Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2020 Aug 19;115(2):263–269. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20190368
View full-text in English

Níveis Séricos do BDNF na Proteção Cardiovascular e em Resposta ao Exercício

Ivani Credidio Trombetta 1, José Roberto DeMoura 1,2, Cleber Rene Alves 1, Renato Carbonari-Brito 1, Felipe Xerez Cepeda 1, José Ribeiro Lemos Jr 2
PMCID: PMC8384297  PMID: 32876194

Resumo

As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente a maior causa de morte no Brasil e no mundo. Em 2016 as DCV foram responsáveis por mais de 17 milhões de mortes, representando 31% de todas as mortes em nível global. Mecanismos moleculares e genéticos podem estar envolvidos na proteção cardiovascular e devem ser considerados nas novas abordagens terapêuticas. Nesse sentido, recentes estudos têm relatado que o Fator Neurotrófico Derivado do Encéfalo (Brain-Derived Neurotrophic Factor, BDNF) está reduzido em indivíduos predispostos a desenvolverem DCV, e que o treinamento físico aeróbio aumenta as quantidades de BDNF circulante. O BDNF é uma neurotrofina encontrada em altas concentrações no hipocampo e córtex cerebral, sendo considerada molécula-chave na manutenção da plasticidade sináptica e na sobrevivência das células neuronais. Além da plasticidade neuronal, BDNF também é importante na função vascular, promovendo angiogênese por meio da regulação por espécies reativas de oxigênio (ROS). Entretanto, uma variante do gene do BDNF em humanos, o polimorfismo Val66Met (substituição do aminoácido valina por uma metionina na posição 66 do códon), que ocorre em 20-30% da população caucasiana, pode afetar as concentrações de BDNF no plasma e sua atividade em todos os tecidos periféricos contendo receptores tirosina quinase B (TrkB), como o endotélio. De fato, recentemente observamos que o polimorfismo Val66Met prejudica a reatividade vascular e o BDNF circulante em resposta ao treinamento físico. Dessa forma, apresentaremos a seguir uma discussão sobre os níveis séricos de BDNF na proteção cardiovascular, a variante genética Val66Met na reatividade vascular e o efeito do exercício físico.

Keywords: Doenças Cardiovasculares/mortalidade, BDNF, Fator Neurotrófico Derivado do Encéfalo, Endotélio Vascular, Fatores de Crescimento Neural, Plasticidade Neuronal, Polimorfismo, Exercício Físico

Introdução

As principais causas de morte por doenças não transmissíveis são por doenças cardiovasculares (DCV). Mundialmente, as mortes por DCV aumentaram 12,5% entre 2005 e 2015, chegando a 17,9 milhões de mortes.1 No Brasil, a mortalidade por DCV representou 28% do total de óbitos ocorridos nos últimos cinco anos, atingindo 38% dos óbitos na faixa etária produtiva (18 a 65 anos).2

As DCV mais relevantes em termos de saúde pública são as doenças cardíacas (doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca) e cerebrovasculares. Os fatores de risco para DCV são bem conhecidos (entre eles, obesidade, dislipidemia, diabetes e sedentarismo). No entanto, a sua base molecular é complexa e está ligada a uma ampla gama de vias biológicas, incluindo o metabolismo de lipídios e glicose, inflamação, reparo vascular e angiogênese.

A etiologia principal das DCV é a aterosclerose, um complexo processo inflamatório crônico da parede arterial que envolve o recrutamento e ativação de células na lesão intimal. Essa ativação de células endoteliais por citocinas inflamatórias e lipoproteínas oxidadas, seguida pelo aumento da adesão de monócitos circulantes no sangue ao endotélio e a migração de células musculares lisas vasculares para a camada neo-íntima em desenvolvimento, leva ao desenvolvimento da placa aterosclerótica, obstruindo progressivamente o lúmen vascular e reduzindo o fluxo sanguíneo.3 Adicionalmente, na aterosclerose ocorre a disfunção endotelial, caracterizada pela redução da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) na parede dos vasos sanguíneos.4

A disfunção endotelial é um marcador de risco cardiovascular e está presente nas DCV, como hipertensão arterial, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca crônica.5 Diversos fatores têm sido associados com a modulação do fluxo sanguíneo endotélio dependente, tais como a biodisponibilidade de L-arginina, de tetraidrobiopterina (BH4), índices de LDL-colesterol e o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), entre outros.4

Embora a proteína fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) esteja diretamente relacionada com a saúde dos neurônios,6 estudos experimentais translacionais e clínicos vêm demonstrando sua forte relação com o sistema vascular. De fato, inicialmente as neurotrofinas tiveram suas ações identificadas basicamente no desenvolvimento e amadurecimento do sistema nervoso. No entanto, desde o final dos anos 1990, surgiram fortes evidências na literatura que as neurotrofinas estão implicadas em importantes funções cardiovasculares.7 Mais recentemente, um importante estudo demonstrou a relação do BDNF circulante com o sistema vascular, especificamente com a angiogênese, por meio da regulação por espécies reativas de oxigênio (ROS).8 Portanto, além da função no sistema nervoso, evidências acumuladas sugerem que o BDNF também é importante para o sistema cardiovascular.

Devido à relação do BDNF com a angiogênese, com o aumento da vasodilatação e perfusão tecidual, ele é mais um elo importante entre estilo de vida e saúde vascular, com repercussões na estrutura cerebral e função cognitiva em adultos idosos.9 Um estilo de vida que inclua engajamento cognitivo, prática regular de exercício físico e dieta saudável é estratégia chave para manter a saúde cerebral durante o envelhecimento.9

Nesse contexto, vários estudos demonstraram que o exercício é um dos principais fatores no aumento dos níveis séricos de BDNF10 - 12 e que o aumento dos níveis do BDNF é o elemento chave que liga o exercício aos benefícios cognitivos.13 Entretanto, as variações na concentração de BDNF circulante, inclusive seu aumento em resposta ao treinamento físico,12 podem ser explicadas por uma variante genética do BDNF, um polimorfismo funcional de nucleotídeo único (SNP), responsável pela substituição do aminoácido Valina por uma Metionina na posição 66 do códon. O polimorfismo Val66Met, condição que ocorre em 20-30% da população caucasiana,14 - 16 prejudica a secreção regulada e o tráfego intracelular de BDNF.14 , 17 Estas novas descobertas têm aberto um novo campo de investigação em medicina cardiovascular e terapêutica.

Fator Neurotrófico Derivado do Encéfalo (BDNF)

O BDNF é a neurotrofina mais expressa no sistema nervoso central, encontrada em altas concentrações no hipocampo e córtex cerebral. É molécula-chave envolvida na manutenção da plasticidade sináptica e na sinaptogênese do hipocampo, local de aquisição e consolidação da memória.18 , 19 A produção e secreção alteradas de BDNF foram demonstradas em várias doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.20 - 22 Em indivíduos cognitivamente normais, a concentração de BDNF no líquido cefalorraquidiano diminui ao longo da vida na ausência de demência, sendo que a menor concentração de BDNF no líquido cefalorraquidiano foi associada fortemente com memória prejudicada e menor função executiva.23 Conhecimentos atuais apontam para o fato de que a cognição anormal está associada à diminuição BDNF no hipocampo, sendo esse um fator determinante do prejuízo de fatores como aprendizagem, depressão, humor, transtornos de ansiedade e esquizofrenia.24

Enquanto o BDNF promove sobrevivência neuronal e realça a plasticidade sináptica pela ativação de seu receptor tirosina-quinase B (TrkB), seu predecessor pró-BDNF atua de maneira antagônica, resultando em apoptose celular ao interagir com o receptor p75 das neurotrofinas (p75NTR). Essa importante função demonstra que ambos estão envolvidos em diferentes funções fisiológicas.25 , 26

O BDNF é produzido pré-sinapticamente nos corpos celulares dos neurônios sensoriais projetados no corno dorsal, enquanto que no hipocampo é produzido predominantemente pelos dendritos pós-sinápticos.22 , 27 , 28 Perifericamente, o BDNF sérico é encontrado nas plaquetas do plasma sanguíneo e é formado pelas células do endotélio vascular e pelas células sanguíneas mononucleadas periféricas.29 , 30 Seu potencial terapêutico é caracterizado por sua capacidade de atravessar livremente a barreira hemato-encefálica em ambas as direções, via alta capacidade de saturação do sistema transportador.22 , 30 , 31 No sistema nervoso periférico, o BDNF ainda apresenta um papel adicional, atuando na regeneração axonal. Vale ressaltar que o gene BDNF e seu receptor TrkB são expressos não só no encéfalo, mas também em outros locais do organismo, tais como coração, pulmões e tecido endotelial,26 , 32 , 33 demonstrando sua funcionalidade em outros órgãos e tecidos do organismo.

O gene BDNF está localizado no braço curto (p) do cromossomo 11 (11p13) e compreende 11 exons e 9 promotores funcionais.34

Um polimorfismo funcional de ocorrência natural no gene do BDNF humano no nucleotídeo 196 (G/A) codifica uma substituição de aminoácido valina pela metionina na posição 66 (Val66Met ou Met66Met). Este polimorfismo resulta em menor produção e menores quantidades circulantes de BDNF14 e tem sido associado a maior suscetibilidade de distúrbios neurodegenerativos. Funcionalmente, os polimorfismos Met66Met e Val66Met causam prejuízos no tráfego intracelular e na secreção regulada em neurônios.14 , 17

De fato, a herança desse polimorfismo tem sido associada com pior desempenho cognitivo em idosos saudáveis35 e prejudica a memória de indivíduos.14 Além disso, o polimorfismo Val66Met leva a um volume hipocampal 4 a 11% menor, observado por ressonância magnética em adultos saudáveis.23

BNDF e Função Cardiovascular

A ligação entre as doenças cardíacas e deterioração cognitiva tem sido reportada na literatura.36 , 37 Alguns autores acreditam que o mecanismo da “demência cardiogênica” envolva a hipoperfusão cerebral crônica devido à redução no débito cardíaco por várias doenças cardiovasculares.38 , 39 Embora a associação entre distúrbios cognitivos e fatores de risco cardiovascular seja complexa e possivelmente mediada por diferentes mecanismos, a presença de alterações microvasculares cerebrais, clinicamente manifestas ou silenciosas, estão envolvidas. Adicionalmente, recente estudo24 forneceu novos insights sobre o potencial mecanismo molecular pelo qual a doença cardíaca induza a disfunção cerebral. Esses autores, estudando um modelo de camundongo transgênico que tem superexpressão cardíaca específica de microRNA-1-2 (miR-1-2), observaram que a superexpressão cardíaca do miR-1 também induziu a anormalidades comportamentais que estão associadas à regulação negativa da expressão do BDNF no hipocampo. A compreensão mais ampla da forma pelo qual as doenças cardíacas afetam a função cognitiva pode levar a novas estratégias terapêuticas.

A importância dos níveis circulantes do BDNF na proteção cardiovascular ficou evidente no estudo prospectivo de coorte do Framingham Heart Study (FHS).40 Para avaliar uma relação potencialmente causal entre os níveis de BDNF e DCV, foi realizada uma análise de randomização mendeliana usando as metas do exemplo CARDIoGRAM (Gene de Doença da Artéria Coronária Genômica-Replicação Ampla e Meta-Análise). Nesse estudo, realizado com uma grande amostra de base comunitária, os investigadores observaram que níveis mais elevados de BDNF estão associados a menor risco de eventos cardiovasculares e morte, independente dos fatores de risco padrão, incluindo marcadores de inflamação de baixo grau, índice de massa corporal (IMC), atividade física e depressão.40

De fato, um papel importante do BDNF no sistema cardiovascular é a promoção da angiogênese vascular e aumento na densidade capilar.41 Estudos revelaram que o BDNF atua nas células endoteliais promovendo a neovascularização em resposta a estímulos hipóxicos por meio da via de Akt.42 - 44

A primeira evidência do envolvimento do BDNF no processo de angiogênese veio do estudo de Donovan et al.,45 sobre o desenvolvimento do miocárdio embrionário, no qual foi evidenciado que a superexpressão do BDNF está associada a um aumento da densidade capilar. Recentemente, um elegante estudo experimental demonstrou, pela primeira vez, que o BDNF promove a formação de tubos angiogênicos por meio da geração de ROS derivados da NADPH oxidase (NOX) pela transdução de sinal do receptor TrkB, provavelmente via ativação de Akt, resultando na migração de células endoteliais.8 O estudo sugere que: TrkB ⇒ NADPH oxidase 2 (Nox2) ⇒ ROS ⇒ Phosphoinositide 3-kinase (PI3K)/Akt.8

De fato, o BDNF tem sido consistentemente implicado na angiogênese e na manutenção da integridade vascular. Especificamente no endotélio, além da ligação do BDNF com seu receptor de alta afinidade TrkB25 , 46 há, também, a expressão do receptor p75, cuja ligação com o pró-BDNF tem sido relacionada com apoptose de músculos lisos vasculares.47 , 48 Considerando a localização conjugada do BDNF-TrkB e pró-BDNF-p75 no endotélio e devido à atuação fisiológica antagônica existente entre o BDNF e pró-BDNF, é importante se levar em conta o equilíbrio entre plasticidade/sobrevivência e apoptose sobre o fluxo sanguíneo periférico através da razão BDNF/pró-BDNF.

Mais recentemente, a ligação entre esse neurotrófico e a proteção cardiovascular foi evidenciada em estudo de Okada et al.,49 realizado com camundongos knockout condicionais de BDNF, nos quais a expressão do BDNF foi sistemicamente reduzida. Nesse estudo os autores demonstraram que um mecanismo mediado pelo Sistema Nervoso Central está envolvido na regulação da função cardíaca após o infarto do miocárdio. Os insultos isquêmicos são transmitidos do coração para o Sistema Nervoso Central através de fibras nervosas aferentes cardíacas após o infarto do miocárdio, aumentando assim a expressão neuronal do BDNF. Um aumento no BDNF circulante promove a sobrevivência dos cardiomiócitos e está associado ao aumento da expressão de fatores pró-angiogênicos. Comparativamente, os animais knockout tiveram maior dano miocárdico após o infarto experimental em comparação com camundongos do tipo selvagem.49

Neste contexto, o polimorfismo Val66Met pode afetar as concentrações séricas de BDNF e, consequentemente, influenciar a atividade dos tecidos que contenham os receptores TrkB, sejam eles neurônios ou mesmo tecidos periféricos, como as células endoteliais vasculares.

BDNF e Efeitos Cognitivos do Exercício

Há muitas evidências de que o exercício físico, principalmente o aeróbio, tem efeito benéfico em domínios cognitivos, particularmente nas funções executivas e de memória e reduz a atrofia hipocampal no final da idade adulta, e que o BDNF está fortemente envolvido.11 , 50 - 57

Estudos epidemiológicos e de intervenção reforçam a ideia de usar a atividade física como uma estratégia para aumentar a neuroplasticidade em condições patológicas.58 Vários estudos têm demonstrado que o exercício físico não apenas causa mudanças estruturais no cérebro, mas também protege contra o declínio cognitivo relacionado ao envelhecimento.57 , 59

O exercício físico ativa cascatas moleculares e celulares que promovem a plasticidade neuronal e a neurogênese, induzindo a expressão do gene que codifica o BDNF.10 , 60 As concentrações periféricas de BDNF aumentam tanto no exercício aeróbico agudo como no crônico, sendo que a magnitude desse aumento parece ser dependente da intensidade do exercício.61

Adicionalmente, maiores benefícios cognitivos são obtidos quanto maior for a duração do programa e da sessão de exercícios e quanto mais idosos forem os indivíduos, sendo que as mulheres apresentam maiores benefícios que os homens.56 A diferença entre os gêneros no BDNF do líquido cefalorraquidiano a favor das mulheres pode ser devido a efeitos hormonais,23 já que os receptores estrogênicos se localizam nas células que expressam o BDNF e seu receptor TrkB, sendo que o estrogênio regula a expressão de BDNF.62

Interessantemente, esse benefício do exercício ocorre mesmo em homens adultos jovens. Isso foi evidenciado num estudo de coorte com homens jovens suecos alistados no serviço militar aos 18 anos (n=1.221.727),50 no qual foi encontrada significativa associação positiva entre a aptidão cardiovascular e desempenho cognitivo após o ajuste para fatores de confusão relevantes.

Em grande parte, os benefícios do exercício sobre a produção do BDNF e a plasticidade neuronal estão relacionados ao aumento da vascularização cerebral e muscular. De fato, em uma recente revisão63 os autores evidenciaram que os benefícios cognitivos decorrentes da boa aptidão cardiovascular estão relacionados ao aumento da circulação cerebral e à angiogênese. Essa importante adaptação permite o aumento do fluxo e a regulação positiva das neurotrofinas no nicho neurogênico do hipocampo, fenômeno que ocorre mesmo após as sessões agudas de exercícios.63

Especificamente, estudos sobre o efeito do exercício agudo e crônico sobre a concentração sérica de BDNF ainda trazem resultados controversos. Por exemplo, em estudo comparando os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre a concentração sérica de BDNF, ficou demonstrado que uma única sessão de exercício foi capaz induzir aumento transitório nos níveis de BDNF, porém os mesmos resultados não foram alcançados em um período maior de treinamento.64 Em contrapartida, em outro estudo onde a amostra foi submetida a 6 meses de treinamento, foi encontrada tendência de aumento na concentração sérica de BDNF, além de melhora na função cognitiva.65 Resultado semelhante foi encontrado em um estudo longitudinal com idosos, que apresentou como resultado aumento no volume de partes do hipocampo e, de acordo com os autores, esse fato está relacionado com o aumento nos níveis de BDNF.51

Esses resultados aparentemente controversos podem ser dependentes do curso temporal dos benefícios do exercício especificamente nos níveis plasmáticos de BDNF após exercício, isto é, se logo após uma única sessão de exercício agudo, se após uma sessão após um programa de exercício regular (mostrando alterações na liberação de BDNF depois de repetidas sessões de exercício) ou alterações nos níveis de BDNF no repouso após um programa de exercícios regulares.66 De fato, isso foi evidenciado na recente meta-análise sobre os efeitos do exercício no BDNF sérico,66 que concluiu que o exercício regular intensificou o efeito de uma sessão de exercício nos níveis de BDNF (g de Hedges=0,59; P =0,02). Porém, os resultados indicaram um menor efeito do exercício regular nos níveis de BDNF em repouso (g de Hedges=0,27; P =0,005). Existem evidências confiáveis de estudos em humanos indicando que cada episódio de exercício resulta em uma dose-resposta de BDNF e que a magnitude dessa resposta pode ser aumentada ao longo do tempo através de exercícios regulares.66

Há grande corpo de evidências que demonstra que o exercício atua em diversas e poderosas vias neuroprotetoras, que podem convergir para promover a saúde cerebral continuada até a velhice. Esses benefícios ocorrem seja em resposta a atividades agudas, seja na prática regular, e ocorre tanto em resposta aos exercícios de alta intensidade como em exercícios aeróbios de intensidade moderada, aumentando os níveis de fatores neurotróficos circulantes e a neurotransmissão, exercendo efeitos benéficos sobre o humor e funções cognitivas em indivíduos de todas as idades.

BDNF e Efeitos Cardiovasculares do Exercício

No sistema cardiovascular o BDNF pode estar envolvido, pelo menos em parte, nos benefícios endoteliais vasculares. Além disso, estudo recente evidenciou que homens idosos ativos apresentam níveis plasmáticos de BDNF significativamente mais altos quando comparados aos seus pares inativos. Nesse estudo o BDNF se correlacionou com o VO2máx (R=0,765; p<0,001). Adicionalmente, houve correlação inversa entre o BDNF e o índice aterogênico (TC/HDL), hsCRP e oxLDL. Esses achados demonstram que um alto nível de aptidão cardiorrespiratória está associado a um nível mais alto de BDNF circulante, que por sua vez está relacionado à menor risco cardiovascular.67

É possível que os polimorfismos possam influenciar os efeitos benéficos do exercício. Recentemente, observamos que a reatividade vascular periférica e as respostas séricas de BDNF ao treinamento físico estão prejudicadas pelo polimorfismo Val66Met do BDNF, responsividade esta que está associada às concentrações séricas de BDNF em indivíduos saudáveis.12

Figura 1. Efeito agudo e crônico do exercício físico sobre os aspectos cardiovasculares relacionados com o BDNF (Adaptado de Stimpson et al, 2018).

Figura 1

Considerando todo o exposto, a importância do exercício físico em promover a saúde do cérebro e cardiovascular está ganhando reconhecimento, seja na condição fisiológica do envelhecimento cerebral, seja em indivíduos afetados pelos estágios iniciais da neurodegeneração. De fato, os vários estudos em animais e em humanos sugerem que a atividade física pode reduzir o risco de declínio cognitivo e, portanto, um estilo de vida ativo pode ser considerado uma estratégia preventiva da deterioração da saúde cerebral, assim como ocorre com a disfunção cardiovascular.

Sem dúvida, com o aumento da longevidade, abordagens preventivas de longo-prazo, com ênfase na promoção de hábitos positivos de saúde que atrasem a progressão e o declínio cognitivo, são cada vez mais importantes. Vale lembrar que além de modular o ambiente interno do cérebro, a prática regular de exercício físico atua diretamente sobre o sistema cardiovascular, imunológico e metabólico, tendo um papel essencial em um estilo de vida saudável.

Agradecimentos

ICT tem apoio do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq nº 302809/2018-0) e FXC teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP nº 2015/03274-0 e 2016/16831-7) e da Coordenação de Aconselhamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES).

Funding Statement

Fontes de financiamento

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Referências

  • 1.1. GBD 2015 Mortality and causes of death collaborators. Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016;388(10053):1459-544. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 2.2. Siqueira ASE, Siqueira-Filho AG, Land MGP. Analysis of the Economic Impact of Cardiovascular Diseases in the Last Five Years in Brazil. Arq Bras Cardiol. 2017;109(1):39-46. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 3.3. Caporali A, Emanueli C. Cardiovascular actions of neurotrophins. Physiol Rev. 2009;89(1): 279–308. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 4.4. Da Luz PL, Favarato D. A disfunção endotelial como índice prognóstico e alvo terapêutico. In: Da Luz PL, Laurindo FRM, Chagas ACP. Endotélio e doenças cardiovasculares. São Paulo: Ed. Atheneu; 2003. p. 203-20.
  • 5.5. Rajendran P, Rengarajan T, Thangavel J, Nishigaki Y, Sakthisekaran D, Sethi G, et al. The vascular endothelium and human diseases. Int J Biol Sci. 2013;9(10):1057-69. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 6.6. Hempstead BL. Dissecting the diverse actions of pro- and mature neurotrophins. Curr Alzheimer Res. 2006;3(1):19-24. [DOI] [PubMed]
  • 7.7. Ieda M, Kanazawa H, Ieda Y, Kimura K, Matsumura K, Tomita Y, et al. Nerve growth factor is critical for cardiac sensory innervation and rescues neuropathy in diabetic hearts. Circulation. 2006;114(22):2351–63. [DOI] [PubMed]
  • 8.8. Usui T, Naruo A, Okada M, Hayabe Y, Yamawaki H. Brain-derived neurotrophic factor promotes angiogenic tube formation through generation of oxidative stress in human vascular endothelial cells. Acta Physiol. 2014;211(2):385-94. [DOI] [PubMed]
  • 9.9. Phillips C. Lifestyle modulators of neuroplasticity: how physical activity, mental engagement, and diet promote cognitive health during aging. Neural Plast. 2017;2017:3589271. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 10.10. Cotman CW, Berchtold NC. Exercise: a behavioral intervention to enhance brain health and plasticity. Trends Neurosci. 2002;25(6):295–301. [DOI] [PubMed]
  • 11.11. Ferris LT, Williams JS, Shen CL. The effect of acute exercise on serum brain-derived neurotrophic factor levels and cognitive function. Med Sci Sports Exerc. 2007;39(4):728-34. [DOI] [PubMed]
  • 12.12. Lemos JR Jr, Alves CR, de Souza SB, Marsiglia JD, Silva MS, Pereira AC, et al. Peripheral vascular reactivity and serum BDNF responses to aerobic training are impaired by the BDNF Val66Met polymorphism. Physiol Genomics. 2016;48(2):116-2 [DOI] [PubMed]
  • 13.13. Seifert T, Brassard P, Wissenberg M, Rasmussen P, Nordby P, Stallknecht B, et al. Endurance training enhances BDNF release from the human brain. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2010;298(2):R372-7. [DOI] [PubMed]
  • 14.14. Egan MF, Kojima M, Callicott JH, Goldberg TE, Kolachana BS, Bertolino A, et al. The BDNF Val66Met polymorphism affects activity-dependent secretion of BDNF and human memory and hippocampal function. Cell. 2003;112(2):257-69. [DOI] [PubMed]
  • 15.15. Shimizu E, Hashimoto K, Iyo M. Ethnic differences of the BDNF 196 G/A (Val66Met) polymorphism frequencies: the possibility to explain ethnic metal traits. Am J Med Genet B Neuropsychiatr. 2004;126B(1):122-3. [DOI] [PubMed]
  • 16.16. Pivac N, Kim B, Nedić G, Joo YH, Kozarić-Kovačić D, Hong JP, et al. Ethnic differences in brain-derived neurotrophic factor Val66Met polymorphism in croatian and korean healthy participants. Genomics. 2009;50(1):43-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 17.17. Chen ZY, Patel PD, Sant G, Meng CX, Teng KK, Hempstead BL, et al. Variant brain-derived neurotrophic factor (BDNF) (Met66) alters the intracellular trafficking and activity-dependent secretion of wild-type BDNF in neurosecretory cells and cortical neurons. J Neurosci. 2004;24(18):4401-11. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 18.18. Tang SW, Chu E, Hui T, Helmeste D, Law C. Influence of exercise on serum brain-derived neurotrophic factor concentrations in healthy human subjects. Neurosci Lett. 2008;431(1):62-5. [DOI] [PubMed]
  • 19.19. Erickson KI, Miller DL, Roecklein KA. The aging hippocampus: interactions between exercise, depression, and BDNF. Neuroscientist. 2012;18(1):82-97. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 20.20. Howells DW, Porritt MJ, Wong JY, Batchelor PE, Kalnins R, Hughes AJ, et al. Reduced BDNF mRNA expression in the Parkinson’s disease substantia nigra. Exp Neurol. 2000;166(1):127–35. [DOI] [PubMed]
  • 21.21. Michalski B, Fahnestock M. Pro-brain-derived neurotrophic factor is decreased in parietal cortex in Alzheimer’s disease. Brain Res Mol Brain Res. 2003;111(1/2):148–54. [DOI] [PubMed]
  • 22.22. Zhao WQ, Cheng H, Quon MJ, Alkon DL. Insulin and the insulin receptor in experimental models of learning and memory. Eur J Pharmacol. 2005:490(1-3):71-81. [DOI] [PubMed]
  • 23.23. Li G, Peskind ER, Millard SP, Chi P, Sokal I, Yu CE, et al. Cerebrospinal fluid concentration of brain-derived neurotrophic factor and cognitive function in non-demented subjects. PLoS One. 2009;4(5):e5424. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 24.24. Ma JC, Duan MJ, Sun LL, Yan ML, Liu T, Wang Q, et al. Cardiac over-expression of microRNA-1 induces impairment of cognition in mice. Neuroscience. 2015;299:66-78. [DOI] [PubMed]
  • 25.25. Hashimoto K, Shimizu E, Iyo M. Critical role of brain-derived neurotrophic factor in mood disorders. Brain Res Rev. 2004;45(2):104-14. [DOI] [PubMed]
  • 26.26. Zoladz JA, Pilc A. The effect of physical activity on the brain derived neurotrophic factor: from animal to human studies. J Physiol Pharmacol. 2010;61(5):533-41. [PubMed]
  • 27.27. Ernfors P, Ibanez CF, Ebendal T, Olson L, Persson H. Molecular cloning and neurotrophic activities of a protein with structural similarities to nerve growth factor: developmental and topographical expression in the brain. Proc Natl Acad Sci U S A. 1990;87(14):5454-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 28.28. Malcangio M, Lessmann V. A common thread for pain and memory synapses? Brain-derived neurotrophic factor and trkB receptors. Trends Pharmacol Sci. 2003;24(3):116-21. [DOI] [PubMed]
  • 29.29. Donovan MJ, Miranda RC, Kraemer R, McCaffrey TA, Tessarollo L, Mahadeo D, et al. Neurotrophin and neurotrophin receptors in vascular smooth muscle cells. Regulation of expression in response to injury. Am J Pathol. 1995;147(2):309–24. [PMC free article] [PubMed]
  • 30.30. Lommatzsch M, Zingler D, Schuhbaeck K, Schloetcke K, Zingler C, Schuff-Werner P, et al. The impact of age, weight and gender on BDNF levels in human platelets and plasma. Neurobiol Aging. 2005;26(1):115-23. [DOI] [PubMed]
  • 31.31. Pan W, Banks WA, Fasold MB, Bluth J, Kastin AJ. Transport of brain-derived neurotrophic factor across the blood-brain barrier. Neuropharmacology. 1998;37(12):1553-61. [DOI] [PubMed]
  • 32.32. Fujimura H, Altar CA, Chen R, Nakamura T, Nakahashi T, Kambayashi JI, et al. Brain-derived neurotrophic factor is stored in human platelets and released by agonist stimulation. Thromb Haemost. 2002;87(4):728-34. [PubMed]
  • 33.33. Nakahashi T, Fujimura H, Altar CA, Li J, Kambayashi J, Tandon NN, et al. Vascular endothelial cells synthesize and secrete brain-derived neurotrophic factor. FEBS Lett. 2000;470(2):113-7. [DOI] [PubMed]
  • 34.34. Shen T, You Y, Joseph C, Mirzaei M, Klistorner A, Graham SL, Gupta V. BDNF polymorphism: a review of its diagnostic and clinical relevance in neurodegenerative disorders. Aging Dis. 2018; 9(3):523-536. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 35.35. Miyajima F, Ollier W, Mayes A, Jackson A, Thacker N, et al. Brain derived neurotrophic factor polymorphism Val66Met influences cognitive abilities in the elderly. Genes Brain Behav. 2008;7(4):411–7. [DOI] [PubMed]
  • 36.36. de Toledo Ferraz Alves TC, Ferreira LK, Busatto GF. Vascular diseases and old age mental disorders: an update of neuroimaging findings. Curr Opin Psychiatry. 2010;23(6):491-7. [DOI] [PubMed]
  • 37.37. Alagiakrishnan K, Mah D, Dyck JR, Senthilselvan A, Ezekowitz J. Comparison of two commonly used clinical cognitive screening tests to diagnose mild cognitive impairment in heart failure with the golden standard European Consortium Criteria. Int J Cardiol. 2017;228:558-62. [DOI] [PubMed]
  • 38.38. Jefferson AL. Cardiac output as a potential risk factor for abnormal brain aging. J Alzheimers Dis. 2010;20(3):813-21. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 39.39. de la Torre JC. Cardiovascular risk factors promote brain hypoperfusion leading to cognitive decline and dementia. Cardiovasc Psychiatry Neurol. 2012;2012:367516. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 40.40. Kaess BM, Preis SR, Lieb W, Beiser AS, Yang Q, Chen TC, et al. Circulating brain-derived neurotrophic factor concentrations and the risk of cardiovascular disease in the community. J Am Heart Assoc. 2015;4(3):e001544. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 41.41. Deindl E. Mechanistic insights into the functional role of vascular endothelial growth factor and its signalling partner brain-derived neurotrophic factor in angiogenic tube formation. Acta Physiol (Oxf). 2014;211(2):268-70. [DOI] [PubMed]
  • 42.42. DeSouza CA, Shapiro LF, Clevenger CM, Dinenno FA, Monahan KD, Tanaka H, et al. Regular aerobic exercise prevents and restores age-related declines in endothelium-dependent vasodilation in healthy men. Circulation. 2000;102(12):1351-7. [DOI] [PubMed]
  • 43.43. Kim H, Li Q, Hempstead BL, Madri JA. Paracrine and autocrine functions of brain-derived neurotrophic factor (BDNF) and nerve growth factor (NGF) in brain-derived endothelial cells. J Biol Chem. 2004;279(32):33538–46. [DOI] [PubMed]
  • 44.44. Nakamura K, Martin KC, Jackson JK, Beppu K, Woo CW, Thiele CJ. Brain-derived neurotrophic factor activation of TrkB induces vascular endothelial growth factor expression via hypoxia-inducible factor-1alpha in neuroblastoma cells. Cancer Res. 2006;66(8):4249–55. [DOI] [PubMed]
  • 45.45. Donovan MJ, Lin MI, Wiegn P, Ringstedt T, Kraemer R, Hahn R, Wang S, Ibañez CF, Rafii S, Hempstead BL. Brain derived neurotrophic factor is an endothelial cell survival factor required for intramyocardial vessel stabilization. Development. 2000;127(21):4531-40. [DOI] [PubMed]
  • 46.46. Lin CY, Hung SY, Chen HT, Tsou HK, Fong YC, Wang SW, et al. Brain-derived neurotrophic factor increases vascular endothelial growth factor expression and enhances angiogenesis in human chondrosarcoma cells. Biochem Pharmacol. 2014;91(4):522-33. [DOI] [PubMed]
  • 47.47. Wang S, Bray P, McCaffrey T, March K, Hempstead BL, Kraemer R. p75NTR mediates neurotrophin-induced apoptosis of vascular smooth muscle cells. Am J Pathol. 2000;157(4):1247-58. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 48.48. Teng HK, Teng KK, Lee R, Wright S, Tevar S, Almeida RD, et al. ProBDNF induces neuronal apoptosis via activation of a receptor complex of p75NTR and sortilin. J Neurosci. 2005;25(22):5455-63. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 49.49. Okada S, Yokoyama M, Toko H, Tateno K, Moriya J, Shimizu I, et al. Brain-derived neurotrophic factor protects against cardiac dysfunction after myocardial infarction via a central nervous system-mediated pathway. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2012;32(8):1902–9. [DOI] [PubMed]
  • 50.50. Aberg MA, Pedersen NL, Toren K, Svartengren M, Backstrand B, Johnsson T, et al. Cardiovascular fitness is associated with cognition in young adulthood. Proc Natl Acad Sci U S A. 2009:106(49): 20906–11. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 51.51. Erickson KI, Voss MW, Prakash RS, Basak C, Szabo A, Chaddock L, et al. Exercise training increases size of hippocampus and improves memory. Proc Natl Acad Sci U S A. 2011:108(7):3017–22. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 52.52. Chang YK, Labban JD, Gapin JI, Etnier JL. The effects of acute exercise on cognitive performance: a meta-analysis. Brain Res. 2012;1453(250):87–101. [DOI] [PubMed]
  • 53.53. Babaei P, Azali AK, Soltani TB, Damirchi A, Effect of six weeks of endurance exercise and following detraining on serum brain derived neurotrophic factor and memory performance in middle aged males with metabolic syndrome. J. Sports Med. Phys. Fitness. 2013;53(4):437-43. [PubMed]
  • 54.54. Best, JR Nagamatsu LS, & Liu-Ambrose T. Improvements to executive function during exercise training predict maintenance of physical activity over the following year. Front. Hum. Neurosci. 2014;8:353. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 55.55. Dupuy O, Gauthier CJ, Fraser SA, Desjardins-Crèpeau L, Desjardins M, Mekary S, et al. Higher levels of cardiovascular fitness are associated with better executive function and prefrontal oxygenation in younger and older women. Front. Hum. Neurosci. 2015;9:66. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 56.56. Kramer AF, Colcombe S. Fitness effects on the cognitive function of older adults: a meta-analytic study-revisited. Perspect Psychol Sci. 2018;13(2):213-7. [DOI] [PubMed]
  • 57.57. Voss, M. W., Heo, S., Prakash, R. S., Erickson, K. I., Alves, H., Chaddock, L., et al. The influence of aerobic fitness on cerebral white matter integrity and cognitive function in older adults: results of a one-year exercise intervention. Hum. Brain Mapp. 2013;34(11), 2972–2985. doi: 10.1002/hbm.22119 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 58.58. Gregory SM, Parker B, Thompson PD. Physical activity, cognitive function, and brain health: what is the role of exercise training in the prevention of dementia?. Brain Sci. 2012;2(4):684–708. Published 2012 Nov 29. doi:10.3390/brainsci2040684 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 59.59. Duzel E, van Praag H, Sendtner M. Can physical exercise in old age improve memory and hippocampal function?. Brain. 2016;139(Pt 3):662–673. doi:10.1093/brain/awv407 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 60.60. Neeper SA, Gómez-Pinilla F, Choi J, Cotman CW. Physical activity increases mRNA for brain-derived neurotrophic factor and nerve growth factor in rat brain. Brain Res. 1996;726(1-2):49–56. [PubMed]
  • 61.61. Huang T, Larsen KT, Ried-Larsen M, Møller NC, Andersen LB. The effects of physical activity and exercise on brain-derived neurotrophic factor in healthy humans: A review. Scand J Med Sci Sports. 2014;24(1):1-10. [DOI] [PubMed]
  • 62.62. Sohrabji F, Lewis DK. Estrogen-BDNF interactions: implications for neurodegenerative diseases. Front Neuroendocrinol. 2006;27(4):404–14. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 63.63. Stimpson NJ, Davison G, Javadi AH. Joggin’ the noggin: towards a physiological understanding of exercise-induced cognitive benefits. Neurosci Biobehav Rev. 2018;88:177-86. [DOI] [PubMed]
  • 64.64. Griffin ÉW, Mullally S, Foley C, Warmington SA, O’Mara SM, Kelly AM. Aerobic exercise improves hippocampal function and increases BDNF in the serum of young adult males. Physiol Behav. 2011;104(5):934-41. [DOI] [PubMed]
  • 65.65. Ruscheweyh R, Willemer C, Krüger K, Duning T, Warnecke T, Sommer J, et al. Physical activity and memory functions: an interventional study. Neurobiol Aging. 2011;32(7):1304-19. [DOI] [PubMed]
  • 66.66. Szuhany KL, Bugatti M, Otto MW. A meta-analytic review of the effects of exercise on brain-derived neurotrophic factor. J Psychiatr Res. 2015;60:56–64. doi:10.1016/j.jpsychires.2014.10.003 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 67.67. Zembron-Lacny A, Dziubek W, Rynkiewicz M, Morawin B, Woźniewski M. Peripheral brain-derived neurotrophic factor is related to cardiovascular risk factors in active and inactive elderly men, Braz J Med Biol Res. 2016; 49(7): e5253. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2020 Aug 19;115(2):263–269. [Article in English]

Serum Levels of BDNF in Cardiovascular Protection and in Response to Exercise

Ivani Credidio Trombetta 1, José Roberto DeMoura 1,2, Cleber Rene Alves 1, Renato Carbonari-Brito 1, Felipe Xerez Cepeda 1, José Ribeiro Lemos Jr 2

Abstract

Cardiovascular disease (CVD) is currently the leading cause of death in Brazil and worldwide. In 2016, CVD accounted for more than 17 million deaths, representing 31% of all deaths globally. Molecular and genetic mechanisms may be involved in vascular protection and should be considered in new therapeutic approaches. In this sense, recent studies have reported that brain-derived neurotrophic factor (BDNF) is reduced in individuals predisposed to develop CVD, and that aerobic physical training increases the amounts of circulating BDNF. BDNF is a neurotrophin found at high concentrations in the hippocampus and cerebral cortex and is considered a key molecule for the maintenance of synaptic plasticity and survival of neuronal cells. In addition to neuronal plasticity, BDNF is also important in vascular function, promoting angiogenesis through the regulation of reactive oxygen species (ROS). However, a variant of the BDNF gene in humans, the Val66Met polymorphism (substitution of the amino acid valine for a methionine at position 66 of the codon), occurring in 20-30% of the Caucasian population, may affect plasma BDNF concentrations and its activity in all peripheral tissues containing tyrosine kinase B receptors (TrkB), such as the endothelium. Thus, we will present a discussion about the role of serum BDNF levels in cardiovascular protection, Val66Met genetic variant in vascular reactivity and the effect of physical exercise.

Keywords: Cardiovascular Diseases/mortality, BDNF, Brain-Derived Neurotrophic Factor, Endothelium Vascular, Nerve Growth Factors, Neuronal Plasticity, Polymorphism, Exercise

Introduction

The main causes of death from noncommunicable diseases are cardiovascular diseases (CVD). Across the world, CVD deaths increased 12.5% between 2005 and 2015, reaching 17.9 million deaths.1 In Brazil, CVD mortality accounted for 28% of all deaths in the last five years, accounting for 38% of all deaths in the productive age range (18 to 65 years).2

The most relevant CVD in terms of public health are heart (coronary artery disease and heart failure) and cerebrovascular diseases. Risk factors for CVD are well known (among them, obesity, dyslipidemia, diabetes and sedentary lifestyle). However, its molecular basis is complex and is linked to a wide range of biological pathways, including lipid and glucose metabolism, inflammation, vascular repair and angiogenesis.

The main etiology of CVD is atherosclerosis, a complex chronic inflammatory process of the arterial wall that involves the recruitment and activation of cells in the lesion of the intima layer. This endothelial cell activation by inflammatory cytokines and oxidized lipoproteins, followed by increased adhesion of circulating blood monocytes to the endothelium and migration of vascular smooth muscle cells into the developing neointimal layer, leads to the development of the atherosclerotic plaque, progressively obstructing the vascular lumen and reducing blood flow.3 In addition, atherosclerosis occurs in endothelial dysfunction, characterized by reduced bioavailability of nitric oxide (NO) on the wall of blood vessels.4

Endothelial dysfunction is a marker of cardiovascular risk and is present in CVD such as hypertension, coronary artery disease and chronic heart failure.5 Several factors have been associated with the endothelium-dependent blood flow modulation, such as the bioavailability of L-arginine, tetrahydrobiopterin (BH4), LDL-cholesterol and vascular endothelial growth factor (VEGF) levels, among others.4

Although the brain-derived neurotrophic factor (BDNF) is directly related to the health of neurons,6 translational and clinical experimental studies have demonstrated their strong association with the vascular system. In fact, initially neurotrophins had their actions identified basically in the development and maturation of the nervous system. However, since the late 1990s, strong evidence has emerged in the literature that neurotrophins are implicated in important cardiovascular functions.7 More recently, an important study has demonstrated the association of circulating BDNF to the vascular system, specifically angiogenesis, through the regulation of reactive oxygen species (ROS).8 Thus, in addition to the nervous system function, accumulated evidence suggests that BDNF is also important for the cardiovascular system.

Because of the association between BDNF and angiogenesis, increased vasodilation and tissue perfusion, this neurotrophin is another important link between lifestyle and vascular health, with repercussions on brain structure and cognitive function in older adults.9 A lifestyle that includes cognitive engagement, regular exercise, and a healthy diet is a key strategy to maintain brain health during the aging process.9

In this context, several studies have shown that exercise is one of the main factors in increasing serum BDNF levels10 - 12 and that increasing BDNF levels is the key element that links exercise to cognitive benefits.13 However, variations in the levels of circulating BDNF, including its increase in response to physical training,12 can be explained by a genetic variant of BDNF, a functional single-nucleotide polymorphism (SNP), responsible for the substitution of the amino acid Valine to Methionine at position 66 of the codon. The Val66Met polymorphism, a condition that occurs in 20-30% of the Caucasian population,14 - 16 impairs both regulated secretion and intracellular traffic of BDNF.14 , 17 These new findings have opened a new field of research in cardiovascular and therapeutic medicine.

Brain-Derived Neurotrophic Factor (BDNF)

BDNF is the most expressed neurotrophin in the central nervous system, found at high concentrations in the hippocampus and cerebral cortex. It is a key molecule involved in the maintenance of synaptic plasticity and synaptogenesis of the hippocampus, a site of memory acquisition and consolidation.18 , 19 The altered production and secretion of BDNF have been demonstrated in several neurodegenerative disorders , such as Alzheimer’s and Parkinson’s disease.20 - 22 In cognitively normal individuals, the concentration of BDNF in the cerebrospinal fluid decreases throughout life in the absence of dementia, and a lower concentration of BDNF in the cerebrospinal fluid was strongly associated with impaired memory and lower executive function.23 Current knowledge points to the fact that abnormal cognition is associated with BDNF decrease in the hippocampus, which is a determining factor in the impairment of factors such as learning skills, depression, mood, anxiety disorders and schizophrenia.24

While BDNF promotes neuronal survival and enhances synaptic plasticity by activating its tyrosine kinase receptor B (TrkB), its precursor, proBDNF, acts antagonistically, resulting in cell apoptosis when interacting with the p75 receptor of neurotrophins (p75NTR). This important function demonstrates that both are involved in different physiological functions.25 , 26

The BDNF is produced presynaptically in the cell bodies of the sensory neurons projected in the dorsal horn, whereas in the hippocampus it is produced predominantly by the postsynaptic dendrites.22 , 27 , 28 Peripherally, serum BDNF is found in blood plasma platelets and consists of vascular endothelial cells and peripheral mononuclear blood cells.29 , 30 Its therapeutic potential is characterized by its ability to freely cross the blood-brain barrier in both directions via high saturation capacity of the carrier system.22 , 30 , 31 In the peripheral nervous system, BDNF still plays an additional role, acting on axonal regeneration. It is worth mentioning that the BDNF gene and its TrkB receptor are expressed not only in the brain, but also in other parts of the body, such as the heart, lungs and endothelial tissue,26 , 32 , 33 demonstrating its function in other organs and tissues of the body.

The BDNF gene is located on the short arm (p) of chromosome 11 (11p13) and comprises 11 exons and 9 functional promoters.34

A naturally-occurring functional polymorphism in the human BDNF gene at nucleotide 196 (G/A) encodes a substitution of amino acid valine to methionine at position 66 (Val66Met or Met66Met), which besides resulting in lower production and circulating amounts of BDNF,14 has been associated with greater susceptibility to neurodegenerative disorders. Functionally, the Met66Met and Val66Met polymorphisms cause impairments in the intracellular traffic and in regulated secretion in neurons.14 , 17

In fact, the inheritance of this polymorphism has been associated with poor cognitive performance in healthy elderly individuals35 and memory impairment of individuals.14 Additionally, the Val66Met polymorphism leads to 4 to 11% lower hippocampal volume observed by magnetic resonance imaging in healthy adults.23

BNDF and Cardiovascular Function

The link between heart disease and cognitive impairment has been reported in the literature.36 , 37 Some authors believe that the mechanism of “cardiogenic dementia” involves chronic cerebral hypoperfusion caused by the reduction in cardiac output due to various cardiovascular diseases.38 , 39 Although the association between cognitive disorders and cardiovascular risk factors is a complex one and possibly mediated by different mechanisms, the presence of clinically manifest or silent cerebral microvascular changes are involved. In addition, a recent study24 provided new insights into the potential molecular mechanism by which heart disease induces brain dysfunction. These authors, studying a transgenic mouse model that has specific microRNA-1-2 (miR-1-2) cardiac overexpression, have observed that cardiac overexpression of miR-1 also induced behavioral abnormalities that are associated with the negative regulation of BDNF expression in the hippocampus. A broader understanding of how heart disease affects cognitive function may lead to new therapeutic strategies.

The importance of circulating levels of BDNF in cardiovascular protection was evident in the prospective cohort study of the Framingham Heart Study (FHS).40 To evaluate a potentially causal association between the levels of BDNF and CVD, a Mendelian randomization analysis was performed using the goals of the CARDIoGRAM (Coronary Artery Disease Genome-Wide Replication and Meta-Analysis) study. In this study, conducted with a large community-based sample, the researchers observed that higher levels of BDNF are associated with a lower risk of cardiovascular events and death, regardless of the standard risk factors, including low-grade inflammation markers, body mass index (BMI), physical activity and depression.40

In fact, an important role of BDNF in the cardiovascular system is the promotion of vascular angiogenesis and increase in capillary density.41 Studies have shown that BDNF acts on endothelial cells promoting neovascularization in response to hypoxic stimuli via the Akt pathway.42 - 44

The first evidence of BDNF involvement in the angiogenesis process came from the study by Donovan et al.45 about the development of the embryonic myocardium, in which it was shown that the overexpression of BDNF is associated with an increase in capillary density. Recently, an elegant experimental study demonstrated for the first time that BDNF promotes the formation of angiogenic tubes through the generation of ROS derived from NADPH oxidase (NOX) by TrkB receptor signal transduction, probably via Akt activation , resulting in the migration of endothelial cells.8 The study suggests that: TrkB ⇒ NADPH oxidase 2 (Nox2) ⇒ ROS ⇒ Phosphoinositide 3-kinase (PI3K)/Akt.8

In fact, BDNF has been consistently implicated in the angiogenesis and maintenance of vascular integrity. Specifically in the endothelium, besides the binding of BDNF to its high affinity receptor TrkB,25 , 46 there is also the expression of the p75 receptor, of which binding to the pro-BDNF has been related to vascular smooth muscle apoptosis.47 , 48 Considering the conjugated localization of BDNF-TrkB and pro-BDNF-p75 in the endothelium and due to the antagonistic physiological action between BDNF and pro-BDNF, it is important to take into account the balance between plasticity/survival and apoptosis in peripheral blood flow through the BDNF/pro-BDNF ratio.

More recently, the link between this neurotrophic and cardiovascular protection was evidenced in the study by Okada et al,49 conducted with conditional BDNF-knockout mice, in which BDNF expression was systemically reduced. In this study, the authors demonstrated that a mechanism mediated by the Central Nervous System is involved in the regulation of cardiac function after myocardial infarction. Ischemic insults are transmitted from the heart to the Central Nervous System through afferent cardiac fibers after the myocardial infarction, thereby increasing BDNF neuronal expression. An increase in circulating BDNF promotes the survival of cardiomyocytes and is associated with increased expression of pro-angiogenic factors. Comparatively, knockout animals had greater myocardial damage after the experimental infarction compared to wild-type mice.49

In this context, the Val66Met polymorphism can affect serum concentrations of BDNF and, consequently, influence the activity of tissues containing TrkB receptors, be they neurons or even peripheral tissues, such as vascular endothelial cells.

BDNF and Cognitive Effects of Exercise

There is much evidence that physical exercise, especially aerobic exercise, has a beneficial effect on cognitive domains, particularly on executive and memory functions and reduces hippocampal atrophy in late adulthood, with BDNF being heavily involved.11 , 50 - 57

Epidemiological and intervention studies reinforce the idea of using physical activity as a strategy to increase neuroplasticity in pathological conditions.58 Several studies have shown that exercise not only causes structural changes in the brain, but also protects against aging-related cognitive decline.57 , 59

Physical exercise activates molecular and cellular cascades that promote neuronal plasticity and neurogenesis, inducing expression of the gene encoding BDNF.10 , 60 Peripheral concentrations of BDNF increase in both acute and chronic aerobic exercise, and the magnitude of this increase seems to be dependent on exercise intensity.61

In addition, greater cognitive benefits are obtained when the duration of the program and the exercise session are longer, individuals are older, with greater benefits for women than for men.56 The difference between genders regarding BDNF levels in cerebrospinal fluid in favor of women may be due to hormonal effects,23 since estrogen receptors are located in cells expressing BDNF and its TrkB receptor, so that estrogen regulates the expression of BDNF.62

Interestingly, this benefit of exercise occurs even in young adult men. This was evidenced in a cohort study of young Swedish men enlisted in military service at age 18 (n=1,221,727),50 in which a significant positive association was found between cardiovascular fitness and cognitive performance after adjusting for relevant confounders.

Largely, the benefits of exercise on the production of BDNF and neuronal plasticity are related to increased cerebral and muscle vascularization. In fact, in a recent review63 the authors have shown that the cognitive benefits of good cardiovascular fitness are related to increased cerebral circulation and angiogenesis. This important adaptation allows increased flow and upregulation of neurotrophins in the neurogenic niche of the hippocampus, a phenomenon that occurs even after acute exercise sessions.63

Specifically, studies on the acute and chronic effects of exercise on serum BDNF concentration still yield controversial results. For example, in a study comparing the chronic and acute effects of physical exercise on the serum concentrations of BDNF, it was demonstrated that a single exercise session was able to induce a transient increase in BDNF levels, but the same results were not achieved after a longer period of training.64 On the other hand, in another study where the sample was submitted to 6 months of training, a trend in an increase in serum BDNF concentration was found, in addition to an improvement in cognitive function.65 A similar result was found in a longitudinal study with the elderly, which resulted in an increase in the volume of hippocampal parts and, according to the authors, this fact is related to the increase in BDNF levels.51

These apparently controversial results may be dependent on the duration of the exercise benefits, specifically on post-exercise BDNF plasma levels, i.e., whether they occur soon after a single session of acute exercise, after a session of a regular exercise program (showing changes in BDNF release after repeated exercise sessions) or changes in resting BDNF levels after a regular exercise program.66 Indeed, this was evidenced in the recent meta-analysis on the effects of exercise on serum BDNF,66 which concluded that regular exercise intensified the effect of an exercise session on BDNF levels (Hedges’ g =0.59; P =0.02). However, the results indicated a lower effect of regular exercise on resting BDNF levels (Hedges’ g =0.27; P =0.005). There is reliable evidence from human studies indicating that each exercise episode results in a BDNF dose response and that the magnitude of this response can be increased over time through regular exercise.66

There is a large body of evidence that demonstrates that exercise works on several powerful neuroprotective pathways that can converge to promote continued brain health into senescence. These benefits occur either in response to acute activities or in regular practice and occur both in response to high-intensity exercises and in moderate-intensity aerobic exercises, increasing levels of circulating neurotrophic factors and neurotransmission, exerting beneficial effects on mood and cognitive functions in individuals of all ages.

BDNF and Cardiovascular Effects of Exercise

In the cardiovascular system, BDNF is involved, at least in part, in vascular endothelial benefits. In addition, a recent study found that active older men have significantly higher plasma BDNF levels compared to their inactive peers. In this study, BDNF correlated with VO2max (R=0.765, p<0.001). Additionally, there was an inverse correlation between BDNF and the atherogenic index (TC / HDL), hsCRP and oxLDL. These findings demonstrate that a higher level of cardiorespiratory fitness is associated with a higher level of circulating BDNF, which in turn is related to lower cardiovascular risk.67

However, it is possible that polymorphisms may influence the beneficial effects of exercise. We have recently observed that peripheral vascular reactivity and serum BDNF responses to physical training are impaired by the BDNF Val66Met polymorphism, a responsiveness that is associated with serum BDNF concentrations in healthy individuals.12

Considering all of the above, the importance of physical exercise in promoting brain and cardiovascular health is gaining recognition, whether in the physiological condition of the brain aging process or in individuals affected by the early stages of neurodegeneration. In fact, the various animal and human studies suggest that physical activity may reduce the risk of cognitive decline, and therefore, an active lifestyle may be considered a preventive strategy for brain health deterioration, just as it occurs with cardiovascular dysfunction.

Figure 1. – Acute and chronic effect of physical exercise on cardiovascular aspects related to BDNF (Adapted from Stimpson et al, 2018).

Figure 1

Undoubtedly, with increasing longevity, long-term preventive approaches, with an emphasis on promoting positive health habits that delay cognitive decline and its progression, are increasingly important. It is worth remembering that in addition to modulating the internal brain environment, the regular practice of physical exercise acts directly on the cardiovascular, immune and metabolic systems, playing an essential role in a healthy lifestyle.

Acknowledgements

ICT is supported by the Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq#302809/2018-0) and FXC was supported by the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP#2015/03274-0 and #2016/16831-7) and by the Coordenação de Aconselhamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES).

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES