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. 2021 May 21;117(3):520–527. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20200073
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Hipertensos Tratados e Avaliados por Telemonitoramento Residencial da Pressão Arterial. Estudo TeleMRPA

Weimar Kunz Sebba Barroso 1,, Audes Diógenes Magalhães Feitosa 2, Eduardo Costa Duarte Barbosa 3, Andréa Araujo Brandão 4, Roberto Dischinger Miranda 5, Priscila Valverde Oliveira Vitorino 6, Carlos Alberto Machado 7, Antônio Almeida Braga 8, Lúcio Paulo de Souza Ribeiro 9, Marco Antonio Mota-Gomes 9
PMCID: PMC8462946  PMID: 34076063

Resumo

Fundamento:

Hipertensos tratados avaliados apenas com a medida casual da pressão arterial (PA) podem estar sujeitos a decisões equivocadas.

Objetivos:

Avaliar o comportamento da PA pela medida casual e residencial (MRPA), o comportamento das classes de anti-hipertensivos e as prevalências de hipertensão do avental branco (HABNC) e mascarada não-controladas (HMNC).

Métodos:

Estudo transversal que avaliou pacientes pela plataforma TeleMRPA entre 2017 e 2019. Foram excluídos aqueles sem medicamentos, com 3 ou mais, em uso de espironolactona e alfa-2 agonistas. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), número de medidas válidas da PA, médias da PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) pela medida casual e MRPA, e as classes de anti-hipertensivos. Utilizados os testes t pareado e não pareado e qui-quadrado. Adotado nível de significância de 5%.

Resultados:

Selecionados 22.446 pacientes, dos quais 6.731 preencheram os critérios, sendo 61,3% do sexo feminino, com idade média de 57,8 (±12,6) anos e IMC médio de 29,0 (±5,1) kg/m2. Os valores médios de PAS e PAD foram 6,6 mmHg (p<0,001) e 4,4 mmHg (p<0,001) maiores na medida casual que na MRPA. As taxas de controle da PA foram de 57,0% pela medida casual e 61,3% pela MRPA (p<0,001), com prevalência de HABNC e HMNC de 15,4% e 11,1%, respectivamente. O bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona ocorreu em 74,6% das vezes e 54,8% estavam em monoterapia.

Conclusões:

O uso da MRPA deve ser considerado no acompanhamento de hipertensos tratados em virtude das elevadas prevalências de HABNC e HMNC. Os anti-hipertensivos tiveram comportamentos distintos nas medidas domiciliares. (Arq Bras Cardiol. 2021; [online].ahead print, PP.0-0)

Palavras-chave: Hipertensão, Anti-Hipertensivos, Pressão Arterial, Monitoração Pressão Arterial Residência, TeleMRPA, Hipertensão do Jaleco Branco, Prevalência

Introdução

A medida casual da pressão arterial (PA) em pacientes hipertensos, seja para diagnóstico ou avaliação do controle, apresenta fragilidades importantes e pode levar a equívocos de interpretação.1,2

Por outro lado, o tratamento farmacológico da hipertensão arterial (HAS) e a consequente redução das cifras pressóricas são capazes de diminuir de forma significativa a incidência dos principais desfechos cardiovasculares.3,4 Apesar desse conhecimento, a grande maioria dos dados epidemiológicos relativos à prevalência de HAS em nosso país deriva de questionários epidemiológicos, como a Pesquisa Nacional de Saúde (21,4%)5 e o VIGITEL (24,7%),6 sendo os dados relativos ao controle, em quase sua totalidade, obtidos a partir da medida casual.7

Portanto, é importante que a avaliação da eficácia dos anti-hipertensivos e do controle adequado da PA em pacientes tratados seja feita por métodos com maior acurácia que a medida casual, podendo-se utilizar para essa finalidade a monitorização ambulatorial (MAPA) ou residencial da pressão arterial (MRPA).810

Este é o primeiro estudo em um grande número de hipertensos tratados com diferentes classes de anti-hipertensivos e avaliados por método de MAPA e telemedicina com o objetivo de investigar se os valores no consultório e no domicílio apresentam diferenças, se as diferentes classes de anti-hipertensivos têm comportamentos distintos quando avaliadas no domicílio do paciente e quais as prevalências de hipertensão do avental branco não controlada (HABNC) e de hipertensão mascarada não controlada (HMNC).

Métodos

Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás sob o número CAEE 99691018.7.0000.5078, tendo sido aprovado.

Estudo transversal, que avaliou pacientes que realizaram exames na plataforma TeleMRPA (www.telemrpa.com) de maio de 2017 a setembro de 2019. A plataforma foi desenvolvida como ferramenta de laudo a distância por telemonitoramento com características que permitem a análise e o filtro do banco de dados de acordo com as perguntas científicas que se pretendem investigar. O algoritmo matemático utilizado possibilita a análise com proteção dos dados pessoais do paciente, assim como das clínicas ou unidades de saúde, seja para a interpretação do exame, seja para a construção de projetos de pesquisa. Por não se tratar de um software e sim de uma plataforma acessível em qualquer terminal de computador, tablet ou smartphone, a inserção dos dados relativos à medida da PA pode ser feita de forma remota e simplificada.

Foram incluídos neste estudo pacientes com idade mínima de 18 anos, em uso de fármacos anti-hipertensivos e que apresentavam como estratégia de tratamento monoterapia ou combinação com duas classes distintas. Foram excluídos pacientes que não utilizavam anti-hipertensivos, em uso de combinação de três ou mais anti-hipertensivos e ainda aqueles que utilizavam espironolactona e alfa-2 agonista como monoterapia (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma de seleção da amostra do estudo.

Figura 1

Fonte: os autores.

Foram utilizados os seguintes dados da plataforma TeleMRPA: sexo (masculino/feminino); idade (em anos calculada a partir da data de nascimento); índice de massa corporal (IMC); número de medidas válidas da MRPA; PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) obtidas pela MRPA e de forma casual; e classe dos medicamentos utilizados.

Para o cálculo do IMC, foram utilizados o peso e a altura aferidos e a fórmula de Quetelet.11 Para a medida da MRPA, o aparelho foi disponibilizado para o paciente, que foi orientado sobre manuseio e técnica adequados para a medida da PA no dia da entrega do mesmo.3 Ainda nesse primeiro dia, foram realizadas duas medidas no ambiente da clínica/consultório e, nos quatro dias subsequentes, o paciente (e/ou cuidador/acompanhante) realizou as medidas em seu domicílio conforme o protocolo. Considerou-se como medida casual a média das duas medidas do primeiro dia e como medida domiciliar a média das 24 medidas do segundo ao quinto dia (Figura 2).12,13

Figura 2. Protocolo de monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) de acordo com a diretriz brasileira (***/**: medição da pressão arterial). 8 , 9 .

Figura 2

Foram utilizados aparelhos automáticos validados das marcas Omron, Geratherm e Microlife.

Os dados foram exportados da plataforma TeleMRPA para o excel. Todas as classes de medicamentos descritas na plataforma foram revisadas e codificadas por duas equipes de trabalho. Em seguida, os bancos de dados foram cruzados para identificação de discrepâncias que, quando identificadas, foram revisadas com toda a equipe e a coordenação.

Análise estatística

Para a análise dos dados foi utilizado o software Stata, versão 14.0. Foi empregada estatística descritiva com utilização de médias e desvio-padrão para as variáveis contínuas com distribuição normal e de frequências absoluta e relativa para as variáveis categóricas. Foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificação da distribuição de dados das variáveis. A comparação entre os valores de PA obtidos por meio da MRPA e da medida casual foi realizada com o teste t pareado. Para a comparação dos valores de PA de acordo com o medicamento, foi utilizado o teste t não pareado. Para comparações entre os pacientes que atingiram e não atingiram as metas segundo a medida casual e a MRPA, foi utilizado o teste qui-quadrado. Para todas as análises, foi adotado um nível de significância de 5%.

Resultados

Foram avaliados 6.731 pacientes, 61,3% do sexo feminino, com idade média de 57,8 (±12,6) anos e IMC médio de 29,0 (±5,1) kg/m2. Os valores da PA casual foram maiores que os do domicílio e esse comportamento se repetiu com o uso de monoterapia ou combinação de fármacos, bem como com todas as classes de medicamentos (Tabela 1). O número médio de medidas válidas/exame foi de 23,5 (±1,6). As diferenças nos valores médios da PAS e PAD foram de 6,6 mmHg (p<0,001) e 4,4 mmHg (p<0,001), respectivamente. Essas diferenças caracterizam o efeito do avental branco e se mantiveram com significância estatística em todas as estratégias de tratamento.

Tabela 1. Descrição da pressão arterial da amostra segundo a utilização de medicamento e comparação entre a pressão arterial pela medida casual e pela monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) total e segundo a estratégia medicamentosa, n= 6.731.

Variável n % MRPA Casual p
Total
PAS 6.731 100 126,2 ± 15,3 132,8 ± 19,6 <0,001
PAD 79,6 ± 9,7 84,0 ± 11,6 <0,001
BRA
PAS 2.254 33,5 127,1 ± 15,2 133,5 ± 19,2 <0,001
PAD 80,4 ± 9,6 84,9 ± 11,6 <0,001
IECA
PAS 595 8,8 124,7 ± 14,2 130,2 ± 18,1 <0,001
PAD 79,3 ± 9,0 83,0 ± 10,5 <0,001
ACC
PAS 196 2,9 127,2 ± 13,1 134,0 ± 17,4 <0,001
PAD 80,2 ± 9,5 84,4 ± 11,2 <0,001
Diurético
PAS 173 2,6 123,1 ± 13,8 132,2 ± 19,1 <0,001
PAD 79,1 ± 9,3 85,5 ± 10,6 <0,001
Betabloqueador
PAS 474 7,0 123,2 ± 15,2 130,6 ± 19,4 <0,001
PAD 77,7 ± 10,0 82,4 ± 11,2 <0,001
BRA + ACC
PAS 683 10,1 127,1 ± 14,6 133,6 ± 19,1 <0,001
PAD 79,0 ± 9,7 83,2 ± 11,8 <0,001
IECA + ACC
PAS 332 4,9 126,2 ± 12,6 132,4 ± 16,3 <0,001
PAD 79,9 ± 8,9 83,8 ± 10,4 <0,001
BRA + diurético
PAS 1.015 15,1 125,2 ± 16,2 132,8 ± 21,1 <0,001
PAD 79,6 ± 9,6 84,5 ± 12,1 <0,001
IECA + diurético
PAS 151 2,2 124,6 ± 15,8 132,7 ± 20,0 <0,001
PAD 78,8 ± 9,5 84,0 ± 11,1 <0,001
Betabloqueador + IECA
PAS 134 2,1 127,6 ± 17,1 133,9 ± 21,9 <0,001
PAD 79,0 ± 10,4 82,4 ± 13,2 <0,001
Betabloqueador + BRA
PAS 475 7,1 129,5 ± 18,0 135,5 ± 22,3 <0,001
PAD 79,1 ± 10,6 83,0 ± 12,7 <0,001
Betabloqueador + diurético
PAS 137 2,0 122,0 ± 14,9 130,9 ± 21,0 <0,001
PAD 78,1 ± 8,3 84,0 ± 11,3 <0,001
Betabloqueador + ACC
PAS 65 1,0 125,5 ± 16,4 131,9 ± 21,6 <0,001
PAD 77,4 ± 10,7 82,1 ± 12,1 <0,001
ACC + diurético
PAS 45 0,7 130,8 ± 14,6 137,1 ± 18,6 <0,001
PAD 81,7 ± 11,0 86,3 ± 13,1 <0,001

Teste t pareado. BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; ACC: antagonista de canal de cálcio; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. Fonte: os autores.

Em relação às preferências de estratégia medicamentosa, 54,8% dos pacientes estavam em uso de monoterapia e 45,2%, de combinações duplas. O bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) foi a opção mais frequente, sendo que 58,7% dos pacientes estavam em uso de bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) e 15,9%, de inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) (Tabela 1).

Quando avaliamos o controle da PA de acordo com as metas ‘menor que 140 mmHg e 90 mmHg’ para a medida casual e ‘menor que 135 mmHg e 85 mmHg’ para a MRPA, conforme diretrizes vigentes,3,4 encontramos taxas de 57,0% e 61,3%, respectivamente (p<0,001). A prevalência de HABNC foi 15,4% e de HMNC, 11,1% (Tabela 2).

Tabela 2. Controle da pressão arterial avaliada pela medida casual (<140 e <90 mmHg) e pela monitorização residencial da pressão arterial (MRPA: <135 e <85 mmHg), n= 6.731.

Meta pela medida casual Total
<140 e <90mmHg ≥ 140 e/ou ≥ 90 mmHg
Meta pela MRPA
<135 e <85 mmHg 3.093 (45,9%) 1.034 (15,4%)* 4.127 (61,3%) p< 0,001
≥135 e/ou ≥85 mmHg 744,9 (11,1%) 1.860 (27,6%) 2.604 (38,7%)
Total 3.837 (57,0%) 2.894 (43,0%) 6.731 (100,0%)

Qui quadrado.

*

hipertensão do avental branco não controlada,

hipertensão mascarada não controlada. Fonte: os autores

As comparações entre as diferentes classes de anti-hipertensivos são mostradas na Tabela 3 (somente monoterapia) e na Tabela 4 (somente combinações duplas) para a medida da PA pela MRPA.

Tabela 3. Valores de significância (p) referentes às comparações das pressões arteriais sistólica e diastólica obtidas pela MRPA, segundo diferentes classes de anti-hipertensivos em monoterapia, n= 6.731.

Medicamentos
Medicamento (comparações PAS) IECA ACC DIUR BB
BRA <0,01 0,987 <0,001 <0,001
IECA - 0,035 0,060 0,095
ACC - - <0,001 0,002
DIUR - - - 0,630
BB - - - -
Medicamento (comparações PAD) IECA ACC DIUR BB
BRA 0,009 0,737 <0,001 <0,001
IECA - 0,231 0,115 0,005
ACC - - 0,028 0,002
DIUR - - - 0,557

Teste t não pareado. BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; ACC: antagonista de canal de cálcio; BB: betabloqueador; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. Fonte: os autores.

Tabela 4. Valores de significância (p) referentes à comparação das pressões arteriais sistólica e diastólica obtidas pela MRPA segundo diferentes combinações de dois fármacos anti-hipertensivos, n= 6.731.

Combinação dupla de medicamentos
Comparação PAS IECA com ACC BRA com DIUR IECA com DIUR BB com IECA BB com BRA BB com DIUR BB com ACC ACC com DIUR
BRA com ACC 0,358 0,018 0,070 0,713 0,012 <0,001 0,419 0,099
IECA com ACC - 0,317 0,239 0,332 0,004 0,001 0,696 0,023
BRA com DIUR - - 0,671 0,117 <0,001 0,026 0,894 0,024
IECA com DIUR - - - 0,132 0,003 0,144 0,714 0,021
BB com IECA - - - - 0,276 0,004 0,417 0,263
BB com BRA - - - - - <0,001 0,093 0,641
BB com DIUR - - - - - - 0,129 <0,001
BB com ACC - - - - - - - 0,087
Comparação PAD IECA com ACC BRA com DIUR IECA com DIUR BB com IECA BB com BRA BB com DIUR BB com ACC ACC com DIUR
BRA com ACC 0,133 0,195 0,800 0,995 0,842 0,270 0,204 0,077
IECA com ACC - 0,581 0,190 0,319 0,243 0,030 0,040 0,239
BRA com DIUR - - 0,317 0,485 0,366 0,065 0,072 0,166
IECA com DIUR - - - 0,856 0,725 0,475 0,343 0,087
BB com IECA - - - - 0,903 0,397 0,313 0,145
BB com BRA - - - - - 0,264 0,216 0,125
BB com DIUR - - - - - - 0,644 0,020
BB com ACC - - - - - - - 0,043

Teste t não pareado. BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; ACC: antagonista de canal de cálcio; BB: betabloqueador; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. Fonte: os autores.

Discussão

O presente estudo contribui com a análise na prática clínica de número expressivo de pacientes hipertensos tratados com medicamentos, avaliados pela medida casual da PA e pela MRPA. Os achados confirmam que menores médias de PA são observadas na MRPA, independentemente do uso de monoterapia ou combinação de fármacos, bem como das classes de anti-hipertensivos prescritas. Observaram-se alta taxa de controle da PA, maior com a MRPA, e prevalências relevantes de HABNC e HMNC, o que tem implicações prognósticas potenciais e reforça a necessidade do uso da medida da PA fora do consultório como parâmetro para adequada abordagem e seguimento do paciente hipertenso.

Em relação às características da amostra estudada, é importante ressaltar que se trata de uma população com idade média próxima a 60 anos e IMC aumentado, aspectos relevantes em virtude de serem fatores que tornam o tratamento da HAS e o seu controle mais difíceis.1416

Outro ponto importante é que, apesar de as últimas diretrizes nacionais e internacionais recomendarem a combinação de fármacos como uma estratégia preferencial para a maioria dos pacientes hipertensos, ainda observamos que 54,8% de nossa amostra estava em uso de monoterapia.3,4,17,18 Na análise das classes de medicamentos utilizadas fica nítida a preferência pela estratégia de bloquear o SRAA, que aconteceu em 74,6% dos pacientes, sendo que a frequência de uso dos BRA foi 3,7 vezes maior que a dos IECA. Outras classes de anti-hipertensivos tiveram uma frequência baixa de uso em monoterapia. As combinações de BRA ou IECA com diuréticos (DIUR) ou antagonistas de canal de cálcio (ACC) foram preferidas, o que está bem alinhado com as recomendações atuais.19,20

Os valores de PAS e PAD apresentaram-se sempre mais altos e com significância estatística nas medidas no consultório comparadas às domiciliares, independentemente da classe de anti-hipertensivos e da estratégia de monoterapia ou combinação. Em média, as diferenças foram de 6,6 mmHg para PAS (p<0,001) e de 4,4 mmHg para a PAD (p<0,001) e se repetiram com maior ou menor intensidade em todas as medicações utilizadas. Esse achado remete à necessidade de considerarmos o cenário de HABNC como um fenótipo frequente em pacientes tratados e que, quando presente, pode induzir à utilização de medicamentos em quantidade ou doses maiores que o necessário quando avaliamos os hipertensos tratados apenas com base nas medidas de consultório.2,8,9,21 Em nossa amostra, a prevalência de HABNC foi 15,4% e a de HMNC, 11,1%, significando erro da interpretação de controle adequado com a estratégia terapêutica de 26,5%.

A HABNC torna-se ainda mais relevante se considerarmos que, sob o olhar da MRPA, temos mais pacientes na meta do que quando avaliados pela medida casual (61,3% vs 57%, p<0,001), novamente reforçando a tese de que, com as medidas domiciliares, poderemos fazer ajustes mais adequados ao comportamento da PA no dia a dia do paciente. Vale considerar ainda que, diferentemente do que se imaginava, a HABNC pode ser encontrada tanto quando temos elevações do componente sistólico quanto diastólico pela medida casual, e em todas as faixas etárias.21 Outro fenótipo a ser considerado é o da HMNC, que ainda é uma das grandes dúvidas no cenário do tratamento da HAS: como lidar com pacientes com a PA controlada no consultório e elevada nas medidas domiciliares e quais seriam as metas pela MRPA?22

Nas comparações das classes de anti-hipertensivos, encontramos diferenças significativas no que tange à redução dos valores pressóricos. Entretanto, devemos considerar como fator limitante o fato de que, como este estudo não foi randomizado para esse tipo de comparação em relação às classes, às doses utilizadas e às características dos pacientes, essas diferenças devem ser analisadas com cautela. Esses achados são coincidentes com os de outras publicações, principalmente metanálises de estudos randomizados, que já haviam descrito diferenças em termos de potência dependentes das doses utilizadas e indicações, porém através da análise de medida casual da PA.2325 No presente estudo, as diferentes classes de anti-hipertensivos parecem apresentar potências distintas, quando avaliadas pela MRPA, o que reforça a necessidade de individualização do paciente na escolha da melhor estratégia para o tratamento.

A nosso ver, o aspecto relevante é a maior prevalência do uso dos BRA como estratégia de bloqueio do SRAA e sua combinação com ACC e DIUR. É possível que a preferência pelo bloqueio do SRAA como estratégia de tratamento da HAS tenha respaldo na literatura que demonstra evidências de redução expressiva da PA, proteção cardiovascular e baixa incidência de efeitos colaterais com essa classe de fármacos, seja em monoterapia seja em combinação.26,27

Conclusões

Em hipertensos tratados, a análise do controle adequado da PA deveria ser baseada não somente nos valores do consultório como também nas medidas domiciliares.

As diferentes classes de anti-hipertensivos apresentaram comportamentos distintos em relação à redução da PA mesmo quando avaliadas com a MRPA e esse achado deve ser mais bem investigado com estudos randomizados prospectivos.

A elevada prevalência de HABNC e HMNC sugere que, quando a decisão terapêutica é baseada apenas nas medidas obtidas em consultório, podemos adotar condutas inadequadas, o que tem potencial impacto na abordagem e no seguimento dos pacientes hipertensos.

Coinvestigadores nacionais

Adriana Camargo Oliveira (Goiânia, GO), Adriana Siqueira S. Menezes (Recife, PE), Ana Paula Nana P Martingo (Sorocaba, SP), Anderson da Costa Armstrong (Petrolina, PE), Anderson Daniel C. Rodrigues (São José dos Campos, SP), Andrea Garcez R. Dias (Rio de Janeiro, RJ), André K. Vidigal de Vasconcellos (Caruaru, PE), Ângela Maria F. Lima (Gravataí, RS), Annelise Machado Gomes de Paiva (Maceió, AL), Anselmo Honorato S. Souza (Goiânia, GO), Antônio Almeida Braga (Recife, PE), Anyotan Cruz Nascimento (Americana, SP), Aristeu Haroldo K. Mizuta (São José dos Campos, SP), Breno Gontijo de Camargos (Taguatinga, DF), Bruno Alencar Fonseca (Belo Horizonte, MG), Bruno Augusto A. Nogueira (São José dos Campos, SP), Bruno Daniel Ferrari (Assis, SP), Bruno José P. Coutinho (Carpina, PE), Carlos Alberto Machado (Campos do Jordão, SP), Carlo Bonasso (São Paulo, SP), Carlo Bonasso Filho (São Paulo, SP), Carlos Filinto de Almeida (Campo Grande, MS), Carolina Paes B. Saturnino Braga (Rio de Janeiro, RJ), César Lourenço Nezello (Lagoa Vermelha, RS), Claudinelli Alvarenga Aguilar (Goiânia, GO), Cristiane Bueno de Souza (Campos do Jordão, SP), Daniella Rosano Gregorini (Jundiaí, SP), Danielle Batista Leite (Fernando Figueira, PE), Eduardo Azevedo Junior (Cabo Frio, RJ), Eduardo Siqueira (Mogi das Cruzes, SP), Eduardo Zen (Curitiba, PR), Elder Gil Alves da Cruz (Salgueiro, PE), Eliel Barreto César (Americana, SP), Erika Maria Gonçalves Campana (São Gonçalo, RJ), Esther G.D. Lima de Barros Carvalho (Guarabira, PB), Euler Manenti (Porto Alegre, RS), Fabiano de Souza Ramos (Nova Iguaçu, RJ), Fábio Argenta (Cuiabá, MT), Fábio Serra Silveira (Aracaju, SE), Fernando Alfredo Fonseca (Petrópolis, RJ), Fernando Pivatto (Porto Alegre, RS), Flávia Karina S. Oliveira (São José dos Campos, SP), Flávio Henrique A. Pires Véras (Mossoró, RN), Francisco Deoclécio Pinheiro (Itapipoca, CE), Giovanni Alves Saraiva (Olinda, PE), Guilhermo Hinestrosa (São Paulo, SP), Gustavo A.C.S. Barros (Recife, PE), Gustavo Costa Motta (Santa Maria, RS), Hiran de Paula (Itabaiana, SE), Humberto Graner Moreira (Goiânia, GO), Idália de Sousa Andrade (São Paulo, SP), Ivaldo Calado (Recife, PE), Jadil Francisco Fusturath Jr (Porto Velho, RO), Joaquim Carlos P. Sales (Ribeirão Preto, SP), João Felix Morais Filho (Natal, RN), João Francisco M. Pacheco (Belém, PA), João Henrique R. Ferreira (Gama, DF), Jonathan Scapin Zagatti (Jales, SP), José Roberto B. Leal Filho (Caruaru, PE), Josafá de Oliveira Costa (Igarassu, PE), José Roberto Moya (Cuiabá, MT), José Wladimir Tambelli Pires (Itapetinga, SP), Josiedson Pontes de Farias (Caruaru, PE), Leonardo da Costa Velasco (Campos dos Goytacazes, RJ), Lilian Mesquita (Rio de Janeiro, RJ), Lola Santos F. Quinta (Goiânia, GO), Lorena Maia (Goiânia, GO), Luam Vieira de Almeida Diógenes (Teresina, PI), Lúcia Cristina F. Lenzi (Rio de Janeiro, RJ), Luís Fernando M. Mandrá (Americana, SP), Luiz Kencis Junior (São Paulo, SP), Luiz Fernando de Oliveira Urzeda (Goiânia, GO), Marcelo De Carli Cavalcanti (Petrolina, PE), Marcelo Júlio de Oliveira (Ribeirão Preto, SP), Marco Antônio Alves (Escada, PE), Marco Antônio C. Peralva (Juiz de Fora, MG), Maria Beatriz M.B. Rodrigues (Porto Velho, RO), Maria Christina C. Ballut (Manaus, AM), Murillo Antunes (Bragança Paulista, SP), Nelson Dinamarco (Ilhéus, BA), Nildo Magalhães (Jundiaí, SP), Otacílio Gomes de Oliveira Filho (Sete Lagoas, MG), Paulo E.F. Ortiz Júnior (Porto Alegre, RS), Paulo Meirelles (Salvador, BA), Paulo Roberto P. Sant'Ana (Nova Iguaçu, RJ), Paulo Sergio L. Soares (Vassouras, RJ), Pedro Guimarães M. Silva (Goiânia, GO), Rafael Nogueira de Macedo (Fortaleza, CE), Rafael Santos Costa (Nova Iguaçu, RJ), Reginaldo Peixoto de Melo Neto (Recife, PE), Roberto Dultra (Itabuna, BA), Robson Pierre Pacífico A. Filho (Goiânia, GO), Rodrigo Cunha (Uberaba, MG), Rogério Krakauer (Santo André, SP), Rogério M. Ruiz (São Paulo, SP), Rosa Maria Rondon (Campo Grande, MS), Tássia Tâmara Silva Feitosa (Recife, PE), Rui Morando (Americana, SP), Tsuneo Antônio Alberto Goto (Guarulhos, SP), Valéria Tatyane de Rezende (Goiânia, GO), Vanderlei Magalhães da Silveira (Passo Fundo, RS), Vanildo S. Guimarães Neto (Recife, PE), Victoria Alves Melo (Goiânia, GO), Vilma Helena Burlamaqui (Niterói, RJ), Wenderson Tavares dos Santos (Belo Horizonte, MG).

Footnotes

Fontes de financiamento

O presente estudo foi parcialmente financiado por EMS.

Vinculação acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Referências

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Treated Hypertensive Patients Assessed by Home Blood Pressure Telemonitoring. TeleMRPA Study

Weimar Kunz Sebba Barroso 1,, Audes Diógenes Magalhães Feitosa 2, Eduardo Costa Duarte Barbosa 3, Andréa Araujo Brandão 4, Roberto Dischinger Miranda 5, Priscila Valverde Oliveira Vitorino 6, Carlos Alberto Machado 7, Antônio Almeida Braga 8, Lúcio Paulo de Souza Ribeiro 9, Marco Antonio Mota-Gomes 9

Abstract

Background:

Hypertensive patients undergoing treatment and assessed only by casual blood pressure (BP) measurement may be subject to mistaken decisions.

Objective:

To assess BP behavior by measuring its levels at the office (casual) and at home (HBPM), the behavior of different classes of antihypertensive drugs, and the prevalence of uncontrolled white-coat hypertension (UCWCH) and uncontrolled masked hypertension (UCMH).

Methods:

Cross-sectional study assessing patients who underwent BP monitoring in the TeleMRPA platform between 2017 and 2019. The exclusion criteria were: use of no antihypertensive drug; combined use of 3 or more antihypertensive drugs; and use of spironolactone and alpha-2 agonist. The variables analyzed were: age, sex, body mass index (BMI), number of valid BP measurements, means of systolic and diastolic blood pressure (SBP and DBP, respectively) obtained from HBPM and casual measurement, and the classes of antihypertensive drugs. Paired and unpaired t tests, as well as chi-square test, were used. The 5% significance level was adopted.

Results:

This study selected 22 446 patients, 6731 of whom met the inclusion criteria [61.3%, female sex; mean age, 57.8 (±12.6) years; mean BMI, 29.0 (±5.1) kg/m2]. Mean SBP and DBP were 6.6 mm Hg (p<0.001) and 4.4 mm Hg (p<0.001) higher in casual measurement than in HBPM. The rates of BP control were 57.0% in casual measurement and 61.3% in HBPM (p<0.001), and the prevalence of UCWCH and UCMH was 15.4% and 11.1%, respectively. Renin-angiotensin-aldosterone system blockade was observed in 74.6% of the patients, and 54.8% were on single-drug therapy.

Conclusions:

HBPM should be considered for the follow-up of treated hypertensive patients because of the high prevalence of UCWCH and UCMH. Antihypertensive drugs behaved differently in HBPM. (Arq Bras Cardiol. 2021; [online].ahead print, PP.0-0)

Keywords: Hypertension, Antihypertensive Agents, Blood Pressure, Study Blood Pressure Monitoring Home, TeleMRPA, Prevalence

Introduction

Casual blood pressure (BP) measurement of hypertensive patients for both diagnosis and control assessment has important flaws and can lead to misinterpretation.1,2

The pharmacological treatment of systemic arterial hypertension (SAH) and the consequent reduction in BP levels are known to significantly decrease the incidence of major cardiovascular outcomes.3,4 Nevertheless, most epidemiological data regarding the prevalence of SAH in Brazil derive from epidemiological questionnaires, such as the Brazilian Health Survey (Pesquisa Nacional de Saúde – 21.4%)5 and VIGITEL (24.7%),6 and most data concerning BP control have been obtained via casual measurement.7

Therefore, the efficacy of antihypertensive drugs and proper BP control of patients undergoing treatment should be assessed by using more accurate methods than casual measurement, such as ambulatory BP monitoring (ABPM) or home BP monitoring (HBPM).810

This is the first study with many hypertensive patients treated with different classes of antihypertensive drugs and assessed by use of ABPM and telemedicine, aiming at investigating: whether the BP levels measured at the doctor's office and at home differ; whether the different classes of antihypertensive drugs behave differently when BP is measured at home; and the prevalence of uncontrolled white-coat hypertension (UCWCH) and of uncontrolled masked hypertension (UCMH).

Methods

This study was submitted to the Committee on Ethics and Research of the Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (# CAEE 99691018.7.0000.5078) and was approved.

This is a cross-sectional study assessing patients who underwent BP measurement in the TeleMRPA platform (www.telemrpa.com) from May 2017 to September 2019. The platform has been developed as a remote diagnosis tool for BP telemonitoring, and its characteristics allow the analysis and filtering of a database according to the scientific questions investigated. The mathematical algorithm used allows the protection of the patients' personal data, as well as of the data from the clinics or healthcare units, for the interpretation of the tests and the construction of research projects. Because it is not a software but a platform that can be accessed from any computer, tablet or smartphone, the input of BP measurement data can be performed remotely and in a simple way.

This study included patients aged 18 years and over, managed with antihypertensive drugs in a single-drug therapy strategy or a combination of two different classes of antihypertensive drugs. The exclusion criteria were as follows: use of no antihypertensive drug; combined use of three or more antihypertensive drugs; and use of spironolactone and alpha-2 agonist as a single-drug therapy (Figure 1).

Figure 1. Flowchart of the study's sample selection.

Figure 1

Source: the authors

The following data of the TeleMRPA platform were used: sex (male/female); age (in years, calculated from the birth date); body mass index (BMI); number of valid BP measurements at home; systolic and diastolic blood pressure (SBP and DBP, respectively) obtained from HBPM and casual measurement; and class of antihypertensive drug used.

To calculate BMI, weight and height were measured and the Quetelet's index used.11 On the first visit to the doctor's office, the patient received a BP device for home BP measurement in addition to instructions on its proper management.3 On that same day, two BP measurements were taken at the office and, in the following four days, the patient (and/or caregiver) took BP measurements at home according to a protocol. Casual BP measurement was defined as the mean of the two BP measurements taken at the office, while home BP measurement was defined as the mean of the 24 BP measurements taken from the second to the fifth day (Figure 2).12,13

Figure 2. Protocol of home blood pressure monitoring (HBPM) according to the Brazilian guidelines (***/**: blood pressure measurement).8,9.

Figure 2

Validated automated Omron, Geratherm and Microlife devices were used.

Data were exported from the TeleMRPA platform to excel. All classes of drugs described in the platform were reviewed and encoded by two work teams. Then, the databases were crossed for identification of discrepancies, which, when present, were reviewed by the entire team and the coordination.

Statistical analysis

For data analysis, the software Stata, version 14.0, was used. Descriptive statistics with means and standard deviation was used for normally distributed continuous variables, and absolute and relative frequencies, for categorical variables. Kolmogorov-Smirnov test was used to assess the data distribution of the variables. The BP levels obtained from HBPM and casual measurement were compared by using paired t test. To compare the BP levels according to the drugs used, unpaired t test was applied, while patients reaching and not reaching BP goals in casual measurement and HBPM were compared by using chi-square test. The 5% significance level was adopted for all analyses.

Results

This study assessed 6731 patients, 61.3% of the female sex, mean age of 57.8 (±12.6) years, and mean BMI of 29.0 (±5.1) kg/m2. The BP levels taken casually were higher than those taken at home, and this behavior was seen with the use of single-drug therapy or of a combination of drugs, and for all drug classes (Table 1). The mean number of valid BP measurements was 23.5 (±1.6). The differences in the mean SBP and DBP levels were 6.6 mm Hg (p<0.001) and 4.4 mm Hg (p<0.001), respectively. Those differences characterize the white-coat effect and maintained statistical significance in all treatment strategies.

Table 1. Sample description according to the antihypertensive drug used, and comparison between the methods used to measure blood pressure, casual and home blood pressure monitoring (HBPM), total and according to drug strategy, n= 6731.

Variable n % HBPM Casual p
Total
SBP 6731 100 126.2 ± 15.3 132.8 ± 19.6 <0.001
DBP 79.6 ± 9.7 84.0 ± 11.6 <0.001
ARB
SBP 2254 33.5 127.1 ± 15.2 133.5 ± 19.2 <0.001
DBP 80.4 ± 9.6 84.9 ± 11.6 <0.001
ACEI
SBP 595 8.8 124.7 ± 14.2 130.2 ± 18.1 <0.001
DBP 79.3 ± 9.0 83.0 ± 10.5 <0.001
CCB
SBP 196 2.9 127.2 ± 13.1 134.0 ± 17.4 <0.001
DBP 80.2 ± 9.5 84.4 ± 11.2 <0.001
Diuretic
SBP 173 2.6 123.1 ± 13.8 132.2 ± 19.1 <0.001
DBP 79.1 ± 9.3 85.5 ± 10.6 <0.001
Beta-blocker
SBP 474 7.0 123.2 ± 15.2 130.6 ± 19.4 <0.001
DBP 77.7 ± 10.0 82.4 ± 11.2 <0.001
ARB + CCB
SBP 683 10.1 127.1 ± 14.6 133.6 ± 19.1 <0.001
DBP 79.0 ± 9.7 83.2 ± 11.8 <0.001
ACEI + CCB
SBP 332 4.9 126.2 ± 12.6 132.4 ± 16.3 <0.001
DBP 79.9 ± 8.9 83.8 ± 10.4 <0.001
ARB + diuretic
SBP 1015 15.1 125.2 ± 16.2 132.8 ± 21.1 <0.001
DBP 79.6 ± 9.6 84.5 ± 12.1 <0.001
ACEI + diuretic
SBP 151 2.2 124.6 ± 15.8 132.7 ± 20.0 <0.001
DBP 78.8 ± 9.5 84.0 ± 11.1 <0.001
Beta-blocker + ACEI
SBP 134 2.1 127.6 ± 17.1 133.9 ± 21.9 <0.001
DBP 79.0 ± 10.4 82.4 ± 13.2 <0.001
Beta-blocker + ARB
SBP 475 7.1 129.5 ± 18.0 135.5 ± 22.3 <0.001
DBP 79.1 ± 10.6 83.0 ± 12.7 <0.001
Beta-blocker + diuretic
SBP 137 2.0 122.0 ± 14.9 130.9 ± 21.0 <0.001
DBP 78.1 ± 8.3 84.0 ± 11.3 <0.001
Beta-blocker + CCB
SBP 65 1.0 125.5 ± 16.4 131.9 ± 21.6 <0.001
DBP 77.4 ± 10.7 82.1 ± 12.1 <0.001
CCB + diuretic
SBP 45 0.7 130.8 ± 14.6 137.1 ± 18.6 <0.001
DBP 81.7 ± 11.0 86.3 ± 13.1 <0.001

Paired t test. ARB: angiotensin receptor blocker; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; CCB: calcium channel blocker; SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure. Source: the authors.

Regarding the drug treatment strategy, 54.8% of the patients were on single-drug therapy and 45.2% were on combinations of two drugs. Renin-angiotensin-aldosterone system (RAAS) blockers were the most frequent option, and 58.7% of the patients were using angiotensin receptor blockers (ARB), while 15.9% were on angiotensin converting enzyme inhibitors (ACEI) (Table 1).

When assessing BP control according to the goals ‘lower than 140 mm Hg and 90 mm Hg’ for casual measurement, and ‘lower than 135 mm Hg and 85 mm Hg’ for HBPM, according to current guielines,3,4 our rates were 57.0% and 61.3%, respectively (p<0.001). The prevalence of UCWCH was 15.4% and that of UCMH, 11.1% (Table 2).

Table 2. Blood pressure (BP) control assessed via casual measurement (< 140 and <90 mm Hg) and home blood pressure monitoring (HBPM: < 135 and < 85 mm Hg), n= 6731.

BP goal in casual measurement Total
<140 and <90 mm Hg ≥ 140 and/or ≥ 90 mm Hg
BP goal in HBPM
< 135 and < 85 mm Hg 3093 (45.9%) 1034 (15.4%)* 4127 (61.3%) p< 0.001
≥ 135 and/or ≥ 85 mm Hg 744.9 (11.1%) 1860 (27.6%) 2604 (38.7%)
Total 3837 (57.0%) 2894 (43.0%) 6731 (100.0%)

Chi-square test.

*

Uncontrolled white-coat hypertension,

uncontrolled masked hypertension. Source: the authors.

The comparisons of SBP and DBP obtained via HBPM according to the different classes of antihypertensive drugs are shown in Table 3 (single-drug therapy) and Table 4 (combinations of two drugs).

Table 3. Significance values (p) of the comparisons of systolic blood pressure and diastolic blood pressure obtained from home blood pressure monitoring, according to the different classes of antihypertensive drugs in single-drug therapy, n= 6731.

Drugs
SBP comparisons ACEI CCB DIUR BB
ARB <0.01 0.987 <0.001 <0.001
ACEI - 0.035 0.060 0.095
CCB - - <0.001 0.002
DIUR - - - 0.630
BB - - - -
DBP comparisons ACEI CCB DIUR BB
ARB 0.009 0.737 <0.001 <0.001
ACEI - 0.231 0.115 0.005
CCB - - 0.028 0.002
DIUR - - - 0.557

Unpaired t test. ARB: angiotensin receptor blocker; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; CCB: calcium channel blocker; DIUR: diuretic; BB: beta-blocker; SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure. Source: the authors.

Table 4. Significance values (p) of the comparisons of systolic blood pressure and diastolic blood pressure obtained from home blood pressure monitoring according to the different combinations of two antihypertensive drugs, n= 6731.

Combination of 2 drugs
SBP comparisons ACEI with CCB ARB with DIUR ACEI with DIUR BB with ACEI BB with ARB BB with DIUR BB with CCB CCB with DIUR
ARB with CCB 0.358 0.018 0.070 0.713 0.012 <0.001 0.419 0.099
ACEI with CCB - 0.317 0.239 0.332 0.004 0.001 0.696 0.023
ARB with DIUR - - 0.671 0.117 <0.001 0.026 0.894 0.024
ACEI with DIUR - - - 0.132 0.003 0.144 0.714 0.021
BB with ACEI - - - - 0.276 0.004 0.417 0.263
BB with ARB - - - - - <0.001 0.093 0.641
BB with DIUR - - - - - - 0.129 <0.001
BB with CCB - - - - - - - 0.087
DBP comparisons ACEI with CCB ARB with DIUR ACEI with DIUR BB with ACEI BB with ARB BB with DIUR BB with CCB CCB with DIUR
ARB with CCB 0.133 0.195 0.800 0.995 0.842 0.270 0.204 0.077
ACEI with CCB - 0.581 0.190 0.319 0.243 0.030 0.040 0.239
ARB with DIUR - - 0.317 0.485 0.366 0.065 0.072 0.166
ACEI with DIUR - - - 0.856 0.725 0.475 0.343 0.087
BB with ACEI - - - - 0.903 0.397 0.313 0.145
BB with ARB - - - - - 0.264 0.216 0.125
BB with DIUR - - - - - - 0.644 0.020
BB with CCB - - - - - - - 0.043

Unpaired t test. ARB: angiotensin receptor blocker; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; CCB: calcium channel blocker; DIUR: diuretic; BB: beta-blocker; SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure. Source: the authors.

Discussion

This study contributes to the analysis in clinical practice of a significant number of hypertensive patients undergoing drug treatment, assessed by use of casual BP measurement and HBPM. Our findings confirm that lower mean BP levels are observed in HBPM regardless of the use of single-drug therapy or drug combination or even of the class of the antihypertensive drug prescribed. A high rate of BP control was found, higher with HBPM, in addition to a significant prevalence of UCWCH and UCMH, with potential prognostic implications, reinforcing the need for out-of-the-office BP measurement as a parameter for proper management and follow-up of hypertensive patients.

Regarding the characteristics of the sample studied, it is worth emphasizing the population's mean age close to 60 years and increased BMI, which are relevant aspects that make SAH treatment as well as SAH control more difficult.1416

In addition, although the latest national and international guidelines recommend the combination of drugs as the preferred strategy for most hypertensive patients, 54.8% of our sample were on single-drug therapy.3,4,17,18 The analysis of the classes of antihypertensive drugs used evidenced the preference for the RAAS blockade strategy, which was observed in 74.6% of the patients, and a 3.7-time greater frequency of ARB use as compared to ACEI use. Other classes of antihypertensive drugs had a low frequency of use in single-drug therapy. The combination of ARB or ACEI with diuretics (DIUR) or calcium channel blockers (CCB) was preferred, which is in accordance with the current recommendations.19,20

The SBP and DBP levels were always higher and statistically significant in the measurements taken in the office than at home, regardless of the antihypertensive drug class and of the single-drug or combination strategy. On average, the differences were 6.6 mm Hg for SBP (p<0.001) and 4.4 mm Hg for DBP (p<0.001), and these differences remained at a higher or lower intensity for all drugs used. This evidences the need to consider the UCWCH as a frequent phenotype among patients treated, which can induce the use of higher doses of drugs than required when assessing hypertensive patients treated based only on BP measurements taken at the office.2,8,9,21 In our sample, the prevalence of UCWCH was 15.4% and that of UCMH, 11.1%, meaning a 26.5% misinterpretation of proper BP control with the therapeutic strategy.

The UCWCH is even more relevant if we consider that, from the HBPM perspective, more patients reached the BP goal as compared to those assessed via casual measurement (61.3% vs 57%, p<0.001), reinforcing the thesis that, with home measurements, more proper adjustments to BP levels can be obtained daily. It is worth considering that, differently from what we imagined, UCWCH can be found in elevations of the SBP or DBP component via casual measurement and in all age ranges.21 Another phenotype to be considered is UCMH, still one of the major doubts in SAH treatment: how to manage patients with controlled BP at the office but with elevated BP levels taken at home, and which would be the BP goals for HBPM?22

When comparing the classes of antihypertensive drugs, significant differences were found regarding the reduction in BP levels. However, one limiting factor should be considered: because this study was not randomized for the comparison of antihypertensive drug classes, the doses used and the patients' characteristics, those differences should be carefully analyzed. Those findings are in accordance with those of other publications, mainly meta-analyses of randomized studies, which had already described differences in drug potency depending on the doses used and indications but based on casual BP measurement.2325 In this study, the different classes of antihypertensive drugs seem to have different potencies when assessed via HBPM, reinforcing the need for patient's individualization when choosing the best treatment strategy.

From our viewpoint, a relevant aspect in this study is the higher prevalence of ARB use as the strategy for RAAS blockade and its combination with CCB and DIUR. The preference for RAAS blockade to treat SAH might have been based on the literature evidence of significant BP reduction, cardiovascular protection, and low incidence of side effects with the use of that drug class, in both single-drug and combination therapy.26,27

Conclusions

For hypertensive patients undergoing treatment, the proper BP control assessment should be based not only on measurements taken at the office but at home as well.

The different classes of antihypertensive drugs behave differently regarding BP reduction even for HBPM, and this finding should be further investigated in prospective randomized trials.

The high prevalence of UCWCH and UCMH found suggests that, when the therapeutic decision is based only on measurements taken at the office, the BP management might be inappropriate, with a potential impact on the management and follow-up of hypertensive patients.

National co-investigators

Adriana Camargo Oliveira (Goiânia, GO), Adriana Siqueira S. Menezes (Recife, PE), Ana Paula Nana P Martingo (Sorocaba, SP), Anderson da Costa Armstrong (Petrolina, PE), Anderson Daniel C. Rodrigues (São José dos Campos, SP), Andrea Garcez R. Dias (Rio de Janeiro, RJ), André K. Vidigal de Vasconcellos (Caruaru, PE), Ângela Maria F. Lima (Gravataí, RS), Annelise Machado Gomes de Paiva (Maceió, AL), Anselmo Honorato S. Souza (Goiânia, GO), Antônio Almeida Braga (Recife, PE), Anyotan Cruz Nascimento (Americana, SP), Aristeu Haroldo K. Mizuta (São José dos Campos, SP), Breno Gontijo de Camargos (Taguatinga, DF), Bruno Alencar Fonseca (Belo Horizonte, MG), Bruno Augusto A. Nogueira (São José dos Campos, SP), Bruno Daniel Ferrari (Assis, SP), Bruno José P. Coutinho (Carpina, PE), Carlos Alberto Machado (Campos do Jordão, SP), Carlo Bonasso (São Paulo, SP), Carlo Bonasso Filho (São Paulo, SP), Carlos Filinto de Almeida (Campo Grande, MS), Carolina Paes B. Saturnino Braga (Rio de Janeiro, RJ), César Lourenço Nezello (Lagoa Vermelha, RS), Claudinelli Alvarenga Aguilar (Goiânia, GO), Cristiane Bueno de Souza (Campos do Jordão, SP), Daniella Rosano Gregorini (Jundiaí, SP), Danielle Batista Leite (Fernando Figueira, PE), Eduardo Azevedo Junior (Cabo Frio, RJ), Eduardo Siqueira (Mogi das Cruzes, SP), Eduardo Zen (Curitiba, PR), Elder Gil Alves da Cruz (Salgueiro, PE), Eliel Barreto César (Americana, SP), Erika Maria Gonçalves Campana (São Gonçalo, RJ), Esther G.D. Lima de Barros Carvalho (Guarabira, PB), Euler Manenti (Porto Alegre, RS), Fabiano de Souza Ramos (Nova Iguaçu, RJ), Fábio Argenta (Cuiabá, MT), Fábio Serra Silveira (Aracaju, SE), Fernando Alfredo Fonseca (Petrópolis, RJ), Fernando Pivatto (Porto Alegre, RS), Flávia Karina S. Oliveira (São José dos Campos, SP), Flávio Henrique A. Pires Véras (Mossoró, RN), Francisco Deoclécio Pinheiro (Itapipoca, CE), Giovanni Alves Saraiva (Olinda, PE), Guilhermo Hinestrosa (São Paulo, SP), Gustavo A.C.S. Barros (Recife, PE), Gustavo Costa Motta (Santa Maria, RS), Hiran de Paula (Itabaiana, SE), Humberto Graner Moreira (Goiânia, GO), Idália de Sousa Andrade (São Paulo, SP), Ivaldo Calado (Recife, PE), Jadil Francisco Fusturath Jr (Porto Velho, RO), Joaquim Carlos P. Sales (Ribeirão Preto, SP), João Felix Morais Filho (Natal, RN), João Francisco M. Pacheco (Belém, PA), João Henrique R. Ferreira (Gama, DF), Jonathan Scapin Zagatti (Jales, SP), José Roberto B. Leal Filho (Caruaru, PE), Josafá de Oliveira Costa (Igarassu, PE), José Roberto Moya (Cuiabá, MT), José Wladimir Tambelli Pires (Itapetinga, SP), Josiedson Pontes de Farias (Caruaru, PE), Leonardo da Costa Velasco (Campos dos Goytacazes, RJ), Lilian Mesquita (Rio de Janeiro, RJ), Lola Santos F. Quinta (Goiânia, GO), Lorena Maia (Goiânia, GO), Luam Vieira de Almeida Diógenes (Teresina, PI), Lúcia Cristina F. Lenzi (Rio de Janeiro, RJ), Luís Fernando M. Mandrá (Americana, SP), Luiz Kencis Junior (São Paulo, SP), Luiz Fernando de Oliveira Urzeda (Goiânia, GO), Marcelo De Carli Cavalcanti (Petrolina, PE), Marcelo Júlio de Oliveira (Ribeirão Preto, SP), Marco Antônio Alves (Escada, PE), Marco Antônio C. Peralva (Juiz de Fora, MG), Maria Beatriz M.B. Rodrigues (Porto Velho, RO), Maria Christina C. Ballut (Manaus, AM), Murillo Antunes (Bragança Paulista, SP), Nelson Dinamarco (Ilhéus, BA), Nildo Magalhães (Jundiaí, SP), Otacílio Gomes de Oliveira Filho (Sete Lagoas, MG), Paulo E.F. Ortiz Júnior (Porto Alegre, RS), Paulo Meirelles (Salvador, BA), Paulo Roberto P. Sant'Ana (Nova Iguaçu, RJ), Paulo Sergio L. Soares (Vassouras, RJ), Pedro Guimarães M. Silva (Goiânia, GO), Rafael Nogueira de Macedo (Fortaleza, CE), Rafael Santos Costa (Nova Iguaçu, RJ), Reginaldo Peixoto de Melo Neto (Recife, PE), Roberto Dultra (Itabuna, BA), Robson Pierre Pacífico A. Filho (Goiânia, GO), Rodrigo Cunha (Uberaba, MG), Rogério Krakauer (Santo André, SP), Rogério M. Ruiz (São Paulo, SP), Rosa Maria Rondon (Campo Grande, MS), Tássia Tâmara Silva Feitosa (Recife, PE), Rui Morando (Americana, SP), Tsuneo Antônio Alberto Goto (Guarulhos, SP), Valéria Tatyane de Rezende (Goiânia, GO), Vanderlei Magalhães da Silveira (Passo Fundo, RS), Vanildo S. Guimarães Neto (Recife, PE), Victoria Alves Melo (Goiânia, GO), Vilma Helena Burlamaqui (Niterói, RJ), Wenderson Tavares dos Santos (Belo Horizonte, MG).

Footnotes

Sources of Funding

This study was partially funded by EMS

Study Association

This study is not associated with any thesis or dissertation work.


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