Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2020 May 22;114(5):834–838. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200243
View full-text in English

Implicações Cardiovasculares em Pacientes Infectados com Covid-19 e a Importância do Isolamento Social para Reduzir a Disseminação da Doença

Juliana Alves Costa 1, Juliana de Almeida Silveira 1, Sara Cristine Marques dos Santos 1, Patrícia Pereira Nogueira 1
PMCID: PMC8386993  PMID: 32491075

Resumo

Os sintomas respiratórios, principalmente o desenvolvimento de quadros de síndrome do desconforto respiratório agudo grave, dominam a discussão e as preocupações iniciais da população e dos profissionais de saúde. Entretanto, o sistema cardiovascular é bastante afetado por essas condições e, muitas vezes, é o responsável por complicações e mortalidade desses pacientes. Com o objetivo de mostrar as implicações cardiovasculares em pacientes infectados pela COVID-19 e a importância do isolamento social como alternativa de frear a disseminação da doença, foi realizada uma revisão da literatura com base em 37 artigos, nos idiomas inglês, português e espanhol, disponíveis na plataforma Scielo e PubMed. Os resultados mostraram que complicações cardíacas associadas à infecção pela COVID-19 são semelhantes às produzidas por: síndrome respiratória aguda grave (SARS), síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e influenza. Contudo, a COVID-19 apresenta uma contaminação muito maior e mais rápida e, ao contrário da gripe por influenza, ainda não existe vacina disponível ou tratamento. Diante disso, o isolamento social passa a ser uma ferramenta que pode reduzir e achatar a curva de casos incidentes e assim preservar as pessoas que se enquadrem no grupo de risco, diminuindo as chances de quadros graves da doença, possíveis óbitos e o colapso no sistema de saúde do país.

Keywords: Coronavirus, COVID-19, Infecções por Coronavirus/prevenção e controle, Isolamento Social, Disseminação da Doença

Introdução

O coronavírus se trata de um vírus pertencente à família Coronaviridae, causadores de uma gripe simples até doenças que podem causar risco maior à saúde da população. O novo coronavírus, causador da pandemia em 2020, recebeu a denominação SARS-CoV-2 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e a doença que ele provoca tem a denominação COVID-19.1 Primeiramente foi detectado em dezembro de 2019 em Wuhan, na China. No entanto, em virtude de seu alto poder de disseminação, diversos países confirmaram a presença de casos alóctones em meados de janeiro de 2020. No Brasil, confirmou-se o primeiro caso no dia 26 de fevereiro de 2020.2,3

Até o aparecimento do SARS-CoV-2, estavam descritas duas outras epidemias causadas por coronavírus: o SARS-CoV-1, causador da síndrome respiratória aguda grave (SARS), em 2002; e MERS-CoV, causador da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS), em 2012.4 A fisiopatologia do SARS-CoV-2 demostrou-se semelhante à do SARS-CoV-1, pois apresentam lesões pulmonares agudas devido à inflamação agressiva iniciada pela replicação viral. A infecção por SARS-CoV-2 pode causar aumento da secreção de interleucinas pró-inflamatórias e de interferon-gama (IFN-γ) que provocam as lesões pulmonares.5

O Brasil, assim como outros países, passa pelo processo de transição demográfica que tem como principal efeito o envelhecimento da população. Assim, as doenças do sistema circulatório aparecem como principal causa de mortalidade da população. Associando essa informação aos estudos recentes das implicações cardiovasculares e seu agravamento pelo SARS-CoV-2, fica evidente que medidas de prevenção e controle que diminuam riscos de contaminação e infecção são importantes ferramentas na diminuição de casos graves da doença e eventuais óbitos.

O presente artigo tem como objetivo relacionar a atual pandemia de COVID-19 com as implicações cardiovasculares, mostrando a importância do isolamento social como medida de prevenção e controle de disseminação da doença e preservação do Sistema de Saúde do país.

Material e métodos

Revisão da literatura com base em 37 artigos, nos idiomas inglês, português e espanhol, disponíveis na plataforma Scielo e PubMed, referentes as implicações cardiovasculares nos pacientes infectados pelo covid-19, importância do isolamento social como medida de prevenção e controle de disseminação da doença e preservação do sistema de saúde do país.

Panorama geral da COVID-19

A pandemia da COVID-19, assim como as epidemias prévias de outros coronavírus (SARS e MERS) e a pandemia de 2009 (H1N1), traz consequências graves nos modelos de saúde, econômicos e sociais de toda a população mundial.

A transição demográfica, apesar de ocorrer de forma diferenciada entre os países, de modo geral, caracteriza-se pelo aumento da população idosa em comparação às demais faixas etárias, pois cresce cerca de 4% ao ano. Fatores como diminuição da fecundidade, redução da mortalidade infantil e da mortalidade geral, melhorias na atenção à saúde da população, desenvolvimento tecnológico no tocante ao diagnóstico e tratamento das doenças também corroboram para o quadro demográfico atual.6

Concomitante ao aumento do número de idosos, ocorre uma transição epidemiológica, com crescimento da proporção das doenças no aparelho circulatório, diabetes melito, neoplasias, agravos por causas externas e doenças do aparelho respiratório.7 Estudos indicam que uma maior frequência de comorbidades está comumente relacionada à idade mais avançada.

A taxa de mortalidade da COVID-19 pode ser nove vezes maior entre pessoas com alguma doença crônica, quando comparada à de pacientes sem patologia preexistente. Dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em fevereiro demonstram que no grupo de infectados sem comorbidade apenas 1,4% morreu. Já entre os pacientes com alguma doença cardiovascular, por exemplo, o índice chegou a 13,2%. Considerando todos os pacientes infectados, a letalidade foi de 3,8%, mas vale ressaltar que, em função do andamento da pandemia, novos dados estatísticos vêm sendo adicionados aos estudos.

A forma severa da doença foi observada nos pacientes mais velhos8,9 que apresentavam um número mais significativo de condições comórbidas comparados aos pacientes não graves. Esses resultados sugerem que idade e comorbidades associadas podem ser um dos fatores de risco para pacientes críticos. Além disso, idosos e pacientes imunossuprimidos podem manifestar sintomas atípicos e outras maneiras de apresentação, incluindo pneumonia leve, moderada e grave, e em casos mais graves, síndrome respiratória aguda grave, sepse, choque séptico e morte.4

Em um relato de caso de 138 pacientes hospitalizados com COVID-19, 16,7% dos pacientes desenvolveram arritmia e 7,2% sofreram lesão cardíaca aguda, além de outras complicações relacionadas com a COVID-19. Relatórios publicados indicam casos de insuficiência cardíaca de início agudo, infarto do miocárdio, miocardite e parada cardíaca.10Além disso, foram encontrados casos de dano miocárdico, com aumento de troponina I, dano cardíaco agudo, choque e arritmia.11,12

Na fase aguda dos quadros virais graves, não somente da COVID-19, mas também em outras coronoviroses, o paciente pode apresentar taquicardia, hipotensão, bradicardia, arritmias e morte súbita. Alterações eletrocardiográficas e aumento de troponina sinalizam acometimento miocárdico na forma de miocardite.11,12

Estudos de coortes publicadas até o momento mostram taxas de insuficiência cardíaca aguda, choque e arritmia de 7,2%, 8,7% e 16,7%, respectivamente. O acometimento cardiovascular decorre devido a um descompasso entre o aumento da demanda metabólica/inflamatória desencadeado pelo vírus e uma reserva cardíaca reduzida. O estado inflamatório torna o ambiente mais propenso a fenômenos trombóticos. Sendo assim, a recomendação tem sido de que as medicações de uso crônico dos pacientes sejam mantidas, sendo a sua retirada/substituição avaliada em nível individual e de acordo com as diretrizes vigentes até o momento. Vale ressaltar que novas recomendações podem surgir à medida que saem novos trabalhos em andamento.13,14

As doenças crônicas, tais como hipertensão, diabetes, doenças do sistema respiratório, doenças cardiovasculares e suas condições de suscetibilidade, compartilham com as doenças infecciosas alguns estados padronizados, como o estado pró-inflamatório e a atenuação da resposta imune inata. O diabetes, por exemplo, ocorre, em parte, porque o acúmulo de células imunes inatas ativadas nos tecidos metabólicos leva à liberação de mediadores inflamatórios, especialmente IL-1β e TNFα, que promovem resistência à insulina e danos às células β.15 Além disso, os distúrbios metabólicos podem levar à depressão da função imunológica, prejudicando a função dos macrófagos e linfócitos,16 o que pode tornar os indivíduos mais suscetíveis a complicações e agravos da COVID-19.9

Muitos dos pacientes mais velhos que ficam gravemente doentes têm evidências de doenças subjacentes, tais como doença cardiovascular, doença hepática, doença renal ou tumores malignos.17-19 Esses pacientes geralmente morrem de suas comorbidades originais, portanto, a avaliação precisa de todas as comorbidades originais dos indivíduos com COVID-19 deve ser rigorosamente analisada e considerada no plano terapêutico individualizado.

Outros trabalhos acrescentam que a insuficiência respiratória agravada pelo SARS-CoV-2 ocorre em virtude de danos alveolares maciços. Esse vírus é capaz de infectar células epiteliais respiratórias humanas por meio de uma interação entre a proteína S viral e o receptor da enzima 2 de conversão da angiotensina nas células humanas. Embora, na literatura, haja evidências de que a presença de infecções pulmonares graves possa afetar o prognóstico a longo prazo dos indivíduos cardiopatas, não existem dados que confirmem que pacientes recuperados da infecção por COVID-19 irão experimentar efeitos a longo prazo.20,21

Assim, não apenas capaz de causar pneumonia, a COVID-19 também pode provocar danos a outros órgãos, e os pacientes acabam morrendo por insuficiência de múltiplos órgãos, choque, síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência cardíaca, arritmias e insuficiência renal.22 As possíveis lesões de múltiplos órgãos e sua proteção e prevenção devem ser monitoradas no tratamento da COVID-19.23Nesses pacientes críticos, as medidas de proteção necessárias incluem ventilação mecânica, glicocorticoides, antivirais, tratamentos sintomáticos e terapia antichoque.

Outro fator importante seria a maneira de estimar a capacidade de transmissibilidade de um vírus por meio do cálculo de seu número reprodutivo (R0), o que representa uma medida de sua taxa de ataque, ou seja, traduz o número de infecções secundárias que ocorrem a partir de um indivíduo infectado em uma população suscetível. Estudos preliminares apontavam que este novo coronavírus, responsável pela COVID-19, estaria associado a taxas de R0 de 1,5 a 3,5, sendo os dados mais recentes sugerindo um R0 de 4,08 (i. e., para cada caso, em média, haveria quatro novos indivíduos infectados).7

Por apresentar alto potencial de disseminação,1 e sabendo que se trata de um vírus RNA, envelopado e com contaminação por gotículas respiratórias ou contato, as medidas de higiene devem ser reforçadas e colocadas em prática. Estas são: lavar as mãos com água e sabão para destruir a estrutura morfológica do vírus, usar álcool 70%, cobrir a boca ao tossir ou espirrar para evitar que as partículas virais se disseminem pelo ambiente, evitar aglomerações e manter-se em local bem ventilado.3,4

De acordo com a literatura, o período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias. Dados preliminares do SARS-CoV-2 sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.4,5

Quando não há complicações, os sintomas apresentados consistem em febre, tosse seca e sensação de cansaço, podendo haver ocorrência de coriza e congestão nasal, dor de garganta e diarreia. Além disso, grande parte dos infectados é assintomática (cerca de 80%) e se recupera sem a necessidade de tratamento especial, enquanto 1/6 dos pacientes pode evoluir de forma grave, cursando com dificuldade para respirar.24,25

Diante da situação atual, é de extrema importância que a população se conscientize e faça isolamento domiciliar, apresentando-se sintomática ou não, com o objetivo de diminuir o número de pessoas contaminadas e atrasar a transmissão comunitária disseminada, para que o sistema de saúde público consiga atender a todos.26 Caso contrário, o crescimento exponencial da doença poderá colapsar este sistema, levando a óbito aqueles mais fragilizados. Já as pessoas que tiverem a necessidade de circular em locais públicos, por motivo de trabalho ou força maior, devem adotar medidas preventivas.27

Desacelerar a disseminação do vírus para que o número de casos se espalhe ao longo do tempo em vez de haver picos no início é uma das formas de achatar a curva epidêmica e evitar que o sistema púbico de saúde entre em colapso e, como consequência, muitas pessoas acabem indo a óbito (Figura 1). Uma transmissão controlada da doença reduz a pressão sobre o sistema de saúde e aumenta a capacidade de cuidados não apenas para os pacientes contaminados por coronavírus, mas também para aqueles que necessitam de atendimento médico por outras enfermidades.

Figura 1. – Curva de disseminação do vírus.

Figura 1

O isolamento domiciliar é uma maneira de permanecer em casa tomando alguns cuidados que diminuem o risco de transmitir infecções respiratórias, como a provocada pelo coronavírus (COVID-19). Esses cuidados especiais impedem que o contato das secreções respiratórias de uma pessoa que possa estar infectada pelo coronavírus entrem em contato com outras.19 Devem ficar nessa circunstância pessoas que positivaram no teste para o referido vírus ou que estão sob suspeita. O ideal é que o indivíduo fique sozinho em um quarto, ou em um cômodo da casa adaptado como quarto, se possível com um banheiro privativo28,29 As portas do quarto devem ficar fechadas o tempo todo, mas as janelas devem ficar abertas para que o ambiente fique bem ventilado. O paciente só deve sair desse cômodo isolado em caso de necessidade.30-32

Diante disso, o isolamento social e as medidas de prevenção são necessários para evitar, principalmente, que os idosos se infectem e venham a agravar doenças preexistentes, complicando o quadro de saúde e levando a sinais e sintomas que muitas vezes podem ser fatais.33,34 Quando uma doença se espalha de maneira rápida, os serviços ficam superlotados, não há leitos, máscaras, médicos, respiradores e outros equipamentos suficientes para quem precisa, e isso não só para a COVID-19, mas para qualquer outra enfermidade que requeira que o paciente procure o sistema de saúde. É preciso evitar que o sistema entre em colapso.35

Considerações finais

Há um consenso entre os autores de que o grupo de maior risco para desenvolver a forma mais grave, podendo evoluir para óbito, inclui idosos e indivíduos que apresentem as comorbidades mais prevalentes, dentre elas as doenças cardiovasculares.36

O crucial não é a gravidade da doença em si, mas a capacidade de dar atenção a todos os infectados no momento em que eles precisarem. Quanto mais se achata a curva de transmissão ao longo do tempo, menor a sobrecarga no sistema de saúde e maior a probabilidade de que ele dê conta da demanda epidêmica – o que evidencia a importância do isolamento social como medida de prevenção e controle de disseminação da doença e preservação do sistema de saúde do país.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Aprovação ética e consentimento informado

Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.

Fontes de financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Referências

  • 1.1. Lana RM, Coelho FC, Gomes MFC, Cruz OG, Bastos LS, Villela DAM, et al. The novel coronavirus (SARS-CoV-2) emergency and the role of timely and effective national health surveillance. Cad Saúde Pública. 2020;36(3):e00019620. [DOI] [PubMed]
  • 2.2. Ministério da Saúde. Brasil confirma primeiro caso da doença. Rio de Janeiro, DF: Ministério da Saúde; 2020. [citado 22 mar. 2020]. Disponível em: <https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46435-brasil-confirma-primeiro-caso-de-novo-coronavirus>.
  • 3.3. Diagnósticos da América SA. Coronavírus: o que é, sintomas e como se prevenir da COVID-19. [citado 22 mar. 2020]. Disponível em: <https://dasa.com.br/coronavirus>.
  • 4.4. World Health Organization. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) situation report – 52.Geneva: WHO; 2020. [citado 22 mar. 2020]. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/20200312-sitrep-52-covid-19. pdf?sfvrsn=e2bfc9c0_2.
  • 5.5. De Carvalho, Aroldo Prohmann. Novo coronavírus (COVID-19). Brasil, fevereiro de 2020, v.14; Disponível em: < https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22340d-DocCientifico_-_Novo_coronavirus.pdf>. Acesso em 23 de Março de 2020
  • 6.6. Lebrão ML. O envelhecimento no Brasil: aspectos da transição demográfica e epidemiológica. Saúde Coletiva. 2007;4(17):135-40.
  • 7.7. Abbott PA, Barbosa SFF. Using information technology and social mobilization to combat disease.. Acta Paul Enferm .2015;28(1):III-V.
  • 8.8. Wang T, Du Z, Zhu F, Cao Z, An Y, Gao Y, et al. Comorbidities and multi-organ injuries in the treatment of COVID-19. Lancet. 2020;395(10228):e52. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 9.9. Badawi A, Ryoo SG. Prevalence of comorbidities in the Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV): a systematic review and meta-analysis. Int J Infect Dis. 2016 Aug;49:129-33. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 10.10. Agência de Notícias da AIDS (BR). Coronavírus é desafio para saúde pública, mas pouco preocupante em nível individual; 2020; [citado 23 mar. 2020]. Disponível em: <https://agenciaaids.com.br/noticia/coronavirus-e-desafio-para-saude-publica-mas-pouco-preocupante-em-nivel-individual/>.
  • 11.11. del Rio C, Malani PN. COVID-19—New insights on a rapidly changing epidemic. JAMA. 2020;323(14):1339-40. [DOI] [PubMed]
  • 12.12. Wu C, Chen X, Cai Y, Xia J, Zhou X, Xu S, et al. Risk factors associated with acute respiratory distress syndrome and death in patients with coronavirus disease 2019 pneumonia in Wuhan, China. JAMA Intern Med. 2020 Mar 13. [Epub ahead of print] [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 13.13. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Atualização das recomendações para os profissionais de saúde e pacientes com doenças inflamatórias imunomediadas: reumatológicas, dermatológicas e gastrointestinais, frente à infecção pelo 2019-nCoV (17/03/2020). [citado 23 mar. 2020]. Disponível em: http://www.sbd.org.br/mm/cms/2020/03/22/atualizacao-covid-19.pdf.
  • 14.14. Yang J, Zheng Y, Gou X, Pu K, Chen Z, Guo Q, et al. Prevalence of comorbidities in the novel Wuhan coronavirus (COVID-19) infection: a systematic review and meta-analysis. Int J Infect Dis. 2020 Mar 12;pii:S1201-9712(20)30136-3. [Epub ahead of print]
  • 15.15. Odegaard JI, Chawla A. Connecting type 1 and type 2 diabetes through innate immunity. Cold Spring Harb Perspect Med. 2012;2(3):a007724. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 16.16. Dooley KE, Chaisson RE. Tuberculosis and diabetes mellitus: convergence of two epidemics.. Lancet Infect Dis. 2009;9(12):737-46. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 17.17. BBC News. Coronavirus disease named Covid-19. [citado 23 mar. 2020]. Disponível em: https://www.bbc.co.uk/news/world-asia-china-51466362.
  • 18.18. Jiang S, Xia S, Ying T, Lu L. A novel coronavirus (2019-nCoV) causing pneumonia-associated respiratory syndrome. Cell Mol Immunol. 2020 Feb 5. [Epub ahead of print]. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 19.19. Wang D, Hu B, Hu C, Zhu F, Liu X, Zhang J, et al.Clinical characteristics of 138 hospitalized patients with 2019 novel coronavirus-infected pneumonia in Wuhan, China. JAMA. 2020 Feb 7. [Epub ahead of print]. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 20.20. Assiri A, McGeer A, Perl TM, Price CS, Al Rabeeah AA, Cummings DA, et al. Hospital outbreak of Middle East respiratory syndrome coronavirus. N Engl J Med. 2013;369(5):407-16. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 21.21. Smith SC, Ladenson JH, Mason JW, Jaffe AS. Elevations of cardiac troponin I associated with myocarditis. Experimental and clinical correlates. Circulation. 1997; 95(1):163-8. [PubMed]
  • 22.22. Huang C, Wang Y, Li X, Ren L, Zhao J, Hu Y, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet.. 2020;395(10223):497-506. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 23.23. Chen N, Zhou M, Dong X, Qu J, Gong F, Han Y, et al. Epidemiological and clinical characteristics of 99 cases of 2019 novel coronavirus pneumonia in Wuhan, China: a descriptive study. Lancet. 2020;395(10223):507-13. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 24.24. Dominguez AN, Martín AV. COVID-19. Punto de vista del cardiólogo. Rev Cubana Cardiol. 2020;26(1):1-5.
  • 25.25. Brasil.Ministério da Saúde. Sobre a doença. Rio de Janeiro, DF:; 2020. [citado 22 mar. 2020]. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#transmissao>.
  • 26.26. American College of Cardiology. ACC Clinical Bulletin COVID-19 Clinical Guidance For the Cardiovascular Care Team; 2020.
  • 27.27. Xiong TY, Redwood S, Prendergast B, Chen M. Coronaviruses and the cardiovascular system: acute and long-term implications. Eur Heart J. 2020 Mar 18;pii:ehaa231. [Epub ahead of print]. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 28.28. Poder Judiciário. Tribunal Regional do Trabalho 11ª Região, Ato 15/2020/SGP. Estabelece medidas temporárias de prevenção ao contagio pelo novo coronavirus (COVI-19) Internet. [Citado em 20 Mar 2020] Disponível em: portal.trt11.jus.br
  • 29.29. Glasser JW, Hupert N, McCauley MM, Hatchett R. Modeling and public health emergency responses: lessons from SARS. Epidemics. 2011;3(1):32-7. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 30.30. Zhang JJ, Dong X, Cao YY, Yuan YD, Yang YB, Yan YQ, et al. Clinical characteristics of 140 patients infected with SARS-CoV-2 in Wuhan, China. Allergy. 2020 Feb 19. [Epub ahead of print]. [DOI] [PubMed]
  • 31.31. Huang C, Wang Y, Li X, Ren L, Zhao J, Hu Y, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet. 2020;395(10223):497-506. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 32.32. Kuiken T, Fouchier RAM, Schutten M, Rimmelzwaan GF, van Amerongen G, van Riel D, et al. Newly discovered coronavirus as the primary cause of severe acute respiratory syndrome. Lancet. 2003;362(9380):263–70. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 33.33. Fu Y, Cheng Y, Wu Y. Understanding SARS-CoV-2-mediated inflammatory responses: from mechanisms to potential therapeutic tools. Virol. Sin. 2020 Mar 3. [Epub ahead of print]. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 34.34. Guimarães HP, Damasceno MC, Braga MA, Schubert DUC, Santana JCB, Freitas APR, et al. Coronavírus e medicina de emergência: recomendações para o atendimento inicial do médico emergencista pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE). [citado 23 mar. 2020]. Disponível em: https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/POSICIONAMENTO_ABRAMEDE_-_CORONAVIRUS_-_03-__10032020.pdf.
  • 35.35. Li B, Yang J, Zhao F, Zhi L, Wang X, Liu L, et al. Prevalence and impact of cardiovascular metabolic diseases on COVID-19 in China. Clin Res Cardiol. 2020 Mar 11. [Epub ahead of print]. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 36.36. Chinese Center for Disease Control and Prevention. The epidemiological characteristics of an outbreak of 2019 novel coronavirus diseases (COVID-19) in China. Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi. 2020:41(2):145-51. [DOI] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2020 May 22;114(5):834–838. [Article in English]

Cardiovascular Implications in Patients Infected with Covid-19 and the Importance of Social Isolation to Reduce Dissemination of the Disease

Juliana Alves Costa 1, Juliana de Almeida Silveira 1, Sara Cristine Marques dos Santos 1, Patrícia Pereira Nogueira 1

Abstract

Respiratory symptoms, especially the development of severe acute respiratory distress syndrome, dominate the discussion and initial concerns of the population and health professionals. However, the cardiovascular system is greatly affected by these conditions and is often responsible for complications and mortality of these patients. In order to show the cardiovascular implications in patients infected with COVID-19 and the importance of social isolation as an alternative to curb the spread of the disease, a literature review was carried out based on 37 articles, in English, Portuguese and Spanish, available on Scielo and PubMed. The findings showed that cardiac complications associated with COVID-19 infection are similar to those produced by: severe acute respiratory syndrome (SARS), Middle East respiratory syndrome (MERS) and influenza. However, COVID-19 has a much greater and faster contamination and, unlike influenza, there is no vaccine or treatment available yet. In view of this, social isolation becomes a tool that can reduce and flatten the curve of cases and thus protect the people at higher risk, decreasing the chances of serious conditions related to the disease, potential deaths and the collapse of the country’s health system.

Keywords: Coronavirus, COVID-19, Infecções por Coronavirus/prevention and control, Social Isolation, Diseases Dissemination

Introduction

Coronavirus is a virus belonging to the Coronaviridae family, causing simple flu to diseases that can cause greater risks to the population’s health. The novel coronavirus, which caused the 2020 pandemic, received the name SARS-CoV-2 by the World Health Organization (WHO), and the disease it causes has the name: COVID-19.1 It was first detected in December 2019 in Wuhan, China. However, due to its high dissemination power, several countries confirmed the presence of allochthonous cases in mid-January 2020. In Brazil, the first case was confirmed on February 26, 2020.2,3

Until the appearance of SARS-CoV-2, two other epidemics caused by coronavirus were described: SARS-CoV-1, which causes severe acute respiratory syndrome (SARS), in 2002; and MERS-CoV, which caused the Middle East respiratory syndrome (MERS), in 2012.4 The pathophysiology of SARS-CoV-2 was similar to that of SARS-CoV-1, as they present acute lung injuries due to the aggressive inflammation initiated by viral replication. SARS-CoV-2 infection can cause increased secretion of pro-inflammatory interleukins and interferon-gamma (IFN-γ) that cause lung damage.5

Brazil, like other countries, is going through the process of demographic transition that has the aging of the population as its main effect. Thus, diseases of the circulatory system appear as the main cause of mortality in the population. By associating this information with recent studies of cardiovascular implications and their worsening by SARS-CoV-2, it is evident that prevention and control measures that reduce risks of contamination and infection are important tools in the reduction of severe cases of the disease and potential deaths.

This article relates the current pandemic of COVID-19 with the cardiovascular implications, showing the importance of social isolation as a measure to prevent and control the spread of the disease and preserve the country’s Health System.

Material and methods

Literature review based on 37 articles, in English, Portuguese and Spanish, available on Scielo and PubMed, referring to the cardiovascular implications in patients infected with Covid-19, the importance of social isolation as a measure of prevention and control of disease spread and preservation of the country’s health system.

Overview of COVID-19

The COVID-19 pandemic, as well as previous epidemics of other coronaviruses (SARS and MERS) and the 2009 pandemic (H1N1), have serious consequences for the health, economic and social models of the entire world population.

Although demographic transition occurs differently from country to country, in general, is characterized by an increase in the elderly population compared to other age groups, as it grows about 4% per year. Factors such as reduced fertility, reduced infant mortality and general mortality, improvements in health care for the population, technological development with regard to the diagnosis and treatment of diseases also corroborate the current demographic scenario.6

Concomitantly with the increase in the number of elderly people, there is an epidemiological transition, with an increase in the proportion of circulatory diseases, diabetes mellitus, neoplasms, diseases due to external causes and diseases of the respiratory system.7 Studies show that a higher frequency of comorbidities is commonly related to older age.

The mortality rate of COVID-19 can be nine times higher among people with some chronic disease compared to that of patients without any pre-existing pathology. Data provided by the World Health Organization (WHO) in February show that in the group of infected people without comorbidities, only 1.4% died. Among patients with some cardiovascular disease, for example, the rate reached 13.2%. Considering all infected patients, lethality was 3.8%, but it is worth mentioning that, due to the progress of the pandemic, new statistical data has been added to the studies.

The severe form of the disease was observed in older patients8,9 who had a more significant number of comorbid conditions compared to non-severe patients. These findings suggest that age and associated comorbidities may be one of the risk factors for critically ill patients. Besides, the elderly and immunosuppressed patients may manifest atypical symptoms and other forms of presentation, including mild, moderate and severe pneumonia and, in more severe cases, severe acute respiratory syndrome, sepsis, septic shock and death.4

In a case report of 138 patients hospitalized with COVID-19, 16.7% of patients developed arrhythmia and 7.2% suffered acute cardiac injury, in addition to other complications related to COVID-19. Published reports indicate cases of acute onset heart failure, myocardial infarction, myocarditis and cardiac arrest.10 Moreover, cases of myocardial damage, with increased troponin I, acute cardiac damage, shock and arrhythmia, were found.11,12

In the acute phase of severe viral conditions, not only in COVID-19, but also in other Coronavirus illnesses, the patient may present tachycardia, hypotension, bradycardia, arrhythmias and sudden death. Abnormal findings on electrocardiograms and increased troponin signal myocardial involvement in the form of myocarditis.11,12

Cohort studies published to date show rates of acute heart failure, shock and arrhythmia of 7.2%, 8.7% and 16.7%, respectively. Cardiovascular involvement is due to a mismatch between the increased metabolic/inflammatory demand triggered by the virus and reduced cardiac reserve. The inflammatory state makes the environment more prone to thrombotic phenomena. Therefore, the recommendation has been that patients’ chronic medications should be maintained, with their withdrawal/replacement being assessed on an individual level and in accordance with the guidelines in force so far. It is worth noting that new recommendations may emerge as new studies in progress come out.13,14

Chronic diseases, such as hypertension, diabetes, diseases of the respiratory system, cardiovascular diseases and their conditions of susceptibility, share some standardized states with infectious diseases, such as pro-inflammatory state and the attenuation of innate immune response. Diabetes, for example, occurs partly because the accumulation of innate immune cells activated in metabolic tissues leads to the release of inflammatory mediators, especially IL-1β and TNFα, which promote insulin resistance and damage to β cells.15 Moreover, metabolic disorders can lead to depression of the immune function, impairing the function of macrophages and lymphocytes,16 which can make individuals more susceptible to complications and aggravations of COVID-19.9

Many of the older patients who become seriously ill have evidence of underlying diseases, such as cardiovascular diseases, liver diseases, kidney diseases or malignant tumors.17-19 These patients usually die from their original comorbidities. Therefore, the accurate assessment of all original comorbidities of individuals with COVID-19 must be rigorously analyzed and considered from an individualized therapeutic perspective.

Other studies add that the respiratory failure aggravated by SARS-CoV-2 occurs due to massive alveolar damage. This virus is capable of infecting human respiratory epithelial cells through an interaction between the viral S protein and the angiotensin-converting enzyme 2 receptor in human cells. Although there is evidence in the literature that the presence of severe lung infections can affect the long-term prognosis of individuals with heart diseases, there is no data to confirm that patients recovered from COVID-19 infection will experience long-term effects.20,21

Thus, not only capable of causing pneumonia, COVID-19 can also cause damage to other organs, and patients end up dying from multiple organ failure, shock, acute respiratory distress syndrome, heart failure, arrhythmias and kidney failure.22 Potential injuries to multiple organs and their protection and prevention should be monitored in the treatment of COVID-19.23 In these critical patients, the necessary protective measures include mechanical ventilation, glucocorticoids, antivirals, symptomatic treatments and shock therapy.

Another important factor would be the approach to estimating the transmissibility of a virus by calculating its reproductive number (R0), which represents a measure of its attack rate, that is, it translates the number of secondary infections that occur from an infected individual in a susceptible population. Preliminary studies pointed out that this new coronavirus, responsible for COVID-19, would be associated with R0 rates of 1.5 to 3.5, with the most recent data suggesting an R0 of 4.08 (i.e., for each case, on average , there would be four new infected individuals).7

As it has a high potential for dissemination1 and, knowing that it is an RNA virus, enveloped and contaminated by respiratory droplets or contact, hygiene measures must be improved and put into practice. These are: washing our hands with soap and water to destroy the morphological structure of the virus, using 70% alcohol-based hand sanitizer, covering our mouth when coughing or sneezing to prevent viral particles from spreading through the environment, avoiding crowds and staying in a well-ventilated area.3,4

According to the literature, the average incubation period for coronavirus is 5 days, with intervals that can be as long as 12 days. Preliminary data for SARS-CoV-2 suggest that transmission may occur even without the appearance of signs and symptoms.4,5

When there are no complications, the symptoms consist of fever, dry cough and tiredness. Runny nose and nasal congestion, sore throat and diarrhea may also occur. Furthermore, most of those infected are asymptomatic (about 80%) and recover without requiring any special treatment, while 1/6 of the patients can progress severely, with breathing issues.24,25

In view of the current situation, it is extremely important for the population to act conscientiously and stay at home, whether symptomatic or not, with the aim of reducing the number of infected people and delaying the disseminated community transmission, so that the public health system may be able to serve everyone.26 Otherwise, the exponential growth of the disease may break the health system, leading to the death of the most fragile ones. Those who need to hang around in public places, due to work or force majeure, should take preventive measures.27

Slowing down the spread of the virus so that the number of cases spreads over time instead of having peaks in the beginning is one of the ways to flatten the epidemic curve and prevent the public health system from collapsing and, as a consequence, many people end up dying (Figure 1). Controlled disease transmission reduces pressure on the health system and increases the capacity of taking care not only of patients infected with coronavirus, but also those requiring medical care due to other illnesses.

Figura 1. – Virus spread curve.

Figura 1

Staying at home is intended to provide a means of precaution to reduce the risk of transmitting respiratory infections, such as that caused by the coronavirus (COVID-19). These special precautions prevent the contact of respiratory secretions of a person who may be infected with the coronavirus from coming into contact with others.19 People who have tested positive for the said virus or are under suspicion should remain at home. Ideally, the individual should be alone in a bedroom or in a room that may temporarily serve as a bedroom, with a private bathroom if possible.28,29 The bedroom doors should be closed all the time, but the windows should be open so that the area may stay well ventilated. The patient should only leave this isolated room if necessary.30-32

Therefore, social isolation and preventive measures are necessary to prevent, mainly, that the elderly get infected and worsen preexisting diseases, complicating their health situation and leading to signs and symptoms that can often be fatal.33,34 When a disease spreads quickly, services are overcrowded, there are not enough beds, masks, doctors, ventilators and other equipment for those in need, and this is not only for COVID-19, but for any other illness that requires the patients to seek health care. The system must be prevented from collapsing.35

Final considerations

There is consensus among the authors that the group at higher risk for developing the most severe form, which may lead to death, includes the elderly and individuals who have the most prevalent comorbidities, including cardiovascular diseases.36

The crucial thing is not the severity of the disease itself, but the ability to care for all those infected when they need it. The more the transmission curve is flattened over time, the less the burden on the health system and the greater the likelihood that it will meet the epidemic demand — which highlights the importance of social isolation as a measure for preventing and controlling the spread of the disease and preserving the country’s health system.

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.

Ethics approval and consent to participate

This article does not contain any studies with human participants or animals performed by any of the authors.

Sources of Funding

There were no external funding sources for this study.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES