Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2022 Sep 8;119(4):638–680. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20220623
View full-text in English

Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos – 2022

Nelson Samesima 1, Epotamenides Good God 2, Jose Claudio Lupi Kruse 3, Marcelo Garcia Leal 4, Claudio Pinho 5,6, Francisco Faustino de A C França 7, João Pimenta 8, Acácio Fernandes Cardoso 9, Adail Paixão 10, Alfredo Fonseca 11, Andrés R Pérez-Riera 12, Antonio Luiz Pinho Ribeiro 13, Bruna Affonso Madaloso 1, Bráulio Luna Filho 14, Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira 15, César José Grupi 1, Dalmo Antonio Ribeiro Moreira 7, Elisabeth Kaiser 1, Gabriela Miana de Mattos Paixão 16, Gilson Feitosa Filho 17, Horacio Gomes Pereira Filho 1, José Grindler 11, José Luiz Aziz 12, Marcos Sleiman Molina 18, Mirella Facin 1, Nancy M M de Oliveira Tobias 1, Patricia Alves de Oliveira 1, Paulo César R Sanches 19, Ricardo Alkmin Teixeira 20,21, Severiano Melo Atanes 22, Carlos Alberto Pastore 1
PMCID: PMC9563889  PMID: 36287420

Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos – 2022
O relatório abaixo lista as declarações de interesse conforme relatadas à SBC pelos especialistas durante o período de desenvolvimento deste posicionamento, 2021.
Especialista Tipo de relacionamento com a indústria
Acácio Fernandes Cardoso Nada a ser declarado
Adail Paixao Almeida Nada a ser declarado
Alfredo José da Fonseca Nada a ser declarado
Andrés R. Pérez-Riera Nada a ser declarado
Antonio Luiz Pinho Ribeiro
  • Outros relacionamentos Atuação no último ano como auditor médico para empresa operadora de planos de saúde ou assemelhada:

  • - Consultoria em Inteligência Artificial em Saúde para Unimed-BH Participação em órgãos governamentais de regulação, ou de defesa de direitos na área de cardiologia:

  • - Atuação junto ao Ministério da Saúde em Convênios em saúde digital e apoio a Atenção Primária à Saúde

Braulio Luna Filho Nada a ser declarado
Bruna Affonso Madaloso
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciável, feito a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.

  • - SBC - Curso de Eletrocardiografia Básica Pesquisa Clínica; empresa Immune BioSolutions Inc.

Carlos Alberto Pastore Nada a ser declarado
Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira Nada a ser declarado
Cesar José Grupi Nada a ser declarado
Claudio Pinho
  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras.

  • - Bayer: Xarelto

Dalmo Antônio Ribeiro Moreira
  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes,brasileiras ou estrangeiras.

  • - Bayer, Abbott, Libbs, Astra Zeneca, Daichy Sankio

Elisabeth Kaiser Nada a ser declarado
Epotamenides Maria Good God Nada a ser declarado
Francisco Faustino de Albuquerque Carneiro de França Nada a ser declarado
Gabriela Miana de Mattos Paixão Nada a ser declarado
Gilson Soares Feitosa Filho Nada a ser declarado
Horacio Gomes Pereira Filho Nada a ser declarado
João A Pimenta de Almeida Nada a ser declarado
Jose Claudio Lupi Kruse Nada a ser declarado
José Grindler Nada a ser declarado
Jose Luis Aziz
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciável, feito a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.

  • - Astrazeca: hipertensão e diabetes; Daiichi Sankyo: hipertensão e fibrilação atrial

Marcelo Garcia Leal Nada a ser declarado
Marcos Sleiman Molina
  • Outros relacionamentos

  • Participação societária de qualquer natureza e qualquer valor economicamente apreciável de empresas na área de saúde, de ensino ou em empresas concorrentes ou fornecedoras da SBC:

  • - Proprietário de clínica privada na cidade de Mogi das Cruzes

Mirella Facin Nada a ser declarado
Nancy Maria Martins De Oliveira Nada a ser declarado
Nelson Samesima Nada a ser declarado
Patricia Alves de Oliveira Nada a ser declarado
Paulo César Ribeiro Sanches Nada a ser declarado
Ricardo Alkmim Teixeira
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciável, feito a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.

  • - Daichii-Sankyo: Lixiana; Boehringer-Ingelheim: Pradaxa, Jardiance; Biotronik/ Abbott/ Medtronic: dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.

  • - Biomedical: bainhas de extração a laser

Severiano Atanes Netto Nada a ser declarado

Sumário

Introdução

1. Normatização para Análise e Emissão do

Laudo Eletrocardiográfico

1.1. Normatização para Análise Eletrocardiográfica

1.2. O Laudo Eletrocardiográfico

1.2.1. Laudo Descritivo

1.2.2. Laudo Conclusivo

1.2.3. Laudo Automatizado

1.2.4. Laudo Via Internet

2. Avaliação da Qualidade Técnica do Traçado

2.1. Critérios de Avaliação Técnica dos Traçados

2.1.1. Calibração do Eletrocardiógrafo

2.1.2. Troca de Eletrodos

2.1.2.1. Posicionamento Trocado dos Eletrodos

2.1.2.1.1. Eletrodos dos MMSS Trocados entre Si

2.1.2.2. Eletrodo dos MMII trocado por um eletrodo de um dos MMSS

2.1.2.3. Troca de Eletrodos entre Braço Esquerdo e Perna Esquerda

2.1.2.4. Troca de Eletrodos Precordiais

2.1.2.5. Eletrodos V1 e V2 Mal Posicionados

2.1.3. Outras Interferências

2.1.3.1. Tremores Musculares

2.1.3.2. Neuroestimulação

2.1.3.3. Frio, Febre, Soluços, Agitação Psicomotora

2.1.3.4. “Grande Eletrodo” Precordial

2.1.3.5. Oscilação da Linha de Base

2.1.3.6. Outras Interferências Elétricas e Eletromagnéticas

2.1.3.7. Alterações Decorrentes de Funcionamento Inadequado de

Softwares e Sistemas de Aquisição de Sinais Eletrocardiográficos

Computadorizados

3. A Análise do Ritmo Cardíaco

3.1. Análise da Onda P, Frequência Cardíaca e Ritmo

3.1.1. Definição do Ritmo Sinusal (RS)

3.1.2. Frequência da Onda P Sinusal

3.2. Análise das Alterações de Ritmo Supraventricular

3.2.1. Definição de Arritmia Cardíaca

3.2.2. Arritmia Supraventricular

3.2.3. Presença de Onda P Sinusal

3.2.3.1. Arritmia Sinusal (AS)

3.2.3.2. Bradicardia Sinusal (BS)

3.2.3.3. Bloqueio Sinoatrial de Segundo Grau

3.2.3.4. Bloqueios Interatriais (BIA)

3.2.3.5. Taquicardia Sinusal (TS)

3.2.4. Ausência de Onda P Antes do QRS

3.2.4.1. Fibrilação Atrial (FA)

3.2.4.2. Flutter Atrial

3.2.4.3. Ritmo Juncional

3.2.4.4. Extrassístole Juncional

3.2.4.5. Taquicardia por Reentrada Nodal Comum (TRN)

3.2.4.6. Taquicardia por Reentrada Atrioventricular Ortodrômica (TRAV)

3.2.5. Presença da Onda P Não Sinusal Antes do QRS

3.2.5.1. Ritmo Atrial Ectópico (RAE)

3.2.5.2. Ritmo Atrial Multifocal (RAM)

3.2.5.3. Ritmo Juncional

3.2.5.4. Batimento de Escape Atrial

3.2.5.5. Extrassístole Atrial (EA)

3.2.5.6. Extrassístole Atrial Bloqueada ou Não Conduzida

3.2.5.7. Taquicardia Atrial (TA)

3.2.5.8. Taquicardia Atrial Multifocal (TAMF)

3.2.5.9. Taquicardia por Reentrada Nodal Incomum

3.2.5.10. Taquicardia de Coumel

3.2.6. Pausas

3.2.6.1. Parada Sinusal (PS)

3.2.6.2. Disfunção do Nó Sinusal (DNS)

3.2.7. Classificação de Taquicardias Supraventriculares Baseadas no

Intervalo RP

3.2.8. Arritmias Supraventriculares com Complexo QRS Alargado

3.2.8.1. Aberrância de Condução

3.2.8.2. Extrassístole Atrial com Aberrância de Condução

3.2.8.3. Taquicardia Supraventricular com Aberrância de Condução

3.2.8.4. Taquicardia por Reentrada Atrioventricular Antidrômica

4. Condução Atrioventricular

4.1. Definição da Relação Atrioventricular (AV) Normal

4.1.1. Atraso da Condução Atrioventricular (AV)

4.1.1.1. Bloqueio AV de Primeiro Grau

4.1.1.2. Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I)

4.1.1.3. Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Mobitz II)

4.1.1.4. Bloqueio AV 2:1

4.1.1.5. Bloqueio AV Avançado ou de Alto Grau

4.1.1.6. Bloqueio AV do Terceiro Grau ou BAV Total (BAVT)

4.1.1.7. Bloqueio AV Paroxístico

4.1.2. Pré-Excitação Ventricular

4.1.3. Outros Mecanismos de Alteração da Relação AV Normal

4.1.3.1. Dissociação AV

4.1.3.2. Ativação Atrial Retrógrada

5. Análise da Ativação Ventricular

5.1. Ativação Ventricular Normal

5.1.1. Definição do QRS Normal

5.1.2. Eixo Elétrico Normal no Plano Frontal

5.1.3. Ativação Ventricular Normal no Plano Horizontal

5.1.4. Análise das Alterações de Ritmo Ventricular

5.1.4.1. Definição de Arritmia Cardíaca

5.1.4.2. Arritmia Ventricular

5.1.4.3. Análise das Arritmias Ventriculares

5.1.4.3.1. Extrassístole Ventricular (EV)

5.1.4.3.2. Batimento(s) de Escape Ventricular(es)

5.1.4.3.3. Ritmo de Escape Ventricular – Ritmo Idioventricular

5.1.4.3.4. Ritmo Idioventricular Acelerado (RIVA)

5.1.4.3.5. Taquicardia Ventricular (TV)

5.1.4.3.5.1. Taquicardia Ventricular Monomórfica

5.1.4.3.5.2. Taquicardia Ventricular Polimórfica (TVP)

5.1.4.3.5.3. Taquicardia Ventricular Tipo Torsade des Pointes (TdP)

5.1.4.3.5.4. Taquicardia Ventricular Bidirecional

5.1.4.3.5.5. Quanto à Duração

5.1.4.3.6. Batimento de Fusão

5.1.4.3.7. Batimento com Captura Supraventricular Durante

Ritmo Idioventricular

5.1.4.3.8. Parassístole Ventricular (PV)

5.1.4.3.9. Fibrilação Ventricular (FV)

5.1.4.4. Critérios de Diferenciação entre as Taquicardias de

Complexo QRS Alargado

6. Sobrecargas das Câmaras Cardíacas

6.1. Sobrecargas Atriais

6.1.1. Sobrecarga Atrial Esquerda (SAE)

6.1.2. Sobrecarga Atrial Direita (SAD)

6.1.3. Sobrecarga Biatrial (SBA)

6.1.4. Sobrecarga Ventricular Esquerda (SVE)

6.1.4.1. Critérios de Romhilt-Estes

6.1.4.2. Índice de Sokolow Lyon

6.1.4.3. Índice de Cornell

6.1.4.4. Peguero-Lo Presti

6.1.4.5. Alterações de Repolarização Ventricular

6.1.5. Sobrecarga Ventricular Direita (SVD)

6.1.5.1. Eixo do QRS

6.1.5.2. Onda R Ampla

6.1.5.3. Morfologia qR ou qRs

6.1.5.4. Morfologia rsR’

6.1.5.5. Repolarização Ventricular

6.1.5.6. Critério de SEATTLE para SVD

6.1.6. Sobrecarga Biventricular

6.1.7. Diagnóstico Diferencial do Aumento de Amplitude do QRS

7. Análise dos Bloqueios (Retardo, Atraso de Condução)

Intraventriculares

7.1. Bloqueios Intraventriculares

7.1.1. Bloqueio do Ramo Esquerdo (BRE)

7.1.1.1. Bloqueio de Ramo Esquerdo em Associação com Sobrecarga

Ventricular Esquerda

7.1.1.2. Bloqueio de Ramo Esquerdo em Associação com Sobrecarga

Ventricular Direita (ao Menos 2 dos 3 Critérios)

7.1.2. Bloqueio do Ramo Direito (BRD)

7.1.2.1. Atraso Final de Condução

7.1.3. Bloqueios Divisionais do Ramo Esquerdo

7.1.3.1 Bloqueio Divisional Anterossuperior Esquerdo (BDAS)

7.1.3.2. Bloqueio Divisional Anteromedial Esquerdo (BDAM)

7.1.3.3. Bloqueio Divisional Posteroinferior Esquerdo (BDPI)

7.1.4. Bloqueios Divisionais do Ramo Direito

7.1.4.1. Bloqueio Divisional Superior Direito (BDSRD)

7.1.4.2. Bloqueio Divisional Inferior Direito (BDIRD)

7.1.5. Associação de Bloqueios

7.1.5.1. BRE Associado ao BDAS

7.1.5.2. BRE Associado ao BDPI

7.1.5.3. BRD Associado ao BDAS

7.1.5.4. BRD Associado ao BDPI

7.1.5.5. BRD Associado ao BDAS e BDAM

7.1.5.6. BDAS Associado ao BDAM

7.1.5.7. Bloqueio de Ramo Mascarado

7.1.6. Situações Especiais Envolvendo a Condução Intraventricular

7.1.6.1. Bloqueio Peri-infarto

7.1.6.2. Bloqueio Peri-isquemia

7.1.6.3. Fragmentação do QRS (fQRS)

7.1.6.4. Bloqueio de Ramo Esquerdo Atípico

7.1.6.5. Bloqueio Intraventricular Parietal ou Purkinje/Músculo ou Focal

8. Análise do ECG nas Coronariopatias

8.1. Critérios Diagnósticos da Presença de Isquemia Miocárdica

8.1.1. Presença de Isquemia

8.1.2. Isquemia Circunferencial ou Global

8.1.3. Alterações Secundárias

8.2. Critérios Diagnósticos da Presença de Lesão

8.3. Definição das Áreas Eletricamente Inativas (AEI)

8.4. Análise Topográfica da Isquemia, Lesão e Necrose

8.4.1. Análise Topográfica das Manifestações Isquêmicas ao ECG (Meyers)

8.4.2. Análise topográfica das manifestações isquêmicas pelo ECG em

associação à ressonância magnética

8.4.3. Correlação Eletrocardiográfica com a Artéria Envolvida

8.5. Infartos de Localização Especial

8.5.1. Infarto do Miocárdio de Ventrículo Direito

8.5.2. Infarto Atrial

8.6. Diagnósticos Diferenciais

8.6.1. Isquemia Subepicárdica

8.6.2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com Supra de ST

8.7. Associação de Infarto com Bloqueios de Ramo

8.7.1. Infarto de Miocárdio na Presença de Bloqueio de

Ramo Direito (BRD)

8.7.2. Infarto do Miocárdio na Presença de Bloqueio de

Ramo Esquerdo (BRE)

9. Análise da Repolarização Ventricular

9.1. Repolarização Ventricular

9.1.1. Repolarização Ventricular Normal

9.1.1.1. Ponto J

9.1.1.2. Segmento ST

9.1.1.3. Onda T

9.1.1.4. Onda U

9.1.1.5. Intervalo QT (QT) e Intervalo QT Corrigido (QTc)

9.1.2. Variantes da Repolarização Ventricular Normal

9.1.2.1. Padrão de Repolarização Precoce (RP)

10. O ECG nas Canalopatias e Demais Alterações

Genéticas

10.1. A Genética e o ECG

10.1.1. Canalopatias

10.1.1.1. Síndrome do QT Longo Congênito

10.1.1.2. Síndrome do QT Curto

10.1.1.3. Síndrome de Brugada

10.1.1.4. Taquicardia Catecolaminérgica

10.1.2. Doenças Genéticas com Acometimento Primário Cardíaco

10.1.2.1. Cardiomiopatia (Displasia) Arritmogênica de

Ventrículo Direito

10.1.2.2. Cardiomiopatia Hipertrófica

10.1.3. Doenças Genéticas com Acometimento Secundário Cardíaco

10.1.3.1. Distrofia Muscular

11. Caracterização das Alterações Eletrocardiográficas

em Situações Clínicas Específicas

11.1. Condições Clínicas que Alteram o ECG

11.1.1. Ação Digitálica

11.1.2. Alterações de ST-T por Fármacos

11.1.3. Alternância Elétrica

11.1.4. Alternância da Onda T

11.1.5. Comprometimento Agudo do Sistema Nervoso Central

11.1.6. Comunicação Interatrial (CIA)

11.1.7. COVID-19

11.1.8. Derrame Pericárdico

11.1.9. Dextrocardia

11.1.10. Dextroposição

11.1.11. Distúrbios Eletrolíticos

11.1.11.1. Hiperpotassemia

11.1.11.2. Hipopotassemia

11.1.11.3. Hipocalcemia

11.1.11.4. Hipercalcemia

11.1.12. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

11.1.13. Drogas Antiarrítmicas

11.1.13.1. Amiodarona

11.1.13.2. Propafenona

11.1.13.3. Sotalol

11.1.14. Efeito Dielétrico

11.1.15. Embolia Pulmonar

11.1.16. Fenômeno de Ashman (ou de Gounaux-Ashman)

11.1.17. Hipotermia

11.1.18. Hipotireoidismo

11.1.19. Insuficiência Renal Crônica

11.1.20. Pericardite

11.1.21. Quimioterápicos

12. O ECG em Atletas

12.1. A Importância do ECG do Atleta

12.1.1. Achados Eletrocardiográficos Normais (Grupo 1)

12.1.2. Achados Eletrocardiográficos Anormais (Grupo 2)

12.1.3. Achados Eletrocardiográficos Limítrofes (Grupo 3)

13. O ECG em Crianças

13.1. Introdução

13.2. Aspectos Técnicos

13.3.Parâmetros Eletrocardiográficos e suas Variações

13.3.1. Frequência Cardíaca e Ritmo Sinusal

13.3.1.1. Possíveis Alterações

13.3.1.1.1. Arritmia Sinusal

13.3.1.1.2. Taquicardia Sinusal

13.3.1.1.3. Bradicardia Sinusal

13.3.1.1.4. Outras Bradicardias

13.3.2. A onda P e a Atividade Elétrica Atrial

13.3.2.1. Possíveis Alterações

13.3.2.1.1. Sobrecargas Atriais

13.3.2.1.2. Ritmo Juncional

13.3.3. Intervalo PR e a Condução Atrioventricular

13.3.3.1. Possíveis Alterações

13.3.3.1.1. Bloqueios Atrioventriculares

13.3.3.1.2. Intervalo PR curto e Pré-excitação Ventricular

13.3.4. Atividade Elétrica Ventricular

13.3.4.1. Possíveis Alterações

13.3.4.1.1. Alterações do Eixo e da Amplitude do QRS

13.3.4.1.2. Alterações das Ondas Q

13.3.4.1.3. Distúrbios da Condução Intraventricular

13.3.4.1.4. Onda Épsilon e a Cardiomiopatia Arritmogênica do

Ventrículo Direito

13.3.5. Repolarização Ventricular

13.3.5.1. Intervalo QT

13.3.5.1.1. Possíveis Alterações

13.3.5.1.1.1. Síndrome do QT Longo

13.3.5.1.1.2. Síndrome do QT Curto

13.3.5.2. Segmento ST

13.3.5.2.1.1. Desnivelamentos do Segmento ST

13.3.5.2.1.2. Repolarização Precoce

13.3.5.2.1.3. Padrão eletrocardiográfico de Brugada

13.3.5.3. Onda T

13.3.5.4. Onda U

13.4. Distúrbios do Ritmo Cardíaco

13.5. Reconhecimento do Situs, da Posição Cardíaca e da

Inversão Ventricular

14. O ECG durante Estimulação Cardíaca Artificial

14.1. Estimulação Cardíaca Artificial (ECA)

14.1.1. Termos Básicos

14.1.2. Análise das Características Eletrocardiográficas dos DCEI

15. Tele-eletrocardiografia

Referências

Introdução

A revisão das diretrizes de eletrocardiografia deve-se ao fato do surgimento de avanços no entendimento de diversas doenças, com repercussões importantes no traçado eletrocardiográfico. Alguns podem imaginar que a interpretação do eletrocardiograma (ECG) não teve mudanças ao longo do tempo; certamente esquecem as doenças recentemente descritas e outras cujos mecanismos eletrofisiológicos foram melhor entendidos na atualidade. Alguns parâmetros eletrocardiográficos são considerados importantes marcadores prognósticos na doença de Chagas, além de ser possível identificar alterações consideradas como preditores de mortalidade na população geral (idade ao ECG - ECG-age). Uma questão crucial é: quando indicar a realização de um ECG?

O ECG é um exame simples, barato e não invasivo. Permite uma ideia da condição cardíaca do indivíduo e pode eventualmente identificar situações de risco de morte súbita. Assim, o achado de um ECG dentro dos limites da normalidade permite antecipar que a função ventricular deve estar normal ou próxima disto, fato importante no primeiro contato com o paciente.

Achamos que todas as pessoas deveriam ter um ECG em algum momento da vida, que somente fosse repetido segundo necessidade clínica. Algumas diretrizes colocam indicação IIb para a realização do ECG em indivíduos assintomáticos da população geral, e classe IIa na presença de hipertensão e ou diabetes. 1

A possibilidade de transmissão dos exames através da internet permitiu a difusão da tecnologia por diversas regiões carentes do nosso país e um melhor padrão de atendimento assistencial. Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo de estudos (com milhões de ECG’s analisados) sobre inteligência artificial e sistemas de interpretação automática como ferramentas adicionais para a eletrocardiografia. Alguns resultados conseguiram demonstrar a capacidade destes novos sistemas em identificar determinadas arritmas, bem como predizer seu aparecimento, além de desfechos como acidente vascular encefálico (isquêmico).

Assim, esperamos que esta versão ajude o médico clínico e/ou cardiologista na emissão dos laudos eletrocardiográficos de maneira uniforme, permitindo fácil entendimento e padronização da linguagem.

1. Normatização para Análise e Emissão do Laudo Eletrocardiográfico

1.1. Normatização para Análise Eletrocardiográfica

Para a correta interpretação eletrocardiográfica, três características devem ser consideradas:

  • Idade: as características do ECG variam com a faixa etária e acontecem no recém-nascido (RN), lactente, crianças e adolescentes até cerca dos 16 anos de idade. Nos dois primeiros grupos essas alterações são mais rápidas (Seção 13). Também os idosos podem apresentar ondas T negativas em V1, de forma isolada e às vezes em V2. 2

  • Biotipo: Os indivíduos longilíneos tendem a ter o coração verticalizado e os eixos resultantes principalmente da onda P e do complexo QRS comumente orientados para a direita com rotação horária nas derivações do plano frontal. Já nos brevilíneos, com corações horizontalizados, esses desvios costumam ser para a esquerda (plano frontal).

  • Sexo: nos adultos do sexo feminino é comum observar ondas T negativas em precordiais direitas, inclusive com QTc maiores que os do sexo masculino e as crianças.

1.2. O Laudo Eletrocardiográfico 1 , 3 - 5

1.2.1. Laudo Descritivo

  1. Análise do ritmo e quantificação da frequência cardíaca;

  2. Análise da duração, amplitude e morfologia da onda P e duração do intervalo PR;

  3. Determinação do eixo elétrico de P, QRS e T;

  4. Análise da duração, amplitude e morfologia do QRS;

  5. Análise da repolarização ventricular e descrição das alterações do ST-T, QT e U, quando presentes.

1.2.2. Laudo Conclusivo

Deve conter a síntese dos diagnósticos listados nesta diretriz. Abreviaturas em laudos, textos científicos, protocolos, etc., poderão ser utilizadas, entre parênteses, após a denominação, por extenso, do diagnóstico.

1.2.3. Laudo Automatizado

Com o desenvolvimento tecnológico, nos últimos anos, houve uma melhora importante na acurácia das medidas automáticas dos aparelhos disponíveis, tornando a interpretação automatizada uma ferramenta auxiliar importante no laudo médico. Ainda assim, é fundamental a conferência destas métricas automáticas por uma revisão médica, já que o laudo é um ato médico. A simples utilização das aferições automáticas (métricas e vetoriais), assim como os laudos provenientes desses sistemas, sem revisão, não são recomendadas.

1.2.4. Laudo Via Internet

Os sistemas de Tele-ECG, 6 - 8 enviam os ECGs realizados à distância para os Centros de Referência para laudo. A técnica de execução dos ECGs (Unidades executoras), bem como a interpretação e os laudos (Centros de Referência), deverão seguir as mais recentes diretrizes nacionais e internacionais. Eles são parte integrante da Telecardiologia, que também abarca outros exames da especialidade, que são executados, registrados e transmitidos de um ponto a outro para interpretação à distância, como por exemplo, monitoração de marca-passo, Holter, gravador de eventos, entre outros. Dentre os vários benefícios da telecardiologia temos:

  1. Pré-atendimento ao paciente em seu local de origem;

  2. Redução do tempo e custo dispendido pelo paciente;

  3. Maior rapidez na triagem por especialistas;

  4. Acesso a especialistas em acidentes e emergências;

  5. Facilita gerenciamento dos recursos de saúde;

  6. Na reabilitação, aumenta a segurança do paciente pós-cirúrgico;

  7. Cooperação e integração de pesquisadores para compartilhamento de registros clínicos;

  8. Acesso a programas educacionais de formação e qualificação.

Segundo vários autores, a telecardiologia foi identificada como uma atividade social e economicamente vantajosa para os prestadores de serviço, pagadores e pacientes. Reconhecidamente é uma ferramenta útil para os locais afastados dos grandes centros.

2. Avaliação da Qualidade Técnica do Traçado

2.1. Critérios de Avaliação Técnica dos Traçados

2.1.1. Calibração do Eletrocardiógrafo

Nos aparelhos analógicos a verificação da calibração se faz sempre necessária. O padrão normal deve ter 1 mV (10 mm). Nos aparelhos mais modernos (computadorizados com traçados digitalizados), a verificação do padrão do calibrador é realizada automaticamente. Os filtros devem seguir as normas internacionalmente aceitas, principalmente da AHA. Para os filtros de alta frequência de, no mínimo, 150 Hz para os grupos de adultos e adolescentes. Para crianças, até 250 Hz. Filtros com essas frequências mais baixas podem interferir na captação das espículas de marcapassos. Filtro de baixa frequência utiliza-se 0,05Hz. Alguns aparelhos usam filtros de fase bidirecional. 9

2.1.2. Troca de Eletrodos

A Figura 2.1 mostra a posição correta dos eletrodos periféricos (braço direito (RA), braço esquerdo (LA), perna direita (RL) e perna esquerda (LL)) com suas respectivas cores vermelho, amarelo, preto e verde).

Figura 2.1. Localização dos eletrodos periféricos. RA: braço direito; LA: braço esquerdo;

Figura 2.1

RL: perna direita; LL: perna esquerda.

2.1.2.1. Posicionamento Trocado dos Eletrodos

2.1.2.1.1. Eletrodos dos MMSS Trocados entre Si

Apresentam derivações D1 com ondas negativas e aVR com ondas positivas.

2.1.2.2. Eletrodo dos MMII trocado por um eletrodo de um dos MMSS

Linha isoelétrica ou amplitude de ondas muito pequenas em D2 (braço direito) ou D3 (braço esquerdo). A troca dos eletrodos dos membros superiores com os dos inferiores mostra esse padrão em D1, pois produz uma diferença de potencial desprezível nos membros superiores.

2.1.2.3. Troca de Eletrodos entre Braço Esquerdo e Perna Esquerda

É a troca de mais difícil identificação. O SÂQRS tende a desviar-se para a esquerda. Pode parecer um ECG normal, mas produz as seguintes alterações:

  1. onda P invertida em D3;

  2. D1 e D2 trocam de posição. D1 tem voltagem de QRS mais ampla e menor em D2;

  3. em D3 invertem-se P, QRS e T. Também são trocadas as posições de aVL com aVF. A derivação aVR não se altera.

2.1.2.4. Troca de Eletrodos Precordiais

Alteração da progressão normal da onda R de V1 a V6.

2.1.2.5. Eletrodos V1 e V2 Mal Posicionados

Eletrodos V1 e V2 posicionados incorretamente acima do segundo espaço intercostal podem produzir padrão rSr’ simulando atraso final de condução, ou morfologia rS de V1 a V3 e onda P negativa em V1, simulando SAE.

2.1.3. Outras Interferências

2.1.3.1. Tremores Musculares

Tremores musculares podem interferir na linha de base, mimetizando alterações eletrocardiográficas como flutter atrial e fibrilação ventricular 10 no paciente parkinsoniano.

2.1.3.2. Neuroestimulação

Portadores de afecções do SNC que necessitam do uso de dispositivos de estimulação elétrica artificial podem apresentar artefatos que mimetizam a espícula de marcapasso cardíaco.

2.1.3.3. Frio, Febre, Soluços, Agitação Psicomotora

São outras condições que produzem artefatos na linha de base e podem mimetizar arritmias como fibrilação atrial e flutter atrial.

2.1.3.4. “Grande Eletrodo” Precordial

A utilização de gel condutor em faixa contínua no precórdio, resultando num traçado igual de V1-V6, correspondente à média dos potenciais elétricos nestas derivações. 3

2.1.3.5. Oscilação da Linha de Base

Pode ser provocada por qualquer eletrodo mal fixado, movimentação dos membros, pela respiração ou em exames realizados com o paciente em cadeira de rodas. Nesse último caso outros artefatos também podem ser registrados.

2.1.3.6. Outras Interferências Elétricas e Eletromagnéticas

Esta resulta de interferências de linhas elétricas, equipamentos elétricos e telefonia celular. Para a realização do ECG deve-se solicitar ao paciente que retire todos os objetos metálicos e o telefone celular guardado na vestimenta. Os marca-passos transcutâneos podem produzir espícula, que pode ser confundida como falsa captura. O filtro utilizado também é de grande importância porque, às vezes, cria uma falsa falha de comando criando uma pausa representada por uma linha isoelétrica entre dois batimentos. 11 - 12

2.1.3.7. Alterações Decorrentes de Funcionamento Inadequado de Softwares e Sistemas de Aquisição de Sinais Eletrocardiográficos Computadorizados

A aquisição de dados por sistemas computadorizados, em alguns aparelhos eletrocardiográficos mais antigos, pode apresentar, raramente, problemas específicos e ainda não totalmente conhecidos. Como exemplo, na ausência de sinal eletrocardiográfico em um dos eletrodos, o sistema pode contrabalançar os outros sinais adquiridos e criar complexos QRS bizarros. Aparelhos eletrocardiográficos de 12 derivações simultâneas que possuem aferições automáticas de durações das ondas P e QRS podem apresentar medidas superestimadas das mesmas. Isso ocorre pois o software utiliza a onda mais precoce e a mais tardia dentre as 12 derivações para gerar tal medida.

3. A Análise do Ritmo Cardíaco

3.1. Análise da Onda P, Frequência Cardíaca e Ritmo

Estudos populacionais sobre valores de normalidade dos parâmetros eletrocardiográficos são utilizados há muitos anos como referência para nossa população, mesmo sabendo que diferenças étnicas têm influência sobre o que é considerado normal. Em 2017, dentre as diversas informações obtidas pelo estudo ELSA-Brasil, foi publicado estudo sobre valores da normalidade para a população brasileira sem doença cardíaca. 13

Os parâmetros que serão abordados no item 3 referem-se ao ECG de adulto. O ECG pediátrico será abordado no item 13.

3.1.1. Definição do Ritmo Sinusal (RS)

Ritmo fisiológico do coração, que se origina no átrio direito alto, observado no ECG de superfície pela presença de ondas P positivas nas derivações D1, D2 e aVF, independentemente da presença ou não do complexo QRS. O eixo de P pode variar entre 0° e +90°. A onda P normal possui amplitude máxima de 2,5 mm e duração igual ou inferior a 110 ms. Podem ocorrer modificações de sua morfologia dependentes da frequência cardíaca, bem como da sua orientação (SÂP) nas derivações observadas. 14

3.1.2. Frequência da Onda P Sinusal

A faixa de normalidade da frequência cardíaca em vigília é entre 50 bpm e 99 bpm. 14 - 16

3.2. Análise das Alterações de Ritmo Supraventricular

3.2.1. Definição de Arritmia Cardíaca

Alteração da formação e/ou condução do impulso elétrico através do miocárdio. 17 Após a definição (ou não) da presença do ritmo sinusal, busca-se a presença de arritmia cardíaca.

3.2.2. Arritmia Supraventricular

Ritmo que se origina acima do feixe de His. A identificação do local de origem da arritmia será usada sempre que possível. Quando não, será empregado o termo genérico supraventricular.

3.2.3. Presença de Onda P Sinusal

3.2.3.1. Arritmia Sinusal (AS)

Geralmente fisiológica, depende do sistema nervoso autônomo, e caracteriza-se pela variação dos intervalos PP entre 160 ms e 220 ms, durante o ritmo sinusal. A variação fásica é a relacionada com a respiração (comum na criança) e a não fásica não possui essa relação.

3.2.3.2. Bradicardia Sinusal (BS)

Refere-se ao ritmo sinusal com frequência inferior a 50 bpm.

3.2.3.3. Bloqueio Sinoatrial de Segundo Grau

O bloqueio de saída de segundo grau da despolarização sinusal faz com que ocorra a ausência de inscrição da onda P em um ciclo. O bloqueio sinoatrial do tipo I (BSAI) se caracteriza por ciclos PP progressivamente mais curtos até que ocorra o bloqueio. O bloqueio sinoatrial tipo II (BSA II) não apresenta diferença entre os ciclos PP e a pausa corresponde a 2 ciclos PP prévios. Os bloqueios sinoatriais de primeiro grau não são visíveis ao ECG convencional. Os bloqueios de terceiro grau serão observados na forma de ritmo de escape atrial ou juncional.

3.2.3.4. Bloqueios Interatriais (BIA)

Retardo da condução entre o átrio direito e o esquerdo, que pode ser classificado em primeiro grau (duração da onda P maior ou igual a 120 ms), segundo grau (padrão transitório) e terceiro grau ou avançado (onda P com duração maior ou igual a 120 ms, bifásica ou “plus-minus” em parede inferior, relacionado a arritmias supraventriculares e síndrome de Bayés). 18 , 19

3.2.3.5. Taquicardia Sinusal (TS)

Refere-se ao ritmo sinusal com frequência superior (ou igual) a 100 bpm.

3.2.4. Ausência de Onda P Antes do QRS

3.2.4.1. Fibrilação Atrial (FA)

A atividade elétrica atrial desorganizada, com frequência atrial entre 450 e 700 ciclos por minuto e resposta ventricular variável. A linha de base pode se apresentar isoelétrica, com irregularidades finas, grosseiras ou por um misto destas alterações (ondas “ f ”). A ocorrência de intervalos RR regulares indica a existência de dissociação atrioventricular. Para a denominação da resposta ventricular, num ECG com FA, deve-se calcular a FC (bpm) a partir de um traçado de 6 s (número de QRS neste período multiplicado por 10). Assim, teremos as seguintes possibilidades de resposta ventricular:

  1. Ritmo de FA com baixa resposta ventricular, quando a FC estiver menor ou igual a 50 bpm;

  2. Ritmo de FA com controle adequado da FC (em repouso), quando a resposta ventricular estiver entre 60 e 80 bpm;

  3. Ritmo de FA com controle leniente (ou inadequado) da FC (em repouso), quando a resposta ventricular estiver entre 90 e 110 bpm;

  4. Ritmo de FA com resposta ventricular elevada, quando a FC estiver maior a 110 bpm.

3.2.4.2. Flutter Atrial

Atividade elétrica atrial organizada (macrorreentrante) que utiliza extensa região do átrio direito, sendo uma delas o istmo cavotricuspídeo (ICT). O ICT pode ser utilizado tanto no sentido anti-horário (90% dos casos) como no sentido horário (10%). Em ambas as situações, denomina-se flutter atrial comum (por utilizar o ICT). Quando no sentido horário, é chamado de comum reverso. No flutter atrial comum, as conhecidas ondas “F” apresentam frequência entre 240 e 340 bpm, bem como um padrão característico das mesmas: aspecto em dentes de serrote, negativas nas derivações inferiores e, geralmente, positivas em V1. Graus variados da condução AV podem ocorrer, sendo que quando superiores a 2:1 facilitam a observação das ondas “F”. Já no flutter atrial reverso, as ondas “F” possuem frequências mais elevadas entre 340 e 430 bpm. As ondas “F” são, além de positivas nas derivações inferiores, mais alargadas. Ao ECG, não é possível a diferenciação entre o flutter atrial comum reverso e uma taquicardia atrial esquerda (com origem na veia pulmonar superior direita). O chamado Flutter atrial incomum é aquele que não utiliza o ICT, portanto, está incluída nessa classificação a taquicardia atrial cicatricial, a taquicardia da veia cava inferior e a taquicardia por reentrada no anel mitral (todas são muito difíceis de serem diagnosticadas pelo ECG (recebem o nome genérico de taquicardia atrial).

3.2.4.3. Ritmo Juncional

Trata-se de ritmo de suplência ou de substituição originado na junção AV, com QRS iguais ou ligeiramente diferentes aos de origem sinusal. Trata-se de aberrância pela origem diferente do estímulo e não aberrância fásica, que depende do estímulo ser alterado pela fase 3 (precoce) ou 4 (tardio) do potencial de ação. Pode apresentar-se sem onda P visível ao ECG. Estas “posições” da onda P devem-se às velocidades de condução do estímulo elétrico aos átrios e aos ventrículos. Ao chegar antes aos ventrículos, e depois aos átrios, a onda P fica localizada dentro ou após o complexo QRS. Quando a frequência for inferior a 50 bpm é designado ritmo juncional de escape. Quando a frequência for superior a 50 bpm é chamado de ritmo juncional ativo e, se acima de 100 bpm, é chamado de taquicardia juncional.

3.2.4.4. Extrassístole Juncional

Batimento ectópico precoce originado na junção AV. São três as possíveis apresentações eletrocardiográficas:

  1. Onda P negativa nas derivações inferiores com intervalo PR curto;

  2. Ausência de atividade atrial pregressa ao QRS (onda P dentro do QRS);

  3. Onda P negativa nas derivações inferiores após o complexo QRS.

O complexo QRS apresenta-se de morfologia e duração similar ao do ritmo basal, embora aberrâncias de condução possam ocorrer (ver itens 3.2.8.1 e 3.2.8.2).

3.2.4.5. Taquicardia por Reentrada Nodal Comum (TRN) 20

Esta taquicardia utiliza a estrutura do nó atrioventricular; e tem como mecanismo eletrofisiológico a reentrada nodal. Um circuito utiliza a via rápida, no sentido ascendente, e o outro utiliza a via lenta, no sentido descendente. Se o QRS basal for normal estreito, durante a taquicardia poderemos notar pseudo-ondas “s” em parede inferior e morfologia rSr’ (pseudo r’) em V1, que refletem a ativação atrial no sentido nó AV / nó sinusal. Essa ativação retrógrada atrial, em sua maioria, ocorre em até 80 ms após o início do QRS (RP<80ms). Muitas vezes a onda de ativação atrial está dentro do QRS e, dessa forma, não é observada no ECG. A TRN comum é muito semelhante, ao ECG, com a TAV ortodrômica que será detalhada a seguir. Utiliza-se o intervalo RP para se fazer essa distinção entre elas. Nos casos de TRN com QRS alargado, faz-se necessário o diagnóstico diferencial com taquicardias de origem ventricular.

3.2.4.6. Taquicardia por Reentrada Atrioventricular Ortodrômica (TRAV)

Esta taquicardia por reentrada utiliza o sistema de condução normal no sentido anterógrado e uma via anômala no sentido retrógrado. O QRS da taquicardia geralmente é estreito e a onda P retrógrada, geralmente localizada no segmento ST, pode apresentar-se com morfologia diversa, dependendo da localização da via acessória. O intervalo RP é superior a 80 ms.

3.2.5. Presença da Onda P Não Sinusal Antes do QRS

3.2.5.1. Ritmo Atrial Ectópico (RAE)

O ritmo atrial ectópico corresponde a uma atividade atrial em localização diversa da região anatômica do nó sinusal. Desta forma, a onda P apresenta-se com morfologia (polaridade) diferente daquela que caracteriza o ritmo sinusal.

3.2.5.2. Ritmo Atrial Multifocal (RAM)

Ritmo originado em focos atriais múltiplos, com frequência cardíaca inferior a 60 bpm, reconhecido eletrocardiograficamente pela presença de, pelo menos, 3 morfologias de ondas P e 3 diferentes intervalos PR. Os intervalos PP e PR, frequentemente, são variáveis, habitualmente observa-se uma P para um QRS, podendo ocorrer ondas P bloqueadas.

3.2.5.3. Ritmo Juncional

Mencionado no item 3.2.4.3, caracteriza-se pelas ondas P negativas nas derivações DII, DIII e aVF, além do intervalo PR curto. Quando a frequência for inferior a 50 bpm é designado ritmo juncional de escape. Quando a frequência for superior a 50 bpm é chamado de ritmo juncional ativo e, se acima de 100 bpm, é chamado de taquicardia juncional.

3.2.5.4. Batimento de Escape Atrial

Durante uma interrupção temporária do automatismo sinusal normal, é possível observar um batimento “de suplência”, de origem atrial, consequente a esta inibição do nó sinusal. Caracteriza-se por ser um batimento tardio, de origem atrial, portanto com onda P de morfologia diferente da sinusal.

3.2.5.5. Extrassístole Atrial (EA)

Batimento ectópico atrial precoce. Pode reciclar o ciclo PP basal. Usa-se a sigla ESV para extrassístole supraventricular.

3.2.5.6. Extrassístole Atrial Bloqueada ou Não Conduzida

Batimento ectópico de origem atrial que não consegue ser conduzido ao ventrículo, não gerando, portanto, complexo QRS. A não condução pode ser devida à precocidade acentuada da EA, que encontra o sistema de condução intraventricular em período refratário, ou devido a doença do sistema de condução His-Purkinje. Estas EA bigeminadas, não conduzidas, podem gerar bradicardia.

3.2.5.7. Taquicardia Atrial (TA)

Ritmo atrial originado em região diversa do nó sinusal, caracterizado pela presença de onda P distinta da sinusal com frequência atrial superior a 100 bpm. É comum a ocorrência de condução AV variável.

3.2.5.8. Taquicardia Atrial Multifocal (TAMF)

Apresenta as mesmas características do ritmo atrial multifocal, com frequência atrial superior a 100 bpm.

3.2.5.9. Taquicardia por Reentrada Nodal Incomum

O local de origem e o circuito são similares à TRN comum (3.2.4.5), mas o sentido de ativação atrial e ventricular, pelas vias lenta e rápida, é inverso, motivo pelo qual a ativação atrial retrógrada se faz temporalmente mais tarde, com o característico intervalo RP maior que o PR. Desta forma, a TRN incomum não é um diagnóstico diferencial com a TRN comum, nem com a TAV ortodrômica.

3.2.5.10. Taquicardia de Coumel

Taquicardia supraventricular mediada por uma via anômala com condução retrógrada exclusiva e decremental. Caracteriza-se por uma taquicardia com intervalo RP longo e é diagnóstico diferencial com as descritas nos itens 3.2.5.7 e 3.2.5.9.

3.2.6. Pausas

Define-se pausa pela ausência de onda P e complexo QRS em um intervalo superior a 1,5 s e passa a apresentar importância clínica quando maior que 2,0 s. A ocorrência de pausas no traçado pode relacionar-se à presença de parada sinusal, extrassístole atrial não conduzida, bloqueio sinoatrial e bloqueio atrioventricular.

3.2.6.1. Parada Sinusal (PS)

Corresponde a uma pausa na atividade sinusal superior a 1,5 vezes o ciclo PP básico.

3.2.6.2. Disfunção do Nó Sinusal (DNS)

A incapacidade do nódulo sinusal em manter uma frequência cardíaca superior às necessidades fisiológicas para a situação do momento denomina-se disfunção do nó sinusal. Ao ECG, essa anormalidade (ou disfunção) do nó sinusal é entidade que engloba a pausa sinusal, o bloqueio sinoatrial, a bradicardia sinusal, ritmos de substituição, a fibrilação atrial, o flutter atrial, a síndrome bradi-taqui, etc. 21

3.2.7. Classificação de Taquicardias Supraventriculares Baseadas no Intervalo RP

Intervalo RP é uma medida comumente realizada para caracterizar uma taquicardia supraventricular. A mensuração é feita a partir do complexo QRS até a onda P seguinte (RP). A depender da posição desta onda P, podemos ter um RP curto (onda P encontra-se antes da metade de dois QRS) ou um RP longo (onda P encontra-se após a metade de dois QRS). Assim, as taquicardias paroxísticas supraventriculares podem ser divididas em:

  1. Taquicardia com RP’ curto (habitualmente até 120-140ms), como observado na taquicardia por reentrada nodal comum e na taquicardia por reentrada via feixe anômalo;

  2. Taquicardia com RP’ longo, como observado na taquicardia atrial, na taquicardia por reentrada nodal incomum e na taquicardia de Coumel (reentrada por feixe anômalo de condução retrógrada exclusiva e decremental). 22

3.2.8. Arritmias Supraventriculares com Complexo QRS Alargado

3.2.8.1. Aberrância de Condução

Um estímulo supraventricular que encontra dificuldade de propagação regional no sistema de condução, gerando um QRS com morfologia diferente, em comparação ao complexo QRS de base, o qual pode apresentar padrão de bloqueio de ramo, de bloqueio divisional ou associação de ambos.

3.2.8.2. Extrassístole Atrial com Aberrância de Condução

Batimento atrial reconhecido eletrocardiograficamente por apresentar onda P precoce seguida de QRS com morfologia de bloqueio de ramo, bloqueio divisional ou associação de ambos.

3.2.8.3. Taquicardia Supraventricular com Aberrância de Condução

Denominação genérica para as taquicardias supracitadas que se expressem com condução aberrante.

3.2.8.4. Taquicardia por Reentrada Atrioventricular Antidrômica

A taquicardia por reentrada utiliza uma via acessória no sentido anterógrado e o sistema de condução no sentido retrógrado. O QRS é aberrante e caracteriza-se pela presença de pré-excitação ventricular. O diagnóstico diferencial deve ser feito com taquicardia ventricular. A observação da despolarização atrial retrógrada 1:1 é importante para o diagnóstico da via anômala, e a dissociação AV para o de taquicardia ventricular.

4. Condução Atrioventricular

4.1. Definição da Relação Atrioventricular (AV) Normal

O período do início da onda P ao início do QRS determina o intervalo PR, tempo em que ocorre a ativação atrial e o retardo fisiológico na junção atrioventricular (AV) e/ou sistema His-Purkinje, cuja duração é de 120 a 200 ms, considerando FC de até 90 bpm. O intervalo PR varia de acordo com a FC e a idade, existindo quadros de correção.

4.1.1. Atraso da Condução Atrioventricular (AV) 23 - 26

Ao estudarmos os atrasos, é importante lembrar da característica eletrofisiológica normal do nódulo AV, denominada condução decremental. Essa propriedade refere-se à redução da velocidade de condução do estímulo elétrico no nó AV e pode ser estimada por meio do intervalo PR no ECG convencional. Esse intervalo é considerado normal no adulto quando se encontra entre 120 a 200 ms e depende muito da idade e da frequência cardíaca.

Os atrasos da condução atrioventricular (AV) ocorrem quando os impulsos atriais sofrem retardo ou falham em atingir os ventrículos.

Anatomicamente, esses atrasos podem estar localizados no próprio nódulo AV (bloqueio nodal), no tronco His–Purkinje (bloqueio intra-His) ou abaixo dele (bloqueio infra-His). Geralmente os atrasos nodais apresentam-se com complexos QRS estreitos (< 120 ms) e possuem bom prognóstico, e podem ser expressos pelo aumento do intervalo PR. Por outro lado, é comum que os atrasos intra e infra-His cursem com complexos QRS alargados e pior evolução. Não é comum, nesses casos, a presença de intervalo PR normal.

Salientamos que o nó AV sofre importante influência do sistema nervoso autônomo, portanto, nas situações em que haja predominância do tônus parassimpático (durante sono, atletas), pode-se observar bloqueio AV de 1º grau e/ou bloqueio AV de 2º grau tipo I, sem haver lesão do nó AV.

4.1.1.1. Bloqueio AV de Primeiro Grau

Nesta situação, o intervalo PR é superior a 200 ms em adultos, para FC entre 50 a 90 bpm.

4.1.1.2. Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I)

Nesta situação, o alentecimento da condução AV é gradativo (fenômeno de Wenckebach). Tipicamente, existe aumento progressivo do intervalo PR, sendo tais acréscimos gradativamente menores, até que a condução AV fique bloqueada e um batimento sinusal não consiga ser conduzido. Há, portanto, um gradual aumento do intervalo PR com concomitante encurtamento dos intervalos RR até uma onda P ser bloqueada. Pode ocorrer repetição desse ciclo por períodos variáveis, quando é possível notar que o intervalo PR após o batimento bloqueado será o menor dentre todos, e o que o sucede terá o maior incremento percentual em relação aos posteriores. A frequência de bloqueio pode ser variável, por exemplo, 5:4, 4:3, 3:2.

4.1.1.3. Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Mobitz II)

Nesta situação, existe uma interrupção súbita da condução AV. Nota-se condução AV 1:1 com intervalo PR fixo e, repentinamente, uma onda P bloqueada, seguida por nova condução AV 1:1 com PR semelhante aos anteriores. A localização desse bloqueio localiza-se na região intra/infra His-Purkinje.

4.1.1.4. Bloqueio AV 2:1

Caracteriza-se pela alternância de uma onda P conduzida e outra bloqueada de origem sinusal. A maior parte desse bloqueio localiza-se na região intra/infra His-Purkinje. Deve-se excluir o diagnóstico de extrassístoles atriais não conduzidas.

4.1.1.5. Bloqueio AV Avançado ou de Alto Grau

Nesta situação, existe condução AV em menos de 50% dos batimentos sinusais, sendo em proporção 3:1, 4:1 ou maior. Geralmente, a presença de condução AV é notada pelo intervalo PR constante em cada batimento seguido de um QRS. A maior parte desse bloqueio localiza-se na região intra/infra His-Purkinje. Podem acontecer escapes juncionais.

4.1.1.6. Bloqueio AV do Terceiro Grau ou BAV Total (BAVT)

Neste caso, os estímulos de origem sinusal não conseguem chegar aos ventrículos e despolarizá-los, fazendo com que um foco abaixo da região de bloqueio assuma o comando ventricular. Não existe, assim, correlação entre a atividade elétrica atrial e ventricular (dissociação atrioventricular), o que se traduz no ECG por ondas P não relacionadas ao QRS. A frequência do ritmo sinusal é maior que a do ritmo de escape. O bloqueio AV do terceiro grau pode ser intermitente ou permanente. Bloqueios com origem supra-hissiana podem apresentar-se com escapes de morfologia semelhantes ao do ECG basal, enquanto que a origem infra-hissiana evidencia complexos QRS largos como escapes.

4.1.1.7. Bloqueio AV Paroxístico

É a ocorrência, de forma súbita e inesperada, de uma sucessão de ondas P bloqueadas.

4.1.2. Pré-Excitação Ventricular 27 - 30

Em pacientes com pré-excitação, feixes musculares persistem, de permeio ao tecido fibroso, servindo como vias acessórias da condução do estímulo elétrico entre os átrios e os ventrículos. Essas vias extras podem estar em qualquer parte do anel atrioventricular ( Figura 4.1 ). São características do padrão clássico: intervalo PR menor que 120 ms durante o ritmo sinusal em adultos e menor que 90 ms em crianças (variando com a idade e a frequência cardíaca); entalhe da porção inicial do complexo QRS (onda delta), que interrompe a onda P ou surge imediatamente após seu término; duração do QRS maior que 120 ms em adultos e maior que 90 ms em crianças; alterações secundárias de ST e T. Na presença desses achados eletrocardiográficos, a presença de taquicardia paroxística supraventricular sintomática configura a Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). A via acessória pode ser localizada anatomicamente pelo ECG. As vias laterais esquerdas são as mais comuns (50% dos casos), seguidas das posterosseptais (25%), laterais direitas (15%) e anterosseptais (10%). As regiões anteriores do anel atrioventricular são superiores, assim, vias acessórias nessa localização determinam ativação no sentido supero-inferior, com positividade da onda delta nas derivações inferiores. Já a região basal posterior é inferior, dessa maneira vias acessórias aí situadas geram ativação anômala que foge dessa região, com consequente negatividade da onda delta nas derivações inferiores. Mais raramente, deve-se fazer o diagnóstico diferencial com a situação de PR curto sem onda delta, presente na síndrome de Lown-Ganong-Levine, 31 e o PR normal com pré-excitação ventricular, presentes nas vias fascículo ventriculares, como na variante de Mahaim. 32

Figura 4.1. Possíveis localizações das vias anômalas nos anéis tricúspide e mitral.

Figura 4.1

As vias anômalas podem ser categorizadas quando o complexo QRS é predominantemente positivo (R) em V1 e V2, o que indica uma via acessória à esquerda, e quando o QRS é negativo (QS ou rS), a via encontra-se à direita. As vias laterais esquerdas manifestam-se no ECG através de onda delta negativa nas derivações D1 e/ou aVL, positiva nas derivações D2, D3 e aVF, e em V1 e V2. As vias anômalas direitas apresentam onda delta positiva nas derivações D1, D2 e aVL e, geralmente, negativa nas derivações D3 e aVF, assim como em V1. O eixo elétrico do QRS no plano frontal é desviado para a esquerda. Já as vias posterosseptais apresentam ao ECG onda delta negativa em D2, D3 e aVF. A importância do reconhecimento das localizações das vias anterosseptais e mediosseptais está relacionada à sua proximidade ao feixe de His, trazendo maior risco durante a ablação com cateter. Em ambas as localizações, a onda delta é positiva nas derivações D1, D2 e aVL, além de negativa em D3 e aVR e positiva/isoelétrica em aVF, com eixo elétrico do QRS normal. Em 80%, a transição R/S ocorre em V2. 32

A análise dos complexos QRS em V1 e V2 fará a diferenciação se estão à direita ou à esquerda. 33

Existem vários algoritmos para a localização da via acessória, baseados na polaridade do QRS ou da via anômala. 34 - 36

Devemos lembrar que entidades podem simular a presença de pré-excitação (falsos WPW) como a cardiomiopatia hipertrófica e formas familiares de depósito septal de glicogênio (doença de Fabry).

4.1.3. Outros Mecanismos de Alteração da Relação AV Normal

4.1.3.1. Dissociação AV

A dissociação AV tem como causas os seguintes mecanismos: substituição, interferência, bloqueio atrioventricular e dissociação por arritmia. 37 Ocorrem dois ritmos dissociados, sendo um atrial, geralmente sinusal, com PP regular, e outro de origem juncional ou ventricular, também com RR regular. A frequência destes focos pode ser similar (dissociação isorritmica). O ritmo ventricular pode ser hiperautomático.

4.1.3.2. Ativação Atrial Retrógrada

A ativação do átrio origina-se a partir de um estímulo juncional ou ventricular, com condução retrógrada, geralmente pelo nó AV ou por uma via anômala. Observa-se QRS seguido de onda P negativa nas derivações inferiores.

5. Análise da Ativação Ventricular

5.1. Ativação Ventricular Normal

5.1.1. Definição do QRS Normal

O complexo QRS é dito normal quando a duração for inferior a 120 ms em todas as derivações e amplitude entre 5 e 20 mm nas derivações do plano frontal e entre 10 e 30 mm nas derivações precordiais, com orientação normal do eixo elétrico. 38 , 39

5.1.2. Eixo Elétrico Normal no Plano Frontal

Os limites normais do eixo elétrico do QRS no plano frontal situam-se habitualmente entre -30° e +90°.

5.1.3. Ativação Ventricular Normal no Plano Horizontal

Tem como característica a transição da morfologia rS, característica de V1, para o padrão qR típico do V6, onde observa-se um progressivo aumento da amplitude da onda r e, concomitantemente, uma gradual redução da onda de V2 até V6. Os padrões intermediários de RS (zona de transição) habitualmente ocorrem em V3 e V4. 16

5.1.4. Análise das Alterações de Ritmo Ventricular

5.1.4.1. Definição de Arritmia Cardíaca

Arritmia cardíaca pode ser definida como uma alteração da frequência, formação e/ou condução do impulso elétrico através do miocárdio. 17

5.1.4.2. Arritmia Ventricular

Arritmia ventricular é uma arritmia de origem abaixo da bifurcação do feixe de His, habitualmente expressa por QRS alargado.

5.1.4.3. Análise das Arritmias Ventriculares

5.1.4.3.1. Extrassístole Ventricular (EV) 40

Apresenta-se como batimento originado precocemente no ventrículo, geralmente com pausa pós extrassistólica, quando recicla o intervalo RR. Na ausência de pausa, é chamada de extrassístole ventricular interpolada. As EV geralmente apresentam duração do QRS superior a 120ms. Excepcionalmente (EVs com origem no septo ventricular ou próximas do sistema de condução) podem apresentar-se com duração inferior a 120ms. Em relação à forma, podem ser classificadas em monormórficas (quando apresentam a mesma morfologia) ou polimórficas (apresentam mais de uma morfologia) e de acordo com sua inter-relação podem ser denominadas de isoladas, pareadas, em salvas, bigeminadas, trigeminadas, quadrigeminadas ou ocultas.

5.1.4.3.2. Batimento(s) de Escape Ventricular(es)

Batimento(s) de origem ventricular, tardio(s) por ser(em) de suplência. Surge(m) em consequência da inibição temporária de ritmos anatomicamente mais altos.

5.1.4.3.3. Ritmo de Escape Ventricular – Ritmo Idioventricular

Trata-se de ritmo com origem nos ventrículos, com FC inferior a 40 bpm, ocorrendo em substituição a ritmos anatomicamente mais altos que foram inibidos ou bloqueados.

5.1.4.3.4. Ritmo Idioventricular Acelerado (RIVA)

Este ritmo origina-se no ventrículo (QRS alargado), tendo FC superior a 40 bpm (entre 50 e 130 bpm, mais usualmente entre 70 e 85 bpm), em consequência de automatismo aumentado. Não é ritmo de suplência, competindo com o ritmo basal do coração. Costuma ser autolimitado e está relacionado à doença isquêmica miocárdica (reperfusão/isquemia). 41

5.1.4.3.5. Taquicardia Ventricular (TV)

A taquicardia ventricular (TV) é um ritmo ventricular que se apresenta com três ou mais batimentos sucessivos com frequência cardíaca acima de 100 bpm.

5.1.4.3.5.1. Taquicardia Ventricular Monomórfica

Caracteriza-se por uma TV com morfologia uniforme na mesma derivação.

5.1.4.3.5.2. Taquicardia Ventricular Polimórfica (TVP)

Ritmo de origem ventricular, rápido, com QRS de três ou mais morfologias. Apresenta 2 padrões característicos: Torsade des Pointes (TdP) e a chamada taquicardia ventricular polimórfica verdadeira. 42

5.1.4.3.5.3. Taquicardia Ventricular Tipo Torsade des Pointes (TdP)

Trata-se de taquicardia com QRS largo, polimórfica, geralmente autolimitada, com QRS “girando” em torno da linha de base (torção das pontas). Normalmente, é precedida por ciclos longo-curto (extrassístole - batimento sinusal – extrassístole) e observa-se, durante o ritmo sinusal, intervalo QT longo, o qual pode ser congênito ou secundário a fármacos, distúrbios eletrolíticos ou determinadas doenças cardíacas. 43

5.1.4.3.5.4. Taquicardia Ventricular Bidirecional 44

Trata-se de taquicardia de origem ventricular que, ao conduzir-se para o ventrículo, apresenta-se com o ramo direito bloqueado constantemente (raramente BRE) e as divisões anterossuperior e posteroinferior do ramo esquerdo bloqueadas alternadamente, batimento a batimento. No plano frontal do ECG alternam-se um batimento com QRS positivo, seguido de outro com QRS negativo, sucessivamente (gerando o aspecto bidirecional). Esta arritmia está relacionada a quadros de intoxicação digitálica, doença miocárdica grave por cardiomiopatia avançada e casos sem cardiopatia estrutural, como a taquicardia catecolaminérgica familiar, sendo prenúncio de taquicardia ventricular polimórfica nestes indivíduos.

5.1.4.3.5.5. Quanto à Duração

Classificação de acordo com sua duração em segundos: taquicardia sustentada (TVS) ou não sustentada (TVNS), se o período da arritmia for ou não superior a 30 s e/ou sem sintomas de instabilidade hemodinâmica.

5.1.4.3.6. Batimento de Fusão

Corresponde a batimento originado nos ventrículos que se funde com o batimento supraventricular. Ao ECG, apresenta onda P seguida de QRS alargado, que é a soma elétrica do batimento supraventricular com a extrassístole ventricular (morfologia híbrida entre o batimento supraventricular e o de origem ventricular). Os batimentos de fusão são encontrados nas seguintes situações: pré-excitação ventricular, taquicardia ventricular, parassistolia e extrassistolia ventricular.

5.1.4.3.7. Batimento com Captura Supraventricular Durante Ritmo Idioventricular

Trata-se de batimento originado no átrio que consegue ultrapassar o bloqueio de condução (anatômico ou funcional) existente na junção AV e despolarizar o ventrículo totalmente ou parcialmente, gerando no último caso um batimento de fusão.

5.1.4.3.8. Parassístole Ventricular (PV)

Corresponde ao batimento originado no ventrículo em foco que compete com o ritmo sinusal do coração (marca-passo paralelo que apresenta bloqueio de entrada permanente e de saída ocasional), sendo visível eletrocardiograficamente por apresentar frequência própria, batimentos de fusão e períodos inter-ectópicos com um múltiplo comum e períodos de acoplamento variável. 45

5.1.4.3.9. Fibrilação Ventricular (FV)

Caracteriza-se por ondas bizarras, caóticas, de amplitude e frequência variáveis. Clinicamente, corresponde a uma das formas de apresentação da parada cardiorrespiratória. Este ritmo pode ser precedido de taquicardia ventricular ou Torsade des Pointes , que degeneraram em fibrilação ventricular.

5.1.4.4. Critérios de Diferenciação entre as Taquicardias de Complexo QRS Alargado 46-57

A maioria das taquicardias com complexo QRS largo (80%) é de origem ventricular. A presença de cardiopatia estrutural reforça esta possibilidade. Os achados de dissociação AV (frequência ventricular maior que a atrial), a presença de batimentos de fusão e/ou captura ventricular (com QRS diferente) sugerem fortemente o diagnóstico de TV. Existem algoritmos, como os de Brugada e de Vereckei 48 (mais utilizados), que auxiliam essa diferenciação na ausência desses sinais ( Tabela 5.1 ). 49 - 54 ECG’s com os achados dos critérios de Brugada e Steuer, para o diagnóstico de TV, são exemplificados nas Figuras 5.1 e 5.2, respectivamente.

Tabela 5.1. Critérios eletrocardiográficos para diferenciação entre taquicardia supraventricular com aberrância e taquicardia ventricular.
Autor Wellens 49 (1978) Brugada 46 (1991) Steuer 51 (1994) Vereckei 54 (2008) Pava 55 (2010) Jastrzebski 56 ou Escore TV (2016) Santos Neto 57 (2021)
Achados e Etapas da Analise para cada Algoritmo Dissociação AV Ausência RS precordiais Complexos QRS predominantemente negativos de V4 a V6 R inicial aVR Duração 3 50ms início QRS até pico R em DII Onda R dominante em V1 Polaridade predominantemente negativa nas 4 derivações: DI, DII, V1, V6
QRS > 140 ms (BRD) RS 3 100ms Complexo QS em uma ou mais derivações de V2 a V6 r ou q inicial > 40ms   r inicial > 40ms em V1 ou V2 Polaridade predominantemente negativa em 3 das 4 derivações
QRS > 160 ms (BRE) Dissociação AV Dissociação AV Entalhe descendente em QRS predominantemente negativo   Entalhe onda S em V1 Polaridade predominantemente negativa em 2 das 4 derivações
Eixo QRS além de -30 o Critérios morfológicos   Relação Vi/Vt ≤ 1   R inicial aVR  
QRS mono ou bifásico em V1 (BRD)         Duração ≥50ms início QRS até pico R em DII  
QR ou QS em V6 (BRE)         Ausência RS precordiais  
          Dissociação AV  
Figura 5.1. Exemplos dos quatro critérios de Brugada para o diagnóstico de taquicardia ventricular.

Figura 5.1

Figura 5.2. Critérios de Steuer para o diagnóstico de taquicardia ventricular.

Figura 5.2

6. Sobrecargas das Câmaras Cardíacas

6.1. Sobrecargas Atriais

6.1.1. Sobrecarga Atrial Esquerda (SAE)

Aumento da duração da onda P igual ou superior a 120 ms, na derivação D2, com intervalo entre os componentes atriais direito e esquerdo maior ou igual a 40 ms. Onda P com componente negativo aumentado (final lento e profundo) na derivação V1. A área da fase negativa de pelo menos 0,04 mm/s, ou igual ou superior a 1 mm 2 , constitui o Índice de Morris, que apresenta melhor sensibilidade que o critério isolado de duração aumentada.

6.1.2. Sobrecarga Atrial Direita (SAD)

A onda P apresenta-se apiculada com amplitude acima de 0,25 mV ou 2,5 mm. Na derivação V1 apresenta porção inicial positiva > 0,15 mV ou 1,5 mm. São sinais acessórios e indiretos de SAD: Peñaloza-Tranchesi (complexo QRS de baixa voltagem em V1 e que aumenta de amplitude significativamente em V2) e Sodi-Pallares (complexos QR, Qr, qR ou qRS em V1). Raramente isolada, frequentemente é associada à SVD.

6.1.3. Sobrecarga Biatrial (SBA)

Associação dos critérios SAE e SAD.

6.1.4. Sobrecarga Ventricular Esquerda (SVE) 58 - 68

Apesar do ecocardiograma apresentar elevada acurácia na identificação da SVE, o ECG, quando alterado, tem importante significado prognóstico. Dentre os critérios existentes, temos:

6.1.4.1. Critérios de Romhilt-Estes 66

Por este critério existe SVE quando se atinge 5 pontos ou mais no escore que se segue. Dentre as limitações para a utilização deste escore temos a presença de bloqueio de ramo esquerdo e/ou fibrilação atrial, taquicardia atrial, flutter atrial e bloqueio de ramo direito.

  1. Critérios de 3 pontos – aumento de amplitude do QRS (maior ou igual a 20 mm no plano frontal e/ou maior ou igual a 30 mm no plano horizontal); padrão de strain na ausência de ação digitálica; e índice de Morris;

  2. Critério de 2 pontos – desvio do eixo elétrico do QRS além de -30º;

  3. Critérios de 1 ponto – aumento do tempo de ativação ventricular (TAV) ou deflexão intrinsecoide além de 40 ms; aumento da duração do QRS (>90 ms) em V5 e V6; e padrão “ strain” sob ação do digital.

6.1.4.2. Índice de Sokolow Lyon 60

É considerado positivo quando a soma da amplitude da onda S na derivação V1 com a amplitude da onda R da derivação V5/V6 for >35 mm. Nos jovens, este limite pode ser de 40 mm. Não deve ser utilizado em atletas.

6.1.4.3. Índice de Cornell 58

Quando a soma da amplitude da onda R na derivação aVL, com a amplitude da onda S de V3 for >28 mm em homens e 20 mm em mulheres.

6.1.4.4. Peguero-Lo Presti 67 , 68

Este critério é considerado positivo quando a soma da amplitude da maior onda S das 12 derivações com a onda S de V4 é ≥ 28 mm em homens e ≥ 23 mm em mulheres.

6.1.4.5. Alterações de Repolarização Ventricular

Onda T achatada nas derivações esquerdas (D1, aVL, V5 e V6) ou padrão tipo strain (infradesnivelamento do ST ≥ 0,5 mm e onda T negativa e assimétrica).

6.1.5. Sobrecarga Ventricular Direita (SVD) 69 - 72

6.1.5.1. Eixo do QRS

Eixo elétrico de QRS no plano frontal, localizado à direita de +110º no adulto.

6.1.5.2. Onda R Ampla

Presença de onda R de alta voltagem em V1 e V2 e ondas S profundas nas derivações opostas (V5 e V6).

6.1.5.3. Morfologia qR ou qRs

A morfologia qR ou qRs em V1 (ou V1 e V2) é um dos sinais mais específicos de SVD e apontam sobrecarga ventricular direita sistólica com aumento da pressão intraventricular.

6.1.5.4. Morfologia rsR’

Padrão trifásico (rsR’), com onda R‘ proeminente nas precordiais direitas V1 e V2 e sugere sobrecarga ventricular diastólica com aumento do volume da câmara.

6.1.5.5. Repolarização Ventricular

Padrão strain de repolarização nas precordiais direitas (V1, V2 e, às vezes, V3) (infradesnivelamento do segmento ST acompanhado da onda T negativa).

6.1.5.6. Critério de SEATTLE para SVD

Soma de R de V1 + S V5-V6 >10,5 mm (e desvio de eixo à direita >120°).

6.1.6. Sobrecarga Biventricular

  1. Eixo elétrico de QRS no plano frontal desviado para a direita, associado a critérios de voltagem para SVE;

  2. ECG típico de SVD, associado a um ou mais dos seguintes elementos:
    • b.1) Ondas Q profundas em V5 e V6 e nas derivações inferiores;
    • b.2) R de voltagem aumentada em V5 e V6;
    • b.3) S de V1 e V2 + R de V5 e V6 com critério positivo de Sokolow;
    • b.4) Deflexão intrinsecoide em V6 igual ou maior que 40 ms;
  3. Complexos QRS isodifásicos amplos, de tipo R/S > 50 mm, nas precordiais intermediárias de V2 a V4 (fenômeno de Katz-Wachtel).

6.1.7. Diagnóstico Diferencial do Aumento de Amplitude do QRS 73

A sobrecarga ventricular é a situação onde mais comumente ocorre o aumento da amplitude do QRS. No entanto, o QRS pode estar aumentado em indivíduos normais nas seguintes situações:

  1. Crianças, adolescentes e adultos jovens;

  2. Longilíneos;

  3. Atletas;

  4. Mulheres mastectomizadas;

  5. Vagotonia.

7. Análise dos Bloqueios (Retardo, Atraso de Condução) Intraventriculares

7.1. Bloqueios Intraventriculares 74 , 75

Embora a denominação “bloqueio de ramo” esteja bem estabelecida na literatura, o que ocorre são diversos graus de atrasos na propagação intraventricular dos impulsos elétricos, determinando mudanças na forma e na duração do complexo QRS. Essas mudanças na condução intraventricular podem ser fixas ou intermitentes, frequência-dependentes. Os bloqueios podem ser causados por alterações estruturais do sistema de condução His-Purkinje ou do miocárdio ventricular (necrose, fibrose, calcificação, lesões infiltrativas ou pela insuficiência vascular), ou funcionais, devido ao período refratário relativo de parte do sistema de condução gerando a aberrância da condução intraventricular.

7.1.1. Bloqueio do Ramo Esquerdo (BRE) 76 , 77

a) QRS alargados com duração ≥120 ms como condição fundamental (as manifestações clássicas do BRE, contudo, expressam-se em durações iguais ou superiores a 130 ms para mulheres e iguais ou superiores a 140 ms para homens);

  1. Ausência de “q” em D1, aVL, V5 e V6; variantes podem ter onda “q” apenas em aVL;

  2. Ondas R alargadas e com entalhes e/ou empastamentos médio-terminais em D1, aVL, V5 e V6;

  3. Onda “r” com crescimento lento de V1 a V3, podendo ocorrer QS;

  4. Deflexão intrinsecoide em V5 e V6 ≥50 ms;

  5. Eixo elétrico de QRS entre -30° e +60°;

  6. Depressão de ST e T assimétrica em oposição ao retardo médio-terminal.

7.1.1.1. Bloqueio de Ramo Esquerdo em Associação com Sobrecarga Ventricular Esquerda 78 - 79

O diagnóstico eletrocardiográfico de sobrecarga ventricular esquerda, em associação ao bloqueio de ramo esquerdo, não é simples devido às modificações do complexo QRS inerentes ao BRE. Os estudos mostram resultados variáveis sobre a acurácia dos critérios eletrocardiográficos para SVE.

  1. Sobrecarga atrial esquerda;

  2. Duração do QRS >150 ms;

  3. Onda R em aVL >11 mm;

  4. Ondas S em V2 >30 mm e em V3 >25 mm;

  5. SÂQRS além de -40° graus;

  6. Presença de Índice de Sokolow-Lyon ≥35 mm.

7.1.1.2. Bloqueio de Ramo Esquerdo em Associação com Sobrecarga Ventricular Direita 80 (ao Menos 2 dos 3 Critérios)
  1. Baixa voltagem nas derivações precordiais;

  2. Onda R proeminente terminal em aVR;

  3. Relação R/S em V5 menor que 1.

7.1.2. Bloqueio do Ramo Direito (BRD) 81 , 82

  1. QRS alargados com duração ≥120 ms como condição fundamental;

  2. Ondas S empastadas em D1, aVL, V5 e V6;

  3. Ondas qR em aVR com R empastada;

  4. rSR’ ou rsR’ em V1 com R’ espessado;

  5. Eixo elétrico de QRS variável, tendendo para a direita no plano frontal;

  6. Onda T assimétrica em oposição ao retardo final de QRS.

7.1.2.1. Atraso Final de Condução

A expressão atraso final de condução poderá ser usada quando o distúrbio de condução no ramo direito for muito discreto. Pode ser uma variante dos padrões de normalidade.

7.1.3. Bloqueios Divisionais do Ramo Esquerdo 83 - 92

A presença de atraso que acomete, além do ramo esquerdo (tronco), as divisões deste, podem gerar desvios do SÂQRS para cima/esquerda (BDAS) ou para a baixo/direita (BDPI).

7.1.3.1 Bloqueio Divisional Anterossuperior Esquerdo (BDAS) 83 - 87

  1. Eixo elétrico de QRS ≥ -45°;

  2. rS em D2, D3 e aVF com S3 maior que S2; QRS com duração <120 ms;

  3. Onda S de D3 com amplitude maior ou igual a 15 mm;

  4. qR em D1 e aVL com tempo da deflexão intrinsecoide ≥ 50 ms ou qRs com “s” mínima em D1;

  5. qR em aVL com R empastado;

  6. Progressão lenta da onda r de V1 até V3;

  7. Presença de S de V4 a V6.

7.1.3.2. Bloqueio Divisional Anteromedial Esquerdo (BDAM) 88 - 90

  1. Morfologia qR em V1 a V4;

  2. Onda R ≥15 mm em V2 e V3 ou desde V1, crescendo para as derivações precordiais intermediárias e diminuindo de V5 para V6;

  3. Salto de crescimento súbito da onda “r” de V1 para V2 (“rS” em V1 para R em V2);

  4. Duração do QRS <120 ms;

  5. Ausência de desvio do eixo elétrico de QRS no plano frontal;

  6. Ondas T, em geral negativas nas derivações precordiais direitas.

Todos esses critérios são válidos na ausência de SVD, hipertrofia septal ou infarto lateral.

7.1.3.3. Bloqueio Divisional Posteroinferior Esquerdo (BDPI) 83 - 85 , 91 , 92

  1. Eixo elétrico de QRS no plano frontal orientado para a direita >+90°;

  2. qR em D2, D3 e aVF com R3>R2 e deflexão intrinsecoide >50 ms;

  3. Onda R em D3 >15 mm (ou área equivalente);

  4. Tempo de deflexão intrinsecoide aumentado em aVF, V5-V6 maior ou igual a 50 ms;

  5. rS em D1 com duração <120 ms; podendo ocorrer progressão mais lenta de “r” de V1 – V3;

  6. Onda S de V2 a V6.

Todos esses critérios são validos na ausência de tipo constitucional longilíneo, SVD e área eletricamente inativa lateral. 80 , 91

7.1.4. Bloqueios Divisionais do Ramo Direito 82

7.1.4.1. Bloqueio Divisional Superior Direito (BDSRD)

  1. rS em D2, D3 e aVF com S2>S3 (o que diferencia do BDAS do ramo esquerdo);

  2. Rs em D1 com onda s>2mm, rS em D1 ou D1, D2 e D3 (S1,S2,S3) com duração <120 ms;

  3. S empastado em V1- V2 / V5 – V6 ou, eventualmente, rSr’ em V1 e V2;

  4. qR em avR com R empastado.

7.1.4.2. Bloqueio Divisional Inferior Direito (BDIRD)

  1. Onda R em D2 > onda R de D3;

  2. rS em D1 com duração <120 ms;

  3. Eixo elétrico de QRS no plano frontal orientado para a direita >+90°;

  4. S empastado em V1 - V2 / V5 - V6 ou, eventualmente, rSr’ em V1 e V2;

  5. qR em aVR com R empastado.

Na dificuldade de reconhecimentos dos bloqueios divisionais direitos, pode ser utilizado o termo “atraso final da condução intraventricular”.

7.1.5. Associação de Bloqueios 93

7.1.5.1. BRE Associado ao BDAS

Bloqueio do ramo esquerdo com eixo elétrico de QRS no plano frontal orientado para esquerda, além de -30°, sugere a presença de BDAS.

7.1.5.2. BRE Associado ao BDPI

Bloqueio do ramo esquerdo com eixo elétrico de QRS desviado para a direita e para baixo, além de + 60°, sugere associação com BDPI, ou SVD, ou cardiopatia congênita.

7.1.5.3. BRD Associado ao BDAS

Bloqueio do ramo direito associado ao bloqueio divisional anterossuperior do ramo esquerdo - padrões comuns aos bloqueios descritos individualmente. 94 , 95

7.1.5.4. BRD Associado ao BDPI

Bloqueio do ramo direito associado ao bloqueio divisional posteroinferior do ramo esquerdo – padrões comuns aos bloqueios descritos individualmente; suspeita-se desta associação quando o SÂQRS encontra-se a + 120° ou mais para a direita.

7.1.5.5. BRD Associado ao BDAS e BDAM

Bloqueio de ramo direito associado ao bloqueio divisional anteromedial e anterossuperior – os padrões para estas associações seguem os mesmos critérios para os bloqueios individualmente.

7.1.5.6. BDAS Associado ao BDAM

Esta associação segue os mesmos critérios para os bloqueios individualmente.

7.1.5.7. Bloqueio de Ramo Mascarado 96 , 97

Bloqueio de ramo direito mais comumente com morfologia de R ou rR´ em V1 associado à morfologia de bloqueio de ramo esquerdo com BDAS esquerdo nas derivações do plano frontal. A onda s de D1 habitualmente está ausente ou não é maior que 1 mm.

Na presença das associações acima descritas, observa-se habitualmente acentuação nos desvios dos eixos.

7.1.6. Situações Especiais Envolvendo a Condução Intraventricular

7.1.6.1. Bloqueio Peri-infarto 98

Aumento da duração do complexo QRS na presença de uma onda Q anormal devido ao infarto do miocárdio nas derivações inferiores ou laterais, com aumento da porção final do complexo QRS e de oposição à onda Q (isto é, complexo QR).

7.1.6.2. Bloqueio Peri-isquemia 98 , 99

Quando há um aumento transitório na duração do complexo QRS acompanhado do desvio do segmento ST visto na fase aguda.

7.1.6.3. Fragmentação do QRS (fQRS) 99 , 100

Presença de entalhes na onda R ou S em 2 derivações contíguas na ausência de bloqueio de ramo, ou quando na presença deste, o encontro de mais de 2 entalhes. Na presença de QRS estreito é melhor visualizada nas derivações inferiores principalmente D3 e aVF. Este diagnóstico deve ser muito bem avaliado quando aparece na onda S em V1 e V2 (deve ser diferenciado dos atrasos finais de condução). Quanto maior o número de derivações com fragmentação, pior o prognóstico.

7.1.6.4. Bloqueio de Ramo Esquerdo Atípico 101

Quando da ocorrência de infarto em paciente com bloqueio de ramo esquerdo prévio, temos a presença de ondas Q profundas e largas, padrão QS em V1-V4 e QR em V5-V6, com fragmentação do QRS.

7.1.6.5. Bloqueio Intraventricular Parietal ou Purkinje/Músculo ou Focal 102

Quando o distúrbio dromotrópico localiza-se entre as fibras de Purkinje e músculo, observado em grandes hipertrofias e cardiomiopatias. Pode associar-se ao BDAS esquerdo ou SVE e a duração do QRS ≥120 ms sem apresentar morfologia de BRE ou BRE com BDAS esquerdo.

8. Análise do ECG nas Coronariopatias

Importante salientar que o ECG normal não exclui a presença de evento coronário, devendo-se seguir a orientação clínica específica para síndromes coronarianas agudas. 103 , 104

8.1. Critérios Diagnósticos da Presença de Isquemia Miocárdica 105

8.1.1. Presença de Isquemia

  1. Fase hiperaguda – onda T apiculada e simétrica como apresentação inicial;

  2. Isquemia subendocárdica – Presença de onda T positiva, simétrica e pontiaguda;

  3. Isquemia subepicárdica – Presença de onda T negativa, simétrica e pontiaguda; atualmente atribui-se a esta alteração um padrão de reperfusão ou edema e não mais correspondendo a uma isquemia real da região subepicárdica. 106

8.1.2. Isquemia Circunferencial ou Global 107 , 108

Situação peculiar durante episódio de angina com infradesnível do segmento ST em seis ou mais derivações, com maior intensidade em V4 a V6 acompanhado de ondas T negativas, em associação a supradesnivelamento ST > 0,5mm em aVR.

8.1.3. Alterações Secundárias

São chamadas de alterações secundárias da onda T aquelas que não se enquadram na definição de ondas isquêmicas em especial pela assimetria e pela presença de outras características diagnósticas como as das sobrecargas cavitárias ou bloqueios intraventriculares.

8.2. Critérios Diagnósticos da Presença de Lesão

  1. lesão subepicárdica – elevação do ponto J e do segmento ST, com concavidade ou convexidade (mais específica) superior deste segmento em 2 derivações contíguas que exploram a região envolvida, de pelo menos 1 mm no plano frontal e precordiais esquerdas. Para as derivações precordias V1 a V3, considerar em mulheres ≥1,5 mm, em homens acima de 40 anos ≥2,0 mm e abaixo de 40 anos ≥2,5 mm de supradesnivelamento ST; 109

  2. lesão subendocárdica 109 – depressão do ponto J e do segmento ST, horizontal ou descendente ≥0,5 mm em 2 derivações contíguas que exploram as regiões envolvidas, aferido 60 ms após o ponto J.

Observação: o diagnóstico da corrente de lesão leva em consideração a presença concomitante de alterações da onda T e do segmento ST reconhecidas em pelo menos duas derivações concordantes.

8.3. Definição das Áreas Eletricamente Inativas (AEI)

Considera-se área eletricamente inativa aquela onde não existe ativação ventricular da forma esperada, sem configurar distúrbio de condução intraventricular. É caracterizada pela presença de ondas Q patológicas em duas derivações contíguas, com duração igual ou superior a 40 ms, associadas ou não à amplitude > 25% de todo QRS ou redução da onda R em área onde a mesma é esperada e deveria estar presente.

8.4. Análise Topográfica da Isquemia, Lesão e Necrose

8.4.1. Análise Topográfica das Manifestações Isquêmicas ao ECG (Meyers)

  1. Parede anterosseptal – Derivações V1, V2, V3;

  2. Parede anterior – Derivações V1, V2, V3 e V4;

  3. Parede anterior localizada – Derivações V3, V4 ou V3-V5;

  4. Parede anterolateral – Derivações V4 a V5, V6, D1 e aVL;

  5. Parede anterior extensa – V1 a V6 , D1 e aVL;

  6. Parede lateral – Derivações V5 e V6.

  7. Parede lateral alta – D1 e aVL;

  8. Parede inferior – D2, D3 e aVF.

Obs.: Os termos “parede posterior” e “dorsal” não deverão mais ser utilizados, em vista das evidências atuais de que o registro obtido por V7 a V9 refere-se à parede lateral. 110

8.4.2. Análise topográfica das manifestações isquêmicas pelo ECG em associação à ressonância magnética 111

  1. Parede septal – Q em V1 e V2;

  2. Parede anteroapical – Q em V1, V2 até V3-V6;

  3. Parede anterior média (anteromedial) – Q (qs ou r) em D1, aVL e, às vezes, V2 e V3;

  4. Parede lateral – Q (qr ou r) em D1, aVL, V5-V6 e/ou RS em V1;

  5. Parede inferior – Q em D2, D3 e aVF.

Essas localizações apresentam melhor correlação anatômica nas síndromes coronárias agudas com supradesnivelamento do segmento ST e na necrose, quando presente. As localizações topográficas, descritas acima, podem apresentar variações em virtude de cardiomegalia ou alterações estruturais importantes.

8.4.3. Correlação Eletrocardiográfica com a Artéria Envolvida ( Tabela 8.1 ) 112

Tabela 8.1. – Correlação entre derivações eletrocardiográficas e artéria culpada.

Supra ST Infra ST
Tronco coronária esquerda aVR V2-V6; I,L
Descendente anterior antes da 1 a septal V1 - V4 I, L II, III, F
Descendente anterior entre septal e diagonal V1 - V6 I, L
Descendente anterior longa (após crux cordis) após septal e diagonal V2 - V6 I, L V2-V6; I,L
Coronária direita proximal V4 - V6 II < III, F I, L, V1 - V3
Coronária direita médio/distal II < III, F I, L I, L, V1 - V3
Coronária direita distal II < III, F I, L
Coronária direita (ventrículo direito) V1, V3R, V4R II < III, F
Circunflexa V4 - V6 II > III, F I, L V1 - V3
Circunflexa (ventrículo direito) V1, V3R, V4R; V4 - V6 II > III, F I, L

Na Figura 8.1 , encontramos a correlação entre a artéria culpada e o segmento/parede ventricular envolvido.

Figura 8.1. Correlação entre artéria envolvida e parede/segmento ventricular (modificado de Selvester RH et al.) 112 .

Figura 8.1

8.5. Infartos de Localização Especial

8.5.1. Infarto do Miocárdio de Ventrículo Direito

Elevação do segmento ST em derivações precordiais direitas (V1, V3R, V4R, V5R e V6R), particularmente com elevação do segmento ST superior a >1 mm em V4R. A elevação do segmento ST nos infartos do VD aparece por um curto espaço de tempo devido ao baixo consumo de oxigênio da musculatura do VD. Geralmente, este infarto associa-se ao infarto da parede inferior e/ou lateral do ventrículo esquerdo. 113

8.5.2. Infarto Atrial

Visível pela presença de desnivelamentos do segmento PR maiores que 0,5 mm. Pode associar-se a arritmias atriais. 114

8.6. Diagnósticos Diferenciais 115

8.6.1. Isquemia Subepicárdica

Isquemia subepicárdica deve ser diferenciada das alterações secundárias da repolarização ventricular em SVE ou bloqueios de ramos (aspecto assimétrico da onda T).

8.6.2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com Supra de ST

O infarto agudo do miocárdio (IAM) com supra de ST deve ser diferenciado das seguintes situações:

  1.  repolarização precoce;

  2. pericardite e miocardite;

  3. IAM antigo com área discinética e supradesnível persistente (aneurisma do ventrículo esquerdo);

  4. alguns quadros abdominais agudos como pancreatite;

  5. hiperpotassemia;

  6. síndromes catecolaminérgicas;

  7. síndrome de Brugada.

8.7. Associação de Infarto com Bloqueios de Ramo

8.7.1. Infarto de Miocárdio na Presença de Bloqueio de Ramo Direito (BRD )

O reconhecimento eletrocardiográfico de infarto do miocárdio não é dificultado na presença de BRD.

8.7.2. Infarto do Miocárdio na Presença de Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE)

A presença de BRE dificulta o reconhecimento de infarto do miocárdio associado. No BRE o atraso da condução inicia com o desaparecimento do primeiro vetor e é médio final. No infarto septal vamos observar onda R mais ampla e duradoura que a habitual (pequena ou ausente) do BRE em V1 e/ou V2, associada à onda q de V5 e V6. Nos infartos laterais teremos ondas S empastadas ou com degrau na sua fase ascendente. Nos infartos inferiores também surgirão ondas S empastadas ou entalhadas em D2, D3 e aVF. 116

Os desnivelamentos do segmento ST podem permitir a identificação de infarto do miocárdio recente, de acordo com os critérios definidos por Sgarbossa e cols. A partir de 5 pontos observa-se elevada acurácia no reconhecimento do infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. 117

  1. 5 pontos: elevação do segmento ST ≥1,0 mm em concordância com o QRS/T;

  2. 3 pontos: depressão do segmento ST ≥1,0 mm em V1, V2 e V3;

  3. 2 pontos: elevação do segmento ST ≥5,0 mm em discordância com o QRS/T.

9. Análise da Repolarização Ventricular

9.1. Repolarização Ventricular

A análise da repolarização ventricular através do ECG é extremamente complexa, pois esta representa a interação de vários sistemas capazes de se expressarem nos segmentos e ondas elétricas. O fenômeno da repolarização ganhou maior notoriedade ao trazer contribuições para a estratificação de risco de eventos arrítmicos graves e morte súbita.

9.1.1. Repolarização Ventricular Normal

Período entre o final do QRS e o final da onda T ou da onda U, quando presente. Dentro deste período, os seguintes elementos devem ser analisados:

9.1.1.1. Ponto J

É o ponto final da inscrição do QRS em sua interseção com o segmento ST. É útil para o diagnóstico dos desníveis do segmento ST.

9.1.1.2. Segmento ST

Porção do ECG que está entre o complexo QRS e a onda T, nivelado em relação à linha de base, determinada pelo segmento PR. Geralmente, nos indivíduos normais, o ST é ligeiramente ascendente em direção à onda T (quando esta é positiva) e, ligeiramente descendente, quando a T é negativa.

9.1.1.3. Onda T

A Onda T normal é assimétrica de início mais lento e final mais rápido, positiva em quase todas as derivações, habitualmente com polaridade semelhante à do QRS e de amplitude equivalente a cerca de 10% a 30% do QRS. Sempre negativa em aVR. Pode apresentar-se isoladamente negativa em V1 e/ou DIII.

9.1.1.4. Onda U

Última e menor deflexão do ECG que, quando presente, inscreve-se logo após a onda T e antes da P do ciclo seguinte, de igual polaridade à T precedente e de amplitude entre 5% e 25% da mesma, na maioria das vezes. Geralmente visível apenas em frequências cardíacas baixas, tem sua gênese atribuída a:

  1. repolarização tardia das fibras de Purkinje;

  2. repolarização demorada dos músculos papilares;

  3. Potenciais residuais tardios do septo;

  4. acoplamento eletromecânico;

  5. atividade das células M;

  6. pós-potenciais de atividade gatilho (“triggered activity”).

9.1.1.5. Intervalo QT (QT) e Intervalo QT Corrigido (QTc)
  1. QT – É a medida do início do QRS ao término da onda T, portanto representa a duração total da atividade elétrica ventricular;

  2. QTc – Como o QT é variável de acordo com a frequência cardíaca, habitualmente é corrigido (QTc) pela fórmula de Bazzet, onde:

QTc=QTRR

* QT medido em milissegundos e distância RR em segundos.

A fórmula de Bazzet, 118 amplamente utilizada para o cálculo do QTc, apresenta, no entanto, limitações para frequências cardíacas menores que 60 bpm ou superiores a 90 bpm, devendo-se nesses casos utilizar fórmulas lineares como as de Framingham 119 e Hodges. 120

Os valores do QT e QTc não precisam ser registrados no laudo, mas sempre devem ter sua normalidade verificada. Os valores para o QTc variam com o sexo e são aceitos como normais até o máximo de 450 ms para homens e 470 ms para mulheres. Para crianças, o limite superior do normal é de 460 ms, 121 sendo em contrapartida considerado como QT curto os valores menores que 340 ms. 122

A medida do intervalo QT nos bloqueios de ramo é controversa, destacando-se recentemente a correção simplificada proposta por Bogossian: QTmBR = QTm - 0,5QRS. 123

9.1.2. Variantes da Repolarização Ventricular Normal

9.1.2.1. Padrão de Repolarização Precoce (RP)

Historicamente, o achado eletrocardiográfico repolarização precoce sempre foi considerado normal. Algumas publicações correlacionando a presença de um espessamento ou entalhe da porção final do QRS (também denominado de repolarização precoce) com maior mortalidade causaram um alvoroço científico sobre a benignidade desta condição. A RP caracteriza-se pela presença obrigatória de um entalhe ou espessamento no final do complexo QRS, podendo ou não haver elevação do ponto J. 124

A presença de onda J (espessamento ou entalhe da porção final do QRS) com aspecto retificado do ST em derivações inferiores (isoladamente ou em associação às derivações laterais) pode ser marcador de risco elétrico para o desenvolvimento de taquiarritmias ventriculares. 125 - 129

Nas últimas décadas, grandes avanços ocorreram relacionados à repolarização ventricular. Dentre eles temos a dispersão da repolarização ventricular como marcador da recuperação não uniforme da excitabilidade miocárdica e o reconhecimento da macro ou da microalternância cíclica da onda T. Deve-se considerar como alterações da repolarização ventricular as modificações significativas na polaridade, na duração, na morfologia dos fenômenos elétricos acima descritos.

10. O ECG nas Canalopatias e Demais Alterações Genéticas

10.1. A Genética e o ECG

O aprimoramento das técnicas de mapeamento genético possibilitou, nos últimos anos, um melhor entendimento e diferenciação de algumas entidades clínicas, potencialmente fatais, que apresentam padrão eletrocardiográfico característico. Dentro deste grupo de doenças destacam-se aquelas com coração estruturalmente normal como as canalopatias e outras afecções que cursam com acometimento miocárdico, como a cardiomiopatia hipertrófica e a displasia arritmogênica do ventrículo direito.

10.1.1. Canalopatias

As canalopatias cardíacas são decorrentes de mutações genéticas ou de um mau funcionamento dos canais iônicos que culminam com alterações das fases do potencial de ação celular. Achados eletrocardiográficos específicos, com associação de síncope (em repouso ou desencadeada pelo exercício) e presença de arritmias ventriculares em coração estruturalmente normal, devem levantar a hipótese de canalopatias.

10.1.1.1. Síndrome do QT Longo Congênito 129 , 130

A síndrome do QT longo congênito foi a primeira canalopatia a ser descrita e, portanto, com maior número de estudos. Esses estudos permitiram o entendimento da relação entre biologia molecular e genética e a associação com as manifestações clínicas, estratificação de risco e tratamento. Representa a principal causa de autópsia negativa em casos de morte súbita em jovens.

Sua principal característica é o prolongamento do intervalo QT corrigido ao ECG, com valores acima de 460 ms. Clinicamente, a presença de síncope ou parada cardiorrespiratória desencadeada por estresse emocional e físico deve aventar a hipótese da síndrome do QT longo. Os portadores desta síndrome apresentam risco elevado de apresentar uma taquicardia ventricular polimórfica (TVP), síncope e morte súbita (quando há degeneração desta TVP para uma fibrilação ventricular). A TVP que acontece nos indivíduas com QT longo recebe o nome de Torsades des Pointes. Apesar de 16 genes terem sido identificados como responsáveis pelas mutações associadas à Síndrome do QT longo (LQT), são três que respondem por 75% dos diagnósticos: KCNQ1 (LQT1), KCNH2 (LQT2) e SCN5A (LQT3). Os gatilhos para o desencadeamento das arritmias são gene-específicos, sendo o exercício mais relacionado à LQT1, emoção à LQT2 e a bradicardia à LQT3. São características ao ECG:

  1. LQT1: Onda T de base larga e início tardio;

  2. LQT2: Onda T de baixa amplitude, geralmente com entalhe;

  3. LQT3: Onda T tardia, após longo e retificado ST.

10.1.1.2. Síndrome do QT Curto 131 - 133

Entidade descrita em 2000, caracteriza-se pelo achado de intervalo QT curto associado à fibrilação atrial e morte súbita cardíaca. O defeito genético desta condição é o aumento da função dos canais de potássio que atuam na fase 3 do potencial de ação, levando ao encurtamento do intervalo QT. Os genes relacionados a essa síndrome são o KCNH2, KCNQ1 e KCNJ2. Quando o ECG evidencia intervalos QT corrigidos curtos, com valores abaixo de 370 ms e a distância entre ponto J e o pico da onda T inferior a 120 ms, suspeita-se do diagnóstico de QT curto. A probabilidade diagnóstica aumenta com intervalos QTc menores que 340 ms.

10.1.1.3. Síndrome de Brugada 134 - 137

Canalopatia causada por um defeito dos canais de sódio no epicárdio do VD, acometendo predominantemente o sexo masculino. Alguns indivíduos referem história de morte súbita familiar. Uma das características da síndrome de Brugada é a tendência a desenvolver síncopes e/ou parada cardíaca decorrente de fibrilação ventricular. Frequentemente, esses eventos ocorrem durante o repouso e sono, podendo também ser desencadeados por hipertermia e determinadas medicações, culminando com morte súbita.

Sua transmissão é autossômica dominante e é responsável por 20% das mortes súbitas com coração normal à autópsia. É geneticamente heterogênea, com envolvimento em pelo menos 13 genes. Apesar de mais de 200 mutações já terem sido descritas, a maior parte delas ocorre em genes com impacto na função dos canais de Na+ (SCN5A), responsável pelos indivíduos afetados em 20% a 25% dos casos.

A elevação de 2 mm ou mais do ponto J nas derivações V1 e V2, seguido de um descenso lento do segmento ST com convexidade superior e terminando com a inversão da onda T, caracteriza o padrão Tipo 1. O diagnóstico da síndrome de Brugada é feito pelo achado eletrocardiográfico Tipo 1 associado a sintomas.

O Tipo 2 caracteriza-se pela elevação do ponto J em V1 e V2 com menos de 2 mm, com morfologia em sela do segmento ST. Este padrão é altamente suspeito, mas; não fecha o diagnóstico. Seu caráter transitório dificulta o diagnóstico e, nos casos de dúvida, deve-se fazer o registro com os eletrodos de V1 e V2 nas derivações precordiais superiores. Os eletrodos são posicionados no 3º e 2º espaços intercostais direito e esquerdo. Este posicionamento permite melhor avaliação da via de saída do VD e aumenta a sensibilidade do ECG para o diagnóstico do padrão Tipo 1. 138

O achado eletrocardiográfico é denominado de fenótipo de Brugada quando não se sabe ou não há história prévia de morte súbita abortada, episódios sincopais e/ou familiares de primeiro grau com morte súbita.

Fenocópia de Brugada é uma entidade caracterizada pelo padrão eletrocardiográfico presumidamente idêntico ao da síndrome, entretanto, provocado por várias outras condições. Na fenocópia há um gradiente transmural decorrente de um acentuado entalhe no potencial de ação no epicárdio, mediado pelos canais I to e perda do domo do potencial de ação,mas; não no endocárdio. Dentre as situações descritas temos: alterações metabólicas, compressão mecânica extra cardíaca, isquemia, doença miocárdica/pericárdica e determinadas medicações. 139

10.1.1.4. Taquicardia Catecolaminérgica 140 , 141

A taquicardia catecolaminérgica acomete indivíduos durante a infância e adolescência que relatam quadros sincopais, além de história de morte súbita na família. As mutações hereditárias ou esporádicas nos canais de rianodina, responsáveis por regular o cálcio intracelular, são responsáveis por 50% a 60% dos casos de taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica. O ECG de repouso pode apresentar-se dentro dos limites normais, podendo apresentar bradicardia sinusal e ondas U, sendo característica a indução de arritmia ventricular bidirecional desencadeada pelo teste ergométrico ou infusão de isoproterenol.

Achado frequente são extrassístoles ventriculares, geralmente isoladas, intermitentes, bigeminadas e pareadas que aumentam sua densidade ao exercício.

10.1.2. Doenças Genéticas com Acometimento Primário Cardíaco

10.1.2.1. Cardiomiopatia (Displasia) Arritmogênica de Ventrículo Direito 142 - 144

Doença genética que leva ao acometimento primário do VD, com substituição dos miócitos por tecido fibrogorduroso, associada a arritmias, insuficiência cardíaca e morte súbita. Ao ECG, caracteriza-se pela presença de atraso final da condução do QRS (duração >110 ms) com baixa voltagem e maior duração em V1/V2 (onda épsilon, presente em 30% dos casos), associado a ondas T negativas de V1 a V4, arredondadas e assimétricas. Associação com extrassístoles de origem no VD (que se apresentam com morfologia de BRE), podendo ter orientação superior ou inferior. O achado de ondas T negativas até V6 sugere o comprometimento do ventrículo esquerdo.

10.1.2.2. Cardiomiopatia Hipertrófica 145 , 146

Doença primária do coração, de base genética com herança autossômica dominante (doença genética cardíaca mais comum: 1:500 nascidos vivos), com várias mutações genéticas descritas. Ocorre hipertrofia ventricular acentuada, segmentar ou difusa. O ECG é alterado em pelo menos 75% dos pacientes, com boa sensibilidade para a faixa pediátrica. 147 Caracteriza-se pelo encontro de ondas Q rápidas e profundas em derivações inferiores e/ou precordiais, em geral associadas a sinais clássicos de sobrecarga ventricular esquerda e acompanhadas de alterações de ST-T características (importante infradesnivelamento do segmento ST com profundas ondas T negativas).

10.1.3. Doenças Genéticas com Acometimento Secundário Cardíaco

10.1.3.1. Distrofia Muscular 148

Conjunto de doenças que acometem os músculos voluntários prioritariamente e em algumas delas, ocorre acometimento dos músculos respiratórios e do coração. No ECG, os achados mais comuns são a presença de onda R ampla (relação R/S >1) em V1 e V2, onda Q profunda em V6, DI e aVL, atraso de condução pelo ramo direito, complexos QS em I, aVL, D1, D2 e D3 e alterações da repolarização ventricular.

11. Caracterização das Alterações Eletrocardiográficas em Situações Clínicas Específicas

11.1. Condições Clínicas que Alteram o ECG

Há uma miscelânea de condições em que o ECG apresenta alterações peculiares, não só nas cardiopatias como também em doenças sistêmicas, em distúrbios metabólicos e na ação de medicamentos. Em algumas delas, como nas síndromes do QT longo, de Wolff-Parkinson-White e de Brugada, o ECG é o exame mais sensível e específico para o diagnóstico. 149 Em outras, como no infarto do miocárdio, na pericardite e na intoxicação digitálica, o ECG é um pouco menos sensível, mas continua sendo um dos principais métodos diagnósticos. O infarto do miocárdio e a síndrome de Wolff-Parkinson-White, em razão da prevalência e da importância, são analisados em capítulos separados desta diretriz. As demais situações foram agrupadas nesta seção.

Nas condições abaixo relacionadas em ordem alfabética, analisaremos os parâmetros altamente específicos para o diagnóstico. Recomendamos, entretanto, que na conclusão dos relatórios sejam mencionadas as frases “ECG sugestivo de”, ou “ECG compatível com”.

11.1.1. Ação Digitálica

Depressão de ST-T de concavidade superior (onda T “em colher”); diminuição do intervalo QTc. Na intoxicação digitálica podem ocorrer várias arritmias, predominando a extrassistolia ventricular. A presença das arritmias taquicardia bidirecional e taquicardia atrial com condução AV variável é altamente sugestiva da presença de intoxicação digitálica, bem como as bradiarritmias (bloqueios atrioventriculares de 1º grau e 2º grau tipo 1).

11.1.2. Alterações de ST-T por Fármacos

Aumento do intervalo QTc. As drogas que interferem podem ser encontradas no seguinte endereço eletrônico: http://www.azcert.org/medical-pros/drug-lists/drug-lists.cfm 150

11.1.3. Alternância Elétrica

Presença de QRS com amplitudes alternadamente maiores e menores, cíclicas e não relacionadas à respiração, em QRS sucessivos.

11.1.4. Alternância da Onda T

Sua aplicabilidade clínica tem sido cada vez mais investigada. Caracteriza-se pela variação da amplitude, do formato e orientação da onda T, batimento a batimento, podendo essas variações ser episódicas ou permanentes. Ao ECG convencional, as variações podem ser macroscópicas (macroalternância) ou tão pequenas que há necessidade do auxílio de algoritmos computadorizados para sua análise (microalternância).

11.1.5. Comprometimento Agudo do Sistema Nervoso Central

Ondas T negativas gigantes (mais raramente positivas), simulando isquemia subepicárdica (onda T cerebral); aumento do intervalo QTc; quando tratado, apresenta reversibilidade das alterações.

11.1.6. Comunicação Interatrial (CIA)

Atraso final de condução pelo ramo direito e possível associação com sobrecarga do ventrículo direito. A associação com o desvio do eixo do QRS para cima e para a esquerda está relacionada com a CIA ostium primum . Não é infrequente o aparecimento de arritmias supraventriculares como fibrilação/flutter atrial.

11.1.7. COVID-19

O comprometimento cardíaco decorrente da COVID-19 pode chegar a 44% dos casos graves, sendo que alterações eletrocardiográficas foram encontradas em até 93% dos hospitalizados em estado crítico. Dentre as explicações para as alterações miocárdicas com modificações do ECG temos: tempestade das citocinas, lesão pela hipóxia, alterações eletrolíticas, ruptura de placa, espasmo coronariano, microtrombo e lesão direta endotelial ou miocárdica. O ECG pode apresentar: taquicardias supraventriculares (taquicardia sinusal, fibrilação atrial, flutter atrial, taquicardia por reentrada nodal), arritmia ventricular maligna (taquicardia ventricular monomórfica e polimórfica / fibrilação ventricular), bradicardia e bloqueios AV (segundo e terceiro graus), aumento do intervalo QT, bloqueio de ramos direito e esquerdo, desvio do eixo do QRS para a direita, elevação ou depressão do segmento ST, inversão da onda T, ondas Q patológicas e sinais de tromboembolismo pulmonar (taquicardia sinusal / fibrilação atrial, sobrecarga do VD, BRD, inversão T de V1 a V3, S1Q3T3). Além disso, a COVID-19 pode desmascarar o padrão de Brugada naqueles indivíduos portadores da doença. 151

11.1.8. Derrame Pericárdico

Efeito dielétrico (ver item 11.14), taquicardia sinusal e alternância elétrica.

11.1.9. Dextrocardia

Onda P negativa em D1 e V6 e positiva em aVR; complexos QRS negativos em D1 e aVL e progressivamente menores de V1 a V6 (principal diagnóstico diferencial com a troca de eletrodos dos MMSS).

11.1.10. Dextroposição

Pode ocorrer onda P negativa ou minus-plus em D1, onda Q profunda em D1 e aVL e complexos qRS a partir das precordiais direitas.

11.1.11. Distúrbios Eletrolíticos

11.1.11.1. Hiperpotassemia

As alterações dependem dos níveis séricos e ocorrem sequencialmente: onda T de grande amplitude, simétrica e de base estreita; redução do intervalo QTc; distúrbio de condução intraventricular (QRS alargado); diminuição da amplitude da onda P até seu desaparecimento, com presença de condução sinoventricular.

11.1.11.2. Hipopotassemia

Aumento da amplitude da onda U; depressão do segmento ST e da onda T; aumento do intervalo QTU. A mensuração do intervalo QT deve ser feita, preferencialmente, na derivação aVL (onde a onda U tende a ser mais isoelétrica).

11.1.11.3. Hipocalcemia

Retificação e aumento da duração do segmento ST com consequente aumento do intervalo QTc.

11.1.11.4. Hipercalcemia

Encurtamento e eventual desaparecimento do segmento ST com consequente encurtamento do intervalo QT.

11.1.12. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Efeito dielétrico (ver item 11.1.14); desvio do eixo do complexo QRS para direita; desvio posterior da zona de transição precordial do QRS para a esquerda (rS de V1 a V6). A presença de cardiopatia associada acarreta, também, na sobrecarga das câmaras direitas e desvio do eixo da onda P para a direita, próximo de +90º (P pulmonale ).

11.1.13. Drogas Antiarrítmicas

As drogas antiarrítmicas podem estar relacionadas ao fenômeno de pró-arritmia e, a seguir, apresentaremos as que mais interferem no ECG.

11.1.13.1. Amiodarona

Droga antiarrítmica da classe III, pode provocar o prolongamento do intervalo PR, bradicardia sinusal, aumento do intervalo QTc (sem aumento na dispersão da repolarização e, consequentemente, menor chance do aparecimento de Torsades des Pointes ) e alterações da onda T. Estas são melhor observadas nas derivações precordiais, tendo como característica principal uma onda T bífida ou achatada no seu pico. Tais alterações também podem ser observadas nas derivações do plano frontal, o que diferencia da onda T bífida da criança que, habitualmente, é mais observada nas derivações do precórdio.

11.1.13.2. Propafenona

Droga antiarrítmica da classe IC, pode provocar bloqueios AV e arritmias ventriculares complexas (extrassístoles ventriculares pareadas/em salva, TVNS e TV polimórfica), especialmente em pacientes com insuficiência coronariana.

11.1.13.3. Sotalol

Droga antiarrítmica da classe III, pode provocar bradicardia sinusal, bloqueios AV, aumento do intervalo QTc (TV polimórfica).

11.1.14. Efeito Dielétrico

Baixa voltagem do QRS em todo o traçado (<0,5 mV nas derivações do plano frontal e <1,0 mV nas derivações precordiais). Pode ser decorrente de derrame pericárdico volumoso, derrame pleural, enfisema, DPOC, obesidade mórbida e anasarca. Hipotireoidismo e doenças infiltrativas cardíacas também podem apresentar um padrão de baixa voltagem.

11.1.15. Embolia Pulmonar

Taquicardia sinusal, atraso final de condução no ramo direito, desvio agudo do eixo do QRS para direita, infradesnivelamento do segmento ST (V1 a V3) e negativação de ondas T de V1 a V3, preferencialmente. Pode ocorrer a clássica morfologia S1Q3T3.

11.1.16. Fenômeno de Ashman (ou de Gounaux-Ashman) 17

Condução aberrante, em batimento de origem supraventricular, que segue um ciclo longo-ciclo curto, em razão do aumento do período refratário no sistema de condução principalmente no ramo direito do His, sendo mais frequente na fibrilação atrial. 152 , 153 A manutenção da aberrância nos batimentos subsequentes é decorrente da condução transeptal retrógrada oculta.

11.1.17. Hipotermia

Bradicardia, presença de entalhe final do QRS de grande amplitude e curta duração (onda J ou de Osborn) e prolongamento do intervalo QT.

11.1.18. Hipotireoidismo

Pode apresentar, em casos graves (mixedema), bradicardia, baixa voltagem e alteração difusa da repolarização ventricular.

11.1.19. Insuficiência Renal Crônica

A presença de alterações eletrocardiográficas da hiperpotassemia e da hipocalcemia está relacionada a déficit funcional renal importante.

11.1.20. Pericardite 154

As seguintes alterações eletrocardiográficas podem ser vistas na fase aguda do processo inflamatório, geralmente ocorrendo na sequência abaixo:

  1. Depressão do segmento PR em D1, D2, aVF e de V2 a V6. Elevação do mesmo segmento em aVR, podendo; também; ocorrer em V1;

  2. Segmento ST – Elevação difusa com concavidade superior com exceção de V1 e aVR. Não ocorrem ondas q associadas;

  3. Onda T – Na fase inicial se apresenta pouco aumentada e simétrica. Caracteristicamente não apresenta inversão enquanto ocorrem manifestações de elevação do ST. Pode apresentar inversão na fase crônica da doença, após a normalização do ST. Quando esta ocorre, raramente é profunda o suficiente para assemelhar-se ao padrão da onda T isquêmica.

11.1.21. Quimioterápicos 155 - 158

O advento dos novos quimioterápicos tem propiciado uma sobrevida maior destes pacientes, tornando-se importante reconhecer esses efeitos. Anormalidades do ECG podem ocorrer em pacientes com injúria miocárdica induzida por drogas quimioterápicas. Com uma patogênese complexa, as alterações do ECG podem depender tanto da ação tóxica direta dos quimioterápicos sobre o substrato eletrofisiológico, como por agressão direta ao miocárdio, endocárdio e pericárdio por processos de isquemia, inflamação ou por radiação. Motivo pelo qual as alterações que acompanham a disfunção cardíaca não são específicas, mas podem, inclusive, preceder os sintomas, ou mesmo antes das alterações ao ecocardiograma. Os achados eletrocardiográficos são melhor identificados com o sequenciamento do exame. Dentre eles temos a taquicardia sinusal, o achatamento ou inversão da onda T, o aumento do QT e a baixa voltagem.

Algumas arritmias, por vezes graves como Torsades des Pointes , taquicardia/fibrilação ventricular, podem ocorrer no curso do tratamento.

As mais conhecidas são as antraciclinas, entretanto, há também os agentes alquilantes (ciclofosfamida), anti-metabólicos (5-Fluoroulacil), agentes anti-microtúbulos (paclitaxel), drogas imunomoduladoras (talidomida) e terapias-alvo do câncer.

12. O ECG em Atletas

12.1. A Importância do ECG do Atleta 159 - 164

As alterações eletrocardiográficas, decorrentes de adaptações fisiológicas ao treinamento (sem haver, necessariamente, a presença de alterações anatômicas/estruturais), tornam a interpretação do ECG de um atleta um desafio. Com a inclusão do ECG de repouso na avaliação pré-participação esportiva, devemos estar a par das recomendações específicas para essa população. Atualmente, os achados eletrocardiográficos, em atletas, podem ser divididos em três categorias:

12.1.1. Achados Eletrocardiográficos Normais (Grupo 1)

  • Aumento da voltagem do QRS para SVE ou SVD;

  • Distúrbio de condução pelo ramo direito;

  • Repolarização precoce / elevação do segmento ST;

  • Elevação do segmento ST seguida de inversão da onda T (V1 a V4) em atletas negros;

  • Inversão da onda T (V1 a V3) em atletas com idade menor 16 anos;

  • Bradicardia sinusal / arritmia sinusal;

  • Ritmo ectópico atrial ou juncional;

  • BAV de 1º grau;

  • BAV de 2º grau tipo I.

12.1.2. Achados Eletrocardiográficos Anormais (Grupo 2)

  • Inversão de onda T nas outras situações;

  • Depressão do segmento ST;

  • Ondas Q patológicas;

  • Bloqueio de ramo esquerdo;

  • Duração do QRS ≥ 160 ms;

  • Onda Épsilon;

  • Pré-excitação ventricular;

  • Intervalo QT proçongado;

  • Padrão de Brugada tipo 1;

  • Bradicardia sinusal acentuada (< 30bpm);

  • Intervalo Pr ≥ 400 ms;

  • BAV de 2º grau tipo II;

  • BAV de 3º grau ou total;

  • Duas ou mais extrassístoles ventriculares;

  • Taquiarritmias atriais;

  • Arritmias ventriculares.

12.1.3. Achados Eletrocardiográficos Limítrofes (Grupo 3)

  • Desvio do eixo QRS para a esquerda (cima);

  • Aumento do átrio esquerdo;

  • Desvio do eixo do QRS para a direita;

  • Aumento do átrio direito;

  • Bloqueio de ramo direito.

Aqueles atletas com ECG normal não necessitam de mais investigação, desde que sejam assintomáticos e sem história familiar de doença cardíaca hereditária e/ou morte súbita. Por outro lado, os com ECG com os achados do grupo 2 devem ser investigados sobre transtornos cardiovasculares patológicos associados à morte súbita em atletas. Todas as alterações mencionadas nesse grupo podem ser manifestações estruturais no atleta. Finalmente, atletas com ECG limítrofe serão dispensados de maiores investigações desde que apresentem APENAS uma das alterações (grupo 3), além de ser assintomático e sem história familiar de doença cardíaca hereditária e/ou morte súbita. Caso apresente duas ou mais das alterações listadas (grupo 3), deve ser também investigada a presença de transtornos cardiovasculares patológicos associados à morte súbita em atletas.

13. O ECG em Crianças

13.1. Introdução

Embora os princípios gerais para a interpretação do ECG da criança e do adulto sejam bastante semelhantes, a análise do ECG pediátrico constitui um desafio à prática clínica. Tal fato se deve, em grande parte, à ocorrência de padrões eletrocardiográficos específicos na criança ( Tabela 13.1 ), relacionados à idade e às alterações anatômicas e fisiológicas próprias do desenvolvimento. 165

Tabela 13.1. Achados eletrocardiográficos normais e particulares da criança.

PR mais curto que o do adulto e complexos QRS mais estreitos
Desvio do SÂQRS para a direita é normal no primeiro ano de vida
Ondas Q proeminentes nas derivações inferiores e laterais
A análise da repolarização ventricular é mais importante que a amplitude do QRS para o diagnóstico das sobrecargas ventriculares
Repolarização precoce
T negativa de V1 a V4 (até os 12 anos de idade)
Onda T bífida ou entalhada nas precordiais direitas
Onda U proeminente
Alterações comuns e fisiológicas do ritmo:
  • Onda U proeminente

  • Arritmia sinusal pronunciada, ritmo atrial baixo fisiológico

  • Bloqueios atrioventriculares de primeiro grau e de segundo grau tipo I fisiológicos

  • Extrassístoles atriais e ventriculares eventuais

O ECG do recém-nascido reflete as repercussões da circulação fetal sobre o ventrículo direito e as alterações anatomofisiológicas decorrentes da transição para a circulação neonatal. Até a 32 a semana de gestação, o ventrículo esquerdo é maior que o direito. A partir dessa fase até o final da gestação, prevalece o ventrículo direito devido ao aumento progressivo da resistência vascular pulmonar. 166 Ao nascimento, a aeração dos pulmões leva à queda acentuada da pressão arterial pulmonar, enquanto a remoção da placenta e fechamento do canal arterial elevam a resistência vascular sistêmica. 167 Em geral, ao final do primeiro mês de vida, o ventrículo esquerdo se iguala ao direito para depois predominar anatomicamente sobre o ventrículo direito. 166 , 167 A maioria das mudanças adaptativas acontecem ao nascimento e durante o primeiro ano de vida. O amadurecimento do sistema nervoso autônomo, o crescimento corporal e alterações na posição do coração ocorrem de maneira progressiva até a fase adulta. 168 Como resultado, o ECG normal muda rapidamente nas primeiras semanas de vida da criança, e somente por volta dos dois a três anos de idade a criança começa a apresentar gradativamente padrões eletrocardiográficos semelhantes aos de um adulto. 167

13.2. Aspectos Técnicos

O ECG de crianças deve incluir as doze derivações clássicas, que podem ser complementadas pelas derivações V3R e V4R quando há suspeita de sobrecarga das câmaras direitas. 169 Artefatos são comuns e em geral se devem a posicionamento inadequado dos eletrodos, deformidades na parede torácica, e movimentos (voluntários ou não) próprios de cada faixa etária. 170

Na população pediátrica, a variação nos valores normais de diversos parâmetros eletrocardiográficos com a idade faz da consulta a tabelas e gráficos, prática corriqueira e necessária. 170 Grande parte desses valores, particularmente os relacionados ao primeiro ano de vida, deriva dos dados canadenses de Davignon et al., 171 que, apesar da existência de estudos mais recentes, 172 permanecem como principal referência na prática clínica ( Tabela 13.2 ). Ainda é discutível se esses dados podem ser extrapolados para a população brasileira. Há, atualmente, dois estudos baseados na população brasileira. Um deles, com quase cem recém-nascidos a termo com ecocardiograma normal na primeira semana de vida, mostrou parâmetros eletrocardiográficos diferentes dos de Davignon. 173 O segundo, numa população acima de um ano de idade, incluiu mais de um milhão de crianças. 174 A leitura computadorizada e automática do ECG tem acurácia questionável em pediatria e seu uso rotineiro ainda não é recomendável. 170

Tabela 13.2. Parâmetros eletrocardiográficos de normalidade de acordo com a idade.

  0-1 dia 1-3 dias 3-7 dias 7-30 dias 1-3 meses 3-6 meses 6-12 meses 1-3 anos 3-5 anos 5-8 anos 8-12 anos 12-16 anos
FC 94 - 155 91 - 158 90 - 166 106 - 182 120 - 179 105 - 185 108 - 169 89 - 152 73 - 137 65 - 133 62 - 160 60 - 120
P (mV) 0,01 - 0,28 0,03 - 0,28 0,07 - 0,29 0,07 - 0,30 0,07 - 0,26 0,04 - 0,27 0,06 - 0,25 0,07 - 0,25 0,03 - 0,25 0,04 - 0,25 0,03 - 0,25 0,03 - 0,25
PR D2 (segundos) 0,08 - 0,20 0,08 - 0,14 0,07 - 0,15 0,07 - 0,14 0,07 - 0,13 0,07 - 0,15 0,07 - 0,16 0,08 - 0,15 0,08 - 0,16 0,09 - 0,16 0,09 - 0,17 0,09 - 0,18
QRS (segundos) 0,02 - 0,10 0,02 - 0,07 0,02 - 0,07 0,02 - 0,08 0,02 - 0,08 0,02 - 0,08 0,03 - 0,08 0,03 - 0,08 0,03 - 0,07 0,03 - 0,08 0,04 - 0,09 0,04 - 0,09
SÂQRS 59 - 189 64 - 197 76 - 191 70 - 160 30 - 115 7 - 105 6 - 98 7 - 102 6 - 104 10 - 139 6 - 116 9 - 128

FC: frequência cardíaca; mV: milivolts.

13.3. Parâmetros Eletrocardiográficos e suas Variações

O ECG de criança deve ser avaliado sistematicamente e de acordo com a faixa etária ( Tabela 13.2 ). Sua análise deve considerar da mesma forma que no ECG de adulto: ritmo, frequência cardíaca, onda P (eixo, amplitude e duração), condução atrioventricular, complexo QRS (eixo, duração e morfologia), segmento ST, onda T e onda U. Devem ser realizados de rotina a medida do intervalo QT e o cálculo do QT corrigido. 175

13.3.1. Frequência Cardíaca e Ritmo Sinusal

A massa contrátil e complacência ventricular são relativamente menores na criança, particularmente durante o primeiro ano de vida. Como resultado, seu débito cardíaco depende basicamente da frequência cardíaca (FC), que é bem mais elevada em crianças que em adultos. Um recém-nascido saudável pode apresentar FC de 150 a 230 bpm, conforme o seu grau de atividade. A FC normal aumenta do primeiro dia até o primeiro e o segundo mês de vida e retorna a valores próximos aos registrados ao nascimento no sexto mês. A partir de então, a FC cai progressivamente para, por volta dos 12 anos, chegar a valores considerados normais para adultos. 168

13.3.1.1. Possíveis Alterações

13.3.1.1.1. Arritmia Sinusal

Bastante frequente em crianças, em geral é fásica e se relaciona à respiração. 165 É menos pronunciada em frequências cardíacas mais elevadas e em neonatos, principalmente na primeira semana de vida.

13.3.1.1.2. Taquicardia Sinusal

Ritmo sinusal com FC acima do 98 o percentil para a idade, em geral menor que 220 bpm. 170 , 171 A taquicardia sinusal pode ter diversas causas, sendo as mais frequentes: atividade física, febre (aumento da FC em 10 bpm para cada grau Celsius de elevação na temperatura corporal), anemia e desidratação. 170

13.3.1.1.3. Bradicardia Sinusal

Ritmo sinusal com frequência cardíaca abaixo do 2 o percentil para a idade 170 , 171 ( Tabela 13.2 ). Pode ter várias etiologias, como infecções, insuficiência respiratória, hipotermia, hipotireoidismo e aumento da pressão intracraniana. Em neonatos, a ocorrência de bradicardia sinusal transitória pode estar associada à passagem transplacentária de anticorpos anti-Ro/SSA, principalmente em mães portadoras de lúpus eritematoso sistêmico ou outras doenças do tecido conjuntivo. Por fim, pacientes com canalopatias cardíacas, como a síndrome do QT longo tipo 3 e a síndrome de Brugada, podem manifestar bradicardia sinusal.

13.3.1.1.4. Outras Bradicardias

O prolongamento súbito do intervalo P-P é comum, ocorre em quase metade dos neonatos normais e um sexto dos adolescentes. Essas pausas com frequência se relacionam a um aumento no tônus vagal 165 e algumas podem ser sucedidas por batimentos de escape supraventriculares ou ventriculares. 168

13.3.2. A onda P e a Atividade Elétrica Atrial

As características de ativação dos átrios permanecem relativamente constantes ao ECG em todas as idades. A determinação do eixo da onda P é crucial para a determinação da região de origem do ritmo, do situs víscero-atrial e da posição cardíaca. 170 O eixo da onda P (SÂP) sinusal está entre 0 e +90 graus. A onda P normal não deve ultrapassar 0,12 s de duração e 2,5 mm de amplitude, parâmetros que pouco variam nas diferentes faixas etárias da criança ( Tabela 13.2 ).

13.3.2.1. Possíveis Alterações

13.3.2.1.1. Sobrecargas Atriais

A sobrecarga atrial direita produz um aumento na amplitude da onda P, melhor visualizado em DII.

A sobrecarga atrial esquerda se caracteriza pelo aumento da duração total da onda P (conforme o percentil para a idade) e/ou da sua deflexão final em V1 (> 40ms em duração e > 0,1 mV em amplitude). 168

13.3.2.1.2. Ritmo Juncional

Caracterizado por mudanças na morfologia da onda P e diminuição do intervalo PR, usualmente associadas à lentificação gradual da frequência sinusal. O ritmo juncional pode ocorrer em até um terço das crianças normais e tem duração variável. É mais comum durante o sono, mas pode ocorrer na vigília e, em geral, não tem significado patológico.

13.3.3. Intervalo PR e a Condução Atrioventricular

O intervalo PR aumenta com a idade, é inversamente proporcional à FC e varia conforme o tônus autonômico ( Tabela 13.2 ).

13.3.3.1. Possíveis Alterações

13.3.3.1.1. Bloqueios Atrioventriculares

Episódios de bloqueio atrioventricular de primeiro grau e de segundo grau tipo I ocorrem em cerca de 10% das crianças e até 20% dos adolescentes normais, eventualmente ocorrendo períodos de bloqueio atrioventricular do tipo 2:1. São mais frequentes durante o sono, mas podem também ocorrer na vigília, principalmente em indivíduos vagotônicos e atletas. 165

Os bloqueios atrioventriculares de segundo grau tipo II e avançado, e o de terceiro grau (bloqueio atrioventricular total – BAVT) são geralmente patológicos, e podem ocorrer de maneira isolada ou se associar a malformações cardíacas complexas. A forma isolada do BAVT congênito incide em 1:20.000 nascidos vivos e comumente se relaciona à passagem transplacentária dos anticorpos maternos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB. 168

13.3.3.1.2. Intervalo PR curto e Pré-excitação Ventricular

O intervalo PR curto pode ser detectado nos casos de ritmos atriais baixos ou juncionais e em doenças de acúmulo, como as de Pompe e de Fabry. 168 , 170

A pré-excitação ventricular caracteriza-se pelo encurtamento do intervalo PR associado à onda delta. 170 A pré-excitação ventricular intermitente não é incomum entre recém-nascidos e crianças. Mesmo quando persistentes, as alterações eletrocardiográficas da pré-excitação podem ser sutis em crianças e detectadas apenas através das derivações precordiais médias (V3-V4). A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) tem incidência de 0,15 a 0,3% na população pediátrica em geral. Verifica-se aumento da prevalência de pré-excitação ventricular em indivíduos portadores de cardiomiopatia hipertrófica, anomalia de Ebstein, L-transposição das grandes artérias e tumores cardíacos.

13.3.4. Atividade Elétrica Ventricular

As alterações mais acentuadas da atividade elétrica ventricular ocorrem durante o primeiro ano de vida da criança. Nos primeiros dias de vida, o eixo elétrico do QRS (SÂQRS) orienta-se para a direita e para baixo no plano frontal, pode variar entre 55° e 200 o e reflete o predomínio do VD sobre o VE, menos evidente nos traçados de recém-nascidos pré-termo, uma vez que no feto com menos de 32 semanas, o VE é maior que o VD. À medida que a criança cresce, o SÂQRS se devia para a esquerda e, quando a criança completa seis meses, está ao redor de 65º. 166 No plano horizontal, o eixo do QRS orienta-se para a direita e para frente ao nascimento. Ainda durante a primeira semana de vida, o SÂQRS desvia-se para a esquerda, mas mantém orientação anterior, resultando no aumento da onda R em V6 com persistência de R pura em V1. O desvio do eixo do QRS para trás no plano horizontal é gradativo. Desta forma, a onda R diminui lentamente em V1 no decorrer do primeiro ano de vida, mesmo quando já exibe padrões normais em V5 e V6. 166 A morfologia dos complexos QRS nas derivações precordiais muda durante o desenvolvimento da criança e é ditada pelas alterações do eixo de ativação elétrica ventricular. Observam-se:

  • Amplitude da onda R de V1 cresce durante o primeiro mês de vida da criança e depois diminui lentamente por vários anos. Sua amplitude nessa derivação deve ser < 18 mm no primeiro ano de vida e < 10 mm após;

  • Do nascimento até os seis meses, a R de V1 é maior que a R de V6. A amplitude da R em V1 torna-se praticamente igual à de V6 entre os seis e doze meses. A partir de então, a amplitude da R aumenta em V6 e diminui em V1 progressivamente;

  • Ondas Q são normais e podem ser bastante pronunciadas nas derivações inferiores e precordiais laterais esquerdas, representando a ativação septal, embora estejam ausentes em DI e aVL. A amplitude das ondas Q varia conforme a idade da criança e a derivação analisada. Sua duração não deve ultrapassar o valor de 0,03 s ( Tabela 13.2 ).

Em neonatos, o QRS pode ser bastante estreito – em geral menor que 0,08 s. Sua duração aumenta progressivamente com a idade, principalmente a partir do terceiro ano de vida ( Tabela 13.2 ).

13.3.4.1. Possíveis Alterações

13.3.4.1.1. Alterações do Eixo e da Amplitude do QRS

O desvio do eixo para a esquerda pode ser observado em diversas doenças, dentre elas defeitos do septo ventricular, atresia tricúspide e síndrome de WPW, mas pode ser uma variante do normal. O desvio do eixo para a direita pode acontecer na Síndrome de Noonan mesmo na ausência de hipertensão pulmonar importante e na sobrecarga de VD. 170

  • Sobrecarga do ventrículo direito: pode ser suspeitada na presença de onda T positiva em V1 após a primeira semana de vida e do aumento das amplitudes da R, em V1, e da S, em V6. O padrão QR em V1 é comumente visto nos casos de sobrecargas pressóricas e o rSR’ nos quadros de sobrecarga de volume do VD; 168

  • Sobrecarga do ventrículo esquerdo: o ECG tem acurácia limitada para detecção da sobrecarga do VE em crianças. Os sinais que mais auxiliam no diagnóstico da SVE são aumento da S em V1, aumento da amplitude da R em V6 e anormalidades da onda T em V5 e V6; 168

  • Sobrecarga bicameral (VD + VE): resulta em complexos amplos e isodifásicos nas derivações precordiais médias – sinal de Katz-Wachtel. A soma de R+S > 60 mm em V4 é bastante específica e pode ocorrer, por exemplo, nos casos de defeitos amplos do septo interventricular. 170

13.3.4.1.2. Alterações das Ondas Q

Ondas Q patológicas podem ser vistas em crianças com coronária anômala, pré-excitação ventricular, miocardites, miocardiopatias e distrofias musculares. 175 São frequentes no ECG de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica, principalmente nas derivações anterolaterais (V4 a V6, DI e aVL) e, geralmente, estão associadas a sinais de sobrecarga ventricular, alterações do segmento ST e da onda T. 176 Deve-se ressaltar que a presença de onda Q em V1 é sempre patológica.

13.3.4.1.3. Distúrbios da Condução Intraventricular

O diagnóstico do bloqueio de ramo em crianças é determinado pela duração do QRS e a idade do paciente ( Tabela 13.2 ). O bloqueio de ramo direito pode ocorrer em algumas formas de cardiopatia, como a anomalia de Ebstein, e após cirurgia corretiva de malformações congênitas, como a tetralogia de Fallot e a comunicação intraventricular. Formas congênitas isoladas de bloqueio de ramo, tanto direito ou esquerdo, são raras. Atresia tricúspide, comunicação interatrial do tipo ostium primum , coronária anômala e defeitos do septo atrioventricular podem se associar ao bloqueio divisional anterossuperior do ramo esquerdo. O achado de bloqueio de ramo esquerdo é menos frequente em crianças. A presença de BRE em pacientes com cardiomiopatias graves resulta de acometimento significativo do VE / sistema de condução e geralmente carrega um mau prognóstico. 168 , 170

13.3.4.1.4. Onda Épsilon e a Cardiomiopatia Arritmogênica do Ventrículo Direito

Ver item 10.1.2.1.

13.3.5. Repolarização Ventricular

A repolarização ventricular é avaliada no ECG de superfície através da medida do intervalo QT e da análise da morfologia do segmento ST, da onda T e da onda U, nas diferentes derivações. 168

13.3.5.1. Intervalo QT

A duração do intervalo QT guarda relação inversa com a frequência cardíaca – quanto maior a FC, menor o intervalo QT e vice-versa. Em crianças, certas peculiaridades devem ser analizadas: 168

  • O intervalo QT deve ser medido em DII, V5 e V6 – utilizar o maior deles para o cálculo do QTc;

  • Em FC mais altas, a onda P pode se sobrepor à onda T, dificultando a mensuração do QT, principalmente se prolongado;

  • A onda U pode ser bastante proeminente em crianças e não deve ser computada no intervalo QT se estiver bem separada da T. Quando ocorrer fusão entre T e U, ou se a U for bastante ampla (>50% da T), a técnica da tangente deve ser utilizada;

  • Nos casos de arritmia sinusal importante, o QTc deve ser calculado através da média das medidas obtidas em vários ciclos cardíacos;

  • Aos 4 dias de vida, crianças de ambos os gêneros têm QTc médio de 400 ± 20 ms. Por volta dos dois meses, ocorre um prolongamento fisiológico do QTc (média 410 ms), que diminui progressivamente até os seis meses, quando retorna aos valores registrados na primeira semana de vida;

  • O intervalo QTc normal em crianças é de até 440 ms (percentil 97,5); 168

  • Apesar de seu uso rotineiro como triagem cardiovascular em pediatria ainda estar em debate, o ECG tem papel crucial no diagnóstico precoce de cardiopatias arritmogênicas letais que se manifestam na infância e na adolescência, com destaque para a síndrome do QT longo (vide a seguir).

13.3.5.1.1. Possíveis Alterações

13.3.5.1.1.1. Síndrome do QT Longo

Manifesta-se principalmente durante a infância e a adolescência – poucos pacientes têm sintomas durante o primeiro ano de vida. 177 Morte súbita é a apresentação inicial da SQTL em até 12% dos casos. 177 Apesar de a doença ser relativamente rara, esforços empregados para a sua triagem se justificam pela eficácia do tratamento precoce na prevenção da morte súbita. 168 O diagnóstico diferencial deve ser feito com causas secundárias de prolongamento do QTc – vide item 11 para maior detalhamento. Durante os primeiros meses de vida, filhos de mães portadoras de doenças autoimunes que expressam o Anti-Ro/SSA podem apresentar QTc bastante prolongado, achado em geral transitório e que se normaliza por volta do sexto mês. 168

13.3.5.1.1.2. Síndrome do QT Curto

Ver item 10.1.1.2.

13.3.5.2. Segmento ST

O desnivelamento do segmento ST deve ser sempre medido com relação à linha isoelétrica que geralmente está na altura do segmento PQ. Em neonatos e bebês, a altura do segmento TP (linha isoelétrica entre onda T e onda P seguinte) é mais indicada como referência para a linha de base. 164

13.3.5.2.1. Possíveis Alterações

13.3.5.2.1.1. Desnivelamentos do Segmento ST

Discretos desnivelamentos do ST são comuns durante o primeiro mês de vida, quando em geral são < 2 mm. Supradesnivelamentos de até 3 mm ocorrem com alguma constância nas precordiais direitas e constituem achado normal, principalmente a partir de um ano de idade. 168 Sobrecargas ventriculares, cardiomiopatias, pericardites, pré-excitação ventricular, anomalia coronariana, fármacos, dentre outros, podem alterar a repolarização ventricular, levando ao supra ou infradesnivelamento do segmento ST. Apesar de pouco sensível, o infradesnivelamento do ST tem boa especificidade para o diagnóstico de sobrecarga ventricular. Casos de origem anômala do tronco coronariano esquerdo (saindo da artéria pulmonar) manifestam-se como infarto anterior extenso usualmente depois do primeiro mês de vida. 170

13.3.5.2.1.2. Repolarização Precoce

Vide item 9.1.2.1.

13.3.5.2.1.3. Padrão eletrocardiográfico de Brugada

O padrão de Brugada é raro em crianças e sua frequência é bem menor na população pediátrica que na adulta. 177 Maior detalhamento no item 10.1.1.3.

13.3.5.3. Onda T

Ao nascimento, ondas T positivas nas derivações precordiais direitas são normais e se devem provavelmente à adaptação fisiológica do VD às novas características hemodinâmicas e menor elasticidade miocárdica. Em crianças normais, após o segundo ou terceiro dia de vida, a onda T passa a se orientar para trás e para a esquerda, tornando-se negativa em V1 ao final da primeira semana. Dos sete dias aos sete anos de idade, ondas T positivas em V1 em geral se associam à SVD. 170 A onda T pode permanecer negativa de V1 a V4 – padrão juvenil – até os 12-14 anos, quando se torna positiva de V2 a V6. A persistência de T negativas nessas derivações após essa idade pode ser considerada variante do normal em 1-3% dos casos e, portanto, deve ser investigada. 170 , 178 , 179 Pericardites, miocardites, cardiomiopatias, isquemia miocárdica, sobrecargas ventriculares e distúrbios hidroeletrolíticos podem também levar a alterações da T. Ondas T simétricas, negativas e amplas nas derivações precordiais não são incomuns em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica. A presença de lesões cerebrais agudas graves em crianças pode cursar com ondas T negativas e de longa duração, em várias derivações, alteração conhecida como “T cerebral” (ver item 11.1.5).

13.3.5.4. Onda U

Nem sempre é visível ao ECG, mas pode ser proeminente em crianças, em casos de hipocalemia, uso de antiarrítmicos e síndrome do QT Longo.

13.4. Distúrbios do Ritmo Cardíaco

Os critérios eletrocardiográficos utilizados para a avaliação de arritmias cardíacas em crianças seguem os utilizados para adultos. Vide item 3.

13.5. Reconhecimento do Situs, da Posição Cardíaca e da Inversão Ventricular

O reconhecimento do situs através do ECG baseia-se fundamentalmente na orientação da onda P, que se inscreve positivamente em D1 e V6 no situs solitus e negativamente, no inversus . 166 Nesse caso, a inversão de eletrodos e o ritmo atrial esquerdo são os principais diagnósticos diferenciais.

No plano frontal, em pacientes com situs solitus e levocardia, o SÂP e o SÂQRS situam-se no quadrante inferior esquerdo. No situs inversus com dextrocardia, o eixo da P e do QRS estão localizados no quadrante inferior direito. O SÂP e o SÂQRS encontram-se em quadrantes diferentes quando há discordância entre situs e posição cardíaca, como na dextrocardia com situs solitus , que comumente se associa a cardiopatias congênitas complexas. 170

A orientação dos primeiros vetores (5-20 ms) do QRS é importante na determinação da posição dos ventrículos. Na inversão ventricular, os primeiros vetores orientam-se para a esquerda e não se observam ondas Q em D1 e V6. 166

14. O ECG durante Estimulação Cardíaca Artificial

14.1. Estimulação Cardíaca Artificial (ECA)

Basicamente, o ECG do portador de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI) se caracteriza pela presença ou ausência de espículas (artefato que resulta da emissão de energia para estimulação artificial dos átrios e/ou dos ventrículos).

Com exceção dos monitores implantáveis ( Loop Recorder ), todos os demais DCEI (marca-passos, ressincronizadores cardíacos e cardioversores-desfibriladores implantáveis – Tabela 14.1 ) são capazes de emitir um impulso elétrico (representado por espícula), especialmente para tratamento de bradicardias; por isso, geralmente, a interpretação do ECG do portador de DCEI não permite identificar o tipo de dispositivo em uso. O funcionamento adequado, bem como o reconhecimento de disfunções do sistema, por outro lado, podem ser reconhecidos ao ECG. A identificação da espícula é fundamental para o reconhecimento do ECG de um portador de dispositivo implantável. A programação de estimulação em modo unipolar ou bipolar determinará o tamanho da espícula. Na primeira opção, a diferença de potencial se dá entre a carcaça do gerador do dispositivo e a ponta do eletrodo, o que determinará uma diferença de potencial com um vetor de grande amplitude. Consequentemente, observar-se-ão espículas com grande amplitude. Na segunda opção, bipolar, essa diferença de potencial ocorre entre os polos na ponta do eletrodo, portanto, o vetor gerado pela diferença de potencial será pequeno e as espículas registradas nesse modo apresentar-se-ão pequenas (às vezes quase imperceptíveis).

Tabela 14.1. Tipos de DCEI e indicações clássicas.

DCEI Propriedades básicas Indicação principal
MP convencional Estimulação atrial e/ou ventricular Bradiarritmias
Ressincronizador Estimulação atriobiventricular Insuficiência cardíaca refratária com bloqueio de ramo esquerdo
CDI Estimulação atrial e/ou ventricular e terapias anti-taquiarritmias ventriculares Prevenção de morte súbita cardíaca
CDI-RC Estimulação atriobiventricular Terapias anti-taquiarritmias ventriculares Insuficiência cardíaca refratária com bloqueio de ramo esquerdo Prevenção de morte súbita cardíaca

DCEI: dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis; CDI: cardioversor-desfibrilador implantável; RC ressincronizador cardíaco.

Os termos e a codificação (código de 5 letras – Tabela 14.2 ) utilizados para descrever as propriedades dos DCEI seguem uma padronização internacional (em inglês) idealizada pela North American Society of Pacing and Electrophysiology (NASPE) e pelo British Pacing and Electrophysiology Group (BPEG). 180 Na Figura 14.1 pode-se observar o algoritmo de identificação do modo de operação dos DCEI.

Tabela 14.2. Código de 5 letras para identificação eletrocardiográfica do modo de operação dos DCEI.

I Câmara Estimulada II Câmara Sentida III Resposta à Sensibilidade IV Modulação em Frequência IV Funções Multisítio
O: Nenhuma O: Nenhuma O: Nenhuma O: Nenhuma O: Nenhuma
V: Ventrículo V: Ventrículo T: Trigger   A: Atrial
A: Átrio A: Átrio I: Inibida   V: Ventricular
D: Dual (A+V) D: Dual (A+V) D: Dual (A+V)   D: Dual (A+V)
S: Câmara única (A ou V) S: Câmara única (A ou V)   R: Modulação em Frequência  

Trigger: deflagrar.

Figura 14.1. Algoritmo de interpretação do eletrocardiograma do portador de DCEI. 181 .

Figura 14.1

14.1.1. Termos Básicos

  1. Espícula – Corresponde ao estímulo elétrico emitido pelo DCEI;

  2. Captura – Despolarização tecidual artificial provocada pela emissão da espícula;

  3. Frequência básica – Frequência de estimulação (atrial e/ou ventricular) sem interferência de batimentos espontâneos;

  4. Intervalo atrioventricular (IAV) – Intervalo entre uma atividade atrial espontânea (sentida) ou estimulada (espícula) e o estímulo ventricular;

  5. Intervalo interventricular (IVV) – Intervalo entre duas espículas ventriculares, programável por telemetria, disponível em ressincronizadores cardíacos e que eventualmente pode ser identificada ao ECG de repouso;

  6. Limite máximo de frequência (LMF) Frequência máxima de estimulação. Nos geradores de câmara única a frequência máxima é atingida com a ativação do sensor de variação de frequência. Nos geradores de câmara dupla a frequência máxima é alcançada em resposta à sensibilidade atrial (frequência das ondas P) ou também por ativação do sensor.

  7. Sensibilidade Capacidade de reconhecimento de eventos elétricos espontâneos atriais (P) ou ventriculares (QRS);

  8. Inibição normal A atividade estimulatória é inibida pelo ritmo intrínseco (ausência de espículas).

14.1.2. Análise das Características Eletrocardiográficas dos DCEI

  1. DCEI normofuncionante Quando se observa captura e sensibilidade normais;

  2. Perda de captura atrial e/ou ventricular (intermitente ou persistente) Ausência de despolarização da câmara estimulada ( espícula presente, mas sem deflagrar onda P ou QRS );

  3. Falha de sensibilidade:
    • c.1) Sensibilidade excessiva (“ oversensing ”) – Exagerada sensibilidade que resulta na identificação equivocada de um sinal elétrico que não corresponde à despolarização da câmara relacionada (interferência eletromagnética, miopotenciais, onda T, etc);
    • c.2) Sensibilidade diminuída (“ undersensing ”) – Incapacidade de reconhecimento da despolarização espontânea. Pode ocorrer por programação inadequada ou por modificações da captação do sinal intrínseco (o sistema não “enxerga” a onda P ou o QRS).
  4. Batimentos de fusão Correspondem à ativação artificial do tecido cardíaco de forma simultânea à despolarização espontânea, provocando complexos híbridos. A espícula do MP é seguida de onda P (fusão atrial) ou QRS (fusão ventricular), cujas características morfológicas são intermediárias entre batimento capturado e espontâneo;

  5. Batimentos de pseudofusão – Ativação espontânea do tecido cardíaco, simultânea à emissão da espícula do MP, que não tem efeito sobre a onda P ou QRS (pseudofusão atrial e ventricular, respectivamente); a morfologia da onda que segue a espícula é igual à onda espontânea;

  6. Taquicardia mediada pelo marca-passo – Arritmia restrita aos DCEI atrioventriculares, caracterizada pela deflagração ventricular a partir de onda P retrógrada. Trata-se, portanto, de uma arritmia por movimento circular em que o sistema de estimulação cardíaca artificial faz o papel de componente anterógrado do circuito, cuja porção retrógrada é anatômica (via normal ou anômala);

  7. Taquicardia conduzida pelo marca-passo Taquiarritmia que envolve DCEI atrioventriculares, caracterizada pela presença de arritmia supraventricular que, sentida pelo canal atrial, deflagra capturas ventriculares em frequências elevadas, mantendo certas características da arritmia espontânea;

  8. Taquicardia induzida pelo marca-passo – Alterações da sensibilidade ou interferências eletromagnéticas que provocam arritmias atriais ou ventriculares.

15. Tele-eletrocardiografia

A telemedicina é definida como a prestação de serviços de saúde através do uso de informação e tecnologias de comunicação, em situações nas quais um profissional de saúde e um paciente (ou dois profissionais de saúde) não se encontram no mesmo local. 182 Os sistemas de tele-eletrocardiografia (Tele-ECG) registram o traçado eletrocardiográfico feito a distância, por diferentes meios e tecnologias de transferência de dados, com a análise e interpretação do traçado eletrocardiográfico por um médico distante do paciente, e retorno do laudo por meios eletrônicos. A tele-ECG está ligada ao próprio desenvolvimento da eletrocardiografia – já em 1905, Einthoven descreveu a transmissão transtelefônica do ECG do hospital acadêmico até o laboratório de fisiologia na Universidade de Leiden, a 1,5 km de distância. 183

Com o desenvolvimento do ECG (ECG) computadorizado 184 associado a sistemas capazes de transmitir os traçados eletrocardiográficos pela internet, tornou-se possível a disponibilização do ECG, bem como seu laudo realizado por um especialista em tempo real, para localidades distantes dos grandes centros. Serviços de tele-ECG começaram a ser implementados no Brasil na primeira década do século XXI, com efeitos sobre a melhoria do acesso da população ao diagnóstico eletrocardiográfico e reconhecimento precoce de alterações eletrocardiográficas relevantes e potencialmente fatais. 185

Para a implementação e o funcionamento de um serviço de tele-ECG, uma infraestrutura específica é necessária ( Tabela 15.1 ). A central de leitura dos ECG deve contar com uma equipe de cardiologistas, de especialistas em tecnologia da informação (TI) e de suporte administrativo. Uma estrutura completa de TI com computadores, hardwares, softwares, sistema de proteção e armazenamento de dados é imprescindível para o funcionamento do serviço. As unidades remotas de saúde que realizarão o ECG devem ser preparadas com eletrocardiógrafo digital aprovado pelos órgãos federais responsáveis, conexão com a internet, aparelhos e serviços para comunicação por áudio ou vídeo com a central, além de treinamento operacional para todos os profissionais envolvidos. 182 , 186 Recomenda-se a transmissão do sinal eletrocardiográfico original ou de imagens geradas pelo próprio eletrocardiógrafo ou por escâneres profissionais, evitando-se a digitalização com distorções ou baixa qualidade, que podem dificultar ou impedir a análise do traçado. 182

Tabela 15.1. Características técnicas para implementação da tele-eletrocardiologia.

NORMAS TÉCNICAS
Registro ANVISA
ABNT NBR IEC 60601-1 (norma geral de segurança)
ABNT NBR IEC 60601-1-1 (segurança de sistemas eletromédicos)
ABNT NBR IEC 60601-1-2 (compatibilidade eletromagnética)
ABNT NBR IEC 60601-1-4 (sistemas eletromédicos programáveis)
ABNT NBR IEC 60601-2-25 (segurança de eletrocardiógrafos)
ABNT NBR IEC 60601-2-251 (norma de segurança, incluindo desempenho essencial de eletrocardiógrafos, gravador e analisador monocanal e multicanal)
PRÉ-REQUISITOS MÍNIMOS GERAIS DA MÁQUINA
Desktop ou notebook
1 entrada USB 2.0 ou 3.0 (ao menos)
Leitor de CD/DVD
Memória de 4GB
Processador Intel Pentium
Windows 7, 8 ou 10
HD de 250GB ou superior
RECOMENDAÇÕES
Possuir 12 derivações
Realizar traçado com qualidade alta (1.200 amostra/segundo/canal)

A tele-eletrocardiografia tem se mostrado uma estratégia eficaz para racionalização do acesso à propedêutica complementar, diagnóstico precoce, priorização de encaminhamentos e organização de listas de espera nos sistemas de saúde, com melhora na relação custo benefício, bem como na assistência à saúde ( Tabela 15.2 ). 187

Tabela 15.2. Benefícios da tele-eletrocardiografia 187 .

Diagnóstico eletrocardiográfico rápido permitindo identificações de casos normais e diferentes do normal
Atendimento (pré) ao paciente em seu local de origem
Acesso a especialistas em acidentes e emergências
Redução do tempo e custo dispendido pelo paciente
Agilização da triagem por especialistas
Auxílio e orientação a não especialistas
Facilita gerenciamento dos recursos de saúde
Na reabilitação, aumenta a segurança do paciente pós-cirúrgico
Cooperação e integração de pesquisadores para compartilhamento de registros clínicos
Acesso a programas educacionais de formação e qualificação
Segunda opinião

A realização do tele-ECG pré-hospitalar em pacientes com síndrome coronariana aguda, especialmente em áreas rurais, apresentou impacto na redução do tempo porta-balão, bem como na mortalidade a longo prazo. 188 , 189 Houve melhoria na detecção de fibrilação atrial 190 e de algumas canalopatias, como síndrome de Brugada. 191 Ademais, o uso dos bancos de dados dos serviços de tele-eletrocardiografia também são de grande importância para o desenvolvimento de estudos epidemiológicos nacionais. 192

O constante desenvolvimento da tecnologia voltada à saúde abriu novas perspectivas no cenário da tele-eletrocardiografia. A aplicação de técnicas de inteligência artificial (IA) na eletrocardiografia se encontra em exponencial crescimento, com bons resultados no diagnóstico automático de anormalidades eletrocardiográficas. 193 , 194 A utilização da inteligência artificial também pode levar ao desenvolvimento de novos marcadores de risco cardiovascular. 195 O surgimento de aparelhos “vestíveis” como a cinta com monitor cardíaco, o adesivo com registro eletrocardiográfico, os smartphones e smartwatches possibilitou a identificação mais precoce de possíveis arritmias cardíacas, principalmente a fibrilação atrial. 196 Esses aparelhos portáveis e de fácil utilização tornaram possível a rápida gravação do ritmo cardíaco durante o dia a dia do paciente, em qualquer ambiente ou horário, seguida de uma interpretação automática imediata por IA. A maior limitação de sua utilização ainda é o custo. Não podemos ignorar, como consequências da modernidade, um possível aumento da carga de trabalho (registros e envios das informações feitos pelos pacientes aos seus médicos), os casos de falsos positivos decorrentes de artefatos, além um aumento da carga emocional, em alguns pacientes, ao “descobrir” uma arritmia cardíaca. Esperamos que os próximos anos possam clarear o papel das novas metodologias e tecnologias na prática clínica, mas a expectativa é que, com tais avanços, a eletrocardiografia ganhe novos usos e aplicações.

Footnotes

Realização: Departamento de Cardiologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCC/SBC), Grupo de Estudos de Eletrocardiografia (GEECG)

Conselho de Normatizações e Diretrizes responsável: Brivaldo Markman Filho (Coordenador), Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice de Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Corrêa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira – Gestão 2020/2021

Nota: Estas diretrizes se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Referências

  • 1.Greenland P, Alpert JS, Beller GA, Budoff MJ, Fayad ZA, Foster E, Hlatky MA, et al. American College of Cardiology Foundation. American Heart Association 2010 ACCF/AHA guideline for assessment of cardiovascular risk in asymptomatic adults: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol . 2010 Dec 14;56(25):e50–103. doi: 10.1016/j.jacc.2010.09.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 2.Said SA, Bloo R, Nooijer R, Slootweg A. Cardiac and non-cardiac causes of T-wave inversion in the precordial leads in adult subjects: A Dutch case series and review of the literature. World J Cardiol . 2015 Feb 26;7(2):86–100. doi: 10.4330/wjc.v7.i2.86. PMID: 25717356. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 3.Moffa PJ, Sanches PC. Eletrocardiograma normal e patológico . São Paulo: Editora Roca; 2001. [Google Scholar]
  • 4.Grindler J, Silveira MAP, Oliveira CAR, Friedmann AA. Friedmann AA, Grindler JO, Rodrigues CA.(eds). Diagnóstico diferencial no eletrocardiograma . Barueri (SP): Editora Manole; 2007. Artefatos Técnicos; pp. 187–194. Cap.20. [Google Scholar]
  • 5.Fisch C. Braunwald E.(ed). Heart disease: a textbook of cardiovascular medicine . Philadelphia: W.B.Saunders; 1984. Electrocardiography and vectorcardiography.200 [Google Scholar]
  • 6.Bashshur RL, Shannon GW. History of telemedicine: evolution, context, and transformation . USA: Mary Ann Liebert, Inc. Publisher; 2009. [Google Scholar]
  • 7.Lin SH, Liu JH, Wei J, Yin WH, Chen HH, Chiu WT. A business model analysis of telecardiology service. Telemed J E Health . 2010 Dec;16(10):1067–1073. doi: 10.1089/tmj.2010.0059. PMID: 21186990. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 8.Oliveira MT, Junior, Canesin MF, Marcolino MS, Ribeiro AL, Carvalho AC, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia Diretriz de telecardiologia no cuidado de pacientes com síndrome coronariana aguda e outras doenças cardíacas. Arq Bras Cardiol . 2015 Jun;104(5) Suppl 1:1–26. doi: 10.5935/abc.20150057. Epub 2015 Jun 1. PMID: 26039716. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 9.García-Niebla J, Llontop-García P, Valle-Racero JI, Serra-Autonell G, Batchvarov VN, Luna AB. Technical mistakes during the acquisition of the electrocardiogram. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2009;14(4):389–403. doi: 10.1111/j.1542-474X.2009.00328.x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 10.Llinas R, Henderson GV. Images in clinical medicine. Tremor as a cause of pseudo-ventricular tachycardia. N Engl J Med . 1999 Oct 21;341(17):1275. doi: 10.1056/NEJM199910213411705. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 11.Aslanger E, Bjerregaard P. Mystery of “bizarre electrocardiogram” solved. J Electrocardiol . 2011;44(6):810–1 doi. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2011.04.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 12.Aslanger E, Yalin K. Electromechanical association: a subtle electrocardiogram artifact. J Electrocardiol . 2012;45(1):15–17. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2010.12.162. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 13.Pinto MM, Filho, Ribeiro ALP. Electrocardiographic findings in Brazilian adults without heart disease:GLSA-Brasil. Arq Bras Cardiol . 2017;109(5):416–424. doi: 10.5935/abc.20170146,. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 14.Yang XS, Beck G J, Wilkoff BL. Redefining normal sinus heart rate. 193 A J Am Coll Cardiol . 1995;25(2) Suppl 1 [Google Scholar]
  • 15.Palatini P. Need for a revision of the normal limits of resting heart rate. Hypertension . 1999;33(2):622–625. doi: 10.1161/o1.hyp.33.2.622. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 16.Mason JW, Ramseth DJ, Chanter DO, Moon TE, Goodman DB, Mendzelevski B. Electrocardiographic reference ranges derived from 79,743 ambulatory subjects. J Electrocardiol . 2007;40(3):228–234. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2006.09.003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 17.Andries E, Brugada P, Brugada J, Steurer G, Podrid PJ. Podrid P, Kowey P. Cardiac arrhythmia: mechanisms, diagnosis and management . Baltimore: Williams & Wilkins; 1995. A practical approach to the diagnosis of a tachycardia with a wide QRS complex; pp. 1022–1050. ISBN:0683069055. [Google Scholar]
  • 18.Bayés de Luna A, Platonov P, Cosio FG, Cygankiewicz I, Pastore C, Baranowski R, et al. Interatrial blocks:a separate entity from left atrial enlargement: a consensus report. J Electrocardiol . 2012 Sep;45(5):445–451. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2012.06.029. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 19.Elosua R, Escobar-Robledo LA, Massó-van Roessel A, Martínez-Sellés M, Baranchuk A, Bayés-de-Luna A. ECG patterns of typical and atypical advanced interatrial block: prevalence and clinical relevance. Rev Esp Cardiol (Engl Ed). . 2021;74(9):807–810. doi: 10.1016/j.rec.2021.02.008. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 20.Gomes JA, Mehta D, Langan MN. Sinus node reentrant tachycardia. Pacing Clin Electrophysiol . 1995 May;18(5 Pt 1):1045–1057. doi: 10.1111/j.1540-8159.1995.tb04747.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 21.Benditt D, Sakaguchi S, Goldstein M. Zipes DP, Jalife J.(eds). Cardiac electrophysiology: from cell to bedside . Phyladelphia: Saunders; 1995. Sinus node dysfunction: Pathophysiology, clinical features, evaluation, and treatment; pp. 1215–1247. [Google Scholar]
  • 22.Page RL, Joglar JA, Caldwell MA, Calkins H, Conti JB, Deal BJ, et al. Evidence Review Committee Chair‡ 2015 ACC/AHA/HRS Guideline for the Management of Adult Patients With Supraventricular Tachycardia: Executive Summary: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines and the Heart Rhythm Society. Circulation . 2016;133(14):e471–e505. doi: 10.1161/CIR000000000000310. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 23.Erikssen J, Otterstad JE. Natural course of a prolonged PR interval and the relation between PR and incidence of coronary heart disease. A 7-year follow-up study of 1832 apparently healthy men aged 40-59 years. Clin Cardiol . 1984 Jan;7(1):6–13. doi: 10.1002/clc.4960070104. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 24.Crisel RK, Farzaneh-Far R, Na B, Whooley MA. First-degree atrioventricular block is associated with heart failure and death in persons with stable coronary artery disease: data from the Heart and Soul Study. Eur Heart J. . 2011 Aug;32(15):1875–1880. doi: 10.1093/eurheartj/ehr139. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 25.Barold SS, Ilercil A, Leonelli F, Herweg B. First-degree atrioventricular block. Clinical manifestations, indications for pacing, pacemaker management & consequences during cardiac resynchronization. J Interv Card Electrophysiol . 2006 Nov;17(2):139–152. doi: 10.1007/s10840-006-9065-x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 26.Holmqvist F, Daubert JP. First-degree AV block-an entirely benign finding or a potentially curable cause of cardiac disease? Ann Noninvasive Electrocardiol . 2013 May;18(3):215–224. doi: 10.1111/anec.12062. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 27.Wolff L, Parkinson J, White PD. Bundle-branch block with short P-R interval in healthy young people prone to paroxysmal tachycardia. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2006;11(4):340–353. doi: 10.1111/j.1542-474X.2006.00127.x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 28.Boineau JP, Moore EN. Evidence for propagation of activation across an accessory atrioventricular connection in types A and B pre-excitation. Circulation . 1970;41(3):375–397. doi: 10.1161/01.cir.41.3.375. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 29.Burchell HB, Frye RL, Anderson MW, McGoon DC. Atrioventricular and ventriculoatrial excitation in Wolff-Parkinson-White syndrome (type B). Temporary ablation at surgery. Circulation . 1967;36(5):663–672. doi: 10.1161/01.cir.36.5.663. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 30.Hara WN. Localização vectorcardiográfica das vias acessórias atrioventriculares em pacientes com síndrome de Wolff-Parkinson-White submetidos à ablação por radiofrequência . São Paulo: Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo; 1974. Tese. [Google Scholar]
  • 31.Lown B, Ganong WF, Levine SA. The syndrome of short P-R interval, normal QRS complex and paroxysmal rapid heart action. Circulation . 1952;5(5):693–706. doi: 10.1161/01.cir.5.5.693. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 32.Mahaim I. Kent’s fibers and the A-V paraspecific conduction through the upper connections of the bundle of His-Tawara. Am Heart J . 1947;33(5):651–653. doi: 10.1016/0002-8703(47)90080-x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 33.Lorga A, Filho, Sosa E, Scanavacca M, D’Avila A, Kuniyoshi R, Horta J, et al. Electrocardiographic identification of mid-septal accessory pathways in close proximity to the atrioventricular conduction system. Pacing Clin Electrophysiol . 1996;19(11 Pt 2):1984–1987. doi: 10.1111/j.1540-8159.1996.tb03266.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 34.Moss JD, Gerstenfeld EP, Deo R, Hutchinson MD, Callans DJ, Marchlinski FE, Dixit S. ECG criteria for accurate localization of left anterolateral and posterolateral accessory pathways. Pacing Clin Electrophysiol . 2012 Dec;35(12):1444–1450. doi: 10.1111/pace.12011. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 35.Arruda MS, McClelland JH, Wang X, Beckman KJ, Widman LE, Gonzalez MD, et al. Development and validation of an ECG algorithm for identifying accessory pathway ablation site in Wolff-Parkinson-White syndrome. J Cardiovasc Electrophysiol . 1988;9(1):2–12. doi: 10.1111/j.1540-8167.1998.tb00861.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 36.Crinion D, Baranchuk A. Algorithms to identify accessory pathways’ location on the 12-lead electrocardiogram. Card Electrophysiol Clin . 2020;12(4):465–474. doi: 10.1016/j.ccep.2020.08.007. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 37.Spodick DH. Truly isorhythmic A-V dissociation. 53 Am J Geriatr Cardiol . 2007 Jan-Feb;16(1) doi: 10.1111/j.1076-7460.2007.5966.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 38.Bayés de Luna A, Gaugi Gené C, Soler Soler J, Fort de Ribot R. Eletrocardiologia clínica . Barcelona: Editora Científico-Médica; 1977. [Google Scholar]
  • 39.Durrer D. The human heart: some aspects of its excitation. Trans Stud Coll Physicians Phila . 1966 Jan;33(3):159–170. PMID: 5906405. [PubMed] [Google Scholar]
  • 40.Bisteni A, Sodi-Pallares D, Medrano GA, Pileggi F. A new approach for the recognition of ventricular premature beats. Am J Cardiol . 1960 Mar;5:358–369. doi: 10.1016/0002-9149(60)90083-7. PMID: 13801031. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 41.Terkelsen CJ, Sørensen JT, Kaltoft AK, Nielsen SS, Thuesen L, Bøtker HE, Lassen JF. Prevalence and significance of accelerated idioventricular rhythm in patients with ST-elevation myoc ardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol . 2009 Dec 15;104(12):1641–1646. doi: 10.1016/j.amjcard.2009.07.037. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 42.Brady WJ, De Behnke DJ, Laundrie D. Prevalence, therapeutic response, and outcome of ventricular tachycardia in the out-of-hospital setting: a comparison of monomorphic ventricular tachycardia, polymorphic ventricular tachycardia, and torsades de pointes. Acad Emerg Med . 1999 Jun;6(6):609–617. doi: 10.1111/j.1553-2712.1999.tb00414.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 43.Trinkley KE, Page RL, 2nd, Lien H, Yamanouye K, Tisdale JE. QT interval prolongation and the risk of torsades de pointes: essentials for clinicians. Curr Med Res Opin . 2013 Dec;29(12):1719–1726. doi: 10.1185/03007995.2013.840568. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 44.Leenhardt A, Extramiana F, Milliez P, Denjoy I, Thomas O, Meddane M, et al. Tachycardies ventriculaires bidirectionnelles [Bidirectional ventricular tachycardias] Arch Mal Coeur Vaiss . 2003 Dec;96(Spec 7):27–31. PMID: 15272518. [PubMed] [Google Scholar]
  • 45.Chung KY, Walsh TJ, Massie E. Double ventricular parasystole. Am Heart J . 1964;67:162–165. doi: 10.1016/0002-8703(64)90364-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 46.Brugada P, Brugada J, Mont L, Smeets J, Andries EW. A new approach to the differential diagnosis of a regular tachycardia with a wide QRS complex. Circulation . 1991 May;83(5):1649–1659. doi: 10.1161/01.cir.83.5.1649. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 47.Antunes E, Brugada J, Steurer G, Andries E, Brugada P. The differential diagnosis of a regular tachycardia with a wide QRS complex on the 12-lead ECG: ventricular tachycardia, supraventricular tachycardia with aberrant intraventricular conduction, and supraventricular tachycardia with anterograde conduction over an accessory pathway. Pacing Clin Electrophysiol . 1994 Sep;17(9):1515–1524. doi: 10.1111/j.1540-8159.1994.tb01517.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 48.Vereckei A, Duray G, Szénási G, Altemose GT, Miller JM. Application of a new algorithm in the differential diagnosis of wide QRS complex tachycardia. Eur Heart J . 2007 Mar;28(5):589–600. doi: 10.1093/eurheartj/ehl473. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 49.Wellens HJ, Bär FW, Lie KI. The value of the electrocardiogram in the differential diagnosis of a tachycardia with a widened QRS complex. Am J Med . 1978 Jan;64(1):27–33. doi: 10.1016/0002-9343(78)90176-6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 50.Wellens HJ. Electrophysiology: ventricular tachycardia: diagnosis of broad QRS complex tachycardia. Heart . 2001;86(5):579–585. doi: 10.1136/heart.86.5.579. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 51.Steurer G, Gürsoy S, Frey B, Simonis F, Andries E, Kuck K, Brugada P. The differential diagnosis on the electrocardiogram between ventricular tachycardia and preexcited tachycardia. Clin Cardiol . 1994 Jun;17(6):306–308. doi: 10.1002/clc.4960170606. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 52.Marriot HJ. Differential diagnosis of supraventricular and ventricular tachycardia. Cardiology . 1990;77(3):209–220. doi: 10.1159/000174602. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 53.Drew BJ, Scheinman MM. Value of electrocardiographic leads MCL1, MCL6 and other selected leads in the diagnosis of wide QRS complex tachycardia. J Am Coll Cardiol . 1991 Oct;18(4):1025–1033. doi: 10.1016/0735-1097(91)90762-x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 54.Vereckei A, Duray G, Szénási G, Altemose GT, Miller JM. New algorithm using only lead aVR for differential diagnosis of wide QRS complex tachycardia. Heart Rhythm . 2008 Jan;5(1):89–98. doi: 10.1016/j.hrthm.2007.09.020. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 55.Pava LF, Perafán P, Badiel M, Arango JJ, Mont L, Morillo CA, Brugada J. R-wave peak time at DII: a new criterion for differentiating between wide complex QRS tachycardias. Heart Rhythm . 2010 Jul;7(7):922–926. doi: 10.1016/j.hrthm.2010.03.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 56.Jastrzebski M, Sasaki K, Kukla P, Fijorek K, Stec S, Czarnecka D. The ventricular tachycardia score: a novel approach to electrocardiographic diagnosis of ventricular tachycardia. Europace . 2016 Apr;18(4):578–584. doi: 10.1093/europace/euv118. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 57.Santos F, Neto, Pisani CF, Darrieux FCDC, Cirino CMF, Hachul DT, Santos AM, et al. Validation of a Simple Electrocardiographic Algorithm for Detection of Ventricular Tachycardia. Arq Bras Cardiol . 2021 Mar;116(3):454–463. doi: 10.36660/abc.20190501. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 58.Casale PN, Devereux RB, Kligfield P, Eisenberg RR, Miller DH, Chaudhary BS, Phillips MC. Electrocardiographic detection of left ventricular hypertrophy: development and prospective validation of improved criteria. J Am Coll Cardiol . 1985 Sep;6(3):572–580. doi: 10.1016/s0735-1097(85)80115-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 59.Devereux RB, Phillips MC, Casale PN, Eisenberg RR, Klingfield P. Geometric determinants of electrocardiographic left ventricular hypertrophy. Circulation . 1983;67(4):907–911. doi: 10.1161/01.cir.67.4.907. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 60.Sokolow M, Lyon TP. The ventricular complex in left ventricular hypertrophy as obtained by unipolar precordial and limb leads. Am Heart J . 1949;37(2):161–186. doi: 10.1016/0002-8703(49)90562-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 61.Pringle SD, MacFarlane PW, McKillop JH, Lorimer AR, Dunn FG. Pathophysiologic assessment of left ventricular hypertrophy and strain in asymptomatic patients with essential hypertension. J Am Coll Cardiol . 1989;13(6):1377–1381. doi: 10.1016/0735-1097(89)90314-8. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 62.Reichek N, Devereux RB. Left ventricular hypertrophy: Relationship of anatomic echocardiographic and electrocardiographic findings. Circulation . 1981;63(6):1391–1398. doi: 10.1161/01.cir.63.6.1391. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 63.Romhilt DW, Bove KE, Norris RJ, Conyers E, Conradi S, Rowlands DT, et al. A critical appraisal of the electrocardiographic criteria for the diagnosis of left ventricular hypertrophy. Circulation . 1969;40(2):185–195. doi: 10.1161/01.cir.40.2.185. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 64.Fragola PV, Autore C, Ruscitti GC, Picelli A, Cannata D. Electrocardiographic diagnosis of left ventricular hypertrophy in the presence of left bundle branch block: a wasted effort. Int J Cardiol . 1990;28(2):215–221. doi: 10.1016/0167-5273(90)90063-b. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 65.Scott RC. The correlation between ECG patterns of ventricular hypertrophy and the, anatomic findings. Circulation . 1960;21:256–291. doi: 10.1161/01.cir.21.2.256. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 66.Romhilt D, Estes E. A point score system for the ECG diagnosis of left ventricular hypertrophy. Am Heart J . 1968;75(6):752–758. doi: 10.1016/0002-8703(68)90035-5. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 67.Peguero JG, Lo Presti S, Perez J, Issa O, Brenes JC, Tolentino A. Electrocardiographic Criteria for the Diagnosis of Left Ventricular Hypertrophy. J Am Coll Cardiol . 2017;69(13):1694–1703. doi: 10.1016/0002-8703(68)90035-5. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 68.Tavares CAM, Samesima N, Hajjar LA, Godoy LC, Padrão EMH, Lazar F, Neto, et al. Clinical applicability and diagnostic performance of electrocardiographic criteria for left ventricular hypertrophy diagnosis in older adults. 11516 Sci Rep . 2021 Jun 1;11(1) doi: 10.1038/s41598-021-91083-9. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 69.McCaughan D, Koroxenidis GT, Hopff LG, William C., et al. New vectorcardiographic criteria for the diagnosis of acquired right ventricular hypertrophy: Comparison with standard electrocardiographic criteria (P). [Abstract] 766 Circulation . 1963;28(4) [Google Scholar]
  • 70.Myers GB, Klein HA, Stofer BE. The electrocardiographic diagnosis of right ventricular hypertrophy. Am Heart J . 1948;35(1):1–40. doi: 10.1016/0002-8703(48)90182-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 71.Gamboa R, Hugenholtz PG, Nadas AS. Corrected (Frank), uncorrected (cube), and standard electrocardiographic lead systems in recording augmented right ventricular forces in right ventricular hypertension. Brit Heart J . 1966;28(1):62–74. doi: 10.1136/hrt.28.1.62. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 72.Flowers NC, Horan LG. Schlant RC, Hurst JW. Advances in Electrocardiography . New York: Grune & Straton; 1972. Hypertrophy and infarction: Subtle signs of right ventricular enlargement and their relative importance. [Google Scholar]
  • 73.Okin PM, Roman MJ, Devereux RB, Kligfield P. Time-voltage area of the QRS for the identification of left ventricular hypertrophy. Hypertension . 1996;27(2):251–258. doi: 10.1161/01.hyp.27.2.251. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 74.Castellanos A, Jr, Lemberg L. Diagnosis of isolated and combined block in the bundle branches and the divisions of the left branch. Circulation . 1971;43(6):971–976. doi: 10.1161/01.cir.43.6.971. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 75.Scheinman M, Brenman BA. Clinical and anatomic implications of intraventricular conduction blocks in acute myocardial infarction. Circulation . 1972;46(4):753–760. doi: 10.1161/01.cir.46.4.753. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 76.Tan NY, Witt CM, Oh JK, Cha YM. Left Bundle Branch Block: Current and Future Perspectives. Circ Arrhythm Electrophysiol . 2020 Apr;13(4) doi: 10.1161/CIRCEP.119.008239. e008239. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 77.Kusumoto FM, Schoenfeld MH, Barrett C, Edgerton JR, Ellenbogen KA, Gold MR, et al. 2018 ACC/AHA/HRS Guideline on the Evaluation and Management of Patients With Bradycardia and Cardiac Conduction Delay: Executive Summary: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation . 2019 Aug 20;140(8):e333–e381. doi: 10.1161/CIR.0000000000000627. Erratum in: Circulation. 2019 Aug 20;140(8):e504-e505. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 78.Auricchio A, Fantoni C, Regoli F, Carbucicchio C, Goette A, Geller C, et al. Characterization of left ventricular activation in patients with heart failure and left bundle-branch block. Circulation . 2004 Mar 9;109(9):1133–1139. doi: 10.1161/01.CIR.0000118502.91105.F6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 79.Tavares CAM, Samesima N, Lazar F, Neto, Hajjar LA, Godoy LC, Padrão EMH, et al. 547 BMC Cardiovasc Disord . 2021 Nov 17;21(1) doi: 10.1186/s12872-021-02332-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 80.Denis B, Arnaud P. Right ventricular diastolic overloading in left bundle-branch block. Ann Cardiol Angeiol (Paris). . 1990 Apr;39(4):213–217. PMID: 2142390. [PubMed] [Google Scholar]
  • 81.Castellanos A, Jr, Maytin 0, Arcebal AG, Lemberg L. Significance of complete right bundle branch block with right axis deviation in absence of right ventricular hypertrophy. Brit Heart J. . 1970;32(1):85–92. doi: 10.1136/hrt.32.1.85. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 82.Rosenbaum MB. Types of right bundle branch block and their clinical significance. J Eletrocardiol . 1968;1(2):221–232. doi: 10.1016/s0022-0736(69)81017-4. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 83.Rosenbaum MB, Elizari MV, Lazzari JO. Los Hemibloqueos . Buenos Aires: Paidos; 1967. [Google Scholar]
  • 84.Tranchesi J, Grinberg M, Moffa PJ, Spiritus MO, Serro-Azul LG. Os bloqueios das divisões do ramo esquerdo (hemibloqueios). Conceitos atuais. Arq Bras Cardiol . 1971;24(3):77–90. PMID: 5162306. [PubMed] [Google Scholar]
  • 85.Demoulin JC, Kulbertus HE. Histopathological examination of concept of left hemiblock. Br Heart J . 1972;34(8):807–814. doi: 10.1136/hrt.34.8.807. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 86.Rosenbaum MB, Elizari MV, Levi RJ, Nau GJ, Pisani N, Lazzari JO, et al. Five cases of intermittent left anterior hemiblock. 1- Am J Cardiol . 1969;24(1) doi: 10.1016/0002-9149(69)90044-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 87.Benchimol A, Desser KB, Massey BJ. Coexisting left anterior hemiblock and inferior wall myocardial infarction. Vectorcardiographic features. Am J Cardiol . 1972;29(1):7–14. doi: 10.1016/0002-9149(72)90409-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 88.Hoffman I, Mehte J, Hilssenrath J, Hamby RI. Anterior conduction delay: A possible cause for prominent anterior QRS forces. 15 J Eletrocardiology . 1976;9(1) doi: 10.1016/s0022-0736(76)80004-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 89.Iwamura N, Kodama I, Shimizu T, Yamada K, Irata Y, Toyama J. Functional properties of the left septal Purkinje network in premature activation of the ventricular conduction system. Am Heart J . 1978;95(1):60–69. doi: 10.1016/0002-8703(78)90397-6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 90.Tranchesi J, Moffa PJ, Pastore CA, Carvalho E, Filho, Tobias NM. Bloqueio da divisão ântero-medial do ramo esquerdo do feixe de His nas coronariopatias. Caracterização vetorcardiográfica. Arq Bras Cardiol . 1979;32(6):355–360. PMID: 508112. [PubMed] [Google Scholar]
  • 91.Brenes PC, Medrano GA, Sodi-Pallares D. EI bloqueo de Ia subdivision posterior de Ia rama izquierda del haz de His. Estudio clínico, eletro y vetorcardiográfico. Arch Inst Cardiol Méx . 1970;40(5):621–634. PMID: 5532175. [PubMed] [Google Scholar]
  • 92.Demoulin JC, Kulbertus HE. Histopathologic correlates of left posterior fascicular block. Am J Cardiol . 1979;44(6):1083–1088. doi: 10.1016/0002-9149(79)90173-5. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 93.Dhingra RC, Wyndham C, Amat-y-Leon F, Denes P, Wu D, Srindhar, et al. Incidence and site of atrioventricular block in patients with chronic bifascicular block. Circulation . 1979;59(2):238–246. doi: 10.1161/01.cir.59.2.238. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 94.Kulbertus H, Collignon P, Humblet L. Vectorcardiographic study of QRS loop in patients with left superior axis deviation and right bundle-branch block. Br Heart J . 1970;32(3):386–392. doi: 10.1016/0002-8703(70)90417-5. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 95.Fragola PV, Autore C, Magni G, Albertini M, Pierangeli L, Ruscitti G, al. t, et al. Limitations of the electrocardiographic diagnosis of left ventricular hypertrophy: the influence of left anterior hemiblock and right bundle branch block. Int J Cardiol. . 1992;34(1):41–48. doi: 10.1016/0167-5273(92)90080-m. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 96.Elizari MV, Baranchuck A, Chiale PA. Masquerading bundle branch block : a variety of right bundle branch block with left anterior fascicular block. Expert Rev Cardiov Ther . 2013;11(1):69–75. doi: 10.1586/erc.12.142. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 97.Dhanse S, Kareen H, Devasi T, Sudhakar RM. Masquerading bundle branch block : a poor prognosis sign revisited. J Clin Diagn Res. . 2016;10(9):OD01–OD02. doi: 10.7860/JCDR/2016/20572.8472. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 98.Flowers NC, Horan LG, Wylds AC, Crawford W, Sridharan MR, Horan CP, et al. Relation of peri-infarction block to ventricular late potentials in patients with inferior wall myocardial infarction. Am J Cardiol . 1990 Sep 1;66(5):568–574. doi: 10.1016/0002-9149(90)90483-h. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 99.Lemmert ME, Jong JS, van Stipdonk AM, Crifins HJ, Sridharan MR, Horan CP, et al. Electrocardiographic factors playing a role in ischemic ventricular fibrillation in ST elevation myocardial infarction are related to the culprit artery. Heart Rhythm . 2008 Jan;5(1):71–78. doi: 10.1016/j.hrthm.2007.09.011. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 100.Brenyo A, Pietrasik G, Barsheshet A, Huang DT, Polonsky B, McNitt S, et al. QRS fragmentation and the risk of sudden cardiac death in MADIT II. J Cardiovasc Electrophysiol . 2012 Dec;23(12):1343–1348. doi: 10.1111/j.1540-8167.2012.02390.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 101.Benezet-Mazuecos J, Ibanez B, Farre J. Atypical left bundle branch block in dilative “burned-out” phase of hypertrophic cardiomyopathy. Pacing Clin Electrophysiol . 2005 Dec;28(12):1357–1359. doi: 10.1111/j.1540-8159.2005.00279.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 102.Nogami A. Purkinje-related arrhythmias part I: monomorphic ventricular tachycardias. Pacing Clin Electrophysiol . 2011 May;34(5):624–650. doi: 10.1111/j.1540-8159.2011.03044.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 103.Amsterdam EA, Wenger NK, Brindis RG, Casey DE, Ganiats TG, Holmes DG, et al. American College of Cardiology. American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Society for Cardiovascular Angiography and Interventions. Society of Thoracic Surgeons. American Association for Clinical Chemistry 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients with Non-ST-Elevation Acute Coronary Syndromes: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol . 2014 Dec 23;64(24):e139–e228. doi: 10.1016/j.jacc.2014.09.017. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 104.Roffi M, Patrono C, Collet JP, Mueller C, Valgimigli M, Andreotti F, et al. 2015 ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes in patients presenting without persistent ST-segment elevation: Task Force for the Management of Acute Coronary Syndromes in Patients Presenting without Persistent ST-Segment Elevation of the European Society of Cardiology (ESC) Eur Heart J. . 2016;37(3):267–315. doi: 10.1093/eurheartj/ehv320. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 105.Krone RJ, Greenberg H, Dwyer EM, Jr, Kleiger RE, Boden WE. Long-term prognostic significance of ST segment depression during acute myocardial infarction. The Multicenter Diltiazem Postinfarction Trial Research Group. J Am Coll Cardiol . 1993;22(2):361–367. doi: 10.1016/0735-1097(93)90038-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 106.Bayes de Luna A, Zareba W, Fiol M, Nikus K, Birnbaum Y, et al. Negative T wave in isquemic heart disease: A consensus article. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2014;19(5):426–441. doi: 10.1111/anec.12193. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 107.Knotts RJ, Wilson JM, Kim E HD, Birnbaum Y, Huang HD, Birnbaum Y. Diffuse ST depression with ST elevation in aVR: Is this pattern specific for global ischemia due to left main coronary artery disease? J Electrocardiol . 2013;46(3):240–248. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2012.12.016. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 108.Yamaji H, Iwasaki K, Kusachi S, Murakami T, Hirami R, Hamamoto H, et al. Prediction of acute left mais coronary artery obstruction by 12-lead electrocardiography. ST segment elevation in lead aVR with less ST elevation in lead V1. J Am Coll Cardiol . 2001;38(5):1348–1354. doi: 10.1016/s0735-1097(01)01563-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 109.Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, Simooms ML, Chaitman BR, White HD, et al. Writing Group on the Joint ESC/ACCF/AHA/WHF Task Force for the Universal Definition of Myocardial Infarction. ESC Committee for Practice Guidelines (CPG). Third universal definition of myocardial infarction. Eur Heart J. . 2012;33(20):2551–2567. doi: 10.1093/eurheartj/ehs184. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 110.Bayés de Luna A, Rovai D, Pons Llado G, Gorgels A, Chaitman BR, White HD, et al. The end of an electrocardiographic dogma: a prominent R wave in V1 is caused by a lateral not posterior myocardial infarction-new evidence based on contrast-enhanced cardiac magnetic resonance-electrocardiogram correlations. Eur Heart J . 2015 Apr 21;36(16):959–964. doi: 10.1093/eurheartj/ehv035. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 111.Nucifora G, Miani D, Di Chiara A, Piceoli G, Artico J, Puppato M, et al. Infarct-like acute myocarditis: relation between electrocardiographic findings and myocardial damage as assessed by cardiac magnetic resonance imaging. Clin Cardiol . 2013 Mar;36(3):146–152. doi: 10.1002/clc.22088. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 112.Selvester RH, Sanmarco ME, Solomon JC, Wagner GS. Wagner GS.(ed) Measurement and intervention . The Hague: Martinus Nijhoff Publishers; 1982. The ECG: QRS change; pp. 23–50. [Google Scholar]
  • 113.Lopez-Sendon J, Coma-Canella I, Alcasena S, et al. Electrocardiographic findings in acute right ventricular infarction: sensitivity and specificity of electrocardiographic alterations in right precordial leads V4R, V3R, V1, V2, and V3. J Am Coll Cardiol . 1985;6(6):1273–1279. doi: 10.1016/s0735-1097(85)80213-8. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 114.Lazar EJ, Goldberger J, Peled H, Sherman M, Frisfman WH. Atrial infarction: diagnosis and management. Am Heart J . 1988;116(4):1058–1063. doi: 10.1016/0002-8703(88)90160-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 115.Bairey CN, Shah PK, Lew AS, Hulse S. Electrocardiographic differentiation of occlusion of the left circumflex versus the right coronary artery as a cause of inferior acute myocardial infarction. Am J Cardiol . 1987;60(7):456–459. doi: 10.1016/0002-9149(87)90285-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 116.Nikus K, Birnbaum Y, Fiol-Sala M, Rankinen J, Luna AB. Conduction Disorders in the Setting of Acute STEMI. Curr Cardiol Rev . 2021;17(1):41–49. doi: 10.2174/1573403X16666200702121937. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 117.Sgarbossa EB, Pinski SL, Barbagelata A, et al. Electrocardiographic diagnosis of evolving acute myocardial infarction in the presence of left bundle-branch block. GUSTO-1 (Global Utilization of Streptokinase and Tissue Plasminogen Activator for Occluded Coronary Arteries) Investigators. N Engl J Med . 1966;334(7):481–487. doi: 10.1016/0002-9149(87)90285-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 118.Bazett HC. An analysis of the time-relations of electrocardiograms. Heart . 1920;(7):353–370. [Google Scholar]
  • 119.Sagie A, Larson MG, Goldberg RJ, Bengtson JR, Levy D., et al. An improved method for adjusting the QT interval for heart rate (the Framingham Heart Study) Am J Cardiol . 1992;79(7):797–801. doi: 10.1016/0002-9149(92)90562-d. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 120.Hodges M, Salerno D, Erlien D. Bazett’s QT correction reviewed - Evidence that a linear QT correction for heart is better, (Abstract) 694 J Am Coll Cardiol . 1983;1(2) [Google Scholar]
  • 121.Camm JA, Marik M, Yap GY. Acquired long-QT syndrome . Philadelphia: Blackwell Publishing; 2004. pp. 47–48. [Google Scholar]
  • 122.Gollob MH, Redpath CJ, Roberts JD. The Short QT Syndrome - Proposed Diagnostic Criteria. J Am Coll Cardiol . 2011;57(7):802–812. doi: 10.1016/j.jacc.2010.09.048. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 123.Bogossian H, Linz D, Heijman H, Heijman J, Bimpong-Buta NY, Bandorski D, et al. QT evaluation in patients with bundle branch block. Int J Cardiol Heart Vasc. . 2020;30:100636. doi: 10.1016/j.ijcha.2020.100636. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 124.Macfarlane PW, Antzelevitch C, Haissaguerre M, Huikuri HV, Potse M, et al. The early repolarization pattern: aa consensus paper. J Am Coll Cardiol . 2015 Jul 28;66(4):470–477. doi: 10.1016/j.jacc.2015.05.033. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 125.Haissaguerre M, Derval N, Sacher F, l Jesel, Deisenholer I, Roy L, et al. Sudden cardiac arrest associated with early repolarization. N Engl J Med . 2008;358(19):2016–2023. doi: 10.1056/NEJMoa071968. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 126.Kukla P, Jastrzębski M, Pérez-Riera AR. Some controversies about early repolarization: the Haïssaguerre syndrome. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2015;20(5):409–418. doi: 10.1111/anec.12263. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 127.Tikkanen JT, Anttonen O, Junttila MJ, Aro AA, Kerola T, Rissanen HA, et al. Long-term outcome associated with early repolarization and electrocardiography. Engl J Med . 2009;361(26):2529–2537. doi: 10.1056/NEJMoa0907589. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 128.Macfarlane PW, Antzelevitch C, Haisaguerre M, Huikuri HV, Potse M, Rosso R, et al. The Early Repolarization Pattern. A consensus paper. J Am Coll Cardiol . 2015;68(4):470–477. doi: 10.1056/NEJMoa0907589. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 129.Laksman ZW, Gula LJ, Saklani P, Cassagneau R, Steinberg C, Conacher S, et al. Early repolarization is associated with symptoms in patients with type 1 and type 2 long QT syndrome. Heart Rhythm . 2014;11(9):1632–1638. doi: 10.1016/j.hrthm.2014.05.027. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 130.Moss AJ. New insights into the arrhythmogenic substrate of the long QT syndrome. Circulation . 2014;130(22):1929–1930. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.114.013232. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 131.Cross B, Homoud M, Link M, Foote C, Garlitski AC, Weinstock J, 3rd. Estes NA. The short QT syndrome. J Interv Card Electrophysiol . 2011 Jun;31(1):25–31. doi: 10.1007/s10840-011-9566-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 132.Gaita F, Giustetto C, Bianchi F, Schimpf R, Haissguerre M, Calo L, et al. Short QT syndrome: pharmacological treatment. J Am Coll Cardiol . 2004 Apr 21;43(8):1494–1499. doi: 10.1016/j.jacc.2004.02.034. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 133.Wolpert C, Schimpf R, Veltmann C, Giustetto C, Gaita F, Borggrefe M. Clinical characteristics and treatment of short QT syndrome. Expert Rev Cardiovasc Ther . 2005 Jul;3(4):611–617. doi: 10.1016/j.jacc.2004.02.034. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 134.Bayés de Luna A, Brugada J, Baranchuk A, Borggrefe M, Breithardt G, Goldwasser D, et al. Current electrocardiographic criteria for diagnosis of Brugada pattern: a consensus report. J Electrocardiol. . 2012 Sep;45(5):433–442. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2012.06.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 135.Sarquella-Brugada G, Campuzano O, Arbelo E, Brugada J, Brugada R. Brugada syndrome: clinical and genetic findings. Genet Med . 2015;18(1):3–12. doi: 10.1038/gim.2015.35. PMID: 25905440 Review. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 136.Hong K, Brugada J, Oliva A, Berruezo-Sanchez A, Potenza D, Pollevick GD, et al. Value of electrocardiographic parameters and ajmaline test in the diagnosis of Brugada syndrome caused by SCN5A mutations. Circulation . 2004 Nov 9;110(19):3023–3027. doi: 10.1161/01.CIR.0000144299.17008.07. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 137.Postema PG, Wolpert C, Amin AS, Probst V, Borggrefe M, Poden DH, et al. Drugs and Brugada syndrome patients: review of the literature, recommendations, and an up-to-date website. Heart Rhythm . 2009 Sep;6(9):1335–1341. doi: 10.1016/j.hrthm.2009.07.002. www.brugadadrugs.org [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 138.Sangwatanaroj S, Prechawat S, Sunsaneewitayakul B, Tungsanga K, Tosukhooowong P., et al. New electrocardiographic leads and the procainamide test for the detection of the Brugada sign in sudden unexplained death syndrome survivors and their relatives. Eur Heart J . 2001 Dec;22(24):2290–2296. doi: 10.1053/euhj.2001.2691. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 139.Baranchuk A, Nguyen T, Hyung Ryu M, Femenía F, Zareba W, Wilde AM., et al. Brugada phenocopy:new terminolçogy and proposed classification. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2012;17(4):299–314. doi: 10.1111/j.1542-474X.2012.00525.x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 140.Hayashi M, Denjoy I, Extramiana F, Maltret A, Buisson NR, Lupoglazo JM, et al. Incidence and risk factors of arrhythmic events in catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia. Circulation . 2009;119(18):2426–2434. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.829267. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 141.Roston TM, Vinocur JM, Maginot KR, Mohammed S, Salerno JC, Etheridge SP, et al. Catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia in children: analysis of therapeutic strategies and outcomes from an international multicenter registry. Circ Arrhythm Electrophysiol . 2015 Jun;8(3):633–642. doi: 10.1161/CIRCEP.114.002217. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 142.Te Riele AS, James CA, Philips B, Rastegar N, Bhonsale A, Groenweg J, et al. Mutation-positive arrhythmogenic right ventricular dysplasia/cardiomyopathy: the triangle of dysplasia displaced. J Cardiovasc Electrophysiol . 2013;24(12):1311–1320. doi: 10.1111/jce.12222. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 143.Zhang L, Liu L, Kowey PR, Fontaine GW. The electrocardiographic manifestations of arrhythmogenic right ventricular dysplasia. Curr Cardiol Rev . 2014 Aug;10(3):237–245. doi: 10.2174/1573403x10666140514102928. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 144.Hoffmayer KS, Bhave PD, Marcus GM, James CA, Tichnell C, Chopra N, et al. An electrocardiographic scoring system for distinguishing right ventricular outflow tract arrhythmias in patients with arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy from idiopathic ventricular tachycardia. Heart Rhythm . 2013;10(4):477–482. doi: 10.1016/j.hrthm.2012.12.009. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 145.El-Saiedi SA, Seliem ZS, Esmail RI. Hypertrophic cardiomyopathy: prognostic factors and survival analysis in 128 Egyptian patients. Cardiol Young . 2014;24(4):702–708. doi: 10.1017/S1047951113001030. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 146.Semsarian C, Ingles J, Maron MS, Maron BI. New perspectives on the prevalence of hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol . 2015;65(12):1249–1254. doi: 10.1016/j.jacc.2015.01.019. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 147.Gilbreath HR, Castro D, Iannaccone ST. Congenital myopathies and muscular dystrophies. Neurol Clin . 2014 Aug;32(3):689–703. doi: 10.1016/j.ncl.2014.04.006. viii. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 148.Bönnemann CG, Wang CH, Quijano-Roy S, Deconinck N, Bertini E, Ferreiro A, et al. Members of International Standard of Care Committee for Congenital Muscular Dystrophies. Diagnostic approach to the congenital muscular dystrophies. Neuromuscul Disord . 2014;24(4):289–311. doi: 10.1016/j.nmd.2013.12.011. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 149.Santos MA, Costa F de A, Travessa AF, Bombig MT, Fonseca FH, Luna B., Filho, et al. Duchenne muscular dystrophy: electrocardiographic analysis of 131 patients. Arq Bras Cardiol . 2010;94(5):620–624. doi: 10.1590/s0066-782x2010005000024. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 150. Arizona Cert – Center for Education and Research on Therapeutics . [Cited 2009 April 28]. http://www.azcert.org/medical-pros/drug-lists/drug-lists.cfm .
  • 151.Long B, Brady WJ, Bridwell RE, Ramzy M, Montrief T, Singh M, et al. Electrocardiographic manifestations of COVID- 19. Am J Emerg Med . 2021;41:93–103. doi: 10.1016/j.ajem.2020.12.060. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 152.Gouaux JL, Ashman R. Auricular fibrillation with aberration stimulating ventricular paroxysmal tachycardia. Am Heart J . 1947;34(3):388–373. doi: 10.1016/0002-8703(47)90487-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 153.Kennedy LB, Leefe W, Leslie BR. The Ashman phenomenon. J La State Med Soc . 2004 May-Jun;156(3):159–162. PMID: 15233390. [PubMed] [Google Scholar]
  • 154.Spodick DH. Electrocardiogram in acute pericarditis. Distributions of morphologic and axial changes by stages. Am J Cardiol . 1974;33(4):470–474. doi: 10.1016/0002-9149(74)90603-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 155.Liang X, Wang Y, Yin X, Gong X, Pan S, Chen Z, et al. Electrocardiographic Characteristics of Breast Cancer Patients Treated with Chemotherapy. Cardiol Res Pract . 2020 Dec 9;2020 doi: 10.1155/2020/6678503. 6678503. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 156.Liu B, An T, Li M, Yi Z, Li C, Sun X, et al. The association between early-onset cardiac events caused by neoadjuvant or adjuvant chemotherapy in triple-negative breast cancer patients and some novel autophagy-related polymorphisms in their genomic DNA: a real-world study. Cancer Commun (Lond). . 2018 Dec 4;38(1):71. doi: 10.1186/s40880-018-0343-7. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 157.Buza V, Rajagopalan B, Curtis AB. Cancer Treatment–Induced Arrhythmias Focus on Chemotherapy and Targeted Therapies. Circ Arrhythm Electrophysiol . 2017;10(8):e005443. doi: 10.1161/CIRCEP.117.005443. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 158.Hajjar LA, Costa IBS, Queiroga M, Hoff P, Maria Del Pilar Estevez MP, Fonseca S, et al. Brazilian Cardio-oncology Guideline – 2020. Arq Bras Cardiol . 2020 Nov;115(5):1006–1043. doi: 10.36660/abc.20201006. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 159.Lawless CE, Best TM. Electrocardiograms in athletes: interpretation and diagnostic accuracy. Med Sci Sports Exerc . 2008;40(5):787–798. doi: 10.1249/MSS.0b013e318164dd18. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 160.Zorzi A, El Maghawry M, Corrado D. Evolving interpretation of the athlete’s electrocardiogram: From European Society of Cardiology and Stanford criteria, to Seattle criteria and beyond. J Electrocardiol . 2015;48(3):283–291. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2015.01.007. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 161.Corrado D, Pelliccia A, Heidbuchel H, Sharma S, Link M, Basso C, et al. Recommendations for interpretation of 12-lead electrocardiogram in the athlete. Eur Heart J . 2010;31(2):243–259. doi: 10.1093/eurheartj/ehp473. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 162.Riding NR, Sheikh N, Adamuz C, Watt V, Farooq A, Whyte GP, et al. Comparison of three current sets of electrocardiographic interpretation criteria for use in screening athletes. Heart . 2015 Mar;101(5):384–390. doi: 10.1136/heartjnl-2014-306437. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 163.Drezner JA, Sharma S, Baggish A, Papadakis M, Wilson MG, Prutkin JM, et al. International Criteria for Electrocardiographic Interpretation in Athletes: Consensus Statement. Br J Sports Med . 2017 May;51(9):704–731. doi: 10.1136/bjsports-2016-097331. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 164.Drezner JA, Ackerman MJ, Anderson J, Ashley E, Asplund CA, Baggish AL, et al. Electrocardiographic interpretation in athletes: the ‘Seattle Criteria’. Br J Sports Med . 2013 Feb;47(3):122–124. doi: 10.1136/bjsports-2012-092067. PMID: 23303758. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 165.Dickinson D. The normal ECG in childhood and adolescence. Heart . 2005;91(12):1626–16302. doi: 10.1136/hrt.2004.057307. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 166.Tobias N. Tranchesi J. Eletrocardiograma normal e patológico . 7.ed. São Paulo: Editora Roca; 2001. O eletrocardiograma normal da criança; pp. 141–150. ISBN: 9788572413237. [Google Scholar]
  • 167.Tipple M. Interpretation of electrocardiograms in infants and children. Images Paediatr Cardiol . 1999;1(1):3–13. [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 168.Schwartz P, Garson A, Paul T, Stramba-Badiale M, Vetter V, Villain E, Wren C. Guidelines for the interpretation of the neonatal electrocardiogram. Eur Heart J. . 2002;23(17):1329–1344. doi: 10.1053/euhj.2002.3274. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 169.Kligfield P, Gettes LS, Bailey JJ, Childers R, Deal BJ, William Hancock WE, et al. Recommendations for the Standardization and Interpretation of the Electrocardiogram: Part I: The Electrocardiogram and Its Technology: A Scientific Statement From the American Heart Association Electrocardiography and Arrhythmias Committee, Council on Clinical Cardiology; the American College of Cardiology Foundation; and the Heart Rhythm Society Endorsed by the International Society for Computerized Electrocardiology. Circulation . 2007;115(10):1306–1324. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.106.180200. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 170.Bronzetti G, Mariucci E, Bonvicini M, Picchio F. L’ECG in età pediátrica: cosa deve sapere Il cardiologo dell’adulto. G Ital Cardiol. . 2011;12(6):408–418. doi: 10.1714/835.9306. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 171.Davignon A, Rautaharju P, Boiselle E, Soumis E, Megelas M, Choquette A. Normal ECG Standards for infants and children. Pediatr Cardiol . 1980;1:123–131. doi: 10.1007/BF02083144. [DOI] [Google Scholar]
  • 172.Rijnbeek P, Witsenburg M, Schrama E, Hess J, Kors J. New normal limits for the paediatric electrocardiogram. Eur Heart J . 2001;22(8):702–711. doi: 10.1053/euhj.2000.2399. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 173.Pimenta Marina de Souza. Avaliação eletrocardiográfica de RN normais na primeira semana de vida . Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; São Paulo: Tese de Doutorado, Programa de Cardiologia. Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Pastore. Coorientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Jornada Krebs. [Google Scholar]
  • 174.Palhares DMF, Marcolino MS, Santos TMM, Silva JLP, Gomes PR, Ribeiro LB, et al. Normal limits of the electrocardiogram derived from a large database of Brazilian primary care patients. 152 BMC Cardiovasc Disord . 2017 Jun 13;17(1) doi: 10.1186/s12872-017-0572-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 175.Pastore C, Pinho C, Germiniani H, Samesima N, Pereira Filh HG, Kruse JCI, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos. Arq Bras Cardiol . 2009;93(3) supl.2:1–19. doi: 10.5935/abc.20160054. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 176.Sanches P, Moffa P. Tranchesi J. Eletrocardiograma normal e patológico . 7.ed. São Paulo: Editora Roca; 2001. O eletrocardiograma nas pericardites e miocardites e cardiomiopatias; pp. 623–650. [Google Scholar]
  • 177.Priori S, Wilde A, Horie M, Cho Y, Beher ER, Blom N, et al. HRS/EHRA/APHRS expert consensus statement on the diagnosis and management of patients with inherited primary arrhythmia syndromes: document endorsed by HRS, EHRA, and APHRS in May 2013 and by ACCF, AHA, PACES and AEPC in June 2013. Heart Rhythm . 2013 Dec;10(12):1932–1963. doi: 10.1016/j.hrthm.2013.05.014. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 178.Aro A, Anttonen O, Tikkanen J, Juntilla MJ, Kerola T, Rissanen H, et al. Prevalence and Prognostic Significance of T-Wave Inversions in Right Precordial Leads of a 12-Lead Electrocardiogram in the Middle-Aged Subjects. Circulation . 2012;125(21):2572–2577. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.112.098681. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 179.Marcus F, McKenna W, Sherrill D, Basso C, Bauce B, Bluemke DA, et al. Diagnosis of Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy/Dysplasia Proposed Modification of the Task Force Criteria. Circulation . 2010;121:1533–1541. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.840827. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 180.Bernstein AD, Daubert JC, Fletcher RD, Hayes DL, Luderitz B, Reynolds WR, et al. The revised NASPE/BPEG generic code for antibradycardia, adaptive-rate, and multisite pacing. North American Society of Pacing and Electrophysiology/British Pacing and Electrophysiology Group. Pacing Clin Electrophysiol . 2002 Feb;25(2):260–264. doi: 10.1046/j.1460-9592.2002.00260.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 181.Martinelli M, Filho, Siqueira SF, Nishioka SAD. Atlas de Marcapasso: a função através do eletrocardiograma . 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2012. ISBN: 978-8538802907. [Google Scholar]
  • 182.Oliveira MT, Jr, Canesin MF, Marcolino MS, Ribeiro ALP, Carvalho ACC, Reddy S, et al. Diretriz de telecardiologia no cuidado de pacientes com síndrome coronariana aguda e outras doenças cardíacas. Arq Bras Cardiol . 2015;104(Supl 1):1–26. doi: 10.5935/abc.20150057. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 183.Barold SS. Willem Einthoven and the birth of clinical electrocardiography a hundred years ago. Card Electrophysiol Rev . 2003;7(1):99–104. doi: 10.1023/a:1023667812925. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 184.Savage DD, Rautaharju PM, Bailey JJ, Horton MR, Hadden W, Lacroix AZ, et al. The emerging prominence of computer electrocardiography in large population-based surveys. J Electrocardiol . 1987;20(Suppl):48–52. PMID: 2961839. [PubMed] [Google Scholar]
  • 185.Alkmim MB, Figueira RM, Marcolino MS, Silva C, Abreu MP, et al. Improving patient access to specialized health care: the Telehealth Network of Minas Gerais, Brazil. Bull World Health Organ . 2012;90(5):373–378. doi: 10.2471/BLT.11.099408. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 186.Lopes MA, Oliveira GM, Ribeiro AL, Pinto FJ, Rey HCV, Zimerman LI, et al. Arq Bras Cardiol . 2019 Nov;113(5):1006–1056. doi: 10.5935/abc.20190205. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 187.Andrade MV, Maia AC, Cardoso CS, Alkmim MB, Ribeiro ALP. Cost-benefit of the Telecardiology service in the state of Minas Gerais: Minas Telecardio project. Arq Bras Cardiol . 2011;97(4):307–316. doi: 10.1590/s0066-782x2011005000080. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 188.Lazarus G, Kirchner HL, Siswanto BB. Prehospital tele-electrocardiographic triage improves the management of acute coronary syndrome in rural populations: A systematic review and meta-analysis. 1357633X20960627 J Telemed Telecare . 2020 Sep;30 doi: 10.1177/1357633X20960627. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 189.Nascimento BR, Brant LCC, Marino BCA, Passaglia LG, Ribeiro ALP. Implementing myocardial infarction systems of care in low/middle-income countries. Heart . 2019;105(1):20–26. doi: 10.1136/heartjnl-2018-313398. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 190.Busch MC, Gross S, Alte D, Kors JA, Völzke H, Ittermann T, et al. Impact of atrial fibrillation detected by extended monitoring — A population-based cohort study. Ann Noninvasive Electrocardiol . 2017;22(6):e12453. doi: 10.1111/anec.12453. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 191.Amir M, Munizu M, Mappangara I, Adam ATS. Telemedicine for detecting Brugada Syndrome in eastern Indonesia: A multi-center prospective observational study. Ann Med Surg . 2021;65 doi: 10.1016/j.amsu.2021.102334. 102334. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 192.Ribeiro ALP, Paixão GMM, Gomes PR, Ribeiro MH, Ribeiro AH, Canazart JA, et al. Tele-electrocardiography and bigdata: The CODE (Clinical Outcomes in Digital Electrocardiography) study. J Electrocardiol . 2019;575:S575–SS78. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2019.09.008. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 193.Ribeiro AH, Ribeiro MH, Paixão GMM, Oliveira DM, Gomes PR, Canazart JA, et al. Automatic diagnosis of the 12-lead ECG using a deep neural network. 1760 Nat Commun . 2020;11(1) doi: 10.1038/s41467-020-15432-4. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 194.Smith SW, Walsh B, Grauer K, Wang K, Rapin J, Li J, et al. A deep neural network learning algorithm outperforms a conventional algorithm for emergency department electrocardiogram interpretation. J Electrocardiol . 2019;52:88–95. doi: 10.1016/j.jelectrocard.2018.11.013. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 195.Attia ZI, Noseworthy PA, Lopez-Jimenez F, Asirvatham SJ, Deshmukh AJ, Gersh BJ, et al. An artificial intelligence-enabled ECG algorithm for the identification of patients with atrial fibrillation during sinus rhythm: a retrospective analysis of outcome prediction. Lancet . 2019;394(10201):861–867. doi: 10.1016/S0140-6736(19)31721-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 196.Varma N, Cygankiewicz I, Turakhia MP, Heidbuchel H, Hu YF, Chen LY, et al. 2021 ISHNE/HRS/EHRA/APHRS Expert Collaborative Statement on mHealth in Arrhythmia Management: Digital Medical Tools for Heart Rhythm Professionals: From the International Society for Holter and Noninvasive Electrocardiology/Heart Rhythm Society/European Heart Rhythm Association/Asia-Pacific Heart Rhythm Society. Circ Arrhythm Electrophysiol . 2021 Feb;14(2) doi: 10.1161/CIRCEP.120.009204. e009204. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
Arq Bras Cardiol. 2022 Sep 8;119(4):638–680. [Article in English]

Brazilian Society of Cardiology Guidelines on the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports – 2022

Nelson Samesima 1, Epotamenides Good God 2, Jose Claudio Lupi Kruse 3, Marcelo Garcia Leal 4, Claudio Pinho 5,6, Francisco Faustino de A C França 7, João Pimenta 8, Acácio Fernandes Cardoso 9, Adail Paixão 10, Alfredo Fonseca 11, Andrés R Pérez-Riera 12, Antonio Luiz Pinho Ribeiro 13, Bruna Affonso Madaloso 1, Bráulio Luna Filho 14, Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira 15, César José Grupi 1, Dalmo Antonio Ribeiro Moreira 7, Elisabeth Kaiser 1, Gabriela Miana de Mattos Paixão 16, Gilson Feitosa Filho 17, Horacio Gomes Pereira Filho 1, José Grindler 11, José Luiz Aziz 12, Marcos Sleiman Molina 18, Mirella Facin 1, Nancy M M de Oliveira Tobias 1, Patricia Alves de Oliveira 1, Paulo César R Sanches 19, Ricardo Alkmin Teixeira 20,21, Severiano Melo Atanes 22, Carlos Alberto Pastore 1

Brazilian Society of Cardiology Guidelines on the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports – 2022
The report below lists declarations of interest as reported to the SBC by the experts during the period of the development of these statement, 2021
Expert Type of relationship with industry
Acácio Fernandes Cardoso Nothing to be declared
Adail Paixao Almeida Nothing to be declared
Alfredo José da Fonseca Nothing to be declared
Andrés R. Pérez-Riera Nothing to be declared
Antonio Luiz Pinho Ribeiro
  • Other relationships

  • Performance, in the previous year, as a medical auditor for health insurance companies or the like:

  • - Consulting in Artificial Intelligence in Health for Unimed-BH Participation in government-related regulatory authorities or advocacy authorities in cardiology:

  • - Working with the Ministry of Health in digital health agreements and support for Primary Health Care

Braulio Luna Filho Nothing to be declared
Bruna Affonso Madaloso
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - SBC - Basic Electrocardiography Course Clinical Research; Immune BioSolutions Inc.

Carlos Alberto Pastore Nothing to be declared
Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira Nothing to be declared
Cesar José Grupi Nothing to be declared
Claudio Pinho
  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Xarelto

Dalmo Antônio Ribeiro Moreira
  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer, Abbott, Libbs, Astra Zeneca, Daichy Sankio

Elisabeth Kaiser Nothing to be declared
Epotamenides Maria Good God Nothing to be declared
Francisco Faustino de Albuquerque Carneiro de França Nothing to be declared
Gabriela Miana de Mattos Paixão Nothing to be declared
Gilson Soares Feitosa Filho Nothing to be declared
Horacio Gomes Pereira Filho Nothing to be declared
João A Pimenta de Almeida Nothing to be declared
Jose Claudio Lupi Kruse Nothing to be declared
José Grindler Nothing to be declared
Jose Luis Aziz
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Astrazeneca: hypertension and diabetes; Daiichi Sankyo: hypertension and atrial fibrillation

Marcelo Garcia Leal Nothing to be declared
Marcos Sleiman Molina
  • Other relationships

  • Any economically relevant equity interest in companies in the healthcare or education industry or in any companies competing with or supplying to SBC:

  • - Owner of a private clinic in the city of Mogi das Cruzes

Mirella Facin Nothing to be declared
Nancy Maria Martins De Oliveira Nothing to be declared
Nelson Samesima Nothing to be declared
Patricia Alves de Oliveira Nothing to be declared
Paulo César Ribeiro Sanches Nothing to be declared
Ricardo Alkmim Teixeira
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Daichii-Sankyo: Lixiana; Boehringer-Ingelheim: Pradaxa, Jardiance; Biotronik /Abbott / Medtronic: cardiac implantable electronic devices

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Biomedical: laser extraction baths

Severiano Atanes Netto Nothing to be declared

Content

Introduction

1. Standards for the Analysis and Issuance of

Electrocardiographic Reports

1.1. Standards for Electrocardiographic Analysis

1.2. The Electrocardiographic Report

1.2.1. Descriptive Report

1.2.2. Final Report

1.2.3. Automated Report

1 .2.4. Reports Via the Internet

2. Tracing Technical Quality Analysis

2.1. Tracing Technical Evaluation Criteria

2.1.1. Calibration of the Electrocardiograph

2.1.2. Lead Reversal

2.1.2.1. Lead Switches

2.1.2.1.1. Transposition of Upper Limb Electrodes

2.1.2.2. Lower Limb Electrode Swapped for Upper Limb Electrodes

2.1.2.3. Left Arm Electrode Swapped for Left Leg Electrode

2.1.2.4. Precordial Electrode Reversals

2.1.2.5. Misplacement of the V1 and V2 Electrodes

2.1.3. Other Interferences

2.1.3.1. Muscle Tremors

2.1.3.2. Neurostimulation

2.1.3.3. Cold, Fever, Hiccups, and Psychomotor Agitation

2.1.3.4. “Large Precordial Electrode”

2.1.3.5. Baseline Wander

2.1.3.6. Other Electrical and Electromagnetic Interferences

2.1.3.7. Alterations Due to the Malfunction of Software and

Computerized Electrocardiographic Signal Acquisition Systems

3. Heart Rhythm Analysis

3.1. Analysis of the P Wave, HR, and Rhythm

3.1.1. Definition of Sinus Rhythm

3.1.2. Frequency of the Sinus P Wave

3.2. Analysis of Supraventricular Rhythm Alterations

3.2.1. Definition of Cardiac Arrhythmia

3.2.2. Supraventricular Arrhythmia

3.2.3. Presence of Sinus P Wave

3.2.3.1. Sinus Arrhythmia

3.2.3.2. Sinus Bradycardia

3.2.3.3. Second-degree Sinoatrial Block

3.2.3.4. Interatrial Blocks (IAB)

3.2.3.5. Sinus Tachycardia

3.2.4. Absence of P Wave before the QRS

3.2.4.1. Atrial Fibrillation (AFib)

3.2.4.2. Atrial Flutter

3.2.4.3. Junctional Rhythm

3.2.4.4. Junctional Extrasystole

3.2.4.5. Common atrioventricular nodal reentrant tachycardia (AVNRT)

3.2.4.6. Orthodromic AV Reciprocating Tachycardia (AVRT)

3.2.5. Occurrence of a Non-sinus P Wave Before the QRS Complex

3.2.5.1. Ectopic Atrial Rhythm

3.2.5.2. Multifocal Atrial Rhythm

3.2.5.3. Junctional Rhythm

3.2.5.4. Delayed Atrial Beat

3.2.5.5. Premature Atrial Complex (PAC)

3.2.5.6. Blocked or Non-conducted PAC

3.2.5.7. Atrial Tachycardia

3.2.5.8. Multifocal Atrial Tachycardia

3.2.5.9. Uncommon AV Nodal Reentrant Tachycardia (AVNRT)

3.2.5.10. Permanent Junctional Reciprocating Tachycardia

(Coumel Tachycardia)

3.2.6. Pauses

3.2.6.1. Sinus Arrest

3.2.6.2. Sinus Node Dysfunction

3.2.7. Classification of Supraventricular Tachycardias Based on

the RP Interval

3.2.8. Supraventricular Arrhythmias with a Wide QRS Complex

3.2.8.1. Aberrant Conduction

3.2.8.2. PAC with Aberrant Conduction

3.2.8.3. Supraventricular Tachycardia (SVT) with Aberrant Conduction

3.2.8.4. Antidromic AV Reentrant Tachycardia

4. AV Conduction

4.1. Defining a Normal AV Conduction

4.1.1. Delayed AV Conduction

4.1.1.1. First-degree AV Block

4.1.1.2. Type I Second-degree AV Block (Mobitz I)

4.1.1.3. Type II Second-degree AV Block (Mobitz II)

4.1.1.4. 2:1 Second-degree AV Block

4.1.1.5. Advanced or High-grade Second-degree AV Block

4.1.1.6. Third-degree or Complete AV Block

4.1.1.7. Paroxysmal AV Block

4.1.2. Ventricular Pre-excitation

4.1.3. Other Mechanisms of Changes in the AV Relationship

(normal AV node conduction)

4.1.3.1. AV Dissociation

4.1.3.2. Retrograde Atrial Activation

5. Analysis of Ventricular Activation

5.1. Normal Ventricular Activation

5.1.1. Definition of a Normal QRS

5.1.2. Normal Electrical Axis in the Frontal Plane

5.1.3. Normal Ventricular Activation in the Transversal Plane

5.1.4. Analysis of Ventricular Rhythm Alterations

5.1.4.1. Definition of Cardiac Arrhythmia

5.1.4.2. Ventricular Arrhythmia

5.1.4.3. Analysis of Ventricular Arrhythmias

5.1.4.3.1. Premature Ventricular Complex (PVC)

5.1.4.3.2. Ventricular Escape Beat

5.1.4.3.3. Ventricular Escape Rhythm – Idioventricular Rhythm

5.1.4.3.4. Accelerated Idioventricular Rhythm

5.1.4.3.5. Ventricular Tachycardia (VT)

5.1.4.3.5.1. Monomorphic VT

5.1.4.3.5.2. Polymorphic VT

5.1.4.3.5.3. Torsades des Pointes (TdP)

5.1.4.3.5.4. Bidirectional VT

5.1.4.3.5.5. VT Length

5.1.4.3.6. Fusion Beat

5.1.4.3.7. Supraventricular Capture Beat During Idioventricular Rhythm

5.1.4.3.8. Ventricular Parasystole

5.1.4.3.9. Ventricular Fibrillation (VF)

5.1.4.4. Criteria for Differentiating Wide QRS Complex Tachycardias

6. Cardiac Chambers hypertrophy

6.1. Atrial hypertrophy

6.1.1. Left Atrial Hypertrophy

6.1.2. Right Atrial Hypertrophy

6.1.3. Biatrial hypertrophy

6.1.4. Left Ventricular Hypertrophy

6.1.4.1. Romhilt-Estes Criteria

6.1.4.2. Sokolow-Lyon Index

6.1.4.3. Cornell Index

6.1.4.4. Peguero-Lo Presti

6.1.4.5. Changes in Ventricular Repolarization

6.1.5. Right Ventricular Hypertrophy

6.1.5.1. QRS Axis

6.1.5.2. Tall R Wave

6.1.5.3. qR or qRs Morphology

6.1.5.4. rsR’ Morphology

6.1.5.5. Ventricular Repolarization

6.1.5.6. Seattle Criteria for RVH

6.1.6. Biventricular Hypertrophy

6.1.7. Differential Diagnoses for Increased QRS Amplitude

7. Analysis of Intraventricular Blocks (Conduction Delay)

7.1. Intraventricular Blocks 74 , 75

7.1.1. Left Bundle-Branch Block (LBBB)

7.1.1.1. LBBB in Association with LVH

7.1.1.2. LBBB in Association with RVH (at Least 2 out of 3 Criteria)

7.1.2. Right Bundle-Branch Block (RBBB)

7.1.2.1. End Conduction Delay

7.1.3. Left Fascicular Blocks

7.1.3.1 Left Anterosuperior Fascicular Block (LAFB)

7.1.3.2. Left Anteromedial Fascicular Block

7.1.3.3 Left Posteroinferior Fascicular Block (LPFB)

7.1.4. Right Fascicular Blocks

7.1.4.1. Right Superior Fascicular Block

7.1.4.2. Right Inferior Fascicular Block

7.1.5. Bundle-Branch and Fascicular Blocks Association

7.1.5.1. LBBB in Association with LAFB

7.1.5.2. LBBB in Association with LPFB

7.1.5.3. RBBB in Association with LAFB

7.1.5.4. RBBB in Association with LPFB

7.1.5.5. RBBB in Association with LAFB and Left Anteromedial

Fascicular Block

7.1.5.6. LAFB in Association with Left Anteromedial Fascicular Block

7.1.5.7. Masquerading Bundle-Branch Block

7.1.6. Special Situations Involving Intraventricular Conduction

7.1.6.1. Peri-infarction Conduction Block

7.1.6.2. Peri-ischemia Block

7.1.6.3. QRS Complex Fragmentation (fQRS)

7.1.6.4. Atypical LBBB

7.1.6.5 Parietal or Purkinje/Muscle or Focal Intraventricular Block

8. Analysis of the ECG In Coronary Heart Disease

8.1. Diagnostic Criteria for Myocardial Ischemia

8.1.1. Presence of Ischemia

8.1.2. Circumferential or Global Ischemia

8.1.3. Secondary Changes

8.2. Subendocardial and Subepicardial Injury

Diagnostic Criteria

8.3. Definition of Myocardial Fibrosis

8.4. Topographic Analysis of Ischemia, Injury, and Necrosis

8.4.1. ECG Topographic Analysis of Ischemic Manifestations (Meyers)

8.4.2. ECG Topographic Analysis of Ischemic Manifestations in

Association with Magnetic Resonance Imaging

8.4.3. Electrocardiographic Correlation with the

Culprit Artery

8.5. Particular Areas of Infarction

8.5.1. Right Ventricle Myocardial Infarction

8.5.2. Atrial Infarction

8.6. Differential Diagnoses

8.6.1. Subepicardial Ischemia

8.6.2. Acute Myocardial Infarction (AMI) with ST-segment Elevation

8.7. Association of Myocardial Infarction with Bundle-Branch Blocks

8.7.1. Myocardial Infarction in the Presence of RBBB

8.7.2. Myocardial Infarction in the Presence of LBBB

9. Analysis of Ventricular Repolarization

9.1. Ventricular Repolarization

9.1.1. Normal Ventricular Repolarization

9.1.1.1. J-point

9.1.1.2. ST-Segment

9.1.1.3. T Wave

9.1.1.4. U Wave

9.1.1.5. QT interval and Corrected QT Interval (QTc)

9.1.2. Variants of Ventricular Repolarization

9.1.2.1. Early Repolarization Pattern

10. Channelopathies and Other Genetic Alterations

10.1. Genetics and the ECG

10.1.1. Channelopathies

10.1.1.1. Congenital Long QT Syndrome

10.1.1.2. Short QT Syndrome

10.1.1.3. Brugada Syndrome

10.1.1.4. Catecholaminergic Tachycardia

10.1.2. Genetic Diseases with Primary Cardiac Involvement

10.1.2.1. Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy

(Dysplasia)

10.1.2.2. Hypertrophic Cardiomyopathy

10.1.3. Genetic Diseases with Secondary Cardiac Involvement

10.1.3.1. Muscular Dystrophy

11. Electrocardiographic Pattern in Specific

Clinical Situations

11.1. Clinical Conditions that Can Modify the ECG

11.1.1. Digitalis Action

11.1.2. Drug-induced ST-T Changes

11.1.3. Electrical Alternans

11.1.4. T-wave Alternans (TWA)

11.1.5. Acute Injury of the Central Nervous System

11.1.6. Interatrial Communication

11.1.7. COVID-19

11.1.8. Pericardial Effusion

11.1.9. Dextrocardia

11.1.10. Dextroposition

11.1.11. Electrolyte Imbalance

11.1.11.1. Hyperkalemia

11.1.11.2. Hypokalemia

11.1.11.3. Hypocalcemia

11.1.11.4. Hypercalcemia

11.1.12. Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD)

11.1.13. Antiarrhythmic Drugs

11.1.13.1. Amiodarone

11.1.13.2. Propafenone

11.1.13.3. Sotalol

11.1.14. Dielectric Effect

11.1.15. Pulmonary Embolism

11.1.16. Ashman or Gounaux-Ashman Phenomenon 17

11.1.17. Hypothermia

11.1.18. Hypothyroidism

11.1.19. Chronic Renal Failure

11.1.20. Pericarditis

11.1.21. Chemotherapy Drugs

12. The ECG in Athletes

12.1. The Importance of Understanding the Athlete’s ECG

12.1.1. Normal ECG Findings (Group 1)

12.1.2. Abnormal ECG Findings (Group 2)

12.1.3. Borderline ECG Findings (Group 3)

13. The ECG in Children

13.1. Introduction

13.2. Technical Aspects

13.3. Electrocardiographic Parameters and their Variations

13.3.1. Heart Rate and Sinus Rhythm

13.3.1.1. Possible Alterations

13.3.1.1.1. Sinus Arrhythmia

13.3.1.1.2. Sinus Tachycardia

13.3.1.1.3. Sinus Bradycardia

13.3.1.1.4. Other Bradycardias

13.3.2. P wave and Atrial Electrical Activity

13.3.2.1. Possible Alterations

13.3.2.1.1. Atrial Hypertrophy

13.3.2.1.2. Junctional Rhythm

13.3.3. PR Interval and AV Conduction

13.3.3.1. Possible Alterations

13.3.3.1.1. AV Blocks

13.3.3.1.2. Short PR Interval and Ventricular Pre-excitation

13.3.4. Ventricular Electrical Activity

13.3.4.1. Possible Alterations

13.3.4.1.1. Changes in the QRS Axis and Amplitude

1 3.3.4.1.2. Q-wave Alterations

13.3.4.1.3. Intraventricular Conduction Disturbances

13.3.4.1.4. Epsilon Wave and Arrhythmogenic Right Ventricular

Cardiomyopathy (Dysplasia)

13.3.5. Ventricular Repolarization

13.3.5.1. QT Interval

13.3.5.1.1. Possible Alterations

13.3.5.1.1.1. Long QT Syndrome

13.3.5.1.1.2. Short QT Syndrome

13.3.5.2. ST-Segment

13.3.5.2.1. Possible Alterations

13.3.5.2.1.1. ST-Segment Deviations

13.3.5.2.1.2. Early Repolarization

13.3.5.2.1.3. Brugada Electrocardiographic Pattern

13.3.5.3. T Wave

13.3.5.4. U Wave

13.4. Heart Rhythm Disorders

13.5. Identification of Situs, Cardiac Position, and Ventricular Inversion

14. The ECG during Cardiac Pacing

14.1. Cardiac Pacing

14.1.1. Basic Terms

14.1.2. Analysis of the Electrocardiographic Characteristics of CIED

15. Tele-electrocardiography

References

Introduction

This review of electrocardiography guidelines is a result of advances in the understanding of various diseases, with important repercussions to the electrocardiographic tracing. Some professionals may imagine that electrocardiogram (ECG) interpretation has not gone through changes with time; they certainly ignore recently described diseases and other health problems whose electrophysiological mechanisms are better understood now than in the past. Some electrocardiographic parameters are important prognostic markers in Chagas disease, and changes considered as predictors of mortality can be identified in the general population (ECG-age). A crucial question is: when to recommend an ECG?

The ECG is a simple, low cost, non-invasive exam that provides an idea of an individual’s cardiac condition and can eventually identify situations with risk of sudden death. Therefore, ECG findings within normal limits may anticipate that the ventricular function should be normal or close to normal, which is an important factor at first contact with the patient.

We believe that all persons should undergo an ECG at some point in their lives, and this examination should only be repeated in case of clinical need. Some guidelines state a class IIb indication for an ECG in asymptomatic individuals of the general population and a class IIa indication in case of hypertension and/or diabetes. 1

The possibility of transmitting ECG tracings by the internet allowed the diffusion of this technology in various underprivileged regions of our country and the achievement of better standards of health assistance. In recent years, a significant increase (with millions of analyzed ECGs) has been seen in studies of artificial intelligence and automatic interpretation systems as additional tools for electrocardiography. Some results were able to demonstrate the ability of these new systems to identify some arrhythmias, as well as predict their appearance, in addition to anticipating outcomes such as ischemic stroke. Therefore, we expect that this update helps standardize the issuing of electrocardiographic reports by medical doctors allowing easier electrocardiographic understanding.

1. Standards for the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports

1.1. Standards for Electrocardiographic Analysis

Three characteristics should be considered for an accurate electrocardiographic interpretation:

  • Age: ECG characteristics depend on age and are clearly seen in age groups of newborns, infants, children, and adolescents up to 16 years of age. In the first 2 groups, these changes are faster (Section 13). Adults may also show negative T waves exclusively in V1. 2

  • Body type: slender individuals sometimes have their hearts in the upright (vertical) position, and the resulting axes, especially the P wave and QRS complex, are normally shifted to the right with a clockwise rotation in the frontal plane leads. On the other hand, in short and broad individuals with hearts in horizontal position, deviations are usually to the left (frontal plane).

  • Sex: In female adults, negative T waves are commonly observed in the right precordial leads, with a larger QTc than male individuals and children.

1.2. The Electrocardiographic Report 1 , 3 - 5

1.2.1. Descriptive Report

  1. Analysis of the rhythm and quantification of the heart rate (HR);

  2. Analysis of the duration, amplitude, and morphology of the P wave, and duration of the PR interval;

  3. Electrical axis determination: P wave, QRS complex, and T wave;

  4. Analysis of the duration, amplitude, and morphology of the QRS complex;

  5. Analysis of ventricular repolarization and description of ST-segment, T wave, QT, and U changes, when present.

1.2.2. Final Report

It should contain the synthesis of diagnoses listed in these guidelines. Abbreviations can be used in reports, scientific texts, and protocols, among other documents, between parentheses and after the standard diagnostic definition.

1.2.3. Automated Report

In recent years, technological development has brought significant improvements to the accuracy of automatic measurements made by the currently available equipment, making automated interpretation an important auxiliary tool for the medical report. However, the verification of automatic measurements by a medical doctor is of paramount importance. The simple use of automatic metric and vector measurements, as well as reports issued by these systems, if not revised, are not recommended.

1.2.4. Reports Via the Internet

Tele-ECG systems 6 - 8 send ECGs performed remotely to referral centers for report issuance. The technique for performing ECGs (by the performing units), as well as the interpretation and reports (by the referral centers), should follow the most recent national and international guidelines. These are a part of telecardiology, which also comprehends other examinations in this specialty that are performed, recorded, and transmitted from one site to another for remote interpretation. Some examples include the monitoring of pacemakers, Holter monitors, and the cardiac event recorder. Among the numerous benefits of telecardiology, we cite:

  1. Pre-hospital care at the patient’s own location;

  2. Reductions in time and costs for the patient;

  3. Faster triage by specialists;

  4. Access to specialists in case of accidents and emergencies;

  5. Facilitated management of health care resources;

  6. Increased safety of post-surgical patients during rehabilitation;

  7. Cooperation and integration between researchers for sharing clinical records;

  8. ccess to educational programs of training and qualification.

According to various authors, telecardiology is a socially and economically advantageous activity for service providers, sponsors, and patients. It is recognized as a useful tool in locations that are distant from large city centers.

2. Tracing Technical Quality Analysis

2.1. Tracing Technical Evaluation Criteria

2.1.1. Calibration of the Electrocardiograph

In analogic equipment, calibration should always be verified. The normal pattern must have 1 mV (10 mm). On the other hand, in modern computerized equipment with digitized tracing, the calibrator pattern is verified automatically. Digital filters should follow internationally accepted recommendations, especially those from the AHA. For adults and adolescents, high-frequency filter cutoffs of at least 150 Hz should be used. For children, filter cutoffs of up to 250 Hz. Filters with lower frequencies can interfere when capturing pacemaker spikes. Low-frequency filters should use a 0.05 Hz cutoff. Some equipment use bidirectional filters. 9

2.1.2. Lead Reversal

Figure 2.1 shows the correct position of peripheral electrodes — right arm (RA), left arm (LA), right leg (RL), and left leg (LL) — with their respective colors (red, yellow, black, and green).

Figure 2.1. Positioning of peripheral electrodes.

Figure 2.1

RA: right arm; LA: left arm; RL: right leg; LL: left leg.

2.1.2.1. Lead Switches

2.1.2.1.1. Transposition of Upper Limb Electrodes

DI leads with negative waves and aVR with positive waves.

2.1.2.2. Lower Limb Electrode Swapped for Upper Limb Electrodes

Isoelectric line or very small wave amplitudes in D2 (right arm) or D3 (left arm). Swapping upper limb electrodes with lower limb electrodes shows this pattern in D1 due to the negligible potential difference in the upper limbs.

2.1.2.3. Left Arm Electrode Swapped for Left Leg Electrode

This is the most difficult lead reversal to detect. The QRS axis tends to shift to the left. It may look like a normal ECG, but it produces the following alterations:

  1. Inverted P wave in D3;

  2. Positions of D1 and D2 are changed; QRS voltage is higher in D1 and lower in D2;

  3. In D3, P, QRS, and T are inverted. Positions of aVL and aVF are also changed. The aVR lead does not change.

2.1.2.4. Precordial Electrode Reversals

The normal progression of the R wave from V1 to V6 is changed.

2.1.2.5. Misplacement of the V1 and V2 Electrodes

V1 and V2 electrodes incorrectly positioned above the second intercostal space may produce an rSr’ pattern simulating end conduction delay (or an IRBBB pattern), or an rS morphology from V1 to V3 and a negative P wave in V1, simulating left atrial hypertrophy.

2.1.3. Other Interferences

2.1.3.1. Muscle Tremors

Muscle tremors may interfere with the baseline, mimicking electrocardiographic changes such as atrial flutter and ventricular fibrillation 10 in patients with Parkinson’s disease.

2.1.3.2. Neurostimulation

Patients with central nervous system disorders who require electrical stimulation devices can present artifacts that mimic cardiac pacemaker spikes.

2.1.3.3. Cold, Fever, Hiccups, and Psychomotor Agitation

These conditions produce baseline artifacts and can mimic arrhythmias such as atrial fibrillation and atrial flutter.

2.1.3.4. “Large Precordial Electrode”

The use of conductive gel as a continuous strip on the precordium results in similar tracings in V1–V6, corresponding to the mean electric potential in these leads. 3

2.1.3.5. Baseline Wander

It may be caused by loose electrodes, movement of the limbs, breathing, or when the patient is in a wheelchair. When the patient is in a wheelchair, other artifacts can also be recorded.

2.1.3.6. Other Electrical and Electromagnetic Interferences

These result from interferences from electrical lines or equipment and cell phones. Prior to performing the ECG, the patient should be requested to put away all metallic objects and cell phones. Transcutaneous pacemakers can produce spikes, which could be mistaken for a false capture. The filter used in the ECG is also important since it sometimes creates a false capture failure, which generates a pause represented by an isoelectric line between 2 beats. 11 - 12

2.1.3.7. Alterations Due to the Malfunction of Software and Computerized Electrocardiographic Signal Acquisition Systems

Data acquisition by computerized systems, in some older electrocardiographs, can seldom present specific problems that are not yet completely understood. In the absence of an electrocardiographic signal in one of the electrodes, for example, the system may counterbalance the other acquired signals and create bizarre QRS complexes. Twelve-lead simultaneous equipment, which automatically measure P wave and QRS durations, can overestimate these measurements because the software uses the first and the last wave (among the 12 leads) for generating these values.

3. Heart Rhythm Analysis

3.1. Analysis of the P Wave, HR, and Rhythm

Population-based studies on normal electrocardiographic ranges have been used for many years as reference for our population, even though it is known that ethnic differences influence what is considered normal. In 2017, among all the information obtained by the ELSA-Brasil study, a research paper on the normal values for the Brazilian population without heart disease was published. 13

The parameters addressed on Section 3 refer to adult ECGs. Pediatric ECGs will be addressed on Section 13.

3.1.1. Definition of Sinus Rhythm

This is the physiological rhythm of the heart, originating from the upper right atrium and observed on the surface ECG as positive P waves in the D1, D2, and aVF leads regardless of the presence of a QRS complex. The P axis may vary from 0º to +90º. The maximum amplitude and duration of the normal P wave are 2.5 mm and 110 ms, respectively. Changes in its morphology may happen depending on the HR and orientation (P-wave axis) in the observed leads. 14

3.1.2. Frequency of the Sinus P Wave

The normal HR during waking hours ranges from 50 bpm to 99 bpm. 14 - 16

3.2. Analysis of Supraventricular Rhythm Alterations

3.2.1. Definition of Cardiac Arrhythmia

Cardiac arrhythmia is due to abnormality of formation and/or conduction of the electrical impulse across the myocardium. 17 After the definition (or not) of the presence of sinus rhythm, cardiac arrhythmia is investigated.

3.2.2. Supraventricular Arrhythmia

This rhythm originates above the bundle of His. The site of origin of this arrhythmia should be identified whenever possible. When this is not possible, the generic term “supraventricular” will be used.

3.2.3. Presence of Sinus P Wave

3.2.3.1. Sinus Arrhythmia

It is usually physiologic and depends on the autonomic nervous system, being characterized by a variation in PP intervals between 160 ms and 220 ms during sinus rhythm. Phasic variations are related to breathing (frequently seen in children), as opposed to nonphasic variations.

3.2.3.2. Sinus Bradycardia

Sinus bradycardia is a sinus rhythm with HR below 50 bpm.

3.2.3.3. Second-degree Sinoatrial Block

The second-degree exit block of sinus depolarization results in a lack of P wave in a cycle. Type I sinoatrial block is characterized by progressively shorter PP cycles before the block. Type II sinoatrial block shows no differences between PP cycles, and the pause corresponds to 2 previous PP cycles. Sinoatrial block I is not visible on a standard ECG. Third-degree blocks are seen as atrial or junctional escape rhythm.

3.2.3.4. Interatrial Blocks (IAB)

These are conduction delays between the right and left atria, which can be classified as first-degree (P wave duration of 120 ms or longer), second-degree (these patterns are transitory), and third-degree or advanced (P wave duration of 120 ms or longer, biphasic or plus-minus in the inferior wall, related with supraventricular arrhythmias and Bayés syndrome). 18 , 19

3.2.3.5. Sinus Tachycardia

Sinus Tachycardia is a sinus rhythm with a HR of 100 bpm or higher.

3.2.4. Absence of P Wave before the QRS

3.2.4.1. Atrial Fibrillation (AFib)

Disorganized atrial electrical activity, with rates ranging from 450 to 700 beats/min and a variable ventricular response. The baseline can be isoelectric, with fine or coarse irregularities, or have a combination of these changes (f-waves). Regular RR intervals indicate atrioventricular (AV) dissociation. The ventricular response of an AFib can be calculated from a 6-s tracing (number of QRS complexes in this period and multiplied by 10). We then have the following possibilities of ventricular response (during resting ECG):

  1. AFib rhythm with slow ventricular response, when HR is ≤ 50 bpm;

  2. AFib rhythm with adequate HR control, when ventricular response is between 60 bpm and 80 bpm;

  3. AFib rhythm with inadequate HR control, when ventricular response is between 90 bpm and 110 bpm;

  4. AFib rhythm with rapid ventricular response, when HR is > 110 bpm.

3.2.4.2. Atrial Flutter

Atrial flutter is an oganized atrial electrical activity (macroreentrant mechanism) across a large area of the right atrium. It is named typical atrial flutter when it runs through (and is dependent on) the cavotricuspid isthmus (CTI). Macroreentry can occur both in the counterclockwise (90% of the cases) or clockwise (10%) directions. In the former, it is named typical atrial flutter and in the latter, it is named REVERSE typical atrial flutter. In a typical atrial flutter, the known F waves have rates of 240 bpm to 340 bpm and a characteristic pattern: a sawtooth aspect, being negative in the inferior leads and generally positive in V1. Varying degrees of AV conduction may occur, and when higher than 2:1, the detection of negative F waves is easier. On the other hand, F waves have higher rates in the reverse atrial flutter (between 340 bpm and 430 bpm). F waves are positive in the inferior leads, and also widened. When it comes to the ECG, it is not possible to differentiate between a REVERSE typical atrial flutter and left atrial tachycardia (originating from the right superior pulmonary vein). The so-called atypical atrial flutter does not go through the CTI. Therefore, this classification includes scar-related atrial tachycardias, atrial tachycardias arising from the inferior vena cava, and reentrant tachycardias originating from the mitral valve annulus, which are all very difficult to diagnose on the ECG (receiving the generic name of atrial tachycardia).

3.2.4.3. Junctional Rhythm

Junctional rhythm is an escape rhythm originating from the AV junction, with QRS which are similar or slightly different from sinus rhythm. This aberrancy is due to a different origin of the stimulus and not to phasic aberrant conduction, which depends on the stimulus being altered by phase 3 (early) or 4 (late) of the action potential. It can happen with no visible P wave on ECG. These “positions” of the P wave are due to the conduction velocities of electrical impulses to the atria and ventricles. By reaching the ventricles first and the atria second, the P wave is located within or after the QRS complex. Junctional escape rhythm is defined when HR is < 50 bpm. Active junctional rhythm is determined when HR > 50 bpm. Finally, tachycardia is defined if HR > 100 bpm.

3.2.4.4. Junctional Extrasystole

Junctional extrasystole is an early ectopic beat originating from the AV junction. There are 3 possible electrocardiographic presentations for this phenomenon:

  1. Negative P wave in the inferior leads with a short PR interval;

  2. Lack of atrial activity preceding the QRS complex (P wave buried within the QRS);

  3. Negative P wave in the inferior leads after the QRS complex;

The QRS complex has similar morphology and duration to the baseline rhythm, although aberrant conduction may occur (see Items 3.2.8.1 and 3.2.8.2).

3.2.4.5. Common atrioventricular nodal reentrant tachycardia (AVNRT) 20

This type of tachycardia happens within the AV node, and nodal reentry is its electrophysiological mechanism. In ninety percent, one circuit uses a fast pathway (retrograde) and the other uses a slow pathway (anterograde) and it is called common AVNRT. When the QRS is narrow during tachycardia, pseudo S waves can be seen in the inferior leads and an rSr’ (pseudo r’) morphology can be seen in V1, reflecting atrial activation from AV node to sinus node direction. This retrograde atrial activation, in most cases, occurs within 80 ms of QRS onset (RP < 80 ms). Sometimes, the atrial activation wave is buried within the QRS and is thus not seen on the ECG. There are some similarities between common AVNRT and orthodromic AV reciprocating tachycardia (AVRT). RP interval is used to distinguish them and it will be described next. In cases of common AVNRT with a wide QRS, differential diagnoses must consider monomorphic ventricular tachycardia.

3.2.4.6. Orthodromic AV Reciprocating Tachycardia (AVRT)

This type of reentrant tachycardia uses the normal conduction system in the anterograde direction and an accessory pathway in the retrograde direction. In general, the QRS is narrow and the P wave is retrograde, being more commonly located in the ST-segment. The P wave can present diverse morphologies, according to the location of the accessory pathway. The RP interval is > 80 ms.

3.2.5. Occurrence of a Non-sinus P Wave Before the QRS Complex

3.2.5.1. Ectopic Atrial Rhythm

Ectopic atrial rhythm corresponds to atrial activity occurring in a different location from the anatomic region of the sinus node. Thus, the P wave has a different morphology (polarity) from that characterizing sinus rhythm.

3.2.5.2. Multifocal Atrial Rhythm

It is originated from multiple atrial foci, with an HR < 100 bpm, recognized on the ECG by the presence of at least 3 different P wave morphologies and 3 different PR intervals. PP and PR intervals are frequently variable, and one P wave is seen for each QRS complex; blocked P waves may occur.

3.2.5.3. Junctional Rhythm

As mentioned on Item 3.2.4.3, it is characterized by negative P waves in the D2, D3, and aVF leads, in addition to a short PR interval. Junctional escape rhythm is defined when HR < 50 bpm. Active junctional rhythm is determined when HR is > 50 bpm; junctional tachycardia is defined when HR > 100 bpm.

3.2.5.4. Delayed Atrial Beat

A delayed atrial beat can be considered a “replacement” atrial beat. It is frequently seen when a temporary interruption of normal sinus automaticity occurs as a consequence of sinus node inhibition / failure. It can be from right or left atrium, usually late, and it has a P wave of non-sinus morphology.

3.2.5.5. Premature Atrial Complex (PAC)

Premature atrial complex is an early atrial ectopic beat. It may recycle the baseline PP interval.

3.2.5.6. Blocked or Non-conducted PAC

Ectopic beat that originates from the atrium sometimes cannot be conducted to the ventricles, thus a premature P wave without a QRS complex can be seen. There are two main causes for the lack of conduction: a very early premature atrial complex that reaches the AV node within its absolute refractory period, or a previous His-Purkinje conduction system disease. PACs not conducted to ventricles may lead to bradycardia.

3.2.5.7. Atrial Tachycardia

Atrial tachycardia is an atrial rhythm that originates from a region other than the sinus node (characterized by a P wave of a different morphology) with an atrial rate > 100 bpm. Variable AV conduction is common.

3.2.5.8. Multifocal Atrial Tachycardia

It has the same characteristics of multifocal atrial rhythm with an atrial rate > 100 bpm.

3.2.5.9. Uncommon AV Nodal Reentrant Tachycardia (AVNRT)

Its location is exactly the same to common AVNRT (3.2.4.5), but the circuit activation happens in the reverse direction (10%). Ventricular activation occurs through the fast pathway (anterograde) and the atrial activation occurs through the slow pathway (retrograde) and it is called uncommon AVNRT; this is why retrograde atrial activation happens later, with a characteristic longer RP interval than PR. Therefore, uncommon AVNRT is not a differential diagnosis for common AVNRT or orthodromic AVRT.

3.2.5.10. Permanent Junctional Reciprocating Tachycardia (Coumel Tachycardia)

Permanent junctional reciprocating tachycardia is a supraventricular tachycardia that uses a particular accessory pathway (with an exclusive and decremental retrograde conduction). It is characterized by tachycardia with a long RP interval and its differential diagnoses include those described on Items 3.2.5.7 and 3.2.5.9.

3.2.6. Pauses

Pauses are defined by a lack of P wave and QRS complex with an interval > 1.5 s. Clinical significance is considered when longer than 2 s. The occurrence of pauses may be related to sinus arrest, non-conducted PAC, sinoatrial block, and AV block.

3.2.6.1. Sinus Arrest

Sinus arrest corresponds to a pause in sinus activity > 1.5 times the basic PP cycle.

3.2.6.2. Sinus Node Dysfunction

The inability of the sinus node to maintain HR above the physiological need for the present situation is named sinus node dysfunction. On the ECG, this abnormality (or dysfunction) encompasses sinus pause, sinoatrial block, sinus bradycardia, replacement rhythms, AFib, atrial flutter, and tachy-brady syndrome, among other disorders. 21

3.2.7. Classification of Supraventricular Tachycardias Based on the RP Interval

The RP interval is a commonly used measure for characterizing supraventricular tachycardia. Its measurement is done from the beginning of the QRS complex to the following P wave (RP). Depending on the position of this P wave, the RP interval can be short (P wave before the midpoint of 2 consecutive QRS) or long (P wave located after the midpoint of 2 QRS). Therefore, paroxysmal supraventricular tachycardias can be divided into:

  1. Short RP (normally up to 120–140 ms), as observed in common AVNRT and orthodromic AVRT;

  2. Long RP, as observed in atrial tachycardia, uncommon AVNRT, and Coumel tachycardia (permanent junctional reciprocating tachycardia). 22

3.2.8. Supraventricular Arrhythmias with a Wide QRS Complex

3.2.8.1. Aberrant Conduction

Supraventricular stimulus with hampered propagation in the conduction system, generating a QRS complex of different morphology when compared to the baseline QRS complex; it may resemble a bundle-branch block pattern, a fascicular block pattern, or both.

3.2.8.2. PAC with Aberrant Conduction

PAC with aberrant conduction is an early P wave followed by a QRS complex with a bundle-branch block pattern or fascicular block pattern, or both.

3.2.8.3. Supraventricular Tachycardia (SVT) with Aberrant Conduction

It is a generic denomination for the aforementioned tachycardias presenting with aberrant conduction.

3.2.8.4. Antidromic AV Reentrant Tachycardia

Reentrant tachycardia uses an accessory pathway in an anterograde direction and the conduction system in a retrograde direction. The aberrant QRS is characterized by the presence of ventricular pre-excitation. Differential diagnoses must consider ventricular tachycardia. The presence of 1:1 retrograde atrial depolarization favors accessory pathway conduction involvement and AV dissociation is diagnostic of ventricular tachycardia.

4. AV Conduction

4.1. Defining a Normal AV Conduction

The period from the beginning of the P wave until the beginning of the QRS complex determines the PR interval, when there is atrial activation and physiological delay in the AV junction and/or the His-Purkinje system. Its duration is 120–200 ms, considering a maximum HR of 90 bpm. The PR interval varies according to HR and age.

4.1.1. Delayed AV Conduction 23 - 26

Before studying them it is essential to remember the normal decremental conduction related to the AV node, which is an important electrophysiological characteristic of the AV node. This property refers to a reduction in the conduction velocity of the electrical impulse in the AV node, and it can be estimated through the PR interval on conventional ECG. This interval is considered normal in adults when between 120 ms and 200 ms, depending on age and HR.

Delayed AV conduction occurs when atrial impulses have a delay or fail to reach the ventricles.

Anatomically, abnormal AV node delayed conduction can be located in the AV node itself (nodal block), in the His-Purkinje bundle (intra-His block), or below this structure (infra-His block). Nodal conduction delays normally present narrow QRS complexes (< 120 ms) and have a good prognosis; these are expressed by an increased PR interval. On the other hand, intra- and infra-His delays usually have wide QRS complexes and worse disease progression. In these cases, a normal PR interval is uncommon.

We highlight that the AV node is greatly influenced by the autonomic nervous system; therefore, in situations where parasympathetic tone prevails (during sleep, in athletes), first-degree AV block and/or type I second-degree AV block may be seen, even without AV node lesion.

4.1.1.1. First-degree AV Block

In this case, the PR interval is > 200 ms in adults, for an HR between 50 bpm and 90 bpm.

4.1.1.2. Type I Second-degree AV Block (Mobitz I)

In this case, AV conduction gradually slows down (Wenckebach phenomenon). Typically, there is a progressive increase in the PR interval; these increases are gradually shorter until AV conduction is blocked and a sinus beat cannot be conducted. Therefore, there is a gradual increase in the PR interval with simultaneous shortening of RR intervals until a P wave is blocked. This cycle may be repeated for variable periods, where the PR interval immediately after the blocked beat should be the smallest, and the next interval should have the largest proportional increase when compared to the ones that follow. The ratios for this block may vary such as 5:4; 4:3; 3:2 conduction.

4.1.1.3. Type II Second-degree AV Block (Mobitz II)

An abrupt failure of AV conduction happens in this situation. There is 1:1 AV conduction with a fixed PR interval, then a sudden P wave is blocked followed by new 1:1 AV conduction with a similar PR interval to the previous ones. The block is located at an intra/infra-His Purkinje site.

4.1.1.4. 2:1 Second-degree AV Block

It is characterized by alternating conducted and blocked sinus P waves. Most of 2:1 AV blocks are located at an intra/infra His-Purkinje site. The diagnosis of non-conducted PAC should be excluded.

4.1.1.5. Advanced or High-grade Second-degree AV Block

AV conduction happens in less than 50% of all sinus beats in a 3:1 ratio, 4:1 ratio, or higher. In general, AV conduction is noticed by a constant PR interval for each beat conducted. Most of them are located at an intra/infra His-Purkinje site. Junctional escapes may occur.

4.1.1.6. Third-degree or Complete AV Block

Stimuli of sinus origin are unable to reach and depolarize the ventricles; a focus below the blocked region, therefore takes ventricular rhythm control. As a result, there is no relationship between atrial and ventricular electrical activities (AV dissociation), which is translated on the ECG as P waves unrelated with QRS complexes. The rate of the sinus rhythm is higher than that of the ventricular escape rhythm. Third-degree AV block may be intermittent or permanent. AV Blocks originating from the supra-Hisian region may present escapes that resemble the baseline ECG. On the other hand, an infra-Hisian origin shows large QRS complexes.

4.1.1.7. Paroxysmal AV Block

Paroxysmal AV block is a series of a sudden, consecutive blocked P waves.

4.1.2. Ventricular Pre-excitation 27 - 30

In patients with ventricular pre-excitation, muscle fibers remain within the fibrous tissue and act as accessory pathways for conducting the electrical impulse between the atria and ventricles. These additional pathways may be located in any part of the AV annulus ( Figure 4.1 ). The classical pattern is characterized by a PR interval < 120 ms during sinus rhythm in adults and < 90 ms in children (varying with age and HR); a slurring (delta wave) on the initial portion of the QRS complex close to the P wave; QRS duration > 120 ms in adults and > 90 in children; and secondary changes in ST-segment and T wave. These ECG findings with the diagnosis of symptomatic paroxysmal SVT characterizes Wolff-Parkinson-White (WPW) syndrome. The accessory pathway can be anatomically located using 12-lead ECG. Left-sided pathways are the most common (50% of the cases), followed by posteroseptal pathways (25%), right-sided pathways (15%), and anteroseptal pathways (10%). Anterior regions of the AV annulus are superior; this way, local accessory pathways determine activation in the superoinferior direction, with a positive delta wave in the inferior leads. On the other hand, the basal posterior region is inferior, with a consequently negative delta wave in the inferior leads. Differential diagnosis should occasionally be performed with a short PR interval and no delta wave, which are present in Lown-Ganong-Levine syndrome, 31 and a normal PR interval with ventricular pre-excitation, which is present in fasciculoventricular pathways such as the Mahaim variant. 32

Figure 4.1. Accessory pathway sites on the tricuspid and mitral valve annuli.

Figure 4.1

Accessory pathways can be divided when the QRS complex is predominantly positive (R) in V1 and V2, which indicates a left accessory pathway. When the QRS complex is negative (QS or rS), the accessory pathway is located to the right. Left-sided accessory pathways appear on the ECG as a negative delta wave in the D1 and/or aVL leads, a positive delta wave in the D2, D3, and aVF leads, and in V1 and V2. Right-sided accessory pathways present a positive delta wave in D1, D2, and aVL leads, and a normally negative one in D3 and aVR leads, as well as V1. The frontal plane QRS axis is shifted leftwards. On the other hand, posteroseptal pathways show a negative delta wave in D2, D3, and aVF. The importance of recognizing the locations of anteroseptal and midseptal pathways concerns their proximity to the bundle of His, which is associated with a higher risk during catheter ablation. In both locations, the delta wave is positive in the D1, D2, and aVL leads, while it is negative in D3 and aVR and positive/isoelectric in aVF, with a normal QRS axis. In 80% of the cases, the R/S transition occurs in V2. 32

The analysis of QRS complexes in V1 and V2 will define whether they are located to the right or to the left. 33 Several algorithms can be used to localize the accessory pathway based either on the polarity of the QRS complex or the accessory pathway. 34 - 36 It is important to note that diseases such as hypertrophic cardiomyopathy and familial forms of glycogen storage disease (Fabry disease) may mimic the presence of pre-excitation.

4.1.3. Other Mechanisms of Changes in the AV Relationship (normal AV node conduction)

4.1.3.1. AV Dissociation

AV dissociation is caused by the following mechanisms: replacement, interference, AV block, and arrhythmia. 37 Two dissociated rhythms take place, one is of atrial origin (usually a sinus rhythm with a regular PP interval), and the other is of junctional or ventricular origin, also with a regular RR interval. Both foci rates are similar (isorhythmic dissociation). Ventricular rhythm may be hyperautomatic.

4.1.3.2. Retrograde Atrial Activation

Retrograde atrial activation can be observed when the activation is originated from junctional or ventricle sites stimulation. There is a retrograde conduction, usually through the AV node or an accessory pathway. It is mandatory that a negative P wave after a QRS complex is found in the inferior leads.

5. Analysis of Ventricular Activation

5.1. Normal Ventricular Activation

5.1.1. Definition of a Normal QRS

The QRS complex is considered normal when its duration is < 120 ms in all leads and its amplitude is 5–20 mm in the frontal plane leads and 10–30 mm in the precordial leads, with a normal orientation of the electrical axis. 38 , 39

5.1.2. Normal Electrical Axis in the Frontal Plane

The normal limits of the frontal plane QRS axis are normally -30º and +90º.

5.1.3. Normal Ventricular Activation in the Transversal Plane

It is expected a smooth transition of the typical rS morphology in V1 to the qR pattern in V6. So, from V1 to V6 there is a progressive increase of the r wave and decrease of the S wave amplitudes. In general, intermediate RS pattern (transition zone) occurs in V3 or V4. 16

5.1.4. Analysis of Ventricular Rhythm Alterations

5.1.4.1. Definition of Cardiac Arrhythmia

Cardiac arrhythmia can be defined as a change in frequency, formation, and/or conduction of the electrical impulse across the myocardium. 17

5.1.4.2. Ventricular Arrhythmia

Ventricular arrhythmia is an arrhythmia that originates below the bundle of His, usually seen with a wide QRS.

5.1.4.3. Analysis of Ventricular Arrhythmias

5.1.4.3.1. Premature Ventricular Complex (PVC) 40

PVC is a beat that originates in the ventricle before it is expected, in most cases with a postextrasystolic pause and recycling the RR interval. In the absence of a pause, it is named interpolated PVC. PVCs usually have a QRS > 120 ms. Exceptionally they can be < 120 ms (PVCs originating from the ventricular septum or close to the conduction system). Regarding their morphology, they can be monomorphic (the same morphology at the same lead) or polymorphic (two or more morphologies at the same lead). According to their recurrence, they can be classified as isolated, paired, bigeminal, trigeminal, quadrigeminal, or concealed.

5.1.4.3.2. Ventricular Escape Beat

Ventricular escape beat is characterized when ventricular depolarization occurs late. It appears due to the temporary inhibition of anatomically higher rhythms.

5.1.4.3.3. Ventricular Escape Rhythm – Idioventricular Rhythm

An idioventricular rhythm It originates in the ventricles, with a HR < 40 bpm, and replaces anatomically higher rhythms that were inhibited or blocked.

5.1.4.3.4. Accelerated Idioventricular Rhythm

An accelerated idioventricular rhythm originates in the ventricle (wide QRS), with HR > 40 bpm (50–130 bpm, more frequently 70–85 bpm) as a result of increased automaticity. It is not a subsidiary rhythm and competes with the baseline rhythm of the heart. It is usually self-limited and associated with ischemic myocardial disease (reperfusion/ischemia). 41

5.1.4.3.5. Ventricular Tachycardia (VT)

VT is a cardiac rhythm that presents three or more successive beats at a rate > 100 bpm.

5.1.4.3.5.1. Monomorphic VT

Monomorphic VT is characterized by uniform QRS morphology in the same lead.

5.1.4.3.5.2. Polymorphic VT

Polymorphic VT is a fast ventricular rhythm with 3 or more different wide QRS morphologies. 42

5.1.4.3.5.3. Torsades des Pointes (TdP)

TdP is a wide QRS polymorphic tachycardia with a QRS that “rotates” around the baseline (twisting motion). It is normally preceded by long-short cycles (sinus beat-PVC) and is due to a long QT interval in sinus rhythm, which can be congenital or secondary to medications, electrolyte imbalance, or certain heart diseases. 43

5.1.4.3.5.4. Bidirectional VT 44

Tachycardia of ventricular origin where the right bundle-branch (or rarely the left bundle-branch) is constantly blocked, while the anterosuperior and posteroinferior divisions of the left bundle-branch are blocked in an alternating mode, beat by beat. In the frontal plane, a beat with positive QRS is alternated with a beat with negative QRS, generating the bidirectional aspect. This type of arrhythmia is related with digitalis toxicity, severe myocardial disease due to advanced cardiomyopathy, and cases with no structural heart disease such as catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia; it usually precedes polymorphic VT.

5.1.4.3.5.5. VT Length

Sustained: a tachycardia that lasts > 30 s or is associated to symptoms of hemodynamic instability. Non-sustained: a tachycardia that lasts < 30 s and there is no symptoms of hemodynamic instability.

5.1.4.3.6. Fusion Beat

Fusion beat corresponds to a beat that is generated from two sites: an activation from the ventricle and another from the atria. Electrocardiographically, it presents a P wave followed by a wide QRS (a hybrid morphology between a supraventricular beat and a beat of ventricular origin). Fusion beats are seen in the following situations: ventricular pre-excitation, VT, parasystole, and some PVCs.

5.1.4.3.7. Supraventricular Capture Beat During Idioventricular Rhythm

This is a beat originating from the atrium that can overcome the anatomical or functional conduction block in the AV junction and completely or partially depolarize the ventricle; in case of partial depolarization, a fusion beat occurs.

5.1.4.3.8. Ventricular Parasystole

Ventricular parasystole corresponds to the beat that originates from a ventricular site and competes with the sinus rhythm (a parallel pacemaker with a permanent entry block and occasional exit block). It is electrocardiographically visible for its own rate, fusion beats, periods of interectopic intervals with a multiple denominator, and variable coupling intervals. 45

5.1.4.3.9. Ventricular Fibrillation (VF)

VF is characterized by bizarre and chaotic waves, with variable amplitude and ventricular rate. It corresponds to one of the clinical presentations of cardiac arrest. It can be preceded by VT or TdP that degenerated into VF.

5.1.4.4. Criteria for Differentiating Wide QRS Complex Tachycardias 46 - 57

Most wide QRS complex tachycardias (80%) are of ventricular origin, and the presence of structural heart disease reinforces this possibility. AV dissociation, fusion beats, and/or capture beats (with different QRS) strongly suggest a VT diagnosis. Some algorithms, such as those by Brugada and by Vereckei 48 (widely known) and others, help differentiate those wide QRS tachycardias ( Table 5.1 ). 49 - 54 Figures 5.1 and 5.2 show ECG features of Brugada and Steuer criteria for diagnosing VT.

Table 5.1. Electrocardiographic criteria for differentiating supraventricular tachycardia with aberrant conduction from ventricular tachycardia.
Autor Wellens49(1978) Brugada46(1991) Steuer51(1994) Vereckei54(2008) Pava55(2010) Jastrzebski56or VT Escore (2016) Santos Neto57(2021)
Findings and steps of analysis for each algorithm AV dissociation Absence of RS in the precordial leads Predominantly negative QRS complexes from V4 to V6 Initial R wave in the aVR lead Interval from the onset of the QRS complex to the apex of the R wave ≥ 50 ms in the D2 lead Dominant R wave in the V1 lead Predominantly negative polarity in 4 leads: DI, D2, V1, and V6
QRS complex > 140 ms (RBBB) RS ≥ 100 ms QS complex in one or more leads from V2 to V6 Initial r or q > 40 ms   Initial r wave > 40 ms in V1 or V2 Predominantly negative polarity in 3 out of 4 leads
QRS complex > 160 ms (LBBB) AV dissociation AV dissociation Notch on the descending limb of a predominantly negative QRS   Notch on the S wave in the V1 lead Predominantly negative polarity in 2 out of 4 leads
QRS axis beyond -30º Morphological criteria   Relação Vi/Vt ≤ 1   Initial R wave in the aVR lead  
Mono or biphasic QRS in V1 (RBBB)         Interval from the onset of the QRS complex to the apex of the R wave ≥ 50 ms in the DII lead  
QR or QS in V6 (LBBB)         Absence of RS in the precordial leads  
          AV dissociation  
Figure 5.1. Examples of Brugada criteria for diagnosing ventricular tachycardia.

Figure 5.1

Figure 5.2. Steuer criteria for diagnosing ventricular tachycardia.

Figure 5.2

6. Cardiac Chambers hypertrophy

6.1. Atrial hypertrophy

6.1.1. Left Atrial Hypertrophy

  • P wave duration: ≥ 120 ms (D2 lead), sometimes a P wave with two peaks (right and left atrial components ≥ 40 ms);

  • Morris Index: P wave with an increased negative component in V1 lead (negative component of ≥ 1 mm2).

6.1.2. Right Atrial Hypertrophy

Isolated right atrial hypertrophy is rare but is frequently associated with right ventricular hypertrophy. ECG findings:

  • P waves amplitude: > 0.25 mV or 2.5 mm (D2 lead);

  • V1 lead: positive initial portion > 0.15 mV or 1.5 mm;

  • Some indirect signs: Peñaloza-Tranchesi (low-voltage QRS complex in V1 with an abruptly QRS amplitude increase in V2) and Sodi-Pallares (QR, Qr, qR, or qRS complexes in V1).

6.1.3. Biatrial hypertrophy

There are both characteristics of right and left atrial hypertrophy.

6.1.4. Left Ventricular Hypertrophy 58 - 68

Although the echocardiogram has a high accuracy for identifying LVH, the ECG has important prognostic significance when abnormal. The currently used criteria include:

6.1.4.1. Romhilt-Estes Criteria 66

According to these criteria, LVH is present when 5-point score is achieved. Limitations: LBBB, RBBB, atrial flutter, atrial tachycardia, atrial fibrillation.

  1. 3 points : increased QRS amplitude (≥ 20 mm in the frontal plane and/or ≥ 30 mm in the transversal plane); strain pattern (free of digitalis influence); Morris index;

  2. 2 points : left QRS axis deviation beyond -30º;

  3. 1 point : increased ventricular activation time (VAT) or intrinsicoid deflection > 40 ms; increased QRS duration (> 90 ms) in V5 and V6; and a strain pattern under digitalis influence.

6.1.4.2. Sokolow-Lyon Index 60

LVH is considered when the sum of S wave amplitude (V1 lead) + R wave amplitude (V5/V6 lead) is ≥ 35 mm. In young people, this threshold can be 40 mm. This index should not be used in athletes.

6.1.4.3. Cornell Index 58

LVH is considered when the sum of R wave amplitude (aVL lead) + S wave amplitude (V3 lead) is ≥ 28 mm in men and ≥ 20 mm in women.

6.1.4.4. Peguero-Lo Presti 67 , 68

LVH is considered when the sum of the deepest S wave in all 12 leads + S wave in V4 is ≥ 28 mm in men and ≥ 23 mm in women.

6.1.4.5. Changes in Ventricular Repolarization

A flat T wave in the left leads (D1, aVL, V5, and V6), or a strain pattern (ST depression ≥ 0.5 mm with a negative and asymmetrical T wave).

6.1.5. Right Ventricular Hypertrophy 69 - 72

6.1.5.1. QRS Axis

A QRS axis shift located to the right beyond +110° - frontal plane.

6.1.5.2. Tall R Wave

A tall R wave in V1 and V2 (R/S ratio ≥ 1), and deep S waves in the opposite leads (V5 and V6).

6.1.5.3. qR or qRs Morphology

A qR or qRs morphology in V1 (or V1 and V2) is one of the most specific signs of RVH. It indicates an increased intraventricular pressure (systolic).

6.1.5.4. rsR’ Morphology

A triphasic pattern (rsR’), with prominent R wave in the right precordial leads V1 and V2. It indicates an increased intraventricular pressure (diastolic) with an enlarged chamber.

6.1.5.5. Ventricular Repolarization

ECG can present a strain pattern (ST-segment depression with a negative T wave) in the right precordial leads (V1, V2, and, sometimes, V3).

6.1.5.6. Seattle Criteria for RVH

RVH is considered when the sum of R wave in V1 + S wave in V5–V6 > 10.5 mm (and right axis deviation > 120º).

6.1.6. Biventricular Hypertrophy

  1. a) Frontal plane QRS axis deviated to the right, associated with voltage criteria for LVH;

  2. b) An ECG typical of RVH, associated with one or more of the following features:
    • b.1) deep Q waves in V5 and V6 and in inferior leads;
    • b.2) Increased R wave voltage in V5 and V6;
    • b.3) Sokolow-Lion criterion for LVH (S in V1-V2 + R in V5-V6);
    • b.4) Intrinsicoid deflection in V6 ≥ 40 ms.
  3. c) Large biphasic QRS complexes, with R-S > 50 mm, in mid-precordial leads (V2 to V4 - Katz-Wachtel phenomenon).

6.1.7. Differential Diagnoses for Increased QRS Amplitude 73

Increased QRS amplitude is most commonly seen with ventricular hypertrophy. However, QRS may be increased in normal individuals in the following situations:

  1. Children, adolescents, and young adults;

  2. Slender individuals;

  3. Athletes;

  4. Women who underwent mastectomy surgery;

  5. Vagotonia.

7. Analysis of Intraventricular Blocks (Conduction Delay)

7.1. Intraventricular Blocks 74 , 75

Although the concept of “bundle-branch block” is well established in the literature, various degrees of delays in the intraventricular propagation of electrical impulses can occur, leading to changes in the morphology and duration of the QRS complex. These changes in intraventricular conduction may be fixed or intermittent, and also rate-dependent. These blocks may be caused by structural changes in the His-Purkinje conduction system or in the ventricular myocardium (necrosis, fibrosis, calcification, infiltrative diseases, or vascular insufficiency), or functional changes (due to the relative refractory period of part of the conduction system), generating aberrant intraventricular conduction.

7.1.1. Left Bundle-Branch Block (LBBB) 76 , 77

  1. Wide QRS ≥ 120 ms (as an essential condition); classical manifestations of LBBB, however, width ≥ 130 ms in women and ≥ 140 ms in men);

  2. Absence of a q wave in D1, aVL, V5, and V6; variants may have a q wave in aVL only.

  3. Wide R waves, with notches and/or mid-terminal slurring in D1, aVL, V5, and V6;

  4. Delayed r wave progression from V1 to V3 (sometimes with QS complexes);

  5. Intrinsicoid deflection in V5 and V6 ≥ 50 ms.

  6. QRS axis between -30º and +60º;

  7. ST-segment depression and asymmetrical T wave opposed to the mid-terminal delay.

7.1.1.1. LBBB in Association with LVH 78 - 79

The electrocardiographic diagnosis of LVH in association with LBBB is not trivial due to changes in the QRS complex inherent to the LBBB. Studies show variable results regarding the accuracy of electrocardiographic criteria for LVH:

  1. Left atrial hypertrophy;

  2. QRS duration > 150 ms;

  3. R wave in aVL > 11 mm;

  4. S waves in V2 > 30 mm and in V3 > 25 mm;

  5. QRS axis beyond -40º;

  6. Sokolow-Lyon Index ≥ 35 mm.

7.1.1.2. LBBB in Association with RVH 80 (at Least 2 out of 3 Criteria)
  1. Low voltage in the precordial leads;

  2. Prominent R wave in aVR;

  3. R/S ratio < 1 in V5.

7.1.2. Right Bundle-Branch Block (RBBB) 81 , 82

  1. Wide QRS ≥ 120 ms as an essential condition;

  2. Slurred S waves in D1, aVL, V5, and V6;

  3. qR waves with slurred R wave in aVR;

  4. rSR’ or rsR’ with thickened R’ in V1;

  5. Variable QRS axis, usually shifted to the right in the frontal plane;

  6. Asymmetrical T wave opposed to the delay of the end of the QRS complex.

7.1.2.1. End Conduction Delay

This expression may be used when there is a subtle conduction disturbance in the right bundle-branch. It can be a normal variant and sometimes is also called incomplete right bundle-branch block.

7.1.3. Left Fascicular Blocks 83 - 92

A conduction delay that affects one of the left bundle-branch divisions may generate an upward/leftward shift (LAFB) or a downward/rightward shift (LPFB) or an anterior shift (left anteromedial fascicular block) of the QRS axis.

7.1.3.1 Left Anterosuperior Fascicular Block (LAFB) 83 - 87

  1. QRS axis ≥ -45º;

  2. rS complex in D2, D3 and aVF with an S3 greater than S2; QRS duration < 120 ms;

  3. S wave amplitude ≥ 15 mm in D3 (or equivalent area);

  4. qR complex in D1 and aVL with an intrinsicoid deflection time ≥ 50 ms or qRs complex with a minimal “s” wave in D1;

  5. qR complex in aVL with slurred R wave;

  6. Slow r wave progression from V1 to V3;

  7. Presence of S wave from V4 to V6.

7.1.3.2. Left Anteromedial Fascicular Block 88 - 90

  1. qR complex from V1 to V4.

  2. ncreasing R wave from V1 to V3 (≥ 15 mm) and decreasing QRS complex amplitude from V4 to V6;

  3. QRS duration < 120 ms;

  4. No deviation of the frontal plane QRS axis;

  5. T waves generally negative in the right precordial leads.

All the mentioned criteria are valid in the absence of RVH, septal hypertrophy, or old lateral myocardial infarction.

7.1.3.3 Left Posteroinferior Fascicular Block (LPFB) 83 - 85 , 91 , 92

  1. Frontal plane QRS axis shifted to the right > +90º;

  2. qR complex in D2, D3 and aVF with R3 > R2 and an intrinsicoid deflection > 50 ms;

  3. R wave in D3 > 15 mm (or equivalent area);

  4. Intrinsicoid deflection duration increased in aVF, V5–V6 ≥ 50 ms;

  5. rS complex duration < 120 ms in D1; slower R wave progression may occur from V1–V3;

  6. S wave from V2 to V6.

All these criteria are valid in the absence of a slender body type, RVH, and old lateral myocardial infarction. 80 , 91

7.1.4. Right Fascicular Blocks 82

7.1.4.1. Right Superior Fascicular Block

  1. rS complex in D2, D3, and aVF with S2 > S3 (differentiating it from the LAFB);

  2. Rs complex with an S wave > 2 mm in D1, rS complex duration < 120 ms, rS complex in D1 or D1, D2, and D3 (S1, S2, S3);

  3. Slurred S waves in V1–V2/V5–V6 or, eventually, rSr’ complex in V1 and V2;

  4. qR complex with slurred R wave in aVR.

7.1.4.2. Right Inferior Fascicular Block

  1. R wave in D2 > R wave in D3;

  2. rS complex duration < 120 ms in D1;

  3. Frontal plane QRS axis shifted to the right > +90º;

  4. Slurred S waves in V1–V2/V5–V6 or, eventually, rSr’ complex in V1 and V2;

  5. qR complex with slurred R wave in aVR.

Given the difficulty in recognizing right fascicle blocks, the term “intraventricular end conduction delay” may be used.

7.1.5. Bundle-Branch and Fascicular Blocks Association 93

7.1.5.1. LBBB in Association with LAFB

An LBBB with a frontal plane QRS axis shifted to the left, beyond -30º, suggests the presence of LAFB.

7.1.5.2. LBBB in Association with LPFB

An LBBB with a frontal plane QRS axis shifted downwards and to the right, beyond +60º, suggests an association with LPFB, RVH, or congenital heart disease.

7.1.5.3. RBBB in Association with LAFB

An RBBB with a frontal plane QRS axis shifted to the left, beyond -30º, suggests the presence of LAFB. 94 , 95

7.1.5.4. RBBB in Association with LPFB

An RBBB with a frontal plane QRS axis shifted downwards and to the right, beyond +120º, suggests an association with LPFB.

7.1.5.5. RBBB in Association with LAFB and Left Anteromedial Fascicular Block

RBBB in association with LAFB and left anteromedial fascicular block follows the same bundle-branch and fascicular block criteria described above.

7.1.5.6. LAFB in Association with Left Anteromedial Fascicular Block

LAFB and left anteromedial fascicular block follows the same fascicular block criteria described above.

7.1.5.7. Masquerading Bundle-Branch Block 96 , 97

RBBB pattern in V1 (R or rR’ complex) and an LBBB pattern in the frontal plane leads with LAFB. The S wave in D1 is normally absent or below 1 mm. In the presence of these associations, axis deviations are more prominent.

7.1.6. Special Situations Involving Intraventricular Conduction

7.1.6.1. Peri-infarction Conduction Block 98

QRS complex duration is increased in the presence of an abnormal Q wave due to myocardial infarction (inferior or lateral leads). QRS complex final portion is increased (QR complex).

7.1.6.2. Peri-ischemia Block 98 , 99

Peri-ischemia block occurs when there is a transient increase in QRS complex duration with ST-segment elevation (acute phase).

7.1.6.3. QRS Complex Fragmentation (fQRS) 99 , 100

Presence of notches in the R or S waves in 2 contiguous leads in the absence of bundle-branch block. With a narrow QRS, notches are more clearly seen in the inferior leads. With bundle-branch block more than 2 notches are needed. This diagnosis should be differentiated from end conduction delays when the notch appears in the S wave in V1 and V2. The more leads with fragmentation are observed, the worse the prognosis.

7.1.6.4. Atypical LBBB 101

In a patient with previous LBBB with a new infarction, there are deep and wide Q waves, a QS complex pattern in V1–V4, and QR complex in V5–V6, with QRS fragmentation.

7.1.6.5 Parietal or Purkinje/Muscle or Focal Intraventricular Block 102

This dromotropic disturbance is located between the Purkinje fibers and the muscle. It is seen in severe hypertrophies and cardiomyopathies. May be associated with LAFB or LVH, and the duration of the QRS complex is ≥ 120 ms, without LBBB morphology or LBBB with LAFB morphology.

8. Analysis of the ECG In Coronary Heart Disease

It is important to highlight that a normal ECG does not exclude the presence of a coronary event. Specific clinical guidelines for acute coronary syndromes should be followed. 103 , 104

8.1. Diagnostic Criteria for Myocardial Ischemia 105

8.1.1. Presence of Ischemia

  1. Hyperacute phase – peaked and symmetrical T wave as the initial presentation;

  2. Subendocardial ischemia – positive, symmetrical, and peaked T wave;

  3. Subepicardial ischemia – negative, symmetrical, and peaked T wave. This alteration is currently attributed to a pattern of reperfusion or edema instead of real ischemia of the subepicardial region. 106

8.1.2. Circumferential or Global Ischemia 107 , 108

A peculiar situation during an angina episode, with ST-segment depression in 6 or more leads, particularly in V4–V6, along with negative T waves associated with an ST-segment elevation > 0.5 mm in aVR.

8.1.3. Secondary Changes

Secondary changes in the T wave are those not fitting within the definition of ischemic waves, especially due to asymmetry and the presence of other diagnostic characteristics such as chamber hypertrophy or intraventricular blocks.

8.2. Subendocardial and Subepicardial Injury: Diagnostic Criteria

  1. Subepicardial injury – J-point and ST-segment elevation, with upper concavity or convexity (more specific) of the segment in 2 contiguous leads, of at least 1 mm in the frontal plane and left precordial leads. In precordial leads (V1 to V3), ST-segment elevation should be ≥ 1.5 mm in women, ≥ 2 mm in men aged 40 years or older, and ≥ 2.5 mm in men aged less than 40 years; 109

  2. Subendocardial injury 109 – J-point and ST-segment depression, horizontal or downsloping ≥ 0.5 mm, in 2 contiguous leads, at 60 ms after the J-point.

Note: to diagnose injury one should consider the concomitant presence of changes in the T wave and ST-segment, recognized in at least 2 concordant leads.

8.3. Definition of Myocardial Fibrosis

An area with fibrosis (old myocardial infarction) is considered when ventricular activation does not occur as expected and does not suggest intraventricular conduction disturbance. Myocardial fibrosis (old myocardial infarction) is characterized by pathological Q waves in 2 contiguous leads, with duration ≥ 40 ms, associated or not with amplitude > 25% of the QRS amplitude, or a reduced R wave in an area where it is expected and should be present.

8.4. Topographic Analysis of Ischemia, Injury, and Necrosis

8.4.1. ECG Topographic Analysis of Ischemic Manifestations (Meyers)

  1. Anteroseptal wall – V1, V2, and V3 leads;

  2. Anterior wall – V1, V2, V3, and V4 leads;

  3. Anterolateral wall – V4 to V5, V6, D1, and aVL leads;

  4. Extensive anterior wall – V1 to V6, D1, and aVL leads;

  5. Lateral wall – D1 and aVL leads and/or V5 and V6 leads;

  6. Inferior wall – D2, D3, and aVF leads.

Note: The term “posterior wall” should no longer be used due to current evidence indicating that the recording of leads V7–V9 refers to the lateral wall. 110

8.4.2. ECG Topographic Analysis of Ischemic Manifestations in Association with Magnetic Resonance Imaging 111

  1. Septal wall – Q wave in V1 and V2 leads;

  2. Anteroapical wall – Q wave in V1, V2 to V3–V6 leads;

  3. Anteromedial wall – Q wave (qS complex or r wave) in D1, aVL, occasionally in V2 and V3 leads;

  4. Lateral wall – Q wave (qR1 complex or r wave) in D1, aVL, V5–V6 and/or RS complex in V1 lead;

  5. Inferior wall – Q wave in D2, D3, and aVF leads.

The sites mentioned above present the best anatomic correlations in acute coronary syndromes with ST-segment elevation and in necrosis (when present). Topographic sites may vary in the case of cardiomegaly or major structural alterations.

8.4.3. Electrocardiographic Correlation with the Culprit Artery ( Table 8.1 ) 112

Table 8.1. – Correlation between electrocardiographic leads and culprit artery.

ST-segment elevation ST-segment depression
Left coronary branch aVR V2-V6; I,L
Anterior descending coronary artery Before the first septal branch V1 - V4 I, L II, III, F
Anterior descending coronary artery Between the septal and diagonal branches V1 - V6 I, L
Long left anterior descending coronary artery (post-crux cordis) After the septal and diagonal branches V2 - V6 I, L V2-V6; I,L
Proximal right coronary artery V4 - V6 II < III, F I, L, V1 - V3
Mid-distal right coronary artery II < III, F I, L I, L, V1 - V3
Distal right coronary artery II < III, F I, L
Right coronary artery (right ventricle) V1, V3R, V4R II < III, F
Circumflex coronary artery V4 - V6 II > III, F I, L V1 - V3
Circumflex coronary artery (right ventricle) V1, V3R, V4R; V4 - V6 II > III, F I, L

In Figure 8.1 we find the correlation between the culprit artery and the wall/ventricular segment involved.

Figure 8.1. Correlation between culprit artery and wall/ventricular segment (adapted from Selvester RH et al.) 112.

Figure 8.1

8.5. Particular Areas of Infarction

8.5.1. Right Ventricle Myocardial Infarction

ST-segment elevation in the right precordial leads (V1, V3R, V4R, V5R, and V6R), particularly with ST-segment elevation > 1 mm in V4R. ST-segment elevation in right ventricle infarctions appears for a short period of time due to the low oxygen consumption of the right ventricular muscle. In general, this infarction is associated with low inferior wall and/or lateral wall infarctions of the left ventricle. 113

8.5.2. Atrial Infarction

Atrial infarction can be recognized by the presence of PR segment elevation > 0.5 mm. It can be associated with atrial arrhythmias. 114

8.6. Differential Diagnoses 115

8.6.1. Subepicardial Ischemia

It should be differentiated from secondary changes in ventricular repolarization in LVH or bundle-branch blocks (asymmetrical T wave).

8.6.2. Acute Myocardial Infarction (AMI) with ST-segment Elevation

It should be differentiated from:

  1. Early repolarization;

  2. Pericarditis and myocarditis;

  3. Former AMI with dyskinetic area and persistent ST-segment elevation (left ventricular aneurysm);

  4. Acute pancreatitis;

  5. Hyperkalemia;

  6. Catecholaminergic syndromes;

  7. Brugada syndrome.

8.7. Association of Myocardial Infarction with Bundle-Branch Blocks

8.7.1. Myocardial Infarction in the Presence of RBBB

The electrocardiographic diagnosis of myocardial infarction is not hindered by the presence of an RBBB.

8.7.2. Myocardial Infarction in the Presence of LBBB

The presence of an LBBB hinders the recognition of an associated myocardial infarction. In LBBB, the conduction delay begins with the disappearance of the first vector and mid to terminal ventricular activation impairment. In septal infarctions, a larger and wider R wave is seen (as opposed to the usually small or absent r wave in LBBB) in V1 and/or V2, associated with a q wave in V5 and V6. In lateral infarctions, we notice slurred or notched S waves in the ascending phase. Inferior infarctions result in slurred or notched S waves in D2, D3, and aVF. 116

ST-segment deviations may allow the identification of recent myocardial infarction, according to criteria defined by Sgarbossa et al. Five points or more indicate a high accuracy in the identification of myocardial infarction with ST-segment elevation. 117

  1. 5 points: ST-segment elevation ≥ 1mm concordant with the QRS/T;

  2. 3 points: ST-segment depression ≥ 1 mm in V1, V2, and V3;

  3. 2 points: ST-segment elevation ≥ 5 mm discordant with the QRS/T.

9. Analysis of Ventricular Repolarization

9.1. Ventricular Repolarization

The analysis of ventricular repolarization is extremely complex, as it represents the interaction of various systems that can be expressed through segments and electrical waves. The repolarization phenomenon received greater attention after the recognition of its contribution to the risk stratification of major arrhythmic events and sudden cardiac death.

9.1.1. Normal Ventricular Repolarization

Ventricular repolarization comprehends the period between the end of the QRS and the end of the T wave (or U wave, when present). In this context, the following elements should be analyzed:

9.1.1.1. J-point

J-point is located at the end of the QRS complex. Its position is used to identify ST-segment deviations.

9.1.1.2. ST-Segment

ST-segment is located between the J-point and the T wave. It should be at the same level as the PR segment. Variation up to 0.5 mm (up or down) is considered within the normal range.

9.1.1.3. T Wave

A normal T wave is asymmetrical, with a slower onset and a faster ending. It is also positive in almost all leads, and its amplitude corresponds to 10%-30% of the QRS amplitude. It is always negative in aVR and may be negative only in V1 and/or D3.

9.1.1.4. U Wave

U wave is the last and smallest deflection in the ECG. When present, it occurs soon after the T wave and before the P wave of the next cycle. Its polarity is the same as that of the preceding T wave, and in most cases its amplitude corresponds to 5%-25% of the preceding T wave. In general, it is visible only in low heart rates and its genesis is attributed to the following:

  1. Late repolarization of the Purkinje fibers;

  2. Slow repolarization of papillary muscles;

  3. Late residual potentials in the septum;

  4. Electromechanical coupling;

  5. M cell activity;

  6. Delayed afterdepolarization (triggered activity).

9.1.1.5. QT interval and Corrected QT Interval (QTc)
  1. QT – Measurement from the beginning of the QRS to the end of the T wave. It represents the total duration of ventricular electrical activity;

  2. QTc – QT is modified by the heart rate. In general, its correction (QTc) uses the Bazett formula:

QTc=QTRR

*QT measured in milliseconds and RR distance measured in seconds.

The Bazett formula, 118 although widely used for calculating QTc, presents limitations for HRs below 60 bpm or above 90 bpm. In these cases, linear formulas such as those by Framingham 119 and Hodges 120 should be used.

QT and QTc values do not need to be reported, but they should always be checked for normality. QTc values vary with gender and are accepted as normal when up to 450 ms for men and 470 ms for women. For children, the upper limit of normality is 460 ms, 121 and QT is considered short when below 340 ms. 122

The measurement of the QT interval in bundle-branch blocks is controversial, and a simplified correction was recently proposed by Bogossian: QTm = QTLBBB- 0.5 QRSLBBB. 123

9.1.2. Variants of Ventricular Repolarization

9.1.2.1. Early Repolarization Pattern

Historically, the ECG with “early repolarization” has always been considered normal. Some publications have associated the slurring or notching of the final portion of the QRS (also named early repolarization) with a higher death rate; thus caused scientific turmoil regarding the benignity of this condition. Early repolarization is characterized by the mandatory presence of a notch or slurring of the final portion of the QRS complex; J-point elevation may or may not be found. 124

J wave with a straightened aspect of the ST in the inferior leads (or associated with lateral leads) may be an electrical marker of ventricular tachyarrhythmias risk. 125 - 129

In the last decades, great advances have linked the ventricular repolarization features to risk stratification of major arrhythmic events and sudden cardiac death. These include the dispersion of ventricular repolarization as a marker of the non-uniform recovery of myocardial excitability and the recognition of cyclic (macrovolt or microvolt) T-wave alternans. It is important to consider significant changes in polarity, duration, and morphology of the electric phenomena described above as ventricular repolarization alterations.

10. Channelopathies and Other Genetic Alterations

10.1. Genetics and the ECG

In recent years, the improvement of genetic mapping techniques allowed a deeper understanding and differentiation of potentially fatal clinical conditions with characteristic electrocardiographic patterns. Within this group, we highlight conditions that affect structurally normal hearts, such as channelopathies and others with myocardium involvement such as hypertrophic cardiomyopathy and arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy.

10.1.1. Channelopathies

Cardiac channelopathies are a result of genetic mutations or malfunctioning of ion channels, resulting in important modifications of the action potential. Some specific electrocardiographic findings associated with syncope (at rest or triggered by exercise), as well as ventricular arrhythmias in structurally normal hearts, should raise the hypothesis of channelopathies.

10.1.1.1. Congenital Long QT Syndrome 129 , 130

Congenital long QT syndrome was the first described and most studied channelopathy. It allowed the understanding of the relationship between molecular biology and genetics, and the association with clinical manifestations, risk stratification, and treatment. Congenital long QT syndrome represents the main cause of a negative autopsy in cases of sudden death among young people.

Its main characteristic is the prolongation of the QTc on the ECG, with values > 460 ms. Clinically the presence of syncope or cardiac and respiratory arrest triggered by emotional and physical stress should raise the hypothesis of long QT syndrome. People with this condition are at a high risk of polymorphic VT, syncope, and sudden death (when polymorphic VT degenerates into VF). Torsades des pointes (TdP) is a polymorphic VT in a person with long QT. Although 16 genes have been linked to mutations associated with long QT syndrome (LQT), 3 of them correspond to 75% of all diagnosed cases: KCNQ1 (LQT1), KCNH2 (LQT2), and SCN5A (LQT3). Some triggers are gene-specific: exercise is more strongly associated with LQT1, emotional stress is associated with LQT2, and bradycardia is associated with LQT3. Characteristics on the ECG include:

  1. LQT1: T wave with a wide base and delayed beginning;

  2. LQT2: T wave with low amplitude, usually with notch;

  3. LQT3: delayed T wave, with a huge ST-segment.

10.1.1.2. Short QT Syndrome 131 - 133

Described in 2000, short QT syndrome is characterized by a short QT interval (< 340 ms) associated with AFib and sudden cardiac death. There is increased activity of potassium channels (phase 3 of the action potential) resulting in shortening of the QT interval. Genes related with this syndrome are KCNH2, KCNQ1, and KCNJ2. When the ECG highlights short QTc (< 370 ms) and a distance < 120 ms between the J point and the peak of the T wave, a diagnosis of short QT is suspected.

10.1.1.3. Brugada Syndrome 134 - 137

Brugada syndrome is a channelopathy caused by sodium channels defect. In most cases it happens in the right ventricular epicardium, affecting men more than women (8:1). Some individuals present syncope and or/cardiac arrest due to VF, besides family history of sudden death. In many cases, these events happen during rest and sleep, and may also be triggered by hyperthermia and some medications, culminating in sudden death.

Brugada syndrome has a dominant autosomal inheritance and is responsible for 20% of all sudden deaths with a normal heart at autopsy. It is a genetically heterogeneous condition, involving at least 13 genes. More than 200 mutations have been described, most of them occur in genes that affect the sodium channels (SCN5A) and it can be identified in only 20% to 25% of all cases.

A J-point elevation ≥ 2 mm in V1 and V2 leads, followed by a slow ST-segment depression with upward convexity and a T-wave inversion, characterizes the type 1 pattern. The diagnosis of Brugada syndrome is made by the electrocardiographic finding of the type 1 pattern in association with symptoms.

Type 2 pattern is characterized by a J-point elevation in V1 and V2 < 2 mm and a saddle-shaped ST-segment. This pattern is highly suspect but does not confirm the diagnosis. Its transient pattern hinders diagnosis, and in doubtful cases, ECG should be recorded with upper precordial leads. The electrodes are positioned in the second and third right and left intercostal spaces, which allow better assessment of the right ventricle outflow tract. This electrode position increases ECG sensitivity for type 1 pattern diagnoses. 138

Brugada phenotype is characterized by the presence of Brugada type 1 ECG pattern in a person with no history of aborted sudden death or syncope, or sudden death in first-degree relatives.

Brugada phenocopy is not the same as Brugada phenotype, and is characterized by an electrocardiographic pattern that is presumably identical to the syndrome, but caused by many other conditions. It presents a transmural gradient (epicardium to endocardium) resulting from a sharp notch on the epicardial action potential, mediated by Itochannels and by the loss of the action potential dome. Among the described situations, there are metabolic alterations, mechanical compression by extra-cardiac structures, ischemia, myocardial/pericardial disease, and some medications. 139 The ECG with Brugada pattern disappears after the resolution of these conditions.

10.1.1.4. Catecholaminergic Tachycardia 140 , 141

Catecholaminergic tachycardia affects individuals during childhood and adolescence. Some of them report syncopal episodes and a family history of sudden death. Hereditary or sporadic mutations in ryanodine channels, responsible for regulation of the intracellular calcium, are responsible for 50% to 60% of all cases of catecholaminergic polymorphic VT. The resting ECG may be normal or with sinus bradycardia and/or U waves. Bidirectional ventricular arrhythmia triggered by exercise testing or isoproterenol infusion is typical.

Other frequent findings include PVC, which are usually isolated, intermittent, bigeminal, and paired, increasing in density with exercise.

10.1.2. Genetic Diseases with Primary Cardiac Involvement

10.1.2.1. Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy (Dysplasia) 142 - 144

Arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy is a genetic disease with primary involvement of the right ventricle. There is a replacement of myocytes with fibrofatty tissue and it is associated with arrhythmias, heart failure, and sudden death. ECG is characterized by a low voltage and longer duration QRS complex in V1/V2 (epsilon wave, present in 30% of the cases), associated with negative, rounded, and asymmetrical T waves from V1 to V4. It is associated with PVC originating from the right ventricle (LBBB morphology) and may have a superior or inferior orientation. The finding of negative T waves up to V6 suggests left ventricle involvement.

10.1.2.2. Hypertrophic Cardiomyopathy 145 , 146

Hypertrophic cardiomyopathy is a primary heart disease with genetic basis. It has mostly autosomal dominant inheritance, affects 1:500 live births. There are several described mutations and with severe segmental or diffuse ventricular hypertrophy. In almost 75% the ECG is altered, and in the pediatric population it has a good sensitivity. 147 It is characterized by rapid and deep Q waves in the inferior and/or precordial (lateral) leads, generally associated with classical ECG signs of LVH and accompanied by characteristic ST-T changes (deep and negative T waves).

10.1.3. Genetic Diseases with Secondary Cardiac Involvement

10.1.3.1. Muscular Dystrophy 148

Muscular dystrophy is a group of diseases that predominantly affect voluntary muscles. In some of them, there is respiratory and heart muscle involvement. The most common ECG findings are tall R wave in V1 and V2 (R/S ratio > 1), deep Q wave in V6, D1, and aVL, right bundle-branch conduction delay, QS complexes in D1, aVL, D2, and D3, and abnormal ventricular repolarization.

11. Electrocardiographic Pattern in Specific Clinical Situations

11.1. Clinical Conditions that Can Modify the ECG

Besides heart diseases, some peculiar ECG pattern can be recognized due to systemic diseases, metabolic disorders, and use of medications. In some of them, such as long QT, WPW, and Brugada syndrome, the ECG is the most sensitive and specific diagnostic test. 149 On the other hand, its sensitivity decreases in conditions such as myocardial infarction, pericarditis, and digitalis toxicity, although it is still one of the main diagnostic methods in clinical practice. Myocardial infarction and WPW syndrome, due to their prevalence and importance, are analyzed in separate chapters of this guideline. Other situations were grouped in this section.

We will now analyze the highly specific diagnostic features for the following conditions, in alphabetical order. However, we recommend that the terms “ECG suggestive of” or “ECG consistent with” should be used in the final ECG reports.

11.1.1. Digitalis Action

The use of digitalis can be recognized by ST-T depression with upper concavity (reverse tick or Salvador Dali sagging) and shortened QTc interval. Several arrhythmias may occur in case of digitalis toxicity, especially PVC. Bidirectional ventricular tachycardia and atrial tachycardia (variable AV conduction) is highly suggestive of digitalis toxicity, as well as bradiarrhythmias (first-degree AV block and type I second-degree AV block).

11.1.2. Drug-induced ST-T Changes

Drugs that interfere with the ST-T (increasing QTc interval) can be found on the following electronic address: http://www.azcert.org/medical-pros/drug-lists/drug-lists.cfm . 150

11.1.3. Electrical Alternans

Electrical alternans is characterized by alternately higher and lower QRS amplitudes. It is cyclic and not related with the respiratory cycle, in successive QRS complexes.

11.1.4. T-wave Alternans (TWA)

The clinical applicability of T-wave alternans has been increasingly investigated. TWA is characterized by beat by beat modification of amplitude, shape, and orientation of the T wave (J-point and/or ST-segment). It may be intermittent or permanent. On the 12-lead ECG, these variations may be macroscopic (macrovolt alternans) or so small that computerized algorithms are required for its analysis (microvolt alternans).

11.1.5. Acute Injury of the Central Nervous System

Hemorrhagic injury of the central nervous system (CNS) can produce giant negative T waves (more rarely positive) simulating subepicardial ischemia that is called cerebral T wave. Increased QTc interval can also be observed. All ECG alterations are reversible after CNS treatment.

11.1.6. Interatrial Communication

An individual with an interatrial communication can present a right end conduction delay and, sometimes, RVH. If an upward and leftward deviation of the QRS axis is also present it is related with the ostium primum defect. Supraventricular arrhythmias, such as atrial fibrillation/flutter, is not uncommon.

1.1.7. COVID-19

Cardiac impairment due to COVID-19 may reach 44% of severe cases; electrocardiographic alterations were observed in up to 93% of hospitalized patients with critical illness. The reasons for myocardial alterations with changes in the ECG include cytokine storm, hypoxic injury, electrolyte imbalance, plaque rupture, coronary artery spasm, microthrombi, or direct endothelial or myocardial injury. The ECG may present supraventricular tachycardia (sinus tachycardia, atrial fibrillation, atrial flutter, AVNRT), malignant ventricular arrhythmia (monomorphic and polymorphic VT and VF), bradycardia, and AV blocks (second- and third-degree), increased QT interval, RBBB and LBBB, QRS axis rightward deviation, ST-segment elevation or depression, T-wave inversion, pathological Q waves, and signs of pulmonary thromboembolism (sinus tachycardia/atrial fibrillation, RVH, RBBB, T-wave inversion from V1 to V3, S1Q3T3 pattern). Moreover, COVID-19 can uncover the Brugada pattern in individuals with this disease. 151

11.1.8. Pericardial Effusion

In pericardial effusion, ECG can present dielectric effect (see Item 11.14), sinus tachycardia, and electrical alternans.

11.1.9. Dextrocardia

Individuals with dextrocardia present negative P, QRS and T waves in D1 and V6. Positive QRS complexes in V1 and negative QRS in V6 are also observed (main differential diagnosis with reversal of the upper limb electrodes).

11.1.10. Dextroposition

Individuals with dextroposition may manifest a negative or minus-plus P wave in D1, a deep Q wave in D1 and aVL, and qRS complexes in the right precordial leads.

11.1.11. Electrolyte Imbalance

11.1.11.1. Hyperkalemia

ECG changes depend on serum potassium concentrations, and they occur sequentially: symmetrical T wave with increased amplitude and a narrow base, decreased QTc interval, intraventricular conduction delay (wide QRS), and decreased P wave amplitude until its disappearance, with sinoventricular rhythm.

11.1.11.2. Hypokalemia

ECG can present increased U wave amplitude; ST-segment and T-wave depression; increased QTU interval. The QT interval should preferably be measured in the aVL lead because the U wave tends to be more isoelectric.

11.1.11.3. Hypocalcemia

In patients with hypocalcemia, ECG can show flattening and increased duration of the ST-segment with an increase in the QTc interval.

11.1.11.4. Hypercalcemia

In patients with hypercalcemia, ECG can show shortening and eventual disappearance of the ST-segment, with a consequent shortening of the QT interval.

11.1.12. Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD)

COPD frequently presents ECG with dielectric effect (see Item 11.1.14); rightward QRS axis shift; rS complex from V1 to V6. Right chambers hypertrophy is associated to heart disease and a rightward shift of the P axis, near +90º (P pulmonale ).

11.1.13. Antiarrhythmic Drugs

Antiarrhythmic drugs can be related with proarrhythmia. In the following sections, we will present the drugs that can change the ECG.

11.1.13.1. Amiodarone

Amiodarone is a Class III antiarrhythmic drug; it may cause PR interval prolongation, sinus bradycardia, increased QTc (with no increase in the dispersion of repolarization), and T wave alterations. All of them are more clearly seen in the precordial leads with bifid or flattened T waves. These changes can also be observed in the frontal plane leads (it differentiates them from bifid T waves in children, which are limited to the precordial leads).

11.1.13.2. Propafenone

Propafenone is a Class IC antiarrhythmic drug that may cause AV blocks and complex ventricular arrhythmias (paired PVC, nonsustained VT, and polymorphic VT), especially in patients with coronary artery disease.

11.1.13.3. Sotalol

Sotalol is a Class III antiarrhythmic drug and may cause sinus bradycardia, AV blocks, and increased QTc interval (with polymorphic VT).

11.1.14. Dielectric Effect

Dielectric effect can present an ECG with low QRS voltage (< 0.5 mV in the frontal plane and < 1.0 mV in the precordial leads). It may result from a large pericardial effusion, pleural effusion, emphysema, COPD, morbid obesity, or anasarca. Hypothyroidism and infiltrative heart diseases can also present a low voltage pattern.

11.1.15. Pulmonary Embolism

Patients with pulmonary embolism can present sinus tachycardia, right end conduction delay, acute QRS axis rightward deviation, ST-segment depression (V1 to V3), and negative T waves from V1 to V3. The classical S1Q3T3 pattern may occur.

11.1.16. Ashman or Gounaux-Ashman Phenomenon 17

Ashman phenomenon is an aberrant conduction of a beat from supraventricular origin. It can happen after a long-short cycle. Due to its characteristic long refractory period (compared to the left bundle-branch) the aberrancy occurs more frequently at the right bundle-branch. Irregular rhythms such as atrial fibrillation, atrial flutter and atrial tachycardia favor this phenomenon. 152 , 153 Concealed transeptal retrograde conduction is responsible for the following consecutive beats with aberrancy.

11.1.17. Hypothermia

Patients with hypothermia can present bradycardia, prolonged QT interval and J wave or Osborn wave (notch with large amplitude and short duration at the final portion of a QRS.

11.1.18. Hypothyroidism

In severe cases (myxedema), it may present bradycardia, low voltage, and diffuse alterations of ventricular repolarization.

11.1.19. Chronic Renal Failure

Patients with chronic renal failure can present ECG abnormalities related to hyperkalemia and hypocalcemia (discussed elsewhere), and these findings can be associated with decreased renal function.

11.1.20. Pericarditis 154

The following electrocardiographic alterations may be seen in the acute phase of the inflammatory process, usually in this order:

  1. PR-segment depression in D1, D2, aVF, and from V2 to V6. PR segment elevation in aVR; it may also occur in V1;

  2. ST segment – diffuse elevation with upper concavity, except for V1 and aVR. There are no associated Q waves;

  3. T wave – slightly increased and symmetrical in the initial phase. Characteristically, it is not inverted in the presence of ST elevations. It may be inverted in the chronic phase of the disease, after normalization of the ST segment, but rarely with enough depth to resemble the ischemic T-wave pattern.

11.1.21. Chemotherapy Drugs 155 - 158

The development of new chemotherapy drugs has increased patient’s survival. ECG abnormalities may occur in patients with chemotherapy-induced myocardial injury. These alterations are characterized by a complex pathogenesis and may depend both on the direct toxicity of chemotherapy drugs (with electrophysiological substrate) and on direct injure to the myocardium, endocardium, and pericardium (due to ischemia, inflammation, or radiation); this is why alterations accompanying cardiac dysfunction are unspecific and can precede symptoms, even before ECG alterations appear. Electrocardiographic findings are better identified through with serial ECGs. These include sinus tachycardia, T-wave flattening or inversion, increased QT interval, and low QRS voltage.

Some arrhythmias, such as TdP, and VT/VF may occur during treatment. The most well-known drugs are anthracyclines; however, alkylating agents (cyclophosphamide), antimetabolites (5-fluorouracil), antimicrotubule agents (paclitaxel), immunomodulating drugs (thalidomide), and targeted therapy can cause cardiac damage.

12. The ECG in Athletes

12.1. The Importance of Understanding the Athlete’s ECG 159 - 164

Many physiological adaptations occur during sport training and some of them can lead to specific electrocardiographic findings, even without anatomical/structural changes. That’s why the interpretation of athletes’ ECGs becomes a challenging task. With the inclusion of the resting ECG in pre-participation evaluations, we should be aware of specific recommendations for this population. At the present time, athlete’s ECG findings can be divided into 3 categories:

12.1.1. Normal ECG Findings (Group 1)

  • Increased QRS voltage for LVH or RVH;

  • Right bundle-branch conduction delay;

  • Early repolarization/ST-segment elevation;

  • ST-segment elevation followed by T-wave inversion (V1 to V4) in black athletes;

  • T-wave inversion (V1 to V3) in athletes aged less than 16 years;

  • Sinus bradycardia/sinus arrhythmia;

  • Ectopic atrial rhythm or junctional rhythm;

  • First-degree AV block;

  • Type I second-degree AV block.

12.1.2. Abnormal ECG Findings (Group 2)

  • T wave inversion in other situations;

  • ST-segment depression;

  • Pathological Q waves;

  • LBBB;

  • QRS duration ≥ 160 ms;

  • Epsilon wave;

  • Ventricular pre-excitation;

  • Prolonged QT interval;

  • Brugada type 1 pattern;

  • Severe sinus bradycardia (< 30 bpm);

  • Pr interval ≥ 400 ms;

  • Type II second-degree AV block;

  • Third-degree AV block;

  • Two or more PVC;

  • Atrial tachyarrhythmias;

  • Ventricular arrhythmias.

12.1.3. Borderline ECG Findings (Group 3)

  • Upward and leftward QRS axis deviation;

  • Left atrial hypertrophy;

  • Upward and rightward QRS axis deviation;

  • Right atrial hypertrophy;

  • RBBB.

Athletes with a normal ECG do not need further investigation if they are asymptomatic and have no family history of hereditary heart diseases and/or sudden death. On the other hand, athletes with findings of group 2 should undergo investigation of pathological cardiovascular conditions associated with sudden death. All findings mentioned in this group (2) could be manifestations of structural alterations. Finally, athletes with a borderline ECG (and asymptomatic and no family history of hereditary heart diseases and/or sudden death) are exempted from further investigation if they present only one of the findings in group 3. If these athletes present 2 or more findings from group 3, pathological cardiovascular conditions associated with sudden death in athletes should be investigated.

13. The ECG in Children

13.1. Introduction

Although the general principles for the interpretation of children’s and adults’ ECGs are similar, the analysis of pediatric ECGs constitutes a challenge for clinical practice. This is mainly due to electrocardiographic patterns that are specific in children ( Table 13.1 ). Such patterns are related with age and anatomical/ physiological changes intrinsic to human development. 165

Table 13.1. Normal electrocardiographic findings in children.

Shorter PR interval and narrower QRS complexes
A right QRS axis deviation in the first year of life
Prominent Q waves in the inferior and lateral leads
The analysis of ventricular repolarization is more important than QRS amplitude in the diagnosis of ventricular hypertrophy
Early repolarization
Negative T wave from V1 to V4 until 12 years of age
Bifid or notched T wave in the right precordial leads
Prominent U wave
Common and physiological rhythm findings:
  • Prominent U wave

  • inus arrhythmia, ectopic atrial rhythm

  • First-degree and type I second-degree AV blocks

  • Sporadic atrial and ventricular extrasystoles

The ECG of newborns reflects the hemodynamic effects of the fetal circulation on the right ventricle, as well as anatomical and physiological changes resulting from the transition to neonatal circulation. Up to 32 weeks of pregnancy, the left ventricle is larger than the right ventricle. From this phase and until the end of pregnancy, the right ventricle prevails due to the progressive increase in pulmonary vascular resistance. 166 During birth, lung aeration leads to a sharp drop in pulmonary arterial pressure, while the removal of the placenta and closure of the arterial duct increase systemic vascular resistance. 167 In general, at the end of the first month of life, the left ventricle size equals the right ventricle, and then anatomically prevails over it. 166 , 167 Most of these adaptive changes happen after birth and before the first year of life. Maturation of the autonomic nervous system, physical growth, and changes in the position of the heart occur progressively up to adult age. 168 As a result, the normal ECG changes rapidly during the first weeks of life, and the child starts to gradually present electrocardiographic patterns that are similar to those of an adult only by the age of 2 to 3 years. 167

13.2. Technical Aspects

The ECG of children should include the classical 12 leads, which may be complemented by V3R and V4R leads in case of suspected right chamber hypertrophy. 169 Artifacts are common and usually caused by inadequate electrode placement, chest wall deformities, and movements (voluntary or not) that are intrinsic to each age group. 170

Reference tables and graphs of age-related variations of electrocardiographic parameters are frequently consulted (necessary task). 170 Most of these values, particularly considering the first year of life, derive from Canadian data by Davignon et al. 171 Despite the publication of more recent studies 172 this continue to be the main reference in clinical practice ( Table 13.2 ). It is still debatable whether these data may be extrapolated to the general public. To date, 2 studies have been published based on the Brazilian population. One of them, including almost 100 term newborns with a normal ECG in the first week of life, showed electrocardiographic parameters that were different from those published by Davignon. 173 The second study, with a population over 1 year of age, included more than a million children. 174 Another controversial situation is the computerized and automatic ECG reports. It has questionable accuracy in pediatrics and its routine use is not yet recommended. 170

13.3. Electrocardiographic Parameters and their Variations

The pediatric ECG should be systematically evaluated according to the patient’s age group ( Table 13.2 ), and its analysis should consider the same criteria as that in adults: rhythm, heart rate, P wave (axis, amplitude, and duration), AV conduction, QRS complex (axis, amplitude, duration, and morphology), ST-segment, T wave, and U wave. Measurement of the QT interval and QTc calculation should be routinely performed. 175

Table 13.2. – Normal electrocardiographic parameters by age.

0–1 day 1–3 days 3–7 days 7–30 days 1–3 months 3–6 months 6–12 months 1–3 years 3–5 years 5–8 years 8–12 years 12–16 years
HR 94 - 155 91 - 158 90 - 166 106 - 182 120 - 179 105 - 185 108 - 169 89 - 152 73 - 137 65 - 133 62 - 160 60 - 120
P (mV) 0.01 - 0.28 0.03 - 0.28 0.07 - 0.29 0.07 - 0.30 0.07 - 0.26 0.04 - 0.27 0.06 - 0.25 0.07 - 0.25 0.03 - 0.25 0.04 - 0.25 0.03 - 0.25 0.03 - 0.25
PR D2 (seconds) 0.08 - 0.20 0.08 - 0.14 0.07 - 0.15 0.07 - 0.14 0.07 - 0.13 0.07 - 0.15 0.07 - 0.16 0.08 - 0.15 0.08 - 0.16 0.09 - 0.16 0.09 - 0.17 0.09 - 0.18
QRS (seconds) 0.02 - 0.10 0.02 - 0.07 0.02 - 0.07 0.02 - 0.08 0.02 - 0.08 0.02 - 0.08 0.03 - 0.08 0.03 - 0.08 0.03 - 0.07 0.03 - 0.08 0.04 - 0.09 0.04 - 0.09
QRS axis 59 - 189 64 - 197 76 - 191 70 - 160 30 - 115 7 - 105 6 - 98 7 - 102 6 - 104 10 - 139 6 - 116 9 - 128

HR: heart rate; mV: millivolts.

13.3.1. Heart Rate and Sinus Rhythm

Contractile mass and ventricular compliance are relatively lower in children, particularly during the first year of life. As a result, their cardiac output depends basically on the HR, which is much higher in children than in adults. A healthy newborn can present HR between 150–230 bpm. Normal HR increases from the date of birth until the first and second months of life; on the sixth month, it returns to values similar to those of the first day. From this point on, HR progressively decreases and, around 12 years-old, it reaches values considered normal for adults. 168

13.3.1.1. Possible Alterations

13.3.1.1.1. Sinus Arrhythmia

Very frequent in children, it is generally phasic and associated with breathing. 165 It is less noticeable in higher HR and in newborns, especially in the first week of life.

13.3.1.1.2. Sinus Tachycardia

Sinus tachycardia is considered when sinus rhythm presents HR above the 98th percentile for the age (in general lower than 220 bpm). 170 , 171 Sinus tachycardia may have various causes, of which the most frequent are: physical activity, fever (10-bpm increase in HR for each 1ºC increase in body temperature), anemia, and dehydration. 170

13.3.1.1.3. Sinus Bradycardia

Sinus bradycardia is considered when sinus rhythm presents HR below the second percentile for the age 170 , 171 ( Table 13.2 ). It may have various etiologies, such as infections, respiratory failure, hypothermia, hypothyroidism, and increased intracranial pressure. In newborns, the occurrence of transient sinus bradycardia can be associated with the transplacental passage of anti-Ro/SSA antibodies, especially in mothers with systemic lupus erythematosus or other connective tissue diseases. Patients with cardiac channelopathies such as LQT3 and Brugada syndromes may also manifest sinus bradycardia.

13.3.1.1.4. Other Bradycardias

A sudden prolongation of the PP interval is common and occurs in almost half of all normal newborns and one-sixth of adolescents. These pauses are frequently related with an increased vagal tone 165 and some of them can be followed by supraventricular or ventricular escape beats. 168

13.3.2. P wave and Atrial Electrical Activity

The characteristics of atrial activation remain relatively constant in all ages. P wave axis is very important to establish the rhythm site of origin, visceroatrial situs, and cardiac position. 170 The sinus P-wave axis is between 0 and +90 degrees. The normal P wave should not exceed 0.12 s and 2.5 mm (duration and amplitude); these parameters present few variations in different pediatric age groups ( Table 13.2 ).

13.3.2.1. Possible Alterations

13.3.2.1.1. Atrial Hypertrophy

P-wave amplitude is increased in right atrial hypertrophy, which is more clearly seen in D2 lead. Left atrial hypertrophy is characterized by an increase in P-wave duration (according to the age percentile) and/or its negative deflection in V1 (> 40 ms in duration and > 0.1 mV in amplitude). 168

13.3.2.1.2. Junctional Rhythm

Junctional rhythm is characterized by a negative P wave in inferior leads (preceding, concomitant, or after the QRS complex). It can occur in up to one-third of normal children. It is more common during sleep, but it can happen during waking hours; in general, it does not have any pathological significance.

13.3.3. PR Interval and AV Conduction

The PR interval increases with age, and presents an inverse relationship with HR. It varies according to autonomic tone ( Table 13.2 ).

13.3.3.1. Possible Alterations

13.3.3.1.1. AV Blocks

First-degree and type I second-degree AV block episodes occur in around 10% of normal children and up to 20% of normal adolescents. There are occasional periods of 2:1 AV block. They are more common during sleep, but can happen during waking hours, especially in individuals with vagotonia and in athletes. 165

Type II and advanced second-degree AV block, as well as third-degree AV block, are usually pathological and can occur isolated or in association with complex cardiac malformations. The isolated form of congenital third-degree AV block affects 1:20 000 live births and is usually related with the transplacental passage of anti-Ro/SSA and anti-La/SSB antibodies. 168

13.3.3.1.2. Short PR Interval and Ventricular Pre-excitation

A short PR interval can be detected in cases of junctional or other ectopic atrial rhythm. Pompe and Fabry diseases can also present it. 168 , 170

Ventricular pre-excitation is characterized by a shortened PR interval with a delta wave. 170 Intermittent ventricular pre-excitation is not uncommon among newborns and children. Even when ventricular pre-excitation is persistent, the typical ECG pattern can be subtle. In these cases, the mid-precordial leads (V3-V4) can show them better. Wolf-Parkinson-White syndrome has an incidence of 0.15% to 0.3% in the pediatric population. An increased prevalence of ventricular pre-excitation is observed in individuals with hypertrophic cardiomyopathy, Ebstein anomaly, L-transposition of the great arteries, and cardiac tumors.

13.3.4. Ventricular Electrical Activity

The most prominent changes in ventricular electrical activity occur during a child’s first year of life. In the first days of life, the frontal plane QRS axis is directed downward and to the right, varying between 55º and 200º and reflects the predominance of the right ventricle over the left ventricle. It is less evident in tracings of preterm newborns, since fetuses with less than 32 weeks of gestational age have a larger left ventricle in comparison with the right ventricle. As the infant grows, the QRS axis deviates to the left, and when the baby reaches 6 months, it is at 65º. 166 On the transversal plane, QRS axis is directed rightwards and anterior at birth. Still in the first week of life, the QRS axis deviates to the left and maintains an anterior orientation, resulting in an increased R wave in V6 with persistent pure R waves in V1. On the transversal plane, the posterior QRS axis deviation is progressive. Thus, the R wave decreases slowly in V1 throughout the first year of life, even when exhibiting normal patterns in V5 and V6. 166 The morphology of QRS complexes in the precordial leads changes with the child development. This is explained by the modification of the ventricular electrical activation axis. The following aspects are present:

  • The amplitude of the R wave in V1 increases during the first month of life and slowly decreases over the following several years. The amplitude, in this lead, should be < 18 mm in the first year of life and < 10 mm after this period;

  • From birth to the sixth month of life, the R wave should be larger in V1 than in V6. R wave amplitude in V1 becomes virtually equal to that in V6 between 6 and 12 months of age. From this point on, it increases in V6 and progressively decreases in V1;

  • Q waves are normal and can be very pronounced in the inferior and left precordial leads, and represent the septum activation, although they are absent in D1 and aVL. The Q waves amplitude varies with the child’s age and with the ECG lead. Its duration should not exceed 0.03 s ( Table 13.2 ).

In newborns, the QRS complex can be very narrow (in general, below 0.08 s). Its duration increases progressively with age, especially from the third year of life on ( Table 13.2 ).

13.3.4.1. Possible Alterations

13.3.4.1.1. Changes in the QRS Axis and Amplitude

A leftward axis deviation is present in many conditions, such as ventricular septal defects, tricuspid atresia, and WPW syndrome, but it can also be a normal variant. A rightward axis deviation can happen in Noonan syndrome, even in the absence of major pulmonary hypertension and in the presence of RVH. 170

  • RVH: should be suspected in the presence of a positive T wave in V1 after the first week of life and increased amplitudes of the R wave in V1 and S wave in V6. The QR pattern in V1 is usually seen in cases of pressure overload, and the rSR’ is seen in cases of right ventricular volume overload; 168

  • LVH: the ECG has limited accuracy for detecting LVH in children. The signs that help the most when diagnosing LVH are an increased S wave in V1, increased R wave amplitude in V6, and T wave abnormalities in V5 and V6; 168

  • Biventricular hypertrophy: wide and isodiphasic complexes in the mid-precordial leads — the Katz-Wachtel phenomenon. The R + S waves sum > 60 mm in V4 is very specific and can occur, for example, in cases of large ventricular septal defects. 170

13.3.4.1.2. Q-wave Alterations

Pathological Q waves can be seen in children with anomalous coronary artery, ventricular pre-excitation, myocarditis, cardiomyopathy, and muscular dystrophies; 175 they are frequent in patients with hypertrophic cardiomyopathy, especially in the anterolateral leads (V4 to V6, D1 and aVL). In general, these are associated with signs of ventricular hypertrophy and ST-segment and T wave alterations. 176 It should be noted that the presence of a Q wave in V1 is always pathological.

13.3.4.1.3. Intraventricular Conduction Disturbances

Bundle-branch blocks diagnosis is determined by QRS duration and the patient’s age ( Table 13.2 ). RBBB can occur in some heart diseases such as Ebstein anomaly and after corrective surgery for congenital malformations such as Fallot tetralogy and interventricular communication. Isolated congenital forms of RBBB or LBBB are rare. Tricuspid atresia, ostium primum interatrial communication, anomalous coronary artery, and AV septal defects may be associated with left anterior fascicular block. LBBB is less frequent in children. The presence of LBBB in patients with severe cardiomyopathy is due to significant left ventricle/conduction system impairment. LBBB is generally associated with a poor prognosis. 168 , 170

13.3.4.1.4. Epsilon Wave and Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy (Dysplasia)

See item 10.1.2.1.

13.3.5. Ventricular Repolarization

Ventricular repolarization is evaluated by measurement of the QT interval and the analysis of ST-segment morphology, T wave, and U wave in different leads. 168

13.3.5.1. QT Interval

The QT interval presents an inverse relationship with the heart rate — the higher the HR, the shorter the QT interval, and vice-versa. In children, some peculiarities should be analyzed: 168

  • The QT interval should be measured in D2, V5, and V6 – use the longest one for calculating QTc;

  • In higher heart rates, the P wave may overlap with the T wave and make QT measurement more difficult, especially in case of prolonged P wave;

  • The U wave can be very prominent in children and should not be included in the QT interval if well separated from the T wave. In case of fusion between T and U waves, or when the U wave is too wide (> 50% of the T wave), the tangent method should be used;

  • In cases of sinus arrhythmia, QTc should be calculated through the mean value of measurements obtained in various cardiac cycles;

  • At 4 days old, children of both sexes have a mean QTc of 400 ± 20 ms. Around 2 months of life, there is a physiological prolongation of the QTc (mean value 410 ms); it then decreases progressively until 6 months of life, when it returns to the values recorded in the first week;

  • In children, a normal QTc is up to 440 ms (97.5th percentile). 168

  • Although its routine use in pediatric cardiovascular screening is still under debate, the ECG has a crucial role in the early diagnosis of life-threatening arrhythmic heart diseases manifested during childhood and adolescence, mainly long QT syndrome (see below).

13.3.5.1.1. Possible Alterations

13.3.5.1.1.1. Long QT Syndrome

Long QT syndrome manifests predominantly during childhood and adolescence — few patients have symptoms during the first year of life. 177 Sudden death is the initial presentation of long QT syndrome in up to 12% of the cases. 177 Although this disease is relatively rare, the effort employed in its screening is justified by the efficacy of early treatment and prevention of sudden death. 168 Differential diagnoses should include secondary causes of QTc prolongation — see Section 11 for more details. During the first months of life, the infants of mothers with autoimmune diseases that express anti-Ro/SSA antibodies can present a very prolonged QTc, which is normally a transient finding that normalizes around the sixth month of life. 168

13.3.5.1.1.2. Short QT Syndrome

See item 10.1.1.2.

13.3.5.2. ST-Segment

ST-segment should always be evaluated and the J-point position is fundamental to identify ST-segment elevation or depression. Thus, J-point position should be compared to the isoelectric line, which is usually at the level of the PQ segment. In newborns and infants, the TP segment (isoelectric line between the T wave and the following P wave) is more commonly used as reference for the baseline. 164

13.3.5.2.1. Possible Alterations

13.3.5.2.1.1. ST-Segment Deviations

Slight ST-segment deviations are common during the first month of life (usually < 2 mm). ST-segment elevation up to 3 mm can be seen in the right precordial leads and is considered a normal finding (specially from 1 year of age). 168 Ventricular hypertrophy, cardiomyopathies, pericarditis, ventricular pre-excitation, anomalous coronary artery origin, and medications, among other factors, may alter ventricular repolarization and lead to ST-segment elevation or depression. Despite its low sensitivity, ST-segment depression presents good specificity for diagnosing ventricular hypertrophy. Cases of anomalous origin of the left coronary branch (arising from the pulmonary artery) are manifested as an extensive anterior infarction (usually after the first month of life). 170

13.3.5.2.1.2. Early Repolarization

See item 9.1.2.1.

13.3.5.2.1.3. Brugada Electrocardiographic Pattern

Brugada pattern is rare in children and it has a much lower frequency than among adults. 177 For more details, see item 10.1.1.3.

13.3.5.3. T Wave

During birth, positive T waves in the right precordial leads are normal and are probably due to the physiological adaptation of the right ventricle to new hemodynamic characteristics and lower myocardial elasticity. In normal children, after the second or third day of life, the T wave vector is deviated posteriorly and to the left. Thus, the T wave becomes negative in V1 at the end of the first week. From 7 days to 7 years of life, positive T waves in V1 are usually associated with RVH. 170 The T wave can remain negative from V1 to V4 (juvenile T-wave pattern) until age 12–14 years, when it becomes positive from V2 to V6. The presence of negative T waves in these leads after this period can be considered a normal variant in 1–3% of the cases, but they must be investigated. 170 , 178 , 179 Pericarditis, myocarditis, cardiomyopathies, myocardial ischemia, ventricular hypertrophy, and hydroelectrolytic imbalance may also lead to changes in the T wave. Symmetrical, negative, and wide T waves are not uncommon in the precordial leads in patients with hypertrophic cardiomyopathy. In cases of children with severe acute brain injury large negative T waves in various leads can be seen. This is known as “cerebral T waves” (Item 11.1.5).

13.3.5.4. U Wave

U Wave is not always visible on the ECG, but it can be prominent in children, in cases of hypokalemia, with antiarrhythmic drugs, and long QT syndrome.

13.4. Heart Rhythm Disorders

The electrocardiographic criteria used for assessing cardiac arrhythmias in children follow those used for adults (see Section 3).

13.5. Identification of Situs, Cardiac Position, and Ventricular Inversion

The identification of situs through the ECG is fundamentally based on the orientation of the P wave, which is positive in D1 and V6 in situs solitus and negative in situs inversus . 166 In this case, electrode reversal and left atrial rhythm are the main differential diagnoses.

In patients with situs solitus and levocardia, the P wave axis and the QRS axis are in the left lower quadrant (frontal plane). In situs inversus with dextrocardia, the P wave axis and the QRS axis are in the right lower quadrant. The P wave axis and the QRS axis are located in different quadrants when there is a disagreement between situs and cardiac position, such as in dextrocardia with situs solitus (which is usually associated with complex congenital heart diseases). 170

The orientation of the first (5–20 ms) QRS vectors is important for determining the position of the ventricles. In case of ventricular inversion, the first vectors are directed towards the left and Q waves are not seen in D1 and V6. 166

14. The ECG during Cardiac Pacing

14.1. Cardiac Pacing

Basically, the ECG of an individual with a cardiac implantable electronic device (CIED) is characterized by the presence or absence of spikes (artifacts resulting from pulse energy emission by pacing).

Except for implantable monitors (loop recorders), all other CIED (pacemakers, cardiac resynchronization devices, and implantable cardioverter-defibrillators – Table 14.1 ) are capable of emitting spikes, especially for treating bradycardias. So, the identification of the type of CIED based on ECG interpretation frequently is not possible. On the other hand, proper device functioning, as well as dysfunctions, can be recognized on the ECG. Pacing configuration, unipolar or bipolar, determines the size of the spike. In unipolar pacing, potential difference is established between the pulse generator and the lead tip, which potential difference results in a large amplitude vector. Consequently, the spikes should have large amplitudes too. In bipolar pacing, potential difference is established between the anode and cathode on the lead tip; the vector generated by the potential difference should thus be small and the spikes recorded in this mode should also be small (sometimes almost imperceptible).

Table 14.1. Types of CIED and their classical indications.

CIED Basic properties Main indication
Conventional pacemaker Atrial and/or ventricular pacing Bradiarrhythmias
Cardiac resynchronization device Atriobiventricular pacing Refractory heart failure with LBBB
Implantable cardioverter-defibrillator Atrial and/or ventricular pacing and therapies for ventricular tachyarrhythmia Prevention of sudden cardiac death
Implantable cardioverter-defibrillator and cardiac resynchronization device Atriobiventricular pacing Anti-ventricular tachyarrhythmia therapies Refractory heart failure with LBBB Prevention of sudden cardiac death

CIED: cardiac implantable electronic devices.

The terms and codes (5-letter code – Table 14.2 ) used for describing CIED properties follow an international standard by the North American Society of Pacing and Electrophysiology (Naspe) and the British Pacing and Electrophysiology Group (BPEG). 180 Figure 14.1 illustrates the algorithm for identifying the mode of operation of CIED.

Table 14.2. 5-letter code for electrocardiographic identification of the mode of operation of CIED.

I Chambers paced II Chambers sensed III Response to sensing IV Rate modulation IV Multisite pacing
O: none O: none O: none O: none O: none
V: ventricle V: ventricle T: trigger   A: atrium
A: atrium A: atrium I: Inhibited   V: ventricle
D: dual (A+V) D: dual (A+V) D: dual (A+V)   D: dual (A+V)
S: Single-chamber (A or V) S: Single-chamber (A or V)   R: rate modulation  

Figure 14.1. Algorithm for interpretation of ECG of individuals with CIED. 181.

Figure 14.1

14.1.1. Basic Terms

  1. Spike — corresponds to the electrical impulse emitted by the CIED;

  2. Capture — artificial tissue depolarization after the spike;

  3. Basic rate — atrial/ventricular pacing rate without interference of spontaneous beats;

  4. AV interval (AVI) — interval between spontaneous (sensed) or paced (spike) atrial activity and ventricular pacing;

  5. Interventricular interval (IVI) — interval between 2 ventricular spikes, programmable by telemetry, available in cardiac resynchronization devices, and that can be sometimes identified on a resting ECG;

  6. Maximum rate limit (MRL) — maximum pacing rate. In single-chamber devices, the maximum rate is reached with the activation of an adaptive rate pacing sensor. In dual-chamber devices, the maximum rate is reached in response to atrial sensitivity (frequency of P waves) or also by rate sensor activation;

  7. Sensitivity — ability to recognize atrial (P waves) or ventricular (QRS complex) spontaneous electrical events;

  8. Normal inhibition — the pacing activity is inhibited by the intrinsic rhythm (no spikes).

14.1.2. Analysis of the Electrocardiographic Characteristics of CIED

  1. Normal device operation — when normal capture and sensitivity are observed;

  2. Loss of atrial and/or ventricular capture (intermittent or persistent) — absence of depolarization in the paced chamber (presence of a spike, but without triggering a P wave or QRS complex);

  3. Sensitivity failure:
    • c.1) Excessive sensitivity (oversensing) — inappropriate sensitivity, resulting in the misidentification of spurious electrical signal that does not correspond to depolarization inhibiting spikes emission (electromagnetic interference, myopotentials, T wave, etc.);
    • c.2) Reduced sensitivity (undersensing) — inability to recognize spontaneous depolarization. It may occur due to inadequate programming or due to changes in the intrinsic signal (the system does not “see” the P wave or QRS complex).
  4. Fusion beats — correspond to the artificial activation of cardiac tissue simultaneously to spontaneous depolarization, resulting in hybrid complexes. The pacemaker spike is followed by a P wave (atrial fusion) or a QRS complex (ventricular fusion), which morphology is in between capture and spontaneous beats;

  5. Pseudofusion beats — spontaneous activation of cardiac tissue, concurrent with the device spike, which has no effect on the P wave or QRS complex (ventricular and atrial pseudofusion, respectively). The morphology of the wave following the spike is similar to that of the spontaneous beat;

  6. Pacemaker-mediated tachycardia — restricted to AV CIED and characterized by ventricular triggering from a retrograde P wave. Therefore, this arrhythmia is caused by a circular movement in which the artificial pacing is the anterograde component of the circuit and the retrograde component is anatomic (normal or anomalous pathway);

  7. Pacemaker-conducted tachycardia — tachyarrhythmia also involving AV CIED, characterized by the presence of supraventricular arrhythmia that, when perceived by the atrial channel, triggers ventricular capture at high rate, maintaining some characteristics of spontaneous arrhythmia;

  8. Pacemaker-induced tachycardia — changes in sensitivity or electromagnetic interference that cause atrial or ventricular arrhythmias caused by inadequate pacing.

15. Tele-electrocardiography

Telemedicine is the remote delivery of health care services with the use of information and communication technologies in situations where one (or two) health care professionals and the patient are not physically present. 182 Tele-ECG systems record the electrocardiographic tracing obtained at a distance through different means and data transfer technologies. A remote physician analyzes and interprets the electrocardiographic tracing, and the report is made and sent electronically. Tele-ECG is related to ECG development. In 1905, Einthoven described the transtelephonic transmission of the ECG from the university hospital to the physiology laboratory at the University of Leiden, located 1.5 km away. 183

With the advent of the computerized ECG 184 and systems capable of transmitting electrocardiographic tracings via the internet, the ECG with the specialist report became available in locations far from large counties centers. Tele-ECG units began to be implemented in Brazil in the 2000s, improving access to the electrocardiographic diagnosis and early recognition of relevant electrocardiographic abnormalities that could be fatal. 185

Specific infrastructure is required to implement and run a tele-ECG department ( Table 15.1 ). The central ECG interpretation unit should have a team of cardiologists, information technology (IT) specialists, and administrative assistants. Complete IT infrastructure with computers, hardware, software, and data protection and storage systems are vital for proper functioning. The remote health care units that perform the ECG should have a digital electrocardiograph (approved by the corresponding federal agencies), internet connection, equipment, and services that allow audio or video communication, in addition to training all professionals involved. 182 We recommend that the original electrocardiographic signal be transmitted from images generated by the electrocardiograph itself or by professional scanners, avoiding low-quality digitization or image distortions that could hinder or prevent the ECG analysis. 182

Table 15.1. Technical requirements for implementing tele-ECG.

TECHNICAL STANDARDS
ANVISA registration
ABNT NBR IEC 60601-1 (general safety standard)
ABNT NBR IEC 60601-1-1 (safety of electromedical systems)
ABNT NBR IEC 60601-1-2 (electromagnetic compatibility)
ABNT NBR IEC 60601-1-4 (programmable electromedical systems)
ABNT NBR IEC 60601-2-25 (safety of electrocardiographs)
ABNT NBR IEC 60601-2-251 (safety standard, including the essential performance of electrocardiographs, single- and multi-channel recorders and analyzers)
MINIMUM EQUIPMENT REQUIREMENTS
Desktop or laptop computer
At least 1 USB port (2.0 or 3.0)
CD/DVD drive
4 GB memory
Intel Pentium® processor
Windows 7, 8, or 10
250GB hard drive or more
RECOMMENDATIONS
12 leads
High-quality tracing (1200 samples/second/channel)

Tele-ECG has been shown to be an effective strategy in the rationalization of access to complementary propaedeutics, early diagnostics, prioritization of referrals, and organization of waitlists in health care systems, improving cost-effectiveness and health care assistance ( Table 15.2 ). 187 Especially in rural areas, the prehospital tele-ECG performed in patients with acute coronary syndrome reduced door-to-balloon time and long-term mortality. 188 The detection of AF 190 and some channelopathies such as Brugada syndrome was also improved. 191 Moreover, the use of tele-ECG databases is essential for nationwide epidemiological studies. 192

Table 15.2. Benefits of the tele-ECG 187 .

Quick electrocardiographic diagnosis, enabling the identification of normal and abnormal cases
Prehospital care at the patient’s location
Access to specialists in case of accidents and emergencies
Reductions in time and costs for the patient
Faster triage by specialists
Help and guidance to non-specialists
Easy management of health care resources
Increased safety of postoperative patients during rehabilitation
Cooperation and integration between researchers for sharing clinical records
Access to educational programs of training and qualification
A second opinion

The constant growth of healthcare-related technology extended new perspectives in tele-ECG. The use of artificial intelligence (AI) techniques in ECG is increasing exponentially, with good results in the automatic diagnosis of electrocardiographic abnormalities, 193 and in the development of new cardiovascular risk markers. 195 The wearable equipment such as the chest strap HR monitor, adhesive ECG patches, smartphones, and smartwatches allowed the early identification of possible cardiac arrhythmias, especially AF. 196 These portable and easy-to-use devices allowed fast HR recording in the patient’s daily life, in any environment and at any time, followed by automatic and real-time interpretation via AI. A significant limitation of this technology still is the cost. As a consequence of modern techniques, we cannot ignore a possible increase in workload (recording and sending information from patients to their physicians), false-positive cases resulting from artifacts, and the increased emotional burden to some patients when “discovering” a cardiac arrhythmia. The following years should elucidate the role of new methodologies and technologies in clinical practice. However, with these advancements, we believe the ECG can reach new uses and applications.

Footnotes

Note: These guidelines are for information purposes and should not replace the clinical judgment of a physician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.

Development: Department of Clinical Cardiology of the Brazilian Society of Cardiology (DCC/SBC), Electrocardiography Study Group (GEECG)

Norms and Guidelines Council responsible: Brivaldo Markman Filho (Coordinator), Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice de Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Corrêa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira – Management 2020/2021


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES