Resumo
Fundamento
Existem informações conflitantes sobre se a ultrassonografia pulmonar avaliada por linhas B tem valor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca (ICa).
Objetivos
Avaliar o valor prognóstico da ultrassonografia pulmonar avaliada por linhas B em pacientes com ICa.
Métodos
Quatro bases de dados (PubMed, EMBASE, Cochrane Library e Scopus) foram sistematicamente pesquisadas para identificar artigos relevantes. Reunimos a razão de risco (RR) e o intervalo de confiança de 95% (IC) de estudos elegíveis e realizamos análises de heterogeneidade, avaliação de qualidade e viés de publicação. Os dados foram agrupados usando um modelo de efeitos fixos ou de efeito aleatório. Um valor de p <0,05 foi considerado para indicar significância estatística.
Resultados
Nove estudos envolvendo 1.212 participantes foram incluídos na revisão sistemática. As linhas B > 15 e > 30 na alta hospitalar foram significativamente associadas ao aumento do risco de desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa (RR, 3,37, IC de 95%, 1,52-7,47; p = 0,003; RR, 4,01, IC de 95%, 2,29-7,01; p <0,001, respectivamente). O ponto de corte da linha B > 30 na alta foi significativamente associado ao aumento do risco de hospitalização por ICa (RR, 9,01, IC de 95%, 2,80-28,93; p <0,001). Além disso, o ponto de corte da linha B > 3 aumentou significativamente o risco de desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa (RR, 3,21, IC de 95%, 2,09-4,93; I2 = 10%; p <0,00001).
Conclusão
As linhas B podem predizer mortalidade por todas as causas e hospitalizações por ICa em pacientes com ICa. Outros grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para explorar se lidar com as linhas B melhoraria o prognóstico nos ambientes clínicos. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)
Keywords: Pulmão/Ultrassonografia, Linhas B, Prognóstico, Insuficiência Cardíaca, Revisão, Metanálise
Introdução
A insuficiência cardíaca (ICa) continua sendo a principal causa de hospitalização nas últimas décadas devido a sua alta prevalência, morbidade e mortalidade. 1 A congestão pulmonar pode predizer tanto a mortalidade quanto a morbidade em pacientes com ICa, 2 e a descongestão é um dos principais objetivos da gerenciamento de ICa durante a hospitalização. 3
A ultrassonografia pulmonar (USP) é uma ferramenta simples, amigável para o paciente, confiável e sensível para detectar a congestão pulmonar avaliada por linhas B. 4 , 5 A linha B é um tipo de artefato de cauda de cometa que aparece como reverberação hiperecoica vertical discreta semelhante a lasers, surge da linha pleural, se estende até a parte inferior da tela, se move em sincronia com o deslizamento do pulmão e apaga as linhas A. 6 As linhas B representam septos interlobulares espessados. A soma das linhas B em todos os espaços escaneados produz uma pontuação que denota a extensão do fluido extravascular no pulmão, e zero é definido como uma ausência completa de linhas B na área investigada. 7 A USP à beira do leito foi reconhecida em uma declaração científica da European Society of Cardiology como um dos elementos-chave na mensuração da congestão clínica desde 2010, 8 e foi recomendada em 2015 para avaliar edema pulmonar em pacientes com suspeita de ICa aguda. 9
Uma técnica baseada em ultrassom para avaliar a congestão pulmonar tem servido como um auxílio na diferenciação das causas da dispneia aguda, principalmente em situações de acidente e emergência, 10 mas também como uma avaliação em outras condições. 11 , 12 Estudos em animais têm apoiado o uso da ultrassonografia torácica e detecção de linhas B como técnicas de diagnóstico de edema pulmonar cardiogênico em cães. 13 Além disso, ao USP foi identificada como uma ferramenta reprodutível e confiável para a detecção de congestão pulmonar, identificação do início de descompensação de ICa e avaliação da eficiência terapêutica para essa síndrome em camundongos. 14 As linhas B fornecem um biomarcador útil para avaliar o curso de tempo das alterações extravasculares da água do pulmão após as intervenções. Após o tratamento médico adequado da ICa, o padrão de linha B desaparece quase por completo, o que representa uma abordagem diagnóstica alternativa e fácil de usar para avaliar a congestão pulmonar em pacientes com ICa descompensada. 15 O número de linhas B mais alto foi associado a um risco aumentado de morbidade e mortalidade em outras configurações de doença, como a síndrome coronariana aguda 16 e a diálise. 17 No entanto, sua eficácia em pacientes com ICa não está bem estabelecida.
Devido ao número limitado de estudos clínicos sobre este tópico, acreditamos que vale a pena avaliar cuidadosamente as evidências acumuladas. Na presente meta-análise, examinamos sistematicamente o valor prognóstico da congestão pulmonar transmitida por linhas B em pacientes com ICa.
Métodos
Busca bibliográfica
Este estudo foi realizado sob a orientação da declaração de Itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Metanálises ( Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses – PRISMA). 18 A lista de verificação PRISMA 2009 foi listada no arquivo suplementar. Isso foi registrado com o PROSPERO (CRD 42019138780). Pesquisamos PubMed, EMBASE, Cochrane Library e Scopus desde sua data de início até julho de 2019 para identificar estudos elegíveis, usando palavras-chave e/ou termos de título de assunto médico como: “ B lines ” ou “ lung ultrasound ” ou “ ultrasound lung comets ” ou “ pulmonary congestion ”) e (“ heart failure ” ou “ cardiac dysfunction ” ou “ cardiac failure ” ou “ cardiac insufficiency ”. Não foram utilizadas restrições de idioma. As referências de literaturas relevantes também foram pesquisadas em busca de mais estudos elegíveis.
Critérios de inclusão e exclusão do estudo
Os critérios de inclusão nesta revisão e metanálise fizeram referência aos participantes, intervenções, comparações, resultados e desenho do estudo (PICOS) conforme descrito no protocolo PRISMA, sendo:
inscrição de pacientes com ICa (seja de nova ICa ou agravamento da ICC exigindo hospitalização);
o uso de cometas pulmonares de ultrassom para avaliar a congestão pulmonar em pacientes com ICa;
razões de risco relatadas (RR) para medidas de resultados possíveis (mortalidade por todas as causas, hospitalização por ICa ou desfechos combinados); e
estudos de acompanhamento, incluindo análise post hoc de ensaios clínicos randomizados.
Os critérios de exclusão foram:
revisões, metanálises, estudo não-humano, cartas, relatos de caso e conferências; e
estudos que não fornecem resultados em pacientes com ICa.
Extração de dados e avaliação de qualidade
Dois investigadores (Y.W. e X.P.) examinaram independentemente todos os títulos, resumos e artigos de texto completo extraídos de bancos de dados para estudos potencialmente relevantes. Qualquer discrepância foi resolvida por discussão entre todos os autores. Os seguintes dados foram extraídos de cada estudo: sobrenome do primeiro autor, ano de publicação, país onde o estudo foi realizado, os tipos de estudo envolvidos, o número de participantes, períodos de acompanhamento e desfechos de interesse. Uma escala de qualidade de Newcastle-Ottawa ( Newcastle-Ottawa Quality scale – NOS) variando de zero (mais baixa) a nove (mais alta) foi aplicada para avaliar a qualidade metodológica para estudos de coorte, conforme recomendado pelo Cochrane Non-Randomized Studies Methods Working Group . 19 Uma pontuação de ≥5 foi considerado de alta qualidade. Além disso, a ferramenta Quality In Prognosis Studies (QUIPS) foi aplicada para examinar o viés e a validade nos artigos de fatores prognósticos. 20
Análise Estatística
Os softwares RevMan 5.3 ( The Cochrane Collaboration , Oxford) e Stata, versão 11 (StataCorp), foram usados adequadamente em todas as análises estatísticas. A estatística Cochrane Q e a estatística I 2 foram calculadas para avaliar a heterogeneidade entre os estudos. O teste estatístico Cochrane Q com um valor p ≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Os valores de I 2 de 25, 50 e 75% corresponderam a graus de heterogeneidade baixo, moderado e alto, respectivamente. 21 Se I 2 fosse maior que 50%, optamos por usar um modelo de efeitos aleatórios (DerSimonian e método de Laird) para combinar os resultados e se I 2 fosse inferior a 50% criamos um modelo de efeitos fixos (método de Mantel-Haenszel). 22 O uso de um modelo de efeitos aleatórios também foi considerado quando o número de estudos era pequeno. Combinamos as razões de risco (RR) entre os estudos usando ponderação de variância inversa genérica e um intervalo de confiança de 95% (IC) para cada desfecho. O log geral (RR) com seu IC de 95% foi usado como o resumo do tamanho do efeito geral. Além disso, realizamos análises de subgrupos com base no número de linhas B na alta nos estudos incluídos. As análises de sensibilidade foram conduzidas excluindo um estudo envolvido nesta revisão e metanálise de cada vez para refletir o efeito do conjunto de dados específicos na RR geral. O viés de publicação foi analisado quantitativamente pelo teste de correlação de postos de Begg 23 e teste de regressão linear de Egger. 24 Um valor de p <0,05 foi considerado para indicar significância estatística.
Resultados
Resultados da Busca
Nossa estratégia de busca foi delineada na Figura 1 . Nossa busca na literatura identificou 847 artigos potencialmente relevantes. Foram excluídos 455 estudos com base na triagem dos títulos e resumo desses artigos. Cinquenta e oito artigos foram excluídos após a revisão do texto completo e, finalmente, os 9 artigos restantes 25 - 33 foram incluídos na metanálise.
Figura 1. – Fluxograma do processo seletivo.
Características do estudo e avaliação da qualidade
Os 9 estudos incluídos variaram de 54 a 342 pacientes, com uma população final de 1.212 pacientes. Destes, sete estudos foram realizados na Europa e um nos Estados Unidos. A Tabela 1 representa as características basais dos artigos incluídos nesta metanálise. Desses, oito estudos eram prospectivos 25 - 30 , 32 , 33 e um estudo retrospectivo. 31 Cinco de nove estudos 27 , 29 , 30 , 32 , 33 inscreveram um total de 792 pacientes ambulatoriais com ICa e os outros quatro estudos envolveram 420 pacientes hospitalizados por ICa. Além disso, quatro estudos 26 , 28 , 31 , 32 tiveram períodos de acompanhamento de 3 ou 4 meses e os outros cinco, de não menos de 6 meses. Os dados de hospitalização por ICa estavam disponíveis para apenas dois estudos, enquanto a maioria dos estudos relatou dados sobre o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa. A idade média dos pacientes variou de 53 a 81 anos. Os pacientes nos estudos incluídos eram predominantemente do sexo masculino. As principais características dos pacientes foram resumidas na Tabela 2 . De acordo com a NOS apresentada na Tabela 3 , todos os estudos incluídos foram considerados de alta qualidade. No entanto, quatro artigos receberam pontuação 8 devido à duração relativamente curta do acompanhamento. A Tabela 4 mostra a avaliação da qualidade geral dos estudos incluídos usando a ferramenta QUIPS. Os sete artigos elegíveis eram geralmente de risco de viés baixo a moderado em termos de atrito de estudo, fator prognóstico e medição de resultados, participação no estudo, definição de resultados e análise estatística e relatórios. Além disso, alguns estudos apresentavam alto risco de viés porque relataram análise não ajustada ou não relataram análise ajustada.
Tabela 1. – Características principais dos estudos incluídos.
| Primeiro autor | Ano de publicação | País | Tipo de estudo | Participantes do estudo | Número de pacientes, n | Períodos de acompanhamento | Mortes por todas as causas, n | Hospitalização por ICa, n | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa, n | Desfechos reportados | Qualidade do estudo | Nível de significância adotado |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Gargani 25 | 2015 | Itália | Coorte prospectiva | Pacientes internados | 100 | 6 meses | 4 | 14 | NA | Hospitalização por ICa | 9 | p <0,05 |
| Coiro 26 | 2015 | França | Coorte prospectiva | Pacientes internados | 60 | 3 meses | 10 | 15 | 18 | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 8 | p <0,05 |
| Gustafsson 27 | 2015 | Suécia | Coorte prospectiva | Pacientes ambulatoriais | 104 | 6 meses | 14 | 18 | 24 | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 9 | p <0,05 |
| Cogliati 28 | 2016 | Itália | Coorte prospectiva | Pacientes internados | 150 | 100 dias | 11 | 23 | 34 | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 8 | p <0,05 |
| Platz 29 | 2016 | América | Coorte prospectiva | Pacientes ambulatoriais | 195 | 6 meses | 15 | 48 | 54 | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 9 | p <0,05 |
| Villanueva 30 | 2016 | Espanha | Coorte prospectiva | Pacientes ambulatoriais | 54 | 6 meses | NA | 18 | NA | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 9 | NR |
| Coiro 31 | 2016 | França | Coorte retrospectiva | Pacientes internados | 110 | 3 meses | 16 | 26 | 33 | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 8 | p <0,05 |
| Miglioranza 32 | 2017 | Brasil | Coorte prospectiva | Pacientes ambulatoriais | 97 | 4 meses | 3 | 23 | NA | Morte por todas as causas, hospitalização por ICa, ECAM | 8 | p <0,05 |
| Pellicori 33 | 2018 | Reino Unido | Coorte prospectiva | Pacientes ambulatoriais | 342 | 12 meses | 25 | 35 | NA | Morte por todas as causas ou hospitalização por ICa | 9 | p <0,05 |
ICa: insuficiência cardíaca; ECAM: eventos cardíacos adversos maiores; NA: não aplicável; NR: não relatado.
Tabela 2. – Características de base dos pacientes dos estudos incluídos.
| Estudos | Idade, média/mediana, anos | Homens, % | FEVE, média/mediana, % | Razão e/e' | DAC, % | HTN, % | DM, % | IECA/BRA, % | β-bloqueadores, % | ARM, % | Diuréticos, % | Digoxina, % |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Gargani 2015 | 70 | 73 | 37 | NA | NA | 57 | 39 | 63 | 60 | 60 | 100 | NA |
| Coiro 2015 | 72 | 68 | 38 | 19,11 ± 9,5 | 32 | NA | NA | NA | NA | NA | NA | NA |
| Gustafsson 2015 | 72 | 72 | NA | NA | 40 | 57 | 24 | 95 | 89 | 31 | 78 | NA |
| Cogliati 2016 | 81 | 42 | 48 | NA | 42 | 62 | 34 | 69 | 66 | 39 | 96 | 24 |
| Platz 2016 | NA | 61 | 32 | NA | NA | 71 | 49 | 67 | 89 | 29 | 92 | 21 |
| María 2016 | 79 | 54 | NA | NA | 33 | 94 | 54 | 72 | 57 | NA | 100 | 17 |
| Coiro 2016 | 73 | 55 | 39 | 16 ± 1 | 46 | NA | NA | NA | NA | NA | NA | NA |
| Miglioranza 2017 | 53 | 61 | 28 | 17 (13,30) | 30 | 53 | 23 | 66 | 95 | 53 | 62 | 50 |
| Pellicori 2018 | NA | 67 | NA | NA | 49 | 55 | 29 | 85 | 73 | 49 | 75 | NA |
FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; DAC: doença arterial coronariana; HTN: hipertensão; DM: diabetes mellitus; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; BRA: bloqueador do receptor da angiotensina; ARM: antagonista do receptor mineralocorticóide; NA: não aplicável.
Tabela 3. – Avaliação da qualidade do estudo usando a Escala de Newcastle-Ottawa para estudos de coorte.
| Seleção | Desfecho | ||||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Primeiro autor, ano de publicação (referência) | Representatividade da coorte exposta | Seleção da coorte não exposta | Apuração da exposição | Resultado de interesse ausente no início do estudo | Comparabilidade | Avaliação de desfechos | Acompanhamento por tempo suficiente para que os resultados ocorram | Adequação do acompanhamento | Pontuação total |
| Gargani 2015 | * | * | * | * | * * | * | * | * | 9 |
| Coiro 2015 | * | * | * | * | * * | * | - | * | 8 |
| Gustafsson 2015 | * | * | * | * | * * | * | * | * | 9 |
| Cogliati 2016 | * | * | * | * | * * | * | - | * | 8 |
| Platz 2016 | * | * | * | * | * * | * | * | * | 9 |
| Villanueva 2016 | * | * | * | * | * * | * | * | * | 9 |
| Coiro 2016 | * | * | * | * | * * | * | - | * | 8 |
| Miglioranza 2017 | * | * | * | * | * * | * | - | * | 8 |
| Pellicori 2018 33 | * | * | * | * | * * | * | * | * | 9 |
Asteriscos são as classificações por estrelas de acordo com a Escala de Newcastle-Ottawa; * e ** indicam as classificações mais altas para essas categorias.
Tabela 4. – Avaliação da qualidade do nível do estudo usando a ferramenta Quality In Prognosis Studies.
| Estudo | Participação no estudo | Atrito de estudo | Medição do fator prognóstico | Medição de resultado | Viés de confusão do estudo | Análise estatística e relatórios |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Gargani 2015 25 | B | B | B | B | A | B |
| Coiro 2015 26 | B | M | B | B | A | B |
| Gustafsson 2015 27 | B | B | B | B | B | B |
| Cogliati 2016 28 | B | B | B | B | A | B |
| Platz 2016 29 | B | B | B | B | B | B |
| Villanueva 2016 30 | B | B | M | B | A | B |
| Coiro 2016 31 | B | M | B | B | B | B |
| Miglioranza 2017 32 | B | B | B | B | B | B |
| Pellicori 2018 33 | B | B | B | B | B | B |
B: baixo; M: moderado; A: alto
Linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa
Três estudos 26 , 28 , 31 relataram a associação entre linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de óbito ou hospitalização por ICa. Estimativas agrupadas mostraram que houve uma forte tendência para a associação entre linhas B de alta e aumento do risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 1,08, IC de 95%, 0,99-1,19; I 2 = 91%; P = 0,09 ; Figura 2 ). A análise de subgrupo 28 , 31 com base no número de linhas B na alta revelou que as linhas B > 15 na alta foram significativamente associadas ao aumento do risco de morte ou hospitalização por ICa (RR, 3,37, IC 95%, 1,52-7,47; I 2 = 0%; p = 0,003; Figura 3 ). Além disso, as linhas B > 30 na alta se correlacionaram significativamente com aumento do risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 4,01, IC 95%, 2,29-7,01; I2 = 0%; p <0,001; Figura 3 ). A análise de sensibilidade restrita a dois estudos prospectivos 26 , 28 demonstrou que as linhas B > 30 se correlacionaram significativamente com o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 3,46, IC 95%, 1,86-6,47; I 2 = 0%; p = 0,0001). A análise de sensibilidade pela omissão de qualquer estudo único produziu resultados semelhantes.
Figura 2. – Gráficos para linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa.
Figura 3. Análise de subgrupo das linhas B de alta e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa.
Linhas B de alta hospitalar e hospitalização por ICa
Dois estudos 25 , 26 relataram a associação entre linhas B de alta e hospitalização por ICa. As estimativas gerais demonstraram que as linhas B de alta foram significativamente associadas à hospitalização por ICa (RR, 1,05, IC 95%, 1,01-1,09; p = 0,01; Figura 4 ), com heterogeneidade substancial (I 2 = 87%). Além disso, a análise de subgrupo indicou que as linhas B > 30 na alta aumentaram significativamente o risco de hospitalização por ICa (RR, 9,01, IC 95%, 2,80-28,93; p <0,001; Figura 4 ), sem heterogeneidade (I 2 = 0%).
Figura 4. – Gráficos para linhas B e hospitalização por ICa.
Linhas B e desfechos combinados de morte e hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa
Cinco estudos 27 , 29 , 30 , 32 , 33 avaliaram a associação entre linhas B e desfecho combinado de morte e hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa. As RR agrupadas mostraram que as linhas B > 3 aumentaram significativamente o risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa (RR, 3,21, IC 95%, 2,09-4,93; I 2 = 10%; p <0,00001; Figura 5 ). A análise de sensibilidade restrita a três estudos 27 , 30 , 32 , 33 conduzidos fora da América demonstrou que as linhas B > 3 se correlacionaram significativamente com o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 2,96, IC 95%, 1,69-5,16; I 2 = 22%; p <0,001). A análise de sensibilidade foi conduzida pela omissão de qualquer estudo único que não alterou significativamente as estimativas de efeito geral.
Figura 5. – Gráficos para linhas B e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa.
Viés de publicação
Os testes de Egger e Begg não sugeriram viés de publicação significativo de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa em pacientes internados (Egger p = 0,15 e Begg p = 1,00) e ambulatoriais (Egger p = 0,33 e Begg p = 1,0).
Discussão
A presente metanálise indicou que em pacientes com ICa, os pontos de corte das linhas B > 15 e > 30 na alta foram preditivas do desfecho composto de mortalidade por todas as causas ou readmissão por ICa em pacientes hospitalizados. Além disso, um ponto de corte de linha B > 30 na alta foi preditivo de hospitalização por ICa. Em pacientes ambulatoriais com ICa, as linhas B > 3 previram fortemente o desfecho composto de mortalidade por todas as causas ou readmissão por ICa. Dada a heterogeneidade entre os estudos incluídos e o tamanho limitado da amostra, esses resultados devem ser considerados como geradores de hipóteses para pesquisas futuras.
Uma revisão sistemática recente sugeriu que muitas linhas B em pacientes com ICa descompensada identificaram alto nível de risco para eventos adversos. 34 No entanto, essa revisão consistiu em apenas cinco estudos sobre avaliação do valor prognóstico da USP na ICa e não realizou metanálise com base em diferentes números de linhas B na alta. Outra revisão apoiou o uso de USP no tratamento da ICa descompensada aguda, tanto como modalidade diagnóstica quanto no monitoramento da terapia para ICa. 35 Em um ambulatório de ICa sistólica moderada a grave, um estudo demonstrou que as linhas B estavam significativamente associadas a mais parâmetros clinicamente estabelecidos de descompensação, como a porção N-terminal do peptídeo natriurético tipo B (NT-proBNP), a pontuação de congestão clínica e razão E/e’, e a pontuação de corte da linha B ≥ 15 sugeriram descompensação de ICa. 36 No entanto, o valor prognóstico de linhas B, incremental aos fatores de risco bem como àqueles indicadores estabelecidos de congestão clínica em pacientes com ICa, requer investigação adicional.
Existem poucos dados que descrevem as características das linhas B e suas diferenças em pacientes com ICa com função sistólica ventricular preservada (HFpEF) e reduzida (HFrEF). Os estudos incluídos envolveram pacientes com ICa, mas demonstraram seus resultados sem estratificação por FE. Embora a congestão melhore substancialmente durante a hospitalização em resposta à terapia padrão como único método, pacientes com HFrEF e sinais e sintomas de repouso ausentes ou mínimos avaliados pelo BNP e a pontuação de congestão clínica ainda experimentaram uma alta taxa de mortalidade e readmissão. 37 É importante notar que o estudo por Coiro et al. demonstrou que a adição de ≥ 15 e ≥ 30 linhas B ao BNP e ao padrão New York Health Association (NYHA) melhoraram a classificação de risco e as linhas B previram de maneira independente a mortalidade e hospitalização por ICa. 26 A ausência ou uma pequena quantidade de linhas B identificou aqueles com risco extremamente baixo de ICa por re-hospitalização, mas se lidar ou não com essa congestão pulmonar residual melhoraria o desfecho do paciente deve ser objeto de investigação adicional. 38
O padrão ouro ainda não foi estabelecido para a avaliação quantitativa da congestão pulmonar. É importante observar que o posicionamento do paciente pode afetar o número de linhas B em pacientes com ICa, por exemplo, o número de linhas B foi menor na posição sentada do que na posição supinada. 39 Além disso, dois estudos 25 , 27 incluídos nesta revisão e metanálise usaram ambos os métodos das 28 e 8 regiões de varredura para exames de USP. Esses dois métodos foram recomendados como úteis na avaliação do edema pulmonar. 40 No entanto, ao relatar os achados de USP, é importante que os dados contínuos e categóricos sejam padronizados para apresentar medidas de USP (por exemplo, número de regiões pulmonares) para facilitar a comparação de resultados em estudos de ICa. No presente trabalho, os estudos incluídos indicaram o valor prognóstico das linhas B em pacientes com ICa internados e ambulatoriais. No entanto, devido aos diferentes desfechos de interesse (hospitalização por ICa versus desfechos combinados de hospitalização e mortalidade) e diferentes períodos de acompanhamento clínico (3 versus 6 meses), há uma ligeira diferença no ponto de corte ideal relatado para as linhas B; entretanto, eles variaram entre 15 e 30. Ensaios clínicos randomizados maiores são necessários para investigar até que ponto o uso de USP beneficiaria pacientes com ICa. Além disso, mais estudos são necessários para descobrir se a USP pode ser usada para identificar diferentes fenótipos de pacientes com ICa e para ser adaptada às necessidades individuais do paciente.
Limitações
Devido ao seu desenho, nossa análise não permitiu a demonstração da superioridade das linhas B em comparação com outros biomarcadores de ICa, como a classificação NYHA, o NT-proBNP ou o teste de caminhada de 6 min, nem avaliamos o valor prognóstico incremental das linhas B sobre os marcadores estabelecidos para congestão. Além disso, até onde sabemos, embora estejamos fornecendo a primeira revisão e metanálise das linhas B em pacientes com ICa, mais estudos são necessários para o tratamento ideal de pacientes com ICa no que diz respeito ao valor integrativo das linhas B associado ao BNP ou a fatores de risco. Em terceiro lugar, existe uma heterogeneidade substancial nesta revisão e metanálise entre os estudos. Os artigos incluídos com diferentes características dos pacientes, quantificação de linhas B e risco de viés podem contribuir para a heterogeneidade entre os estudos. Além disso, o número de pacientes incluídos em nossa metanálise foi relativamente pequeno, o que pode ter impacto na quantificação exata do valor prognóstico das linhas B. Além disso, os estudos incluídos consideraram diferentes desfechos. Apenas um estudo 24 forneceu valores de linhas B tanto na admissão quanto na alta para o desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa. Seria interessante examinar as mudanças entre os números ou posições das linhas B na admissão e antes da alta.
Conclusões
A presente metanálise demonstrou que as linhas B podem predizer mortalidade por todas as causas e hospitalizações por ICa em pacientes com ICa. Outros grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para explorar se lidar com as linhas B melhoraria o prognóstico nos ambientes clínicos.
Vinculação acadêmica
Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.
Aprovação ética e consentimento informado
Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.
Fontes de financiamento .O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
Referências
- 1.. McMurray JJV, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur J Heart Fail. 2012;14(8):803-69. [DOI] [PubMed]; McMurray JJV, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur J Heart Fail . 2012;14(8):803–869. doi: 10.1093/eurjhf/hfs105. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 2.. Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading congestion in acute heart failure: a scientific statement from the acute heart failure committee of the heart failure association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33. [DOI] [PubMed]; Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading congestion in acute heart failure: a scientific statement from the acute heart failure committee of the heart failure association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail . 2010;12(5):423–433. doi: 10.1093/eurjhf/hfq045. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 3.. McMurray JJ, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J. 2012;33(14):1787-847. [DOI] [PubMed]; McMurray JJ, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J . 2012;33(14):1787–1847. doi: 10.1093/eurheartj/ehs104. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 4.. Gargani L. Lung ultrasound: a new tool for the cardiologist. Cardiovasc Ultrasound. 2011 Feb 27;9:6. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Gargani L. Lung ultrasound: a new tool for the cardiologist. 6 Cardiovasc Ultrasound . 2011 Feb 27;9 doi: 10.1186/1476-7120-9-6. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 5.. Agricola E, Bove T, Oppizzi M, Marino G, Zangrillo A, Margonato A, et al. Ultrasound comet-tail images: a marker of pulmonary edema: a comparative study with wedge pressure and extravascular lung water. Chest. 2005;127(5):1690-5. [DOI] [PubMed]; Agricola E, Bove T, Oppizzi M, Marino G, Zangrillo A, Margonato A, et al. Ultrasound comet-tail images: a marker of pulmonary edema: a comparative study with wedge pressure and extravascular lung water. Chest . 2005;127(5):1690–1695. doi: 10.1378/chest.127.5.1690. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 6.. Lichtenstein DA, Mezière GA, Lagoueyte JF, Biderman P, Goldstein I, Gepner A. A-lines and B-lines: lung ultrasound as a bedside tool for predicting pulmonary artery occlusion pressure in the critically ill. Chest. 2009;136(4):1014-20. [DOI] [PubMed]; Lichtenstein DA, Mezière GA, Lagoueyte JF, Biderman P, Goldstein I, Gepner A. A-lines and B-lines: lung ultrasound as a bedside tool for predicting pulmonary artery occlusion pressure in the critically ill. Chest . 2009;136(4):1014–1020. doi: 10.1378/chest.09-0001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 7.. Picano E, Frassi F, Agricola E, Gligorova S, Gargani L, Mottola G. Ultrasound lung comets: a clinically useful sign of extravascular lung water. J Am Soc Echocardiogr. 2006;19(3):356-63. [DOI] [PubMed]; Picano E, Frassi F, Agricola E, Gligorova S, Gargani L, Mottola G. Ultrasound lung comets: a clinically useful sign of extravascular lung water. J Am Soc Echocardiogr . 2006;19(3):356–363. doi: 10.1016/j.echo.2005.05.019. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 8.. Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading heart failure in acute heart failure: a scientific statement from the Acute Heart Failure Committee of the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33. [DOI] [PubMed]; Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading heart failure in acute heart failure: a scientific statement from the Acute Heart Failure Committee of the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail . 2010;12(5):423–433. doi: 10.1093/eurjhf/hfq045. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 9.. Mebazaa A, Yilmaz MB, Levy P, Ponikowski P, Peacock FW, Laribi S, et al. Recommendations on pre-hospital & early hospital management of acute heart failure: a consensus paper from the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology, the European Society of Emergency Medicine and the Society of Academic Emergency Medicine. Eur J Heart Fail. 2015;17(6):544-58. [DOI] [PubMed]; Mebazaa A, Yilmaz MB, Levy P, Ponikowski P, Peacock FW, Laribi S, et al. Recommendations on pre-hospital & early hospital management of acute heart failure: a consensus paper from the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology, the European Society of Emergency Medicine and the Society of Academic Emergency Medicine. Eur J Heart Fail . 2015;17(6):544–558. doi: 10.1002/ejhf.289. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 10.. Cibinel GA, Casoli G, Elia F, Padoan M, Pivetta E, Lupia E, et al. Diagnostic accuracy and reproducibility of pleural and lung ultrasound in discriminating cardiogenic causes of acute dyspnea in the Emergency Department. Intern Emerg Med. 2012;7(1):65-70. [DOI] [PubMed]; Cibinel GA, Casoli G, Elia F, Padoan M, Pivetta E, Lupia E, et al. Diagnostic accuracy and reproducibility of pleural and lung ultrasound in discriminating cardiogenic causes of acute dyspnea in the Emergency Department. Intern Emerg Med . 2012;7(1):65–70. doi: 10.1007/s11739-011-0709-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 11.. Gargani L, Doveri M, d’Errico L, Frassi F, Bazzichi ML, Sedie AD, et al. Ultrasound lung comets in systemic sclerosis: a chest sonography hallmark of pulmonary interstitial fibrosis. Rheumatology. 2009;48(11):1382-7. [DOI] [PubMed]; Gargani L, Doveri M, d’Errico L, Frassi F, Bazzichi ML, Sedie AD, et al. Ultrasound lung comets in systemic sclerosis: a chest sonography hallmark of pulmonary interstitial fibrosis. Rheumatology . 2009;48(11):1382–1387. doi: 10.1093/rheumatology/kep263. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 12.. Baldi G, Gargani L, Abramo A, D´Errico L, Caramella D, Picano E, et al. Lung water assessment by lung ultrasonography in intensive care: a pilot study. Intensive Care Med. 2013;39(1):74-84. [DOI] [PubMed]; Baldi G, Gargani L, Abramo A, D´Errico L, Caramella D, Picano E, et al. Lung water assessment by lung ultrasonography in intensive care: a pilot study. Intensive Care Med . 2013;39(1):74–84. doi: 10.1007/s00134-012-2694-x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 13.. Rademacher N, Pariaut R, Pate J, Saelinger C, Kearney MT, Gaschen L. Transthoracic lung ultrasound in normal dogs and dogs with cardiogenic pulmonary edema: a pilot study. Vet Radiol Ultrasound. 2014;55(4):447-52. [DOI] [PubMed]; Rademacher N, Pariaut R, Pate J, Saelinger C, Kearney MT, Gaschen L. Transthoracic lung ultrasound in normal dogs and dogs with cardiogenic pulmonary edema: a pilot study. Vet Radiol Ultrasound . 2014;55(4):447–452. doi: 10.1111/vru.12151. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 14.. Villalba-Orero M, López-Olañeta MM, González-López E, Padrón-Barthe L, Goméz-Salinero JM, García-Prieto J, et al. Lung ultrasound as a translational approach for non-invasive assessment of heart failure with reduced or preserved ejection fraction in mice. Cardiovasc Res. 2017;113(10):1113-23. [DOI] [PubMed]; Villalba-Orero M, López-Olañeta MM, González-López E, Padrón-Barthe L, Goméz-Salinero JM, García-Prieto J, et al. Lung ultrasound as a translational approach for non-invasive assessment of heart failure with reduced or preserved ejection fraction in mice. Cardiovasc Res . 2017;113(10):1113–1123. doi: 10.1093/cvr/cvx090. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 15.. Volpicelli G, Caramello V, Cardinale L, Mussa A, Bar F, Frascisco MF. Bedside ultrasound of the lung for the monitoring of acute decompensated heart failure. Am J Emerg Med. 2008;26(5):585-91. [DOI] [PubMed]; Volpicelli G, Caramello V, Cardinale L, Mussa A, Bar F, Frascisco MF. Bedside ultrasound of the lung for the monitoring of acute decompensated heart failure. Am J Emerg Med . 2008;26(5):585–591. doi: 10.1016/j.ajem.2007.09.014. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 16.. Bedetti G, Gargani L, Sicari R, Gianfaldoni ML, Molinaro S, Picano E. Comparison of prognostic value of echocardiographic risk score with the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) and Global Registry in Acute Coronary Events (GRACE) risk scores in acute coronary syndrome. Am J Cardiol. 2010;106(12):1709-16. [DOI] [PubMed]; Bedetti G, Gargani L, Sicari R, Gianfaldoni ML, Molinaro S, Picano E. Comparison of prognostic value of echocardiographic risk score with the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) and Global Registry in Acute Coronary Events (GRACE) risk scores in acute coronary syndrome. Am J Cardiol . 2010;106(12):1709–1716. doi: 10.1016/j.amjcard.2010.08.024. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 17.. Zoccali C, Torino C, Tripepi R, et al. Pulmonary congestion predicts cardiac events and mortality in ESRD. J Am Soc Nephrol. 2013;24(4):639-46. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Zoccali C, Torino C, Tripepi R, et al. Pulmonary congestion predicts cardiac events and mortality in ESRD. J Am Soc Nephrol . 2013;24(4):639–646. doi: 10.1681/ASN.2012100990. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 18.. Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JPA, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. J Clin Epidemiol. 2009;62(10):e1-34. [DOI] [PubMed]; Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JPA, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. J Clin Epidemiol . 2009;62(10):e1–34. doi: 10.1016/j.jclinepi.2009.06.006. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 19.. Wells GA, Shea B, OConnell D, Petterson JE, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses. [acesso 13 nov. 2016]. Disponível em: http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp .; Wells GA, Shea B, OConnell D, Petterson JE, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses . [acesso 13 nov. 2016]. http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
- 20.. Hayden JA, Windt DA, Cartwright JL, Côté P, Bombardier C. Assessing bias in studies of prognostic factors. Ann Intern Med. 2013;158(4):280-6. [DOI] [PubMed]; Hayden JA, Windt DA, Cartwright JL, Côté P, Bombardier C. Assessing bias in studies of prognostic factors. Ann Intern Med . 2013;158(4):280–286. doi: 10.7326/0003-4819-158-4-201302190-00009. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 21.. Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med. 2002;21(11):1539-58. [DOI] [PubMed]; Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med . 2002;21(11):1539–1558. doi: 10.1002/sim.1186. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 22.. DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88. [DOI] [PubMed]; DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials . 1986;7(3):177–188. doi: 10.1016/0197-2456(86)90046-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 23.. Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics. 1994;50(4):1088-101. [PubMed]; Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics . 1994;50(4):1088–1101. [PubMed] [Google Scholar]
- 24.. Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ . 1997;315(7109):629–634. doi: 10.1136/bmj.315.7109.629. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 25.. Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound . 2015;13(40):1–9. doi: 10.1186/s12947-015-0033-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 26.. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. [DOI] [PubMed]; Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail . 2015;17(11):1172–1181. doi: 10.1002/ejhf.344. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 27.. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54. [DOI] [PubMed]; Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail . 2015;21(7):548–554. doi: 10.1016/j.cardfail.2015.02.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 28.. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8. [DOI] [PubMed]; Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol . 2016 Sep 1;218:104–108. doi: 10.1016/j.ijcard.2016.05.010. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 29.. Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J . 2016;37(15):1244–1251. doi: 10.1093/eurheartj/ehv745. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 30.. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5. [DOI] [PubMed]; Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc) . 2016;147(1):13–15. doi: 10.1016/j.medcli.2016.02.026. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 31.. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep . 2016;6(39426):1–8. doi: 10.1038/srep39426. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 32.. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. [DOI] [PubMed]; Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol . 2017 Aug 1;240:271–278. doi: 10.1016/j.ijcard.2017.02.150. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 33.. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. [DOI] [PubMed]; Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail . 2019;21(7):904–916. doi: 10.1002/ejhf.1383. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 34.. Platz E, Merz AA, Jhund PS, Vazir A, Campbell R, McMurray JJ. Dynamic changes and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in acute and chronic heart failure: a systematic review. Eur J Heart Fail. 2017;19(9):1154-63. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Platz E, Merz AA, Jhund PS, Vazir A, Campbell R, McMurray JJ. Dynamic changes and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in acute and chronic heart failure: a systematic review. Eur J Heart Fail . 2017;19(9):1154–1163. doi: 10.1002/ejhf.839. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 35.. Ang SH, Andrus P. Lung ultrasound in the management of acute decompensated heart failure. Curr Cardiol Rev. 2012;8(2):123-36. [DOI] [PMC free article] [PubMed]; Ang SH, Andrus P. Lung ultrasound in the management of acute decompensated heart failure. Curr Cardiol Rev . 2012;8(2):123–136. doi: 10.2174/157340312801784907. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
- 36.. Miglioranza MH, Gargani L, Sant’Anna RT, Rover MM, Martins VM, Mantovani A, et al. Lung ultrasound for the evaluation of pulmonary congestion in outpatients: a comparison with clinical assessment, natriuretic peptides, and echocardiography. JACC Cardiovasc Imaging. 2013;6(11):1141-51. [DOI] [PubMed]; Miglioranza MH, Gargani L, Sant’Anna RT, Rover MM, Martins VM, Mantovani A, et al. Lung ultrasound for the evaluation of pulmonary congestion in outpatients: a comparison with clinical assessment, natriuretic peptides, and echocardiography. JACC Cardiovasc Imaging . 2013;6(11):1141–1151. doi: 10.1016/j.jcmg.2013.08.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 37.. Ambrosy AP, Pang PS, Khan S, Konstam MA, Fonarow GC, Traver B, et al. Clinical course and predictive value of congestion during hospitalization in patients admitted for worsening signs and symptoms of heart failure with reduced ejection fraction: findings from the EVEREST trial. Eur Heart J. 2013;34(11):835-43. [DOI] [PubMed]; Ambrosy AP, Pang PS, Khan S, Konstam MA, Fonarow GC, Traver B, et al. Clinical course and predictive value of congestion during hospitalization in patients admitted for worsening signs and symptoms of heart failure with reduced ejection fraction: findings from the EVEREST trial. Eur Heart J . 2013;34(11):835–843. doi: 10.1093/eurheartj/ehs444. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 38.. Gargani L. Prognosis in heart failure: look at the lungs. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1086-8. [DOI] [PubMed]; Gargani L. Prognosis in heart failure: look at the lungs. Eur J Heart Fail . 2015;17(11):1086–1088. doi: 10.1002/ejhf.423. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 39.. Frasure SE, Matilsky DK, Siadecki SD, et al. Impact of patient positioning on lung ultrasound findings in acute heart failure. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2015;4(4):326-32. [DOI] [PubMed]; Frasure SE, Matilsky DK, Siadecki SD, et al. Impact of patient positioning on lung ultrasound findings in acute heart failure. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care . 2015;4(4):326–332. doi: 10.1177/2048872614551505. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
- 40.. Volpicelli G, Elbarbary M, Blaivas M, Lichtenstein DA, Mathis G, Kirkpatrick AW, et al. International evidence-based recommendations for point-of-care lung ultrasound. Intensive Care Med. 2012;38(4):577-91. [DOI] [PubMed]; Volpicelli G, Elbarbary M, Blaivas M, Lichtenstein DA, Mathis G, Kirkpatrick AW, et al. International evidence-based recommendations for point-of-care lung ultrasound. Intensive Care Med . 2012;38(4):577–591. doi: 10.1007/s00134-012-2513-4. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]










