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. 2021 May 6;116(5):1007–1010. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200927
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A Evolução da Angioplastia Transluminal Coronariana na America Latina

Costantino Roberto Costantini 1,, Rafael Michel de Macedo 1, Marcos Antônio Denk 1, Sergio Gustavo Tarbine 1, Lazaro Garcia 2, Mario Fernando Camargo Maranhão 1, Costantino Ortiz Costantini 1
PMCID: PMC8121465  PMID: 34008829

Em agosto de 1979, dois anos e um mês após a realização da primeira angioplastia no mundo por Andreas Grüntzig (setembro de 1977),1 recebemos na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (SCMC) um paciente (A. S. O.) de 55 anos, sexo masculino, com quadro de angina aos esforços. O mesmo foi submetido a uma cineangiocoronariografia, que mostrou uma lesão crítica (estenose avaliada entre 75-80%), localizada no segmento proximal da artéria coronária direita (ACD). A artéria coronária esquerda (ACEsq) apresentava aspecto angiográfico normal e o ventrículo esquerdo (VE) uma hipocinesia discreta na parede inferior com a válvula mitral competente.

Surgia, então, a oportunidade de colocar em prática pela primeira vez na America Latina a técnica descrita por Grüntzig et al.1 Isso porque as lesões encontradas neste paciente preenchiam as características anatômicas necessárias: lesão única, curta (< 10 mm), proximal, com ausência de espasmo, concêntrica, não calcificada e indicação de cirurgia de revascularização do miocárdio. Dessa forma, após uma discussão entre a equipe clínica e o serviço de cirurgia cardiovascular, optou-se por propor ao paciente a dilatação da obstrução da ACD como tentativa de tratamento de sua insuficiência coronária.

Após a sua concordância, em 10 de agosto de 1979 o paciente foi encaminhado para a sala de hemodinâmica, sendo submetido à intervenção coronária percutânea (ICP) descrita por Costantini et al.2 Após a ICP, a obstrução crítica da ACD foi reduzida a uma lesão de grau discreto (estenose avaliada entre 15-20%). Apesar do bom resultado angiográfico, existia a preocupação com o metabolismo do músculo cardíaco. Na ausência de outro método de avaliação isquêmica, foi realizada uma avaliação metabólica por meio da extração de uma amostra de sangue do seio coronário para avaliação do ácido lático, que confirmou a adequada oferta de oxigênio ao músculo cardíaco conforme demonstra a Figura 1.2

Figura 1. A) ACD Lesão em segmento proximal; B) Local da lesão pós-angioplastia; C) Dosagem de ácido láctico pré e pós-angioplastia (ano de 1979).

Figura 1

Nos anos seguintes, o paciente (A. S. O.) foi rigorosamente monitorado quanto à evolução de sua doença coronariana. Outros tratamentos foram realizados ao longo do tempo, com a utilização de novas técnicas e tecnologias. A Figura 2 e a Tabela 1 apresentam toda a sua evolução terapêutica entre os anos de 1982 e 2009.

Figura 2. Evolução terapêutica entre 1982 e 2009 (A. S. O.).

Figura 2

Tabela 1. Descritivo do quadro evolutivo e tratamento do paciente (A. S. O.) entre 1982 e 2009.

Data Exame Diagnóstico Conduta
1982 Cateterismo cardíaco:
3 anos de evolução
ACD com resultado angiográfico mantido; TCESQ: lesão de grau discreto; ADA e ACX: lesões de grau discreto. Tratamento clínico
1993 Cateterismo cardíaco:
14 anos de evolução
VE função preservada; ACD: lesão de grau discreto no 1/3 proximal. TCESQ: lesão de grau discreto; ADA: lesão de grau moderado no 1/3 proximal e severo no 1/3 médio; ACX: lesão de grau severo no 1/3 distal. ICP com aterectomia rotacional em ADA e com cateter-balão em ACX
1997 Cateterismo cardíaco:
18 anos de evolução
VE função preservada, ACD: lesão de grau discreto no 1/3 proximal e severo no 1/3 distal com presença de placa ulcerada pelo USIC. TCESQ: lesão de grau discreto; ADA: reestenose angiográfica de angioplastia prévia; ACX: resultado angiográfico. mantido em 1/3 distal. ICP com implante de stent PS 4,0*15 mm em segmento distal de ACD e com cateter-balão em 1/3 médio proximal de ADA
1999 Cateterismo cardíaco:
20 anos de evolução
(angina estável)
VE função preservada; ACD: lesão de grau discreto no 1/3 proximal avaliado com USIC e boa evolução em local submetido a stent PS. TCESQ: lesão de grau discreto; ADA: resultado angiográfico mantido; ACX: resultado angiográfico mantido em 1/3 distal. Tratamento clínico
2003 Cateterismo cardíaco:
24 anos de evolução
(angina estável)
VE Função preservada, ACD: lesão de grau discreto na 1/3 proximal e boa evolução em local submetido a stent PS. TCESQ: lesão de grau discreto; ADA: reestenose angiográfica de angioplastia prévia e placa ulcerada em óstio; ACX: reestenose angiográfica de grau moderado em 1/3 distal. ICP com implante de dois stents Cypher® guiados com USIC em 1/3 proximal e médio de ADA (2,75*18 e 2,75*33 mm). Placa ulcerada do óstio avaliada com USIC e mantida em tratamento clínico por apresentar lúmen arterial preservado
2005 Cateterismo cardíaco:
26 anos de evolução
(angina estável recorrente)
VE Função preservada; ACD: lesão de grau moderado na 1/3 proximal e boa evolução em local submetido a stents PS avaliados com USIC. TCESQ: lesão de grau moderado; ADA: lesão ostial com critérios de severidade pela avaliação com USIC; ACX: reestenose angiográfica de grau severo em 1/3 distal. ICP com implante de um stent Taxus® em 1/3 distal da ACX (2,75*24 mm) e implante de stent Taxus® em óstio de ADA (3,0*32 mm) guiados com USIC
2007 Cateterismo cardíaco:
28 anos de evolução
(angina estável classe II)
VE função preservada, ACD: lesão de grau moderado a importante no 1/3 proximal na avaliação angiográfica e limítrofe na avaliação com USIC e boa evolução em local submetido a stent PS. TCESQ: lesão de grau severo no 1/3 distal, ADA: boa evolução de stents prévios avaliados com USIC, ACX: boa evolução de stent prévio. ICP com implante de um stent Taxus® em TCESQ (4,0*28 mm) guiado com USIC
2008 Check-up:
angiotomografia/
cintilografia
Perfusão normal; VE função preservada; ACD: lesão de grau moderado a importante (60-70%) no 1/3 proximal e stent PS com boa evolução, porém com lesão severa (70%) em seu bordo proximal. TCESQ: stent prévio com boa evolução; ADA: stents prévios com boa evolução; ACX: stent prévio com boa evolução. Tratamento clínico
2009 Cateterismo cardíaco:
30 anos de evolução (angina estável classe II)
ACD: Avaliação do 1/3 proximal com USIC na modalidade de histologia virtual e OCT evidenciando área luminal limítrofe com presença de grande core necrótico pela histologia e presença de uma fina camada da íntima pela avaliação com OCT; no 1/3 distal observa-se boa evolução do stent PS e placa severa em 1/3 médio com presença de úlcera. ICP com implante de um stent metálico (3,5*18 mm) em 1/3 médio de ACD.
Lesão de 1/3 proximal da ACD foi mantida em tratamento clínico

ACD: artéria coronária direita; TCESQ: tronco coronária esquerda; ACX: artéria circunflexa; ICP: intervenção coronária percutânea; USIC: ultrassom intracoronário; OCT: tomografia de coerência óptica; PS: Palmaz-Schatz.

Em março de 2010, o paciente reingressa com novo quadro de angina estável (AE) classe II, sendo submetido ao nono cateterismo cardíaco, como apresentado na Figura 3. A ventriculografia apresentava VE com volumes discretamente aumentados devido à hipocinesia difusa, fração de ejeção de 46% (A) e progressão importante da lesão do 1/3 proximal submetida à angioplastia em 1979 (B). O USIC mostrou uma área luminal de 3,22 mm2 (C). ACEsq apresentava ótima evolução angiográfica nos locais submetidos a implante de stents (D, E). Por apresentar quadro de AE e com a progressão da placa aterosclerótica do 1/3 proximal da ACD optou-se pelo implante de dois stents Taxus® 4,0*16 mm e 4,0*12 mm (F), guiados com USIC (G, H). Os dois stents prévios nos 1/3 médio e distal apresentavam hiperplasia neointimal de grau discreto pela avaliação com USIC (I, J). Na avaliação angiográfica e com USIC dos stents implantados previamente em TCESQ e ADA, observou-se uma ótima evolução com presença de discreto grau de hiperplasia neointimal (L-O).

Figura 3. A) VE; B) ACD resultado angiográfico; C) ACD resultado USIC lesão severa 1/3 proximal; D) TCESQ/ACX resultado angiográfico; E) ADA resultado angiográfico; F) ACD pós-implante de stents 1/3 proximal; G, H) ACD USIC pós novos stents 1/3 proximal; I, J) ACD USIC stents prévios em 1/3 médio e distal; K-O) TCESQ/ADA resultado angiográfico e com USIC stents.

Figura 3

Após 41 anos de pioneirismo, seguindo com entusiasmo a técnica que Grüntzig nos ensinou, oferecemos aos nossos pacientes o que há de mais novo dentro da cardiologia intervencionista, buscando sempre novas tecnológicas para fortalecer cada vez mais o tratamento da doença coronariana.

Ao acompanhar a trajetória do paciente A. S. O., tivemos a grandiosa oportunidade de conhecer os aspectos morfológicos desta patologia coronária, que é evolutiva e não tem cura. Foi possível acompanhar todo o avanço terapêutico e o diagnóstico por imagem (angiografia, USIC e OCT), desde a utilização do primeiro cateter-balão até a primeira geração de stents farmacológicos.

Após 34 anos de evolução, o paciente A. S. O. faleceu em 2013 em virtude de causas neurológicas. Aos seus familiares e em sua memória fica nosso eterno agradecimento pela confiança depositada em nossa equipe. Além disso, ressaltamos a importância dos colegas Dr. Flávio Nogueira (in memoriam) e Dr. Donaldo Pereira Garcia (in memoriam), que contribuíram sobremaneira para a evolução da técnica no Brasil.

Footnotes

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Referências

  • 1.1. Grüntzig AR, Myler ES, Hanna ES, Turina MI. Transluminal angioplasty of coronary artery stenosis. Circulation. 1977; 56 (Suppl 2): 84-90.
  • 2.2. Costantini CR, Garcia LC, Garcia DP, Rojas RI, Michelotto PV, Nogueira F. Angioplastia coronariana transluminal. Aspectos cineangiográficos e metabólicos. Relato de um caso. Arq Bras Cardiol. 1980; 34(4): 307-10. [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2021 May 6;116(5):1007–1010. [Article in English]

The Evolution of Percutaneous Coronary Intervention in Latin America

Costantino Roberto Costantini 1,, Rafael Michel de Macedo 1, Marcos Antônio Denk 1, Sergio Gustavo Tarbine 1, Lazaro Garcia 2, Mario Fernando Camargo Maranhão 1, Costantino Ortiz Costantini 1

In August 1979, two years and one month after the first percutaneous coronary intervention (PCI) was performed in the world by Andreas Grüntzig,1 we received at Santa Casa de Misericordia in Curitiba (SCMC) a 55-year-old male patient (A.S.O.) with Canadian Cardiovascular Society (CCS) class 2 stable angina. Coronary angiography showed a severe (75-80 DS%) lesion in the middle segment of the Right Coronary Artery (RCA). The left coronary artery system did not have any significant atherosclerotic lesion and the left ventriculogram showed mild inferior wall hypokinesia with competent mitral and aortic valves.

That was the opportunity to put into practice the technique described by Gruntzig et al.1 for the first time in Latin America. The clinical presentation and the angiographic characteristics of the lesion met all the criteria described by Gruntzig: Single lesion, short length (<10mm), proximal arterial segment, without vasospasm, concentric, non-calcified and feasible for CABG. Thus, after discussing it with the clinical and cardiovascular surgery staff, it was decided to propose the dilation of the RCA obstruction to the patient as an attempt to treat his coronary disease.

After patient consent was obtained, on August 10, 1979 he was submitted to PCI as described by Costantini et al.2. After the PCI, the severe RCA lesion was reduced to a mild lesion (15-20 DS%). Despite the good angiographic result, there was concern about the heart muscle metabolism. Thus, in the absence of another method for myocardial ischemia assessment, a metabolic evaluation was performed by extracting a blood sample from the coronary sinus during temporary pacemaker-induced tachycardia pre- and post-PCI for evaluation of lactic acid levels. This evaluation confirmed the adequate oxygen supply to the heart muscle after PCI as demonstrated in Figure 1.2

Figure 1. A) Proximal RCA lesion before PCI, B) Proximal RCA lesion post-PCI, C) Coronary Sinus Lactate level assessment pre- and post-PCI.

Figure 1

During the subsequent years, the patient (A.S.O) was closely monitored regarding the coronary heart disease evolution. Other treatments were performed over time and new techniques and technologies were used. Figure 2 and Table 1 show patient evolution between 1982 and 2009.

Figure 2. Therapeutical evolution between 1982 and 2009 (A.S.O).

Figure 2

Table 1. Description of the patient's evolution and treatment (A.S.O.) between 1982 and 2009.

Date Exam Diagnostics Conduct
1982 Cardiac Catheterization
3 years of FU
LV: RCA preserved systolic function with maintained angiographic result, LMT: mild lesion,
LAD and LCX: mild lesions;
Clinical Treatment
1993 Cardiac Catheterization
14 years of FU
LV: preserved systolic function, RCA: mild lesion in proximal LMT segment: mild lesion, LAD: moderate lesion in the proximal segment and severe lesion in the mid segment, LCX: severe lesion in the distal segment. Rotational atherectomy PCI of LAD lesion and balloon PCI of LCX lesion
1997 Cardiac Catheterization
14 years of FU
LVEF: preserved systolic function, RCA: mild lesion in the proximal segment and severe lesion in the distal segment with ulcerated plaque on IVUS assessment, LMT: mild lesion, LAD: angiographic restenosis of rotational atherectomy PCI LCX: mild lesion in the distal segment; PCI with 4.0x15 mm Palmaz-Schatz stent implantation in the distal RCA; Balloon PCI of LAD
1999 Cardiac Catheterization
20 years of FU
Stable Angina
LV: preserved systolic function, RCA: mild lesion in the proximal segment; good angio and IVUS outcome of the distal stent, LMT: mild lesion, LAD: good angiographic outcome, LCX: good angiographic outcome; Clinical treatment
2003 Cardiac Catheterization
24 years of FU
Stable Angina
LV: preserved systolic function, RCA: mild lesion in the proximal segment, good angio and IVUS outcome of the distal stent, LMT: mild lesion, LAD: angiographic restenosis, ulcerated plaque in the LCX ostium: in stent 40% DS; Proximal and mid LAD IVUS-guided DES PCI (CYPHER 2.75x18 & 2.75x33 mm). Ulcerated ostial plaque evaluated by IVUS and maintained in clinical treatment because it had preserved luminal area.
2005 Cardiac Catheterization
26 years of FU
Stable Angina
LV: preserved systolic function, RCA: mild lesion in proximal segment; good angio and IVUS outcome of the distal BMS, LMT: moderate lesion
LAD: severe ostial lesion, good angiographic and IVUS evolution of DES, LCX: angiographic restenosis;
Distal LCX (TAXUS stent) & ostial LAD (TAXUS stent) IVUS-Guided DES PCI
2007 Cardiac Catheterization
28 years of FU
Stable Angina
LV: preserved systolic function, RCA: Moderate lesion in the proximal RCA and good angio and IVUS outcome of the distal BMS, LMT: severe lesion
LAD: good angiographic and IVUS evolution of DES LCX: good angiographic and IVUS evolution of DES;
LMT IVUS-Guided DES PCI
(TAXUS 4.0x28 mm)
2008 Check-up
Multi-Slice Computed Tomography/ Cardiac Nuclear Scan Test
Normal perfusion, LV with preserved systolic function, RCA: moderate to severe lesion
(60-70%) in the proximal segment and good evolution of the distal BMS;
Clinical Treatment
2009 Cardiac Catheterization
30 years of FU
Stable Angina
RCA: Virtual Histology and OCT assessment of the proximal segment showing intermediate luminal area stenosis with a large Necrotic core and TCFA. Severe stenotic and ulcerated lesion in the mid segment. Mid RCA IVUS-Guided BMS (3.5x18mm) PCI
(3.5x18 mm). The proximal RCA lesion was not submitted to any intervention and maintained on clinical treatment.

RCA: right coronary artery; LMT: left main trunk; LCX: left circumflex artery; LAD: left anterior descending artery; PCI: percutaneous coronary intervention; IVUS: intravascular ultrasound; OCT: optical coherence tomography; BMS: bare metal stent; DES: drug-eluting stent; TCFA: thin-cap fibroatheroma.

In March 2010, the patient returned with CCS 2 stable angina, being submitted to the 9th cardiac catheterization, of which images are shown in Figure 03. The LV gram showed slightly increased LV volumes due to diffuse hypokinesia and a 46% ejection fraction (A) and significant progression of the proximal 1/3 lesion submitted to angioplasty in 1979 (B). The IVUS showed a luminal area of 3.22 mm2 (C). The LMT, LAD and LCX presented with an excellent angiographic evolution in sites submitted to stent implantation (D,E). Because of angina limitations and the progression of the atherosclerotic plate in the proximal RCA, it was opted to perform the IVUS-Guided DES PCI with two Taxus stents (4.0x16 mm and 4.0x12 mm) (F, G,H). The two previous stents in the middle and distal segments of the RCA showed mild neointimal hyperplasia in the IVUS assessment (I,J). In the angiographic and IVUS evaluation of previously implanted stents in the LMT and LAD, an optimal evolution was observed with the presence of a mild degree of neointimal hyperplasia (L-O).

Figure 3. A) LV; B) pre-intervention RCA; C) RCA IVUS assessment; D) LMT/LCX angiography; E) LAD angiography; F) post-intervention RCA; G,H) post-intervention RCA IVUS; I,J) RCA IVUS assessment of the mid and distal segments in previous stents; K-O) LMT/LAD angiographic and IVUS previous stents.

Figure 3

Forty-one years after a pioneering intervention, enthusiastically following the technique that Grüntzig taught us, we can offer our patients the newest technology in interventional cardiology, always seeking new methods to improve the treatment of coronary heart disease.

By following the trajectory of patient A.S.O., we had the great opportunity to learn about the morphological aspects of this coronary pathology, which is progressive and has no cure. It was possible to monitor all therapeutic and diagnostic imaging advances (angiography, IVUS and OCT) starting with the use of the first balloon-catheter to the first generation of drug-eluting stents.

After 34 years of evolution of the first angioplasty performed in Latin America, patient A.S.O. died in 2013 from neurological causes. To his family and in his memory, our eternal gratitude for the trust placed in our team.

Footnotes

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.


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