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. 2020 Oct 13;115(4):712–716. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200704
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Segurança dos Procedimentos da Cardiologia Intervencionista na Síndrome Coronariana Crônica durante a Pandemia de COVID-19

Esmeralci Ferreira 1,, Thales Siqueira Alves 1, Ricardo Mourilhe-Rocha 1, Ana Luiza Iannarella Lacerda 1, Felipe Neves Albuquerque 1, Pedro Pimenta de Mello Spineti 1, Daniel Xavier de Brito Setta 1, Roberto Esporcatte 1, Denilson Campos Albuquerque 1
PMCID: PMC8386985  PMID: 33111874

A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, o que implica aumento de morbidade, com seus fatores de risco bem definidos. A doença coronariana aguda tem as indicações de tratamentos intervencionistas muito bem estabelecidas, e nas síndromes coronarianas crônicas (SCC), as indicações de intervenção são pautadas no grau de isquemia e na sintomatologia dos pacientes.1,2 No entanto, a pandemia de COVID-19 causada pelo novo Coronavírus, mutação do vírus que provoca a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), mudou de forma radical as indicações de procedimentos intervencionistas, independentemente da apresentação clínica.3

A ampla transmissão comunitária, o grave acometimento e a complexidade da doença resultam em uma taxa de mortalidade que pode chegar a 12% nos grupos de risco, principalmente portadores de DVC.3 Por isso, a COVID-19 desencadeou uma mudança de paradigma nos atendimentos cardiológicos em todo o mundo, principalmente nos ambientes da cardiologia intervencionista.4-8

Nas síndromes coronarianas agudas (SCA) houve uma expressiva redução da procura dos pacientes pelas salas de emergência, talvez por medo da infecção ou mesmo por estarem menos sintomáticos no período de confinamento. Retardos no sistema de regulação dos serviços públicos também ocorreram, certamente provocados por sobrecarga na internação hospitalar.6 Por outro lado, os setores de cardiologia intervencionista restringiram os atendimentos a esses pacientes, e novas rotinas foram criadas para realização de intervenções, apenas em situações de maior gravidade, com verdadeira desmobilização nos protocolos de dor torácica.7,8 Por exemplo, muitos hospitais terciários preconizaram a indicação de trombólise, em vez de angioplastia primária, e outros realizaram procedimentos intervencionistas apenas mediante testes rápidos para excluir a possibilidade de infecção pelo SARS-CoV-2. Todas essas ações foram respaldadas ou orientadas pelas sociedades de cardiologia intervencionista do mundo inteiro.4,5,7,8

Nas SCC, os exames de diagnóstico invasivo foram literalmente suspensos para pacientes eletivos, sem previsão de agendamento. Isso ocorreu no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja suspensão das consultas eletivas também impactou de forma indireta na redução dos procedimentos. No sistema suplementar de saúde, as senhas de autorização foram suspensas por diversas seguradoras.

Admitir que pacientes com SCC apresentem menor gravidade não condiz com os dados observados em literatura, os quais demonstram incidência de lesões obstrutivas significativas em mais de 50% dos casos.9-11 Em contrapartida, não há dados de literatura sugerindo a realização de procedimentos de intervenção em indivíduos estáveis durante a pandemia. Partindo da premissa de que, nas SCC, os procedimentos não devem ser adiados, uma vez que os pacientes são potencialmente portadores de coronariopatia grave, foi organizada uma coorte de pacientes para efetiva orientação por meio de consultas. Independentemente da fase de afastamento social imposta pela pandemia, os procedimentos foram realizados da forma mais segura possível. O objetivo principal foi avaliar, em uma população inicial de 105 pacientes do SUS com SCC, se havia segurança em relação ao risco de infecção pelo SARS-CoV-2 na realização de coronariografia com ou sem intervenção coronária percutânea (ICP). Foram analisados: perfil clínico, resultado angiográfico, necessidade de revascularização, mortalidade e ocorrência ou não de suspensão de exames devido a diagnóstico ou suspeição da infecção.

Métodos

Neste estudo prospectivo realizado durante a pandemia de COVID-19, foram avaliados 105 pacientes do SUS com SCC por meio de coronariografia eletiva, atendidos em um hospital universitário entre março e maio de 2020. Quatro deles foram excluídos por não comparecerem ao exame na data agendada. Todos foram avaliados previamente em consulta médica com um cardiologista, havendo inclusão de dados do perfil clínico de cada um. Durante a consulta e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, os pacientes foram orientados a fazer isolamento social, o que foi entendido por todos. Os procedimentos foram realizados de forma segura com equipamentos de proteção individual (EPI) tanto para as equipes quanto para os pacientes. As condutas foram tomadas com base nas lesões coronarianas.

Foram consideradas graves aquelas acima de 70% do lúmen, em vasos epicárdicos e acima de 50% em tronco de coronária esquerda (TCE). As lesões foram avaliadas por dois ou mais observadores experientes. A avaliação da sintomatologia clínica para a presença de COVID-19 foi feita durante a consulta, no período hospitalar e após 15 dias de qualquer presença no hospital. A orientação para realização de teste foi programada apenas em caso de suspeição da doença. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da instituição (CAAE 31784420.7.0000.5259. Número do Parecer: 4.035.853)

Análise estatística

Os dados foram analisados por meio do software da IBM SPSS, versão 25.0. As variáveis contínuas foram descritas com base em sua média e em seu desvio-padrão; e as variáveis categóricas, de acordo com esse número absoluto em percentual.

Resultados

Entre março e maio de 2020, 194 consultas ambulatoriais pré-cateterismo foram realizadas, e 105 pacientes tiveram seus exames agendados. Dois deles (1,03%) apresentaram síndrome gripal na data marcada e, por isso, foram orientados a manter isolamento domiciliar por 15 dias e procurar hospital em caso de piora. Ambos faltaram na data do exame; logo, não se obteve informação posterior sobre a evolução dos mesmos. Outros dois pacientes faltaram ao exame e não houve mais contato. Cento e um pacientes compareceram para realização do procedimento, mas um deles evoluiu com óbito cardiovascular antes (taquicardia ventricular). Foram considerados 101 indivíduos analisados, com a realização de cateterismo associado ou não à ICP em 100 pacientes e 15 (14,8%) internações para o procedimento. Ocorreram 11 ICP e três cirurgias de revascularização do miocárdio (CRVM). A média de idade foi 61,88 ± 10,3 anos, e 51,5% eram homens. Dentre os fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC), a hipertensão arterial sistêmica (HAS), o diabetes melito (DM) e a dislipidemia (DLP) foram os mais prevalentes (Tabela 1).

Tabela 1. Características gerais da população avaliada.

Características de base Pacientes analisados (n = 101)
Idade (anos) 61,88 ± 10,3
Masculino 52 (51,5)
Feminino 49 (48,5)
Tabagismo 19 (18,8)
Hipertenso 89 (88,1)
Diabetes melito 41 (40,6)
Dislipidemia 31 (30,7)
IAM prévio 31 (30,7)
CAT prévio 8 (7,9)
CRVM prévia 7 (6,9)
Apresentação clínica
AE 101(100)
TNI
Realizados 37 (37)
DAC obst. 19 51,4
Sem DAC obst. 18 48,6
Não realizados 63 (63)
DAC obst. 35 (55,6)
Sem DAC obst. 28(44,4)

Valores demonstrados em n (%). IAM: infarto agudo do miocárdio; CAT: cateterismo coronariano; CRVM: cirurgia de revascularização do miocárdio; AE: angina estável; TNI: teste não invasivo; DAC: doença arterial coronariana; Obst.: obstrutiva.

A prevalência de DAC obstrutiva foi encontrada em 54%, sendo que 22% apresentavam acometimento trivascular, com envolvimento de 8% no TCE e 35% na artéria descendente anterior (ADA) (Tabela 2). Nos pacientes com envolvimento de TCE, 87,5% estavam associados à DAC multiarterial, e somente um paciente apresentou estenose isolada em corpo de TCE (Figura 1). Dentre os homens, 66,6% apresentaram DAC obstrutiva e 40,8% entre as mulheres. A DAC ocorreu em 63% dos pacientes com idade superior a 60 anos. A via radial foi utilizada em 97% dos casos. ICP ou CRVM de urgência foi feita em 14% dos pacientes com DAC obstrutiva. Dentre as ICP realizadas, 70% trataram apenas um vaso.

Tabela 2. Características angiográficas e condutas.

Características angiográficas Procedimentos (n = 100)
CAT 89
CAT e ICP 11
Ad hoc 4 (36,4%)
Urgente 7 (63,6%)
CRVM 3
Óbito 1
Uniarterial 20
Biarterial 12
Triarterial 22
Localização das lesões nas artérias
TCE 8
DA 35
CX 32
CD 32
Vias de acesso
Radial 97
Femoral 3

CAT: cateterismo coronariano; ICP: intervenção coronariana percutânea; CRVM: cirurgia de revascularização do miocárdio; TCE: tronco de coronária esquerda; DA: descendente anterior; CX: circunflexa; CD: coronária direita.

Figura 1. Coronariografia em duas projeções mostrando lesão de 75% no tronco da coronária esquerda (TCE) e pós-implante de stent farmacológico de 4,0 x 12 mm no TCE.

Figura 1

Entre os oito examinadores e membros da equipe, nenhum apresentou suspeita/confirmação de COVID-19 durante o período do estudo, e nenhum dos pacientes internados mostrou sintomas clínicos de COVID-19 durante a internação. Todos os que realizaram procedimentos se mantiveram em isolamento conforme orientação prévia. Em relação àqueles que fizeram o procedimento, nenhum apresentou síndrome gripal nos 15 dias posteriores ao exame.

Discussão

Este estudo preliminar mostrou segurança para pacientes e equipe na realização de exames eletivos, mesmo durante a pandemia. No entanto, não há dados comparativos, pois não existem dados na literatura avaliando esse tipo de população. Analisando todos os pacientes dessa casuística, foi observado que, a despeito do quadro de SCC, um percentual significativo (14,8% dos pacientes) apresentou eventos graves, com um óbito, 14 indicações a internação para revascularização imediata (ad hoc) ou dentro da primeira semana após o procedimento, sendo três com encaminhamento para cirurgia. A média de idade de 61,8 anos e a maior incidência de hipertensão e diabetes melito foram semelhantes aos dados de outros estudos em pacientes submetidos a coronariografia.9,10

A taxa de exames normais (46%) foi dentro daquela encontrada na literatura, conforme estudo de Costa et al.,9 o qual avaliou uma coorte de 1.844 pacientes submetidos à coronariografia. Os autores também enfatizaram um percentual significativo (52,9%) de DAC grave nas SCC.

Sant’Anna et al. relataram 45% de coronárias normais em uma avaliação de 503 pacientes, mas a prevalência era em população constituída de pacientes jovens, do sexo feminino e não tabagistas.10 Já um estudo americano11 com 1.989.779 exames encontrou uma prevalência de DAC moderada/grave de 41,0% em pacientes com SCC. Analisando indivíduos com DAC obstrutiva, 26% tiveram necessidade de intervenção de urgência devido à gravidade das lesões.

Apesar de ter ocorrido um óbito antes do exame, a presença de lesão de tronco em apenas 8% dos pacientes e de envolvimento triarterial em 22% em relação a indivíduos estáveis superou as expectativas. A gravidade das lesões de TCE também não correspondeu ao que se costuma encontrar em pessoas com SCC, com somente um paciente tratado de forma urgente, por via percutânea (Figura 1). Cerca de 74% dos pacientes com indicação de CRVM ou ICP foram orientados para que seus procedimentos fossem agendados de forma eletiva. Dentre aqueles com DAC obstrutiva (54%), somente 26% (14) já realizaram procedimento de revascularização, e 74% (40) estavam com anatomia coronariana obstrutiva conhecida aguardando procedimento.

Nas SCA, as orientações para atendimento durante a pandemia são mais bem estabelecidas, inclusive com respaldo de várias sociedades de cardiologia, sempre respeitando o equilíbrio entre a exposição da equipe e o benefício do paciente.3,4,6,7 No infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST (IAMCSST) em pacientes com COVID-19 ativo, a fibrinólise pode ser considerada uma opção em indivíduos relativamente estáveis.3-6 Nos instáveis ou com potencial deterioração clínica, a ICP primária (ICPP) deve ser realizada.

Em um estudo multicêntrico nacional desenvolvido na Itália, envolvendo 54 hospitais durante o período de uma semana comparativa, entre os anos de 2019 e 2020, houve uma redução significativa de 48,4% (319 x 618, p < 0,001) na quantidade de infartos; entretanto, o número de casos fatais aumentou para 13,7%, comparados aos 4,1% previamente registrados em 2019 (RR = 3,3; 95% IC 1,7 a 6,6; p < 0,001).12 O registro de Nova Iorque (EUA) também evidenciou aumento de mortalidade em domicílios cerca de 8 a 10 vezes em relação ao mesmo período em anos anteriores.13 Esses resultados estão alinhados com o registro espanhol,14 que mostra redução de 40% dos casos de IAMCSST, e em diferentes estados norte-americanos cuja redução nas internações variou entre 38 e 48%.13

No infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST (IAMSSST), os relatos também apontam para uma diminuição acentuada no número das internações semanais, como avaliado no estudo italiano, sendo de 350 para 122 (65,4% de redução; 95% IC 60,3 a 70,3; p < 0,001).12 A recomendação mais aceita no IAMSSST é que, se houver possibilidade, a realização de testes para COVID-19 antes do cateterismo cardíaco é uma boa alternativa, sendo que pacientes mais graves deverão ser submetidos à intervenção precocemente.3,4,6,7

Nas SCC, as recomendações de intervenções são menos consistentes e consideram de forma superficial que as condutas devam ser individualizadas e indicadas apenas em pacientes de alto risco.6,8 Welt et al.8 preconizam a redução do número de procedimentos, com adiamento de casos eletivos e divisão da equipe em turnos para rodízio de profissionais, com ênfase na redução do risco de contaminação da equipe.

Essas medidas restritivas relacionadas aos pacientes estáveis proporcionaram uma zona de conforto em relação à redução da propagação da COVID-19; entretanto, de maneira objetiva, observou-se que a atenção à doença coronariana não estava contemplada no que se refere às boas práticas previamente estabelecidas antes da pandemia.

Em nosso meio, a pandemia alterou de maneira contundente o atendimento médico em diversas especialidades, com suspensão de procedimentos e consultas eletivas. A maioria da classe médica orientou, tanto a pacientes oriundos do sistema de saúde suplementar quanto aos usuários do SUS, a protelarem seus procedimentos eletivos e a recorrerem às salas de emergência em casos de sintomas intensos de precordialgia, dispneia etc. Essa orientação, sem dúvida, protege do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) os indivíduos que se mantiverem assintomáticos ou oligossintomáticos, mas expõe à infecção aqueles que, em casos de necessidade premente, necessitem do atendimento. Por outro lado, indivíduos que não julguem sua sintomatologia tão intensa ou que sejam mais tolerantes à dor podem ser acometidos de uma reflexão temerária. Nesses casos, o adiamento da procura por socorro pode ter consequências graves, inclusive a de morte cardíaca domiciliar.

A resolução nº 2004, de 18/03/2020, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ)15 suspendeu os atendimentos ambulatoriais eletivos nas unidades públicas; porém, de maneira acertada, manteve os atendimentos ambulatoriais essenciais, incluindo os de oncologia e cardiologia. Mesmo assim, o acesso dos pacientes foi afetado, e a resolução não foi acatada de forma ampla. Via de regra, os pacientes do SUS são mais graves e com mais fatores de riscos. Nestes, há grandes dificuldades em descobrir quem realmente é estável do ponto de vista global e quem pode ser acometido por uma agudização do quadro, com necessidade de internação. Por isso, parece razoável preservar a capacidade dos leitos hospitalares, evitando procedimentos eletivos desnecessários em pacientes estáveis, com comorbidades significativas ou nos quais o tempo de internação pós-intervenção seja superior a 24 a 48 horas. Não obstante, a despeito do alinhamento com a maioria das medidas protetivas para pacientes e equipe, ressalta-se que, em pacientes com SCC, existe a possibilidade de realização dos procedimentos e da quebra cautelosa nas medidas restritivas, sem riscos adicionais de exposição ao vírus.

Na série de casos apresentada, a busca ativa foi feita procurando selecionar os sintomáticos, isquêmicos e com múltiplos fatores de risco, evitando, assim, que eles procurassem qualquer tipo de consulta ou ida a um hospital de emergência. Entende-se que essa ação rápida no diagnóstico e tratamento de tais pacientes foi uma medida que evitou um desfecho mais grave em termos de eventos coronarianos. Por outro lado, os cuidados rígidos e as orientações que ocorreram desde a consulta, bem como o reforço de isolamento, as rotinas no procedimento e a tentativa de reduzir ao máximo o tempo de internação minimizou os riscos de infecção pelo novo Coronavírus. Na crise da saúde desencadeada pela COVID-19, não houve orientações objetivas sobre a realização dos procedimentos em pacientes estáveis, exatamente em função de suspensão ou adiamento dos mesmos. Na experiência “de mundo real”, o atendimento dos pacientes com suspeita de DAC por meio de uma avaliação clínica e do conhecimento rápido da anatomia coronariana deve ser feito antes de uma possível instabilidade clínica. Isso porque, nessa população, demonstra-se de forma clara que o risco de eventos cardíacos aos quais estão suscetíveis é muito maior do que a possibilidade de apresentar complicações da doença causada pelo vírus.

Embora não seja determinado que essa seja efetivamente a melhor conduta, os dados sugerem uma reflexão para que os atendimentos nos laboratórios de hemodinâmica, nesta fase de pandemia, sejam reavaliados e não sejam suspensos ou adiados de forma sistemática.

Limitações

As principais limitações são o número pequeno de pacientes, as variáveis de baixa prevalência que necessitam de amostras muito maiores e o caráter unicêntrico do estudo. Além disso, por orientação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, não foram realizados testes para COVID-19 em nenhum dos pacientes e na equipe, pois todos estavam assintomáticos no momento do procedimento e permaneceram assim por no mínimo 15 dias. Apesar das limitações, as observações podem servir de estímulo para que outros serviços desenvolvam análises multicêntricas mais robustas estatisticamente.

Conclusões

Nosso ponto de vista é pautado neste estudo, no qual a realização dos exames eletivos em indivíduos com doença coronariana crônica foi segura para pacientes e profissionais, mesmo durante a pandemia, sendo um contraponto à maioria das recomendações de outros serviços. O estudo possibilitou demonstrar que a avaliação angiográfica anatômica revelou pacientes de alto risco de morbimortalidade, com necessidade de intervenções naqueles com lesões complexas. Isso contribuiu para reduzir o número de síndromes coronarianas agudas nessa população.

Footnotes

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Referências

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Arq Bras Cardiol. 2020 Oct 13;115(4):712–716. [Article in English]

Safety of Interventional Cardiology Procedures in Chronic Coronary Syndrome during the COVID-19 Pandemic

Esmeralci Ferreira 1,, Thales Siqueira Alves 1, Ricardo Mourilhe-Rocha 1, Ana Luiza Iannarella Lacerda 1, Felipe Neves Albuquerque 1, Pedro Pimenta de Mello Spineti 1, Daniel Xavier de Brito Setta 1, Roberto Esporcatte 1, Denilson Campos Albuquerque 1

Cardiovascular disease (CVD) is the leading cause of mortality in Brazil and in the world, with increased morbidity and well-defined risk factors. Acute coronary heart disease has very well-established indications for interventional treatments. In chronic coronary syndrome (CCS), the indications for intervention are based on the degree of ischemia and the symptoms of each patient.1,2 The pandemic triggered by severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), which causes COVID-19, has radically changed the indications for interventional procedures, regardless of clinical presentation.3

Wide community transmission, severe involvement and complexity of the disease, and a mortality rate that may reach up to 12% in risk groups, mainly those with CVD, have been observed.3 COVID-19 has triggered a paradigm shift in cardiology care worldwide, especially in interventional cardiology settings.4-8

In acute coronary syndrome (ACS), there has been a significant reduction in the number of patients seeking emergency rooms, perhaps due to fear of infection or even because they were less symptomatic during lockdown. Delays in the public service regulation system have also occurred, certainly caused by overload in hospital admissions.6 Conversely, interventional cardiology departments have restricted care to these patients, and new routines have been created to perform interventions only in more severe situations, with real demobilization in chest pain protocols.7,8 Many tertiary care hospitals have recommended thrombolysis rather than primary angioplasty, and others have performed interventional procedures only after rapid testing to exclude SARS-CoV-2 infection. All actions have been supported or guided by interventional cardiology societies worldwide.4,5,7,8

Invasive diagnostic tests have been fully suspended for elective patients with CCS, with no schedule for appointments. This has occurred in the Brazilian Unified Health System (SUS), whose suspension of elective appointments has also had an indirect impact on the reduction in procedures. In the private health insurance system, authorization passwords have been suspended by several insurers.

Acknowledging that patients with CCS are less severe does not represent the data seen in the literature, which demonstrate incidence of significant obstructions in more than 50% of cases.9-11 In contrast, we found no data suggesting interventional procedures for stable individuals during the pandemic. Based on the assumption that procedures in patients with CCS should not be delayed, as they potentially have severe coronary heart disease, we organized a cohort of patients to conduct effective guidance during appointments. Regardless of the stage of social distancing imposed by the pandemic, the procedures were conducted in the safest way possible. Our primary objective was to evaluate whether performing coronary angiography with or without percutaneous coronary intervention (PCI) was safe regarding the risk of SARS-CoV-2 infection in an initial population of 105 SUS patients with CCS. We analyzed clinical profile, angiography results, need for revascularization, mortality, and whether tests were suspended due to diagnosis or suspicion of the infection.

Methods

In this prospective study conducted during the COVID-19 pandemic, 105 SUS patients with CCS undergoing elective coronary angiography at a teaching hospital between March and May 2020 were evaluated. Four patients were excluded for not attending the test on the scheduled date. All patients were previously evaluated by a cardiologist in a medical appointment, including data on each patient’s clinical profile. During the appointment and when signing the informed consent form, patients were advised to make social isolation, and the guidance was understood by all. The procedures were performed safely with both staff and patients wearing personal protective equipment (PPE). The approaches were taken based on the coronary lesions. Those above 70% of the lumen in epicardial coronary vessels and those above 50% in the left main coronary artery (LMCA) were considered severe. The lesions were assessed by two or more experienced observers. The assessment of clinical symptoms for presence of COVID-19 was made during the appointment, in the hospital stay, and after 15 days of being at the hospital. The guidance for performing the test was scheduled only in case of suspicion of the disease. The study was approved by the institution’s research ethics committee (registration number: CAAE 31784420.7.0000.5259; opinion number: 4.035.853).

Statistical analysis

Data were analyzed using IBM SPSS, version 25.0. Continuous variables were described as mean and standard deviation, and categorical variables were described as absolute numbers and percentages.

Results

In total, 194 precatheterization outpatient appointments were made and 105 patients had their tests scheduled between March and May 2020. With regard to appointments, two patients (1.03%) had flu-like syndrome on the day of the appointment and were advised to maintain isolation at home for 15 days and to seek care at the hospital if their condition deteriorated. Both patients did not attend the scheduled test and no further information was obtained about their progress. Two other patients missed the exam and there was no further contact. Onde hundred and one patients attended the test. One patient had cardiovascular death before the procedure (ventricular tachycardia). We considered 101 patients for analysis, including 100 patients undergoing catheterization either combined with PCI or not and 15 (14.8%) admissions for the procedure. There were 11 PCIs and 3 coronary artery bypass grafts (CABGs). Mean age was 61.88 ± 10.3 years, and 51.5% were male. Hypertension, diabetes mellitus, and dyslipidemia were the most prevalent risk factors for coronary artery disease (CAD) (Table 1).

Table 1. General characteristics of the population.

Baseline characteristics Patients analyzed (N = 101)
Age (years) 61.88 ± 10.3
Male 52 (51.5)
Female 49 (48.5)
Smoking 19 (18.8)
Hypertension 89 (88.1)
Diabetes mellitus 41 (40.6)
Dyslipidemia 31 (30.7)
Previous AMI 31 (30.7)
Previous Cath 8 (7.9)
Previous CABG 7 (6.9)
Clinical presentation
SA 101 (100)
NIT
Performed 37 (37)
Obst. CAD 19 51.4
No obst. CAD 18 48.6
Not performed 63 (63)
Obst. CAD 35 (55.6)
No obst. CAD 28 (44.4)

Values shown as n (%). AMI: acute myocardial infarction; CABG: coronary artery bypass graft; CAD: coronary artery disease; Cath: coronary catheterization; NIT: noninvasive test; Obst.: obstructive; SA: stable angina.

The prevalence of obstructive CAD was 54%, of which 22% had triple-vessel involvement, with 8% involving the LMCA and 35% involving the left anterior descending artery (LAD) (Table 2). In patients with LMCA involvement, 87.5% were associated with multivessel CAD and only one patient had isolated stenosis in the LMCA (Figure 1). Obstructive CAD was found in 66.6% of men and 40.8% of women. CAD occurred in 63% of patients aged > 60 years. Radial access was used in 97% of cases.

Table 2. Angiographic characteristics and approaches.

Angiographic characteristics Procedures (N = 100)
Cath 89
Cath and PCI 11
Ad hoc 4 (36.4)
Urgent 7 (63.6)
CABG 3
Death 1
Single-vessel 20
Double-vessel 12
Triple-vessel 22
Location of lesions in the arteries
LMCA 8
LAD 35
LCX 32
RCA 32
Access routes
Radial 97
Femoral 3

Values shown as n (%). CABG: coronary artery bypass graft; Cath: coronary catheterization; LAD: left anterior descending artery; LCX: left circumflex artery; LMCA: left main coronary artery; PCI: percutaneous coronary intervention; RCA: right coronary artery.

Figure 1. coronary angiography in two projections showing a 75% lesion in the left main coronary artery (LMCA) and then following 4.0 x 12 mm drug-eluting stent implantation in the LMCA.

Figure 1

PCI or urgent CABG was performed in 14% of patients with obstructive CAD. Of all PCIs performed, 70% treated only one vessel.

Among the eight examiners and staff members, none had suspected or confirmed COVID-19 during the study. None of the admitted patients had COVID-19 symptoms during hospitalization. All patients who underwent procedures were kept in isolation according to previous guidance. Regarding the patients who underwent the procedure, none had flu-like syndrome within 15 days of the test.

Discussion

This preliminary study showed safety for both patients and staff in conducting elective tests, even during the pandemic. We do not have comparative data because there are no studies in the Brazilian literature evaluating this type of population. By evaluating all the patients in this series, we observed that, despite CCS, a significant percentage of 14.8% of the patients had serious events, including 1 death and 14 indications for admission for immediate (ad hoc) revascularization or within the first week following the procedure, 3 of which were indicated for surgery. The mean age of 61.8 years and the higher incidence of hypertension and diabetes mellitus were similar to those of other studies of patients undergoing coronary angiography.9,10

The rate of normal test results (46%) was within that found in the literature according to a study conducted by Costa et al.,9 who investigated a cohort of 1844 patients undergoing coronary angiography. Those authors also found a significant percentage (52.9%) of severe CAD in CCS.

Sant’Anna et al. reported 45% of normal coronary arteries in an evaluation of 503 patients, but the prevalence was found in a population consisting of young, female, nonsmoker patients.10 An American study11 of 1 989 779 tests found a prevalence of moderate-to-severe CAD of 41.0% in patients with CCS. Regarding patients with obstructive CAD, 26% required urgent intervention because of the severity of the lesion.

The presence of LMCA disease (8%) and triple-vessel involvement (22%) exceeded expectations for stable patients, as well as the occurrence of 1 death before the test. Also, the severity of LMCA disease does not correspond to that found in patients with CCS, and 1 patient was treated urgently by percutaneous route (Figure 1). Approximately 74% of patients with indication for CABG or PCI were advised to have their procedures scheduled electively. Among those with obstructive CAD (54%), only 26% (14) have already undergone a procedure for revascularization, and 74% (40) have known obstructive coronary anatomy awaiting a procedure.

The guidelines for ACS care during the pandemic are better established, with the support of several cardiology societies, always respecting the balance between staff’s exposure and patient’s benefit.3,4,6,7 In cases of ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) and active COVID-19, fibrinolysis may be considered an option in relatively stable patients.3-6 In unstable patients or those with potential clinical deterioration, primary PCI should be performed. In a national multicenter study involving 54 hospitals in Italy, there was a significant reduction of 48.4% (319 x 618, p < 0.001) in the number of infarctions during a comparative week between 2019 and 2020; however, the number of fatal cases increased by 13.7% compared to 4.1% that was previously recorded in 2019 (RR = 3.3, 95% CI 1.7–6.6; p < 0.001).12 A New York (United States, US) registry also showed increased mortality in households, about 8-10 times, compared to the same period in previous years.13 These results are consistent with those of a Spanish registry14 that showed a 40% reduction in STEMI cases and those of different US states whose reduction in admissions ranged from 38 to 48%.13

In non-ST-segment elevation myocardial infarction (NSTEMI), the reports also demonstrated a sharp decrease in the number of weekly admissions, as shown in the Italian study, in which the number reduced from 350 to 122 (65.4% reduction; 95% CI 60.3–70.3; p < 0.001).12 The most accepted recommendation for NSTEMI is, if possible, performing COVID-19 tests before cardiac catheterization, and more severe patients should undergo early intervention.3,4,6,7

The recommendations for CCS interventions are less consistent and superficially consider that the procedures should be individualized and indicated only for high-risk patients.6,8 Welt et al.8 suggested reducing the number of procedures, with delays in elective cases, and dividing the staff into shifts to rotate professionals, with a focus on reducing the risk of staff contamination.

Those restrictive measures for stable patients provided a comfort zone in relation to reducing the spread of COVID-19; however, in objective terms, we observed that coronary heart disease care was not included, with regard to the good practices established before the pandemic.

In Brazil, the pandemic has dramatically changed medical care in several specialties with suspension of elective procedures and appointments. Most medical professionals advised their patients, either private health insurance clients or SUS clients, to postpone their elective procedures and to seek emergency rooms in case of severe symptoms of chest pain, dyspnea, etc. This guidance undoubtedly protects individuals who remain asymptomatic or oligosymptomatic from SARS-CoV-2 but exposes patients who may need urgent care to infection. Conversely, individuals who believe their symptoms are not so severe or who are more tolerant of pain may be affected by a reckless reflection. In such cases, delaying care may have serious consequences, including cardiac death at home.

Resolution number 2004 of March 18, 2020 issued by the Rio de Janeiro State Health Department15 suspended elective outpatient care services in public units but correctly maintained essential outpatient care services, including those of oncology and cardiology. Nonetheless, access to patients was affected and the resolution was not widely accepted. As a rule, SUS patients are more severe and have more risk factors. In those patients, there are great difficulties in separating those who are overall stable from those who may be affected by an acute condition requiring hospitalization.

It seems reasonable to us to preserve the capacity of hospital beds, avoiding unnecessary elective procedures in stable patients with significant comorbidities or in those whose post-intervention length of stay is more than 24 to 48 hours.However, despite being in line with most protective measures for patients and staff, we highlight that patients with CCS may require procedures and this warrants cautiously breaking the restrictive measures with no additional risks of exposure to the virus.

In this case series, an active search was made to select patients who were symptomatic, ischemic, and with multiple risk factors, thus preventing them from attending any type of appointment or going to an emergency room. We understand that such rapid action in the diagnosis and treatment of those patients was a measure that prevented a more severe outcome in terms of coronary events. Conversely, strict care and guidance provided in the appointment, reinforced isolation, procedural routines, and the attempt to reduce length of stay have minimized the risks of coronavirus infection.

In the health crisis triggered by COVID-19, there was no objective guidance on the performance of procedures in stable patients exactly because they were suspended or delayed. In our real-world experience, providing patients with suspected CAD with care based on clinical assessment and rapid knowledge of coronary anatomy should be done before any possible clinical instability. In this population, we clearly demonstrated that the risk of cardiac events to which patients were exposed was much greater than the possibility of having complications of the disease caused by the virus.

Although they do not determine that this is effectively the best approach, our data suggest a reflection so that care in catheterization laboratories during the pandemic is reassessed and not systematically suspended or delayed.

Limitations

The main limitations are the small number of patients, the low-prevalence variables that require much larger samples, and the fact that this is a single-center study. In addition, under the guidance of the Hospital Infection Control Committee, we did not perform COVID-19 tests on any of the patients and staff because they were all asymptomatic at the time of the procedure and remained as such for at least 15 days. Despite the limitations, this study may encourage other services to generate multicenter observations and analyses with greater statistical robustness.

Conclusions

As shown in this study, the performance of elective tests in patients with CCS was safe for both patients and professionals even during the pandemic, contrasting with most recommendations from other services. The study demonstrated that the anatomical angiographic evaluation revealed patients at high risk of morbidity and mortality, requiring interventions in those with complex lesions, thereby contributing to reduce the number of ACS in this population.

Footnotes

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.


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