamento e da metodologia do programa BPC foram descritos em outro estudo.2

Figura Central. : Uma Iniciativa Nacional de Melhoria da Qualidade em Cardiologia: O Programa Boas Práticas em Cardiologia no Brasil.

Figura Central

IECA/BRA: inibidor de enzima conversora de angiotensina / bloqueador de receptor de angiotensina; TP/INR: tempo de protrombina/ razão normalizada internacional; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; DSVE: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; AVC: acidente vascular cerebral; AIT: ataque isquêmico transitório; DVP: doença vascular periférica.

Os dados coletados incluíram variáveis demográficas, informações pré-hospitalares, diagnóstico e tratamento na internação atual, tratamento medicamentoso, eventos clínicos durante a internação, orientação de alta, e diagnóstico de alta.

Medidas de resultados

As medidas de desempenho foram delineadas para avaliar a qualidade do tratamento de pacientes com SCA, IC e FA. As medidas foram desenvolvidas de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do American College of Cardiology /American Heart Association. Medidas de desempenho para cada condição crítica foram analisadas para cada centro antes e após a participação no programa BPC (Tabela 1).

Tabela 1. – Medidas de desempenho.

Fibrilação atrial
IECA/BRA prescrito antes da alta (FEVE ≤40)
Escore de risco CHA2DS2–VASc documentado antes da alta
Betabloqueador prescrito antes da alta (FEVE≤ 40)
Anticoagulação prescrita antes da alta
Acompanhamento do TP/INR documentado antes da alta para tratamento com varfarina
Escore de risco HAS-BLED antes da alta
Estatina na alta em pacientes com FA e DAC, AVC/ AIT, DVP ou diabetes
Síndrome coronária aguda
Aspirina nas 24 horas de internação
Aspirina na alta
Betabloqueadores na alta
IECA/BRA prescrito antes da alta (FEVE ≤40)
Estatina na alta
Aconselhamento ao adulto para cessação do tabagismo
Controle da hipertensão
Tempo porta-agulha de 30 minutos
Tempo porta-balão de 90 minutos
Insuficiência cardíaca
IECA/BRA na alta para pacientes com DSVE
Betabloqueadores na alta para pacientes com DSVE, sem contraindicações
Avaliação da FEVE
Consulta pós-alta
Prescrição de antagonista de aldosterona

IECA/BRA: Inibidor de enzima conversora de angiotensina / bloqueador de receptor de angiotensina; GWTG-HF: Get With The Guidelines-Heart Failure; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; DSVE: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; AVC: acidente vascular cerebral; AIT: ataque isquêmico transitório; DVP: doença vascular periférica; FA: fibrilação atrial; DAC: doença arterial coronariana.

Uma medida composta de desempenho foi definida como uma combinação de medidas primárias de desempenho, convertida em um único número para resumir múltiplas dimensões e facilitar comparações entre os centros. Um escore composto de um centro foi relatado como a média da medida composta do paciente a cada período de três meses.

Análise estatística

Os dados são apresentados em frequência, média (desvio padrão), ou mediana (quartis). A avaliação do escore composto foi realizada usando um modelo linear de efeitos mistos com efeito do tempo polinomial (trimestre) e interceptos e inclinação aleatórios. Modelos com polinomiais de grau 1 a 5 foram justados e o melhor modelo usado com base nos critérios de Akaike. Componentes binários do último trimestre foram comparados com medidas basais usando a regressão logística mista, com intercepto aleatório ao centro.

O nível de significância foi estabelecido em 0,05 em todos os testes. O programa R (http://www.R-project.org) foi usado para as análises.

Resultados

De março 2016 a novembro 2022, um total de 12167 pacientes com diagnóstico de SCA, IC, ou FA foram incluídos de 19 instituições de diferentes regiões do Brasil, principalmente nordeste e sudeste. Os dados demográficos e clínicos da população total de pacientes, que incluiu 2503 pacientes com FA, 3574 pacientes com IC, e 6090 pacientes com SCA estão apresentadas na Tabela 2. A idade mediana dos pacientes foi de 62,5 anos, e 61,1% eram homens. Havia uma alta prevalência de comorbidades, incluindo hipertensão (68,7%), diabetes mellitus (32,0%), e dislipidemia (24,1%).

Tabela 2. – Dados demográficos e história clínica dos pacientes.

  FA (n=2503) IC (n=3574) SCA (n=6090) Total (n=12167)
Idade; Mediana [IIQ] 66 [57,3 - 74,2] 61 [51 - 70,8] 61,7 [54,3-69,1] 62,5 [53,8 - 71]
Sexo masculino (%) 52,5 58,4 66,3 61,1
Raça branca (%) 49,7 31,5 38,4 38,7
Raça mulata (%) 36,9 52,2 47,7 46,7
Raça negra (%) 12,0 15,4 12,8 13,4
Raça amarela (%) 0,9 0,8 0,7 0,8
Hipertensão (%) 71,5 70,6 82,5 68,7
Diabetes mellitus (%) 24,1 35,1 41,5 32,0
Dislipidemia (%) 26,3 21,8 30,3 24,1
AVC prévio (%) 14,3 9,8 6,6 8,3
Doença arterial coronariana (%) 10,5 14 18 13,5
Doença arterial periférica (%) 4,9 3,8 2,5 3,1
Infarto do miocárdio (%) 11,7 18,7 20,7 16,2
Fibrilação atrial permanente / Flutter atrial (%) 81,9 25,4 3,2 24,8
Valvulopatia reumática (%) 6,6 6 0,3 3,1
Valvulopatia (%) 13,5 15,9 1,1 8,0
Diálise (%) 0,8 1,8 1,5 1,3
Insuficiência renal (Cr>2.0)(%) 5,4 14,6 3,6 6,6
Angioplastia prévia (%) 5,5 10,9 11,4 10
RM prévio (%) 4,2 5,7 3,4 4,2
Prótese valvar (%) 9,4 9,1 0,6 4,9
Tabagismo (%) 5,2 7,6 25,5 15,2
IMC, mediana [IIQ] 25,3 [21,9 - 28,9] 25,7 [22,2 - 29,6] 26,3 [23,7 - 29,3] 25,4 [22,3 - 28,9]
FEVE, mediana [IIQ] 61 [46 - 67] 36 [26 - 53] 54 [42 - 62] 51 [36 - 63]

RM: revascularização do miocárdio; IMC: índice de massa corporal; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; AVC: acidente vascular cerebral; FA: fibrilação atrial; IC: insuficiência cardíaca; SCA: síndrome coronária aguda.

A Figura 1 apresenta os resultados das medidas compostas de desempenho no período de 22 trimestres de acompanhamento. Para considerar a variação do tempo em que os centros participantes estiveram envolvidos na coleta de dados, realizou-se uma análise por um período de 20 meses durante o qual o maior número de pacientes esteve presente (Tabela 3).

Figura 1. - Evolução das medidas compostas de desempenho a partir do basal ao longo do tempo (em trimestre); IC: insuficiência cardíaca; FA: fibrilação atrial; SCA: síndrome coronária aguda.

Figura 1

Tabela 3. – Medida composta de desempenho, durante um período de mais de 20 meses na maioria dos centros.

Fibrilação atrial
Trimestre Valor médio Diferença do basal Valor p
Baseline 52,92 (42,53; 63,3) - -
Trimestre 2 59,24 (50,18; 68,31) 6,33 (2,93; 9,72) < 0,001
Trimestre 3 63,83 (55,33; 72,32) 10,91 (4,93; 16,89) < 0,001
Trimestre 4 66,66 (58,28; 75,04) 13,74 (5,69; 21,79) < 0,001
Trimestre 5 67,74 (58,86; 76,62) 14,83 (4,76; 24,89) 0,004
Trimestre 6 67,08 (56,55; 77,61) 14,16 (1,59; 26,74) 0,027
Insuficiência cardíaca
Trimestre Valor médio Diferença do basal Valor p
Baseline 79,94 (74,78; 85,1) - -
Trimestre 2 83,02 (78,43; 87,61) 3,08 (1,09; 5,06) 0,002
Trimestre 3 85,24 (80,8; 89,69) 5,3 (2,1; 8,5) 0,001
Trimestre 4 86,61 (82,34; 90,88) 6,67 (2,88; 10,46) < 0,001
Trimestre 5 87,12 (83,01; 91,24) 7,18 (3,08; 11,29) < 0,001
Trimestre 6 86,78 (82,15; 91,41) 6,84 (2,02; 11,66) 0,005
Síndrome coronária aguda
Trimestre Valor médio Diferença do basal Valor p
Baseline 87,72 (83,89; 91,54) - -
Trimestre 2 87,31 (83,69; 90,94) -0,4 (-2,72; 1,92) 0,734
Trimestre 3 88,16 (84,64; 91,69) 0,45 (-2,58; 3,47) 0,773
Trimestre 4 89,19 (85,44; 92,94) 1,48 (-2,27; 5,22) 0,44
Trimestre 5 89,34 (84,97; 93,71) 1,62 (-3,08; 6,32) 0,499
Trimestre 6 87,53 (82,36; 92,71) -0,18 (-5,98; 5,61) 0,951

A Tabela 4 apresenta medidas de desempenho individuais para IC – uso de bloqueador de receptor de angiotensina / inibidor de enzima conversora de angiotensina (BRA/IECA) para pacientes com disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (DSVE) e prescrição de antagonista de aldosterona – que apresentou melhora significativa do basal; para FA – acompanhamento do tempo de protrombina/ razão normalizada internacional (PT/INR), escore HAS-BLED e uso de estatina na alta hospitalar – que também mostrou melhora significativa; e para SCA – prescrição de aspirina na admissão hospitalar, betabloqueadores e estatina na alta. A Tabela 5 apresenta a mortalidade hospitalar, mortalidade em 180 dias, e novas internações.

Tabela 4. – Medidas de desempenho para fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e síndrome coronária aguda.

Medidas de desempenho para FA* Baseline (n=364) 6 trimestres consecutivos (n=181) p
BRA/IECA na alta 83,7 80,6 0,973
Escore CHADS-VASC2 47,4 43,1 0,461
Betabloqueadores na alta 81 91,8 0,101
Anticoagulação 78,4 82,8 0,318
Acompanhamento do TR/INR 87,1 97,7 0,002
Escore HAS-BLED 23,6 38,1 0,001
Estatina na alta 64,8 82,1 0,006
Escore médio composto 65,8 ± 36,2 73 ± 31,2 0,024
Medidas de desempenho para IC** Baseline (n=326) 6 trimestres consecutivos (n=224) p
BRA/IECA na alta para pacientes com DSVE 72,9 87,2 0,008
Betabloqueadores na alta para pacientes com DSVE 86,8 91,9 0,263
Avaliação da FEVE 90,8 94,9 0,128
Consulta pós-alta 82,5 88,8 0,077
Antagonista de aldosterona 64,2 82,8 0,004
Escore médio composto 81 ± 23,6 89,9 ± 19,3 <0,001
Medidas de desempenho para SCA*** Baseline (n=485) 6 trimestres consecutivos (n=394) p
Aspirina na admissão hospitalar 90,2 94,7 0,035
Aspirina na alta 94,4 96,2 0,281
Betabloqueadores na alta 82,1 88,6 0,013
BRA/IECA na alta para pacientes com FEVE < 40% 79,6 83,8 0,546
Estatina na alta 87,3 95,2 <0,001
Controle da pressão arterial na alta 95,4 96,5 0,682
Aconselhamento ao adulto para cessação do tabagismo 92 75,3 0,004
Tempo porta-agulha 55,6 33,3 1
Tempo porta-balão 64,4 68,3% 0,621
Escore médio composto 88 ± 19,1 91,2 ± 14,9 <0,001

*Proporção de pacientes com fibrilação atrial (FA) não valvular/ pacientes com flutter atrial e avaliação do risco CHADS2-VASc documentada; proporção de pacientes com avaliação do risco HASBLED documentada; proporção de pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 40% ou pacientes com FA com FEVE ≤ 40% ou pacientes com síndrome coronária aguda (SCA) com FEVE < 45% e prescrição de inibidor de enzima conversora de angiotensina / bloqueador de receptor de angiotensina (IECA/BRA) na alta; proporção de pacientes com FA e alto risco de tromboembolismo de acordo com o CHADS2_VASc, tomando anticoagulantes; proporção de pacientes com FA com doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral/ataque isquêmico transitório; doença vascular periférica ou diabetes, que receberam prescrição de estatina na alta; proporção de pacientes com SCA sem contraindicação e estatina prescrita para controle do colesterol LDL na alta; proporção de pacientes com FA usando varfarina e planejamento de acompanhamento da razão normalizada internacional (INR) na alta. **Proporção de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e disfunção ventricular esquerda documentada nos prontuários médicos ou em qualquer outro registro hospitalar acessível nos 12 meses antes da internação ou durante a internação, ou com plano de acompanhamento após a alta. Proporção de pacientes com IC e FEVE < 40% ou pacientes com FA e FEVE ≤ 40%, ou pacientes com SCA e FEVE < 45% com IECA/BRA prescrita na alta; proporção de pacientes com SCA e betabloqueador prescrito na alta; proporção de pacientes com IC e FEVE ≤ 35%, tomando inibidores de aldosterona; proporção de pacientes com IC com seguimento agendado e documentado. ***Proporção de pacientes com SCA recebendo aspirina nas 24 horas da internação no hospital; proporção de pacientes com SCA com prescrição de aspirina na alta, proporção de pacientes com SCA com prescrição de betabloqueador na alta; proporção de pacientes com IC e FEVE < 40% ou pacientes com FA com FEVE ≤ 40% ou pacientes com SCA e FEVE < 45% com IECA/BRA prescrito na alta; proporção de pacientes com SCA sem contraindicações e estatina prescrita para controle do colesterol LDL na alta; proporção de pacientes com SCA em uso de medicamento para controle da pressão arterial; proporção de pacientes com SCA que são fumantes ativos nos últimos 12 meses, recebendo aconselhamento para cessar o tabagismo durante a internação ou na alta; proporção de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com supra de ST (IAMSST) submetidos à trombólise em 30 minutos, angioplastia primária em até 90 minutos após chegada no hospital IAMSST. IECA/BRA: inibidor de enzima conversora de angiotensina / bloqueador de receptor de angiotensina; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; DSVE: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; AVC: acidente vascular cerebral; AIT: ataque isquêmico transitório; TP/INR: tempo de protrombina/ razão normalizada internacional.

Tabela 5. – Mortalidade hospitalar, em 180 dias e novas hospitalizações.

  Fibrilação atrial Insuficiência cardíaca Síndrome coronária aguda
Mortalidade hospitalar      
n/N (% [CI95%]) 9/135 (6,67%)* 120/1305 (9,2%) 44/1959 (2,25%)
Mortalidade      
Taxa por 100 pacientes/ano (IC95%) 28/518 (5,4 [3,4 - 8,4]) 146/440 (32,9 [27,0 - 40,1]) 70/764 (9,1 [6,8 - 12,1])
Internação      
Taxa por 100 pacientes/ano (IC95%) 34/508 (6,5 [4,3 - 9,8]) 189/389 (42,6 [35,8 - 50,7]) 167/715 (21,7 [18,1 - 26,1])
Internação ou morte      
Taxa por 100 pacientes/ano (IC95%) 57/508 (10,9 [8,0 - 15,0]) 312/389 (70,4 [61,5 - 80,5]) 222/715 (28,9 [24,6 - 33,9])

Intervalo de confiança para taxa estimada por regressão de Poisson, com tempo para o evento como offset.

Discussão

O Brasil apresenta um dos maiores sistemas de saúde público em termos de cobertura populacional, embora a qualidade da assistência oferecida pelo sistema seja frequentemente desafiada. A mortalidade hospitalar por doenças cardiovasculares no Brasil é ainda alta, e programas robustos de melhoria da qualidade são desejáveis e necessários. Programas como o GWTG mostraram serem capazes de melhorar o valor da assistência à saúde, identificando lacunas críticas, promovendo intervenções de melhoria de qualidade, medindo a taxa e o grau de mudança, e identificando o potencial para novas medidas de qualidade com base em resultados científicos.6-9

Desde seu início, a estratégia do programa BPC de 1) gerar novos conhecimentos, 2) identificar oportunidades de melhoria, 3) priorizar ações, e 4) implementar melhorias com base em evidência são valiosas para as instituições participantes. Uma vez identificadas a partir da análise dos indicadores, as intervenções propostas2 são coordenadas pelo grupo administrador do projeto. Elas incluem checklists e lembretes, webinars, relatórios automáticos e em tempo real por banco de dados eletrônico, materiais educativos, reuniões trimestrais para auditoria, feedback e reconhecimento, e treinamento de hospitais em metodologias para melhoria da qualidade para a implementação de ciclos rápidos de melhoria utilizando ferramentas promovidas pelo Institute for Healthcare Improvement que possibilitam que os hospitais desenvolvam planos de ação para alcançar a melhoria desejada.

Por ser um estudo de registro do mundo real, o programa BPC oferece uma informação abrangente do desempenho e da qualidade. Durante esse período, observamos uma melhoria geral a cada trimestre no cuidado baseado em evidência para FA, SCA e IC.

Hospitais universitários selecionados para o programa BPC tinham experiência prévia no manejo de paciente com IC. Isso explica seu melhor desempenho basal, com maior adesão às medidas de desempenho em comparação ao registro BREATHE.10 Embora isso represente um cenário favorável para os programas universitários, houve oportunidade para a melhoria de indicadores de desempenho como visto com a prescrição de BRA/IECA na alta hospitalar dos pacientes com DSVE e prescrição de antagonista de aldosterona pós-alta hospitalar. Um dado interessante foi que a prescrição de BRA/IECA na alta foi consideravelmente mais baixa em comparação ao programa GWTG.6,7 Observou-se boa adesão aos bloqueadores de receptor de aldosterona.

Em comparação ao estudo PEACE 5r-HF (China Patient-centered evaluative Assessment of Cardiac Events Retrospective Study of Heart Failure) conduzido na China,11 os pacientes do programa BPC eram mais jovens, tinham maior probabilidade de serem do sexo feminino, e apresentavam maiores taxas de hipertensão e diabetes.

Na alta hospitalar, as taxas de prescrição de IECAs e BRAs eram bem mais baixas na China (51,5% para IECAs ou BRAs) em comparação ao programa BPC (87,2%). Entre os candidatos elegíveis com IC e fração de ejeção reduzida, as taxas de prescrição de betabloqueadores foram de 46,2% na China e 91,9% no Brasil e de antagonistas de receptores de aldosterona foram 64,2% na alta na China em comparação a 82,8% no Brasil. A avaliação da Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) é uma medida de qualidade fundamental no tratamento de pacientes com IC,12 e é notável que as instituições participantes do programa BPC obtêm índices similares aos de centros americanos e europeus. No entanto, o viés dos centros selecionados pode ter afetado esse resultado.6,13

O escore composto basal para FA no programa BPC foi bem similar ao relatado recentemente no estudo chinês.14 A hipertensão e o diabetes foram mais frequentes em nossa série. Como esperado, tivemos menos casos de novos diagnósticos de FA, uma vez que pacientes em tratamento ambulatorial também foram incluídos na análise.

Observou-se uma melhora marcante na determinação do escore HAS-BLED e na prescrição de estatina. Seguindo as recomendações de diretrizes,15-17 uma alta adesão à terapia com varfarina seria esperada, utilizando o TP/INR como controle do tratamento durante o acompanhamento.

Em relação à SCA, nossos dados diferiram-se aos do estudo chinês.10 Nossos pacientes eram mais jovens, e com uma maior proporção de mulheres. Hipertensão, diabetes, dislipidemia, e infarto do miocárdio prévio foram mais prevalentes em nossa série. Nossos resultados também foram diferentes de um registro nacional prévio conduzido no Brasil. Na população do nosso programa de BPC, tivemos mais pacientes com infarto do miocárdio que pacientes com angina instável.18

A taxa de prescrição de aspirina na alta foi de 96,2%, que é comparável a de diferentes países como o Reino Unido (98,1%) e a Suécia (94,6%).

Ainda, a taxa de uso de betabloqueadores na alta foi 88,6%, também comparável à do Reino Unido (95,6%) e da Suécia (88,7%).19-21

A comparação dos resultados do programa BPC com uma série do GWTG para SCA publicada,6 tivemos taxas similares de desempenho, superiores a 90% de adesão às medidas de desempenho. Uma exceção foram as taxas de uso de BRA/IECA na alta hospitalar para pacientes com FEVE <40% no BPC.

Em comparação ao projeto CCC-ACS da China,22 dados da SCA do programa BPC revelaram melhor desempenho, em termos de prescrição de aspirina, IECA/BRA, betabloqueadores e estatinas.

Também encontramos um aumento nas taxas de prescrição de betabloqueadores e estatinas na alta durante o estudo.

Limitações

Há várias limitações do programa BPC que podem ter impacto sobre os resultados. A participação foi voluntária, e hospitais públicos terciários foram incluídos no estudo. Apesar de se haver planejado a coleta de dados de pacientes consecutivos, isso não foi sempre possível. Ainda, pelo fato de os serviços de emergência serem prestados em unidades de emergência no Brasil, não tivemos acesso a esses dados antes que o paciente chegasse no hospital. Por fim, mais estudos são necessários para avaliar medidas de desempenho e variância na qualidade entre os hospitais.

Conclusões

O programa BPC é um programa de melhoria de qualidade no Brasil, em que dados em tempo real, derivados de diretrizes de cardiologia, foram implementados, com uma melhora global no manejo da FA, IC e SCA.

Pesquisadores do programa BPC

HCor - Camila PP Toth, Camila RL Andretta, Denila B Silva, Erica DM Morosov, Patricia Vendramin, Suzana A Silva, Viviane B Campos; Brazilian Society of Cardiology - David Brasil, Fernanda Consolim, Fernando Bacal, Leandro I Zimerman; HC-UFU- Uberlânda, MG: Elmiro Resende (PI). Adriadne J Bertolin, Aguinaldo C Silva, Daniel B Oliveira ,Elaine F Silveiro, Fernanda R Souza, Poliana R Alves, Silvana F Andrade; IC-DF- Brasília, DF: Vitor S Barzilai (PI) Diego M Mesquita, Kaytiussia R Sena, Kenzo W Fernandes, Klícia BB Matioli, Rayane MC Lacourt, Ruanna M Rodrigues, Thaynara AS Silva; Santa Lúcia Hospital - Poços de Caldas, MG: Frederico TCD Orto (PI), Gislayne R Ribeiro, Luciana AP Andrade, Raquel Lopes, Ricardo R Bergo; HC-UEL - Londrina, PR: Manoel F Canesin (PI), Alessandra L Boçois, Daniela O Anjos, Fábio M Sekiyama, Fernando H Curan, Fabrício Furtado, Glaucia S S Maier, Juliana TM Lima, Lucas S Mello, Mayara CS Santos , Priscila B Ferreira, Vinícius AB Beleze; Ana Nery Hospital - Salvador, BA: Luiz CS Passos (PI), Marco AV Guedes (PI), Aline GB Jesus, Daniela C Dorta, Giedre A Ribeiro, Julia C Braga, Lucas H Oliveira, Marina B Martins, Osvaldo MS Neto, Ramana A Rangel, Rodrigo MV Melo, Rosane F Estevão, Tainara Cerqueira, Vitor C Fontes, William Carvalho; HC-UFMG - Belo Horizonte, MG: Luiz G Passaglia (PI), Ana CC Rios, Carolina T Cunha, Darkiane Ferreira, Gísia B Teodoro, Érika N Oliveira, Flávia M Mendes, Monique Rocha, Priscila T Paiva; São Paulo Hospital/ UNIFESP - São Paulo, SP: Andressa A Guerrero, Debora L Junqueira, Enia L Coutinho, Gabriela D Moura, Livia TC Bezerra, Lucia Coutinho; Pedro Ernesto Hospital - UERJ - Rio de Janeiro, RJ: Erika M Campana, Maria E Magalhães, Pedro Spineti, Simone Offrede; Rocio Hospital - Campo Largo, PR: Cesar O L Dusilek (PI), Daniele K Pokes. Fundação HC Gaspar Vianna - Belém, PA: Kleber RP Pereira (PI), Vitor BT Holanda (PI), Ana CAY Frazão, Christielaine V Zaninotto, Fabíola L Rolim, Fausto F Lobo, Louise SSV Boas, Luana S Freitas, Renata C Nunes, Rosana M Silva, Sheila Santos, Tácio SG Amoras, Yuri P Silva; Messejana Hospital - Fortaleza, CE: João DS Neto (PI), Dafne L Salles. Lia R Menezes, Lorena C Souza, Maria G V Sobral, Vera L Mendes, Viviane M Alves; Santa Casa Macéio - Macéio, AL: Maria A M Silva (PI), Flávia R S Araújo, Ivan R Rivera, Nayanne S Luz, Sávia N A Dórea, Valessa M A G Santana; HC- UFPR - Curitiba, PR: Miguel M F Silva (PI), Carolina R Senger, Eduardo L Adam, Gustavo S P Cunha, Jessica T Reichert, Karoline C Verka, Leonardo H S Melo, Lucas M Prado, Luiz G Matos, Niraj Mehta, Rafael Moretti; HCPA - Porto Alegre, RS: Mariana V Furtado (PI), Dayanna M P Lemos , Mauren P Haeffner, Letícia L Pedraza; PROCAPE - Recife, PE: Sérgio T Montenegro (PI), Dário C S Filho, Gabrielle P Silva, Karyne N Monte, Eveline L P Almeida, Suelen O Silva; INC - Rio de Janeiro, RJ: Marília Vasconcelos (PI), Tereza Felippe, Márcia R G Vasques, Glaucia R Silva, Robson M Nobre, Alexandre Vallado; SCM Curitiba - Curitiba, PR: Jose CM Jorge (PI); Angélica Chauchuti, Juliane Woehl, Marcelly G Bonatto, Mariana R Pius; H Com. Aeronáutica - Jaboatão dos Guararápes, PE: Rafel A F Gomes (PI), Breno Dantas; HC-UFMA - São Luis, MA: Jose AF Neto (PI), Adriana J Macau, Andre MS Figueiredo, Darci R Fernandes, Larissa A Lopes, Maria F Rocha, Renata M Assis, Tania PO Rocha, Willian M Penha; HC-UFG - Goiânia, GO: Weimar KS B Souza (PI), Camila D Pimenta, Diogo PS Sampaio, Heloisa BC Ribeiro, Natalia M Pereira, Marina M Siqueira, Murilo M Nunes, Rayne R Fagundes.

Footnotes

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital do Coração sob o número de protocolo 48561715.5.1001.0060. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.

Fontes de financiamento

O presente estudo foi parcialmente financiado por PROADI-SUS e American Heart Association.

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A Nationwide Initiative to Improve Cardiology Quality: The Best Practice in Cardiology Program in Brazil

Fabio Papa Taniguchi 1,2,3,4,5,6,7,8, Sabrina Bernardez-Pereira 1,2,3,4,5,6,7,8, Antônio Luiz Pinho Ribeiro 1,2,3,4,5,6,7,8, Louise Morgan 1,2,3,4,5,6,7,8, Anne B Curtis 1,2,3,4,5,6,7,8, Kathryn Taubert 1,2,3,4,5,6,7,8, Denilson Campos de Albuquerque 1,2,3,4,5,6,7,8, Sidney C Smith Jr 1,2,3,4,5,6,7,8, Angêlo Amato Vincenzo de Paola, The BPC Investigators1,2,3,4,5,6,7,8

Abstract

Background

Despite significant progress in improving the quality of cardiovascular care, persistent gaps remain in terms of inconsistent adherence to guideline recommendations.

Objective

This study evaluates the effects of implementing a quality improvement program adapted from the American Heart Association’s Get with the Guidelines™ initiative on adherence to guideline-directed medical therapy for acute coronary syndrome (ACS), atrial fibrillation (AF), and heart failure (HF).

Methods

We examined demographics, quality measures, and short-term outcomes in patients hospitalized with ACS, AF, and HF enrolled in the Best Practice in Cardiology (BPC) Program from 2016 to 2022.

Results

This study included 12,167 patients in 19 hospitals in Brazil. Mean age was 62.5 [53.8-71] y/o; 61.1% were male, 68.7% had hypertension, 32.0% diabetes mellitus, and 24.1% had dyslipidemia. Composite score had a sustainable performance in the period from baseline to the last quarter: 65.8±36.2% to 73± 31.2% for AF (p=0.024), 81.0± 23.6% to 89.9 ± 19.3% for HF (p<0.001), and from 88.0 ± 19.1 to 91.2 ±14.9 for ACS (p<0.001).

Conclusions

The BPC program is a quality improvement program in Brazil in which real-time data, obtained using cardiology guideline metrics, were implemented in a quality improvement program resulting in an overall sustained improvement in AF, HF, and ACS management.

Keywords: Cardiology, Quality Improvement, Evidence-Based Practice

Introduction

Cardiovascular disease (CVD) imposes significant health and economic burdens in Brazil, and the country has one of the highest mortality rates for CVD globally, comparable to China and Eastern Europe.1 To address this issue, the Best Practice in Cardiology (BPC) program was implemented in Brazil. Collaboratively led by Hospital do Coração (HCor), the Brazilian Society of Cardiology (SBC), the American Heart Association (AHA), and the Ministry of Health, the BPC program aims to improve CVD care by adapting quality improvement programs from Get with the Guidelines (GWTG)™.2-6

Notably, the BPC program in Brazil is the first instance of simultaneously initiating three quality programs adapted from the AHA outside the USA. Specifically, the program focuses on enhancing care for acute coronary syndrome (ACS), heart failure (HF), and atrial fibrillation (AF). Its objectives include (1) describing the characteristics, in-hospital treatment, and outcomes of patients admitted to public hospitals in Brazil, (2) evaluating the effectiveness of quality improvement programs in enhancing care quality and outcomes, and (3) exploring and optimizing quality improvement strategies within the Brazilian healthcare system.

This article presents the outcomes and findings of the BPC program, aiming to identify additional opportunities for quality improvement and provide guidance for the development of effective strategies and tools to improve CVD outcomes in Brazil.

Methods

Study design

The BPC program is a quality improvement initiative with a nationwide registry that focuses on quality-of-care measures for ACS, HF, and AF (Central Figure). A standard procedure was used during data collection from the patients’ medical records and regular quality audits to ensure the accuracy and completeness of research data were performed by the coordination center. Institutional review board approval was granted for this research by the ethics committee of HCor, São Paulo, Brazil, number 48561715.5.1001.0060, and of each participating hospital. Details of the study design and methodology of the BPC program have been described elsewhere.2

Central Illustration. : A Nationwide Initiative to Improve Cardiology Quality: The Best Practice in Cardiology Program in Brazil.

Central Illustration

ACEI/ARB: angiotensin-converting enzyme inhibitor/angiotensin receptor blocker; LVEF: left ventricular ejection fraction; LVSD: left ventricular systolic dysfunction; AF: atrial fibrillation; PT/INR: prothrombin time/international normalized ratio.

Data collected included demographic variables, prehospital information, current medical assessment in the hospital, medical history and risk factors, current hospitalization diagnosis and treatment, drug treatment, clinical events during hospitalization, discharge guidance, and discharge diagnosis.

Outcome measures

Primary performance measures were designed to evaluate the quality of care for patients with ACS, HF, and AF. They were developed according to the Brazilian Society of Cardiology and American College of Cardiology /American Heart Association statements and guidelines. Performance measures for each critical condition were analyzed for each center before and after its participation in the BPC program (Table 1).

Table 1. – Performance measures.

Atrial Fibrillation
ARB/ACEI Prescribed Prior to Discharge (When LVEF ≤40)
CHA2DS2–VASc risk Score Documented Prior to Discharge
β-blocker Prescribed Prior to Discharge (when LVEF ≤ 40)
Anticoagulation Prescription Prior to Discharge
PT/INR Planned Follow-Up Documented Prior to Discharge for Warfarin TreatmenT
HAS-BLED risk Score Documented Prior to Discharge
Statin at discharge in AF patients with CAD, CVA/TIA, PVD, or Diabetes
Acute coronary syndrome
Aspirin within 24 hours of admission
Aspirin at discharge
β-blockers at discharge
ARB/ACEI Prescribed Prior to Discharge (When LVEF ≤40)
Statin at discharge
Adult smoking cessation advice/counseling
High Blood Pressure control
30 - Minute Door- to - Needle Time
90 -Minute Door-to- Balloon Time
Heart Failure
ARB/ACEI at discharge for patients with LVSD
β-blockers at discharge for patients with LVSD, no contraindications
LVEF assessment
Post-discharge appointment
Aldosterone antagonist prescription

ARB/ACEI: angiotensin receptor blocker/angiotensin-converting enzyme inhibitor; GWTG-HF: Get With The Guidelines-Heart Failure; LVEF: left ventricular ejection fraction; LVSD: left ventricular systolic dysfunction; CVA: cerebrovascular accident; TIA: transient ischemic attack; PVD: peripheral vascular disease; AF: atrial fibrillation; CAD: coronary artery disease.

A composite performance measure was defined by the combination of primary performance measures, which was converted into a single number to summarize multiple dimensions and facilitate comparisons among the centers. A center’s composite score was reported as the patient’s mean composite measure in each three-month period.

Statistical analysis

Data are presented as frequencies, mean (standard deviation), or median (quartiles). Assessment of the composite score was performed using a linear mixed-effect model with polynomial time (quarters) effect and random intercepts and slope. Models with 1 to 5 degree polynomials were adjusted and the best model was used on the basis of Akaike’s criteria. Binary components of the last quarter available were compared with baseline measures using mixed logistic regression with random intercept by the center.

The significance level was set at 0.05 for all tests. R software (http://www.R-project.org) was used for all statistical analyses.

Results

From March 2016 to November 2022, a total of 12,167 patients with a diagnosis of ACS, HF, or AF were enrolled at 19 institutions located in different regions of Brazil, mostly the northeast and southeast regions. Demographic and clinical data of the patient population, which included 2,503 AF patients, 3,574 HF patients, and 6,090 ACS patients, are presented in Table 2. The median age of the patient population was 62.5 years, and 61.1% were men. There was a high prevalence of comorbidities, including hypertension (68.7%), diabetes mellitus (32%), and dyslipidemia (24.1%) in the patient population.

Table 2. – Patient demographics and past medical history.

  AF (n=2,503) HF (n=3,574) ACS(n=6090) Total (n=12,167)
Age; median [IQR] 66 [57.3 - 74.2] 61 [51 - 70.8] 61.7 [54.3-69.1] 62.5 [53.8 - 71]
Gender; male (%) 52.5 58.4 66.3 61.1
Race; White (%) 49.7 31.5 38.4 38.7
Race; Brown (%) 36.9 52.2 47.7 46.7
Race; Black (%) 12.0 15.4 12.8 13.4
Race; Asian (%) 0.9 0.8 0.7 0.8
Hypertension (%) 71.5 70.6 82.5 68.7
Diabetes mellitus (%) 24.1 35.1 41.5 32.0
Dyslipidemia (%) 26.3 21.8 30.3 24.1
Previous stroke (%) 14.3 9.8 6.6 8.3
Coronary artery disease (%) 10.5 14 18 13.5
Peripheral artery disease (%) 4.9 3.8 2.5 3.1
Myocardial Infarction (%) 11.7 18.7 20.7 16.2
Permanent Atrial Fibrillation / Atrial flutter (%) 81.9 25.4 3.2 24.8
Rheumatic valvular disease (%) 6.6 6 0.3 3.1
Valvular disease (%) 13.5 15.9 1.1 8.0
Dialysis (%) 0.8 1.8 1.5 1.3
Kidney failure (Cr>2.0)(%) 5.4 14.6 3.6 6.6
Previous angioplasty (%) 5.5 10.9 11.4 10
Previous CABG (%) 4.2 5.7 3.4 4.2
Valvular prosthesis (%) 9.4 9.1 0.6 4.9
Current smoking (%) 5.2 7.6 25.5 15.2
BMI, median [IQR] 25.3 [21.9 - 28.9] 25.7 [22.2 - 29.6] 26.3 [23.7 - 29.3] 25.4 [22.3 - 28.9]
LVEF, median [IQR] 61 [46 - 67] 36 [26 - 53] 54 [42 - 62] 51 [36 - 63]

CABG: coronary artery bypass grafting; BMI: body mass index; LVEF: left ventricular ejection fraction; IQR: interquartile range; AF: atrial fibrillation; HF: heart failure; ACS: acute coronary syndrome.

Figure 1 presents the results for the compound performance measures over 22 quarters of follow-up. To account for the variation in the length of time that participating centers were involved in data collection, an analysis was conducted over a 20-month period during which the highest number of patients was present (Table 3).

Figure 1. -Changes of composite performance measures from baseline over time (in quarters); HF: heart failure; AF: atrial fibrillation; ACS: acute coronary syndrome.

Figure 1

Table 3. – Composite performance measure over a 20-month period in most centers.

Atrial fibrillation
Quarter Mean Value Difference from baseline p value
Baseline 52.92 (42.53; 63.3) - -
Quarter 2 59.24 (50.18; 68.31) 6.33 (2.93; 9.72) < 0.001
Quarter 3 63.83 (55.33; 72.32) 10.91 (4.93; 16.89) < 0.001
Quarter 4 66.66 (58.28; 75.04) 13.74 (5.69; 21.79) < 0.001
Quarter 5 67.74 (58.86; 76.62) 14.83 (4.76; 24.89) 0.004
Quarter 6 67.08 (56.55; 77.61) 14.16 (1.59; 26.74) 0.027
Heart Failure
Quarter Mean Value Difference from baseline p value
Baseline 79.94 (74.78; 85.1) - -
Quarter 2 83.02 (78.43; 87.61) 3.08 (1.09; 5.06) 0.002
Quarter 3 85.24 (80.8; 89.69) 5.3 (2.1; 8.5) 0.001
Quarter 4 86.61 (82.34; 90.88) 6.67 (2.88; 10.46) < 0.001
Quarter 5 87.12 (83.01; 91.24) 7.18 (3.08; 11.29) < 0.001
Quarter 6 86.78 (82.15; 91.41) 6.84 (2.02; 11.66) 0.005
Acute Coronary Syndrome
Quarter Mean Value Difference from baseline p value
Baseline 87.72 (83.89; 91.54) - -
Quarter 2 87.31 (83.69; 90.94) -0.4 (-2.72; 1.92) 0.734
Quarter 3 88.16 (84.64; 91.69) 0.45 (-2.58; 3.47) 0.773
Quarter 4 89.19 (85.44; 92.94) 1.48 (-2.27; 5.22) 0.44
Quarter 5 89.34 (84.97; 93.71) 1.62 (-3.08; 6.32) 0.499
Quarter 6 87,53 (82,36; 92,71) -0,18 (-5,98; 5,61) 0,951

Table 4 presents individual performance measures for HF – angiotensin receptor blocker/angiotensin-converting enzyme inhibitor (ARB/ACEI) use at discharge for patients with left ventricular systolic dysfunction (LVSD) and aldosterone antagonist prescription – which had significant improvement from baseline; for AF – prothrombin time/international normalized ratio (PT/INR) planned follow-up, HAS-BLED score, and statin at discharge), which also had significant improvement; and for ACS - aspirin within 24 hours of admission, beta-blockers and statin at discharge had significant improvement.

Table 4. – Performance measures for AF, HF and ACS.

Performance measures for AF* Baseline (n=364) at 6 continuos quarters (n=181) p
ARB/ACEI at discharge 83.7 80.6 0.973
CHADS-VASC2 score 47.4 43.1 0.461
β-Blockers at discharge 81 91.8 0.101
Anticoagulation 78.4 82.8 0.318
PT/INR Planned Follow-Up 87.1 97.7 0.002
HAS-BLED score 23.6 38.1 0.001
Statin at discharge 64.8 82.1 0.006
Composite score 65.8 ± 36.2 73 ± 31.2 0.024
Performance Measures for HF** Baseline (n=326) at 6 continuous quarters (n=224) p
ARB/ACEI at discharge for patients with LVSD 72.9 87.2 0.008
β-Blockers at discharge for patients with LVSD 86.8 91.9 0.263
LVEF assessment 90.8 94.9 0.128
Postdischarge appointment 82.5 88.8 0.077
Aldosterone Antagosnist 64.2 82.8 0.004
Composite score 81 ± 23.6 89.9 ± 19.3 <0.001
Performance Measures for ACS*** Baseline (n=485) at 6 continuous quarters (n=394) p
Aspirin within 24 h of admission 90.2 94.7 0.035
Aspirin at discharge 94.4 96.2 0.281
β-Blockers at discharge 82.1 88.6 0.013
ARB/ACEI at discharge for patients with LVEF < 40% 79.6 83.8 0.546
Statin at discharge 87.3 95.2 <0,001
Blood pressure control at discharge 95.4 96.5 0.682
Adult smoking cessation advice/counseling 92 75.3 0.004
Door-to-needle time 55.6 33.3 1
Door-to-balloon time 64.4 68.3% 0.621
Composite score 88 ± 19.1 91.2 ± 14.9 <0.001

*Proportion of non-valvular AF/Flutter patients with a documented CHADS2-VASc risk score assessment; Proportion of patient with a documented HAS-BLED risk score assessment; Proportion of HF patients with LVEF < 40% or AF patients with LVEF ≤ 40% or ACS patients with LVEF < 45% with an ACEI/ARB prescribed at discharge; Proportion of ACS patients with a beta blocker prescribed at discharge; Proportion of AF patients at high risk for thromboembolism according to the CHADS2_VASc taking anticoagulants; Proportion of AF patients with CAD, stroke/TIA, PVD or diabetes who were prescribed a statin at discharge; Proportion of ACS patients without contraindications with statin prescribed for LDL control at discharge; Proportion of AF patients discharged on Warfarin who had an INR follow up planned prior to hospital discharge. **Proportion of HF patients with a documented LV dysfunction either in the medical records or other reports accessible in hospital charts in the 12 months before admission or during hospitalization or with a scheduled evaluation planned to be performed after discharge; Proportion of HF patients with LVEF < 40% or AF patients with LVEF ≤ 40% or ACS patients with LVEF < 45% with an ACEI/ARB prescribed at discharge; Proportion of ACS patients with a beta blocker prescribed at discharge; Proportion of HF patients with LVEF ≤ 35% taking aldosterone inhibitors; Proportion of HF patients for whom a follow-up appointment was scheduled and documented. ***Proportion of ACS patients receiving aspirin within 24 hours of hospital arrival; Proportion of ACS patients with aspirin prescribed at discharge; Proportion of ACS patients with a beta blocker prescribed at discharge; Proportion of HF patients with LVEF < 40% or AF patients with LVEF ≤ 40% or ACS patients with LVEF < 45% with an ACEI/ARB prescribed at discharge; Proportion of ACS patients without contraindications with statin prescribed for LDL control at discharge; Proportion of ACS patients under medication for blood pressure control; Proportion of ACS patients, who are active smoker within the past 12 months, who receive smoking cessation advice during hospitalization or at discharge; Proportion of STEAMI patients submitted to thrombolysis within 30 min; Proportion of STEAMI patients submitted to primary angioplasty within 90 min from hospital arrival.

Table 5 presents in-hospital mortality, mortality at 180 days, and new hospitalizations.

Table 5. – In-hospital mortality, mortality at 180 days and new hospitalizations.

  Atrial fibrillation Heart failure Acute coronary syndrome
Hospital mortality      
n/N (% [CI95%]) 9/135 (6.67%)* 120/1305 (9.2%) 44/1959 (2.25%)
Mortality      
Rate per 100 patient-year (95%CI) 28/518 (5.4 [3.4 - 8.4]) 146/440 (32.9 [27.0 - 40.1]) 70/764 (9.1 [6.8 - 12.1])
Hospitalization      
Rate per 100 patient-year (95%CI) 34/508 (6.5 [4.3 - 9.8]) 189/389 (42.6 [35.8 - 50.7]) 167/715 (21.7 [18.1 - 26.1])
Hospitalization or death      
Rate per 100 patient-year (95%CI) 57/508 (10.9 [8.0 - 15.0]) 312/389 (70.4 [61.5 - 80.5]) 222/715 (28.9 [24.6 - 33.9])

Confidence interval for Rate estimated by Poisson regression with time to event as offset.

Discussion

Brazil has one of the largest publicly financed patient care systems regarding population coverage, although the quality of assistance provided by the public system is frequently challenged. Cardiovascular in-hospital mortality in Brazil is still high, and well-designed, robust quality improvement programs are desirable and needed. Programs like GWTG have shown to improve healthcare value by identifying critical gaps, promoting quality improvement interventions, measuring the rate and degree of change, and identifying potential for new quality measures based on evolving scientific results.6-9

Since its beginning, the strategy of the BPC program to 1) generate new knowledge, 2) identify opportunities for improvement, 3) prioritize actions and 4) implement improvements based on evidence has been an asset to the participating institutions. Once identified from the analysis of the indicators, the proposed interventions2 are centrally coordinated by the project management group. They include checklists and reminders, webinars, automatic and real-time reports through an electronic database, educational materials, quarterly meetings for audit, feedback and recognition, and training of hospitals in quality improvement methodologies for the implementation of rapid improvement cycles using tools promoted by the Institute for Healthcare Improvement to enable hospitals to develop action plans to achieve the desired improvement.

As a real-world registry study, the BPC program provides comprehensive performance and quality information. During this period, we observed an overall sustained improvement from quarter to quarter in evidence-based care for AF, ACS, and HF.

Selected university hospitals for the BPC program had previous experience in the management of patients with HF. This explains their better baseline performance, with higher adherence to performance measures compared to the BREATHE Registry.10 Although this represents a favorable scenario for the university programs, there was room for quality improvement as seen in ARB/ACEI at discharge for patients with LVSD and aldosterone antagonist prescription. Interestingly, ARB/ACEI at discharge was remarkably low during the period compared to the GWTG program.6,7 For the aldosterone receptor blockers prescription, a life-saving medication, there was a marked adherence in its use.

Compared with the PEACE 5r-HF (China Patient-centered evaluative Assessment of Cardiac Events Retrospective Study of Heart Failure) in China11 the BPC program patients were younger, more likely to be female and had higher rates of high blood pressure and diabetes.

At discharge, prescription rates of ACEIs and ARBs were much lower in China (51.5% for either ACEIs or ARBs) compared to the BPC program (87.2%). Among eligible candidates with HF with reduced ejection fraction, prescription rates of beta-blockers were 46.2% in China and 91.9% in Brazil and aldosterone receptor antagonists were 64.2% at discharge in China compared to 82.8% in Brazil.

The evaluation of left ventricular ejection fraction (LVEF) is a fundamental measure of quality for treating patients with HF,12 and it is noticeable that the BPC program institutions obtain indices similar to those of American and European centers. However, note that the bias of the selected centers may have affected this result.6,13

The composite baseline score for AF in the BPC program was quite similar to the recent report of the Chinese experience.14 Hypertension and diabetes were more frequent in our series. As expected, we had fewer cases of newly diagnosed AF as outpatients were also included in the analysis.

There was marked improvement in HAS-BLED score determination and statin prescription. According to guideline recommendations,15-17high adherence to warfarin therapy would be expected using PT/INR during follow-up for treatment control.

Regarding ACS, our data differed from the Chinese study.10 Our patients were younger, and with a greater proportion of female. Hypertension, diabetes, dyslipidemia, and previous myocardial infarction were more prevalent in our series. Our results also differ from a previous national registry in Brazil. In our BPC program population, we had more patients with myocardial infarction rather than unstable angina.18

The prescription rate of aspirin at discharge was 96.2%, which is comparable to different countries like the United Kingdom (98.1%) and Sweden (94.6%).

Also, beta-blockers at discharge from the hospital was 88.6%, also comparable with the United Kingdom (95.6%) and Sweden (88.7%).19-21

Comparing the BPC results with a published series of GWTG for ACS,6 we had similar performance rates, over 90% adherence to the performance measures. One exception was ARB/ACEI rates at discharge for patients with LVEF < 40% in the BPC.

Compared to the CCC-ACS project from China,22 ACS data from the BPC program revealed better performance, in terms of prescription of aspirin, ACEI/ARB, beta-blockers, and statins.

For ACS, we found an increase in the prescription ratesof aspirin within 24 h of admission, beta-blockers and statins at discharge.

Limitations

There are several limitations of the BPC program that may impact the results. Participation was voluntary, and public tertiary hospitals were enrolled in this study. Although intended to collect consecutive patient data, this was not always possible. Also, as emergency services are provided at emergency care units in Brazil, we did not have access to these data before the patient’s arrival at the hospital. Finally, further studies are needed to assess performance measures and variance in quality across hospitals.

Conclusions

The BPC program is a quality improvement program in Brazil in which real-time data, derived from cardiology guidelines, were implemented with an overall sustained improvement in AF, HF, and ACS management.

The BPC Investigators

HCor - Camila PP Toth, Camila RL Andretta, Denila B Silva, Erica DM Morosov, Patricia Vendramin, Suzana A Silva, Viviane B Campos; Brazilian Society of Cardiology - David Brasil, Fernanda Consolim, Fernando Bacal, Leandro I Zimerman; HC-UFU- Uberlânda, MG: Elmiro Resende (PI). Adriadne J Bertolin, Aguinaldo C Silva, Daniel B Oliveira ,Elaine F Silveiro, Fernanda R Souza, Poliana R Alves, Silvana F Andrade; IC-DF- Brasília, DF: Vitor S Barzilai (PI) Diego M Mesquita, Kaytiussia R Sena, Kenzo W Fernandes, Klícia BB Matioli, Rayane MC Lacourt, Ruanna M Rodrigues, Thaynara AS Silva; Santa Lúcia Hospital - Poços de Caldas, MG: Frederico TCD Orto (PI), Gislayne R Ribeiro, Luciana AP Andrade, Raquel Lopes, Ricardo R Bergo; HC-UEL - Londrina, PR: Manoel F Canesin (PI), Alessandra L Boçois, Daniela O Anjos, Fábio M Sekiyama, Fernando H Curan, Fabrício Furtado, Glaucia S S Maier, Juliana TM Lima, Lucas S Mello, Mayara CS Santos , Priscila B Ferreira, Vinícius AB Beleze; Ana Nery Hospital - Salvador, BA: Luiz CS Passos (PI), Marco AV Guedes (PI), Aline GB Jesus, Daniela C Dorta, Giedre A Ribeiro, Julia C Braga, Lucas H Oliveira, Marina B Martins, Osvaldo MS Neto, Ramana A Rangel, Rodrigo MV Melo, Rosane F Estevão, Tainara Cerqueira, Vitor C Fontes, William Carvalho; HC-UFMG - Belo Horizonte, MG: Luiz G Passaglia (PI), Ana CC Rios, Carolina T Cunha, Darkiane Ferreira, Gísia B Teodoro, Érika N Oliveira, Flávia M Mendes, Monique Rocha, Priscila T Paiva; São Paulo Hospital/ UNIFESP - São Paulo, SP: Andressa A Guerrero, Debora L Junqueira, Enia L Coutinho, Gabriela D Moura, Livia TC Bezerra, Lucia Coutinho; Pedro Ernesto Hospital - UERJ - Rio de Janeiro, RJ: Erika M Campana, Maria E Magalhães, Pedro Spineti, Simone Offrede; Rocio Hospital - Campo Largo, PR: Cesar O L Dusilek (PI), Daniele K Pokes. Fundação HC Gaspar Vianna - Belém, PA: Kleber RP Pereira (PI), Vitor BT Holanda (PI), Ana CAY Frazão, Christielaine V Zaninotto, Fabíola L Rolim, Fausto F Lobo, Louise SSV Boas, Luana S Freitas, Renata C Nunes, Rosana M Silva, Sheila Santos, Tácio SG Amoras, Yuri P Silva; Messejana Hospital - Fortaleza, CE: João DS Neto (PI), Dafne L Salles. Lia R Menezes, Lorena C Souza, Maria G V Sobral, Vera L Mendes, Viviane M Alves; Santa Casa Macéio - Macéio, AL: Maria A M Silva (PI), Flávia R S Araújo, Ivan R Rivera, Nayanne S Luz, Sávia N A Dórea, Valessa M A G Santana; HC- UFPR - Curitiba, PR: Miguel M F Silva (PI), Carolina R Senger, Eduardo L Adam, Gustavo S P Cunha, Jessica T Reichert, Karoline C Verka, Leonardo H S Melo, Lucas M Prado, Luiz G Matos, Niraj Mehta, Rafael Moretti; HCPA - Porto Alegre, RS: Mariana V Furtado (PI), Dayanna M P Lemos , Mauren P Haeffner, Letícia L Pedraza; PROCAPE - Recife, PE: Sérgio T Montenegro (PI), Dário C S Filho, Gabrielle P Silva, Karyne N Monte, Eveline L P Almeida, Suelen O Silva; INC - Rio de Janeiro, RJ: Marília Vasconcelos (PI), Tereza Felippe, Márcia R G Vasques, Glaucia R Silva, Robson M Nobre, Alexandre Vallado; SCM Curitiba - Curitiba, PR: Jose CM Jorge (PI); Angélica Chauchuti, Juliane Woehl, Marcelly G Bonatto, Mariana R Pius; H Com. Aeronáutica - Jaboatão dos Guararápes, PE: Rafel A F Gomes (PI), Breno Dantas; HC-UFMA - São Luis, MA: Jose AF Neto (PI), Adriana J Macau, Andre MS Figueiredo, Darci R Fernandes, Larissa A Lopes, Maria F Rocha, Renata M Assis, Tania PO Rocha, Willian M Penha; HC-UFG - Goiânia, GO: Weimar KS B Souza (PI), Camila D Pimenta, Diogo PS Sampaio, Heloisa BC Ribeiro, Natalia M Pereira, Marina M Siqueira, Murilo M Nunes, Rayne R Fagundes.

Study association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Ethics approval and consent to participate

This study was approved by the Ethics Committee of the Hospital do Coração under the protocol number 48561715.5.1001.0060. All the procedures in this study were in accordance with the 1975 Helsinki Declaration, updated in 2013. Informed consent was obtained from all participants included in the study.

Sources of funding

This study was partially funded by PROADI-SUS and American Heart Association.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

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