Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2022 Jul 7;119(1):143–211. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20220412
View full-text in English

Diretriz de Miocardites da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2022

Marcelo Westerlund Montera 1, Fabiana G Marcondes-Braga 2, Marcus Vinícius Simões 3, Lídia Ana Zytynski Moura 4, Fabio Fernandes 2, Sandrigo Mangine 2, Amarino Carvalho de Oliveira Júnior 1, Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza 5, Bárbara Maria Ianni 2, Carlos Eduardo Rochitte 6,7, Claudio Tinoco Mesquita 1,5,8, Clerio F de Azevedo Filho 9, Dhayn Cassi de Almeida Freitas 10, Dirceu Thiago Pessoa de Melo 11, Edimar Alcides Bocchi 2, Estela Suzana Kleiman Horowitz 12, Evandro Tinoco Mesquita 5,13, Guilherme H Oliveira 14, Humberto Villacorta 5, João Manoel Rossi Neto 15, João Marcos Bemfica Barbosa 16, José Albuquerque de Figueiredo Neto 17, Louise Freire Luiz 1, Ludhmila Abrahão Hajjar 2,18, Luis Beck-da-Silva 19,20, Luiz Antonio de Almeida Campos 1, Luiz Cláudio Danzmann 21, Marcelo Imbroise Bittencourt 22,23, Marcelo Iorio Garcia 24, Monica Samuel Avila 2, Nadine Oliveira Clausell 19, Nilson Araujo de Oliveira Jr 25, Odilson Marcos Silvestre 1, Olga Ferreira de Souza 25, Ricardo Mourilhe-Rocha 22, Roberto Kalil Filho 26, Sadeer G Al-Kindi 27, Salvador Rassi 28, Silvia Marinho Martins Alves 29,30, Silvia Moreira Ayub Ferreira 2, Stéphanie Itala Rizk 18,26, Tiago Azevedo Costa Mattos 1, Vitor Barzilai 31, Wolney de Andrade Martins 5,32, Heinz-Peter Schultheiss 33
PMCID: PMC9352123  PMID: 35830116

Diretriz de Miocardites da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2022
O relatório abaixo lista as declarações de interesse conforme relatadas à SBC pelos especialistas durante o período de desenvolvimento deste posicionamento, 2021.
Especialista Tipo de relacionamento com a indústria
Amarino Carvalho de Oliveira Júnior Nada a ser declarado
Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza
  • Outros relacionamentos

  • Participação societária de qualquer natureza e qualquer valor economicamente apreciável de empresas na área de saúde, de ensino ou em empresas concorrentes ou fornecedoras da SBC:

  • – Cardiologia: Curso PROKIDS Assistência Multidisciplinar LTDA

Bárbara Maria Ianni Nada a ser declarado
Carlos Eduardo Rochitte Nada a ser declarado
Claudio Tinoco Mesquita
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Servier: Vastarel.

  • B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Alnylan: Onpatro.

Clerio F. Azevedo Nada a ser declarado
Dhayn Cassi de Almeida Freitas Nada a ser declarado
Dirceu Thiago Pessoa de Melo
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Daiichi Sankyo.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Pfizer.

Edimar Alcides Bocchi
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca: ISGLT2; Bayer: ISGLT2, Vericiguat; Boehringer: ISGLT2.

Estela Suzana Kleiman Horowitz
  • Declaração financeira

  • B - financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Jansen: Rivaroxabana.

  • C - Financiamento de pesquisa (pessoal), cujas receitas tenham sido provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Jansen: Rivaroxabana.

Evandro Tinoco Mesquita
  • Outros relacionamentos Vínculo empregatício com a indústria farmacêutica, de órteses, próteses, Equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras, assim como se tem relação vínculo empregatício com operadoras de planos de saúde ou em auditorias médicas (incluindo meio período) durante o ano para o qual você está declarando:

  • - UnitedHealth Group.

Fabiana G. Marcondes Braga
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Palestras; AstraZeneca: Palestras e Conselho Consultivo; Boehringer: Conselho Consultivo.

Fabio Fernandes
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Pfizer: Tafamidis; Alnylan: Patisiran.

Guilherme H. Oliveira Nada a ser declarado
Heinz-Peter Schultheiss Nada a ser declarado
Humberto Villacorta
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Insuficiência Cardíaca; Roche: Biomarcadores; Servier: Insuficiência Cardíaca

  • C - Financiamento de pesquisa (pessoal), cujas receitas tenham sido provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Roche: GDF-15.

João Manoel Rossi Neto
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Aulas; AstraZeneca: Aulas.

João Marcos Bemfica Barbosa
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto.

José Albuquerque de Figueiredo Neto
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Insuficiência Cardíaca.

Lídia Ana Zytynski Moura
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras: - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga.

  • B - financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca: Forxiga.

Louise Freire Luiz Nada a ser declarado
Ludhmila Abrahão Hajjar Nada a ser declarado
Luis Beck-da-Silva
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Insuficiência Cardíaca; AstraZeneca: Insuficiência Cardíaca.

  • B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Amgen: Insuficiência Cardíaca.

Luiz Antonio de Almeida Campos Nada a ser declarado
Luiz Cláudio Danzmann
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga; Servier: Procoralan.

Marcelo Imbroise Bittencourt
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - GENEONE - DASA: Testes genéticos; Sanofi: Terapia de reposição enzimática; AstraZeneca: Forxiga.

Marcelo Iorio Garcia Nada a ser declarado
Marcelo Westerlund Montera Nada a ser declarado
Marcus Vinícius Simões
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Dapagliflozina.

  • B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Amgen: Omecamtiv/Mecarbil; Beringher Ingelheim: Empagliflozina.

Monica Samuel Avila Nada a ser declarado
Nadine Oliveira Clausell Nada a ser declarado
Nilson Araujo de Oliveira Jr.
  • Declaração financeira A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,

  • ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,

  • brasileiras ou estrangeiras:

  • - Johnson e Johnson: Cateteres para eletrofisiologia invasiva. B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Biotronik: Dispositivos de estimulação cardíaca.

  • Outros lacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Johnson e Johnson: Cateteres para eletrofisiologia.

Odilson Marcos Silvestre Nada a ser declarado
Olga Ferreira de Souza Nada a ser declarado
Ricardo Mourilhe-Rocha Declaração financeira A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras: - AstraZeneca: Dapagliflozina; Boehringer: Empagliflozina; Novartis: Sacubitril/Valsartana. B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras: - PROADI/SUS: Telemedicina; Boehriner: Empagliflozina.
Roberto Kalil Filho Nada a ser declarado
Sadeer G. Al-Kindi Nada a ser declarado
Salvador Rassi
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan

  • B - financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan; Boehringer Ingelheim: Jardiance.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan.

Sandrigo Mangine
  • Declaração financeira A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novartis: Sacubitril/Valsartan; Pfizer: Doenças raras.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Pfizer: Doenças raras.

Silvia Marinho Martins Alves Nada a ser declarado
Silvia Moreira Ayub Ferreira
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Abbott: Mitraclip; Novartis: Entresto.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Abbott: Heartmate II e HeartMate 3.

Stéphanie Itala Rizk Nada a ser declarado
Tiago Azevedo Costa Mattos Nada a ser declarado
Vitor Barzilai Nada a ser declarado
Wolney de Andrade Martins
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores,ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer: Cardio-oncologia.

Sumário

1. Epidemiologia 149

2. Definição e Etiologia 150

2.1. Fator Genético na Etiopatogenia das Miocardites 151

3. Fisiopatogenia 151

4. Avaliação Diagnóstica 152

4.1. Critérios Diagnósticos de Suspeita de Miocardite 152

4.1.1. Fluxograma de Avaliação Diagnóstica 152

4.2. Avaliação Clínica: Situações Clínicas de Suspeição 152

4.3. Biomarcadores 154

4.3.1. Marcadores Laboratoriais de Agressão Inflamatória 154

4.3.2. Marcadores Laboratoriais de Pesquisa Etiopatogênica 155

4.4. Eletrocardiograma 155

4.4.1. Critério de diagnóstico por eletrocardiograma/ Holter/testes de estresse 156

4.4.2. Prognóstico 157

4.5. Eletrocardiograma 157

4.6. Ressonância Magnética Cardíaca 157

4.7. Medicina Nuclear 158

4.7.1. Radiotraçadores para Cintilografia por Emissão de Fóton Único (SPECT) 159

4.7.2. Radiotraçadores para Tomografia por Emissão de Pósitrons (SPECT) 160

4.7.3. Perspectivas Adicionais 161

4.8. Angiotomografia de Coronárias e Coronariografia 161

4.9. Biópsia Endomiocárdica: Indicações, Técnica e Complicações 162

4.9.1. Ponderações para Indicação 162

4.9.2. Prognóstico 163

4.9.3. Técnica 163

4.9.4. Complicações 164

4.10. Análise Histológica e Pesquisa Viral – Biologia Molecular e Genoma 164

4.10.1. Análise Histológica 164

4.10.2. Análise Imuno-histoquímica 164

4.10.3. Análise do Perfil Genético 165

4.10.4. Virologia 164

5. Tratamento 164

5.1. Fluxogramas Terapêuticos 164

5.2. Imunossupressão: Indicações e Tipos 164

5.3. Antivirais: Indicações e Tipos 168

5.4. IImunomodulação (Imunoglobulina – Imunoadsorção): Indicações e Tipos de Imunoglobulinas 169

5.4.1. Imunoadsorção 169

5.5. Terapêutica Cardioprotetora Convencional 169

5.5.1. Sem Disfunção Ventricular 169

5.5.2. Com Disfunção Ventricular Hemodinâmica Estável 170

5.5.3. Paciente com Disfunção Ventricular e Hemodinâmica Instável: Abordagem Terapêutica 170

5.6. Cuidados Gerais: Atividade Física e Vacinação 170

6. Situações Especiais 171

6.1. Miocardite Fulminante 171

6.1.1. Avaliação Diagnóstica 172

6.1.2. Abordagem Terapêutica 173

6.2. Sarcoidose 173

6.2.1. Diagnóstico 173

6.2.2. Tratamento e Prognóstico 175

6.2.3. Prognóstico 175

6.3. Células Igantes 176

6.3.1. Tratamento 176

6.3.2. Manifestação Clínica e Diagnóstico 178

6.4. Miocardite chagásica aguda e reagudização 179

6.4.1. Manifestações Clínicas e meios de Infecção, Reagudização nos Pacientes Imunossuprimidos 179

6.4.2. Diagnóstico 179

6.4.3. Tratamento 179

6.5. Miocardite por Doenças Tropicais 180

6.6. Miocardite por Covid-19 181

6.6.1. Possível Fisiopatologia da Miocardite Relacionada ao SARS-CoV-2 181

6.6.2. Lesão Miocárdica Viral Direta 181

6.6.3. Diagnóstico de Miocardite Relacionada à Covid-19 182

6.6.4. Laboratório 183

6.6.5. Eletrocardiograma 183

6.6.6. Imagem 184

6.6.7. Biópsia Endomiocárdica 184

6.7. Cardiotoxidade Aguda por Terapêutica Antineoplásica 185

6.7.1. Agentes Antineoplásicos Indutores de Cardiotoxidade Aguda 185

6.7.2. Diagnóstico da Cardiotoxidade Aguda 186

6.7.3. Tratamento da Cardiotoxidade Aguda 186

6.7.4. Prognóstico 188

6.7.5. Prevenção 188

6.8. Miocardite em Crianças e Adolescentes 189

6.8.1. Fatores Causais 189

6.8.2. Prognóstico 190

6.9. Miocardites com Envolvimento Pericárdico 192

6.9.1. Diagnóstico e Tratamento 192

6.10. Miocardite Simulando Infarto Agudo do Miocárdio 192

7. Cardite Reumática 193

8. Miocardites por Doenças Autoimunes 195

9. Manejo das Arritmias Cardíacas na Miocardite 196

9.1. Avaliação Não Invasiva e Invasiva das Arritmias na Fase Aguda e Crônica das Diversas Causa das Miocardites 196

9.2. Tratamento de Arritmias e Prevenção da Morte Súbita na Fase Aguda e Subaguda 197

10. Avaliação Prognóstica e Seguimento 198

10.1. Marcadores de Prognóstico e Evolução 198

10.2 Seguimento Ambulatorial nas Avaliações dos Métodos Complementares 198

Referências 199

1. Epidemiologia

A real incidência de miocardite é difícil de ser determinada, uma vez que as apresentações clínicas são muito heterogêneas e grande parcela dos casos cursa de forma subclínica, além de haver uma frequência muito baixa de emprego da biópsia endomiocárdica (BEM), o padrão-ouro para o diagnóstico. 1

Levantamento de diferentes séries de estudos necroscópicos em indivíduos jovens vítimas de morte súbita inexplicada mostrou incidência muito variável de miocardite, podendo corresponder por até 42% dos casos. 2 O Global Burden of Disease Study 2013 usou os códigos da Classificação Internacional de Doenças em análises estatísticas regionais e globais de 187 países, estimando a incidência anual de miocardite em torno de 22 casos para cada 100.000 pacientes atendidos. 3 Em coortes de pacientes com apresentação clínica de miocardiopatia dilatada de etiologia não definida, miocardite comprovada por BEM pode ser detectada em até 16% dos pacientes adultos, 4 e em até 46% de pacientes pediátricos. 5

Muitos estudos indicam maior prevalência da miocardite aguda em homens do que em mulheres 6 , 7 Alguns estudos sugerem que, em adultos, a manifestação clínica mais comum seja a miocardite linfocítica, com mediana de idade de 42 anos, enquanto pacientes com miocardite de células gigantes têm mediana de 43 anos de idade. 8 Entretanto, recém-nascidos e crianças exibem mais tipicamente apresentação de miocardite fulminante e são mais suscetíveis à patogenicidade induzida por vírus do que adultos. 9 , 10

A miocardite engloba um amplo espectro de prognósticos, dependendo da gravidade do quadro clínico inicial e da sua etiologia. Pacientes com sintomas leves e sem disfunção ventricular exibem com grande frequência resolução espontânea e excelente prognóstico. 11 No entanto, estima-se que cerca de 30% dos casos de miocardite mais graves, documentados com BEM e cursando com disfunção ventricular evoluam para miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca (IC) com prognóstico reservado. Em pacientes pediátricos, o prognóstico parece ser pior, com relatos de sobrevida em 10 anos livre de transplante cardíaco de apenas 60%. 5

2. Definição e Etiologia

A miocardite pode ser definida como doença inflamatória do miocárdio, diagnosticada por critérios histológicos, imunológicos e imuno-histoquímicos. Os critérios histológicos incluem evidência de infiltrado inflamatório envolvendo o miocárdio associado com degeneração e necrose de cardiomiócitos e de origem não isquêmica. Os critérios imuno-histoquímicos quantitativos para identificar um infiltrado inflamatório anormal, indicativos de miocardite ativa, são: contagem de leucócitos ≥14 células/mm2, incluindo até 4 monócitos/mm2, com a presença de linfócitos-T CD3 positivos ≥7 células/mm2. 12

Adicionalmente, conforme o tipo celular, o tipo de infiltrado inflamatório observado no diagnóstico histológico pode classificar a miocardite em linfocítica, eosinofílica, polimórfica, miocardite de células gigantes e sarcoidose cardíaca. 13

Miocardite pode ser causada por uma grande variedade de agentes infecciosos, incluindo vírus, protozoários, bactérias, clamídias, rickéttsias, fungos e espiroquetas ( Tabela 1 ), bem como pode ser desencadeada por mecanismos não infecciosos como a miocardite tóxica (drogas, metais pesados, radiação), miocardite por mecanismos autoimunes e de hipersensibilidade (miocardite eosinofílica, colagenoses, induzida por vírus, rejeição do coração transplantado). 14 , 15

Tabela 1. – Etiologia da miocardite aguda*.

1 – Miocardite infecciosa
Viral
Vírus RNA Vírus Coxsackie A e B, echo-vírus, poliovírus, vírus da influenza A e B, vírus sincicial respiratório, vírus da caxumba, vírus do sarampo, vírus da rubéola, vírus da hepatite C, vírus da dengue, vírus da febre amarela, vírus da Chikungunya, vírus Junin, vírus da febre de Lassa, Rabies virus , vírus da imunodeficiência humana-1
  Vírus DNA Adenovírus, parvovírus B19, citomegalovírus, herpes-vírus humano-6, vírus Epstein-Barr, vírus varicela-zóster, herpes-vírus simples, vírus da varíola, vírus vaccinia
Bactérias Staphylococcus, Streptococcus, Pneumococcus, Meningococcus, Gonococcus, Salmonella, Corynebacterium diphtheriae, Haemophilus influenzae, Mycobacterium (tuberculose) , Mycoplasma pneumoniae, Brucella
Espiroquetas Borrelia (doença de Lyme), Leptospira (doença de Weil)
Fungos Aspergillus, Actinomyces, Blastomyces, Candida, Coccidioides, Cryptococcus, Histoplasma, Mucormycoses, Nocardia, Sporothrix
Protozoários Trypanosoma cruzi, Toxoplasma gondii, Entamoeba, Leishmania
Parasitas Trichinella spiralis, Echinococcus granulosus, Taenia solium
Rickéttsias Coxiella burnetii (Febre Q), R. Rickettsii (febre maculosa das Montanhas Rochosas), R. tsutsugamushi
2 – Miocardite imunomediada
Alérgenos Toxoide tetânico, vacinas, doença do soro Drogas: penicilina, cefaclor, conchicina, furosemida, isoniazida, lidocaína, tetraciclina, sulfonamidas, fenitoína, fenilbutazona, metildopa, diuréticos tiazídicos, amitriptlina
Aloantígenos Rejeição do coração transplantado
Autoantígenos Miocardite linfocítica infecção-negativa, miocardite de células gigantes infecção-negativa associadas a distúrbios autoimunes: lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, síndrome de Churg-Strauss, doença de Kawasaki, doença inflamatória intestinal, esclerodermia, polimiosite, miastenia grave, diabetes melito dependente de insulina, sarcoidose, granulomatose de Wegener, febre reumática, imunoterapia oncológica (inibidores de check-point imunológico)
3 – Miocardite tóxica
Drogas Anfetaminas, antraciclinas, cocaína, ciclofosfamida, etanol, fluouracil, lítio, catecolaminas, hemetina, trastuzumab, clozapina, interleucina-2, inibidores de check-point imunológico
Metais pesados Cobre, ferro, chumbo
Miscelânea Picada de escorpião, picada de cobra, picada de aranha, picada de abelha e vespa, monóxido de carbono, inalantes, fósforo, arsênico, azida de sódio
Hormônios Feocromocitoma
Agentes físicos Radiação, choque elétrico

Fonte: *Adaptada de Caforio et al.5

Dentre todos esses desencadeantes de miocardite, a infecção viral é a mais prevalente, particularmente em crianças. Os vírus cardiotrópicos mais prevalentes são: enterovírus, parvovírus B19 (PVB19), adenovírus, vírus influenza A, herpes-vírus humano (HHV), vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, vírus da hepatite C e vírus do HIV. Algumas evidências sugerem que possa haver diferenças regionais em relação à prevalência dos diferentes agentes virais, com predomínio de adenovírus, parvovírus e herpes na população europeia 16 e preponderância de enterovírus na população americana. 17 Entretanto, parte dessas diferenças epidemiológicas pode ser decorrente de surtos de infecções virais específicas ocorrendo ao longo dos anos nas diversas regiões do mundo, bem como a diferenças nas técnicas de detecção viral, permanecendo o debate acerca da real influência da distribuição geográfica quanto às infecções virais cardiotrópicas. 18

Na América do Sul e, especialmente, em algumas regiões do Brasil, a miocardite chagásica causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi é uma das causas mais prevalentes de miocardite aguda, particularmente frente ao registro recente de surtos de casos associados à transmissão oral na Amazônia brasileira. 19 Doenças sistêmicas autoimunes como a síndrome de Churg-Strauss e a síndrome hipereosinofílica estão associadas à miocardite eosinofílica. A miocardite de células gigantes e a sarcoidose, embora raras, revestem-se de especial importância clínica, uma vez que, se diagnosticadas precocemente, têm tratamento específico, o que pode garantir melhora do prognóstico. 20 , 21

Miocardite autoimune pode ocorrer como acometimento orgânico isolado ou manifestar-se no contexto de doenças autoimunes com manifestações sistêmicas, sendo as mais frequentes: sarcoidose, síndrome hipereosinofílica, esclerodermia e lúpus eritematoso sistêmico.

Novos imunoterápicos para tratamento do câncer podem estar associados ao risco de miocardite, sendo mais recentemente reconhecidos os casos vinculados ao uso dos inibidores de checkpoint imunológico, como nivolumab e ipilimumab. 22 - 24

2.1. Fator Genético na Etiopatogenia das Miocardites

Nas descrições clássicas da etiopatogenia da miocardite, as evidências de mecanismos envolvendo a atuação de vírus e reações autoimunes são bem documentadas. Pouco se fala a respeito da predisposição genética. Muitos autores acreditam que é provável que fenômenos genéticos possam contribuir para o desenvolvimento de miocardite viral e/ou autoimune. 12 , 25

Dados laboratoriais consistentes com este argumento foram documentados em um estudo com 342 familiares de pacientes com cardiomiopatia dilatada (CMPD), em que se constatou a presença de anticorpos cardíacos com intensidade maior do que foi observado no grupo controle. 26

Além disso, também é largamente reconhecida a probabilidade de uma interação complexa entre causas genéticas (predisposição individual) e não genéticas (ligadas ao agente agressor) na evolução final para cardiomiopatia dilatada. O problema é que as evidências científicas que suportam tal argumento são escassas. 27

Há evidências de que, em cepas de camundongos suscetíveis, a infecção e a inflamação desencadeiam reações autoimunes no coração, geralmente como resultado da necrose dos miócitos e subsequente liberação de autoantígenos anteriormente ocultos no sistema imunológico. As mesmas linhagens de animais geneticamente predispostas desenvolvem miocardite linfocítica ou de célula gigante autoimune e depois cardiomiopatia dilatada após imunização com autoantígenos cardíacos (p. ex., miosina cardíaca). 28

Além disso, há a evidência de que a miocardite pode estar presente em cardiomiopatias específicas (p. ex., cardiomiopatia arritmogênica), levando a alterações no fenótipo e progressão abrupta da doença. Nesse contexto, algumas mutações podem aumentar a suscetibilidade à miocardite. 29

Entretanto, no geral, a miocardite segue classificada como um distúrbio adquirido não familiar, com evidências de estudos experimentais que indicam que alterações genéticas possam proporcionar suscetibilidade maior a esta doença.

3. Fisiopatogenia

De forma simplificada, podemos dividir a fisiopatologia das miocardites em infecciosas e não infecciosas. As infecciosas são as mais comuns e incluem uma enorme gama de vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros patógenos mais raros (ver Tabela 1 ). Os agentes virais são os mais comumente envolvidos e estudados experimentalmente. Do ponto de vista não infeccioso, a autoimunidade está presente, mediante doenças específicas, drogas e autoanticorpos; a predisposição genética exerce papel importante em ambas (ver Tabela 1 ).

Modelos murinos de miocardite viral sugerem que seu desenvolvimento apresenta três fases: aguda (alguns dias), subaguda (algumas semanas a meses) e crônica (desenvolvimento da miocardiopatia dilatada); 30 além disso, dois mecanismos patogênicos são descritos: lesão citopática direta induzida pelos microrganismos e resposta imune anticardíaca induzida pelos microrganismos.

A fase 1 corresponde à infecção inicial, que pode curar até mesmo sem sequela ou levar à IC ou morte, ou progredir para as fases 2/3. 31 Na maioria dos pacientes com miocardite viral, o patógeno é eliminado e o sistema imune reduz sua atividade sem outras complicações adicionais. Entretanto, em uma minoria de pacientes, o vírus não é eliminado, resultando em lesão miocárdica persistente e inflamação secundária à produção de anticorpos. 17 Assim, a miocardite viral poderia ser considerada um dos precursores para o desenvolvimento da miocardiopatia dilatada, sendo observada essa evolução em 21% dos casos de miocardite ao final de 3 anos. 32

Os enterovírus, em especial o Coxsackie B3 (CVB3), iniciam a miocardite por meio do acoplamento ao receptor CAR (Coxsackie vírus e adenovírus receptor) e DAF (do inglês, decay accelarating fator ), culminado em morte celular através de apoptose 33 ou necroptose. 34 Cardiomiócitos infectados tornam-se lisados, o que resulta em liberação citosólica de proteínas e produtos virais. Após a fase aguda, o curso da doença depende da base genética, podendo evoluir para miocardiopatia dilatada ou haver resolução. 35 - 39 Infecção por Coxsackie ativa respostas imunes inatas e adaptativas, incluindo, em primeiro momento, a produção de interferon e ativação de receptores toll-like (TLR). 40 Na resposta adaptativa, a deficiência de células T e B leva à persistência viral e piora evolutiva. 41 , 42

Outro aspecto importante é a produção de autoanticorpos específicos contra os cardiomiócitos, que ocorre por meio da liberação de peptídios cardíacos, havendo mimetismo molecular entre as proteínas cardíacas e os agentes virais. Na presença de citocinas coestimuladoras como TNF e IL1, esses anticorpos promovem resposta efetora de linfócitos T. 43

Outros vírus como o parvovírus B19 e o herpes-vírus-6 têm sido cada vez mais descritos em biópsias cardíacas, havendo uma tendência de redução de identificação de enterovírus e adenovírus. 44 No entanto, a presença desses microrganismos também tem sido observada em corações sem miocardite ou miocardiopatias de outras etiologias, tornando complexa a interpretação da associação entre a presença de agentes infecciosos no tecido cardíaco e o desenvolvimento de miocardite, bem como a influência da persistência desses agentes na evolução clínica. 45

Em relação às miocardites não infecciosas, modelos animais de miocardite autoimune envolvem linhagens suscetíveis geneticamente que demonstram a presença de linfócitos T CD4+ reativos a autoantígenos, como a cadeia pesada da miosina, na ausência de agentes infecciosos. 46 Além da resposta autoimune linfocitária, podemos observar respostas envolvendo macrófagos, como nas miocardites granulomatosas e eosinófilos nas situações de hipersensibilidade.

A miocardite de células gigantes é uma forma autoimune de agressão miocárdica e caracteriza-se histologicamente por um infiltrado de células gigantes multinucleadas, além de infiltrado inflamatório de células T, eosinófilos e histiócitos. A presença marcante de células CD8 (citotóxicas), liberação de citocinas inflamatórias e mediadores do estresse oxidativo leva a uma intensa agressão às células miocíticas e reposição por fibrose, culminando em rápida perda da função ventricular e evolução clínica desfavorável. Em 20% dos casos, existe associação com doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto, artrite reumatoide, miastenia grave, arterite de Takayasu, entre outras. 47 A sarcoidose tem caráter multissistêmico, envolvendo o pulmão em 90% dos casos, associada a acúmulo de linfócitos T, fagócitos mononucleares e granulomas não caseosos nos tecidos envolvidos. 48 , 49

Na miocardite induzida por drogas, a resposta de sensibilidade pode variar de horas a meses. Parte da justificativa da hipersensibilidade se dá em resposta a componentes quimicamente reativos que se ligam a proteínas promovendo modificações estruturais. Essas partículas são fagocitadas pelas células de defesa, por vezes macrófagos, os quais as apresentam na superfície dessas células aos linfócitos T. Como uma resposta de hipersensibilidade retardada, são liberadas citocinas como interleucina 5, estimulante de eosinófilos. Esse acúmulo de interleucina 5 promove um grande infiltrado eosinofílico com aumento da resposta de hipersensibilidade e maior lesão miocárdica. A predisposição genética parece favorecer esse padrão de resposta. 50

A síndrome hipereosinofílica pode ocorrer em associação a diversas doenças com manifestação sistêmica, como síndrome de Churg-Strauss, câncer, infecções parasitárias e helmínticas, ou estar relacionada a vacinações. Estas podem promover uma resposta inflamatória intensa no miocárdio, levando à lesão celular com disfunção e IC. 51 , 52 Do ponto de vista fisiopatológico, assim como em outros órgãos, ocorre um intenso infiltrado eosinofílico no miocárdio, infiltrado este que promove a liberação de mediadores altamente agressivos ao miócito, levando a necrose e perda da estrutura miocárdica. Entre os fatores agressores, estão a neurotoxina, derivada dos eosinófilos, a proteína catiônica do eosinófilo e a protease eosinofílica. Além desses fatores, a produção de citocinas inflamatórias como IL 1, TNF-alfa, IL 6, IL 8, IL3, IL5 e proteínas inflamatórias do macrófago promove a lesão e perda de miócitos, com evolução para disfunção miocárdica. 53

Mais recentemente, o nivolumab, droga antitumoral que atua como inibidor de checkpoint , tem sido considerado como causa de miocardite linfocitária. Possível mecanismo fisiopatológico sugere que as células miocárdicas poderiam compartilhar antígenos com as células tumorais, sendo, consequentemente, alvos de células T ativadas, resultando em infiltrado inflamatório e desenvolvimento de IC e distúrbios de condução. 54

4. Avaliação Diagnóstica

4.1. Critérios Diagnósticos de Suspeita de Miocardite

A suspeita clínica do diagnóstico de miocardite pelo consenso do grupo de doenças do miocárdio e pericárdio da sociedade europeia de cardiologia baseia-se na associação da apresentação clínica com exames complementares alterados sugestivos de lesão inflamatória miocárdica. 12 , 55

Por meio de análise das apresentações clínicas mais frequentes da miocardite e na acurácia diagnóstica dos métodos de avaliação complementar em prognosticar a presença de agressão inflamatória miocárdica, propõe-se estratificar a suspeita clínica diagnóstica de miocardite em três níveis: baixa, intermediária e alta suspeição diagnóstica ( Figura 1 ). 32 , 56 - 63 Esses critérios de suspeição foram estabelecidos por consenso de especialistas, e necessitam de validação futura por registros clínicos ou estudos multicêntricos.

Figura 1. – Algoritmo de estratificação de suspeita clínica diagnóstica de miocardite.

Figura 1

BAV: bloqueio atrioventricular; BNP: peptídeo natriurético B; BNP: peptídeo natriurético tipo B; ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma transtorácico; HAS: hipertensão arterial; PCRT: proteína C reativa titulada; PR: segmento PR; RMC: ressonância magnética cardíaca; RT: realce tardio; ST: segmento ST; TV: taquicardia ventricular; TVNS: taquicardia ventricular não sustentada.

4.1.1. Fluxograma de Avaliação Diagnóstica

O fluxograma de avaliação diagnóstica da miocardite se baseia no grau de suspeita clínica e prognóstica do paciente (ver Figura 1 ). Os pacientes com baixa suspeita clínica apresentam um prognóstico favorável, sendo seguidos em acompanhamento clínico e avaliados quanto à necessidade de extratificação não invasiva de doença arterial coronariana (DAC). Os pacientes com suspeita intermediária com evolução clínica favorável têm a mesma linha de seguimento clínico e de investigação diagnóstica que os pacientes de baixo risco. Os pacientes que evoluem com manutenção ou piora clínica, função ventricular, arritmias ou bloqueio AV devem ser submetidos a coronariografia (CAT) e BEM. Os pacientes com alta suspeita diagnóstica, em geral, apresentam um pior prognóstico, devem ser submetidos a CAT e BEM, para definição etiológica, com objetivo de definir um tratamento específico para melhora do prognóstico. 32 , 56 , 64 , 65

4.2. Avaliação Clínica: Situações Clínicas de Suspeição

A miocardite pode se manifestar de diferentes formas, variando desde quadro leve e oligossintomático até quadro grave, associado a arritmias ventriculares, instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico. Raramente, pode se apresentar como morte súbita (variando de 8,6% a 12%), principalmente na infância ou em adultos jovens. 66 , 67

O quadro mais comum ocorre em pacientes jovens com dor torácica sugestiva de infarto agudo do miocárdio (IAM) com coronárias normais após infecção viral respiratória ou intestinal, embora os sintomas virais nem sempre precedam os quadros de miocardite (pode variar de 10% a 80% dos casos). 68 - 70 Apesar de ocorrer predominantemente em pacientes jovens, a síndrome pode surgir em qualquer idade. Pode ocorrer também quadro de miocardite subclínica, elevação transitória de troponina ou alterações eletrocardiográficas após quadro viral agudo, o qual se manifesta com sintomas inespecíficos como febre, mialgia, sintomas respiratórios ou gastrointestinais. 68 , 71

Há diferentes formas de apresentação dessa doença: 12 , 71 , 72

  1. Quadro clínico semelhante à síndrome coronariana aguda (dor torácica, alterações eletrocardiográficas sugestiva de isquemia; elevação de marcadores de necrose miocárdica com coronárias normais).

  2. Sintomas novos agudos de IC (entre 3 dias e 3 meses) na ausência de doença coronariana ou causa conhecida para os sintomas.

  3. Sintomas de IC de início recente nos últimos meses (> 3 meses) na ausência de doença coronariana ou causa conhecida para os sintomas.

  4. Condições ameaçadoras da vida: arritmias ventriculares inexplicadas e/ou síncope e/ou morte súbita abortada; choque cardiogênico sem doença coronariana associada.

A) Manifestação como dor torácica

Pacientes que se apresentam com dor torácica podem ter alterações eletrocardiográficas variáveis: supra ou infradesnivelamento do segmento ST; inversão de onda T ou ondas Q patológicas. Alterações segmentares ao ecodopplercardiograma e elevação de marcadores de necrose miocárdica, especialmente troponina, em pacientes com coronárias normais sugerem a hipótese de miocardite. 68 , 73 Na maioria dos estudos, esses pacientes têm bom prognóstico em curto prazo, sendo o grau de comprometimento ventricular preditor de risco de morte. 71 , 74 Uma minoria desenvolve miopericardite persistente e recorrente com função de ventrículo esquerdo (VE) normal que podem responder à colchicina. 75

B) Manifestação como insuficiência cardíaca aguda

A forma de apresentação pode ser aguda, associada ao aparecimento dos sintomas de IC em dias, mas também subagudo/crônico, cardiomiopatia de início recente em paciente sem causa aparente para a alteração de função miocárdica.

A apresentação da miocardite por sintomas de IC (dispneia, fadiga, intolerância ao exercício) pode ocorrer associada a leve comprometimento da função ventricular (fração de ejeção de ventrículo esquerdo [FEVE] entre 40% e 50%) que melhora em semanas a meses. Contudo, número menor de pacientes pode apresentar disfunção ventricular importante (FEVE <35%) e, destes, 50% desenvolvem disfunção de VE crônica; cerca de 25% necessitarão de transplante cardíaco ou dispositivo de assistência ventricular, enquanto os outros 25% terão melhora da função ventricular ao longo do seguimento; uma minoria dos casos pode evoluir com quadro de choque cardiogênico e necessidade de suporte circulatório mecânico. 68 , 76 - 79 O risco de morte ou necessidade de transplante está fortemente associado ao grau de comprometimento hemodinâmico e da função ventricular esquerda e direita, que podem responder ao tratamento medicamentoso padrão para IC. 80

A apresentação da doença na forma fulminante caracteriza-se pelo aparecimento abrupto (dias) dos sintomas de IC avançada. Esses pacientes, em geral, têm grave disfunção ventricular com pouca alteração dos diâmetros ventriculares. Trata-se de apresentação dramática que necessita de intervenção precoce. 68 , 81 Quando o quadro fulminante está associado à taquicardia ventricular persistente ou não há resposta à terapêutica padrão, o prognóstico é pior, e formas mais graves de miocardite, como miocardite de células gigantes, devem ser consideradas e investigadas. 8

C) Manifestação como insuficiência cardíaca crônica ou progressiva

Miocardite confirmada por critério imuno-hitopatológico está presente em até 40% dos pacientes com cardiomiopatia crônica que persistem sintomáticos a despeito do tratamento medicamentoso. A presença de inflamação acessada por histologia está associada a pior prognóstico. 71

D) Manifestação como condição ameaçadora da vida

  • Arritmias ou distúrbios de condução

Pacientes com miocardite podem, ainda, apresentar distúrbios do sistema de condução, tais como bloqueio atrioventricular (BAV) de 2° ou 3° grau ou total, principalmente aqueles que apresentam sinais ecocardiográficos de hipertrofia por edema intersticial. 82 A presença de bloqueio cardíaco ou arritmias ventriculares sintomáticas ou sustentadas em pacientes com cardiomiopatia deve levantar a suspeita de miocardite com causa definida (doença de Lyme; sarcoidose; displasia arritmogênica de ventrículo direito ou Chagas em áreas endêmicas). 71

  • Choque cardiogênico

Subgrupo pequeno de pacientes que se apresentam com quadro súbito de IC dentro de 2 semanas de quadro viral pode precisar de suporte inotrópico e/ou suporte circulatório mecânico. Em geral, ocorre recuperação da função ventricular quando sobrevivem ao quadro inicial, porém necessitam de instituição da terapêutica adequada o mais precoce possível. 71 , 81

A Tabela 2 resume as principais síndromes clínicas de suspeição de miocardite e sugere possíveis agentes responsáveis por cada forma de apresentação da doença. 83

Tabela 2. – Descrição do quadro clínico e possível causa das diferentes síndromes clínicas da miocardite.

Síndrome clínica Quadro clínico Possível causa
Dor torácica aguda Sintomas de angina; DAC afastada; alteração de segmento ST/T; arritmias; elevação de troponina I/T e NtproBNP intermitentes Parvovírus B19 ou outros vírus com tropismo pelo coração associado ou não à pericardite
IC aguda Dispneia; edema; disfunção sistólica e/ou diastólica de VE; alteração de ECG; elevação troponina I/T e NTproBNP intermitentes Miocardite viral ou não viral ou cardiomiopatia inflamatória
IC crônica Todos os sintomas de IC por algum tempo; DAC afastada; alterações do ECG como BRE, BRD, BAV; elevação troponina I/T e NtproBNP intermitentes Miocardite focal viral ou não viral ou cardiomiopatia inflamatória
IC/arritmia ameaçadoras da vida Choque cardiogênico; IC NYHA III/IV; troponina e NTproBNP elevados; arritmia grave; DAC afastada Miocardite de células gigantes; miocardite eosinofílica; miocardite tóxica

BAV: bloqueio atrioventricular; BRD: bloqueio de ramo direito; BRE: bloqueio de ramo esquerdo; DAC: doença arterial coronariana; ECG: eletrocardiograma; IC: insuficiência cardíaca; ST/T: segmento ST e onda T; VE: ventrículo esquerdo.

4.3. Biomarcadores

4.3.1. Marcadores Laboratoriais de Agressão Inflamatória

Nenhum biomarcador, isoladamente, é suficiente para diagnosticar miocardite; contudo, alguns biomarcadores podem ser úteis como marcadores prognósticos. A seguir, comentaremos acerca dos principais biomarcadores usados nessa avaliação.

  1. Marcadores inflamatórios. Contagem de leucócitos, velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PC-R) podem estar elevadas em pacientes com miocardite. No entanto, não apresentam valor diagnóstico, pois são inespecíficos.

  2. Troponinas. As troponinas são mais específicas que CPK e CKMB para lesões miocárdicas e estão frequentemente elevadas em pacientes com miocardite. 84 No entanto, troponinas normais não excluem o diagnóstico. Embora não sejam suficientes para estabelecer o diagnóstico de miocardite, podem sugerir o diagnóstico, desde que excluídas causas óbvias como IAM e IC aguda. Em um estudo pequeno, em que vários biomarcadores foram avaliados, troponinas foram preditores do diagnóstico de miocardite confirmada por biópsia, com área sob a curva de 0,87, sensibilidade de 83% e especificidade de 80%. 85 Troponina é útil para o diagnóstico de miocardite em pacientes com miocardiopatia de instalação aguda. 12 , 72

  3. Peptídios natriuréticos. BNP e NT-proBNP podem estar elevados na miocardite. 86 No entanto, não são úteis para confirmação diagnóstica, uma vez que se elevam frente a diferentes causas de IC. Contudo, podem ser marcadores prognósticos. Em um estudo com miocardite confirmada por biópsia, entre vários biomarcadores avaliados, somente o NT-proBNP acima do último quartil (>4.245pg/mL) foi preditor de morte ou transplante cardíaco. 85

4.3.2. Marcadores Laboratoriais de Pesquisa Etiopatogênica

Sorologias virais. São de valor limitado no diagnóstico de miocardite, uma vez que anticorpos IgG de vírus cardiotrópicos são muito prevalentes na população geral na ausência de doença cardíaca viral. Em um estudo, não se observou correlação entre sorologia viral e achados da biópsia. 87 Em situações específicas, podem ser úteis a sorologia para hepatite C, pesquisa de vírus HIV em indivíduos de alto risco e doença de Lyme em áreas endêmicas. A pesquisa de marcadores sorológicas deve ser ditada pela elevada suspeição clínica para aquela doença ( Tabela 3 ).

Tabela 3. – Recomendações na avaliação laboratorial inicial da miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Uso de marcadores inflamatórios para o diagnóstico de miocardite I C
Biomarcadores de lesão miocárdica para auxiliar o diagnóstico de miocardite I B
BNP ou NT-ProBNP para auxiliar o diagnóstico e estratificação de prognóstico de miocardite I B
Investigação sorológica e/ou detecção de antígenos e/ou RT-PCR para diagnóstico de Covid-19 em casos suspeitos I B
Investigação sorológica e/ou detecção de antígenos e/ou RT-PCR para avaliação inicial de pacientes em situações especiais de suspeita de miocardite por etiologias específicas IIa C
Sorologias virais na investigação de rotina de todos os casos de miocardite III C

BNP: peptídeo natriurético tipo B; RT-PCR: reação em cadeia de polimerase.

Marcadores imuno-histoquímicos e análise de genoma viral. São superiores aos critérios de Dallas e, portanto, úteis no diagnóstico etiológico. A taxa de complicações com a BEM é baixa ( Tabela 3 ). 88 - 90

4.4. Eletrocardiograma

O eletrocardiograma (ECG) é comumente solicitado para triagem de miocardite, mas com especificidade limitada, embora os pacientes frequentemente apresentem alguma alteração no ECG. 12 Taquicardia sinusal pode ser a forma mais comum de apresentação do ECG. 14 Algumas alterações no ECG são mais sugestivas de miocardite do que outras. Por exemplo, a elevação do segmento ST-T na miocardite é tipicamente côncava (em vez de convexa na isquemia miocárdica), difusa sem alterações recíprocas, transitória e reversível na evolução ( Figura 2 ). 91

Figura 2. - Curso evolutivo do padrão de repolarização precoce na miocardite aguda.

Figura 2

Adaptada de Oka et al.91

O padrão de repolarização precoce (RP) no ECG de alguns pacientes com miocardite aguda pode ser a evidência de inflamação/edema localizado no epicárdico do VE. Oka et al. 91 mostraram que o padrão de RP no ECG da miocardite aguda foi transitório, reversível e não estava associado a um pior prognóstico. 91

O BAV, na presença de dilatação leve do VE, pode ser devido a várias causas (incluindo laminopatia), mas também pode ser sugestivo de doença de Lyme, sarcoidose cardíaca ou miocardite de células gigantes. Ogunbayo identificou que, em 31.760 pacientes com diagnóstico primário de miocardite, o bloqueio cardíaco foi relatado em 540 (1,7%), sendo 21,6% com BAV de primeiro grau, 11,2% com BAV de segundo grau e 67,2% com BAV de alto grau. O BAV de alto grau apresentou associação independente com o aumento da morbimortalidade. 92

Recente metanálise mostrou que o alargamento de QRS esteve presente como característica precoce da miocardite fulminante. 93 Em um estudo em que pacientes internados agudamente com miocardite sem IC prévia foram submetidos à BEM, o alargamento do QRS foi preditor independente de morte cardíaca ou transplante cardíaco. 94

Uma proporção significativa de pacientes com miocardite aguda apresenta morte súbita cardíaca, presumivelmente por arritmia cardíaca. Estudo recente de Adegbala mostrou um total de 32.107 internações por miocardite aguda entre 2007 e 2014, nos EUA, das quais 10.844 (33,71%) apresentaram arritmias, sendo as mais comuns taquicardia ventricular (22,3%) e fibrilação atrial (26,9%), e a presença dessas arritmias teve impacto na mortalidade. 95

Resumidamente, o ECG fornece uma ferramenta conveniente para a estratificação de risco e a triagem inicial, mas com valor diagnóstico fraco. 14

4.4.1. Critério de diagnóstico por eletrocardiograma/ Holter /testes de estresse 12

O ECG de 12 derivações é prática usual na investigação diagnóstica e na avaliação prognóstica da miocardite ( Tabela 4 ). As alterações mais frequentemente associadas com a miocardite no ECG de 12 derivações e/ou Holter e/ou testes de estresse, com qualquer um dos seguintes: bloqueio atrioventricular de I a III graus ou bloqueio de ramo, alteração de ST/T (elevação de ST ou sem elevação do segmento ST, inversão da onda T), parada sinusal, taquicardia ou fibrilação ventriculares e assistolia, fibrilação atrial, redução da altura da onda R, atraso da condução intraventricular (complexo QRS alargado), ondas Q anormais, baixa voltagem, batimentos prematuros frequentes, taquicardia supraventricular.

Tabela 4. – Recomendações de eletrocardiograma para avaliação de miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Eletrocardiograma na suspeita de miocardite I C
Eletrocardiograma para avaliar prognóstico na miocardite I C

4.4.2. Prognóstico

Alargamento do QRS, BAV de alto grau, taquicardia ventricular e fibrilação atrial aumentaram a mortalidade.

4.5. Ecocardiograma

O ecocardiograma tem um papel limitado no diagnóstico da miocardite propriamente dita. Trata-se de uma ferramenta muito importante na exclusão de outras patologias, devendo sempre ser realizada quando ocorre a suspeita clínica ( Tabela 5 ). 96 , 97 Não existe um achado ecocardiográfico específico, e as alterações encontradas apenas vão espelhar um quadro inflamatório miocárdico. Portanto, podemos evidenciar desde alterações segmentares (diagnóstico diferencial com as cardiopatias isquêmicas) até alterações difusas (hipocinesia global de um ou ambos os ventrículos). 98 , 99 Quando o acometimento é agudo e grave, as cavidades ventriculares são pequenas (não dilatadas) e podemos evidenciar a presença de edema miocárdico (aumento da espessura parietal), bem como derrame pericárdico, achados esses comuns na miocardite fulminante. O acometimento do ventrículo direito (VD) geralmente reflete um prognóstico mais reservado. 100

Tabela 5. – Recomendações para realização de ecocardiograma na avaliação inicial da miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Ecocardiograma para avaliação de estrutura e função cardíaca I C
Ecocardiograma para avaliação e estratificação prognóstica I C
Ecocardiograma para guiar a biópsia endomiocárdica IIa C

Um papel interessante do ecocardiograma é como adjunto na realização da BEM, visando não só ao sítio ideal para a retirada dos fragmentos, mas também guiando o intervencionista e evitando complicações ( Tabela 5 ). 101

4.6. Ressonância Magnética Cardíaca

Na avaliação dos pacientes com miocardite, assim como na avaliação de outras cardiomiopatias não isquêmicas, a ressonância magnética cardíaca (RMC) apresenta grande utilidade na determinação dos parâmetros morfológicos e funcionais ventriculares. De fato, já foi amplamente validada para quantificar os volumes, a massa e a função tanto do VE quanto do VD, e é considerada, atualmente, a modalidade diagnóstica padrão-ouro para essa avaliação. Dada a sua alta resolução espacial e temporal, e devido a sua natureza tridimencional, que a torna independente de premissas geométricas, a RMC apresenta excelente acurácia e reprodutibilidade características especialmente úteis ao acompanhamento longitudinal dos pacientes. 102

Entretanto, o maior valor da RMC na avaliação dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de miocardite consiste na sua capacidade de proporcionar detalhada caracterização tecidual. Dessa maneira, permite identificar tanto a lesão miocárdica inflamatória das fases aguda e subaguda quanto as lesões cicatriciais frequentemente presentes na fase crônica da doença. As principais técnicas de RMC classicamente utilizadas na caracterização da lesão miocárdica dos pacientes com miocardite são as sequências ponderadas em T2 (“ T2 imaging ”) e a técnica do realce tardio. 103 - 108

Nas imagens adquiridas pelas sequências ponderadas em T2, quanto maior for o conteúdo líquido de um determinado tecido, maior será sua intensidade de sinal. Portanto, essa técnica permite avaliar o edema miocárdico secundário ao processo inflamatório nos pacientes com miocardite aguda (“ edema imaging ”). 102 - 105 A técnica do realce tardio, por sua vez, permite identificar as regiões de necrose no caso das miocardites agudas ou subagudas, e as regiões de fibrose no caso das miocardites crônicas. 106 , 108 - 110 Cabe ressaltar que o padrão de realce tardio da miocardite é muito diferente daquele observado nos casos de IAM. A principal diferença é que, no caso do infarto, o realce tardio sempre acomete o subendocárdio. O acometimento pode até ser transmural, mas a camada subendocárdica sempre está envolvida. No caso da miocardite, o realce tardio é mais frequentemente mesoepicárdico, na maior parte das vezes poupando o endocárdio. Além disso, enquanto, no infarto, as regiões de realce tardio tendem a ser únicas, homogêneas e distribuídas de acordo com os territórios coronarianos, no caso da miocardite, as regiões de realce costumam ser multifocais, heterogêneas e esparsas, não respeitado os territórios coronarianos.

O Consenso de Lake Louise (CLL) original, 105 publicado em 2009, se baseava em três técnicas de RMC. Além da técnica de imagem ponderada em T2 (“ edema imaging ”) e da técnica do realce tardio, ambas mencionadas anteriormente, incluía também a chamada técnica do realce miocárdico precoce. Esta última acabou por ser excluída na atualização dos critérios diagnósticos, após ficar demonstrado que não adicionava valor diagnóstico incremental às demais técnicas. Na prática, o realce miocárdico precoce já não vinha sendo utilizado clinicamente na maior parte dos centros de RMC do mundo.

Recentemente, novas técnicas de RMC capazes de medir os tempos de relaxamento longitudinal (T1) e transversal (T2) do miocárdico foram introduzidas como métodos potencialmente sensíveis e específicos para a detecção de processo inflamatório miocárdico. 111 Em geral, os valores de T1 ou T2 são medidos pixel a pixel e apresentados na forma de mapas paramétricos, os chamados mapas T1 e T2 do miocárdio. O mapa T1 pode ser adquirido antes do contraste (T1 nativo) e 15 a 20 minutos após contraste (momento de relativo equilíbrio da concentração de gadolínio), permitindo, assim, o cálculo do volume extracelular do miocárdio (VEC ou ECV [do inglês, extracellular volume ]). O mapa T2 é usualmente adquirido apenas antes da administração do contraste.

A incorporação dos mapas T1 e T2 constituiu a motivação central para a recente atualização do CLL para o diagnóstico de miocardite pela RMC. De acordo com o novo consenso, 104 esse diagnóstico se baseia na presença de dois critérios principais que podem estar ou não associados a critérios de suporte ( Tabela 6 ). O primeiro critério diagnóstico principal tem por objetivo identificar a presença de edema miocárdico e se fundamenta na utilização de técnicas baseadas em T2: (1) técnica de imagem ponderada em T2 (“ edema imaging ”) e/ou (2) técnica de mapeamento T2. O segundo critério diagnóstico principal também permite detectar a presença de edema miocárdico, mas tem por objetivo primordial identificar a presença de necrose, fibrose e extravasamento capilar. Este segundo critério diagnóstico principal se fundamenta na utilização de técnicas baseadas em T1: (1) técnica do realce tardio e/ou (2) técnicas de mapeamento T1 (T1 nativo ou VEC).

Tabela 6. – Critérios para diagnóstico de miocardite, miopericardite ou perimiocardite.

Critério Lake Louise atualizado 1 CRITÉRIO T2 POSITIVO + 1 CRITÉRIO T1 POSITIVO Alvo diagnóstico
CRITÉRIOS PRINCIPAIS
Imagem baseada no T2  
  Intensidade de sinal aumentada regional do VE (análise visual) ou E
  Intensidade de sinal global aumentada – relação ≥ 2 ou  
  Tempos de T2 (mapa T2) aumentados global ou regionalmente EDEMA
Imagem baseada no T1
  Aumento regional ou global nos tempos de T1 (mapa T1) ou VEC ou Aumento de T1 = edema (intra ou extracelular), hiperemia, extravasamento capilar, necrose, fibrose Aumento do VEC = edema (extracelular), hiperemia, extravasamento capilar, necrose, fibrose
  Áreas com aumento de intensidade de sinal em padrão de distribuição não isquêmico em imagens de realce tardio Realce Tardio = necrose, fibrose
CRITÉRIOS DE SUPORTE
Derrame pericárdico nas imagens de cine-RM ou aumento de intensidade de sinal do pericárdio em imagens de realce tardio, mapa T1 ou mapa T2 Inflamação pericárdica
Alteração de contratilidade do VE em imagens de cine-RM Disfunção do VE

VE: ventrículo esquerdo; RM: ressonância magnética; VEC: volume extracelular.

Os novos critérios para diagnóstico de miocardite, miopericardite ou perimiocardite e publicados em 2018 estão listados na Tabela 6 . 104

A acurácia da RMC na avaliação dos pacientes com suspeita de miocardite no primeiro CLL foi estimada em 78% (sensibilidade de 67% e especificidade de 91%). 105 Essas estimativas foram posteriormente confirmadas em uma metanálise que demonstrou acurácia de 83%, com uma sensibilidade de 80% e especificidade de 87%. 112 De modo similar, outra metanálise ainda mais recente demonstrou sensibilidade de 78% e especificidade de 88%, com uma área sob a curva (AUC) de 83%. 113 Ainda não existem dados consistentes avaliando a acurácia da RMC utilizando os critérios diagnósticos propostos na segunda versão do CLL. Entretanto, um pequeno estudo recente que incluiu apenas 40 pacientes com miocardite aguda demonstrou sensibilidade de 88% e especificidade de 96% da RMC utilizando os novos critérios revisados (ver Tabela 6 ). 114

As recomendações para o uso da RMC na avaliação diagnóstica e prognóstica dos pacientes com suspeita de miocardite aguda estão sumarizadas na Tabela 7 . 57 , 104 , 109 , 114 - 116

Tabela 7. – Recomendações para o uso da ressonância magnética cardíaca na avaliação diagnóstica dos pacientes com suspeita de miocardite aguda.

Indicações Classe Nível de evidência
Avaliação de pacientes com elevação dos marcadores de necrose miocárdica e coronárias normais na avaliação angiográfica I B
Avaliação dos pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada e suspeita de miocardite > 6 meses de evolução, com o objetivo de auxiliar na investigação etiológica, excluir possíveis diagnósticos diferenciais e proporcionar informações prognósticas I B
Reavaliação em até 4 semanas para pacientes com risco prognóstico intermediário ou alto após o episódio agudo, com o objetivo de diferenciar uma evolução não complicada de um curso complicado IIa B

Com base no conjunto das evidências científicas acumuladas desde a primeira versão desta diretriz da SBC, podemos, hoje, indicar uma posição da RMC mais estruturada na tomada de decisão de pacientes com suspeita de miocardite como proposto na estratificação de risco a seguir, na Tabela 8 . 109 , 115 , 117 Tal estratificação deve ser integrada à estratificação de risco ampla que inclui a apresentação clínica e outros exames complementares.

Tabela 8. – Estratificação de risco e probabilidade da indicação de biópsia endomiocárdica baseada nos parâmetros de ressonância magnética cardíaca (RMC).

Risco prognóstico Parâmetro da RMC Conduta sugerida Indicação de biópsia
Baixo T1 e T2, sem alteração Sem disfunção ventricular Seguimento clínico Sem indicação
Intermediário T1 ou T2, positivos Realce tardio não extenso (<17g e 13% da massa do VE) Função normal ou leve disfunção do VE Seguimento clínico Repetição da RMC em 1, 3 e 6 meses Estável: sem indicação Progressão da disfunção: possível indicação
Alto T1 ou T2, positivos Realce tardio extenso (>17g ou 13% da massa do VE), ou com envolvimento do septo interventricular, e/ou disfunção do VE moderada ou importante Seguimento clínico Repetição da RMC em 1, 3 e 6 meses Possível indicação

VE: ventrículo esquerdo.

4.7. Medicina Nuclear

A medicina nuclear tem tido um papel crescente na avaliação do paciente com miocardite. Novos radiotraçadores e novos equipamentos têm traçado todo um novo espectro de contribuições para o manejo de pacientes com suspeita de doenças inflamatórias do miocárdio.

As alterações fisiopatológicas dos diversos tipos de miocardite vão formar a base para o uso das técnicas de medicina nuclear: o processo inflamatório que leva à lesão do miocárdio é caracterizado por infiltração de linfócitos e macrófagos no miocárdio, pelo aumento da permeabilidade vascular e pelo consumo aumentado de glicose no sítio de inflamação e pela necrose celular com redução da perfusão tecidual em comparação com o miocárdio íntegro. Essas características vão se traduzir pela maior captação de citrato de Gálio-67 no miocárdio (especialmente útil nos casos de sarcoidose), pelo aumento do acúmulo de glicose marcada com flúor radioativo (18F-FDG) e pela redução da perfusão miocárdica vista com traçadores com 99mTc-Sestamibi ou 201 Tálio. A Tabela 9 lista os principais radiotraçadores utilizados na miocardite.

Tabela 9. – Principais exames de medicina nuclear empregados em pacientes com suspeita ou diagnóstico de miocardite.

Exame de medicina nuclear Principais indicações Vantagens Desvantagens
Cintilografia com Gálio-67 Miocardite e sarcoidose Ampla disponibilidade Menor sensibilidade
PET com 18F-FDG Sarcoidose, miocardite lúpica, arritmias cardíacas inexplicáveis Elevada sensibilidade, uso no acompanhamento da resposta ao tratamento Menor disponibilidade, maior custo
Cintilografia com 123I-MIBG Avaliação do risco de arritmias ventriculares Identifica pacientes em risco de morte súbita Menor disponibilidade de acesso

PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose.

4.7.1. Radiotraçadores para Cintilografia por Emissão de Fóton Único (SPECT)

O citrato de Gálio-67 é um traçador consagrado para pesquisa de infecção em medicina nuclear que se liga a células inflamatórias em sítios de aumento de permeabilidade vascular graças à sua característica ligação com as proteínas transportadoras do ferro como a lactoferina e nos lisossomos leucocitários. O Gálio-67 tem baixa sensibilidade (36%) para detecção de miocardite em pacientes com miocardiopatia dilatada de início recente e não deve ser empregado de rotina com essa indicação ( Tabela 10 ). 118 O único tipo de miocardite com alto rendimento positivo para a cintilografia com Gálio-67 é a decorrente da sarcoidose, em que os granulomas com células gigantes são especialmente ávidos para a retenção do radiotraçador. A presença de cintilografia com Gálio-67 positiva é considerada como um critério maior para o diagnóstico de sarcoidose cardíaca pelo consenso de especialistas da Heart Rhythm Society (HRS). 119 Outro achado significativo observado em pacientes com sarcoidose cardíaca é a alteração de perfusão decorrente da presença de constrição microvascular miocárdica nos vasos circunjacentes aos granulomas. O defeito de perfusão observado na cintilografia em repouso pode desaparecer na imagem de estresse, um padrão denominado redistribuição reversa que pode ser associado à sarcoidose.

Tabela 10. – Recomendações para o uso dos exames de medicina nuclear na avaliação diagnóstica dos pacientes com suspeita de miocardite aguda.

Indicações Classe Nível de evidência
PET com 18F-FDG para auxiliar no diagnóstico de miocardite IIa B
Cintilografia com Gálio-67 para auxiliar no diagnóstico de miocardite IIb B

PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose.

A cintilografia com Gálio-67 pode ser empregada como alternativa a pacientes sem acesso ou que tenham contraindicação à realização de RMcom gadolínio (claustrofobia, alergia ao contraste, insuficiência renal) e pode contribuir em casos suspeitos de miocardite por critérios clínicos (febre, história recente de infecção respiratória ou intestinal, elevação de marcadores de necrose), sendo útil também no diagnóstico diferencial entre IAM com coronárias normais e miocardite, conforme o estudo de Hung et al., 120 em que a técnica se mostrou positiva quando realizada precocemente após o surgimento de sintomas. 120 Alguns casos de miocardite podem apresentar agressão regional no miocárdio e ser a etiologia de arritmias, onde os estudos com Gálio-67 podem demonstrar acúmulo focal em áreas dos ventrículos e até mesmo dos átrios isoladamente. 121

4.7.2. Radiotraçadores para Tomografia por Emissão de Pósitrons (SPECT)

O 18F-FDG é captado pelas células inflamatórias como transporte ativo de modo independente da ação da insulina. Dessa maneira, quando é realizada uma adequada supressão da captação de glicose pelo miocárdio, o PET com 18F-FDG se transforma em uma sensível ferramenta para diagnóstico de inflamação miocárdica e para acompanhamento da mesma em resposta ao tratamento ( Tabela 10 ).

O maior número de estudos do uso do PET com 18F-FDG na miocardite está concentrado na sarcoidose cardíaca, em que recente metanálise demonstrou sensibilidade de 84% e especificidade de 83%. 122 Para que o PET com 18F-FDG seja útil na sarcoidose ou em outras afecções inflamatórias cardíacas como miocardite, endocardite infecciosa ou na rejeição após transplante, é crucial o adequado preparo do paciente para evitar que insulina circulante leve a acúmulo não inflamatório de 18F-FDG no miocárdio. Entre os diversos esquemas de preparo indicados, o uso do jejum prolongado de 12 horas a 18 horas antes da injeção do radiotraçador é um dos mais aplicados, bem como a utilização de uma dieta rica em lipídios e proteínas, enquanto o uso da heparina não é consensual. 123 , 124 O marco diagnóstico de atividade inflamatória é a captação focal do 18F-FDG no miocárdio, enquanto há significado prognóstico a presença de captação de 18F-FDG no VD e a presença de captação inflamatória em áreas de hipoperfusão, as denominadas áreas de discordância ( mismatch ): metabolismo aumentado com perfusão reduzida. 124 A utilização do PET com 18F-FDG também é empregada para acompanhamento da resposta ao tratamento na sarcoidose cardíaca e para avaliação da atividade da doença extracardíaca. Um algoritmo proposto de acompanhamento é o da Figura 3 , adaptado de Young et al. 125

Figura 3. – Algoritmo proposto para diagnóstico e acompanhamento da resposta ao tratamento na sarcoidose cardíaca. PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose.

Figura 3

Adaptado de Young et al.125

A miocardite não associada à sarcoidose tem como técnica diagnóstica padrão a RMC. O aumento da intensidade de sinal das imagens pesadas em T2 (edema), o aumento do realce precoce de gadolínio (hiperemia) e a impregnação tardia de gadolínio no miocárdio (realce tardio para necrose) têm, combinados, sensibilidade de 67% e especificidade de 91% para o diagnóstico de miocardite. Entretanto, em muitos casos, há limitações para uso adequado da técnica como baixa qualidade do sinal nas imagens em T2, artefatos e impossibilidade do uso do contraste gadolínio. Nesses casos, o uso do PET 18F- FDG pode ser bastante útil na complementação da investigação diagnóstica, seja em equipamentos de PET-CT ou mais modernamente em equipamentos de PET-RM, que associam ao PET um equipamento de RM. 126 Estudos com PET-RM têm demonstrado que o PET é superior à RM na identificação de áreas de inflamação cardíaca em atividade. 127

O PET-CT com 18F-FDG tem sido utilizado em condições como lúpus eritematoso sistêmico, 128 miocardite de células gigantes, 129 esclerodermia 130 e até mesmo na cardite reumática, 131 como técnica para identificação de inflamação em atividade com sucesso. Outro uso recente do PET com 18F-FDG que vem crescendo é na investigação da etiologia de arritmias: sarcoidose cardíaca e miocardite crônica, incluindo doença de Chagas, como causa de arritmias ventriculares, 132 bem como na investigação de distúrbios de condução, especialmente indivíduos com menos de 50 anos de idade e bloqueio atrioventricular em que o PET tem identificado diversos casos de sarcoidose e mesmo de tuberculose cardíaca como causa do distúrbio de condução. 133 No estudo de Tung et al., 50% dos pacientes com miocardiopatia e arritmias ventriculares inexplicáveis tiveram o PET com 18F-FDG positivo, indicando a presença de miocardite não suspeita por outras técnicas. 134

4.7.3. Perspectivas Adicionais

Novos radiotraçadores têm sido avaliados em pacientes com inflamação miocárdica, como é o caso do 68Gálio-dotatate, que tem afinidade pelos receptores de somatostatina que estão expressos em células inflamatórias. Outro radiotraçador que tem sido analisado é o 123I-MIBG, que avalia o estado da inervação adrenérgica pré- sináptica cardíaca. Apesar de o radiotraçador não identificar de modo direto o estado inflamatório, ele tem relação importante com o risco aumentado de arritmias ventriculares, em especial, em pacientes com miocardite crônica chagásica, demonstrando as áreas de miocárdio viável que são denervadas e, por isso, mais vulneráveis à taquicardia ventricular sustentada. 135

4.8. Angiotomografia de Coronárias e Coronariografia

A miocardite aguda pode mimetizar IAM com dor torácica típica, anormalidades no ECG similares ao IAM com ou sem supradesnivelamento do segmento ST, elevação das enzimas cardíacas e instabilidade hemodinâmica. 136

Na suspeita de miocardite com apresentação parecida com um infarto, é necessário excluir DAC por coronariografia percutânea ou angiotomografia de coronárias. A cinecoronariografia de rotina também deve ser realizada durante a investigação de uma nova cardiomiopatia dilatada. 137

A análise de 46 publicações avaliando a fisiopatologia subjacente de IAM com artérias coronárias não obstrutivas (MINOCA) revelou um infarto típico na RMC em apenas 24% dos pacientes, miocardite em 33% e sem anomalia significativa em 26%. 138 A idade jovem e a PCR estavam associadas à miocardite, enquanto sexo masculino, hiperlipidemia tratada, alta razão de troponina e baixa PCR estavam associados ao IAM verdadeiro. 139

Como pacientes com miocardite aguda que imitam o IAM com supradesniveamento do segmento ST têm um prognóstico favorável, é importante estabelecer o diagnóstico correto para evitar tratamentos desnecessários e potencialmente perigosos. 139

A angiotomografia computadorizada de coronárias (angio-TC) é um exame simples e rápido, e fornece uma avaliação abrangente das características das artérias coronárias e do tecido miocárdico. Na prática, a aquisição da angio-TC em primeira passagem permite a avaliação da anatomia coronariana e do realce do ventrículo esquerdo. A aquisição tardia de angio-TC é realizada 3 a 5 minutos mais tarde, sem necessidade de reinjeção do meio de contraste, permitindo a captação de iodo em imagens tardias com contraste realçados de maneira semelhante à RM do coração. 140 , 141

A angio-TC e a RM do coração têm maneiras próprias e exclusivas de evitar uma angiografia coronariana invasiva, para excluir DAC (significativa) e para detectar outras doenças, como dissecção aguda da aorta, embolia pulmonar, miocardite ou cardiomiopatia de estresse. 142

A grande disponibilidade da angio-TC, combinada com a possibilidade de descartar síndrome coronariana aguda (SCA) com angiografia coronariana durante o mesmo exame, torna-a promissora no refinamento das imagens de miocardite aguda ( Tabela 11 ). 141

Tabela 11. – Indicação de angiotomografia computadorizada de coronárias na avaliação diagnóstica dos pacientes com suspeita de miocardite aguda.

Indicação Classe Nível de evidência
Angiotomografia de coronárias para exclusão de coronariopatia obstrutiva grave na investigação de miocardite como alternativa à coronariografia em pacientes com probabilidade pré-teste baixa ou intermediária de DAC I C

DAC: doença arterial coronariana.

Em crianças com suspeita de miocardite e doença de Kawasaki, a angiotomografia computadorizada pode ser usada na avaliação das anormalidades nas artérias coronarianas. 143

A última diretriz da European Society of Cardiology (ESC) sugere que, na ausência de doença arterial coronariana angiograficamente significativa (estenose ≥50%) ou condições preexistentes que poderiam explicar o cenário clínico, pacientes que têm pelo menos uma das cinco apresentações clínicas (dor torácica aguda; IC aguda ou com piora com ≤3 meses de dispneia, fadiga e/ou sinais de IC; IC crônica com >3 meses de dispneia, fadiga e/ou sinais de IC; palpitações, sintomas de arritmias inexplicáveis e/ou síncope e/ou morte abortada; choque cardiogênico inexplicável) e/ou certos testes diagnósticos de suporte (ECG, Holter , troponina, anormalidades de função ventricular e edema e/ou realce tardio do gadolínio com padrão miocárdico clássico) devem ser considerados como tendo “suspeita clínica de miocardite” e, assim, justificar uma avaliação adicional. 12 , 72

4.9. Biópsia Endomiocárdica: Indicações, Técnica e Complicações

A análise histopatológica do tecido do miocárdio é ferramenta importante para diagnóstico e prognóstico nos pacientes com miocardite. A biópsia endomiocárdica (BEM) utilizando critérios histopatológicos padronizados (critérios de Dallas) 144 e imuno-histoquímicos é o atual padrão-ouro para diagnóstico de miocardite. 137

Os critérios de Dallas, isoladamente, apresentam limitações, em virtude do alto grau de variabilidade interobservador na interpretação patológica e detecção de processos inflamatórios não celulares, diagnosticando em torno 10% a 20% dos pacientes. 15 Assim, de acordo com a definição da OMS, a imuno-histoquímica com o uso de painel de anticorpos monoclonais e policlonais é mandatória para diferenciar os componentes inflamatórios presentes. 145 , 146

A análise genômica viral no miocárdio doente, quando acoplada com as análises imuno-histoquímicas, melhorou a precisão e a utilidade diagnóstica e prognóstica da BEM. 147 É recomendada a triagem viral: enterovírus, influenza, adenovírus, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, parvovírus B19, herpes-vírus humano. 137

No entanto, como alguns genomas virais (p. ex., PVB19) podem ser detectados em corações normais e em doenças cardíacas isquêmicas e valvares, 148 pode ser necessário o uso complementar de mRNA específicos de DNA virais para definir infecção ativa. 149

4.9.1. Ponderações para Indicação

A BEM realizada precocemente na apresentação clínica grave auxilia no diferencial diagnóstico de tipos específicos de miocardite (células gigantes, alérgica, eosinofílica, sarcoidose) que implicam diferentes tratamentos (p. ex., imunossupressores) e prognóstico ( Tabela 12 ). 150

Tabela 12. – Recomendações para a utilização de biópsia endomiocárdica (BEM).

Indicações Classe Nível de evidência
IC de início recente (<2 semanas), sem causa definida, não responsiva ao tratamento usual e com deterioração hemodinâmica I B
IC de início recente (2 semanas a 3 meses), sem causa definida e associada a arritmias ventriculares ou bloqueios atrioventriculares de segundo ou terceiro grau I B
Na presença de suspeita clínica de miocardite linfocítica grave, miocardite de células gigantes, miocardite eosinofílica necrosante I B
IC com início >3 meses e <12 meses, sem causa definida, não responsiva à terapia-padrão otimizada IIa C
IC decorrente de cardiomiopatia dilatada de qualquer duração, com suspeita de reação alérgica e/ou eosinofilia IIa C
Arritmias ventriculares frequentes na presença ou não de sintomas, sem causa definida IIb C
Suspeita clínica apoiada por métodos diagnósticos não invasivos de miocardite IIb C

IC: insuficiência cardíaca.

Além disso, fornece diagnóstico diferencial de doenças que podem simular miocardite (cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, cardiomiopatia de Takotsubo, cardiomiopatia periparto, distúrbios inflamatórios/de armazenamento). 150

Atualmente, a principal indicação para BEM ocorre em pacientes com IC de início recente (menos de 2 semanas), acompanhada de apresentação clínica grave (instabilidade hemodinâmica, uso de suporte circulatório mecânico ou inotrópico, refratariedade ao tratamento clínico) ou arritmias de alto risco (arritmias ventriculares sustentada ou sintomática ou bloqueios cardíacos de alto grau) ( Tabela 12 ). 151 , 152

No entanto, sabe-se as recomendações antecedentes foram baseadas notadamente nos critérios de Dallas, nos quais diagnóstico, valor prognóstico e terapêutico é limitada. Com o uso da análise imuno-histoquímica e genômica viral, cresce a tendência de uma aplicação mais liberal da BEM na suspeita de miocardite clinicamente independente do padrão e gravidade da apresentação. 12

Por outro lado, o valor de BEM é questionável em pacientes que apresentam síndromes de baixo risco e respondem a tratamento padrão sem perspectiva de implicação terapêutica ou prognóstica. Finalmente, no cenário de síndromes de risco intermediário, a BEM deve ser considerada no caso de manutenção ou agravamento dos sintomas, disfunção ventricular, arritmias, distúrbios de condução ( Figura 4 ). 153

Figura 4. – Fluxograma terapêutico de miocardite com base no grau de suspeição clínica e no prognóstico.

Figura 4

BAV: bloqueio atrioventricular; BEM: biópsia endomiocárdica; BRA: bloqueador do receptor da angiotensina; CAT: coronariografia; DAC: doença arterial coronariana; ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma transtorácico; ESV: extrassístoles ventriculares; IECA: inibidor da enzima de conversão; RMC: ressonância magnética cardíaca; TC: tomografia computadorizada.

4.9.2. Prognóstico

Enquanto os critérios de Dallas não são um preditor preciso de resultados clínicos, as evidências imuno-histológicas de inflamação miocárdica estão associadas a um risco aumentado de morte cardiovascular e necessidade de transplante cardíaco. 153

Na miocardite por células gigantes, a gravidade da necrose e fibrose está associada a um risco aumentado de morte e transplante. 154

A ausência ou presença de genomas enterovirais residuais em amostras repetidas correlacionou-se com a progressão para a cardiomiopatia em estágio terminal, enquanto depuração viral espontânea foi associada à melhora da função sistólica. 155

4.9.3. Técnica

O procedimento deve ser realizado no laboratório de hemodinâmica, por hemodinamicista com experiência na realização desse procedimento. A anestesia é local com sedação consciente, se necessário, sempre sob a supervisão do anestesiologista.

A BEM pode ser realizada de maneira segura, guiada por fluoroscopia direta, e deve ter auxílio do ecocardiograma na sua realização que servirá de guia para o posicionamento correto do biótomo para que se evite puncionar a parede livre do VD.

A RMC é particularmente útil para facilitar uma abordagem guiada, em virtude de sua utilidade na distinção entre miocárdio normal e doente, e tem sido avaliada para aumentar valores preditivos. 155

Não existem estudos comparativos para que se recomende a biópsia endocárdica do VD ou do VE; entretanto, a realização da BEM do VE deve ser criteriosamente analisada em casos de doença restrita ou predominante em VE.

As amostras devem ser obtidas no ventrículo direito, especialmente a porção distal do septo interventricular e a área trabeculada apical, evitando-se a parede livre do VD. O número de amostras dependerá da pesquisa a ser realizada. No caso de investigação de miocardite viral, devem ser 10 amostras (6 para pesquisa viral, 2 para hematoxilina-eosina e 2 para imuno-histoquímica). No caso de investigação de doenças infiltrativas ou de depósito, 6 fragmentos (2 para hematoxilina-eosina, 2 para imuno-histoquímica e 2 para microscopia eletrônica). As amostras para HE e imuno-histoquímica devem ser colocadas em frasco de formalina tamponada a 10% e não devem ser refrigeradas. As amostras para pesquisa viral devem ser colocadas em microtubos tipo Eppendorf® (sem soluções de transporte), e estes em recipientes com gelo seco, e rapidamente transferidas para refrigeradores –70 graus para armazenamento. As amostras para microscopia eletrônica devem ser acondicionadas em tubos Eppendorf® com solução oct.

A BEM pode ser repetida, se necessário, para monitorar a resposta à terapia dirigida à etiologia ou se houver suspeita de erro de amostragem em um paciente com progressão inexplicada de IC. 156

4.9.4. Complicações

Embora a BEM tradicional seja considerada um procedimento seguro, diferentes complicações foram relatadas.

Quando realizada em centros experientes, sua principal taxa de complicações é <1%, o que é semelhante ao da angiografia coronariana. 97 A utilização do ecocardiograma associado à fluoroscopia reduz de forma significativa a possibilidade de punção inadvertida que possa ocasionar perfuração miocárdica ou lesão de coronária. 155

Podemos distinguir complicações relacionadas ao acesso vascular e inserção da bainha e complicações relacionadas à remoção de amostras. As complicações relacionadas ao acesso vascular são: punção arterial incidental; sangramento prolongado; hematoma e dissecção vascular.

As comumente descritas são: reação vasovagal, BAV de graus variados, perfuração de parede livre de VD, pneumotórax, perfuração do septo interventricular, hematoma de sítio de punção, fístulas intracardíacas, hematoma retroperitoneal (acesso femoral), derrame pericárdico, deslocamento de trombos, tamponamento cardíaco, ruptura de cordoalhas tricúspides, arritmias ventriculares. 157

Em resumo, o risco da BEM depende da condição clínica dos pacientes, da experiência do operador e de todas as ferramentas tecnológicas disponíveis para prevenir, diagnosticar e gerenciar complicações.

4.10. Análise Histológica e Pesquisa Viral – Biologia Molecular e Genoma

4.10.1. Análise Histológica

A miocardite é definida como uma doença inflamatória do miocárdio diagnosticada por critérios histológicos e imuno-histológicos. De acordo com os critérios de Dallas, a miocardite ativa é histologicamente definida como uma infiltração inflamatória do miocárdio com necrose de miócitos adjacentes, enquanto a miocardite limítrofe é diagnosticada quando o infiltrado inflamatório está presente, mas não é demonstrada lesão/necrose nas próprias células cardíacas. 158

No entanto, os critérios de Dallas são considerados inadequados no diagnóstico de paciente com suspeita de miocardite clinicamente devido à sua limitação quanto à variabilidade na interpretação, falta de valor prognóstico e baixa sensibilidade em virtude de erro amostral. Essa limitação pode ser superada pelo envolvimento de manchas imuno-histológicas de células infiltrativas (leucócitos/linfócitos T/macrófagos) e antígenos de superfície (ICAM-1/HLA-DR).

Além do diagnóstico da miocardite, a avaliação histopatológica dos critérios histológicos é essencial para alcançar uma classificação da miocardite nas formas linfocítica, eosinofílica, célula gigante, granulomatosa e/ou polimórfica, que geralmente refletem etiopatogênese diferente do processo inflamatório. 12

Além disso, o exame histológico das seções de parafina por diferentes protocolos de coloração (HE, EvG, PAS, Azan) é usado para detectar morte celular do miocárdio, cicatrizes, fibrose, disfunções, alterações dos cardiomiócitos e condições vasculares patológicas. Amiloidose, depósitos de ferro, glicogênio e outras doenças de armazenamento podem ser excluídas ou especificadas por coloração adicional.

4.10.2. Análise Imuno-histoquímica

A imuno-histoquímica aumentou significativamente a sensibilidade da BEM e fornece informações sobre o prognóstico clínico. A precisão diagnóstica da imuno- histologia para detecção de inflamação é maior que a dos critérios histológicos. A avaliação imuno-histoquímica é baseada na análise de reação específica antígeno-anticorpo. Um valor >14 leucócitos/mm2 com presença de pelo menos linfócitos T >7 células/mm2 foi considerado um corte realista para se chegar ao diagnóstico de miocardite. 12

Quantificação de células infiltrativas adicionais, incluindo macrófagos (Mac- 1/CD69), células CD4+, CD8+, células citotóxicas (perforina) e quantificação do antígeno leucocitário humano (HLA-DR) e molécula intracelular de adesão celular- 1 (ICAM- 1) é obrigatória para caracterizar ainda mais as populações de células inflamatórias. Assim, a caracterização e a quantificação exata da inflamação do miocárdio é relevante para o prognóstico e para identificar diferentes marcadores de miocardite crônica/autoimune aguda, infecciosa, negativa por vírus (ver Figura 4 ).

Outras manchas de imunofluorescência devem ser usadas para definir a rejeição humoral na BEM de transplante cardíaco, como C3d e C4d, ou para subtipagem de formas amiloides.

4.10.3. Análise do Perfil Genético

Miocardite idiopática de células gigantes e sarcoidose cardíaca são distúrbios raros que causam IC aguda com choque cardiogênico e/ou arritmias ventriculares com risco de vida na ausência de outras etiologias e apresentam prognóstico extremamente ruim, com taxas de sobrevida em 4 anos inferiores a 20%. 159

O principal problema para o diagnóstico correto é o erro de amostragem pelo exame histológico das BEM. Foram identificados perfis genéticos diferenciais distintos que permitiram uma clara discriminação entre os tecidos que abrigam células gigantes e aqueles com miocardite aguda ou controles livres de inflamação. Além disso, os perfis gênicos específicos da doença mudam durante o tratamento eficaz e podem ser aplicados no monitoramento da terapia. 160

4.10.4. Virologia

Os genomas microbianos são determinados, quantificados e sequenciados usando métodos baseados em PCR, incluindo nested-PCR-RT e PCR quantitativo, determinando a análise da carga viral. A sequenciação do produto genético viral amplificado é obrigatória.

Em especial, é possível analisar todos os vírus que podem ser responsáveis pela doença. Os genomas de vírus cardiotrópicos mais comuns relatados no miocárdio são parvovírus B19 (B19V), enterovírus (EV), adenovírus (ADV), vírus da gripe, vírus do herpes humano-6 (HHV-6), vírus de Epstein-Barr, citomegalovírus, vírus da hepatite C e vírus da imunodeficiência humana (HIV) ( Tabela 13 ).

Tabela 13. – Vírus comuns na BEM.

Vírus comuns na BEM  
Adenovírus Parvovírus B19
Arbovírus Poliomielite
Arenavírus Raiva
Coronavírus Vírus sincisial respiratório
Coxsackie vírus (A, B) Rubéola
Citomegalovírus Vaccinia
Dengue Varicela-zóster
Echo vírus Varíola
Encefalomiocardite Vírus da Zika
Epstein-Barr HIV
Hepatite B Influenza (A, B)
Hepatite C Metapneumovírus
Herpes simples Caxumba
Herpes-vírus 6  

BEM: biópsia endomiocárdica.

O PVB19 é o vírus cardiotrópico predominante encontrado na miocardite. O impacto clínico no coração ainda está em discussão. O PVB19 cardiotrópico transcripcionalmente ativo com intermediários de replicação positiva nas BEM parece ser clinicamente relevante, porque os pacientes com miocardite caracterizados por PVB19 cardiotrópico transcricionalmente ativo com intermediários de replicação positivos têm uma expressão genética alterada em comparação aos pacientes com controle PVB19 latente. No entanto, a PCR pode resultar negativa, embora o organismo causal tenha origem viral, devido à depuração viral.

Embora se pense que os vírus sejam a causa mais comum de miocardite, os títulos virais não são úteis no diagnóstico e tratamento.

5. Tratamento

5.1. Fluxogramas Terapêuticos

A maioria das miocardites apresenta um prognóstico favorável com regressão espontânea dos sintomas clínicos e função ventricular preservada sem necessidade de intervenção terapêutica. O fluxograma terapêutico da miocardite na maioria dos pacientes é guiado por meio da suspeita diagnóstica, uma vez que somente uma minoria dos pacientes será submetida à investigação por BEM ( Figura 4 ). 65

Os pacientes com baixa suspeita diagnóstica de miocardite com apresentação clínica sem sinais de gravidade, função ventricular preservada e sem arritmias ventriculares apresentam evolução prognóstica favorável, sendo seguidos por acompanhamento clínico sem utilização de terapêutica medicamentosa. Nos pacientes com suspeita diagnóstica intermediária, com função ventricular preservada ou com disfunção ventricular com melhora evolutiva, a terapêutica é cardioprotetora com betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão ou bloqueadores do receptor da angiotensina com objetivo de preservar ou melhorar a função ventricular. 12 , 55

Os pacientes com alta suspeita diagnóstica, que evoluem com algum dos indicadores de pior prognóstico, como piora clínica, instabilidade hemodinâmica, manutenção ou piora da disfunção ventricular, arritmias ventriculares frequentes e distúrbios de condução significativos, devem ser submetidos à BEM, com objetivo de pesquisa de inflamação e do agente etiológico, que oferecem a possibilidade de estabelecer terapêutica específica com imunossupressão, 161 , 162 imunomodulação 163 - 166 e antivirais, 167 - 170 que poderão trazer benefícios na melhora clínica, classe funcional, função ventricular e sobrevida 8 , 162 , 171 - 175 ( Figura 5 ).

Figura 5. – Fluxograma terapêutico da miocardite com base nos resultados da BEM.

Figura 5

CMPD: cardiomiopatia dilatada; PCR: reação em cadeia da polimerase

5.2. Imunossupressão: Indicações e Tipos

A terapêutica imunossupressora na miocardite tem como objetivo suprimir a resposta inflamatória e a atividade autoimune, visando como alvo à melhora clínica, da função ventricular, além de redução da mortalidade.

Na miocardite linfocitária, apesar do racional fisiopatológico para utilização de imunossupressão, com base na presença de inflamação miocárdica por meio da BEM, associada à pesquisa de genoma viral negativa, as evidências corroborando seu uso são limitadas. Fatores como a regressão espontânea da inflamação, a falta de uniformidade dos estudos quanto aos critérios diagnósticos, o reduzido número de pacientes na maioria dos ensaios, a heterogeneidade das características clínicas das populações estudadas e a ausência de estudos com objetivo principal de avaliar a redução da mortalidade de forma isolada dificultam a análise dos benefícios clínicos da terapêutica imunossupressora na miocardite linfocitária ( Tabela 14 ). 55 , 161 , 162 , 172 , 176 - 179

Tabela 14. – Análise dos benefícios clínicos da terapêutica imunossupressora na miocardite linfocitária.

Autor Desenho Intervenção Placebo N Doença Duração dos sintomas Inclusão BEM vírus positivo FEVE Resultados
Parillo 1989 Randomizado controlado Prednisona Não 102 <2 anos Média 8m Idiop Sim Não >35% Neutro
Latham 1989 Randomizado controlado Prednisona Não 52 MCD < 2 anos Média 1,6 a 1,8 m Idiop Sim Não <40% Neutro
Wojnicz 2001 Randomizado controlado, aberto Prednisona + Azatioprina Sim 84 MCD >6 meses HLA Sim Não <40% Melhora FE
Wojnicz 2006 Randomizado controlado, aberto, 2 centros Atorvastatina Não 74 MCD >6 meses HLA Sim Não <40% Melhora FE/CF NYHA
Frustaci 2009 Randomizado controlado, duplo cego, multicêntrico Prednisona + Azatioprina Sim 85 MCD >6 meses CD3>7 CD45>14 Vírus neg Sim Sim <45% Melhora FE
Merken 2018 Série de Casos Prednsiona + azatioprina Não 180 MCD Média 8 a 11 m CD3>7 CD45>14 Vírus neg Sim Sim <45% Melhora sobrevida livre de TX/ FE

BEM: biópsia endomiocárdica; CF NYHA: classe funcional da New York Heart Association; CMD: cardiomiopatia dilatada; FEVE: fração de ejeção de ventrículo esquerdo; HLA: antígeno de histocompatibilidade; TXC: transplante cardíaco.

No estudo MTT, 178 que incluiu pacientes com miocardite diagnosticada pelos critérios de Dallas associada à presença de disfunção ventricular, o uso de imunossupressão por 6 meses não demonstrou superioridade na melhora da função ventricular e de sobrevida em relação ao tratamento convencional, apesar de não ter realizado pesquisa de agentes infecciosos. O estudo italiano duplo-cego, randomizado, placebo-controlado TIMIC 162 demonstrou melhora da função ventricular com imunossupressão em pacientes com miocardite à biópsia (acima de sete linfócitos por campo), mais de 6 meses de IC e ausência de genoma viral na BEM. Dessa forma, apesar de momento evolutivo diferente em relação à fase mais aguda da miocardite, esse estudo demonstrou o benefício da imunossupressão na ausência de genoma viral no miocárdio. No entanto, a não identificação de vírus específicos define que não estão presentes os vírus pesquisados, não afastando a possibilidade de que outros microrganismos poderiam estar presentes. 162 Além disso, o achado qualitativo de microrganismos em BEM não estabelece uma relação causal indubitável com o desenvolvimento de miocardite/miocardiopatia, uma vez que podemos encontrar genoma viral em miocardiopatias de outras etiologias específicas e até mesmo em corações normais. 45 , 180 , 181 Tomando como exemplo o parvovírus B19, cuja presença no tecido miocárdico pela PCR qualitativa é comum, outras técnicas documentando a baixa quantidade de cópias 167 ou ausência de transcrição para RNA 182 poderiam inferir a não correlação com desenvolvimento de miocardite/miocardiopatia, permitindo a consideração de imunossupressão, mesmo com o genoma desse vírus presente.

No contexto da miocardite por doenças autoimunes, a utilização de imunossupressão é bem estabelecida, e, para cada entidade, diferentes estratégias podem ser consideradas, sendo a maioria envolvendo o uso de corticosteroide, geralmente combinado com outras drogas imunossupressoras ( Tabela 15 ). 183 - 188

Tabela 15. – Indicação de imunossupressão na miocardite por doença autoimune.

Miocardite de células gigantes Rara, porém fulminante, melhora de prognóstico com imunossupressão combinada Corticosteroide em combinação (ciclosporina + azatioprina)
Sarcoidose Doença sistêmica, principalmente pulmonar. Miocardite em 10%, bloqueios, taquiarritmias e disfunção ventricular Corticosteroide em combinação (ciclofosfamida, metotrexato) imunobiológicos em casos refratários
Lúpus eritematoso sistêmico Miocardite em 50%, pode ser subclínica; rara com imunossupressão atual; pode acelerar aterosclerose Pulsoterapia com corticosteroide (depois VO em desmame), combinação (ciclofosfamida), plasmaférese, IVIg
Esclerose sistêmica Miocardite ou secundária à hipertensão pulmonar. Arritmias, distúrbios de condução e disfunção ventricular Corticosteroide em combinação (ciclosfamida, azatioprina)
Behçet Miocardite é rara (0,5%), prognóstico ruim Corticosteroide em combinação (colchicina, anticoagulação)
GEPA (Churg-Strauss) Miocardite em até 50%; história de asma, presença de eosinofilia; dor torácica, palpitações até choque cardiogênico Corticosteroide em combinação (ciclofosfamida)
Artrite reumatoide Miocardite em 30%, pode ser subclínica; rara com imunossupressão atual; pode acelerar aterosclerose Corticosteroide em combinação (metotrexate, imunobiológicos)

Devido à gravidade do quadro clínico, apesar da baixa incidência, o diagnóstico de miocardite de células gigantes não pode ser postergado, e seu tratamento envolve imunossupressão intensiva combinada. Trabalho clássico de Cooper et al. 8 demonstrou aumento de sobrevida de 3 para 12 meses, quando comparado ao não uso de imunossupressão ou apenas corticosteroide em relação ao uso combinado de imunossupressão (corticosteroide e/ou azatioprina e/ou ciclosporina e/ou anticorpo antilinfócito). 8 Casuística mais recente demonstrou sobrevida de 58% em 5 anos com uso combinado de corticosteroide, ciclosporina e azatioprina. 189 Em casos refratários, existe a descrição do uso de anticorpo antilinfócito, 190 micofenolato 191 e sirolimo. 192

A miocardite eosinofílica pode ser secundária à reação de hipersensibilidade a drogas, doenças autoimunes (granulomatose eosinofílica com poliangeíte ou síndrome de Churg-Strauss), síndrome hipereosinofílica, infecções e câncer, ou idiopática, sendo a imunossupressão também considerada nesse contexto, habitualmente utilizando corticosteroide. Revisão recente dos casos de literatura demonstram presença de eosinofilia periférica em 75% dos casos, uso de imunossupressão em 80%, e combinação em 20% (especialmente Churg-Strauss e hipereosinofílica, com elevada mortalidade em 30 dias (13% hipereosinofílica, 17% idiopática, 23% Churg-Strauss e 40% por hipersensibilidade). 193

A terapêutica imunossupressora mais comumente utilizada nos pacientes com diagnóstico de miocardite envolve corticosteroide isoladamente ou em associação com azatioprina ( Tabela 16 ), havendo o diagnóstico por BEM de inflamação com ausência de infecção viral como determinantes para a realização da imunossupressão ( Tabela 17 ). Os pacientes submetidos à terapêutica imunossupressora devem ser clinicamente monitorados de modo contínuo quanto ao desenvolvimento de paraefeitos, pois estes podem aumentar de forma significativa tanto a morbidade quanto a mortalidade. 55

Tabela 16. – Terapêutica imunossupressora com corticosteroide.

  • Miocardite de células gigantes

  • Pulsoterapia com corticosteroide – metilprednisolona 500 a 1.000 mg por 3 a 5 dias; prednisona – 1 mg/kg e, depois, retirada lenta e gradual

  • Anticorpo antilinfócito – Thymoglobulina – 1,5 mg/kg/dia, conforme evolução de linfócitos T CD3 – Ciclosporina – 3 a 8 mg/kg

  • Azatioprina – 2 mg/kg

  • Miocardite linfocitária e eosinofílica

  • Primeiras 4 semanas – 1 mg/kg

  • 5 a 12 semanas – Redução da posologia em 0,08 mg/kg/semana

  • 13 a 20 semanas – manter a dose em 0,3 mcg/kg/dia

  • 21 a 24 semanas – redução da posologia 0,08 mg/kg/semana

  • Estudo TIMIC: prednisona – 1 mg/kg por 4 semanas e 0,33 mg/kg por 5 meses; azatioprina – 2 g/kg por 6 meses

  • Sarcoidose

  • Prednisona – 30 mg/dia – retirada de 5 mg por mês por 12 a 24 meses

  • Associação quando dificuldade de suspensão de corticosteroide: metotrexato – 10 - 20 mg/semana

  • Azatioprina – 2 mg/kg; hidroxicloroquina – 200 a 400 mg/dia

  • Leflunomida – 10 a 20 mg/dia

Tabela 17. – Indicações da terapêutica imunossupressora na miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Na presença de miocardite positiva – por células gigantes, doenças autoimunes, sarcoidose e eosinofílica – associada à disfunção ventricular I B
Na presença de miocardite positiva com pesquisa viral negativa, comprovada por biópsia endomiocárdica, em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, com objetivo de melhora clínica e da função ventricular IIa B
Na insuficiência cardíaca aguda não responsiva à terapêutica usual III C

5.3. Antivirais: Indicações e Tipos

O prognóstico da cardiomiopatia inflamatória/miocardite é afetado negativamente pela persistência do vírus. O curso da cardiomiopatia viral é para certos vírus intimamente associados ao curso espontâneo da infecção viral, pois a eliminação espontânea do vírus é acompanhada de melhora clínica, enquanto isso não se aplica a pacientes que desenvolvem persistência do vírus. 194 - 197

Pacientes com genomas enterovirais e adenovirais em CEM devem ser tratados com interferon beta (IFN-ß) (4 milhões de unidades por via subcutânea a cada 48 horas na primeira semana, 8 milhões de unidades por via subcutânea a cada 48 horas a partir da segunda semana e por 6 meses). Pode ser demonstrado em um estudo não randomizado que a administração de IFN-ß em pacientes positivos para EV e ADV induziu a eliminação do vírus, reduziu a lesão do miocárdio e melhorou significativamente a sobrevida a longo prazo. 198 , 199 Em um estudo de fase 2 seguinte – betaferon em um teste de cardiomiopatia viral crônica (BICC) – 143 pacientes com sintomas de IC e confirmação por biópsia dos genomas de EV, ADV e/ou B19V foram aleatoriamente designados para tratamento duplo-cego e receberam placebo ou IFN-ß por 24 semanas, além do tratamento padrão da IC. Em comparação ao placebo, a eliminação e/ou redução da carga viral foram maiores nos grupos IFN-ß. O tratamento com IFN-ß foi associado a efeitos favoráveis na melhora da classe funcional da NYHA, qualidade de vida e avaliação global do paciente. Em análises retrospectivas, foi possível demonstrar que o tratamento com IFN-ß foi significativamente menos eficaz na eliminação da infecção por B19V. 171

O herpes-vírus humano 6 foi detectado em alta prevalência no tecido miocárdico de pacientes que apresentaram sintomas de IC em um cenário clinicamente suspeito de miocardite. Curiosamente, o HHV-6 é capaz de integrar seu genoma em telômeros de cromossomos humanos, o que permite a transmissão do HHV-6 através da linha germinativa. O HHV-6 integrado no cromossomo (ciHHV-6) parece estar associado a um risco aumentado de miocardite e pode levar a um agravamento da IC. O HHV-6 também não é eliminado pelo IFN-ß, mas os sintomas de reativação e insuficiência cardíaca do HHV-6 diminuem após um período de tratamento de 6 meses com ganciclovir seguido de valganciclovir (ganciclovir 1.000 mg/24h por via intravenosa por 5 dias, depois valganciclovir 900 mg/24h ou 1.800 mg/24h por 6 meses) em pacientes sintomáticos com ciHHV6 200 reativado (RNA mensageiro positivo).

A infecção por B19V do músculo cardíaco ainda é motivo de discussão. Os primeiros dados forneceram evidências de que inibidores antivirais da transcriptase reversa e análogos de nucleosídios como a telbivudina podem melhorar o resultado clínico de pacientes com DNA positivo de B19V e intermediários replicativos. 201 No entanto, agora é necessário agendar um grande estudo clínico randomizado, controlado por placebo, para avaliar os resultados.

5.4. Imunomodulação (Imunoglobulina – Imunoadsorção): Indicações e Tipos de Imunoglobulinas

O racional para uso das imunoglobulinas intravenosas (IVIG) no tratamento das miocardites está na sua ampla capacidade de interagir com o sistema imune. São capazes de estimular o sistema complemento e células imunológicas a liberarem citocinas anti-inflamatórias e inibirem a liberação de citocinas pró-inflamatórias. 83

As imunoglobulinas têm sido estudadas em diferentes cenários como na IC crônica; 202 , 203 na cardiomiopatia dilatada; 166 , 204 na cardiomiopatia periparto; 205 na miocardite aguda, 164 , 165 , 206 , 207 na miocardite fulminante 208 e nas miocardites virais. 167 , 169

Embora alguns desses estudos apontem para potencial benefício do uso de imunoglobulina, estudo randomizado controlado em pacientes adultos com cardiomiopatia dilatada de início recente (<6 meses) ou miocardite não demonstrou benefício do uso de imunoglobulina em relação à função ventricular quando comparado ao grupo controle. Houve melhora da função ventricular e até mesmo normalização em 36% dos casos ao longo do seguimento, independentemente do grupo de tratamento. Vale destacar que não foi realizada pesquisa viral na biópsia dos pacientes, e apenas 16% tinham quadro de miocardite comprovado por presença de inflamação na biópsia. 166

Em pacientes com miocardite aguda, os primeiros estudos apontavam para melhora da função ventricular e tendência a melhor prognóstico em 1 ano, com o uso de altas doses de IVIG. 164 No entanto, revisão sistemática realizada em 2005, envolvendo 62 estudos, encontrou apenas um estudo randomizado controlado sobre o tema, e não demonstrou benefício do uso da terapêutica em pacientes com miocardite aguda, concluindo serem insuficientes as evidências para recomendação rotineira do uso de IVIG nesse cenário. 207 Mais recentemente, estudo multicêntrico randomizado pequeno (41 pacientes) avaliou o prognóstico em curto prazo de pacientes com miocardite aguda ou cardiomiopatia de início recente, submetidos ao tratamento com IVIG comparado com pacientes que não receberam IVIG e revelou melhor sobrevida em curto prazo entre os pacientes que receberam IVIG sem diferença em relação à melhora da função ventricular que ocorreu nos dois grupos. No entanto, houve redução significativa de citocinas inflamatórias no grupo tratado. Tal estudo levanta a hipótese de potencial benefício das imunoglobulinas e sugere o mecanismo pelo qual tal benefício pode ser observado; no entanto, devido ao pequeno número de pacientes, o estudo não é suficiente para embasar a recomendação da terapêutica de forma irrestrita para pacientes com miocardite aguda. 209

No entanto, nas miocardites virais, há dados de literatura que demonstram benefício do uso de imunoglobulina. Em estudo piloto em pacientes com miocardite por parvovírus B19, o uso de IVIG gerou redução significativa da carga viral e melhorou a função cardíaca. 167 Em outra análise incluindo 152 pacientes com miocardite por adenovírus ou parvovírus B19, o uso de imunoglobulina também mostrou melhora da capacidade para o exercício; melhora da fração de ejeção de VE e melhora da classe funcional. Houve redução significativa da inflamação nos dois grupos de pacientes e redução expressiva da carga viral apenas entre os pacientes com miocardite por adenovírus; pacientes com parvovirose apresentaram persistência viral em torno de 40%. 169 Esses dados sugerem potencial benefício de uso de imunoglobulina em pacientes com miocardite viral com comprovação por BEM.

Os dados atuais, embora não sejam suficientes para recomendação rotineira da terapêutica, apontam para potencial benefício da imunoglobulina em pacientes com miocardite com inflamação comprovada por biópsia, especialmente nas miocardites virais por adenovírus e parvovírus B19.

5.4.1. Imunoadsorção

A patogênese da progressão para disfunção ventricular na cardiomiopatia dilatada envolve processos inflamatórios que podem ser identificados e quantificados por métodos imuno-histoquímicos, o que sugere relação causal entre miocardite e cardiomiopatia. 210 A presença de linfócitos, células mononucleares e aumento da expressão gênica de antígenos HLA é frequente, assim como anticorpos contra proteínas mitocondriais e de contratilidade; receptores B1 e receptores muscarínicos também têm sido descritos na cardiomiopatia dilatada. 211 - 214

A extração desses anticorpos cardíacos é possível por imunoadsorção, e alguns estudos têm testado a eficácia dessa metodologia no tratamento de pacientes com cardiomiopatia dilatada/miocardite. 215 , 216 Em estudo controlado pequeno, 25 pacientes foram randomizados para realizar imunoadsorção seguida de substituição por IgG ou manter tratamento padrão sendo observada redução significativa de inflamação miocárdica (células CD3; linfócitos CD4 e CD8, além de reduzir a expressão antígenos HLA classe II) no grupo tratado. 217 Em outros estudos pequenos randomizados, observa-se melhora da hemodinâmica e da função ventricular. 216

Dados atuais sugerem que imunoadsorção pode ser uma abordagem terapêutica nova e promissora para pacientes com cardiomiopatia dilatada e presença de anticorpos cardíacos. Contudo, até o momento, as evidências baseiam-se em estudos pequenos não controlados ou estudos controlados abertos comparados à terapia convencional, que precisam ter seus resultados confirmados por grandes estudos multicêntricos prospectivos randomizados. 218 No momento, está em andamento um estudo multicêntrico duplo-cego placebo-controlado que tem por objetivo avaliar os efeitos da imunoadsorção seguida de substituição por IgG em pacientes com cardiomiopatia dilatada. 219 Apenas após os resultados deste grande estudo poderemos estabelecer grau de recomendação para essa terapêutica no contexto da cardiomiopatia dilatada/miocardite.

5.5. Terapêutica Cardioprotetora Convencional

5.5.1. Sem Disfunção Ventricular

A abordagem terapêutica dos pacientes com miocardite com função ventricular preservada tem como objetivo a prevenção do desenvolvimento de disfunção ventricular ou de arritmias malignas. Nos pacientes com suspeita diagnóstica e risco intermediário, podemos utilizar betabloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) pelo período mínimo de 12 meses, com objetivos de redução da mortalidade e morbidade. A decisão de manutenção da terapêutica além desse período será de acordo com a avaliação da função ventricular e potencial arritmogênico. Como não foram realizados ensaios clínicos em pacientes com esse perfil de miocardite, o manuseio do tratamento deve seguir as orientações da diretriz de insuficiência cardíaca crônica e aguda pela SBC.

5.5.2. Com Disfunção Ventricular Hemodinâmica Estável

O manejo terapêutico da disfunção ventricular na miocardite deve estar alinhado com as diretrizes atuais de IC. 55 , 220 , 221 As medicações recomendadas para todos os pacientes com disfunção ventricular sintomática e hemodinamicamente estáveis, como terapia cardioprotetora, salvo contraindicações, são conhecidas como terapia tripla – IECA ou BRA, betabloqueadores e antagonistas dos receptores mineralocorticoides. Os IECA/BRA e betabloqueadores podem ser iniciados em todos os indivíduos com ICFER mesmo que assintomáticos, salvo contraindicações, e devem ser mantidos quando ocorre normalização da função ventricular. A espironolactona, representante dos antagonistas de receptores mineralocorticoides no Brasil, deve ser iniciada quando o paciente já está em uso das demais medicações, mantendo sintomas (CF NYHA II-IV), devendo ser evitada em pacientes com creatinina >2,5 mg/dL ou com hipercalemia persistente ( Tabela 18 ).

Tabela 18. – Recomendações de medidas farmacológicas gerais na miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Tratamento com medicações modificadoras de prognóstico para pacientes com disfunção sistólica de ventrículo esquerdo, sintomáticos ou assintomáticos, de acordo com diretriz de insuficiência cardíaca vigente I C
Manutenção de uso de terapia com bloqueio neuro-hormonal após normalização da função ventricular I C
Considerar o uso de medicação com ação sobre bloqueio neuro-hormonal em pacientes com evidência de fibrose miocárdica sem disfunção IIa C

5.5.3. Paciente com Disfunção Ventricular e Hemodinâmica Instável: Abordagem Terapêutica

Pacientes com miocardite aguda e presença de disfunção ventricular sistólica podem apresentar-se em distintos modelos clínicos. Assim como a resposta clínica à terapêutica é bastante variável, podendo ou não haver manifestação clara de baixo débito clínico ou evidência de hipervolemia sistêmica. O uso de inotrópicos se justifica, pelo menos em três situações: no contexto claro de baixo débito, em síndrome cardiorrenal em refratariedade à otimização diurética e na presença de SVO2 abaixo de 60% com critérios hemodinâmicos invasivos de baixo débito. Conforme a dinâmica do cuidado, deve-se discutir o monitoramento invasivo para os pacientes sem resposta clara à essa terapia ( Tabela 19 ). 222 - 225

Tabela 19. – Inotrópicos utilizados na miocardite com disfunção ventricular e hemodinâmica instável222-225.

  Dobutamina Milrinona Levosimendana
Prática clínica em miocardite Beta-agonista de ação seletiva B1, que promove o inotropismo por estimulação direta de betarreceptores. Estudos experimentais em modelos murinos sugerem efeitos protetores relacionados à vasodilatação em miocardite da milrinona e levosimendana em detrimento da dobutamina. Age como um inibidor de fosfodiesterase em qualquer dose, aumentando a concentração de cálcio no cardiomiócito. A vasodilatação sistêmica contribui para o incremento no resultado de aumento de débito cardíaco. Existem estudos experimentais em modelos murinos demonstrando a redução de apoptose celular e citocinas inflamatórias no uso de levosimendana em miocardite aguda. Entretanto, não há evidência robusta que recomende sua utilização como cardioprotetora em pacientes com miocardite ou seu benefício clínico frente a outros inotrópicos. Funciona como um sensibilizador do cálcio até 0,2mcg/kg/min; em doses maiores, funciona como um inibidor de fosfodiesterase, sem uso clínico testado. Não há evidência clínica de seu uso contínuo por mais de 48 horas.
Inotropismo Moderado Importante Importante
Vasodilatação Leve Moderada a importante Moderada a importante
Aumento de débito cardíaco Pequeno a moderado Importante e associado à vasodilatação Importante
Risco de hipotensão Pequeno Importante e dose-dependente, assim como maior em pacientes com disfunção renal estabelecida Importante, principalmente em caso de bolus realizado. Aumenta conforme o aumento da dose.
Risco de arritmias Aumenta exponencialmente quando maior que 10mcg/kg/min Aumenta em caso de dose de bolus (não recomendada) Aumenta em caso de bolus inicial, também dose-dependente mais comum na dose de 0,2mcg/kg/min

5.6. Cuidados Gerais: Atividade Física e Vacinação

A miocardite é uma importante causa de morte súbita em atletas, podendo ocorrer tanto na sua fase aguda como na fase crônica. Está relacionada não só ao grau de inflamação do miocárdio, mas também à deflagração de arritmias complexas e ao desenvolvimento de disfunção ventricular esquerda. 226 - 228

Atletas competitivos ou recreacionais portadores de miocardite ativa não devem praticar esportes competitivos ou exercícios físicos de alta intensidade até o término do período de convalescença. Não há consenso sobre esste período. Até recentemente, era estabelecido um período de, no mínimo, 6 meses após o início das manifestações clínicas. Atualmente, alguns especialistas já recomendam períodos menores, como de 3 meses, para a liberação de treinamentos e competições, dependendo da presença de sintomas, arritmias, disfunção ventricular, marcadores inflamatórios e alterações no ECG 12 , 229 ( Tabela 20 ).

Tabela 20. – Recomendações de exercício físico na miocardite para atletas e não atletas12,229.

Indicações Classe Nível de evidência
  • Os atletas podem retornar aos treinos e competições, e os não atletas, às suas atividades físicas habituais, após 3 a 6 meses da miocardite, apenas se todos os critérios a seguir forem preenchidos:

  • – Função sistólica de VE na faixa de normalidade

  • – Biomarcadores de lesão miocárdica normais

  • – Ausência de arritmias no Holter de 24h e no teste ergométrico

IIa C
Com miocardite prévia, devem ser reavaliados periodicamente, especialmente nos primeiros 2 anos, pelo risco aumentado de recorrência e progressão silenciosa da doença. IIa C
Considera-se o retorno a atividades competitivas em atletas e não atletas assintomáticos, no período de 3 a 6 meses após o quadro miocardite, com realce tardio persistente na RMC se função de VE normal e ausência de arritmias no Holter de 24h e teste ergométrico, devendo ser seguido periodicamente pelo risco potencial de taquiarritmias. Na presença de realce tardio positivo na RMC, devem ser avaliados anualmente. IIa C

RMC: ressonância magnética cardíaca; VE: ventrículo esquerdo.

O Consenso Europeu de Reabilitação Cardíaca e Prevenção recomenda que, nos pacientes portadores de IC, incluindo os indivíduos com miocardite, a prática de exercícios físicos deve ser de moderada intensidade (até 50% do VO2 pico ou 60% da frequência cardíaca máxima prevista), desde que não haja evidência laboratorial de inflamação ou arritmias. 230

Em função da pandemia pela Covid-19, os atletas profissionais necessitaram interromper ou postergar suas atividades profissionais pelo risco de contaminação. Com abrandamento das medidas de afastamento, temos o questionamento de como os atletas poderão retornar suas atividades de forma segura. Os atletas que foram acometidos pela Covid-19 podem vir a apresentar sintomas respiratórios, fadiga muscular e risco de eventos trombóticos. Em decorrências de tais riscos, um fluxograma com recomendações de avaliação clínica e de liberação de atividades tem o objetivo de fornecer um guia para retomada das atividades físicas ( Figura 6 ). 231

Figura 6. - Fluxograma de retomada de exercício para altas pós-Covid-19.

Figura 6

*História e exame físico na pesquisa de complicações pós-Covid: neurológico, gastrointestinal e dermatológico. ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma transtoráxico; PCRT: proteína C reativa titulada; PFP: prova de função pulmonar; RMC: ressonância magnética cardíaca; TC de tórax: tomografia computadorizada de tórax; TECP: teste de exercício cardiopulmonar; Tp-AS: troponina de alta sensibilidade.

A vacinação segue as mesmas recomendações da imunização anual contra gripe e pneumococo feitas nos pacientes com IC e as demais vacinas disponíveis (caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite). Não há evidências robustas de que estas predispõem a agudização ou o desenvolvimento de miocardite aguda para sobrepor os benefícios da imunização. 231 - 235 O mesmo racional se aplica na vacinação para Covid-19. Para serem vacinados, os pacientes não podem estar na fase aguda da miocardite, sendo o mais aconselhável cerca de 3 meses após o diagnóstico de miocardite ( Tabela 21 ).

Tabela 21. – Recomendações de vacinação na miocardite.

  Classe Nível de evidência
Vacina contra gripe, pneumococo, caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite e para Covid-19. Os pacientes não devem estar na fase aguda de doença, sendo recomendado com mais de 3 meses do início da suspeita diagnóstica. I C

6. Situações Especiais

6.1. Miocardite Fulminante

Miocardite fulminante pode ser definida contempora- neamente de forma pragmática, contemplando uma visão predominantemente clínica, independentemente de achados histológicos, em que existe: 1) apresentação clínica de sintomas graves de IC inferior a 30 dias; 2) instabilidade hemodinâmica com choque cardiogênico e arritmias com risco de vida (incluindo parada cardiorrespiratória recuperada ou abortada); e 3) necessidade de suporte hemodinâmico (inotrópicos ou assistência circulatória mecânica). 236 Além dos exames já citados recomendados em casos de miocardite, o uso da BEM na miocardite fulminante é recomendado, sendo usualmente positivo, demonstrando múltiplos focos inflamatórios, possibilitando caracterização histológica do tipo de miocardite em curso. 237 O curso clínico da miocardite fulminante é usualmente mais sombrio que outros tipos de miocardite não fulminantes, com menor chance de recuperação da função ventricular, maior mortalidade e maior chance de transplante cardíaco. 236 , 238

6.1.1. Avaliação Diagnóstica

O diagnóstico de miocardite fulminante envolve os critérios diagnósticos de miocardite per se envolvendo quadro clínico de IC aguda, elevação de troponinas e de marcadores inflamatórios, alterações inespecíficas no ECG, como inversões de onda T e/ou alterações de segmento ST, e alteração aguda da função ventricular. No cenário de choque cardiogênico, cateterismo cardíaco direito e angiografia coronária são essenciais para orientar o manejo. A ecocardiografia é ferramenta central no diagnóstico, uma vez que os pacientes com miocardite fulminante frequentemente não apresentam condições para submeterem-se à RM. Os achados ecocardiográficos são altamente dependentes da forma e do tempo de apresentação do paciente. Os pacientes com miocardite fulminante, em geral, apresentam dimensões diastólicas normais, mas aumento na espessura septal na apresentação, enquanto pacientes com miocardite viral aguda (não fulminante) podem apresentar-se com dimensões diastólicas tanto normal quanto aumentadas, mas espessura septal normal, consistente com outras formas de miocardiopatia dilatada. 15 , 64 , 72 , 98 , 239 , 240

A decisão de realizar uma BEM no momento do cateterismo cardíaco está conforme as da força-tarefa de 2013 da ESC15 A BEM pode ser considerada o procedimento diagnóstico inicial quando a RM não é possível (p. ex., choque, presença de dispositivos de metal), se operadores experientes e patologistas cardíacos estão disponíveis. De acordo com as diretrizes, portanto, as indicações para BEM estariam presentes para a maioria dos pacientes com miocardite fulminante ( Figura 4 ). Mais precisão pode ser alcançada quando adicionados análise do genoma viral, imuno-histologia ou biomarcadores transcriptômicos se houver incerteza diagnóstica apesar da histologia.

Além da confirmação diagnóstica, a realização de BEM na miocardite fulminante pode ser decisiva para definição terapêutica. A avaliação imuno-histoquímica tem sido considerada obrigatória em função das conhecidas limitações diagnósticas dos critérios de Dallas, principalmente variabilidade interobservador, que, estima-se, vem trazer confirmação diagnóstica em, no máximo, 20% dos casos. 15 , 64 , 72 , 239 , 240 De acordo com definição da OMS, para diagnóstico de miocardite ativa, é necessária a detecção imuno-histoquímica de infiltrados mononucleares (linfócitos T ou macrófagos) usando um ponto de corte de mais de 14 células/mm2, em adição à expressão aumentada de moléculas HLA classe II. 146

A detecção de genoma viral nos espécimes da biópsia é factível (ainda pouco disponível no Brasil) e, quando acoplada à análise imuno-histoquímica, aumenta a acurácia diagnóstica, além de prover a etiologia e informação prognóstica.

Para miocardites fulminantes, a indicação classe I, nível de evidência C, já era considerada mesmo quando levava-se em conta apenas a análise histológica (critérios de Dallas). A análise histológica convencional, amplamente disponível, permite diagnósticos etiológicos que podem levar a mudanças de condutas terapêutica e a tratamentos específicos, como em miocardites eosinofílicas necrotizantes, miocardites de células gigantes, sarcoidose, amiloidose e miocardites associadas a doenças autoimunes conhecidas.

6.1.2. Abordagem Terapêutica

Do ponto de vista do tratamento específico da miocardite, o reconhecimento do fator causal por meio da investigação histológica por BEM permite o estabelecimento de estratégias terapêuticas específicas, como a utilização de imunoglobulina nas miocardites virais e imunossupressão nas autoimunes sem presença viral, ou o uso de corticosteroide em pacientes com sarcoidose, miocardite eosinofílica necrotizante ou miocardite por células gigantes. Um ensaio clínico randomizado de imunossupressão em 85 pacientes com miocardite com comprovada ausência de persistência viral (TIMIC Study) demonstrou claro benefício sobre a fração de ejeção desses pacientes. No entanto, tratavam-se de pacientes com mais de 6 meses de diagnóstico e comprovada ausência de vírus. 162 Ensaios clínicos de imunossupressão em pacientes com miocardite fulminante não existem. Uma opção que tem sido testada é a utilização de altas doses de imunoglobulina, a qual se mostrou benéfica sobre a função ventricular e classe funcional e demonstrou benefício em sobrevida; 208 , 209 , 217 embora tenha sido demonstrado em um ensaio clínico com 62 pacientes, em que apenas 16% tinham miocardite comprovada por biópsia a ausencia de benefício. 166

O tratamento de suporte deve ser realizado com fármacos vasoativos e eventualmente vasopressores e em situações nas quais seja possível a introdução de vasodilatadores. O insucesso imediato no tratamento medicamentoso e acerto volêmico deve abrir perspectiva para indicação de suporte hemodinâmico com assistência circulatória. Os dispositivos mais utilizados são balão intra-aórtico, dispositivos percutâneos como tandem-heart e impella , circulação extracorpórea (ECMO) e ventrículos artificiais paracorpóreos, como ponte para recuperação ou ponte para transplante cardíaco ( Figura 7 ). Os dispositivos de curta duração têm sua indicação para suporte de 7 a 10 dias. 241 Após esse período e quando não se consegue a estabilização do paciente, a indicação de ECMO ou ventrículos artificiais pode dar suporte por período maior, possibilitando mais chance de recuperação da disfunção ventricular 242 (ver seção Choque cardiogênico ).

Figura 7. – Abordagem para estabilização inicial de pacientes com choque cardiogênico.

Figura 7

BIA: balão intra-aórtico; CRM: cirurgia de revascularização miocárdica; DAV: dispositivo de assistência ventricular; ECMO: extracorporeal membrane oxigentaion; ICP: intervenção coronariana percutânea; SCA: síndrome coronariana aguda. Adaptada de Kociol et al.63

6.2. Sarcoidose

6.2.1. Diagnóstico

A sarcoidose é uma doença inflamatória granulomatosa, de etiologia desconhecida, caracterizada por granulomas não caseosos, podendo acometer vários órgãos, especialmente: pulmões (90%), pele, linfonodos, sistema nervoso central, olhos, fígado, coração e outros órgãos. 243 Embora a sarcoidose cardíaca clinicamente manifesta só ocorra em 5% a 10% dos pacientes com sarcoidose, estudos em autópsias revelaram que o envolvimento cardíaco está presente em 20% a 30% de estudos com imagem cardíaca avançada; com o uso de CMR ou PET, demonstraram valores de 40% de comprometimento cardíaco. 244 - 246 Além das diferenças de definições para ela, outro fator que parece impactar no aumento da prevalência dessa doença é o aprimoramento dos métodos de imagem.

Atualmente, preconiza-se o uso das diretrizes da Sociedade Japonesa de Circulação (SJC) lançada em 2019 ( Tabela 22 , Figuras 8 e 9 ). Dentre as mudanças sugeridas neste documento, temos que o acúmulo anormalmente alto de marcadores no coração com tomografia por emissão de pósitrons por 18F-fluorodesoxiglucose (FDG)/tomografia computadorizada (FDG-PET/CT), que foi categorizado nas ‘’Diretrizes para o diagnóstico de envolvimento cardíaco em pacientes com sarcoidose’’, em 2006, foi promovido para os critérios maiores, bem como o realce tardio por gadolínio do miocárdio na RM com gadolínio. Nas atuais diretrizes da SJC, o paciente também é diagnosticado clinicamente com sarcoidose cardíaca quando demonstra achados clínicos fortemente sugestivos de comprometimento cardíaco e de sarcoidose pulmonar ou oftalmológica somados a, ao menos, dois dos cinco achados laboratoriais característicos da sarcoidose. Por fim, a definição da sarcoidose cardíaca isolada foi elaborada pela primeira vez.

Tabela 22. – Recomendações da SJC para o diagnóstico da sarcoidose cardíaca247.

Critérios para envolvimento cardíaco
Os achados cardíacos devem ser avaliados com base nos critérios maiores e nos menores. Achados clínicos que satisfazem os seguintes 1) ou 2) sugerem fortemente a presença de comprometimento cardíaco.
  1. Dois ou mais dos cinco principais (a) a (e) são atendidos.
  2. Um dos cinco critérios principais (a) a (e) somados a dois ou mais critérios menores (f) a (h) são atendidos.
Critérios maiores
  a. Bloqueio atrioventricular de alto grau (incluindo bloqueio atrioventricular completo) ou arritmia ventricular fatal (p. ex., taquicardia ventricular sustentada e fibrilação ventricular)
  b. Afinamento basal do septo ventricular ou anatomia anormal da parede ventricular (aneurisma ventricular, afinamento do septo ventricular superior ou médio, espessamento da parede ventricular regional)
  c. Disfunção contrátil do ventrículo esquerdo (fração de ejeção do ventrículo esquerdo inferior a 50% ou assinergia da parede ventricular focal)
  d. Cintilografia com citrato 67Ga ou PET 18F-FDG revela acúmulo anormalmente alto de marcadores no coração
  e. A RM com gadolínio revela atraso no contraste do miocárdio
Critérios menores
  f. Achados anormais de ECG: arritmias ventriculares (taquicardia ventricular não sustentada, multifocais ou frequentes contrações ventriculares prematuras), desvio do eixo ou ondas Q anormais
  g. Defeitos de perfusão na cintilografia de perfusão miocárdica
  h. Biópsia endomiocárdica: infiltração de monócitos e fibrose intersticial miocárdica moderada ou grave. Diretrizes para o diagnóstico de sarcoidose cardíaca
Diretrizes para o diagnóstico de sarcoidose cardíaca
  1. Grupo de diagnóstico histológico (aqueles com achados positivos na biópsia do miocárdio): a sarcoidose cardíaca é diagnosticada histologicamente quando a biópsia endomiocárdica ou as amostras cirúrgicas demonstram granulomas não caseosos.
  2. Grupo de diagnóstico clínico (aquele com achados negativos da biópsia do miocárdio ou aqueles que não foram submetidos à biópsia do miocárdio): o paciente é diagnosticado clinicamente como sarcoidose cardíaca (1) quando granulomas não caseosos são encontrados em outros órgãos que não o coração, e achados clínicos fortemente sugestivos de comprometimento cardíaco anteriormente mencionado estão presentes; ou (2) quando o paciente demonstra no quadro clínico achados fortemente sugestivos de sarcoidose pulmonar ou oftálmica; pelo menos dois dos cinco achados característicos laboratoriais de sarcoidose (linfadenopatia hilar bilateral, atividade sérica alta de ECA ou níveis séricos elevados de lisozima, sIL-2R sério alto, acúmulo significativo de marcadores na cintilografia com citrato 67Ga ou PET 18F-FDG, alta porcentagem de linfócitos CD4/CD8, razão >3,5 no líquido do LBA). Os achados de imagem sugerem fortemente o envolvimento cardíaco anteriormente mencionado.
Diretrizes de diagnóstico para sarcoidose cardíaca isolada
Pré-requisitos
  1. Não serem observadas características clínicas da sarcoidose em outros órgãos além do coração (o paciente deve ser examinado detalhadamente para avaliar envolvimentos respiratórios, oftalmológicos e cutâneos de sarcoidose. Quando o paciente é sintomático, outras etiologias que podem afetar os órgãos correspondentes devem ser descartadas.
  2. A cintilografia com 67Ga ou o PET 18F-FDG não revela acúmulo anormal de marcadores em nenhum outro órgão que não o coração.
  3. A tomografia computadorizada do tórax não demonstra nos pulmões ou linfadenopatia hilar e mediastinal (eixo menor >10 mm).
Grupo de diagnóstico histológico
  1. A sarcoidose cardíaca isolada é diagnosticada histologicamente quando a biópsia endomiocárdica ou as amostras cirúrgicas demonstram granuloma não caseoso.
Grupo de diagnóstico clínico
  1. A sarcoidose cardíaca isolada é diagnosticada clinicamente quando o critério (d) e pelo menos três outros critérios maiores (a) a (e) são satisfeitos. Quando o paciente atende a pelo menos quatro critérios de envolvimento cardíaco que não incluam o critério (d) ou quando o paciente atende os critérios (b) e (d) mais um dos critérios restantes, suspeita-se que o paciente tenha sarcoidose cardíaca isolada.

ECA: enzima conversora de angiotensina; ECG: eletrocardiograma; LBA: lavado broncoalveolar; PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose; RM: ressonância magnética. Adaptada de Terasaki et al.247

Figura 8. – Fluxograma diagnóstico de sarcoidose cardíaca, após o diagnóstico de lesões extracardíacas de sarcoidose.

Figura 8

ECG: eletrocardiograma; PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose; SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fotón único. Adaptada de Terasaki et al.247

Figura 9. – Fluxograma de diagnóstico para sarcoidose cardíaca em pacientes que apresentam manifestações cardíacas e são fortemente suspeitos de sarcoidose cardíaca. BAV: bloqueio atrioventricular; ECA: enzima de conversão da angiotensina; FDG: fluorodesoxiglicose; PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose; SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton único; TC: tomografia computadorizada;VE: ventrículo esquerdo. Adaptada de Terasaki et al.247.

Figura 9

6.2.2. Tratamento e Prognóstico

O tratamento imunossupressor da sarcoidose cardíaca baseia-se na experiência clínica e na opinião de especialistas em que faltam estudos randomizados. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade inflamatória e a prevenção de fibrose e deve ser guiado pela magnitude do processo inflamatório e o grau de acometimento miocárdico. 248

Recomenda-se o tratamento imunossupressor nas seguintes situações: nos casos de disfunção ventricular esquerda, arritmias ventriculares, atividade hipermetabólica no PET-FDG, distúrbios de condução, realce tardio na RMC ou disfunção de ventrículo direito na ausência de hipertensão pulmonar. 248 - 250

Existem três linhas de tratamento na sarcoidose – primeira linha: corticosteroides; segunda linha: metotrexato e azatioprina nos casos intolerantes ou uso crônico de corticosteroides; e terceira linha: anticorpos anti-TNF (infliximab e andalimumab) nos casos de falha de tratamentos anteriores. 251

O fármaco de escolha é o corticosteroide. Em uma revisão sistemática do uso de corticosteroide em pacientes com distúrbios de condução ventricular, 27 de 57 pacientes (47,4%) melhoraram após tratamento. 252 No entanto, em vista da não previsibilidade de resposta, esses pacientes com distúrbios de condução e sarcoidose cardíaca devem receber um marca-passo ou cardiodesfibrilador implantável. 119 , 253

Estudos mais antigos que avaliaram o efeito do corticosteroide na função ventricular sugerem preservação da função ventricular nos casos de função normal ao diagnóstico, melhora da fração de ejeção ventricular nos casos de pacientes com disfunção leve a moderada e não melhora nos casos de disfunção ventricular importante. 119 No entanto, por outro lado, um estudo finlandês sugere uma melhora da função ventricular esquerda com o tratamento imunossupressor nos casos de função ventricular severamente comprometida (FEVE<35%), mas sem alterações nos casos de função normal ou moderamente diminuída no início do tratamento. Talvez tais diferenças estejam no diagnóstico e tratamentos precoces. 254

Nos casos de arritmia ventricular, os estudos são mais limitados; no entanto, a causa da arritmia parece ser secundária a cicatrizes e, talvez, o efeito do corticosteroide nesses pacientes seja pequeno benefício. 255 A ablação por cateter nos casos de taquicardia ventricular pode ser considerada após o implante de cardiodesfibrilador implantável ou falência das medicações antiarrítmicas. 256

O algoritmo de tratamento ( Figura 10 ) sugerido seria de doses iniciais de prednisona (30 mg/dia a 40 mg/dia) seguido da repetição do PET entre 4 a 6 meses, com o objetivo de avaliar a atividade da doença e guiar o tratamento farmacológico subsequente.

Figura 10. – Algoritmo de tratamento da sarcoidose.

Figura 10

ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma; PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose.

Yokoyama et al. 257 compararam o uso de PET18F-FDG/CT antes e após utilização de corticosteroide em 18 pacientes com sarcoidose cardíaca, e observaram que a SUV max diminuiu significativamente em comparação com valores basais. Estudo recente utilizou o PET 18F-FDG/CT para diagnóstico e tratamento da sarcoidose cardíaca com doses baixas de corticosteroide e controle da doença em 1 ano do diagnóstico. 258

Medicamentos imunossupressores outros que corticosteroide são necessários devido ao longo tempo do tratamento, e são indicados nos pacientes que necessitam de uma dose de manutenção de prednisona >10 mg/dia e que não toleram efeitos colaterais do corticosteroide. 248 , 250

São sugeridos: metotrexato, 257 azatioprina, 258 ciclofosfamida 259 e inibidores do fator de necrose tumoral. 260 , 261 O tipo de fármaco utilizado pode ser determinado pelo tipo de acometimento extracardíaco; COMO evitar metotrexato, NO envolvimento hepático e estudos em pacientes com sarcoidose pulmonar, cutânea, ocular, neurológica e multissistêmica sugerem uma boa eficácia do infliximab ( Tabela 23 ). 262

Tabela 23. – Recomendações de terapia imunossupressora na sarcoidose.

Indicação Classe Nível de evidência
Prednisona 30 a 40mg/d por 4 a 6 meses IIa B
Outros imunossupressores em caso de uso corticosteroide:
  Azatioprina 50 a 200 mg/d IIb C
  Metotrexato 10 a 20mg/semana IIb C
  Infliximab em sarcoidose pulmonar, cutânea, ocular, neurológica e multissistêmica IIb C
  Leflunomida 10 a 20 mg/d IIb C

Tabela 24. – Indicação de CDI na sarcoidose.

Indicações Classe Nível de evidência
Taquicardia ventricular/morte cardíaca abortada I C
FEVE <35 % a despeito de tratamento otimizado e período de imunossupressão e inflamação ativa I C
Síncope inexplicada de provável causa arrítmica IIa C
Fração de ejeção entre 35% e 49% e/ou FEVD <40% a despeito de tratamento otimizado e imunossupressor e evidência pela ressonância ou PET de extensa cicatriz miocárdica IIa C
Fração de ejeção entre 35% e 49% e/ou FEVD <40% a despeito de tratamento otimizado e imunossupressor IIb C

CDI: cardiodesfibrilador implantável; FEVD: fração de ejeção de ventrículo direito; FEVE: fração de ejeção de ventrículo esquerdo; PET: tomografia por emissão de pósitron.

6.2.3. Prognóstico

A sarcoidose cardíaca tem um pior prognóstico quando comparada à miocardiopatia dilatada. Uma vez o coração estando acometido, o prognóstico torna desfavorável. O comprometimento cardíaco é responsável por 85% dos óbitos na doença. 183 , 243

Kandolin et al. 256 reportaram o efeito a longo prazo do tratamento imunossupressor na coorte finlandesa, e sobrevida livre de transplante em 1 ano, 5 anos e 10 anos foi 97%, 90% e 83%, respectivamente, durante o seguimento de 6,6 anos. Nesse estudo, a presença de IC e a função cardíaca antes do tratamento com corticosteroide foram os fatores mais importantes para estimativa do prognóstico, demonstrando que o tratamento precoce é importante.

A presença de realce tardio miocárdico avaliado pela RM aumentou em 30 vezes o risco de morte, morte súbita abortada ou implante de cardiodesfibrilador em um período de seguimento de 2,6 anos, 262 posteriormente confirmados em metanálises. Sugere que o limiar de 20% de massa de fibrose esteja associado com risco de eventos. 263

Em um estudo que utilizou PET, observou-se que 26% dos eventos adversos relatados, tais como taquicardia ventricular e morte, ocorreram nos casos de captação cardíaca ao PET em um seguimento de 1,5 ano. Por outro lado, a captação extracardíaca não se associou com eventos adversos no seguimento. 264

Outro dado interessante é que pacientes com sarcoidose cardíaca isolada têm pior prognóstico quando comparados com pacientes com sarcoidose sistêmica com comprometimento cardíaco. 265 Outro estudo finlandês observou elevada frequência de disfunção ventricular e anormalidades septais ao ecocardiograma e alta prevalência de realce tardio miocárdico pela ressonância e maior associação com sexo feminino e maior disfunção ventricular esquerda. 266 Nesse estudo, a presença de IC na apresentação, disfunção ventricular esquerda severa (<35%) e sarcoidose cardíaca isolada também esteve relacionada com o prognóstico. 254

O ecocardiograma com Strain (GLS <17,3) foi preditor independente de mortalidade, IC, hospitalização, novas arritmias e desenvolvimento de sarcoidose cardíaca. 267

Já biomarcadores séricos como BNP estiveram relacionados com desenvolvimento de IC, e a troponina, com desenvolvimento de arritmias fatais, 268 menor fração de ejeção e pior prognóstico. 269

6.3. Células Igantes

6.3.1. Tratamento

De acordo com Registro Internacional, a MCG é etiologia de 12% das miocardites fulminantes e 3,6% das miocardites não fulminantes. 242 Os alvos do tratamento são limitados porque não são conhecidos adequadamente os mecanismos da MCG, embora um mecanismo autoimune envolvendo inflamação miocárdica mediada por linfócitos-T tenha sido proposto. 270 , 271

A MCG tem um prognóstico pior que as miocardites eosinofílicas e linfocitárias e está mais frequentemente associada à IC, parada cardíaca, fibrilação e taquicardia ventricular, bloqueios ou simulação de IAM. 242 , 272 Sem tratamento, a evolução geralmente é fatal, com morte até os 5,5 meses de evolução. 271 Mesmo com tratamento, a MCG tem alta mortalidade ou necessidade de indicação precoce de suporte mecânico circulatório e/ou transplante cardíaco.

Recentemente, foi descrita sobrevida livre de transplante aos 5 anos de 42%. Como importantes marcadores de prognóstico de morte precoce ou necessidade de suporte mecânico ou transplante cardíaco, foram descritos os níveis de troponina e moderada/severa necrose ou fibrose na BEM. Também são marcadores de prognóstico níveis elevados de BNP/nt-proBNP e redução importante de FEVE. 191 O prognóstico reservado pode ser devido à lesão miocárdica ou recorrência da MCG. 273 Após transplante cardíaco, também tem sido descrita recorrência da MCG.

O diagnóstico precoce é crítico e baseia-se nos resultados da BEM, ou análise histológica de coração explantado durante transplante cardíaco, ou de fragmento de miocárdio obtido durante implante de dispositivo de assistência ventricular. 270 , 274 , 275 A sensibilidade da biópsia pode ser limitada pelo erro de amostragem. Fragmentos são obtidos preferencialmente da porção apical do septo do ventrículo direito, porque diminui o risco de complicações. Uma biópsia negativa não necessariamente exclui o diagnóstico de MCG. A sensibilidade da BEM aumentou de 68% para 93% depois de repetir o procedimento ( Tabela 25 ).

Tabela 25. – Recomendações de biópsia endomiocárdica (BEM) na avaliação diagnóstica na miocardite de células gigantes.

Indicações Classe Nível de evidência
BEM ou análise de coração explantado durante transplante cardíaco, ou de fragmento miocárdico obtido durante implante de dispositivo de assistência mecânica em pacientes com quadro agudo de insuficiência cardíaca com grave comprometimento hemodinâmico ou fulminante I B
Suspeita de diagnóstico de miocardite associada com parada cardíaca, ou fibrilação ou taquicardia ventricular, ou bloqueios, ou simulação de infarto agudo do miocárdio I B

O tratamento da MCG pode ser dividido em tratamento da IC com FEVEr provocada pela lesão miocárdica ou recorrência da MCG, das arritmias, bloqueios e o tratamento do provável mecanismo com imunossupressores.

O tratamento da IC, dos distúrbios hemodinâmicos, bloqueios e arritmias segue as mesmas orientações do tratamento da IC segundo as Diretrizes da SBC, quer seja medicamentoso e/ou com inotrópicos, marca-passo/desfibriladores e/ou suporte mecânico circulatório e transplante cardíaco. 242 O transplante cardíaco pode ter indicação mais precoce devido ao prognóstico reservado da MCG, mesmo com imunossupressores. A indicação de implante de cardiodesfibrilador pode ser feita para prevenção primária de morte súbita ou secundária com base na alta incidência de arritmias complexas e graves. 276 Foi descrito que 59% dos pacientes com MCG apresentaram taquicardica ventricular sustentada ou choques para arritmia ventricular complexa, apesar de estarem livres de IC grave.

A indicação de imunossupressores está baseada em resultados de série de casos ou de pequenos estudos randomizados, e foram utilizadas medicações imunossupressoras como prednisona, ciclosporina, azatioprina, micofenolato, everolimus, sirolimus ou globulina de coelho, globulina antitimocitária ou soro muromonab-CD3 para citólise de linfócito T. Após o diagnóstico inicial, em geral, utilizam-se corticosteroides em altas doses e/ou globulina de coelho, globulina antitimocitária ou soro muromonab-CD3, podendo já associar medicação para imunossupressão crônica. O uso de hemoadsorção também tem sido relatado ( Tabela 26 ). 277

Tabela 26. – Recomendações da terapêutica na miocardite de células gigantes.

Indicações Classe Nível de evidência
Corticosteroide em doses altas em combinação com anticorpos antilinfocitários e/ou inibidores de calcineurina (ciclosporina ou tacrolimus) e/ou antiproliferativos (azatioprina ou microfenolato) I B
Imunossupressão de manutenção com corticosteroide e inibidor de calcineurina (ciclosporina ou tacrolimus) ou esquema tríplice acrescentando antiproliferativo (azatioprina ou micofenolato) I B
Transplante cardíaco I B
Indicação de cardiodesfibrilador para prevencão primária ou secundária de arritmias complexas ventriculares I B

Em geral a imunosssupressão de manutenção é baseada na ciclosporina em esquema duplo ou triplo. 270 , 278 Entretanto, existem importantes limitações na avaliação do seu real benefício. Combinações das medicações prednisona, ciclosporina, azatioprina, micofenolato ou uso isolado ou combinado com RATG ou soro muromonab-CD3 têm sido feitos. Foi descrito que imunossupressão tripla pode aumentar a chance de estar vivo livre de transplante cardíaco para 58% aos 5 anos. 191 Contudo, tem que ser mantida a imunossupressão pela possibilidade de haver recorrência. A imunossupressão combinada (prednisona, ciclosporina e azatioprina) parece ser mais aceita, embora outras combinações tenham sido utilizadas, tais como ciclosporina com RATG, ou RATG com corticosteroides em altas doses. Não existem estudos comparativos para confirmar a melhor imunossupressão. 191 , 274 A utilização de ciclosporina associada a corticosteroides em altas dose ou muromonab-CD3 por 4 semanas diminui necrose, inflamação celular e células gigantes. 279

Transplante cardíaco está indicado com melhora da sobrevida a médio prazo, mas pode haver recorrência de 20% a 25%. 8 , 280 É o tratamento de escolha, apesar de maior risco de rejeição. 281

6.3.2. Manifestação Clínica e Diagnóstico

A miocardite de células gigantes é reconhecida como uma doença rápida e progressiva, na maioria das vezes fatal, se o paciente não for submetido a transplante cardíaco. Em boa parte dos casos, é associada a processo autoimune.

Dados do Giant Cell Myocarditis Study Group mostraram uma incidência predominante em adultos jovens, brancos, sem predomínio de sexo e com manifestação principal de IC aguda (75% dos casos), porém metade dos pacientes desenvolveu arritmia ventricular complexa na evolução da doença. A sobrevida média livre de transplante cardíaco foi de 5,5 meses. 8

Registro mais recente sobre miocardite de células gigantes mostrou incidência também em adultos jovens, mulheres, e as principais manifestações clínicas foram IC aguda, BAV e arritmias ventriculares. 274

Exames de imagem não apresentam nenhuma alteração específica na miocardite de células gigantes. O diagnóstico baseia-se nos achados característicos da BEM com infiltrado inflamatório difuso e misto, constituído principalmente por macrófagos, seguido em quantidade por linfócitos e células gigantes multinucleadas derivadas de macrófagos, tipicamente dispersas, e, ainda, com menor representação de eosinófilos e células plasmáticas. 282

6.4. Miocardite chagásica aguda e reagudização

6.4.1. Manifestações Clínicas e meios de Infecção, Reagudização nos Pacientes Imunossuprimidos

Nos últimos anos, a doença de Chagas aguda (DCA) vem apresentando aumento no número de casos tanto por transmissão oral ou vetorial quanto por quadros de reativação da doença em países da América Latina. Os principais meios de infecção da DCA, atualmente, são: transmissão oral (68,4%), vetorial (5,9%), vertical (0,5%), transfusional (0,4%), acidental (0,1%) e desconhecida (24,7%), como descrito em série de casos diagnosticados na Amazônia Brasileira. 19

A transmissão vetorial ocorre pelo hábito de os triatomíneos defecarem durante ou logo após a hematofagia, com a deposição de fezes contaminadas fazendo com que as formas infectantes do Trypanosoma cruzi atinjam a pele, mucosas e, posteriormente, a corrente sanguínea. O período de incubação é de 4 a 15 dias. A transmissão oral ocorre quando há a ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas com parasitos. Atualmente, é a causa mais comum da doença aguda, ocasionando surtos em regiões endêmicas e não endêmicas. Seu período de incubação varia de 3 a 22 dias. 283

Os casos de DCA podem cursar com sinais e sintomas inespecíficos de síndrome infecciosa, tais como febre, mialgias, edema de face e artralgias; além de sinais relacionados com a porta de entrada como o chagoma de inoculação e sinal de Romaña na forma vetorial e quadros digestivos, podendo ocorrer hemorragias digestivas na forma oral. 284

Os casos agudos podem ou não cursar com miocardite e pericardite. Relatos de necrópsia mostram intensa inflamação aguda do epicárdico e miocárdio, observando-se atividade inflamatória intensa e difusa e dissociação extensa de fibras cardíacas, sendo observadas as formas amastigotas do parasita. 285 Sinais e sintomas compatíveis com IC variaram de 26% a 58%. Podem ocorrer casos graves com tamponamento cardíaco e choque cardiogênico por disfunção sistólica de VE. A letalidade na forma de transmissão oral variou de 2% a 5% nas maiores séries. A presença de alterações cardíacas em exames complementares variou de 33% a 70% de alterações eletrocardiográficas (bloqueio de ramo direito, BAV de primeiro grau, fibrilação atrial aguda, bloqueio divisional anterossuperior) e de 13% a 52% de alterações ao ecocardiograma, com derrame pericárdico sendo a alteração mais frequente (10% a 82%), e alterações de contração segmentar, comuns na fase crônica, são pouco encontradas na fase aguda. Apesar da ocorrência de casos graves de comprometimento cardíaco, a maioria dos pacientes cursa com função sistólica preservada com poucos casos de redução da fração de ejeção, e a maioria dos óbitos ocorre devido à presença de derrame pericárdico importante e tamponamento cardíaco. 286 , 287

6.4.2. Diagnóstico

Os exames parasitológicos diretos são os mais indicados para o diagnóstico da miocardite aguda. 288 Métodos indiretos, como a hemocultura e o xenodiagnóstico, têm baixa sensibilidade, não sendo ideais para utilização na fase aguda. Os exames sorológicos não são os melhores métodos para diagnóstico na fase aguda, mas podem ser feitos quando os exames parasitológicos diretos forem persistentemente negativos e a suspeita clínica persistir.

A pesquisa a fresco do parasita no sangue circulante é rápida e simples, além de ser mais sensível que o esfregaço corado. A condição ideal de coleta é com o paciente ainda febril e dentro de 1 mês do início dos sintomas. Métodos de concentração (Strout, micro-hematócrito, creme leucocitário) são recomendados quando a pesquisa a fresco resultou negativa, por serem mais sensíveis. São empregados também quando o quadro clínico agudo começou há mais de 1 mês. Resultados negativos na primeira análise não devem ser considerados definitivos, principalmente se os sintomas persistirem, a não ser que outra etiologia seja comprovada.

A PCR, sendo um método de diagnóstico molecular, vem se tornando mais importante para detectar infecção recente, visto que mostra resultados positivos dias a semanas antes que sejam detectadas tripomastigotas circulantes. 289 - 291 Pode ser feita em sangue periférico e no tecido obtido por BEM para detectar reativação precoce pós-transplante cardíaco, antes do aparecimento do quadro clínico ou de disfunção do enxerto. 292

A reativação da doença de Chagas no período pós-transplante cardíaco pode acontecer em 19,6% a 45% dos casos. 293 O quadro clínico pode ser de miocardite aguda, com vários graus de IC, frequentemente acompanhada de manifestações sistêmicas. Na pele, podem surgir eritema e nódulos subcutâneos, que devem ser biopsiados para pesquisa de ninhos de amastigotas. O monitoramento deve ser rotineiro, mesmo sem suspeita de reagudização. Quando não há sinais clínicos extracardíacos, a biópsia deve ser realizada.

6.4.3. Tratamento

O tratamento tripanosomicida está indicado nos pacientes com DCA com ou sem manifestações de miocardite e na reativação da doença crônica devido à imunossupressão (transplantados) ( Tabela 27 ). 294

Tabela 27. – Recomendações para o tratamento etiológico na miocardite chagásica aguda.

Indicações Classe Nível de evidência
Infecção aguda, independentemente do mecanismo de transmissão I C
Reativação de infecção crônica pelo T. cruzi I C

O benzonidazol é a droga disponível e recomendada para o tratamento da infeção pelo T. cruzi . 295 As informações a respeito desse tema, no entanto, são escassas, baseadas em estudos não randomizados, com número de pacientes e tempo de observação insuficientes. Embora a definição sobre os critérios de cura da doença permaneça controversa, existe um consenso atual de que o tratamento com benzonidazol deve ser realizado nas formas agudas e que existe um provável benefício a longo prazo. 296

A dose de benzonidazol em crianças é de 5 a 10mg/kg por dia, dividindo em duas tomadas, por 60 dias. Em adultos, a dose é de 5mg/kg. Reações adversas ocorrem em aproximadamente 30% dos pacientes, sendo as mais frequentes uma dermatite alérgica (30%) e uma neuropatia periférica sensitiva (10%).

6.5. Miocardite por Doenças Tropicais

As doenças tropicais são entidades infecciosas geralmente transmitidas por vetores e ocorrem nas regiões tropicais. Há pouca atenção dos governos, e os recursos destinados ao controle dessas doenças são escassos, com acometimento das populações vulneráveis em áreas com saneamento básico inadequado e sistemas de saúde deficitários. A Amazônia brasileira é região endêmica dessas doenças, muito embora outras regiões do país também sejam afetadas. Muitas das doenças tropicais causam miocardite e parecem contribuir para o aumento da carga das doenças cardíacas nos países em desenvolvimento. 297 As doenças tropicais que causam miocardite e são prevalentes no Brasil são malária, dengue, Chikungunya, Zika e febre amarela ( Tabela 28 ). Essas doenças devem ser consideradas na investigação das miocardites que ocorrem em áreas endêmicas.

Tabela 28. – Características das principais causas de miocardites tropicais.

  Agente Vetor Quadro clínico
Malária Plasmodium spp (protozoário) Mosquito Anopheles
  • Forma leve: febre, calafrios, cefaleia, mialgias e mal-estar

  • Forma grave: choque, convulsões, confusão mental, insuficiência renal, síndrome da dificuldade respiratória aguda, coma e morte

  • – Pode haver casos assintomáticos, especialmente em regiões endêmicas

Dengue Vírus da dengue Mosquito Aedes aegypti
  • Forma leve: febre, cefaleia, mialgia, artralgia, dor retro-orbital e erupção maculopapular, náusea, vômito

  • Forma grave (com sinais de alerta): intensa dor abdominal, vômito persistente (≥ 3 vezes/24h), epistaxe, sangramento gengival, fadiga, inquietação ou irritação, hematêmese ou melena, alteração mental

  • – Cerca de 50% dos casos apresentam sintomas

Chikungunya Vírus da Chikungunya Mosquito Aedes aegypti
  • Forma leve: febre, erupção cutânea, artralgia, mialgia, edema e cefaleia

  • Forma grave: doença neurológica grave, miocardite e falência de múltiplos órgãos

  • Forma crônica: persistência da artralgia e mialgia, associado a edema, principalmente nos pulsos, mãos, tornozelos e pés. Pode durar meses ou até anos e resultar em incapacitação

  • – Cerca de 80% dos casos são sintomáticos

Zika Vírus da Zika Mosquito Aedes aegypti
  • Forma leve: febre (geralmente leve), erupção cutânea, artralgia, artrite, mialgia, dor de cabeça, conjuntivite e edema

  • Forma grave: casos graves que requerem hospitalização são incomuns e fatalidades são raras

  • Forma congênita: anomalias oculares, cardíacas e neurológicas, como a microcefalia (mais comum)

  • – Apenas cerca de 20% dos casos apresentam sintomas

Febre amarela Vírus da febre amarela Mosquitos Haemagogus (silvestre) e Aedes aegypti (urbano)
  • Sintomas leves: febre de início súbito, calafrios, cefaleia, mialgia, fraqueza, fadiga, náuseas, vermelhidão ocular

  • Quadro grave (fase tóxica): febre alta, icterícia, epigastralgia, sangramento, diátese hemorrágica (hematêmese), choque e falência de órgãos

  • – Cerca de 50% dos casos são sintomáticos

A malária é causada pelo protozoário do gênero Plasmodium (no Brasil, as espécies P. vivax e P. falciparum ), transmitido pela picada do mosquito Anopheles . A malária é endêmica na região Amazônica, onde mais de 155 mil casos foram diagnosticados no ano de 2019. O P. falciparum é responsável pelas formas mais graves da doença e tem sido mais associado ao desenvolvimento de miocardite. 298 Estudos de necrópsia de casos de malária grave mostram grande quantidade de parasitas no miocárdio e inflamação compatível com miocardite. A maioria dos estudos que reportam miocardite por malária consiste em séries de casos de pacientes internados, com avaliações de ECG, marcadores de lesão miocárdica e ecocardiograma. 299 Essas séries de casos contemplam casos graves e mostram alteração dos marcadores de lesão cardíaca em até 59% e alterações ecocardiográficas como redução da função sistólica em até 19% dos pacientes avaliados. Muitos estudos que associam a malária ao IAM exibem falhas na definição do desfecho avaliado, sendo provavelmente casos de miocardite descritos como infartos. Nos casos de malária aguda que evoluem com a forma grave da doença, a disfunção miocárdica devido à miocardite por malária deve ser considerada. A avaliação com biomarcadores de lesão miocárdica e a função ventricular devem ser avaliadas para otimização do manejo cardiovascular.

As arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika, febre Chikungunya e da febre amarela. São transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti . O envolvimento cardiovascular nas arboviroses vem sendo demonstrado especialmente na dengue, que é a arbovirose mais prevalente no Brasil. A dengue é também aquela que tem maior percentual de manifestações cardiovasculares descritas, com estudos prospectivos relatando que 48% dos pacientes com a forma grave desenvolvem miocardite. Um estudo de necrópsia de quatro casos fatais de dengue mostrou achados de miocardite com presença de edema, hemorragia, infiltrado mononuclear e presença de antígeno e replicação viral. 300

A Chikungunya é, dentre todas as arboviroses aqui mencionadas, a mais sintomática (80% dos casos); no entanto, normalmente se apresenta com sintomas leves e mais relacionados ao sistema osteoarticular. Ainda assim, a infecção pode se apresentar de maneira sistêmica e causar danos generalizados ou em órgãos específicos, como o coração. Um relato de caso em paciente com Chikungunya que desenvolveu dor torácica mostra ressonância com achados típicos de miocardite. 301 Diversas séries de casos em situações de epidemia pelo vírus relatavam percentual de até 37% de acometimento cardiovascular, geralmente quadros compatíveis com micoardite. 302

De todos as infecções tropicais aqui abordadas, a Zika é a que foi descoberta mais recentemente e também é a que apresenta o maior percentual de casos assintomáticos; quando tem manifestação clínica, esta ocorre predominantemente de forma congênita e envolvendo o sistema neurológico. Apesar disso, há alguns poucos estudos longitudinais envolvendo complicações não neurológicas dessa infecção em adultos, nos quais são apresentados desfechos cardiovasculares como IC, arritmias e IAM, bem como relatos de miocardite associada à Zika, 303 , 304 além de estudos prospectivos de Zika congênita em que são relatadas alterações ecocardiográficas sugestivas de dano cardiovascular, sendo que este quadro possivelmente não representa o real impacto na doença no coração, uma vez que não há muitos estudos longitudinais que avaliem isso.

A febre amarela é uma arbovirose tropical negligenciada, a qual por muito tempo esteve concentrada apenas no ciclo silvestre, com baixa incidência (pouco notificada) e pouca expansão geográfica, o que contribuiu para que poucos estudos e casos fossem adequadamente relatados, em especial envolvendo o sistema cardiovascular. Ainda assim, com a crescente urbanização dessa doença e a melhor compreensão de seus mecanismos fisiopatológicos, sua relação com o coração vem sendo demonstrada por alguns estudos, entre eles, o estudo PROVAR+, que relatou, respectivamente, percentuais de 48% e 52% de alterações ecocardiográficas e eletrocardiográficas, 305 além de análises post-mortem que isolaram o vírus no tecido cardíaco ou demonstraram dano miocárdico.

Portanto, muito embora a associação entre doenças tropicais e miocardite seja baseada em séries de casos e poucos estudos com diagnóstico bem-definido de miocardite, justifica-se a investigação diagnóstica das doenças comuns na região nos casos de miocardites em áreas endêmicas. Para tal, deve-se incluir a pesquisa de antígenos ou sorologias para arboviroses e gota espessa para pesquisa de malária. Nos casos de diagnóstico dessas doenças, um infectologista deve ser consultado para orientar o tratamento específico da malária ou o suporte nos casos de arboviroses. Uma outra situação clínica inclui pacientes com diagnóstico de arbovirose ou malária que evoluem com forma grave, especialmente choque; nesses casos, deve haver avaliação de lesão cardíaca com marcadores de necrose miocárdica e de função miocárdica com ecocardiograma para diagnóstico de acometimento miocárdico (miocardite), e o manejo deve incluir otimização da função miocárdica.

6.6. Miocardite por Covid-19

Coronavírus humanos têm sido associados à miocardite. 306 - 308 Entre os seres humanos, durante o surto de SARS de Toronto, o RNA do vírus da SARS-CoV foi detectado em 35% dos corações autopsiados. 309 Isso aumenta a possibilidade de danos diretos de cardiomiócitos pelo vírus 310 - 312 ( Tabela 29 ). 313

Tabela 29. – Estudos representativos abordando as manifestações cardiovasculares agudas da infecção por coronavírus e suas implicações clínicas311-313.

Vírus Tamanho da amostra Manifestações cardiovasculares Resultados
SARS N=121 Hipotensão, taquicardia, braquicardia, cardiomegalia e arritmia Principalmente transitória
N=15 Parada cardíaca Morte
N=46 Compromisso diastólico subclínico sem envolvimento sistólico na ecocardiografia Reversível na recuperação clínica
MERS N=1 Miocardite aguda e insuficiência cardíaca aguda Recuperada
Covid-19 N=14 Lesão miocardial (manifestando-se com aumento da troponina I cardíaca de alta sensibilidade) em cinco pacientes Quatro pacientes necessitaram de cuidados intensivos
N=138 Lesão cardíaca aguda (7,2%), choque (8,7%) e arritmia (16,7%) A maioria dos pacientes necessitou de cuidados intensivos

Fonte: Tabela adaptada de Xiong et al.313

6.6.1. Possível Fisiopatologia da Miocardite Relacionada ao SARS-CoV-2

Os mecanismos da lesão miocárdica não estão bem estabelecidos, mas provavelmente envolvem: lesão miocárdica secundária ao desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio; lesão microvascular; resposta inflamatória sistêmica; cardiomiopatia por estresse; síndrome coronariana aguda não obstrutiva; e lesão miocárdica viral direta 314 ( Figura 11 ). 315

Figura 11. – Mecanismos potenciais de lesão miocárdica na Covid-19.

Figura 11

CID: coagulação intravascular disseminada; IAM: infarto agudo do miocárdio. Fonte: Adaptada de Atri D et al.315

6.6.2. Lesão Miocárdica Viral Direta

Relatos de casos de miocardite na Covid-19 fornecem evidências de inflamação cardíaca, mas não determinam o mecanismo. A infecção por SARS- CoV-2 é causada pela ligação da proteína Spike da superfície viral ao receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA-2) humana. No entanto, a proteína spike deve primeiro ser clivada nos locais S1/S2 e, subsequentemente, nos locais S2’ para permitir a ligação à ECA-2. A clivagem no local S1/S2 parece ser mediada pela protease serina 2 transmembrana (TMPRSS2) 316 , 317 ( Figura 12 ). 318

Figura 12. – Fisiopatologia proposta para miocardite por SARS-CoV-2. O SARS-CoV-2 utiliza a proteína spike (iniciada por TMPRSS2) para ligar o ACE2 para permitir a entrada de células. O SARS-CoV-2 intracelular pode prejudicar a formação de grânulos de estresse por meio de sua proteína acessória. Sem os grânulos de estresse, o vírus pode se replicar e danificar a célula. Os linfócitos T ingênuos podem ser preparados para antígenos virais via células apresentadoras de antígenos e cardiotropismo pelo HGF produzido pelo coração. O HGF liga o c-Met, um receptor de HGF nos linfócitos T. Os linfócitos T CD-8 iniciados migram para os cardiomiócitos e causam inflamação do miocárdio por citotoxicidade mediada por células. Na síndrome da tempestade de citocinas, na qual as citocinas pró-inflamatórias são liberadas na circulação, a ativação dos linfócitos T é aumentada e libera mais citocinas. Isso resulta em um ciclo de feedback positivo de ativação imune e dano do miocárdio.

Figura 12

CAA: célula apresentadora de antígeno; CHP: complexo principal de histocompatilbilidade; ECA2: enzima conversora de angiotensina 2; FCH: fator de crescimento de heapatócitos; IL-6: interleucina-6; SARS-CoV-2: síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2. Fonte: Adaptada de Siripanthong B et al.318

Até o momento, temos apenas um relato de miocardite viral por SARS-CoV- 2 comprovada por biópsia com inclusões virais ou DNA viral detectado no tecido do miocárdio. 319 Contudo, não havia a presença de partículas virais no cardiomiócito, apenas no interior dos macrófagos no interstício cardíaco. Outro mecanismo hipotético de lesão viral direta ao miocárdio é por meio de uma vasculite mediada por infecção. O receptor ECA2 é altamente expresso em artérias e veias endoteliais. 320

Embora a ECA2 seja apenas levemente expressa no cardiomiócito, ela é altamente expressa nos pericitos. A Covid-19 pode atacar pericitos, essenciais para a estabilidade endotelial, causando disfunção endotelial, que leva a distúrbios microcirculatórios. Isso explica por que, embora a ECA2 seja apenas ligeiramente expressa nos cardiomiócitos, Covid-19 pode causar lesão cardíaca. 320 As autópsias mostram infiltrados inflamatórios compostos por macrófagos e, em menor grau, por células T e CD4+. 321 - 322 Esses infiltrados mononucleares estão associados a regiões de necrose de cardiomiócitos que, pelo Critério de Dallas, definem miocardite. 323

6.6.3. Diagnóstico de Miocardite Relacionada à Covid-19

A apresentação clínica da miocardite por SARS-CoV-2 pode variar desde aqueles com sintomas leves, como fadiga, dispneia e dor precordial; em casos mais graves, podemos ter choque cardiogênico. Os pacientes podem apresentar sinais de IC direita, com aumento da pressão venosa jugular, edema periférico e dor no quadrante superior direito. A apresentação mais emergente é miocardite fulminante, definida como disfunção ventricular e IC dentro de 2 a 3 semanas após a infecção pelo vírus. Os sinais precoces de miocardite fulminante geralmente se assemelham aos da sepse. 14 , 324 - 329

6.6.4. Laboratório

Elevações de troponina e NT-proBNP foram observadas nos casos de miocardite por Covid-19. 14 , 312 , 324 - 326

Valores anormais de troponina são comuns nos pacientes com Covid-19, em especial quando utilizamos troponina cardíaca de alta sensibilidade (hs-cTn). Estudos que avaliaram o curso clínico de pacientes com Covid-19 observaram hs- cTnI detectável na maioria dos pacientes, e hs-cTnI foi significativamente elevado em mais da metade dos pacientes que morreram. 327 , 328

Pacientes com Covid-19 geralmente demonstram elevação significativa do BNP ou NT-proBNP. O significado desse achado é incerto e não deve, necessariamente, desencadear uma avaliação ou tratamento para IC, a menos que haja clara evidência clínica para o diagnóstico. Em pacientes com Covid-19, o nível de BNP (NT-pro) também pode aumentar secundário ao estresse do miocárdio, como possível efeito de doença respiratória grave.

Devido à frequência e à natureza inespecífica dos resultados anormais de troponina ou peptídio natriurético entre pacientes com infecção por Covid-19, suas dosagens devem ser realizadas apenas se o diagnóstico de IAM ou IC estiver sendo considerado por motivos clínicos. Um resultado anormal de troponina ou peptídio natriurético não deve ser considerado evidência de IAM ou IC sem evidências corroboradoras. 329

6.6.5. Eletrocardiograma

Alterações no ECG comumente associadas à pericardite, como elevação de ST e depressão de PR, podem ser observadas na miocardite; 310 no entanto, esses achados não são sensíveis para a detecção da doença e sua ausência não é excludente.

Por exemplo, uma miocardite relacionada com Covid-19 não mostrou elevação do segmento ST nem depressão PR. 330 Outras anomalias no ECG, incluindo novo bloqueio de ramo, prolongamento do intervalo QT, padrão de pseudoinfarto, extrassístoles ventriculares e bradiarritmia com BAV avançado, podem ser observadas na miocardite. 331

Recentemente, foi publicada uma série de casos de pacientes com diagnóstico de Covid-19 que se apresentaram, em algum momento da infecção, com elevação do segmento ST no ECG. 332

6.6.6. Imagem

A European Society of Cardiology (ESC), em recente documento, aponta as condições que devem ser consideradas diante da necessidade do uso de qualquer método de imagem cardiovascular em pacientes com Covid-19: deve ser utilizada para casos em que venha a determinar uma mudança substancial na conduta, ou quando uma decisão para salvar a vida do paciente esteja em jogo; deve-se usar a modalidade de imagem com a melhor capacidade para atender a essa solicitação, considerando-se sempre a segurança da equipe médica em relação à exposição; exames não urgentes, eletivos ou de rotina devem ser adiados ou até mesmo cancelados. 333

Nesse sentido, a ecocardiografia transtorácica, embora tenha papel central na propedêutica cardiovascular desses pacientes, não deve ser rotineiramente indicada diante da corrente pandemia de Covid-19, sendo criteriosamente utilizada em casos específicos. 334

As recentes recomendações da Society of Cardiovascular Computed Tomography (SCCT) para uso da angio-TC coronariana no contexto da Covid-19 incluem insuficiência cardíaca aguda de causa desconhecida 335 , 336 ( Tabela 30 ). 337

Tabela 30. – Recomendações da Society of Cardiovascular Computed Tomography (SCCT) para uso da angiotomografia coronariana no contexto da Covid-19.

Urgência Condições Tempo para realização do exame
Eletivos
  • Coronariopatia assintomática ou estável

  • Cardiomiopatia ou doença estrutural estável (valvar, planejamento de TAVI ou ablação de FA, congênita)

  • Massas benignas

Em >8 semanas
Semiurgentes
  • Cardioversão de FA crônica

  • Disfunção crônica ou subaguda de prótese valvar

Em 4 a 8 semanas
Urgentes
  • Dor torácica aguda ou estável de alto risco

  • Intervenções estruturais de urgência (TAVI, oclusão de aurícula esquerda etc.) ou cardioversão de FA aguda

  • Insuficiência cardíaca aguda de causa desconhecida Disfunção aguda valvar (ou prótese)

  • Planejamento de biópsia de massa maligna

Em horas ou <2 a 4 semanas (a depender da gravidade)

Descartar trombos quando RMC não factível. FA: fibrilação atrial; TAVI: implante transcateter da válvula aórtica. Fonte: adaptada de Araujo-Filho et al.337

O documento da ESC sugere que troponinas positivas, associadas à disfunção miocárdica ou arritmias graves não explicadas por outros métodos, podem ser indicação para RMC, caso o diagnóstico seja crucial para o tratamento e o paciente esteja estável o suficiente para ser transferido com segurança para realização do exame. 334

Nesse contexto, a atual orientação da Society for Cardiovascular of Magnetic Resonance (SCMR) sugere que um exame de RMC deva ser considerado de forma criteriosa e individualizada diante da suspeita de miocardite aguda com implicações imediatas no manejo do paciente. 337 Caso a RMC seja realizada, os resultados devem ser interpretados de acordo com os critérios de Lake Louise: (1) edema; (2) lesão celular irreversível; e (3) hiperemia ou extravasamento capilar 338 ( Tabela 31 ). 337

Tabela 31. – Recomendações da Society for Cardiovascular of Magnetic Resonance (SCMR) para uso da ressonância magnética cardíaca (RMC) no contexto da Covid-19.

Condições Tempo sugerido para o exame
  • Pesquisa de isquemia e viabilidade miocárdica para orientar revascularização urgente

Dentro de 1 semana ou menos, a depender da gravidade
  • Suspeita de massa intracardíaca ou trombo com contraindicação para anticoagulação ou em pacientes com suspeita de eventos embólicos

  • Planejamento de ablação urgente em pacientes instáveis com arritmias graves

  • Constrição pericárdica exigindo potencial cirurgia urgente

  • Planejamento de implante percutâneo de valva cardíaca protética, com necessidade de cirurgia urgente

Nota 1: Escolhas baseadas em consenso de especialistas. Nota 2: Condições clínicas individuais e contraindicações ao exame devem ser mandatoriamente consideradas. Fonte: Araujo-Filho et al.337

6.6.7. Biópsia Endomiocárdica

Tanto a AHA como a ESC recomendam a BEM para o diagnóstico definitivo de miocardite, mas ambas as sociedades reconhecem suas limitações. 339 , 340 Na era SARS-CoV-2, a utilidade clínica e o papel da BEM, atualmente o padrão-ouro para confirmar o diagnóstico de miocardite, permanecem incertos; além disso, há grande dificuldade na realização de imagens não invasivas, como ecocardiografia e RMC, com medidas adequadas de precaução e isolamento. 341 , 342

Outro ponto a ser considerado é que em, em alguns casos, a infecção por SARS-CoV-2 pode não aparecer inicialmente com sinais e sintomas claros sugestivos de pneumonia intersticial, mas pode aparecer como miocardite sem sintomas respiratórios, às vezes complicada por choque cardiogênico com um curso fulminante. 14 , 316

Adicionalmente, existem poucas evidências sobre o tratamento terapêutico da miocardite associada ao SARSCoV-2. Há um relato de caso em que foi utilizada terapia precoce com glicocorticoides e imunoglobulinas, com benefício para o paciente. 316 Os corticosteroides têm sido utilizados em várias infecções respiratórias virais (influenza, SARS-CoV e MERS-CoV), demonstrando um benefício limitado e, em alguns casos, retardando a depuração viral e aumentando a mortalidade. 333

No entanto, o Grupo de Trabalho da ESC sobre doenças miocárdicas e pericárdicas indica o uso de esteroides em miocardites por doenças autoimunes comprovada, miocardite com vírus negativo somente após determinar a infecção ativa no BEM. 340 É evidente que, na prática real, a BEM nem sempre está disponível ,e seu papel na miocardite relacionada à SARS-CoV-2 ainda é desconhecido. Além disso, na ausência de estudos randomizados multicêntricos, o uso rotineiro de imunoglobulina também não é recomendado.

Em conclusão, acreditamos que existem lacunas significativas na avaliação do IAM em pacientes com SARS-CoV-2 que requerem uma análise diagnóstica completa, tratamentos priorizados e, ainda, estratégias mais agressivas, 318 , 319 se necessário, especialmente naqueles que desenvolvem choque cardiogênico durante a miocardite fulminante 332 - 342 ( Figura 13 ). 318

Figura 13. – Protocolo de diagnóstico e gerenciamento sugerido para miocardite relacionada a SARS-CoV-2.

Figura 13

BBIA: bomba de balão intra-aórtica; CCC: cardioversão por corrente contínua; DAV: dispositivo de assistência ventricular; DC: débito cardíaco; ECG: eletrocardiograma; IGIV: imunoglobulina intravenosa; IV: intravenoso; OEC: oxigenação por membrana extracorpórea; PCR: proteína C reativa; QT: intervalo QT; RMC: ressonância magnética cardiovascular; SCA: síndrome coronariana aguda; TC-AC: tomografia computadorizada angiograma coronário; TSE: taxa de sedimentação de eritrócitos. Fonte: Adaptada de Siripanthong et al.318

6.7. Cardiotoxidade Aguda por Terapêutica Antineoplásica

6.7.1. Agentes Antineoplásicos Indutores de Cardiotoxidade Aguda

A evolução do tratamento do câncer nas últimas décadas resultou em melhora da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes. 343 Entretanto, simultaneamente, com o aumento da longevidade, os fatores de risco cardiovasculares incidem por mais tempo e, associados a esse fato, adiciona-se o potencial risco de lesão ao sistema cardiovascular induzido pela quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. 344 Estudos recentes demonstram que há dois períodos de maior ocorrência de doença cardiovascular no paciente oncológico: o primeiro ano após o diagnóstico e os anos após a cura, nos quais denominamos os pacientes como sobreviventes, grupo este que demonstra aumento significativo de mortalidade cardiovascular. 345 , 346

Dentre as toxicidades emergentes, destaca-se a miocardite. Mais recentemente, a miocardite relacionada ao tratamento do câncer ganhou importância devido à evolução da imunoterapia, mais especificamente relacionada aos inibidores de checkpoint imunológico (ICIs). 347 , 348 Contudo, ela tem o potencial de estar associada a qualquer terapia que module o sistema imunológico. Identificar a miocardite nos ensaios clínicos em oncologia é desafiador, dada sua relativa baixa incidência e alta taxa de mortalidade.

Devemos ressaltar que as recomendações a seguir são advindas de consensos de especialistas, dada a escassez de dados científicos a respeito do tema.

O modelo clássico de cardiotoxicidade é a disfunção ventricular causada pelas antraciclinas. 349 As antraciclinas são uma das classes mais utilizadas de quimioterápicos ainda nos dias de hoje. IC ocorre em até 30% dos pacientes, habitualmente após meses de tratamento, relacionada à dose cumulativa acima de 300 mg/m2. Na maioria dos casos, manifesta-se de forma subaguda ou crônica, após meses e anos do tratamento, com a irreversibilidade sendo sua característica predominante. A miocardite aguda relacionada às antraciclinas é manifestação rara, não apresentando relação com dose, sendo reversível na maioria dos casos. 350 O mecanismo de ação da toxicidade está diretamente ligado ao estresse oxidativo consequente a sua metabolização, além da inibição da topoisomerase IIb, que, em última instância, resulta em dano ao DNA do cardiomiócito, por disfunção mitocondrial e apoptose. 351

A ciclofosfamida é um agente alquilante tipo mostarda nitrogenada, que usualmente é parte de regimes de quimioterápicos que envolvem o uso concomitante de antraciclinas. Pode resultar em toxicidade aguda do tipo miocardite aguda hemorrágica e multifocal, caracterizada por endotelite, capilarite hemorrágica e trombogênese. 352

Os inibidores de checkpoint imunológicos (ICI) são o modelo atualmente mais estudado como indutor de miocardite, sendo os mais comumente utilizados o nivolumabe, o durvalimabe, o ipilimumabe, o pembrolizumabe e o atezolizumabe. 353 Essa terapia significou uma revolução no tratamento do câncer nos últimos anos, melhorando a sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão, câncer de cabeça e pescoço, carcinoma renal, melanoma, entre outros. 354 O mecanismo de ação se dá pelo bloqueio da apoptose dos linfócitos T (anti-CTLA4, anti-PD1, anti-PDL1), culminando na ativação dos linfócitos por todo o organismo. Se isso, por um lado, reativa o linfócito e a imunidade antitumoral, por outro lado, os linfócitos T ativados podem desencadear miocardite grave, fatal em até 50% dos casos. Clinicamente, manifesta-se em torno de 0,2% dos pacientes, em média 30 a 90 dias após o início do tratamento. 355 , 356

6.7.2. Diagnóstico da Cardiotoxidade Aguda

A miocardite no paciente com câncer deve ser diagnosticada em situações de condições cardíacas sem diagnóstico primário alternativo (p. ex., síndrome coronariana aguda, traumatismo etc.). 357 A história clínica deve considerar o regime de droga, o tempo do tratamento, assim como a dose e outras comorbidades. O diagnóstico laboratorial inclui a dosagem de biomarcadores como troponina ultrassensível e NT-proBNP. No caso da miocardite por imunoterápico, a dosagem de CPK também é recomendada pela associação com miosite em até 20% dos casos. 358

O ECG pode ser útil para confirmar a suspeita de miocardite. Alterações comuns são arritmias ventriculares, alterações de ST-T, alterações do segmento PR, bradicardias e bloqueios. 357

O ecocardiograma é o exame de escolha para a abordagem diagnóstica da miocardite. É realizado no início e na evolução, acessando função de maneira evolutiva. Os achados mais comuns incluem disfunção sistólica difusa, anormalidades segmentares, alterações na esfericidade do ventrículo, espessamento de parede, derrame pericárdico e alterações no strain . 357

A RM é a modalidade de imagem de maior sensibilidade para o diagnóstico de miocardite, também tendo efeito de determinar o prognóstico. A combinação de achados da RMtem sido denominada Critérios de Lake Louise para o diagnóstico de miocardite aguda. Muitos avanços ocorreram no diagnóstico de miocardite por ressonância, e incluem avanços na caracterização tecidual por meio do MAPT1 e MAPT2 e cálcio do volume extracelular. 359

A BEM pode ser considerada para investigação da miocardite relacionada a quimioterápicos e imunoterápicos. Especialistas recomendam, sempre que possível, a realização da biópsia, pois, em muitos casos, antes de manifestação clínica expressiva, os achados anatomopatológicos já exprimem a gravidade das alterações patogênicas da miocardite do câncer. 360

A seguir, descrevemos os principais agentes antineoplásicos com potencial de induzir a miocardite com disfunção miocárdica ( Tabela 32 ).

Tabela 32. – Características da miocardite induzida pelo tratamento do câncer.

  Antraciclinas Ciclofosfamida Inibidores de checkpoint imunológico
Incidência 10% 10% 0,2%
Mortalidade 20% 20% 50%
Manifestação clínica IC aguda IC aguda IC aguda
Diagnóstico Clínico, laboratorial, imagem e biópsia Clínico, laboratorial, imagem e biópsia Clínico, laboratorial, imagem e biópsia
Reversibilidade Geralmente reversível Geralmente reversível Geralmente irreversível
Reexposição Possível Possível Não recomendado

IC: insuficiência cardíaca.

6.7.3. Tratamento da Cardiotoxidade Aguda

Após a suspeita do diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, pois o tempo pode ser importante na determinação do curso da doença. Embora não haja grandes estudos prospectivos para orientar o tratamento na MICI, a imunossupressão é a pedra angular do tratamento.

Os esteroides intravenosos são amplamente utilizados nos eventos adversos relacionados à imunoterapia (EAri) e podem ser eficazes na MICI. 347 Altas doses de corticosteroides (p. ex., 1.000 mg por dia de metilprednisona por 3 dias, seguidas de 1 mg/kg de prednisona) são amplamente utilizadas e podem estar associadas a melhores resultados. 22 Mahmood et al. 22 relataram que 31% dos 35 pacientes receberam corticosteroides, e que altas doses foram associadas a níveis mais baixos de pico de troponina e menores taxas de MACE em comparação com doses reduzidas do corticoide. A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) recomenda 1 mg/kg de corticosteroides como dose inicial. 361 A duração dos esteroides não é clara, mas a ASCO recomenda uma redução durante 4 a 6 semanas em pacientes com EAri. Os biomarcadores cardíacos séricos (p. ex., troponinas, BNP) podem ser úteis para definir a necessidade de maior duração após o desmame.

Imunossupressão adicional também pode ser usada. Evidências anedóticas sugerem que pode ser eficazes outros imunossupressores, tais como imunoglobulina intravenosa, 362 infliximab, 363 micofenolato, 364 tacrolimus, 362 globulina antitimocítica, 365 , 366 plasmaférese, 362 abatacept 367 e alemtuzumab 368 . No estudo de Mahmood et al., 22 um pequeno número de pacientes recebeu outros imunossupressores não esteroides Dada a falta de dados robustos sobre sua eficácia no MICI, tais agentes geralmente são reservados para MICI refratário ou muito grave.

Sugerimos considerar a adição de imunossupressão não esteroide em pacientes que não demonstrem melhora sintomática, funcional ou de biomarcadores dentro de 24 a 48 horas após o início do corticosteroide. A escolha do segundo agente não é identificada, mas pode ser motivada pela disponibilidade e contraindicações. Vários e sequenciados imunossupressores podem ser necessários para alcançar remissão. 22

Recomendamos o início de altas doses de esteroides intravenosos no momento do diagnóstico de MICI (metilprednisona 1 mg/kg /dia). Os biomarcadores cardíacos (troponina e BNP) devem ser verificados em série. Se os biomarcadores cardíacos continuarem a aumentar, apesar da alta dose de esteroides, a plasmaférese deve ser iniciada. Um imunossupressor adicional deve ser adicionado se os biomarcadores cardíacos continuarem a aumentar ou se houver associação ou piora de arritmias ou IC ( Figura 14 ). A escolha do imunossupressor depende da experiência local e das comorbidades coexistentes ( Tabela 33 ).

Figura 14. – Proposta do curso terapêutico de imunossupressão, biomarcadores e avaliação da função ventricular.

Figura 14

ECO: ecocardiograma; CRM: cirurgia de revascularização miocárdica; IV: intravenoso.

Tabela 33. – Imunossupressores usados no tratatmento da MICI.

Imunossupressor Classe Dose Início Duração
Metilprednisona Corticosteroides 1 mg/kg/dia No diagnóstico 2 a 3 dias
Prednisona Corticosteroides 40 a 60 mg/dia Dia 2-3 Desmame lento durante 4 a 8 semanas
Infliximab TNF-alfabloqueador 5 mg/kg Dia 4-5 Dose única (pode ser repetido em alguns meses)
Globulina antimonócito ? 10 a 30 mg/kg Dia 2-3 7 a 14 dias
Tacrolimus Inibidor da calcineurina 0,10 a 0,15 mg/kg/dia ? ?
Micofenolato Inibidor IMPDH 1g 2×/dia ? ?
Abatacept CTLA-4 agonista 500 mg a cada 2 semanas Dia 7-14 Total de 5 doses
Alemtuzumab Anti CD52 30 mg ? Dose única

IMPDH: inosina 5-monofosfato desidrogenase.

Recomendamos a administração de uma dose única de infliximabe (5 mg/kg) se não houver contraindicações (por exemplo, tuberculose, hepatite). Alternativamente, podem ser usadas globulina antitimócita (10 a 30 mg/kg), alemtuzumabe (30 mg uma vez) ou abatacept (500 mg). Entre 3 a 5 dias após o início do corticosteroide, a função ventricular deve ser examinada (por ecocardiografia ou RMC). Pacientes que mostrem melhora significativa na função do VE (melhora da FEVE de pelo menos 5%) podem ser transferidos para corticosteroide oral (prednisona 40 a 60 mg por dia) por um longo tempo (4 a 8 semanas). Se os biomarcadores diminuírem e o paciente demonstrar resposta clínica, MMF ou tacrolimus podem ser utilizados para encurtar a cronicidade de esteroides. Dada a alta mortalidade e morbidade com o MICI, o ICI deve ser descontinuado mesmo em pacientes com cardiotoxicidade leve ( Tabela 33 ).

Dada a potencial reversibilidade do MICI, as terapias de suporte podem ser instituídas após cuidadosa consideração multidisciplinar do status da malignidade subjacente e do potencial de recuperação. Estratégias de suporte podem incluir suporte inotrópico, marca-passo temporário ou permanente, suporte circulatório mecânico temporário (p. ex., bomba de balão intra-aórtico, 6 dispositivos de assistência ventricular percutânea 369 ou oxigenação extracorpórea por membrana [ECMO]). 362 , 364 Uma avaliação cuidadosa do VD deve ser feita antes do início dos dispositivos de assistência do VE, pois MICI tem alta probabilidade de afetar o VD, 362 , 364 , 369 o que pode exigir suporte biventricular. 363 , 369 Ademais, devido ao ambiente protrombótico induzido pela neoplasia subjacente e EAri, é essencial excluir trombos do VE com RMC ou ecocardiograma com contraste, antes da inserção de dispositivos percutâneos de assistência do VE. 363 A terapia medicamentosa para IC deve ser iniciada conforme tolerado. Isso inclui bloqueadores da angiotensina (ACE, ARB, ARNi), betabloqueadores e antagonistas dos mineralocorticoides (p. ex. espironolactona).

A segurança de reiniciar o tratamento com ICI após a resolução da miocardite não é conhecida. Em um estudo com 40 pacientes que desenvolveram EAri (1 MICI) nos quais ICI for reintroduzido (43% com o mesmo agente), 22 (55%) desenvolveram EAri recorrentes em um seguimento de 14 meses. Extrapolando esses dados para o MICI, e dada a alta probabilidade de recorrência de EAri com a reintrodução, a ASCO recomenda a descontinuação permanente do ICI em todos os casos de MICI. 370 Há relato de reintrodução bem-sucedida em um caso de miocardite leve, 371 e a reintrodução de ICI pode ser tentada em casos selecionados de MICI leve e assintomática (grau I), 361 especialmente com ICI de baixo risco com pembrolizumab. No entanto, essa recomendação permanece controversa.

6.7.4 Prognóstico

O prognóstico da MICI é difícil de definir devido à sua rara ocorrência. Em um registro multicêntrico de 35 pacientes com MICI, quase metade (n = 16) desenvolveu eventos cardiovasculares adversos importantes ao longo de um período de 102 dias (6 mortes cardiovasculares, 3 choques cardiogênicos, 4 paradas cardíacas, 3 bloqueios cardíacos completos). 22 , 347 Em um registro francês de 30 pacientes com MICI em dois centros, oito pacientes morreram de complicações cardiovasculares. Um estudo recente que acompanhou 101 pacientes com MICI mostrou uma taxa de MACE de 51% durante um seguimento de 162 dias. 347 Entre 250 pacientes com MICI relatados ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos da Administração Federal de Medicamentos dos EUA (FAERS), a taxa de mortalidade foi de 50%. 361 Não houve diferença na taxa de fatalidade por idade, sexo, ano de notificação ou tipo de ICI (proteína de morte celular antiprogramada-1/ligante de morte celular programada-1 vs. proteína de linfócito T anticitotóxica-4). 362 Mahmood et al. 22 descobriram que pacientes com MICI e troponina elevada na ocasião de alta hospitalar apresentaram taxas significativamente mais altas de MACE (troponina T de alta de ≥1,5 ng/mL: HR 4,0; IC95%: 1,5-10,9; p=0,003). Escudier et al. 348 relataram que 80% dos pacientes com MICI e doença de condução tiveram morte cardiovascular. Um estudo recente de pacientes com MICI relatou que o strain longitudinal global (GLS) obtido ao diagnóstico de MICI estava fortemente associado a MACE ao longo de um seguimento de 162 dias. 363 Dado o pequeno número de pacientes nesses estudos, é difícil identificar fatores de risco para mau prognóstico em pacientes que apresentam MICI. 364 - 368

No geral, as taxas de recuperação com a terapia apropriada foram substanciais. Um total de 67% dos pacientes que receberam esteroides teve recuperação da função do VE no registro francês do MICI. 347 Recuperação também foi descrita mesmo em pacientes com MICI fulminante que necessitaram de suporte hemodinâmico mecânico. 369 - 374

6.7.5. Prevenção

A maioria dos estudos publicados na prevenção da cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia baseia-se nas antraciclinas e nos agentes anti-HER2.

A prevenção da cardiotoxicidade deve iniciar-se antes do tratamento do câncer, com uma avaliação do risco cardiovascular do paciente e uma interação entre o cardiologista e o oncologista, a fim de programar a melhor abordagem durante o tratamento oncológico.

Os pacientes sob maior risco de desenvolver a cardiotoxicidade são aqueles que apresentam os fatores de risco clássicos para doença cardiovascular (hipertensão arterial, diabetes melito, dislipidemia, tabagismo, obesidade, sedentarismo, entre outros) ou aqueles sob maior exposição a fármacos cardiotóxicos (doses cumulativas altas para antraciclinas, associações de fármacos cardiotóxicas e antecedente de quimioterapia ou radioterapia). 375 , 376

As principais recomendações para prevenção da cardiotoxicidade estão descritas na Tabela 34 .

Tabela 34. – Medidas para prevenção de cardiotoxicidade.

Droga quimioterápica Medida cardioprotetora
  Identificar fatores de risco cardiovascular
Tratar comorbidades (hipertensão arterial, diabetes melito, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo, obesidade)
Atividade física aeróbica de intensidade moderada
Cuidados com arritmias: evitar drogas que prolongem o intervalo QT, ajustar distúrbios eletrolíticos
Minimizar radiação cardíaca
Antraciclinas Limitar dose cumulativa (mg/m2):
  Daunorrubicina < 800
Doxorrubicina < 360
Epirrubicina < 720
Mitoxantrona < 160
Idarrubicina < 150
  Utilizar as formulações lipossomais
  Realizar infusão contínua
  Utilizar análogos menos cardiotóxicos (epirrubicina, idarrubicina)
  Avaliar uso de drogas cardioprotetoras (dexrazoxano, IECA, betabloqueadores, estatinas)
Trastuzumabe Avaliar uso de drogas cardioprotetoras (IECA, betabloqueadores)

IECA: inibidor da enzima conversora de giotensina; QT: intervalo QT. Fonte: Adaptada de Zamorano et al.377

Entre as medicações cardioprotetoras, o dexrazoxano, um quelante de ferro, é a única medicação aprovada para a prevenção da cardiotoxicidade. Seu efeito contra a cardiotoxicidade por antraciclinas já foi comprovado em diversos estudos tanto na população adulta como na pediátrica. 376 - 383 As limitações para o uso do dexrazoxano é o custo elevado e alguns potenciais efeitos adversos, tais como interferência na eficácia das antraciclinas, risco de desenvolvimento de tumores secundários (evidência controversa) 384 , 385 e toxicidade medular. Seu uso está indicado em adultos com câncer de mama com estágio avançado ou metastático que receberam uma dose cumulativa prévia de 300 mg/m2 de doxorrubicina, 540 mg/m2 de epirrubicina, quando necessário a continuidade do tratamento com antraciclinas.

O uso de drogas cardiovasculares como betabloqueadores, IECA e bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) na prevenção da cardiotoxicidade secundária às antraciclinas é controverso e se baseia em poucos ensaios clínicos. 386 - 391 Algumas evidências demonstraram benefícios dos betabloqueadores e IECA em pacientes que utilizaram doses cumulativas de antraciclinas elevadas ou em pacientes de alto risco, com troponina positiva durante a quimioterapia. 386 , 390 Em doses cumulativas de antraciclina mais baixas, esse benefício não foi evidênciado com betabloqueadores, 389 , 392 mas houve uma discreta prevenção com o uso de BRA. 389

O ensaio clínico CECCY, 392 um estudo brasileiro, testou o uso de betabloqueadores para prevenção primária da cardiotoxicidade por antraciclinas, não demonstrou benefício do uso do carvedilol na prevenção relacionada a antraciclinas. Entretanto, o carvedilol esteve associado a valores atenuados de troponina e menor porcentagem de pacientes com aparecimento de disfunção diastólica.

Em relação ao uso do trastuzumabe, alguns estudos também apontam benefício para o uso de drogas cardiovasculares tanto na prevenção da cardiotoxicidade 393 , 394 quanto após o aparecimento da cardiotoxicidade, auxiliando na recuperação da disfunção ventricular. 395 A decisão da suspensão do tratamento quimioterápico, bem como seu retorno, deve ser feita em conjunto, pesando o risco e o benefício da manutenção do tratamento oncológico.

6.8 Miocardite em Crianças e Adolescentes

6.8.1. Fatores Causais

A miocardite em crianças e adolescentes apresenta particularidades em sua etiologia, e o seu diagnóstico pode ser subestimado pela similaridade de sua apresentação inicial com inúmeras viroses comuns na infância. Estima- se que mais de 83% dos pacientes compareceram aos serviços de urgência por duas ou mais visitas antes do diagnóstico. 396 Nas análises retrospectivas, a dor torácica foi referida predominantemente em crianças maiores de 10 anos, e os sinais mais comuns observados nos mais jovens foram taquipneia, febre e desconforto respiratório 397 ( Tabela 35 ). A aplicação de algoritmos para o diagnóstico em salas de emergência tem se mostrado promissora, com a possibilidade de aumentar o número de pacientes suspeitos ( Figura 15 ). 239 , 398 Em relação à etiologia, estudos avaliando a coleta de painel viral no quadro agudo e a confirmação por biópsias, observamos o parvovírus B19 como predominante, seguido pelos enterovírus, Coxsackievírus B e herpes-vírus humano. 398 Casos relacionados aos arbovírus – responsáveis por dengue, Zika e Chikungunya – t =êm sido descritos em regiões endêmicas ao redor do mundo. 399 Mais recentemente, com a pandemia de SARS-Cov2, têm sido relatadas apresentações com agressão miocárdica associada ou não à síndrome inflamatória multissistêmica com fisiopatologia ainda pouco esclarecida. 400 Sobreviventes ao tratamento dos cânceres da infância, principalmente os submetidos ao tratamento com antracíclicos e inibidores de checkpoint , constituem uma parcela de alto risco à instalação do processo inflamatório levando à IC na idade adulta. 401

Tabela 35. – Achados clínicos mais comuns na apresentação inicial das miocardites em crianças e adolescentes.

Sinais e sintomas Menores de 2 anos Pré-escolares Escolares e adolescentes
Específicos Sinais de IC Sinais de IC Sinais de IC
  História de doença viral nas últimas 3 a 6 semanas História de doença viral nas últimas 3 a 6 semanas Dor torácica
Dor torácica (pouco comum) Dor torácica (pouco provável) História de doença viral pode não estar tão clara
Inespecíficos Febre Dispneia aos esforços Dispneia aos esforços
  Letargia Taquicardia em repouso Taquicardia em repouso
Irritabilidade Fadiga muscular Fadiga muscular
Alteração da perfusão Arritmias Arritmias
Hiporexia Choque Choque
Taquicardia mantida em repouso    
Arritmias
Choque

IC: insuficiência cardíaca.

Figura 15. – Fluxograma de suspeita e investigação das miocardites em crianças e adolescentes.

Figura 15

BEM: biópsia endomiocárdica; BNP: peptídeo natriurético tipo B; CV: cardiovascular; ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma; FEVE: fração de ejeção de ventrículo esquerdo; GI: gastrointestinal; IC: insuficiência cardíaca; PCR: proteína C reativa; RMC: ressonância magnética cardíaca; SNC: sistem nervoso central.

6.8.2. Prognóstico

É difícil estimar a incidência e a prevalência de miocardite na faixa etária pediátrica é devido ao amplo espectro de sintomas, que pode variar desde um quadro viral leve sem comprometimento hemodinâmico até um quadro de IC congestiva, com disfunção ventricular, arritmias e morte súbita. 164 , 402 - 405 Como os sintomas, muitas vezes, são inespecíficos, um significativo número de casos não é diagnosticado, o que dificulta a caracterização da real incidência e prognóstico. Entretanto, é a principal etiologia da miocardiopatia dilatada em crianças.

Com a melhora das unidades de terapia intensiva, incluindo a possibilidade de suporte mecânico à circulação, o prognóstico de crianças de todas as faixas etárias tem melhorado, com possibilidade de recuperação completa mesmo de casos com doença fulminante. 402

Os principais desfechos em paciente pediátricos incluem recuperação completa, progressão para miocardiopatia dilatada e morte ou transplante cardíaco. 405

Acredita-se que, em crianças com miocardite viral, o prognóstico tende a ser melhor do que nas miocardiopatias dilatadas. A sobrevida de pacientes pediátricos com miocardite pode ser de até 93%. Entretanto, um estudo multicêntrico englobando todas as faixas etárias demonstrou que existe uma significativa mortalidade em neonatos e lactentes. A sobrevida nessa faixa etária foi de 33% a 45%, e a melhora clínica, de 23% a 32%. Em crianças entre 1 e 18 anos, a sobrevida foi melhor, em torno de 78% e 80%, e a melhora clínica, entre 46% e 67%. 406 Em um estudo recente do Pediatric Cardiomyopathy Registry (PCMR), crianças com miocardite confirmada por biópsia tiveram uma sobrevida de 75% em 3 anos, e 54% do grupo normalizaram as dimensões e função ventricular, e apenas 20% permaneceram com anormalidades ecocardiográficas. 404

Em outro estudo com 28 pacientes com diagnóstico de miocardite, foi observado que apenas 17 sobreviveram e tiveram alta hospitalar, com vários graus de melhora da função cardíaca. Os demais 11 pacientes evoluíram para IC refratária, sendo necessário transplante cardíaco em sete casos, e ocorreu óbito em quatro casos. Preditores de mau prognóstico foram: fração de ejeção abaixo de 30%, fração de encurtamento abaixo de 15%, dilatação ventricular esquerda, regurgitação mitral moderada a severa. 406

Várias séries de casos envolvendo crianças que necessitaram de suporte mecânico à circulação por miocardite reportam taxa de sobrevida entre 67% e 83%. Para 21 pacientes com suporte mecânico com Berlin Heart Excor por miocardite ou miocardiopatia dilatada, 90% sobreviveram com alta hospitalar. 407

O prognóstico em miocardite comprovada por BEM depende da gravidade dos sintomas, da classificação histológica e biomarcadores. Miocardite aguda fulminante é associada com melhor sobrevida. Miocardite por células gigantes, apesar de rara, é associada com mau prognóstico, com uma sobrevida média de 5,5 meses, com uma taxa de mortalidade ou transplante de 89%. 406

Miocardite contribui para pelo menos 50% das miocar- diopatias dilatadas na infância. O desfecho de pacientes com miocardite viral é melhor que aqueles com miocardiopatia dilatada. Por esse motivo, deve-se sempre suspeitar de miocardite, instituir medidas de suporte precocemente, evitando que um paciente com miocardite seja encaminhado à lista de transplante sem a chance de recuperação. A indicação de transplante na miocardite só deve ser considerada quando a recuperação for desfavorável, apesar do manejo terapêutico adequado ( Tabela 36 ).

Tabela 36. – Principais informações sobre miocardites na criança e no adolescente.

Miocardites na criança e no adolescente
Os principais desfechos incluem: recuperação completa, progressão para miocardiopatia dilatada e morte ou transplante cardíaco
Imunoglobulina endovenosa tem se tornado uma prática no tratamento das miocardites, porém o seu efeito na função cardíaca ainda não está completamente esclarecido
O espectro de manifestações clínicas da miocardite é muito amplo, desde um quadro viral leve até insuficiência cardíaca congestiva com choque cardiogênico com necessidade de suporte inotrópico ou mecânico à circulação
Apesar de a biópsia miocárdica ser considerada padrão-ouro para o diagnóstico de miocardite, em crianças, o risco de eventos adversos varia de 1% a 5% (taquiarritmias, hipotensão pela anestesia, alterações isquêmicas, perfuração ventricular). Portanto, essa prática não tem sido adotada de rotina5
Fração de ejeção <42% e troponina elevada ao diagnóstico têm maior associação com mortalidade
Pacientes que sobrevivem à fase aguda têm um desfecho tardio melhor que aqueles que têm um quadro mais insidioso
Miocardite é a principal etiologia da miocardiopatia dilatada na infância

A utilização de imunoglobulina (IVIG) tem se tornado parte do tratamento imunomodulatório em crianças com miocardite aguda em muitos centros, na dose standard de 2g/kg em 24 horas. Essa prática tem sido instituída desde a clássica publicação de Drucker et al., em 1994. 164 Foi demonstrada uma tendência à recuperação da função ventricular naqueles que receberam imunoglobulina. Em uma coorte de 94 pacientes com miocardiopatia de início recente, IVIG foi administrada em 22% dos pacientes, e o seguimento de 5 anos demonstrou uma maior taxa de recuperação quando comparados com os demais pacientes que não receberam imunoglobulina. 408

Em um estudo realizado em Taiwan com 94 pacientes, a avaliação da curva ROC identificou que a fração de ejeção <42% (sensibilidade 86,7% e especificidade de 82,8%) e a dosagem de troponina I >45ng/mL (sensibilidade de 62,6% e especificidade de 91%) tiveram a maior associação com mortalidade. 403

Vários estudos demonstraram que os pacientes que sobrevivem à fase aguda inicial têm um desfecho mais favorável a longo prazo, ao contrário daqueles com doença mais insidiosa.

Evidência histológica de miocardite como causa de miocardiopatia dilatada tem sido considerada um indicador prognóstico positivo para recuperação, com chances de cura entre 50% e 80% em 2 anos. 402 Da mesma forma, a evolução para IC crônica com necessidade de transplante cardíaco pode ocorrer tardiamente mesmo após a melhora clínica inicial.

6.9. Miocardites com Envolvimento Pericárdico

6.9.1. Diagnóstico e Tratamento

Miocardites e pericardites são doenças que, com frequência, se apresentam associadas na prática clínica e representam diferentes espectros dentro do grupo das síndromes inflamatórias miopericárdicas ( Tabela 37 ). 409 , 410 Isso se deve ao fato de ambas as doenças apresentarem agentes etiológicos comuns (especialmente virais). 411 No entanto, raramente o acometimento miocárdico e pericárdico ocorre na mesma intensidade. O mais comum é haver predomínio da miocardite (perimiocardite) ou da pericardite (miopericardite). 412 A distinção entre as diferentes formas de apresentação é relevante por ter impacto no prognóstico e tratamento. A miopericardite usualmente tem boa evolução, sem IC ou pericardite constritiva. 413 - 416 No cenário da miocardite aguda, o acometimento pericárdico (perimiocardite) tem importância prognóstica. No estudo de Di Bella et al., 417 que avaliou uma coorte de 467 pacientes com miocardite aguda viral/idiopática diagnosticada pela RMC, observou-se que aproximadamente 24% dos pacientes tinham acometimento pericárdico. Além disso, a presença de pericardite aumentou em 2,5 vezes o risco de eventos cardíacos (desfecho combinado de morte, transplante cardíaco, implante de CDI, hospitalização por IC descompensada). 416

Tabela 37. – Recomendação de avaliação nos casos de miocardite com suspeita de acometimento pericárdico.

Indicação Classe Nível de evidência
No paciente com miocardite aguda com suspeita de acometimento pericárdico, a ressonância magnética cardíaca é indicada para elucidação diagnóstica nos casos duvidosos I C

O diagnóstico de miocardite associada à pericardite aguda deve ser suspeitado nos pacientes que apresentam diagnóstico de miocardite e pelo menos dois dos seguintes critérios: dor torácica de caráter pleurítico, que pode ser difícil de identificar pela presença de dor pelo acometimento miocárdico; atrito pericárdico; alterações eletrocardiográficas sugestivas de pericardite com infra do segmento PR e supra de ST difuso com a concavidade para cima; derrame pericárdico novo ou piora do preexistente. O laboratório geralmente revela leucocitose com predomínio de linfócitos (nos quadros virais) e elevação da PCR e velocidade de hemossedimentação (VHS). A RMC é o exame não invasivo com melhor acurácia para avaliação de acometimento pericárdico no paciente com miocardite. 409 , 417 O exame revela a presença de inflamação, espessamento, derrame e massas no pericárdio, e está indicado em todo os casos com dúvida diagnóstica (grau de recomendação I, nível de evidência C). 409 , 418

No paciente com miocardite e acometimento pericárdico, o tratamento deve seguir as recomendações para tratamento da miocardite e depende essencialmente da causa de base. Nos casos virais/idiopáticos sem disfunção ventricular, o uso de AINEs para controle da lesão pericárdica deve ser considerado com cautela, em doses reduzidas, uma vez que, em estudos experimentais, os AINES revelaram aumento de mortalidade e piora da inflamação miocárdica. 411 , 419 , 420

6.10. Miocardite Simulando Infarto Agudo do Miocárdio

Estudos anteriores indicaram que 2,6% a 25% dos pacientes com suspeita de IAM revelaram-se como IAM sem doença arterial coronariana obstrutiva (MINOCA; do inglês, myocardial infarction with non-obstructive coronary artery ). Existem várias etiologias que podem ser atribuídas aos indivíduos com suspeita de IAM, mas com angiogramas sem lesões culpadas, dentre as quais miocardite aguda tem sido reconhecida como um fator particularmente importante. 421

É comum que as apresentações clínicas típicas do IAM, como dor no peito, elevação do segmento ST e marcadores séricos incrementais, apareçam em pacientes diagnosticados com miocardite. 422 , 423

Além disso, no cenário clínico de doença aguda com elevação de troponina, pode ser clinicamente desafiador diferenciar um IAM tipo 2 de causas de lesão miocárdica sem isquemia, principalmente a miocardite. O IAM tipo 2 é aquele secundário à isquemia devido ao aumento da demanda de oxigênio ou diminuição da oferta, causado, por exemplo, por espasmo da artéria coronária, embolia coronária, anemia, arritmias, hipertensão ou hipotensão. 424

O termo isquemia miocárdica é utilizado quando há evidências de valores elevados de troponina com pelo menos um valor acima do limite superior de referência (URL) do percentil 99. O termo injúria miocárdica é considerado se houver aumento e/ou queda dos valores de troponina. O diagnóstico de IAM é específico quando há lesão miocárdica aguda associado à evidência clínica de isquemia miocárdica aguda, exigindo tanto detecção de um aumento e/ou queda dos valores de troponina e a presença de pelo menos uma das seguintes condições: sintomas de isquemia miocárdica, alterações isquêmicas novas no ECG, desenvolvimento de ondas Q patológicas, evidência de imagem de nova perda de miocárdio viável ou de novas anormalidades do movimento da parede em um padrão consistente com um quadro isquêmico e/ou identificação de trombo coronário por angiografia ou autópsia. 424

As principais entidades clínicas que podem simular um IAM com supradesnível do segmento ST são: miocardite/pericardite, cardiomiopatia de Takotsubo, síndromes da onda J (usado para descrever tanto a síndrome de Brugada quanto a síndrome de repolarização precoce), anormalidades secundárias da repolarização (como bloqueio de ramo esquerdo, marca-passo ventricular e hipertrofia ventricular), distúrbios eletrolíticos (hipercalemia e hipercalcemia) e outras causas não isquêmicas (como síndrome de Wolff-Parkinson-White, embolia pulmonar, hemorragia intracraniana, hipotermia e pós-parada cardiorrespiratória), porém as alterações eletrocardiográficas evolutivas podem ajudar na diferenciação, além das diferenças nas histórias clínicas. 425

A caracterização tecidual in vivo com RMC permite a identificação de edema/inflamação nas síndromes coronarianas agudas/miocardite e diagnóstico de doenças crônicas e condições fibróticas (p. ex., em cardiomiopatias hipertróficas e dilatadas, estenose aórtica e amiloidose). 425 Na doença não isquêmica, o padrão e a distribuição do realce tardio (LGE; do inglês, late gadolinium enhancement ) podem oferecer pistas sobre etiologia e significado prognóstico. 425 A miocardite geralmente causa cicatrizes subepicárdicas/mesocárdicas, geralmente (embora nem sempre) em uma distribuição não coronariana, poupando o subendocárdio 426 , 427

Na miocardite, a imagem ponderada em T2 também pode identificar regiões de inflamação, caracteristicamente, em uma distribuição não coronariana. Por outro lado, o mapeamento T1 paramétrico está também disponível, fornecendo avaliação quantitativa e objetiva do edema/inflamação (p. ex., no IAM/miocardite). 426 , 427 Existe uma interação dinâmica entre inflamação e fibrose em vários precursores de IC, como IAM e miocardite. O diagnóstico precoce de IC com biomarcadores e imagem é fundamental; enquanto a RMC é útil para avaliar a extensão da lesão, medições seriadas de biomarcadores indicam se inflamação e fibrose são progressivas. 427

Clinicamente, caso de miocardite simulando IAM é extremamente complexo para os médicos fazerem um diagnóstico preciso. A definição da anatomia coronariana é mandatória, seja com a coronariografia ou com a angiotomografia de coronárias. Além disso, um diagnóstico correto de miocardite, por si só, é um desafio devido a padrões não específicos de sua apresentação clínica e a falta de um método de diagnóstico preciso e confiável. Embora seja recomendada a realização de BEM nas diretrizes como método ideal, o diagnóstico de miocardite na prática rotineira é geralmente baseado em considerações abrangentes do histórico médico dos pacientes, manifestações clínicas e exames complementares, dentre os quais a RMC, que tem vantagem significativa na detecção de anormalidades do miocárdio e na discriminação precisa de pacientes com miocardite daqueles com IAM verdadeiro. 421 - 423 , 425 - 427 Na Figura 16 , sugerimos um fluxograma de avaliação de paciente com IAM versus miocardite.

Figura 16. - Diagnóstico diferencial de dor torácica: IAM versus miocardite.

Figura 16

BEM: biópsia endomiocárdica; ECG: eletrocardiograma; ECO: ecocardiograma; IAM: infarto agudo do miocárdio; RMC: ressonância magnética cardíaca; Tn: troponina.

7. Cardite Reumática

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a endemia de febre reumática em países de baixa renda e orientou ação global focada em prevenção, diagnóstico e profilaxia secundária. 428 A febre reumática é uma doença bifásica, cujo surto agudo manifesta-se com variáveis combinações de artrite, cardite, coreia, lesões cutâneas e subcutâneas, e a miocardite ocorre em mais de 50% dos pacientes. 429 Cerca de 5% dos pacientes com miocardite reumática aguda apresentam manifestação clínica significativa que motivam atendimento médico e até 50% dos pacientes com cardite aguda evoluem para cardiopatia reumática crônica (fase tardia), caracteristicamente valvopatia mitral e/ou aórtica. 430 , 431 A prevalência de cardite reumática em nosso meio não é conhecida, mas várias informações evidenciam que se trata de condição frequente e subdiagnosticada. Em 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro informou que ocorreram 5.169 hospitalizações relacionadas à febre reumática aguda. 432 Estima-se que, atualmente, cerca de 40 milhões de pessoas ao redor do mundo tenham cardiopatia reumática crônica e que essa doença leve a aproximadamente 300.000 mortes por ano. 433 Um estudo brasileiro realizado no estado de Minas Gerais, em 5.996 estudantes de 21 escolas, encontrou 0,42% de prevalência de cardiopatia reumática crônica, número 2 a 10 vezes maior à média documentada em países desenvolvidos. 434

A suspeita de cardite reumática deve ser feita concomitante à suspeita de surto agudo de febre reumática, inicialmente por meio da aplicação dos critérios de Jones, que foram revisados em 2015. 435 Recomenda-se estratificar epidemiologicamente o risco de causa reumática, sendo considerados de alto risco pacientes oriundos de regiões cuja incidência de febre reumática é maior que 2 por 100 mil escolares (5 a 14 anos) por ano, ou prevalência de sequela valvar reumática maior que 1 por 1.000 pessoas por ano. Estima-se que grande parte da população brasileira resida em regiões com essas características. Também houve inclusão de critérios ecocardiográficos e expansão da utilização dos critérios para diagnóstico de recidiva 436 ( Tabela 38 ). Portanto, a etiologia reumática deve ser considerada em pacientes com cardite em nosso meio, principalmente jovens, em regiões de baixa renda e/ou com antecedente de valvopatia reumática.

Tabela 38. – Critérios de Jones modificados em 2015.

Primeiro surto de febre reumática Recidiva de febre reumática
2 critérios maiores; ou 1 critério maior e pelo menos 2 menores 2 critérios maiores; ou 1 critério maior e pelo menos 2 menores; ou 3 critérios menores
  População de baixo risco (<2/100.000 casos de febre reumática aguda por anos e <1/1.000 casos de sequela valvar reumática por ano) População de risco moderado/alto risco (>2/100.000 casos de febre reumática aguda por anos e >1/1.000 casos de sequela valvar reumática por ano)
Critérios maiores Critérios maiores
  • – Cardite (clínica ou subclínica)

  • – Cardite (clínica ou subclínica)

  • – Artrite (apenas poliartrite)

  • – Artrite (apenas poliartrite, poliartralgia e/ou monoartrite)

  • – Coreia

  • – Coreia

  • – Eritema marginado

  • – Eritema marginado

  • – Nódulo subcutâneo

  • – Nódulo subcutâneo

Critérios menores Critérios menores
  • – Poliartralgia

  • – Monoartralgia

  • – Febre (maior ou igual 38,5°C)

  • – Febre (maior ou igual 38°C)

  • – Elevação de VHS (>60 mm na primeira hora) e/ou PCR maior que o limite superior de referência)

  • – Elevação de VHS (>60 mm na primeira hora) e/ou PCR maior que o limite superior de referência)

  • – Intervalo PR prolongado corrigido para idade (quando não houver cardite)

  • – Intervalo PR prolongado corrigido para idade (quando não houver cardite)

  Evidência de infecção prévia pelo Streptococcus B-hemolítico do grupo A (cultura positiva de orofaringe; teste rápido positivo; escarlatina; títulos elevados de anticorpos antiestreptocócicos) Evidência de infecção prévia pelo Streptococcus B-hemolítico do grupo A (cultura positiva de orofaringe; teste rápido positivo; escarlatina; títulos elevados de anticorpos antiestreptocócicos)

PCR: proteína C reativa; VHS: velocidade de hemossedimentação.

Quando há documentação de surto agudo de febre reumática ou manifestação clínica de IC, é fundamental a busca ativa por cardite reumática. A cardite reumática é uma pancardite, acometendo em grau variável pericárdio, miocárdio e endocárdio, sendo esta a principal manifestação: valvulite aguda – presente em 90% dos casos, caracteristicamente por valvopatia regurgitativa aguda mitral e/ou aórtica. 437 Quando há sintomas, o principal mecanismo é a valvopatia aguda (preferencialmente mitral) e, menos frequente e com menos intensidade, miocardite e pericardite. 438 Portanto, o foco inicial da investigação é a detecção da valvopatia, podendo ser reconhecida por exame físico, mas é mandatória a realização ecocardiográfica, inicialmente transtorácica, reservando-se a avaliação transesofágica para situações infrequentes de janela inadequada. 439 O ECG de 12 derivações, além do alargamento do intervalo PR, pode demonstrar QT longo e alterações compatíveis com pericardite e sobrecarga de câmaras esquerdas. 440 Habitualmente, não há elevação de troponina e CKMB, indicando que o dano miocárdico é pequeno. 431 , 441 A radiografia de tórax pode ser útil em documentar cardiomegalia e congestão. 442 Após essa avaliação inicial, a hipótese diagnóstica pode ser: 443 , 444

  1. Cardite subclínica: exame clínico sem alterações de alerta, ECG apenas com intervalo PR prolongado e/ou ecodopplercardiograma evidenciando regurgitação leve mitral e/ou aórtica

  2. Cardite leve: taquicardia desproporcional à febre, sopro regurgitativo identificável, ECG apenas com intervalo PR prolongado, radiografia de tórax sem alterações de alerta e ecodopplercardiograma evidenciando regurgitação leve a moderada mitral e/ou aórtica

  3. Cardite moderada: critérios da cardite leve associados a sintomas leves de IC e/ou QT longo e/ou cardiomegalia e congestão na radiografia e/ou dilatação leva a moderada de câmaras esquerdas

  4. Cardite grave: sintomas limitantes de IC com regurgitação valvar importante e/ou cadiomegalia importante e/ou disfunção ventricular sistólica.

Dessa forma, a miocardite reumática, em si, é pouco exuberante, deve ser suspeitada quando há critérios para cardite reumática, IC manifesta, sem valvopatia aguda anatomicamente importante. Nessa situação, também é fundamental a avaliação minuciosa de possível diagnóstico diferencial de miocardite.

Pacientes com quadros leves, moderados e graves devem ter continuação da investigação diagnóstica com exames de imagem. A cintilografia com Gálio-67 apresenta alta sensibilidade e especificidade, é o exame mais estudado e deve ser o primeiro a ser realizado. 445 , 446 Cintilografia antimiosina é menos sensível, assim como o PET scan , sendo ambos opções em indisponibilidade do Gálio, ou quando há evidência de outros diagnósticos diferenciais. 447 , 448 A RM carece de trabalhos específicos para febre reumática, ainda mais que o acometimento é prioritariamente valvar, sendo mais um exame útil em diagnósticos diferenciais. 449 A BEM apresenta baixa sensibilidade, porém altíssima especificidade, sendo o achado de nódulos de Aschoff patognomônico de miocardite reumática. Sua indicação é em casos graves e refratários 450 ( Tabela 39 ).

Tabela 39. – Exames diagnósticos para cardite reumática.

Indicações Classe Nível de evidência
Eletrocardiograma 12 derivações I B440
Radiografia de tórax I C442
Ecodopplercardiograma transtorácico I B436,439
Ecodopplercardiograma transesofágico em situações de dificuldade de visualização transtorácica I C436,439
VHS e PCR (ver critérios de Jones) I B436
Antiestreptolisina O (ver critérios de Jones) I C436
Antidexirribonuclease B com alternativa à antiestreptolisina O IIa C435
Alfa-1 glicoproteína ácida para monitoramento da atividade inflamatória IIa C444
Eletroforese de proteína (alfa-2 globulina) para monitoramento da atividade inflamatória IIa C444
Troponina como critério diagnóstico IIb B431,441
Cintilografia com Gálio-67 IIa B445,446
PET 18F-FDG CT IIb B448
Ressonância cardíaca IIb C449
Biópsia endomiocárdica IIb C444,450

PCR: proteína C reativa; PET 18F-FDG: tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose; VHS: velocidade de hemossedimentação.

Para todos os pacientes com cardite reumática, apesar de se tratar de resposta imune tardia, recomenda-se erradicação estreptocócica. 451 O tratamento da forma subclínica e leve implica controle dos sintomas associados ao surto agudo e monitoramento da evolução. A forma moderada e grave implica uso de corticosteroides, inicialmente via oral, e pulsoterapia se refratariedade. 452 - 455 Medicações como iECA, furosemida, espironolactona e digoxina devem ser usadas se IC manifesta. 450 A refratariedade implica ponderar tratamento cirúrgico valvar na fase aguda ( Tabela 40 ). 456 - 457

Tabela 40. – Tratamento da cardite reumática.

Indicações Classe Nível de evidência
  • Erradicação do Streptococcus B-hemolítico do grupo A:

  • – Penicilina G benzatina 1.200.000 UI IM profunda dose única para maiores que 20kg

  • – Penicilina G benzatina 600.000 UI IM profunda dose única para menores que 20kg

  • – Amoxicilina 50mg/kg/dia (máximo 1.500mg) divida em 3 doses, por 10 dias

  • – Para alérgicos à penicilina – eritromicina 40mg/kg/dia (máximo 1.000mg) dividida em 4 doses, por 10 dias

I C444, 451
Repouso, se caso moderado ou grave IIa C444
Hospitalização para controle de sintomas em cardite moderada a grave IIa C444
Prednisona 0,5 a 1 mg/kg/dia (máximo 50mg) via oral, pode ser dividida em 2 a 3 doses diárias, mantendo por 15 dias, com redução posterior semanal de 20% da dose em casos subclínicos a leves. Tempo total de 4 a 8 semanas. IIb B444,452,453
Ácido acetilsalicílico 100mg/kg (máximo 3 a 4g) dividido em 4 doses ou Naproxeno 20mg/kg (máximo 1.000mg) dividido em 2 doses para casos subclínicos com artrite e/ou pericardite associada. Tempo total de 2 semanas. I B444,453
Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia (máximo 60mg) via oral, pode ser dividida em 2 a 3 doses diárias, mantendo por 15 dias, com redução posterior semanal de 20% da dose em casos moderados a graves. Tempo total em torno de 12 semanas. I B444,452,453
Metilprednisolona 30mg/kg/dia em ciclos semanais em casos graves e refratários ao tratamento inicial. IIb B454,455
Na presença de sinais/sintomas de disfunção ventricular, tratamento medicamentoso da IC com diurético e drogas com atuação neuro-hormonal I C450
  • Cirurgia cardíaca valvar em casos graves e refratários:

  • – Plástica valvar mitral com técnica que permita crescimento anel

  • – Prótese mecânica aórtica preferencial

I B456,457

IC: insuficiência cardíaca.

8. Miocardites por Doenças Autoimunes

O envolvimento cardíaco nas doenças autoimunes pode incluir pericárdio, miocárdio, endocárdio, valvas e coronárias. Dentre as entidades, merecem destaque em relação à miocardite, a sarcoidose, a miocardite de células gigantes, a doença de Behçet, a granulomatose eosinofílica com poliangeíte, o LES, a esclerodermia e a artrite reumatoide. Existe uma evidente limitação em relação ao diagnóstico de miocardite e sua prevalência nas doenças autoimunes, porém devemos considerar essa possibilidade quando da presença de sinais e sintomas sugestivos de acometimento cardíaco, quer seja com arritmias, síncope, IC, dor torácica e elevação de marcadores de necrose miocárdica, especialmente em pacientes com antecedente de doença autoimune ou quando existe acometimento cardíaco associado a sintomas de inflamação atingindo outros sistemas.

A elevação de marcadores inflamatórios inespecíficos, incluindo PCR/VHS e de lesão miocárdica, como troponina e BNP, habitualmente está presente, porém sem especificidade. ECG e ECO devem ser realizados para todos os pacientes com doenças autoimunes na suspeita de acometimento cardíaco. 12 , 188 A RM pode ser utilizada como método sensível e específico para avaliação de miocardite, além de ampliar o raciocínio em relação a diagnósticos diferenciais. 458 , 459 Outro método não invasivo tem sido o PET, especialmente em situações de suspeita de sarcoidose. 243 A solicitação de marcadores de autoimunidade, como FAN, fator reumatoide e ANCA, deve ser considerada e orientada pela suspeita clínica. 460 A BEM é o padrão-ouro para o diagnóstico de miocardite, quer seja por doenças autoimunes ou outras etiologias; mediante utilização de técnicas além da histologia, consegue diferenciar o acometimento infeccioso em relação ao não infeccioso; além disso, pode identificar a presença de vasculite ou outras doenças miocárdicas não inflamatórias. 151 O tratamento da miocardite pelas doenças autoimunes foi discutido em outra sessão deste documento.

A elevação de marcadores inflamatórios inespecíficos, incluindo PCR/VHS e de lesão miocárdica, como troponina e BNP, habitualmente está presente, porém sem especificidade. ECG e ECO devem ser realizados para todos os pacientes com doenças autoimunes na suspeita de acometimento cardíaco. 12 , 188 A RM pode ser utilizada como método sensível e específico para avaliação de miocardite, além de ampliar o raciocínio em relação a diagnósticos diferenciais. 458 , 459 Outro método não invasivo tem sido o PET, especialmente em situações de suspeita de sarcoidose. 243 A solicitação de marcadores de autoimunidade, como FAN, fator reumatoide e ANCA, deve ser considerada e orientada pela suspeita clínica. 460 A BEM é o padrão-ouro para o diagnóstico de miocardite, quer seja por doenças autoimunes ou outras etiologias; mediante utilização de técnicas além da histologia, consegue diferenciar o acometimento infeccioso em relação ao não infeccioso; além disso, pode identificar a presença de vasculite ou outras doenças miocárdicas não inflamatórias. 151 O tratamento da miocardite pelas doenças autoimunes foi discutido em outra sessão deste documento.

9. Manejo das Arritmias Cardíacas na Miocardite

9.1. Avaliação Não Invasiva e Invasiva das Arritmias na Fase Aguda e Crônica das Diversas Causa das Miocardites

As arritmias cardíacas são manifestações relativamente frequentes no paciente com miocardite, podendo ocorrer em qualquer fase da doença. Os mecanismos arritmogênicos estão direta ou indiretamente relacionados ao grau de agressão inflamatória miocárdica. 55

Na fase aguda pela agressão viral e da resposta inflamatória, temos miocitólise associada à fibrose, que promovem a hiperatividade do sistema simpático e disfunção dos canais iônicos, especialmente na regulação do cálcio, criando o substrato eletrofisiológico para geração de arritmias. 461 Quanto maior o dano celular e o grau de comprometimento inflamatório, maior a probabilidade de ocorrência de arritmias ventriculares, sendo a reentrada o principal mecanismo arritmogênico.

Um amplo espectro de bradiarritmias e taquiarritmias ocorre no contexto da miocardite. BAV, alterações da repolarização ventricular e o prolongamento do intervalo QT são achados comuns na fase aguda da doença. Fibrilação atrial e taquicardias atriais também podem estar presentes no curso da miocardite aguda ou na fase crônica.

As arritmias ventriculares podem se manifestar através de extrassístoles e/ou taquicardias ventriculares. Estas podem ter um caráter monomórfico ou polimórfico e apresentarem-se de forma não sustentada ou sustentada (duração ≥30 segundos).

Os sintomas variam de acordo com a forma de apresentação da arritmia, o estado hemodinâmico e o grau de disfunção ventricular esquerda, podendo se manifestar por meio de palpitações, taquicardias, síncope ou morte súbita.

Os métodos diagnósticos diretos utilizados para avaliação não invasiva das arritmias são o ECG basal de 12 derivação, a eletrocardiografia ambulatorial contínua por 24 ou 48 horas (sistema Holter ) e o monitoramento de eventos (sistema Looper).

O ECG é geralmente alterado nos pacientes com miocardite, porém tais achados apresentam baixa sensibilidade e especificidade. 462 Ukena et al. 94 relataram que a duração prolongada do complexo QRS é um preditor independente para morte cardíaca ou transplante cardíaco em pacientes com suspeita de miocardite. O prolongamento do intervalo QTc acima de 440 ms, o desvio do eixo QRS e a presença de ectopias ventriculares, presentes no curso da miocardite, não parecem ser preditores independentes de pior prognóstico. O ECG é uma ferramenta de grande utilidade na detecção de bradiarritmias e taquiarritmias que se apresentam de forma sustentada.

Para documentação das arritmias que apresentam um caráter paroxístico, o monitoramento de eletrocardiografia ambulatorial pode ser utilizado. A duração do monitoramento depende da frequência dos sintomas e quanto mais esporádico mais difícil a sua documentação.

Através da eletrocardiografia ambulatorial por 24 horas ( Holter ), é possível a documentação de arritmias e anormalidades da condução atrioventricular. O Holter também nos auxilia na análise da distribuição nictemeral das arritmias, do sistema nervoso autônomo e do provável mecanismo eletrofisiológico. 463 Recomendamos a realização do Holter 24 horas na fase hospitalar para avaliação de possíveis arritmias assintomáticas e anormalidades intermitentes da condução atrioventricular ( Tabela 41 ). O Holter também pode ser recomendado na fase crônica da miocardite como método auxiliar para estratificação de risco de morte súbita. 463

Tabela 41. – Recomendações para a avaliação de arritmias na miocardite aguda.

Indicação Classe Nível de evidência
Holter para pacientes de risco prognóstico intermediário e alto I C

O real papel da avaliação invasiva por meio do estudo eletrofisiológico para estratificação do risco de morte súbita é ainda ponto de investigação em pacientes com miocardites. Um dos pontos a se considerar é que a reprodutibilidade de eventos arrítmicos significativos deve variar de acordo com a etiologia e o tipo de acometimento miocárdico. 464 Na sarcoidose cardíaca, por exemplo, encontramos alto grau de reprodutibilidade de eventos clínicos significativos com a estimulação elétrica programada, sendo esta útil na tomada de decisão. Nos pacientes que apresentaram taquicardia ventricular monomórfica não sustentada ou sustentada em algum momento da doença, importante realce tardio ou zonas de baixa voltagem ao estudo eletrofisiológico com mapeamento eletroanatômico parecem ter pior prognóstico, e estes achados podem auxiliar na estratificação do risco de morte súbita. 465 Na ausência de dados específicos, recomenda-se a utilização cautelosa desse método de estratificação do risco de morte súbita nesses pacientes, especialmente nos assintomáticos. 259

9.2. Tratamento de Arritmias e Prevenção da Morte Súbita na Fase Aguda e Subaguda

As arritmias podem estar associadas à miocardite principalmente na fase aguda, mas também na fase crônica, dependendo do grau de lesão tecidual, nos quais se destacam a inflamação e a fibrose residual, mas com uma base fisiológica ampla 466 , 467 ( Tabela 42 ). Podem estar presentes em 33,7% dos casos internados por miocardite, se apresentando tanto por taqui, quanto bradiarritmias e estão associados a morbidades como hipertireioidismo, idade, obesidade, IC, desequilíbrio eletrolítico e doença valvar. 95 A preexistência de cardiomiopatias como displasia arritmogênica do VD e canalopatias preexistentes está também associada à ocorrência de arritmias durante inflamação miocárdica. 468 , 469

Tabela 42. – Mecanismos potencialmente geradores de arritmia em pacientes com miocardites.

  • Lesão viral direta, gerando lise celular miocárdica e resposta imune inata

  • Persistência viral

Apoptose celular
  • Fibrose favorecendo mecanismos de reentrada

  • Efeito pró-arrítmico das citocinas

  • Alteração das gap junctions celulares

  • Infarto por lesão microvascular

As bradiarritmias são geralmente associadas aos BAV, que podem ser de vários graus e ocorrem predominantemente na fase aguda; mesmo assim, são raras. Obongayo et al. 92 observaram uma prevalência de 1,7% de BAV, sendo somente 1,1% de bloqueios avançados na fase intra-hospitalar de 31.760 pacientes internados com o diagnóstico de miocardite a partir do banco de dados do Nationawide Inpatient Survey dos EUA. Nos casos de BAV avançado de 3º grau, houve associação com maior morbidade e mortalidade.

A fibrilação atrial pode ocorrer em até 9% dos pacientes com miocardite aguda na fase hospitalar e se associa a maior mortalidade hospitalar (RC:1,7 com IC 95% 1,1-2,7, p = 0.02); choque cardiogênico (RC: 1,9, com IC 95% 1,3-2,8, p < 0.001) e tamponamento cardíaco (RC: 5,6 com IC 95% 1.2-25.3, p = 0.002). 470

As arritmias ventriculares, as mais associadas à probabilidade de morte súbita, podem corresponder até aproximadamente um quarto de todas as arritmias registradas em pacientes internados por miocardite, sendo a taquicardia ventricular a mais frequente. 95

O manejo das arritmias na fase aguda deve seguir o princípio de transitoriedade do processo, e as ectopias frequentes ou taquicardias não sustentadas não devem ser tratadas por antiarrítmicos específicos, exceto o betabloqueador, quando indicado. O uso do marca-passo temporário pode ser utilizado em BAV avançados nesta fase, e a indicação de marca-passo definitivo ou cardiodesfibrilador implantado deve seguir as indicações convencionais ( Tabela 43 ).

Tabela 43. – Tratamento das arritmias e prevenção da morte súbita relacionadas à miocardite.

Indicações Classe Nível de evidência
Tratamento com betabloqueador, espironolactona e sacubitril-valsartana para pacientes com disfunção sistólica de VE I C
Marca-passo provisório para bradiarritmias sintomáticas e/ou BAV avançado durante a fase aguda da miocardite I C
Terapia antiarrítmica com amiodarona na TVNS sintomática ou TV sustentada durante a fase aguda de miocardite I C
Implante de CDI na prevenção primária de MS em pacientes com cardiomiopatia dilatada na fase crônica (>6 meses), da miocardite com tratamento clínico otimizado CF II e III, FEVE ≤35% e expectativa de vida de pelo menos 1 ano IIa C
Indicação de CDI nas fases aguda e subaguda de miocardite (<6 meses) III C
Indicação de agentes antiarrítmicos para prevenção primária de arritmias cardíacas em pacientes com miocardite III C

BAV: bloqueio atrioventricular; CDI: cardiodesfibrilador implantável; CF: classe funcional; FEVE: fração de ejeção de ventrículo esquerdo; MS: morte súbita; TV: taquicardia ventricular; TVNS: taquicardia ventricular não sustentada; VE: ventrículo esquerdo..

10. Avaliação Prognóstica e Seguimento

10.1. Marcadores de Prognóstico e Evolução

A miocardite se apresenta com ampla diversidade fenotípica. Grande parte de indivíduos com miocardite aguda, que se apresentam com cardiomiopatia dilatada aguda, evoluem com melhora do quadro em poucos dias. 14 Relatos de séries apresentam valores entre 10% e 20% de eventos cardiovasculares sérios a longo prazo e risco de recaída de 10%. 109

Inúmeros fatores têm sido envolvidos no prognóstico, quer sejam clínicos, quer sejam laboratoriais. A manutenção da função ventricular preservada durante o quadro agudo tem sido repetidamente relacionada com melhora espontânea sem sequelas. 15 Outras análises registram que níveis reduzidos da pressão arterial e da frequência cardíaca, síncope, disfunção sistólica do ventrículo direito, pressão arterial pulmonar elevada assim como classe funcional avançada da New York

Heart Association devem ter papel importante. 94 A etiologia também tem se mostrado valorosa no espectro prognóstico. Portadores de miocardite linfocítica aguda, que mantiveram função ventricular preservada, evoluíram com melhora espontânea e sem sequelas. Em contraposição, o Myocarditis Treatment Trial registrou que pacientes com IC e FEVE inferior a 45% apresentaram mortalidade de 56% em 4 anos. A miocardite de células gigantes e a eosinofílica evoluem de forma mais sombria. 14 Portadores de miocardite fulminante apresentam dramático prognóstico a curto prazo; no entanto, quando sobreviventes, apresentaram melhor prognóstico que várias outras etiologias. 17 , 98

O ECG mostrou valor prognóstico em avaliação recente. 471 A RM, exame de destacado valor no cenário do diagnóstico da miocardite, já apresentou utilidade com o uso da técnica do realce tardio; 109 contudo, em mais recente publicação, não confirmou valor preditivo, seja na melhora da função ventricular ou na remodelação em avaliação a longo prazo. 472 Apesar do avanço no diagnóstico, o prognóstico continua sendo um desafio, provavelmente por inúmeros fatores conhecidos ou não. É possível considerar as causas que variam enormemente com suas peculiaridades, apresentação clínica, envolvimento imunológico e genético, entre outras. 137

10.2 Seguimento Ambulatorial nas Avaliações dos Métodos Complementares

O seguimento clínico acompanhado do ECG deve acontecer continuamente nos pacientes que já apresentaram o diagnóstico. Diante do valor inegável da função ventricular, exames de imagem devem ser incluídos. O ecocardiograma surge como alternativa útil e de mais fácil acesso, trazendo a informação mais relevante nesse cenário ( Tabela 44 ).

Tabela 44. – Recomendações gerais de acompanhamento na miocardite473,474.

Indicações Classe Nível de evidência
Acompanhamento clínico com eletrocardiograma dos pacientes de baixo risco com 1, 3, 6 e 12 meses, e anualmente a seguir I C
Acompanhamento por ecocardiograma dos pacientes de baixo risco com 1, 6 e 12 meses, e anualmente a seguir I C
Avaliação clínica laboratorial em pacientes com risco intermediário e com Holter e exames de imagem aos 1, 3 e 6 meses (ecocardiograma e/ou ressonância de acordo com disponibilidade), e anualmente a seguir I C
Entre pacientes portadores de miocardite de alto risco, realizar acompanhamento clínico e laboratorial com Holter e exames de imagem com 15 dias, 1, 3 e 6 meses (ecocardiograma ou ressonância de acordo com a disponibilidade), e anualmente a seguir I C

Footnotes

Nota: Estas diretrizes se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Realização: Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DEIC-SBC)

Referências

  • 1.Leone O, Veinot JP, Angelini A, Baandrup UT, Basso C, Berry G, et al. 2011 Consensus statement on endomyocardial biopsy from the Association for European Cardiovascular Pathology and the Society for Cardiovascular Pathology. Cardiovasc Pathol. 2012;21(4):245–74. [DOI] [PubMed]
  • 2.Basso C, Calabrese F, Corrado D, Thiene G. Postmortem diagnosis of sudden cardiac death victims: microscopic and molecular findings. Cardiovasc Res. 2001;50(2):290–300. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 3.GBD 2013 Risk Factors Collaborators; Forouzanfar MH, Alexander L, Anderson HR. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990–2013: A systematic analysis for the global burden of disease study 2013. Lancet. 2015;386(9995):743–800. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 4.Felker GM, Hu W, Hare JW, Hruban RH, Baughman KL, Kasper EK. The spectrum of dilated cardiomyopathy. The Johns Hopkins experience in 1278 patients. Medicine(Baltimore) 1999;78:270–283. [DOI] [PubMed]
  • 5.Towbin JA, Lowe AM, Colan SD, Sleeper LA, Orav EJ, Clunie S, et al. Incidence, causes, and outcomes of dilated cardiomyopathy in children. JAMA 2006;296(15):1867–76. [DOI] [PubMed]
  • 6.Kyto V, Sipila J, Rautava P. Gender differences in myocarditis: A nationwide study in Finland. Eur Heart J. 2013(Suppl 1):3505.
  • 7.Fairweather D, Cooper LT Jr, Blauwet LA. Sex and gender differences in myocarditis and dilated cardiomyopathy. Curr Probl Cardiol. 2013;38(1):7–46. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 8.Cooper LT Jr, Berry GJ, Shabetai R. Idiopathic giant-cell myocarditis-natural history and treatment. Multicenter Giant Cell Myocarditis Study Group Investigators.N Engl J Med. 1997;336(26):1860-6. [DOI] [PubMed]
  • 9.Saji T, Matsuura H, Hasegawa K, Nishikawa T, Yamamoto E, Ohki H, et al. Comparison of the clinical presentation, treatment, and outcome of fulminant and acute myocarditis in children. Circ J. 2012;76(5):1222–8. [DOI] [PubMed]
  • 10.Amabile N, Fraisse A, Bouvenot J, Chetaille P, Ovaert C. Outcome of acute fulminant myocarditis in children. Heart. 2006;92(9):1269–73.. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 11.Caforio AL, Calabrese F, Angelini A, Tona F, Vinci A, Bottaro S, et al. A prospective study of biopsy- proven myocarditis: prognostic relevance of clinical and aetiopathogenetic features at diagnosis. Eur Heart J. 2007;28(11):1326–33. [DOI] [PubMed]
  • 12.Caforio AL, Pankuweit S, Arbustini E, Basso C, Gimeno-Blanes J, Felix SB, et al. Current state of knowledge on aetiology,diagnosis, managment, and therapy of myocarditis: a position statement of the European Society of Cardiology Working Group. Eur Heart J. 2013;34(33):2636-48. [DOI] [PubMed]
  • 13.Aretz HT, Billingham ME, Edwards WD, Factor SM, Fallon JT, Fenoglio JJ Jr, et al. Myocarditis: a histopathologic definition and classification. Am J Cardiol Pathol. 1985;1(1)3-14. [PubMed]
  • 14.Fung G, Luo H, Qiu Y, Yang D, McManus B. Myocarditis. Circ Res. 2016;118(3):496-514. [DOI] [PubMed]
  • 15.Kindermann I, Barth C, Mahfoud F, Ukena C, Lenski M, Yilmaz A, et al. Update on myocarditis. J Am Coll Cardiol. 2012;59(9):779–92. [DOI] [PubMed]
  • 16.Kühl U, Pauschinger M, Noutsias M, Seeberg B, Bock T, Lassner D, et al. High prevalence of viral genomes and multiple viral infections in the myocardium of adults with “idiopathic” left ventricular dysfunction. Circulation. 2005;111(7):887-93. [DOI] [PubMed]
  • 17.Blauwet LA, Cooper LT. Myocarditis. Prog Cardiovasc Dis. 2010;52(4): 274-88. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 18.Yilmaz A, Klingel K, Kandolf R, Sechtem U. A geographical mystery: do cardiotropic viruses respect national borders? J Am Coll Cardiol. 2008;52(1):82; [DOI] [PubMed]
  • 19.Costa EG, Santos SO, Sojo-Milano M, Amador EC, Tatto E, Souza DS, et al. Acute Chagas Disease in the Brazilian Amazon: Epidemiological and clinical features. Int J Cardiol. 2017;235:176-8. Doi:10.1016/ijcard.2017.02.101 [DOI] [PubMed]
  • 20.Nunes H, Freynet O, Naggara N, Soussan M, Weinman P, Diebold B, et al. Cardiac sarcoidosis. Semin Respir Crit Care Med. 2010;31(4):428-41. [DOI] [PubMed]
  • 21.Cooper LT Jr. Giant cell and granulomatous myocarditis. Heart Fail Clin. 2005;1(3):431-7. [DOI] [PubMed]
  • 22.Mahmood SS, Fradley MG, Cohen JV, Nohria A, Reynolds KL, Heinzerling LM, et al. Myocarditis in Patients Treated With Immune Checkpoint Inhibitors. J Am Coll Cardiol. 2018;71(16):1755-64. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 23.Johnson DB, Balko JM, Compton ML, Chalkias S, Gorham J, Xu Y, et al. Fulminant Myocarditis with Combination Immune Checkpoint Blockade. N Engl J Med. 2016 Nov 3;375(18):1749-55. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 24.Tocchetti CG, Galdiero MR, Varricchi G. Cardiac Toxicity in Patients Treated With Immune Checkpoint Inhibitors: It Is Now Time for Cardio-Immuno- Oncology. J Am Coll Cardiol. 2018 Apr 24;71(16):1765-7 [DOI] [PubMed]
  • 25.Belkaya S, Kontorovich AR, Byun M, Mulero-Navarro S, Bajolle F, Cobat A, et al. Autosomal recessive cardiomyopathy presenting as acute myocarditis. J Am Coll Cardiol. 2017;69(13):1653–65. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 26.Caforio AL, Keeling PJ, Zachara E, Mestroni L, Camerini F, Mann JM, et al. Evidence from family studies for autoimmunity in dilated cardiomyopathy. Lancet. 1994;344(8925):773-7. [DOI] [PubMed]
  • 27.Cannata A, Artico J, Gentile P, Merlo M, Sinagra G. Myocarditis evolving in cardiomyopathy: when genetics and offending causes work together. Eur Heart J Suppl. 2019 ;21 (Suppl B):B90-B95. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 28.Malkiel S, Kuan AP, Diamond B. Autoimmunity in heart disease: mechanisms and genetic susceptibility. Mol Med Today. 1996;2(8):336–42. [DOI] [PubMed]
  • 29.Lopez-Ayala JM, Pastor-Quirante F, Gonzales-Carillo J, Lopez-Cuenca D, Sanchez-Munoz JJ, Olivia-Sandoval MJ, et al. Genetics of myocarditis in arrhythmogenic right ventricular dysplasia. Heart Rhythm. 2015;12(4):766-73. [DOI] [PubMed]
  • 30.Kawai C. From myocarditis to cardiomyopathy: mechanisms of inflammation and cell death: learning from the past for the future. Circulation. 1999;99(8):1091-100. [DOI] [PubMed]
  • 31.Maisch B, Noutsias M, Ruppert V, Richter A, Pankuweit S. Cardiomyopathies: classification, diagnosis, and treatment. Heart Fail Clin. 2012;8(1):53-78. [DOI] [PubMed]
  • 32.D’Ambrosio A, Patti G, Manzoli A, Sinagra G, Di Lenarda A, Silvestri F, Di Sciascio G. The fate of acute myocarditis between spontaneous improvement and evolution to dilated cardiomyopathy: a review. Heart. 2001;85(5):499 –504. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 33.Saraste A, Arola A, Vuorinen T, Kyto V, Kallajoki M, Pulkki K, et al. Cardiomyocyte apoptosis in experimental coxsackievirus B3 myocarditis. Cardiovasc Pathol. 2003;12(5):255-62. [DOI] [PubMed]
  • 34.Zhou F, Jiang X, Teng L, Yang J, Ding J, He C. Necroptosis may be a novel mechanism for cardiomyocyte death in acute myocarditis.Mol Cell Biochem. 2017;442(1):11-8. [DOI] [PubMed]
  • 35.Fairweather D, Rose NR. Cox sackievirus-induced myocarditis in mice: a model of autoimmune disease for studying immunotoxicity. Methods 2007; 41:118–22. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 36.Kraft L, Erdenesukh T, Sauter M, Tschope C, Klingel K. Blocking the IL-1beta signalling pathway prevents chronic viral myocarditis and cardiac remodeling. Basic Res Cardiol. 2019;114(6):11. [DOI] [PubMed]
  • 37.Afanasyeva M, Georgakopoulos D, Belardi DF, Bedja D, Fairweather D, Wang Y, et al. Impaired up-regulation of CD25 on CD4+ T cells in IFNgamma knockout mice is associated with progression of myocarditis to heart failure. Proc Natl Acad Sci USA. 2005;102(1):180-5. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 38.Klingel K, Hohenadl C, Canu A, Albrecht M, Seemann M, Mall G, et al. Ongoing enterovirus-induced myocarditis is associated with persistente heart muscle infection: quantitative analysis of virus replication, tissue damage, and inflammation. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89(1):314-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 39.Becher PM, Gotzhein F, Klingel K, Escher F, Blankenberg S, Westermann D, et al. Cardiac function remains impaired despite reversible cardiac remodeling after acute experimental viral myocarditis. J Immunol Res. 2017;2017:0 6590609 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 40.Epelman S, Liu PP, Mann DL. Role of innate and adaptive imune mechanisms in cardiac injury and repair. Nat Rev Immunol; 2015;15(2):117-29. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 41.Henke A, Huber S, Stelzner A, Whitton JL. The role of CD8+ T lymphocytes in coxsackievirus B3-induced myocarditis. J Virol. 1995;69(11):6720-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 42.Leipner C, Borchers M, Merkle I, Stelzner A. Coxsackievirus B3-induced myocarditis in MHC class II-deficient mice. J Hum Virol.1999;2(2):102-14. [PubMed]
  • 43.Rose NR. Myocarditis: infection versus autoimmunity. J Clin Immunol. 2009; 29(6):730–7. [DOI] [PubMed]
  • 44.Błyszczuk P. Myocarditis in humans and in experimental animal models. Front Cardiovasc Med. 2019;6:64.doi: 10.3389/fcvm.2019.00064. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 45.Mangini S, Higuchi Mde L, Kawakami JT, Reis MM, Ikegami RN, Palomino AP, et al. Infectious agents and inflammation in donated hearts and dilated cardiomyopathies related to cardiovascular diseases, Chagas’ heart disease, primary and secondary dilated cardiomyopathies. Int J Cardiol. 2015;178:55-6. [DOI] [PubMed]
  • 46.Lv H, Havari E, Pinto S, Gottumukkala RV, Cornivelli L, Raddassi K, et al. Impaired thymic tolerance to alpha-myosin directs autoimmunity to the heart in mice and humans. J Clin Invest. 2011;121(4):1561-73. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 47.Rosenstein ED, Zucker MJ, Kramer N. Giant cell myocarditis: most fatal of autoimmune diseases. Semin Arthritis Rheum. 2000;30(1):1-16. [DOI] [PubMed]
  • 48.Baughman RP, Lower EE, du Bois RM. Sarcoidosis. Lancet. 2003;361(9363):1111-8. [DOI] [PubMed]
  • 49.Thomas PD, Hunninghake GW. Current concepts of the pathogenesis of sarcoidosis. Am Rev Respir Dis.1987;135(3):747-60. [DOI] [PubMed]
  • 50.Ginsberg F, Parrillo JE. Eosinophilic myocarditis. Heart Fail Clin. 2005;1(3):419-29. [DOI] [PubMed]
  • 51.Taliercio CP, Olney BA, Lie JT. Myocarditis related to drug hypersensitivity. Mayo Clin Proc. 1985;60(7):463-8. [DOI] [PubMed]
  • 52.Spodick DH. Eosinophilic myocarditis. Mayo Clin Proc. 1997;72(10):996. [DOI] [PubMed]
  • 53.Narula N, McNamara DM. Endomyocardial biopsy and natural history of myocarditis. Heart Fail Clin. 2005;1(3):391-406. [DOI] [PubMed]
  • 54.Gallegos C, Rottmann D, Nguyen VQ, Baldassarre LA. Myocarditis with checkpoint inhibitor immunotherapy: case report of late gadolinium enhancement on cardiac magnetic resonance with pathology correlate. Eur Heart J- Case Rep. 2019;3(1):1-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 55.Montera MW, Mesquita ET, Colafranceschi AS, Olivei et al. I DIretrIz BrasIleIra de MIocardItes e PerIcardItes. Arq Bras Cardiol. 2013: 100 (4 supl. 1):1-36.
  • 56.Anzin Mi, Merlo M, Sabbadini G, Barbati G, Finocchiaro G, Pinamonti B, et al. Long-term Evolution and Prognostic Stratification of Biopsy-Proven Active Myocarditis.Circulation. 2013;26;128(22):2384-94. [DOI] [PubMed]
  • 57.Grun S, Schumm J, Greulich S, Wagner A, Schneider S, Bruder O, et al. Long-term follow-up of biopsy-proven viral myocarditis: predictors of mortality and incomplete recovery. J Am Coll Cardiol. 2012;59(18):1604-15. [DOI] [PubMed]
  • 58.Lurz P, Eitel I, Adam J, Steiner J, Grothoff M, Desch S, et al. Diagnostic Performance of CMR Imaging Compared With EMB in Patients With Suspected Myocarditis. J Am Coll Cardiol Img. 2012;5(5):513–24. [DOI] [PubMed]
  • 59.Ferreira VM, Menger JS, Holmvang G, Kramer CM, Carbone L, Sechtem U, et al. Cardiovascular Magnetic Resonance in Nonischemic Myocardial Inflammation Expert Recommendations. J Am Coll Cardiol. 2018;18;72(24):3158-76. [DOI] [PubMed]
  • 60.Gutberlet M, Spors B, Thoma T, Bertram H, Denecke T, Felix R, et al. Suspected Chronic Myocarditis at Cardiac MR: Diagnostic Accuracy and Association With Immunohistologically Detected Inflammation and Viral Persistence. Radiology 2008;246(2):401-9. [DOI] [PubMed]
  • 61.Lauer B, Niederau C, Kühl U, Schannwell M, Pauschinger M, Strauer BE, Schultheiss HP. Cardiac Troponin T in Patients With Clinically Suspected Myocarditis. J Am Coll Cardiol. 1997;30(5):1354 –9. [DOI] [PubMed]
  • 62.Montera MW, Pereira Y, Silva EL, Takiya C, Mesquita ET. Accuracy of noninvasive methods to diagnose Chronic Myocarditis in patients with dilated cardiomyophaty. Eur J Heart Fail. 2011;(Suppl 10):S162-S165.
  • 63.Kociol RD, Cooper LT, Fang JC, Moslehi JJ, Pang PS, Sabe MA, et al. Recognition and Initial Management of Fulminant Myocarditis: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2020;141(6):e69-e92. [DOI] [PubMed]
  • 64.Ammirati E, Veronese G, Bottiroli M, Wang DW, Cipriani M, Garascia A, et al. Update on acute myocarditis. Trends Cardiovasc Med. 2021;31(6):370-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 65.Ammirati E, Cipriani M, Moro C, Raineri S, Pini D, Sormani P, et al. Clinical Presentation and Outcome in a Contemporary Cohort of Patients With Acute Myocarditis: Multicenter Lombardy Registry. Circulation. 2018 Sep 11;138(11):1088-99. [DOI] [PubMed]
  • 66.Fabre A, Sheppard MN. Sudden adult death syndrome and other nonischaemic causes of sudden cardiac death: a UK experience. Heart. 2006;92(3):316-20. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 67.Doolan A, Langlois N, Semsarian C. Causes of sudden cardiac death in young Australians. Med J Aust. 2004;180(3):110 –2. [DOI] [PubMed]
  • 68.Magnani JW, Dec GW. Myocarditis: current trends in diagnosis and treatment. Circulation. 2006;113(6):876-90. [DOI] [PubMed]
  • 69.Feldman AM, McNamara D. Myocarditis. N Engl J Med. 2000;343(19):1388–98. [DOI] [PubMed]
  • 70.Baboonian C, Treasure T. Meta-analysis of the association of enteroviruses with human heart disease. Heart. 1997;78(6):539-43. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 71.Sagar S, Liu PP, Cooper LT. Myocarditis. Lancet. 2012 February 25; 379(9817):738-47. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 72.Bozkurt B, Colvin M, Cook J, Cooper LT, Doswal A, Fonarow GC, et al. Current Diagnostic and Treatment Strategies for Specific Dilated Cardiomyopathies: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2016;134(23):e579-e646. [DOI] [PubMed]
  • 73.Angelini A, Calzolari V, Calabrese F, Boffa GM, Maddalena F, Chioin R, Thiene G. Myocarditis mimicking acute myocardial infarction: role of endomyocardial biopsy in the differential diagnosis. Heart. 2000;84(3):245–50. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 74.Magnani JW, Danik HJ, Dec GW Jr, DiSalvo TG. Survival in biopsy-proven myocarditis: a long- term retrospective analysis of the histopathologic, clinical, and hemodynamic predictors. Am Heart J.2006;151(2):463-70. [DOI] [PubMed]
  • 75.Imazio M, Brucato A, Mayosi BM, Derosa FG, Lestuzzi C, Macor A, et al. Medical therapy of pericardial diseases: part I: idiopathic and infectious pericarditis. J Cardiovasc Med (Hagerstown). 2010;11(10):712-22. [DOI] [PubMed]
  • 76.Kato S, Morimoto S, Hiramitsu S, Nomura M, Ito T, Hishida H. Use of percutaneous cardiopulmonary support of patients with fulminant myocarditis and cardiogenic shock for improving prognosis. Am J Cardiol.1999;83(4):623–5. [DOI] [PubMed]
  • 77.den Uil C A, Akin S, Jewbali L S, Dos Reis M D, Brugts J J, Constantinescu A A, et al. Short-term mechanical circulatory support as a bridge to durable left ventricular assist device implantation in refractory cardiogenic shock: a systematic review and meta-analysis. Eur J Cardiothorac Surg.2017;52(1):14-25. [DOI] [PubMed]
  • 78.Diddle JW, Almodovar M C, Rajagopal S K, Rycus P T, Thiagarajan R R. Extracorporeal membrane oxygenation for the support of adults with acute myocarditis. Crit Care Med. 2015;43(5):1016–25. [DOI] [PubMed]
  • 79.Tschöpe C, Van Linthout S, Klein O, Mairinger T, Krackhardt F, Potapov EV, et al. Mechanical Unloading by Fulminant Myocarditis: LV-IMPELLA, ECMELLA, BI-PELLA, and PROPELLA Concepts. J Cardiovasc Transl Res. 2019 Apr;12(2):116-123. doi: 10.1007/s12265-018-9820-2. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 80.McNamara DM, Starling RC, Cooper LT, Boehmer JP, Mather PJ, Janosko KM, et al. for the IMAC Investigators. Clinical and demographic predictors of outcomes in recent onset dilated cardiomyopathy. Results of the IMAC (intervention in myocarditis and acute cardiomyopathy)-2 study. J Am Coll Cardiol. 2011;58(11):1112-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 81.McCarthy RE, Boehmer JP, Hruban RH, Hutchins GM, Kasper EK, Hare JM, Baughman KL. Long-term outcome of fulminant myocarditis as compared with acute (non-fulminant) myocarditis. N Engl J Med. 2000;342(10):690–5. [DOI] [PubMed]
  • 82.Morimoto S, Kato S, Hiramitsu S, Uemura A, Ohtsuki M, Kato Y, et al. Role of myocardial interstitial edema in conduction disturbances in acute myocarditis. Heart Vessels. 2006 Nov;21(6):356-60. [DOI] [PubMed]
  • 83.Maisch B, Alter P. Treatment options in myocarditis and inflammatory cardiomyopathy: Focus on i. v. immunoglobulins. Herz. 2018 Aug;43(5):423- 30. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 84.Heymans S. Myocarditis and heart failure: need for better diagnostic, predictive, and therapeutic tools. Eur Heart J. 2007;28(11):1279-80. [DOI] [PubMed]
  • 85.Ukena C, Kindermann M, Mahfoud F, Geisel J, Lepper PM, Kandolf R, et al. Diagnostic and prognostic validity of different biomarkers in patients with suspected myocarditis. Clin Res Cardiol. 2014;103(9):743-51. [DOI] [PubMed]
  • 86.Jensen J, Ma LP, Fu ML, Svaninger D, Lundberg PA, Hammarsten O. Inflammation increases NT-proBNP and the NT-proBNP/BNP ratio. Clin Res Cardiol. 2010;99(7):445-52. [DOI] [PubMed]
  • 87.Mahfoud F, Gärtner B, Kindermann M, Ukena C, Gadomski K, Klingel K, et al. Virus serology in patients with suspected myocarditis: utility or futility. Eur Heart J. 2011;32(7):897-903. [DOI] [PubMed]
  • 88.Baughman KL. Diagnosis of myocarditis: death of Dallas criteria. Circulation. 2006;113(4):593-5. [DOI] [PubMed]
  • 89.Chow LH, Radio SJ, Sears TD, McManus BM. Insensitivity of right ventricular endomyocardial biopsy in the diagnosis of myocarditis. J Am Coll Cardiol. 1989;14(4):915-20. [DOI] [PubMed]
  • 90.Schöpe CT, Cooper LT, Torre-Amione G, Van Linthout, S. Management of Myocarditis-Related Cardiomyopathy in Adults. Circ Res. 2019;124:1568-83. [DOI] [PubMed]
  • 91.Oka E, Iwasaki Y-K, Maru Y, Fujimoto Y, Hagiwara K, Hayashi H, et al. Prevalence and Significance of an Early Repolarization Electrocardiographic Pattern and Its Mechanistic Insight Based on Cardiac Magnetic Resonance Imaging in Patients With Acute Myocarditis. Circ Arrhythm Electrophysiol. 2019 Mar;12(3):e006969. [DOI] [PubMed]
  • 92.Ogunbayo GO, Elayi S-C, Ha LD, Olorunfemi O, Elbadawi A, Saheed D, et al. Outcomes of Heart Block in Myocarditis: A Review of 31,760 Patients. Heart Lung Circ. 2019 Feb;28(2):272–6. [DOI] [PubMed]
  • 93.Wang Z, Wang Y, Lin H, Wang S, Cai X, Gao D. Early characteristics of fulminant myocarditis vs non-fulminant myocarditis: A meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2019 Feb;98(8):e14697. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 94.Ukena C, Mahfoud F, Kindermann I, Kandolf R, Kindermann M, Böhm M. Prognostic electrocardiographic parameters in patients with suspected myocarditis. Eur J Heart Fail. 2011 Apr;13(4):398–405. [DOI] [PubMed]
  • 95.Adegbala O, Olagoke O, Akintoye E, Adejumo AC, Oluwole A, Jara C, et al. Predictors, Burden, and the Impact of Arrhythmia on Patients Admitted for Acute Myocarditis. Am J Cardiol. 2019;123(1):139-44. [DOI] [PubMed]
  • 96.Steeds RP, Garbi M, Cardim N, Kasprzak JD, Sade E, Nihoyannopoulos P, et al. EACVI appropriateness criteria for the use of transthoracic echocardiography in adults: a report of literature and current practice review. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2017;18(11):1191-204. [DOI] [PubMed]
  • 97.Heymans S, Eriksson U, Lehtonen J, Cooper LT Jr. The Quest for New Approaches in Myocarditis and Inflammatory Cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2016 Nov 29;68(21):2348-64. [DOI] [PubMed]
  • 98.Felker GM, Boehmer JP, Hruban RH, Hutchins GM, Kasper EK, Baughman KL, Hare JM. Echocardiographic findings in fulminant and acute myocarditis. J Am Coll Cardiol. 2000;36(1):227-32. [DOI] [PubMed]
  • 99.Pinamonti B, Alberti E, Cigalotto A, Dreas L, Salvi A, Silvestri F, Camerini F. Echocardiographic findings in myocarditis. Am J Cardiol. 1988;62(4):285-91. [DOI] [PubMed]
  • 100.Mendes LA, Dec GW, Picard MH, Palacios IF, Newell J, Davidoff R. Right ventricular dysfunction: an independent predictor of adverse outcome in patients with myocarditis. Am Heart J. 1994;128(2):301-7. [DOI] [PubMed]
  • 101.Silvestry FE, Kerber RE, Brooke MM, Carroll JD, Eberman KM, Goldstein SA et al. Echocardiography-Guided Interventions. J Am Soc Echocardiogr.2009;22(3):213-31. [DOI] [PubMed]
  • 102.Sara L, Szarf G, Tachibana A, Shiozaki AA, Villa AV, de Oliveira AC, et al. II Guidelines on Cardiovascular Magnetic Resonance and Computed Tomography of the Brazilian Society of Cardiology and the Brazilian College of Radiology. Arq Bras Cardiol. 2014;103(6 Suppl 3):1-86. [DOI] [PubMed]
  • 103.Abdel-Aty H, Boye P, Zagrosek A, Wassmuth R, Kumar A, Messroghi D, et al. Diagnostic performance of cardiovascular magnetic resonance in patients with suspected acute myocarditis: comparison of different approaches. J Am Coll Cardiol. 2005;45(11):1815-22. [DOI] [PubMed]
  • 104.Ferreira VM, Schulz-Menger J, Holmvang G, Kramer IC, Sechtem U, Kindermann I, et al. Cardiovascular Magnetic Resonance in Nonischemic Myocardial Inflammation: Expert Recommendations. J Am Coll Cardiol. 2018;72(24):3158-76. [DOI] [PubMed]
  • 105.Friedrich MG, Sechtem U, Schulz-Menger J, Helmmang G, Alakija P, Cooper LT, et al. Cardiovascular magnetic resonance in myocarditis: A JACC White Paper. J Am Coll Cardiol. 2009;53(17):1475-87. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 106.Friedrich MG, Strohm O, Schulz-Menger J, Marciniak H, Luft FC, Dietz R. Contrast media-enhanced magnetic resonance imaging visualizes myocardial changes in the course of viral myocarditis. Circulation. 1998;97(18):1802-9. [DOI] [PubMed]
  • 107.Mahrholdt H, Goedecke C, Wagner A, et al. Cardiovascular magnetic resonance assessment of human myocarditis: a comparison to histology and molecular pathology. Circulation. 2004;109(10):1250-8. [DOI] [PubMed]
  • 108.Mahrholdt H, Wagner A, Deluigi CC, Kispert E, Hager S, Meinhardt G, et al. Presentation, patterns of myocardial damage, and clinical course of viral myocarditis. Circulation. 2006;114(15):1581-90. [DOI] [PubMed]
  • 109.Chopra H, Arangalage D, Bouleti C, Zarka S, Fayard F, Chilton S, et al. Prognostic value of the infarct- and non- infarct like patterns and cardiovascular magnetic resonance parameters on long- term outcome of patients after acute myocarditis. Int J Cardiol. 2016;212:63-9. [DOI] [PubMed]
  • 110.De Cobelli F, Pieroni M, Esposito A, Chimenti C, Belloni E, Mellone R, et al. Delayed gadolinium-enhanced cardiac magnetic resonance in patients with chronic myocarditis presenting with heart failure or recurrent arrhythmias. J Am Coll Cardiol. 2006;47(8):1649-54. [DOI] [PubMed]
  • 111.Messroghli DR, Moon JC, Ferreira VM, Grosse-Wortmann L, He T, Kellman P, et al. Clinical recommendations for cardiovascular magnetic resonance mapping of T1, T2, T2* and extracellular volume: A consensus statement by the Society for Cardiovascular Magnetic Resonance (SCMR) endorsed by the European Association for Cardiovascular Imaging (EACVI). J Cardiovasc Magn Reson. 2017;19(1):75. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 112.Lagan J, Schmitt M, Miller CA. Clinical applications of multi-parametric CMR in myocarditis and systemic inflammatory diseases. Int J Cardiovasc Imaging. 2018;34(1):35-54. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 113.Kotanidis CP, Bazmpani MA, Haidich AB, Karvounis C, Antoniades C, Karamitsos TD. Diagnostic Accuracy of Cardiovascular Magnetic Resonance in Acute Myocarditis: A Systematic Review and Meta-Analysis. JACC Cardiovasc Imaging. 2018;11(11):1583-90. [DOI] [PubMed]
  • 114.Luetkens JA, Faron A, Isaak A, et al. Comparison of Original and 2018 Lake Louise Criteria for Diagnosis of Acute Myocarditis: Results of a Validation Cohort. Radiol Cardiothorac Imaging. 2019;1(3):e190010. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 115.Aquaro GD, Ghebru Habtemicael Y, Camastra G, Monti L, Dellegrattaglie S, Moro C, et al. Prognostic Value of Repeating Cardiac Magnetic Resonance in Patients With Acute Myocarditis. J Am Coll Cardiol. 2019;74(20):2439-48. [DOI] [PubMed]
  • 116.Blissett S, Chocron Y, Kovacina B, Afilalo J. Diagnostic and prognostic value of cardiac magnetic resonance in acute myocarditis: a systematic review and meta-analysis. Int J Cardiovasc Imaging. 2019;35(12):2221-9. [DOI] [PubMed]
  • 117.Mewton N, Dernis A, Bresson D, Zouaghi O, Croisille P, Floard E, et al. Myocardial biomarkers and delayed enhanced cardiac magnetic resonance relationship in clinically suspected myocarditis and insight on clinical outcome. J Cardiovasc Med (Hagerstown). 2015;16(10): 696-703. [DOI] [PubMed]
  • 118.O’Connell JB, Henkin RE, Robinson JA, Subramanian R, Scanlon PJ, Gunnar RM. Gallium-67 imaging in patients with dilated cardiomyopathy and biopsy- proven myocarditis. Circulation. 1984;70(1):58–62. [DOI] [PubMed]
  • 119.Birnie DH, Sauer WH, Bogun F, Cooper JM, Culver DA, Duvernoy CS, et al. HRS expert consensus statement on the diagnosis and management of arrhythmias associated with cardiac sarcoidosis. Heart Rhythm . 2014;11(7):1304–23. [DOI] [PubMed]
  • 120.Hung MY, Hung MJ, Cheng CW Use of Gallium 67 Scintigraphy. Texas Heart Inst J 2007;34(3):305–9. [PMC free article] [PubMed]
  • 121.Kotani K, Kawabe J, Higashiyama S, Yoshida A, Shiomi S. Diffuse Gallium-67 Accumulation in the Left Atrial Wall Detected Using SPECT/CT Fusion Images. Case Rep Radiol. 2016;2016:6374584. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 122.Kim SJ, Pak K, Kim K. Diagnostic performance of F-18 FDG PET for detection of cardiac sarcoidosis; A systematic review and meta-analysis. J Nucl Cardiol.2020;27(6):2103-15. doi.org/10.1007/s12350-018-01582-y [DOI] [PubMed]
  • 123.Felix RCM, Gouvea CM, Reis CCW, dos Santos Miranda JS, Schtruk LBCE, Colafranceschi AS, et al. 18F-fluorodeoxyglucose use after cardiac transplant: A comparative study of suppression of physiological myocardial uptake. J Nucl Cardiol. 2018;27(1):173-81. [DOI] [PubMed]
  • 124.Chareonthaitawee P, Beanlands RS, Chen W, Dorbala S, Miller EJ, Murthy VL, et al. Joint SNMMI-ASNC expert consensus document on the role of18F-FDG PET/CT in carDiac sarcoid detection and therapy monitoring writing group. J Nucl Med. 2017;58(8):1341–53. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 125.Young L, Sperry BW, Hachamovitch R. Update on Treatment in Cardiac Sarcoidosis. Curr Treat Options Cardiovasc Med. 2017;19(6):47. [DOI] [PubMed]
  • 126.Chen W, Jeudy J. Assessment of Myocarditis: Cardiac MR, PET/CT, or PET/MR? Curr Cardiol Rep. 2019;21(8):76. [DOI] [PubMed]
  • 127.Hanneman K, Kadoch M, Guo HH, Jamali M, Quon A, Iaguru A, et al. Initial experience with simultaneous18F-FDG PET/MRI in the evaluation of cardiac sarcoidosis and myocarditis. Clin Nucl Med. 2017;42(7):e328–34. [DOI] [PubMed]
  • 128.Perel-Winkler A, Bokhari S, Perez-Recio T, Zartoshti A, Askanase A, Geraldino-Pardilla L. Myocarditis in systemic lupus erythematosus diagnosed by 18 F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography. Lupus Sci Med. 2018;5(1):1–8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 129.Arai H, Kuroda S, Yoshioka K, Mizukami A, Matsumura A. Images of atrial giant cell myocarditis. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2018;19(2):243. [DOI] [PubMed]
  • 130.Besenyi Z, Ágoston G, Hemelein R, Bakos A, Nagy FT, Varga A, et al. Detection of myocardial inflammation by18F-FDG-PET/CT in patients with systemic sclerosis without cardiac symptoms: a pilot study. Clin Exp Rheumatol. 2019;37(4):88–96. [PubMed]
  • 131.Sathekge M, Stoltz A, Gheysens O. Rheumatic fever: a forgotten but still existing cause of fever of unknown origin detected on FDG PET/CT. Clin Nucl Med 2015;40(3):250–2. [DOI] [PubMed]
  • 132.Muser D, Castro SA, Alavi A, Santangeli P. Potential Role of PET in Assessing Ventricular Arrhythmias. PET Clin. 2019;14(2):281–91. [DOI] [PubMed]
  • 133.Danwade TA, Devidutta S, Shelke AB, Saggu DK, Yalagudri S, Sridevic C, et al. Prognostic value of fluorine-18 fluoro-2-deoxyglucose positron emission computed tomography in patients with unexplained atrioventricular block. Heart Rhythm. 2018;15(2):234–9. [DOI] [PubMed]
  • 134.Tung R, Bauer B, Schelbert H, Lynch J, Auerbach M . Incidence of abnormal positron emission tomography in patients with unexplained cardiomyopathy and ventricular arrhythmias:the potencial role of occult inflammation in arrythmogenesis. . Heart Thythm. 2015;12(12):2488–98. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 135.Miranda CH, Figueiredo AB, Maciel BC, Marin-Neto A, Simões MV. Sustained ventricular tachycardia is associated with regional myocardial sympathetic denervation assessed with 123I-metaiodobenzylguanidine in chronic chagas cardiomyopathy. J Nucl Med. 2011;52(4):504–10. [DOI] [PubMed]
  • 136.Buggey J, El Amm CA. Myocarditis and cardiomyopathy. Curr Opin Cardiol. 2018;33(3):341–6. [DOI] [PubMed]
  • 137.Caforio AL, Malipiero G, Marcolongo R, Iliceto S. Myocarditis: A Clinical Overview. Curr Cardiol Rep. 2017 Jul;19(7):63. [DOI] [PubMed]
  • 138.Pasupathy S, Air T, Dreyer RP, Tavella R, Beltrame JF. Systematic review of patients presenting with suspected myocardial infarction and nonobstructive coronary arteries. Circulation. 2015 Mar 10;131(10):861–70. [DOI] [PubMed]
  • 139.Manolis AS, Manolis AA, Manolis TA, Melita H. Acute coronary syndromes in patients with angiographically normal or near normal (non-obstructive) coronary arteries. Trends Cardiovasc Med. 2018;28(8):541–51. [DOI] [PubMed]
  • 140.Baeßler B, Schmidt M, Lücke C, Blazek S, Ou P, Maintz D, et al. Modern Imaging of Myocarditis: Possibilities and Challenges. Rofo. 2016;188(10):915–25. [DOI] [PubMed]
  • 141.Bouleti C, Baudry G, Iung B, Arangalage D, Abtan J, Ducrocq G, et al. Usefulness of Late Iodine Enhancement on Spectral CT in Acute Myocarditis. JACC Cardiovasc Imaging. 2017;10(7):826–7. [DOI] [PubMed]
  • 142.Smulders MW, Kietselaer BLJH, Schalla S, Bucerius J, Jaarsma C, van Dieijen-Visser MP, et al. Acute chest pain in the high-sensitivity cardiac troponin era: A changing role for noninvasive imaging? Am Heart J. 2016;177:102–11. [DOI] [PubMed]
  • 143.Singhal M, Gupta P, Singh S, Khandelwal N. Computed tomography coronary angiography is the way forward for evaluation of children with Kawasaki disease. Glob Cardiol Sci Pract. 2017(3):e201728. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 144.Aretz, H T, Billingham ME, Edwards WD, Factor SM, Fallon JT,Fenoglio JJ Jr, et al. Myocarditis. A histopathologic definition and classification. Am J Cardiovasc Pathol.1987;1(1):3-14. [PubMed]
  • 145.Pollack A, Kontorovich AR, Fuster V, Dec GW. Viral myocarditis--diagnosis, treatment options, and current controversies. Nat Rev Cardiol. 2015 Nov;12(11):670-80. [DOI] [PubMed]
  • 146.Richardson P, McKenna W, Bristow M, Maisch B, Mautner B, O’Connell J, et al. Report of the 1995 World Health Organization/International Society and Federation of Cardiology Task Force on the Definition and Classification of cardiomyopathies. Circulation. 1996;93(5):841-2. [DOI] [PubMed]
  • 147.Dennert R, Crijns H J, Heymans S. Acute viral myocarditis. Eur. Heart J.2008;29(17):2073-82. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 148.Schenk T, Enders M, Pollak S, Hahn R, Hugly D. High prevalence of human parvovirus B19 DNA in myocardial autopsy samples from subjects without myocarditis or dilative cardiomyopathy. J Clin Microbiol. 2009;47(1):106-10. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 149.Kuehl U, Lassner D, Gast M, Stroux A, Rohde M, Siegismund C, et al. Differential cardiac microRNA expression predicts the clinical course in human enterovirus cardiomyopathy. Circ Heart Fail. 2015; 8(3):605–18. [DOI] [PubMed]
  • 150.Van Linthout S, Tschöpe C. Viral myocarditis: a prime example for endomyocardial biopsy-guided diagnosis and therapy. Curr Opin Cardiol. 2018 May;33(3):325-33. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 151.Cooper LT, Baughman KL, Feldman AM, Frustaci A, Jessup M, Kuhl U, et al. The role of endomyocardial biopsy in the management of cardiovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Eur Heart J. 2007;28(24):3076-93. [DOI] [PubMed]
  • 152.Yancy CW, Jessup M, Bozkurt B, Butler J, Casey DE Jr, Drazner MH, et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013;128(16): e240-e327. [DOI] [PubMed]
  • 153.Sinagra G, Anzini M, Pereira NL, Bussani R, Finocchiaro G, Bartunek J, et al. Myocarditis in Clinical Practice. Mayo Clin Proc. 2016 Sep;91(9):1256-66. [DOI] [PubMed]
  • 154.Chimenti C, Frustaci A. Contribution and risks of left ventricular endomyocardial biopsy in patients with cardiomyopathies: a retrospective study over a 28-year period. Circulation. 2013; 128(14):1531-41. [DOI] [PubMed]
  • 155.Yilmaz A, Kindermann I, Kinderman C, Athanasiadis A, Mahfoud F, Ukena C, et al. Comparative evaluation of left and right ventricular endomyocardial biopsy: differences in complication rate and diagnostic performance. Circulation. 2010;122(9):900-9. [DOI] [PubMed]
  • 156.Casella M, Dello Russo A, Vettor G, Lumia G, Catto V, Sommariva E, et al. Electroanatomical mapping systems and intracardiac echo integration for guided endomyocardial biopsy. Expert Rev Med Devices. 2017 Aug;14(8):609-19. [DOI] [PubMed]
  • 157.Richardson PJ. Endomyocardial biopsy technique.In:Bolte HD.Myocardial biopsy: diagnostic significance. Berlin: Springer Verlag; 1982.
  • 158.Aretz HT. Myocarditis: the Dallas criteria. Hum Pathol. 1987;18(6)::619-24. [DOI] [PubMed]
  • 159.Cooper LT Jr, ElAmm C. Giant cell myocarditis. Diagnosis and treatment. Herz. 2012;37(6):632-6. [DOI] [PubMed]
  • 160.Lassner D, Kuhl U, Siegismund CS, Rohde M, Elezkurtaj S, Escher F, et al. Improved diagnosis of idiopathic giant cell myocarditis and cardiac sarcoidosis by myocardial gene expression profiling. Eur Heart J. 2014;35(32):2186-95. [DOI] [PubMed]
  • 161.Wojnicz R, Nowalany-Kozielska E, Wojciechowska C, Glanowska G, Niklewski T, Zambala M, et al. Randomized, placebo-controlled study for immunosuppressive treatment of inflammatory dilated cardiomyopathy: two-year follow-up results. Circulation. 2001;104(1):39-45. [DOI] [PubMed]
  • 162.Frustaci A, Russo MA, Chimenti C. Randomized study on the efficacy of immunosuppressive therapy in patients with virus-negative inflammatory cardiomyopathy: the TIMIC study. Eur Heart J. 2009;30(16):1995-2002. [DOI] [PubMed]
  • 163.Maisch B, Kölsch S, Hufnagel G. Resolution of Inflammation determines short- and longterm prognosis in myocarditis in ESETCID.Circulation. 2018;124(21Suppl):A15036.
  • 164.Drucker NA, Colan SD, Lewis AB, Beiser AS, Wessel DL, Takahashi M, et al. Gammaglobulin treatment of acute myocarditis in the pediatric population. Circulation. 1994;89(1):252–7. [DOI] [PubMed]
  • 165.McNamara DM, Rosenblum WD, Janosko KM, Trost MK, Villaneuva FS, Demetris AJ, et al. Intravenous immune gobulin in the therapy of myocarditis and acute cardiomyopathy. Circulation .1997;95(11):2476–8. [DOI] [PubMed]
  • 166.McNamara DM, Holubkov R, Starling RC, Dec W, Loh E, Amione T, et al. Intervention in Myocarditis and Acute Cardiomyopathy(IMAC) Investigators. Controlled trial of intravenous immune globulin in recent-onset dilated cardiomyopathy. Circulation. 2001;103(18):2254- 9. [DOI] [PubMed]
  • 167.Dennert R, Velthuis S, Schalla S, Rurlings L, van Swylen RJ, van Paasen P, et al. Intravenous immunoglobulin therapy for patients with idiopathic cardiomyopathy and endomyocardial biopsy- proven high PVB19 viral load. Antivir Ther. 2010;15(2):193-201. [DOI] [PubMed]
  • 168.Klugman D, BergerJT, Sable CA, He J, Khandelwal SG, Slonim AD, et al. Pediatric patients hospitalized with myocarditis: a multiinstitutional analysis. Pediatr Cardiol. 2009;31(2):222-8. [DOI] [PubMed]
  • 169.Maisch B, Haake H, Schlotmann N, Pankuweit S. Intermediate dose of pentaglobin eradicates effectively inflammation in parvo B19 and adenovirus positive myocarditis. [Abstract 1616] Circulation. 2007;116:II_338.
  • 170.Maisch B, Pankuweit S, Funck R, Koelsch S. Effective CMVhyperimmunoglobulin treatment in CMVmyocarditis—a controled treatment trial. Eur Heart J Suppl. 2004;114:P674.
  • 171.Schultheiss H-P, Piper C, Sowade O, Waagstein F, Kapp JF, Wegscheider K, et al. Betaferon in chronic viral cardiomyopathy(BICC) trial: Effect of interferon-ß treatment in patients with chronic viral cardiomyopathy. Clin Res Cardiol. 2016;105(9):763–73. [DOI] [PubMed]
  • 172.Merken J, Hazebroek M, Van Paasen P, Verdonschot J, van Empel V, Knackstedt C, et al. Immunosuppressive Therapy Improves Both Short- and Long-Term Prognosis in Patients With Virus- Negative Nonfulminant Inflammatory Cardiomyopathy. Circ Heart Fail. 2018; 11(2): e004228. [DOI] [PubMed]
  • 173.Bargout R, Kelly RF (2004) Sarcoid heart disease.Clinical course and treatment. Int J Cardiol.2004;97(2):173-82. [DOI] [PubMed]
  • 174.Tai PC, Ackerman SJ, Spry CJ, Dunnette S, Olsen EG, Gleich GI. Deposits of eosinophil granule proteins in cardiac tissues of patients with eosinophilic endomyocardial disease. Lancet .1987(8534):643–7. [DOI] [PubMed]
  • 175.Maisch B, Baandrup U, Moll R, Pankuweit S. Eosinophilic carditis is rare but not to be overlooked. [Abstract]. Eur Heart J.2009;30(Suppl 1).
  • 176.Parrillo JE, Cunnion RE, Epstein SE, Parker MM, Suffredini AF, Brenner M, et al. Aprospective, randomized, controlled trial of prednisone for dilated cardiomyopathy. N Engl J Med. 1989;321(16):1061-8. [DOI] [PubMed]
  • 177.Latham RD, Mulrow JP, Virmani R, Robinowitz M, Moody JM. Recently diagnosed idiopathic dilated cardiomyopathy: incidence of myocarditis and efficacy of prednisone therapy. Am Heart J. 1989;117(4):876-82. [DOI] [PubMed]
  • 178.Mason JW, O’Connell JB, Herskowitz A, Rose NR, McManus BM, Billingham ME, et al. A clinical trial of immunosuppressive therapy for myocarditis. The Myocarditis Treatment Trial Investigators. N Engl J Med. 1995;333(5):269-75. [DOI] [PubMed]
  • 179.Wojnicz R, Wilczek K, Nowalany-Kozielska E, Szygula-Jurkiewicz B, Nowak J, Polonski L, et al. Usefulness of atorvastatin in patients with heart failure due to inflammatory dilated cardiomyopathy and elevated cholesterollevels. Am J Cardiol. 2006;97(6):899-904. [DOI] [PubMed]
  • 180.Donoso-Mantke O, Meyer R, Prosch S, Nitsche A, Leitmeyer K, Kallies R, et al. High prevalence of cardiotropic viroses in myocardial tissue from explanted hearts of heart transplant recipients and heart donor: a 3-year retrospective study from a German patients’ pool. J Heart Lung Transplant. 2005;24(10): 1632-8. [DOI] [PubMed]
  • 181.Kuethe F, Lindner J, Matschke K, Wenzel JJ, Norja P, Ploetze K, et al. Prevalence of parvovirus B19 and human bocavirus DNA in the heart of patients with no evidence of dilated cardiomyopathy or myocarditis. Clin Infec Dis. 2009;49(11):1660-6. [DOI] [PubMed]
  • 182.Kuhl U, Lassner D, Dorner A, Rhode M, Escher F, Seeberg B, et al. A distinct subgroup of cardiomyopathy patients characterized by transcriptionally active cardiotropic erythrovirus and altered cardiac gene expression. Basic Res Cardiol. 2013;108(5):372-82. [DOI] [PubMed]
  • 183.Yazaki Y, Isobe M, Hiroe M, Morimoto S, Hiramitsu S, Nakano T, et al. Prognostic determinants of long-term survival in Japanese patients with cardiac sarcoidosis treated with prednisone. Am J Cardiol. 2001;88(9):1006–10. [DOI] [PubMed]
  • 184.Hamzeh N, Steckman DA, Sauer WH, Judson MA. Pathophysiology and clinical management of cardiac sarcoidosis. Nat Rev Cardiol. 2015;12(5):278–88. [DOI] [PubMed]
  • 185.Tincani A, Rebaioli CB, Taglietti M, Shoenfeld Y. Heart involvement in systemic lupus erythematosus, anti-phospholipid syndrome and neonatal lupus. Rheumatology. 2006;45(Suppl 4):iv 8-13. [DOI] [PubMed]
  • 186.Pieroni M, De Santis M, Zizzo G. Recognizing and treating myocarditis in recent-onset systemic sclerosis heart disease: potential utility of immunosuppressive therapy in cardiac damage progression. Semin Arthritis Rheum. 2014;43(4):526-35. [DOI] [PubMed]
  • 187.Moosig F, Bremer JP, Hellmich B, Holle JU, Holl-Ulrich K, Laudien M, et al. A vasculitis centre based management strategy leads to improved outcome in eosinophilic granulomatosis and polyangiitis (Churg-Strauss, EGPA): monocentric experiences in 150 patients. Ann Rheum Dis. 2013;72(6):1011–7. [DOI] [PubMed]
  • 188.Comarmond C, Cacoub P. Myocarditis in auto-immune or auto-inflammatory diseases. Autoimmun Rev. 2017;16(8):811-6. [DOI] [PubMed]
  • 189.Ekström K, Lehtonen J, Kandolin R, Räisänen-Sokolowski A, Salmenkivi K, Kupari M. Long-term outcome and its predictors in giant cell myocarditis. Eur J Heart Fail. 2016;18(12):1452-8. [DOI] [PubMed]
  • 190.Suarez-Barrientos A, Wong J, Bell A, Lyster H, Karagiannis G, Banner NR.Usefulness of rabbit anti-thymocyte globulin in patients with giant cell myocarditis.Am J Cardiol. 2015;116(3):447–51. [DOI] [PubMed]
  • 191.Menghini VV, Savcenko V, Olson LJ, Tazelaar HD, Dec GW, Kao A, Cooper LT Jr. Combined immunosuppression for the treatment of idiopathic giant cell myocarditis. Mayo Clin Proc. 1999;74(12):1221-6 [DOI] [PubMed]
  • 192.Patel AD, Lowes B, Chamsi-Pasha MA, Radio SJ, Hyalen M, Zolty R. Sirolimus for Recurrent Giant Cell Myocarditis After Heart Transplantation: A Unique Therapeutic Strategy. Am J Ther. 2019;26(5):600-3. [DOI] [PubMed]
  • 193.Brambatti M, Matassini MV, Adler ED, Klingel K, Camici PG, Ammirati E. Eosinophilic Myocarditis: Characteristics, Treatment, and Outcomes. J Am Coll Cardiol. 2017; 70(19):2363-75. [DOI] [PubMed]
  • 194.Kuhl U, Pauschinger M, Seeberg B, Lassner D, Noutsias M, Poller W and Schultheiss HP. Viral persistence in the myocardium is associated with progressive cardiac dysfunction. Circulation. 2005;112(13):1965-70. [DOI] [PubMed]
  • 195.Kuhl U, Schultheiss HP. Viral myocarditis. Swiss Med Wkly. 2014;144:w14010. [DOI] [PubMed]
  • 196.Jensen LD, Marchant DJ. Emerging pharmacologic targets and treatments for myocarditis. Pharmacol Ther. 2016;161:40-51. [DOI] [PubMed]
  • 197.Pauschinger M, Phan MD, Doerner A, Kuehl U, Schwimmbeck PL, Poller W, Kandolf R, et al. Enteroviral RNA replication in the myocardium of patients with left ventricular dysfunction and clinically suspected myocarditis. Circulation. 1999;99(7):889-95. [DOI] [PubMed]
  • 198.Kuhl U, Lassner D, von Schlippenbach J, Poller W, Schultheiss HP. Interferon-Beta improves survival in enterovirus-associated cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2012;60(14):1295-6. [DOI] [PubMed]
  • 199.Kuhl U, Pauschinger M, Schwimmbeck PL, Seeberg B, Lober C, Noutsias M, et al. Interferon-beta treatment eliminates cardiotropic viruses and improves left ventricular function in patients with myocardial persistence of viral genomes and left ventricular dysfunction. Circulation. 2003;107(22):2793-8. [DOI] [PubMed]
  • 200.Kuhl U, Lassner D, Wallaschek N, Gross UM, Krueger GR, Seeberg B, et al. Chromosomally integrated human herpesvirus 6 in heart failure: prevalence and treatment. Eur J Heart Fail. 2015;17(1):9- 19. [DOI] [PubMed]
  • 201.Schultheiss HP, Fruhwald F, Kuehl U, Bock T, Pietsch H, Aleshcheva G, et al. Nucleoside analogue reverse transcriptase inhibitors improve clinical outcome in transcriptional active erythroparvovirus-positive patients. J Clin Med. 2021;10(9):1928. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 202.Gullestad L, Aass H, Fjeld JG, Wikebay L, Andreassen AK, Ihlen H, et al. Immunomodulating therapy with intravenous immunoglobulin in patients with chronic heart failure. Circulation. 2001;103(2):220–225 [DOI] [PubMed]
  • 203.Aukrust P, Yndestad A, Ueland T, Damas JK, Froland SS, Gullestaal L. The role of intravenous immunoglobulin in the treatment of chronic heart failure. Int J Cardiol. 2006;112(1):40–5. [DOI] [PubMed]
  • 204.Kishimoto C, Fujita M, Kinoshita M, Dec CW, Loh E, Torre-Amione G, et al. et al. Immunglobulin therapy for myocarditis an acute dilated cardiomyopathy. Circulation. 1999;100(18):1405-8.
  • 205.Bozkurt B, Villaneuva FS, Holubkov R, Tokarczick T, Alvarez Jr RJ, MacGowan GA, et al. Intravenous immune globulin in the therapy of peripartum cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 1999;34(18):177–80. [DOI] [PubMed]
  • 206.Tedeschi A, Airaghi L, Giannini S, Ciceri L, Massari FM. High-dose intravenous immunoglobulin in the treatment of acute myocarditis. A case report and review of the literature. J Intern Med 2002;251:169–173. [DOI] [PubMed]
  • 207.Robinson J, Hartling L, Crumley E, et al. A systematic review of intravenous gamma globulin for the therapy of acute myocarditis. BMC Cardiovasc Disord. 2005;5(1):12–8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 208.Goland S, Czer LS, Siegel RJ, Tabak S, Jordan S, Luthringer D, et al. Intravenous immunoglobulin treatment for acute fulminant inflammatory cardiomyopathy: series of six patients and review of literature. Can J Cardiol. 2008;24(7):571-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 209.Kishimoto C, Shioji K, Hashimoto T, Nonogi H, Lee JD, Kato S, et al. Therapy with immunoglobulin in patients with acute myocarditis and cardiomyopathy: analysis of leukocyte balance. Heart Vessels. 2014 May;29(3):336-42. doi: 10.1007/s00380-013-0368-4. [DOI] [PubMed]
  • 210.Kühl U, Noutsias M, Schultheiss HP. Immunohistochemistry in dilated cardiomyopathy. Eur Heart J. 1995;16(Suppl 0):100 –6. [DOI] [PubMed]
  • 211.Caforio AL, Grazzini M, Mann JM, Keeling PJ, Bottazzo GF, McKenna WJ, et al. Identification of a- and b-cardiac myosin heavy chain isoforms as major autoantigens in dilated cardiomyopathy. Circulation. 1992;85(5):1734 –42. [DOI] [PubMed]
  • 212.Limas CJ, Goldenberg IF, Limas C. Autoantibodies against b-adrenoceptors in human idiopathic dilated cardiomyopathy. Circ Res.1989;64(1):97–103. [DOI] [PubMed]
  • 213.Magnusson Y, Wallukat G, Waagstein F, Hjalmarson A, Hoebeke J. Autoimmunity in idiopathic dilated cardiomyopathy: characterization of antibodies against the b1-adrenoceptor with positive chronotropic effect. Circulation. 1994;89(6):2760–7. [DOI] [PubMed]
  • 214.Fu LX, Magnusson Y, Bergh CH, Liljeqvist JA, Waagstein F, Hjalmarson A, et al. Localization of a functional autoimmune epitope on the muscarinic acetylcholine receptor-2 in patients with idiopathic dilated cardiomyopathy. J Clin Invest. 1993;91(5):1964–8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 215.Dörffel WV, Felix SB, Wallukat G, et al. Short-term hemodynamic effects of immunoadsorption in dilated cardiomyopathy. Circulation. 1997;95:1994 – 1997. [DOI] [PubMed]
  • 216.Felix S, Staudt A, Dörffel WV, et al. Hemodynamic effects of immunoadsorption and subsequent immunoglobulin substitution in dilated cardiomyopathy: three-month results from a randomized study. J Am Coll Cardiol. 2000;35:1590 –1598. [DOI] [PubMed]
  • 217.Staudt A, Schaper F, Stangl V, Plagemann A, Bohm M, Merkel K, et al. Immunohistological changes in dilated cardiomyopathy induced by immunoadsorption therapy and subsequent immunoglobulin substitution. Circulation. 2001;103(22):2681–6. [DOI] [PubMed]
  • 218.Felix SB, Beug D, Dorr M. Immunoadsorption therapy in dilated cardiomyopathy. Expert Rev. Cardiovasc Ther. 2014;13(2):145–52. [DOI] [PubMed]
  • 219.Yoshikawa T, Baba A, Akaishi M, Wakabayashi Y, Monkawa T, Kitakaze M, et al. Randomized Controlled Trial. Immunoadsorption in dilated cardiomyopathy using tryptophan column-A prospective,multicenter, randomized . J Clin Apher.2016;31(6):535-44. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 220.Marcondes-Braga FG, Moura LAZ, Issa VS, Vieira JL, Rohde LE, Simões MV, et al. Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz de Insuficiência Cardíaca – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021;116(6):1174-212. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 221.Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539. [DOI] [PubMed]
  • 222.Hein M, Roehl AB, Baumert JH, Scherer K, Steendijk P, Rossaint R. Anti-ischemic effects of inotropic agents in experimental right ventricular infarction. Acta Anaesthesiol Scand. 2009;53(7):941-8. doi:10.1111/j.1399-6576.2009.01994.x [DOI] [PubMed]
  • 223.Parissis JT, Filippatos G. Levosimedan in viral myocarditis: not only an inadilator but also a cardioprotector? Eur J Clin Invest. 2009;39(10):839-40. [DOI] [PubMed]
  • 224.Parissis JT, Andreadou I, Markantonis SL, Bistola V, Louka A, Pyriochou A et al. Effects of levosimendan on circulating markers of oxidative and nitrosative stress in patients with advanced heart failure. Atherosclerosis 2007;195:e210–5. [DOI] [PubMed]
  • 225.Parissis JT, Adamopoulos S, Antoniades C, Kostakis G, Rigas A, Kyrzopoulos S, et al. Effects of levosimendan on circulating pro-inflammatory cytokines and soluble apoptosis mediators in patients with decompensated advanced heart failure. Am J Cardiol. 2004;93(19):1309–12. [DOI] [PubMed]
  • 226.Finocchiaro G, Papadakis M, Robertus JL, Dhutia H, Steriotis AK, Tome M, et al. Etiology of sudden death in sports: insights from a United Kingdom Regional Registry. J Am Coll Cardiol. 2016;67(18):2108-15. [DOI] [PubMed]
  • 227.Shah N, Phelan DM. Myocarditis in the athlete. Am Coll Cardiol. 2018 Jan 31:1-8.
  • 228.Maron BJ, Doerer JJ, Haas TS, Tierney DM, Mueller FO. Sudden deaths in young competitive athletes: analysis of 1866 deaths in the United States, 1980–2006. Circulation. 2009;119(8):1085–92. [DOI] [PubMed]
  • 229.Maron BJ, Udelson JE, Bonow RO, Nishimura RA, Ackerman MJ, Estes Nard, et al. Eligibility and disqualification recommendations for competitive athletes with cardiovascular abnormalities: Task Force 3: hypertrophic cardiomyopathy, arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy and other cardiomyopathies, and myocarditis: a scientific statement from the American Heart Association and American College of Cardiology. Circulation. 2015;132(8):e273–80. [DOI] [PubMed]
  • 230.Piepoli MF, Conraads V, Corra U, Dickstein K, Francis DP, Jaarsma T, et al., et al. Exercise training in heart failure: from theory to practice: a consensus document of the Heart Failure Association and the European Association for Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. Eur J Heart Fail. 2011;13(4):347–57. [DOI] [PubMed]
  • 231.Wilson MG, Hull JH, Rogers J, Pollock N, Dodd M, Hainesm J, et al. Cardiorespiratory considerations for return-to-Play in elite athletes after COVID-19 infection: a practical guide for sport and exercise medicine physicians. Br J Sports Med. 2020;54(19):1157–61. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 232.Mohseni H, Kiran A, Khorshidi R, Rahimi K. Influenza vaccination and risk for hospitalization in patients with heart failure: a self-controlled case series study. Eur Heart J. 2017;38(5):326–3. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 233.Ciszewski A. Cardioprotective effect of influenza and pneumococcal vaccination in patients with cardiovascular diseases. Vaccine. 2016;36(2)202–6. [DOI] [PubMed]
  • 234.Kuntz J, Crane B, Weinmann S, Naleway AL, Vaccine Safety Datalink Investigator Team.Myocarditis and pericarditis are rare following live viral vaccinations in adults. Vaccine. 2018 March 14; 36(12):1524E-1527E. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 235.Engler RJ, Nelson MR, Collins LC Jr, Spooner C, Hemann BA, Gibbs BT, et al. A prospective study of the incidence of myocarditis/pericarditis and new onset cardiac symptoms following smallpox and influenza vaccination.PLoS One. 2015;10(3):e0118283. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 236.Ammirati E, Veronese G, Cipriani M, Moroni F, Garascia A, Brambatti M, et al. Acute and Fulminant Myocarditis: a Pragmatic Clinical Approach to Diagnosis and Treatment. Curr Cardiol Rep. 2018;20(11):114. [DOI] [PubMed]
  • 237.Veronese G, Ammirati E, Cipriani M, Frigerio M. Fulminant myocarditis: Characteristics, treatment, and outcomes. Anatol J Cardiol. 2018;19(4): 279-86. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 238.Ammirati E, Cipriani M, Lilliu M, Sermani P, Varrenti M, Raineri C, et al. Survival and Left Ventricular Function Changes in Fulminant Versus Nonfulminant Acute Myocarditis. Circulation. 2017;136(6):529-45. [DOI] [PubMed]
  • 239.Ammirati E, Veronese G, Brambatti M, Merlo M, Cipriani M, Potena L, et al . Fulminant Versus Acute Nonfulminant Myocarditis in Patients With Left Ventricular Systolic Dysfunction. J Am Coll Cardiol. 2019;74(3):299-311. [DOI] [PubMed]
  • 240.Cooper L, Baughman KL, Feldman AM, Frustaci A, Jessup M, Kuhl U, et al. The role of endomyocardial biopsy in the management of cardiovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association, the American College of Cardiology, and the European Society of Cardiology Endorsed by the Heart Failure Society of America and the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology. . Circulation. 2007;116(19):2216-33. [DOI] [PubMed]
  • 241.Pankuweit S, Maisch B. Etiology, diagnosis, management, and treatment of myocarditis. Position paper from the ESC Working Group on Myocardial and Pericardial Diseases. Herz. 2013;38(8):855-61. [DOI] [PubMed]
  • 242.Tanawuttiwat T, Trachtenberg BH, Hershberger RE, Hare JM, Cohen MG. Dual percutaneous mechanical circulatory support as a bridge to recovery in fulminant myocarditis. ASAIO J. 2011;57(5):477-9. [DOI] [PubMed]
  • 243.Montero S, Aissaoui N, Tadié JM, Bizouarn P, Scherrer V, Persichini R, et al. Fulminant giant-cell myocarditis on mechanical circulatory support: Management and outcomes of a French multicentre cohort. Int J Cardiol. 2018;253:105-112. [DOI] [PubMed]
  • 244.Kusano KF, Satomi K.Diagnosis and treatment of cardiac sarcoidosis. Heart. 2016;102(3):184-90 [DOI] [PubMed]
  • 245.Chamorro-Pareja N, Marin-Acevedo JA, Chirila RM. Cardiac Sarcoidosis: Case presentation and Review of the literature. Rom J Intern Med. 2019; 57(1):7-13. [DOI] [PubMed]
  • 246.Viles-Gonzalez JF, Pastori L, Fischer A, Wisnivesky JP, Goldman MG, Mehta D. Supraventricular arrhythmias in patients with cardiac sarcoidosis prevalence, predictors, and clinical implications. Chest. 2013 Apr;143(4):1085-90. [DOI] [PubMed]
  • 247.Terasaki F, Azuma A, Anzai T, Ishizaka N, Ishida Y, Isobe M, et al.
  • 248.JCS 2016 Guideline on Diagnosis and Treatment of Cardiac Sarcoidosis―Digest Version Circulation. 83.11 (2019): 2329-88. [DOI] [PubMed]
  • 249.Krasniqi N, Eriksson U. Gene expression profiling: time to file diagnostic uncertainty in inflammatory heart diseases?. Eur Heart J. 2014:35:2138–9. [DOI] [PubMed]
  • 250.Kawai H, Sardi M, Kato Y, Naruse M, Watanabe A, Matsuyana T, et al. Diagnosis of isolated cardiac sarcoidosis based on new guidelines. ESC Heart Failure;2020;7(5):2662-71. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 251.Birnie DH, Nery PB, Ha AC, Beanlands RS. Cardiac sarcoidosis. J Am Coll Cardiol.2016;68(4):411-21. [DOI] [PubMed]
  • 252.Slart RHJA, Glaudemans AWJM, Lancellotti P5, Hyafil F, Blankstein R, Schwartz RG, et al. A joint procedural position statement on imaging in cardiac sarcoidosis: from the Cardiovascular and Inflammation & Infection Committees of the European Association of Nuclear Medicine, the European Association of Cardiovascular Imaging, and the American Society of Nuclear Cardiology. J Nucl Cardiol. 2018 Feb;25(1):298-319. [DOI] [PubMed]
  • 253.Kopriva P, Griva M, Tüdös T. Management of cardiac sarcoidosis- A practical guide. Cor et Vasa.2018;60:e155-e164.
  • 254.James WE, Baughman R. Treatment of sarcoidosis: grading the evidence. Expert Rev Clin Pharmacol. 2018;11(7):677–87 [DOI] [PubMed]
  • 255.Sadek MM, Yung D, Birnie DH, Beanlands RS, Nery PB. Corticosteroid therapy for cardiac sarcoidosis: a systematic review. Can J Cardiol. 2013 Sep;29(9):1034-41. [DOI] [PubMed]
  • 256.Al-Khatib SM, Stevenson WG, Ackerman MJ, Bryant WJ, Callans DJ, Curtis AB, et al. 2017 AHA/ACC/HRS guideline for management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death: Executive summary: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2018 Oct;15(10):e190-e252. Erratum in: Heart Rhythm. 2018 Sep 26. [DOI] [PubMed]
  • 257.Kandolin R, Lehtonen J, Airaksinen J, Vihinen T, Miettinen H, Ylitalo K, et al. Cardiac sarcoidosis: epidemiology,characteristics, and outcome over 25 years in a nationwide study. Circulation. 2015;131(7):624–32. [DOI] [PubMed]
  • 258.Yokoyama R, Miyagawa M, Okayama H, et al. Quantitative analysis of myocardial 18F-fluorodeoxyglucose uptake by PET/CT for detection of cardiac sarcoidosis. Int J Cardiol. 15 Sep 2015;195:180-7. [DOI] [PubMed]
  • 259.Ning N, Guo HH, Iagaru A, Mittra E, Fowler M, Witteles R.Serial Cardiac FDG-PET for the Diagnosis and Therapeutic Guidance of Patients With Cardiac Sarcoidosis.J Card Fail. 2019 Apr;25(4):307-11. [DOI] [PubMed]
  • 260.Nagai S, Yokomatsu T, Tanizawa K, Ikezoe K, Handa T, Ogino S, et al.
  • 261.Treatment with methotrexate and low- dose corticosteroidsin sarcoidosis patients with cardiac lesions. Intern Med .2014;53(5):2761. [DOI] [PubMed]
  • 262.Müller-Quernheim J, Kienast K, Held M.Treatment of chronic sarcoidosis with an azathioprine/prednisolone regimen. Eur Respir J 1999;14(5):1117–22. [DOI] [PubMed]
  • 263.Demeter SL. Myocardial sarcoidosis unresponsive to steroids. Treatment with cyclophosphamide. Chest .1988;94(1):202–3. [DOI] [PubMed]
  • 264.Judson MA, Baughman RP, Costabel U, Flavin S, Lo KH, Kavuru MS, et al. for the Centocor T48 Sarcoidosis Investigators.Efficacy of infliximab in extrapulmonary sarcoidosis:results from a randomised trial. Eur Respir J 2008;31(6):1189–96. [DOI] [PubMed]
  • 265.Adler BL, Wang CJ, Bui TL, Wang CJ, Schilperoort HM, Hannah M, et al. Anti-tumor necrosis factor agents in sarcoidosis: A systematic review of efficacy and safety. Sem Arth Rheumat. 2019;48(6):1093-104. doi: 10.1016/j.semarthrit.2018.10.005. [DOI] [PubMed]
  • 266.Greulich S, Deluigi CC, Gloekler S, Wahl A, Zurn C, Kramer U, et al. CMR imaging predicts death and other adverse events in suspected cardiac sarcoidosis. JACC Cardiovasc Imaging. 2013;6(4):501–11. [DOI] [PubMed]
  • 267.Hulten E, Agarwal V, Cahill M, Cole G, Vita T, Parrish S, et al. Presence of late gadolinium enhancement by cardiac resonance among patients with suspected cardiac sarcoidosis is associated with adverse cardiovascular prognosis: a systematic review and meta- Circ Cardiovasc Img. 2016;9(9):e005001. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 268.Blankstein R, Osborne M, Naya M, Waller A, Kim CK, Murthy VL, et al
  • 269.Cardiac positron emission tomography enhances prognostic assessments of patients with suspected cardiac sarcoidosis.J Am Coll Cardiol. 2014;63(4):329–36. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 270.Takaya Y, Kusano KF, Nakamura K, Ito H. Comparison of outcomes in patients with probable versus definite cardiac sarcoidosis. Am J Cardiol. 1 May 2015;115:1293–7. [DOI] [PubMed]
  • 271.Ahmadian A, Pawar S, Govender P, Berman J, Ruberg FL, Miller EJ. The response of FDG uptake to immunosuppressive treatment on FDG PET/CT imaging for cardiac sarcoidosis. J Nucl Cardiol. 2017;24:413-24. [DOI] [PubMed]
  • 272.Katsanos S, Debonnaire P, Kamperidis V, Bax JJ, Taube C, Delgado V, et al. Subclinical left ventricular dysfunction by echocardiographic speckle- tracking strain analysis relates to outcome in sarcoidosis. Joyce E, Ninaber MK, Eur J Heart Fail. 2015 Jan;17(1):51-62. [DOI] [PubMed]
  • 273.Kiko T, Yoshihisa A, Kanno Y, Yokokawa T, Abe S, Miyata-Tatsumi M, et al. A Multiple Biomarker Approach in Patients with Cardiac Sarcoidosis.Int Heart J. 2018 Sep 26;59(5):996-1001. [DOI] [PubMed]
  • 274.Kandolin R, Lehtonen J, Airaksinen J, Vihinen T, Miettinen H, Kaikkonen K, et al. Usefulness of Cardiac Troponins as Markers of Early Treatment Response in Cardiac Sarcoidosis.Am J Cardiol. 2015 Sep 15;116(6):960- 4 [DOI] [PubMed]
  • 275.Xu J, Brooks EG. Giant Cell Myocarditis: A Brief Review. Arch Pathol Lab Med 2016 ;140(12):1429-34. [DOI] [PubMed]
  • 276.Kasouridis I, Majo J, MacGowan G, Clark AL. Giant cell myocarditis presenting with acute heart failure. BMJ Case Rep. 2017 May 22;2017:bcr2017219574. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 277.Chiu MH, Trpkov C, Rezazedeh S, Chew DS.Monomorphic Ventricular Tachycardia as a Presentation of Giant Cell Myocarditis. Case Rep Cardiol. 2019 Jun 19;2019:7276516. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 278.Maleszewski JJ, Orellana VM, Hodge DO, Kuhl U, Schultheiss HP, Cooper LT. Long-term risk of recurrence, morbidity and mortality in giant cell myocarditis. Am J Cardiol. 2015;115(12):1733-8. [DOI] [PubMed]
  • 279.Kandolin R, Lehtonen J, Salmenkivi K, Räisänen-Sokolowski A, Lommi J, Kupari M. Diagnosis, treatment, and outcome of giant-cell myocarditis in the era of combined immunosuppression. Circ Heart Fail. 2013;6(1):15-22. [DOI] [PubMed]
  • 280.Vaideeswar P, Cooper LT. Giant cell myocarditis: clinical and pathological features in an Indian population. Cardiovasc Pathol. 2013;22(1):70-4. [DOI] [PubMed]
  • 281.Ekström K, Lehtonen J, Kandolin R, Räisänen-Sokolowski A, Salmenkivi K, Kupari M. Incidence, Risk Factors, and Outcome of Life-Threatening Ventricular Arrhythmias in Giant Cell Myocarditis.Circ Arrhythm Electrophysiol. 2016;9(12): e004559. [DOI] [PubMed]
  • 282.Dogan G, Hanke J, Puntigam J, Haverich A, Schmitto JD. Hemoadsorption in cardiac shock with bi ventricular failure and giant-cell myocarditis: A case report. Int J Artif Organs. 2018;41(8):474-9. [DOI] [PubMed]
  • 283.Cooper LT Jr, Berry GJ, Rizeq M, Schroeder JS. Giant cell myocarditis. J Heart Lung Transplant. 1995;14(2):394-401. [PubMed]
  • 284.Cooper LT Jr, Hare JM, Tazelaar HD, Edwards WD, Starling RC, Deng MC, et al. Giant Cell Myocarditis Treatment Trial Investigators. Usefulness of immunosuppression for giant cell myocarditis. Am J Cardiol. 2008 ;102(11):1535-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 285.Scott RL, Ratliff NB, Starling RC, Young JB Recurrence of giant cell myocarditis in cardiac allograft. J Heart Lung Transplant. 2001;20:375-80. [DOI] [PubMed]
  • 286.Elamm CA, Al-Kindi SG, Bianco CM, Dhakal BP, Oliveira GH. Heart Transplantation in Giant Cell Myocarditis: Analysis of the United Network for Organ Sharing Registry. J Card Fail. 2017;23(3):566-9. [DOI] [PubMed]
  • 287.Leone O, Pieroni M, Rapezzi C, Olivotto I. The spectrum of myocarditis: from pathology to the clinics. Virchows Arch. 2019;475(3):279-301. [DOI] [PubMed]
  • 288.Prata A. Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease. Lancet Infect Dis. 2001;1(2):92-100. [DOI] [PubMed]
  • 289.Pinto AY, Valente SA, Valente VC, Ferreira Junior AC, Coura JR. Fase aguda da doença de Chagas na Amazônia Brasileira. Estudo de 233 casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41(6):602-14. [DOI] [PubMed]
  • 290.Souza DS, Araújo MT, Santos PR, Furtado JC, Figueiredo MT, Póvoa RM. Aspectos Anátomo-patológicos da Miocardite Chagásica Aguda por Transmissão Oral. Arq Bras Cardiol. 2016;107(1):77-80. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 291.Ortiz JV, Pereira BV, Couceiro KN, Silva MR, Doria SS, Silva PR, et al. Avaliação Cardíaca na Fase Aguda da Doença de Chagas com Evolução Pós-Tratamento em Pacientes Atendidos no Estado do Amazonas, Brasil. Arq Bras Cardiol. 2019;102(3):240-6.
  • 292.Noya BA, Colmenares C, Díaz-Bello C, Ruiz-Guevara R, Medina K, Muñoz- Calderon A, et al. Orally-Transmitted Chagas disease: Epidemiological, clinical, serological and molecular outcomes of a school microepidemic in Chichiriviche de La Costa, Venezuela. Parasite Epidemiol Control. 2016;1(2):188-98. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 293.Brasil.Minisério da Saúde. Recomendações sobre o diagnóstico parasitológico, sorológico e molecular para confirmação da doença de Chagas aguda e crônica. Brasilia: Departamento de Vigilância Epidemiológica; 2018
  • 294.Schijman AG, Vigliano C, Burgos J, Favaloro R, Perrone S, Laguens R, Levin MJ. Early diagnosis of recurrence of Trypanosoma cruzi infection by polymerase chain reaction after heart transplantation of a chronic Chagas’ heart disease patient. J Heart Lung Transplant. 2000;19(11):1114-7. [DOI] [PubMed]
  • 295.Qvarnstrom Y, Schijman AG, Veron V, Aznar C, Steurer F, da Silva AJ. Sensitive and specific detection of Trypanosoma cruzi DNA in clinical specimens using a multitarget real-time PCR approach. PLoS Negl Trop Dis. 2012;6(7):e1689. doi: 10.1371/journal.pntd.0001689. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 296.Maldonado C, Albano S, Vettorazzi L, Salomone O, Zlocowski JC, Abiega C, et al. Using polymerase chain reaction in early diagnosis of re-activated Trypanosoma cruzi infection after heart transplantation. J Heart Lung Transplant. 2004 Dec;23(12):1345-8. [DOI] [PubMed]
  • 297.Fiorelli AI, Santos RH, Oliveira JL Jr, Lourenço-Filho DD, Dias RR, Oliveira AS, da Silva MF, Ayoub FL, Bacal F, Souza GE, Bocchi EA, Stolf NA. Heart transplantation in 107 cases of Chagas’ disease. Transplant Proc. 2011;43(1):220-4. [DOI] [PubMed]
  • 298.Kransdorf EP, Czer LS, Luthringer DJ, Patel JK, Montgomery SP, Velleca A, et al. Heart transplantation for Chagas cardiomyopathy in the United States. Am J Transplant. 2013;13(12):3262-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 299.Andrade JP, Marin Neto JA, Paola AA, Vilas Boas F, Oliveira GM, Bacal F, Bocchi EA, et al. I Latin American Guideline for the diagnosis and treatment of Chagas’ heart disease: executive summary. Arq Bras Cardiol. 2011;96(2 Suppl 3):434-42. [DOI] [PubMed]
  • 300.Dias JC, Ramos Jr AN, Gontijo ED, Luqueti A, Shikanai-Yasuda MA, Coura JR, Torres R, et al. 2nd Brazilian Consensus on Chagas disease, 2015. Rev Bras Med Trop. 2016:49(Suppl 1):1-59. [DOI] [PubMed]
  • 301.Nunes MCP, Beaton A, Acquatella H, et al. Chagas cardiomyopathy: an update of current clinical and management. A scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2018;138(12):e169-e209. [DOI] [PubMed]
  • 302.Moolani Y, Bukhman G, Hotez PJ. Neglected Tropical Diseases as Hidden Causes of Cardiovascular Disease. PLoS Negl Trop Dis. 6(6);e1499. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 303.Nayak KC, Meena SL, Gupta BK, Kumar S, Pareek V. Cardiovascular involvement in severe vivax and falciparum malaria. J Vector Borne Dis. 2013;50(4):285–91. [PubMed]
  • 304.Alencar-Filho AC, Marcos J, Luis J, Fabbri C, Marcelo W, Machado A, et al. Cardiovascular changes in patients with non-severe Plasmodium vivax malaria. Int J Cardiol. Heart Vasc. 2016;11(16):12–6. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 305.Póvoa TF, Alves AMB, Oliveira CAB, Nuovo GJ, Chagas VLA, Paes MV. et al. The Pathology of Severe Dengue in Multiple Organs of Human Fatal Cases: Histopathology, Ultrastructure and Virus Replication. 2014; PLoS ONE 9(4): e83386. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 306.Mirabel M, Vignaux O, Lebon P, Legmann P, Weber S, Meune C. Acute myocarditis due to Chikungunya virus assessed by contrast-enhanced MRI. Int J Cardiol. 2007;121(1):e7-8. [DOI] [PubMed]
  • 307.Bonifay T, Prince C, Neyra C, Demar M, Rousset D, Kallel H, et al. Atypical and severe manifestations of chikungunya virus infection in French Guiana: A hospital-based study. PLoS One.2018;13(12):e0207406. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 308.Aletti M, Lecoules S, Kanczuga V, Soler C, Maquart M, Simon F, et al. Transient Myocarditis Associated With Acute Zika Virus Infection. Clinical Infectious Diseases. 2016;64(5):678-9. [DOI] [PubMed]
  • 309.Minhas AM, Nayab A, Iyer S, Narmeen M, Fatima K, Khan MS, et al. Association of Zika Virus with Myocarditis, Heart Failure, and Arrhythmias: A Literature Review. Cureus. 2017;9(6):e1399. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 310.Paixão GMM, Nunes MCP, Beato B, Sable C, Beaton AZ, Oliveira KKB, et al. Cardiac Involvement by Yellow Fever(from the PROVAR+ Study). Am J Cardiol. 2019;123(5):833-8. [DOI] [PubMed]
  • 311.Agrawal AS, Garron T, Tao X, Peng BH, Wakamiya M, Chan TS, et al. Generation of a transgenic mouse model of Middle East respiratory syndrome coronavirus infection and disease. J Virol. 2015;89(7):3659-70. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 312.Schaecher SR, Stabenow J, Oberle C, Schriewer J, Buller RM, Sagartz JE, et al. Na immuno suppressed Syrian Golden hamster model for SARS-CoV infection. Virology. 2008;380(2):312-21. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 313.Nakagawa K, Narayanan K, Wada M, Makino S. Inhibition of stress granule formation by Middle East respiratory syndrome coronavirus 4a accessory protein facilitates viral translation, leading to efficient virus replication. J Virol 2018;92(20):e00902-e00918. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 314.Narayanan K, Huang C, Lokugamage K, Kamitami W, Ikegami T, Tsang CT, et al. Severe acute respiratory syndrome coronavirus nsp1 suppresses host gene expression, including that of type I interfer on, in infected cells. J Virol.2008;82(9):4471-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 315.Chantreuil J, Favrais G, Soule N, Vermesse ZM, Chaillon A, Chantepie A, et al. Tachycardie atrial echaotique aucours d’une infection respiratoire _a coronavirus NL63. Arch Pediatr. 2013;20(3):278-81. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 316.Xiong TY, Redwood S, Prendergas B, Chen M, Coronaviruses and the cardiovascular system: acute and long-term implications. Eur Heart J. 2020. 41(19):1798–800. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 317.Riski H, Hovi T, Frick MH. Carditis associated with coronavirus infection. Lancet.1980;2(8185);100-1. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 318.Atri D, Siddidi HK, Lang J, Nauffal V, Morrow DA, Bohula EA. COVID-19 for the Cardiologist: A Current Review of the Virology, Clinical Epidemiology, Cardiac and Other Clinical Manifestations and Potential Therapeutic Strategies. JACC Basic Trans Sci. 2020 Apr 10;5(5):518-36.doi: 10.1016/j.jacbts.2020.04.002. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 319.Alhogbani T. Acute myocarditis associated with novel Middle East respiratory syndrome coronavirus. Ann Saudi Med.2016;36(1):78–80. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 320.Booth CM, Matukas LM, Tomlinson GA, Rachlis AR, Rose DB, Dwos HA, et al. Clinical features and short-term outcomes of 144 patients with SARS in the greater Toronto area. JAMA. 2003 Jun 4;289 (21):2801-9. [DOI] [PubMed]
  • 321.Siripanthong B, Nazarian S, Muser D, Deo R, Santangeli P, Khanji MY, et al. Recognizing COVID-19-related myocarditis: The possible pathophysiology and proposed guideline for diagnosis and management. Heart Rhythm. 2020;17(9):1463-71. doi: 10.1016/j.hrthm.2020.05.001. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 322.Qian Z, Travanty EA, Oko L, Edeen K, Berglund A, Wang J, et al. Innate immune response of human alveolar type II cells infected with severe acute respiratory syndrome-coronavirus. Am J Respir Cell Mol Biol. 2013;48(6):742–8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 323.Goulter AB, Goddard MJ, Allen JC, Clark KL. ACE2 gene expression is upregulated in the human failing heart. BMC Med. 2004 May 19;2:19. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 324.Guo J, Wei X, Li Q, Li l, Yang Z, Shi Y, et al. Single-cell RNA analysis on ACE2 expression provides insight into SARS-CoV-2 blood entry and heart injury.J cell Physiol.2020; Jun 8;235(12):9884-94. doi.org/10.1101/2020.03.31.20047621. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 325.Ding Y, Wang H, Shen H, Liz Z, Geng J, Han H, et al. The clinical pathology of severe acute respiratory syndrome (SARS): a report from China. J Pathol. 2003 Jul;200(3):282-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 326.Varga Z, Flammer AJ, Steiger P, Haberecker M, Andermatt R, Zinkernagel AS, et al. Endothelial cell infection and endotheliitis in COVID-19. Lancet. 2020 May; 395(10234):1417-8. doi: 10.1016/S0140-6736(20)30937-5. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 327.Hamming I, Timens W, Bulthuis ML, Lely AT, Navio GJ, van Goor H. Tissue distribution of ACE2protein, the functional receptor for SARS coronavirus. A first step in understanding SARS pathogenesis. J Pathol. 2004 Jun;203(2):631-7. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 328.Pagnoux C, Cohen P, Guillevin L. Vasculitides secondary to infections. Clin Exp Rheumatol. 2006 Mar-Apr;24(2 Suppl 41):S71-81. [PubMed]
  • 329.Yao XH, Li TY, He ZC, Ping YF, Liu HW, Yu SC, et al. [A pathological report of three covid-19 cases by minimally invasive autopsies]. Zhonghua Bing Li XueZaZhi. 2020;49(5):411-5. [DOI] [PubMed]
  • 330.Driggin E, Madhavan MV, Bikdeli B, Chuich F, Laracy J, Biondi-Zoccai G, et al. et al. Cardiovascular considerations for patients, health careworkers, and health systems during the coronavirus disease2019 (COVID-19) pandemic. J Am Coll Cardiol. 2020;75(18):2352–71. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 331.Kim D, Quinn J, Pinsky B, Shah NH, Brown I. Rates of co-infection between SARS –CoV2 and other respiratory pathogens. JAMA. 2020;:323(20):2085-6. Doi: 10.1001/jama.2020.6266 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 332.Myers VD, Gerhard GS, McNamara DM, Tomar D, Madesh M, Kaniper S, et al. Association of variants in BAG3with cardiomyopathy outcomes in African American individuals. JAMA Cardiol. 2018;3(10):929-38. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 333.Xu Z, Shi L, Wang Y, Zang J, Huang L,. Pathological findings of COVID-19 associated with acute respiratory distress syndrome. Lancet Respir Med. 2020;8(4):420-2. doi: 10.1016/S2213-2600(20)30076-X. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 334.Inciardi RM, Lupi L, Zaccone G, Italiua L, Raffo M, Tomasoni D, et al. Cardiac involvement in a patient with coronavirus disease 2019 (COVID-19). JAMA Cardiol.5(7:1-6. doi:10.1001/jamacardio.2020.1096 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 335.Hu H, Ma F, Wei X, Fang Y. Coronavirus fulminant myocarditis saved with glucocorticoid and human immunoglobulin. Eur Heart J. 2020;42(2):46. doi: 10.1093/eurheartj/ehaa190. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 336.Esfandiarei M, McManus BM. Molecular biology and pathogenesis of viral myocarditis. Annu Rev Pathol. 2008;3:127–55. [DOI] [PubMed]
  • 337.Skulstad H, Cosyns B, Popescu BA, Galderisi M, Salvo G Di, Donal E, et al. COVID-19 pandemic and cardiac imaging: EACVI recommendations on precautions, indications, prioritization, and protection for patients and health carepersonnel. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2020;21(6):592-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 338.Libby P, The Heart in COVID19: Primary Target or Secondary Bystander?JACC: Basic Transl Sci.2020;5(5):537-42. doi: doi.org/10.1016/j.jacbts.2020.04.001. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 339.Shi S, Qin M, Shen B, Cai Y, Liu T, Yang F, et al. Association of Cardiac Injury With Mortality in Hospitalized Patients With COVID-19 in Wuhan, China. JAMA Cardiol. 2020,5(7):802-10 doi: 10.1001/jamacardio.2020.0950. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 340.Araujo-Filho JAB, Dantas Júnior RN, Assunção Júnior NA, et al. COVID-19 e Imagem Cardiovascular: Vamos Além da Ecocardiografia? Arq Bras Cardiol: Imagem cardiovasc. 2020; 33(2):COV01.
  • 341.Guo T, Fan Y, Chen M, Wu X, Zang L, He T, et al. Cardiovascular Implications of Fatal Outcomes of Patients With Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). JAMA Cardiol. 2020;5(7):811-8. doi: 10.1001/jamacardio.2020.1017. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 342.Januzzi JL. Troponin and BNP use in COVID-19. Cardiology Magazine. March 18 2020. Available from: www.acc.org/latest-in-cardiology/articles/ 2020/03/18 /15/25 /troponin-and-bnp- use-in-covid19.
  • 343.Bangalore S, Sharma A, Slotwiner A, Yatskar L, Harari R, Shah B, et al. ST-Segment Elevation in Patients with Covid-19 - A Case Series. N Engl J Med. 2020;382:2478-80. doi: 10.1056/NEJMc2009020. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 344.Cosyns B, Lochy S, Luchian ML, Gimelli A, Pontone G, Allard SD, et al. The role of cardiovascular imaging for myocardial injury in hospitalized COVID-19 patients. Eur Heart J Cardiovasc Imaging.2020 May 11;21(7):709-14. doi: 10.1093/ehjci/jeaa136. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 345.Choi AD, Abbara S, Branch KR, Feuchtner GM, Ghoshhajra B, Nieman K, et al. Society of Cardiovascular Computed Tomography guidance for use of cardiac computed tomography amids tthe COVID-19 pandemic. J Cardiovasc Comput Tomogr. 2020;14(2):101-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 346.Costa IBSS, Bittar, CS, Rizk SI, Araújo Filho AE, Santos KAQ, Machado TIV, et al. The heart and COVID-19: what cardiologists need to know. Arq Bras Cardiol. 2020 May 11;114(5):805-16. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 347.Kalil Filho R, Hajjar LA, Bacal F, Hoff PM, Diz M del P, Galas FRBG, et al. I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2011; 96(2 supl.1): 1-52. [PubMed]
  • 348.Cardinale DM, Barac A, Torbicki A, Khandheria BK, Lenihan D, Minotti G. Cardio-oncologicalmanagement of patients. Semin Oncol. 2019 Dec;46(6):408-13. [DOI] [PubMed]
  • 349.Sturgeon KM, Deng L, Bluethmann SM, Zhou S, Trifiletti DM, Jiang C, et al. A population-based study of cardiovascular disease mortality risk in US cancer patients. Eur Heart J. 2019;40(48):3889-97. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 350.Herrmann J. From trends to transformation: where cardio-oncology is to make a difference. Eur Heart J.2019;40(48):3898-900. [DOI] [PubMed]
  • 351.Escudier M, Cautela J, Malissen N, Ancedy Y, Orabona M, Pinto J, et al. Clinical features, management, and outcomes of immune checkpoint inhibitor-related cardiotoxicity. Circulation. 2017;136(21):2085–7. [DOI] [PubMed]
  • 352.Moslehi JJ, Salem JE, Sosman JA, Leson DB, Lebrun-Vignes B, Johnson DB, et al. Increased reporting of fatal immune checkpoint inhibitor-associated myocarditis. Lancet. 2018;391(10124):933. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 353.Volkova M, Russell R. Anthracycline Cardiotoxicity: Prevalence, Pathogenesis and Treatment. Curr Cardiol Rev. 2011 Nov; 7(4): 214–20. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 354.Henriksen PA. Anthracycline Cardiotoxicity: An Update on Mechanisms, Monitoring and Prevention. Heart .2017;104(12):971-7. [DOI] [PubMed]
  • 355.Favreau-Lessard AJ, Sawyer DB, Francis AS. Anthracycline Cardiomyopathy. Circ Heart Fail. 2018;11(7): e005194 [DOI] [PubMed]
  • 356.Dhesi S, Chu MP, Blevins G, Paterson I, Larrat L, Oudit GY, et al. Cyclophosphamide-Induced Cardiomyopathy A Case Report, Review, and Recommendations for Management. J Investig Med High Impact Case Rep. 2013; 1(1):1-2. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 357.Haanen JB, Robert C. Immune Check point Inhibitors. Prog Tumor Res. 2015;42:55-66. [DOI] [PubMed]
  • 358.Aoun F1, Kourie HR2, Sideris S2, Roumeguère T3, van Velthoven R1, Gil T2. Checkpoint inhibitors in bladder and renal cancers: results and perspectives. Immunotherapy. 2015;7(12):1259-71. [DOI] [PubMed]
  • 359.Zhou YW, Zhu YJ, Wang MN, Xie Y, Chen CY, Zhang T, et al. Immune Checkpoint Inhibitor-Associated Cardiotoxicity: Current Understanding on Its Mechanism, Diagnosis and Management. Front Pharmacol. 2019 Nov 29;10:1350. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 360.Postow MA, Sidlow R, Hellmann MD. Immune-Related Adverse Events Associated with Immune Checkpoint Blockade. N Engl J Med. 2018; 11;378(2):158- 68. [DOI] [PubMed]
  • 361.Bonaca MP, Olenchock BA, Salem JE, Wiviott SD, Ederly S, Cohen A, et al. Myocarditis in the Setting of Cancer Therapeutics: Proposed Case Definitions for Emerging Clinical Syndromes in Cardio-Oncology Circulation. 2019 Jul 2;140(2):80-91. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 362.Moslehi JJ, Brinkley DM, Meijers WC. Fulminant Myocarditis: Evolving Diagnosis, Evolving Biology, Evolving Prognosis. J Am Coll Cardiol. 2019 Jul 23;74(3):312-4 . [DOI] [PubMed]
  • 363.Yeh ETH, Ewer MS, Moslehi J, Dlugosz-Danecka M, Banchs J, Chang HM, Minotti G. Mechanisms and clinical course of cardiovascular toxicity of cancer treatment I. Oncology. Semin Oncol. 2019 Dec;46(6):397-402. doi: 10.1053/j.seminoncol.2019.10.006. [DOI] [PubMed]
  • 364.Hu JR, Florido R, Lipson EJ, Naidoo J, Ardehali R, Tocchetti CG, et al. Cardiovascular toxicities associated with immune checkpoint inhibitors. Cardiovasc Res. 2019 Apr 15;115(5):854-68. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 365.Brahmer JR, Lacchetti C, Schneider BJ, Atkins NB, Brassil KJ, Caterino JM, et al. Management of Immune-Related Adverse Events in Patients Treated With Immune Checkpoint Inhibitor Therapy: American Society of Clinical Oncology Clinical Practice Guideline. J Clin. Oncol.2018;36(17):1714-68. doi:10.1200/jco.2017.77.6385. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 366.Al-Kindi SG,Oliveira GH, Reporting of immune checkpoint inhibitor- associated myocarditis. Lancet.2018;392(10145):382-3. [DOI] [PubMed]
  • 367.Awadalla M, Mahmood S, Groar JD, Hassan MZ, Nohria A, Rokicki A, et al. Global Longitudinal Strain and Cardiac Events in Patients With Immune Checkpoint Inhibitor-Related Myocarditis. J Am Coll Cardiol.2020;75 75, 467-478, doi:10.1016/j.jacc.2019.11.049(2020). [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 368.Arangalage, D. et al. Survival After Fulminant Myocarditis Induced by Immune-Checkpoint Inhibitors. Ann Intern Med. 2017;167(9):683-4.doi: 10.7326/l17-0396. [DOI] [PubMed]
  • 369.Frigeri M, Meyer P, Banfic C, Giraud R, Hachulla AL, Spoere D, et al. Immune checkpoint inhibitor-associated myocarditis: a new challenge for cardiologists. Can J Cardiol. 2018;34(1):e91-e93. [DOI] [PubMed]
  • 370.Zadok OIB, Avraham BB, Nohria A, Orvin K, Nassar M, Iakobishvili Z, et al. Immune-Checkpoint Inhibitor-Induced Fulminant Myocarditis and Cardiogenic Shock. JACC CardioOncol.2019;1(1):141-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 371.Jain V, Mohebtash M, Rodrigo ME, Ruiz G, Atkins MB, Barac A. Autoimmune myocarditis caused by immune checkpoint inhibitors treated with antithymocyte globulin. J Immunother.2018;41(7):332-5. [DOI] [PubMed]
  • 372.Tay RY, Blackley E, McLean C, Moore M, Bergin P, Sanjeev G, et al. Successful use of equine anti-thymocyte globulin (ATGAM) for fulminant myocarditis secondary to nivolumab therapy. Br J Cancer.2017;117(7):921-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 373.Salem JE, Allenbach Y, Vozy A, Brecho TN, Johnson DB, Moslehi J, et al. Abatacept for Severe Immune Checkpoint Inhibitor– Associated Myocarditis. N Engl J Med. 2019;380(24):2377-9. doi:10.1056/NEJMc1901677. [DOI] [PubMed]
  • 374.Esfahani K, Bulaiga N, Thebault P, Johnson NA, Lapainte R. Alemtuzumab for Immune-Related Myocarditis Due to PD- 1 Therapy. N Engl J Med.2019;380(24):2375-6. doi:10.1056/NEJMc1903064 [DOI] [PubMed]
  • 375.Sharma M, Suero-Abreu G A, Kim BA. Case of Acute Heart Failure due to Immune Checkpoint Blocker Nivolumab. Cardiol Res.2019;10(2):120-3. doi:10.14740/cr838 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 376.Simonaggio A, Michot JN, Voisin AL. Evaluation of Readministration of Immune Checkpoint Inhibitors After Immune-Related Adverse Events in Patients With Cancer. JAMA Oncol.2019;5(9):1310-7. doi:10.1001/jamaoncol.2019.1022 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 377.Lee D H, Armanious M, Huang J, Jeong D, Druta M, Fradley MG. Case of pembrolizumab-induced myocarditis presenting as torsades de pointes with safe re-challenge. J Oncol Pharm. Pract. 2020;26(6):1544-8. doi:10.1177/1078155220904152. [DOI] [PubMed]
  • 378.Reddy N, Moudgil R, Lopez-Maltei J, Karimzad K, Mouhayar EN, Somaiah N, et al. Progressive and Reversible Conduction Disease With Checkpoint Inhibitors. Can J Cardiol.2017;33(10):1013-35. 33, 1335.e1313-1335.e1315, doi:10.1016/j.cjca.2017.05.026(2017). [DOI] [PubMed]
  • 379.Almuwaqqat Z, Meisel JL, Barac A, Parashar S. Breast Cancer and Heart Failure. Heart Fail Clin. 2019;15(1):65-75. [DOI] [PubMed]
  • 380.Zamorano JL, Lancellotti P, Rodriguez Muñoz D, Aboyans V, Asteggiano R, Galderisi M, et al. 2016 ESC Position Paper on cancer treatments and cardiovascular toxicity developed under the auspices of the ESC Committee for Practice Guidelines: The Task Force for cancer treatments and cardiovascular toxicity of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2016;37(36):2768- 801. [DOI] [PubMed]
  • 381.Swain SM, Whaley FS, Gerber MC, Weisberg S, York M, Spicer D, et al. Cardioprotection with dexrazoxane for doxorubicin-containing therapy in advanced breast cancer. J Clin Oncol. 1997;15(4):1318-32. [DOI] [PubMed]
  • 382.Swain SM, Whaley FS, Gerber MC, Ewer MS, Bianchine JR, Gams RA. Delayed administration of dexrazoxane provides cardioprotection for patients with advanced breast cancer treated with doxorubicin-containing therapy. J Clin Oncol. 1997;15(4):1333-40. [DOI] [PubMed]
  • 383.van Dalen EC, Caron HN, Dickinson HO, Kremer LC. Cardioprotective interventions for cancer patients receiving anthracyclines. Cochrane Database Syst Rev. 2008(2):CD003917. [DOI] [PubMed]
  • 384.Asselin BL, Devidas M, Chen L, Franco VI, Pullen J, Borowitz MJ, et al. Cardioprotection and Safety of Dexrazoxane in Patients Treated for Newly Diagnosed T-Cell Acute Lymphoblastic Leukemia or Advanced-Stage Lymphoblastic Non-Hodgkin Lymphoma: A Report of the Children’s Oncology Group Randomized Trial Pediatric Oncology Group 9404. J Clin Oncol. 2016;34(8):854-62. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 385.Venturini M, Michelotti A, Mastro L, Gallo L, Carnino F, Garrone O, et al. Multicenter randomized controlled clinical trial to evaluate cardioprotection of dexrazoxane versus no cardioprotection in women receiving epirubicin chemotherapy for advanced breast cancer. L Clin Oncol.1996;14(12):3112-20. [DOI] [PubMed]
  • 386.Lipshultz SE, Rifai N, Dalton VM, Levy DE, Silverman LB, Lipsitz SR, et al. The effect of dexrazoxane on myocardial injury in doxorubicin-treated children with acute lymphoblastic leukemia. N Engl J Med. 2004;351(2):145-53. [DOI] [PubMed]
  • 387.Marty M, Espié M, Llombart A, Monnier A, Rapoport B, Stahalova V. Multicenter randomized phase III study of the cardioprotective effect of dexrazoxane (Cardioxane) in advanced/metastatic breast cancer patients treated with anthracycline-based chemotherapy. Annals of oncology. l J Eur Soc Med Oncol. 2006; 17(4): 614-22. [DOI] [PubMed]
  • 388.Tebbi CK, London WB, Friedman D, Villaluna D, De Alarcon PA, Constine LS, et al. Dexrazoxane-associated risk for acute myeloid leukemia/myelodysplastic syndrome and other secondary malignancies in pediatric Hodgkin’s disease. J Clin Oncol. 2007;25(5):493-500. [DOI] [PubMed]
  • 389.Barry EV, Vrooman LM, Dahlberg SE, Neuberg DS, Asselin BL, Athale UH, et al. Absence of secondary malignant neoplasms in children with high-risk acute lymphoblastic leukemia treated with dexrazoxane. J Clin Oncol. 2008;26(7):1106- 11. [DOI] [PubMed]
  • 390.Kalay N, Basar E, Ozdogru I, Er O, Cetinkaya Y, Dogan A, et al. Protective effects of carvedilol against anthracycline-induced cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2006;48(11):2258-62. [DOI] [PubMed]
  • 391.Kaya MG, Ozkan M, Gunebakmaz O, Akkaya H, Kaya EG, Akpek M, et al. Protective effects of nebivolol against anthracycline-induced cardiomyopathy: a randomized control study. Int J Cardiol. 2013;167(5):2306-10. [DOI] [PubMed]
  • 392.Seicean S, Seicean A, Alan N, Plana JC, Budd GT, Marwick TH. Cardioprotective effect of β-adrenoceptor blockade in patients with breast cancer undergoing chemotherapy: follow-up study of heart failure. Circ Heart Fail. 2013;6(3):420-6. [DOI] [PubMed]
  • 393.Gulati G, Heck SL, Ree AH, Hoffmann P, Schulz-Menger J, Fagerland MW, et al. Prevention of cardiac dysfunction during adjuvant breast cancer therapy (PRADA): a 2 × 2 factorial, randomized, placebo-controlled, double-blind clinical trial of candesartan and metoprolol. Eur Heart J. 2016;37(21):1671-80. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 394.Cardinale D, Colombo A, Sandri M, Lamantia G, Colombo N, Civelli M, et al. Prevention of high-dose chemotherapy-induced cardiotoxicity in high-risk patients by angiotensin-converting enzyme inhibition. Circulation.2006;114(23):2474-81. [DOI] [PubMed]
  • 395.Cardinale D, Ciceri F, Latini R, Franzosi MG, Sandri MT, Civelli M, et al. Anthracycline-induced cardiotoxicity: A multicenter randomised trial comparing two strategies for guiding prevention with enalapril: The International CardioOncology Society-one trial. Eur J Cancer. 2018;94:126-37. [DOI] [PubMed]
  • 396.Avila MS, Ayub-Ferreira SM, de Barros Wanderley MR, das Dores Cruz F, Goncalves Brandao SM, Rigaud VOC, et al. Carvedilol for Prevention of Chemotherapy-Related Cardiotoxicity: The CECCY Trial. J Am Coll Cardiol. 2018;71(20):2281-90. [DOI] [PubMed]
  • 397.Pituskin E, Mackey J, Koshman S, Jassal D, Pitz M, Haykowsky M, et al. Multidisciplinary Approach to Novel Therapies in Cardio-Oncology Research (MANTICORE 101-Breast): a Randomized Trial for the Prevention of Trastuzumab- Associated Cardiotoxicity. J Clin Oncol. 2017;35(8):870-7. [DOI] [PubMed]
  • 398.Guglin M, Krischer J, Tamura R, Fink A, Bello-Matricaria L, McCaskill-Stevens W, et al. Randomized Trial of Lisinopril Versus Carvedilol to Prevent Trastuzumab Cardiotoxicity in Patients With Breast Cancer. J Am Coll Cardiol. 2019;73(22):2859-68. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 399.Lynce F, Barac A, Geng X, Dang C, Yu AF, Smith KL, et al. Prospective evaluation of the cardiac safety of HER2-targeted therapies in patients with HER2- positive breast cancer and compromised heart function: the SAFE-HEaRt study. Breast Cancer Res Treat. 2019;175(3):595-603. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 400.Durani Y, Egan M, Baffa J, Selbst SM, Nager AL. Pediatric myocarditis: presenting clinical characteristics. Am J Emerg Med. 2009;27(8):942–7. [DOI] [PubMed]
  • 401.Freedman SB, Haladyn K, Floh A, et al. Pediatric Myocarditis: Emergency Department Clinical Findings and Diagnostic Evaluation. Pediatrics 2007;120(6):1278-85. [DOI] [PubMed]
  • 402.Howard A, Hasan A, Brownlee J, Mehmood N, Ali M, Mehta S, et al. Pediatric Myocarditis Protocol: An Algorithm for Early Identification and Management with Retrospective Analysis for Validation. Pediatr Cardiol. 2020; 41(2):316-26. [DOI] [PubMed]
  • 403.Buntubatu S, Prawirohartono E, Arguni E. Myocarditis Prevalence in Paediatric Dengue Infection: A Prospective Study in Tertiary Hospital in Yogyakarta, Indonesia. J Trop Pediatr.2019;65(6):603-8. [DOI] [PubMed]
  • 404.Sanna G, Serrau G, Bassareo PP, Neroni P, Fanos V, Marcialis MA. Children’s heart and COVID-19: Up- to-date evidence in the form of a systematic review. Eur J Pediatr.2020;179(7):1079-87. DOI: https://doi.org/10.1007/s00431-020-03699-0 [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 405.Ryan TD, Nagarajan R, Godown J. Cardiovascular Toxicities in Pediatric Cancer Survivors. Cardiol Clin 2019;37:533–544. [DOI] [PubMed]
  • 406.Kuhl, U.; Schultheiss, H.P. Myocarditis in children. Heart Fail Clin. 2010, 6, (4):483–96. [DOI] [PubMed]
  • 407.Chang Y-J, Hsiao H-J, Hsia S-H, Lin J-J, Hwang M-S, Chung H-T, et al. Analysis of clinical parameters and echocardiography as predictors of fatal pediatric myocarditis. PLoS ONE.2019;14(3):e02114087. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 408.Foerster SR, Canter CE, Cinar A, Sleeper LA, Webber AS, Pahl E, et al. Ventricular remodeling and survival are more favorable for myocarditis than for idiopathic dilated cardiomyopathy inchildhood: an outcomes study from the Pediatric Cardiomyopathy Registry. Circ Heart Fail. 2010;3(6):689–97. [DOI] [PubMed]
  • 409.Farinha IT, Miranda JO Myocarditis in Paediatric Patients: Unveiling the Progression to Dilated Cardiomyopathy and Heart Failure. J. Cardiovasc. Dev Dis. 2016;3(4):31. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 410.Bejiqi R, Retkoceri R, Maloku A, Mustafa A, Bejiqi H, Bejiqi GR. The Diagnostic and Clinical Approach to Pediatric Myocarditis: A Review of the Current Literature. Maced J Med Sci. 2019 Jan 15; 7(1):163-74. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 411.Neonatal EC Registry of the Extracorporeal Life Support Organization (ELSO). Ann Arbor(Mi;1995.
  • 412.Heidendael JF, Den Boer SL, Wildenbeest J G, Dalinghaus M, Straver B, Pajkrt D. Intravenous immunoglobulins in children with new oset dilated cardiomyopathy. Cardiol Young.2017;28(1):46-54. [DOI] [PubMed]
  • 413.Adler Y, Charron P, Imazio M, Badano L, Barón-Esquivias G, Bogaert J, et al. 2015 ESC Guidelines for the diagnosis and management of pericardial diseases: The Task Force for the Diagnosis and Management of Pericardial Diseases of the European Society of Cardiology (ESC) Endorsed by: The European Association of Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2015;36(42):2921-64. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 414.Klein AL, Abbara S, Agler DA, Appleton CP, Asher CR, Hoit B, et al. American Society of Echocardiography clinical recommendations for multimodality cardiovascular imaging of patients with pericardial disease: endorsed by the Society for Cardiovascular Magnetic Resonance and Society of Cardiovascular Computed Tomography. J Am Soc Echocardiogr. 2013; 26(9):965-1012. [DOI] [PubMed]
  • 415.Imazio M, Spodick DH, Brucato A, Trinchero R, Adler Y. Controversial issues in the management of pericardial diseases. Circulation. 2010;121(7):916-28. [DOI] [PubMed]
  • 416.Imazio M, Cooper LT. Management of myopericarditis. Expert Rev Cardiovasc Ther. 2013;11(2):193-201. [DOI] [PubMed]
  • 417.Imazio M, Cecchi E, Demichelis B, Chinaglia A, Ierna S, Demarie D, et al. Myopericarditis versus viral or idiopathic acute pericarditis. Heart. 2008;94(4):498-501. [DOI] [PubMed]
  • 418.Imazio M, Trinchero R. Myopericarditis: etiology, management, and prognosis. Int J Cardiol. 2008;127(1):17-26. [DOI] [PubMed]
  • 419.Imazio M, Brucato A, Barbieri A, Ferroni F, Maestroni S, Ligabue G, et al. Good prognosis for pericarditis with and without myocardial involvement: results from a multicenter, prospective cohort study. Circulation. 2013;128(1):42-9 [DOI] [PubMed]
  • 420.Di Bella G, Imazio M, Bogaert J, Pizzino F, Camastra G, Monti L, et al. Clinical Value and Prognostic Impact of Pericardial Involvement in Acute Myocarditis. Circ Cardiovasc Imaging.2019;12(2):e008504. [DOI] [PubMed]
  • 421.Dawson D, Rubens M, Mohiaddin R. Contemporary imaging of the pericardium. JACC Cardiovasc Imaging. 2011 Jun;4(6):680-4. [DOI] [PubMed]
  • 422.Taylor AM, Dymarkowski S, Verbeken EK, Bogaert J. Detection of pericardial inflammation with late-enhancement cardiac magnetic resonance imaging: initial results. Eur Radiol. 2006 Mar;16(3):569-74. [DOI] [PubMed]
  • 423.Rezkalla S, Khatib G, Khatib R. Coxsackievirus B3 murine myocarditis. Deleterious effects of non-steroidal anti-inflammatory agents. J Lab Clin Med. 1986;107(4):393–5. [PubMed]
  • 424.Khatib, R., Reyes, M.P., Smith, F.E. Enhancement of Coxsackievirus B3 replication in Vero cells by indomethacin. J Infect Dis. 1990;162(4):997–8. [DOI] [PubMed]
  • 425.Wu S, Yang YM, Zhu J, Wan HB, Wang J, Zhang H, Shao XH. Clinical characteristics and outcomes of patients with myocarditis mimicking ST- segment elevation myocardial infarction: Analysis of a case series. Medicine (Baltimore). 2017 May;96(19):e6863. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 426.Zhang T, Miao W, Wang S, Wei M, Su G, Li Z. Acute myocarditis mimicking ST-elevation myocardial infarction: A case report and review of the literature. Exp Ther Med. 2015 Aug;10(2):459-64. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 427.Tandon V, Kumar M, Mosebach CM, Tandon AA. Severe Coronary Artery Disease Disguised as Myocarditis. Cureus. 2019 Feb 28;11(2):e4159. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 428.Buja LM, Zehr B, Lelenwa L, Ogechukwu E, Zhao B, Dasgupta A, Barth RF. Clinicopathological complexity in the application of the universal definition of myocardial infarction. Cardiovasc Pathol. 2020;44:107153. [DOI] [PubMed]
  • 429.de Bliek EC. ST elevation: Differential diagnosis and caveats. A comprehensive review to help distinguish ST elevation myocardial infarction from nonischemic etiologies of ST elevation. Turk J Emerg Med. 2018 Feb 17;18(1):1-10. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 430.Arnold JR, McCann GP. Cardiovascular magnetic resonance: applications and practical considerations for the general cardiologist. Heart. 2020;106(3):174-81. doi: 10.1136/heartjnl-2019-314856. [DOI] [PubMed]
  • 431.Suthahar N, Meijers WC, Silljé HHW, de Boer RA. From Inflammation to Fibrosis-Molecular and Cellular Mechanisms of Myocardial Tissue Remodelling and Perspectives on Differential Treatment Opportunities. Curr Heart Fail Rep. 2017 Aug;14(4):235-50. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 432.Ordunez P, Martinez R, Soliz P, Giraldo G, Mujica OJ, Nordet P. Rheumatic heart disease burden, trends, and inequalities in the Americas, 1990–2017: a population-based study. Lancet Glob Health. 2019;7(10):e1388-97. [DOI] [PubMed]
  • 433.Veasy LG, Tani LY, Hill HR. Persistence of acute rheumatic fever in the intermountain area of the United States. J Pediatr. 1994 Jan;124(1):9-16. [DOI] [PubMed]
  • 434.Branco CE, Sampaio RO, Bracco MM, Morhy SS, Vieira ML, Guilherme L, et al. Rheumatic Fever: a neglected and underdiagnosed disease. New perspective on diagnosis and prevention. Arq Bras Cardiol. 2016 Nov;107(5):482-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 435.Kamblock J, Payot L, Lung B, Costes P, Gillet T, Le Goanvic C, et al. Does rheumatic myocarditis really exists? Systematic study with echocardiography and cardiac troponin I blood levels. Eur Heart J. 2003;24(9):855-62 [DOI] [PubMed]
  • 436.Ribeiro AL, Duncan LC, Brant PA, Lotufo JG, Mill SM, Barreto SM. Cardiovascular health in Brazil: trends and perspectives, Circulation.2016;133(4):422-33. [DOI] [PubMed]
  • 437.Watkins DA, Johnson CO, Colquhoun SM, Karthikejan G, Buchman G, et al. Global, regional, and national burden of rheumatic heart disease, 1990–2015. N Engl J Med. 2017; 377(8):713-22. [DOI] [PubMed]
  • 438.Nascimento BR, Beaton AZ, Nunes MC, Diamantino AC, Carmo GA, Oliveira KK, et al. PROVAR (Programa de RastreamentO da VAlvopatia Reumática) investigators. Echocardiographic prevalence of rheumatic heart disease in Brazilian schoolchildren: Data from the PROVAR study. Int J Cardiol. 2016 Sep 15;219:439-45. [DOI] [PubMed]
  • 439.Pereira BÁF, Belo AR, Silva NAD. Rheumatic fever: update on the Jones criteria according to the American Heart Association review - 2015. Rev Bras Reumatol.2017;57(4):364-8. [DOI] [PubMed]
  • 440.Gewitz MH, Baltimore RS, Tani LY, Sable CA, Shulman ST, Carapetis J, et al. American Heart Association Committee on Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease of the Council on Cardiovascular Disease in the Young. Revision of the Jones Criteria for the diagnosis of acute rheumatic fever in the era of Doppler echocardiography: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2015 May 19;131(20):1806-18. [DOI] [PubMed]
  • 441.Marijon E, Mirabel M, Celermajer DS, Jouven X. Rheumatic heart disease. Lancet. 2012 Mar 10;379(9819):953-64. [DOI] [PubMed]
  • 442.Bitar FF, Hayek P, Obeid M, Gharzeddine W, Mikati M, Dbaibo GS. Rheumatic fever in children: a 15-year experience in a developing country. Pediatr Cardiol. 2000 Mar-Apr;21(2):119-22. [DOI] [PubMed]
  • 443.Reményi B, Wilson N, Steer A, Ferreira B, Kado J, Kumar K, et al. World Heart Federation criteria for echocardiographic diagnosis of rheumatic heart disease--an evidence-based guideline. Nat Rev Cardiol. 2012 Feb 28;9(5):297-309. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 444.Fabi M, Calicchia M, Miniaci A, Balducci A, Tronconi E, Bonetti S, et al. Carditis in Acute Rheumatic Fever in a High-Income and Moderate-Risk Country. J Pediatr. 2019 Dec;215:187-91. [DOI] [PubMed]
  • 445.Ozdemir O, Oguz D, Atmaca E, Sanli C, Yildirim A, Olgunturk R. Cardiac troponin T in children with acute rheumatic carditis. Pediatr Cardiol. 2011 Jan;32(1):55-8. [DOI] [PubMed]
  • 446.Carapetis JR, McDonald M, Wilson NJ. Acute rheumatic fever. Lancet. 2005;366(9480):155-68. [DOI] [PubMed]
  • 447.Carapetis JR, Brown A, Walsh W; National Heart Foundation of Australia Cardiac Society of Australia and New Zealand. The diagnosis and management of acute rheumatic fever and rheumatic heart disease in Australia: an evidence-based review. Australia: Heart Foundation; 2006.
  • 448.Barbosa PJB, Müller RE, Latado AL, Achutti AC, Ramos AIO, Weksler C, et al. Diretrizes Brasileiras para Diagnóstico, Tratamento e Prevenção da Febre Reumática da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Arq Bras Cardiol.2009;93(3 supl 4):1-18. [PubMed]
  • 449.Calegaro JU, de Carvalho AC, Campos ER, Medeiros M, Gomes Ede F. Gálio 67 na febre reumática: experiência preliminar [Gallium-67 in rheumatic fever: preliminary report]. Arq Bras Cardiol. 1991 Jun ;56(6):487-92. [PubMed]
  • 450.Soares Jr J - Cintilografia com Gálio-67 na doença reumática: contribuição ao diagnóstico de cardite nas fases aguda e crônica. (Tese) São Paulo: Faculdade de Medicina USP;1992.
  • 451.Narula J, Malhotra A, Yasuda T, Talwar KK, Reddy KS, Chopra P, et al. Usefulness of antimyosin antibody imaging for the detection of active rheumatic myocarditis. Am J Cardiol. 1999 Oct 15;84(8):946-50, A7. [DOI] [PubMed]
  • 452.Nagesh CM, Saxena A, Patel C, Karunanithi S, Nadig M, Malhotra A. The role of 18F fluorodeoxyglucose positron emission tomography (18F-FDG-PET) in children with rheumatic carditis and chronic rheumatic heart disease. Nucl Med Rev Cent East Eur. 2015;18(1):25-8. [DOI] [PubMed]
  • 453.Mavrogeni S, Schwitter J, van Rossum A, Nijveldt R, Aletras A, Kolovou G, et al. Cardiac magnetic resonance imaging in myocardial inflammation in autoimmune rheumatic diseases: An appraisal of the diagnostic strengths and limitations of the Lake Louise criteria. Int J Cardiol. 2018 Feb 1;252:216-9. [DOI] [PubMed]
  • 454.Barlow JB, Marcus RH, Pocock WA, Barlow CW, Essop R, Sareli P. Mechanisms and management of heart failure in active rheumatic carditis. S Afr Med J. 1990 Aug 18;78(4):181-6. [PubMed]
  • 455.Atatoa-Carr P, Lennon D, Wilson N. Rheumatic fever diagnosis, management, and secondary prevention: a New Zealand guideline. N Z Med J. 2008 Apr 4;121(1271):590-69. [PubMed]
  • 456.Cilliers AM, Manyemba J, Saloojee H. Anti-inflammatory treatment for carditis in acute rheumatic fever. Cochrane Database Syst Rev. 2003;2: CD003176. [DOI] [PubMed]
  • 457.Illingworth RS, Lorber J, Holt KS, Rendle-Short J. Acute rheumatic fever in children: a comparison of six forms of treatment in 200 cases. Lancet. 1957 Oct 5; 273(6997):653-9. [DOI] [PubMed]
  • 458.Herdy GV, Pinto CA, Olivaes MC, Carvalho EA, Tchou H, Cosendey R, et al. Rheumatic carditis treated with high doses of pulsetherapy methylprednisolone. Results in 70 children over 12 years. Arq Bras Cardiol. 1999;72(5):601-6. [DOI] [PubMed]
  • 459.Camara EJ, Braga JC, Alves-Silva LS, Camara GF, da Silva Lopes AA. Comparison of an intravenous pulse of methylprednisolone versus oral corticosteroid in severe acute rheumatic carditis: a randomized clinical trial. Cardiol Young. 2002 Mar;12(2):119-24. [DOI] [PubMed]
  • 460.Hillman ND, Tani LY, Veasy LG, Lambert LL, Di Russo GB, Doty DB, et al. Current status of surgery for rheumatic carditis in children. Ann Thorac Surg. 2004 Oct;78(4):1403-8. [DOI] [PubMed]
  • 461.Finucane K, Wilson N. Priorities in cardiac surgery for rheumatic heart disease. Glob Heart. 2013 Sep;8(3):213-20. [DOI] [PubMed]
  • 462.Mavrogeni S, Karabela G, Stavropoulos E, Gialafos E, Sfendouraki E, Kyrou L, Kolovou G. Imaging patterns of heart failure in rheumatoid arthritis evaluated by cardiovascular magnetic resonance. Int J Cardiol 2013;168(4):4333–5. [DOI] [PubMed]
  • 463.Hachulla AL, Launay D, Gaxotte V, de Groote P, Lamblin N, Devos P, et al. Cardiac magnetic resonance imaging in systemic sclerosis: a cross-sectional observational study of 52 patients. Ann Rheum Dis. 2009;68(12):1878-84. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 464.Caforio ALP, Adler Y, Agostini C, Allanore Y, Anartesakis A, Arads M, et al. Diagnosis and management of myocardial involvement in systemic immune-mediated diseases: a position statement of the European Society of Cardiology Working Group on Myocardial and Pericardial Disease. Eur Heart J. 2017; 38(35):2649-62. [DOI] [PubMed]
  • 465.Peretto G, Sala S, Rizzo F, De Luca, Campochiaro C, Sartorelli S, et al. Arrhythmias in myocarditis: State of the art. Heart Rhythm. 2019;16(5):793-801. [DOI] [PubMed]
  • 466.Calforio ALP, Pankuweit S, Arbustini H, Basso C, Gimeno-Blanes J, Felkix SB, et al. Current state of knowledge on aetiology,diagnosis, management, and therapy of myocarditis: a position statement of the European Society of Cardiology Working Group on Myocardial and Pericardial Diseases. Eur Heart J.2013 ;34(33):2638-48. [DOI] [PubMed]
  • 467.Steinberg JS, Varma N, Cygankiewicz I, Aziz P, Balsam P, Baranchuk A, et al. 2017 ISHNE-HRS expert consensus statement on ambulatory ECG and external cardiac monitoring/telemetry Heart Rhythm. 2017;14(7):e55–e96. [DOI] [PubMed]
  • 468.-e420.Cronin E, Bogun FM, Maury P, Peichl P, Chen M, Namboodiri N, et al. 2019 HRS/EHRA/APHRS/LAHRS expert consensus statement on catheter ablation of ventricular arrhythmias. Heart Rhythm. 2020;17(1):e2-e154, [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 469.Pelargonio G, Pinnacchio G, Narducci ML, Pieroni Pernd F, Bencardino G, et al et al. Long-Term Arrhythmic Risk Assessment in Biopsy-Proven Myocarditis. JACC: Clin Electrophysiol. 2020;6(5):574-82. [DOI] [PubMed]
  • 470.Al-Khgatib, Stevenson WG, Ackerman MJ, Bryant WJ, Callans DJ, Curtis AB, et al. 2017 ANA/ACC/HRS guideline for management of patients with ventricular arrhythmias and prevention of sudden cardiac death. Circulation. 2018;138(13):e272-e391.Erratum in Circulation.2018;138(13):e419-e420. [DOI] [PubMed]
  • 471.Pavlicek V, Kindermann I, Wintrich J, Mahfoud F, Klingel K, Bohm M, et al. Ventricular arrhythmias and myocardial inflamation: long-term follow-up patients with suspected myocarditis. Int J Cardiol. 2019;274:132-7. [DOI] [PubMed]
  • 472.Baksi AJ, Kanaganayagam GS, Prasad SKArrhythmias in viral myocarditis and pericarditis. Card Electrophysiol Clin. 2015;7(2):269-81. [DOI] [PubMed]
  • 473.Thiene G, Basso C. Arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy: an update. Cardiovasc Pathol. 2001;10(3):109–17. [DOI] [PubMed]
  • 474.Salerno F, Girerd N, Chalabreysse L, Billaud G, Lina B, Chevalier P, et al. Myocarditis and cardiac channelopathies: a deadly association? Int J Cardiol 2011;147(3):468–70. [DOI] [PubMed]
  • 475.Subahi A, Akintoye E, Yassin AS, Abubakar H, Adegbala D, Mishra T, et al. Impact of atrial fibrillation on patients hospitalized for acute myocarditis: Insights from a nationally-representative United States cohort. Clin Cardiol. 2019;42(1):26-31. [DOI] [PMC free article] [PubMed]
  • 476.Chen S, Hoss S, Zeniou V, Shauer A, Admon D, Zwas DR, et al. Electrocardiographic Predictors of Morbidity and Mortality in Patients with Acute Myocarditis: the Importance of QRS-T Angle. J Card Fail. 2018 ;24(1):3-8. [DOI] [PubMed]
  • 477.White JA, Hansen R Abdelhaleem A, Mikami Y, Peng M, Rivest S, et al. Natural History of Myocardial Injury and Chamber Remodeling in Acute Myocarditis. Circ Cardiovasc Imaging. 2019 ;12(7):e008614. [DOI] [PubMed]
Arq Bras Cardiol. 2022 Jul 7;119(1):143–211. [Article in English]

Brazilian Society of Cardiology Guideline on Myocarditis – 2022

Marcelo Westerlund Montera 1, Fabiana G Marcondes-Braga 2, Marcus Vinícius Simões 3, Lídia Ana Zytynski Moura 4, Fabio Fernandes 2, Sandrigo Mangine 2, Amarino Carvalho de Oliveira Júnior 1, Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza 5, Bárbara Maria Ianni 2, Carlos Eduardo Rochitte 6,7, Claudio Tinoco Mesquita 1,5,8, Clerio F de Azevedo Filho 9, Dhayn Cassi de Almeida Freitas 10, Dirceu Thiago Pessoa de Melo 11, Edimar Alcides Bocchi 2, Estela Suzana Kleiman Horowitz 12, Evandro Tinoco Mesquita 5,13, Guilherme H Oliveira 14, Humberto Villacorta 5, João Manoel Rossi Neto 15, João Marcos Bemfica Barbosa 16, José Albuquerque de Figueiredo Neto 17, Louise Freire Luiz 1, Ludhmila Abrahão Hajjar 2,18, Luis Beck-da-Silva 19,20, Luiz Antonio de Almeida Campos 1, Luiz Cláudio Danzmann 21, Marcelo Imbroise Bittencourt 22,23, Marcelo Iorio Garcia 24, Monica Samuel Avila 2, Nadine Oliveira Clausell 19, Nilson Araujo de Oliveira Jr 25, Odilson Marcos Silvestre 1, Olga Ferreira de Souza 25, Ricardo Mourilhe-Rocha 22, Roberto Kalil Filho 26, Sadeer G Al-Kindi 27, Salvador Rassi 28, Silvia Marinho Martins Alves 29,30, Silvia Moreira Ayub Ferreira 2, Stéphanie Itala Rizk 18,26, Tiago Azevedo Costa Mattos 1, Vitor Barzilai 31, Wolney de Andrade Martins 5,32, Heinz-Peter Schultheiss 33

Brazilian Society of Cardiology Guideline on Myocarditis – 2022
The report below lists declarations of interest as reported to the SBC by the experts during the period of the development of these statement, 2021.
Expert Type of relationship with industry
Amarino Carvalho de Oliveira Júnior Nothing to be declared
Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza
  • Other relationships

  • Any economically relevant equity interest in companies in the healthcare or education industry or in any companies competing with or supplying to SBC:

  • - Cardiology: Course - PROKIDS Assistência Multidisciplinar LTDA

Bárbara Maria Ianni Nothing to be declared
Carlos Eduardo Rochitte Nothing to be declared
Claudio Tinoco Mesquita
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Xarelto. - Servier: Vastarel.

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Alnylan: Onpatro.

Clerio F. Azevedo Nothing to be declared
Dhayn Cassi de Almeida Freitas Nothing to be declared
Dirceu Thiago Pessoa de Melo
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Daiichi Sankyo. Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Pfizer.

Edimar Alcides Bocchi
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca: ISGLT2; Bayer: ISGLT2, Vericiguat; Boehringer: ISGLT2.

Estela Suzana Kleiman Horowitz
  • Financial declaration

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Jansen: Rivaroxabana.

  • C - Personal research funding paid by the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Jansen: Rivaroxabana.

Evandro Tinoco Mesquita
  • Other relationships

  • Employment relationship with the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry, as well as any employment relationship with health insurance companies or medical audit companies (including part-time jobs) in the year to which your declaration refers:

  • - UnitedHealth Group.

Fabiana G. Marcondes-Braga
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Lectures; AstraZeneca: Lectures and Advisory Council; Boehringer: Advisory Council.

Fabio Fernandes
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Pfizer: Tafamidis; Alnylan: Patisiran.

Guilherme H. Oliveira Nothing to be declared
Heinz-Peter Schultheiss Nothing to be declared
Humberto Villacorta
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Heart failure; Roche: Biomarkers; Servier: Heart failure.

  • C - Personal research funding paid by the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Roche: GDF-15.

João Manoel Rossi Neto
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Lectures; AstraZeneca: Lectures.

João Marcos Bemfica Barbosa
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto.

José Albuquerque de Figueiredo Neto
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Heart failure.

Lídia Ana Zytynski Moura
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga.

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca: Forxiga.

Louise Freire Luiz Nothing to be declared
Ludhmila Abrahão Hajjar Nothing to be declared
Luis Beck-da-Silva
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Heart failure; AstraZeneca: Heart failure.

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Amgen: Heart failure.

Luiz Antonio de Almeida Campos Nothing to be declared
Luiz Cláudio Danzmann
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga; Servier: Procoralan.

Marcelo Imbroise Bittencourt
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - GENEONE - DASA: Genetic tests; Sanofi: Enzyme replacement therapy; AstraZeneca: Forxiga.

Marcelo Iorio Garcia Nothing to be declared
Marcelo Westerlund Montera Nothing to be declared
Marcus Vinícius Simões
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto; AstraZeneca: Dapagliflozina.

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Amgen: Omecamtiv/Mecarbil; Beringher Ingelheim: Empagliflozina.

Monica Samuel Avila Nothing to be declared
Nadine Oliveira Clausell Nothing to be declared
Nilson Araujo de Oliveira Jr.
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Johnson and Johnson: Catheters for invasive electrophysiology.

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Biotronik: Dispositivos de estimulação cardíaca.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, a commodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Johnson and Johnson: Catheters for electrophysiology.

Odilson Marcos Silvestre Nothing to be declared
Olga Ferreira de Souza Nothing to be declared
Ricardo Mourilhe-Rocha Financial declaration A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry: - AstraZeneca: Dapagliflozina; Boehringer: Empagliflozina; Novartis: Sacubitril/Valsartana. B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry: - PROADI/SUS: Telemedicina; Boehringer: Empagliflozina.
Roberto Kalil Filho Nothing to be declared
Sadeer G. Al-Kindi Nothing to be declared
Salvador Rassi
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan

  • B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry: - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan; Boehringer Ingelheim: Jardiance.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Entresto; Servier: Procoralan.

Sandrigo Mangine
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novartis: Sacubitril/Valsartan; Pfizer: Rare deseases.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Pfizer: Rare deseases.

Silvia Marinho Martins Alves Nothing to be declared
Silvia Moreira Ayub Ferreira
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Abbott: Mitraclip; Novartis: Entresto.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Abbott: Heartmate II e HeartMate 3.

Stéphanie Itala Rizk Nothing to be declared
Tiago Azevedo Costa Mattos Nothing to be declared
Vitor Barzilai Nothing to be declared
Wolney de Andrade Martins
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Cardio-oncology.

Content

1. Epidemiology 149

2. Definition and etiology 150

2.1. Genetic factors in the etiopathogenesis of myocarditis 151

3. Pathophysiology 151

4. Diagnostic evaluation 152

4.1. Diagnostic criteria for suspected myocarditis 152

4.1.1. Diagnostic evaluation flowchart 152

4.2. Clinical evaluation: suspected clinical situations 152

4.3. Biomarkers 154

4.3.1. Laboratory markers of inflammatory injury 154

4.3.2. Laboratory markers for etiopathogenic investigation 155

4.4. Electrocardiogram 155

4.4.1. Diagnostic criteria for electrocardiogram/Holter/stress testing 156

4.4.2. Prognosis 157

4.5. Echocardiogram 157

4.6. Cardiac magnetic resonance imaging 157

4.7. Nuclear medicine 159

4.7.1. Single-photon emission computed tomography (SPECT) radiotracers 159

4.7.2. Positron emission tomography (PET) radiotracers 160

4.7.3. Additional perspectives 160

4.8. Coronary computed tomography angiography and coronary angiography 161

4.9. Endomyocardial biopsy: indications, technique, and complications 162

4.9.1. Considerations for indication 162

4.9.2. Prognosis 162

4.9.3. Technique 162

4.9.4. Complications 163

4.10. Histological analysis and viral screening – Molecular biology and genome 164

4.10.1. Histological analysis 164

4.10.2. Immunohistochemical analysis 164

4.10.3. Gene expression profile analysis 164

4.10.4. Viral analysis 164

5. Treatment 164

5.1. Therapeutic flowcharts 164

5.2. Immunosuppression: indications and types 166

5.3. Antiviral therapy: indications and types 167

5.4. Immunomodulation (immunoglobulin and immunoadsorption): indications and types of immunoglobulins 168

5.4.1. Immunoadsorption 169

5.5. Conventional cardioprotective therapy 169

5.5.1. No ventricular dysfunction 169

5.5.2. Ventricular dysfunction and hemodynamic stability 169

5.5.3. Hemodynamically unstable patients with ventricular dysfunction: therapeutic approach 169

5.6. General recommendations: physical activity and vaccination 169

6. Special situations 171

6.1. Fulminant myocarditis 171

6.1.1. Diagnostic evaluation 172

6.1.2. Therapeutic approach 172

6.2. Sarcoidosis 172

6.2.1. Diagnosis 172

6.2.2. Treatment and prognosis 173

6.2.3. Prognosis 175

6.3. Giant cell myocarditis 176

6.3.1. Treatment 176

6.3.2. Clinical manifestation and diagnosis 177

6.4. Acute Chagasic myocarditis and reactivation 176

6.4.1. Clinical manifestations and modes of transmission, reactivation in immunosuppressed patients 176

6.4.2. Diagnosis 176

6.4.3. Treatment 179

6.5. Myocarditis due to tropical diseases 179

6.6. Covid-19-related myocarditis 180

6.6.1. Possible pathophysiology of SARS-CoV-2-related myocarditis 180

6.6.2. Direct viral myocardial injury 180

6.6.3. Diagnosis of Covid-19-related myocarditis 182

6.6.4. Laboratory 182

6.6.5. Electrocardiogram 182

6.6.6. Imaging 183

6.6.7. Endomyocardial biopsy 183

6.7. Acute cardiotoxicity of antineoplastic therapy 184

6.7.1. Antineoplastic agents inducing acute cardiotoxicity 184

6.7.2. Diagnosis of acute cardiotoxicity 185

6.7.3. Treatment of acute cardiotoxicity 186

6.7.4. Prognosis 187

6.7.5. Prevention 187

6.8. Myocarditis in children and adolescents 188

6.8.1. Causal factors 188

6.8.2. Prognosis 188

6.9. Myocarditis with pericardial involvement 191

6.9.1. Diagnosis and treatment 191

6.10. Acute myocarditis mimicking MI 191

7. Rheumatic carditis 192

8. Myocarditis due to autoimmune diseases 195

9. Management of cardiac arrhythmias in myocarditis 195

9.1. Noninvasive and invasive assessments of arrhythmias in the acute and chronic phases of the several causes of myocarditis 195

9.2. Arrhythmia treatment and sudden death prevention in the acute and subacute phases 196

10. Prognostic evaluation and follow-up 197

10.1. Prognosis and evolution markers 197

10.2. Outpatient follow-up with additional evaluations 197

References 197

1. Epidemiology

The actual incidence of myocarditis is difficult to determine because the clinical presentations are highly heterogeneous and a large number of cases develop subclinically. Another contributing factor is the very low frequency of use of endomyocardial biopsy (EMB), the gold standard for diagnosis. 1

A review of several postmortem studies addressing young victims of unexplained sudden death has showed that the incidence of myocarditis varies widely, accounting for up to 42% of cases. 2 The Global Burden of Disease Study 2013 has used the International Classification of Diseases coding in regional and global statistical analyses regarding 187 countries and estimated the annual incidence of myocarditis to be approximately 22 cases per 100,000 patients treated. 3 In cohorts of patients with dilated cardiomyopathy of undefined etiology, EMB-proven myocarditis has been detected in up to 16% of adult patients 4 and up to 46% of pediatric patients. 5

Many studies have reported a higher prevalence of acute myocarditis in men compared to women. 6 , 7 Some studies have suggested that the most common clinical manifestation in adults is lymphocytic myocarditis; their median age is 42 years, while patients with giant cell myocarditis have a median age of 43 years. 8 However, newborns and children more typically exhibit fulminant myocarditis and are more susceptible to virus-induced pathogenicity compared to adults. 9 , 10

Myocarditis has a wide prognostic spectrum depending on the severity of initial clinical symptoms and etiology. Patients with mild symptoms and no ventricular dysfunction often show spontaneous resolution and excellent prognosis. 11 However, approximately 30% of severe cases of EMB-proven myocarditis with associated ventricular dysfunction are expected to progress to dilated cardiomyopathy and heart failure (HF) with a poor prognosis. In pediatric patients, prognosis appears to be worse: 10-year heart transplant-free survival can be as low as 60%. 5

2. Definition and etiology

Myocarditis is defined as an inflammatory disease of the myocardium that should be diagnosed by histological, immunological, and immunohistochemical criteria. Histological criteria include evidence of inflammatory infiltrates within the myocardium together with cardiomyocyte degeneration and necrosis of nonischemic origin. Quantitative immunohistochemical criteria to identify an abnormal inflammatory infiltrate, indicative of active myocarditis, are leukocyte count ≥14 cells/mm2, including up to 4 monocytes/mm2, with presence of CD3-positive T lymphocytes ≥7 cells/mm2. 12

Additionally, depending on cell type, the type of inflammatory infiltrate observed on histological diagnosis is used to classify myocarditis as lymphocytic, eosinophilic, polymorphic, giant cell myocarditis, or cardiac sarcoidosis. 13

Myocarditis is caused by a wide variety of infectious agents, including viruses, protozoans, bacteria, chlamydiae, rickettsiae, fungi, and spirochetes ( Table 1 ). It may also be triggered by noninfectious mechanisms in toxic myocarditis (drugs, heavy metals, radiation) and by autoimmune and hypersensitivity mechanisms (eosinophilic myocarditis, collagenosis, virus-induced disease, heart transplant rejection). 14 , 15

Table 1. – Etiology of acute myocarditis*.

1 – Infectious myocarditis
Viral
  RNA viruses Coxsackieviruses A and B, echovirus, poliovirus, influenza A and B viruses, respiratory syncytial virus, mumps virus, measles virus, rubella virus, hepatitis C virus, dengue virus, yellow fever virus, Chikungunya virus, Junin virus, Lassa fever virus, rabies virus, human immunodeficiency virus-1
  DNA viruses Adenoviruses, parvovirus B19, cytomegalovirus, human herpesvirus 6, Epstein-Barr virus, varicella-zoster virus, herpes simplex virus, variola virus, vaccinia virus
Bacterial Staphylococcus, Streptococcus, Pneumococcus, Meningococcus, Gonococcus, Salmonella, Corynebacterium diphtheriae, Haemophilus influenzae, Mycobacterium (tuberculosis), Mycoplasma pneumoniae, Brucella
Spirochetal Borrelia (Lyme disease), Leptospira (Weil disease)
Fungal Aspergillus, Actinomyces, Blastomyces, Candida, Coccidioides, Cryptococcus, Histoplasma, Mucormycoses, Nocardia, Sporothrix
Protozoal Trypanosoma cruzi, Toxoplasma gondii, Entamoeba, Leishmania
Parasitic Trichinella spiralis, Echinococcus granulosus, Taenia solium
Rickettsial Coxiella burnetii (Q Fever), R. Rickettsii (Rocky Mountain spotted fever), R. tsutsugamushi
2 – Immune-mediated myocarditis
Allergens Tetanus toxoid, vaccines, serum sickness Drugs: penicillin, cefaclor, colchicine, furosemide, isoniazid, lidocaine, tetracycline, sulfonamides, phenytoin, phenylbutazone, methyldopa, thiazide diuretics, amitriptyline
Alloantigens Heart transplant rejection
Autoantigens Infection-negative lymphocytic myocarditis, infection-negative giant cell miocarditis associated with autoimmune disorders: systemic lupus erythematosus, rheumatoid arthritis, Churg-Strauss syndrome, Kawasaki disease, inflammatory bowel disease, scleroderma, polymyositis, myasthenia gravis, insulin-dependent diabetes mellitus, sarcoidosis, Wegener granulomatosis, rheumatic fever, immuno-oncology (immune checkpoint inhibitors)
3 – Toxic myocarditis
Drugs Amphetamines, anthracyclines, cocaine, cyclophosphamide, ethanol, fluorouracil, lithium, catecholamines, hemetine, trastuzumab, clozapine, interleukin-2, immune checkpoint inhibitors
Heavy metals Copper, iron, lead
Miscellaneous Scorpion sting, snake and spider bites, bee and wasp stings, carbon monoxide, inhalants, phosphorus, arsenic, sodium azide
Hormones Pheochromocytoma
Physical agents Radiation, electric shock

Source: *Adapted from Caforio et al.5

Viral infection is the most prevalent trigger of myocarditis, particularly in children. The most common cardiotropic viruses are enterovirus, parvovirus B19 (B19V), adenovirus, influenza A virus, human herpesvirus (HHV), Epstein-Barr virus, cytomegalovirus, hepatitis C virus, and human immunodeficiency virus (HIV). Some evidence suggests that there may be regional differences in the prevalence of viral agents, with a predominance of adenoviruses, parvoviruses, and herpesviruses in the European population 16 and enteroviruses in the American population. 17 However, these epidemiological differences may be partially explained by outbreaks of specific viral infections occurring over the years across different regions of the world as well as variations in viral detection techniques. Thus, the actual influence of geographic factors on cardiotropic viral infections remains controversial. 18

In South America, especially some regions of Brazil, Chagasic myocarditis caused by Trypanosoma cruzi is one of the most prevalent causes of acute myocarditis, with particular importance after a recent report of outbreak of cases associated with oral transmission in the Brazilian Amazon. 19 Systemic autoimmune diseases such as Churg-Strauss syndrome and hypereosinophilic syndrome are associated with eosinophilic myocarditis. Giant cell myocarditis and sarcoidosis are rare but clinically significant because, if diagnosis is made early, there is specific treatment that may ensure an improved prognosis. 20 , 21

Autoimmune myocarditis may develop with exclusive cardiac involvement or with systemic manifestations in the setting of autoimmune diseases. The most frequent diseases are sarcoidosis, hypereosinophilic syndrome, scleroderma, and systemic lupus erythematosus.

New immunotherapies for cancer treatment may be associated with risk of myocarditis. Cases linked to immune checkpoint inhibitors, such as nivolumab and ipilimumab, have been recently reported. 22 - 24

2.1. Genetic factors in the etiopathogenesis of myocarditis

In classic descriptions of the etiopathogenesis of myocarditis, evidence of mechanisms involving viral action and autoimmune reaction is well documented. Little is said about genetic predisposition. Many authors believe that genetic phenomena are likely to contribute to the development of viral and/or autoimmune myocarditis. 12 , 25

Laboratory data consistent with this hypothesis have been documented in a study of 342 family members of patients with dilated cardiomyopathy. The presence of cardiac antibodies was found to be higher in that group compared to the control group. 26

The likelihood of a complex interaction between genetic (linked to individual predisposition) and nongenetic (linked to the offending agent) causes in the ultimate progression to dilated cardiomyopathy is also widely recognized. The problem is that the scientific evidence supporting such hypothesis is limited. 27

There is evidence that, in susceptible mouse strains, infection and inflammation trigger autoimmune reactions in the heart, generally as a result of myocyte necrosis and subsequent release of autoantigens previously hidden in the immune system. The same strains of genetically predisposed animals develop lymphocytic or autoimmune giant cell myocarditis and then dilated cardiomyopathy after immunization with cardiac autoantigens (eg, cardiac myosin). 28

Evidence also suggests that myocarditis may be present in specific cardiomyopathies (eg, arrhythmogenic cardiomyopathy) leading to changes in the phenotype and abrupt progression of the disease. In this context, some mutations may increase the susceptibility to myocarditis. 29

Nonetheless, in general, myocarditis is still classified as a nonfamilial acquired disorder, with evidence from experimental studies indicating that genetic changes may provide greater susceptibility to this disease.

3. Pathophysiology

In simple terms, the pathophysiology of myocarditis can be divided into infectious and noninfectious. Infectious myocarditis is the most common form and includes a wide range of viruses, bacteria, protozoans, fungi, and other rare pathogens (see Table 1 ). Viruses are the most commonly involved and experimentally studied agents. In noninfectious myocarditis, autoimmunity is present through specific diseases, drugs, and autoantibodies; genetic predisposition plays an important role in both (see Table 1 ).

Murine models suggest that the development of viral myocarditis has three phases: acute (a few days), subacute (a few weeks to months), and chronic (development of dilated cardiomyopathy); 30 also, two pathogenic mechanisms are described: direct cytopathic effect of the virus and virus-induced anticardiac immune response.

Phase 1 corresponds to initial infection, which may heal without sequelae, or lead to HF or death, or progress to phases 2/3. 31 In most patients with viral myocarditis, the pathogen is eliminated and the immune system reduces activity with no further complications. However, in a minority of patients, the virus is not eliminated and causes persistent myocardial injury and inflammation secondary to antibody production. 17 Thus, viral myocarditis could be considered a precursor of dilated cardiomyopathy, with progression having been observed in 21% of patients within 3 years. 32

Enteroviruses, especially coxsackievirus B3 (CVB3), initiate myocarditis by attaching to the coxsackievirus and adenovirus receptor (CAR) and decay accelerating factor (DAF), culminating in cell death by apoptosis 33 or necroptosis. 34 Infected cardiomyocytes are then lysed, which results in cytosolic release of proteins and viral products. After the acute phase, the course of the disease depends on genetic basis and includes two possibilities: progression to dilated cardiomyopathy or resolution. 35 - 39 Coxsackievirus infection activates innate and adaptive immune responses, initially including the production of interferon and activation of toll-like receptors. 40 In the adaptive response, T- and B-cell deficiency leads to viral persistence and clinical deterioration. 41 , 42

Another important aspect is the production of specific autoantibodies to cardiomyocytes, which is based on the release of cardiac peptides with molecular mimicry between cardiac proteins and viral agents. In the presence of costimulatory cytokines such as tumor necrosis factor (TNF) and interleukin (IL)-1, these antibodies promote an effector T-cell response. 43

Other viruses such as B19V and HHV-6 have been increasingly described in cardiac biopsies, while enteroviruses and adenoviruses have shown a downward trend. 44 However, these viruses have also been detected in hearts without myocarditis or cardiomyopathies of other etiologies, making the interpretation of the association between presence of infectious agents in cardiac tissue and development of myocarditis more complex. Another finding has been the persistent influence of these agents on clinical outcomes. 45

Regarding noninfectious myocarditis, animal models of autoimmune myocarditis with genetically susceptible strains have demonstrated the presence of CD4+ T cells reactive to autoantigens, such as myosin heavy chain, in the absence of infectious agents. 46 In addition to lymphocyte autoimmune responses, macrophage responses have been observed in cases of granulomatous myocarditis and eosinophilic myocarditis in situations of hypersensitivity.

Giant cell myocarditis is an autoimmune form of myocardial damage characterized histologically by an infiltrate of multinucleated giant cells as well as an infiltrate of T cells, eosinophils, and histiocytes. The marked presence of (cytotoxic) CD8 cells together with the release of inflammatory cytokines and oxidative stress mediators leads to intense myocyte damage and replacement by fibrosis, culminating in rapid loss of ventricular function and unfavorable clinical outcomes. Twenty percent of patients exhibit an association with autoimmune diseases such as Hashimoto thyroiditis, rheumatoid arthritis, myasthenia gravis, Takayasu arteritis, and others. 47 Sarcoidosis affects multiple systems, including the lungs in 90% of cases, and is associated with the accumulation of T lymphocytes, mononuclear phagocytes, and noncaseating granulomas in involved tissues. 48 , 49

In drug-induced myocarditis, the time to hypersensitivity response varies from hours to months. Hypersensitivity is partly explained by a response to chemically reactive components that bind to proteins promoting structural changes. These particles are phagocytosed by defense cells, sometimes macrophages, which present them on the surface of these cells to T cells. Cytokines such as IL-5, which stimulates eosinophils, are then released as a delayed hypersensitivity response. This accumulation of IL-5 promotes major eosinophilic infiltration with increased hypersensitivity response and severe myocardial injury. Genetic predisposition appears to favor this response pattern. 50

Hypereosinophilic syndrome may be associated with several systemic diseases, such as Churg-Strauss syndrome, cancer, and parasitic and helminthic infections, or with vaccinations. These can produce an intense inflammatory response in the myocardium, leading to cell damage with dysfunction and HF. 51 , 52 Pathophysiologically, similar to what happens in other organs, there is intense eosinophilic infiltration in the myocardium promoting the release of potent mediators of myocyte damage, leading to necrosis and loss of myocardial structure. These mediators include eosinophil-derived neurotoxin, eosinophil cationic protein, and eosinophilic protease. Also, the production of inflammatory cytokines such as IL-1, TNF-alpha, IL-6, IL-8, IL-3, IL-5, and macrophage inflammatory proteins promotes myocyte injury and loss with progression to myocardial dysfunction. 53

More recently, nivolumab, an antitumor drug that acts as a checkpoint inhibitor, has been considered a cause of lymphocytic myocarditis. A possible pathophysiological mechanism suggests that myocardial cells could share antigens with tumor cells, thus being targets for activated T cells, resulting in inflammatory infiltration and development of HF and conduction disorders. 54

4. Diagnostic evaluation

4.1. Diagnostic criteria for suspected myocarditis

Clinical suspicion of myocarditis as proposed by the European Society of Cardiology (ESC) Working Group on Myocardial and Pericardial Diseases is based on the association of clinical presentation with abnormal test results suggestive of myocardial inflammatory injury. 12 , 55

By analyzing the most frequent clinical presentations of myocarditis and the diagnostic accuracy of additional evaluations for prognosticating myocardial inflammation, we propose that clinically suspected myocarditis be stratified into three levels: low, intermediate, and high diagnostic suspicion ( Figure 1 ). 32 , 56 - 63 These suspicion criteria have been established by expert consensus and require further validation by clinical registries or multicenter studies.

Figure 1. – Algorithm for diagnostic stratification of clinically suspected myocarditis.

Figure 1

AVB: atrioventricular block; BNP: brain natriuretic peptide; CMR: cardiac magnetic resonance; CRP: C-reactive protein; ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram; LGE: late gadolinium enhancement; NSVT: nonsustained ventricular tachycardia; PR: PR segment; ST: ST segment; VT: ventricular tachycardia.

4.1.1. Diagnostic evaluation flowchart

Our flowchart for diagnostic evaluation of myocarditis is based on the degree of clinical and prognostic suspicion (see Figure 1 ). Patients with low clinical suspicion have a favorable prognosis and, during clinical follow-up, are evaluated regarding the need for noninvasive coronary artery disease (CAD) stratification. Patients with intermediate clinical suspicion and favorable course undergo the same line of clinical follow-up and diagnostic investigation as low-risk patients. Patients with maintained or deteriorated clinical status, ventricular dysfunction , arrhythmias, or atrioventricular (AV) block should undergo coronary angiography and EMB. Patients with high diagnostic suspicion generally have a poor prognosis and should undergo coronary angiography and EMB for establishing etiology and then defining a specific treatment to improve the prognosis. 32 , 56 , 64 , 65

4.2. Clinical evaluation: suspected clinical situations

Myocarditis manifests through different forms, ranging from mild and oligosymptomatic to severe cases associated with ventricular arrhythmias, hemodynamic instability, and cardiogenic shock. Sudden death is rare (8.6% to 12%) and affects mostly children and young adults. 66 , 67

The most common situation consists of young patients with chest pain suggestive of acute myocardial infarction (MI) with normal coronary arteries after respiratory or intestinal viral infection, although viral symptoms do not always precede myocarditis (10% to 80%). 68 - 70 Despite being predominant in young patients, the syndrome may appear at any age. Subclinical myocarditis, transient troponin elevation, or electrocardiographic changes may also occur after an acute viral infection consisting of nonspecific manifestations such as fever, myalgia, and respiratory or gastrointestinal symptoms. 68 , 71

Myocarditis has different presentations, which are described below: 12 , 71 , 72

  1. Clinical condition similar to acute coronary syndrome (chest pain, electrocardiographic changes suggestive of ischemia; elevated myocardial necrosis markers with normal coronary arteries).

  2. Acute new symptoms of HF (3 days to 3 months) in the absence of coronary heart disease or known cause of symptoms.

  3. New-onset HF symptoms within the past months (>3 months) in the absence of coronary heart disease or known cause of symptoms.

  4. Life-threatening conditions: unexplained ventricular arrhythmias, and/or syncope, and/or aborted sudden death; cardiogenic shock without associated coronary heart disease.

A) Manifesting as chest pain

Patients with chest pain may present with different electrocardiographic changes, such as ST-segment elevation or depression, T-wave inversion, or pathological Q waves. Segmental changes on Doppler echocardiography and elevated myocardial necrosis markers, especially troponin, in patients with normal coronary arteries are suggestive of myocarditis. 68 , 73 In most studies, these patients have a good short-term prognosis, and the degree of ventricular impairment is predictive of risk of death. 71 , 74 A minority develops persistent and recurrent myopericarditis with normal left ventricular function that may respond to colchicine. 75

B) Manifesting as acute heart failure

Presentation may be acute, associated with the onset of HF symptoms within days, but also subacute/chronic, associated with new-onset cardiomyopathy in a patient with no apparent cause for abnormal myocardial function.

Myocarditis presenting as HF symptoms (dyspnea, fatigue, exercise intolerance) may be associated with mild impairment of ventricular function (left ventricular ejection fraction [LVEF]: 40% to 50%) that improves within weeks to months. However, a small number of patients may have significant ventricular dysfunction (LVEF <35%) and, of those, 50% develop chronic LV dysfunction; approximately 25% will need a heart transplant or ventricular assist device, while the remaining 25% will have improved ventricular function over the course of follow-up; a minority of cases may progress to cardiogenic shock and require mechanical circulatory support. 68 , 76 - 79 The risk of death or need for transplantation is strongly associated with the degree of hemodynamic compromise and left and right ventricular dysfunction, which may respond to standard drug treatment for HF. 80

Fulminant presentation of the disease is characterized by sudden onset (days) of symptoms of advanced HF. These patients generally have severe ventricular dysfunction with minor changes in ventricular diameters. This is a dramatic presentation that requires early intervention. 68 , 81 When fulminant condition is associated with persistent ventricular tachycardia or no response to standard therapy, the prognosis is poor, and more severe forms of myocarditis, such as giant cell myocarditis, should be considered and investigated. 8

C) Manifesting as chronic or progressive heart failure

Myocarditis confirmed by immunohistopathological criteria is found in up to 40% of patients with chronic cardiomyopathy who remain symptomatic despite drug treatment. The presence of inflammation shown by histology is associated with a poor prognosis. 71

D) Manifesting as a life-threatening condition

  • Arrhythmias or conduction disorders

Patients with myocarditis may also present with conduction disorders, such as second- or third-degree or complete AV block, especially those with echocardiographic signs of hypertrophy due to interstitial edema. 82 The presence of heart block or symptomatic or sustained ventricular arrhythmias in patients with cardiomyopathy should raise suspicion for myocarditis with a definite cause (Lyme disease; sarcoidosis; arrhythmogenic right ventricular dysplasia, or Chagas disease in endemic areas). 71

  • Cardiogenic shock

A small subgroup of patients presenting with sudden onset of HF within 2 weeks of viral infection may need inotropic and/or mechanical circulatory support. Ventricular function recovery generally occurs when they survive the initial condition, but adequate therapy should be initiated as early as possible. 71 , 81

Table 2 summarizes the main clinical syndromes of suspected myocarditis and suggests possible agents responsible for each presentation of the disease. 83

Table 2. – Description of clinical presentations and possible causes of the different clinical syndromes of myocarditis.

Clinical syndrome Clinical manifestations Possible causes
Acute chest pain Angina symptoms; CAD ruled out; ST/T-segment change; arrhythmias; intermittent troponin I/T and NT-proBNP elevations Parvovirus B19 or other cardiotropic viruses associated or not with pericarditis
Acute HF Dyspnea; edema; LV systolic and/or diastolic dysfunction; ECG change; intermittent troponin I/T and NT-proBNP elevations Viral or nonviral myocarditis or inflammatory cardiomyopathy
Chronic HF All HF symptoms for some time; CAD ruled out; ECG changes such as LBBB, RBBB, AVB; intermittent troponin I/T and NT-proBNP elevations Viral or nonviral focal myocarditis or inflammatory cardiomyopathy
Life-threatening HF/arrhythmia Cardiogenic shock; NYHA class III/IV HF; elevated troponin and NT-proBNP; severe arrhythmia; CAD ruled out Giant cell myocarditis, eosinophilic myocarditis, toxic myocarditis

AVB: atrioventricular block; CAD: coronary artery disease; ECG: electrocardiogram HF: heart failure. LBBB: left bundle branch block; LV: left ventricular; RBBB: right bundle branch block; ST/T: ST segment and T wave.

4.3. Biomarkers

4.3.1. Laboratory markers of inflammatory injury

No single biomarker is sufficient to diagnose myocarditis; however, some may be useful as prognostic markers. The most commonly used biomarkers are described below.

  1. Inflammatory markers. Leukocyte count, erythrocyte sedimentation rate (ESR), and C-reactive protein (CRP) may be high in patients with myocarditis. However, they are nonspecific and thus have no diagnostic value.

  2. Troponins. Troponins are more specific than creatine phosphokinase (CPK) and creatine kinase MB (CKMB) for myocardial damage and are often high in patients with myocarditis. 84 However, normal troponins do not exclude the diagnosis. Although they are not sufficient to establish the diagnosis, troponins may be suggestive of myocarditis, as long as obvious causes such as acute MI and acute HF have been excluded. In a small study investigating several biomarkers, troponins were predictive of the diagnosis of biopsy-proven myocarditis with an area under the curve of 0.87, a sensitivity of 83%, and a specificity of 80%. 85 Troponin is useful for diagnosing myocarditis in patients with acute-onset cardiomyopathy. 12 , 72

  3. Natriuretic peptides. Brain natriuretic peptide (BNP) and NT-proBNP might be high in myocarditis. 86 However, they are not useful for diagnostic confirmation, as different causes of HF may be responsible for their elevation. Nonetheless, they may be prognostic markers. In a study of biopsy-proven myocarditis, only NT-proBNP above the fourth quartile (>4,245 pg/mL) among several biomarkers was predictive of death or heart transplantation. 85

4.3.2. Laboratory markers for etiopathogenic investigation

Viral serologies. Viral serologies are of limited value in diagnosing myocarditis, as IgG antibodies to cardiotropic viruses are highly prevalent in the general population in the absence of viral heart disease. A study has found no correlation between viral serology and biopsy findings. 87 In specific situations, serological screening for hepatitis C, HIV in high-risk individuals, and Lyme disease in endemic areas might be useful. Screening with serological markers should be dictated by high clinical suspicion for that disease ( Table 3 ).

Table 3. - Recommendations for initial laboratory evaluation of myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Use of inflammatory markers for the diagnosis of myocarditis I C
Myocardial injury biomarkers to aid in the diagnosis of myocarditis I B
BNP or NT-proBNP to aid in the diagnosis and prognostic stratification of myocarditis I B
Serological screening and/or antigen detection and/or PCR for the diagnosis of Covid-19 in suspected cases I B
Serological screening and/or antigen detection and/or RT-PCR for the initial evaluation of special cases of suspected myocarditis due to specific etiologies IIa C
Viral serologies in the routine evaluation of all cases of myocarditis III C

BNP: brain natriuretic peptide; RT-PCR: polymerase chain reaction.

Immunohistochemical markers and viral genome analysis. These markers are superior to the Dallas criteria and, therefore, can be useful for an etiological diagnosis. The complication rate of EMB is low ( Table 3 ). 88 - 90

4.4. Electrocardiogram

An electrocardiogram (ECG) is commonly ordered to screen for myocarditis despite of its limited specificity, although patients frequently present with some ECG change. 12 Sinus tachycardia is possibly the most common form of presentation on ECG. 14 Some ECG changes are more suggestive of myocarditis than others. For example, ST-T segment elevation is typically concave in myocarditis (rather than convex in myocardial ischemia), diffuse without reciprocal changes, transient, and reversible during the course of the disease ( Figure 2 ). 91

Figure 2. – Course of early repolarization pattern in acute myocarditis.

Figure 2

Adapted from Oka et al.91

An early repolarization electrocardiographic (ER-ECG) pattern in some patients with acute myocarditis may be the evidence of inflammation/edema in the LV epicardium. Oka et al. 91 showed that the ER-ECG pattern in acute myocarditis was transient and reversible, and was not associated with a poor prognosis.

AV block in the presence of mild LV dilatation may be due to a number of causes (including laminopathy) but may also be suggestive of Lyme disease, cardiac sarcoidosis, or giant cell myocarditis. Ogunbayo et al. reported that, among 31,760 patients with primary diagnosis of myocarditis, heart block was found in 540 (1.7%) − 21.6% were first-degree, 11.2% were second-degree, and 67.2% were high-degree. High-degree AV block was independently associated with increased morbidity and mortality. 92

A recent meta-analysis showed that prolonged QRS duration was an early characteristic of fulminant myocarditis. 93 In a study of patients acutely admitted with myocarditis without previous HF who underwent EMB, prolonged QRS duration was an independent predictor of cardiac death or heart transplantation. 94

A significant proportion of patients with acute myocarditis experience sudden cardiac death presumably due to cardiac arrhythmia. A recent study conducted by Adegbala et al. reported a total of 32,107 admissions for acute myocarditis between 2007 and 2014 in the United States. Of those, 10,844 (33.71%) patients had arrhythmias, with ventricular tachycardia (22.3%) and atrial fibrillation (26 .9%) being the most common types, and their presence had an impact on mortality. 95

In sum, an ECG is a convenient tool for risk stratification and initial screening, but its diagnostic value is poor. 14

4.4.1. Diagnostic criteria for electrocardiogram/Holter/stress testing 12

The Twelve-lead ECG is a common practice in diagnostic investigation and prognostic evaluation of myocarditis ( Table 4 ). The changes most often associated with myocarditis on Twelve-lead ECG and/or Holter and/or stress testing with any of the following: first- to third-degree AV block or bundle branch block, ST/T-wave change (ST elevation or non-ST elevation, T-wave inversion), sinus arrest, ventricular tachycardia or fibrillation and asystole, atrial fibrillation, reduced R-wave height, intraventricular conduction delay (widened QRS complex), abnormal Q waves, low voltage, frequent premature beats, and supraventricular tachycardia.

Table 4. - Recommendations for performing an electrocardiogram in the evaluation of myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Electrocardiogram in suspected myocarditis I C
Electrocardiogram for prognostic evaluation in myocarditis I C

4.4.2. Prognosis

Prolonged QRS duration, high-degree AV block, ventricular tachycardia, and atrial fibrillation increase mortality.

4.5. Echocardiogram

An echocardiogram has a limited role in the diagnosis of myocarditis. It is a highly important tool for excluding other diseases and should always be performed in clinically suspected cases ( Table 5 ). 96 , 97 There is no specific echocardiographic finding, and the changes will only reflect myocardial inflammation. Therefore, findings may range from segmental changes (differential diagnosis with ischemic heart diseases) to diffuse changes (global hypokinesia of one or both ventricles). 98 , 99 When involvement is acute and severe, the ventricular chambers are small (not dilated), and myocardial edema (increased wall thickness) and pericardial effusion, which are common findings in fulminant myocarditis, are present. Right ventricular (RV) involvement usually reflects a poor prognosis. 100

Table 5. – Recommendations for performing an echocardiogram in the initial evaluation of myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Echocardiogram for evaluation of cardiac structure and function I C
Echocardiogram for prognostic evaluation and stratification I C
Echocardiogram to guide endomyocardial biopsy IIa C

Interestingly, echocardiography can be a useful adjunct to EMB not only for locating the ideal site for removing the specimens but also for guiding the interventionist and avoiding complications ( Table 5 ). 101

4.6. Cardiac magnetic resonance imaging

In the evaluation of patients with myocarditis, similar to the evaluation of other nonischemic cardiomyopathies, cardiac magnetic resonance (CMR) imaging is very useful for determining ventricular morphological and functional parameters. In fact, it has been extensively validated to quantify both LV and RV volume, mass, and function, and is currently considered the diagnostic gold standard for this evaluation. Because of its high spatial and temporal resolution as well as its three-dimensional nature making it independent of geometric assumptions, CMR has excellent accuracy and reproducibility, characteristics that are especially useful for longitudinal patient follow-up. 102

However, the greatest value of CMR in the evaluation of patients with suspected or confirmed myocarditis lies in the ability to provide detailed tissue characterization. It thus allows the identification of inflammatory myocardial injury in the acute and subacute phases as well as scarring that is frequently present in the chronic phase of the disease. The CMR techniques classically used in the characterization of myocardial injury in patients with myocarditis are T2-weighted imaging and late gadolinium enhancement. 103 - 108

On T2-weighted images, the greater the water content in a given tissue, the higher the signal intensity. Therefore, this technique assesses myocardial edema secondary to the inflammatory process in patients with acute myocarditis (known as edema imaging). 102 - 105 Late gadolinium enhancement, in turn, identifies regional necrosis in acute or subacute myocarditis as well as regional fibrosis in chronic myocarditis. 106 , 108 - 110 It is worth noting that the late enhancement pattern of myocarditis is very different from that of acute MI. The main difference is that late gadolinium enhancement in infarction always enhances the subendocardium. Transmural enhancement may also be present, but the subendocardial layer is always enhanced. In myocarditis, mesoepicardial enhancement is most often present, while the endocardium is usually spared. Furthermore, while enhanced regions in infarction tend to be unique, homogeneous, and distributed across the coronary territories, enhanced regions in myocarditis tend to be multifocal, heterogeneous, and sparse, not restricted to the coronary territories.

The original 2009 Lake Louise criteria (LLC) 105 were based on three CMR techniques. In addition to T2-weighted imaging (edema imaging) and late gadolinium enhancement, both mentioned above, it also included a technique called early gadolinium enhancement. The latter was eventually excluded from the updated diagnostic criteria after a study demonstrated that it did not add incremental diagnostic value to the other techniques. In fact, early gadolinium enhancement had not been clinically used in most CMR centers in the world.

Recently, new CMR techniques capable of measuring myocardial longitudinal (T1) and transverse (T2) relaxation times have been introduced as potentially sensitive and specific methods for the detection of myocardial inflammation. 111 T1 and T2 values are generally measured on a pixel-by-pixel basis and presented as parametric maps, the so-called myocardial T1 and T2 mapping. A T1 map can be acquired before contrast injection (native T1) and 15 to 20 minutes after contrast injection (when gadolinium concentration is relatively steady), thus allowing the calculation of myocardial extracellular volume (ECV). A T2 map is usually acquired only before contrast administration.

The introduction of T1 and T2 mapping was the key reason for a recent LLC update regarding the use of CMR in the diagnosis of myocarditis. According to the new consensus recommendations, 104 this diagnosis is based on the presence of two main criteria that may or may not be associated with supportive criteria ( Table 6 ). The first main diagnostic criterion aims to identify the presence of myocardial edema using T2-based techniques: (1) T2-weighted imaging (edema imaging) and/or (2) T2 mapping. The second main diagnostic criterion also allows the detection of myocardial edema, but its primary objective is to identify the presence of necrosis, fibrosis, and capillary leakage. This second main diagnostic criterion uses T1-based techniques: (1) late gadolinium enhancement and/or (2) T1 mapping (native T1 or ECV).

Table 6. – Diagnostic criteria for myocarditis, myopericarditis, or perimyocarditis.

Updated Lake Louise criterion 1 POSITIVE T2 CRITERION + 1 POSITIVE T1 CRITERION Diagnostic target
MAIN CRITERIA
Imagem baseada no T2  
  • Increased regional signal intensity in the LV (visual analysis)

  • or

AND
  • Increased global signal intensity – ratio ≥2

  • or

  • Regional or global increase in T2 times (T2 mapping)

EDEMA
T1-based imaging
  • Regional or global increase in T1 times (T1 mapping) or ECV

  • or

Increased T1 = edema (intra- or extracellular), hyperemia, capillary leakage, necrosis, fibrosis Increased ECV = edema (extracellular), hyperemia, capillary leakage, necrosis, fibrosis
  • Areas with increased signal intensity in a nonischemic distribution pattern on late enhancement imaging

Late gadolinium enhancement = necrosis, fibrosis
SUPPORTIVE CRITERIA
Pericardial effusion on cine MRI or increased signal intensity of the pericardium on late enhancement imaging, T1 mapping, or T2 mapping Pericardial inflammation
LV wall motion abnormality on cine MRI LV dysfunction

LV: left ventricular; MRI: magnetic resonance imaging; ECV: extracellular volume.

The new 2018 diagnostic criteria for myocarditis, myopericarditis, or perimyocarditis are listed in Table 6 . 104

The accuracy of CMR in patients with suspected myocarditis in the original LLC has been estimated at 78% (sensitivity, 67% and specificity, 91%). 105 These estimates have been subsequently confirmed in a meta-analysis that has demonstrated an accuracy of 83%, a sensitivity of 80%, and a specificity of 87%. 112 Similarly, a more recent meta-analysis has shown a sensitivity of 78% and a specificity of 88%, with an area under the curve (AUC) of 83%. 113 There are no consistent data on the accuracy of CMR using the new diagnostic LLC yet. However, a recent study including only 40 patients with acute myocarditis has demonstrated a sensitivity of 88% and a specificity of 96% for CMR using the new revised criteria (see Table 6 ). 114

Recommendations for the use of CMR in the diagnostic and prognostic evaluation of patients with suspected acute myocarditis are summarized in Table 7 . 57 , 104 , 109 , 114 - 116

Table 7. – Recommendations for the use of cardiac magnetic resonance imaging in the diagnostic evaluation of patients with suspected acute myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Evaluation of patients with elevated markers of myocardial necrosis and normal coronary arteries on angiography I B
Evaluation of patients with dilated cardiomyopathy and suspected myocarditis with a course >6 months, aiming to aid in the etiological investigation, exclude possible differential diagnoses, and provide prognostic information I B
Reassessment in 4 weeks for patients with intermediate or high prognostic risk after the acute episode, aiming to distinguish uncomplicated from complicated courses IIa B

Based on the body of scientific evidence accumulated since the first version of this SBC guideline, we can now introduce CMR more accurately in the decision-making framework for patients with suspected myocarditis according to the risk stratification approach proposed in Table 8 . 109 , 115 , 117 This approach should be integrated into broad risk stratification criteria that include clinical presentation and additional testing.

Table 8. – Risk stratification and likelihood of indication for endomyocardial biopsy based on cardiac magnetic resonance (CMR) parameters.

Prognostic risk CMR parameter Suggested approach Indication for biopsy
Low
  • No changes in T1 and T2

  • No ventricular dysfunction

Clinical follow-up No indication
Intermediate
  • Positive T1 or T2

  • Nonextensive late enhancement (<17 g and 13% of LV mass)

  • Normal function or mild

  • LV dysfunction

Clinical follow-up, repeat CMR at 1, 3, and 6 months Stable: no indication Progressive dysfunction: possible indication
High
  • Positive T1 or T2

  • Extensive late gadolinium enhancement (>17 g or 13% of

  • LV mass), or interventricular septal involvement, and/or moderate or severe

  • LV dysfunction

Clinical follow-up, repeat CMR at 1, 3, and 6 months Possible indication

LV: left ventricular.

4.7. Nuclear medicine

Nuclear medicine has played an increasing role in the evaluation of patients with myocarditis. New radiotracers and other technologies have allowed a whole new spectrum of contributions to the management of patients with suspected inflammatory myocardial diseases.

The pathophysiological changes of the different types of myocarditis will form the basis for the use of nuclear medicine techniques: the inflammatory process leading to myocardial injury is characterized by infiltration of lymphocytes and macrophages in the myocardium, by increased vascular permeability and increased glucose consumption at the inflammation site, and by cell necrosis with reduced tissue perfusion compared to intact myocardium. These characteristics will translate into increased uptake of gallium-67 citrate in the myocardium (especially useful in cases of sarcoidosis), increased accumulation of18F-fluorodeoxyglucose (18F-FDG), and reduced myocardial perfusion seen with the tracers technetium (99mTc) sestamibi or thallium-201. Table 9 lists the most commonly used radiotracers for evaluating myocarditis.

Table 9. – Nuclear medicine tests frequently used in patients with suspected or confirmed myocarditis.

Nuclear medicine test Main indications Advantages Disadvantages
Gallium-67 scintigraphy Myocarditis and sarcoidosis Widely available Less sensitive
18F-FDG PET Sarcoidosis, lupus myocarditis, unexplained cardiac arrhythmias Highly sensitive, used for monitoring response to treatment Less available, higher costs
123I-mIBG scintigraphy Assesses risk of ventricular arrhythmias Identifies patients at risk of sudden death Less available

18F-FDG PET:18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography.

4.7.1. Single-photon emission computed tomography (SPECT) radiotracers

Gallium-67 citrate is an established tracer for nuclear medicine imaging of infections that binds to inflammatory cells at sites of increased vascular permeability thanks to its characteristic binding to iron transport proteins such as lactoferin and leukocyte lysosomes. Gallium-67 has low sensitivity (36%) for detecting myocarditis in patients with new-onset dilated cardiomyopathy and thus should not be routinely indicated ( Table 10 ). 118 The only type of myocarditis with a high positive yield for gallium-67 scintigraphy is sarcoidosis, in which giant cell granulomas are particularly avid for radiotracer retention. A positive gallium-67 scan is considered a major criterion for the diagnosis of cardiac sarcoidosis by the Heart Rhythm Society (HRS) expert consensus statement. 119 Another significant finding in patients with cardiac sarcoidosis is a perfusion defect caused by myocardial microvascular constriction in the vessels surrounding the granulomas. A perfusion defect seen at rest may disappear on stress imaging, a pattern called reverse distribution that may be associated with sarcoidosis.

Table 10. - Recommendations for the use of nuclear medicine imaging in the diagnostic evaluation of patients with suspected acute myocarditis.

Indications Class Level of evidence
18F-FDG PET to aid in the diagnosis of myocarditis IIa B
Gallium-67 scintigraphy to aid in the diagnosis of myocarditis IIb B

18F-FDG PET:18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography.

Gallium-67 scintigraphy can be used as an alternative for patients without access to or with a contraindication to gadolinium-enhanced magnetic resonance imaging (MRI) (claustrophobia, contrast allergy, renal failure) and may contribute to cases of suspected myocarditis based on clinical criteria (fever, recent history of respiratory or intestinal infection, elevated necrosis markers). It is also useful for the differential diagnosis between acute MI with normal coronary arteries and myocarditis, according to a study conducted by Hung et al., 120 in which scans were positive when performed early after symptom onset. 120 Some patients with myocarditis may present with regional damage in the myocardium, which can be the etiology of arrhythmias. Consequently, gallium-67 scans may demonstrate focal accumulation in ventricular areas and even in the atria alone. 121

4.7.2. Positron emission tomography (PET) radiotracers

18F-FDG is taken up by inflammatory cells and actively transported independently of insulin action. Thus, when adequate suppression of myocardial glucose uptake is achieved,18F-FDG PET becomes a sensitive tool for the diagnosis of myocardial inflammation and monitoring of treatment response ( Table 10 ).

Most studies on the use of18F-FDG PET in myocarditis have focused on cardiac sarcoidosis, and a recent meta-analysis has demonstrated a sensitivity of 84% and a specificity of 83%. 122 For18F-FDG PET to be helpful in sarcoidosis or other inflammatory cardiac conditions such as myocarditis, infective endocarditis, or transplant rejection, adequate patient preparation is crucial to prevent circulating insulin from leading to noninflammatory18F-FDG accumulation in the myocardium. The most commonly indicated preparation protocols include prolonged fasting (12 to 18 hours) before radiotracer injection and a high-fat, protein-permitted diet, while the utility of heparin remains unclear. 123 , 124 Diagnostic evidence of inflammatory activity is focal18F-FDG uptake in the myocardium, while the presence of18F-FDG uptake in the RV and the presence of inflammatory uptake in hypoperfused areas, the so-called mismatches, have prognostic significance, as they reveal increased metabolism with reduced perfusion. 124 18 F-FDG PET is also used to monitor treatment response in cardiac sarcoidosis and to assess the activity of extracardiac disease. A monitoring algorithm is proposed in Figure 3 , adapted from Young et al. 125

Figure 3. – Proposed algorithm for diagnosis and monitoring of treatment response in cardiac sarcoidosis. 18F-FDG PET: 18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography.

Figure 3

Adapted from Young et al.125

CMR is the standard diagnostic technique for myocarditis not associated with sarcoidosis. Increased signal intensity of T2-weighted images (edema), increased early gadolinium enhancement (hyperemia), and late myocardial gadolinium uptake (late enhancement for necrosis) have a combined sensitivity of 67% and specificity of 91% for the diagnosis of myocarditis. However, there are frequent limitations to proper use of the technique, such as poor signal quality on T2-weighted images, artifacts, and inability to use gadolinium contrast media. In such cases,18F-FDG PET is quite useful as a complement to the diagnostic investigation and is available in PET-CT systems or, more recently, in PET-MRI systems. 126 PET-MRI studies have shown that PET is superior to MRI in identifying areas of active cardiac inflammation. 127

18F-FDG PET-CT has been successfully used to identify active inflammation in conditions such as systemic lupus erythematosus, 128 giant cell myocarditis, 129 scleroderma, 130 and even rheumatic carditis. 131 Recently,18F-FDG PET has been increasingly used in the investigation of cardiac sarcoidosis and chronic myocarditis, including Chagas disease, as a cause of ventricular arrhythmias. 132 It is also useful for investigating conduction disorders, especially in individuals below 50 years of age with AV block; in these patients, PET has identified several cases of sarcoidosis and even cardiac tuberculosis as a cause of conduction disorder. 133 In a study conducted by Tung et al., 50% of patients with unexplained myocardiopathy and ventricular arrhythmias had a positive18F-FDG PET scan indicating the presence of myocarditis not suspected by other techniques. 134

4.7.3. Additional perspectives

New radiotracers have been evaluated in patients with myocardial inflammation, such as gallium-68 DOTATATE, which has an affinity for somatostatin receptors that are expressed by inflammatory cells. Another radiotracer under analysis is 123 I-mIBG, which assesses cardiac presynaptic adrenergic innervation. Although this radiotracer does not directly identify an inflammatory state, it bears an important relationship to increased risk of ventricular arrhythmias, particularly in patients with chronic Chagasic myocarditis, demonstrating viable myocardial areas that are denervated and thus more vulnerable to sustained ventricular tachycardia. 135

4.8. Coronary computed tomography angiography and coronary angiography

Acute myocarditis may mimic acute MI with typical chest pain, ECG abnormalities similar to ST- or non-ST-segment elevation MI, high cardiac enzymes, and hemodynamic instability. 136

In suspected myocarditis with infarct-like presentation, CAD must be excluded by percutaneous or tomographic coronary angiography. Routine coronary angiography should also be performed during the investigation of a new dilated cardiomyopathy. 137

An analysis of 46 publications evaluating the underlying pathophysiology of myocardial infarction with nonobstructive coronary arteries (MINOCA) has revealed a typical infarct on CMR in only 24% of patients, myocarditis in 33%, and no significant abnormality in 26%. 138 Young age and high C-reactive protein (CRP) were associated with myocarditis, while male sex, treated hyperlipidemia, high troponin ratio, and low PCR were associated with true MI. 139

Because patients with acute myocarditis mimicking ST-segment elevation MI have a favorable prognosis, correct diagnosis must be established to prevent unnecessary and potentially hazardous treatments. 139

Cardiac computed tomography (CT) is a simple and rapid examination that provides a comprehensive assessment of the characteristics of coronary arteries and myocardial tissue. In practice, first-pass CT acquisition allows the evaluation of coronary anatomy and LV enhancement. Delayed CT acquisition is performed 3 to 5 minutes later without any reinjection of contrast medium, allowing iodine uptake to be seen on late contrast-enhanced images in a similar fashion as CMR. 140 , 141

Computed tomography angiography and CMR have their own and unique ways to avoid invasive coronary angiography, exclude (significant) CAD, and detect other diseases such as acute aortic dissection, pulmonary embolism, myocarditis, and stress cardiomyopathy. 142

The wide availability of CT combined with the possibility of ruling out acute coronary syndrome (ACS) with coronary CT angiography during the same examination makes it promising for refining acute myocarditis imaging ( Table 11 ). 141

Table 11. – Indication for coronary computed tomography angiography in the diagnostic evaluation of patients with suspected acute myocarditis.

Indication Class Level of evidence
Coronary computed tomography angiography for exclusion of severe obstructive coronary heart disease in myocarditis investigation as an alternative to coronary angiography in patients with low or intermediate pretest probability of CAD I C

CAD: coronary artery disease.

In children with suspected myocarditis and Kawasaki disease, CT angiography can be used in the assessment of coronary artery abnormalities. 143

The latest ESC guideline suggests that, in the absence of angiographically significant CAD (stenosis ≥50%) or preexisting conditions that could explain the clinical setting, patients who have at least one of the five clinical presentations (acute chest pain; acute or worsening HF with ≤3 months of dyspnea, fatigue, and/or signs of HF; chronic HF with >3 months of dyspnea, fatigue, and/or signs of HF; palpitations, symptoms of unexplained arrhythmias and/or syncope and/or aborted death; unexplained cardiogenic shock) and/or certain supportive diagnostic tests (ECG, Holter, troponin, ventricular function abnormalities and edema and/or late gadolinium enhancement with a classic myocardial pattern) should be considered as having “clinically suspected myocarditis” and should undergo an additional evaluation. 12 , 72

4.9. Endomyocardial biopsy: indications, technique, and complications

Histopathological analysis of myocardial tissue is an important diagnostic and prognostic tool in patients with myocarditis. EMB with standard histopathological (Dallas criteria) 144 and immunohistochemical criteria is the current gold standard for diagnosis of myocarditis. 137

The Dallas criteria alone have limitations by virtue of a high degree of interobserver variability in pathological interpretation and an inability to detect noncellular inflammatory processes, and yields a diagnosis in approximately 10% to 20% of patients. 15 Therefore, according to the WHO definition, immunohistochemistry with a panel of monoclonal and polyclonal antibodies is mandatory to identify the different inflammatory components. 145 , 146

Viral genome analysis of diseased myocardium, when coupled with immunohistochemical analysis, has improved the diagnostic accuracy and prognostic utility of EMB. 147 Viral screening for enteroviruses, influenza viruses, adenoviruses, cytomegalovirus, Epstein-Barr virus, B19V, and HHV is recommended.

However, as some viral genomes (eg, B19V) can be detected in normal hearts and ischemic and valvular heart diseases, 148 complementary use of virus-specific mRNAs may be required to define active infection. 149

4.9.1. Considerations for indication

Early EMB in severe clinical presentations provides important information to the differential diagnosis of specific types of myocarditis (giant cell, allergic, eosinophilic, sarcoidosis) leading to different treatments (eg, immunosuppressants) and prognoses ( Table 12 ). 150

Table 12. - Recommendations for the use of endomyocardial biopsy.

Indications Class Level of evidence
New-onset HF (<2 weeks), undefined cause, unresponsive to standard treatment, with hemodynamic deterioration I B
New-onset HF (2 weeks to 3 months), undefined cause, associated with ventricular arrhythmia or second- or third-degree atrioventricular block I B
In the presence of clinically suspected severe lymphocytic myocarditis, giant cell myocarditis, necrotizing eosinophilic myocarditis I B
HF with onset >3 months and <12 months, undefined cause, unresponsive to optimized standard therapy IIa C
HF due to dilated cardiomyopathy of any duration with suspected allergic reaction and/or eosinophilia IIa C
Frequent ventricular arrhythmias with or without symptoms, undefined cause IIb C
Clinical suspicion supported by noninvasive diagnostic methods of myocarditis IIb C

HF: heart failure.

It is also used in the differential diagnosis of diseases that may mimic myocarditis (arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy, Takotsubo cardiomyopathy, peripartum cardiomyopathy, inflammatory/storage disorders). 150

Currently, the main indication for EMB consists of patients with new-onset HF (less than 2 weeks) accompanied by a severe clinical presentation (hemodynamic instability, use of inotropic or mechanical circulatory support, being refractory to medical treatment) or high-risk arrhythmias (sustained or symptomatic ventricular arrhythmias or high-degree heart blocks) ( Table 12 ). 151 , 152

However, it is known that the previous recommendations were notably based on the Dallas criteria, whose diagnostic, prognostic, and therapeutic value is limited. With the use of immunohistochemical and viral genome analyses, there is a growing trend towards a more liberal application of EMB in clinically suspected myocarditis regardless of pattern and severity of presentation. 12

However, the value of EMB is questionable in patients who have low-risk syndromes and respond to standard treatment with no prospect of therapeutic or prognostic implications. Finally, in intermediate-risk syndromes, EMB should be considered in case of maintenance or worsening of symptoms, ventricular dysfunction, arrhythmias, conduction disorders ( Figure 4 ). 153

Figure 4. – Therapeutic flowchart for myocarditis based on clinical suspicion and prognosis.

Figure 4

ACEI: angiotensin-converting enzyme inhibitor; ARB: angiotensin receptor blocker; AVB: atrioventricular block; CAD: coronary artery disease; CMR: cardiac magnetic resonance; CT: computed tomography; ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram; EMB: endomyocardial biopsy.

4.9.2. Prognosis

While the Dallas criteria are not an accurate predictor of clinical outcomes, immunohistological evidence of myocardial inflammation is associated with an increased risk of cardiovascular death and need for heart transplantation. 153

In giant cell myocarditis, the severity of necrosis and fibrosis is associated with an increased risk of death and transplantation. 154

The absence or presence of residual enteroviral genomes in repeated samples has correlated with progression to end-stage cardiomyopathy, while spontaneous viral clearance has been associated with improved systolic function. 155

4.9.3. Technique

The procedure should be performed in a catheterization laboratory by an experienced interventional cardiologist. Local anesthesia is used with conscious sedation if required, always under the supervision of an anesthesiologist.

EMB is safely performed under direct fluoroscopy guidance and should be supported by echocardiography, which will serve as a guide for correct positioning of the bioptome to avoid puncturing the RV free wall.

CMR is particularly useful for facilitating a guided approach, given its ability to distinguish normal from diseased myocardium, and has been assessed to increase predictive values. 155

There are no comparative studies to recommend RV or LV biopsy; however, LV EMB should be carefully analyzed in cases of restricted or predominant LV disease.

Samples should be obtained from the RV, especially the distal portion of the interventricular septum and the apical trabecular component, avoiding the RV free wall. The number of samples will depend on the studies to be performed. In the investigation of viral myocarditis, 10 samples should be used (6 for viral screening, 2 for hematoxylin-eosin staining, and 2 for immunohistochemistry). In the investigation of infiltrative or deposition diseases, 6 specimens are required (2 for hematoxylin-eosin staining, 2 for immunohistochemistry, and 2 for electron microscopy). Hematoxylin-eosin staining and immunohistochemistry samples should be placed in a 10% buffered formalin vial and should not be refrigerated. Viral screening samples should be placed in Eppendorf® microtubes (without embedding medium), and these should be placed in containers with dry ice to be quickly transferred to -70-degree refrigerators for storage. Electron microscopy samples should be placed in Eppendorf® tubes with optimal cutting temperature compound.

EMB may be repeated if required to monitor response to etiology-directed therapy or if sampling error is suspected in patients with unexplained HF progression. 156

4.9.4. Complications

Although conventional EMB is considered a safe procedure, different complications have been reported.

In experienced centers, the major complication rate for EMB is <1%, which is similar to that of coronary angiography. 97 The use of echocardiography combined with fluoroscopy significantly reduces the risk of inadvertent puncture that could cause myocardial perforation or coronary artery injury. 155

Complications of vascular access and sheath insertion can be distinguished from complications of the biopsy procedure. Complications of vascular access are accidental arterial puncture, prolonged bleeding, hematoma, and vascular dissection.

Commonly described complications of the biopsy procedure include vasovagal reaction, AV block of varying degrees, RV free wall perforation, pneumothorax, interventricular septal perforation, access site hematoma, intracardiac fistulas, retroperitoneal hematoma (femoral access), pericardial effusion, thrombus displacement, cardiac tamponade, tricuspid valve chordal rupture, and ventricular arrhythmias. 157

In sum, the risk of EMB depends on the patient’s clinical status, the operator’s experience, and all the technologies available to prevent, diagnose, and manage complications.

4.10. Histological analysis and viral screening – Molecular biology and genome

4.10.1. Histological analysis

Myocarditis is defined as an inflammatory disease of the myocardium that should be diagnosed by histological and immunohistological criteria. According to the Dallas criteria, active myocarditis is histologically defined as an inflammatory infiltrate of the myocardium with necrosis of adjacent myocytes, whereas borderline myocarditis is diagnosed when an inflammatory infiltrate is present but no injury/necrosis is demonstrated in the cardiac cells. 158

However, the Dallas criteria are considered diagnostically inadequate in patients with clinically suspected myocarditis because of variability in interpretation, lack of prognostic value, and low sensitivity due to sampling error. These limitations can be overcome by immunohistological staining of infiltrating cells (leukocytes/T lymphocytes/macrophages) and surface antigens (intercellular cell adhesion molecule-1 [ICAM-1]/human leukocyte antigen [HLA-DR]).

In addition to the diagnosis of myocarditis, histopathological evaluation using histological criteria is key to classifying myocarditis as lymphocytic, eosinophilic, giant cell, granulomatous, and/or polymorphic, which generally reflect different etiopathogeneses of the inflammatory process. 12

Furthermore, histological examination of paraffin sections by different staining protocols (hematoxylin-eosin, elastica-van Gieson [EvG], periodic acid-Schiff [PAS], Azan) is used to detect myocardial cell death, scarring, fibrosis, dysfunction, cardiomyocyte abnormalities, and pathological vascular conditions. Amyloidosis, iron and glycogen deposition, and other storage diseases can be excluded or specified by additional staining.

4.10.2. Immunohistochemical analysis

Immunohistochemistry has significantly increased the sensitivity of EMB and provides prognostic information. The diagnostic accuracy of immunohistology for detecting inflammation is greater than that of histological criteria. Immunohistochemical evaluation is based on specific antigen-antibody reaction analysis. A count ≥14 leukocytes/mm2with the presence of T lymphocytes ≥7 cells/mm2was considered a realistic cutoff point to achieve the diagnosis of myocarditis. 12

Quantification of additional infiltrating cells, including macrophages (Mac-1/CD69), CD4+, CD8+ cells, and cytotoxic cells (perforin), and quantification of HLA-DR and ICAM-1 are mandatory to further characterize inflammatory cell populations. Thus, accurate characterization and quantification of myocardial inflammation is relevant for establishing a prognosis and identifying different markers of virus-negative, infectious, chronic/acute autoimmune myocarditis (see Figure 4 ).

Additional immunofluorescence staining methods should be used to define humoral rejection on heart transplant EMB, such as C3d and C4d staining, or to obtain amyloid subtyping.

4.10.3. Gene expression profile analysis

Idiopathic giant cell myocarditis and cardiac sarcoidosis are rare disorders causing acute HF with cardiogenic shock and/or life-threatening ventricular arrhythmias in the absence of other etiologies. Prognosis is extremely poor, with 4-year survival rates of less than 20%. 159

A major barrier to correct diagnosis is sampling error by histological examination of EMB. Distinct differential gene expression profiles have been identified and allowed a clear discrimination between tissues harboring giant cells and those with active myocarditis or inflammation-free controls. Also, disease-specific gene expression profiles change during effective treatment and are suitable for therapy monitoring. 160

4.10.4. Viral analysis

Microbial genomes are determined, quantified, and sequenced by polymerase chain reaction (PCR)-based methods, including nested RT-PCR and quantitative PCR assays, providing viral load analysis. Sequencing of the amplified viral gene product is mandatory.

Importantly, all viruses that may cause the disease should be analyzed. The most commonly reported cardiotropic viral genomes in the myocardium are B19V, enterovirus, adenovirus, influenza virus, HHV-6, Epstein-Barr virus, cytomegalovirus, hepatitis C virus, and HIV ( Table 13 ).

Table 13. - Common viruses on endomyocardial biopsy.

Vírus type  
Adenovirus Parvovirus B19
Arbovirus Poliomyelitis virus
Arenavirus Rabies virus
Coronavirus Respiratory syncytial virus
Coxsackievirus (A, B) Rubella virus
Cytomegalovirus Vaccinia virus
Dengue virus Varicella-zoster virus
Echovirus Variola virus
Encephalomyocarditis virus Zika virus
Epstein-Barr virus Human immunodeficiency virus
Hepatitis B virus Influenza virus (A, B)
Hepatitis C virus Metapneumovirus
Herpes simplex virus Mumps virus
Human herpesvirus 6  

B19V is the predominant cardiotropic virus in myocarditis. The clinical impact on the heart is still a matter of debate. Transcriptionally active cardiotropic B19V with positive replicative intermediates on EMB appears to be clinically relevant because patients with myocarditis characterized by such virus have abnormal gene expression compared to control patients with latent B19V. However, despite the causative agent being of viral origin, PCR results may be negative because of viral clearance.

Although viruses are thought to be the most common cause of myocarditis, viral titers are not useful for diagnosis and treatment.

5. Treatment

5.1. Therapeutic flowcharts

Most cases of myocarditis have a favorable prognosis with spontaneous regression of clinical symptoms and preserved ventricular function not requiring therapeutic intervention. The therapeutic flowchart for myocarditis in most patients is guided by diagnostic suspicion, since only a minority of patients will undergo EMB ( Figure 4 ). 65

Patients with low diagnostic suspicion of myocarditis presenting with no signs of severity, preserved ventricular function, and no ventricular arrhythmias have a favorable prognosis and should be clinically monitored with no need for drug therapy. In patients with intermediate diagnostic suspicion of myocarditis presenting with preserved ventricular function or ventricular dysfunction with progressive improvement, cardioprotective therapy with beta-blockers, angiotensin-converting enzyme inhibitors (ACEIs), or angiotensin receptor blockers (ARBs) is used to preserve or improve ventricular function. 12 , 55

Patients with high diagnostic suspicion presenting with any of the indicators of poor prognosis, such as clinical deterioration, hemodynamic instability, maintained or progressive ventricular dysfunction, frequent ventricular arrhythmias, and significant conduction disorders, should undergo EMB for investigation of inflammation and etiologic agent. This will allow establishing a specific therapy with immunosuppression, 161 , 162 immunomodulation, 163 - 166 and antiviral drugs, 167 - 170 which may be beneficial in terms of clinical improvement, functional class, ventricular function, and survival ( Figure 5 ). 8 , 162 , 171 - 175

Figure 5. – Therapeutic flowchart for myocarditis based on endomyocardial biopsy results.

Figure 5

PCR: polymerase chain reaction; DCM: dilated cardiomyopathy

5.2. Immunosuppression: indications and types

Immunosuppressive therapy in myocarditis is used to suppress the inflammatory response and autoimmune activity with the purpose of improving clinical status and ventricular function and thus reducing mortality.

In lymphocytic myocarditis, despite the pathophysiological rationale for using immunosuppression based on the presence of myocardial inflammation on EMB combined with absence of viral genome, the evidence supporting this hypothesis is limited. Factors such as spontaneous regression of inflammation, lack of uniform diagnostic criteria in the studies, reduced number of patients in most trials, heterogeneity of the clinical characteristics of study populations, and paucity of studies evaluating mortality reduction alone hamper an analysis of the clinical benefits of immunosuppressive therapy in lymphocytic myocarditis ( Table 14 ). 55 , 161 , 162 , 172 , 176 - 179

Table 14. - Analysis of the clinical benefits of immunosuppressive therapy in lymphocytic myocarditis.

Author Design Intervention Placebo N Disease Duration of symptoms Inclusion Virus-positive EMB LVEF Outcomes
Parrillo et al., 1989 Randomized, controlled Prednisone No 102 DCM Mean: 8 months Idiopathic Yes No >35% Neutral
Latham et al., 1989 Randomized, controlled Prednisone No 52 DCM <2 years, mean: 1.6 to 1.8 months Idiopathic Yes No <40% Neutral
Wojnicz et al., 2001 Randomized, controlled, open-label Prednisone + azathioprine Yes 84 DCM >6 months HLA Yes No <40% Improved EF
Wojnicz et al., 2006 Randomized, controlled, open-label, 2-center Atorvastatin No 74 DCM >6 months HLA Yes No <40% Improved EF/NYHA functional class
Frustaci et al., 2009 Randomized, controlled, double-blind, multicenter Prednisone + azathioprine Yes 85 DCM >6 months CD3 >7, CD45 >14 virus-negative Yes Yes <45% Improved EF
Merken et al., 2018 Case series Prednisone + azathioprine No 180 DCM Mean: 8 to 11 months CD3 >7, CD45 >14 Virus-negative Yes Yes <45% Improved transplant-free survival/EF

DCM: dilated cardiomyopathy; EMB: endomyocardial biopsy; HLA: histocompatibility antigen; LVEF: left ventricular ejection fraction; NYHA: New York Heart Association.

In the Myocarditis Treatment Trial (MTT), 178 which included patients with myocarditis meeting the Dallas criteria combined with the presence of ventricular dysfunction, immunosuppression for 6 months was not superior to conventional treatment in improving ventricular function and survival, although infectious agents were not investigated. The Tailored Immunosuppression in Inflammatory Cardiomyopathy (TIMIC) study, an Italian double-blind, randomized, placebo-controlled trial, 162 demonstrated improved ventricular function with immunosuppression in patients with myocarditis on biopsy (more than 7 lymphocytes per mm2), HF for more than 6 months, and absence of viral genome on EMB. Thus, although the evaluated phase was different from the acute phase of myocarditis, the study demonstrated the benefit of immunosuppression in the absence of viral genome in the myocardium. However, the nonidentification of specific viruses only means that the investigated viruses are not present and does not rule out the possible presence of other microbes. 162 Also, qualitative findings of microbes on EMB do not establish an undoubted causal relationship with the development of myocarditis/myocardiopathy, since viral genomes can be found in cardiomyopathies of other specific etiologies and even in normal hearts. 45 , 180 , 181 Taking B19V as an example, as its presence in myocardial tissue on qualitative PCR assay is common, other techniques documenting a low amount of copies 167 or absence of RNA transcription 182 could infer a noncorrelation with the development of myocarditis/myocardiopathy, allowing immunosuppression to be considered, even when the genome of this virus is present.

Immunosuppression is well established in myocarditis due to autoimmune disorders, and different strategies should be considered for each entity. Most strategies consist of corticosteroids usually combined with additional immunosuppressive drugs ( Table 15 ). 183 - 188

Table 15. - Indications for immunosuppression in autoimmune myocarditis.

Giant cell myocarditis Rare but fulminant, improved prognosis with combined immunosuppression Combined corticosteroid (cyclosporine + azathioprine)
Sarcoidosis Systemic disease primarily affecting the lungs. Myocarditis in 10%, blocks, tachyarrhythmias, and ventricular dysfunction Combined corticosteroids (cyclophosphamide, methotrexate), biologics in refractory cases
Systemic lupus erythematosus Myocarditis in 50%, might be subclinical; rare with current immunosuppression; might accelerate atherosclerosis Corticosteroid pulse therapy (followed by oral therapy for weaning), combined therapy (cyclophosphamide), plasmapheresis, IVIg
Systemic sclerosis Myocarditis or secondary to pulmonary hypertension. Arrhythmias, conduction disorders, and ventricular dysfunction Combined corticosteroids (cyclophosphamide, azathioprine)
Behçet disease Myocarditis is rare (0.5%), poor prognosis Combined corticosteroids (colchicine, anticoagulation)
EGPA (Churg-Strauss syndrome) Myocarditis in up to 50%; history of asthma, presence of eosinophilia; chest pain, palpitations, and cardiogenic shock Combined corticosteroids (cyclophosphamide)
Rheumatoid arthritis Myocarditis in 30%, might be subclinical; rare with current immunosuppression; might accelerate atherosclerosis Combined corticosteroids (methotrexate, biologics)

Despite the low incidence, the diagnosis of giant cell myocarditis cannot be delayed because of the severity of clinical manifestations, and the treatment consists of intensive combined immunosuppression. A classic study conducted by Cooper et al. 8 showed that survival increased from 3 to 12 months with combined immunosuppression (corticosteroid and/or azathioprine and/or cyclosporine and/or antilymphocyte antibody) compared to no immunosuppression or only corticosteroids. 8 A more recent study demonstrated a 5-year survival of 58% with the combined use of corticosteroids, cyclosporine, and azathioprine. 189 In refractory cases, antilymphocyte antibodies, 190 mycophenolate mofetil, 191 and sirolimus 192 have been described.

Eosinophilic myocarditis may be idiopathic or secondary to drug hypersensitivity reactions, autoimmune diseases (eosinophilic granulomatosis with polyangiitis or Churg-Strauss syndrome), hypereosinophilic syndrome, infections, and cancer. Immunosuppression is also considered in this setting, usually with corticosteroids. A recent literature review demonstrated peripheral eosinophilia in 75% of patients, immunosuppression in 80%, and combined therapy in 20% (especially Churg-Strauss and hypereosinophilic syndromes), with high 30-day mortality (13% hypereosinophilic syndrome, 17% idiopathic, 23% Churg-Strauss syndrome, and 40% hypersensitivity). 193

The most commonly used immunosuppressive therapy in patients with confirmed myocarditis consists of corticosteroids alone or in combination with azathioprine ( Table 16 ), with the diagnosis by EMB of inflammation with no viral infection as determinants for immunosuppression ( Table 17 ). Patients undergoing immunosuppressive therapy should be continuously monitored for the development of side effects, as these may significantly increase both morbidity and mortality. 55

Table 16. - Immunosuppressive therapy with corticosteroids.

  • Giant cell myocarditis

  • Corticosteroid pulse therapy – methylprednisolone 500 to 1,000 mg for 3 to 5 days; prednisone – 1 mg/kg and then slow and gradual withdrawal

  • Antilymphocyte antibody – Thymoglobulin – 1.5 mg/kg/day, according to the evolution of CD3 T lymphocytes – cyclosporine – 3 to 8 mg/kg

  • Azathioprine – 2 mg/kg

  • Lymphocytic and eosinophilic myocarditis

  • Up to week 4 – 1 mg/kg

  • Weeks 5 to 12 – reduce dosage by 0.08 mg/kg/week

  • Weeks 13 to 20 – maintain dosage at 0.3 mcg/kg/day

  • Weeks 21 to 24 – reduce dosage by 0.08 mg/kg/week

  • TIMIC study: prednisone – 1 mg/kg for 4 weeks and 0.33 mg/kg for 5 months; azathioprine – 2 g/kg for 6 months

  • Sarcoidosis

  • Prednisone – 30 mg/day – remove 5 mg per month for 12 to 24 months

  • Combination when corticosteroid withdrawal is difficult: methotrexate – 10 to 20 mg/week

  • Azathioprine – 2 mg/kg; hydroxychloroquine – 200 to 400 mg/day

  • Leflunomide – 10 to 20 mg/day

Table 17. - Indications for immunosuppressive therapy in myocarditis.

Indications Class Level of evidence
In the presence of positive myocarditis – giant cell, autoimmune disorders, sarcoidosis, and eosinophilia – associated with ventricular dysfunction I B
In the presence of endomyocardial biopsy-proven positive myocarditis and negative viral screening in patients with chronic heart failure, with the purpose of improving clinical status and ventricular function IIa B
In acute heart failure unresponsive to standard therapy III C

5.3. Antiviral therapy: indications and types

The prognosis of inflammatory cardiomyopathy/myocarditis is negatively affected by viral persistence. In viral cardiomyopathy, certain viruses are closely associated with a spontaneous course of viral infection, since spontaneous viral elimination is accompanied by clinical improvement, but this does not apply to patients who develop viral persistence. 194 - 197

Patients with enteroviral and adenoviral genomes on EMB should be treated with interferon-beta (IFN-ß) (4 million units subcutaneously every 48 hours in the first week, 8 million units subcutaneously every 48 hours from the second week on, for 6 months). A nonrandomized study demonstrated that administration of IFN-ß to patients positive for enteroviral and adenoviral infection induced viral elimination, reduced myocardial injury, and significantly improved long-term survival. 198 , 199 In a subsequent phase 2 study – Betaferon in Chronic Viral Cardiomyopathy (BICC) trial –, 143 patients with symptoms of HF and biopsy-proven enterovirus, adenovirus, and/or B19V genomes were randomly assigned to double-blind treatment and received either placebo or IFN-ß for 24 weeks, in addition to standard HF treatment. Compared to placebo, viral elimination and/or viral load reduction were higher in the IFN-ß groups. IFN-ß treatment was associated with favorable effects on NYHA functional class, quality of life, and patient global assessment. In retrospective analyses, IFN-ß treatment was found to be significantly less effective in eliminating B19V infection. 171

A high prevalence of HHV-6 has been detected in the myocardial tissue of patients presenting with symptoms of HF in a clinically suspected setting of myocarditis. Interestingly, HHV-6 is able to integrate its genome into telomeres of human chromosomes, which allows transmission of HHV-6 via the germline. Chromosomally integrated HHV-6 (ciHHV-6) appears to be associated with an increased risk of myocarditis and may lead to severe HF. HHV-6 is also not eliminated by IFN-ß, but symptoms of HHV-6 reactivation and HF have decreased after a 6-month treatment period with ganciclovir followed by valganciclovir (ganciclovir 1,000 mg/24h intravenously for 5 days, then valganciclovir 900 mg/24h or 1,800 mg/24h for 6 months) in symptomatic patients with reactivated ciHHV6 (positive messenger RNA). 200

B19V infection of the heart muscle is still a matter of debate. Initial data have provided evidence that antiviral nucleoside analogue reverse transcriptase inhibitors such as telbivudine can improve the clinical outcomes of patients with positive B19V DNA and replicative intermediates. 201 However, a large randomized, placebo-controlled clinical trial is now required to evaluate the results.

5.4. Immunomodulation (immunoglobulin and immunoadsorption): indications and types of immunoglobulins

The rationale for the use of intravenous immunoglobulin (IVIg) in the treatment of myocarditis is based on their ability to interact widely with the immune system. They are able to stimulate the complement system and immune cells to release anti-inflammatory cytokines and inhibit the release of proinflammatory cytokines. 83

Immunoglobulins have been assessed in different settings such as chronic HF, 202 , 203 dilated cardiomyopathy, 166 , 204 peripartum cardiomyopathy, 205 acute myocarditis, 164 , 165 , 206 , 207 fulminant myocarditis, 208 and viral myocarditis. 167 , 169

Although some of these studies suggest a potential benefit of immunoglobulin, a randomized controlled trial evaluating adult patients with new-onset dilated cardiomyopathy (<6 months) or myocarditis did not demonstrate evidence of beneficial effect of immunoglobulin on ventricular function in the treatment group versus the control group. There was improvement in ventricular function and even normalization in 36% of cases during follow-up, regardless of the study group. It is worth noting that the biopsy did not include any viral screening, and only 16% of patients had myocarditis confirmed by the presence of inflammation on biopsy. 166

In patients with acute myocarditis, early studies have suggested an improvement in ventricular function and a tendency to higher 1-year survival with high-dose IVIg. 164 However, a 2005 systematic review found 17 studies including only one randomized controlled trial (62 patients), and did not demonstrate any benefit of IVIg in patients with acute myocarditis. The authors concluded that there is insufficient evidence to recommend routine use of IVIg in this setting. 207 More recently, a small randomized, multicenter study (41 patients) evaluated the short-term prognosis of patients with acute myocarditis or new-onset cardiomyopathy undergoing IVIg therapy compared to patients who did not receive IVIg. The study revealed improved short-term survival among patients who received IVIg and no significant difference in ventricular function between groups. However, there was a significant reduction in inflammatory cytokines in the treated group. The study hypothesizes a potential benefit of immunoglobulins and suggests their mechanism of action; however, because of the small number of patients, the evidence is insufficient to recommend unrestricted use of IVIg in patients with acute myocarditis. 209

In viral myocarditis, nonetheless, there are data demonstrating the benefits of immunoglobulin. In a pilot study evaluating patients with B19V myocarditis, IVIg significantly reduced viral load and improved cardiac function. 167 In an analysis of 152 patients with adenovirus- or B19V-positive myocarditis, immunoglobulin improved exercise capacity, LV ejection fraction, and NYHA functional class. There was a significant reduction in inflammation in both groups of patients and a significant reduction in viral load only among patients with adenovirus-positive myocarditis; approximately 40% of patients with B19V infection had viral persistence. 169 These findings suggest a potential benefit of immunoglobulin in patients with EMB-proven viral myocarditis.

Current data, although insufficient for routine recommendation of IVIg, are indicative of a potential benefit of immunoglobulin in patients with biopsy-proven myocardial inflammation, especially viral myocarditis caused by adenoviruses and B19V.

5.4.1. Immunoadsorption

The pathogenesis of progression to ventricular dysfunction in dilated cardiomyopathy involves inflammatory processes that can be identified and quantified by immunohistochemical methods, which suggests a causal relationship between myocarditis and cardiomyopathy. 210 The presence of lymphocytes, mononuclear cells, and increased gene expression of HLA antigens is frequent, as well as that of antibodies against mitochondrial and contractile proteins; B1 receptors and muscarinic receptors have also been described in dilated cardiomyopathy. 211 - 214

These cardiac antibodies are extractable by immunoadsorption, and some studies have tested the efficacy of this method in the treatment of patients with dilated cardiomyopathy/myocarditis. 215 , 216 In a small controlled study, 25 patients were randomized to either undergo immunoadsorption followed by IgG substitution or continue conventional therapy, and a significant reduction in myocardial inflammation (decreases in CD3 cells, CD4 and CD8 lymphocytes, and HLA class II antigen expression) was found in the treated group. 217 In other small randomized studies, improvement in hemodynamics and ventricular function was observed. 216

Current data suggest that immunoadsorption may be a new and promising therapeutic approach for patients with dilated cardiomyopathy and the presence of cardiac antibodies. However, to date, evidence is based on small uncontrolled studies or open-label controlled studies compared to conventional therapy, and their results require confirmation by large randomized, prospective, multicenter studies. 218 An ongoing double-blind, placebo-controlled, multicenter study will evaluate the effects of immunoadsorption followed by IgG substitution in patients with dilated cardiomyopathy. 219 Only with the results of this large study will we be able to establish a grade of recommendation for this therapy in the setting of dilated cardiomyopathy/myocarditis.

5.5. Conventional cardioprotective therapy

5.5.1. No ventricular dysfunction

The therapeutic approach for patients with myocarditis with preserved ventricular function aims to prevent the development of ventricular dysfunction or malignant arrhythmias. In patients with suspected diagnosis and intermediate risk, beta-blockers and ACEIs or ARBs can be used for at least 12 months to reduce mortality and morbidity. The decision to extend therapy will be based on the assessment of ventricular function and arrhythmogenic potential. As no clinical trials have addressed patients with this myocarditis profile, management should follow the SBC chronic and acute heart failure guidelines.

5.5.2. Ventricular dysfunction and hemodynamic stability

Therapeutic management of ventricular dysfunction in myocarditis should be in line with current HF guidelines. 55 , 220 , 221 Medications recommended for all hemodynamically stable patients with symptomatic ventricular dysfunction, such as cardioprotective therapy, unless contraindicated, are known as triple therapy – ACEIs or ARBs, beta-blockers, and mineralocorticoid receptor antagonists. ACEIs/ARBs and beta-blockers can be initiated in all individuals with HF with reduced ejection fraction, even if they are asymptomatic, unless contraindicated, and should be maintained when ventricular function normalizes. Spironolactone, a mineralocorticoid receptor antagonist marketed in Brazil, should be initiated when the patient is already taking other medications and maintaining symptoms (NYHA II-IV functional class), and should be avoided in patients with creatinine >2.5 mg/dL or persistent hyperkalemia ( Table 18 ).

Table 18. - Recommendations for general pharmacological measures in myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Treatment with prognostic-modifying drugs for symptomatic or asymptomatic patients with left ventricular systolic dysfunction, according to current heart failure guidelines I C
Maintenance of neurohormonal blockade therapy after normalization of ventricular function I C
Consider neurohormonal blockade drugs in patients with evidence of myocardial fibrosis without dysfunction IIa C

5.5.3. Hemodynamically unstable patients with ventricular dysfunction: therapeutic approach

Patients with acute myocarditis and systolic ventricular dysfunction may fit into different clinical models. Likewise, clinical response to therapy is quite variable, and there may or may not be a clear manifestation of low cardiac output or evidence of systemic hypervolemia. The use of inotropes is warranted in at least three situations: a clear low-output state, cardiorenal syndrome refractory to optimization of diuretic therapy, and mixed venous oxygen saturation (SvO2) below 60% with invasive hemodynamic criteria for low output. According to the line of care, invasive monitoring for patients with no clear response to this therapy should be considered ( Table 19 ). 222 - 225

Table 19. - Inotropes used in hemodynamically unstable patients with myocarditis and ventricular dysfunction222-225.

  Dobutamine Milrinone Levosimendan
Clinical practice in myocarditis B1 selective agonist, which promotes inotropism by direct stimulation of beta-receptors. Experimental murine models suggest protective effects of milrinone and levosimendan over dobutamine on vasodilation in myocarditis. It acts as a phosphodiesterase inhibitor at any dose, thus increasing calcium concentration in cardiomyocytes. Systemic vasodilation contributes to increased cardiac output. There are experimental murine models demonstrating a reduction in cell apoptosis and inflammatory cytokines with levosimendan in acute myocarditis. However, there is no robust evidence to recommend it as a cardioprotective agent in patients with myocarditis or to prove its clinical benefit over other inotropes. It acts as a calcium sensitizer up to 0.2 mcg/kg/min; at higher doses, it works as a phosphodiesterase inhibitor, with no clinical use tested. There is no clinical evidence of continuous use for more than 48 hours.
Inotropism Moderate Important Important
Vasodilation Mild Moderate to important Moderate to important
Increased cardiac output Low to moderate Important, associated with vasodilation Important
Risk of hypotension Low Important and dose-dependent, higher in patients with established renal dysfunction Important, especially if bolus is used. Increases with increasing dose.
Risk of arrhythmias Increases exponentially when higher than 10 mcg/kg/min Increases in case of bolus dose (not recommended) Increases in case of initial bolus, also dose-dependent, more commonly at 0.2 mcg/kg/min

5.6. General recommendations: physical activity and vaccination

Myocarditis is an important cause of sudden death in athletes, which may occur in both the acute and chronic phases. This is related not only to the degree of myocardial inflammation but also to the triggering of complex arrhythmias and the development of left ventricular dysfunction. 226 - 228

Competitive or recreational athletes with active myocarditis should not participate in competitive sports or high-intensity exercise until the end of convalescence. There is no consensus on how long this period is. Until recently, the recommendation was to wait at least 6 months after the onset of clinical manifestations. Currently, some experts recommend shorter periods, such as 3 months, for resuming exercise training and competitive sports depending on the presence of symptoms, arrhythmias, ventricular dysfunction, inflammatory markers, and ECG changes 12 , 229 ( Table 20 ).

Table 20. – Exercise recommendations for athletes and nonathletes with myocarditis12,229.

Indications Class Level of evidence
  • Athletes may return to training and competitive sports, and nonathletes, to their usual physical activities, 3 to 6 months after myocarditis only if all of the following criteria are met:

  • – LV systolic function within the normal range

  • – Normal myocardial injury biomarkers

  • – Absence of arrhythmias on 24-hour Holter and stress testing

IIa C
With previous myocarditis, individuals should be reassessed periodically, especially during the first 2 years, owing to an increased risk of recurrence and silent progression of the disease IIa C
Return to competitive sports and physical activities in asymptomatic athletes and nonathletes with persistent late gadolinium enhancement on CMR is considered in the period of 3 to 6 months after myocarditis if normal LV function and absence of arrhythmias on 24-hour Holter and stress testing, and they should be followed-up periodically for the potential risk of tachyarrhythmias. In the presence of positive late gadolinium enhancement on CMR, they should be assessed annually IIa C

CMR: cardiac magnetic resonance; LV: left ventricular.

The European Consensus Document for Cardiovascular Prevention and Rehabilitation recommends that, in patients with HF, including those with myocarditis, exercise training should be of moderate intensity (up to 50% of VO2peak or 60% of predicted maximal heart rate), provided there is no laboratory evidence of inflammation or arrhythmias. 230

During the Covid-19 pandemic, professional athletes have needed to interrupt or postpone their activities because of the risk of contamination. With the relaxation of social distancing measures, the question now is how athletes can safely return to their activities. Athletes who have had Covid-19 may present with respiratory symptoms, muscle fatigue, and risk of thrombotic events. Because of such risks, a flowchart with recommendations for clinical assessment and return-to-play decisions has been developed to provide guidance for resuming physical activities ( Figure 6 ). 231

Figure 6. – Flowchart for returning to exercise following Covid-19.

Figure 6

*History and physical examination in the investigation of post-Covid-19 complications (neurological, gastrointestinal, and dermatological).

CMR: cardiac magnetic resonance; CPET: cardiopulmonary exercise test; CRP: C-reactive protein; CT: computed tomography; ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram; hs-cTn: high-sensitivity cardiac troponin; PFP: pulmonary function test.

Vaccination follows the same recommendations as those for annual influenza and pneumococcal immunization of patients with HF in addition to other available vaccines (mumps, measles, rubella, poliomyelitis). There is no robust evidence that these predispose patients to exacerbation or development of acute myocarditis to outweigh the benefits of immunization. 231 - 235 The same rationale applies to Covid-19 vaccination. To be vaccinated, patients should not be in the acute phase of myocarditis, and the recommendation is to wait 3 months of the diagnosis ( Table 21 ).

Table 21. – Vaccination recommendations in myocarditis.

  Class Level of evidence
Vaccines for influenza, pneumococcus, mumps, measles, rubella, poliomyelitis, and Covid-19. Patients should not be in the acute phase of the disease, and the recommendation is to wait 3 months of first diagnostic suspicion. I C

6. Special situations

6.1. Fulminant myocarditis

Fulminant myocarditis is currently defined by a pragmatic approach with predominantly clinical features, irrespective of histological findings, as follows: 1) clinical presentation of severe HF symptoms for less than 30 days; 2) hemodynamic instability with cardiogenic shock and life-threatening arrhythmias (including recovered or aborted cardiac arrest); and 3) need for hemodynamic support (inotropes or mechanical circulatory assist device). 236 In addition to the previously mentioned tests for evaluating patients with myocarditis, EMB is recommended in fulminant myocarditis. Results are usually positive and show multiple inflammatory foci, allowing histological characterization of the type of myocarditis. 237 The clinical course of fulminant myocarditis tends to be more dismal than those of nonfulminant types of myocarditis, with a lower likelihood of ventricular function recovery, higher mortality, and a higher chance of heart transplantation. 236 , 238

6.1.1. Diagnostic evaluation

The diagnosis of fulminant myocarditis involves the diagnostic criteria of myocarditis per se, including clinical features of acute HF, elevated troponins and inflammatory markers, nonspecific ECG changes such as T-wave inversions and/or ST-segment abnormalities, and acute ventricular function changes. In the setting of cardiogenic shock, right heart catheterization and coronary angiography are essential for guiding management. Echocardiography is a key diagnostic tool, since patients with fulminant myocarditis are frequently unable to undergo MRI. Echocardiographic findings are highly dependent on the form and timing of presentation. Patients with fulminant myocarditis typically have normal diastolic dimensions but increased septal thickness at presentation, whereas patients with acute (nonfulminant) viral myocarditis may present with either normal or increased diastolic dimensions but normal septal thickness consistent with other forms of dilated cardiomyopathy. 15 , 64 , 72 , 98 , 239 , 240

The decision to perform EMB at the time of cardiac catheterization is in line with those of the ESC 2013 15 task force. EMB can be considered the initial diagnostic procedure when MRI is not possible (eg, shock, presence of metal devices), if experienced operators and cardiac pathologists are available. According to the guidelines, therefore, the indications for EMB would be present for most patients with fulminant myocarditis ( Figure 4 ) . Higher accuracy can be achieved by adding viral genome analysis, immunohistology, or transcriptomic biomarkers if there is diagnostic uncertainty despite histology.

In addition to confirming diagnosis, EMB in fulminant myocarditis can be decisive for defining therapy. Immunohistochemical analysis has been considered mandatory because of known diagnostic limitations of the Dallas criteria, especially interobserver variability, which possibly limits diagnostic confirmation to no more than 20% of cases. 15 , 64 , 72 , 239 , 240 According to the WHO definition for diagnosis of active myocarditis, immunohistochemical detection of mononuclear infiltrates (T lymphocytes or macrophages) using a cutoff point of 14 cells/mm2or over is required in addition to increased expression of HLA class II molecules. 146

Viral genome detection in biopsy specimens is feasible (limited availability in Brazil) and, when coupled with immunohistochemical analysis, increases diagnostic accuracy and provides etiologic and prognostic information.

For fulminant myocarditis, a class I, level C indication has been considered even when only histological analysis is present (Dallas criteria). Conventional histological analysis is widely available and enables etiologic diagnosis that may lead to changes in therapeutic approach and specific treatment for presentations such as necrotizing eosinophilic myocarditis, giant cell myocarditis, sarcoidosis, amyloidosis, and myocarditis associated with known autoimmune diseases.

6.1.2. Therapeutic approach

The recognition of the causal factor through histological investigation by EMB allows the establishment of specific therapeutic strategies, such as immunoglobulin in viral myocarditis, immunosuppression in nonviral, autoimmune myocarditis, or corticosteroids in sarcoidosis, necrotizing eosinophilic myocarditis, or giant cell myocarditis. A randomized clinical trial of immunosuppression in 85 patients with myocarditis with proven absence of viral persistence (TIMIC study) demonstrated a clear beneficial effect on ejection fraction. However, these patients had more than 6 months of diagnosis and proven absence of virus. 162 Clinical trials of immunosuppression in patients with fulminant myocarditis do not exist. One option that has been tested is the use of high-dose of immunoglobulin, which has been shown to be beneficial over ventricular function and functional class, and has shown survival benefit; 208 , 209 , 217 although it has been demonstrated in a clinical trial with 62 patients, in which only 16% had biopsy-proven myocarditis the absence of benefit. 166

Supportive treatment should include vasoactive drugs and possibly vasopressors, and should be used in situations allowing the introduction of vasodilators. Immediate failure of drug treatment and volume replacement should lead clinicians to consider indication for hemodynamic support with mechanical circulatory assist devices. The most common devices are intra-aortic balloon pump, percutaneous devices such as TandemHeart and Impella, extracorporeal membrane oxygenation (ECMO), and paracorporeal ventricular assist devices, which are all used as a bridge to recovery or to heart transplantation ( Figure 7 ). Short-term support devices are indicated for 7 to 10 days. 241 After that and while stabilization is not achieved, ECMO or artificial ventricles are indicated to provide support for a longer period, allowing patients a greater chance of recovery from ventricular dysfunction 242 (see section on Cardiogenic shock ).

Figure 7. - Approach for initial stabilization of patients with cardiogenic shock.

Figure 7

ACS: acute coronary syndrome; CABG: coronary artery bypass grafting; ECMO: extracorporeal membrane oxygenation; IABP: intra-aortic balloon pump; PCI: percutaneous coronary intervention; VAD: ventricular assist device. Adapted from Kociol et al.63

6.2. Sarcoidosis

6.2.1. Diagnosis

Sarcoidosis is a granulomatous inflammatory disease of unknown etiology characterized by noncaseating granulomas. It may involve multiple organs, especially lungs (90%), skin, lymph nodes, central nervous system, eyes, liver, heart, and others. 243 Although clinically manifest cardiac sarcoidosis only affects 5% to 10% of patients with sarcoidosis, autopsy studies have revealed that cardiac involvement is present in 20% to 30% of patients on advanced cardiac imaging. With CMR or PET imaging, cardiac involvement has increased to 40%. 244 - 246 In addition to different definitions for the same entity, another factor that seems to have an impact on the increased prevalence of sarcoidosis is the refinement of imaging methods.

Currently, it is recommended the use of the guidelines of the Japanese Circulation Society (SJC) launched in 2019 ( Table 22 , Figures 8 and 9 ). Among the changes suggested in this document, we have that the abnormally high tracer accumulation in the heart with positron emission tomography by18F-FDG-PET/computed tomography, which was categorized in the “Guidelines for the diagnosis of cardiac involvement in patients with sarcoidosis”, in 2006, was promoted to the higher criteria, as well as the late enhancement by gadolinium of the myocardium on CMR with gadolinium. In the current JCS guidelines, a clinical diagnosis of cardiac sarcoidosis is also made when the patient shows clinical findings strongly suggestive of cardiac involvement and pulmonary or ophthalmic sarcoidosis as well as at least two of the five characteristic laboratory findings of sarcoidosis. Finally, the definition of isolated cardiac sarcoidosis was proposed for the first time.

Table 22. - Japanese Circulation Society recommendations for the diagnosis of cardiac sarcoidosis247.

Critérios para envolvimento cardíaco
Cardiac findings should be assessed on the basis of major and minor criteria. Clinical findings satisfying the following 1) or 2) strongly suggest the presence of cardiac involvement.
  1. Two or more of the five major criteria (a) to (e) are met.
  2. One of the five major criteria (a) to (e) plus two or more of the three minor criteria (f) to (h) are met.
Major criteria
  a. High-grade atrioventricular block (including complete atrioventricular block) or fatal ventricular arrhythmia (eg, sustained ventricular tachycardia and ventricular fibrillation)
  b. Basal thinning of the ventricular septum or abnormal ventricular wall anatomy (ventricular aneurysm, thinning of the middle or upper ventricular septum, regional ventricular wall thickening)
  c. Left ventricular contractile dysfunction (left ventricular ejection fraction less than 50%) or focal ventricular wall asynergy
  d.67Ga citrate scintigraphy or18F-FDG PET reveals abnormally high tracer accumulation in the heart
  e. Gadolinium-enhanced MRI reveals delayed contrast enhancement of the myocardium
Minor criteria
  f. Abnormal ECG findings: ventricular arrhythmias (nonsustained ventricular tachycardia, multifocal or frequent premature ventricular contractions), axis deviation, or abnormal Q waves
  g. Perfusion defects on myocardial perfusion scintigraphy
  h. Endomyocardial biopsy: monocyte infiltration and moderate or severe myocardial interstitial fibrosis Diagnostic guidelines for cardiac sarcoidosis
Diagnostic guidelines for cardiac sarcoidosis
  1. Histological diagnosis group (those with positive myocardial biopsy findings): cardiac sarcoidosis is diagnosed histologically when endomyocardial biopsy or surgical specimens demonstrate noncaseating epithelioid granulomas.
  2. Clinical diagnosis group (those with negative myocardial biopsy findings or those not undergoing myocardial biopsy): the patient is clinically diagnosed as having cardiac sarcoidosis (1) when epithelioid granulomas are found in organs other than the heart, and clinical findings strongly suggestive of the previously mentioned cardiac involvement are present; or (2) when the patient shows clinical findings strongly suggestive of pulmonary or ophthalmic sarcoidosis; at least two of the five characteristic laboratory findings of sarcoidosis (bilateral hilar lymphadenopathy, high serum angiotensin-converting enzyme activity or elevated serum lysozyme levels, high serum soluble interleukin-2 receptor levels, significant tracer accumulation on 67Ga citrate scintigraphy or18F-FDG PET, a high percentage of lymphocytes with a CD4/CD8 ratio of >3.5 in bronchoalveolar lavage fluid). Clinical findings strongly suggest the previously mentioned cardiac involvement.
Diagnostic guidelines for isolated cardiac sarcoidosis
Prerequisites
  1. No clinical characteristics of sarcoidosis are observed in any organs other than the heart (the patient should be examined in detail for respiratory, ophthalmic, and skin involvements of sarcoidosis. When the patient is symptomatic, other etiologies that can affect the corresponding organs must be ruled out.
  2.67Ga scintigraphy or18F-FDG PET reveals no abnormal tracer accumulation in any organs other than the heart.
  3. Chest CT reveals no shadow along the lymphatic tracts in the lungs or no hilar and mediastinal lymphadenopathy (minor axis >10 mm).
Histological diagnosis group
  1. Isolated cardiac sarcoidosis is diagnosed histologically when endomyocardial biopsy or surgical specimens demonstrate noncaseating epithelioid granulomas.
Grupo de diagnóstico clínico
  1. Isolated cardiac sarcoidosis is diagnosed clinically when the criterion (d) and at least three other criteria of the major criteria (a) to (e) are satisfied. When the patient meets at least four criteria for cardiac involvement other than the criterion (d), or when the patient meets the criteria (b) and (d) plus one of the remaining criteria, the patient should be suspected to have isolated cardiac sarcoidosis.

18F-FDG PET:18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography; CT: computed tomography; ECG: electrocardiogram. Adapted from Terasaki et al.47

Figure 8. – Diagnostic flowchart for cardiac sarcoidosis after the diagnosis of extracardiac lesions.

Figure 8

ECG: electrocardiogram; PET: positron emission tomography; SPECT: single-photon emission computed tomography. Adapted from Terasaki et al.247

Figure 9. – Diagnostic flowchart for cardiac sarcoidosis in patients who present with cardiac manifestations and are strongly suspected to have cardiac sarcoidosis.

Figure 9

AVB: atrioventricular block; CT: computed tomography; LV: left ventricular; PET: positron emission tomography; SPECT: single-photon emission computed tomography;18F-FDG PET:18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography. Adapted from Terasaki et al.247

6.2.2. Treatment and prognosis

Immunosuppressive treatment of cardiac sarcoidosis is based on clinical experience and expert opinion given the lack of randomized trials. The goal of treatment is to reduce inflammatory activity and prevent fibrosis, and the approach should be guided by the magnitude of the inflammatory process and the degree of myocardial involvement. 248

Immunosuppressive treatment is recommended in the following situations: left ventricular dysfunction, ventricular arrhythmias, hypermetabolic activity on18F-FDG PET, conduction disorders, late gadolinium enhancement on CMR, or right ventricular dysfunction in the absence of pulmonary hypertension. 248 - 250

There are three lines of treatment for sarcoidosis – first line: corticosteroids; second line: methotrexate and azathioprine in cases of intolerance or chronic use of corticosteroids; and third line: anti-TNF antibodies (infliximab and andalimumab) in cases of failure of previous treatments. 251

Corticosteroid is the drug of choice. In a systematic review of corticosteroid therapy for ventricular conduction disorders, 27 of 57 patients (47.4%) improved with treatment. 252 However, because responses are unpredictable, patients with conduction disorders and cardiac sarcoidosis should receive a pacemaker or implantable cardioverter-defibrillator. 119 , 253

Older studies evaluating the effect of corticosteroids on ventricular function have suggested preservation of ventricular function in patients with normal function at diagnosis, improvement in ventricular ejection fraction in patients with mild-to-moderate dysfunction, and no improvement in patients with significant ventricular dysfunction. 119 However, a Finnish study suggested an improvement in left ventricular function with immunosuppressive treatment in patients with severely compromised ventricular function (LVEF <35%), but no changes were observed in those with normal or moderately decreased function at the start of treatment. Perhaps such differences are associated with early diagnosis and treatment. 254

Studies on ventricular arrhythmia are more limited; however, the cause of arrhythmia appears to be secondary to scarring, and perhaps the corticosteroid effect on these patients is of little benefit. 255 Catheter ablation in ventricular tachycardia may be considered after implantable cardioverter-defibrillator insertion or antiarrhythmic drug failure. 256

The suggested treatment algorithm ( Figure 10 ) consists of an initial prednisone regimen (30 mg/day to 40 mg/day) followed by a repeat PET scan within 4 to 6 months to assess disease activity and guide subsequent pharmacological treatment.

Figura 10. – Sarcoidosis treatment algorithm.

Figura 10

ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram;18F-FDG PET:18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography. PET: positron emission tomography.

Yokoyama et al. 257 compared18F-FDG PET/CT scans before and after corticosteroid therapy in 18 patients with cardiac sarcoidosis and observed that maximum standardized uptake value decreased significantly from baseline. A recent study used18F-FDG PET/CT for the diagnosis and treatment of cardiac sarcoidosis with low corticosteroid doses and good disease control within 1 year of diagnosis. 258

Immunosuppressive drugs other than corticosteroids are needed because of the long duration of treatment. They are indicated for patients who require a maintenance prednisone dose >10 mg/day and who cannot tolerate corticosteroid side effects. 248 , 250

The following drugs are suggested: methotrexate, 257 azathioprine, 258 cyclophosphamide, 259 and tumor necrosis factor inhibitors. 260 , 261 The choice of drug will be determined by the type of extracardiac involvement; methotrexate, for example, should be avoided in patients with liver involvement, and studies of pulmonary, cutaneous, ocular, neurological, and multisystem sarcoidosis have suggested good efficacy for infliximab ( Table 23 ). 262

Table 23. - Recommendations for immunosuppressive therapy in sarcoidosis.

Indication Class Level of evidence
Prednisone 30 to 40 mg/day for 4 to 6 months IIa B
Additional immunosuppressants in case of corticosteroid therapy:
  Azathioprine 50 to 200 mg/day IIb C
  Methotrexate 10 to 20 mg/week IIb C
  Infliximab in pulmonary, cutaneous, ocular, neurological, and multisystem sarcoidosis IIb C
  Leflunomide 10 to 20 mg/day IIb C

Table 24. - Indication for implantable cardioverter-defibrillator in sarcoidosis.

Indications Class Level of evidence
Ventricular tachycardia/aborted cardiac death I C
LVEF <35% despite optimal treatment and period of immunosuppression and active inflammation I C
Unexplained syncope probably due to arrhythmia IIa C
Ejection fraction 35% to 49% and/or RVEF <40% despite optimal immunosuppressive treatment and MRI or PET evidence of extensive myocardial scarring IIa C
Ejection fraction 35% to 49% and/or RVEF <40% despite optimal immunosuppressive treatment IIb C

LVEF: left ventricular ejection fraction; MRI: magnetic resonance imaging; PET: positron emission tomography; RVEF: right ventricular ejection fraction.

6.2.3. Prognosis

Cardiac sarcoidosis has a worse prognosis compared to dilated cardiomyopathy. Once the heart is affected, the prognosis is unfavorable. Cardiac involvement accounts for 85% of deaths from the disease. 183 , 243

Kandolin et al. 256 reported the long-term effects of immunosuppressive treatment in a Finnish cohort, and 1-year, 5-year, and 10-year transplant-free survival rates were 97%, 90%, and 83%, respectively, during the 6.6-year follow-up period. In that study, presence of HF and cardiac function before corticosteroid therapy were the most important factors for estimated prognosis, which shows that early treatment is key.

The presence of late gadolinium enhancement on CMR increased the risk of death, aborted sudden death, or cardioverter-defibrillator implantation by 30 times during a 2.6-year follow-up period, 262 and this finding was subsequently confirmed by meta-analyses. It has been suggested that the 20% fibrotic mass threshold is associated with risk of events. 263

A study using PET imaging observed that 26% of reported adverse events, such as ventricular tachycardia and death, were cases of cardiac uptake on PET during a 1.5-year follow-up period. Conversely, extracardiac uptake was not associated with adverse events at follow-up. 264

Another interesting finding is that patients with isolated cardiac sarcoidosis have a worse prognosis compared to patients with systemic sarcoidosis with cardiac involvement. 265 A Finnish study observed a high frequency of ventricular dysfunction and septal abnormalities on echocardiography and a high prevalence of late gadolinium enhancement on CMR, in addition to more significant associations with female sex and more severe left ventricular dysfunction. 266 In that study, HF at presentation, severe left ventricular dysfunction (<35%), and isolated cardiac sarcoidosis were also related to prognosis. 254

Echocardiography with strain imaging (global longitudinal strain <17.3) was an independent predictor of mortality, HF, hospitalization, new arrhythmias, and development of cardiac sarcoidosis. 267

Serum biomarkers such as BNP were related to the development of HF, whereas troponin was associated with the development of fatal arrhythmias, 268 lower ejection fraction, and poor prognosis. 269

6.3. Giant cell myocarditis

6.3.1. Treatment

According to an international registry, giant cell myocarditis is the etiology of 12% cases of fulminant myocarditis and 3.6% of cases of nonfulminant myocarditis. 242 Treatment goals are limited because the mechanisms of giant cell myocarditis are not properly known, although an autoimmune mechanism involving myocardial inflammation mediated by T lymphocytes has been proposed. 270 , 271

Giant cell myocarditis has a worse prognosis than eosinophilic and lymphocytic myocarditis, and is more frequently associated with HF, cardiac arrest, fibrillation and ventricular tachycardia, heart blocks, or simulated acute MI. 242 , 272 Without treatment, the course is usually fatal, with death within 5.5 months. 271 Even with treatment, giant cell myocarditis has a high mortality or requires early indication for mechanical circulatory support and/or heart transplantation.

Recently, a 5-year transplant-free survival of 42% has been reported. As important prognostic markers of early death or need for mechanical support or heart transplantation, troponin levels and moderate-to-severe necrosis or fibrosis on EMB have been described. Elevated BNP/NT-proBNP levels and significant LVEF reduction are additional prognostic markers. 191 Poor prognosis may be associated with myocardial injury or recurrent giant cell myocarditis. 273 After heart transplantation, recurrence has also been described.

Early diagnosis is critical and dependent on EMB results, or histological analysis of a heart explanted during heart transplantation, or myocardial specimens collected during ventricular assist device implantation. 270 , 274 , 275 Biopsy sensitivity might be limited by sampling error. Specimens are preferably collected from the apical portion of the RV septum because the risk of complications is lower. A negative biopsy does not necessarily exclude the diagnosis of giant cell myocarditis. EMB sensitivity has increased from 68% to 93% after repeating the procedure ( Table 25 ).

Table 25. - Endomyocardial biopsy (EMB) recommendations in the diagnostic evaluation of giant cell myocarditis.

Indications Class Level of evidence
EMB or analysis of a heart explanted during heart transplantation, or myocardial specimens collected during mechanical assist device implantation in patients with acute heart failure with severe or fulminant hemodynamic compromise I B
Suspected diagnosis of myocarditis associated with cardiac arrest, or ventricular fibrillation or tachycardia, or blocks, or simulated acute myocardial infarction I B

The treatment of giant cell myocarditis is divided into the treatment of HF with reduced LVEF caused by myocardial injury or recurrent giant cell myocarditis, arrhythmias, and blocks, and the treatment of the probable mechanism with immunosuppressants.

The treatment of HF, hemodynamic disorders, blocks, and arrhythmias is consistent with the treatment of HF according to the SBC guidelines, including drugs and/or inotropes, pacemakers/defibrillators and/or mechanical circulatory support, and heart transplantation. 242 Heart transplantation might be indicated earlier because of the poor prognosis of giant cell myocarditis, even with immunosuppressants. Implantable cardioverter-defibrillator might be indicated for primary prevention of sudden or secondary death based on the high incidence of complex and severe arrhythmias. 276 It has been described that 59% of patients with giant cell myocarditis had sustained ventricular tachycardia or shocks for complex ventricular arrhythmias despite of being free from severe HF.

The indication for immunosuppressants is based on the results of case series or small randomized studies. Immunosuppressive drugs such as prednisone, cyclosporine, azathioprine, mycophenolate mofetil, everolimus, sirolimus or rabbit antithymocyte globulin, antithymocyte globulin or muromonab-CD3 have been used for cytolysis of T lymphocytes. After initial diagnosis, high-dose corticosteroids and/or rabbit antithymocyte globulin, antithymocyte globulin or muromonab-CD3 are generally used, and combination with long-term immunosuppressants is possible. Hemadsorption has also been reported ( Table 26 ). 277

Table 26. - Therapeutic recommendations in giant cell myocarditis.

Indications Class Level of evidence
High-dose corticosteroid in combination with antilymphocyte antibodies and/or calcineurin inhibitors (cyclosporine or tacrolimus) and/or antiproliferative drugs (azathioprine or mycophenolate mofetil) I B
Maintenance immunosuppression with a corticosteroid and a calcineurin inhibitor (cyclosporine or tacrolimus) or a triple-drug regimen with addition of an antiproliferative drug (azathioprine or mycophenolate mofetil) I B
Heart transplantation I B
Indication for implantable cardioverter-defibrillator for primary or secondary prevention of complex ventricular arrhythmias I B

Maintenance immunosuppression consists of a cyclosporine-based double or triple regimen. 270 , 278 However, there are important limitations to assessing the actual benefit. Combinations of prednisone, cyclosporine, azathioprine, and mycophenolate mofetil have been used, as well as use either alone or in combination with rabbit antithymocyte globulin or muromonab-CD3. Triple-drug immunosuppression has been shown to increase the chance of surviving and being transplant-free to 58% at 5 years. 191 However, immunosuppression must be maintained because of the possibility of recurrence. Combined immunosuppression (prednisone, cyclosporine, and azathioprine) appears to be more accepted, although other combinations have also been used, such as cyclosporine with rabbit antithymocyte globulin or rabbit antithymocyte globulin with high-dose corticosteroids. There are no comparative studies to confirm the best immunosuppression. 191 , 274 Cyclosporine combined with high-dose corticosteroids or muromonab-CD3 for 4 weeks decreases the degree of necrosis, cellular inflammation, and giant cells. 279

Heart transplantation is indicated and has resulted in improved medium-term survival, but recurrence is 20% to 25%. 8 , 280 This is the treatment of choice despite a higher risk of rejection. 281

6.3.2. Clinical manifestation and diagnosis

Giant cell myocarditis is recognized as a rapid and progressive disease, most often fatal unless heart transplantation is performed. Most cases are associated with an autoimmune process.

Giant Cell Myocarditis Study Group data showed that young, white adults were predominantly affected, with no sex difference. The most common manifestation was acute HF (75% of cases), but half of the patients developed complex ventricular arrhythmia in the course of the disease. Median heart transplant-free survival was 5.5 months. 8

A more recent report on giant cell myocarditis showed a higher incidence in young adult women, and the main clinical manifestations were acute HF, AV block, and ventricular arrhythmias. 274

Imaging studies do not show any specific changes in giant cell myocarditis. The diagnosis is based on characteristic findings on EMB, ie, a diffuse and mixed inflammatory infiltrate consisting predominantly of macrophages, followed in number by lymphocytes and typically dispersed multinucleated giant cells derived from macrophages, and, finally, by a lower proportion of eosinophils and plasma cells. 282

6.4. Acute Chagasic myocarditis and reactivation

6.4.1. Clinical manifestations and modes of transmission, reactivation in immunosuppressed patients

In recent years, there has been an increasing number of cases of acute Chagas disease associated with both oral or vector-borne transmission and disease reactivation in Latin American countries. The main routes of acute Chagas disease transmission currently are oral (68.4%), vector-borne (5.9%), vertical (0.5%), transfusion (0.4%), accidental (0.1%), and unknown (24.7%), as described in a study of confirmed cases in the Brazilian Amazon. 19

Vector-borne transmission occurs during or shortly after hematophagy, when triatomine bugs defecate and deposit their contaminated feces causing the infective forms of Trypanosoma cruzi to reach the skin, mucous membranes, and then the bloodstream. The incubation period ranges from 4 to 15 days. Oral transmission is associated with consumption of food or beverages contaminated with parasites. Currently, it is the most common cause of acute disease, causing outbreaks in endemic and nonendemic regions. The incubation period ranges from 3 to 22 days. 283

Patients with acute Chagas disease may present with nonspecific signs and symptoms of infectious syndrome, such as fever, myalgias, facial edema, and arthralgias, in addition to signs related to the portal of entry such as a chagoma and Romaña sign in the vector-borne form and digestive bleeding in the oral form. 284

Acute cases may or may not present with myocarditis and pericarditis. Autopsy reports have shown acute inflammation of the epicardium and myocardium with intense and diffuse inflammatory activity and extensive dissociation of cardiac fibers, with the amastigote forms of the parasite being observed. 285 Signs and symptoms compatible with HF have ranged from 26% to 58%. Severe cases with cardiac tamponade and cardiogenic shock from LV systolic dysfunction may occur. The lethality of oral transmission has ranged from 2% to 5% in the largest series. Abnormal findings on additional testing have ranged from 33% to 70% for ECG changes (right bundle branch block, first-degree AV block, acute atrial fibrillation, anterosuperior divisional block) and from 13% to 52% for echocardiographic changes. Pericardial effusion is the most frequent abnormality (10% to 82%), and segmental contraction changes, common in the chronic phase, are rarely found in the acute phase. Despite the occurrence of severe cardiac involvement, most patients show preserved systolic function with few cases of reduced EF. Most deaths are caused by significant pericardial effusion and cardiac tamponade. 286 , 287

6.4.2. Diagnosis

Direct parasitology testing is the most indicated method for diagnosing acute myocarditis. 288 Indirect methods, such as blood culture and xenodiagnosis, have low sensitivity and thus are not suitable for the acute phase. Serology testing is not the best diagnostic method in the acute phase but may be performed when direct parasitology testing is persistently negative and clinical suspicion persists.

Wet mount examination to detect the parasite in the circulating blood is quick and simple, in addition to being more sensitive than stained smear examination. Ideal conditions for collection are the patient still being febrile and symptom onset having occurred within 1 month. Concentration methods (Strout, microhematocrit, buffy coat) are recommended when wet mount examination is negative, as they are more sensitive. They are also used when the acute course initiated over 1 month ago. Negative results in the first analysis should not be considered definitive, especially if symptoms persist, unless another etiology is proven.

PCR testing, being a molecular diagnostic technology, has become an important method to show recent infection, as it yields positive results days to weeks before circulating trypomastigotes are detected. 289 - 291 Peripheral blood and tissue collected on EMB can be used to detect early reactivation after heart transplantation, before the onset of clinical symptoms or graft dysfunction. 292

Chagas disease reactivation in the post-heart transplant period ranges from 19.6% to 45%. 293 The condition may present as acute myocarditis with various degrees of HF, often accompanied by systemic manifestations. Erythema and subcutaneous nodules may appear on the skin and should be biopsied to identify amastigote nests. Monitoring should be routine, even if reactivation is not suspected. When there are no extracardiac clinical signs, biopsy should be performed.

6.4.3. Treatment

Trypanosomicidal drug treatment is indicated for patients with acute Chagas disease with or without manifestations of myocarditis and for those with chronic disease reactivation due to immunosuppression (transplanted patients) ( Table 27 ). 294

Table 27. - Recommendations for the etiological treatment of acute Chagasic myocarditis.

Indications Class Level of evidence
Acute infection, irrespective of mechanism of transmission I C
Reactivation of chronic T. cruzi infection I C

Benznidazole is the currently available drug for the treatment of T. cruzi infection. 295 Information, however, is based on nonrandomized studies with insufficient number of patients and follow-up duration. Although the definition of cure criteria remains controversial, there is a current consensus that benznidazole treatment should be performed in the acute phase and provides a likely long-term benefit. 296

Benznidazole dose range in children is 5 to 10 mg/kg per day in two divided doses for 60 days. The adult dose is 5 mg/kg. Adverse reactions manifest in approximately 30% of patients, most frequently allergic dermatitis (30%) and peripheral sensory neuropathy (10%).

6.5. Myocarditis due to tropical diseases

Tropical diseases are infectious entities generally transmitted by vectors in tropical regions. Governments tend to ignore this issue and provide limited resources to control these diseases, which affects vulnerable populations in areas with inadequate sanitation and deficient health systems. The Brazilian Amazon is an endemic region for tropical diseases, although other regions of the country are also affected. Many tropical diseases may cause myocarditis and appear to contribute to the increased burden of heart disease in developing countries. 297 The tropical diseases that cause myocarditis and are prevalent in Brazil are malaria, dengue, chikungunya, Zika, and yellow fever ( Table 28 ). These diseases should be considered in the investigation of myocarditis occurring in endemic areas.

Table 28. – Characteristics of the main causes of tropical myocarditis.

  Agent Vector Clinical manifestations
Malaria Plasmodium spp (protozoan) Anopheles mosquito
  • Mild form: fever, chills, headache, myalgias, and malaise Severe form: shock, seizures, mental confusion, renal failure, acute respiratory distress syndrome, coma, and death

  • – There may be asymptomatic patients, especially in endemic regions

Dengue Dengue virus Aedes aegypti mosquito
  • Mild form: fever, headache, myalgia, arthralgia, retro-orbital pain and maculopapular rash, nausea, vomiting Severe form (with warning signs): severe abdominal pain, persistent vomiting (≥3 times/24 h), epistaxis, gingival bleeding, fatigue, restlessness or irritation, hematemesis or melena, altered mental status

  • – Approximately 50% of patients have symptoms

Chikungunya Chikungunya virus Aedes aegypti mosquito
  • Mild form: fever, rash, arthralgia, myalgia, edema, and headache Severe form: severe neurological disease, myocarditis,and multiple organ failure

  • Chronic form: persistent arthralgia and myalgia with associated edema, mostly in the wrists, hands, ankles, and feet. It might last for months or even years and result in disability

  • – Approximately 80% of patients are symptomatic

Zika Zika virus Aedes aegypti mosquito
  • Mild form: fever (usually mild), rash, arthralgia, arthritis, myalgia, headache, conjunctivitis, and edema Severe form: need for hospitalization is uncommon and deaths are rare

  • Congenital form: anomalies of the eye, heart, and brain such as microcephaly (most common)

  • – Only about 20% of patients have symptoms

Yellow fever Yellow fever virus Haemagogus (wild) and Aedes aegypti (urban) mosquitoes
  • Mild form: sudden-onset fever, chills, headache, myalgia, weakness, fatigue, nausea, and eye redness

  • Severe form (toxic phase): high fever, jaundice, epigastralgia, bleeding, hemorrhagic diathesis (hematemesis), shock, and organ failure

  • – Approximately 50% of patients are symptomatic

Malaria is caused by the protozoans of the genus Plasmodium (in Brazil, the species P. vivax and P. falciparum ), transmitted through the bites of Anopheles mosquitoes. Malaria is endemic in the Amazon region, where over 155,000 cases were diagnosed in 2019. P. falciparum causes the most severe forms of the disease and has been more significantly associated with the development of myocarditis. 298 Autopsy studies of severe cases of malaria show a large number of parasites in the myocardium and inflammation compatible with myocarditis. Most studies reporting on malarial myocarditis consist of inpatient case series assessed with ECG, myocardial injury markers, and echocardiogram. 299 These case series include severe cases and show changes in cardiac injury markers in up to 59% and echocardiographic changes such as reduced systolic function in up to 19% of patients. Many studies associating malaria with acute MI fail to properly define the evaluated outcome, with probable cases of myocarditis being described as infarctions. In acute malaria progressing to the severe form of the disease, myocardial dysfunction due to malarial myocarditis should be considered. Assessment with biomarkers of myocardial injury and ventricular function should be considered to optimize cardiovascular management.

Arboviruses cause infectious diseases such as dengue, Zika, chikungunya, and yellow fever. They are transmitted through the bites of Aedes aegypti mosquitoes. Cardiovascular involvement has been demonstrated especially in dengue, which is the most prevalent arboviral infection in Brazil. Dengue is also the disease with the highest rate of reported cardiovascular manifestations -- prospective studies have shown that 48% of patients with the severe form develop myocarditis. An autopsy study of four fatal cases of dengue revealed findings of myocarditis with edema, hemorrhage, mononuclear infiltrates, and presence of antigens and viral replication. 300

Of all the previously mentioned arboviral diseases, chikungunya is the most symptomatic (80% of cases); however, it normally presents with mild symptoms and mostly affects joints and muscles. Still, the infection may manifest systemically and cause widespread damage or affect specific organs such as the heart. A case report of a patient with chikungunya who developed chest pain showed typical findings of myocarditis on MRI. 301 Several case series in epidemic settings have reported up to 37% of cardiovascular involvement, generally compatible with myocarditis. 302

Of all the tropical infections discussed herein, Zika is the most recently discovered and has the highest percentage of asymptomatic cases; when there are clinical manifestations, these are predominantly congenital and involve the neurological system. Nonetheless, a few longitudinal studies have addressed nonneurological complications of this infection in adults and reported cardiovascular outcomes such as HF, arrhythmias, and acute MI, as well as Zika-associated myocarditis. 303 , 304 Also, prospective studies of congenital Zika have reported echocardiographic changes suggestive of cardiovascular damage. These findings, however, possibly do not represent the actual impact of Zika on heart disease, as there is a lack of longitudinal studies.

Yellow fever is a neglected tropical arboviral disease that was restricted to the sylvatic cycle for a long time, with low incidence (underreporting) and limited geographic expansion, which contributed to few cases being studied and adequately reported, especially those involving the cardiovascular system. Still, with the increasing urbanization of this disease and the better understanding of its pathophysiological mechanisms, some studies have demonstrated a relationship with the heart. The PROVAR+ study, for example, reported, respectively, 48% and 52% of echocardiographic and electrocardiographic changes. 305 Also, postmortem studies have isolated the virus in cardiac tissue or demonstrated myocardial damage.

Therefore, although the association between tropical diseases and myocarditis is based on case series and few studies with a well-defined diagnosis of myocarditis, the diagnostic investigation of common regional diseases is warranted in cases of myocarditis in endemic areas. To this end, antigen screening or serology testing for arboviral infections and thick blood smear examination for malaria should be included. Once these diseases are diagnosed, an infectious disease specialist should be consulted to guide the specific treatment of malaria or supportive treatment of arboviral diseases. Another clinical situation consists of patients with confirmed arboviral infection or malaria which progresses to a severe form, especially shock; in these cases, cardiac injury should be evaluated with markers of myocardial necrosis and myocardial function, and echocardiography should be used for the diagnosis of myocardial involvement (myocarditis). Management should include optimization of myocardial function.

6.6. Covid-19-related myocarditis

Human coronaviruses have been linked to myocarditis. 306 - 308 During the Toronto severe acute respiratory syndrome (SARS) outbreak, SARS-CoV RNA was detected in 35% of autopsied hearts. 309 This increases the possibility of direct viral damage to cardiomyocytes 310 - 312 ( Table 29 ). 313

Table 29. – Representative studies addressing the acute cardiovascular manifestations of coronavirus infection and their clinical implications311-313.

Virus Sample size Cardiovascular manifestations Outcomes
SARS N=121 Hypotension, tachycardia, bradycardia, cardiomegaly, and arrhythmia Mostly transient
N=15 Cardiac arrest Death
N=46 Subclinical diastolic impairment without systolic involvement on echocardiography Reversible on clinical recovery
MERS N=1 Acute myocarditis and acute-onset heart failure Recovered
Covid-19 N=14 Myocardial injury (manifesting with increased high-sensitivity cardiac troponin I) in five patients Four patients required intensive care
N=138 Acute cardiac injury (7.2%), shock (8.7%), and arrhythmia (16.7%) Most patients required intensive care

Source: Adapted from Xiong et al.313

6.6.1. Possible pathophysiology of SARS-CoV-2-related myocarditis

The mechanisms of myocardial injury are not well established but probably involve the following: myocardial injury secondary to oxygen supply-demand mismatch; microvascular injury; systemic inflammatory response; stress cardiomyopathy; acute nonobstructive coronary syndrome; and direct viral myocardial injury 314 ( Figure 11 ). 315

Figure 11. – Potential mechanisms of myocardial injury in Covid-19.

Figure 11

MI: myocardial infarction; DIC: disseminated intravascular coagulation. Source: Adapted from Atri D et al.315

6.6.2. Direct viral myocardial injury

Case reports of myocarditis in patients with Covid-19 provide evidence of cardiac inflammation but do not determine the mechanism. SARS-CoV-2 infection is caused by the binding of viral surface spike protein to the human angiotensin-converting enzyme 2 (ACE2) receptor. However, the spike protein must first be cleaved at the S1/S2 sites and subsequently at the S2’ sites to enable binding to ACE2. Cleavage at the S1/S2 site appears to be mediated by transmembrane serine protease 2 (TMPRSS2) 316 , 317 ( Figure 12 ). 318

Figure 12. – Proposed pathophysiology of SARS-CoV-2 myocarditis. SARS-CoV-2 uses the spike protein (primed by TMPRSS2) to bind ACE2 to allow cell entry. Intracellular SARS-CoV-2 might impair stress granule formation via its accessory protein. Without the stress granules, the virus is allowed to replicate and damage the cell. Naïve T lymphocytes can be primed for viral antigens via antigen-presenting cells and cardiotropism by the heart-produced HGF. The HGF binds c-Met, an HGF receptor on T lymphocytes. The primed CD8+ T lymphocytes migrate to the cardiomyocytes and cause myocardial inflammation through cell-mediated cytotoxicity. In the cytokine storm syndrome, in which proinflammatory cytokines are released into the circulation, T-lymphocyte activation is increased and releases more cytokines. This results in a positive feedback loop of immune activation and myocardial damage.

Figure 12

ACE2: angiotensin-converting enzyme 2; APC: antigen-presenting cell; HGF: hepatocyte growth factor; IL-6: interleukin 6; MHC: major histocompatibility complex; SARS-CoV-2: severe acute respiratory syndrome coronavirus 2.

Source: Adapted from Siripanthong B et al.318

To date, there is only one report of biopsy-proven SARS-CoV-2 myocarditis with viral inclusions or viral DNA detected in myocardial tissue. 319 However, viral particles were not present in cardiomyocytes, only within macrophages in the cardiac interstitium. Another hypothetical mechanism of direct viral myocardial injury is through infection-mediated vasculitis. The ACE2 receptor is highly expressed in endothelial arteries and veins. 320

ACE2 expression is limited in cardiomyocytes but high in pericytes. Covid-19 might attack pericytes, essential for endothelial stability, causing endothelial dysfunction, which leads to microcirculatory disturbances. This explains why, although ACE2 expression is limited in cardiomyocytes, Covid-19 might cause cardiac injury. 320 Autopsies have shown inflammatory infiltrates consisting of macrophages and, to a lesser extent, CD4+ T cells. 321 - 322 These mononuclear infiltrates are associated with regional necrosis of cardiomyocytes which, according to the Dallas criteria, defines myocarditis. 323

6.6.3. Diagnosis of Covid-19-related myocarditis

The clinical presentation of SARS-CoV-2 myocarditis ranges from mild symptoms such as fatigue, dyspnea, and chest pain to severe cases of cardiogenic shock. Patients may present with signs of right HF, with increased jugular venous pressure, peripheral edema, and right upper quadrant pain. The most emerging presentation is fulminant myocarditis, defined as ventricular dysfunction and HF within 2 to 3 weeks of viral infection. Early signs of fulminant myocarditis frequently resemble those of sepsis. 14 , 324 - 329

6.6.4. Laboratory

Troponin and NT-proBNP elevations have been observed in cases of Covid-19 myocarditis. 14 , 312 , 324 - 326

Abnormal troponin levels are common in patients with Covid-19, especially when high-sensitivity cardiac troponin (hs-cTn) is used. Studies evaluating the clinical course of Covid-19 have reported detectable hs-cTnI in most patients, and hs-cTnI was significantly high in more than half of patients who died. 327 , 328

Patients with Covid-19 generally demonstrate significantly elevated BNP or NT-proBNP. The significance of this finding is uncertain and should not necessarily trigger an evaluation or treatment for HF unless there is clear clinical evidence for diagnosis. In patients with Covid-19, increased BNP or NT-proBNP levels may also be secondary to myocardial stress as a possible effect of severe respiratory disease.

Because of the low frequency and nonspecific nature of abnormal troponin or natriuretic peptide levels in patients with Covid-19, measurements should only be performed if the clinical diagnosis of acute MI or HF is under consideration. Abnormal troponin or natriuretic peptide results should not be considered evidence of acute MI or HF without additional diagnostic evidence. 329

6.6.5. Electrocardiogram

ECG changes commonly associated with pericarditis, such as ST-segment elevation and PR-segment depression, are seen in myocarditis; 310 however, these findings are not sensitive enough to detect the disease, and their absence does not exclude the diagnosis.

For example, a patient with Covid-19-related myocarditis has shown neither ST-segment elevation nor PR-segment depression. 330 Other ECG abnormalities, including new bundle branch block, prolonged QT interval, pseudoinfarction pattern, ventricular extrasystoles, and bradyarrhythmia with advanced AV block, might be seen in myocarditis. 331

Recently, a case series of patients with confirmed Covid-19 who presented with, at some point in the infection, ST-segment elevation on ECG was published. 332

6.6.6. Imaging

A recent ESC document lists the conditions that must be considered in a situation requiring the use of any cardiovascular imaging method in patients with Covid-19: imaging studies should only be performed if the management is likely to be changed by the results or if saving a patient’s life is at stake; the best imaging modality to meet the demand should be used considering the safety of the medical team regarding exposure; nonurgent, elective, or routine examinations should be postponed or even canceled. 333

Thus, transthoracic echocardiography, despite playing a key role in the cardiovascular work-up of these patients, should not be routinely indicated in view of the current Covid-19 pandemic, and specific cases require careful consideration. 334

Recent Society of Cardiovascular Computed Tomography (SCCT) recommendations for the use of coronary CT angiography in patients with Covid-19 include acute HF of unknown cause 335 , 336 ( Table 30 ). 337

Table 30. - Society of Cardiovascular Computed Tomography (SCCT) recommendations for the use of coronary computed tomography angiography in the context of Covid-19.

Urgency category Clinical conditions Timing for examination
Elective
  • Asymptomatic or stable coronary artery disease

  • Cardiomyopathy or stable structural heart disease (valvular, TAVI or AF ablation planning, congenital)

  • Benign masses

> 8 weeks
Semiurgent
  • Chronic AF cardioversion

  • Chronic or subacute prosthetic valve dysfunction

Within 4 to 8 weeks
Urgent
  • High-risk acute or stable chest pain

  • Urgent structural interventions (TAVI, left atrial appendage occlusion, etc.) or acute AF cardioversion

  • Acute heart failure of unknown cause

  • Acute valve (or prosthetic valve) dysfunction

  • Malignant mass biopsy planning

Within hours to <2 to 4 weeks (depending on severity)

Rule out thrombi when CMR is not feasible. AF: atrial fibrillation; TAVI: transcatheter aortic valve replacement. Source: Adapted from Araujo-Filho et al.337

The ESC document suggests that positive troponins and myocardial dysfunction or severe arrhythmia not explained by other methods may be an indication for CMR if the diagnosis is crucial for the treatment and the patient is stable enough to be safely transferred and undergo the procedure. 334

In this context, current Society for Cardiovascular of Magnetic Resonance (SCMR) guidance suggests that CMR examinations should be considered judiciously and individually in cases of suspected acute myocarditis with immediate implications for patient management. 337 If CMR is performed, the results should be interpreted according to the LLC: (1) edema; (2) irreversible cell injury; and (3) hyperemia or capillary leakage 338 ( Table 31 ). 337

Table 31. - Society for Cardiovascular of Magnetic Resonance (SCMR) recommendations for the use of cardiac magnetic resonance (CMR) imaging in the context of Covid-19.

Clinical conditions Suggested timing for examination
  • Investigation of ischemia and myocardial viability to guide urgent revascularization

Within 1 week depending on severity
  • Suspected intracardiac mass or thrombus with contraindication to anticoagulation or in patients with suspected embolic events

  • Urgent ablation planning in unstable patients with severe arrhythmias

  • Pericardial constriction requiring potentially urgent surgery

  • Planning for percutaneous implantation of a prosthetic heart valve requiring urgent surgery

Note 1: Choices based on expert consensus. Note 2: Individual clinical status and contraindications to examination must be considered. Source: Araujo-Filho et al.337

6.6.7. Endomyocardial biopsy

The AHA and the ESC recommend EMB for the definitive diagnosis of myocarditis, but both societies recognize its limitations. 339 , 340 In the SARS-CoV-2 era, the clinical utility and the role of EMB, currently the gold standard for the diagnosis of myocarditis, remain uncertain; also, performing noninvasive imaging, such as echocardiography and CMR, with adequate safety and isolation measures has been challenging. 341 , 342

Another point to consider is that, in some cases, SARS-CoV-2 infection may not initially manifest through clear signs and symptoms of interstitial pneumonia but instead as myocarditis without respiratory symptoms, sometimes complicated by cardiogenic shock with a fulminating course. 14 , 316

Additionally, there is limited evidence regarding the therapeutic treatment of SARSCoV-2-associated myocarditis. A case report showed that early therapy with glucocorticoids and immunoglobulins was beneficial to the patient. 316 Corticosteroids have been used in several viral respiratory infections (influenza, SARS-CoV, and MERS-CoV) with reports of limited benefit and, in some cases, delayed viral clearance and increased mortality. 333

However, the ESC Working Group on Myocardial and Pericardial Diseases recommends the use of steroids in myocarditis due to proven autoimmune diseases and virus-negative myocarditis only after active infection is assessed on EMB. 340 Clearly, EMB is not always available in real-world practice, and its role in SARS-CoV-2-related myocarditis remains unknown. Furthermore, in the absence of randomized multicenter trials, routine use of immunoglobulin is also not recommended.

In conclusion, there are significant gaps in the assessment of MI in patients with SARS-CoV-2 infection that require a thorough diagnostic evaluation, prioritized treatments, and more aggressive strategies, 318 , 319 if necessary, especially in those who develop cardiogenic shock during fulminating myocarditis 332 - 342 ( Figure 13 ). 318

Figure 13. – Suggested diagnostic and management protocol for SARS-CoV-2-related myocarditis.

Figure 13

ACS: acute coronary syndrome; CMR: cardiovascular magnetic resonance; CRP: C-reactive protein; CT-CA: computed tomography-coronary angiogram; DCCV: direct current cardioversion; ECG: electrocardiogram; ECMO: extracorporeal membrane oxygenation; ESR: erythrocyte sedimentation rate; IABP: intra-aortic balloon pump; IVIg: intravenous immunoglobulin; QT: QT interval; VAD: ventricular assist device. Source: Adapted from Siripanthong et al.318

6.7. Acute cardiotoxicity of antineoplastic therapy

6.7.1. Antineoplastic agents inducing acute cardiotoxicity

The evolution of cancer treatment in recent decades has resulted in improved survival and quality of life for patients. 343 Simultaneously, however, increased longevity has led to longer exposure to cardiovascular risk factors, in addition to the potential risk of cardiovascular injury induced by chemotherapy, radiotherapy, and immunotherapy. 344 Recent studies have demonstrated that there are two periods of increased occurrence of cardiovascular disease in patients with cancer: the first year after diagnosis and the years after cure, when patients are called survivors, a group that has shown significantly increased cardiovascular mortality. 345 , 346

Myocarditis is an emerging toxicity of relevance. Recently, cancer treatment-related myocarditis has been noted as a result of the evolution of immunotherapy, more specifically immune checkpoint inhibitors (ICIs). 347 , 348 However, it is potentially associated with any therapy that modulates the immune system. Identifying myocarditis in oncology clinical trials is challenging given its relatively low incidence and high mortality rate.

Importantly, the following recommendations are based on expert consensus given the paucity of scientific data on this topic.

The classic model of cardiotoxicity consists of ventricular dysfunction caused by anthracyclines. 349 Anthracyclines are a class of chemotherapeutic drugs still widely used today. HF affects up to 30% of patients and usually appears months after treatment, being related to a cumulative dose above 300 mg/m2. Most cases are subacute or chronic and manifest months and even years after treatment, with irreversibility being the predominant characteristic. Anthracycline-induced acute myocarditis is a rare manifestation that has no relationship with dose and is reversible in most cases. 350 The mechanism of toxic action is directly linked to the oxidative stress resulting from anthracycline metabolism, in addition to the inhibition of topoisomerase IIb, which ultimately leads to cardiomyocyte DNA damage through mitochondrial dysfunction and apoptosis. 351

Cyclophosphamide is a nitrogen mustard that acts as an alkylating agent and is usually included in chemotherapy regimens involving the concomitant use of anthracyclines. It may result in acute toxic myocarditis with multifocal hemorrhage, characterized by endothelitis, hemorrhagic capillaritis, and thrombogenesis. 352

ICIs currently are the most commonly studied model for inducing myocarditis, especially nivolumab, durvalimab, ipilimumab, pembrolizumab, and atezolizumab. 353 This therapy has revolutionized cancer treatment in recent years by improving the survival of patients with lung cancer, head and neck cancer, renal carcinoma, and melanoma, among others. 354 The mechanism of action consists of blocking the apoptosis of T lymphocytes (anti-CTLA4, anti-PD1, anti-PDL1), culminating in the activation of lymphocytes throughout the body. If this, on the one hand, reactivates the lymphocytes and antitumor immunity, on the other hand, activated T lymphocytes might trigger severe myocarditis, which is fatal in up to 50% of cases. Clinically, it affects 0.2% of patients and manifests, on average, 30 to 90 days after starting treatment. 355 , 356

6.7.2. Diagnosis of acute cardiotoxicity

Myocarditis in patients with cancer should be diagnosed in situations of cardiac conditions without an alternative primary diagnosis (eg, acute coronary syndrome, trauma, etc.). 357 Clinical history should consider drug regimen, treatment duration, and other comorbidities. Laboratory diagnosis includes the measurement of biomarkers such as hs-cTn and NT-proBNP. In immunotherapy-related myocarditis, CPK measurement is also recommended because of an association with myositis in up to 20% of cases. 358

An ECG may be useful for confirming suspected myocarditis. Possible findings are ventricular arrhythmias, ST-T wave abnormalities, PR-segment changes, bradycardias, and blocks. 357

Echocardiography is the imaging test of choice for a diagnostic approach to myocarditis. It is performed at baseline and during follow-up to assess function over time. The most common findings include diffuse systolic dysfunction, segmental abnormalities, changes in ventricular sphericity, increased wall thickness, pericardial effusion, and strain changes. 357

MRI is the most sensitive imaging modality for the diagnosis of myocarditis and can determine the prognosis. A combination of MRI findings has been termed the Lake Louise criteria (LLC) for the diagnosis of acute myocarditis. Many advances have occurred in the diagnosis of myocarditis via MRI, including improved tissue characterization using T1 and T2 mapping and extracellular calcium. 359

EMB may be considered for investigation of chemotherapy- and immunotherapy-related myocarditis. Experts recommend performing a biopsy whenever possible because in many cases, before significant clinical manifestations, pathologic findings already show the severity of the pathogenic changes of cancer myocarditis. 360

We describe below the main antineoplastic agents that potentially induce myocarditis and their manifestations ( Table 32 ).

Table 32. - Characteristics of cancer treatment-induced myocarditis.

  Anthracyclines Cyclophosphamide Immune checkpoint inhibitors
Incidence 10% 10% 0.2%
Mortality 20% 20% 50%
Clinical manifestation Acute HF Acute HF Acute HF
Diagnosis Clinical, laboratory, imaging, and biopsy Clinical, laboratory, imaging, and biopsy Clinical, laboratory, imaging, and biopsy
Reversibility Usually reversible Usually reversible Usually irreversible
Reexposure Possible Possible Not recommended

HF: heart failure.

6.7.3. Treatment of acute cardiotoxicity

When a diagnosis is suspected, treatment should be started immediately, as timing is an important factor to determine the course of the disease. Although there are no large prospective studies to guide treatment in ICI-associated myocarditis, immunosuppression is the cornerstone of treatment.

Intravenous steroids are widely used in immune-related adverse events (irAEs) and may be effective in ICI-associated myocarditis. 347 High-dose corticosteroids (eg, methylprednisone 1000 mg daily for 3 days followed by prednisone 1 mg/kg) are commonly used and may be associated with better outcomes. 22 Mahmood et al. 22 reported that 31% of 35 patients received corticosteroids, and that high-dose steroids were associated with lower peak troponin levels and lower rates of major adverse cardiac events (MACEs) compared to lower doses of corticosteroid. The American Society of Clinical Oncology (ASCO) recommends an initial corticosteroid dose of 1 mg/kg. 361 Therapy duration is unclear, but ASCO recommends tapering over 4 to 6 weeks in patients with irAEs. Serum cardiac biomarkers (eg, troponins, BNP) may be useful for defining the need for longer therapy duration after weaning.

Additional immunosuppression may also be used. Anecdotal evidence suggests that other immunosuppressants such as IVIg, 362 infliximab, 363 mycophenolate mofetil, 364 tacrolimus, 362 antithymocyte globulin, 365 , 366 plasmapheresis, 362 abatacept, 367 and alemtuzumab 368 may be effective. In a study conducted by Mahmood et al., 22 a small number of patients received other nonsteroidal immunosuppressants; given the lack of robust data on their efficacy in ICI-associated myocarditis, such agents are generally reserved for refractory or very severe cases.

We suggest considering the addition of nonsteroidal immunosuppression in patients who do not show symptomatic, functional, or biomarker improvement within 24 to 48 hours of corticosteroid initiation. The choice of the second agent is not defined but may be motivated by availability and contraindications. Several sequential immunosuppressants may be required to achieve remission. 22

We recommend initiating high-dose intravenous steroids at the time of diagnosis of ICI-associated myocarditis (methylprednisone 1 mg/kg/day). Cardiac biomarkers (troponin and BNP) should be measured sequentially. If cardiac biomarkers continue to increase despite the use of high-dose steroids, plasmapheresis should be initiated. An additional immunosuppressant may be required if cardiac biomarkers continue to increase or if the patient presents with new or more severe arrhythmias or HF ( Figure 14 ). The choice of immunosuppressant depends on local experience and coexisting comorbidities ( Table 33 ).

Figure 14. – Proposed therapeutic course with immunosuppression, biomarkers, and ventricular function assessment.

Figure 14

CMR: cardiac magnetic resonance; ECHO: echocardiogram; IV: intravenous.

Table 33. - Immunosuppressants used in the treatment of immune checkpoint inhibitor-associated myocarditis.

Immunosuppressant Class Dose Start Duration
Methylprednisolone Corticosteroids 1 mg/kg/day At diagnosis 2 to 3 days
Prednisone Corticosteroids 40 to 60 mg/day Day 2-3 Slowly wean over 4 to 8 weeks
Infliximab TNF-alpha inhibitor 5 mg/kg Day 4-5 Single dose (may be repeated within a few months)
Antimonocyte globulin ? 10 to 30 mg/kg Day 2-3 7 to 14 days
Tacrolimus Calcineurin inhibitor 0.10 to 0.15 mg/kg/day ? ?
Mycophenolate mofetil IMPDH inhibitor 1g 2×/day ? ?
Abatacept CTLA-4 agonist 500 mg every 2 weeks Day 7-14 Total of 5 doses
Alemtuzumab Anti-CD52 30 mg ? Single dose

IMPDH: inosine monophosphate dehydrogenase.

We recommend administering a single dose of infliximab (5 mg/kg) in the absence of contraindications (eg, tuberculosis, hepatitis). Alternatively, antithymocyte globulin (10 to 30 mg/kg), alemtuzumab (30 mg once), or abatacept (500 mg) may be used. Within 3 to 5 days of corticosteroid initiation, ventricular function should be examined by echocardiography or CMR. Patients showing significantly improved LV function (improvement in LVEF of at least 5%) can be converted to oral corticosteroids (prednisone 40 to 60 mg daily) for a long period (4 to 8 weeks). If biomarkers decline and the patient shows a clinical response, mycophenolate mofetil or tacrolimus can be used to shorten steroid chronicity. Given the high mortality and morbidity of immune-related myocarditis, ICIs should be discontinued even in patients with mild cardiotoxicity ( Table 33 ).

Because of the potential reversibility of ICI-associated myocarditis, supportive therapies may be instituted after careful multidisciplinary consideration of the underlying malignancy status and recovery potential. Supportive strategies may include inotropic support, temporary or permanent pacemaker, and temporary mechanical circulatory support (eg, intra-aortic balloon pump, 6 percutaneous ventricular assist devices, 369 or ECMO). 362 , 364 A careful RV assessment should be performed prior to insertion of LV assist devices, as ICI-associated myocarditis is highly likely to affect the RV, 362 , 364 , 369 which may require biventricular support. 363 , 369 Furthermore, owing to the prothrombotic environment induced by the underlying neoplasm and irAEs, excluding LV thrombi with CMR or contrast-enhanced echocardiography before insertion of percutaneous LV assist devices is essential. 363 Drug therapy for HF should be initiated as tolerated. This includes angiotensin blockers (ACEI, ARB, angiotensin receptor-neprilysin inhibitor [ARNi]), beta-blockers, and mineralocorticoid antagonists (eg, spironolactone).

The safety of restarting ICI therapy after myocarditis has resolved is unknown. In a study of 40 patients who developed irAEs (1 ICI-associated myocarditis) and had ICIs reintroduced (43% used the same agent), 22 (55%) developed recurrent irAEs during a 14-month follow-up period. Extrapolating these data to ICI-associated myocarditis and considering the high probability of recurrent irAEs with reintroduction, ASCO recommends permanent discontinuation of ICIs in all cases of immune-related myocarditis. 370 There is a report of successful reintroduction in one case of mild myocarditis. 371 Also, reintroduction of ICI might be attempted in select cases of mild, asymptomatic (grade I) ICI-associated myocarditis, 361 especially with low-risk ICIs such as pembrolizumab. However, this recommendation remains controversial.

6.7.4 Prognosis

The prognosis of ICI-associated myocarditis is challenging because of the rare nature of this condition. In a multicenter registry of 35 patients with ICI-associated myocarditis, nearly half (n = 16) developed MACEs over 102 days (6 cardiovascular deaths, 3 cardiogenic shocks, 4 cardiac arrests, and 3 complete heart blocks). 22 , 347 In a French registry of 30 patients with ICI-associated myocarditis at two centers, eight patients died from cardiovascular complications. A recent study that followed-up 101 patients with ICI-associated myocarditis showed a MACE rate of 51% during a 162-day follow-up period. 347 The mortality rate among 250 patients with ICI-associated myocarditis reported to the US Food and Drug Administration Adverse Event Reporting System (FAERS) was 50%. 361 There was no difference in mortality rate by age, sex, year of reporting, or ICI type (antiprogrammed cell death protein-1/ligand-1 vs. anticytotoxic T-lymphocyte protein-4). 362 Mahmood et al. 22 found that patients with ICI-associated myocarditis and elevated troponin level at the time of discharge had significantly higher rates of MACEs (discharge troponin T ≥1.5 ng/mL: HR: 4.0; 95% CI: 1.5-10.9; p = 0.003). Escudier et al. 348 reported that 80% of patients with ICI-associated myocarditis and conduction disorder had cardiovascular death. A recent study of patients with ICI-associated myocarditis reported that global longitudinal strain obtained at diagnosis was strongly associated with MACEs over a 162-day follow-up period. 363 Given the small number of patients in those studies, it is difficult to identify risk factors contributing to a poor prognosis in patients with ICI-associated myocarditis. 364 - 368

Overall, recovery rates with appropriate therapy have been substantial. A total of 67% of patients receiving steroids showed recovered LV function in a French registry on ICI-associated myocarditis. 347 Recovery has also been described in patients with fulminant ICI-associated myocarditis requiring mechanical circulatory support. 369 - 374

6.7.5. Prevention

Most published studies on the prevention of chemotherapy-induced cardiotoxicity have focused on anthracyclines and anti-HER2 agents.

Prevention of cardiotoxicity should start before cancer treatment with an evaluation of cardiovascular risk and a conversation between the cardiologist and the oncologist in order to plan the best approach during cancer treatment.

Patients at higher risk of developing cardiotoxicity are those with classic risk factors for cardiovascular disease (hypertension, diabetes mellitus, dyslipidemia, smoking, obesity, and sedentary behavior, among others) or those with higher exposure to cardiotoxic drugs (high cumulative doses of anthracyclines, cardiotoxic drug combinations, and a history of chemotherapy or radiotherapy). 375 , 376

The main recommendations for preventing cardiotoxicity are described in Table 34 .

Table 34. - Measures to prevent cardiotoxicity.

Chemotherapeutic drug Cardioprotective measure
  Identify cardiovascular risk factors
Treat comorbidities (hypertension, diabetes mellitus, dyslipidemia, smoking, sedentary behavior, obesity)
Moderate-intensity aerobic exercise
Arrhythmias: avoid QT prolonging drugs, manage electrolyte abnormalities
Minimize cardiac radiation
Anthracyclines Limit cumulative dose (mg/m2):
  Daunorubicin <800
Doxorubicin <360
Epirubicin <720
Mitoxantrone <160
Idarubicin <150
  Use liposomal formulations
  Perform continuous infusions
  Use less cardiotoxic analogues (epirubicin, idarubicin)
  Assess use of cardioprotective drugs (dexrazoxane, ACEIs, beta-blockers, statins)
Trastuzumab Assess use of cardioprotective drugs (ACEIs, beta-blockers)

ACEIs: angiotensin-converting enzyme inhibitors; QT: QT interval. Source: Adapted from Zamorano et al.377

Dexrazoxane, an iron chelator, is the only cardioprotective drug that has been approved for prevention of cardiotoxicity. Its protective effect against anthracycline cardiotoxicity has been proven in several studies addressing both the adult and pediatric populations. 376 - 383 The limitations of dexrazoxane are the high cost and some potential adverse effects, such as interference in the efficacy of anthracyclines, risk of secondary tumor development (controversial evidence), 384 , 385 and bone marrow toxicity. Dexrazoxane is indicated for adults with advanced or metastatic breast cancer who have previously received a cumulative dose of 300 mg/m2of doxorubicin, 540 mg/m2of epirubicin, when continuing treatment with anthracyclines is required.

The use of cardiovascular drugs such as beta-blockers, ACEIs, and ARBs in the prevention of cardiotoxicity secondary to anthracyclines is controversial and has been based on few clinical trials. 386 - 391 Some evidence has shown benefits of beta-blockers and ACEIs in patients who have used high cumulative doses of anthracyclines or in high-risk patients with positive troponin during chemotherapy. 386 , 390 At lower cumulative doses of anthracycline, this benefit has not been shown with beta-blockers, 389 , 392 but there has been a slight preventive effect with ARBs. 389

The CECCY trial, 392 a Brazilian study which tested the use of beta-blockers for primary prevention of anthracycline-induced cardiotoxicity, did not demonstrate a preventive benefit of carvedilol. However, carvedilol was associated with reduced troponin levels and a lower percentage of patients with onset of diastolic dysfunction.

Regarding the use of trastuzumab, some studies suggest a benefit in the prevention of cardiotoxicity 393 , 394 as well as after the onset of cardiotoxicity by helping in the recovery of ventricular dysfunction. 395 The decision to discontinue or restart chemotherapy must be made jointly by weighing the risks and benefits of maintaining cancer treatment.

6,8. Myocarditis in children and adolescents

6.8.1. Causal factors

Myocarditis in children and adolescents has a particular etiology, and underdiagnosis may occur because its initial presentation is similar to those of a number of common viruses in childhood. Over 83% of patients are estimated to attend the emergency department at least twice before diagnosis. 396 In retrospective analyses, chest pain has been predominantly reported in children over 10 years of age, and the most commonly observed signs in younger patients have been tachypnea, fever, and respiratory distress 397 ( Table 35 ). The application of diagnostic algorithms in emergency rooms has shown promising results, including the possibility of increasing the number of suspected patients ( Figure 15 ). 239 , 398 Regarding etiology, studies evaluating the collection of a viral panel in the acute phase and biopsy confirmation have found a predominance of B19V, followed by enteroviruses, coxsackievirus B, and HHV. 398 Cases of arboviral diseases – dengue, Zika, and chikungunya – have been described in endemic regions across the world. 399 More recently, new presentations have emerged with the SARS-CoV-2 pandemic, including myocardial injury associated or not with multisystem inflammatory syndrome whose pathophysiology remains unclear. 400 Survivors of childhood cancer treatment, especially those undergoing treatment with anthracyclines and ICIs, are at high risk for the onset of an inflammatory process leading to HF in adulthood. 401

Table 35. - Most common clinical findings at initial presentation of myocarditis in children and adolescents.

Signs and symptoms Below 2 years of age Preschoolers School-age children and adolescents
Specific Signs of HF Signs of HF Signs of HF
  History of viral disease in the past 3 to 6 weeks History of viral disease in the past 3 to 6 weeks Chest pain
Chest pain (uncommon) Chest pain (unlikely) History of viral disease may not be so clear
Nonspecific Fever Dyspnea on exertion Dyspnea on exertion
  Lethargy Tachycardia at rest Tachycardia at rest
Irritability Muscle fatigue Muscle fatigue
Perfusion change Arrhythmia Arrhythmia
Decreased intake Shock Shock
Tachycardia at rest    
Arrhythmia
Shock

HF: heart failure.

Figure 15. – Flowchart for investigation of suspected myocarditis in children and adolescents.

Figure 15

BNP: brain natriuretic peptide; CMR: cardiac magnetic resonance; CNS: central nervous system; CRP: C-reactive protein; CV: cardiovascular; EMB: endomyocardial biopsy; GI: gastrointestinal; HF: heart failure; LVEF: left ventricular ejection fraction.

6.8.2. Prognosis

Estimating the incidence and prevalence of pediatric myocarditis is challenging because of the wide spectrum of symptoms, which may range from a mild viral infection without hemodynamic compromise to congestive HF with ventricular dysfunction, arrhythmias, and sudden death. 164 , 402 - 405 As the symptoms are often nonspecific, a significant number of cases are not diagnosed, which makes the actual incidence and prognosis difficult to characterize. However, this is the most common etiology of dilated cardiomyopathy in children.

With improvements in intensive care services, including mechanical circulatory support, the prognosis of children of all age groups has improved, and complete recovery has been possible even in cases of fulminant disease. 402

Key outcomes in pediatric patients include complete recovery, progression to dilated cardiomyopathy, and death or heart transplantation. 405

Children with viral myocarditis are believed to have a better prognosis than those with dilated cardiomyopathy. Survival in pediatric patients with myocarditis is up to 93%. However, a multicenter study addressing all age groups demonstrated a significant mortality in neonates and infants. Survival in this group ranged from 33% to 45%, and clinical improvement ranged from 23% to 32%. In children aged 1 to 18 years, survival was higher, approximately 78% to 80%, and clinical improvement ranged from 46% to 67%. 406 In a recent Pediatric Cardiomyopathy Registry (PCMR) study, children with biopsy-proven myocarditis had a 3-year survival of 75%; also, 54% had normalized ventricular dimensions and function, and only 20% showed persistent echocardiographic abnormalities. 404

A study of 28 patients with confirmed myocarditis reported that only 17 survived and were discharged showing varying degrees of improved cardiac function. The remaining 11 patients progressed to refractory HF; seven required heart transplantation, and four died. Predictors of poor prognosis were ejection fraction below 30%, fractional shortening below 15%, left ventricular dilatation, and moderate-to-severe mitral regurgitation. 406

Several case series of children requiring mechanical circulatory support for myocarditis have reported a survival rate between 67% and 83%. Of 21 patients mechanically supported with the Berlin Heart EXCOR device for myocarditis or dilated cardiomyopathy, 90% survived and were discharged. 407

Prognosis in EMB-proven myocarditis depends on the severity of symptoms, histological classification, and biomarkers. Acute fulminant myocarditis is associated with higher survival. Giant cell myocarditis, although rare, is associated with a poor prognosis; median survival is 5.5 months, and mortality or transplantation rate is 89%. 406

Myocarditis accounts for at least 50% of all dilated cardiomyopathies in childhood. The outcome of patients with viral myocarditis is better than that of patients with dilated cardiomyopathy. For this reason, myocarditis should always be suspected, and supportive measures should be initiated as early as possible to prevent a patient with myocarditis from being placed on a transplant waiting list without having a chance of recovery. The indication for transplantation in myocarditis should only be considered when recovery is unfavorable despite adequate therapeutic management ( Table 36 ).

Table 36. - Key information about myocarditis in children and adolescents.

Myocarditis in children and adolescents
Key outcomes include complete recovery, progression to dilated cardiomyopathy, and death or heart transplantation
Intravenous immunoglobulin has become a standard practice in the treatment of myocarditis, but its effect on cardiac function is still not fully understood
The spectrum of clinical manifestations of myocarditis is very wide, ranging from a mild viral infection to congestive heart failure with cardiogenic shock requiring inotropic or mechanical circulatory support
Although endomyocardial biopsy is considered the gold standard for diagnosis of myocarditis, the risk of adverse events in children ranges from 1% to 5% (tachyarrhythmias, hypotension after anesthesia, ischemic changes, ventricular perforation). Therefore, this technique has not been routinely adopted5
Ejection fraction <42% and elevated troponin at diagnosis are most significantly associated with mortality
Patients who survive the acute phase have better long-term outcomes than those who have a more insidious condition
Myocarditis is the most common etiology of dilated cardiomyopathy in childhood

IVIg therapy has been included in immunomodulatory treatment of children with acute myocarditis at many centers, being used at a standard dose of 2 g/kg over 24 hours. This practice has been established since the classic 1994 study conducted by Drucker et al. 164 A tendency towards ventricular function recovery has been demonstrated in those who received immunoglobulin. In a cohort of 94 patients with new-onset cardiomyopathy, IVIg was administered to 22% of patients, and 5-year follow-up data have demonstrated a higher rate of recovery compared to patients who did not receive immunoglobulin. 408

A Taiwanese study of 94 patients evaluated receiver-operating characteristic (ROC) curves and found that ejection fraction <42% (sensitivity, 86.7% and specificity, 82.8%) and troponin I >45 ng/mL (sensitivity, 62.6% and specificity, 91%) were most significantly associated with mortality. 403

Several studies have shown that patients who survive the initial acute phase have a more favorable long-term outcome, unlike those with more insidious disease.

Histological evidence of myocarditis as a cause of dilated cardiomyopathy has been considered a positive prognostic indicator for recovery, with chances of cure ranging from 50% to 80% within 2 years. 402 Likewise, a delayed progression to chronic HF requiring heart transplantation may occur even after an initial clinical improvement.

6.9. Myocarditis with pericardial involvement

6.9.1. Diagnosis and treatment

Myocarditis and pericarditis are often associated in clinical practice, representing different spectra within the group of inflammatory myopericardial syndromes ( Table 37 ). 409 , 410 This is explained by both conditions sharing common etiological agents, mainly viruses. 411 However, myocardial and pericardial involvement are rarely of equivalent intensity (there is either predominance of myocarditis [perimyocarditis] or pericarditis [myopericarditis] 412 ), and differentiating between the two conditions is important for prognosis and treatment. Myopericarditis usually has a good prognosis, without progression to HF or constrictive pericarditis. 413 - 416 In the setting of acute myocarditis, pericardial involvement (perimyocarditis) has prognostic significance. Di Bella et al. 417 evaluated a cohort of 467 patients with idiopathic/viral acute myocarditis diagnosed by CMR and identified that approximately 24% of patients showed pericardial involvement. In addition, pericarditis caused a 2.5-fold increase in the risk of cardiac events (composite endpoint of death, cardiac transplantation, implantable cardioverter-defibrillator, and hospitalization due to decompensated HF). 416

Table 37. - Recommendations for the evaluation of myocarditis with suspected pericardial involvement.

Indication Class Level of evidence
In patients with acute myocarditis and suspected pericardial involvement, cardiac magnetic resonance is recommended to support the diagnosis in doubtful cases. I C

Myocarditis associated with acute pericarditis should be suspected in patients with a diagnosis of myocarditis and at least two of the following criteria: pleuritic chest pain (may be difficult to identify because of pain due to myocardium involvement), pericardial friction rub; ECG changes suggestive of pericarditis (widespread ST-segment elevation, PR-segment depression); and new or worsening pericardial effusion. Laboratory tests usually reveal leukocytosis with a predominance of lymphocytes (in viral cases) and elevated CRP and ESR. CMR is the most accurate noninvasive test for evaluating pericardial involvement in patients with myocarditis. 409 , 417 It detects inflammation, thickening, effusion, and masses in the pericardium and is indicated for cases whose diagnosis is unclear (grade of recommendation: I, level of evidence: C). 409 , 418

In patients with myocarditis and pericardial involvement, treatment essentially depends on the underlying cause and should follow the recommendations for the treatment of myocarditis. In viral/idiopathic cases without ventricular dysfunction, the use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) to control pericardial injury should be considered with caution using reduced doses, given that experimental studies have shown increased mortality and enhanced myocardial inflammation with NSAIDs. 411 , 419 , 420

6.10. Acute myocarditis mimicking MI

Previous studies have indicated that 2.6% to 25% of patients with suspected MI actually have MINOCA. Several etiologies may be attributed to patients with suspected acute MI with culprit-free angiograms, among which acute myocarditis has been recognized as a particularly important factor. 421

Typical clinical presentations of acute MI, such as chest pain, ST-segment elevation, and incremental serum markers, are commonly observed in patients diagnosed with myocarditis. 422 , 423 In addition, in the clinical setting of acute disease with elevated troponins, it may be clinically challenging to differentiate type 2 MI from nonischemic causes of myocardial injury, especially myocarditis. Type 2 MI is secondary to ischemia due to increased oxygen demand or decreased supply; it may be caused by coronary artery spasm, coronary embolism, anemia, arrhythmias, hypertension, or hypotension. 424

“Myocardial ischemia” is used when there is evidence of elevated troponin values with at least one value above the 99th percentile upper reference limit. “Myocardial lesion”, in turn, is used when there is an increase or decrease in troponin values. The diagnosis of acute MI is specified when there is acute myocardial injury with clinical evidence of acute myocardial ischemia, requiring both the detection of an increase and/or decrease in troponin values and the presence of at least one of the following conditions: symptoms of myocardial ischemia, new ischemic ECG changes, development of pathological Q waves, imaging evidence of new loss of viable myocardium, new wall motion abnormalities in a pattern consistent with an ischemic event, and/or identification of a coronary thrombus on angiography or autopsy. 424

The clinical entities that may mimic ST-segment elevation MI include myocarditis/pericarditis, Takotsubo cardiomyopathy, J-wave syndromes (used to describe both Brugada syndrome and early repolarization syndrome), secondary repolarization abnormalities (eg, left bundle branch block, ventricular pacing, and ventricular hypertrophy), electrolyte disorders (hyperkalemia and hypercalcemia), and other nonischemic causes (eg, Wolff Parkinson-White syndrome, pulmonary embolism, intracranial bleeding, hypothermia, and postcardioversion). However, the course of ECG changes and differences in clinical history may help distinguish these conditions from acute MI. 425

In vivo tissue characterization with CMR enables the identification of edema/inflammation in ACS/myocarditis and the diagnosis of chronic diseases and fibrotic conditions (eg, in hypertrophic and dilated cardiomyopathies, aortic stenosis, and amyloidosis). 425 In nonischemic diseases, the pattern and distribution of late gadolinium enhancement may offer clues regarding etiology and prognostic significance. 425 Myocarditis usually causes subepicardial/midmyocardial scarring, typically (though not always) showing a noncoronary distribution with subendocardial sparing. 426 , 427

In myocarditis, T2-weighted imaging may also identify regional inflammation, characteristically showing a noncoronary distribution. Conversely, parametric T1-mapping is also available and provides a quantitative and objective assessment of edema/inflammation (eg, in acute MI/myocarditis). 426 , 427 There is a dynamic interaction between inflammation and fibrosis in different precursors of HF, such as acute MI and myocarditis. Early diagnosis of HF with biomarkers and imaging tests is imperative; whereas CMR is useful for evaluating the extent of the injury, serial biomarker measurements indicate if inflammation and fibrosis are progressive. 427

Clinically, myocarditis mimicking acute MI is an extremely complex case for physicians to accurately diagnose. The coronary anatomy must be investigated either with coronary angiography or coronary CT angiography. Furthermore, a correct diagnosis of myocarditis per se is a challenge due to nonspecific patterns of clinical presentation and the lack of a reliable and accurate diagnostic method. Although EMB is recommended in guidelines as the ideal diagnostic method, the diagnosis of myocarditis in routine practice is usually based on comprehensive consideration of medical history, clinical manifestations, and additional tests, among which CMR has significant advantage for detecting myocardial abnormalities and accurately discriminating patients with myocarditis from those with true MI. 421 - 423 , 425 - 427 Figure 16 shows a flowchart for evaluating patients with acute MI versus myocarditis.

Figure 16. – Differential diagnosis of chest pain: acute MI versus myocarditis.

Figure 16

CMR: cardiac magnetic resonance; ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram; EMB: endomyocardial biopsy; MI: myocardial infarction; Tn: troponin.

7. Rheumatic carditis

In 2018, the World Health Organization (WHO) acknowledged that rheumatic fever is endemic in low-income countries and developed a global action plan focused on prevention, diagnosis, and secondary prophylaxis. 428 Rheumatic fever is a biphasic disease whose acute outbreak manifests as variable combinations of arthritis, chorea, subcutaneous and cutaneous injuries, and myocarditis, which affects more than 50% of patients. 429 Approximately 5% of patients with acute rheumatic myocarditis have significant clinical manifestations that require medical attention, and up to 50% of patients with acute carditis progress to chronic rheumatic heart disease (late stage), specifically mitral and/or aortic valve disease. 430 , 431 The prevalence of rheumatic carditis is unknown, but data suggest that this is a common and underdiagnosed condition. In 2013, the Brazilian Unified Health System (SUS) reported 5,169 hospitalizations due to acute rheumatic fever. 432 Approximately 40 million people worldwide are estimated to currently live with chronic rheumatic heart disease, and this condition is believed to account for approximately 300,000 deaths annually. 433 A Brazilian study included 5,996 students from 21 schools in the state of Minas Gerais and identified a prevalence of chronic rheumatic heart disease of 0,42%, which is 2- to 10-fold higher than the mean rate documented in developed countries. 434

Rheumatic carditis should be suspected upon an acute outbreak of rheumatic fever, initially by applying the Jones criteria, which were updated in 2015. 435 Patients should be stratified according to epidemiological considerations regarding the risk of rheumatic disease. Patients from regions where the incidence of rheumatic fever is higher than 2/100,000 school-aged children (5 to 14 years) per year or the prevalence of rheumatic valve disease is higher than 1/1,000 person-years are considered at high risk. A large portion of the Brazilian population is believed to live in regions with such characteristics. The 2015 update of the Jones criteria also included echocardiographic criteria and the possibility of using the criteria to diagnose recurrent rheumatic fever 436 ( Table 38 ). Therefore, a rheumatic etiology should be considered for patients with carditis, especially young people in low-income regions and/or with a history of rheumatic valve disease.

Table 38. – 2015 update of the Jones criteria.

First outbreak of rheumatic fever Rheumatic fever recurrence
2 major criteria; or 1 major criterion and at least 2 minor criteria 2 major criteria; or 1 major criterion and at least 2 minor criteria; or 3 minor criteria
  Low-risk population (<2/100,000 cases of acute rheumatic fever per year and <1/1,000 cases of rheumatic valve disease per year) Moderate- or high-risk population (<2/100,000 cases of acute rheumatic fever per year and <1/1,000 cases of rheumatic valve disease per year)
Major criteria Major criteria
  • – Carditis (clinical or subclinical)

  • – Carditis (clinical or subclinical)

  • – Arthritis (polyarthritis only)

  • – Arthritis (polyarthritis only, polyarthralgia, and/or monoarthritis)

  • – Chorea

  • – Chorea

  • Erythema marginatum

  • Erythema marginatum

  • – Subcutaneous nodule

  • – Subcutaneous nodule

Minor criteria Minor criteria
  • – Polyarthralgia

  • – Monoarthralgia

  • – Fever (≥38.5°C)

  • – Fever (≥38°C)

  • – Elevated ESR (>60 mm in the first hour) and/or CRP > upper reference limit)

  • – Elevated ESR (>60 mm in the first hour) and/or CRP > upper reference limit)

  • – Prolonged PR interval corrected for age (in the absence of carditis)

  • – Prolonged PR interval corrected for age (in the absence of carditis)

  Evidence of a preceding group A β-hemolytic streptococcal infection (positive throat culture; positive rapid test; scarlet fever; increased titers of anti-streptococcal antibodies) Evidence of preceding group A β-hemolytic streptococcal infection (positive throat culture; positive rapid test; scarlet fever; increased titers of anti-streptococcal antibodies)

CRP: C-reactive protein; ESR: Erythrocyte sedimentation rate.

In case of a documented acute outbreak of rheumatic fever or clinical manifestations of HF, an active investigation for rheumatic carditis is warranted. Rheumatic carditis is a pancarditis that affects the pericardium, myocardium, and endocardium in varying degrees. It mainly manifests through acute valvulitis, which affects 90% of cases as mitral and/or aortic acute regurgitant valvular disease. 437 In the presence of symptoms, the main mechanism is acute valvular disease (preferably mitral) and, less frequently and less intensely, myocarditis and pericarditis. 438 Therefore, the initial focus of investigation is the detection of valvular heart disease, which can be achieved by physical examination; however, transthoracic echocardiography is required, and transesophageal evaluation is recommended for uncommon situations with an inadequate window. 439 A 12-lead ECG, besides detecting a prolonged PR interval, may also detect a long QT and changes consistent with pericarditis and left chamber overload. 440 Troponin and CKMB levels are usually low, which indicates minimal myocardial damage. 431 , 441 Chest radiography may be helpful in identifying cardiomegaly and congestion. 442 After the initial evaluation, there are four possible diagnostic hypotheses: 443 , 444

  1. Subclinical carditis: clinical examination without alarming changes, prolonged PR interval on ECG, and/or mild mitral and/or aortic regurgitation on Doppler echocardiography.

  2. Mild carditis: tachycardia disproportionate to fever, detectable regurgitant murmur, prolonged PR interval on ECG, chest radiograph without alarming changes, and mild to moderate mitral and/or aortic regurgitation on Doppler echocardiography.

  3. Moderate carditis: mild carditis criteria associated with mild symptoms of HF and/or prolonged QT and/ or cardiomegaly and congestion on radiograph and/or mild-to-moderate left-chamber dilatation.

  4. Severe carditis: limiting HF symptoms with significant valve regurgitation and/or significant cardiomegaly and/or systolic ventricular dysfunction.

Thus, rheumatic myocarditis per se is not very exuberant and should be suspected in the presence of criteria for rheumatic carditis, manifest HF, and no anatomically significant acute valvular disease. In this situation, a thorough evaluation of possible differential diagnoses of myocarditis is also essential.

Mild, moderate, and severe cases should be investigated with additional imaging testing. Gallium-67 scintigraphy is the most widely studied test, is highly specific and sensitive, and should be the first to be conducted. 445 , 446 Antimyosin scintigraphy and PET scanning are less sensitive but may be conducted if gallium-67 is unavailable or if there is evidence of other differential diagnoses. 447 , 448 Studies focusing on the use of MRI for rheumatic fever are lacking, especially because valvular involvement is predominant; thus, MRI is more useful for differential diagnoses. 449 EMB has low sensitivity but extremely high specificity, and the presence of Aschoff nodules is pathognomonic of rheumatic myocarditis. It is indicated for refractory or severe cases 450 ( Table 39 ).

Table 39. – Diagnostic tests for rheumatic carditis.

Indications Class Level of evidence
12-lead ECG I B440
Chest radiograph I C442
Transthoracic Doppler echocardiography I B436,439
Transesophageal Doppler echocardiography if difficult transthoracic visualization I C436,439
ESR and CRP (see the Jones criteria) I B436
Antistreptolysin O (see the Jones criteria) I C436
Antidesoxyribonuclease B as an alternative to anti-streptolysin O IIa C435
Alpha-1 acid glycoprotein for inflammatory activity monitoring IIa C444
Protein electrophoresis (alpha-2 globulin) for inflammatory activity monitoring IIa C444
Troponin as a diagnostic criterion IIb B431,441
Gallium-67 scintigraphy IIa B445,446
18F-FDG PET/CT IIb B448
Cardiac magnetic resonance IIb C449
Endomyocardial biopsy IIb C444,450

CRP: C-reactive protein; ECG: electrocardiogram; ESR: Erythrocyte sedimentation rate.

For all patients with rheumatic carditis, despite being a late immune response, streptococcal eradication is recommended. 451 The treatment of subclinical and mild presentations includes controlling the symptoms associated with acute outbreaks and monitoring disease progression. Moderate and severe cases should be treated with corticosteroids (initially via oral route) and pulse therapy if refractory disease. 452 - 455 Medications such as ACEIs, furosemide, spironolactone, and digoxin should be used if manifest HF. 450 Refractory disease means that valve surgery should be considered in the acute phase ( Table 40 ). 456 - 457

Table 40. – Treatments for rheumatic carditis.

Indications Class Level of evidence
  • Eradication of group A β-hemolytic Streptococcus :

  • – Penicillin G benzathine 1,200,000 IU, deep IM, single dose for those >20kg

  • – Penicillin G benzathine 600,000 IU, deep IM, single dose for those <20kg

  • – Amoxicillin 50 mg/kg/day (maximum 1,500 mg) in 3 divided doses for 10 days

  • – For those with penicillin allergy – erythromycin 40 mg/kg/days (maximum 1,000 mg) in 4 divided doses for 10 days

I C444, 451
Rest if moderate or severe case IIa C444
Hospitalization for symptom control in moderate-to-severe carditis IIa C444
Prednisone 0.5 to 1 mg/kg/day (maximum 50 mg) orally; may be divided into 2 to 3 daily doses for 15 days, with subsequent 20% weekly dose reductions in subclinical or mild cases. Total duration: 4 to 8 weeks. IIb B444,452,453
Acetylsalicylic acid 100 mg/kg (maximum 3 to 4 g) in 4 divided doses or naproxen 20 mg/kg (maximum 1,000 mg) in 2 divided doses for subclinical cases with associated arthritis and/or pericarditis. Total duration: 2 weeks. I B444,453
Prednisone 1 to 2 mg/kg/day (maximum 60 mg) orally; may be divided into 2 to 3 daily doses for 15 days, with subsequent 20% weekly dose reductions in moderate-to-severe cases. Total duration: 12 weeks. I B444,452,453
Methylprednisolone 30 mg/kg/day in weekly cycles in severe cases or refractory to initial treatment. IIb B454,455
In the presence of signs/symptoms of ventricular dysfunction, treat HF with diuretics and neurohormonal blockers. I C450
Cardiac valve surgery in mild and refractory cases: – Mitral repair with a technique that allows annular growth – Preferred mechanical prosthesis for aortic replacement I B456,457

HF: heart failure.

8. Myocarditis due to autoimmune diseases

Cardiac involvement in autoimmune diseases may include the pericardium, myocardium, endocardium, valves, and coronary arteries. Regarding myocarditis, a few entities warrant special attention: sarcoidosis, giant cell myocarditis, Behcet disease, eosinophilic granulomatosis with polyangiitis, systemic lupus erythematosus, scleroderma, and rheumatoid arthritis. There are obvious limitations regarding the diagnosis of myocarditis and its prevalence in autoimmune diseases, but it should be considered when there are signs and symptoms suggestive of cardiac involvement, including arrhythmias, syncope, HF, chest pain, or elevated markers of myocardial necrosis, especially in patients with a history of autoimmune disease or when there is cardiac involvement associated with symptoms of inflammation affecting other systems.

Nonspecific inflammatory markers, including CRP/ESR and myocardial injury markers such as troponin and BNP, are usually elevated. ECG and echocardiography should be performed in all patients with autoimmune diseases when cardiac involvement is suspected. 12 , 188 MRI is a sensitive and specific method for the evaluation of myocarditis, in addition to providing further information for differential diagnosis. 458 , 459 PET is another noninvasive method of choice, especially for suspected sarcoidosis. 243 Autoimmunity markers such as antinuclear antibodies, rheumatoid factors, and antineutrophil cytoplasmic antibodies should be considered, and testing should be guided by clinical suspicion. 460 EMB is the gold standard for the diagnosis of myocarditis due to autoimmune diseases or other causes. EMB uses other techniques in addition to histology to differentiate infectious from noninfectious myocarditis as well as to identify vasculitis and other noninflammatory myocardial diseases. 151 The treatment of myocarditis due to autoimmune diseases was discussed elsewhere in this Guideline.

9. Management of cardiac arrhythmias in myocarditis

9.1. Noninvasive and invasive assessments of arrhythmias in the acute and chronic phases of the several causes of myocarditis

Cardiac arrhythmias are relatively common manifestations in patients with myocarditis and may appear at any phase of the disease. Arrhythmogenic mechanisms are directly and indirectly associated with the degree of myocardial inflammation. 55

In the acute phase by viral aggression and inflammatory response, we have myocytolysis associated with fibrosis, which promote hyperactivity of the sympathetic system and ion channel dysfunction, especially in calcium regulation, creating the electrophysiological substrate for genesis of arrhythmias. 461 The higher the cell damage and the degree of inflammatory involvement, the higher the likelihood of ventricular arrhythmia, with reentry being the main arrhythmogenic mechanism.

A broad spectrum of bradyarrhythmias and tachyarrhythmias occur in the setting of myocarditis. AV block, changes in ventricular repolarization, and prolonged QT interval are common findings in the acute phase of the disease. Atrial fibrillation and atrial tachycardias may also occur in acute or chronic myocarditis.

Ventricular arrhythmias may manifest as extrasystoles and/or ventricular tachycardias. These conditions may be monomorphic or polymorphic and manifest as nonsustained or sustained (duration ≥30 seconds).

Symptoms vary according to the presentation of arrhythmia, hemodynamic status, and degree of left ventricular dysfunction, and may include palpitations, tachycardia, syncope, or sudden death.

Direct diagnostic methods for noninvasive assessment of arrhythmias include 12-lead baseline ECG, continuous 24- or 48-hour ambulatory ECG (Holter system), and event monitoring (Looper system).

ECG findings are usually abnormal in patients with myocarditis, although they lack specificity and sensitivity. 462 Ukena et al. 94 reported that prolonged QRS duration is an independent predictor of cardiac death or heart transplantation in patients with suspected myocarditis. QTc prolongation ≥440 ms, deviation of the QRS axis, and premature ventricular ectopic beats, which are part of the course of myocarditis, do not seem to be independent predictors of poor prognosis. An ECG is a very useful tool in the detection of sustained bradyarrhythmias and tachyarrhythmias.

Ambulatory ECG monitoring may be useful for recording paroxysmal arrhythmias. Symptom frequency dictates the duration of the recording: the more infrequent the symptoms, the more difficult monitoring is.

Twenty-four-hour ambulatory ECG (Holter) allows documentation of arrhythmias and AV conduction abnormalities. It also contributes to the assessment of the nychthemeral distribution of arrhythmias, the autonomic nervous system, and the probable electrophysiological mechanism. 463 We recommend performing 24-hour Holter during hospitalization to evaluate possible asymptomatic arrhythmias and intermittent AV conduction abnormalities ( Table 41 ). Holter may also be indicated as a supportive method for risk stratification of sudden death in the acute phase of myocarditis.

Table 41. - Recommendations for arrhythmia evaluation in acute myocarditis.

Indication Class Level of evidence
Holter in patients with intermediate-to-high prognostic risk I C

In patients with myocarditis, the actual role of invasive electrophysiology in risk stratification of sudden death is still under investigation. Importantly, the reproducibility of significant arrhythmic events should vary according to the cause and type of myocardial involvement. 464 Cardiac sarcoidosis, for example, has a high degree of reproducibility of significant clinical events with programmed electrical stimulation, which is useful in decision-making. In patients who had nonsustained or sustained monomorphic ventricular tachycardia at some point during the course of the disease, the presence of significant late gadolinium enhancement or low-voltage areas on electrophysiology studies with electroanatomic mapping seems to indicate poor prognosis, and these findings may help to stratify the risk of sudden death. 465 In the absence of specific data, this method of risk stratification for sudden death should be used with caution, especially in asymptomatic patients. 259

9.2. Arrhythmia treatment and sudden death prevention in the acute and subacute phases

Arrhythmias are mostly associated with myocarditis during the acute phase but may also appear during the chronic phase, depending on the degree of tissue damage (especially inflammation and residual fibrosis), showing a wide physiological basis ( Table 42 ). 466 , 467 Arrhythmias may occur in 33.7% of hospitalizations due to myocarditis, manifesting as both tachycardia and bradyarrhythmia, and are associated with morbidities such as hyperthyroidism, age, obesity, HF, electrolyte imbalance, and valvular disease. 95 Preexisting cardiomyopathies such as arrhythmogenic RV dysplasia and preexisting channelopathies are also associated with the occurrence of arrhythmias in myocardial inflammation. 468 , 469

Table 42. - Potentially triggering mechanisms of arrhythmia in patients with myocarditis.

  • Direct viral injury generating myocardial cell lysis and innate immune response

  • Viral persistence

Cell apoptosis
  • Fibrosis favoring reentry mechanisms

  • Proarrhythmic effect of cytokines

  • Changes in cell gap junctions

  • Infarction due to microvascular injury

Although rare, bradyarrhythmias are usually associated with AV blocks of varying degrees and mostly occur in the acute phase. Obongayo et al. 92 identified a 1.7% prevalence of AV block among hospitalized patients with myocarditis taken from the Nationwide Inpatient Survey, of which only 1.1% were high-degree AV blocks. Third-degree advanced AV block was associated with increased morbidity and mortality.

Atrial fibrillation may occur in up to 9% of hospitalized patients with acute myocarditis and is associated with increased hospital mortality (OR: 1.7; 95% CI: 1.1 to 2.7; p = 0.02), cardiogenic shock (OR: 1.9; 95% CI 1.3 to 2.8; p = 0.001), and cardiac tamponade (OR: 5.6; 95% CI: 1.2 to 25.3; p = 0.002). 470

Ventricular arrhythmias have the highest probability of sudden death and may account for approximately one fourth of all arrhythmias reported in hospitalized patients with myocarditis. Ventricular tachycardia is the most frequent type. 95

Arrhythmia management in the acute phase should be consistent with the transient nature of the process, and recurrent ectopia or nonsustained tachycardia should not be treated with specific antiarrhythmics, except beta-blockers when indicated. During this phase, a temporary pacemaker may be used for advanced AV block, and the indication for a definitive pacemaker or implantable cardioverter-defibrillator should follow conventional indications ( Table 43 ).

Table 43. - Treatment and prevention of myocarditis-associated arrhythmia and sudden death.

Indications Class Level of evidence
Treatment with beta-blockers, spironolactone, and sacubitril/valsartan for patients with LV systolic dysfunction I C
Temporary pacemaker for symptomatic bradyarrhythmias and/or advanced AV block in the acute phase of myocarditis I C
Antiarrhythmic therapy with amiodarone in symptomatic NSVT or sustained VT in the acute phase of myocarditis I C
ICD implantation for primary prevention of sudden death in patients with dilated cardiomyopathy in the chronic phase (>6 months) of myocarditis with optimized clinical treatment for classes II and III, LVEF ≤35%, and life expectancy of at least 1 year IIa C
Indication for ICD in the acute and subacute phases of myocarditis (<6 months) III C
Indication for antiarrhythmic agents for primary prevention of cardiac arrhythmias in patients with myocarditis III C

AV: atrioventricular; ICD: implantable cardioverter-defibrillator; LV: left ventricular; LVEF: left ventricular ejection fraction; NSVT: nonsustained ventricular tachycardia; VT: ventricular tachycardia.

10. Prognostic evaluation and follow-up

10.1. Prognosis and evolution markers

Myocarditis has a wide phenotypic diversity. Most individuals with acute myocarditis who also develop acute dilated cardiomyopathy improve within a few days. 14 Case series report rates between 10% and 20% of serious cardiovascular events in the long term and a risk of recurrence of 10%. 109

Several clinical and laboratory factors are involved in prognosis. Maintenance of preserved ventricular function during the acute phase has been repeatedly associated with spontaneous improvement and no sequelae. 15 Other studies have reported that reduced levels of blood pressure and heart rate, syncope, RV systolic dysfunction, elevated pulmonary arterial pressure, and advanced NYHA functional class play an important role. 94 Etiology has also been shown to be valuable in the prognostic spectrum. Patients with acute lymphocytic myocarditis and preserved ventricular function showed spontaneous improvement and no sequelae. In contrast, the MTT study reported that patients with HF and LVEF <45% had a 4-year mortality rate of 56%. The course of giant cell and eosinophilic myocarditis is more dismal. 14 Patients with fulminant myocarditis have a dramatic short-term prognosis; however, when they survive, the prognosis is better compared to other causes. 17 , 98

ECG was shown to have prognostic value in a recent study. 471 MRI, whose value for the diagnosis of myocarditis is outstanding, has been shown to be useful with late gadolinium enhancement; 109 however, a more recent study could not confirm the predictive value of MRI for long-term improvement or remodeling of ventricular function. 472 Despite advances in diagnosis, prognosis remains a challenge, probably due to numerous known and unknown factors as well as the different causes of myocarditis, which vary widely in terms of characteristics, clinical presentation, and genetic and immunological involvement, among others. 137

10.2 Outpatient follow-up with additional evaluations

Clinical follow-up with ECG should be continuous in patients who have already been diagnosed. Given the undeniable value of ventricular function, imaging tests should also be performed. Echocardiography emerges as a useful and easily accessible alternative, providing the most relevant information in this setting ( Table 44 ).

Table 44. - General follow-up recommendations in myocarditis473,474.

Indications Class Level of evidence
Clinical follow-up of low-risk patients with ECG at 1, 3, 6, and 12 months, then annually I C
Clinical follow-up of low-risk patients with echocardiogram at 1, 6, and 12 months, then annually I C
For intermediate-risk patients, clinical and laboratory evaluation with Holter monitoring and imaging tests should be performed at 1, 3, and 6 months (echocardiogram and/or MRI according to availability), then annually I C
For high-risk patients with myocarditis, clinical and laboratory follow-up with Holter monitoring and imaging tests should be performed at 15 days, 1, 3, and 6 months (echocardiogram or MRI according to availability), then annually I C

CG: electrocardiogram; MRI: magnetic resonance imaging.

Footnotes

Development: Heart Failure Department, Brazilian Society of Cardiology (DEIC-SBC)

Note: Guidelines are meant to inform and not to replace the clinical judgment of physicians, who must ultimately determine the appropriate treatment for patients.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES