Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2020 Sep 11;115(1 Suppl 1):18–21. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20190456
View full-text in English

Dissecção Coronária Espontânea em Paciente com Xantomatose Cerebrotendinosa

Maria Júlia Silveira Souto 1, Marcos Antônio Almeida-Santos 2,3, Eduardo José Pereira Ferreira 1,3, Luiz Flávio Galvão Gonçalves 1,3, Joselina Luzia Menezes Oliveira 1,3, Antônio Carlos Sobral Sousa 1,3
PMCID: PMC8386949  PMID: 32935759

Introdução

A Xantomatose Cerebrotendinosa (XCT) é uma doença autossômica recessiva caracterizada pela formação de lesões xantomatosas em muitos tecidos, em particular no cérebro e tendões.1 O distúrbio é consequência da redução da produção de ácidos biliares, predominantemente do ácido quenodesoxicólico (CDCA) e do aumento da formação de colestanol.2 Manifestações clínicas comuns incluem diarreia infantil e catarata bilateral de início juvenil, geralmente seguida por xantomas tendinosos e disfunção neurológica progressiva.3 O diagnóstico final é baseado em anormalidades bioquímicas, incluindo níveis plasmáticos elevados de colestanol e aumento dos níveis urinários de álcool biliar associados a uma concentração biliar diminuída de CDCA.4 O tratamento é baseado na suplementação oral de CDCA que, se iniciada precocemente, pode prevenir grandes problemas clínicos, uma vez que produz uma redução na síntese e nos níveis plasmáticos de colestanol.3

O comprometimento cardiovascular em pacientes com XCT é principalmente associado à aterosclerose prematura.4 A análise lipídica no sangue de pacientes com XCT revelou níveis dramaticamente altos de 27-hidroxicolesterol e baixos níveis de lipoproteína de alta densidade-colesterol (HDL), que colocam esses pacientes em alto risco de doença cardiovascular.5

A dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD, do inglês spontaneous coronary artery dissection) é definida como uma separação não traumática da parefde arterial coronariana, criando um falso lúmen, o que leva a uma redução do fluxo sanguíneo.6 Embora existam outras condições sistêmicas que tornam a parede do vaso coronariano vulnerável a essa condição, em pacientes com doença arterial coronariana aterosclerótica, a ruptura de um fibroateroma de capa fina pode levar à SCAD.7

Descrevemos um relato de caso de uma paciente com diagnóstico de XCT que apresentou comprometimento cardíaco devido à SCAD.

Relato do caso

Em 2013, uma paciente do sexo feminino, de 22 anos, relatou história de xantomas no tendão de Aquiles e crise epiléptica parcial complexa nos últimos 10 anos. Ela evoluiu com dificuldade progressiva na capacidade de aprendizado e andar. Associada a essa apresentação clínica, ela relatou história de cirurgia bilateral para catarata aos 14 anos e esteatorreia.

No exame físico, os xantomas foram observados principalmente na região do tendão de Aquiles, bilateralmente, mas também no cotovelo e joelho direitos ( Figura 1 ). O exame neurológico revelou discreta dismetria e disdiadococinesia, dificuldade na realização do teste de caminhada em linha reta e hiperreflexia patelar bilateral e simétrica. Não havia anormalidades nos exames de força ou sensibilidade.

Figura 1. Xantomas observados na região do tendão de Aquiles direito e no joelho direito.

Figura 1

A ressonância magnética do cérebro mostrou uma área focal de 1,4 cm, com hipersinal nas sequências ponderadas em T2 e hipossinal nas sequências ponderadas em T1, sem realce de contraste. O ecodopplercardiograma transtorácico mostrou dilatação moderada e disfunção ventricular esquerda regional, resultando em comprometimento moderado da função sistólica e insuficiência mitral leve. A ultrassonografia abdominal demonstrou a presença de colelitíase.

A paciente, portanto, apresentava achados clínicos e radiológicos compatíveis com a XCT. O diagnóstico foi confirmado pela descoberta de um nível sérico elevado de colestanol de 31,79 mcg/mL. Ela iniciou o tratamento com CDCA no mesmo ano.

Em 2017, ela foi submetida a um novo exame cardiovascular. Uma ressonância magnética cardíaca foi realizada e revelou um ventrículo esquerdo dilatado, associado a disfunção ventricular esquerda leve (fração de ejeção do ventrículo esquerdo = 47%) como consequência de acinesia da parede basal média inferior e discinesia nas paredes anterior e anterior-septal do ventrículo esquerdo. Essas regiões apresentaram comprometimento da perfusão na avaliação dinâmica baseada em gadolínio e presença de realce tardio transmural com gadolínio ( Figura 2 ).

Figura 2. – Ressonância magnética apresentando realce tardio transmural com gadolínio (setas) das paredes médio-basal inferior, anterior e septo-anterior do ventrículo esquerdo em projeção de quatro (A) e duas câmaras (B).

Figura 2

A angiotomografia coronária detectou uma irregularidade parietal grave no terço proximal da artéria descendente anterior (ADA) com redução luminal de 50%, o que sugeria a presença de placa não calcificada ou dissecção da artéria ( Figura 3 ).

Figura 3. – Reconstrução multiplanar da angiotomografia computadorizada das coronárias, detectando uma irregularidade parietal grave no terço proximal da artéria coronária descendente anterior, o que sugeria a presença de uma placa não calcificada ou dissecção da artéria (seta).

Figura 3

Esta última foi confirmada por angiografia coronária e ultrassonografia intracoronária, que mostraram dissecção nos terços medial e proximal da ADA sem comprometimento do fluxo distal ( Figura 4 ).

Figura 4. – A - Angiografia coronária da artéria coronária esquerda apresentando dissecção no terço proximal e médio da artéria descendente anterior esquerda (seta). B - Ultrassonografia intracoronária com sinal de duplo lúmen na artéria descendente anterior esquerda (seta).

Figura 4

No momento do diagnóstico, seu painel lipídico era: colesterol total 170 mg/dL; lipoproteína de alta densidade-colesterol (HDL-C) 47 mg/dL; lipoproteína de baixa densidade-colesterol (LDL-C) 101 mg/dL; triglicérides 108 mg/dL.

Com base nesses achados, a paciente iniciou terapia cardiovascular com Ramipril 10 mg por dia, aspirina 100 mg por dia, carvedilol 6,25 mg duas vezes ao dia e rosuvastatina 10 mg na hora de dormir, associados à manutenção da suplementação oral de ácido biliar com CDCA.

Discussão e Conclusões

A Xantomatose Cerebrotendinosa é causada por uma mutação em homozigose da enzima mitocondrial esterol 27-hidroxilase (CYP27), a qual leva a várias manifestações sistêmicas.8 O diagnóstico é estabelecido com o reconhecimento desses sintomas e pelo achado de colestanol plasmático elevado e, se possível, um diagnóstico definitivo é obtido pela análise molecular do gene CYP27A1.9 , 10 No presente caso, o diagnóstico de XCT foi estabelecido com base na forte sintomatologia associada aos níveis plasmáticos de colestanol, muito semelhantes à concentração sérica média em outros estudos (31,79 mcg/mL).4 , 10

As manifestações cardíacas são menos notáveis e se apresentam principalmente como doença coronariana grave, incluindo infarto do miocárdio, angina pectoris, doença arterial coronariana e alterações isquêmicas no eletrocardiograma.5 , 11 Posteriormente, dois grandes estudos realizados por Duell et al.,10 e Sekijima et al.,12 demonstraram a presença de doença cardiovascular associada à XCT apenas em 7% e 20% de seus pacientes, respectivamente. No caso relatado, estudamos uma paciente com XCT que desenvolveu doença arterial coronariana causada por SCAD. Embora várias situações clínicas específicas, incluindo displasia fibromuscular e gravidez, tenham sido principalmente associadas à SCAD, as condições ateroscleróticas também podem estar relacionadas à patogênese dessa doença.6 Uma vez que a XCT predispõe ao desenvolvimento de aterosclerose prematura e existem poucos estudos que relatam doença arterial coronariana associada a tromboembolismo aterosclerótico,5 há evidências de que a SCAD no caso relatado também estava associada a uma placa ateromatosa. Até onde os autores puderam investigar, este é provavelmente o primeiro caso na literatura que demonstra a associação entre XCT e SCAD.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Sergipe sob o número de protocolo CAAE: 0289.0.107.000-11. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.

Fontes de financiamento

O presente estudo não contou com fontes de financiamento externas.

Referências

  • 1.1. Moghadasian MH, Salen G, Frohlich JJ, Scudamore CH. Cerebrotendinous Xanthomatosis. Arch Neurol. 2002;59(4):527-9. [DOI] [PubMed]
  • 2.2. Pilo-de-la-Fuente B, Jimenez-Escrig A, Lorenzo JR, Pardo J, Arias M, Ares-Luque A, et al. Cerebrotendinous xanthomatosis in Spain: clinical, prognostic, and genetic survey. Eur J Neurol. 2011;18(10):1203 -11. [DOI] [PubMed]
  • 3.3. Tibrewal S, Duell PB, DeBarber AE, Loh AR. Cerebrotendinous xanthomatosis: early diagnosis on the basis of juvenile cataracts. J Am Assoc Pediatr Ophthalmol Strabismus 2017;21(3):505–7. [DOI] [PubMed]
  • 4.4. Nie S, Chen G, Cao X, Zhang Y. Cerebrotendinous xanthomatosis: a comprehensive review of pathogenesis, clinical manifestations, diagnosis, and management. Orphanet J Rare Dis. 2014;9(9) 1-11. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 5.5. Passaseo I, Cacciotti L, Pauselli L, Ansalone G. Acute myocardial infarction in patient with cerebrotendinous xanthomatosis: Should these patients undergo stress tests during screening? J Cardiovasc Med. 2012;13(4):281–3. [DOI] [PubMed]
  • 6.6. Yip A, Saw J. Spontaneous coronary artery dissection-A review. Cardiovasc Diagn Ther 2015;5(1):37–48. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 7.7. Alfonso F, Bastante T, Rivero F, Cuesta J, Benedicto A, Saw J, Gulati R. Spontaneous Coronary Artery Dissection. Circ J 2014;78(9):2099–110. [DOI] [PubMed]
  • 8.8. Lorincz MT, Rainier S, Thomas D, Fink JK. Cerebrotendinous Xanthomatosis. Arch Neurol 2005;62(9):1459-63. [DOI] [PubMed]
  • 9.9. Salen G, DeBarber A, Eichler F, Casaday L, Jayadev S, Kisanuki Y, et al. The Diagnosis and Treatment of Cerebrotendinous Xanthomatosis. J Clin Lipidol. 2018;12(5):545–6. [DOI] [PubMed]
  • 10.10. Duell PB, Salen G, Eichler FS, DeBarber AE, Connor SL, Casaday L, et al. Diffenderfer MR, Schaefer EJ. Diagnosis, treatment, and clinical outcomes in 43 cases with cerebrotendinous xanthomatosis. J Clin Lipidol. 2018;12(5):1169–78. [DOI] [PubMed]
  • 11.11. Fujiyama J, Kuriyama M, Arima S, Shibata Y, Nagata K, Takenaga S, et al. Atherogenic risk factors in cerebrotendinous xanthomatosis. Clin Chim Acta. 1991;200(1):1–11. [DOI] [PubMed]
  • 12.12. Sekijima Y, Koyama S, Yoshinaga T, Koinuma M, Inaba Y. Nationwide survey on cerebrotendinous xanthomatosis in Japan. J Hum Genet. 2018;63(3):271–80. [DOI] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2020 Sep 11;115(1 Suppl 1):18–21. [Article in English]

Spontaneous Coronary Artery Dissection in a Patient with Cerebrotendinous Xanthomatosis

Maria Júlia Silveira Souto 1, Marcos Antônio Almeida-Santos 2,3, Eduardo José Pereira Ferreira 1,3, Luiz Flávio Galvão Gonçalves 1,3, Joselina Luzia Menezes Oliveira 1,3, Antônio Carlos Sobral Sousa 1,3

Introduction

Cerebrotendinous xanthomatosis (CTX) is an autosomal recessive disease characterized by the formation of xanthomatous lesions in many tissues, particularly the brain and tendons.1 The disorder is a consequence of the reduced production of bile acids, predominantly chenodeoxycholic acid (CDCA), and an increased formation of cholestanol.2 Common clinical manifestations include infant-onset diarrhea and juvenile-onset bilateral cataract, usually followed by tendon xanthomas and progressive neurological dysfunction.3 The final diagnosis is based on biochemical abnormalities, including elevated plasma cholestanol level and increased levels of bile alcohol in urine associated with a diminished biliary concentration of CDCA.4 The treatment is based on oral supplementation of CDCA, which, if initiated early, can prevent major clinical problems, as it produces a reduction in cholestanol synthesis and plasma levels.3

Cardiovascular impairment in patients with CTX is mostly associated with premature atherosclerosis.4 Blood lipid analysis in patients with CTX revealed dramatically high levels of 27-hydroxycholesterol and low levels of high-density lipoprotein cholesterol (HDL), which place these patients at a high risk of cardiovascular disease.5

Spontaneous coronary artery dissection (SCAD) is defined as a non-traumatic separation of the coronary arterial wall, creating a false lumen, which leads to blood flow reduction.6 Although there are other systemic conditions that make the coronary vessel wall vulnerable to this condition, in patients with atherosclerotic coronary artery disease, the rupture of a thin-cap fibroatheroma might lead to SCAD.7

We describe a case report of a patient diagnosed with CTX who showed cardiac impairment due to SCAD.

Case report

In 2013, a female patient, 22 years old, reported a history of xanthomas in the Achilles tendon and complex partial epileptic crisis for the last 10 years. She developed progressive difficulty in learning and walking skills. Associated to this clinical presentation, she reported a history of bilateral surgery for cataract when she was 14 years old and steatorrhea.

On physical examination, xanthomas were observed mostly on the region of the Achilles tendon, bilaterally, but also on the right elbow and knee ( Figure 1 ). The neurological exam showed mild dysmetria and dysdiadochokinesia, difficulty performing the straight line walking test, and bilateral and symmetric patellar hyperreflexia. There was no abnormality on strength or sensitivity exams.

Figure 1. – Xanthomas observed on the region of the right Achilles tendon and on the right knee.

Figure 1

The magnetic resonance imaging of the brain showed a focal area of 1.4 cm, with hypersignal in T2-weighted and hyposignal in T1-weighted sequences, with no contrast enhancement. The transthoracic echodopplercardiogram found a moderate left ventricular dilatation and regional dysfunction, resulting in a moderate impairment in its systolic function, and a mild mitral regurgitation. The abdominal ultrasound showed cholelithiasis.

The patient, therefore, had clinical and radiological findings compatible with CTX. The diagnosis was confirmed by an elevated serum cholestanol level of 31.79 mcg/mL. She started the treatment with CDCA in the same year.

In 2017, she was submitted to a new cardiovascular examination. A cardiac magnetic resonance imaging was performed and showed a dilated left ventricle, associated with mild left ventricular dysfunction (left ventricular ejection fraction = 47%), as a consequence of akinesia of the inferior medium-basal wall and dyskinesia in the anterior and anterior-septal walls of the left ventricle. These regions showed perfusion impairment in the gadolinium-based dynamic evaluation and the presence of transmural late gadolinium enhancement ( Figure 2 ).

Figure 2. – Magnetic resonance imaging showing transmural late gadolinium enhancement (arrows) of the inferior medium-basal, anterior and anterior-septal walls of the left ventricle in four-chamber (A) and two-chamber views (B).

Figure 2

The coronary computed tomographic angiography detected severe parietal irregularity in the proximal third of the anterior descending coronary artery (LAD) with luminal reduction of 50%, which suggested the presence of a noncalcified plaque or dissection of the artery ( Figure 3 ).

Figure 3. – Multiplanar reformation of coronary computed tomographic angiography, detecting a severe parietal irregularity in the proximal third of the anterior descending coronary artery, which suggested the presence of a noncalcified plaque or dissection of the artery (arrow).

Figure 3

The latter was confirmed by coronary angiography and intracoronary ultrasound, which showed a dissection in the medial and proximal thirds of the LAD, with no impairment of the distal flow ( Figure 4 ).

Figure 4. – A - Coronary angiography of left coronary showing dissection in the proximal and medium third of left anterior descending artery (arrow). B- Intracoronary ultrasound showing double-lumen sign in the left anterior descending artery (arrow).

Figure 4

At the time of diagnosis, her lipid panel was: total cholesterol 170 mg/dL; high-density lipoprotein cholesterol (HDL-C) 47 mg/dL; low-density lipoprotein cholesterol (LDL-C) 101 mg/dL; triglycerides 108 mg/dL.

Based on these findings, the patient was started on cardiovascular therapy with Ramipril 10 mg per day, Aspirin 100 mg per day, Carvedilol 6.25 mg twice a day and Rosuvastatin 10 mg at bedtime, associated to the maintenance of the oral bile acid supplementation with CDCA.

Discussion and Conclusions

Cerebrotendinous xanthomatosis is caused by a homozygous mutation of the mitochondrial enzyme sterol 27-hydroxylase (CYP27), which leads to a number of systemic manifestations.8 The diagnosis is established upon recognition of these symptoms and the finding of elevated plasma cholestanol, and, if possible, a definitive diagnosis is obtained through the molecular analysis of CYP27A1 gene.9 , 10 In the present case, the diagnosis of CTX was established based on the strong symptomatology associated with plasma cholestanol levels, which were very similar to the mean serum concentrations found in other studies (31.79 mcg/mL).4 , 10

Cardiac manifestations are less remarkable and present mostly as severe coronary disease, including myocardial infarction, angina pectoris, coronary artery disease and ischemic changes on the electrocardiogram.5 , 11 Subsequently, two large studies carried out by Duell et al.10 and Sekijima et al.12 demonstrated the presence of cardiovascular disease associated to CTX only in 7% and 20% of their patients, respectively. In this case report, we studied a patient with CTX who developed coronary artery disease due to SCAD. Although several specific clinical situations, including fibromuscular dysplasia and pregnancy, have been mostly associated with SCAD, atherosclerotic conditions may be as well related to the pathogenesis of this disease.6 As the CTX predisposes to the development of premature atherosclerosis and there are a few studies that report coronary artery disease associated to atherosclerotic thromboembolism,5 there is evidence that the SCAD in the reported case was also associated to an atheromatous plaque formation. As far as the authors could investigate, this is probably the first case in the literature demonstrating the association between CTX and SCAD.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation.

Ethics approval and consent to participate

This study was approved by the Ethics Committee of the Universidade Federal de Sergipe under the protocol number CAAE: 0289.0.107.000-11. All the procedures in this study were in accordance with the 1975 Helsinki Declaration, updated in 2013. Informed consent was obtained from all participants included in the study.

Sources of Funding

There was no external funding source for this study.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES