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. 2024 Jun 21;121(5):e20230733. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20230733
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Além do Paradigma IAMCSST-IAMSSST: Proposta do Instituto Dante Pazzanese para o Diagnóstico de Oclusão Coronariana Aguda

José Nunes De Alencar 1,, Fausto Feres 1, Mariana Fuziy Nogueira De Marchi 1, Kleber Gomes Franchini 1, Matheus Kiszka Scheffer 1, Sandro Pinelli Felicioni 1, Ana Carolina Muniz Costa 1, Rinaldo Carvalho Fernandes 1, Hugo Ribeiro Ramadan 1, Pendell Meyers 2, Stephen W Smith 3
PMCID: PMC11216332  PMID: 39016396

Resumo

Embora o modelo existente de classificação do infarto agudo do miocárdio (IAM) em IAMCSST e IAMSSST tenha sido benéfico, considera-se hoje que ele falha em abordar a complexidade das síndromes coronarianas agudas.

O estudo tem como objetivo examinar o atual paradigma IAMCSST-IAMSSST e defender um modelo mais detalhado, chamado de oclusão coronariana aguda (OCA) e Ausência de Oclusão Coronária Aguda (NOCA), para um diagnóstico e um manejo do IAM mais precisos.

Realizou-se uma análise abrangente da literatura médica existente, com foco nas limitações do modelo IAMCSST-IAMSSST. O estudo também descreve uma nova abordagem diagnóstica para pacientes apresentando do torácica nos departamentos de emergência.

O modelo IAMCSST-IAMSSST tradicional falha em prover um diagnóstico preciso e um tratamento efetivo, principalmente na identificação de oclusões da artéria coronária. O modelo OCA-NOCA é mais preciso em termos anatômicos e fisiológicos, e apoiado por pesquisa clínica extensa e opiniões de especialistas. Ele destaca a necessidade de rápida realização de eletrocardiogramas (ECGs) e terapias de reperfusão para casos suspeitos de OCA, visando melhorar os desfechos dos pacientes.

O modelo OCA-NOCA abre um novo caminho para pesquisas e aplicações clínicas futuras. Ele defende um entendimento mais abrangente dos mecanismos subjacentes das síndromes coronarianas agudas, levando a planos individualizados de tratamentos. Espera-se que essa nova abordagem incite novos debates e pesquisas acadêmicas, principalmente na área de cardiologia no Brasil, com o objetivo de aumentar a precisão diagnóstica e a eficácia do tratamento de pacientes com IAM.

Palavras-chave: Eletrocardiografia, Oclusão Coronária, Infarto do Miocárdio

Introdução

O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) está em um momento decisivo. O modelo IAMCSST-IAMSSST (infarto agudo do miocárdio com supra de ST - infarto agudo do miocárdio sem supra de ST) tem sido fundamental no direcionamento de tratamentos urgentes de reperfusão e na orientação de profissionais médicos para tratar eventos coronários agudos. Embora o modelo tenha melhorado significativamente a sobrevida e a qualidade de vida do paciente, com o início da era da reperfusão no final do século passado, suas limitações em abordar as complexidades das doenças coronárias agudas têm sido cada vez mais evidentes.

Neste artigo, nós, cardiologistas do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em colaboração com os proponentes originais deste paradigma, fazemos essa afirmação, traçando paralelos entre os paradigmas atuais e mudanças seminais na literatura. Questionamos o paradigma IAMCSST-IAMSSST predominante no diagnóstico de IAM, e defendemos o uso dos termos infarto do miocárdio com oclusão, ou "oclusão coronariana aguda" (OCA) e ausência de oclusão coronária aguda (NOCA). Nós propomos este conceito como uma fundamentação anatômica e fisiológica mais precisa para o manejo e a classificação do IAM. Defendemos fortemente essa nova perspectiva com base em uma extensa pesquisa clínica, opiniões de especialistas, e em nossa experiência clínica. Nosso objetivo é estimular discussões cruciais na área de cardiologia no Brasil sobre a atualização de estratégias para o tratamento de IAM.

Uma breve história do paradigma IAMCSST e IAMSSST

Infelizmente, e diferentemente de outras doenças, o IAM tem sido classificado somente de acordo com achados eletrocardiográficos individuais e não na sua fisiopatologia. No entanto, o paradigma IAMCSST-IAMSSST, que substituiu a terminologia "infarto do miocárdio com onda Q" e "infarto do miocárdio sem onda Q" cunhada em 2000, marcou um avanço significativo na era da terapia com reperfusão. Ele possibilitou a identificação precoce de pacientes em risco de morte do miocárdio antes do desenvolvimento de uma onda Q. Naquela época, a trombólise era o método de reperfusão disponível. Uma metanálise do início da era dessa terapia revelou um Número Necessário para Tratar (NNT) de 56 para o uso de fibrinolíticos. Quatro desses estudos, incluindo o estudo ISIS-2, não exigiram a presença de alterações eletrocardiográficas para a inclusão dos pacientes. 13 Porém, análises de subgrupos encontraram uma associação com a Elevação do segmento ST (EST), mal definida, levando à melhora dos desfechos com trombolíticos (principalmente estreptoquinase).

A falsa dicotomia IAMCSST vs. IAMSSST: evidências crescentes

O paradigma IAMCSST foi um marco importante na medicina cardiovascular. Contudo, o esforço para padronizar os critérios IAMCSST expôs lacunas com consequências consideráveis para os pacientes.

Em uma tentativa de reconciliar vários critérios de EST, Menown et al. 4 utilizaram a análise de regressão logística em um estudo caso-controle com 190 indivíduos, para determinar os pontos de corte ótimos: ≥ 2 mm em pelo menos uma derivação anterosseptal (V1–4) ou ≥ 1 mm nas demais derivações. Esse estudo usou o CK-MB para confirmar o Infarto do Miocárdio (IM) em vez de evidências angiográficas de OCA. 4 Essa abordagem metodológica impossibilitou a distinção entre OCA e NOCA, resultando em uma sensibilidade de somente 56% para o diagnóstico de IAM com base nos biomarcadores.

Em 2004, Macfarlane et al., 5 em um estudo caso-controle, sugeriram pontos de corte de EST específicos para idade e sexo, aplicando técnicas estatísticas análogas às usadas em estudos prévios. Contudo, o desfecho primário para a confirmação diagnóstica foi novamente baseado nos valores de CK-MB, ignorando-se a confirmação diagnóstica de OCA. 5 Com base nesses estudos caso-controle, a American Heart Association , a American College of Cardiology Foundation , e a Heart Rhythm Society (AHA/ACCF/HRS) redefinem, periodicamente, o que hoje se conhece por "critérios IAMST". Essa definição continua a reverberar nas diretrizes posteriores, incluindo a Quarta Definição Universal de IM. 6

Pouco tempo depois que se chegou ao consenso de 2000, dúvidas surgiram acerca da adequação do paradigma IAMCSST-IAMSSST. O rótulo "IAMCSST", inadvertidamente, enfatizou somente um aspecto de um teste diagnóstico – a presença de EST no eletrocardiograma (ECG). 79 Alguns médicos, possivelmente sem saber da origem do paradigma IAMCSST-IAMSSST, podem erroneamente acreditar que pacientes com OCA, mas sem EST no ECG, não se beneficiam da terapia de reperfusão.

Em 2001, Schmitt et al. 10 estavam entres os primeiros que estudaram o paradigma IAMCSST-IAMSSST angiograficamente. Os autores encontraram que 29% dos 418 pacientes com OCA não preenchiam os critérios de IAMCSST. Particularmente, 50% dos ECGs dos pacientes com oclusão da artéria circunflexa não preencheram os critérios. 10

Em uma análise 11 post-hoc do ensaio PARAGON-B, 528 (27%) dos 1957 pacientes diagnosticados com Síndromes Coronarianas Agudas (SCAs) sem EST apresentavam oclusão total do vaso culpado. Esses pacientes apresentavam maior área infartada e maior mortalidade em seis meses ajustada quanto ao risco.

O estudo TRITON-TIMI-38 12 apresentou outra evidência: dos 1198 pacientes com SCAs sem EST e Depressões do segmento ST (DSTs) isoladas, 314 (26,2%) apresentaram artérias culpadas completamente ocluídas. Koyama et al. 13 também contribuíram para esse entendimento, encontrando que, nos casos de IAMSSST, 57% apresentavam fluxo TIMI 0, enquanto entre os pacientes com IAMSSST, 47% apresentavam fluxo TIMI-0, com uma taxa de mortalidade em torno de 5% em ambos os grupos. 13 É evidente que IAMSSST com artérias coronárias ocluídas são essencialmente equivalentes ao IAMSSSTem termos de gravidade e desfechos.

Em 2021, Meyers et al. 14 compararam o paradigma IAMCSST/IAMSSST com o modelo OCA/NOCA. Seu objetivo era identificar diferenças no tempo de cateterismo e desfechos relacionados entre OCA com IAMCSST e OCA sem IAMCSST. Os autores encontraram que 28% dos pacientes com IAMSSST apresentaram OCA detectada no cateterismo tardio, e 45% dos pacientes com OCA não preencheram os critérios para IAMCSST. O tamanho da área infartada desses pacientes OCA sem IAMCSST foi estatisticamente igual à dos pacientes com OCA e IAMCSST 14 Em outro estudo examinaram a acurácia de marcadores eletrocardiográficos específicos de OCA em comparação à dos critérios para IAMCSST vigentes. Esses marcadores para OCA pré-definidos foram bem mais sensíveis e mantinham uma alta especificidade. Tais dados sugerem que uma interpretação precisa do ECG pode identificar rapidamente e de maneira não invasiva os pacientes com OCA e sem IAMCSST para reperfusão imediata. 15

O estudo DIFOCCULT 16 de 2020 apresentou evidências ainda mais convincentes. Cardiologistas, usando interpretação de experts do ECG e não somente critérios de IAMCSST, reclassificaram, de maneira cega, 28% dos pacientes com IAMSSST como OCA; esses pacientes apresentaram mortalidade em longo prazo significativamente maior que pacientes com IAMSSST classificados pelo ECG como apresentando NOCA. Uma metanálise da acurácia do teste diagnóstico, conduzido pela nossa equipe, oferece maiores esclarecimentos sobre os desafios diagnósticos associados com essa condição. Nós encontramos que a sensibilidade agrupada do supradesnivelamento do segmento ST detectar OCA foi somente 43,6% (9IC 95%: 34,7% - 52,9%), sugerindo que mais da metade dos casos de OCA pode não apresentar EST. A especificidade foi alta, de 96,5% (IC95%: 91,2%–98,7%). Outras análises empregando a estratégia OCA-NOCA demonstraram uma melhor sensibilidade, de 78,1% (IC 95%: 62,7%–88,3%) e uma especificidade similar de 94,4% (IC95%: 88,6%–97,3%). 17

Em uma metanálise de prevalência, Khan et al. 18 relataram que 25% dos 40 000 pacientes com IAMSSST encontravam-se com oclusão aguda da artéria no angiograma realizada no dia seguinte, sem circulação colateral. Em comparação aos pacientes com IAMSSST e uma artéria aberta, entre esses indivíduos, havia uma taxa de mortalidade quase duas vezes maior, mesmo sendo, em média, 15 anos mais jovens e apresentando menos comorbidades. 18

Em outra metanálise de Hung et al., 19 34% dos 60 000 pacientes com IAMSSST apresentaram oclusão total da artéria coronária. Em comparação aos pacientes com uma artéria aberta, os pacientes com OCA apresentaram, ajustados quantos aos outros fatores clínicos: fração de ejeção mais baixa, valores mais altos de biomarcadores, mais choque cardiogênico, e mortalidade mais alta (OR 1,72, IC95% 1,49-1,98; p < 0,001). 19

O paradigma IAMCSST-IAMSSST, ao definir uma doença somente por um aspecto impreciso (EST) de um teste (ECG), negligencia a real fisiopatologia da OCA. Isso resulta no paradoxo do "sem falso negativo": se um paciente tem OCA, sem EST, não há IAMCSST e, portanto, não há teste falso negativo para IAMCSST. Isso resultou na exclusão de pacientes com OCA sem IAMCSST dos bancos de dados e, assim, em dados padronizados limitados sobre a sensibilidade e a especificidade de a EST em diagnosticar OCA. Essa lacuna na literatura dificulta a tomada de decisão clínica, uma vez que os médicos precisam usar critérios potencialmente inadequados para abordar a Síndrome Coronariana Aguda (SCA).

Urgência no tratamento das artérias coronárias ocluídas: "tempo é miocárdio"

Na SCA, a frase "tempo é miocárdio" aplica-se aos pacientes com OCA. Para esses, esperar não é uma opção; a terapia de reperfusão imediata é imperativa. Os níveis de troponina, embora comumente usados no diagnóstico de IM, não são eficazes no diagnóstico de OCA em situações agudas pelas seguintes razões;

  • Demora: os resultados de troponina não são instantâneos; eles demoram tanto para serem adquiridos (coleta de sangue) quanto para serem processados; enquanto isso, o miocárdio está em risco;

  • Falta de sensibilidade: a troponina ultrassensível (us) inicial não é sensível para OCA; em um estudo, a troponina I-us foi menos sensível que o limiar de referência para IM tipo I (52 ng/L) em 27% dos IAMCSST. 20 Em uma segunda população da vida real, o valor da troponina inicial esteve abaixo que o limite superior de referência em 47% dos pacientes com IAMCSST. 21 Ainda, os níveis de troponina não distinguem lesão miocárdica de IAM, IM do tipo 1 do IM do tipo 2, nem OCA de NOCA. Consequentemente, a troponina-us não é um marcador confiável para a tomada de decisão clínica imediata.

Talvez a objeção mais comum ao fato de que pacientes com OCA e IAMSSST requeiram reperfusão de emergência deriva de ensaios randomizados comparando intervenções imediatas vs . tardias em pacientes com IAMSSST e não mostrando nenhum benefício. No entanto, esses estudos são amplamente mal interpretados. Entre esses estudos, o mais notável é o estudo TIMACS. 22 Nesse estudo, o grupo submetido à "intervenção precoce" teve um tempo mediano de intervenção de 16 horas, muito longo para oferecer qualquer benefício a pacientes com OCA. Ainda, o TIMACS não inclui pacientes sintomáticos. Contudo, todos os estudos que definiram intervenção precoce como menos de duas horas e incluíram pacientes sintomáticos demonstraram benefício da intervenção precoce. 2229

Além disso, o estudo TIMACS e outros estudos são geralmente mal caracterizados por envolver somente pacientes com IAMSSST. No entanto, esse e outros estudos similares também incluíram pacientes sem níveis elevados de troponina, quem, por definição, apresentavam Angina Instável (AI), e não IAM. Sabe-se que níveis elevados de troponina são um forte preditor de um risco elevado de SCA. No caso do TIMACS, 22% dos 3031 pacientes foram diagnosticados com AI, e não IAM. Vale notar que os pacientes com troponina negativa, indicativo de AI, nunca pareceram se beneficiar de um tratamento urgente em vez de um tratamento tardio. Como uma reperfusão mais rápida poderia levar a um tamanho reduzido da área infartada, se não há nenhuma área infartada? Consequentemente, a falta de uma diferença perceptível no desfecho primário não é surpreendente, uma vez que 22% da população do estudo não apresentaram mecanismo de benefício plausível.

Apesar de um tempo médio de espera de 16 horas para cateterismo no grupo da intervenção "precoce" no TIMACS, observou-se uma tendência notável para um benefício no desfecho primário, com uma redução de 2,1% no risco absoluto de morte, IM, e acidente vascular cerebral (9,4% vs. 11,5%, RR 0,81, IC95% 0,63-1,04). Isso foi observado apesar do tempo maior de espera para o grupo intervenção "precoce" e a inclusão de 22% de pacientes com AI. Ainda, o subgrupo com escore GRACE > 140 mostrou benefícios em todos os desfechos.

Um importante ensaio subsequente, frequentemente citado por aqueles que afirmam não haver vantagem em relação ao manejo mais precoce do IAMSSST, é o ensaio VERDICT. 29 Entre os 2147 pacientes incluídos, 80% foram diagnosticados com IAMSSST, e 20% apresentaram AI sem IAM. Novamente, a inclusão de AI dilui os resultados. Seguindo todas as diretrizes, o estudo excluiu pacientes apresentando dor. No VERDICT, os tempos de angiograma para os grupos precoce e tardio foram 4,7 e 62 horas, respectivamente. Embora 4,7 horas seja uma melhora significativa em comparação às 16 horas no grupo precoce do TIMACS, o tempo continua um atraso considerável no tratamento do IM /OCA, um fato prontamente reconhecido no contexto do manejo do IAMSSST. Não foi surpresa que o desfecho primário, que considerou os potenciais benefícios de um rápido angiograma para uma coorte composta tanto por pacientes com IAMSSST assintomáticos como por pacientes com AI assintomáticos e troponinas seriadas negativas, não produziu uma vantagem perceptível no grupo precoce.

No entanto, assim como o ensaio TIMACS, 22 no VERDICT, 29 o subgrupo com um escore GRACE superior a 140 mostraram benefícios significativos no desfecho primário. Outras análises do grupo de pacientes com IAMSSST revelaram uma redução absoluta de 4% no desfecho primário composto (morte, IAM, e reinternações por isquemia ou insuficiência cardíaca). Essa diferença não foi estatisticamente significativa, pois o estudo não discerniu uma variação de 4% (28,8% vs. 32,7%, RR 0,85, IC95% 0,71-1,01). Uma intervenção demonstrando uma redução no risco absoluto de 4% (NNT=25) em um desfecho tão centralizado no paciente teria uma importância clínica se validada por um estudo com poder suficiente. Assim, os resultados do estudo VERDICT não contradizem essa proposição.

Portanto, os estudos mais extensos e pertinentes 22 , 29 indicam, consistentemente, benefícios significativos em subgrupos de pacientes com IAMSSST de alto risco. Os estudos também sugerem que os benefícios observados no grupo inteiro de pacientes com IAMSSST poderiam ser confirmados se eles tivessem poder suficiente. Esses resultados originam-se de populações em que os pacientes relatavam estar assintomáticos. Além disso, os tempos de intervenção precoce, 16 horas 22 e 4,7 horas 29 foram substancialmente mais longos do tempo tipicamente considerado em uma abordagem de emergência (definido como inferior a 90 minutos). De fato, outro ensaio, o RIDDLE-IAMSST, em que o tempo para Intervenção Coronária Percutânea (ICP) foi genuinamente mais cedo (1,4 horas), demonstrou que uma estratégia invasiva imediata em pacientes com IAMSSST associa-se a taxas mais baixas de morte ou novo IM em comparação a uma estratégia invasiva tardia. 30 Tal discrepância sugere o potencial para mais benefícios se a intervenção tivesse sido genuinamente de emergência, e principalmente se o estudo tivesse sido limitado a pacientes com OCA e IAMSSST com achados específicos no ECG e geralmente sintomáticos (por exemplo, dor torácica persistente). Assim, nossa posição não é defender o manejo emergente de todos os casos de IAMSSST principalmente aqueles com sintomas resolvidos. Em vez disso, nós enfatizamos a importância de reconhecer e tratar prontamente subgrupos de pacientes com IAMSSST e em mais alto risco: os pacientes com OCA. Esses indivíduos, que sofreram uma oclusão ou semi oclusão aguda dos vasos culpados, podem se beneficiar do manejo de emergência. A maioria pode ser identificada por ECG usando características além da EST.

Diante da crítica realidade anatômica de uma artéria ocluída, recomenda-se que o tempo da terapia de reperfusão para pacientes com OCA seja alinhado com os tempos porta-agulha e porta-balão padronizados para os pacientes com IAMCSST. Qualquer demora em se buscar clareza diagnóstica pode levar a danos irreversíveis no miocárdio e um impacto negativo sobre os desfechos.

O novo paradigma: OCA-NOCA

Dadas as limitações inerentes ao paradigma IAMCSST-IAMSSST, uma abordagem mais cuidadosa foi proposta, focando nos detalhes anatômicos e fisiológicos da SCA. Esse paradigma distingue os pacientes em duas categorias:

  • OCA: Essa designação aplica-se a pacientes com OCA ou quase oclusão, com circulação colateral limitada, colocando-os em risco imediato de IAM transmural. Essa condição causa predominantemente IM tipo 1. A necessidade de terapia de reperfusão para esses pacientes é urgente, independentemente dos achados do ECG. A principal preocupação é a obstrução anatômica e seu risco associado, e não os detalhes dos critérios eletrocardiográficos. Apesar da importância do ECG, outros achados clínicos e diagnósticos, tais como anormalidades na motilidade da parede no ecocardiograma ou obstrução de vaso detectada por angiografia por tomografia computadorizada, pode auxiliar no diagnóstico da OCA, principalmente se o ECG for inconclusivo.

  • NOCA: Essa categoria inclui pacientes sem oclusão coronária. Porém, uma vez que a NOCA pode envolver placa rompida instável, os pacientes mantêm-se vulneráveis à potencial trombose e isquemia coronária. Eles podem apresentar níveis elevados de troponina ou alterações no ECG, como inversão da onda T. Embora esses pacientes necessitem de uma angiografia ou de uma intervenção caso um vaso culpado seja identificado, o ECG não é sensível para NOCA mas, felizmente, ele não precisa ser, pois não são necessárias intervenções imediatas, e o diagnóstico pode aguardar pela medida da troponina.

Essa classificação busca melhorar nosso entendimento e o manejo da SCA. Ela permite que os médicos enfatizem não só o ECG, mas também a fisiopatologia subjacente, alinhando, de maneira mais próxima, os tratamentos às necessidades individuais do paciente ( Figura Central ). Meyers e Smith defenderam esse paradigma no seu "Manifesto OMI", que apresenta um direcionamento importante às pesquisas iminentes e à aplicação clínica.

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Avanços na tecnologia têm influenciado significativamente o refinamento do manejo do IAM. Algoritmos de inteligência artificial mais recentes exibem alta precisão diagnóstica e estão em rápida evolução. Tais avanços poderiam melhorar o paradigma OCA-NOCA, fornecendo aos médicos ferramentas diagnósticas ainda mais precisas. 31 , 32

Outros sinais eletrocardiográficos da OCA

No cenário em evolução do diagnóstico da OCA, um dos sinais eletrocardiográficos chave é a onda T hiperaguda, caracterizada por uma área sob a onda T aumentada em relação ao complexo QRS, incluindo uma base larga, comprimento e convexidade aumentadas, e uma tendência à simetria. Visualmente, a onda T parece se expandir em todas as direções – aproximando-se e se afastando da onda T, e para cima – resultando em um alargamento do complexo QT e um pico mais arredondado ( Figura 1 ).

Figura 1. Ondas T hiperagudas; eletrocardiograma a 25 mm/s mostrando uma onda T hiperaguda nas derivações V2-V4.

Figura 1

Ondas T invertidas não são indicativas de fases hiperagudas de infarto, como alguns podem presumir a partir do termo "isquemia subepicárdica". Ondas T invertidas registradas por derivações sobre o miocárdio isquêmico aparecem após a reperfusão aguda, e em estados isquêmicos crônicos ou subagudos, ou reciprocamente às ondas T hiperagudas em uma derivação oposta. Quando ondas T negativas estão presentes, o problema pode não estar localizado na zona subepicárdica das derivações sobrejacentes, e sim em zonas mais distantes, no miocárdio oposto.

Além desses sinais, destaca-se o padrão "De Winter". Estima-se que esse padrão ocorra em somente 2% dos pacientes com IM anteroapical submetidos à angioplastia primária. No contexto clínico de dor torácica isquêmica aguda, o padrão eletrocardiográfico De Winter exibe uma DST medida no ponto J de pelo menos 1 mm nas derivações V1-V2 à V6, seguido por um segmento ST geralmente na ascendente, e uma onda T hiperaguda alta, positiva e simétrica ( Figura 2 ). Apesar de as ondas T de Winter receberem muita atenção, elas não são mais importantes que a ondas T hiperagudas, das quais correspondem a somente uma pequena fração.

Figura 2. Sinal sutil de De Winter; eletrocardiograma a 25 mm/s mostrando o padrão de De Winter, caracterizado pela depressão do segmento ST no ponto J nas derivações V1-V2 a V6, seguida por um ST ascendente e uma curva T positiva, simétrica, hiperaguda.

Figura 2

Fazendo a transição das ondas T, a distorção da porção terminal do complexo QRS oferece outra pista diagnóstica. Definida como a ausência de uma onda S abaixo da linha isoelétrica TP e a ausência de uma onda J na derivação V2 ou V3, ela é um achado muito específico da Artéria Descendente Anterior Esquerda (ADAE) em comparação à repolarização precoce. 33 Para diferenciar EST isquêmico do fisiológico na V2 e V3, a fórmula de Smith de quatro variáveis pode ser usada, com 88,8% de sensibilidade e 94,7% de especificidade ( Figura 3 ). 34 , 35 A calculadora está disponível em: Subtle Anterior STEMI Calculator (4-Variable) (mdcalc.com). Outro sinal eletrocardiográfico de OCA é o padrão Aslanger, que está associado com infarto da parede inferior e Doença Arterial Coronariana (DAC) de múltiplos vasos, não preenchendo os critérios clássicos para EST em duas derivações contíguas. Ele é caracterizado pela EST somente na derivação III. E DST em qualquer das derivações V4-V6, mas não em V2, e um segmento ST em V1 maior que em V2. 36

Figura 3. Elevação do segmento ST na parede ântero-apical; eletrocardiograma mostrando uma sutil elevação do segmento ST de aproximadamente 1 mm nas derivações V1-V4, o que não preenche o critério estabelecido pela Definição Universal de Infarto do Miocárdio; o uso da calculadora de quatro variáveis indicou oclusão coronariana aguda (OCA); a angiografia coronariana subsequente confirmou oclusão da artéria descendente anterior esquerda.

Figura 3

Outro sinal eletrocardiográfico de OCA envolve a oclusão do ramo diagonal, afetando a parede anteromedial do coração. De acordo com a atual terminologia das paredes do IM, a qual se baseia na ressonância magnética, as derivações I, aVL e V2 (e ocasionalmente V3) correspondem à parede anteromedial do ventrículo esquerdo. Em alguns casos, a EST pode ser evidente só em aVL e V2. 37 , 38 Essa região é suprida pelo primeiro ramo diagonal da ADAE. Uma falta de conhecimento dessa terminologia poderia levar cardiologistas a pensarem que aVL e V2 não são derivações contíguas. Quando essas derivações são afetadas, uma mudança recíproca geralmente ocorre na parede inferior, particularmente na derivação III. Esse padrão específico foi denominado padrão "bandeira da África do Sul".

O inverso também parece ser verdadeiro: qualquer depressão do segmento ST em aVL auxilia no diagnóstico OCA na parede inferior versus pericardite. Um estudo envolvendo 426 pacientes com IM inferior e complexo QRS normal encontrou que 99% das elevações inferiores do segmento ST exibiram algum grau de DST recíproco na derivação aVL. Isso ocorreu mesmo quando a EST foi sutil (menos que 1mm) e quando havia EST em V5 e em V6. Por outro lado, na pericardite, não se observou DST em nenhuma das derivações exceto aVR. 39 Outra importante alteração a ser considerada é DST nas derivações V1 a V3/V4, que serve como um indicador recíproco de SE nas derivações V7 a V9, correspondendo à parede lateral do coração. 31 , 40 , 41

O diagnóstico de IAM torna-se particularmente desafiador quando o paciente apresenta bloqueio de ramo esquerdo (BRE). 42 As diretrizes do ACC/AHA de 2013 43 e as diretrizes do ESC STEMI de 2017 e 2023 44 recomendam que pacientes com suspeita clínica de isquemia miocárdica e BRE sejam tratados independentemente de o BRE ser previamente conhecido ou não. Um fato importante é que as diretrizes enfatizam a presença de um BRE novo ou presumidamente novo em si não prediz IM. 4345 Sgarbossa et al. 46 propuseram um sistema de escore que foi posteriormente refinado pela introdução de um critério proporcional, conhecido como critério de Smith modificado, também validado para ritmo ventricular estimulado. 47 , 48

Segundo a Quarta Definição Universal de IM, 6 um bloqueio de ramo direito (BRD) novo ou presumidamente novo sem alterações no segmento ST ou onda T associadas deve ser considerado como um ECG equivalente à IAMCSST. Essas recomendações são primariamente baseadas em um estudo retrospectivo de Widimsky et al., 49 que incluiu 6742 pacientes com IM agudo. 49 Nesse estudo, nem todos os pacientes foram submetidos à angiografia de emergência como um protocolo de ICP primária. Outras evidências desafiam o BRE como um indicador de angiografia coronária de emergência, uma vez que a probabilidade de IM foi similar à de pacientes sem bloqueio. 50 Assim, mais dados de desfechos são necessários para pacientes apresentando dor torácica, BRD presumidamente novo, e sem desvio importante de ST.

Para apresentar uma visão sucinta de vários sinais e achados discutidos, a Figura 4 resume esses elementos para referência e melhor compreensão.

Figura 4. Indicadores eletrocardiográficos chave para oclusão coronariana aguda.

Figura 4

Diretrizes atuais e sua abordagem binária ao diagnóstico de IM agudo

As diretrizes atuais para o manejo de IAM são meticulosamente elaboradas, servindo como base para o tratamento de milhares de pacientes por cardiologistas e clínicos gerais. Essas diretrizes afirmam que, se um paciente com OCA, mas sem critérios eletrocardiográficos para IAMCSST, chega no departamento de emergência, é improvável que esse paciente seja submetido a cateterismo de urgência dentro do tempo porta-balão recomendado para IAMCSST. 51 Em vez disso, os médicos tipicamente solicitam um teste de troponina, que pode levar de uma a duas horas para ficar pronto. Durante esse intervalo, o paciente geralmente recebe medicamentos antianginosos, inclusive morfina. Embora novos testes de troponina-us forneçam rápidos resultados, 52 um nível elevado de troponina confirma um IAM. Se a história clínica seja sugestiva de IM tipo 1, a troponina ainda não diferencia OCA de NOCA. Quando o nível de troponina aumenta o suficiente para indicar OCA, uma lesão miocárdica substancial irreversível já ocorreu, e a janela crítica para o tempo porta-agulha e tempo porta-balão já está geralmente fechada. Assim, o diagnóstico de OCA deve ser determinado antes de os resultados de troponina estiverem disponíveis por meio de interpretação do ECG por experts ou uso de inteligência artificial na eletrocardiografia. A morfina pode confundir o diagnóstico ao levar a um falso senso de segurança, uma vez que o paciente está aparentemente sem dor (mas não sem isquemia). Portanto, o uso de morfina pode estar associado a um tempo mais longo para realização da angiografia. 53

As diretrizes brasileiras para IAMSSST recomendam estratégias invasivas urgentes para pacientes que apresentam dor torácica recorrente ou refratária. 33 Essa abordagem serve como uma rede de segurança para pacientes com OCA que não preenchem critérios eletrocardiográficos para IAMCSST. Recomenda-se cateterismo se um paciente apresenta um ECG falso negativo, mas continua com dor torácica. Embora essa recomendação seja muito prudente, vale notar que sua implementação não é tão disseminada como pode-se esperar, mesmo em locais em ela é oficialmente endossada. 51

Na OCA, a troponina inicial pode ser positiva ou negativa, similar a alguns casos óbvios de IAMCSST. Geralmente, o cateterismo para IAMSSST é adiado para uma data futura; com sorte, ele pode ocorrer em um momento mais tarde no mesmo dia. No entanto, ambos os cenários não se alinham aos prazos recomendados pelas diretrizes atuais ( Figura 5 ).

Figura 5. Fluxograma ilustrando a abordagem atual para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio; essa tem sido o pilar para o tratamento de muitos pacientes em várias áreas médicas; o algoritmo retrata as limitações de se confiar somente no eletrocardiograma e nos níveis de troponina.

Figura 5

Nós somos gratos pela atenção e pelo rigor aplicados no desenvolvimento dessas diretrizes. No entanto, acreditamos que haja uma oportunidade para uma ação mais assertiva nessa área. Nós defendemos a introdução de um novo paradigma para a abordagem do IM. Esse paradigma visa ser mais inclusivo e preciso, fornecendo um melhor suporte para cardiologistas, clínicos gerais, e estudantes de medicina no futuro.

Nossa proposta de abordagem para pacientes com dor torácica no departamento de emergência: O paradigma OCA-NOCA

Considerando a necessidade urgente de um diagnóstico rápido e preciso de IAM, nós propusemos uma abordagem refinada que enfatiza a diferenciação entre OCA e NOCA. Se um paciente com fatores de risco epidemiológicos apresenta-se no departamento de emergência com angina (ou outros sintomas isquêmicos), o paciente deve ser imediatamente avaliado quanto à potencial OCA ( Figura Central ). Essa abordagem é delineada para ser tanto prática como efetiva, reconhecendo as complexidades inerentes e as limitações no diagnóstico de IAM.

Processo diagnóstico: passo-a-passo

  1. Avalição eletrocardiográfica imediata: na chegada no departamento de emergência, pacientes com fatores de risco epidemiológicos e sintomas sugestivos de isquemia (angina ou equivalente) devem ser submetidos a um ECG nos primeiros dez minutos. Essa rápida avaliação é crucial na identificação de potenciais casos de OCA.

  2. Pesquisa por EST no ECG: uma etapa chave na avaliação de um paciente com suspeita de IAM no departamento de emergência é a avaliação da EST no ECG. Enquanto a presença de uma elevação significativa do ST é um forte indicador de OCA, é crucial compreender que aproximadamente 30-50% dos casos de OCA podem não apresentar esse sinal clássico. Isso destaca a importância de não se confiar somente na EST no diagnóstico de OCA. Os médicos devem estar cientes dessa possibilidade e preparados para maior investigação, mesmo na ausência de elevação importante do segmento ST, para assegurar que os casos de OCA não sejam negligenciados.

  3. Procura por outros sinais de OCA: além de se avaliar a EST, médicos devem estar atentos para identificar outros indicadores eletrocardiográficos que possam sugerir OCA: 54 , 55 EST sutil (< 1mm) é frequentemente vista na OCA, e qualquer EST ≥ 1mm na V2-V4 pode ser normal ou por OCA na ADAE; usar a fórmula de quatro variáveis para diferenciar; 34 ondas T hiperagudas com EST sutil com ou sem EST, 56 sinal de De Winter, 57 , 58 padrão de Aslanger, 36 , 59 , 60 DST em V1-V4 representando alterações recíprocas da parede lateral (V7-V9), 41 distorção terminal do QRS, 33 EST nas derivações inferiores acompanhada por qualquer DST na aVL indicativo de alterações recíprocas a partir da parede anterior média, 39 critério de Sgarbossa modificado por Smith em casos de BRE 47 , 61 ou ritmo estimulado. 48 A presença de qualquer desses sinais necessita reperfusão imediata. É fundamental reconhecer que uma OCA pode ocorrer mesmo sem esses sinais eletrocardiográficos específicos, ou mesmo com um ECG completamente normal.

  4. ECGs seriados e comparação: na ausência de sinais claros de OCA, ECG seriados devem ser realizados, e ECGs prévios obtidos para comparação. Essa etapa é vital para identificar mudanças dinâmicas que possam indicar isquemia miocárdica em progresso.

  5. Os pacientes devem receber tratamento com antianginosos. Deve-se evitar o uso de opioides para o alívio da dor até o paciente ser encaminhado para o laboratório de cateterismo, uma vez que a medicação esconderá sintomas isquêmicos. Um paciente com dor torácica persistente na SCA requer uma abordagem invasiva urgente, mesmo na ausência de sinais eletrocardiográfica na OCA. Paralelamente, é essencial avaliar outras potenciais causas de dor torácica que possam não responder à terapia antianginosa ( Figura 6 ).

Figura 6. Algoritmo de decisão proposto para o manejo de dor torácica no departamento de emergência; o fluxograma ilustra uma abordagem abrangente para a avaliação e o manejo de pacientes apresentando dor torácica no departamento de emergência. O algoritmo incorpora critérios diagnósticos tradicionais bem como critérios detalhados, visando melhorar a identificação e o tratamento de Oclusão Coronariana Aguda (OCA); etapas chave incluem avaliação clínica inicial, rápida avaliação por Eletrocardiograma (ECG), e consideração tanto de Elevação do Segmento ST (EST) como outros sinais eletrocardiográficos. O algoritmo também considera a possibilidade de casos falso-negativos de OCA, enfatizando a importância de monitorar dor torácica ou alterações dinâmicas no ECG como indicadores de terapia de reperfusão imediata. Importante notar que, enquanto esse algoritmo proposto oferece um potencial avanço no manejo de dor torácica, sua implementação em uma escala nacional, particularmente no Sistema Único de Saúde no Brasil, pode aumentar o número de intervenções coronárias percutâneas. Portanto, as implicações logísticas e econômicas dessa proposta devem ser cuidadosamente consideradas, e posteriormente validadas por ensaios clínicos randomizados antes de sua ampla adoção; DST: depressão do segmento ST.

Figura 6

Além dos sintomas isquêmicos, ECGs repetidos, e níveis de troponina, várias ferramentas diagnósticas podem servir como indicadores suplementares para identificar OCA. Tipicamente, a ecocardiografia revela anormalidade na motilidade da parede durante uma OCA; mas, são necessários contraste à base de microbolhas, técnica excelente, e interpretação por profissional experiente para uma alta sensibilidade. Finalmente, uma angiotomografia computadorizada coronariana de emergência deve ser facilmente acessível e análoga à abordagem atual de se avaliar pacientes com acidente vascular cerebral agudo no contexto de "oclusão de grandes vasos". 61

Enquanto essa abordagem visa fornecer uma via clara e viável para o diagnóstico de IAM, reconhecemos que nenhum método diagnóstico é infalível. A complexidade das apresentações do IAM significa que sempre haverá casos em que o diagnóstico não é imediatamente claro. Nossa abordagem é delineada para maximizar a acurácia diagnóstica e, ao mesmo tempo, ser adaptável a nuances de apresentações individuais dos pacientes.

Conclusão

O cenário do diagnóstico de IAM está prestes a sofrer uma mudança de paradigma. Enquanto o modelo IAMCSST-IAMSSST nos serviu bem como uma transição da era de reperfusão, evidências crescentes e observações clínicas indicam suas limitações em abordar detalhes mais complexos da SCA. Este artigo destaca essas restrições e apresenta o paradigma OCA-NOCA como uma estratégia mais precisa do ponto de vista anatômico e fisiológico no manejo do IAM. Antecipamos que esta abordagem refinada irá melhorar os desfechos do paciente otimizando a acurácia diagnóstica e maximizando a eficácia das terapias de reperfusão.

Apresentamos evidências desafiando a acurácia diagnóstica e terapêutica do paradigma IAMCSST-IAMSSST, destacando a taxa notável de casos negligenciados de infartos do miocárdio com oclusão e das limitações em se confiar somente no ECG (e especialmente na EST) e nos níveis de troponina para tomadas de decisões clínicas. Além disso, delineamos a abordagem do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em diagnosticar pacientes com dor torácica no ambiente de emergência, reforçando a importância da rápida avaliação do ECG e da terapia de reperfusão imediata para casos potenciais de OCA.

Nós acreditamos que o paradigma OCA-NOCA oferece uma direção promissora para pesquisas e prática clínica futuras. Ela estimula médicos a complementarem testes diagnósticos convencionais com um maior entendimento da fisiopatologia subjacente da SCA, levando a tratamentos mais ajustados às necessidades individuais dos pacientes. Acreditamos que este artigo estimulará a discussão e a investigação na comunidade de cardiologistas brasileiros, o que aumentará a precisão diagnóstica e a eficácia do tratamento dos pacientes com IAM.

Footnotes

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.

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Beyond STEMI-NSTEMI Paradigm: Dante Pazzanese's Proposal for Occlusion Myocardial Infarction Diagnosis

José Nunes De Alencar 1,, Fausto Feres 1, Mariana Fuziy Nogueira De Marchi 1, Kleber Gomes Franchini 1, Matheus Kiszka Scheffer 1, Sandro Pinelli Felicioni 1, Ana Carolina Muniz Costa 1, Rinaldo Carvalho Fernandes 1, Hugo Ribeiro Ramadan 1, Pendell Meyers 2, Stephen W Smith 3

Abstract

Although the existing framework for classifying acute myocardial infarction (AMI) into STEMI and NSTEMI has been beneficial, it is now considered to be falling short in addressing the complexity of acute coronary syndromes.

The study aims to scrutinize the current STEMI-NSTEMI paradigm and advocate for a more nuanced framework, termed as occlusion myocardial infarction (OMI) and non-occlusion myocardial infarction (NOMI), for a more accurate diagnosis and management of AMI.

A comprehensive analysis of existing medical literature was conducted, with a focus on the limitations of the STEMI-NSTEMI model. The study also outlines a new diagnostic approach for patients presenting with chest pain in emergency settings.

The traditional STEMI-NSTEMI model falls short in diagnostic precision and effective treatment, especially in identifying acute coronary artery occlusions. The OMI-NOMI framework offers a more anatomically and physiologically accurate model, backed by a wealth of clinical research and expert opinion. It underscores the need for quick ECG assessments and immediate reperfusion therapies for suspected OMI cases, aiming to improve patient outcomes.

The OMI-NOMI framework offers a new avenue for future research and clinical application. It advocates for a more comprehensive understanding of the underlying mechanisms of acute coronary syndromes, leading to individualized treatment plans. This novel approach is expected to ignite further scholarly debate and research, particularly in the Brazilian cardiology sector, with the goal of enhancing diagnostic accuracy and treatment effectiveness in AMI patients.

Keywords: Electrocardiography, Coronary Occlusion, Myocardial Infarction

Introduction

The diagnosis of acute myocardial infarction (AMI) is at a pivotal juncture. For many years, the (STEMI), (NSTEMI), STEMI-NSTEMI (ST-elevated myocardial infarction-non-ST elevated myocardial infarction) model has been fundamental in guiding urgent reperfusion treatments and directing medical professionals to treat acute coronary events. Although the model has significantly improved patient survival and quality of life, since the beginning of the Reperfusion Era at the end of the last century, its limitations in addressing the complexities of acute coronary conditions have been increasingly evident.

In this article, Cardiologists from Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, in collaboration with the proponents of this new paradigm, present this statement, drawing parallels between current paradigms and seminal shifts in the literature. We question the prevailing STEMI-NSTEMI paradigm for AMI diagnosis, and we advocate for the terms occlusion myocardial infarction (OMI) and non-occlusion myocardial infarction (NOMI). Notably, in the Portuguese version of this paper, "oclusão coronariana aguda (OCA)" is the terminology used for OMI. We propose this concept as a more precise anatomical and physiological framework for managing and classifying AMI. We strongly advocate for this new perspective based on extensive clinical research, expert opinions, and our clinical experience. We aim to spark crucial discussions in the cardiology field in Brazil about updating strategies for AMI treatment.

A brief history of the "STEMI" and "NSTEMI" paradigm

Unfortunately, and unlike other diseases, AMI has thus far always been classified only according to individual electrocardiogram (ECG) findings rather than the underlying pathophysiology. Nevertheless, the STEMI-NSTEMI paradigm, which replaced the previous "Q-wave myocardial infarction" and "non-Q-wave myocardial infarction" terminology in 2000, marked a significant advancement in the era of reperfusion therapy. It enabled the early identification of patients at risk of myocardial death before the development of a Q wave. At that time, thrombolysis was the primary reperfusion method available. A meta-analysis from the early era of this therapy revealed a number needed to treat (NNT) of 56 for the use of fibrinolytics. Notably, four of these studies, including the ISIS-2 study, did not require ECG alterations for patient inclusion. 13 However, subgroup analyses found an association with ST-segment elevation (STE), poorly defined, and improved outcomes with thrombolytics (primarily streptokinase).

The false dichotomy of STEMI vs. NSTEMI: A growing body of evidence

The STEMI paradigm was a significant milestone in cardiovascular medicine. However, the effort to standardize the STEMI criteria has exposed gaps with considerable consequences for patients.

In an early attempt to reconcile various STE criteria, Menown et al. 4 used logistic regression analysis in a case-control study of 1190 subjects to determine the optimal STE cut-offs: ≥ 2 mm in at least one of the anteroseptal leads (V1–4) or ≥ 1 mm in any other leads. This study relied on CK-MB to confirm myocardial infarction (MI), instead of angiographic evidence of acute coronary occlusion (ACO). 4 This methodological approach meant the study could not distinguish ACO from non-ACO, resulting in a sensitivity of only 56% for diagnosing AMI based on biomarkers.

In 2004, Macfarlane et al., 5 in a case-control study, suggested age and sex-specific STE cut-offs, applying analogous statistical techniques used in previous studies. However, the primary endpoint for diagnostic confirmation was again based on CK-MB values, ignoring the angiographic evidence of ACO. 5 Drawing from these case-control studies, the American Heart Association/American College of Cardiology Foundation/Heart Rhythm Society (AHA/ACCF/HRS) periodically redefines what is now known as the "STEMI criteria". This definition continues to be echoed in subsequent guidelines, including the 4th Universal Definition of MI. 6

Shortly after the 2000 consensus was reached, doubts arose about the adequacy of the STEMI-NSTEMI paradigm. The label "STEMI" has inadvertently emphasized just one aspect of a diagnostic test— the presence of STE on the ECG. 79 Some physicians, possibly unaware of how the STEMI/NSTEMI paradigm originated, may mistakenly believe that patients with OMI, but lacking STE on their ECG, do not benefit from reperfusion therapy.

In 2001, Schmitt et al. 10 was among the first to study the STEMI-NSTEMI paradigm angiographically. They found that 29% of the 418 patients with ACO did not meet "STEMI criteria". In particular, 50% of ECGs of patients with acute left circumflex artery occlusion failed to meet criteria. 10

In a post-hoc analysis of the PARAGON-B trial, 528 (27%) of 1,957 patients diagnosed with non-ST elevated acute coronary syndromes (NSTE-ACS) had fully occluded culprit vessels; these patients had larger infarct size and higher six-month risk-adjusted mortality. 11

The TRITON-TIMI-38 study 12 provided additional evidence: of 1,198 patients with NSTE-ACS and isolated ST-segment depressions (STD), 314 (26.2%) had culprit arteries that were fully occluded. Koyama et al. 13 also contributed to this understanding, finding that in STEMI cases, 57% had TIMI-0 flow, while in NSTEMI cases, 47% had TIMI-0 flow, with both groups showing a mortality rate of around 5%. 13 This is evidence that NSTEMI with occluded coronary arteries are essentially equivalent to STEMI in terms of severity and outcomes.

In 2021, Meyers et al. 14 compared the STEMI/NSTEMI paradigm to the OMI/NOMI framework. They aimed to identify differences in catheterization timing and related outcomes between STEMI(+) OMI and STEMI(-) OMI groups. The authors found that 28% of NSTEMI patients had total coronary occlusion detected at delayed catheterization and 45% of OMI did not meet STEMI criteria. Infarct size of these STEMI (-) OMI were statistically equal to those of the STEMI(+) OMI group. 14 In further research, Meyers et al. 15 examined the accuracy of specific OMI ECG markers compared to the current STEMI criteria. These predefined OMI ECG markers were far more sensitive while maintaining high specificity. These data suggest that accurate ECG interpretation can quickly and noninvasively identify patients with STEMI(-) OMI for immediate reperfusion. 15

The 2020 DIFOCCULT study 16 provided still more compelling evidence. Cardiologists, using expert interpretation of the ECG rather than strict STEMI criteria, blindly reclassified 28% of patients with NSTEMI as OMI; these patients had significantly higher long-term mortality than NSTEMI patients classified by ECG as having NOMI. A meta-analysis of diagnostic test accuracy conducted by our team further elucidates the diagnostic challenges associated with this condition. We found that the pooled sensitivity of STE in detecting ACO was only 43.6% (95% CI: 34.7%-52.9%), suggesting that more than half of ACO cases may not have STE. Specificity was high, at 96.5% (95% CI: 91.2%–98.7%). Further analysis employing the OMI-NOMI strategy demonstrated an improved sensitivity of 78.1% (95% confidence interval [CI]: 62.7%–88.3%) while maintaining a similar specificity of 94.4% (95% CI: 88.6%–97.3%). 17

In a meta-analysis of prevalence, Khan et al. 18 reported that 25% of 40,000 patients with NSTEMI were found to have an acutely occluded artery on next day angiogram without any collateral circulation. Compared to NSTEMI patients with an open artery, these individuals faced nearly double the mortality rate, even though they were, on average, 15 years younger and had fewer comorbidities. 18 In another meta-analysis by Hung et al., 19 of 60,000 NSTEMI patients, 34% were later found to have total coronary occlusion. Compared to patients with an open artery, those with OMI had, adjusted for other clinical factors: lower ejection fraction, higher biomarkers, more cardiogenic shock, and higher mortality (OR 1.72, 95% CI 1.49-1.98, p < 0.001). 19

The STEMI-NSTEMI paradigm, by defining a disease by one very inaccurate aspect (STE) of one test (the ECG), overlooks the actual pathophysiology of ACO. This results in the "No False Negative Paradox:" if a patient has ACO but no STE, there is no STEMI and so there is no false negative test for STEMI. This has resulted in the exclusion of STEMI (-) OMI patients from STEMI databases, and thus in limited standardized data on the sensitivity and specificity of STE for diagnosing OMI. This data gap in the literature hinders clinical decision-making, as physicians must use potentially inadequate criteria to address acute coronary syndrome (ACS).

Urgency of Treatment in Occluded Coronary Arteries: Time is Myocardium

In ACS, the saying "time is myocardium" holds true for OMI patients. For them, waiting is not an option; immediate reperfusion therapy is imperative. Troponin levels, while commonly used to diagnose MI, are not effective in diagnosing OMI in the acute settings for the following reasons:

  • Time delay: Troponin results are not instantaneous; they take time both to acquire (blood draw) and to process, during which the myocardium is at risk;

  • Lack of sensitivity: the initial high-sensitivity (hs) troponin lacks adequate sensitivity for acute OMI; in one study, the initial hs-troponin I was less sensitive than the rule-in threshold (52 ng/L) for type 1 MI in 27% of STEMI. 20 In a second real world population, the initial troponin value was below the upper reference limit in 47% of STEMI. 21 Moreover, troponin does not distinguish myocardial injury from AMI, type I MI from type II MI, nor OMI from NOMI. Consequently, hs-troponin is an unreliable marker for immediate clinical decision-making.

Perhaps the most common objection to the fact that NSTEMI-OMI [STEMI (-) OMI)] require emergent reperfusion comes from randomized trials comparing immediate vs. delayed interventions in patients with NSTEMI, showing no benefit. However, these studies are widely misrepresented. The most notable of these trials is the TIMACS study. 22 In this study, the "early intervention" group had a median intervention time of 16 hours, too prolonged to offer any benefit to patients with OMI. Furthermore, TIMACS did not include patients with ongoing symptoms. However, all studies that defined early intervention as less than two hours and included patients with ongoing symptoms demonstrated the benefit of an early intervention. 2229

Furthermore, the TIMACS study and others are often mischaracterized as involving only NSTEMI patients. However, this and other similar studies also enrolled patients without elevated troponin, who therefore, by definition, had unstable angina (UA), not AMI. It is well known that elevated troponin is a powerful predictor of high risk in ACS. In the case of TIMACS, 22% of the 3031 patients were diagnosed with UA, not AMI. It is worth noting that patients with serial negative troponins, indicative of UA, have never been shown to benefit from emergent rather than delayed treatment. How could more rapid reperfusion lead to reduced infarct size, when there is no infarct at all? Consequently, the lack of a noticeable difference in the primary outcome is not surprising, since 22% of the study population had no plausible mechanism of benefit.

Although the "early" intervention group in TIMACS waited an average of 16 hours for catheterization, there was a notable trend towards benefit in the primary outcome, with a 2.1% absolute risk reduction in death, MI, or stroke (9.4% vs. 11.5%, RR 0.81, 95%CI 0.63-1.04). This was observed despite the longer wait time for the "early" intervention group and the inclusion of 22% of patients with UA. Furthermore, the subgroup with a GRACE score > 140 showed benefits in all outcomes.

A subsequent important trial, frequently cited by those who claim no advantage over earlier NSTEMI management, is the VERDICT trial. 29 Among the 2,147 patients enrolled, 80% were diagnosed with NSTEMI, while 20% had UA without AMI. Again, the inclusion of UA dilutes the results. Adhering to all guidelines, the study excluded patients experiencing ongoing pain. In VERDICT, the angiogram times for the early and delayed groups were 4.7 and 62 hours, respectively. Although 4.7 hours is a significant improvement from the 16-hour duration observed in the early group of TIMACS, it remains a considerable delay in ACO-MI treatment, a fact readily acknowledged in the context of "STEMI" management. The primary outcome, which considered the potential benefits of rapid angiogram for a cohort comprising asymptomatic NSTEMIs and asymptomatic UA patients with serial negative troponins, unsurprisingly did not produce a discernible advantage for the early group.

However, like the TIMACS trial, 22 the VERDICT 29 subgroup with a GRACE score greater than 140 showed significant benefits in the primary outcome. Further examination of the NSTEMI patient subgroup revealed a 4% absolute reduction in the primary composite outcome (death, AMI, and repeated admission for ischemia or heart failure). This difference was not statistically significant, as the study could not discern a 4% variation (28.8% vs 32.7%, RR 0.85, 95% CI 0.71-1.01). An intervention demonstrating a reduction in absolute risk of 4% (NNT=25) in such a patient-centered outcome would hold significant clinical relevance if validated by a sufficiently powered study. So, the VERDICT findings cannot definitively counter this proposition.

Thus, the most extensive and pertinent studies 22 , 29 consistently indicate significant benefits in high-risk NSTEMI subgroups. These studies also suggest that the benefits observed in the entire NSTEMI subgroup could be confirmed if they were sufficiently powered. These findings come from populations where patients reported to be asymptomatic. Furthermore, the intervention times in the early management groups, 16 hours 22 and 4.7 hours 29 were substantially longer than what is typically considered emergent management (defined as less than 90 minutes). In fact, another trial, the RIDDLE-NSTEMI, where the time to percutaneous coronary intervention (PCI) was genuinely early (1.4 hours), demonstrated that an immediate invasive strategy in NSTEMI patients is associated with lower rates of death or new MI compared with a delayed invasive strategy. 30 This discrepancy hints at the potential for even more benefits if the intervention had been genuinely emergent, and especially if the study had been limited to OMI patients who are NSTEMI with specific ECG findings and usually with ongoing symptoms (e.g., persistent chest pain). Thus, our position is not to advocate for the emergent management of all NSTEMIs, especially those with resolved symptoms. Instead, we emphasize the importance of recognizing and promptly addressing the highest risk NSTEMI subgroup: OMI patients. These individuals, who have acutely occluded or nearly occluded culprit vessels, can gain the most from emergent management. The vast majority can be identified by the ECG using features beyond ST Elevation.

Given the critical anatomical reality of an occluded artery, it is recommended that the reperfusion therapy timeframe for OMI patients align with the door-to-needle and door-to-balloon time standards set for STEMI patients. Any delay in pursuing diagnostic clarity can lead to irreversible myocardial damage and negatively impact outcomes.

The new paradigm: OMI-NOMI

Given the limitations inherent in the STEMI-NSTEMI paradigm, a more nuanced approach has been proposed, focusing on the anatomical and physiological intricacies of ACS. This revised paradigm distinguishes patients into two categories:

  • OMI: This designation applies to patients experiencing ACO or near-occlusion, with limited collateral circulation, placing them at immediate risk of transmural AMI. This condition predominantly causes type 1 MI. The need for reperfusion therapy for these patients is urgent, regardless of the ECG findings. The primary concern is the anatomical obstruction and its associated risk, rather than the specifics of the ECG criteria. Although ECG findings play a role, other clinical and diagnostic findings, such as echocardiographic wall motion abnormalities or vessel obstruction detected by computed tomography coronary angiogram, can aid in diagnosing OMI, especially if the ECG is inconclusive.

  • NOMI: This category includes patients without coronary occlusion. However, because NOMI may involve unstable ruptured plaque, they remain vulnerable to potential coronary thrombosis and ischemia. These patients may have elevated troponin levels or ECG changes, such as T-wave inversions. Although these patients need an angiogram and intervention if a culprit is found, immediate reperfusion therapy is not typically warranted for this group. ECG is not sensitive for NOMI but, fortunately, it need not be because immediate intervention is not needed, and the diagnosis can wait for troponin.

This revised framework seeks to enhance our comprehension and handling of ACS. It prompts clinicians to emphasize not just the ECG, but also the underlying pathophysiology, thus aligning treatments more closely with individual patient requirements (Central figure). Meyers and Smith first championed this paradigm in their "OMI Manifesto", which presents a significant direction for impending research and clinical application.

Advancements in technology have significantly influenced the refinement of AMI management. Emerging artificial intelligence algorithms exhibit high precision in diagnosing OMI and are rapidly evolving. Such advancements could enhance the OMI-NOMI paradigm, providing clinicians with even more precise diagnostic tools. 31 , 32

Other electrocardiographic signs of OMI

In the evolving landscape of OMI diagnosis, one of the key electrocardiographic signs is the hyperacute T-wave, characterized by increased area under the T wave relative to the QRS complex, including a broad base, increased length convexity, and a tendency towards symmetry. Visually, it appears as if the T-wave expands in all directions—towards the QRS complex, away from it, and upwards—resulting in a broadening of the QT interval and a more rounded peak ( Figure 1 ).

Figure 1. Hyperacute T waves; electrocardiogram at 25 mm/s showing a hyperacute T-wave in leads V2-V4.

Figure 1

Inverted T-waves are not indicative of hyperacute phases of infarction, as some might assume from the term "sub-epicardial ischemia". Inverted T-waves recorded by leads overlying the ischemic myocardium appear after acute reperfusion, and in sub-acute or chronic ischemic states, or as reciprocal to hyperacute T-waves in an opposing lead. When negative T-waves are present, the issue may not be located in the sub-epicardial zone of the overlying leads, but may be located in zones of distant, opposite myocardium.

In addition to these signs, the De Winter pattern is noteworthy. This pattern is estimated to occur in only about 2% of patients with anteroapical MI undergoing primary angioplasty. In the clinical context of acute ischemic chest pain, the De Winter ECG pattern exhibits a STD measured at the J point of at least 1 mm in leads V1-V2 to V6 followed by an usually upslope ST segment and a high, symmetrical, and positive hyperacute T wave ( Figure 2 ). Although de Winter T-waves receive a lot of attention, they have no more importance than other hyperacute T-wave, of which they comprise only a small fraction.

Figure 2. Subtle De Winter sign; electrocardiogram at 25 mm/s displaying the De Winter pattern, characterized by ST-segment depression at the J point in leads V1-V2 to V6, followed by an upsloping ST segment and a high, symmetrical, positive hyperacute T wave.

Figure 2

Transitioning from T-waves, terminal QRS distortion offers another diagnostic clue. Defined as the absence of an S-wave below the TP isoelectric line and the absence of a J-wave in leads V2 or V3, it is very specific finding for left anterior descending artery (LAD) when compared to early repolarization. 33 To differentiate physiological and ischemic STE in V2 and V3, the four-variable Smith's formula might be used, with 88.8% sensitivity and 94.7% specificity ( Figure 3 ). 34 , 35 The calculator is available in: Subtle Anterior STEMI Calculator (4-Variable) (mdcalc.com)

Figure 3. Subtle ST segment elevation in anteroapical wall; electrocardiogram displaying a subtle STE of approximately 1 mm in V1-V4, which does not fulfil the criteria set by the Universal Definition of Myocardial Infarction. The use of the 4-variable calculator indicated Occlusion Myocardial Infarction (OMI). Subsequent coronary angiography confirmed occlusion of the left anterior descending artery.

Figure 3

Another electrocardiographic sign of OMI is the Aslanger pattern, which is associated with inferior wall infarction and multi-vessel coronary artery disease (CAD), not meeting the classical criteria for STE in two contiguous leads. It is characterized by STE in lead III only, and STD in any of the leads V4-V6 but not in V2, and an ST segment in V1 that is greater than in V2. 36

Another ECG sign of OMI involves occlusion of the diagonal branch, affecting the anteromedial wall of the heart. According to the current terminology for MI walls, which is based on magnetic resonance, leads I, aVL, and V2—and occasionally V3—correspond to the anteromedial wall of the left ventricle. In some cases, STE may only be evident in aVL and V2. 37 , 38 This region is supplied by the first diagonal branch of the LAD artery. A lack of awareness of this terminology could mislead cardiologists into thinking that aVL and V2 are not contiguous leads. When these leads are affected, a reciprocal change often occurs in the inferior wall, particularly in lead III. This specific pattern has been termed the "South African Flag" pattern.

The inverse also appears to be true: any ST depression in aVL is helpful to diagnose inferior wall OMI versus pericarditis. A study involving 426 patients with inferior MI and normal QRS complex found that 99% of ischemic inferior STEs exhibited some degree of reciprocal STD in lead aVL. This was true even when the inferior STE was subtle (less than 1 mm) and when there was STE in leads V5 and V6. In contrast, pericarditis showed no STD in any lead except aVR. 39 Another important change to consider is STD in leads V1 to V3/V4, which serves as a reciprocal indicator of STE in leads V7 to V9, corresponding to the lateral wall of the heart 31 , 40 , 41

The diagnosis of AMI becomes particularly challenging when a patient presents with left bundle branch block (LBBB). 42 The 2013 ACC/AHA guidelines and the 2017 43 and 2023 ESC STEMI guidelines 44 recommend that patients with clinical suspicion of ongoing myocardial ischemia and LBBB should be managed irrespective of whether the LBBB is previously known. Importantly, the guidelines emphasize that the presence of a new or presumably new LBBB does not, by itself, predict an MI. 4345 Sgarbossa et al. 46 proposed a scoring system that was further refined by introducing a proportional criterion, known as the Smith-modified Sgarbossa criteria, which is also validated for ventricular paced rhythm. 47 , 48

According to the Fourth Universal Definition of MI, 6 new or presumably new RBBB without associated ST-segment or T-wave changes should be considered as a STEMI-equivalent ECG. These recommendations are primarily based on a retrospective study by Widimsky et al., 49 which included 6,742 patients with acute MI. 49 In that study, not all participants underwent emergency angiography as a primary PCI protocol. Other evidences challenge the notion of RBBB as an indicator of emergency coronary angiography, as the likelihood of MI was similar to that of patients without any block. 50 Hence, further outcome data are needed for patients presenting with chest pain, presumably new RBBB, and no significant ST deviation.

To provide a succinct overview of the various signs and findings discussed, Figure 4 will summarize these elements for reference and better understanding.

Figure 4. Key electrocardiographic indicators for occlusion myocardial infarction.

Figure 4

Current guidelines and their binary approach to acute MI diagnosis

The current guidelines for the management of AMI are meticulously crafted, serving as the foundation for treating of thousands of patients by cardiologists and general practitioners. These guidelines dictate that if a patient with OMI, but without ECG criteria for STEMI, arrives at the emergency department, it is unlikely that this patient will undergo urgent catheterization within the door-to-balloon time that is recommended for STEMI. 51 Instead, clinicians typically order a troponin test, which can take 1 to 2 hours to yield results. During this interval, patient often receive antianginal medications, including morphine. Although new point-of-care hs-troponins provide quick results, 52 an elevated troponin level confirms an AMI. If the clinical history is suggestive of type 1 MI, troponin still does not differentiate between OMI and NOMI. When the troponin level increases sufficiently to indicate OMI, substantial irreversible myocardial injury has already occurred, and the critical window for door-to-needle or door-to-balloon time has often closed. Thus, an OMI diagnosis should be determined before troponin results are available through expert ECG interpretation or application of artificial intelligence to the ECG. Morphine obscures the diagnosis by leading to a false sense of security, as the patient is apparently pain free (but not ischemia-free); thus, the use of morphine may be associated with prolonged times to angiography. 53

The Brazilian guidelines for MI without STE recommend urgent invasive strategies for patients who experience refractory or recurrent chest pain. 33 This approach is designed to serve as a safety net for OMI patients who do not meet ECG criteria for STEMI. Catheterization is advised if a patient has a false-negative ECG but continues to experience chest pain. Although this recommendation is highly prudent, it is worth noting that its implementation is not as widespread as one might expect, even in settings where it is officially endorsed. 51

In OMI, the initial troponin can either be positive or negative, similar to some obvious STEMI cases. Often, catheterization for NSTEMI is deferred to a later date. In more fortunate situations, it might take place later on the same day. However, both scenarios do not align with the timeframes recommended by current guidelines ( Figure 5 ).

Figure 5. Flowchart illustrating the current approach for acute myocardial infarction diagnosis; this has been the cornerstone for the treatment of numerous patients across various medical disciplines; the algorithm addresses the limitations of relying solely on electrocardiogram and troponin test results.

Figure 5

We appreciate the thoughtfulness and rigor in the development of these guidelines. However, we believe that there is an opportunity for more assertive action in this area. We advocate for the introduction of a new paradigm for approaching MI. This paradigm aims to be both more inclusive and accurate, providing a better framework for cardiologists, general practitioners, and medical students in the future.

Our proposed approach for chest pain patients in the emergency department: the OMI-NOMI paradigm

In addressing the urgent need for a precise and rapid diagnosis of AMI, we propose a refined approach that emphasizes the differentiation between OMI and NOMI. If a patient with epidemiological risk factors presents to the emergency department with anginal pain (or other ischemic symptoms), the patient should be immediately evaluated for potential OMI ( Central Illustration ). This approach is designed to be both practical and effective, acknowledging the inherent complexities and limitations in diagnosing AMI.

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Step-by-step diagnostic process:

  1. Immediate ECG assessment: upon arrival at the emergency department, patients presenting with epidemiological risk factors and symptoms suggestive of ischemia (anginal pain or equivalents) should undergo an ECG within the first 10 minutes. This prompt evaluation is crucial in identifying potential cases of OMI.

  2. Searching for STE in ECG: a key step in the evaluation of a patient with suspected AMI in the emergency department is the assessment of the STE on the ECG. While the presence of significant STE is a strong indicator of OMI, it is crucial to understand that approximately 30-50% of OMI cases may not exhibit this classic sign. This highlights the importance of not solely relying on STE for diagnosing OMI. Clinicians must be aware of this possibility and be prepared to investigate further, even in the absence of significant STE, to ensure that cases of OMI are not overlooked.

  3. Looking for other signs of OMI: in addition to assessing for STE, clinicians should be vigilant in identifying other electrocardiographic indicators that may suggest OMI: 54 , 55 Subtle STE < 1 mm is frequently seen in acute OMI, and any STE of ≥ 1 mm in V2-V4 can be either normal or due to LAD artery OMI; use the four-variable formula to differentiate; 34 hyperacute T-waves with subtle STE or without any STE at all, 56 De Winter's sign, 57 , 58 Aslanger's pattern, 36 , 59 , 60 any STD in V1-V4 representing reciprocal changes from lateral wall (V7-V9), 41 terminal QRS distortion, 33 any STE in inferior leads accompanied by any STD in aVL indicative of reciprocal changes from the mid-anterior wall, 39 Smith's modified Sgarbossa criteria in instances of LBBB 47 , 61 or paced rhythm. 48 The presence of any of these signs necessitates immediate reperfusion. It is crucial to recognize that an OMI can occur even without these specific ECG signs, or even with a completely normal ECG.

  4. Serial ECGs and comparison: In the absence of clear ECG signs of OMI, serial ECGs should be performed, and previous ECGs should be obtained for comparison. This step is vital in identifying dynamic changes that may indicate evolving myocardial ischemia.

  5. Patients should receive antianginal treatment. Opioid pain relief should be avoided until the patient is committed to the cath lab, as it will hide ischemic symptoms. A patient with persistent chest pain in ACS requires an urgent invasive approach, even in the absence of ECG signs of OMI. Concurrently, it is essential to evaluate other potential causes of chest pain that may not respond to antianginal therapy ( Figure 6 ).

Figure 6. Proposed decision algorithm for managing chest pain in the emergency department. This flowchart outlines a comprehensive approach for the evaluation and management of patients presenting with chest pain in the emergency department. The algorithm incorporates both traditional and nuanced diagnostic criteria, aiming to improve the identification and treatment of Occlusion Myocardial Infarction (OMI). Key steps include initial clinical assessment, rapid electrocardiogram (ECG) evaluation, and consideration of both ST-segment elevation (STE) and other ECG signs. The algorithm also accounts for the possibility of false-negative OMI cases, emphasizing the importance of monitoring for refractory chest pain or dynamic changes in ECG as indicators for immediate reperfusion therapy. It is important to note that while this proposed algorithm offers a potential advancement in the management of chest pain, its implementation on a national scale, particularly within Brazil's Universal Healthcare System, may lead to an increase in the number of primary percutaneous coronary interventions. Therefore, the logistics and economic implications of this proposal should be carefully considered, and further validated through randomized controlled trials before widespread adoption.

Figure 6

Beyond ischemic symptoms, repeat ECGs, and troponin levels, various diagnostic tools can serve as supplementary indicators to identify OMI. Typically, echocardiography reveals a wall motion abnormality during an OMI, but bubble contrast, excellent technique, and experienced interpretation is necessary for high sensitivity. Finally, an emergency coronary CT angiogram should be easily accessible and analogous to the current approach to assessing acute stroke patients within the "large vessel occlusion" framework. 61

While this approach aims to provide a clear and viable pathway for diagnosing AMI, we acknowledge that no diagnostic method is infallible. The complexity of AMI presentations means that there will always be cases where the diagnosis is not immediately clear. Our approach is designed to maximize diagnostic accuracy while being adaptable to the nuances of individual patient presentations.

Conclusion

The AMI diagnosis landscape is poised for a paradigm shift. While the STEMI-NSTEMI framework has served us well as a transition out of the Reperfusion Era, mounting evidence and clinical observations indicate its limitations in addressing the intricate details of ACS. This article highlights these constraints and presents the OMI-NOMI paradigm as a more anatomically and physiologically accurate strategy for managing AMI. We anticipate that this refined approach will enhance patient outcomes by optimizing diagnostic accuracy and maximizing the efficacy of reperfusion therapies.

We have presented evidence challenging the diagnostic and therapeutic accuracy of the STEMI-NSTEMI paradigm, underscoring the notable rate of overlooked occlusion myocardial infarctions and the constraints of relying solely on the ECG (and especially on STE) and troponin levels for prompt clinical decisions. Additionally, we outline Instituto Dante Pazzanese's approach to diagnosing patients with chest pain in the emergency setting, stressing the importance of rapid evaluation of the ECG and immediate reperfusion therapy for potential cases of OMI.

We believe that the OMI-NOMI paradigm provides a promising direction for future research and clinical practice. It prompts clinicians to complement traditional diagnostic tests with a deeper understanding of the underlying pathophysiology of the ACS, leading to more tailored treatments to individual patient needs. We anticipate this article will stimulate further discussion and investigation within the Brazilian cardiology community, ultimately enhancing diagnostic precision and treatment efficacy for patients with AMI.

Footnotes

Sources of funding

There were no external funding sources for this study.

Study association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Ethics approval and consent to participate

This article does not contain any studies with human participants or animals performed by any of the authors.


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