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. 2021 Mar 3;116(3):507–509. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200086
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Impressão de Protótipo Tridimensional (P3d) de Coração para Aplicação na Cardiologia Pediátrica: Uma Experiência Inicial

Maíra Levorato Basso 1,, Alessandra Möbius Gebran 2, Julia Dullius Oliveira 2, Katrin Möbius Gebran 2, Letícia Carlota Bonatto 2, Maria Cecília Knoll Farah 1
PMCID: PMC8159552  PMID: 33909782

Introdução

A tecnologia de impressão de protótipos tridimensionais (P3D) desenvolve-se rapidamente na medicina. Estudos recentes mostram a importância de sua aplicabilidade na cardiologia pediátrica.

Profissionais, clínicos e cirurgiões fazem uso de tecnologias bidimensionais como a ecocardiografia, a angiotomografia computadorizada (ATC) e a ressonância magnética para caracterizar estruturas e entender a complexidade das doenças. De modo geral, essas imagens são projetadas e estendidas em tela plana, de modo a não representarem o tamanho real das estruturas, a percepção de profundidade ou a proximidade entre elas.1

As cardiopatias congênitas têm prevalência de 9,1/1.000 nascidos vivos2 e geram consequências hemodinâmicas e funcionais significativas, sendo responsáveis por 6% dos óbitos de crianças no primeiro ano de vida no Brasil.3 A diversidade e a complexidade das cardiopatias exigem do profissional a compreensão detalhada da anatomia no plano terapêutico, uma conduta adequada e a explicação didática aos familiares sobre a doença.4,5

Este estudo fez a impressão em P3D de cardiopatias congênitas a partir de imagens de arquivo de ATC e também como experiência inicial visando a construir uma maior evidência científica.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo e observacional no qual não foi aplicado um instrumento de comparação numérica. No entanto, visa a ressaltar uma experiência inicial, considerando a evidência presente na literatura médica sobre o uso da tecnologia 3D e os benefícios na compreensão das patologias cardíacas congênitas e sua importância em nosso meio. Imagens representativas das cardiopatias foram obtidas de arquivos de ATC, escolhidas dentre as que apresentavam maior complexidade anatômica e de acordo com a obtenção de melhores informações estruturais com a reprodução tridimensional. As cardiopatias selecionadas foram: atresia pulmonar com comunicação interventricular (APu+CIV) e colaterais sistêmico pulmonares, e hipoplasia do coração esquerdo (SHCE) após a colocação de stent no canal arterial e cerclagem dos ramos da artéria pulmonar.

As imagens foram obtidas através de tomógrafo GE Revolution com 512 detectores e modulação eletrocardiográfica, posteriormente tratadas no software Slic3r para segmentação estrutural. Para a confecção dos protótipos, foi utilizado um filamento termoplástico de ácido poliático com 0,2mm de espessura e apoios em PVA no equipamento de impressão ZMorph VX/E. Após a impressão, os P3D foram comparados visualmente pelos autores com as imagens de ATC.

Resultados

Ao comparar visualmente as imagens da ATC com a impressão 3D, foi verificada a compatibilidade anatômica entre elas. Importante ressaltar que a percepção de detalhes importantes da anatomia no P3D foi evidenciada sob diversas perspectivas. No caso de APu+CIV, a compreensão da relação espacial entre as artérias colaterais sistêmico pulmonares originadas da aorta e os ramos pulmonares foi facilitada, bem como a observação comparativa das cavidades ventriculares (Figura 1). No caso de SHCE, foi visto o grau de hipoplasia da aorta ascendente e a presença de estenose do ramo pulmonar, além das relações espaciais entre elas (Figura 2). O tamanho dos modelos reconstituídos correspondeu à anatomia dos pacientes, possibilitando o estudo comparativo das dimensões entre as estruturas, o que pode colaborar na estratégia de tratamento cirúrgico. A possibilidade de ter o P3D em mãos e observar a anatomia sob diferentes ângulos tornou a compreensão das cardiopatias fácil e esclarecedora.

Figura 1. Caso APu+CIV. À esquerda: ATC - setas indicam a aorta e a presença de artérias colaterais sistêmico pulmonares emergindo da aorta ascendente. À direita - P3D: visão frontal e lateral direita; Ao: aorta; VE: ventrículo esquerdo; VD: ventrículo direito.

Figura 1

Figura 2. Caso SHCE. À esquerda: ATC - setas indicam a aorta e a artéria pulmonar. À direita - P3D: visão lateral; Ao: aorta; AD: átrio direito; VD: ventrículo direito.

Figura 2

Discussão

A impressão 3D é uma tecnologia que busca a complementação dos exames convencionais, uma vez que torna possível compreender melhor a malformação cardíaca. Ela proporciona o estudo detalhado sobre a localização, o comprimento, a extensão e a relação entre as estruturas malformadas, o que auxilia no planejamento cirúrgico e na identificação de detalhes anatômicos de pacientes submetidos a intervenções prévias.6 Por conseguinte, beneficia profissionais na ampliação do conhecimento da cardiopatia e proporciona um maior grau de segurança na escolha de técnicas cirúrgicas.7 Estudos em pacientes com atresia pulmonar e defeito do septo ventricular mostraram que P3D possibilitou a visualização de 96% da maioria das artérias colaterais aortopulmonares, se comparada ao intraoperatório. Dessa forma, focaliza a intervenção por cateterismo e reduz o tempo de procedimento, de exposição à anestesia, de fluidoterapia e do uso de contraste em procedimentos hemodinâmicos.68

A tecnologia P3D também pode ser utilizada em simulações cirúrgicas, visando a detectar a necessidade de adaptações no planejamento cirúrgico, reduzir complicações, obter bons resultados nos pós-procedimentos e promover o treinamento de estudantes e médicos.1 Alguns protótipos apresentam alta flexibilidade e não exigem manuseio especial, podendo ser aplicados antes e durante a intervenção cirúrgica.9

Na educação médica, ela possibilita ao graduando e ao médico-residente um maior entendimento da patologia e orientação espacial das estruturas. Com as dificuldades crescentes na obtenção de cadáveres para estudo, o uso de P3D é uma importante opção no ensino sobre a anatomia humana em escolas médicas.10

No contexto da relação entre médico e paciente, a possibilidade de os pais segurarem o protótipo em suas próprias mãos e visualizar os detalhes anatômicos descritos pelo profissional de saúde proporciona um melhor entendimento tanto da fisiopatologia relacionada quanto dos sintomas observados no paciente quanto ao tratamento. É descrito na literatura médica que os P3D auxiliam no estreitamento desta relação e são úteis na compreensão das informações e aumentam o conhecimento e o engajamento de paciente e familiares no que diz respeito à doença.11

A impressão em P3D é uma tecnologia em construção. Ela ainda apresenta limitações e desafios para garantir melhor qualidade ao produto. Entre elas, podemos destacar a precisão da montagem, a construção de modelos com mesmas propriedades mecânicas dos tecidos, o menor tempo de preparação e o custo econômico. A possibilidade de imprimir em cores facilitaria a identificação de diferentes tipos de estruturas como ventrículos, artéria pulmonar, ramos e aorta, principalmente no tocante ao ensino de graduação.

As cardiopatias representadas pelos protótipos satisfizeram as representações tridimensionais fidedignas às imagens obtidas nos exames de ATC, que foram utilizados como base para o estudo. A realização do P3D cardíaco é viável em nosso meio e pode ser uma ferramenta útil. Ela é capaz de auxiliar o clínico e a equipe cirúrgica na decisão terapêutica, o aprendizado do aluno no ensino médico de graduação, na especialização e na pós-graduação, o treinamento de habilidades cirúrgicas e o esclarecimento aos familiares da criança sobre a cardiopatia em tratamento.

Comentário: na publicação deste texto, devemos levar em consideração que as imagens dos P3D perdem muito de seu impacto visual se comparadas com a observação direta e real da peça em mãos.

Footnotes

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.

Referências

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Arq Bras Cardiol. 2021 Mar 3;116(3):507–509. [Article in English]

Three-Dimensional-Printed Heart Prototype for Application in Pediatric Cardiology: An Initial Experiment

Maíra Levorato Basso 1,, Alessandra Möbius Gebran 2, Julia Dullius Oliveira 2, Katrin Möbius Gebran 2, Letícia Carlota Bonatto 2, Maria Cecília Knoll Farah 1

Introduction

Three-dimensional (3D) prototyping technology is developing rapidly in medicine, and recent studies have shown its important applicability in pediatric cardiology.

Clinicians and surgeons use two-dimensional technologies, such as echocardiography, computed tomography (CT) angiography, and magnetic resonance imaging, to characterize structures and understand complex diseases. Because these images are often projected and extended on a flat screen, they may not represent the actual size of the structures, depth perception, or the proximity between them.1

The prevalence of congenital heart disease is estimated at 9.1 per 1000 live births.2 It causes significant hemodynamic and functional consequences and accounts for 6% of all infant deaths in the first year of life in Brazil.3 The diversity and complexity of heart diseases require surgeons to have a detailed understanding of anatomy for proper treatment planning and management and for providing a didactic explanation of the disease to family members.4,5

This study produced 3D-printed prototypes of congenital heart diseases from CT angiography image files as an initial experiment to increase scientific evidence.

Methods

We conducted a descriptive observational study without the application of a numerical comparison tool. The study aimed to present our initial experience based on current evidence of the use of 3D technology and its benefits in understanding congenital heart diseases and their importance in our setting. Representative images of heart diseases were obtained from CT angiography image files and chosen among those of greater anatomical complexity in order to obtain better structural information with 3D printing. The selected heart diseases were pulmonary atresia with ventricular septal defect (PA-VSD) and systemic-to-pulmonary collaterals, and left ventricular hypoplasia (LVH) after ductus arteriosus stenting and cerclage of the branch pulmonary arteries. The images were obtained with a GE Revolution 512-slice CT scanner with electrocardiographic modulation and imported into Slic3r for structural segmentation. The prototypes were printed in a ZMorph VX/E 3D printer using 0.2-mm-thick polylactic acid thermoplastic filaments and PVA support. After printing, the 3D prototypes were visually compared with the CT angiography images by the authors.

Results

Visual comparison of the CT angiography images with 3D-printed prototypes showed anatomical compatibility between them, and important anatomical details could be observed from different perspectives in the 3D prototypes. In the PA-VSD case, the 3D-printed prototype facilitated the understanding of the spatial relationship between the systemic-to-pulmonary collaterals originating from the aorta and the branch pulmonary arteries, as well as the comparative observation of the ventricular cavities (Figure 1).. In the LVH case, we could observe the degree of hypoplasia of the ascending aorta and the presence of branch pulmonary artery stenosis, in addition to the spatial relationships between them (Figure 2). The size of the 3D models corresponded to the anatomy of the patients, enabling a comparative study of the dimensions between the structures, which may contribute to the surgical treatment strategy. The possibility of having a hands-on 3D prototype to observe the anatomy from different angles allowed an easier and clearer understanding of heart diseases.

Figure 1. PA-VSD case. Left: CT angiography: arrows indicate the aorta and the presence of systemic-to-pulmonary collateral arteries emerging from the ascending aorta. Right: 3D prototype – front and right-side view. Ao: aorta; LV: left ventricle; RV: right ventricle.

Figure 1

Figure 2. LVH case. Left: CT angiography – arrows indicate the aorta and pulmonary artery. Right: 3D prototype – lateral view. Ao: aorta; RA: right atrium; RV: right ventricle.

Figure 2

Discussion

Three-dimensional printing is a technology that aims to complement conventional tests, since it provides greater understanding of cardiac malformation. It allows a detailed study of the location, length, extension, and relationship between the malformed structures, thus assisting in surgical planning and in identifying anatomical details of patients who have undergone previous interventions.6 Consequently, it benefits surgeons by increasing their knowledge of the heart disease and by providing a greater degree of safety when choosing the surgical technique.7 Studies of patients with PA-VSD have shown that 3D prototypes enable the visualization of 96% of the major aortopulmonary collateral arteries compared with intraoperative assessment. Thus, it focuses on catheterization and reduces operative time, exposure to anesthesia, fluid therapy time, and the use of contrast agents in hemodynamic procedures.68

The 3D prototypes can also be used for surgical simulations, aiming to anticipate the need for adjustments to the surgical plan, to reduce complications, to obtain good postoperative results, and to train students and physicians.1 Some 3D prototypes are highly flexible and do not require special handling; therefore, they can be used both before and during surgery.9

In medical education, 3D printing allows medical students and residents to better understand the pathology and spatial orientation of the structures. With the growing difficulties in obtaining cadavers for study, the use of 3D prototypes is an important option for the teaching of human anatomy in medical schools.10

In the context of the doctor-patient relationship, the possibility that parents may hold the prototype in their own hands and visualize the anatomical details described by the physician provides a better understanding both of the pathophysiology related to the patient's symptoms and of the proposed treatment. The literature shows that 3D prototypes help to strengthen the doctor-patient relationship, are useful in understanding information, and increase the knowledge and engagement of patients and families in relation to the disease.11

Three-dimensional printing is a developing technology that has limitations and challenges to ensure a better-quality product, including assembly accuracy, construction of models with the same mechanical properties of the tissues, shorter preparation time, and lower economic cost. The possibility of printing different colors would facilitate the identification of different types of structures, such as ventricles, pulmonary artery and branches, and aorta, especially in undergraduate medical education.

The heart diseases represented by our 3D prototypes provided reliable 3D representations of the CT angiography images used as a basis for the study. Producing 3D-printed heart prototypes is feasible and can be a useful tool in our setting, as they can be used to assist clinicians and surgical teams in treatment decision-making, students’ learning in undergraduate and graduate medical education, and surgical-skill education and to provide explanations to family members about the child's heart disease.

Note: in the publication of this manuscript, it must be taken into account that the visual effect of the 3D prototypes is reduced on photographs, compared with the direct, actual handling of the product.

Footnotes

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Ethics approval and consent to participate

This article does not contain any studies with human participants or animals performed by any of the authors.


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