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editorial
. 2021 May 6;116(5):926–927. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20210205
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Mapeamento de T1 na Insuficiência Cardíaca: Implicações Prognósticas

Editor: Sarah Moharem-Elgamal1,2,
PMCID: PMC8121467  PMID: 34008816

A fibrose miocárdica leva ao comprometimento da função diastólica e sistólica e está associada ao aumento de eventos cardiovasculares adversos maiores. É um correlato estrutural que pode ser encontrado nas diferentes fases da insuficiência cardíaca. Os dois principais tipos de fibrose miocárdica são a fibrose intersticial e a fibrose de substituição. A fibrose intersticial é um processo reversível que ocorre no início do processo da doença como aumento da síntese de colágeno em distribuição microscópica difusa dentro do miocárdio e às vezes por distribuição perivascular localizada. A fibrose de substituição tipicamente ocorre nos estágios mais avançados da doença, após lesão irreversível do miócito ou morte, na qual a apoptose celular desencadeia o aparecimento de fibroblastos e promove deposição macroscópica de tecido fibroso de colágeno no miocárdio.

A ressonância magnética cardíaca (RMC) tem a capacidade de quantificar com precisão os volumes ventriculares e a fração de ejeção, bem como a caracterização não-invasiva do miocárdio. Essas características únicas levaram ao aumento do uso de RMC na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca (IC). A RMC pode detectar a presença e extensão da fibrose de substituição através de imagem de realce tardio com gadolínio e fibrose intersticial difusa por mapeamento de T1 nativo. A fibrose intersticial identificada pelo mapeamento de T1 nativo tem sido utilizada como marcador de atividade da doença,13 na estratificação de risco4 e no monitoramento do manejo terapêutico em pacientes com IC.5

Nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Marques et al.,6 relatam a viabilidade da avaliação do mapeamento de T1 nativo em pacientes com IC em um hospital de referência em cardiologia e sua associação com parâmetros estruturais e perfil funcional.6 Eles incluíram 134 pacientes com insuficiência cardíaca de diferentes etiologias de um único centro. A maior parte da etiologia da população do estudo foi de pacientes não isquêmicos [n = 95 (70,9%)]. O realce tardio com gadolínio foi observado em 59% (56 pacientes) com cardiomiopatia não-isquêmica e 87% (34 de 39) de pacientes com cardiomiopatia isquêmica. Valores aumentados de T1 nativo do miocárdio foram associados a maiores diâmetros do VE (p = 0,007) e volumes ventriculares (p <0,01). Um valor de T1 significativamente maior foi observado em pacientes com FEVE <35% (p <0,001). Ao comparar os valores de T1 em relação à gravidade da disfunção sistólica, o T1 significativamente maior foi observado na ICFEr do que na ICFEi (p = 0,004) e ICFEp (p <0,001). T1 elevado foi observado em 55,2% dos pacientes com ICFEp (p <0,01).

Além disso, o mapeamento de T1 estava elevado independentemente da etiologia da IC (89,7% em isquêmicos e 81,1% em não-isquêmicos), com um maior valor de T1 observado em pacientes isquêmicos vs. não isquêmicos (p = 0,004). Um dado interessante neste estudo, foi o fato de os autores incluíram a cardiomiopatia chagásica. Eles demonstraram que 13 pacientes com cardiomiopatia chagásica com T1 nativo aumentado (1.077,1 ± 61,1ms) estavam associados à redução da FEVE (27,6 ± 16,8%) e aumento dos diâmetros e volumes do VE. Além das diferentes etiologias e da gravidade da insuficiência cardíaca, o tabagismo foi a única comorbidade identificada com valores elevados de T1 estatisticamente significativos (p = 0,032).

Esses achados enfatizam o fato de que o aumento dos valores de mapeamento de T1 nativo apresentaram uma associação direta com os parâmetros tradicionais utilizados para avaliar a gravidade da doença, independentemente da etiologia subjacente. Os autores reconheceram que o tamanho limitado da amostra, outras patologias tais como edema, infiltração, e inflamação podem afetar os valores de T1, bem como a falta de cálculo do volume extracelular. Apesar disso, o mapeamento de T1 nativo oferece um método não invasivo para caracterizar a patologia difusa. Seus achados apoiam o uso do mapeamento de T1 nativo como um biomarcador não invasivo para estratificação de risco na insuficiência cardíaca.

Footnotes

Minieditorial referente ao artigo: Estratificação da Insuficiência Cardíaca Clínica através do Mapa T1 Nativo: Experiência de um Serviço de Referência

Referências

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  • 6.6. Marques T, Fernandes A, Dantas Júnior R, de Oliveira Melo A, Biederman R, Aras Junior R. Clinical heart failure stratification through native T1 mapping: Experience of a referral service. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(5):919-925. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2021 May 6;116(5):926–927. [Article in English]

T1 Mapping in Heart Failure: Prognostic Implications

Editor: Sarah Moharem-Elgamal1,2,

Myocardial fibrosis leads to impaired diastolic and systolic function and is associated with increased major adverse cardiovascular events. It is a structural correlate that can be found in the different stages of heart failure. The two main types of myocardial fibrosis are interstitial fibrosis and replacement fibrosis. Interstitial fibrosis is a reversible process that occurs early in the disease process as increased collagen synthesis in diffuse microscopic distribution within the myocardium and sometimes by localized perivascular distribution. Replacement fibrosis typically occurs in the later stages of the disease after irreversible myocyte injury or death, in which cell apoptosis triggers fibroblasts and promotes macroscopic deposition of collagen fibrous tissue in the myocardium.

Cardiac magnetic resonance (CMR) has the capability to accurately quantify ventricular volumes and ejection fraction, as well as the non-invasive characterization of the myocardium. These unique features have led to the increased use of CMR in the assessment of patients with heart failure (HF). CMR can detect the presence and extent of replacement fibrosis through late gadolinium enhancement imaging and diffuse interstitial fibrosis through native T1 mapping. Interstitial fibrosis identified by native T1 mapping has been used as a marker of disease activity,13 risk stratification4 and monitoring of the therapeutic management in heart failure patients.5

In this issue of the Brazilian Archives of Cardiology, Marques et al.6 report the feasibility of native T1 mapping assessment in patients with HF in a cardiology referral hospital and its association with structural parameters and functional profile.6 They enrolled 134 patients with heart failure of different etiologies from a single center. Most of the study population's etiology comprised non-ischemic patients [n=95 (70.9%)]. Late gadolinium enhancement was observed in 59% (56 patients) with non-ischemic cardiomyopathy and 87% (34 of 39) ischemic cardiomyopathy patients. Increased native myocardial T1 values were associated with larger LV diameters (p = 0.007) and ventricular volumes (p <0.01). A significantly higher T1 value was observed in patients with LVEF <35% (p <0.001). Upon comparing the T1 values in relation to systolic dysfunction severity, significantly higher T1 was observed in HFrEF than in HFmrEF (p = 0.004); and HFpEF (p <0.001). Elevated T1 was observed in 55.2% of patients with HFpEF (p <0.01).

Furthermore, T1 mapping was elevated regardless of the HF etiology (89.7% in ischemic and 81.1% in non-ischemic cases), with a higher T1 value observed in ischemic vs. non-ischemic patients (p = 0.004). Unique to this study, the authors have included Chagas cardiomyopathy. They demonstrated that 13 Chagas cardiomyopathy patients with increased native T1 (1077.1 ± 61.1ms) was associated with reduced LVEF (27.6 ± 16.8%) and increased LV diameters and volumes. In addition to the different etiologies and the severity of heart failure, smoking was the only comorbidity identified with a statistically significant elevated T1 values (p = 0.032).

These findings emphasize that the increased native T1 mapping values had a direct association with traditional parameters used to assess disease severity regardless of the underlying etiology. The authors have acknowledged that the limited sample size, other pathologies such as edema, infiltration, and inflammation may affect T1 values, as well as the lack of extracellular volume calculation. Nonetheless, native T1 mapping offers a noninvasive method to characterize diffuse pathology. Their findings support the use of native T1 mapping as a non-invasive biomarker for risk stratification in heart failure.

Footnotes

Short Editorial related to the article: Clinical Heart Failure Stratification Through Native T1 Mapping: Experience of a Referral Service


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