Abstract
Food availability in the territory can influence food consumption by the population. However, it is important to understand how people perceive their food environment to see how food availability affects consumption in different contexts. This study aimed to assess the perception of the food environment by Brazilian slum residents in their neighborhoods. This is a qualitative study, with online focus groups guided by a script in order to gather collective discourses about access to food in Brazilian slums. The invitation to participate in this study was made through social media, and community leaders and nongovernmental organizations with actions in slums were contacted using the snowball sampling technique. Grounded theory analysis was applied with the technique of thematic networks. Access to food for slum residents involves lack of resources and essential elements for an adequate and healthy diet, such as lack of information about food, low income, and low availability of stores that sell healthy food at affordable prices. Public programs and policies are required to encourage the expansion of food and nutritional security resources, such as vegetable gardens and markets, to increase the supply and sell healthy food at affordable prices in slums. Actions are also required to address the complexity of obstacles faced by slum residents in the access to healthy foods.
Keywords: Perception, Access to Healthy Foods, Slums
Resumo
A disponibilidade de venda de alimentos no território pode influenciar no consumo alimentar da população. Entretanto, é importante compreender como as pessoas percebem o seu ambiente alimentar para se entender como essa disponibilidade afeta seu consumo em contextos distintos. O objetivo foi avaliar a percepção dos moradores de favelas brasileiras sobre o ambiente alimentar em suas vizinhanças. Estudo qualitativo, em que foram realizados grupos focais online guiados por um roteiro para reunir discursos coletivos sobre o acesso aos alimentos em favelas brasileiras. O convite ocorreu por meio das redes sociais e do contato com líderes comunitários e organizações não governamentais que atuam em favelas, por meio da técnica de amostragem “bola de neve”. Para a análise, foi utilizada a abordagem grounded theory (teoria fundamentada) e, como técnica, foi empregada a análise de redes temáticas. O acesso aos alimentos por moradores de favelas é permeado pela falta de recursos e elementos fundamentais para uma alimentação adequada e saudável, como: a falta de informação sobre alimentação; a renda insuficiente; e a baixa disponibilidade de estabelecimentos que comercializam alimentos saudáveis a preços acessíveis. São necessários programas e políticas públicas que incentivem a ampliação de equipamentos de segurança alimentar e nutricional, como hortas e feiras, e que aumentem a oferta de alimentos saudáveis com valores baixos nas favelas. Também são necessárias ações que abordem a complexidade das barreiras enfrentadas por moradores de favelas para ter acesso aos alimentos saudáveis.
Palavras-chave: Percepção, Acesso a Alimentos Saudáveis, Favelas
Resumen
La disponibilidad de venta de alimentos en el territorio puede influir en el consumo alimentario de la población. Sin embargo, es importante comprender la manera en que las personas perciben su entorno alimentario para comprender cómo esta disponibilidad afecta su consumo en diferentes contextos. El objetivo fue evaluar la percepción de los residentes de favelas brasileñas sobre el entorno alimentario en sus vecindarios. Estudio cualitativo, en el que se formaron grupos focales en línea orientados por un guion con el objetivo de reunir discursos colectivos sobre el acceso a los alimentos en favelas brasileñas. La invitación se dio por medio de las redes sociales y mediante el contacto con líderes comunitarios y organizaciones no gubernamentales que trabajan en favelas, utilizando la técnica de muestreo “bola de nieve”. Para el análisis, se utilizó el enfoque de la grounded theory (teoría fundamentada) y, como técnica, se empleó el análisis de redes temáticas. El acceso a los alimentos de los habitantes de las favelas está permeado por la falta de recursos y elementos fundamentales para una alimentación adecuada y sana, tales como: la falta de información sobre la alimentación, los bajos ingresos y la poca disponibilidad de establecimientos que vendan alimentos sanos a precios asequibles. Se necesitan programas y políticas públicas para fomentar la ampliación de equipos de seguridad alimentaria y nutricional, como huertas y mercadillos, que aumenten la oferta y vendan alimentos sanos a precios asequibles en las favelas. También se necesitan acciones para abordar la complejidad de las barreras que enfrentan los residentes de las favelas para acceder a alimentos sanos.
Palabras-clave: Percepción, Acceso a Alimentos Saludables, Favelas
Referências
- 1.Brasil Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2006 Sep 18;
- 2.Departamento de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Ministério da Saúde . Guia alimentar para a população brasileira. 2ª. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. [Google Scholar]
- 3.Walker JL, Holben DH, Kropf ML, Holcomb JP, Jr., Anderson H. Household food insecurity is inversely associated with social capital and health in females from special supplemental nutrition program for women, infants, and children households in Appalachian Ohio. J Am Diet Assoc. 2007;107:1989–1993. doi: 10.1016/j.jada.2007.08.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 4.Maguire ER, Burgoine T, Monsivais P. Area deprivation and the food environment over time a repeated cross-sectional study on takeaway outlet density and supermarket presence in Norfolk, UK, 1990-2008. Health Place. 2015;33:142–147. doi: 10.1016/j.healthplace.2015.02.012. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 5.Duran A. Ambiente alimentar urbano em São Paulo, Brasil: avaliação, desigualdades e associação com consumo alimentar. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2013. Dissertação de Mestrado. [Google Scholar]
- 6.Pessoa MC, Mendes LL, Gomes CS, Martins PA, Velasquez-Melendez G. Food environment and fruit and vegetable intake in a urban population a multilevel analysis. BMC Public Health. 2015;15:1012–1012. doi: 10.1186/s12889-015-2277-1. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 7.Lopes ACS, Menezes MC, Araújo ML. O ambiente alimentar e o acesso a frutas e hortaliças: "uma metrópole em perspectiva". Saúde Soc. 2017;26:764–773. [Google Scholar]
- 8.Lopes M, Caiaffa W, Andrade A, Malta D, Barber S, Friche A. Disparities in food consumption between economically segregated urban neighbourhoods. Public Health Nutr. 2020;23:525–537. doi: 10.1017/S1368980019003501. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 9.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Aglomerados subnormais. O que é. [03/Abr/2023]. https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/15788-aglomerados-subnormais.html?=&t=o-que-e .
- 10.Downs SM, Ahmed S, Fanzo J, Herforth A. Food environment typology advancing an expanded definition, framework, and methodological approach for improved characterization of wild, cultivated, and built food environments toward sustainable diets. Foods. 2020;9:532–532. doi: 10.3390/foods9040532. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 11.Alber JM, Green SH, Glanz K. Perceived and observed food environments, eating behaviors, and BMI. Am J Prev Med. 2018;54:423–429. doi: 10.1016/j.amepre.2017.10.024. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 12.Pires LDP, Höfelmann DA, Reis RS, Hino AAF. Cross-cultural adaptation of the Brazilian-Portuguese version of the Perceived Nutrition Environment Measures Survey. Rev Nutr. 2023;36:e210254 [Google Scholar]
- 13.Diez Roux AV, Mair C. Neighborhoods and health. Ann N Y Acad Sci. 2010;1186:125–145. doi: 10.1111/j.1749-6632.2009.05333.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 14.Salvador PTCO, Alves KYA, Rodrigues CCFM, Oliveira LV. Estratégias de coleta de dados online nas pesquisas qualitativas da área da saúde scoping review. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41:e20190297. doi: 10.1590/1983-1447.2020.20190297. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 15.O'Brien BC, Harris IB, Beckman TJ, Reed DA, Cook DA. Standards for reporting qualitative research: a synthesis of recommendations. Acad Med. 2014;89:1245–1251. doi: 10.1097/ACM.0000000000000388. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 16.Almeida R. Abdal A, Oliveira MCV, Ghezzi DR, Júnior JS. Métodos de pesquisa em Ciências Sociais: bloco qualitativo. São Paulo: Sesc São Paulo/Centro Brasileiro de Análise e Planejamento; 2016. Roteiro para o emprego de grupos focais; pp. 40–59. [Google Scholar]
- 17.Trad LAB. Grupos focais conceitos, procedimentos e reflexões baseadas em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis (Rio J.) 2009;19:777–796. [Google Scholar]
- 18.Charmaz K. Constructing grounded theory: a practical guide through qualitative analysis. Thousand Oaks: SAGE; 2006. [Google Scholar]
- 19.Attride-Stirling J. Thematic networks an analytic tool for qualitative research. Qual Res. 2001;1:385–405. [Google Scholar]
- 20.Bandeira-de-Mello R, Cunha CJCA. Anais do Encontro de Estudos em Estratégia. Curitiba: Asssociação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração; 2003. Operacionalizando o método da grounded theory nas pesquisas em estratégia: técnicas e procedimentos de análise com apoio do software ATLAS/TI; pp. 1–18. [Google Scholar]
- 21.Denzin N, Lincoln Y. Strategies of qualitative inquiry. Thousand Oaks: SAGE; 1998. [Google Scholar]
- 22.Clark A. Bryant A, Charmaz K. The SAGE handbook of current developments in grounded theory. Londres: SAGE; 2019. Situating grounded theory and situational analysis in interpretive qualitative inquiry; pp. 3–48. [Google Scholar]
- 23.Salles S. Cerca de 8% da população brasileira mora em favelas, diz Instituto Locomotiva. CNN Brasil. 2021 Nov 04; https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/cerca-de-8-da-populacao-brasileira-mora-em-favelas-diz-instituto-locomotiva/
- 24.Canuto R, Fanton M, Lira PIC. Iniquidades sociais no consumo alimentar no Brasil uma revisão crítica dos inquéritos nacionais. Ciênc Saúde Colet. 2019;24:3193–3212. doi: 10.1590/1413-81232018249.26202017. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 25.Gomes UAF. Intervenções de saneamento básico em áreas de vilas e favelas: um estudo comparativo de duas experiências na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2009. Dissertação de Mestrado. [Google Scholar]
- 26.Brasil Emenda Constitucional nº 64, de 4 de fevereiro de 2010. Altera o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social. Diário Oficial da União. 2010 Feb 05;
- 27.Bochini B. Quase 70% dos moradores de favelas não têm dinheiro para comida. Agência Brasil. 2021 Mar 13; https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2021-03/quase-70-dos-moradores-de-favelas-nao-tem-dinheiro-para-comida
- 28.Borges CA, Claro RM, Martins APB, Villar BS. Quanto custa para as famílias de baixa renda obterem uma dieta saudável no Brasil. Cad Saúde Pública. 2015;31:137–148. doi: 10.1590/0102-311x00005114. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 29.Cavallini M. Preços dos alimentos disparam e renda dos brasileiros não acompanha; entenda por quê. G1. 2022 Dec 23; https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/12/23/precos-dos-alimentos-disparam-e-renda-dos-brasileiros-nao-acompanha-entenda-por-que.ghtml
- 30.Mook K, Laraia BA, Oddo VM, Jones-Smith JC. Food security status and barriers to fruit and vegetable consumption in two economically deprived communities of Oakland, California, 2013-2014. Prev Chronic Dis. 2016;13:150402–150402. doi: 10.5888/pcd13.150402. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 31.Filomena S, Scanlin K, Morland KB. Brooklyn, New York foodscape 2007-2011: a five-year analysis of stability in food retail environments. Int J Behav Nutr Phys Act. 2013;10:46–46. doi: 10.1186/1479-5868-10-46. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 32.Scrinis G. Nutritionism: the science and politics of dietary advice. Londres: Routledge; 2013. [Google Scholar]
- 33.Gloria NF, Carvalho MCVS, Seixas CM, Barcellos DMN. Nutricionismo, postagens e celebridades: o que o oráculo nos diz para comer? RECIIS (Online) 2021;15(3) https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/2286 [Google Scholar]
- 34.Monteiro CA, Cannon G, Levy R, Moubarac JC, Jaime P, Martins AP. NOVA The star shines bright. World Nutrition. 2016;7:28–38. [Google Scholar]
- 35.Justiniano ICS, Menezes MC, Mendes LL, Pessoa MC. Retail food environment in a Brazilian metropolis over the course of a decade evidence of restricted availability of healthy foods. Public Health Nutr. 2022;28:2584–2592. doi: 10.1017/S1368980022000787. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 36.Araújo ML, Silva GB, Rocha LL, Novaes TG, Lima CAM, Mendes LL. Características do ambiente alimentar comunitário e do entorno das residências das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. Ciênc Saúde Colet. 2022;27:641–651. doi: 10.1590/1413-81232022272.38562020. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 37.Rocha LL, Carmo AS, Jardim MZ, Leme BA, Cardoso LO, Caiaffa WT. The community food environment of a Brazilian metropolis. Food Cult Soc. 2023;26:182–192. [Google Scholar]
- 38.Leite MA. Ambiente alimentar em Juiz de Fora: um enfoque no território das escolas. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora; 2017. Dissertação de Mestrado. [Google Scholar]
- 39.Leite MA, Assis MM, Carmo AS, Nogueira MC, Netto MP, Mendes LL. Inequities in the urban food environment of a Brazilian city. Food Secur. 2021;13:539–549. [Google Scholar]
- 40.Castro PCP., Junior . Ambiente alimentar comunitário medido e percebido: descrição e associação com índice de massa corporal de adultos brasileiros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2018. Dissertação de Mestrado. [Google Scholar]
- 41.Duarte P, Teixeira M, Silva SC. A alimentação saudável como tendência a percepção dos consumidores em relação a produtos com alegações nutricionais e de saúde. Revista Brasileira de Gestão de Negócios. 2021;23:405–421. [Google Scholar]
- 42.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Aglomerados subnormais. [03/Abr/2023]. https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/15788-aglomerados-subnormais.html?edicao=15951&t=downloads .
- 43.Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada . Tempo de deslocamento casa-trabalho no Brasil (1992-2009): diferenças entre regiões metropolitanas, níveis de renda e sexo. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2013. [Google Scholar]
- 44.Constante JP, Machado FMS, Westphal MF, Monteiro CA. Impacto de una intervención basada en la comunidad, en el mayor consumo de frutas y vegetales en familias de bajos ingresos, São Paulo, Brasil. Rev Chil Nutr. 2006;33(1):266–271. [Google Scholar]
- 45.Dias MAS, Friche AAL, Costa DAS, Freire FM, Oliveira VB, Caiaffa WT. Homicídios em Belo Horizonte, MG um retrato das iniquidades nas cidades. Saúde Soc. 2019;28:267–282. [Google Scholar]
- 46.Campos AC. Quase 40% dos moradores das favelas no Rio têm negócio próprio. Agência Brasil. 2023 Jul 27; https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-07/quase-40-dos-moradores-das-favelas-no-rio-tem-negocio-proprio
- 47.ACT Promoção da Saúde Por uma reforma tributária a favor da saúde. Nota técnica da ACT Promoção da Saúde. [03/Nov/2023]. https://actbr.org.br/uploads/arquivos/NOTA-TECNICA-03-VERSAO-DIGITAL.pdf .