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. 2020 Jun 29;114(6):1078–1087. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200548
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Posicionamento para Ressuscitação Cardiopulmonar de Pacientes com Diagnóstico ou Suspeita de COVID-19 – 2020

Hélio Penna Guimarães 1, Sérgio Timerman 2, Roseny dos Reis Rodrigues 1, Thiago Domingos Corrêa 1, Daniel Ujakow Correa Schubert 3, Ana Paula Freitas 4, Álvaro Rea Neto 5, Thatiane Facholi Polastri 2, Matheus Fachini Vane 6,7, Thomaz Bittencourt Couto 8, Antonio Carlos Aguiar Brandão 1,9, Natali Schiavo Giannetti 1, Thiago Timerman 10, Ludhmila Abrahão Hajjar 1,11,12, Fernando Bacal 1, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes 13
PMCID: PMC8416124  PMID: 32638902

Resumo

A atenção ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória no contexto da pandemia da Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19) possui particularidades que devem ser ressaltadas. As seguintes recomendações da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), representantes oficiais de especialidades afiliadas à Associação Médica Brasileira (AMB), têm por objetivo orientar as diversas equipes assistentes, em uma situação de poucas evidências sólidas, maximizando a proteção das equipes e dos pacientes.

É fundamental a paramentação completa com Equipamentos de Proteção Individual para aerossóis durante o atendimento de parada cardiorrespiratória. Também se faz imperativo que se considerem e tratem as potenciais causas nesses pacientes, principalmente hipóxia e arritmias de correntes de QT longo ou miocardite. A instalação de via aérea invasiva avançada deve ser obtida precocemente, e o uso de filtros HEPA na interface com a bolsa-válvula é obrigatório. Situações de ocorrência de parada cardiorrespiratória durante a ventilação mecânica e em posição pronada demandam peculiaridades de ajustes do ventilador e posicionamento de compressões torácicas distintas do padrão de ressuscitação cardiopulmonar. Dadas essas particularidades logísticas, o atendimento segue de acordo com os protocolos e diretrizes nacionais e internacionais do International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) de 2015, das diretrizes da American Heart Association (AHA) de 2019 e da Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2019.


Declaração de potencial conflito de interesses dos autores/colaboradores do Posicionamento para Ressuscitação Cardiopulmonar de Pacientes com Diagnóstico ou Suspeita de COVID-19 – 2020
Se nos últimos 3 anos o autor/colaborador do Posicionamento:
Nomes Integrantes do Posicionamento Participou de estudos clínicos e/ou experimentais subvencionados pela indústria farmacêutica ou de equipamentos relacionados à diretriz em questão Foi palestrante em eventos ou atividades patrocinadas pela indústria relacionados à diretriz em questão Foi (é) membro do conselho consultivo ou diretivo da indústria farmacêutica ou de equipamentos Participou de comitês normativos de estudos científicos patrocinados pela indústria Recebeu auxílio pessoal ou institucional da indústria Elaborou textos científicos em periódicos patrocinados pela indústria Tem ações da indústria
Álvaro Rea Neto Não Não Não Não Não Não Não
Ana Paula Freitas Não Não Não Não Não Não Não
Antonio Carlos Aguiar Brandão Não Não Não Não Não Não Não
Daniel Ujakow Correa Schubert Não Não Não Não Não Não Não
Fernando Bacal Não Não Não Não Não Não Não
Hélio Penna Guimarães Não Não Não Não Não Não Não
Ludhmila Abrahão Hajjar Não Não Não Não Não Não Não
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes Não Não Não Não Não Não Não
Matheus Fachini Vane Não Não Não Não Não Não Não
Natali Schiavo Giannetti Não Não Não Não Não Não Não
Roseny dos Reis Rodrigues Não CSL Behring, Baxter, União Química, Octapharma Halexistar Não Não Octapharma Não
Sérgio Timerman Não Não Não Não Não Não Não
Thatiane Facholi Polastri Não Não Não Não Não Não Não
Thiago Domingos Correa Não Não Não Não Não Não Não
Thiago Timerman Não Não Não Não Não Não Não
Thomaz Bittencourt Couto Não Não Não Não Não Não Não

1. Introdução

A Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é um procedimento máximo de emergência e passível de ocorrência em pacientes portadores de Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19). Demanda, assim, atenção especial, particularmente quanto ao risco maior de aerossóis durante as manobras de compressão torácica e ventilação, oferecendo risco relevante de contaminação para a equipe.

Considerando esse cenário, em que evidências sólidas estão pouco documentadas ou acessíveis, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), representantes oficiais de especialidades afiliadas à Associação Médica Brasileira (AMB), apresentam, a seguir, as práticas destinadas especificamente ao atendimento de pacientes com diagnóstico ou suspeita de COVID-19. Em todos os outros casos, mantêm-se as diretrizes de 2015 da International Alliance of Resuscitation Committees (ILCOR), as diretrizes de 2019 da American Heart Association (AHA) 1 e a Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2019. 2

2. Prevenção da Parada Cardiorrespiratória

  • Todos os pacientes suspeitos ou portadores de COVID-19, que estejam sob maior risco de deterioração aguda ou Parada Cardiorrespiratória (PCR), devem ser adequadamente sinalizados aos Times de Resposta Rápida (TRR) ou equipes que procederão ao atendimento. 3 - 5 O uso de escores de gravidade e sistemas de rastreamento e o disparo de códigos amarelos permitem a detecção precoce de pacientes graves e podem otimizar o atendimento de eventuais PCRs; 2 , 5

  • A avaliação de potencial dificuldade para laringoscopia/intubação deve ser realizada na admissão do paciente no hospital e/ou em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e estar registrada em prontuário. Escores como MACOCHA ou mnemônicos como LEMON (de Look-Evaluate-Mallampati-Obstruction-Neck ) podem auxiliar na determinação de via aérea difícil, no prévio acionamento de suporte e na solicitação de equipamentos de via aérea difícil; 6 , 7

  • Considerando as recentes terapias em fase de avaliação com cloroquina ou hidroxicloroquina e seu potencial risco para alargar o intervalo QT em até 17% dos casos, é fundamental considerar o risco de arritmias ventriculares polimórficas graves, especialmente torsades de pointes , e consequente ocorrência de PCR em ritmos chocáveis; 4 , 8 - 10

  • Os pacientes de maior risco para taquicardias polimórficas nesse contexto são os idosos; do sexo feminino; com miocardite relacionada à COVID, insuficiência cardíaca, disfunção hepática ou renal, distúrbios eletrolíticos (particularmente redução de potássio e magnésio) e bradicardia. É fundamental identificar os pacientes que já tenham intervalo QT corrigido (QTc) prolongado (superior a 500 ms) com monitoração diária do Eletrocardiograma (ECG) durante o uso dos fármacos. 4 , 8 - 10

3. Tomada de Decisão

  • Os processos da tomada de decisão para iniciar a RCP, ou não, devem continuar sendo individualizados nos serviços de atendimento pré-hospitalar, departamentos de emergência e UTI. Deve-se sempre levar em consideração os benefícios ao paciente, a segurança e exposição da equipe e o potencial de futilidade das manobras. A RCP deve ser sempre realizada, a menos que diretivas previamente definidas indiquem o contrário; 1 , 2

  • As decisões/diretivas de “Não Ressuscitação Cardiopulmonar” (NRCP) devem estar adequadamente documentadas e ser comunicadas à equipe. Os cuidados paliativos e de terminalidade devem seguir a política local e institucional. 1 , 2

4. Orientações sobre Precauções

  • A precaução por padrão + aerossol é a indicada para todos os membros da equipe de ressuscitação, a fim de garantir a adequada proteção individual. A pronta disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como kits de paramentação no carro de emergência, promove menor retardo no início das compressões torácicas e continuidade do atendimento. 3 , 4 , 11 - 14 Devem constar no kit de EPI máscara N95, face shield, avental impermeável, gorro, luvas descartáveis de cano alto e óculos de proteção;

  • Ainda que possa ocorrer atraso no início das compressões torácicas, a segurança da equipe é prioritária, e o uso de EPIs adequados é indispensável para os que atendem à PCR. Em particular, não se deve iniciar a RCP em um paciente suspeito ou confirmado de COVID-19 até que a equipe esteja totalmente paramentada; 3 , 4 , 11 - 14

  • Restrinja o número de funcionários no local do atendimento (se for um quarto individual comum); 2 , 4 , 15 , 16

  • A higiene das mãos tem papel importante na redução da transmissão da COVID-19. Higienize as mãos adequadamente com água e sabão, em caso de sujidade, ou álcool em gel; 3 , 15

  • É importante que todas as orientações do Ministério da Saúde e dos governos locais sejam adequadamente respeitadas.

5. Atendimento Inicial

  • O reconhecimento da PCR segue a conduta preconizada pelo ILCOR/AHA e pela SBC, sendo iniciada por avaliação da responsividade, respiração (somente avaliação dos movimentos respiratórios) e presença de pulso central; 1 , 2

  • A RCP deve ser iniciada por compressões torácicas contínuas em adultos. Se o paciente ainda não estiver com uma via aérea invasiva/avançada instalada (tubo orotraqueal ou dispositivo extraglótico), deve manter-se a máscara de oxigênio, com baixo fluxo ou uma toalha sobre a boca e nariz do mesmo, até que a via aérea invasiva seja obtida, 8 já que movimentos de compressão torácica podem desencadear eliminação de aerossóis; devendo ser iniciados com atenção a esse cuidado descrito;

  • Em crianças, fazer preferencialmente RCP com compressões e ventilações com bolsa-válvula-máscara (BVM) acoplada ao filtro High Efficiency Particulate Arrestance (HEPA), até obtenção da via aérea definitiva, uma vez que a parada pediátrica ocorre, na maioria das vezes, secundária a causas respiratórias, e a RCP somente com compressão é sabidamente menos eficaz nessa população. 3 Caso o equipamento não esteja disponível, uma alternativa razoável é a RCP somente com compressão, mantendo o paciente com máscara ou toalha sobre a boca; 17

  • Mesmo com a orientação de alguns serviços para que os cuidados de atendimento pré-hospitalar à PCR, na ausência de um profissional médico, sejam realizados com RCP somente com as mãos (hands-only) , o cuidado descrito relativo à vedação da cavidade oral do paciente para proteção de aerossolização permanece recomendado; 4 , 8 , 9 , 14

  • A monitorização para determinação do ritmo/modalidade de parada (chocável ou não chocável) deve ser realizada o mais rápido possível, para não atrasar a desfibrilação de um ritmo chocável e o estabelecimento do algoritmo adequado; 1 , 2

  • A desfibrilação em ritmos chocáveis não deve ser adiada para acesso às vias aéreas ou outros procedimentos; 1 , 2

  • Se o paciente estiver com máscara facial de oxigenação antes da ocorrência da PCR, mantenha a mesma até a intubação, porém sem alto fluxo de oxigênio (6 a 10 L/minuto no máximo), pois, do contrário, sobe o risco de geração de aerossol;

  • Se o paciente não estiver com dispositivo de via aérea, o profissional deve colocar um pano/toalha sobre a boca e o nariz da vítima e, então, realizar compressões contínuas;

  • Identifique e trate quaisquer causas reversíveis antes de considerar interromper a RCP, com especial consideração para hipóxia, acidemia e trombose coronária, causas citadas como frequentes nas publicações atuais sobre COVID-19. 3 Adicionalmente, taquicardia ventricular polimórfica do tipo torsade de pointes (associada ao alargamento de QT desencadeado por fármacos em tratamento) e tamponamento cardíaco (associada à miocardite), bem como eventual pneumotórax associado à ventilação mecânica, estão descritos como causas de PCR.

6. Manejo das Vias Aéreas

  • Deve-se evitar a ventilação com BVM ou bolsa-tubo endotraqueal, pelo elevado risco de gerar aerossóis e contaminação da equipe. 3 , 15 , 18 , 19 No caso de absoluta necessidade de ventilação com BVM, a técnica de selamento da máscara deve sempre envolver dois profissionais, e deve-se utilizar uma cânula orofaríngea (Guedel). Nesse caso, realizam-se 30 compressões e duas ventilações, em adultos, e 15 compressões e duas ventilações, em crianças, até que a via aérea invasiva seja estabelecida, quando se recomenda uma ventilação a cada 6 segundos para adultos e crianças. Preconiza-se a instalação de filtros HEPA entre a máscara e a bolsa ( Figuras 1 a 3 );

  • Considerando ser a hipóxia uma das principais causas de PCR nesses pacientes, o acesso invasivo da via aérea deve ser priorizado, para isolamento, por menor probabilidade de geração de aerossóis e consequente menor contaminação da equipe, bem como melhor padrão de ventilação/oxigenação. 15 , 16 , 19 - 21 Durante a instrumentalização da via aérea, a compressão torácica deve ser interrompida para proteção da equipe. Sugere-se que sua instrumentalização ocorra nos períodos de checagem de pulso, para diminuir o intervalo sem compressões, e recomenda-se que o médico mais experiente realize a intubação orotraqueal;

  • A intubação com uso de videolaringoscopia com lâmina de maior angulação deve ser a primeira escolha para o acesso rápido, seguro e definitivo às vias aéreas, sendo prioridade desde a primeira tentativa, realizada sempre pelo médico mais experiente. No caso de falha, a ajuda/apoio de um segundo médico deve imediatamente ser solicitada, que, em segunda tentativa, deve novamente priorizar o uso da videolaringoscopia; 16 , 20 , 21

  • Para crianças, recomenda-se videolaringoscopia com lâmina adequada ao tamanho do paciente, sem necessidade de maior angulação; 20

  • Na impossibilidade ou falha na intubação, devem-se utilizar dispositivos extraglóticos (tubo laríngeo ou máscara laríngea), que permitam a ventilação mecânica em circuito fechado, além do uso de capnografia, até que haja a adequada possibilidade de acesso definitivo à via aérea (intubação traqueal ou cricostomia). 20 , 22 Em crianças, utilizar preferencialmente máscara laríngea adequada ao peso como dispositivo extraglótico. 23 No Brasil, a instalação de dispositivos extraglóticos faz parte do escopo profissional de médicos e enfermeiros, podendo ser alternativa para o acesso às vias aéreas em unidades de suporte intermediário pré-hospitalar e nos atendimentos realizados por enfermeiros. 1 , 2 No entanto, recomenda-se a utilização do tubo endotraqueal sempre que possível, com o objetivo de reduzir a formação de aerossol;

  • Quanto aos dispositivos extraglóticos, dentre os disponíveis, deve-se priorizar, sempre que possível, os com maior vedação e que apresentam a possibilidade de sequencial introdução do tubo orotraqueal através dele ( fast track );

  • Mesmo intubado ou com dispositivo extraglótico, são importantes a oclusão e a vedação da boca do paciente, o que pode ser realizado com toalhas, gazes ou máscaras cirúrgicas, para reduzir a aerossolização.

  • Quando a PCR ocorrer em pacientes sob ventilação mecânica, deve-se manter o paciente conectado ao ventilador em circuito de ventilação fechado e ajustar os parâmetros da seguinte forma ( Quadro 1 ):

    • ○ Modo a volume, assistido-controlado, ajustado a 6 mL/kg do peso predito do paciente;

    • ○ Fração inspirada de oxigênio a 100%;

    • ○ Frequência respiratória em torno de dez ventilações por minuto e tempo inspiratório de 1 segundo;

    • ○ Disparo ( trigger ) a fluxo: desligar a sensibilidade; caso impossível, mudar o modo a pressão da sensibilidade e ajustá-la para a forma menos sensível possível (varia de acordo com ventilador de -15 a -20). A sensibilidade deve ser ajustada para o modo menos sensível ao disparo;

    • ○ Pressão positiva no final da expiração (PEEP) de zero;

    • ○ Sobre os alarmes, ajustar para alarmes de volume corrente máximo e mínimo permitidos pelo equipamento, e alarmes de pressão máxima de 60 cmH 2 O e mínima de 1 ou 0 cmH 2 O. Alarmes de volume-minuto devem permitir o máximo e o mínimo de cada aparelho. O alarme de frequência respiratória deve ser ajustado para o máximo permitido e o tempo de apneia deve ser de 60 segundos.

Figura 1. – Dispositivo bolsa-válvula-máscara com filtro HEPA. Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

Figura 1

Quadro 1. – Passos para setar o ventilador mecânico para ressuscitação cardiopulmonar.

  • Modo assistido-controlado a volume ≥ 6 mL/kg peso predito

  • Frequência respiratória ≥ 10 irpm FiO 2 100%

  • Disparo (trigger) a fluxo: desligar a sensibilidade ou -15 a -20 PEEP = 0

  • Alarmes de volume corrente máximo e mínimo permitidos pelo equipamento

  • Alarmes de pressão máxima de 60 cmH 2 O e mínima de 1 ou 0 cmH 2 O

  • Alarmes de volume-minuto máximo e mínimo de cada aparelho

  • Alarme de tempo de apneia de 60 segundos

FiO 2: fração inspirada de oxigênio; PEEP: pressão positiva expiratória final.

Fonte: Arquivo dos autores.

  • Os mesmos parâmetros devem ser ajustados em crianças. Avalie continuamente se o ventilador consegue manter esses parâmetros sem autodisparo pela compressão, gerando hiperventilação e aprisionamento de ar, com pressões excessivas (sistematicamente acima de 60 cmH 2 O). Em crianças, pode ser necessário desconectar do ventilador; neste caso, deve-se utilizar bolsa-válvula conectado a filtro HEPA;

  • Alguns ventiladores apresentam a função “RCP/PCR”, que ajusta automaticamente os limites de alarme e aciona os parâmetros alinhados acima. Em ventilação mecânica, preconiza-se a instalação de filtros HEPA no circuito ventilatório após o tubo orotraqueal, e outro na via do circuito expiratório; 16 , 20 , 21

  • Pinças retas fortes podem ser usadas para clampear o tubo, quando houver necessidade de mudança de circuitos/ventiladores (bolsa-válvula-máscara para o circuito de ventilador mecânico, por exemplo), com o objetivo de minimizar a aerossolização;

  • Ao aplicar a desfibrilação, para segurança da equipe e do paciente, deve-se sempre preferir o uso de pás adesivas, que não demandem a necessidade de desconexão do ventilador para liberação do choque. Caso sejam usadas pás manuais para desfibrilação, deve-se liberar o choque; após, colocar o ventilador em modo stand-by e desconectar o tubo orotraqueal do ventilador, mantendo o filtro HEPA acoplado ao tubo.

7. Compressões Torácicas

  • Realizar as compressões torácicas de alta qualidade, garantindo:

    • ○ Frequência das compressões de 100 a 120 compressões por minuto;

    • ○ Em adultos, profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6 cm);

    • ○ Em lactentes, profundidade de um terço do diâmetro anteroposterior do tórax e, em crianças, um terço do diâmetro anteroposterior do tórax ou no mínimo 5 cm.

  • Permitir o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima;

  • Minimizar interrupções das compressões; pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. Considere obter uma fração de compressão torácica a maior possível, tendo como objetivo o mínimo de 60% a 80%;

  • Revezar com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar cansaço e compressões de má qualidade;

  • Se o paciente estiver em decúbito dorsal horizontal, realizar as compressões no centro do tórax, na metade inferior do osso esterno;

  • Entendendo particularidades do uso de EPIs para aerossolização pelos profissionais, a alta demanda física das manobras, seu potencial de exaustão, e a necessidade de minimização da equipe presente na ressuscitação, sugere-se o uso de dispositivos mecânicos de RCP para adultos, caso disponíveis.

8. Ressuscitação em Posição Pronada/Prona

  • Caso o paciente esteja em posição pronada, sem via aérea invasiva instalada, recomenda-se reposicioná-lo rapidamente em posição supina, estabelecer as manobras de RCP e, o mais breve possível, instalar a via aérea invasiva, preferencialmente por intubação orotraqueal;

  • Caso o paciente já esteja sob intubação orotraqueal e ventilação mecânica, recomenda-se iniciar as manobras de RCP com o paciente ainda em posição prona. O ponto de referência para posicionamento das mãos segue a projeção do mesmo lugar das compressões torácicas (T7-T10), na região interescapular ( Figura 4 ). Recomenda-se que tentativas de retorno do paciente para posição supina sejam executadas com o máximo de segurança ao despronar, evitando a desconexão do ventilador e o risco de aerossolização. Se houver disponibilidade de pás adesivas do desfibrilador, deve–se colá-las em posição anteroposterior; 10 , 22 , 23

  • Caso não existam pás adesivas, a desfibrilação deve ser tentada colocando-se a pá esternal na região dorsal e a pá apical na lateral do paciente ( Figura 5 ). Recomenda-se que a eficácia da RCP seja avaliada usando dióxido de carbono expirado (pressão parcial de dióxido de carbono > 10 mmHg) e pressão arterial invasiva (considerando valores da pressão diastólica > 20 mmHg). Convém citar que as evidências para esta manobra são ainda incertas e, sempre que possível, a reversão da posição prona para a supina (mais adequada para realização da RCP de alta qualidade, bem como adequada ventilação) deve ser realizada.

Figura 4. – Local das mãos para realização das compressões em pacientes em posição prona. 23 .

Figura 4

Figura 5. – Posição sugerida das pás para desfibrilação em pacientes em posição prona. 23 .

Figura 5

9. Pós-parada Cardiorrespiratória

  • Antecipe a solicitação de leito em UTI com isolamento respiratório, antes do paciente ter o Retorno à Circulação Espontânea (RCE); 3 , 15 , 16

  • Descarte ou higienize todo o equipamento usado durante a RCP, seguindo as recomendações do fabricante e as diretrizes locais da instituição; 3

  • Quaisquer superfícies usadas para posicionar equipamentos de vias aéreas/ressuscitação também precisam ser higienizadas, de acordo com as diretrizes locais. Verifique se o equipamento usado no manejo das vias aéreas (por exemplo, laringoscópio e máscaras faciais) não foi deixado sobre o leito do paciente. Procure deixar os equipamentos em uma bandeja; 3 , 18

  • Após o atendimento, remova o EPI com segurança, evitando a autocontaminação. 3 , 15 Para esse passo, deve ser dada toda atenção, considerando que a maior parte da contaminação dos profissionais de saúde ocorre nesse momento, por contato com secreções e gotículas.

10. Orientações Para Ambiente Pré-hospitalar

  • Em ambiente pré-hospitalar, não deve ser iniciada a RCP em pacientes suspeitos ou confirmados com COVID-19, com sinais óbvios de morte; 3

  • Os profissionais devem utilizar precaução padrão + aerossol para o atendimento de vítimas suspeitas ou confirmadas com COVID-19;

  • Orientar a população que, ao ligar 192, informar se a vítima é suspeita de COVID-19. Isso facilita a paramentação prévia da equipe de atendimento. Sugere-se que os telefonistas e reguladores do serviço médico de emergência realizem busca ativa desses pacientes, indagando sobre sintomas gripais, febre e dispneia;

  • Realize compressões contínuas. A ventilação boca-boca e o uso de máscara de bolso não devem ser realizadas para pacientes suspeitos ou confirmados com COVID-19; 3

  • Considerando que a maioria das paradas extra-hospitalares ocorre no domicílio, na PCR extra-hospitalar pediátrica, o socorrista leigo muito provavelmente é um membro da família ou cuidador da criança, que já está em contato próximo e exposto a secreções. Nesse caso, o socorrista leigo deve realizar compressões e considerar ventilação boca a boca, caso seja capaz e esteja disposto a isso, uma vez que a maioria das paradas pediátricas ocorre por causa respiratória; 23

  • A RCP somente com compressão é alternativa razoável, caso o socorrista não se seja capaz de fazer a ventilação ou não tenha tido contato prévio próximo com a criança; 17

  • Os socorristas devem colocar um pano ou uma toalha sobre a boca e o nariz da vítima, ou posicionar uma máscara com baixo fluxo de oxigênio contínuo, para evitar a suspensão de aerossóis durante a RCP;

  • Não atrasar a desfibrilação: o uso precoce de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) aumenta significativamente as chances de sobrevivência da pessoa e não eleva o risco de infecção;

  • A ventilação com pressão positiva com BVM deve ser evitada ao máximo e, se efetivamente necessária, ser realizada por dois profissionais, sendo um deles responsável exclusivamente pelo acoplamento da máscara à face do paciente, da forma mais adequada possível, evitando vazamento de ar. A BVM só deve ser utilizada com filtro HEPA interposto à máscara;

  • Em crianças, fazer preferencialmente RCP com compressões e ventilações com BVM acoplada ao filtro HEPA;

  • O manejo das vias aéreas, no pré-hospitalar, deve seguir as recomendações mencionadas, de forma a garantir que as BVM e outros equipamentos de ventilação estejam equipados com filtros HEPA, e uma via área avançada (intubação orotraqueal ou dispositivo extraglótico) seja instalada precocemente;

  • Abrir as portas traseiras do veículo de transporte e ativar o sistema de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicional (AVAC) durante os procedimentos de geração de aerossóis (realizar esse procedimento longe do tráfego de pedestres);

  • Não permitir que acompanhantes sejam levados na ambulância no mesmo compartimento do paciente. Os pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 não podem ter acompanhantes sob risco de contaminação, segundo as recomendações do Ministério da Saúde. Sugere-se orientar que os acompanhantes se dirijam à unidade de saúde de referência por meios próprios para maiores informações;

  • Se o veículo não possuir compartimento de motorista isolado, abra as saídas de ar externas na área do motorista e ligue os ventiladores de exaustão traseiros na configuração mais alta.

11. Treinamento e Debriefing

  • Realize o debriefing ao final de cada procedimento, a fim de proporcionar melhorias e crescimento da equipe; 1 , 2

  • Treinamento de habilidades para a correta colocação e, principalmente, a retirada do EPI e simulações de atendimento à PCR devem ser realizados o mais precocemente possível por todas as equipes envolvidas no atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19; 15 , 16 , 20 , 21

  • São imperativos o treinamento e a educação permanente, tendo em vista a proteção da equipe e a maior segurança no atendimento do paciente. Recomenda-se fortemente a utilização de cenários em ambiente de simulação realística e recursos de educação a distância.

A seguir, os algoritmos para atendimento de PCR de pacientes adultos ( Figura 6 ) e pediátricos ( Figura 7 ), suspeitos ou confirmados com COVID-19.

Figure 6. – Algoritmo de atendimento da parada cardiorrespiratória para pacientes suspeitos ou confirmados COVID-19. AESP: atividade elétrica sem pulso; BVM: bolsa-válvula-máscara; Fi: fração inspirada; FR: frequência respiratória; FV: fibrilação ventricular; HEPA: High Efficiency Particulate Arrestance; IAM: infarto agudo do miocárdio; IO: intraósseo; IV: intravenoso; PA: pressão arterial; PEEP: pressão positiva no final da expiração; RCE: retorno da circulação espontânea; RCP: ressuscitação cardiopulmonar; TEP: tromboembolismo pulmonar; Ti: tempo inspiratório; TV: taquicardia ventricular; VM: ventilação mecânica.

Figure 6

Figura 7. – Algoritmo de tratamento da parada cardiorrespiratória pediátrica em paciente com suspeita ou confirmação de COVID-19. AESP: atividade elétrica sem pulso; BVM: bolsa-válvula-máscara; Fi: fração inspirada; FR: frequência respiratória; FV: fibrilação ventricular; HEPA: High Efficiency Particulate Arrestance; IAM: infarto agudo do miocárdio; IO: intraósseo; IV: intravenoso; PA: pressão arterial; PEEP: pressão positiva no final da expiração; RCE: retorno da circulação espontânea; RCP: ressuscitação cardiopulmonar; TEP: tromboembolismo pulmonar; Ti: xxxx ; TV: taquicardia ventricular; VM: ventilação mecânica.

Figura 7

Figura 2. – Paciente intubado, com bolsa-válvula-máscara e filtro HEPA, além de oclusão da cavidade oral com máscara. Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

Figura 2

Figura 3. – Paciente com dispositivo extraglótico, oclusão da cavidade oral com máscara e filtro HEPA. Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

Figura 3

Footnotes

Realização: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Associação Médica Brasileira (AMB)

Conselho de Normatizações e Diretrizes (2020-2021): Brivaldo Markman Filho, Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Correa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira

Coordenador de Normatizações e Diretrizes (2020-2021): Brivaldo Markman Filho

Nota: estes Posicionamentos se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Referências

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Arq Bras Cardiol. 2020 Jun 29;114(6):1078–1087. [Article in English]

Position Statement: Cardiopulmonary Resuscitation of Patients with Confirmed or Suspected COVID-19 – 2020

Hélio Penna Guimarães 1, Sérgio Timerman 2, Roseny dos Reis Rodrigues 1, Thiago Domingos Corrêa 1, Daniel Ujakow Correa Schubert 3, Ana Paula Freitas 4, Álvaro Rea Neto 5, Thatiane Facholi Polastri 2, Matheus Fachini Vane 6,7, Thomaz Bittencourt Couto 8, Antonio Carlos Aguiar Brandão 1,9, Natali Schiavo Giannetti 1, Thiago Timerman 10, Ludhmila Abrahão Hajjar 1,11,12, Fernando Bacal 1, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes 13

Abstract

Care for patients with cardiac arrest in the context of the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic has several unique aspects that warrant particular attention. This joint position statement by the Brazilian Association of Emergency Medicine (ABRAMEDE), Brazilian Society of Cardiology (SBC), Brazilian Association of Intensive Care Medicine (AMIB), and Brazilian Society of Anesthesiology (SBA), all official societies representing the corresponding medical specialties affiliated with the Brazilian Medical Association (AMB), provides recommendations to guide health care workers in the current context of limited robust evidence, aiming to maximize the protection of staff and patients alike.

It is essential that full aerosol precautions, which include wearing appropriate personal protective equipment, be followed during resuscitation. It is also imperative that potential causes of cardiac arrest of particular interest in this patient population, especially hypoxia, cardiac arrhythmias associated with QT prolongation, and myocarditis, be considered and addressed. An advanced invasive airway device should be placed early. Use of HEPA filters at the bag-valve interface is mandatory. Management of cardiac arrest occurring during mechanical ventilation or during prone positioning demands particular ventilator settings and rescuer positioning for chest compressions which deviate from standard cardiopulmonary resuscitation techniques. Apart from these logistical issues, care should otherwise follow national and international protocols and guidelines, namely the 2015 International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) and 2019 American Heart Association (AHA) guidelines and the 2019 Update to the Brazilian Society of Cardiology Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Guideline.


Declaration of potential conflict of interests of authors/collaborators of the Position Statement: Cardiopulmonary Resuscitation of Patients with Confirmed or Suspected COVID-19 – 2020
If, within the last 3 years, the author/collaborator of the statement:
Names of statement collaborators Participated in clinical and/or experimental studies sponsored by pharmaceutical or equipment companies related to this guideline Spoke at events or activities sponsored by industry related to this guideline Was (is) a member of a board of advisors or a board of directors of a pharmaceutical or equipment industry Participated in normative committees of scientific research sponsored by industry Received personal or institutional funding from industry Wrote scientific papers in journals sponsored by industry Owns stocks in industry
Álvaro Rea Neto No No No No No No No
Ana Paula Freitas No No No No No No No
Antonio Carlos Aguiar Brandão No No No No No No No
Daniel Ujakow Correa Schubert No No No No No No No
Fernando Bacal No No No No No No No
Hélio Penna Guimarães No No No No No No No
Ludhmila Abrahão Hajjar No No No No No No No
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes No No No No No No No
Matheus Fachini Vane No No No No No No No
Natali Schiavo Giannetti No No No No No No No
Roseny dos Reis Rodrigues No CSL Behring, Baxter, União Química, Octapharma Halexistar No No Octapharma No
Sérgio Timerman No No No No No No No
Thatiane Facholi Polastri No No No No No No No
Thiago Domingos Correa No No No No No No No
Thiago Timerman No No No No No No No
Thomaz Bittencourt Couto No No No No No No No

1. Introduction

Cardiopulmonary resuscitation (CPR) is perhaps the most extreme emergency procedure that can be required in a patient with coronavirus disease 2019 (COVID-19). In this setting, special caution is warranted, particularly regarding the increased risk of aerosol generation during chest compressions and ventilation, which poses a substantial hazard of rescuer contamination.

Considering the lack or inaccessibility of robust evidence on best practices in this novel scenario, the Brazilian Association of Emergency Medicine (ABRAMEDE), Brazilian Society of Cardiology (SBC), Brazilian Association of Intensive Care Medicine (AMIB), and Brazilian Society of Anesthesiology (SBA), all official societies representing the corresponding medical specialties affiliated with the Brazilian Medical Association (AMB), have issued this position statement containing specific recommendations for the management of cardiac arrest in patients with confirmed or suspected COVID-19. In all other cases, the 2015 guidelines of the International Alliance of Resuscitation Committees (ILCOR), the 2019 American Heart Association (AHA) guidelines,1 and the 2019 Update to the Brazilian Society of Cardiology Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Guideline2 apply.

2. Prevention of Cardiac Arrest

  • All patients with suspected or confirmed COVID-19 who are at increased risk of acute deterioration or cardiac arrest should be appropriately flagged to the local rapid response team (RRT) or whichever other team has been designated to provide code response.3 - 5 The use of severity scores and tracking systems, as well as the use of a “code yellow” system for identification of patients who are periarrest, allow early detection of critically ill patients and can optimize the care of cardiac arrest when it does occur;2 , 5

  • Assessment of the potential difficulty of laryngoscopy/intubation must be performed on admission to the hospital and/or Intensive Care Unit (ICU) and recorded appropriately in the patient’s medical record. Scores such as MACOCHA ( Mallampati, obstructive Apnea syndrome, reduced Cervical mobility, limited mouth Opening, Coma, severe Hypoxemia, and non-Anesthesiologist operator ) or mnemonics such as LEMON ( Look, Evaluate, Mallampati, Obstruction, Neck ) can assist in determination of the difficult airway, activation of appropriate support, and prompt a request for a difficult airway trolley or cart;6 , 7

  • Considering that two therapies currently under evaluation as potential treatments for COVID-19, chloroquine and hydroxychloroquine, may prolong the QT interval in up to 17% of patients, it is essential to consider the risk of severe polymorphic ventricular arrhythmias – especially torsades de pointes – and consequent occurrence of cardiac arrest with shockable rhythms;4 , 8 - 10

  • The patients most at risk of polymorphic tachycardias in this context are older adults; women; and those with COVID-related myocarditis, heart failure, liver or kidney dysfunction, electrolyte disturbances (particularly hypokalemia and hypomagnesemia), and bradycardia. Identification of patients who already have a prolonged (> 500 ms) corrected QT interval (QTc) at baseline is paramount, and ECG monitoring should be performed daily as long as QT-prolonging drugs are used.4 , 8 - 10

3. Decision-making

  • The decision of whether or not to initiate CPR must continue to be made on an individualized basis, be it during prehospital care, in the emergency department, or in the ICU. The potential benefits for the patient, the safety and exposure hazards of the code team, and the potential for futility of resuscitation maneuvers must be taken into account. Nevertheless, CPR should always be performed unless advance directives clearly state otherwise;1 , 2

  • “Do not attempt CPR” (DNACPR) or “not for CPR” decisions/directives must be properly documented and communicated to the team. Palliative and end-of-life care should follow local and institutional policy.1 , 2

4. Guidance on Precautions

  • Standard + aerosol precautions are recommended for all members of the code team in order to ensure adequate personal protection. Prompt availability of Personal Protective Equipment (PPE), e.g., by keeping PPE kits ready in every crash cart or trolley, minimizes the delay in initiating chest compressions and helps maintain continuity of care.3 , 4 , 11 - 14 Each PPE kit must include an N95 filtering facepiece respirator, face shield, waterproof gown, cap, long-cuff disposable gloves, and goggles;

  • The safety of the code team should be the utmost priority even if this means delaying chest compressions, and all those who respond to the code must first don appropriate PPE. In particular, CPR should not be started on any patient with suspected or confirmed COVID-19 until the code team is fully attired with appropriate PPE;3 , 4 , 11 - 14

  • The number of team members at the site of the code (if it is an enclosed space such as a private room or cubicle) should be restricted;2 , 4 , 15 , 16

  • Hand hygiene plays an important role in reducing the transmission of COVID-19. All team members must wash their hands with soap and water (only when visibly soiled) or use an alcohol-based hand sanitizer;3 , 15

  • Adherence to all applicable federal (Ministry of Health) and local government guidelines is mandatory.

5. First Response

  • Recognition of cardiac arrest should follow ILCOR/AHA and Brazilian Society of Cardiology guidelines. Assessment should start by checking for responsiveness, breathing (chest rise and fall), and presence of a central pulse;1 , 2

  • In adults, CPR should begin with continuous chest compressions. If the patient does not already have an invasive or advanced airway (orotracheal tube or extraglottic airway device) in place, a mask delivering low-flow oxygen or a towel should be placed over the patient’s mouth and nose before initiating compressions and kept in place until an invasive airway is secured,8 as chest compressions can generate aerosols;

  • In children, CPR should preferably consist of compressions and ventilation with a bag-valve-mask (BVM) coupled to a high-efficiency particulate arrestance (HEPA) filter until a definitive airway is established, since pediatric arrest is most commonly of respiratory etiology, and compression-only CPR is known to be less effective in this population.3 If a BVM with HEPA filter is not available, compression-only CPR with a standard oxygen mask or towel covering the patient’s mouth is a reasonable alternative;17

  • Despite the guidance of some emergency medical services that prehospital care of cardiac arrest in the absence of a medical professional (lay rescuer CPR) should be limited to hands-only CPR, the recommendation that the patient’s oral cavity be sealed to prevent aerosol generation as described above still stands;4 , 8 , 9 , 14

  • Cardiac monitoring should be placed as soon as possible to ascertain whether there is a shockable rhythm, so as not to delay defibrillation if appropriate and provide guidance as to the optimal resuscitation algorithm to follow;1 , 2

  • Defibrillation of a shockable rhythm should never be delayed to secure the airway or for other procedures;1 , 2

  • If the patient already had a face mask in place to deliver supplemental oxygen before cardiac arrest occurred, it should be kept on until intubation, but delivering low-flow oxygen only (6–10 L/min at most); higher flow rates may be aerosol-generating;

  • If the patient does not have any airway device in place, the rescuer should place a cloth or towel over the patient’s mouth and nose and begin continuous compressions;

  • Before considering termination of CPR, any reversible causes should be identified and addressed, with particular emphasis on hypoxia, acidemia, and coronary thrombosis – all cited as common causes of death in recent publications on COVID-19.3 Additionally, polymorphic torsades de pointes -type ventricular tachycardia (associated with QT prolongation, which is known to be caused by drugs under investigation as potential COVID-19 treatments) and cardiac tamponade (associated with myocarditis), as well as ventilation-induced pneumothorax, have all been described as causes of cardiac arrest.

6. Airway Management

  • BVM or bag-valve-tube (BVT) ventilation should be avoided, due to the high risk of aerosol generation and staff contamination.3 , 15 , 18 , 19 If BVM ventilation is absolutely necessary, two rescuers should always be present to allow a two-handed mask seal, and an oropharyngeal (Guedel) cannula should be placed. In this case, 30 compressions and two breaths should be performed in adults and 15 compressions and two breaths in children until an invasive airway has been established, at which point the ratio should switch to continuous compressions and one breath every 6 seconds for adults and children alike. Placement of a HEPA filter between the mask and the bag is recommended ( Figures 1 to 3 );

  • Considering that hypoxia is one of the main causes of cardiac arrest in patients with COVID-19, invasive airway access should be prioritized for isolation purposes, due to the lower likelihood of aerosol generation and, consequently, staff contamination, as well as the possibility of achieving better ventilation and oxygenation patterns.15 , 16 , 19 - 21 During airway instrumentation, chest compressions should be halted to protect the code team. It is suggested that airway instrumentation be performed or attempted during pulse checks, to reduce hands-off time. It is recommended that orotracheal intubation always be performed by the most experienced operator present;

  • Videolaryngoscopy with a blade capable of providing a wide-angle view should be the first-line method of choice for quick, safe, and definitive airway management, ideally on first attempt, and always performed by the most experienced physician. In the event of intubation failure, the assistance of a second operator must be requested immediately. Videolaryngoscopy should again be prioritized for the second attempt;16 , 20 , 21

  • For children, videolaryngoscopy with a blade suitable for the size of the patient is recommended; there is no particular need for a wider view angle;20

  • If intubation fails again or is deemed impossible, an extraglottic device (laryngeal tube or laryngeal mask) should be placed. This will allow closed-circuit mechanical ventilation and capnography until conditions are present for establishment of a definitive (surgical) airway via tracheostomy or cricothyrotomy.20 , 22 In children, a laryngeal mask suitable for the patient’s weight and size is the extraglottic device of choice.23 In Brazil, placement of extraglottic airway devices is within the scope of practice of both physicians and nurses, and can thus be an alternative for airway management in prehospital intermediate life support or limited advanced life support, as well as in nurse-led codes.1 , 2 Nevertheless, endotracheal intubation is still recommended whenever possible, largely with the aim of reducing aerosol generation;

  • When more than one extraglottic device is available, priority should be given whenever possible to that providing the best airway seal and the possibility of sequential placement of an orotracheal tube through the device lumen (Fastrach™ or other intubating laryngeal mask airway);

  • Even after a patient has been intubated or has an extraglottic device in place, occlusion and sealing of the oral cavity is still important to reduce aerosolization; this can be done with towels, gauze packs, or a standard surgical mask;

  • When cardiac arrest occurs in a patient already on mechanical ventilation, the patient should be connected to the ventilator through a closed ventilation circuit and the ventilator parameters set as follows ( Chart 1 ):

    • ○ Mode: volume assist-control ventilation (AC or ACV). Tidal volume (VT): 6 mL/kg predicted body weight.

    • ○ Fraction of inspired oxygen (FiO2): 100%.

    • ○ Respiratory rate (RR): approximately 10 breaths per minute; inspiratory time (Ti): 1 second.

    • ○ Flow triggering: off; if triggering cannot be disabled, switch to pressure-triggering mode and adjust the triggering pressure to the least sensitive (i.e., lowest) possible threshold; this ranges from -15 to -20 depending on ventilator model.

    • ○ Positive end-expiratory pressure (PEEP): zero.

    • ○ Alarms: set tidal volume alarms to the minimum and maximum allowed by the ventilator and pressure alarms to 60 cmH2O (maximum) and 1 or 0 cmH2O (minimum). The high and low minute volume alarms should be set to the maximum and minimum allowed by the device. The respiratory rate alarm should be set to the maximum allowed by the device, and the apnea time, to 60 seconds.

Figure 1. – Bag-valve-mask device fitted with HEPA filter. Source: Personal collection.

Figure 1

Chart 1 – Mechanical ventilator settings for cardiopulmonary resuscitation.

  • Volume assist-control ventilation mode; VT = 6 mL/kg PBW

  • Respiratory rate = 10 bpm

  • FiO2 = 100%

  • Flow trigger = disabled or sensitivity threshold -15 to -20

  • PEEP = 0

  • VT alarms = maximum and minimum allowed by device

  • Pressure alarms = 60 cmH2O maximum, 1 or 0 cmH2O minimum

  • High and low minute volume alarms = maximum and minimum allowed by device

  • Apnea time = 60 seconds

FiO2: fraction of inspired oxygen; PBW: predicted body weight; PEEP: positive end-expiratory pressure; VT: tidal volume.

Source: Personal collection.

  • The exact same parameters apply in children;

Continuously assess whether the ventilator can maintain these parameters without auto-triggering, which leads to hyperventilation and air trapping with excessive pressures (systematically above 60 cm H2O). In children, temporary disconnection from the ventilator may be necessary; in this case, BVM ventilation with a HEPA filter should be performed;

  • Some ventilators provide a “CPR mode” function, which automatically adjusts the alarm limits and ventilator parameters as described above. For mechanically ventilated patients, it is recommended that a HEPA filter be placed in the ventilation circuit after the orotracheal tube and a second filter at the expiratory circuit;16 , 20 , 21

  • To minimize aerosol generation, the tube should be clamped with a strong straight hemostat whenever there is a need to switch ventilator circuits (BVM to mechanical ventilator circuit, for instance);

  • For the safety of the team and the patient, adhesive pads (which do not require disconnection from the ventilator) should always be preferred for defibrillation. If manual (paddle) defibrillation is needed, the ventilator should be placed in standby mode and the orotracheal tube disconnected from the ventilator, keeping the HEPA filter attached to the tube, only after the shock has been delivered.

7. Chest Compressions

  • High-quality chest compressions should be performed, ensuring:

    • ○ A compression rate of 100 to 120 compressions per minute.

    • ○ In adults, a compression depth of at least 5 cm (compressions deeper than 6 cm should be avoided).

    • ○ In infants, compression depth should be one-third of the anteroposterior diameter of the chest; in children, it should be one-third of the anteroposterior diameter of the chest or at least 5 cm.

  • Allow full recoil of chest after each compression; do not lean on the patient’s chest;

  • Minimize interruptions in chest compressions; pauses should be limited to 10 seconds at most (for two breaths). Consider performing CPR with the goal of the highest possible chest compression fraction, aiming at a minimum of 60% to 80%;

  • Rotate out with another team member every 2 minutes to avoid rescuer fatigue, which can lead to poor compressions;

  • If the patient is in the supine position, compressions should be performed in the center of the chest, on the lower half of the breastbone (sternum);

  • Considering the need for PPE use to limit the risk of aerosol generation, the strenuous nature of resuscitation maneuvers, the potential for rescuer fatigue and exhaustion, and the need to minimize the number of team members present during resuscitation, use of a mechanical chest compression device is advised for adults whenever one is available.

8. Cardiopulmonary Resuscitation in the Prone Position

  • If the patient is in prone position with no invasive airway in place, he or she should be quickly repositioned supine, CPR should be initiated, and an invasive airway device should be placed as soon as possible, preferably by orotracheal intubation;

  • If the patient is already intubated and ventilated, it is recommended that CPR maneuvers be initiated with the patient still in prone position. The surface landmark for hand placement is the exact posterior projection of the site for chest compressions, i.e., in the interscapular region, at the T7-T10 level ( Figure 4 ). Attempts to de-prone (i.e., return the patient to the supine position) should be performed with maximum care to avoid ventilator disconnection and minimize the risk of aerosolization. If adhesive defibrillator pads are available, they should be placed in an anteroposterior arrangement;10 , 22 , 23

  • If no adhesive pads are available, manual defibrillation can be attempted by placing the sternal paddle on the dorsal region and the apical paddle on the patient’s flank ( Figure 5 ). It is recommended that the effectiveness of CPR be assessed by end-tidal CO2monitoring (partial pressure of carbon dioxide > 10 mmHg) and invasive blood pressure monitoring (diastolic blood pressure > 20 mmHg). It bears stressing that evidence for this maneuver is still unclear and, whenever possible, the patient should be de-proned, as the supine position is best suited for high-quality CPR and adequate ventilation.

Figure 4. – Hand placement for compressions on a patient in the prone position. 23.

Figure 4

Figure 5. – Suggested paddle position for manual defibrillation of a patient in the prone position. 23.

Figure 5

9. Post-cardiac Arrest Care

  • If the patient is not already in intensive care, an ICU bed with respiratory isolation should be requested even before return of spontaneous circulation (ROSC) is achieved;3 , 15 , 16

  • All equipment used during CPR should be disposed of or sanitized following manufacturer recommendations and institutional or local guidelines;3

  • All surfaces onto which airway/resuscitation equipment was placed must also be cleaned as per local guidelines. Check that no airway management devices (including laryngoscopes and face masks) have been left on the bed. All equipment should be left on the intubation tray if possible;3

  • After the code, team members should doff all PPE safely, avoiding self-contamination.3 , 15 Particular attention is required during this step, which is when contamination of health care workers is most likely to occur (through contact with patient secretions and respiratory droplets).

10. Specific Guidance for Prehospital Care

  • In the prehospital environment, CPR should never be attempted in patients with suspected or confirmed COVID-19 who present with obvious signs of death;3

  • Prehospital care providers should follow standard + aerosol precautions when caring for patients with suspected or confirmed COVID-19;

  • The population should be instructed to notify the dispatcher if the victim is suspected to have COVID-19 when calling an ambulance. This allows prehospital care providers to don appropriate PPE before arrival at the scene. Emergency medical service dispatchers and physician regulators/medical directors are strongly advised to conduct active case-finding of COVID-19 by inquiring about flu-like symptoms, fever, and dyspnea during calls;

  • CPR should be limited to continuous chest compressions. Mouth-to-mouth ventilation, even with use of a pocket CPR mask, should never be performed for patients with suspected or confirmed COVID-19;3

  • Considering that most out-of-hospital cardiac arrests occur at home, in pediatric out-of-hospital arrests, the lay rescuer will most likely be a parent, family member, or caregiver who will already be in close contact with the child and thus exposed to respiratory secretions. In this case, the lay rescuer should be instructed to perform compressions and consider mouth-to-mouth ventilation if he or she is able and willing to do so, since most pediatric arrests are secondary to respiratory causes;23

  • Hands-only CPR is a reasonable alternative if the rescuer is unable or unwilling to provide mouth-to-mouth resuscitation or has not had close contact with the child before;17

  • The rescuer should cover the victim’s mouth and nose with a cloth or towel (or, if available, place a mask delivering low-flow oxygen) to prevent suspension of aerosols generated during CPR;

  • Do not delay defibrillation. Early use of an automated external defibrillator (AED) significantly increases the odds of survival and does not increase the risk of COVID-19 transmission;

  • Positive-pressure BVM ventilation should be avoided at all cost. If absolutely necessary, it must always be performed by two providers, one of whom will be exclusively responsible for sealing the mask to the patient’s face, using the most suitable grip technique to avoid air leak. A BVM may only be used if a HEPA filter is available and has been placed at the bag-valve interface.

  • In children, CPR should preferably consist of chest compressions and BVM ventilation (always with a HEPA filter);

  • Otherwise, prehospital airway management should follow the aforementioned recommendations for in-hospital care – namely, ensuring that a BVM and any other ventilation devices are equipped with HEPA filters and that an advanced airway device (tracheal tube or extraglottic airway) is placed as early as possible;

  • Open the rear doors of the transport vehicle and activate the heating, ventilation, and air conditioning (HVAC) system during any aerosol-generating procedures (do this away from pedestrian traffic);

  • Family members or chaperones may not ride along in the ambulance in the same compartment as the patient. According to Ministry of Health recommendations, patients with suspected or confirmed COVID-19 are not allowed any chaperones who may be at risk of contamination. It is suggested that companions or chaperones be instructed to make their own way to the health facility;

  • If the transport vehicle lacks an isolated driver compartment, the outside air vents in the driver’s area should be opened and the rear exhaust fans turned on at the highest setting.

11. Training and Debriefing

  • Perform debriefing at the end of each code to support team growth and improvement;1 , 2

  • All health care workers involved in the care of patients with suspected or confirmed COVID-19 should undergo skills training in donning and, especially, doffing PPE as soon as possible, as well as participate in simulated code blue response;15 , 16 , 20 , 21

  • Skills training and continuing medical education are paramount to protecting staff and improving safety in patient care. The use of moulages/vignettes, realistic simulation resources, and distance education resources is strongly recommended.

Following are the algorithms for PCR care of adult ( Figure 6 ) and pediatric ( Figure 7 ) patients with suspected or confirmed COVID-19.

Figure 6. – Algorithm for management of cardiopulmonary arrest in patients with suspected or confirmed COVID-19. AMI: acute myocardial infarction; BP: blood pressure; BVM: bag-valve-mask; CPR: cardiopulmonary resuscitation; Fi: inspired fraction; HEPA: high-efficiency particulate arrestance; IO: intraosseous; IV: intravenous; MV: mechanical ventilation; PE: pulmonary embolism; PEA: pulseless electrical activity; PEEP: positive end-expiratory pressure; ROSC: return of spontaneous circulation; RR: respiratory rate; Ti: inspiratory time; VF: ventricular fibrillation; VT: ventricular tachycardia.

Figure 6

Figure 7. – Algorithm for management of cardiopulmonary arrest in pediatric patients with suspected or confirmed COVID-19. AMI: acute myocardial infarction; BP: blood pressure; BVM: bag-valve-mask; CPR: cardiopulmonary resuscitation; Fi: inspired fraction; HEPA: high-efficiency particulate arrestance; IO: intraosseous; IV: intravenous; MV: mechanical ventilation; PE: pulmonary embolism; PEA: pulseless electrical activity; PEEP: positive end-expiratory pressure; ROSC: return of spontaneous circulation; RR: respiratory rate; Ti: inspiratory time; VF: ventricular fibrillation; VT: ventricular tachycardia.

Figure 7

Figure 2. – Manikin simulation of an intubated patient being ventilated with a bag-valve-mask device fitted with a HEPA filter. Note surgical mask covering the nose and oral cavity. Source: Personal collection.

Figure 2

Figure 3. – Manikin simulation of a patient with an extraglottic airway device being ventilated. Note HEPA filter and surgical mask covering the nose and oral cavity. Source: Personal collection.

Figure 3

Footnotes

Development: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) Associação Médica Brasileira (AMB)

Norms and Guidelines Council (2020-2021): Brivaldo Markman Filho, Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Correa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira

Norms and Guidelines Coordinator (2020-2021): Brivaldo Markman Filho

Note: These statements are for information purposes and are not to replace the clinical judgment of a physician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.


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