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. 2020 Jul 28;115(1):111–126. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200370
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Imagem Cardiovascular e Procedimentos Intervencionistas em Pacientes com Infecção pelo Novo Coronavírus

Isabela Bispo Santos da Silva Costa 1, Carlos Eduardo Rochitte 2,3,4, Carlos M Campos 5,6, Silvio Henrique Barberato 7,8, Gláucia Maria Moraes de Oliveira 9, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes 10,11,12, Cesar Higa Nomura 2, Alexandre A Abizaid 2,13, Giovanni Cerri 2, Roberto Kalil Filho 2, Ludhmila Abrahão Hajjar 1,2
PMCID: PMC8384321  PMID: 32813825

Resumo

A pandemia da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) trouxe grandes desafios para o sistema de saúde devido ao aumento exponencial do número de pacientes acometidos. A racionalização de recursos e a indicação correta e criteriosa de exames de imagem e procedimentos intervencionistas tornaram-se necessárias, priorizando a segurança do paciente, do ambiente e dos profissionais da saúde. Esta revisão visa auxiliar e orientar os profissionais envolvidos na realização desses exames e procedimentos a fazê-los de forma eficaz e segura.

Keywords: Coronavírus, COVID-19, Pandemia, Doenças Infecciosas Emergentes, Doenças Cardiovasculares/prevenção e controle, Diagnóstico por Imagem, Orientação, Exames Médicos/métodos, Técnicas e Procedimentos Diagnósticos

1. Introdução

A COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), é um grande desafio atual para a sociedade. Sua rápida disseminação fez com que se tornasse uma pandemia, tendo atingido em poucos meses 185 países, resultando em 4.995.127 infectados (20 de maio) e 328.079 mortes. 1 As estatísticas brasileiras demonstram números em ascensão, apesar da subnotificação pela indisponibilidade de testes, tendo-se registrado até o momento 291.579 infectados e 18.859 mortes. 2

A estratégia mais efetiva para controlar a transmissão da doença é o isolamento, com medidas como quarentena e distanciamento social. 3 Os hospitais, clínicas e consultórios têm seguido recomendações de sociedades médicas nacionais e internacionais no sentido de proteger ao máximo os pacientes sem COVID-19 do risco de infecção e, ao mesmo tempo, propiciar manejo adequado àqueles com COVID-19. 4 , 5 Nessa premissa, procedimentos considerados eletivos deveriam ser reagendados para momento oportuno. 6

O manejo adequado dos pacientes infectados compreende uma série de medidas que envolve a interação entre diversos setores hospitalares e uma equipe multidisciplinar treinada. A grande maioria dos infectados que evoluem com a forma mais grave da COVID-19 apresenta comorbidades, sendo frequentes as doenças cardiovasculares. 7 - 9 Além disso, complicações cardiovasculares da COVID-19 ocorrem entre 7% e 40% dos casos, manifestando-se como injúria miocárdica, trombose, disfunção ventricular, miocardite, arritmias e choque. 10 - 12 O desenvolvimento dessas complicações tem implicações prognósticas importantes, com elevada taxa de mortalidade. 11

Para o diagnóstico e o seguimento dos pacientes com essas complicações, frequentemente são necessários exames de imagem, como eletrocardiograma, ecocardiograma transtorácico (ETT), tomografia computadorizada (TC) e, em alguns pacientes, ressonância magnética cardíaca (RMC) e angiotomografia de artérias coronárias (ATAC). Esses exames não devem ser realizados de rotina em todos os infectados, sendo sua indicação preferencialmente pautada no benefício adicionado ao cuidado do paciente e levando-se em consideração a segurança da equipe que conduzirá o exame. O uso racional, responsável e criterioso dos recursos faz com que o clínico desempenhe papel importante na identificação do paciente que necessita do exame, na seleção adequada do exame e na interpretação correta dos achados.

Dessa forma, esta revisão tem como objetivos: a) auxiliar na indicação dos exames cardiovasculares e procedimentos intervencionistas e na sua implementação na prática clínica para pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19; b) orientar os médicos que realizarão os exames e os procedimentos a fazê-los de forma segura, evitando a contaminação do ambiente e dos profissionais de saúde.

2. Abordagem do Paciente Com Suspeita ou Confirmação de Covid-19

A abordagem do paciente com suspeita ou confirmação de COVID-19 deve se iniciar pela caracterização adequada dos sinais e sintomas apresentados. Os pacientes com sintomas gripais leves (tosse, febre, dor de garganta) podem ser acompanhados em unidades de baixa complexidade ou em regime domiciliar. Aqueles com sintomas que denotem gravidade (saturação de oxigênio <94% em ar ambiente, desconforto respiratório, taquipneia, hipotensão, insuficiência respiratória aguda) devem ser encaminhados para centros especializados. No contato inicial, deve ser fornecida máscara cirúrgica para a pessoa sintomática, que deve ser direcionada para sala específica, visando isolamento respiratório, e deve receber material para higiene das mãos, evitando o contágio do ambiente e de outras pessoas. 4

A identificação dos pacientes de risco deve incluir a avaliação da presença de comorbidades clínicas que sabidamente estão relacionadas à evolução mais grave da doença. 7 , 13 Pacientes com hipertensão (HAS), doença cardiovascular crônica, diabetes mellitus (DM), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou doença renal crônica, ou ainda pacientes imunossuprimidos ou idosos, são mais suscetíveis a desenvolverem complicações, devendo ser considerados grupo de risco. 4

Pacientes com sintomas graves e/ou do grupo de risco são mais propensos a complicações cardiovasculares relacionadas à COVID-19. 8 , 9 Zhou et al., 9 em uma coorte com 191 pacientes, observaram prevalência elevada de HAS (30%), DM (19%), doença arterial coronariana (DAC - 8%) e DPOC (3%). 9 Dos 54 pacientes (28%) que evoluíram a óbito, 67% apresentavam alguma comorbidade, 48% apresentavam HAS, 31% apresentavam DM e 24% apresentavam DAC. Idade avançada foi preditor independente de mortalidade. 9

Outro marcador importante de gravidade desses doentes é a presença de níveis séricos aumentados de troponina, NT-proBNP e dímero-D. Os pacientes com elevação de troponina evoluíram com formas mais graves da COVID-19, com incidência aumentada de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e morte. 11 A elevação de troponina é acompanhada de elevação de marcadores inflamatórios, trombóticos e de disfunção cardíaca, e os pacientes com essa característica têm maior chance de evoluir para quadros de falência cardíaca aguda e choque. 8 , 9 , 11

À admissão, os pacientes que apresentarem critérios clínicos ou laboratoriais sugestivos de maior gravidade devem ter sua função cardiovascular estudada por meio de avaliação clínica, dosagem de biomarcadores e realização de exames de imagem, conforme descrição abaixo. 12 , 14 Os exames de imagem e os procedimentos intervencionistas mais comumente realizados são descritos a seguir.

3. Ecocardiografia

A ecocardiografia tem papel estabelecido no diagnóstico, na avaliação prognóstica e na orientação terapêutica em diversas doenças cardiovasculares. Entretanto, como implica contato próximo entre o examinador e o paciente, traz alto risco de infecção por SARS-CoV-2. A pandemia tornou urgente a reorganização dos laboratórios de ecocardiografia para minimizar a exposição à COVID-19 e assegurar a proteção de pacientes, médicos e equipe de trabalho. 5 Dessa forma, o Departamento de Imagem Cardiovascular / Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou um documento para auxiliar os profissionais durante esta pandemia. 5

De forma geral, a ecocardiografia não deve ser realizada de rotina durante a pandemia, especialmente em pacientes com COVID-19 confirmada. Por outro lado, os profissionais da ecocardiografia continuarão sendo expostos em determinados cenários clínicos nos quais o ecocardiograma pode ser decisivo no diagnóstico diferencial e no manejo clínico dos pacientes mais graves. Sabe-se que a COVID-19 pode gerar manifestações cardiovasculares graves e que a doença cardiovascular prévia é comum nos pacientes com COVID-19, estando associada com pior prognóstico. 9 , 14 , 15

3.1. Precauções Gerais

Todo e qualquer atendimento durante a pandemia deve seguir as seguintes recomendações para minimizar os riscos de exposição do profissional de saúde e dos pacientes à COVID-19: (a) definir se o exame é considerado essencial naquele momento; (b) realizar triagem prévia quanto ao risco de contaminação; (c) respeitar as normas gerais de higienização das mãos e restrição de contato; e (d) utilizar de forma rigorosa e racional o equipamento de proteção individual (EPI) adequado, conforme o tipo do exame e o risco de contaminação. 5

Nos casos de baixo risco de COVID-19 (áreas de baixo risco e teste negativo para o vírus), para os pacientes assintomáticos que serão submetidos ao ETT, preconiza-se a criteriosa lavagem das mãos e a utilização de luvas e máscara cirúrgica para o ecocardiografista. É recomendável que o paciente de baixo risco use também máscara durante o atendimento. Nos casos de moderado a alto risco (pacientes sintomáticos com COVID-19 suspeita ou confirmada), as normas de segurança incluem higienização das mãos, uso de luvas, máscara cirúrgica (ou N95, caso disponível), avental, gorro e proteção ocular (óculos ou escudo facial) para o examinador. A máscara é obrigatória para o paciente nesse caso. Na eventualidade da realização do ecocardiograma transesofágico (ETE), é obrigatória a adição da máscara N95 ou similar ao aparato anterior, configurando precaução aérea, uma vez que o procedimento é capaz de gerar aerossóis contendo grande quantidade de vírus. É recomendável também utilizar proteção para os pés (botas ou propés) e capa protetora para o transdutor, se possível. Em pacientes com COVID-19 suspeita ou confirmada e sob ventilação mecânica não invasiva ou invasiva, a precaução aérea também deve ser adotada para a execução do ETT. 16 Em pacientes internados, a preferência é fazer os ecocardiogramas necessários à beira do leito, com as medidas de proteção adequadas e com o menor número possível de indivíduos no aposento. Devem ser feitas a limpeza e a desinfecção apropriadas das máquinas e transdutores logo após o uso, de acordo com as especificações de cada fabricante. Integrantes do laboratório de ecocardiografia acima de 60 anos de idade, portadores de doenças crônicas, imunodeprimidos e gestantes devem idealmente ser afastados. 5 , 17

3.2. Indicações de Ecocardiografia em Pacientes de Baixo Risco para Covid-19

Durante a pandemia, as solicitações de ecocardiografia em indivíduos com baixo risco de COVID-19 devem ser baseadas nas indicações de uso apropriado e devem ser realizadas somente se a informação gerada pelo exame for essencial para o manejo do caso. 5 Todos os exames considerados eletivos devem ser adiados para quando as operações voltarem ao normal, incluindo ETT, ETE, ecocardiograma sob estresse (ESE) e ecocardiograma fetal (EF). A urgência da realização de um ecocardiograma em paciente ambulatorial deve ser avaliada caso a caso, mas sugere-se ser urgente aquele exame cujo resultado possa prevenir um evento adverso ou uma internação hospitalar em espaço de tempo de 2 a 4 semanas. 17 Como sugestões de recomendação de ecocardiografia nesses cenários, incluem-se: suspeita de nova cardiomiopatia francamente sintomática [classe funcional III/IV da New York Heart Association (NYHA)]; piora de insuficiência cardíaca preexistente com sintomas graves (síncope, dor torácica, classe funcional III/IV da NYHA); terapia do câncer em uso de medicação cardiotóxica com suspeita de insuficiência cardíaca ou queda prévia da fração de ejeção; suspeita de estenose aórtica grave sintomática; alta probabilidade pré-teste de endocardite infecciosa em portador de prótese valvar com sintomas agudos. 17 A ecocardiografia de rotina para seguimento de pacientes com sintomas não graves ou daqueles não elegíveis para terapia clínica, cirúrgica ou invasiva urgente deve ser adiada ou cancelada. Em pacientes internados, as indicações de ecocardiograma de urgência em geral são as mesmas que antes da pandemia.

3.3. Indicações de Ecocardiografia em Pacientes com Covid-19 Suspeita ou Confirmada

A ecocardiografia permanece um método crucial de imagem durante o surto de coronavírus e a consideração de “em quem”, “como” e “onde” empregá-la é fundamental para diminuir os riscos de contaminação e, ao mesmo tempo, garantir cuidado médico de alta qualidade. Alguns autores advogam a realização do ETT em todos os pacientes com COVID-19 complicada (alterações eletrocardiográficas, aumento de troponinas, sintomas moderados a graves requerendo internação), 12 , 18 especialmente se houver doença cardiovascular prévia. Embora não existam indicações formais fundamentadas em evidências científicas sólidas, enfatiza-se a importância de avaliar a função cardíaca frente à potencial coincidência de doença cardiovascular prévia e aguda nos pacientes com COVID-19 grave.

Zhou et al., 9 relataram que insuficiência cardíaca esteve presente em 23% dos pacientes com COVID-19 e se associou com maior mortalidade (51,9% versus 11,7%). 9 Não está claro se a taxa de insuficiência cardíaca se deveu a exacerbação de disfunção ventricular prévia, nova cardiomiopatia ou ambas. É plausível que pacientes com disfunção ventricular prévia possam desenvolver profunda descompensação da insuficiência cardíaca no contexto da COVID-19 grave, acompanhada de hipotensão e/ou choque cardiogênico. Aventam-se várias possibilidades para a lesão miocárdica aguda, como ação viral direta (miocardite), injúria hipóxica, efeito tóxico pela “tempestade” de citocinas, vasoespasmo, trombose, stunning miocárdico por cardiomiopatia de estresse ou instabilidade hemodinâmica. 19 - 21 Muito se tem discutido no meio científico a possibilidade de o SARS-CoV-2 causar miocardite. Em uma análise retrospectiva de 68 mortes ocorridas em uma série de 150 pacientes com COVID-19, 53% foram atribuídas à insuficiência respiratória, 7% à miocardite com choque circulatório, 33% à combinação de ambas as anteriores, restando 5% de causa desconhecida. 15 Os autores empregaram dados clínicos para diagnosticar miocardite fulminante, sem comprovação por biópsia. Da mesma forma, relatos de miocardite fulminante foram publicados em pacientes com ou sem febre que tiveram dor torácica, elevação do segmento ST sem obstrução coronariana e disfunção ventricular grave, respondendo à terapia salvadora com corticoide e imunoglobulinas. 22 , 23 Embora nesses dois relatos a RMC tenha demonstrado achados compatíveis com miocardite, não houve constatação histológica comprobatória. 22 , 23

No diagnóstico diferencial com miocardite e cardiomiopatia de estresse, é obviamente necessária a inclusão das síndromes coronarianas agudas, que também têm sido descritas em pacientes com COVID-19. 24 , 25 Acredita-se que a intensa resposta inflamatória e as alterações hemodinâmicas associadas com a doença grave possam conferir maior risco de ruptura de placas ateroscleróticas e/ou fenômenos tromboembólicos em pacientes suscetíveis. 14 Pelo acima exposto, mesmo em pacientes sem febre ou tosse, que cursam com manifestação clínica tipicamente cardíaca, a COVID-19 deve entrar no diagnóstico diferencial durante a pandemia e a ecocardiografia pode auxiliar no julgamento clínico.

Arritmias cardíacas são manifestações comuns em pacientes com COVID-19 hospitalizados, sendo descritas em 16,7% dos casos em coorte chinesa com 138 pacientes. 7 A ecocardiografia pode ser útil em alguns casos, especialmente para arritmias ventriculares malignas, ao diagnosticar disfunção ventricular esquerda ou cardiopatia estrutural preexistente.

No contexto da pneumopatia grave e SDRA, torna-se importante avaliar hipertensão pulmonar e disfunção do ventrículo direito associada. Derrame pericárdico tem sido relatado como achado de exame em associação com miocardite (miopericardite), em geral sem repercussão hemodinâmica significativa. 22 , 23

Configuram-se assim alguns cenários clínicos em que a indicação de ecocardiografia em pacientes com COVID-19 parece ser justificável: 12 , 17 , 18 , 26

  • Suspeita de insuficiência cardíaca

  • Cardiomegalia na radiografia de tórax

  • Arritmias clinicamente significativas

  • Dor torácica com alterações eletrocardiográficas e/ou elevação de troponinas

  • Instabilidade hemodinâmica e/ou choque

  • Suspeita de hipertensão pulmonar e/ou disfunção ventricular direita

Recomenda-se a utilização de ecocardiograma à beira do leito no paciente grave internado em terapia intensiva na admissão e durante a evolução, devendo ser preferencialmente pelo método point-of-care . 5 , 12

3.4. Protocolos Especiais Durante a Pandemia

3.4.1. Ecocardiograma transtorácico: deve-se diminuir o tempo de realização dos exames, direcionando para a suspeita diagnóstica em questão. Como a duração prolongada do exame aumenta o risco de contaminação, diversas instituições têm recomendado o ecocardiograma focado em detrimento do ETT completo. 5 , 17 , 26 Por outro lado, deve-se evitar a repetição desnecessária dos exames e, de acordo com a complexidade do caso, o ETT completo pode ser requerido para atender à demanda clínica. As imagens devem ser armazenadas para realização de medidas off-line e a monitorização por eletrocardiograma pode ser dispensada. O ideal é ter um ecocardiógrafo exclusivo dedicado para uso em pacientes com COVID-19 e que deve permanecer nas áreas contaminadas. Medidas de proteção adicionais podem ser empregadas, como cobrir o aparelho com papel filme e/ou a interposição de barreira de acrílico (ou plástico) entre o examinador e o paciente. Os aparelhos portáteis ou ultrassom de bolso apresentam vantagens pela facilidade de cobrir, transportar e desinfetar, porém têm recursos diagnósticos limitados ( point-of-care ). O contraste ecocardiográfico pode ser útil em alguns casos e seu emprego deve ser antecipado para evitar saídas e entradas adicionais do aposento para obtê-lo, 26 fazendo-se a ressalva de não usar em pacientes críticos com instabilidade circulatória e grave comprometimento pulmonar.

3.4.2. Ecocardiograma focado ( point-of-care ): pode desempenhar importante papel no cuidado dos pacientes críticos em tempos de COVID-19. Não equivale ao ETT completo, porém é capaz de confirmar ou excluir um diagnóstico específico, facilitando decisões terapêuticas. 27 Pode ser realizado por médicos adequadamente treinados que já estão envolvidos no cuidado direto ao paciente na unidade de terapia intensiva, dessa forma contribuindo para diminuir a exposição do profissional da ecocardiografia. De preferência, aparelhos portáteis ou ultrassom de bolso devem ser empregados para facilitar o acesso ao leito e posterior desinfecção.

3.4.3. Ecocardiograma transesofágico: preocupação especial existe com o ETE, pois o risco de contaminação do equipamento e dos profissionais de saúde por gotículas e aerossóis é muito alto. Assim, o valor incremental do ETE sobre o ETT deve ser cuidadosamente analisado, evitando-se o ETE na maioria dos casos. 16 Sempre que possível, outras alternativas devem ser consideradas, tais como repetir o ETT ou empregar outro método de imagem com menor contato entre o examinador e o paciente, como a TC e a RMC. Para se realizar o ETE de urgência em pacientes internados, usar EPI completo para precaução aérea e, se possível, capa protetora para o transdutor.

3.4.4. Ecocardiograma sob estresse: O ecocardiograma sob estresse físico pode aumentar o risco de contaminação por gotículas e deve ser adiado (em pacientes com baixo risco de COVID-19) ou não realizado (pacientes com COVID-19 suspeita ou confirmada). Em pacientes de baixo risco para COVID-19 que enfrentam situações em que a indicação é apropriada e o adiamento não é possível ou não recomendável (por exemplo, pré-operatório de cirurgia em paciente com câncer e probabilidade pré-teste alta de DAC obstrutiva), o ecocardiograma sob estresse farmacológico deve ser preferido. Uma alternativa para a investigação de casos selecionados de DAC crônica durante a pandemia é priorizar a realização de ATAC.

3.4.5. Ecocardiograma fetal: as indicações apropriadas de EF permanecem as mesmas durante a pandemia, ou seja, gestações com alto risco de cardiopatia fetal. 16 Recomenda-se que os exames sejam feitos fora do ambiente hospitalar. Realização de rotina do EF em mães com COVID-19 suspeita ou confirmada não encontra respaldo no momento.

3.4.6. Ultrassom pulmonar: consiste em uma alternativa ágil para avaliar o grau de envolvimento pulmonar e acompanhar o resultado de intervenções terapêuticas à beira do leito. Na COVID-19, foram descritas alterações da linha pleural (espessamento, irregularidade e perda de continuidade), aparecimento e progressão das linhas B (focais, multifocais, confluentes) e consolidação pulmonar (área patológica desprovida de ar, frequentemente subpleural). 28 Embora essas anormalidades sejam inespecíficas e encontradas em outros tipos de pneumonia, têm valor no seguimento evolutivo da pneumonia da COVID-19. O derrame pleural parece ser infrequente e o aparecimento de linhas A é observado na fase de recuperação pulmonar.

4. Radiografia de Tórax, Tomografia e Ressonância Cardiovascular

Os exames de imagem pulmonar e cardiovascular têm papel importante no diagnóstico correto de complicações resultantes da COVID-19. A radiografia de tórax é o exame mais utilizado nesses pacientes, mas por vezes é necessária a realização de TC. 16 A RMC pode ser necessária em pacientes com suspeita de miocardite e/ou síndrome de Takotsubo. 16 No entanto, algumas considerações sobre a realização da TC e da RMC antes da indicação do exame devem ser feitas. Esses exames apresentam risco potencial significativo de contaminação de pacientes e profissionais, principalmente os riscos ligados ao transporte, mas também à contaminação direta durante o exame. A RMC e a TC só devem ser realizadas se as informações esperadas forem auxiliar no manejo clínico do paciente. Essas modalidades devem ser indicadas em pacientes estáveis, cujo risco ao transporte seja mínimo, além de em ambiente seguro, com respeito às regras de segurança local e com os profissionais envolvidos no transporte e na aquisição das imagens usando EPI. 16

4.1. Radiografia de Tórax

A radiografia é normalmente o primeiro exame de imagem a ser realizado nos pacientes com COVID-19 pelo baixo custo e facilidade de acesso, especialmente nos hospitalizados que não podem ser transportados de forma segura. 29 Esse exame apresenta baixa sensibilidade e as alterações não são específicas para COVID-19, sendo comumente encontradas nas síndromes gripais. Observam-se consolidações (47%), opacidades de baixa densidade (33%) e derrame pleural (3%). 30 As alterações têm localização predominantemente periférica, ocorrendo com maior frequência em 10 a 12 dias. 30 Na Figura 1 , encontram-se resumidos os principais achados na radiografia de tórax.

Figura 1. – Radiografia de tórax e tomografia computadorizada de tórax na COVID-19. RX, radiografia; TC, tomografia computadorizada.

Figura 1

4.2. Tomografia Computadorizada do Tórax

A TC é uma ferramenta auxiliar no diagnóstico, sendo a confirmação da COVID-19 baseada nos exames sorológicos ou de RT-PCR (do inglês, reverse transcriptase polymerase chain reaction ) viral. O uso da TC como screening deve ser desencorajado. 29 Os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves não devem ser submetidos a TC. Seu uso em pacientes pouco sintomáticos e sem acesso à realização dos testes de RT-PCR ou sorológicos é incerto. Nos sintomáticos graves, internados, com condições seguras para transporte, que envolvem o uso de máscara pelo paciente, a TC deve ser considerada quando há suspeita de complicações (tromboembolismo pulmonar, derrame pleural e sobreposição de infecção bacteriana). 29 A Figura 1 sumariza os achados e as recomendações para a realização da TC.

O protocolo recomenda o uso de doses baixas de radiação, preferencialmente sem a administração de contraste, que deve ser reservado para indicações específicas, como para excluir tromboembolismo pulmonar. 29 A TC pode ser normal nos primeiros dias de evolução, o que não exclui o diagnóstico. A sensibilidade e a especificidade relatadas da TC para COVID-19 variam muito (60% a 98% e 25% a 53%, respectivamente), provavelmente devido à natureza retrospectiva dos estudos publicados, incluindo a falta de critérios rigorosos para diagnóstico de imagens e diferenças de procedimento para confirmar a infecção. 31

Os achados da TC variam de acordo com o tempo da doença. Na fase inicial, 57-98% dos pacientes vão apresentar opacidades em vidro fosco, geralmente bilaterais, periféricas e arredondadas. 32 De 5% a 36% dos pacientes vão apresentar pavimentação em mosaico na fase de pico da doença (5 a 8 dias após o início dos sintomas). As consolidações estão presentes em 2% a 64% dos pacientes, comumente encontradas nos idosos e com a forma grave da doença. Na fase mais tardia, observam-se a presença de padrão reticular em 48% dos pacientes e a resolução das consolidações. 33 , 34 Outros achados de TC, mas com menor frequência, são: linhas subpleurais, broncogramas aéreos, linfonodomegalias, espessamento e derrame pleurais e derrame pericárdico. 35 , 36

4.3. Angiotomografia de Artérias Coronárias

A ATAC pode ser utilizada nos pacientes com COVID-19 que evoluem com níveis elevados de troponina para exclusão de DAC. Nessa situação, a ATAC pode ser de grande ajuda para excluir ou confirmar uma síndrome coronariana aguda se o quadro clínico for incerto, substituindo a angiografia coronária invasiva e a exposição a ela associada de todos os membros da equipe do laboratório de cateterismo cardíaco. Outro papel importante e emergente da ATAC na pandemia é como substituta da ETE para descartar trombo no apêndice atrial esquerdo antes da cardioversão elétrica, limitando a exposição do ecocardiografista. 16

A Sociedade de Tomografia Computadorizada Cardiovascular lançou um guia de recomendações para auxiliar os médicos quando da realização dos exames de ATAC durante a pandemia, tendo em vista a necessidade de priorizar os exames urgentes e a TC de tórax nos pacientes com COVID-19. 37 Nas seguintes situações, os exames são considerados urgentes e devem ser realizados de 1 hora até 4 semanas: 37

  • Dor torácica aguda com suspeita de DAC;

  • DAC estável em pacientes de risco para eventos ou preocupação de anatomia coronariana;

  • Paciente com necessidade urgente de correção de cardiopatia estrutural;

  • Avaliação do apêndice atrial esquerdo em pacientes com fibrilação atrial aguda antes da reversão para ritmo sinusal;

  • Avaliação de cardiomiopatia em paciente com probabilidade pré-teste baixa de DAC, em que a ATAC mudará a conduta;

  • Avaliação de disfunção de dispositivos de assistência ventricular;

  • Disfunção sintomática de prótese valvar, endocardite com acometimento perivalvar e suspeita de abscesso;

  • Novo tumor cardíaco com suspeita de etiologia maligna;

  • Necessidade de descartar trombo intracavitário.

Os procedimentos ambulatoriais considerados eletivos podem ser reagendados para momento oportuno, entre 4 e 8 semanas. 37 Entretanto, é recomendável que se tenha cautela na avaliação de quais procedimentos podem ser adiados. Pode-se considerar o uso da telemedicina no auxílio à decisão e avaliação dos critérios. A Figura 2 sumariza as recomendações que podem auxiliar na decisão de realização ou adiamento dos exames.

Figura 2. Recomendações da realização de exames de angiotomografia de artérias coronárias durante a pandemia da COVID-19. ATAC: angiotomografia de artérias coronárias; COVID-19: doença do coronavírus 2019; CVE: cardioversão elétrica; ETE: ecocardiograma transesofágico .

Figura 2

A ATAC deve ser considerada em pacientes estáveis, sendo em geral necessária a administração de fármacos para controle da frequência cardíaca e vasodilatores coronarianos. Idealmente, deve-se optar por protocolos com baixa dose de radiação e de contraste. 38 Importante observar e descrever no laudo dos exames os achados pulmonares que possam auxiliar no manejo clínico do paciente.

4.4. Ressonância Magnética Cardíaca

A RMC pode ter importância na investigação etiológica de disfunção ventricular nova observada nos pacientes com COVID-19. Pacientes com troponinas positivas, disfunção miocárdica e arritmia grave/alterações eletrocardiográficas não explicadas por outros métodos podem ser candidatos à realização de RMC.16 Miocardite e síndrome de Takotsubo são etiologias sugeridas da disfunção ventricular relacionada ao SARS-CoV-2. 23 , 25 , 39 , 40

O diagnóstico de miocardite segue o mesmo critério das outras etiologias, habitualmente utilizando-se os critérios diagnósticos de Lake Louise, nos quais observam-se a presença de disfunção ventricular global ou segmentar, edema miocárdico, pericardite e/ou realce tardio de padrão não isquêmico. 41 - 43 A função ventricular esquerda pode estar preservada em alguns pacientes com miocardite. 43 O protocolo recomendado deve ser o mais curto possível, objetivando responder às perguntas do clínico. 44

Quanto aos exames eletivos, seu adiamento pode ser considerado se o médico requisitante julgar que não gera risco adicional à saúde do paciente. É necessário que o médico responsável pela realização do exame entre em contato com o solicitante para que a decisão de adiamento seja a opção mais segura para o paciente ( Figura 3 ). Em se decidindo pela realização do exame, o menor número de profissionais deve estar em contato com o paciente. Medidas de precaução devem ser tomadas durante todo o exame e o transporte. 16 Os profissionais devem ser treinados para o uso correto de EPI. Se possível, deve haver apenas um aparelho dedicado aos pacientes com COVID-19 suspeita ou confirmada. A limpeza do aparelho e da sala deve ser feita após a realização dos exames. 45

Figura 3. – Recomendações de realização de exames de ressonância magnética cardíaca durante a pandemia de COVID-19. COVID-19: doença do coronavírus 2019; RMC: ressonância magnética cardíaca.

Figura 3

5. Procedimentos Intervencionistas

A pandemia pela COVID-19 representa um desgaste sem precedentes nos sistemas de saúde em todo o mundo, mais do que nunca exigindo eficiência na utilização de recursos e aumentando a busca por assistência justa, consistente, ética e eficiente. A decisão de realizar um procedimento de cardiologia intervencionista durante uma pandemia precisa levar em consideração os riscos de exposição viral da equipe de saúde, a utilização desnecessária de recursos e o potencial benefício do método.

5.1. Recursos Humanos

Recomendamos que cada unidade tome as medidas apropriadas para separar trabalhadores em grupos para que possíveis quarentenas possam ser aplicadas a grupos dentro de cada unidade e não à unidade como um todo. Idosos (idade > 65 anos), pessoas com doença cardíaca ou pulmonar crônica, DM ou HAS apresentam maior risco de doença grave após a COVID-19. Portanto, pode ser desejável minimizar a exposição direta da equipe de saúde com essas características a casos presumidos ou confirmados de COVID-19.

5.2. Indicação de Procedimentos

É importante uma avaliação cuidadosa da urgência clínica de um procedimento intervencionista durante o período de pandemia. Idealmente essa deve ser uma decisão conjunta entre o médico que vai realizar o procedimento, o cardiologista clínico e o paciente.

5.3. Doença Arterial Coronariana Estável

A avaliação do perfil de risco deve ser individualizada, considerando características clínicas, exames complementares e sintomatologia. De forma geral, a recomendação é que procedimentos eletivos para DAC estável devam ser adiados durante a pandemia. Pacientes com DAC estável, como os avaliados no estudo ISCHEMIA, possuem evolução favorável com tratamento clínico otimizado. Vale ressaltar que, no estudo ISCHEMIA, não foram incluídos pacientes com taxa de filtração glomerular estimada abaixo de 30ml/min/1,73m 2 de área de superfície corporal, síndrome coronariana aguda recente, estenose de tronco de coronária esquerda desprotegido de pelo menos 50%, fração de ejeção do ventrículo esquerdo inferior a 35%, insuficiência cardíaca de classe funcional III/IV da NYHA e angina inaceitável, apesar do uso de terapia médica otimizada. 46 No estudo ISCHEMIA, ficou demonstrada uma maior incidência de infarto agudo do miocárdio nos pacientes com DAC estável que ficaram em tratamento conservador quando comparados aos pacientes submetidos a revascularização. No entanto, isso só ocorreu após o sexto mês de seguimento, corroborando o adiamento de procedimentos intervencionistas nesse subgrupo de pacientes. 46

5.4. Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento de ST (SCASSST)

Primeiramente é importante ressaltar que 7-22% dos pacientes com COVID-19 apresentam quadro de injúria miocárdica com grande elevação de marcadores de necrose miocárdica, podendo corresponder a infarto agudo do miocárdio tipo 2 ou miocardite. 7 , 10 Deve-se tentar diferenciar infarto tipo 2 de síndrome coronariana aguda “primária”, com consideração de adiamento da estratificação invasiva no primeiro, principalmente se o paciente estiver hemodinamicamente estável.

Para a maioria dos pacientes com SCASSST e suspeita de COVID-19, será possível realizar testes de diagnóstico para COVID-19 antes do cateterismo cardíaco e permitir uma decisão mais consciente sobre o controle de infecção. Pacientes com SCASSST instáveis, cuja instabilidade se deva à síndrome coronariana aguda, devem seguir fluxo de atendimento de urgência. A Figura 4 propõe um fluxograma para atendimento de casos confirmados de SCASSST de acordo com o diagnóstico de COVID-19.

Figura 4. – Fluxograma proposto para tratamento de síndromes coronarianas agudas sem supradesnivelamento do segmento ST. COVID-19: doença do coronavírus 2019; SCASSST: síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST; SCA: síndrome coronariana aguda.

Figura 4

Agilidade na alta após revascularização provavelmente será importante em termos de maximização da disponibilidade de leitos hospitalares e redução da exposição do paciente dentro do hospital. Acompanhamento por telemedicina pode ser uma ferramenta adicional neste período em que se recomenda minimizar o deslocamento de pessoas. 47

5.5. Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível de ST (IAMCSST)

O IAMCSST é uma patologia de alta morbimortalidade e intervenção coronária percutânea primária (ICPP) deve ser considerada a terapia de escolha. 48 No entanto, diante da atual sobrecarga imposta aos sistemas de saúde pela COVID-19, alguns centros têm recomendado a fibrinólise como primeira linha de tratamento do IAMCSST. 49 Esse é um tema controverso, que deve levar em consideração a probabilidade de diagnóstico para COVID-19, a gravidade clínica do paciente, a disponibilidade de recursos e o tempo estimado para realização da ICPP.

No momento da confecção deste manuscrito, recomendamos que a ICPP deva ser o tratamento de escolha para IAMCSST em portadores de COVID-19. Se os recursos ficarem limitados, a gravidade clínica do paciente dificulte o transporte para o laboratório de cateterismo e o tempo porta-balão for inadequado, a equipe de cardiologia poderá decidir usar trombolíticos para pacientes com COVID-19 e IAMCSST em vez de ICPP. Em centros hospitalares sem acesso a laboratório de hemodinâmica, a fibrinólise mantém-se como tratamento padrão. 50 A Figura 5 propõe um algoritmo que leva em consideração o atendimento ao IAMCSST no cenário atual de pandemia. Pela necessidade de atendimento emergencial do IAMCSST, sugerimos que todo paciente com IAMCSST seja considerado inicialmente como portador de COVID-19, priorizando-se o quadro cardiovascular até que a investigação da infecção possa ser feita de forma adequada.

Figura 5. – Fluxograma do atendimento de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Além da estratificação de risco cardiovascular, considerar agilidade para reperfusão, tempo de isquemia, recursos disponíveis para atendimento adequado do paciente. Pela necessidade de atendimento emergencial, todo paciente com IAMCSST deve ser considerado como potencial portador de COVID-19 e tratado de acordo com as medidas de isolamento adequadas até investigação do quadro infeccioso. EPIs: equipamentos de proteção individual; ICP: intervenção coronariana percutânea.

Figura 5

Vale ressaltar que pacientes com COVID-19 podem cursar com elevações do segmento ST, difusas ou localizadas, sem a presença de lesão obstrutiva que justifique a alteração. 51 Aqueles com DAC obstrutiva apresentavam níveis mais elevados de troponina e dímero-D. 51 Dessa forma, recomenda-se cautela na interpretação dos achados eletrocardiográficos, especialmente em pacientes com quadro pulmonar grave, para os quais as condições de transporte não sejam seguras. A realização de ecocardiograma, desde que não atrase a realização da ATAC quando indicada, pode ser considerada nesse cenário. 51

5.6. Procedimentos para Tratamento de Cardiopatia Estrutural Durante a Pandemia:

  1. Troca valvar aórtica por cateter (TAVI): A estenose aórtica (EA) é uma doença progressiva, que acomete um grupo de pacientes que pode ser muito idoso e estar já vulnerável à morte por infecções. A importância e a urgência clínica da TAVI exigiriam tomada de decisão conjunta pela equipe multidisciplinar envolvida (clínico, intervencionista, cirurgião). Essa decisão deve pesar o risco de expor o paciente à contaminação por COVID-19 por estar fora de seu ambiente domiciliar e o risco de um evento agudo, potencialmente fatal. 52 Encorajamos o acompanhamento próximo de pacientes com indicação de TAVI, com utilização de telemedicina durante o período de pandemia. Pacientes com EA importante e que se encontram assintomáticos podem ser considerados para acompanhamento ambulatorial. Aqueles com fatores complicadores à ecocardiografia (Vmax > 5,0 m/s, área valvar < 0,7 cm 2 , gradiente médio ventrículo esquerdo/aorta > 60 mmHg), pacientes com quadro de síncope, com redução de fração de ejeção do ventrículo esquerdo pela EA e em classe funcional III/IV (NYHA), que são considerados de maior risco para eventos, 53 idealmente não devem ter a TAVI adiada. Comparada à cirurgia aberta de troca valvar aórtica, a TAVI pode reduzir a demanda por unidade de terapia intensiva e por serviços anestésicos durante uma pandemia. Se a TAVI for realizada, a triagem pré-procedimento com PCR para COVID-19 pode ajudar na redução do risco da equipe.

  2. Clipe mitral: pacientes instáveis podem ser considerados para o clipe mitral se os recursos permitirem. Para aqueles de menor risco, o procedimento deve ser adiado.

  3. Fechamentos de forame oval patente e defeito do septo atrial: recomenda-se o adiamento.

  4. Fechamento de apêndice atrial esquerdo: recomenda-se o adiamento.

  5. Outros procedimentos: recomenda-se o adiamento, a menos que haja necessidade urgente de internação.

5.7. Redução da Propagação da Infecção

5.7.1. Redução da propagação de gotículas: Isso envolve medidas como o uso de máscaras cirúrgicas por pacientes com COVID-19 presumida ou confirmada. Todos os equipamentos não essenciais ao procedimento devem ser removidos da sala ou cobertos antes de o paciente entrar. Além disso, reduzir o número de pessoas que circulam na sala de procedimentos durante cada caso será importante para minimizar a exposição e a transmissão da infecção.50 A limpeza profunda e a desinfecção meticulosa após os procedimentos de cateterismo em pacientes com COVID-19 são importantes para o controle da infecção. A desinfecção por luz ultravioleta também pode ser uma estratégia razoável a ser empregada. Procedimentos de limpeza completos podem exigir tempo extra; portanto, se possível, esses casos devem ser o último procedimento do dia. Quando possível, realizar os procedimentos à beira do leito (marca-passo provisório, balão intra-aórtico) em pacientes com COVID-19 suspeita ou confirmada, visando a minimizar a necessidade de remoção do paciente de uma sala de isolamento e evitar o risco de exposição adicional através do transporte para o laboratório de hemodinâmica. 50

5.7.2. Pacientes que necessitam de intubação, aspiração ou reanimação cardiopulmonar: Intubação, sucção e reanimação cardiopulmonar ativa podem resultar em aerossolização de secreções respiratórias, aumentando a probabilidade de exposição pessoal. 54 Os pacientes que já estão intubados representam menos risco de transmissão para a equipe já que sua ventilação é gerenciada através de circuito fechado. 55 Pacientes com COVID-19 suspeita ou confirmada e que requerem intubação devem ser intubados antes da chegada ao laboratório de cateterismo. Além disso, pode ser necessário diminuir o limiar para se considerar a intubação em um paciente com problemas respiratórios limítrofes para evitar intubação de emergência na sala de cateterismo. 55 A cooperação com as equipes de cuidados intensivos e anestesia no gerenciamento das vias aéreas será fundamental para evitar a propagação da infecção.

5.8.Laboratório de Hemodinâmica Dedicado

Uma sala dedicada para atendimento de casos suspeitos/positivos objetiva reduzir o risco de infecção para os profissionais de saúde e minimizar a contaminação por vírus de outras salas. Se houver mais de uma sala de procedimento disponível, deve-se ter uma dedicada à COVID-19 e outra para os procedimentos “limpos”. Isso não garante que o “laboratório limpo” não seja contaminado a qualquer momento, mas serve para minimizar os riscos e otimizar o fluxo do paciente (especialmente para aqueles com “baixo risco de exposição”) no laboratório de hemodinâmica. É recomendável explorar com a engenharia do hospital se as salas de procedimento podem ter “pressão negativa de ar”. O entendimento do sistema de ar condicionado é importante, devido à possibilidade de expor outras partes do hospital à contaminação viral com um único procedimento. 50

5.8.1. Medidas de controle administrativo : Deve-se restringir a entrada de fornecedores, visitantes, observadores, coordenadores de pesquisa e qualquer pessoal não essencial ao laboratório de hemodinâmica na medida do possível durante a pandemia. 55

5.8.2. Abordagem ao Paciente: É importante realizar uma avaliação de risco de infeção por SARS-CoV-2 antes de submeter o paciente ao procedimento intervencionista. Recomenda-se organização para minimizar os tempos de espera nas áreas comuns do hospital antes ou depois do procedimento. 7 Todos os pacientes devem ser interrogados quanto a sintomas respiratórios, febre ou contato próximo com casos suspeitos/positivos antes de entrar na sala; também é recomendável medir a temperatura de todos os pacientes. 55

  • Abordagem do paciente sem confirmação de infecção por SAR-CoV-2: Dada a situação atual e a possibilidade de tratar pacientes assintomáticos ou não diagnosticados, recomendamos medidas de proteção meticulosas. Os pacientes deverão utilizar máscara cirúrgica antes de entrar na sala. O cardiologista intervencionista deve tomar medidas de segurança que incluem a higienização adequada das mãos e o uso de avental estéril e impermeável, luvas estéreis, óculos, touca que cubra os cabelos e máscara cirúrgica. Auxiliares, enfermeiras e circulantes devem utilizar óculos, luvas, touca e máscara cirúrgica. 55

  • Abordagem do paciente com suspeita ou confirmação de infecção por SARS-CoV-2: Os procedimentos que envolvam vias aéreas e/ou manipulação esofágica devem ser considerados como de alto risco. Somente pessoal essencial deve entrar na sala e as portas permanecerão fechadas o tempo todo. Evite sair da sala com equipamento contaminado (avental, luvas, máscara) para pegar material ( stents , cateteres). Idealmente o material utilizado para o procedimento ficará fora de sala. Um circulante ficará somente fora da sala e entregará exclusivamente o material necessário para o procedimento para outro circulante que ficará somente dentro da sala. Os medicamentos devem ser preparados antes que o paciente entre na sala.

O paciente usará máscara cirúrgica, que atua como uma barreira às secreções. O responsável pela transferência de um paciente com COVID-19 da maca para a mesa da sala de procedimentos deve usar EPI, incluindo bata impermeável a fluidos, touca, luvas que cobrem o pulso, óculos de proteção e máscara FFP2/N95. 56 No final da transferência, deve tirar a roupa conforme indicado abaixo, lembrando-se de nunca remover a máscara enquanto estiver dentro da sala. 55

5.8.3. Paramentação: O cardiologista intervencionista deve lavar as mãos, usar avental impermeável reforçado (se não for impermeável, é necessário adicionar um avental de plástico), luvas duplas, óculos plumbíferos ou óculos convencionais, barreira de proteção facial (escudo facial ou face shield ) e máscara de filtro de alta eficiência do tipo FFP2/N95. 56 Os auxiliares, enfermeiros e circulantes devem utilizar luvas, touca, bata impermeável e máscara FFP2/N95. Uma máscara cirúrgica deve ser colocada sobre a máscara FFP2/N95. É recomendável usar sapatos fechados. 56

5.8.3.1. Passo a passo para a paramentação em casos de COVID-19 suspeita ou confirmada ( Figura 6 )

Figura 6. – Procedimentos para paramentação do cardiologista intervencionista em casos suspeitos/confirmados de COVID-19.

Figura 6

Fora de Sala

  • Certifique-se de não usar joias ou adereços

  • Recolha o cabelo (se necessário)

  • Coloque o avental de chumbo e o propé

  • Realize uma higiene adequada das mãos

  • Coloque a máscara FFP2/N95. As ligas devem estar nos seguintes pontos: a inferior, na parte superior do pescoço; e a superior, no topo da cabeça. Em seguida, deve-se ajustar ao nível da ponte nasal e das bochechas, para que se isole e não haja vazamentos.

  • Coloque a touca

  • Coloque a máscara cirúrgica acima da N95

  • Coloque os óculos e o escudo facial

  • Realize desinfecção das mãos com álcool gel ou espuma

  • Coloque o primeiro par de luvas

  • Entre em sala

Dentro de Sala

  • Coloque o avental impermeável

  • Coloque o segundo par de luvas

5.8.3.2. Passo a passo para se desparamentar em casos de COVID-19 suspeita ou confirmada ( Figura 7 )

Figura 7. – Procedimentos para o cardiologista intervencionista se desparamentar em casos suspeitos/confirmados de COVID-19.

Figura 7

Dentro de Sala

  • Desinfete as luvas (externas) com álcool gel ou espuma

  • Remova o avental e, simultaneamente, o par de luvas externas e jogue-as no recipiente de risco biológico-infectante (não empurre o avental para dentro do recipiente para evitar o aerossol, pois ele pode estar infectado)

  • Desinfete as luvas (internas) com álcool gel ou espuma

  • Retire o gorro, o escudo facial e o propé

  • Retire o segundo par de luvas (internas)

  • Desinfete as mãos com álcool gel ou espuma

  • Saia de sala

Limitações do Presente Documento

Deve-se reconhecer que este documento está sendo escrito em um momento em que não há ainda um entendimento completo da transmissão, gravidade e estratégia de tratamento apropriada para a COVID-19. As sugestões neste documento são baseadas em evidências limitadas e as recomendações estão sujeitas a mudanças.

Conclusões

O crescimento exponencial do número de pacientes infectados tem gerado enorme sobrecarga nos serviços de saúde, com necessidade de implementação urgente de medidas que possam conter a infecção e restringir sua disseminação. Os pacientes com COVID-19 apresentam complicações cardiovasculares, necessitando, muitas vezes, de procedimentos diagnósticos de imagem para auxílio no seu manejo. A identificação correta dos pacientes que necessitam de exames de imagem e de procedimentos intervencionistas deve ser criteriosa, cautelosa e ética, priorizando a saúde do paciente e o uso racional de recursos.

Vinculação Acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Fontes de Financiamento

O presente estudo não contou com fontes de financiamento externas.

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Cardiovascular Imaging and Interventional Procedures in Patients with Novel Coronavirus Infection

Isabela Bispo Santos da Silva Costa 1, Carlos Eduardo Rochitte 2,3,4, Carlos M Campos 5,6, Silvio Henrique Barberato 7,8, Gláucia Maria Moraes de Oliveira 9, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes 10,11,12, Cesar Higa Nomura 2, Alexandre A Abizaid 2,13, Giovanni Cerri 2, Roberto Kalil Filho 2, Ludhmila Abrahão Hajjar 1,2

Abstract

The coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic is a huge challenge to the health system because of the exponential increase in the number of individuals affected. The rational use of resources and correct and judicious indication for imaging exams and interventional procedures are necessary, prioritizing patient, healthcare personnel, and environmental safety. This review was aimed at guiding health professionals in safely and effectively performing imaging exams and interventional procedures.

Keywords: Coronavirus; COVID-19; Pandemics; Communicable Diseases, Emergency; Cardiovascular Diseases/prevention and control; Diagnostic Imaging; Medical Examination/methods; Diagnostic Techniques and Procedures

1. Introduction

Coronavirus disease 2019 (COVID-19), caused by severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), has become a huge challenge worldwide. The rapid spread of the infection has grown into a global level pandemic. As by May 20th, COVID-19 had already reached 185 countries, with 4,995,127infected individuals and 160,706 deaths.1 Despite underreporting due to test unavailability, Brazilian statistics have shown increasing numbers, with 291,579 infected patients and 18,859 deaths registered to date.2

The most effective strategy to control COVID-19 spread is home confinement, via quarantine and social distancing.3 Hospitals, clinics and medical offices have been following the recommendations of national and international medical societies to protect patients without COVID-19 from the risk of infection, while, at the same time, providing adequate care to those with COVID-19.4 , 5 In light of this, procedures considered elective should be timely rescheduled.6

The proper management of infected patients requires the adoption of a series of measures involving the interaction of several hospital sectors and the training of multidisciplinary teams. The majority of patients with the most severe COVID-19 forms have comorbidities, cardiovascular diseases being frequent.7 - 9 In addition, cardiovascular complications of COVID-19 occur in 7% to 40% of the cases, manifesting as myocardial injury, thrombosis, ventricular dysfunction, myocarditis, arrhythmias, and shock.10 - 12 These complications have significant prognostic implications, such as a high mortality rate.11

The diagnosis and follow-up of patients with those complications usually require performing imaging tests, such as electrocardiography, transthoracic echocardiography (TTE), computed tomography (CT), in addition to cardiac magnetic resonance imaging (CMRI) and coronary computed tomography angiography (CCTA). These tests should not be performed routinely in all infected patients, their indication being preferably based on the benefit added to the patient’s care and considering the safety of the staff conducting the tests. The need for rational, responsible, and thorough use of resources reinforces the importance of the clinician not only in identifying patients who need the test, but also in selecting the proper tests and in accurately interpreting their findings.

This review was aimed at: a) helping physicians to properly indicate and implement cardiovascular tests and interventional procedures in their clinical practice for patients with suspected or confirmed COVID-19; b) guiding physicians to safely perform the tests and procedures, preventing environmental and healthcare personnel contamination.

2. Approach to patients with suspected or confirmed COVID-19

The approach to patients with suspected or confirmed COVID-19 should begin with the proper characterization of their signs and symptoms. Those with mild symptoms, such as cough, fever, and sore throat, can be followed up in low-complexity units or at their homes. Those with more severe symptoms (oxygen saturation <94% in room air, respiratory distress, tachypnea, hypotension, acute respiratory failure) should be referred to specialized centers. On the initial contact, symptomatic individuals should be given a surgical mask and directed to a specific room aimed at respiratory isolation; in addition, they should receive instructions on hand hygiene to prevent contamination of the environment and other individuals.4

The identification of at-risk patients should comprise the assessment of clinical comorbidities known to be associated with a more severe course of the disease.7 , 13 Patients with arterial hypertension (AH), chronic cardiovascular disease, diabetes mellitus (DM), chronic obstructive pulmonary disease (COPD), or chronic kidney disease, in addition to immune suppressed or elderly patients, are more susceptible to develop complications, being considered a risk group.4

Patients with severe symptoms and/or of the risk group are prone to develop COVID-19-related cardiovascular complications.8 , 9 Zhou et al.,9 in a cohort with 191 patients, have reported high prevalence of AH (30%), DM (19%), coronary arterial disease (CAD - 8%), and COPD (3%).9 Of the 54 deceased patients (28%), 67% had a comorbidity, AH being identified in 48%, DM in 31%, and CAD in 24%. Advanced age was an independent predictor of mortality.9

Other important markers of severity in those patients are high serum levels of troponin, NT-proBNP, and D-dimer. Those with troponin elevation had more severe forms of COVID-19, with a higher incidence of acute respiratory distress syndrome (ARDS) and death.11 High troponin levels are accompanied by an elevation in markers of inflammation, thrombosis and cardiac dysfunction, patients with those characteristics being more likely to develop acute heart failure and shock.8 , 9 , 11

On admission, patients with clinical or laboratory findings suggestive of more severe disease should have their cardiovascular function evaluated via clinical assessment, measurement of biomarkers, and imaging tests.12 , 14 The most often performed imaging tests and interventional procedures are described in the following sections.

3. Echocardiography

Echocardiography has a well-established role in the diagnosis, prognostic assessment, and therapeutic guidance of several cardiovascular diseases. However, because it requires a close contact between examiner and patient, it poses a high risk of contamination. The pandemic has called for the urgent reorganization of echocardiography laboratories to minimize the exposure to COVID-19 and ensure the protection of patients and healthcare personnel.5 In light of this, the Brazilian Society of Cardiology Cardiovascular Imaging Department has issued a document to aid healthcare professionals during this pandemic.5

Echocardiography should not be performed routinely during the pandemic, especially in patients with confirmed COVID-19. However, echocardiography professionals will continue to be exposed in certain clinical scenarios in which that exam can play a decisive role in the differential diagnosis and clinical management of more severely ill patients. COVID-19 is known to cause severe cardiovascular manifestations; in addition, previous cardiovascular disease is common in patients with COVID-19, being associated with worse prognosis.9 , 14 , 15

3.1. General Precautions

The provision of patient care amidst the pandemic should meet the following safety recommendations to minimize the risks of healthcare personnel and patient exposure to COVID-19: (a) to define whether the test is deemed essential on the occasion; (b) to assess in advance the risk of contamination; (c) to respect the general hand hygiene and contact restriction rules; and (d) to observe the rational and strict use of proper personal protective equipment (PPE) according to the test type and contamination risk.5

When the likelihood of COVID-19 is low (low-risk areas and negative SARS-CoV-2 test), TTE in an asymptomatic patient requires the echocardiographer to perform thorough hand hygiene and wear gloves and surgical mask, and the patient to wear surgical mask as well, during the test. When the risk is moderate to high (symptomatic patients with suspected or confirmed COVID-19), the safety measures include hand hygiene and use of gloves, surgical mask (or N95 mask, when available), gown, hair covers and eye protection (goggles or face shield) by the examiner. The patient must wear a surgical mask. When transesophageal echocardiography (TEE), an aerosol-generating procedure, is necessary, the N95 mask or similar must be added to the aforementioned PPE, for respiratory protection. In addition, shoe covers, as well as a protective cover for the transducer, are recommended. For patients with suspected or confirmed COVID-19 on non-invasive or invasive mechanical ventilation, respiratory protection should also be adopted when performing a TEE.16 For inpatients, bedside echocardiography should be preferred, taking proper protective measures and reducing the number of individuals in the room to the lowest possible. The devices and transducers should be thoroughly cleaned and disinfected right after use according to the manufacturer’s specifications. Echocardiography laboratory staff with the following characteristics should be kept away: aged over 60 years, immunosuppressed, pregnant, and with chronic diseases.5 , 17

3.2. Indications for Echocardiography in Patients at Low Risk of COVID-19

During the pandemic, the indication for echocardiography in patients at low risk of COVID-19 should be based on the proper use of the exam; in addition, the exam should only be performed if the resulting information is deemed essential for the management of the case.5 All elective echocardiographies, such as, TTE, TEE, stress echocardiography (SE) and fetal echocardiography (FE), should be postponed until such time as the pandemic has waned. The need for urgent echocardiography on an outpatient setting should be assessed on a case-by-case basis; however, an urgent exam is the one whose result can prevent an adverse event or hospitalization within 2 to 4 weeks.17 In light of this, urgent echocardiography is recommended in the following situations: suspicion of new symptomatic heart disease [New York Heart Association (NYHA) functional class III/IV]; worsening of preexisting heart failure with severe symptoms (syncope, chest pain, NYHA functional class III/IV); cancer therapy with cardiotoxic drugs and suspected heart failure or previous reduction in ejection fraction; suspected severe symptomatic aortic stenosis; high pretest probability of infective endocarditis in a patient with valvular prosthesis and acute symptoms.17 Routine echocardiography for the follow-up of patients without severe symptoms or noneligible individuals for urgent clinical, surgical or invasive therapy should be deferred or canceled. For inpatients, the indications for urgent echocardiography are usually the same as before the pandemic.

3.3. Indications for Echocardiography in Patients with Suspected or Confirmed COVID-19

Echocardiography remains an essential imaging technique during the coronavirus pandemic. The considerations “in whom”, “how” and “where” to use it are fundamental to reduce the risks of contamination, and, at the same time, to ensure high-quality medical care. Some authors advocate the use of TTE in all patients with complicated COVID-19 (electrocardiographic changes, increased troponin levels, moderate to severe symptoms requiring hospitalization),12 , 18 specially in the presence of previous cardiovascular disease. Although there is no formal indication supported by solid scientific evidence, it is worth noting the importance of assessing cardiac function because of the potential simultaneous occurrence of previous and acute cardiovascular disease in patients with severe COVID-19.

Zhou et al.9 have reported heart failure in 23% of patients with COVID-19 and associated it with higher mortality (51.9% versus 11.7%).9 It is not clear whether that heart failure rate was due to aggravation of a previous ventricular dysfunction, new heart disease or both. Patients with previous ventricular dysfunction can develop severe heart failure decompensation in severe COVID-19, accompanied by hypotension and/or cardiogenic shock. Several possibilities have been suggested for acute myocardial injury, such as direct viral effect (myocarditis), hypoxic injury, toxic effect via “cytokine storm”, vasospasm, thrombosis, myocardial stunning due to stress cardiomyopathy, and hemodynamic instability.19 - 21 The possibility that SARS-CoV-2 causes myocarditis has been widely discussed. In a series of 150 patients with COVID-19, the retrospective analysis of 68 deaths has attributed 53% of them to respiratory failure, 7% to myocarditis with circulatory shock, 33% to a combination of both, and 5% to unknown causes.15 The authors have used clinical data to diagnose fulminant myocarditis, with no biopsy confirmation. Similarly, fulminant myocarditis has been reported in patients with and without fever, who had chest pain, ST-segment elevation with no coronary obstruction, and severe ventricular dysfunction, and who responded to salvage therapy with corticoid and immunoglobulins.22 , 23 Although in these two studies CMRI had shown findings compatible with myocarditis, there was no histological confirmation.22 , 23

The differential diagnosis with myocarditis and stress cardiomyopathy necessarily includes acute coronary syndromes, which have also been reported in patients with COVID-19.24 , 25 The intense inflammatory response and hemodynamic changes associated with severe COVID-19 might increase the risk of rupture of atherosclerotic plaques and/or thromboembolic phenomena in susceptible patients.14 Even for those with neither fever nor cough, who have typical cardiac manifestations, COVID-19 should be considered in the differential diagnosis during the pandemic, and echocardiography can aid clinical judgment.

Cardiac arrhythmias are common in inpatients with COVID-19, being described in 16.7% of the cases in a Chinese cohort with 138 patients.7 Echocardiography can be useful, especially for malignant ventricular arrhythmias, by diagnosing left ventricular dysfunction or preexisting structural heart disease.

Regarding severe pneumopathy and ARDS, association with pulmonary hypertension and right ventricular dysfunction should be assessed. Pericardial infusion has been reported as an exam finding associated with myocarditis (myopericarditis), usually without significant hemodynamic repercussion.22 , 23

In the following clinical scenarios, the indication for echocardiography in patients with COVID-19 seems defensible:12 , 17 , 18 , 26

  • Suspected heart failure

  • Enlarged heart on chest X-ray

  • Clinically significant arrhythmias

  • Chest pain with electrocardiographic changes and/or troponin elevation

  • Hemodynamic instability and/or shock

  • Suspected pulmonary hypertension and/or right ventricular dysfunction

For patients with severe COVID-19 admitted to the intensive care unit, bedside, and preferably point-of-care, echocardiography is recommended on admission and during the course of disease.5 , 12

3.4. Special Protocols During the Pandemic

3.4.1.Transthoracic echocardiography: the exam should have its length reduced to a minimum and be targeted at the suspected diagnosis. Because the risk of contamination increases as the duration of the exam lengthens, the use of focused echocardiography, rather than complete TTE, has been recommended.5 , 17 , 26 Nevertheless, unnecessary repetition of exams should be avoided, and, according to the complexity of the case, complete TTE might be required to meet clinical demand. Images should be stored aiming at performing the off-line measurements, and electrocardiographic monitoring can be dismissed. Ideally one exclusive echocardiography device should be dedicated to patients with COVID-19, and it should remain in the contaminated areas. Additional protective measures can be adopted, such as plastic film wrapping of the device and/or interposition of an acrylic (or plastic) barrier between the examiner and the patient. Portable or pocket ultrasound devices can be easily covered, transported, and disinfected; however, their diagnostic resources are limited (point-of-care). Echocardiographic contrast agents might be useful, and their use should be anticipated to prevent additional circulation in the exam room.26 It is worth noting that contrast agents should not be used for critical patients with circulatory instability and severe pulmonary impairment.

3.4.2. Focused (point-of-care) echocardiography: may be important for the care of critical patients during the COVID-19 pandemic. Although not equivalent to complete TTE, focused echocardiography can confirm or exclude a specific diagnosis, supporting therapeutic decisions.27 It can be performed by properly trained physicians already providing direct care to the patient in the intensive care unit, thus contributing to reduce the exposure of the echocardiographer. Portable or pocket ultrasound devices should be preferably used to facilitate access to bed and further disinfection.

3.4.3. Transesophageal echocardiography: there is special concern regarding TEE, because of the high risk of equipment and healthcare personnel contamination with droplets and aerosols. Thus the incremental value of TEE over TTE should be carefully assessed, and TEE should be avoided in most cases.16 Whenever possible, other alternatives should be considered, such as repeating TTE or using another imaging technique with less contact between examiner and patient, such as CT and CMRI. To perform urgent TEE in hospitalized patients, the examiner should use complete PPE for respiratory protection, in addition to protective cover for the transducer.

3.4.4. Stress echocardiography: exercise stress echocardiography can increase the risk of contamination via droplets and should, thus, be deferred (patients at low risk of COVID-19) or not performed (patients with suspected or confirmed COVID-19). When there is proper indication and deferral is not possible or recommended, pharmacological stress echocardiography should be preferred for patients at low risk of COVID-19 (patient with cancer waiting for surgery and with high pretest probability of obstructive CAD). In addition, during the pandemic, selected cases of chronic CAD could be investigated by use of CCTA.

3.4.5. Fetal echocardiography: proper indication for FE remains the same during the pandemic, which is pregnancy with high risk of fetal heart disease;16 the exam should be performed outside the hospital setting. At the moment, there is no indication for routine FE in mothers with suspected or confirmed COVID-19.

3.4.6. Lung ultrasonography: is an agile tool to assess lung involvement and to follow up the result of bedside therapeutic interventions. The following findings have been reported in COVID-19: thickening and irregularity of the pleural line with loss of continuity; several patterns of B lines (focal, multifocal, confluent); and lung consolidations (frequently subpleural).28 Although those abnormalities are unspecific and found in other types of pneumonia, they are valuable to track the evolution of COVID-19 pneumonia. Pleural effusions are not frequent, and A lines appear during the recovery phase.

4. X-ray, Computed Tomography and Cardiac Magnetic Resonance Imaging

Pulmonary and cardiovascular imaging tests play an important role in the accurate diagnosis of COVID-19 complications. Chest X-ray is the most used exam, but CT might be necessary.16 The CMRI might be required in patients with suspected myocarditis and/or Takotsubo syndrome.16 However, before indicating CT and CMRI, some considerations should be made. Such tests pose a significant risk of contamination for patients and health professionals, not only those related to patient’s transportation but also to direct contamination during the exam. The CMRI and CT should only be performed if the information resulting from the tests could help the patient’s clinical management. Those exams should be indicated for stable patients with a minimum transportation risk, if performed at a safe environment, with strict adherence to local safety rules, and with the use of PPE by the professionals involved in patient’s transportation and image acquisition.16

4.1. Chest X-ray

Chest X-ray is usually the first imaging test performed in patients with COVID-19 because of its low cost and ease of access, mainly in hospitalized patients who cannot be safely transported.29 Chest X-ray has low sensitivity. In addition, X-ray findings are not specific to COVID-19, because they can also be associated with the flu syndrome, such as consolidations (47%), low-density opacities (33%), and pleural effusion (3%).30 The imaging findings are predominantly peripheral, occurring most often within 10 to 12 days.30Figure 1 summarizes the major chest X-ray findings.

Figure 1. – Chest X-ray (XR) and computed tomography (CT) in COVID-19.

Figure 1

4.2. Chest Computed Tomography

Chest CT is a tool to support the diagnosis, while COVID-19 confirmation is based on viral reverse transcriptase polymerase chain reaction (RT-PCR) or serological tests. Performing screening CT for the identification of COVID-19 should not be encouraged.29 Asymptomatic or mildly symptomatic patients should not undergo CT; however, for mildly symptomatic patients with access to neither RT-PCR nor serological tests, the benefit of performing CT is uncertain. For severely symptomatic, hospitalized patients, who can be transported safely, such as using a mask, CT should be considered when complications are suspected (pulmonary thromboembolism, pleural effusion, and superimposed bacterial infection).29Figure 1 summarizes CT findings and recommendations for performing CT.

The protocol recommends the use of low radiation doses, preferably with no contrast medium administration, which should be reserved for specific indications, such as to discard pulmonary thromboembolism.29 In the first days after symptom onset, CT can be normal, which does not exclude COVID-19. The CT sensitivity and specificity reported for COVID-19 vary widely (60% to 98%, and 25% to 53%, respectively), probably because of the retrospective nature of the studies published, including the lack of strict criteria for imaging diagnosis and procedural differences for confirming infection.31

The CT findings depend on when infected patients are imaged. In the initial phase, 57-98% of the patients will present usually bilateral, peripheral and rounded ground-glass opacities.32 From 5% to 36% of the patients will have a ‘crazy paving’ pattern at disease peak (5 to 8 days after symptom onset). Consolidations are present in 2% to 64% of the patients, commonly in the elderly and those with the disease severe form. Later in the course of the disease, a reticular pattern is observed in 48% of the patients, as is the gradual resolution of the consolidations.33 , 34 Other CT findings, although less frequent, in COVID-19 are as follows: subpleural lines, air bronchograms, lymph node enlargement, pleural thickening and effusion, and pericardial effusion.35 , 36

4.3. Coronary Computed Tomography Angiography

CCTA can be performed in patients with COVID-19 and high troponin levels to exclude CAD. In that situation, CCTA can be extremely helpful to exclude or confirm acute coronary syndrome if the clinical findings are uncertain, replacing invasive coronary angiography and the exposure of all cardiac catheterization laboratory (CCL) staff that comes with it. Another important and emerging role of CCTA during the pandemic is to replace TEE in ruling out a thrombus in the left atrial appendage before electrical cardioversion, limiting the exposure of the echocardiographer.16

The Society of Cardiovascular Computed Tomography has offered guidance with recommendations to help physicians when performing CCTA during the pandemic, considering the need to prioritize urgent exams and chest CT in patients with COVID-19.37 These are urgent indications, in which scanning should be performed within hours to 4 weeks:37

  • Acute chest pain with clinical suspicion for CAD;

  • Stable CAD at high risk for events or when there is concern for high-risk coronary anatomy;

  • Patient requiring urgent structural correction of heart disease;

  • Assessment of left atrial appendage in patients with acute atrial fibrillation prior to restoration of sinus rhythm;

  • Assessment of cardiomyopathy in low pretest probability of CAD, only if CCTA will change management;

  • Assessment of ventricular assist device dysfunction;

  • Symptomatic prosthetic heart valve dysfunction, endocarditis, perivalvular extension of endocarditis, and possible valve abscess;

  • New cardiac tumor suspected to be malignant;

  • Need to rule out intracavitary thrombus.

Outpatient procedures considered elective can be rescheduled timely, within 4-8 weeks.37 However, the decision about which procedures defer should be carefully made. Telemedicine can help in decision making and criteria assessment. Figure 2 summarizes the recommendations to support the decision about performing or deferring the exams.

Figure 2. – Recommendations for performing coronary computed tomography angiography during the COVID-19 pandemic. CCTA, coronary computed tomography angiography; TEE, transesophageal echocardiography; ECV, electrical cardioversion.

Figure 2

Stable patients should be considered for CCTA, which usually requires the administration of heart rate control drugs and coronary vasodilators. Ideally, low radiation and contrast dose protocols should be chosen.38 It is worth observing and describing in the exam report the pulmonary findings that might aid the patient’s clinical management.

4.4. Cardiac Magnetic Resonance Imaging

CMRI can be important the etiological investigation of new ventricular dysfunction in COVID-19. Patients with high troponin levels, myocardial dysfunction and severe arrhythmia/electrocardiographic changes not explained by use of other methods can be candidates to undergo CMRI.16 Myocarditis and Takotsubo syndrome are suggested etiologies of the SARS-CoV-2-related ventricular dysfunction.23 , 25 , 39 , 40

The diagnosis of myocarditis follows the same criterion of the other etiologies, usually using the Lake Louise diagnostic criteria, which comprise the presence of regional or global ventricular dysfunction, myocardial edema, pericarditis and/or non-ischemic delayed enhancement.41 - 43 Left ventricular function can be preserved in some patients with myocarditis.43 The protocol recommended should be the shortest possible, aimed at answering the clinician’s questions.44

Regarding an elective exam already scheduled, its deferral can be considered if the requesting physician understands that does not increase the risk to the patient. The physician in charge of the exam should decide together with the requesting one about the safety for the patient of postponing the exam ( Figure 3 ). If deciding upon performing the exam, the lowest number of professionals should be in contact with the patient. Safety measures should be taken during the entire procedure and patient’s transportation.16 Healthcare professionals should be well educated on the proper use of PPE. Whenever possible, one imaging device should be dedicated to patients with suspected or confirmed COVID-19. Device and room cleaning should be performed after the exam.45

Figure 3. – Recommendations for performing cardiac magnetic resonance imaging (CMRI) during the COVID-19 pandemic.

Figure 3

5. Interventional Procedures

The COVID-19 pandemic has imposed an unprecedented stress to healthcare systems worldwide. More than ever, the situation calls for extraordinary efficiency in the use of resources and increases the need for fair, consistent, ethical, and efficient healthcare provision. The decision about performing an interventional cardiology procedure amidst a pandemic should balance the risk of healthcare staff’s exposure to the virus, the unnecessary use of resources, and the potential benefit to the patient.

5.1. Human Resources

Each service should take proper measures to separate workers into groups, so that possible quarantines can be applied to groups inside each service and not to the entire service. The elderly (age > 65 years), individuals with chronic heart or pulmonary disease, DM or AH are at higher risk of severe disease after COVID-19. Thus, minimizing the direct exposure of healthcare personnel with those characteristics to cases of presumed or confirmed COVID-19 might be advisable.

5.2. Indication for a Procedure

Thorough assessment of the clinical urgency of an interventional procedure during the pandemic is essential. Ideally, that should be a joint decision of the physician performing the procedure, the clinical cardiologist, and the patient.

5.3. Stable Coronary Artery Disease

Risk profile assessment should be individualized, considering clinical findings, complementary tests and symptoms. Usually, elective procedures for stable CAD should be postponed until after the pandemic. Patients with stable CAD, as those assessed in the ISCHEMIA study, have a favorable outcome with optimized clinical treatment. It is worth noting that the ISCHEMIA trial has not included patients with the following characteristics: estimated glomerular filtration rate lower than 30mL/min/1.73m2of body surface area; recent acute coronary syndrome; unprotected left main coronary artery stenosis of at least 50%; left ventricular ejection fraction lower than 35%; NYHA functional class III/IV heart failure; and unacceptable angina despite the use of optimized medical therapy.46 The ISCHEMIA trial has shown a higher incidence of acute myocardial infarction in patients with stable CAD under conservative treatment as compared to those submitted to revascularization. That, however, has occurred only after a six-month follow-up, corroborating the deferral of interventional procedures in that subgroup of patients.46

5.4. Non-ST-elevation Acute Coronary Syndrome (NSTE-ACS)

It is worth noting that 7-22% of the patients with COVID-19 have myocardial injury with significant elevation in myocardial necrosis markers, which might correspond to type 2 acute myocardial infarction or myocarditis.7 , 10 Type 2 acute myocardial infarction should be distinguished from “primary” acute coronary syndrome, and deferral of invasive stratification considered in the former, mainly if the patient is hemodynamically stable.

For most patients with NSTE-ACS and suspected COVID-19, diagnostic tests for COVID-19 might be performed before cardiac catheterization, allowing to a more sensible decision-making about infection control. Unstable patients with NSTE-ACS, whose instability is due to acute coronary syndrome, should follow the urgent care flow. Figure 4 shows a flowchart for the care of confirmed cases of NSTE-ACS according to the diagnosis of COVID-19.

Figure 4. – Flowchart for the treatment of non-ST-elevation acute coronary syndromes. NSTE-ACS, non-ST-elevation acute coronary syndrome; ACS, acute coronary syndrome.

Figure 4

Readiness to discharge after revascularization might be important to maximize the availability of hospital beds and reduce the patient’s exposure inside the hospital. Follow-up via telemedicine can be an additional tool in a time when restriction to people circulation is recommended.47

5.5. ST-elevation Acute Myocardial Infarction (STEMI)

STEMI has high morbidity and mortality, and primary percutaneous coronary intervention (PPCI) should be deemed the therapy of choice.48 However, in face of the current burden imposed to health systems by COVID-19, some centers have recommended fibrinolysis as the first-line treatment of STEMI.49 This is a controversial issue that should take into account the COVID-19 diagnosis probability, the patient’s clinical severity, the availability of resources, and the estimated time to perform PPCI.

At the time this article was written, PPCI was recommended as the treatment of choice for STEMI in patients with COVID-19. If resources become scarce, the clinical severity hinders patient’s transportation to the CCL, and the door-balloon time is inadequate, the cardiology staff might decide to use thrombolytics, rather than PPCI, for patients with COVID-19 and STEMI. In hospitals with no access to a CCL, fibrinolysis remains the standard treatment.50Figure 5 presents an algorithm with the care for STEMI in the current pandemic scenario. Because of the need for emergency care, all patients with STEMI should be considered initially as having COVID-19, and the cardiovascular findings should be prioritized until the infection can be properly investigated.

Figure 5. – Flowchart for the treatment of ST-elevation acute myocardial infarction (STEMI). In addition to cardiovascular risk stratification, consider readiness to perform reperfusion, ischemia time, and resources available for patient’s proper care. Because of the need for emergency care, all patients with STEMI should be considered as potentially having COVID-19 and treated according to the proper isolation measures until the infection can be thoroughly investigated. PCI, percutaneous coronary intervention.

Figure 5

It is worth noting that patients with COVID-19 can have diffuse or regional ST-segment elevations, with no obstructive lesion justifying the alteration.51 Those with obstructive CAD have higher levels of troponin and D-dimer.51 Thus, caution is recommended in interpreting the electrocardiogram, mainly in patients with severe pulmonary findings, whose transportation conditions are not safe. In that scenario, echocardiography can be considered, as long as it does not delay CCTA, when indicated.51

5.6. Procedures for Structural Heart Disease Management During the COVID-19 Pandemic

  1. Transaortic valve implantation (TAVI): Aortic stenosis (AS) is a progressive disease that affects patients with advanced age vulnerable to death from infection. The importance and clinical urgency of TAVI require a joint decision-making by a multidisciplinary team (clinical and interventional cardiologists and surgeon). That decision should weigh the risk of patients’ exposure to COVID-19 contamination against their risk of an acute, potentially fatal event.52 Patients with indication for TAVI should be closely followed up by telemedicine during this pandemic. Asymptomatic patients with significant AS can be followed up on an outpatient basis. Those with complicating echocardiographic findings (Vmax > 5.0 m/s, valvular area < 0.7 cm2, mean left ventricle/aorta gradient > 60 mm Hg), syncope, reduced left ventricular ejection fraction due to AS and NYHA functional class III/IV, who are at higher risk for events,53 ideally should not have their TAVI postponed. Compared to open-chest surgery for aortic valve replacement, TAVI can reduce the need for intensive and anesthesia care during a pandemic. If TAVI is to be performed, preprocedural screening with PCR for COVID-19 might reduce the risk for the healthcare personnel.

  2. Mitral valve clip: mitral valve clip procedure can be considered for unstable patients if resources allow and should be postponed for lower-risk patients.

  3. Closures of patentforamen ovaleand atrial septal defect: should be postponed.

  4. Left atrial appendage closure: should be postponed.

  5. Other procedures: should be postponed unless urgent hospitalization is required.

5.7. Reducing the Spread of COVID-19

5.7.1. Reducing droplets spreading: Involves measures such as the use of surgical mask by patients with suspected or confirmed COVID-19. All nonessential equipment should be moved out of the CCL procedure room or covered with clear drapes before the patient’s arrival to the room. In addition, it is worth emphasizing the importance of reducing circulation in the procedure room to minimize exposure and infection spread.50 Deep cleaning and thorough disinfection of the room after CCL procedures involving patients with COVID-19 are important to control the infection. In addition, disinfection with ultraviolet radiation can be used. Thorough cleaning might require an extra time; thus, if feasible, a procedure in a patient with COVID-19 should be performed as the final one of the day. Whenever possible, the patient with suspected or confirmed COVID-19 should undergo bedside procedures (transient pacemaker, intra-aortic balloon) aiming at minimizing the need for moving the patient out from an isolation room and preventing the risk of additional exposure via transportation to the CCL.50

5.7.2. Patients requiring intubation, aspiration or cardiopulmonary resuscitation: Intubation, aspiration and active cardiopulmonary resuscitation can generate aerosol particles from respiratory secretions, increasing the likelihood of personal exposure.54 Patients already intubated pose a lower contamination risk to healthcare personnel, because they are on closed-loop ventilation.55 For patients with suspected or confirmed COVID-19 who need orotracheal intubation, this intervention should be performed before arrival to the CCL. In addition, intubation should be considered as early as possible in borderline patients to avoid the need for an urgent intubation in the CCL.55 The cooperation of the intensive care and anesthesia staffs for airway management is fundamental to prevent the infection spread.

5.8. Dedicated Catheterization Laboratory

Having a dedicated room for the care of suspected/positive COVID-19 cases is aimed at reducing the risk of infection for health professionals and minimizing the viral contamination of other rooms. In CCLs with more than one procedure room, one should be dedicated to COVID-19 and another to ‘clean’ procedures. This is no guarantee that the ‘clean’ CCL will not be contaminated at any time but can minimize the risks and optimize the flow of patients in the CCL, mainly of those at “low risk for exposure”. It is advisable to consult with the hospital engineering about the possibility of having “negative air pressure” procedure rooms. Understanding the air conditioning system is important, because one single procedure might expose other hospital areas to viral contamination.50

5.8.1. Measures of management control. Suppliers, visitors, observers, research coordinators and any nonessential individual for the CCL operation should refrain from entering the CCL during the pandemic.55

5.8.2. Approaching the patient. It is worth noting the importance of assessing the risk of SARS-CoV-2 infection before submitting the patient to the interventional procedure. Organization is recommended to minimize the waiting times in the hospital common areas before and after the procedure.7 All patients should be asked about respiratory symptoms, fever or close contact with suspected/positive cases before entering the CCL room, in addition to undergoing temperature check.55

  • Approach to patients without confirmed SAR-CoV-2 infection: Given the current situation and the likelihood of treating asymptomatic or undiagnosed patients, careful protective measures are recommended. Patients should wear surgical mask before arrival to the room. The interventional cardiologist should adopt safety measures that include proper hand hygiene and the use of sterile and water-resistant gown, sterile gloves, goggles, hair covers, and surgical mask. Technologists, nurses and circulating technicians should use goggles, gloves, hair covers, and surgical mask.55

  • Approach to suspected or confirmed COVID-19 patients: Procedures involving airway and/or esophageal manipulation should be considered of high risk. Only essential personnel should be granted access to the CCL room, whose doors should remain closed all time. Avoid exiting the room with contaminated equipment (gown, gloves, mask) to get material (stents, catheters). Ideally the material used in the procedure should remain outside the room. A circulating technician will remain outside the room exclusively providing the material necessary for the procedure to another circulating technician remaining exclusively inside the room. Medications should be prepared before patient’s arrival to the room.

The patient should wear a surgical mask, which acts as a barrier to secretions. The staff responsible for moving the COVID-19 patient from the litter to the CCL table should wear PPE, including water-resistant gown, hair covers, gloves covering the wrists, eye protection, and FFP2/N95 mask.56 At the end of transfer, the PPE should be removed as indicated in the following topic, noting that the mask should never be removed inside the CCL room.55

5.8.3. Putting on PPE: The interventional cardiologist should perform hand hygiene with soap and water, wear a reinforced water-resistant gown (if not impermeable, a plastic gown needs to be added), two pairs of gloves, protective lead goggles or conventional eye glasses, face shield, and high-efficiency filter mask of the FFP2/N95 type.56 Technologists, nurses and circulating technicians should use gloves, hair cover, water-resistant gown and FFP2/N95 mask. A surgical mask should be put on over the FFP2/N95 mask. Closed shoes are recommended.56

5.8.3.1.Steps for putting on PPE in cases of suspected or confirmed COVID-19 ( Figure 6 )

Figure 6. – Steps for putting on the personal protective equipment in cases of suspected or confirmed COVID-19.

Figure 6

Outside the CCL procedure room

  • Remove any personal items

  • Hold hair fully back

  • Put on the lead gown and shoe covers

  • Perform proper hand hygiene

  • Put on the FFP2/N95 mask, securing ties or elastic bands at middle of head and neck, fit flexible band to nose bridge and snug to face and below chin, to ensure isolation and no leak.

  • Put on hair cover

  • Put on surgical mask over the N95 mask

  • Put on goggles and face shield

  • Perform hand disinfection with alcohol gel or foam

  • Put on the first pair of gloves

  • Enter the CCL procedure room

Inside the CCL procedure room

  • Put on the water-proof gown

  • Put on the second pair of gloves

5.8.3.2. Steps for removing PPE in cases of suspected or confirmed COVID-19 ( Figure 7 )

Figure 7. – Steps for removing the personal protective equipment in cases of suspected or confirmed COVID-19.

Figure 7

Inside the CCL procedure room

  • Disinfect the external pair of gloves with alcohol gel or foam

  • Remove the gown and simultaneously the external pair of gloves, discarding them in a waste container marked with the biological hazard symbol (do not push to avoid generating aerosol particles, because they can be infected)

  • Disinfect the internal gloves with alcohol gel or foam

  • Remove hair cover, face shield and shoe covers

  • Remove the internal pair of gloves

  • Perform hand disinfection with alcohol gel or foam

  • Exit the procedure room

Limitations of the present document

It is worth noting that this document is being written in a time when we do not completely understand COVID-19 transmission, severity, and proper treatment. The strategies herein suggested are based on limited evidence and recommendations might be subject to change.

Conclusions

The exponential growth in the number of patients with COVID-19 has been a huge burden on health services, requiring the urgent adoption of measures that can contain the virus and restrain its spread. Patients with COVID-19 have cardiovascular complications and often require diagnostic imaging tests and procedures to support their management. The correct identification of patients who need imaging tests and interventional procedures should be judicious, careful, and ethical, prioritizing the patient’s health and the rational use of resources.

Study Association

This study is not associated with any postgraduation program.

Sources of Funding

There was no external funding source for this study.


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