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editorial
. 2016 Feb 2;50(Suppl 1):1s. doi: 10.1590/S01518-8787.201605000SUPL1ED
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ERICA: Study of Cardiovascular Risk Factors in Adolescents

Rosely Sichieri I,*, Marly A Cardoso II,**
PMCID: PMC4767029  PMID: 26910540

Surveys conducted in several countries indicate increased level of blood pressure in adolescents, as well as the prevalence of hypertension in this group, with estimates around 10.0%. 2 This growing prevalence of hypertension in young people stems mainly from the increase of obesity, observed in most countries 3 . However, the disease is also, independently, associated with the growing consumption of salt and sugar and other modern constraints such as stressful environments, low physical activity, and sedentary lifestyle 2 . In Brazil, a cross-sectional study on food consumption of Household Budget Survey 2008-2009 in representative sample of the population aged 10 or more years noted that the largest consumption of ultra-processed food was associated with higher content of fats in general, saturated fat, trans fat and free sugar. Less consumption of fiber, protein, sodium, and potassium was observed when compared to the fraction of consumption regarding in natura or minimally processed foods 5 .

This supplement of the Revista de Saúde Pública presents data from the Study of Cardiovascular Risks in Adolescents (ERICA), which allow us to assess the prevalence of hypertension and cardiovascular risk factors in Brazilian adolescents.

The data are of undeniable importance for the planning and evaluation of public policies and also for the development of more specific actions related to the school environment and to primary health care, aiming at the reduction of several injuries described to adolescents, ranging from inadequate food consumption to smoking and alcohol experimentation.

The importance of interventions in this phase of the life cycle is due to the large physiological changes that adolescents undergo, as occurs in body composition, with body fat gain among girls and muscle mass twice more expressive among boys 7 . These characteristics demand nutritional adequacy and psychological support for proper growth and development. In addition to these physiological changes, adolescents have great chance to acquire inappropriate eating habits and, in different countries, unhealthy dietary practices were observed in this age group. Therefore, adolescents feature high consumption of processed foods, including snacks, cookies, sugary drinks and other foods with high caloric density, besides low consumption of fruits and vegetables, healthy eating markers 4 , 8 .

Additionally, adolescents have been changing progressively the consumption of meals, frequently omitting breakfast and substituting lunch and dinner for unhealthy snacks, behavioral changes considered unfavorable to health 1 , 6 .

The articles in this Supplement assess the prevalence of hypertension and overweight in adolescents, as well as other cardiovascular risk factors, highlighting food consumption and physical activity features. Results were stratified according to regions of the country, school type, and cities’ characteristics.

This Supplement presents essential readings for scholars of chronic diseases and adolescence. It also allows a glimpse, by the amount and quality of the data obtained, of a material about adolescents’ health for more detailed future studies, which will enable the necessary and urgent measures for the prevention of chronic non-communicable diseases and injuries that begin in adolescence and persist into adulthood. Additionally, ERICA gathered a large numbers of researchers who will probably work on more appropriate living conditions for adolescents.

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Rev Saude Publica. 2016 Feb 2;50(Suppl 1):1s. [Article in Portuguese]

ERICA: Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes

Rosely Sichieri I,*, Marly A Cardoso II,**

Pesquisas realizadas em vários países indicam aumento do nível de pressão arterial em adolescentes, assim como da prevalência de hipertensão nesse grupo, com estimativas ao redor de 10,0% 2 . Essa crescente prevalência global da hipertensão em jovens decorre principalmente do aumento da obesidade, observada na maioria dos países 3 . Entretanto, também associa-se de forma independente com o crescente consumo de sal e de açúcar e com outros condicionantes do estilo de vida moderno, como ambientes estressantes, baixa atividade física e sedentarismo 2 . No Brasil, estudo transversal 5 sobre consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 em amostra representativa da população de 10 ou mais anos de idade observou que o maior consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a maior teor de gorduras em geral, de gordura saturada, de gordura trans e de açúcar livre. Além disso, foi observado menor consumo de fibras, proteínas, sódio e potássio, quando comparado à fração do consumo relativa a alimentos in natura ou minimamente processados 5 .

Este suplemento da Revista de Saúde Pública apresenta dados do Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), que permitem avaliar as prevalências de hipertensão e vários fatores de risco cardiovascular em adolescentes no cenário brasileiro.

Os dados são de inegável importância para o planejamento e avaliação de políticas públicas necessárias e também para o desenvolvimento de ações mais específicas relacionadas ao ambiente escolar e à atenção primária, visando a redução dos vários agravos descritos para os adolescentes, que vão do consumo alimentar inadequado ao tabagismo e experimentação de álcool.

A importância de intervenções nessa fase do ciclo de vida decorre das grandes mudanças fisiológicas pelas quais os adolescentes passam, como ocorre na composição corporal, com ganho de gordura corporal mais expressivo entre meninas e com ganho de massa muscular duas vezes maior entre meninos 7 . Essas características demandam adequação da alimentação e suporte psicológico para o crescimento e desenvolvimento apropriados. Paralelamente a essas transformações fisiológicas, os adolescentes têm grande chance de adquirir hábitos alimentares inadequados e, em diferentes países, observam-se práticas alimentares não saudáveis neste grupo etário. Assim, adolescentes apresentam elevado consumo de alimentos industrializados, incluindo salgadinhos, biscoitos, bebidas açucaradas e demais alimentos com alta densidade calórica, além de tendência de baixo consumo de frutas e hortaliças, marcadores de alimentação saudável 4 , 8 .

Adicionalmente, os adolescentes vêm alterando progressivamente o consumo de refeições, com frequente omissão do desjejum e substituição de almoço e jantar por lanches não saudáveis, mudanças comportamentais consideradas desfavoráveis à saúde 1 , 6 .

Os artigos deste Suplemento avaliam as prevalências de hipertensão e excesso de peso em adolescentes, bem como outros fatores de risco cardiovascular, com destaque para características do consumo alimentar e atividade física. Os resultados foram estratificados segundo regiões do País, tipo de escola e características das cidades.

Este Suplemento apresenta leitura imprescindível para os estudiosos de doenças crônicas e da adolescência. Também permite vislumbrar, pela quantidade e qualidade dos dados obtidos, material sobre a saúde dos adolescentes para estudos futuros mais detalhados, que viabilizarão as necessárias e urgentes medidas de prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e agravos que se iniciam na adolescência e persistem na vida adulta. Adicionalmente, o ERICA agregou grande número de pesquisadores que provavelmente trabalharão por condições de vida mais adequadas para os jovens.


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