Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
letter
. 2020 Aug 19;115(2):281–283. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200453
View full-text in English

Doenças do Aparelho Circulatório em Indivíduos com COVID-19: Descrição do Perfil Clínico e Epidemiológico de 197 Óbitos

Carlos Dornels Freire de Souza 1, Thiago Cavalcanti Leal 1, Lucas Gomes Santos 1
PMCID: PMC8384269  PMID: 32876198

Caro Editor,

Em dezembro de 2019, a China reportou à Organização Mundial da Saúde (OMS) um surto de pneumonia na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei. Poucos dias depois, o agente causador foi identificado, o severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2).1

A doença, batizada de coronavirus disease 2019 (COVID-19), rapidamente se espalhou pelos países e, em 11 de março de 2020, a OMS declarou pandemia global.1 No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em 26 de fevereiro e a primeira morte em 17 de março, em São Paulo. Em 09 de abril, o Brasil somava 155.000 casos confirmados e 10.000 mortes pela doença.2

Os recentes estudos já apontam a dupla relação entre o aparelho circulatório e a COVID-19:3 - 5 i. o vírus pode causar alterações cardiovasculares, como arritmias, lesão cardíaca aguda, miocardite, dentre outras; ii. a presença de doenças do aparelho circulatório eleva o risco de agravamento e mortalidade pela COVID-19. Essa relação tem sido motivo de preocupação por parte de clínicos e cientistas. Partindo deste pressuposto, este estudo objetivou descrever o perfil clínico e epidemiológico de óbitos por COVID-19 que tinham doenças do aparelho circulatório previamente.

Trata-se de um estudo observacional transversal envolvendo 197 óbitos por COVID-19 ocorridos em Pernambuco que tinham pelo menos uma doença do aparelho circulatório previamente. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, sinais/sintomas, comorbidades e fatores risco e tempo entre os primeiros sintomas e o óbito. Os dados foram obtidos da página eletrônica de monitoramento da COVID-19 do estado (https://dados.seplag.pe.gov.br/apps/corona.html) em 07 de maio de 2020. Após a coleta, o banco de dados passou por ajustes das variáveis para a subsequente análise. Neste estudo, foi utilizada apenas a estatística descritiva (frequência absoluta, frequência relativa, média e desvio padrão) com o auxílio do software SPSS versão 24.0 (IBM Corporation). Por utilizar dados de domínio público, este estudo dispensou a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Em 07 de maio de 2020, o estado de Pernambuco já havia registrado 9.325 casos e 749 óbitos em decorrência da COVID-19. Desses óbitos, 293 (39,11%) possuíam o campo “ comorbidades ” preenchido (12 informavam que os pacientes não possuíam comorbidades e 281 citando as comorbidades). Dos 281 com comorbidades relatadas, 197 apresentavam pelo menos uma doença do aparelho circulatório, o que correspondeu a 70,10% dos indivíduos com comorbidades relatadas e a 26,30% de todos os óbitos.

Observou-se predomínio do sexo feminino (53,3%; n = 105) e de indivíduos com 50 anos ou mais (92,3%; n = 182). Os seguintes quatro sinais/sintomas apresentaram frequência superior a 50%: dispneia (80,7%; n = 159), tosse (72,1%; n = 142), febre (67,0%; n = 132) e saturação de oxigênio < 95% (58,9%; n = 116) ( Tabela 1 ).

Tabela 1. Caracterização clínica e epidemiológica dos óbitos por COVID-19 em Pernambuco com doenças do aparelho circulatório. Pernambuco, Brasil, 2020 (n=197).

Variável n %
Sexo    

Feminino 105 53,3
Masculino 92 46,7

Idade (anos)    

20-29 2 1,0
30-39 3 1,5
40-49 10 5,2
50-59 26 13,2
60-69 53 26,9
70-79 58 29,4
80+ 45 22,8

Sinais/sintomas    

Febre 132 67,0
Dispneia 159 80,7
Tosse 142 72,1
Saturação de oxigênio < 95% 116 58,9
Dor de garganta 12 6,1
Astenia 9 4,6
Diarreia 9 4,6
Náuseas/vômito 7 3,6
Cefaleia 3 1,5
Mialgia 3 1,5
Perda de Peso 2 1,0
Dor abdominal 1 0,5
Coriza 1 0,5
Prisão de ventre 1 0,5

Nº comorbidades    

Somente uma 42 21,3
Duas 81 41,1
Três ou mais 74 37,6

Sistema cardiovascular e hematológico    

Hipertensão arterial sistêmica 163 82,7
Cardiopatia não especificada 51 25,9
Insuficiência venosa crônica 5 2,5
Doença arterial coronariana 4 2,0
Trombose 3 1,5
Arritmia 2 1,0
Doença de Chagas 1 0,5
Anemia 1 0,5

Sistema endócrino/metabólico    

Diabetes mellitus 106 53,8
Obesidade 22 11,2
Dislipidemia 2 1,0
Hipotireoidismo 1 0,5

Sistema respiratório    

Tabagismo 15 7,6
Doença pulmonar obstrutiva crônica 9 4,6
Pneumonia 2 1,0
Tuberculose 1 0,5
Asma 1 0,5

Sistema neurológico    

Acidente vascular cerebral (evento prévio) 16 8,1
Doença mental não especificada 5 2,5
Doença neurológica não especificada 4 2,0
Alzheimer 4 2,0
Miastenia 1 0,5

Outras condições/fatores de risco    

Doença renal crônica 21 10,7
Câncer 8 4,1
Etilismo 5 2,5
Doença dermatológica não especificada 3 1,5
Doença hepática 2 1,0
Amputação de membro 3 1,5
Outras condições com apenas um registro (HIV, pancreatite, transplante prévio, osteoporose, restrito ao leito). 1 0,5

Tempo entre início dos sintomas e o óbito (média e desvio padrão, em dias) 9,7±7,8

Quanto à presença de comorbidades, 78,7% (n = 155) apresentavam duas ou mais comorbidades, sendo pelo menos uma relacionada ao aparelho circulatório. Dentre elas, a hipertensão arterial sistêmica foi observada em 82,7% (n = 163) dos indivíduos e a cardiopatia não especificada em 25,9% (n = 51) dos indivíduos ( Tabela 1 ).

Além do comprometimento do aparelho circulatório, as doenças e fatores de risco mais comuns na população estudada foram diabetes mellitus (53,8%; n = 106), obesidade (11,2%; n = 22), doença renal crônica (10,7%; n = 21), acidente vascular cerebral prévio (8,1%; n = 16), tabagismo (7,6%; n = 15), doença pulmonar obstrutiva crônica (4,6%; n = 9) e câncer (4,1%; n = 8). O tempo médio (em dias) entre o início dos sintomas e o óbito foi de 9,7 ± 7,8. Salienta-se que dos 197 pacientes incluídos neste estudo, em 10 deles não foi possível calcular o tempo entre o início dos primeiros sintomas e o óbito ( Tabela 1 ).

O perfil evidenciado neste estudo está em consonância com o observado em outras partes do mundo.3 - 5 No entanto, três aspectos chamam a atenção: i. a elevada proporção de indivíduos com múltiplas comorbidades (78,7% dos pacientes possuíam duas ou mais doenças/fatores de risco de base), ii. a ampla variedade de doenças/fatores de risco observado e iii. o estado clínico em que indivíduos chegaram ao atendimento hospitalar (função respiratória comprometida).

O somatório de comorbidades/fatores de risco em uma única pessoa pode elevar o risco de mortalidade pela COVID-19, embora ainda não existam estimativas precisas destes riscos. Em estudo conduzido em um hospital na cidade de Wuhan, China, envolvendo 416 pacientes internados com COVID-19, 44 (10,6%) e 22 (5,3%) tinham doença cardíaca coronariana e doença cerebrovascular, respectivamente. Outras comorbidades também foram observadas, como insuficiência cardíaca crônica (4,1%; n = 17), insuficiência renal crônica (3,4%; n = 14), doença pulmonar obstrutiva crônica (2,9%; n = 12) e câncer (2,2%; n = 9), assim como foi observado em nossa investigação. A mortalidade foi maior nos indivíduos com injúria cardíaca (51,2% no grupo com injúria vs. 4,5% no grupo sem injúria) e doenças preexistentes foram fatores associados à maior mortalidade.4

A associação entre várias comorbidade/fatores de risco pode explicar o quadro de comprometimento respiratório no momento da admissão, com dispneia e saturação de oxigênio < 95%, o que indica grave comprometimento pulmonar desses pacientes. A íntima relação funcional entre os sistemas cardiovascular (duplamente comprometido pela doença de base e pela infecção por SARS-CoV-2) e pulmonar (injúria pulmonar acentuada) deve ser valorizada no processo de cuidado dos pacientes com COVID-19 que apresentam doenças do aparelho circulatório.3 - 5

Por fim, destacamos a necessidade de adotar e/ou fortalecer mecanismos que reduzam a contaminação de indivíduos com doenças do aparelho circulatório pela COVID-19. Para aqueles já contaminados, o diagnóstico precoce e o monitoramento do quadro clínico devem ser rigorosamente observados, de modo a evitar o agravamento e a morte desses indivíduos.

Referências

  • 1.1. World Health Organization. (WHO) Novel Coronavirus (2019-nCoV) Situation Report – 51. [internet [Cited in 2020 May 10]. Available from: https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200311-sitrep-51-covid-19.pdf?sfvrsn=1ba62e57_10
  • 2.2. Brasil. Ministério da Saúde. Coronavírus Brasil: painel de casos de doenças pelo coronavírus 2019 (COVI-19) [internet]. [Cited in 2020 May 10]. Avaliable from: https://covid.saude.gov.br/
  • 3.3. Strabelli TMV, Uip DE. COVID-19 e o coração. Arq Bras Cardiol. 2020;144(4):598-600. [DOI] [PubMed]
  • 4.4. Shi S, Qin M, Shen B, Cai Y, Liu T, Yang F, et al. Association of Cardiac Injury With Mortality in Hospitalized Patients With COVID-19 in Wuhan, China [published online ahead of print, 2020 Mar 25]. JAMA Cardiol. 2020;e200950. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 5.5. Ruan Q, Yang K, Wang W, Jiang L, Song J. Clinical predictors of mortality due to COVID-19 based on an analysis of data of 150 patients from Wuhan, China. Intensive Care Med. 2020;46(5):846-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2020 Aug 19;115(2):281–283. [Article in English]

Circulatory System Diseases in Patients with COVID-19: Description of Clinical and Epidemiological Profile of 197 Deaths

Carlos Dornels Freire de Souza 1, Thiago Cavalcanti Leal 1, Lucas Gomes Santos 1

Dear Editor,

On December 31, 2019, China notified the World Health Organization (WHO) of an outbreak of pneumonia in the city of Wuhan, capital of the Hubei province. A few days later, the causative agent, severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) was identified.1

The disease, named coronavirus disease 2019 (COVID-19), rapidly spread throughout countries worldwide, and, on March 11, 2020, the WHO declared a global pandemic.1 In Brazil, the first case was confirmed on February 26, and the first death occurred on March 17, in São Paulo. On April 9, Brazil had a total of 155,000 confirmed cases and 10,000 deaths from the disease.2

Recent studies have already indicated the following double relationship between the circulatory system and COVID-19:3 - 5 i. The virus may cause cardiovascular changes, such as arrhythmias, acute cardiac injury, myocarditis, and others, and ii. The presence of circulatory system diseases increases the risk of worsening and mortality due to the disease. This relationship has been cause for concern on the part of clinical physicians and scientists. Based on this assumption, this study aimed to describe the clinical and epidemiological profile of deaths due to COVID-19 in patients who had prior circulatory system diseases.

This is a cross-sectional observational study involving 197 patients who died from COVID-19 in Pernambuco, all of whom had at least one prior circulatory system disease. The following were analyzed: sex, age range, signs/symptoms, comorbidities and risk factors, and time from first symptoms to death. Data were obtained from the state’s COVID-19 monitoring webpage (https://dados.seplag.pe.gov.br/apps/corona.html) on May 7, 2020. After collection, the database underwent adjustment of variables for subsequent analysis. In this study, only descriptive statistics (absolute frequency, relative frequency, mean, and standard deviation) were used, with the assistance of SPSS software, version 24.0 (IBM Corporation). Given that this study used public domain data, Research Ethics Committee approval was waived.

On May 7, 2020, the state of Pernambuco had registered 9,325 cases and 749 deaths due to COVID-19. Of these deaths, 293 (39.11%) had the field “comorbidities” filled out (12 stated that the patients had no comorbidities, and 281 cited the comorbidities). Of the 281 comorbidities reported, 197 presented at least one circulatory system disease, accounting for 70.10% of individuals with reported comorbidities and 26.30% of all deaths.

Predominance was observed in women (53.3%; n = 105) and patients 50 years or older (92.3%; n = 182). The following four signs/symptoms had frequency above 50%: dyspnea (80.7%; n = 159), cough (72.1%; n = 142), fever (67.0%; n = 132), and oxygen saturation < 95% (58.9%; n = 116) ( Table 1 ).

Table 1. Clinical and epidemiological characteristics of patients with circulatory system diseases who died from COVID-19 in Pernambuco. Pernambuco, Brazil, 2020 (n = 197).

Variable n %
Sex    

Female 105 53.3
Male 92 46.7

Age (years)    

20-29 2 1.0
30-39 3 1.5
40-49 10 5.2
50-59 26 13.2
60-69 53 26.9
70-79 58 29.4
80+ 45 22.8

Signs/symptoms    

Fever 132 67.0
Dyspnea 159 80.7
Cough 142 72.1
Oxygen saturation < 95% 116 58.9
Sore throat 12 6.1
Asthenia 9 4.6
Diarrhea 9 4.6
Nausea/vomiting 7 3.6
Headache 3 1.5
Myalgia 3 1.5
Weight loss 2 1.0
Abdominal pain 1 0.5
Runny nose 1 0.5
Constipation 1 0.5

Number of comorbidities    

Only one 42 21.3
Two 81 41.1
Three or more 74 37.6

Cardiovascular and hematological system    

Systemic arterial hypertension 163 82.7
Unspecified heart disease 51 25.9
Chronic venous insufficiency 5 2.5
Coronary artery disease 4 2.0
Thrombosis 3 1.5
Arrhythmia 2 1.0
Chagas disease 1 0.5
Anemia 1 0.5

Endocrine/metabolic system    

Diabetes mellitus 106 53.8
Obesity 22 11.2
Dyslipidemia 2 1.0
Hypothyroidism 1 0.5

Respiratory system    

Tobacco use 15 7.6
Chronic obstructive pulmonary disease 9 4.6
Pneumonia 2 1.0
Tuberculosis 1 0.5
Asthma 1 0.5

Neurological disease    

Stroke (prior event) 16 8.1
Unspecified mental disease 5 2.5
Unspecified neurological disease 4 2.0
Alzheimer’s 4 2.0
Myasthenia 1 0.5

Other conditions/risk factors    

Chronic renal disease 21 10.7
Cancer 8 4.1
Alcoholism 5 2.5
Unspecified dermatological disease 3 1.5
Liver disease 2 1.0
Amputated limb 3 1.5
Other conditions with only one reported case (HIV, pancreatitis, prior transplant, osteoporosis, bedridden). 1 0.5

Time from onset of symptoms to death (average and standard deviation, in days) 9.7 ± 7.8

With respect to the presence of comorbidities, 78.7% (n = 155) had two or more, at least one of which was related to the circulatory system. Systemic arterial hypertension was observed in 82.7% (n = 163) of individuals, and non-specified heart disease was observed in 25.9% (n = 51) ( Table 1 ).

In addition to involvement of the circulatory system, the most common diseases and risk factors in the study population were diabetes mellitus (53.8%; n = 106), obesity (11.2%; n = 22), chronic renal disease (10.7%; n = 21), prior stroke (8.1%; n = 16), tobacco use (7.6%; n = 15), chronic obstructive pulmonary disease (4.6%; n = 9), and cancer (4.1%; n = 8). Average time from onset of symptoms to death was 9.7 ± 7.8 days. It is worth underscoring that, for 10 of the 197 patients included in this study, it was not possible to calculate time from onset of symptoms to death ( Table 1 ).

The profile shown in this study is in agreement with that observed in other parts of the world.3 - 5 Nonetheless, the following three aspects warrant attention: i. the elevated proportion of individuals with multiple comorbidities (78.7% had two or more diseases/baseline risk factors), ii. the wide variety of diseases/risk factors observed, and iii. the clinical status in which individuals arrived at the hospital (compromised respiratory function).

The sum of comorbidities/risk factors in a single person may elevate the risk of mortality from COVID-19, although there are still not any precise estimates of these risks. In a study involving 416 hospitalized patients with COVID-19, carried out in a hospital in Wuhan, China, 44 (10.6%) and 22 (5.3%) had coronary heart disease and cerebrovascular disease, respectively. The also observed other comorbidities, such as chronic heart failure (4.1%; n = 17), chronic renal failure (3.4%; n = 14), chronic obstructive pulmonary disease (2.9%; n = 12), and cancer (2.2%; n = 9), which were also observed in our study. Mortality was higher in individuals with heart injury (51.2% in the group with injury vs. 4.5% in the group without injury), and preexisting diseases were factors associated with higher mortality.4

The association between several comorbidities/risk factors may explain the compromised respiratory condition upon admission, with dyspnea and oxygen saturation < 95%, which indicates severely compromised pulmonary function in these patients. The close functional relationship between the cardiovascular (doubly affected by the baseline disease and by SARS-CoV-2 infection) and pulmonary systems (accentuated pulmonary injury) should be prioritized during the process of caring for patients with COVID-19 who have circulatory system disease.3 - 5

Finally, we underline the need to adopt and/or strengthen mechanisms that reduce contamination of individuals with circulatory system diseases by COVID-19. For those who are already contaminated, early diagnosis and monitoring of clinical picture should be rigorously followed, in order to avoid worsening and death in these individuals.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES