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. 2020 Oct 13;115(4):701–707. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200487
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Alterações da ECA2 e Fatores de Risco para Gravidade da COVID-19 em Pacientes com Idade Avançada

Caio de Assis Moura Tavares 1, Thiago Junqueira Avelino-Silva 2,3, Gil Benard 4,5, Francisco Akira Malta Cardozo 1, Juliana Ruiz Fernandes 4,5, Adriana Castello Costa Girardi 1, Wilson Jacob Filho 1,3,
PMCID: PMC8386971  PMID: 33111872

O entendimento da relação entre envelhecimento e gravidade da COVID-19 é fundamental sob diversos aspectos: para o manejo clínico de pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2, formação de políticas em saúde e para o reposicionamento de fármacos e/ou desenvolvimento de possíveis alvos terapêuticos destinados a esta população. Com ênfase nos mecanismos moleculares e fisiopatológicos subjacentes, discorreremos sobre os potenciais fatores de risco que podem contribuir para a gravidade da COVID-19 em pacientes com idade avançada: alterações da ECA2 (enzima conversora da angiotensina 2), imunossenescência e inflammaging, e presença de multimorbidade e fragilidade.

ECA2, Infecção por SARS-CoV-2 e Envelhecimento

Alterações induzidas pelo envelhecimento em vias metabólicas podem, em parte, explicar a maior taxa de morbimortalidade por COVID-19 em pacientes idosos. Dentre estas, destacam-se aquelas pertencentes ao sistema renina-angiotensina (SRA), haja vista o papel crucial que esse sistema desempenha tanto na transmissibilidade viral1 como na patogenia da lesão pulmonar aguda e de sua forma mais grave, a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).2

Sabe-se que a ECA2 age como um receptor para a proteína estrutural S (espícula) do SARS-CoV-2,1 através da qual o vírus ganha acesso à célula hospedeira. Esse mecanismo envolve a interação da proteína S viral com o domínio extracelular da ECA2, desencadeando mudanças conformacionais que desestabilizam a membrana celular, propiciando a internalização do SARS-CoV-2 e da ECA2, a replicação viral, e a transmissão célula a célula.1,3

Com o envelhecimento, há redução considerável da expressão da ECA2 nos pulmões.4 Sabendo que a ECA2 constitui a porta de entrada para o SARS-CoV-2, é plausível postular que quanto maior a expressão da ECA2 na membrana celular, maior a infectividade. Todavia, apesar do decaimento da expressão da ECA2 tecidual com a idade, pacientes idosos apresentam maior gravidade de danos pulmonares e maior taxa de letalidade por COVID-19, quando comparados com indivíduos jovens.5 Uma hipótese proposta para explicar essa aparente incoerência entre idade avançada, nível de ECA2 tecidual e gravidade de infecção pelo SARS-CoV-26 é a de que pessoas mais jovens, com maior expressão de ECA2, sejam as mais predispostas a terem a infecção, ao passo que indivíduos idosos, com menor expressão de ECA2, possam apresentar quadros mais graves ao serem infectados, devido à exacerbação dos efeitos mediados pela angiotensina II (Ang II). Essa hipótese é respaldada pelo fato de que, com o envelhecimento ocorra, além da redução da expressão de ECA2 tecidual, maior ativação de vias de sinalização pró-inflamatórias decorrentes da hiperatividade da via ECA/Ang II.7-9 Ademais, alinham-se a essa hipótese evidências amplas do papel protetor conferido pela ECA2 contra a insuficiência pulmonar e a existência de relação causal entre a via da ECA/Ang II e SARA, estabelecida em modelos animais.10,11 A complexa inter-relação entre ECA2, infecção por SARS-CoV-2 e envelhecimento está ilustrada na Figura 1.

Figura 1. Associação entre idade, expressão de ECA2 e gravidade da COVID-19. A redução da expressão da ECA2 na membrana das células epiteliais pulmonares (pneumócitos tipo II), com o envelhecimento, aumenta os níveis de angiotensina II (Ang II) em detrimento da formação de Ang-(1-7), deflagrando, exageradamente, vias pró-inflamatórias, e predispondo pacientes idosos a maior gravidade de lesão pulmonar aguda e de mortalidade por COVID-19. Tal predisposição é potencializada pelo fato de que a ligação do SARS-CoV-2 a ECA2 leva à internalização de ambos, reduzindo ainda mais a expressão desta enzima na membrana celular. Em pacientes jovens, a expressão da ECA2 na membrana celular é maior do que em idosos, possibilitando a manutenção do equilíbrio entre as ações da Ang II e da Ang-1-7. A maior expressão de ECA2 pode causar aumento da infectividade por SARS-CoV-2, mas a geração de Ang-1-7 deflagra efeitos anti-inflamatórios que se contrapõem aos da Ang II, protegendo os indivíduos jovens contra o desenvolvimento/progressão da lesão pulmonar aguda. Este modelo é hipotético e não foi validado experimentalmente.

Figura 1

Imunossenescência, Inflammaging e COVID-19

Alterações significativas no sistema imune, que afetam tanto a imunidade inata quanto a imunidade adaptativa, têm sido associadas ao envelhecimento. Esse conjunto de alterações são agrupadas em um termo amplo denominado imunossenescência, caracterizado pelo declínio na responsividade do sistema imune, levando a desfechos mais graves de infecções virais e bacterianas, e aumento da incidência de doenças autoimunes, neoplasias, entre outras.12

Com base no conhecimento atual das alterações causadas pela senescência no sistema imune, assim como pelos estudos publicados relacionados à fisiopatologia da COVID-19, é possível levantar hipóteses para explicar a elevada frequência de casos graves em idosos ou pacientes com doenças crônicas. Indivíduos hígidos em geral, ao contrário de idosos e imunodeprimidos, apresentam eficiente imunidade inata que, associada à imunidade celular e humoral intactas, permitem limitar a progressão da infecção e recuperação em algumas semanas. Essa resposta imune controlada supostamente atua na fase inicial do processo infeccioso, limitando replicação e disseminação viral, eventos que, infelizmente, ocorrem frequentemente nos idosos em estado crítico pela COVID-19.13,14 Em idosos, os sistemas imune inato e adaptativo, enfraquecidos, permitiriam cargas virais mais elevadas e persistentes — hipótese que está de acordo com descrição recente de pacientes com COVID-19, em que a carga viral detectada na orofaringe posterior se correlaciona com a idade.15 Essa carga viral aumentada representa estímulo antigênico intenso e persistente nos idosos, concomitantemente a uma menor regulação do sistema imune. A relação entre alterações no sistema imune, idade avançada e gravidade da COVID-19 está ilustrada na Figura 2. Para sua melhor compreensão, faz-se necessário definir e descrever os processos de imunossenescência e inflammaging.

Figura 2. Relação entre imunossenescência, inflammaging e gravidade de infecção pela COVID-19. Note que as alterações do sistema imune e o estado inflamatório podem contribuir para a gravidade da infecção tanto por impactarem a replicação viral como pelo aumento de citocinas inflamatórias.

Figura 2

As células dendríticas (CD) são células do sistema imune inato que fazem a conexão entre os sistemas imunológicos inato e adaptativo16 — esse subtipo de célula aparenta ser importante na defesa do hospedeiro contra o SARS-CoV-2, dada a localização deste tipo celular (presente na pele, cavidade nasal, pulmões, sangue periférico, sítios nos quais podemos encontrar o vírus). Em idosos, as CDs: 1) apresentam menor capacidade fagocítica — podendo resultar não somente em menor eficiência de resposta do sistema imune, mas também na redução da capacidade fisiológica de remover componentes próprios (incluindo células apoptóticas); 2) ficam menos capazes de instruir uma resposta imune adaptativa através de sinalização coordenada; 3) permanecem capazes de secretar citocinas inflamatórias sob condições de estresse, contribuindo para um estado inflamatório crônico.17-19

Além das CDs, monócitos e macrofágos atuam na imunidade inata através da produção de citocinas pró-inflamatórias e pelo processamento e apresentação de antígenos para linfócitos T. Com o envelhecimento, pode haver uma redução tanto na geração de precursores de macrófagos como na sua função fagocítica.20 Também já foi descrita a desregulação da sinalização por receptores do tipo Toll (toll-like receptors — TLR), gerando produção insuficiente de fator de necrose tumoral-α (tumor necrosis factor-alpha — TNF-α) e interleucina 6 (IL-6), e contribuindo para menor ativação de células imunes essenciais na resposta imunológica, como os linfócitos.21

A senescência causa, também, um desequilíbrio nas populações de células Natural Killer (NK) – que tem participação precoce na resposta imune a processos infecciosos e contribuem para orquestrar os passos subsequentes da resposta imune adaptativa. Há um aumento do subtipo CD56dim (alta capacidade citotóxica) e diminuição do subtipo CD56bright (baixa capacidade citotóxica, mas com elevada atividade imunorregulatória por meio de secreção de citocinas e quimiocinas), impactando tanto a resposta imune adaptativa quanto a capacidade de regulação do sistema imune.22-25

Além das alterações na imunidade inata, o envelhecimento impacta diretamente a resposta imune adaptativa mediada por linfócitos T e B. Idosos sabidamente apresentam produção atenuada de anticorpos e resposta vacinal reduzida. Diversos mecanismos contribuem para essa deficiência: 1) o balanço entre diferentes subtipos de linfócitos B é alterado, com maior proporção de células B de memória, que produzem grandes quantidades de citocinas inflamatórias e que contribuem para o status de inflamação sistêmica nesta população (estas células possivelmente tem um papel na geração e manutenção da inflamação sistêmica, conhecida como inflammaging);26 2) Linfócitos B naïve de idosos são capazes de produzir IL-10 e TNF-α frente a um estímulo fisiológico, enquanto linfócitos B naïve de indivíduos jovens requerem estímulos mais potentes; 3) plasmócitos apresentam redução de sua expansão clonal com o envelhecimento, culminando na produção de anticorpos com menor afinidade antigênica;27,28 4) a diminuição do repertório de linfócitos B causada pelo aumento do compartimento de células de memória impacta a capacidade de responder a novos estímulos antigênicos. A redução na capacidade da resposta humoral primária, por sua vez, associa-se a perturbações tanto no switch de classe de imunoglobulinas quanto na geração de anticorpos específicos com diferentes funções. Decorre, portanto, maior susceptibilidade a infecções.29

Em pacientes acometidos pela forma grave da COVID-19, o dano presente no parênquima pulmonar seria causado principalmente pela resposta inflamatória grave e menos pela ação direta do vírus. A resposta imune exacerbada (ou imunopatogênica) é responsável, ao menos em parte, pela pneumonia grave, insuficiência respiratória destes indivíduos, e eventualmente pelas alterações em outros órgãos e sistemas. Um dos problemas relacionados ao envelhecimento é que alguns idosos ou pacientes com doenças crônicas são incapazes de modular a resposta imune inflamatória, levando a um transbordamento de células do sistema imunológico e de citocinas inflamatórias nos pulmões, um evento denominado “cytokine storm” (tempestade de citocinas).13 Diversas das citocinas descritas no contexto de inflammaging como IL-6, TNF-α e interferon gama (IFN-γ) participam desta tempestade de citocinas. IL-6 também se relaciona à fragilidade, perda de massa muscular, declínio cognitivo e risco de hospitalização por pneumonia, manifestações frequentes em idosos frágeis. Esta citocina é desencadeadora de inflamação e injúria tecidual, que pode por sua vez facilitar a invasão de patógenos.30,31 Idosos apresentam níveis elevados de TNF-α após estimulação com lipopolissacarídeos (LPS) e IFN-γ.32 Esta citocina atua reduzindo a expressão de CD28 através da inibição de sua transcrição (no qual os mecanismos moleculares ainda não são bem conhecidos).32-34 Em pacientes com COVID-19, reportou-se aumento dos níveis de TNF-α, IL-6, IFN-γ e IL-10, ao passo que redução dos níveis destas citocinas se relacionou à resolução da doença.35 Achados semelhantes foram descritos por Huang e colegas, porém um painel ainda maior de citocinas inflamatórias foi analisado e incluiu interleucina 1 beta (IL-1β), IL-12 e proteína de quimioatração de monócitos 1 (MCP1).36

Multimorbidade

A interação indivíduo-multimorbidade é complexa e interfere no gerenciamento clínico de pacientes com COVID-19. Se no seguimento rotineiro de pessoas com multimorbidade já devem ser consideradas as interações doença-doença, doença-tratamento, e tratamento-tratamento, no contexto da infecção pelo novo coronavírus é introduzida uma variável adicional,37 frequentemente acompanhada de novas disfunções orgânicas e efeitos pouco compreendidos.

Em um exemplo teórico, pode-se imaginar um paciente de 72 anos com HAS, insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dislipidemia, depressão e transtorno cognitivo leve em uso de estatina, bloqueador do receptor tipo 1 de angiotensina II (BRA), betabloqueador, dispositivo inalatório com beta-2-agonista de longa duração/corticoide inalatório e inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS). O paciente, ao ser hospitalizado com COVID-19, evolui com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica e necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com suporte de ventilação mecânica. São iniciadas cloroquina e azitromicina e, ao longo da internação, o paciente apresenta estado confusional agudo, insuficiência renal aguda e arritmia ventricular. A Figura 3 exemplifica as diversas possíveis interações neste cenário: interação entre doenças (linhas azuis), interação entre o tratamento para uma doença impactando em outra doença (linhas pretas) e interações entre os tratamentos (linhas vermelhas). A complexidade do cenário ilustra a importância do cuidado centrado no paciente para definição do plano terapêutico, dado que interações entre doenças tratamentos podem ser deletérias ao doente com multimorbidade.37,38

Figura 3. Modelo teórico de paciente com multimorbidade com COVID-19. Balões azuis representam doenças crônicas; balões verdes, complicações da COVID-19; retângulos amarelos tratamento para doenças crônicas; e retângulos vermelhos terapêutica nova, iniciada na internação. Linhas cinzas representam tratamento usual com base na doença; linhas azuis, possíveis interações entre as doenças; linhas vermelhas, possíveis interações entre os tratamentos propostos; e linhas pretas, possíveis interações entre o tratamento proposto para duas doenças diferentes. DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; HAS: hipertensão arterial sistêmica; IC: insuficiência cardíaca; IRA: insuficiência renal aguda; ISRS: inibidor seletivo da recaptação de serotonina; UTI: unidade de terapia intensiva. Adaptado de.37,38.

Figura 3

Apesar das informações disponíveis sugerirem uma associação entre multimorbidade e gravidade da COVID-19, não é claro ainda se existem situações específicas em que o tratamento de doenças crônicas possa ter um efeito benéfico no controle da infecção (ex.: HIV em uso de antirretroviral, fibrilação atrial permanente em uso de anticoagulação oral). Assim, enquanto não houver mais informações sobre a infecção pelo SARS-CoV-2, deve-se ter cuidado antes de suspender intempestivamente medicamentos aos quais o paciente está habituado. Cabe à equipe assistencial ponderar caso a caso os riscos e benefícios de cada medicamento em uso frente às possíveis intervenções contra a COVID-19. Evita-se, assim, a indesejada cascata em que a doença número 1 (COVID-19) seja controlada hoje, apenas para que as doenças número 2, 3, 4… (doenças crônicas) se tornem problemas ainda maiores amanhã.37-39

Fragilidade

Apesar de todo idoso ter algum risco de desenvolver fragilidade, ela é mais comum entre aqueles que sofrem de multimorbidades, sedentarismo e alimentação inadequada.40 A fragilidade está associada a um estado pró-inflamatório crônico, caracterizado pelo aumento de citocinas como a interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), cujos níveis podem predizer perda de funcionalidade e outros desfechos adversos em saúde.41 Levando essas informações em consideração, e sabendo que já existem resultados sugerindo a associação entre níveis elevados de IL-6 e maior mortalidade em indivíduos com COVID-19,42 é possível que a fragilidade seja um marcador prognóstico mais robusto do que idade, na doença.

Infelizmente, no cenário de uma pandemia, durante a qual decisões clínicas e alocações de recursos limitados precisam ser realizadas rapidamente, é comum que critérios puramente etários sejam empregados para definir os melhores candidatos para determinadas condutas.43 No entanto, é essencial entender que a população geriátrica é muito mais heterogênea que outros grupos etários, e que, assim, não é possível determinar uma correlação automática entre idade e o potencial para benefícios de um tratamento.43 Essa ressalva é particularmente verdadeira quando, por tratamento, entendem-se medidas de suporte clínico gerais e assistência médico-hospitalar adequada, como no caso da COVID-19.

Por outro lado, fragilidade ao classificar pessoas da mesma faixa etária, em diferentes níveis de risco para desfechos adversos, pode auxiliar na avaliação prognóstica de infectados pela COVID-19. Sua identificação é possível através de escalas simples, como a escala FRAIL e o Índice de Fragilidade, instrumentos de rastreio já validados para preenchimento com informações obtidas com pacientes, familiares ou dados de prontuário, flexibilização interessante em um cenário em que medidas de isolamento são necessárias.44,45

A identificação da fragilidade já a partir da unidade de pronto atendimento pode auxiliar na compreensão da doença aguda no contexto das condições basais de saúde do indivíduo, instrumentando a equipe para predição de eventos adversos. Com isso, é possível implementar intervenções voltadas à prevenção desses eventos adversos e guiar as decisões sobre disposição de recursos.46 Tal trabalho se integra à avaliação global do idoso, base fundamental da atuação de equipes multidisciplinares no gerenciamento de medicamentos, prevenção de quedas e delirium, e implementação de transições de cuidado.

A síndrome de fragilidade ainda não foi suficientemente estudada no contexto da COVID-19. Explorar sua utilidade para avaliação de prognóstico e definição da proporcionalidade de medidas de suporte pode ser passo fundamental para que profissionais da saúde possam agir com justiça e segurança, sem omissão ou negligência na aplicação dos recursos em saúde.

Perspectivas

Está claro que os idosos serão aqueles mais impactados em morbimortalidade e, atuam aqui diferentes processos discutidos nesse artigo - ora conectados ora atuando sinergicamente: as alterações da ECA2 e do sistema renina-angiotensina, imunossenescência, inflammaging, multimorbidade e fragilidade, resumidas na Figura 3.

O SARS-CoV-2 impõe uma série de desafios aos gestores do sistema de saúde, governantes, profissionais de saúde e a sociedade em geral. Em um cenário com recursos finitos e saturação dos serviços de saúde, uma alocação racional do sistema de saúde se fará necessária.47 A tomada de decisão, no entanto, nunca deverá ser baseada única e exclusivamente na idade cronológica de um indivíduo — profissionais de saúde realocados para atendimento de pacientes com COVID-19 devem estar familiarizados com aplicação de scores de fragilidade determinados pela sua prática institucional e englobar parte do seu treinamento obrigatório. Cardiologistas sabem o impacto da fragilidade no tratamento de doenças cardiovasculares.48,49

O conhecimento gerado durante essa pandemia pode ser fundamental para fornecer respostas sobre peculiaridades do envelhecimento em diversos outros contextos. Possivelmente, o engajamento humano, tecnológico e da comunidade científica seja o maior de nossa história e que este recurso ímpar permita a implementação de novas terapêuticas, vacinas, amplie nossa capacidade diagnóstica com impacto inestimável na saúde dos idosos tanto para a COVID-19 como para outras doenças relacionadas ao envelhecimento.50

Footnotes

Fontes de Financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação Acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

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ACE2 Expression and Risk Factors for COVID-19 Severity in Patients with Advanced Age

Caio de Assis Moura Tavares 1, Thiago Junqueira Avelino-Silva 2,3, Gil Benard 4,5, Francisco Akira Malta Cardozo 1, Juliana Ruiz Fernandes 4,5, Adriana Castello Costa Girardi 1, Wilson Jacob Filho 1,3,

Understanding the relationship between aging and COVID-19 severity is key from multiple perspectives: for the clinical management of patients with SARS-CoV-2 infection, drafting of health policies and repositioning of drugs and/or the development of potential therapeutic targets for this population. Focusing on the underlying molecular and pathophysiological mechanisms, we will discuss the potential risk factors that may contribute to COVID-19 severity in patients with advanced age: ACE2 (angiotensin-converting enzyme 2) expression, immunosenescence/inflammaging and the presence of multimorbidity or frailty.

ACE2, SARS-CoV-2 Infection and Aging

Abnormalities induced by aging in metabolic pathways may partly explain the higher rate of COVID-19 morbidity and mortality in elderly patients. These include those belonging to the renin-angiotensin system (RAS), given the crucial role that this system plays both in viral transmissibility1 and in the pathogenesis of acute lung injury and its most severe form: acute respiratory distress syndrome (ARDS).2

ACE2 is known to act as a receptor for SARS-CoV-2 1 structural protein S (spike),1 through which the virus gains access to the host cell. This mechanism involves interaction of viral S protein with ACE2 extracellular domain, triggering conformational changes that destabilize the cell membrane, allowing the internalization of SARS-CoV-2 and ACE2, viral replication, and cell-to-cell transmission.1,3

With aging, there is a considerable reduction in the expression of ACE2 in the lungs.4 Knowing that ACE2 is the gateway to SARS-CoV-2, it can be affirmed that the greater the expression of ACE2 in the cell membrane, the greater the infectivity. However, despite the decline in tissue ACE2 expression with age, elderly patients have greater severity of lung damage and higher lethality rate from COVID-19 compared to young individuals.5 A possible explanation to this apparent inconsistency between old age, level of tissue ACE2 and severity of SARS-CoV-2 infection6 is that younger people with higher ACE2 expression are more likely to have the infection while elderly individuals, with lower ACE2 expression may present more severe conditions when infected due to exacerbated effects mediated by Angiotensin II (Ang II). This is supported by the fact that, with aging, in addition to reduced tissue ACE2 expression, there is greater activation of pro-inflammatory signaling pathways resulting from hyperactivity of the ACE/Ang II pathway.7-9 Also, there is ample evidence of the protective role of ACE2 against pulmonary insufficiency and a causal relationship between the ACE/Ang II pathway and ARDS, established in animal models.10,11 The complex interrelationship between ACE2, SARS-CoV-2 infection and aging is illustrated in Figure 1.

Figure 1. Association between age, ACE2 expression and COVID-19 severity. Reduced expression of ACE2 in the membrane of pulmonary epithelial cells (type II pneumocytes) with aging increases the levels of angiotensin II (Ang II) to the detriment of Ang-(1-7) formation, exaggeratedly triggering pro-inflammatory pathways and predisposing elderly patients to greater severity of acute lung injury and mortality from COVID-19. Such predisposition is enhanced by the fact that SARS-CoV-2 binding to ACE2 leads to the internalization of both, further reducing the expression of this enzyme in the cell membrane. In young patients, expression of ACE2 in the cell membrane is greater than in the elderly, enabling a balance between the actions of Ang II and Ang-1-7. Greater expression of ACE2 may cause increased infectivity by SARS-CoV-2, but the generation of Ang-1-7 triggers anti-inflammatory effects that are opposed to those of Ang II, protecting young individuals against the development/progression of acute lung injury. This model is hypothetical and has not been validated experimentally.

Figure 1

Immunosenescence, Inflammaging and COVID-19

Significant abnormalities in the immune system, which affect both innate and adaptive immunity, have been associated with aging. This set of abnormalities are broadly referred to as immunosenescence, characterized by a decline in immune system responsiveness, leading to more serious viral and bacterial infection outcomes, and increased incidence of autoimmune diseases, neoplasms, and others.12

Based on current knowledge of the abnormalities caused by immune system senescence, and based on studies related to the pathophysiology of COVID-19, it is possible to come up with explanations about the high frequency of severe cases in the elderly or patients with chronic diseases. Healthy individuals in general, in contrast to the elderly and immunosuppressed, have efficient innate immunity, which, associated with intact cellular and humoral immunity, limit the progression of infection and recovery in a few weeks. This controlled immune response supposedly acts in the initial phase of the infectious process, limiting viral replication and dissemination, which, unfortunately, frequently occur in the elderly critically ill from COVID-19.13,14 In the elderly, weakened innate and adaptive immune systems would allow higher and persistent viral loads — an assumption that is in line with a recent description of patients with COVID-19, in which the viral load detected in the posterior oropharynx correlates with age.15 This increased viral load represents intense and persistent antigenic stimulus in the elderly, concomitantly with lower immune system regulation. The relationship between changes in the immune system, advanced age and COVID-19 severity is shown in Figure 2. To better understand this, it is necessary to define and describe the processes of immunosenescence and inflammaging.

Figure 2. Relationship between immunosenescence, inflammageing and severity of infection by COVID-19. Note that changes in the immune system and inflammatory status can contribute to the severity of the infection both by impacting viral replication and by increasing inflammatory cytokines.

Figure 2

Dendritic cells (DC) are cells of the innate immune system that connect the innate and adaptive immune systems16 — this cell subtype seems important in the host’s defense against SARS-CoV-2, given the location of this cell type (present in the skin, nasal cavity, lungs, peripheral blood, the sites where we can find the virus). In the elderly, DCs: 1) have poorer phagocytic capacity — which may result not only in a less efficient immune system response, but also in reduced physiological capacity to remove proper components (including apoptotic cells); 2) are less able to instruct an adaptive immune response through coordinated signaling; 3) remain capable of secreting inflammatory cytokines under stress conditions, contributing to a chronic inflammatory state.17-19

In addition to DCs, monocytes and macrophages act on innate immunity by producing pro-inflammatory cytokines and processing and presenting antigens to T lymphocytes. With aging, there may be reduced generation of macrophage precursors and their phagocytic function.20 Signaling dysregulation by Toll-like receptors (TLR) has also been described, generating insufficient production of tumor necrosis factor-alpha (TNF-α) and interleukin-6 (IL-6), and contributing to poorer activation of essential immune cells in immune response, such as lymphocytes.21

Senescence also causes an imbalance in Natural Killer (NK) cell populations — which play an early role in the immune response to infectious processes and participate on orchestrating the subsequent steps of the adaptive immune response. There is an increase in the subtype CD56dim (high cytotoxic capacity) and a decrease in the subtype CD56bright (low cytotoxic capacity, but with high immunoregulatory activity through secretion of cytokines and chemokines) impacting both adaptive immune response and regulatory capacity of the immune system.22-25

In addition to changes in innate immunity, aging directly impacts the adaptive immune response mediated by T and B lymphocytes. Elderly people are known to have attenuated antibody production and reduced vaccine response. Several mechanisms contribute to this deficiency: 1) the balance between different subtypes of B lymphocytes is altered, with a higher proportion of memory B cells, which produce large amounts of inflammatory cytokines and contribute to the status of systemic inflammation in this population (these cells possibly have a role in the generation and maintenance of systemic inflammation, known as inflammaging);26 2) Naïve B lymphocytes in the elderly are capable of producing IL-10 and TNF-α with physiological stimulus, while naïve B lymphocytes in young individuals require more potent stimuli; 3) plasmocytes have reduced clonal expansion with aging, culminating in the production of antibodies with lesser antigenic affinity;27,28 4) decreased B lymphocyte repertoire caused by increased memory cell compartment impacts the ability to respond to new antigenic stimuli. Reduced primary humoral response capacity, in turn, is associated with disturbances both in the switch of immunoglobulin class and in the generation of specific antibodies with different functions. Therefore, there is greater susceptibility to infections.29

In patients affected by the severe form of COVID-19, lung parenchyma damage would be caused mainly by severe inflammatory response and less by the direct virus action. Exacerbated immune (or immunopathogenic) response partly accounts for severe pneumonia, respiratory failure in these individuals, and often for disorders in other organs and systems. One of the problems related to aging is that some elderly people or patients with chronic diseases are unable to modulate inflammatory immune response, leading to an overflow of immune cells and inflammatory cytokines in the lungs, an event called “cytokine storm”.13 Several of the cytokines described in the context of inflammaging, such as IL-6, TNF-α and interferon gamma (IFN-γ) participate in this storm of cytokines. IL-6 is also related to frailty, loss of muscle mass, cognitive decline and risk of hospitalization for pneumonia, frequent manifestations in frail elderly people. This cytokine triggers inflammation and tissue injury, which may facilitate the invasion of pathogens.30,31 Elderly people have high levels of TNF-α after stimulation with lipopolysaccharides (LPS) and IFN-γ.32 This cytokine reduces the expression of CD28 by inhibiting its transcription (in which the molecular mechanisms are not yet well known).32-34 In patients with COVID-19, increased levels of TNF-α, IL-6, IFN-γ and IL-10 have been reported; whereas reduced levels of these cytokines were related to the resolution of the disease.35 Similar findings were described by Huang et al., but an even larger panel of inflammatory cytokines was analyzed and included interleukin 1 beta (IL-1β), IL-12 and monocyte chemoattractant protein 1 (MCP1).36

Multimorbidity

Individual-multimorbidity interaction is complex and interferes with the clinical management of patients with COVID-19. If in the routine follow-up of people with multimorbidity disease-disease, disease-treatment and treatment-treatment interactions should already be considered, in the context of infection with the novel coronavirus, an additional variable37 is introduced, often accompanied by new organic dysfunctions and poorly understood effects.

In a theoretical example, one can imagine a 72-year-old patient with Hypertension, heart failure with reduced ejection fraction, chronic obstructive pulmonary disease (COPD), dyslipidemia, depression and mild cognitive impairment using statins, angiotensin II type 1 receptor blocker (ARB), beta-blocker, inhalation device with long-acting beta-2-agonist/inhaled corticoid and selective serotonin reuptake inhibitor (SSRI). If this patients is hospitalized with COVID-19 presents acute hypoxemic respiratory failure and requires admission to the Intensive Care Unit (ICU) with mechanical ventilation. Chloroquine and azithromycin are initiated and, during hospitalization, the patient presents acute confusional state, acute kidney failure and ventricular arrhythmia. Figure 3 exemplifies the various possible interactions in this scenario (interaction between diseases (blue lines), interaction between treatment for one disease impacting another disease (black lines) and interactions between treatments (red lines). This complex scenario illustrates the importance of patient-centered care to define the therapeutic plan, given that interactions between diseases and treatments can be harmful to patients with multimorbidity.37,38

Figure 3. Theoretical model of a patient with multimorbidity with COVID-19. Blue balloons represent chronic diseases; green balloons, COVID-19 complications; yellow rectangles, treatment for chronic diseases; and red rectangles, new therapy initiated on admission. Gray lines represent usual treatment based on the disease; blue lines, potential disease interactions; red lines, potential interactions between the proposed treatments; and black lines, potential interactions between the proposed treatment for two different diseases. COPD: chronic obstructive pulmonary disease; HTN: Hypertension; HF: heart failure; AKI: Acute Kidney Injury; SSRI: selective serotonin reuptake inhibitor; ICU: intensive care unit. Adapted from.37,38.

Figure 3

Although the available information suggests an association between multimorbidity and severity of COVID-19, it is still unclear whether there are specific situations in which the treatment of chronic diseases may have a beneficial effect on infection control (e.g.: HIV using antiretroviral, permanent atrial fibrillation using oral anticoagulation). Thus, while there is no more information about SARS-CoV-2 infection, care should be taken before untimely suspending medications to which the patient is accustomed. The healthcare team is responsible for weighing, on a case-by-case basis, the risks and benefits of each drug in use in view of possible interventions against COVID-19. This avoids the unwanted cascade in which disease number 1 (COVID-19) is controlled today and diseases number 2, 3, 4 ... (chronic diseases) become even bigger problems tomorrow.37-39

Frailty

Although every elderly person has some risk of developing frailty, it is more common among those with multimorbidities, physical inactivity and inadequate nutrition.40 Frailty is associated with a chronic pro-inflammatory state characterized by increased cytokines such as interleukin 6 (IL-6) and tumor necrosis factor alpha (TNF-α), whose levels can predict loss of functionality and other adverse health outcomes.41 Taking this information into account, and knowing that there are outcomes suggesting an association between high levels of IL-6 and higher mortality in individuals with COVID-19,42 frailty is likely a more robust prognostic marker than age, in the disease.

Unfortunately in the context of a pandemic, during which clinical decisions and limited resources need to be arranged quickly, it is common for purely age criteria to be used to define the best candidates for certain managements.43 However, it is essential to understand that the geriatric population is much more heterogeneous than other age groups, and that, therefore, it is not possible to determine an automatic correlation between age and the potential for treatment benefits.43 This caveat is particularly true when treatment includes general clinical support measures and proper medical and hospital assistance, as in COVID-19.

On the other hand, classifying people of the same age group according to frailty, at different levels of risk for adverse outcomes, can assist in the prognostic assessment of those infected with COVID-19. Its identification is possible through simple scales, such as the FRAIL scale and the Frailty Index, as these screening instruments are currently validated for filling in information from patients, family members or medical records, an interesting flexibility in a scenario where isolation measures are necessary.44,45

The identification of frailty from the emergency care unit can help understand acute illness in the context of an individual’s baseline health conditions, hence helping the team to predict adverse events. Therewith, it is possible to implement interventions aimed at preventing these adverse events and guide the decisions on allocation of resources.46 Such work is part of the global assessment of the elderly, the cornerstone in the multidisciplinary teams’ work of managing medications, preventing falls and delirium, and implementing care transitions.

Frailty syndrome has not been sufficiently studied in the context of COVID-19. Exploring its usefulness for assessing prognosis and defining the proportionality of support measures can be a fundamental step so that health professionals may act with justice and security, without omission or negligence in the application of health resources.

Prospects

It is clear that the elderly will be those who will be most impacted by the pandemic, regarding morbidity and mortality — this includes different aspects discussed in this study, connected in some aspects and acting synergistic in others: expression of ACE2 and renin-angiotensin system, immunosenescence, inflammaging, multimorbidity and frailty, summarized in Figure 3.

The SARS-CoV-2 imposes a range of challenges on health system managers, government officials, health professionals and society in general. In a scenario with finite resources and saturation of health services, a rational allocation of the health system will be necessary.47 Decision-making, however, should never be based solely and exclusively on an individual’s chronological age — healthcare professionals relocated to see patients with COVID-19 must be familiar with the application of frailty scores determined by their institutional practice and complete mandatory training. Cardiologists are aware of the impact of frailty in the treatment of cardiovascular diseases.48,49

The knowledge generated during this pandemic can be essential to provide answers about the peculiarities of aging in several other contexts. Human, technological and scientific community engagement is possibly the greatest in our history and this unique resource may allow the implementation of new therapies, vaccines, expand our diagnostic capacity with an inestimable impact on the health of the elderly, both for COVID-19 and for other diseases related to aging.50

Footnotes

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES