Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2020 May 12;114(4):736–751. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20190731
View full-text in English

Posicionamento Luso-Brasileiro de Emergências Hipertensivas – 2020

José Fernando Vilela-Martin 1, Juan Carlos Yugar-Toledo 1, Manuel de Carvalho Rodrigues 2,3, Weimar Kunz Sebba Barroso 4, Luís Carlos Bronze S Carvalho 5, Francisco José Torres González 6, Celso Amodeo 7, Vitor Manuel Margarido Paixão Dias 8, Fernando Carvalho Moreira Pinto 9, Luís Filipe Reis Martins 10, Marcus Vinícius Bolívar Malachias 11, Paulo Cesar Veiga Jardim 12,13, Dilma do Socorro Moraes de Souza 14, Oswaldo Passarelli Júnior 15, Eduardo Costa Duarte Barbosa 16, Jorge Junqueira Polonia 17, Rui Manoel dos Santos Póvoa 7
PMCID: PMC9744343  PMID: 32491016

Declaração de potencial conflito de interesses dos autores/colaboradores do Posicionamento Luso-Brasileiro de Emergências Hipertensivas – 2020 Se nos últimos 3 anos o autor/colaborador do Posicionamento:

Nomes Integrantes do Posicionamento Participou de estudos clínicos e/ou experimentais subvencionados pela indústria farmacêutica ou de equipamentos relacionados à diretriz em questão Foi palestrante em eventos ou atividades patrocinadas pela indústria relacionados à diretriz em questão Foi (é) membro do conselho consultivo ou diretivo da indústria farmacêutica ou de equipamentos Participou de comitês normativos de estudos científicos patrocinados pela indústria Recebeu auxílio pessoal ou institucional da indústria Elaborou textos científicos em periódicos patrocinados pela indústria Tem ações da indústria
Celso Amodeo Medtronic Não Não Não Novonordisk, Pfizer, Sankyo Medley Não
Dilma do Socorro Moraes de Souza Não Não Não Não Não Não Não
Eduardo Costa Duarte Barbosa Não Servier, EMS Não Não Servier, EMS, Torrent EMS, Medley, Novartis Não
Fernando Carvalho Moreira Pinto Não Não Não Não Não Não Não
Francisco José Torres González Não Não Não Não Não Não Não
Jorge Junqueira Polonia Não Não Não Não Não Não Não
Jose Fernando Vilela-Martin Não Não Não Não Não Não Não
Juan Carlos Yugar-Toledo Não Não Não Não Não Não Não
Luís Carlos Bronze S. Carvalho Não Não Não Não Não Não Não
Luís Filipe Reis Martins Não Não Não Não Não Não Não
Manuel de Carvalho Rodrigues Não Não Não Não Não Não Não
Marcus Vinícius Bolivar Malachias Não Libbs, Biolab Não Não Não Libbs, Biolab, Aché Não
Oswaldo Passarelli Júnior Não Não Não Não Não Não Não
Paulo César Veiga Jardim Não Não Não Não Não Biolab, Aché, Libbs Não
Rui Manoel dos Santos Póvoa Não Não Não Não Não Não Não
Vitor Manuel Margarido Paixão Dias Não Não Não Não Servier, Tecnimede Não Não
Weimar Kunz Sebba Barroso Boehringer, Torrent, EMS, Amgen, AstraZeneca, Novartis EMS, Servier, Medley, Omron, Cardios Omron Não EMS, Servier EMS, Servier, Medley Não

Sumário

1. Definição, Epidemiologia e Classificação das Emergências Hipertensivas 738

2. Aspectos Fisiopatológicos da Emergência Hipertensiva 739

2.1. Autorregulação do Fluxo Sanguíneo Cerebral 739

3. Avaliação Clínica e Laboratorial 740

4. Tratamento das Emergências Hipertensivas: Princípios Gerais, Principais Fármacos e Dosagens 740

5. Encefalopatia Hipertensiva 741

5.1. Manifestações Clínicas 741

5.2. Diagnóstico 741

5.3. Tratamento 742

6. Hipertensão Maligna ou Acelerada 742

7. Acidente Vascular Cerebral e Emergência Hipertensiva 743

7.1. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico 743

7.2. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico 744

8. Síndromes Coronarianas Agudas e Emergência Hipertensiva 744

9. Disfunção Ventricular Esquerda Aguda na Emergência Hipertensiva 745

10. Síndromes Aórticas Agudas 745

10.1. Tratamento 745

11. Emergências Hipertensivas na Gestação 745

11.1. Tratamento 746

12. Emergências Adrenérgicas 746

13. Drogas Ilícitas e Emergência Hipertensiva 747

14. Emergência Hipertensiva no Pós-Operatório de Cirurgia Vascular 748

Referências 748

1. Definição, Epidemiologia e Classificação das Emergências Hipertensivas

A emergência hipertensiva (EH) está integrada em um quadro nosológico mais geral denominado crise hipertensiva (CH). A CH representa situações clínicas que cursam com elevação aguda da pressão arterial (PA), geralmente níveis de PA sistólica (PAS) ≥ 180 mmHg e diastólica (PAD) ≥ 120 mmHg, que podem resultar ou não em lesões de órgãos-alvo (LOA) (coração, cérebro, rins e artérias).1 - 5 A CH pode se apresentar sob duas formas distintas em relação à gravidade e ao prognóstico: a urgência hipertensiva (UH) e a EH. Casos de EH cursam com elevação acentuada da PA associada a LOA e risco imediato de morte, fato que requer redução rápida e gradual dos níveis tensionais em minutos a horas, com monitoramento intensivo e uso de fármacos por via endovenosa (EV).1 - 5 Ela pode se manifestar como um evento cardiovascular, cerebrovascular, renal ou na gestação, na forma de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Embora a definição clássica das duas apresentações da CH a descreva com valores acima dos 180/120 mmHg, atualmente o maior consenso se estabelece no conceito de que mais do que os valores é o dano ou o risco iminente de acometimento de órgãos-alvo que distingue a EH da UH. Assim, a UH caracteriza-se por elevações da PA, sem LOA e sem risco de morte iminente, fato que permite redução mais lenta dos níveis de PA em período de 24 a 48 horas. Atualmente, existe uma ampla discussão sobre a real existência do diagnóstico “urgência hipertensiva”.6 Muitos preconizam que esta classificação necessita ser atualizada (se não abandonada) e que a maior importância diagnóstica é a observação dos sinais/sintomas e da disfunção aguda dos órgãos-alvo, mais do que no valor da PA. Outros acreditam que o termo correto deveria ser “elevação da PA sem LOA em evolução”.5 , 7

Como visto, embora o nível de PA seja frequentemente muito elevado (≥ 180/120 mmHg), não é isso que define EH, mas o comprometimento dos órgãos-alvo. Portanto, o padrão numérico que define a CH é conceitual e serve como parâmetro de conduta, mas não deve ser usado como critério absoluto.

Se a definição de CH hoje está mais universalmente aceita, a epidemiologia e prevalência desta condição são ainda questões de baixo conhecimento da comunidade científica. Na literatura, existem poucos estudos sobre o tema e todos eles com número limitado de participantes. Atualmente, discute-se a hipótese de a não adesão ao tratamento ser um dos fatores mais prevalentes na etiologia da CH, sem especificações quanto à separação entre UH e EH. Nos EUA, nos maiores estudos seriados a incidência de CH é de cerca de 4,8%, sendo 0,8% atribuída às EH.8 , 9 Outros centros mostram que a CH responde por uma taxa variável de 0,45 a 0,59% de todos os atendimentos de emergência hospitalar e 1,7% das emergências clínicas, sendo a UH mais comum do que a EH.10 - 12 Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e edema agudo de pulmão (EAP) são as situações clínicas mais encontradas nas EH.10 , 11 Estima-se que cerca de 1% dos indivíduos hipertensos possa vir a apresentar uma CH ao longo da sua vida.1 , 2 As situações clínicas envolvidas em uma EH, de acordo com as LOA, são mostradas na Tabela 1 . A Tabela 2 mostra as principais situações relacionadas à UH.

Tabela 1. – Situações que cursam com lesões em órgãos-alvo caracterizando emergências hipertensivas1-5.

Hipertensão grave associada a complicações agudas
Eventos cerebrovasculares
- Encefalopatia hipertensiva
- Hemorragia intracerebral
- Hemorragia subaracnoide
- AVC isquêmico
Eventos cardiocirculatórios
- Dissecção aguda de aorta
- Edema agudo de pulmão com insuficiência ventricular esquerda
- Infarto agudo do miocárdio
- Angina instável
Doença renal
- Insuficiência renal rapidamente progressiva

Crises adrenérgicas graves

- Crise do feocromocitoma
- Superdosagem de drogas ilícitas (cocaína, crack , LSD)

Hipertensão na gestação

- Eclâmpsia
- Pré-eclâmpsia grave
- Síndrome “HELLP”
- Hipertensão grave em final de gestação

HELLP: hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia; AVC: acidente vascular cerebral; LSD: dietilamida do ácido lisérgico.

Tabela 2. – Situações que cursam com urgências hipertensivas1-5.

Hipertensão grave associada a:
- Insuficiência coronariana
- Insuficiência cardíaca
- Aneurisma de aorta
- Acidente vascular cerebral não complicado
- Epistaxe grave
- Queimaduras extensas
- Estados de hipocoagulabilidade

Vasculites sistêmicas

- Peri-operatório
- Pré-operatório em cirurgias de urgência
- Intraoperatório (cirurgias cardíacas, vasculares, neurocirurgias, feocromocitoma etc.)
- Hipertensão estágio III no pós-operatório (transplante de órgão, cirurgias cardíacas, vasculares, neurocirurgias etc.)

Crises adrenérgicas leves/moderadas

- Síndrome do rebote (suspensão súbita de inibidores adrenérgicos)
- Interação medicamentoso-alimentar (tiramina vs. inibidores da MAO)
- Consumo excessivo de estimulantes (anfetaminas, tricíclicos etc.)

Na gestação

- Pré-eclâmpsia
- Hipertensão estágio III

MAO: monoaminoxidase.

2. Aspectos Fisiopatológicos da Emergência Hipertensiva

A fisiopatogenia da EH não é completamente elucidada. De forma geral, dois mecanismos diferentes podem desempenhar papéis centrais em sua fisiopatogênese. O primeiro é o desequilíbrio no sistema de autorregulação do leito vascular, que cursa com redução da pressão de perfusão, com consequente diminuição do fluxo sanguíneo e aumento da resistência vascular, originando estresse mecânico e lesão endotelial.13 O segundo mecanismo é a ativação do sistema renina-angiotensina, levando a uma maior vasoconstrição, produzindo um ciclo vicioso de lesão endotelial, necrose fibrinoide de arteríolas e subsequente isquemia.14 A lesão vascular provoca deposição de plaquetas e fibrina, caracterizando também o estado protrombótico.15 Posterior isquemia resultante estimula a liberação de mais substâncias vasoativas, criando um círculo vicioso.

2.1. Autorregulação do Fluxo Sanguíneo Cerebral

O conhecimento do mecanismo de autorregulação do fluxo sanguíneo para os órgãos-alvo (fluxo cerebral, coronariano e renal) é vital para uma melhor conduta anti-hipertensiva nos casos de EH. A autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) é mantida pela relação entre pressão de perfusão cerebral (PPC) e resistência cerebrovascular (RCV), isto é, FSC = PPC/RCV (PPC = pressão arterial média − pressão venosa média). PPC é a diferença entre a PA, que ajuda na irrigação dos tecidos, e a pressão venosa. Sob PPC normal, a pressão venosa não é importante, de modo que a PPC é equivalente à PA. Reduções na PPC podem ser causadas por reduções na PA ou aumento da pressão intracraniana (PIC), o que aumenta a pressão venosa. Elevações na PIC podem ocorrer como resultado de doença oclusiva arterial ou venosa ou hemorragia intracerebral. Em indivíduos normotensos, uma ampla variação na PA (entre 60 e 150 mmHg) pode ocorrer sem alterar o FSC. Um aumento na PPC (ou PA) provoca elevação na RCV, protegendo assim o paciente contra o edema cerebral, e reduções na PPC causam queda na RCV, protegendo assim o paciente da isquemia tecidual. Quando a PPC exceder o limite superior de autorregulação, o FSC aumentará causando edema cerebral. Por outro lado, quando a PPC decair abaixo do limite inferior de autorregulação, o FSC diminuirá causando isquemia cerebral.16 , 17

Em indivíduos hipertensos, essa relação é alterada de tal forma que o limite inferior de autorregulação é maior do que em indivíduos normotensos. Portanto, diminuições inadequadas na PPC podem dificultar a irrigação tecidual e, consequentemente, agravar a área isquêmica viável. Por essa razão, é aconselhável reduzir, inicialmente, a pressão média em 20 a 25% em relação aos valores iniciais, pois estará próxima do limite inferior de autorregulação.18 Deve-se estar atento a essa situação, pois a maioria dos pacientes com EH é portadora de hipertensão crônica com desvio da curva de autorregulação de pressão/fluxo (cerebral, coronariano e renal) para a direita e não apresenta lesão aguda de órgão-alvo, motivo pelo qual uma redução súbita da PA pode estar associada à morbidade significativa.18 - 20

3. Avaliação Clínica e Laboratorial

Durante a abordagem da EH, o profissional deverá realizar a diferenciação entre emergência e urgência, fazendo o diagnóstico correto das diversas situações de EH, a fim de selecionar a terapia mais adequada para cada LOA. Isso é muito importante, pois o diagnóstico e o tratamento corretos podem evitar agravamento do quadro clínico decorrente da situação crítica. A abordagem aos pacientes com EH requer avaliação clínica e testes complementares realizados em centros de emergência clínica com suporte hospitalar. A PA deve ser aferida nos dois braços (no mínimo 03 medidas), preferencialmente em ambiente tranquilo. Indivíduos com elevações agudas da PA apresentam mais frequentemente alterações metabólicas, caracterizadas por hiperglicemia, dislipidemia, menores níveis de potássio e função renal reduzida.21 A sequência de etapas utilizadas no manejo dos pacientes com CH é a seguinte:1 - 5 , 22 , 23

  1. Procurar fatores que possam ter desencadeado a elevação aguda da PA.

  2. Investigar sintomas ou situações que simulam CH (cefaleia, labirintite, trauma físico, dor, estresse emocional, problemas familiares ou profissionais).

  3. Observar história de hipertensão arterial sistêmica (HAS), tempo de evolução, uso de fármacos anti-hipertensivos (doses e adesão farmacológica).

  4. Investigar episódios anteriormente ocorridos semelhantes à situação atual.

  5. Investigar uso de medicamentos que possam interferir no controle da PA (anti-inflamatórios, esteroides, analgésicos, antidepressivos, moderadores de apetite).

  6. Avaliar uso ou consumo abusivo de álcool e substâncias tóxicas (cocaína, crack , dietilamida do ácido lisérgico [LSD]).

  7. Avaliar uso de inibidores adrenérgicos que foram subitamente interrompidos (clonidina, metildopa e betabloqueadores).

  8. Observar se existe associação com outras morbidades e fatores de risco (diabetes, doença cardíaca, doença renal, tabagismo, dislipidemia).

  9. A história clínica e o exame físico devem ser realizados de acordo com a presença de LOA:

  • Sistema nervoso central (observar ocorrência de cefaleia, tontura, distúrbios visuais e da fala, nível de consciência, agitação ou apatia, confusão, déficits neurológicos focais, rigidez de nuca, convulsões e coma).

  • Sistema cardiovascular (avaliar ritmo cardíaco, queixa de palpitações e sopro carotídeo, investigar dor e desconforto torácico e precordial, no abdome ou no dorso, além de sinais e sintomas de insuficiência ventricular esquerda – ritmo de galope, dispneia, estase venosa jugular, pulsos periféricos, saturação de oxigênio).

  • Sistema renal e geniturinário (avaliar alterações no volume e na frequência miccional ou no aspecto da urina, desidratação, edema em membros inferiores, hematúria e disúria). Nota: não se esquecer de examinar o abdome (massas pulsáteis abdominais e sopro abdominal).

  • Fundo de olho (observar se existe vasoespasmo, cruzamentos arteriovenosos, espessamento na parede arterial e aspecto em fio de cobre ou prata, exsudatos duros e moles, hemorragias e papiledema).

Os exames complementares deverão ser realizados conforme o envolvimento dos órgãos-alvo:

  • Sistema nervoso central (tomografia computadorizada, ressonância magnética e punção lombar).

  • Sistema cardiovascular (eletrocardiografia, radiografia de tórax, ecocardiografia, marcadores de necrose miocárdica, angiotomografia, ressonância magnética).

  • Sistema renal (urina de rotina, ureia, creatinina, eletrólitos e gasometria).

4. Tratamento das Emergências Hipertensivas: Princípios Gerais, Principais Fármacos e Dosagens

As melhores condições diagnósticas e terapêuticas têm proporcionado grande redução na taxa de mortalidade em 1 ano, que variava de 80%, em 1928, a 50%, em 1955 e, a somente, 10% em 1989.24 , 25 O tratamento dos pacientes com quadro clínico de EH tem como propósito a redução rápida da PA com a finalidade de impedir a progressão das LOA. Portanto, eles devem ser admitidos em terapia intensiva, submetidos a tratamento anti-hipertensivo por via EV e monitorados cuidadosamente durante a terapia parenteral para evitar a ocorrência de hipotensão. As recomendações gerais de redução da PA sugeridas pelo VII Joint National Committee (JNC)26 para EH são sumarizadas da seguinte forma:

  • ↓ PA ≤ 25% na primeira hora.

  • ↓ PA 160/100 a 110 mmHg em 2 a 6h.

  • PA 135/85 mmHg 24 a 48h.

Entretanto, EH devem ser abordadas considerando o sistema ou o órgão-alvo acometido. Assim, cada comprometimento orgânico da EH (cardiovascular, cerebral, renal e outros) deve ser caracterizado previamente antes de iniciar a terapia anti-hipertensiva específica (ver “Avaliação clínica e laboratorial”).

Atualmente, várias opções terapêuticas medicamentosas estão disponíveis para o tratamento das EH. O fármaco anti-hipertensivo ideal para uso parenteral deve apresentar as seguintes características: capacidade de reverter alterações fisiopatológicas envolvidas, rápido início de ação, curva dose-resposta previsível, mínimo ajuste de dosagem, alta seletividade, não promover elevação da PIC, pronta reversibilidade, baixo risco de promover hipotensão arterial, fácil substituição por fármacos para uso oral e satisfatória relação custo-benefício. Na Tabela 3 são apresentadas sucintamente as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos principais fármacos anti-hipertensivos utilizados nas EH.2 , 22 , 26 - 28 No Brasil, os seguintes fármacos estão disponíveis para uso nas EH: nitroprussiato de sódio, nitroglicerina, labetalol, esmolol, metoprolol, hidralazina e enalaprilato.

Tabela 3. – Propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos principais medicamentos anti-hipertensivos para uso por via parenteral.

Fármacos Modo de administração e dosagem Início Duração Vantagens Desvantagens
Nitroglicerina (vasodilatador arterial e venoso do doador de óxido nítrico) Infusão contínua 5 a 15 mg/h 2 a 5 min 3 a 5 min Perfusão coronariana Cefaleia, eficácia variável, taquifilaxia
Nitroprussiato de sódio (vasodilatador arterial e venoso) Infusão contínua 0,5 a 10 μg/kg/min Imediato 1 a 2 min Titulação Intoxicação por tiocianato, hipotensão, náuseas, vômitos, espasmo muscular
Metoprolol (betabloqueador) Ataque: 5 mg EV (repetir a cada 10 min, até 20 mg se necessário) 5 a 10 min 3 a 4 h Redução do consumo de O2 Bradicardia, BAV, broncospasmo
Labetalol (alfa e betabloqueador) Ataque: 20 a 80 mg a cada 10 min Infusão contínua 2 mg/min (máximo 300 mg/24 h) 5 a 10 min 2 a 6 h Betabloqueador e vasodilatador Náuseas, vômitos, BAV, broncospasmo, hipotensão ortostática
Esmolol (Betabloqueador ultrasseletivo de ação ultrarrápida) Ataque: 500 μg/kg Infusão intermitente: 25 a 50 μg/kg/min ↑ 25 μg/kg/min a cada 10 a 20 min Máximo: 300 μg/kg/min 1 a 2 min 1 a 20 min Betabloqueador seletivo Bradicardia, BAV, broncospasmo
Hidralazina (vasodilatador de ação direta) 10 a 20 mg EV ou 10 a 40 mg IM a cada 6 h 10 a 20 min EV ou 20 a 30 min IM 3 a 12 h Eclâmpsia ou eclâmpsia iminente Taquicardia, cefaleia, vômitos. Piora da angina e do IAM. Cuidado com pressão intracraniana elevada
Enalaprilato (IECA) Infusão intermitente: 1,25 a 5 mg a cada 6 h 15 min 4 a 6 h ICC, IVE aguda Hipotensão, insuficiência renal
Furosemida (diurético de alça) Infusão 5 a 10 min 30 a 90 min ICC, IVE Hipopotassemia

IAM: infarto agudo do miocárdio; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; IVE: insuficiência ventricular esquerda; BAV: bloqueio atrioventricular; IECA: inibidor da enzima conversora da angiotensina; EV: via endovenosa; IM: via intramuscular.

5. Encefalopatia Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva é uma disfunção neurológica definida por sinais e/ou sintomas de edema cerebral secundário à elevação súbita e/ou mantida da PA. Acontece em indivíduos hipertensos crônicos que desenvolvem HAS maligna ou naqueles previamente normotensos que podem apresentar elevações agudas da PA por outros mecanismos, cursando com falência dos mecanismos de autorregulação da perfusão cerebral. Representa um diagnóstico de exclusão, confirmado retrospectivamente quando o quadro neurológico melhora após o controle da PA.

5.1. Manifestações Clínicas

A encefalopatia hipertensiva pode se apresentar com início insidioso, evoluindo com cefaleia holocraniana, náuseas ou vômitos. Posteriormente, podem surgir alterações do estado mental e campimétricas, fotopsia, visão turva, alucinações visuais, crises convulsivas generalizadas, hiperreflexia e sinais de hipertensão intracraniana.29 , 30 No momento em que aparecem as manifestações neurológicas, geralmente, a PAD encontra-se acima de 125 mmHg. A resolução do quadro, quer do ponto de vista clínico, quer do ponto de vista de imagem, demora, em média, várias semanas após o controle da PA. A persistência de um déficit é sinal de existência de lesão neurológica focal.

5.2. Diagnóstico

A ressonância magnética é o exame diagnóstico de maior valor. Na sequência T2, evidenciam-se lesões hiperintensas na substância branca com comprometimento preferencial das regiões parieto-occipitais. O território irrigado pelo sistema vertebrobasilar pode ser atingido em casos mais graves. A presença de hipersinal ao coeficiente de difusão aparente sugere a ocorrência de edema vasogênico.31 Laboratorialmente, podem-se encontrar trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática, proteinúria, aumento dos valores da creatinina plasmática e das enzimas hepáticas. Na tomografia computadorizada, são habituais hipodensidades focais ou difusas na substância branca e no córtex, com sinais de edema. O eletroencefalograma mostra lentificação difusa com perda do ritmo alfa, ou atividade epileptiforme, se existirem crises convulsivas.

5.3. Tratamento

O objetivo é reduzir a PA média em aproximadamente 10 a 15% na primeira hora e não mais do que 25% ao fim do primeiro dia de tratamento. Diminuições mais profundas e rápidas podem provocar hipoperfusão cerebral e perda dos mecanismos de autorregulação vascular.32 , 33 Devido à necessidade de controle rápido da PA, recomenda-se o uso de fármacos por via EV, utilizando-se mais frequentemente nitroprussiato de sódio (vasodilatador arterial e venoso), nicardipina (bloqueador dos canais de cálcio di-hidropiridínico com ação vasodilatadora arteriolar), clevidipina (bloqueador dos canais de cálcio di-hidropiridínico de curta ação), labetalol (bloqueador alfa e beta-adrenérgico) ou fenoldopam (agonista dos receptores periféricos de dopamina-1). Na gestação, recomendam-se sulfato de magnésio, diazóxido ou hidralazina. Podem ser usados também corticoides (dexametasona), manitol (pode ser usado, se não houver doença renal) e anticonvulsivantes (em caso de crises).23 , 30 Nas primeiras 24 a 48 horas, devem-se introduzir fármacos de ação oral para melhor controle da PA (bloqueadores do sistema renina-angiotensina-aldosterona e bloqueadores dos canais de cálcio), com redução gradual da PAD para valores inferiores a 90 mmHg nos dois a três meses seguintes.1 , 2 , 5 , 22

6. Hipertensão Maligna ou Acelerada

A hipertensão arterial maligna é caracterizada por apresentar HAS em níveis variados, mas em geral se apresenta com PA muito elevada (estágio 3), retinopatia com papiledema e LOA (rins e coração) rapidamente progressiva, e comumente cursa com evolução fatal, se não houver intervenção terapêutica ( Figura 1 ). A grave elevação da PA na presença de hemorragias retinianas e exsudatos ao fundo de olho, mas sem papiledema, é denominada hipertensão arterial acelerada ( Figura 2 ). Após a demonstração de que os achados clínicos e o prognóstico dessas duas formas de hipertensão eram semelhantes,34 os termos “maligna” e “acelerada” foram considerados intercambiáveis, de tal forma que a Organização Mundial da Saúde usa atualmente o termo acelerada-maligna para definir essa complicação. Caracteristicamente, a hipertensão maligna apresenta alterações vasculares sistêmicas que afetam principalmente os rins (a chamada nefrosclerose maligna), envolvendo basicamente dois processos: (a) endarterite proliferativa em pequenas e grandes arteríolas, com espessamento intimal, fragmentação e reduplicação da lâmina elástica interna e proliferação do músculo liso; a progressão dessa lesão, cuja aparência lembra “casca de cebola”, pode acarretar oclusão do lúmen do vaso e consequente redução do fluxo sanguíneo renal; (b) alteração necrosante das arteríolas, principalmente no hilo glomerular, sendo a parede dos vasos refeita com material granular eosinofílico que exibe as características de fibrina (necrose fibrinoide), causando destruição da morfologia normal e profundo estreitamento do lúmen. Essas alterações podem ocorrer em outros órgãos além dos rins e são as principais responsáveis pelas complicações fatais da doença ( Figura 3 ).35 O prognóstico da hipertensão maligna é quase sempre fatal, se não reconhecida ou não devidamente tratada precocemente e, no passado, a mortalidade chegava a 80% em dois anos.36 No entanto, desde a introdução do tratamento anti-hipertensivo, estudos têm mostrado que a sobrevida do indivíduo com hipertensão maligna melhorou muito.37 - 39 Em publicação com quase 500 pacientes de Birmingham (Reino Unido), os autores relataram uma melhora significativa da sobrevida de 5 anos, de 32% antes de 1977 para 91% em pacientes diagnosticados entre 1997 e 2006.38 O controle do paciente com hipertensão maligna habitualmente inclui o uso de 4 classes de fármacos, e as complicações hipertensivas podem se estabilizar e, em alguns casos, até ser revertidas.

Figura 1. – Fundo de olho normal (A). Fundo de olho de indivíduo com hipertensão maligna e papiledema (B).

Figura 1

Figura 2. – Exame de fundo de olho mostra papilas normais com estreitamento arteriolar difuso, focos de hemorragias superficiais e microaneurismas (retinopatia hipertensiva grau III da classificação de Keith-Wagener-Barker).

Figura 2

Figura 3. – Lesões anatomopatológicas típicas de hipertensão arterial acelerada-maligna. Necrose fibrinoide de arteríola aferente (seta) (A). Endarterite obliterante (lesões em “casca de cebola”) (B).

Figura 3

7. Acidente Vascular Cerebral e Emergência Hipertensiva

O AVC pode se apresentar como uma EH. No indivíduo hipertenso crônico verifica-se um desvio para a direita da curva de autorregulação do FSC, fato que leva os hipertensos crônicos a tolerarem valores de PA substancialmente mais altos sem desenvolver encefalopatia. Quando os valores tensionais em hipertensos crônicos são reduzidos de forma agressiva e rápida, estes podem apresentar sintomas de hipoperfusão cerebral, mesmo se os valores de PA estiverem na faixa de autorregulação, como observado em indivíduos normotensos. Finalmente, os doentes com hipertensão grave podem perder a capacidade de autorregulação, aumentando o risco de isquemia cerebral quando a PA é reduzida de forma intempestiva.16 - 18

7.1. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

No AVC isquêmico, são recomendadas reduções cuidadosas da PA na ordem de 10 a 15% ao fim da primeira hora após instituição da terapêutica e apenas se PAS > 220 mmHg ou PAD > 120 mmHg.40 Se PAS estiver entre 180 a 230 mmHg ou PAD entre 105 a 120 mmHg e o paciente não for submetido à trombólise, recomenda-se a seguinte terapêutica: labetalol 10 mg EV, seguido de infusão contínua na dose de 2 a 8 mg/min; ou nicardipina nas doses referidas até se obter o efeito desejado. Se a PA persistir descontrolada ou PAD > 140 mmHg, deve-se considerar o uso do nitroprussiato de sódio por via EV.40

Nos casos de indivíduos com PA elevada e indicação para terapêutica trombolítica com alteplase, a PA deve ser cuidadosamente reduzida de tal forma que a PAS seja < 185 mmHg e a PAD < 110 mmHg antes do trombolítico ser administrado. Se a PA permanecer acima de 185/110 mmHg, a terapêutica trombolítica não deverá ser administrada.40 O labetalol é a primeira escolha, sendo a nicardipina a terapêutica alternativa. Recomenda-se a dose de labetalol de 10 a 20 mg por via EV durante 1 a 2 minutos (pode ser repetida por uma vez). A dose de nicardipina recomendada é 5 mg/h por via EV, com titulação da dose de 2,5 mg/h a cada 5 a 5 minutos (dose máxima 15 mg/h). Durante ou após trombólise ou outra terapia de reperfusão, a PA deve ser mantida em valores iguais ou inferiores a 180/105 mmHg.40

7.2. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

No AVC hemorrágico, as metas para o tratamento constituem motivo de controvérsia.41 - 43 Durante a hemorragia intracerebral aguda, a elevação da PA é comum e está associado a maior risco de expansão do hematoma, aumento do risco de morte e pior prognóstico para a recuperação. Nesse caso, a diminuição imediata da PA (dentro de 6 horas) para valores <140/90 mmHg não mostrou benefício no desfecho primário de incapacidade ou morte aos 3 meses, apesar de reduzir a expansão do hematoma e melhorar a recuperação funcional.41 Por outro lado, outro estudo mostrou que a redução mais intensiva da PAS não apresentou benefício e se associou a maior número de eventos adversos renais.42 Assim, em indivíduos com AVC hemorrágico, as diretrizes europeias afirmam que a redução imediata da PA não é aconselhada para pacientes com PAS < 220 mmHg.44 Em indivíduos com PAS ≥ 220 mmHg, redução cuidadosa da PA com terapia EV, com objetivo de se atingir PAS < 180 mmHg, deve ser considerada.44 O labetalol, nas doses referidas, é a primeira escolha, sendo o nitroprussiato de sódio e a nicardipina as terapêuticas alternativas.1 - 4 , 28

8. Síndromes Coronarianas Agudas e Emergência Hipertensiva

Dados epidemiológicos indicam que a síndrome coronariana aguda (SCA) é a principal causa de morte e hospitalização em pacientes com EH. Além disso, quase 50% de todos os pacientes hipertensos admitidos na sala de emergência morreram de infarto agudo do miocárdio (IAM) durante o acompanhamento a longo prazo. Notavelmente, não foram encontradas diferenças para presença de outros fatores de risco, como tabagismo ou diabetes mellitus .11 , 45 Obviamente, a HAS associa-se a eventos coronarianos agudos como fator de risco, fator aterogênico e fator hemodinâmico com profundos efeitos em morbidade e mortalidade cardiovascular. Durante uma EH, o aumento da PA provoca estresse mecânico e lesão endotelial, causando aumento da permeabilidade vascular, ativação da cascata da coagulação, plaquetas, deposição de fibrina e trombose. Esse processo resulta em isquemia e liberação de mediadores vasoativos, criando um ciclo vicioso de lesão permanente. A ativação do sistema renina-angiotensina leva à maior vasoconstrição e à produção de citocinas pró-inflamatórias (fator de necrose tumoral [TNF]-alfa, interleucina [IL]-6 etc.). Além disso, aumenta a atividade da NADPH ( nicotinamide adenine dinucleotide phosphate oxidase ) e a produção de espécies reativas de oxigênio, causando estresse oxidativo. Esses mecanismos promovem hipoperfusão, isquemia miocárdica e disfunção endotelial, que se manifestam durante a EH.14 , 15

A avaliação do risco cardiovascular e a investigação das comorbidades são essenciais na abordagem do paciente em EH com quadro de SCA. O eletrocardiograma é o padrão-ouro para detecção de isquemia ou evento coronariano agudo. Além disso, sinais vitais (PA, saturação de oxigênio e frequência cardíaca) devem ser medidos com cuidado durante o exame físico de um paciente com EH. A análise laboratorial inclui a quantificação de enzimas cardíacas e determinação de troponina-I. Em um estudo retrospectivo, pacientes com CH e concentração elevada de c-troponina-I (cTn-I) apresentaram risco 2,7 vezes maior de eventos cardiovasculares adversos e AVC em dois anos de acompanhamento comparados àqueles com valores normais de cTn-I.46

O tratamento da EH associada à SCA deve ser iniciado com infusão de nitroglicerina. A nitroglicerina é um venodilatador que reduz a pré-carga e diminui a demanda cardíaca de oxigênio. Este agente é usado sobretudo em SCA e edema agudo, juntamente com outros regimes anti-hipertensivos.47 - 49 Uma alternativa para intolerância à nitroglicerina é a administração de bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridínicos (anlodipino, nicardipina), pois são úteis para pacientes com SCA devido ao seu efeito benéfico sobre o fluxo sanguíneo coronariano. Alternativamente, clevidipina, um bloqueador dos canais de cálcio de curta duração, pode ser administrado por via EV e, por ter um regime de dosagem não baseado no peso, permite uma infusão prolongada e transição bem-sucedida para a terapia oral.50 Se disponível, especialmente em SCA com supradesnivelamento do segmento ST, a angioplastia primária é a melhor escolha para a terapia de reperfusão em pacientes com EH, pois a trombólise pode aumentar o risco de sangramento cerebral.47 - 49 , 51

Os betabloqueadores, como o labetalol (bloqueador não seletivo dos receptores alfa-1-adrenérgicos), que reduz a resistência vascular sistêmica, mas mantém o FSC, renal e coronariano, ou o esmolol (bloqueador beta-1-cardiosseletivo de início rápido e curta duração de ação) são indicados para atenuar o aumento da frequência cardíaca e reduzir o consumo de oxigênio pelo miocárdio sem comprometer o enchimento diastólico do ventrículo esquerdo e melhorar o prognóstico.28 Além disso, a redução da PA diminui o risco de edema pulmonar e o tamanho da zona do infarto.52 A tolerância a doses maiores de manutenção do esmolol é um bom preditor de resultados com a terapia oral com betabloqueador.53

O valor ótimo de PA após SCA permanece controverso. Numerosos estudos mostraram uma relação inversa entre PAD e eventos adversos cardíacos isquêmicos (ou seja, quanto menor a PAD, maior o risco de doença coronariana e desfechos adversos). Esse efeito é definido como o fenômeno da curva J, que descreve a forma da relação entre a PA e o risco de morbidade e mortalidade cardiovascular.54 Esse perfil parece ser mais pronunciado em pacientes com doença arterial coronariana subjacente.55

9. Disfunção Ventricular Esquerda Aguda na Emergência Hipertensiva

Disfunção ventricular esquerda aguda é mais conhecida pelo termo EAP. A EH, a insuficiência mitral aguda (disfunção do músculo papilar secundária à doença isquêmica ou ruptura espontânea) e a SCA são os fatores causais mais comuns de EAP cardiogênico.56 , 57 Cerca de 1/3 dos pacientes admitidos com EAP e EH tem função ventricular esquerda preservada. A EH com quadro de EAP deve ser controlada em UTI, com medicação via parenteral, monitoramento e diminuição gradativa da PA.58 Nitroglicerina e nitroprussiato de sódio são utilizados com a finalidade de reduzir a pré e a pós-carga. A administração de diuréticos de alça também diminui sobrecarga de volume e ajuda a reduzir a PA. O uso de pressão positiva contínua de vias aéreas não invasiva pode ajudar ao reduzir edema pulmonar e retorno venoso.28 , 59

10. Síndromes Aórticas Agudas

Síndrome aórtica aguda (SAA) é o termo atual que abrange a dissecção aórtica (DA), o hematoma intramural (HIM) e as ulcerações ateroscleróticas penetrantes (UAP), com uma incidência que varia de 3,5 a 6,0 por 100.000 pacientes/ano.60 Tendo em vista a sua elevada taxa de mortalidade, a SAA deve ser considerada e diagnosticada prontamente em pacientes com dor precordial ou dorsal aguda, principalmente se associada à HAS. Tomografia computadorizada, ressonância magnética e ecocardiografia transesofágica são exames de imagem confiáveis para o diagnóstico de SAA, e a dosagem de D-dímero sérico foi 51,7 a 100% sensível e 32,8 a 89,2% específica em 6 estudos.61

A DA é a forma mais comum de SAA, correspondendo a 85 a 95%; HIM acomete de 0 a 25%; e UAP, de 2 a 7%.61 De acordo com a classificação de Stanford, as SAA são divididas em tipo A, que envolve a aorta ascendente, e tipo B, que não envolve esse segmento. Já a classificação de DeBakey distingue o tipo I, que envolve pelo menos a aorta ascendente e o arco aórtico e muitas vezes também a aorta descendente; o tipo II, que é confinado à aorta ascendente, e o tipo III, que se origina na aorta descendente distal e acomete a artéria subclávia esquerda.60 As SAA podem estar associadas a muitos fatores de risco, como sexo masculino, idade avançada, parente de primeiro grau que tenha sofrido SAA, HAS, dislipidemia, tabagismo, uso de drogas ilícitas, história de grande arterite vascular (p. ex., arterite de Takayasu), doença vascular de colágeno (como síndrome de Marfan, Loeys-Dietz, síndrome de Ehlers-Danlos), trauma fechado em acidente de veículo motorizado ou queda vertical, instrumentação arterial para fins diagnósticos ou terapêuticos ou, ainda, mutações hereditárias em genes para proteínas envolvidas na integridade vascular (como a mutação no gene ACTA2 ).60

10.1. Tratamento

O tratamento das SAA requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo intervenções clínicas, endovasculares e cirúrgicas.62 As DA tipo A têm mau prognóstico e mortalidade intra-hospitalar global de 30% com aumento da mortalidade em 1 a 2% a cada hora de evolução.63 Sem intervenção, a mortalidade é de cerca de 58%, em comparação a 26% com a intervenção cirúrgica.63 O tratamento cirúrgico aberto é ideal para tratar as SAA de tipo A (aorta ascendente), e o reparo aórtico endovascular torácico é o mais indicado para o tratamento das SAA de tipo B (aorta descendente).64 - 66 Nos casos de SAA de tipo B, a mortalidade intra-hospitalar foi significativamente maior após a cirurgia aberta (33,9%) do que após o tratamento endovascular (10,6%, p = 0,002).66

O manejo inicial de uma DA envolve o controle de dor e o uso de agentes anti-hipertensivos. Devem-se administrar betabloqueadores por via EV (metoprolol, esmolol ou labetalol) para reduzir o estresse na parede, diminuindo a frequência cardíaca e a PA, mantendo a perfusão cerebral, coronariana e renal adequadas.60 A administração de betabloqueadores deve ser completada antes da diminuição da PA com agentes redutores de pós-carga. As diretrizes recomendam uma redução da PAS para 100 a 120 mmHg e uma frequência cardíaca inferior a 60 bpm.65 Em caso de intolerância aos betabloqueadores, os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (verapamil ou diltiazem) devem ser usados.67 Após o betabloqueio adequado, deve-se proceder à redução da pós-carga. Embora os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) não tenham demonstrado benefício significativo para a mortalidade, têm sido utilizados como adjuvantes na redução da PA.68 O nitroprussiato de sódio também pode ser usado após betabloqueio, pois em monoterapia pode aumentar o estresse de cisalhamento da parede aórtica, resultando em progressão da dissecção.60 Não há indicação conhecida para o bloqueio plaquetário agudo no controle da DA até o momento.60 Vários estudos mostraram que o uso de estatinas reduz a taxa de crescimento de aneurisma da aorta abdominal (AAA) e também diminui a probabilidade de ruptura recorrente após o reparo.69 No entanto, o papel das estatinas nas SAA não está claro.69 Deve-se promover o efetivo controle da dor com sulfato de morfina, fentanila ou um opiáceo.60

11. Emergências Hipertensivas na Gestação

A HAS representa o problema médico mais comum na gestação, manifestando-se em até 10% das gestações e respondendo por cerca de 25% das admissões hospitalares pré-natais, além de ser importante causa de morbidade e mortalidade materna e fetal. Mulheres que tiveram HAS na gestação apresentam maior risco para doença hipertensiva, AVC e doença arterial coronariana no futuro.70 , 71 Para definição de HAS na gravidez, adota o mesmo critério das Diretrizes de Hipertensão, ou seja, PA ≥ 140/90 mmHg. Considera-se HAS grave na gestação quando os valores da PAS ≥ 160 a 170 mmHg e a PAD ≥ 110 mmHg.72 Assim, HAS pode preceder (no caso, HAS crônica) ou se desenvolver durante o curso da gestação (pré-eclâmpsia/eclâmpsia/hipertensão gestacional), caracterizando quatro diferentes categorias de HAS:70 - 72

  1. Hipertensão crônica tem início antes da gravidez ou é diagnosticada antes da 20a semana de gestação. Somente 20 a 25% dos casos de HAS crônica da gravidez evoluem para pré-eclâmpsia.

  2. Hipertensão gestacional é o distúrbio mais comum (10% dos casos ocorrem nas primigestas; 20 a 25% dos casos se apresentam sobrepostos à HAS crônica). Aparece após a 20a semana e não se acompanha de proteinúria. A PA retorna a valores normais 1 a 2 semanas após o parto. Cursa com bom prognóstico materno e fetal.

  3. Pré-eclâmpsia / eclâmpsia. Pré-eclâmpsia é um processo específico da gravidez, definido por HAS que aparece após a 20a semana de gestação, cursa com proteinúria (> 300 mg/24 h ou relação proteína/creatinina > 300 mg/g), edema, e às vezes, alterações da coagulação e da função hepática. A pré-eclâmpsia pode progredir rapidamente para eclâmpsia, condição clínica caracterizada por convulsões tônico-clônicas precedida de hipertensão grave, cefaleia e hiperreflexia. Hemorragia cerebral é a complicação mais grave com elevado índice de mortalidade materna. Proteinúria e valores pressóricos elevados devem retornar para valores normais em até 12 semanas após o parto.

  4. Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia/eclâmpsia sobreposta. Essa suspeita deve ser lembrada quando surgir microalbuminúria (30 a 300 mg/urina de 24 h ou 30 a 300 mg/g na relação albumina/creatinina em amostra de urina isolada) ou aumento de proteinúria pré-existente, alteração clínica ou laboratorial característica de pré-eclâmpsia ou elevação dos níveis de PA pré-existentes após a 20a semana de gestação em portadora de HAS crônica.

11.1. Tratamento

Os 2 principais pontos-chave no tratamento da CH na gestação são: (1) estabilização da mãe, incluindo o uso de anti-hipertensivos seguros e apropriados para uso na gravidez e indicação do parto e (2) bem-estar fetal, que deve ser confirmado por monitoramento fetal e ultrassonografia.

O tratamento farmacológico deve ser iniciado quando a PA estiver > 150/100 mmHg, com o objetivo de mantê-la em 130 a 150/80 a 100 mmHg (grau de recomendação [GR]: IIa; nível de evidência [NE]: B). Em pacientes com pré-eclâmpsia, com quadro clínico estabilizado sem necessidade de parto imediato, é indicado tratamento anti-hipertensivo oral.72 No Brasil, os medicamentos orais usualmente empregados são a metildopa, hidralazina, antagonistas dos canais de cálcio (nifedipina de ação prolongada, anlodipino) e betabloqueadores (de preferência, pindolol). Os tiazídicos podem ser continuados em gestantes com HAS crônica, desde que não promovam depleção de volume.73 O uso de bloqueadores do sistema renina-angiotensina é contraindicado na gestação (GR: I; NE: B).72

O tratamento medicamentoso urgente é indicado em HAS grave (PAS > 155 a 160 mmHg) e na presença de sinais premonitórios (GR: I; NE: B). Usa-se hidralazina por via EV (5 mg, repetir 5 a 10 mg a cada 30 minutos até o máximo de 20 mg). Nitroprussiato de sódio pode ser considerado para controle urgente da PA, especialmente, na presença de EAP e HAS grave e refratária.72

O sulfato de magnésio é o fármaco de escolha tanto para o tratamento como para prevenção das crises convulsivas durante a eclâmpsia. A paciente deve ser monitorada em relação a débito urinário, reflexos patelares, frequência respiratória e saturação de oxigênio. O magnésio plasmático deve ser mantido entre 4 e 7 mEq/L e deve ser dosado na presença de doença renal. Na suspeita de intoxicação por sulfato de magnésio, usar gluconato de cálcio.70 , 71

12. Emergências Adrenérgicas

Tumores neuroendócrinos associados ao tecido simpático que têm a potencialidade de secretar catecolaminas são raros e chamados de feocromocitomas (medula adrenal) ou paragangliomas (tecido não adrenal). Diagnóstico, localização e delineação anatômica destes tumores envolvem dosagem das catecolaminas e seus metabólitos no sangue e na urina, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética e cintilografia com metaiodobenzilguanidina (I123). A sintomatologia pode ocorrer em qualquer fase da vida e não é específica, dependendo da forma de liberação das catecolaminas no sangue, podendo ocorrer elevação da PA, palpitações e cefaleia. A remoção cirúrgica destes tumores sempre é indicada para curar ou prevenir a doença cardiovascular secundária ao excesso de catecolaminas.74 A elevação pressórica nestes pacientes pode ser mantida ou paradoxal, e aumento acentuado da PA pode caracterizar EH com risco iminente de vida. Isso ocorre por ativação dos alfarreceptores pelas catecolaminas. A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial sugere um fluxograma de abordagem diagnóstica para os tumores neuroendócrinos (feocromocitoma e paragangliomas), que é mostrado na Tabela 4 .75 A Figura 4 mostra os métodos de imagem utilizados para confirmação diagnóstica diante de um teste bioquímico alterado.

Tabela 4. – Fluxograma da VII Diretriz de Hipertensão Arterial para diagnóstico clínico e laboratorial em casos de feocromocitoma e paraganglioma.

Achados clínicos Suspeita diagnóstica Estudos adicionais
- Hipertensão paroxística com cefaleia, sudorese e palpitações Feocromocitoma - Metanefrinas plasmáticas livres
- Hipertensão resistente - Metanefrinas urinárias e catecolaminas séricas
- Exames de imagem

Figura 4. – Métodos de imagem utilizados para confirmação diagnóstica de feocromocitoma.

Figura 4

A cintilografia de corpo inteiro visa localizar tumores neuroendócrinos extra-adrenais (paragangliomas). É indicada quando o teste bioquímico estiver alterado e os exames de imagens forem negativos. Sempre deve ser realizada após verificação e suspensão de fármacos que possam interferir com a sua interpretação (simpatomiméticos, bloqueadores dos canais de cálcio, cocaína, antidepressivos e labetalol), devendo suspendê-los por 14 dias prévios ao exame. É contraindicada na gestação.76 Diagnosticado o tumor neuroendócrino, o tratamento proposto é sempre cirúrgico, precedido por preparo farmacológico e hidratação, com o objetivo de prevenir ou atenuar CHs ou hipotensão durante o ato operatório ( Tabela 5 ).76 Nessa situação, são administrados fármacos anti-hipertensivos por via EV (inicialmente, alfabloqueadores, e posteriormente, betabloqueadores). Nitroprussiato de sódio em infusão contínua (0,25 a 10 mg/kg/min) ou fentolamina (infusão contínua 1 a 5 mg com dose máxima de 15 mg) podem ser utilizados, se houver elevação mais acentuada da PA.75 - 77

Tabela 5. – Cuidados pré-operatórios em casos de feocromocitoma.

Dieta hipersódica e hidratação (faltam evidências):
- Infusão salina no ato operatório (1 a 2 L)
- Reverter contração de volume
- Prevenir hipotensão

Preparo farmacológico:

- Bloqueio alfa-adrenérgico
- Betabloqueadores
- Bloqueadores dos canais de cálcio
- Não existem evidências quanto à meta pressórica

Adrenalectomia via laparoscópica (maioria dos casos):

- Para paragangliomas (minoria)

Adrenalectomia a céu aberto (para paragangliomas):

- Para feocromocitoma (minoria)

13. Drogas Ilícitas e Emergência Hipertensiva

Na sala de emergência, pacientes que se apresentam com CH e hiperatividade simpática levantam a suspeita de intoxicação por anfetamina ou cocaína, assim como uso abusivo de outros fármacos, tais como inibidores da recaptação da serotonina, inibidores da monoaminoxidase e uso de drogas citotóxicas ou antiangiogênicas.52

A cocaína tem múltiplos efeitos cardiovasculares e hematológicos que contribuem para elevação da PA, desenvolvimento de isquemia miocárdica e/ou IAM por vasoconstrição coronariana. A cocaína, mesmo em pequenas doses, bloqueia a recaptação de norepinefrina e dopamina nos terminais adrenérgicos pré-sinápticos, causando acúmulo de catecolaminas no receptor pós-sináptico, atuando, assim, como um poderoso agente simpatomimético.78 Consequentemente causa aumento da frequência cardíaca e da PA de maneira dose-dependente.79 Além disso, o consumo de cocaína pode reduzir a função ventricular esquerda associada a aumento do estresse parietal no final da sístole e ampliação da demanda de oxigênio. Os efeitos cronotrópicos do uso de cocaína são intensificados pelo consumo de álcool.80 A vasoconstrição induzida pelo uso de cocaína é secundária à estimulação dos receptores alfa-adrenérgicos nas células musculares lisas da circulação coronariana. Ainda, tal droga aumenta a liberação de endotelina-181 e diminui a biodisponibilidade de óxido nítrico, promovendo elevação da PA.82 O tratamento com benzodiazepínicos tem indicação inicial. Quando a redução da PA for necessária, um fármaco alfabloqueador competitivo por via EV será indicado (fentolamina). Alternativamente, nicardipina ou nitroprussiato de sódio poderão ser considerados.83 Clonidina também pode ser considerada, pois, além da sua ação simpatolítica, tem efeito sedativo.

Nas SCA, o tratamento com nitroglicerina e aspirina é recomendado concomitantemente com benzodiazepínicos. Na presença de SCA com taquiarritmias, os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (diltiazem e verapamil) são recomendados. Os betabloqueadores (incluindo labetalol) são contraindicados, pois não reduzem a vasoconstrição coronariana.84 A nicardipina também pode ser uma boa alternativa para pacientes com EH induzida por drogas citotóxicas ou antiangiogênicas.

14. Emergência Hipertensiva no Pós-Operatório de Cirurgia Vascular

O conceito de “emergência hipertensiva pós-operatória” difere da emergência/urgência hipertensiva ambulatorial, em virtude da ocorrência dessa situação clínica única em um ambiente atípico (pós-operatório). Notadamente, valores de PA moderadamente elevados no contexto pós-operatório podem requerer tratamento imediato.85

Emergência hipertensiva pós-operatória (EHPO) é arbitrariamente definida como elevação da PAS > 190 mmHg e/ou PAD > 100 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas durante o período pós-operatório imediato.86 Elevação da PAS em 40 a 50 mmHg ou incremento dos valores pressóricos superiores a 20% em relação aos valores basais também podem caracterizar hipertensão pós-operatória.87 Esse aumento dos valores pressóricos geralmente começa 10 a 20 minutos após a cirurgia e pode durar até 4 horas. A fisiopatologia da EHPO em pacientes previamente normotensos está associada a vasoconstrição periférica, liberação de catecolaminas, redução da sensibilidade dos barorreceptores, ativação adrenérgica central, liberação de vasopressina, estimulação do sistema renina-angiotensina com consequente produção de angiotensina II, liberação de citocinas inflamatórias (IL-6) e retenção de sódio. Todas essas alterações resultam em vasoconstrição, aumento da pós-carga, elevação da PAS/PAD e taquicardia. Se não tratada, a hipertensão pós-operatória aumenta o risco de isquemia miocárdica, IAM, EAP, AVC, sangramento e mortalidade pós-operatória.88 , 89

EHPO ocorre em 40 a 80% dos pacientes submetidos à endarterectomia carotídea ou cirurgia cardíaca aberta, em 57% dos pacientes submetidos à cirurgia de aorta abdominal e 29% dos pacientes submetidos à cirurgia vascular periférica.90 - 92 Especialmente, HAS aguda e grave com elevação da PAS > 220 mmHg pode ocorrer em 9% dos indivíduos submetidos à endarterectomia carotídea.93 Essa manifestação, que pode ser transitória, está relacionada à manipulação do seio carotídeo e pode provocar hematoma, isquemia miocárdica e hiperperfusão cerebral com consequente lesão neurológica.94 Outros mecanismos propostos incluem denervação iatrogênica,95 diminuição da atividade do barorreflexo,96 redução da sensibilidade do seio carotídeo e aumento da produção de renina cerebral e/ou de catecolaminas.97 , 98

EH também pode ocorrer após correção cirúrgica da coarctação da aorta. A etiologia é multifatorial, como alteração do reflexo barorreceptor, ativação do sistema simpático e do sistema renina-angiotensina e expansão do volume extracelular.99 A estimulação das fibras nervosas simpáticas localizadas nas camadas média e adventícia do istmo aórtico têm dois efeitos, ambos resultando em hipertensão. Inicialmente, ocorre liberação periférica de norepinefrina com consequente vasoconstrição e elevação da PA. A seguir, pode ocorrer estimulação das células justaglomerulares que liberam renina e promovem hipertensão adicional. Secundariamente, esse aumento da produção de renina provoca desvio de sangue das artérias mesentéricas, causando assim os sintomas abdominais da chamada síndrome pós-coarctectomia.100

Antes de iniciar o tratamento farmacológico anti-hipertensivo, causas reversíveis de hipertensão pós-operatória devem ser investigadas, tais como: dor, hipoxia, hipercarbia, agitação, distensão vesical e hipervolemia.101 Analgesia apropriada e sedação são consideradas requisitos antes de iniciar a terapia anti-hipertensiva.102 Quando EHPO estiver presente, a distinção entre emergência e urgência será mandatória.1 - 4 O objetivo do controle é interromper a lesão vascular e reverter o processo patológico, e não necessariamente normalizar a PA. Reduções progressivas da PA, conforme relatadas nos princípios gerais do tratamento das EH, devem ser obtidas.1

Footnotes

Realização: Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Conselho de Normatizações e Diretrizes (2020-2021): Brivaldo Markman Filho, Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Correa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira

Coordenador de Normatizações e Diretrizes (2020-2021): Brivaldo Markman Filho

Este posicionamento deverá ser citado como: Vilela-Martin JF, Yugar-Toledo JC, Rodrigues MC, Barroso WKS, Carvalho LCBS, González FJT et al. Posicionamento Luso-Brasileiro de Emergências Hipertensivas – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4)736-751

Nota: estes Posicionamentos se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Referências

  • 1.Malachias MVB, Barbosa ECD, Martim JF, Rosito GBA, Toledo JY, Passarelli OJ. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 14 - Hypertensive Crisis. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3) Suppl 3:79–83. doi: 10.5935/abc.20160164. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 2.Martin JFV, Ribeiro JM. In: Livro Texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2. Moreira MC, Montenegro ST, Paola AAV, eds, editors. Barueri (SP): Manole; 2015. Urgências e Emergências Hipertensivas; pp. 922–930. [Google Scholar]
  • 3.Elliott WJ. Clinical features in the management of selected hypertensive emergencies. Prog Cardiovasc Dis. 2006;48(5):316–325. doi: 10.1016/j.pcad.2006.02.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 4.Ipek E, Oktay AA, Krim SR. Hypertensive crisis: an update on clinical approach and management. Curr Opin Cardiol. 2017;32(4):397–406. doi: 10.1097/HCO.0000000000000398. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 5.Elliott WJ. In: Hypertension A Companion to Braunwald’s Heart Disease. Henry RB, William J, eds, editors. Philadelphia, PA: Elsevier (Saunders); 2013. Hypertensive Emergencies and Urgencies; pp. 390–394. [Google Scholar]
  • 6.Heath I. Hypertensive Urgency-Is This a Useful Diagnosis? JAMA Intern Med. 2016;176(7):988–989. doi: 10.1001/jamainternmed.2016.1498. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 7.Bortolotto LA, Silveira JV, Vilela-Martin JF. Hypertensive Crisis: Defining the Severity and Treatment. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. 2018;28(3):254–259. [Google Scholar]
  • 8.Suneja M, Sanders ML. Hypertensive Emergency. Med Clin North Am. 2017;101(3):465–478. doi: 10.1016/j.mcna.2016.12.007. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 9.Janke AT, McNaughton CD, Brody AM, Welch RD, Levy PD. Trends in the Incidence of Hypertensive Emergencies in US Emergency Departments From 2006 to 2013. J Am Heart Assoc. 2016;5(12) doi: 10.1161/JAHA.116.004511. pii e004511. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 10.Martin JF, Higashiama E, Garcia E, Luizon MR, Cipullo JP. Hypertensive crisis profile. Prevalence and clinical presentation. Arq Bras Cardiol. 2004;83(2):131–6;125-30. doi: 10.1590/s0066-782x2004001400004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 11.Vilela-Martin JF, Vaz-de-Melo RO, Kuniyoshi CH, Abdo AN, Yugar-Toledo JC. Hypertensive crisis: clinical-epidemiological profile. Hypertens Res. 2011;34(3):367–371. doi: 10.1038/hr.2010.245. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 12.Pinna G, Pascale C, Fornengo P, et al. Hospital admissions for hypertensive crisis in the emergency departments: a large multicenter Italian study. PLoS One. 2014;9(4):e93542. doi: 10.1371/journal.pone.0093542. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 13.Taylor DA. Hypertensive Crisis: A Review of Pathophysiology and Treatment. Crit Care Nurs Clin North Am. 2015;27(4):439–447. doi: 10.1016/j.cnc.2015.08.003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 14.Varounis C, Katsi V, Nihoyannopoulos P, Lekakis J, Tousoulis D. Cardiovascular Hypertensive Crisis: Recent Evidence and Review of the Literature. 51Front Cardiovasc Med. 2016 Jan 10;3 doi: 10.3389/fcvm.2016.00051. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 15.van den Born BJ, Lowenberg EC, van der Hoeven NV, et al. Endothelial dysfunction, platelet activation, thrombogenesis and fibrinolysis in patients with hypertensive crisis. J Hypertens. 2011;29(5):922–927. doi: 10.1097/HJH.0b013e328345023d. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 16.Laragh J. Laragh's lessons in pathophysiology and clinical pearls for treating hypertension. Am J Hypertens. 2001;14(5 Pt 1):397–404. doi: 10.1016/s0895-7061(01)02049-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 17.Laragh JH. Vasoconstriction-volume analysis for understanding and treating hypertension: the use of renin and aldosterone profiles. Am J Med. 1973;55(3):261–274. doi: 10.1016/0002-9343(73)90128-9. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 18.Blumenfeld JD, Laragh JH. Management of hypertensive crises: the scientific basis for treatment decisions. Am J Hypertens. 2001;14(11 Pt 1):1154–1167. doi: 10.1016/s0895-7061(01)02245-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 19.Strandgaard S, Olesen J, Skinhoj E, Lassen NA. Autoregulation of brain circulation in severe arterial hypertension. Br Med J. 1973;1(5852):507–510. doi: 10.1136/bmj.1.5852.507. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 20.Bertel O, Marx BE, Conen D. Effects of antihypertensive treatment on cerebral perfusion. Am J Med. 1987;82(3B):29–36. doi: 10.1016/0002-9343(87)90208-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 21.Andrade DO, Santos SPO, Pinhel MAS, et al. Effects of acute blood pressure elevation on biochemical-metabolic parameters in individuals with hypertensive crisis. Clin Exp Hypertens. 2017;39(6):553–561. doi: 10.1080/10641963.2017.1291661. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 22.Vilela-Martin JF, Yugar-Toledo JC. Hypertensive Urgencies and Emergencies: Clinical Update. 007J J Emergen Med. 2014;2(1) [Google Scholar]
  • 23.Kaplan NM, Victor RG. Hypertensive emergencies. Kaplan's Clinical Hypertensive. 11. Philadelphia, (PA): LWW; 2015. pp. 263–274. [Google Scholar]
  • 24.Elliott WJ. J Clin Hypertens. 10. Vol. 6. Greenwich: 2004. Clinical features and management of selected hypertensive emergencies; pp. 587–592. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 25.Flanigan JS, Vitberg D. Hypertensive emergency and severe hypertension: what to treat, who to treat, and how to treat. Med Clin North Am. 2006;90(3):439–451. doi: 10.1016/j.mcna.2005.11.008. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 26.Chobanian AV, Bakris GL, Black HR, et al. Seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension. 2003;42(6):1206–1252. doi: 10.1161/01.HYP.0000107251.49515.c2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 27.Varon J. Treatment of acute severe hypertension: current and newer agents. Drugs. 2008;68(3):283–297. doi: 10.2165/00003495-200868030-00003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 28.van den Born BH, Lip GYH, Brguljan-Hitij J, et al. ESC Council on hypertension position document on the management of hypertensive emergencies. Eur Heart J Cardiovasc Pharmacother. 2019;5(1):37–46. doi: 10.1093/ehjcvp/pvy032. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 29.Phillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and the brain. The National High Blood Pressure Education Program. Arch Intern Med. 1992;152(5):938–945. [PubMed] [Google Scholar]
  • 30.Vaughan CJ, Delanty N. Hypertensive emergencies. Lancet. 2000;356(9227):411–417. doi: 10.1016/S0140-6736(00)02539-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 31.Schwartz RB, Mulkern RV, Gudbjartsson H, Jolesz F. Diffusion-weighted MR imaging in hypertensive encephalopathy: clues to pathogenesis. AJNR Am J Neuroradiol. 1998;19(5):859–862. [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 32.Ledingham JG, Rajagopalan B. Cerebral complications in the treatment of accelerated hypertension. Q J Med. 1979;48(189):25–41. [PubMed] [Google Scholar]
  • 33.Haas DC, Streeten DH, Kim RC, Naalbandian AN, Obeid AI. Death from cerebral hypoperfusion during nitroprusside treatment of acute angiotensin-dependent hypertension. Am J Med. 1983;75(6):1071–1076. doi: 10.1016/0002-9343(83)90891-4. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 34.Ahmed ME, Walker JM, Beevers DG, Beevers M. Lack of difference between malignant and accelerated hypertension. Br Med J (Clin Res Ed) 1986;292(6515):235–237. doi: 10.1136/bmj.292.6515.235. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 35.Fahr T. Uner Nephrosklerose. Virchows Arch Pathol Anat. 1919;226(2):119–178. [Google Scholar]
  • 36.Clough CG, Beevers DG, Beevers M. The survival of malignant hypertension in blacks, whites and Asians in Britain. J Hum Hypertens. 1990;4(2):94–96. [PubMed] [Google Scholar]
  • 37.Lip GY, Beevers M, Beevers DG. Complications and survival of 315 patients with malignant-phase hypertension. J Hypertens. 1995;13(8):915–924. doi: 10.1097/00004872-199508000-00013. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 38.Lane DA, Lip GY, Beevers DG. Improving survival of malignant hypertension patients over 40 years. Am J Hypertens. 2009;22(11):1199–1204. doi: 10.1038/ajh.2009.153. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 39.Silva HB, Bortolotto LA, Giorgi DM, Frimm CC, Giorgi Mc, Bellotti G, et al. Ventricular function by radionuclide ventriculography in malignant hypertension. Hypertension. 1992;19(2) Suppl:II210–II213. doi: 10.1161/01.hyp.19.2_suppl.ii210. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 40.Powers WJ, Rabinstein AA, Ackerson T, Adeoye OM, Bambakidis NC, Becker K, et al. 2018 Guidelines for the Early Management of Patients With Acute Ischemic Stroke: A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2018;49(3):e46–e110. doi: 10.1161/STR.0000000000000158. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 41.Anderson CS, Heeley E, Huang Y, j Wang, Delcourt C, Lindley R, al. t, et al. Rapid blood-pressure lowering in patients with acute intracerebral hemorrhage. N Engl J Med. 2013;368(25):2355–2365. doi: 10.1056/NEJMoa1214609. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 42.Qureshi AI, Palesch YY, Barsan WG, Hanley DF, Hsu CY, Martin RL, et al. Intensive Blood-Pressure Lowering in Patients with Acute Cerebral Hemorrhage. N Engl J Med. 2016;375(11):1033–1043. doi: 10.1056/NEJMoa1603460. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 43.Royal College of Physicians National clinical guideline for stroke. 2016:1–148. [Google Scholar]
  • 44.Williams B, Mancia G, Spiering W, Rosei Agabiti, Azizi M, Burnier M, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Eur Heart J. 2018;39(33):3021–3104. doi: 10.1093/eurheartj/ehy339. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 45.Herlitz J, Karlson BW, Lindqvist J, Sjolin M. Prognosis during five years of follow-up among patients admitted to the emergency department with acute chest pain in relation to a history of hypertension. Blood Press. 1998;7(2):81–88. doi: 10.1080/080370598437448. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 46.Pattanshetty DJ, Bhat PK, Aneja A, Pillai DP. Elevated troponin predicts long-term adverse cardiovascular outcomes in hypertensive crisis: a retrospective study. J Hypertens. 2012;30(12):2410–2415. doi: 10.1097/HJH.0b013e3283599b4f. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 47.Anderson JL, Adams CD, Antman EM, et al. ACC/AHA 2007 guidelines for the management of patients with unstable angina/non-ST-Elevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the 2002 Guidelines for the Management of Patients With Unstable Angina/Non-ST-Elevation Myocardial Infarction) developed in collaboration with the American College of Emergency Physicians, the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons endorsed by the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation and the Society for Academic Emergency Medicine. J Am Coll Cardiol. 2007;50(7):e1–e157. doi: 10.1016/j.jacc.2007.02.013. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 48.O'Gara PT, Kushner FG, Ascheim DD, Casey DE, Chung MK, Lemos JA, et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of ST-elevation myocardial infarction: executive summary: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2013;61(4):485–510. doi: 10.1016/j.jacc.2012.11.018. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 49.Wright RS, Anderson JL, Adams CD, Bridges CR, Casey DE, Jr, Ettinger SM, et al. 2011 ACCF/AHA focused update incorporated into the ACC/AHA 2007 Guidelines for the Management of Patients with Unstable Angina/Non-ST-Elevation Myocardial Infarction: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines developed in collaboration with the American Academy of Family Physicians, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons. J Am Coll Cardiol. 2011;57(19):e215–e367. doi: 10.1016/j.jacc.2011.02.011. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 50.Rodriguez MA, Kumar SK, De Caro M. Hypertensive crisis. Cardiol Rev. 2010;18(2):102–107. doi: 10.1097/CRD.0b013e3181c307b7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 51.Keating GM. Clevidipine: a review of its use for managing blood pressure in perioperative and intensive care settings. Drugs. 2014;74(16):1947–1960. doi: 10.1007/s40265-014-0313-6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 52.Papadopoulos DP, Mourouzis I, Thomopoulos C, Makris T, Papademetriou V. Hypertension crisis. Blood Press. 2010;19(6):328–336. doi: 10.3109/08037051.2010.488052. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 53.Bangalore S, Messerli FH, Kostis JB, Pepine CJ. Cardiovascular protection using beta-blockers: a critical review of the evidence. J Am Coll Cardiol. 2007;50(7):563–572. doi: 10.1016/j.jacc.2007.04.060. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 54.Messerli FH, Panjrath GS. The J-curve between blood pressure and coronary artery disease or essential hypertension: exactly how essential? J Am Coll Cardiol. 2009;54(20):1827–1834. doi: 10.1016/j.jacc.2009.05.073. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 55.Bangalore S, Qin J, Sloan S, Murphy SA, Cannon CP. What is the optimal blood pressure in patients after acute coronary syndromes?: Relationship of blood pressure and cardiovascular events in the PRavastatin OR atorVastatin Evaluation and Infection Therapy-Thrombolysis In Myocardial Infarction (PROVE IT-TIMI) 22 trial. Circulation. 2010;122(21):2142–2151. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.109.905687. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 56.Gandhi SK, Powers JC, Nomeir AM, Fowle K, Kitza DW, Rankin KM, et al. The pathogenesis of acute pulmonary edema associated with hypertension. N Engl J Med. 2001;344(1):17–22. doi: 10.1056/NEJM200101043440103. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 57.Kumar R, Gandhi SK, Little WC. Acute heart failure with preserved systolic function. Crit Care Med. 2008;36(1) Suppl:S52–S56. doi: 10.1097/01.CCM.0000296271.08591.D2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 58.Peacock WF, Braunwald E, Abraham W, Albert N, Burnett J, Christenson R, et al. National Heart, Lung, and Blood Institute working group on emergency department management of acute heart failure: research challenges and opportunities. J Am Coll Cardiol. 2010;56(5):343–351. doi: 10.1016/j.jacc.2010.03.051. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 59.Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Rohde LEP, Montera MW, Bocchi EA, Albuquerque DC, Clausell NO, Rassi S, et al. et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018;111(3):436–539. doi: 10.5935/abc.20180190. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 60.Morris JH, Mix D, Cameron SJ. Acute Aortic Syndromes: Update in Current Medical Management. 29Curr Treat Options Cardiovasc Med. 2017;19(4) doi: 10.1007/s11936-017-0523-9. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 61.Mussa FF, Horton JD, Moridzadeh R, Nicholson J, Trimarchi S, Eagle KA. Acute Aortic Dissection and Intramural Hematoma: A Systematic Review. JAMA. 2016;316(7):754–763. doi: 10.1001/jama.2016.10026. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 62.Andersen ND, Ganapathi AM, Hanna JM, Williams JB, Gaca JG, Hughes GC. Outcomes of acute type a dissection repair before and after implementation of a multidisciplinary thoracic aortic surgery program. J Am Coll Cardiol. 2014;63(17):1796–1803. doi: 10.1016/j.jacc.2013.10.085. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 63.Nienaber CA, Powell JT. Management of acute aortic syndromes. Eur Heart J. 2012;33(1):26–35b. doi: 10.1093/eurheartj/ehr186. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 64.Erbel R, Aboyans V, Boileau C, Bossone E, Bartolomeu RD, Eggerecht H, et al. 2014 ESC Guidelines on the diagnosis and treatment of aortic diseases: Document covering acute and chronic aortic diseases of the thoracic and abdominal aorta of the adult. The Task Force for the Diagnosis and Treatment of Aortic Diseases of the European Society of Cardiology (ESC) Eur Heart J. 2014;35(41):2873–2926. doi: 10.1093/eurheartj/ehu281. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 65.Hiratzka LF, Bakris GL, Beckman JA, Bersin RM, Carr VF, Casey DE, Jr, et al. 2010 ACCF/AHA/AATS/ACR/ASA/SCA/SCAI/SIR/STS/SVM Guidelines for the diagnosis and management of patients with thoracic aortic disease. A Report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines, American Association for Thoracic Surgery, American College of Radiology,American Stroke Association, Society of Cardiovascular Anesthesiologists, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, Society of Interventional Radiology, Society of Thoracic Surgeons,and Society for Vascular Medicine. J Am Coll Cardiol. 2010;55(14):e27–e129. doi: 10.1016/j.jacc.2010.02.015. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 66.Fattori R, Tsai TT, Myrmel T, Evangelista A, Cooper CV, Trimarchi S, et al. Complicated acute type B dissection: is surgery still the best option?: a report from the International Registry of Acute Aortic Dissection. JACC Cardiovasc Interv. 2008;1(4):395–402. doi: 10.1016/j.jcin.2008.04.009. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 67.Suzuki T, Isselbacher EM, Nienaber CA, Ryeritz RE, eagle KA, Tsai T, et al. Type-selective benefits of medications in treatment of acute aortic dissection (from the International Registry of Acute Aortic Dissection [IRAD]) Am J Cardiol. 2012;109(1):122–127. doi: 10.1016/j.amjcard.2011.08.012. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 68.Takeshita S, Sakamoto S, Kitada S, Akutsu K, Hashimoto H. Angiotensin-converting enzyme inhibitors reduce long-term aortic events in patients with acute type B aortic dissection. Circ J. 2008;72(11):1758–1761. doi: 10.1253/circj.cj-08-0466. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 69.Wemmelund H, Hogh A, Hundborg HH, Thomsen RW, Johnsen SP, Lindholt JS. Statin use and rupture of abdominal aortic aneurysm. Br J Surg. 2014;101(8):966–975. doi: 10.1002/bjs.9517. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 70.Alexander JM, Wilson KL. Hypertensive emergencies of pregnancy. Obstet Gynecol Clin North Am. 2013;40(1):89–101. doi: 10.1016/j.ogc.2012.11.008. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 71.Deak TM, Moskovitz JB. Hypertension and pregnancy. Emerg Med Clin North Am. 2012;30(4):903–917. doi: 10.1016/j.emc.2012.08.006. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 72.Malachias MV, Figueiredo CE, Sass N, Antonello IC, Torloni MR, Bortolotto ML. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 9 - Arterial Hypertension in pregnancy. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3) Suppl 3:49–52. doi: 10.5935/abc.20160159. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 73.Sibai BM, Grossman RA, Grossman HG. Effects of diuretics on plasma volume in pregnancies with long-term hypertension. Am J Obstet Gynecol. 1984;150(7):831–835. doi: 10.1016/0002-9378(84)90458-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 74.Ramachandran R, Rewari V. Current perioperative management of pheochromocytomas. Indian J Urol. 2017;33(1):19–25. doi: 10.4103/0970-1591.194781. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 75.Malachias MVB, Bortolotto LA, Drager LF, Borelli FAO, Lotaif LAD, Martins LC. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 12 - Secondary Arterial Hypertension. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3) Suppl 3:67–74. doi: 10.5935/abc.20160162. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 76.Lenders JW, Duh QY, Eisenhofer G, Gimenez-Roqueplo AP, Grebe SK, Murad MH, et al. Pheochromocytoma and paraganglioma: an endocrine society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(6):1915–1942. doi: 10.1210/jc.2014-1498. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 77.Plouin PF, Amar L, Dekkers OM, Fassnacht M, Gimenez-Roqueplo AP, Lenders JW, et al. European Society of Endocrinology Clinical Practice Guideline for long-term follow-up of patients operated on for a phaeochromocytoma or a paraganglioma. Eur J Endocrinol. 2016;174(5):G1–G10. doi: 10.1530/EJE-16-0033. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 78.Muscholl E. Effect of cocaine and related drugs on the uptake of noradrenaline by heart and spleen. Br J Pharmacol Chemother. 1961;16:352–359. doi: 10.1111/j.1476-5381.1961.tb01095.x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 79.Foltin RW, Ward AS, Haney M, Hart CL, Collins ED. The effects of escalating doses of smoked cocaine in humans. Drug Alcohol Depend. 2003;70(2):149–157. doi: 10.1016/s0376-8716(02)00343-5. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 80.Foltin RW, Fischman MW. Ethanol and cocaine interactions in humans: cardiovascular consequences. Pharmacol Biochem Behav. 1988;31(4):877–883. doi: 10.1016/0091-3057(88)90399-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 81.Wilbert-Lampen U, Seliger C, Zilker T, Arendt RM. Cocaine increases the endothelial release of immunoreactive endothelin and its concentrations in human plasma and urine: reversal by coincubation with sigma-receptor antagonists. Circulation. 1998;98(5):385–390. doi: 10.1161/01.cir.98.5.385. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 82.Mo W, Singh AK, Arruda JA, Dunea G. Role of nitric oxide in cocaine-induced acute hypertension. Am J Hypertens. 1998;11(6 Pt 1):708–714. doi: 10.1016/s0895-7061(98)00041-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 83.Brogan WC, 3rd, Lange RA, Kim AS, Moliterno DJ, Hillis LD. Alleviation of cocaine-induced coronary vasoconstriction by nitroglycerin. J Am Coll Cardiol. 1991;18(2):581–586. doi: 10.1016/0735-1097(91)90617-i. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 84.Lange RA, Cigarroa RG, Flores ED, McBride W, Kim AS, Wells PJ, et al. Potentiation of cocaine-induced coronary vasoconstriction by beta-adrenergic blockade. Ann Intern Med. 1990;112(12):897–903. doi: 10.7326/0003-4819-112-12-897. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 85.Aronson S. Perioperative hypertensive emergencies. 448Curr Hypertens Rep. 2014;16(7) doi: 10.1007/s11906-014-0448-6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 86.Varon J, Marik PE. Perioperative hypertension management. Vasc Health Risk Manag. 2008;4(3):615–627. doi: 10.2147/vhrm.s2471. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 87.Goldberg ME, Larijani GE. Perioperative Hypertension. Pharmacotherapy: J Human Pharmacol Drug Ther. 1998;18(5):911–914. [PubMed] [Google Scholar]
  • 88.Rose DK, Cohen MM, DeBoer DP. Cardiovascular events in the postanesthesia care unit: contribution of risk factors. Anesthesiology. 1996;84(4):772–781. doi: 10.1097/00000542-199604000-00003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 89.Marik PE, Varon J. Perioperative hypertension: a review of current and emerging therapeutic agents. J Clin Anesth. 2009;21(3):220–229. doi: 10.1016/j.jclinane.2008.09.003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 90.Goldman L, Caldera DL. Risks of general anesthesia and elective operation in the hypertensive patient. Anesthesiology. 1979;50(4):285–292. doi: 10.1097/00000542-197904000-00002. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 91.Leslie JB. Incidence and aetiology of perioperative hypertension. Acta Anaesthesiol Scand Suppl. 1993;99:5–9. doi: 10.1111/j.1399-6576.1993.tb03816.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 92.Lien SF, Bisognano JD. Perioperative Hypertension: Defining At-Risk Patients and Their Management. Curr Hypertens Rep. 2012;14(5):432–441. doi: 10.1007/s11906-012-0287-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 93.Wong JH, Findlay JM, Suarez-Almazor ME. Hemodynamic instability after carotid endarterectomy: risk factors and associations with operative complications. Neurosurgery. 1997;41(1):35–41. doi: 10.1097/00006123-199707000-00009. discussion 41-33. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 94.Stoneham MD, Thompson JP. Arterial pressure management and carotid endarterectomy. BJA. 2009;102(4):442–452. doi: 10.1093/bja/aep012. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 95.Sigaudo-Roussel D, Evans DH, Naylor AR, Panerai R. Deterioration in carotid baroreflex during carotid endarterectomy. J Vasc Surg. 2002;36(4):793–798. [PubMed] [Google Scholar]
  • 96.Nouraei SA, Al-Rawi PG, Sigaudo-Roussel D, Giussani DA, Gaunt ME. Carotid endarterectomy impairs blood pressure homeostasis by reducing the physiologic baroreflex reserve. J Vasc Surg. 2005;41(4):631–637. doi: 10.1016/j.jvs.2005.01.009. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 97.Smith BL. Hypertension following carotid endarterectomy: the role of cerebral renin production. J Vasc Surg. 1984;1(5):623–627. [PubMed] [Google Scholar]
  • 98.Hans SS, Prakash S, Hans P, Glover JL. The role of renin and catecholamine production in postcarotid endarterectomy hypertension. Surg Gynecol Obstet. 1992;174(3):201–204. [PubMed] [Google Scholar]
  • 99.Sealy WC. Paradoxical hypertension after repair of coarctation of the aorta: a review of its causes. Ann Thorac Surg. 1990;50(2):323–329. doi: 10.1016/0003-4975(90)90768-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 100.Fox S, Pierce WS, Waldhausen JA. Pathogenesis of paradoxical hypertension after coarctation repair. Ann Thorac Surg. 1980;29(2):135–141. doi: 10.1016/s0003-4975(10)61651-7. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 101.Samson RH. Periprocedural hypertension: current concepts in management for the vascular surgeon. Vasc Endovascular Surg. 2004;38(4):361–366. doi: 10.1177/153857440403800409. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 102.Haas CE, LeBlanc JM. Acute postoperative hypertension: a review of therapeutic options. Am J Health Syst Pharm. 2004;61(16):1661–1673. quiz 1674-5. [PubMed] [Google Scholar]
Arq Bras Cardiol. 2020 May 12;114(4):736–751. [Article in English]

Luso-Brazilian Position Statement on Hypertensive Emergencies – 2020

José Fernando Vilela-Martin 1, Juan Carlos Yugar-Toledo 1, Manuel de Carvalho Rodrigues 2,3, Weimar Kunz Sebba Barroso 4, Luís Carlos Bronze S Carvalho 5, Francisco José Torres González 6, Celso Amodeo 7, Vitor Manuel Margarido Paixão Dias 8, Fernando Carvalho Moreira Pinto 9, Luís Filipe Reis Martins 10, Marcus Vinícius Bolívar Malachias 11, Paulo Cesar Veiga Jardim 12,13, Dilma do Socorro Moraes de Souza 14, Oswaldo Passarelli Júnior 15, Eduardo Costa Duarte Barbosa 16, Jorge Junqueira Polonia 17, Rui Manoel dos Santos Póvoa 7

Declaration of potential conflict of interests of authors/collaborators of the Luso-Brazilian Position Statement on Hypertensive Emergencies – 2020 If, within the last 3 years, the author/collaborator of the statement:
Names of statement collaborators Participated in clinical and/or experimental studies sponsored by pharmaceutical or equipment companies related to this guideline Spoke at events or activities sponsored by industry related to this guideline Was (is) a member of a board of advisors or a board of directors of a pharmaceutical or equipment industry Participated in normative committees of scientific research sponsored by industry Received personal or institutional funding from industry Wrote scientific papers in journals sponsored by industry Owns stocks in industry
Celso Amodeo Medtronic No No No Novonordisk, Pfizer, Sankyo Medley No
Dilma do Socorro Moraes de Souza No No No No No No No
Eduardo Costa Duarte Barbosa No Servier, EMS No No Servier, EMS, Torrent EMS, Medley, Novartis No
Fernando Carvalho Moreira Pinto No No No No No No No
Francisco José Torres González No No No No No No No
Jorge Junqueira Polonia No No No No No No No
Jose Fernando Vilela-Martin No No No No No No No
Juan Carlos Yugar-Toledo No No No No No No No
Luís Carlos Bronze S. Carvalho No No No No No No No
Luís Filipe Reis Martins No No No No No No No
Manuel de Carvalho Rodrigues No No No No No No No
Marcus Vinícius Bolivar Malachias No Libbs, Biolab No No No Libbs, Biolab, Aché No
Oswaldo Passarelli Júnior No No No No No No No
Paulo César Veiga Jardim No No No No No Biolab, Aché, Libbs No
Rui Manoel dos Santos Póvoa No No No No No No No
Vitor Manuel Margarido Paixão Dias No No No No Servier, Tecnimede No No
Weimar Kunz Sebba Barroso Boehringer, Torrent, EMS, Amgen, AstraZeneca, Novartis EMS, Servier, Medley, Omron, Cardios Omron No EMS, Servier EMS, Servier, Medley No

Content

1. Definition, Epidemiology, and Classification of Hypertensive Emergencies 738

2. Pathophysiological Aspects of Hypertensive Emergency 739

2.1. Autoregulation of Cerebral Blood Flow 739

3. Clinical and Laboratory Assessment 740

4. Treatment of Hypertensive Emergencies: General Principles, Main Medications and Dosages 740

5. Hypertensive Encephalopathy 741

5.1. Clinical Manifestations 741

5.2. Diagnosis 741

5.3. Treatment 741

6. Malignant or Accelerated Hypertension 742

7. Stroke and Hypertensive Emergency 742

7.1. Ischemic Stroke 743

7.2. Hemorrhagic Stroke 744

8. Acute Coronary Syndromes and Hypertensive Emergency 744

9. Acute Left Ventricular Dysfunction in Hypertensive Emergency 744

10. Acute Aortic Syndromes 745

10.1. Treatment 745

11. Hypertensive Emergencies During Pregnancy 745

11.1. Treatment 746

12. Adrenergic Emergencies 746

13. Illicit Drugs and Hypertensive Emergency 746

14. Postoperative Hypertensive Emergency Following Vascular Surgery 747

References 748

1. Definition, Epidemiology, and Classification of Hypertensive Emergencies

Hypertensive emergencies (HEs) comprise a wider nosological condition known as hypertensive crisis (HC). HC represents clinical situations with acute blood pressure (BP) elevation, often with levels of systolic BP (SBP) ≥ 180 mmHg and diastolic BP (DBP) ≥ 120 mmHg, which may or may not result in target-organ damage (TOD) (heart, brain, kidneys, and arteries).1 - 5 HCs may present in two distinct forms in relation to severity and prognosis: hypertensive urgency (HU) and HE. Cases of HE have a marked elevation in BP associated with TOD and immediate risk of death, a fact that requires a rapid and gradual reduction in BP levels within minutes to hours, with intensive monitoring and use of intravenous medications.1 - 5 HEs can manifest as cardiovascular, cerebrovascular, or renal events or as a pregnancy-related event in the form of preeclampsia or eclampsia. Although the classic definition of both HC presentations describes this condition with values above 180/120 mmHg, the largest current consensus is established on the concept that what distinguishes HEs from HUs is, more than the BP value, the occurrence of damage or imminent risk of target-organ involvement. Thus, HUs are characterized by BP elevations without TOD or imminent risk of death, a fact that allows for a slower reduction in BP levels over a period of 24 to 48 hours. Currently, there is a wide discussion about the actual existence of the diagnosis of “hypertensive urgency.”6 Many advocate that this classification needs to be updated (if not abandoned) and that, instead of the BP value, the main diagnostic importance lies in the observation of signs/symptoms and acute TOD. Others believe that the correct term should be “BP elevation without evolving TOD.”5 , 7

As discussed, even though the BP levels are often very high (≥ 180/120 mmHg), HEs are defined by TOD and not by BP levels. Therefore, the numerical pattern that defines HC is conceptual and serves as a therapeutic parameter, but should not be used as an absolute criterion.

If the definition of HC is more universally accepted today, the knowledge about the epidemiology and prevalence of this condition by the scientific community is still limited. The literature has only a few studies on the subject, all of which conducted in a small number of participants. Non-adherence to treatment is currently hypothesized to be one of the most prevalent factors in the etiology of HC, without distinction between HU and HE. The incidence of HC in the largest serial studies in the US was about 4.8%, with 0.8% attributed to HEs.8 , 9 Other centers have shown that HCs account for a variable rate of 0.45 to 0.59% of all hospital emergency care and 1.7% of all clinical emergencies, with HU being more common than HE.10 - 12 Ischemic stroke and acute pulmonary edema (APE) are the most common clinical conditions in HE.10 , 11 Estimates indicate that about 1% of all hypertensive individuals will probably develop an episode of HC over their lifetimes.1 , 2 The clinical conditions with TOD implicated in HEs are shown in Table 1 . Table 2 shows the main conditions associated with HUs.

Table 1. – Conditions with target-organ damage characterizing hypertensive emergencies1-5.

Severe hypertension associated with acute complications
Cerebrovascular events
- Hypertensive encephalopathy
- Intracerebral hemorrhage
- Subarachnoid hemorrhage
- Ischemic stroke
Cardiocirculatory events
- Acute aortic dissection
- Acute pulmonary edema with left ventricular failure
- Acute myocardial infarction
- Unstable angina
Renal disease
- Rapidly progressive renal failure

Severe adrenergic crisis

- Pheochromocytoma crisis
- Illicit drug overdose (cocaine, crack, LSD)

Hypertension in pregnancy

- Eclampsia
- Severe preeclampsia
- "HELLP" syndrome
- Severe hypertension in late pregnancy

HELLP: hemolysis, elevated liver enzymes, and low platelet count; LSD: lysergic acid diethylamide.

Table 2. – Conditions associated with hypertensive urgency1-5.

Severe hypertension associated with:
- Coronary insufficiency
- Cardiac insufficiency
- Aortic aneurysm
- Uncomplicated stroke
- Severe epistaxis
- Extensive burns
- Hypocoagulability states

Systemic vasculitis

- Perioperative
- Preoperative in emergency surgeries
- Intraoperative (cardiac surgery, vascular surgery, neurosurgery, pheochromocytoma, etc.)
- Postoperative stage III hypertension (organ transplantation, cardiac surgery, vascular surgery, neurosurgery, etc.)

Mild/moderate adrenergic crisis

- Rebound syndrome (abrupt discontinuation of adrenergic inhibitors)
- Drug-food interaction (tyramine vs. MAO inhibitors)
- Excessive use of stimulants (amphetamines, tricyclics, etc.)

In pregnancy

- Preeclampsia
- Stage III hypertension

MAO: monoamine oxidase.

2. Pathophysiological Aspects of Hypertensive Emergency

The pathophysiology of HE has not been completely elucidated, and in general, two different mechanisms may play central roles in this process. The first is an imbalance in the vascular autoregulation system leading to reduced perfusion pressure and, consequently, decreased blood flow and increased vascular resistance, resulting in mechanical stress and endothelial injury.13 The second mechanism is an activation of the renin-angiotensin system resulting in greater vasoconstriction and leading to a vicious cycle of endothelial injury, fibrinoid necrosis of arterioles, and subsequent ischemia.14 Vascular injury leads to platelet and fibrin deposition, also characterizing a prothrombotic state.15 Subsequent ischemia results in the release of more vasoactive substances, creating a vicious cycle.

2.1. Autoregulation of Cerebral Blood Flow

Knowledge about the mechanism of autoregulation of blood flow to target organs (brain, coronary arteries, and kidneys) is fundamental for improved antihypertensive treatment in cases of HE. Autoregulation of cerebral blood flow (CBF) is maintained by the ratio of cerebral perfusion pressure (CPP) to cerebrovascular resistance (CVR), i.e. , CBF = CPP/CVR (CPP = mean BP - mean venous pressure). CPP is the difference between BP – which helps with tissue blood flow – and venous pressure. With a normal CPP, venous pressure is not important, so CPP is equivalent to BP. Reductions in CPP may be caused by reductions in BP or increased intracranial pressure (ICP), which increases venous pressure. Elevations in ICP may occur as a result of arterial or venous occlusive disease or intracerebral hemorrhage. In normotensive individuals, a wide variation in BP (between 60 and 150 mmHg) may occur without CBF changes. An increase in CPP (or BP) leads to an elevation in CVR, thus protecting the patient against cerebral edema, while reductions in CPP result in decreased CVR, thus protecting the patient from tissue ischemia. When CPP exceeds the upper limit of autoregulation, CBF increases, causing cerebral edema. In contrast, when CPP falls below the lower limit of autoregulation, CBF decreases, causing cerebral ischemia.16 , 17

In hypertensive individuals, this relationship is modified in a way that their lower limit of autoregulation is higher compared with normotensive individuals. Thus, improper decrease in CPP can hinder tissue irrigation and, consequently, aggravate the viable ischemic area. For this reason, it is advisable to initially reduce the mean BP by 20 to 25% in relation to the initial values, as this will bring them close to the lower autoregulation limit.18 Attention should be given to this situation, as most patients with HE have chronic hypertension with the pressure/flow (cerebral, coronary, and renal) autoregulation curve shifted to the right and do not present acute TOD, which is why a sudden decrease in BP may be associated with significant morbidity.18 - 20

3. Clinical and Laboratory Assessment

When managing a HE, the practitioner should discriminate between emergency and urgency, establishing a correct diagnosis of the various HE situations in order to select the most appropriate therapy for each TOD. This is very important since the correct diagnosis and treatment may prevent worsening of the clinical condition due to the critical situation. The approach to patients with HE requires clinical evaluation and complementary tests performed in clinical emergency centers with hospital support. BP should be measured in both arms (at least three measurements), preferably in a quiet environment. Individuals with acute BP elevations often present metabolic abnormalities characterized by hyperglycemia, dyslipidemia, lower potassium levels, and reduced renal function.21 The sequence of steps in the management of patients with HC is as follows:1 - 5 , 22 , 23

  1. Seek factors that may have triggered the acute BP elevation.

  2. Investigate symptoms or situations that simulate HC (headache, labyrinthitis, physical trauma, pain, emotional stress, and family or professional problems).

  3. Observe history and duration of hypertension, use of antihypertensive drugs (doses and pharmacological adherence).

  4. Investigate prior episodes similar to the current situation.

  5. Investigate the use of medications that may interfere with BP control (anti-inflammatory drugs, steroids, analgesics, antidepressants, appetite suppressants).

  6. Evaluate the use or abuse of alcohol and toxic substances (cocaine, crack, lysergic acid diethylamide [LSD]).

  7. Investigate the use of suddenly discontinued adrenergic inhibitors (clonidine, methyldopa, and beta-blockers).

  8. Observe the association with other morbidities and risk factors (diabetes, cardiac disease, renal disease, smoking, dyslipidemia).

  9. Clinical history and physical examination should be performed according to the presence of TOD:

  • Central nervous system (observe the occurrence of headache, dizziness, visual and speech disorders, consciousness level, agitation or apathy, confusion, focal neurological deficits, neck stiffness, seizure, and coma).

  • Cardiovascular system (assess heart rate, symptoms of palpitations, and presence of carotid murmur; investigate the occurrence of thoracic, precordial, abdominal, and back pain and discomfort, in addition to signs and symptoms of left ventricular failure including gallop rhythm, dyspnea, jugular venous stasis, peripheral pulses, and oxygen saturation).

  • Renal and genitourinary system (assess changes in urinary volume, frequency, and characteristics, dehydration, lower limb edema, hematuria, and dysuria). Note: examination of the abdomen (for pulsatile abdominal masses and abdominal murmur) should not be overlooked.

  • Fundoscopy (observe the occurrence of vasospasm, arteriovenous nicking, arteriolar wall thickening and aspect of copper or silver-wiring, hard and soft exudates, hemorrhages, and papilledema).

Complementary tests should be performed according to the involvement of target organs:

  • Central nervous system (computed tomography, magnetic resonance imaging, and lumbar puncture).

  • Cardiovascular system (electrocardiography, chest x-ray, echocardiography, markers of myocardial necrosis, angiotomography, magnetic resonance imaging).

  • Renal system (urinalysis, urea, creatinine, electrolytes, and blood gases).

4. Treatment of Hypertensive Emergencies: General Principles, Main Medications and Dosages

Better diagnostic and therapeutic conditions have led to a great reduction in 1-year mortality, which improved from 80% in 1928 and 50% in 1955 to only 10% in 1989.24 , 25 The aim of treating patients with clinical manifestations of HE is to reduce BP rapidly to prevent the progression of TOD. Patients should be admitted to an intensive care unit, undergo intravenous antihypertensive treatment, and be carefully monitored during parenteral therapy to prevent the occurrence of hypotension. The general recommendations for BP reduction suggested by the Seventh Report of the Joint National Committee (JNC)26 for HEs are summarized as follows:

  • ↓ BP ≤ 25% within the first hour.

  • ↓ BP 160/100 to 110 mmHg in 2 to 6 hours.

  • BP 135/85 mmHg at 24 to 48 hours.

However, HEs should be addressed considering the affected system or target organ. Thus, each type of HE (cardiovascular, cerebral, renal, and others) should be characterized prior to starting specific antihypertensive therapy (see “Clinical and Laboratory Evaluation”).

Several pharmacological therapies are currently available for HE treatment. The ideal antihypertensive medication for parenteral use must present the following characteristics: ability to reverse the involved pathophysiological abnormalities, rapid onset of action, predictable dose-response curve, minimal dose adjustment, high selectivity, no increase in ICP, prompt reversibility, low risk of promoting hypotension, easy substitution for oral medications, and satisfactory cost-benefit ratio. Table 3 summarizes the pharmacokinetic and pharmacodynamic properties of the main antihypertensive medications used in HE.2 , 22 , 26 - 28 In Brazil, the following medications are available for use in HEs: sodium nitroprusside, nitroglycerin, labetalol, esmolol, metoprolol, hydralazine, and enalaprilat.

Table 3. – Pharmacokinetic and pharmacodynamic properties of the main antihypertensive medications for parenteral use.

Medications Method of administration and dosage Start Duration Advantages Disadvantages
Nitroglycerin (nitric oxide donor with arterial and venous vasodilation effects) Continuous infusion 5 to 15 mg/h 2 to 5 min 3 to 5 min Coronary perfusion Headache, variable efficacy, tachyphylaxis
Sodium nitroprusside (arterial and venous vasodilator) Continuous infusion 0.5 to 10 μg/kg/min Immediate 1 to 2 min Titration Intoxication by thiocyanate, hypotension, nausea, vomiting, muscle spasm
Metoprolol (beta-blocker) Loading dose: 5 mg IV (repeat every 10 min, up to 20 mg if necessary) 5 to 10 min 3 to 4 h Reduction in O2consumption Bradycardia, AVB, bronchospasm
Labetalol (alpha- and beta-blocker) Loading dose: 20 to 80 mg every 10 min Continuous infusion 2 mg/min (maximum 300 mg/24 h) 5 to 10 min 2 to 6 h Beta-blocker and vasodilator Nausea, vomiting, AVB, bronchospasm, orthostatic hypotension
Esmolol (Ultra-fast action, ultra-selective beta-blocker) Loading dose: 500 μg/kg Intermittent infusion: 25 to 50 μg/kg/min ↑ 25 μg/kg/min every 10 to 20 min. Maximum: 300 μg/kg/min 1 to 2 min 1 to 20 min Selective beta-blocker Bradycardia, AVB, bronchospasm
Hydralazine (direct-acting vasodilator) 10 to 20 mg IV or 10 to 40 mg IM every 6 h 10 to 20 min IV or 20 to 30 min IM 3 to 12 h Eclampsia or impending eclampsia Tachycardia, headache, vomiting. Worsening of angina and AMI. Beware of increased intracranial pressure
Enalaprilat (ACEI) Intermittent infusion: 1.25 to 5 mg every 6 h 15 min 4 to 6 h CHF, acute LVF Hypotension, renal insufficiency
Furosemide (loop diuretic) Infusion 5 to 10 min 30 to 90 min CHF, LVF Hypokalemia

AMI: acute myocardial infarction; CHF: congestive heart failure; LVF: left ventricular failure; AVB: atrioventricular block; ACEI: angiotensin-converting enzyme inhibitor; IV: intravenous; IM: intramuscular.

5. Hypertensive Encephalopathy

Hypertensive encephalopathy is a neurological dysfunction defined by signs and/or symptoms of cerebral edema secondary to sudden and/or sustained BP elevation. It occurs in individuals with chronic hypertension who develop malignant hypertension or in those previously normotensive who may present acute BP elevations due to other mechanisms, progressing with failure in mechanisms of cerebral perfusion autoregulation. Hypertensive encephalopathy is a diagnosis of exclusion confirmed retrospectively when the neurological condition improves after BP control.

5.1. Clinical Manifestations

Hypertensive encephalopathy may present with the insidious onset of holocranial headache, nausea, or vomiting. Subsequently, changes in mental status and visual field, photopsia, blurred vision, visual hallucinations, generalized seizures, hyperreflexia, and signs of intracranial hypertension may develop.29 , 30 By the time the neurological manifestations emerge, the DBP is usually above 125 mmHg. The resolution of this condition, from both clinical and imaging standpoints, occurs on average several weeks after BP control. The occurrence of a persistent deficit is a sign of focal neurological injury.

5.2. Diagnosis

Magnetic resonance imaging is the most valuable diagnostic test. T2-weighted sequences show hyperintense white matter lesions with preferential involvement of the parieto-occipital regions. The territory irrigated by the vertebrobasilar system can be compromised in more severe cases. Hyperintense signal in apparent diffusion coefficient allows for the visualization of vasogenic edema.31 Laboratory tests may show thrombocytopenia, microangiopathic hemolytic anemia, proteinuria, and increased plasma creatinine and liver enzymes. On computed tomography, focal or diffuse hypodensities in the white matter and cortex are common, along with signs of edema. Electroencephalography shows generalized slowing with loss of alpha rhythm, or epileptiform activity if seizures occur.

5.3. Treatment

The goal is to reduce the average BP by approximately 10 to 15% in the first hour and by no more than 25% at the end of the first day of treatment. Greater and faster decreases may lead to cerebral hypoperfusion and loss of vascular autoregulation mechanisms.32 , 33 Due to the need for rapid BP control, intravenous medications are recommended, of which the most frequently used are sodium nitroprusside (arterial and venous vasodilator), nicardipine (dihydropyridine calcium-channel blocker with arteriolar vasodilation action), clevidipine (short-acting dihydropyridine calcium-channel blocker), labetalol (alpha-adrenergic and beta-adrenergic blocker), or fenoldopam (peripheral dopamine-1 receptor agonist). During pregnancy, magnesium sulfate, diazoxide, or hydralazine are recommended. Corticosteroids (dexamethasone), mannitol (may be used in the absence of renal disease), and anticonvulsants (in case of seizures) may also be used.23 , 30 Within the first 24 to 48 hours, oral medications should be introduced to improve BP control (renin-angiotensin-aldosterone system blockers and calcium-channel blockers), with a gradual DBP reduction to values below 90 mmHg in the following 2 to 3 months.1 , 2 , 5 , 22

6. Malignant or Accelerated Hypertension

Malignant hypertension is characterized by hypertension at varying levels, but usually very high BP (stage 3), retinopathy with papilledema, and rapidly progressive TOD (kidneys and heart), with a fatal outcome in the absence of therapeutic intervention ( Figure 1 ). Severe BP elevation in the presence of retinal hemorrhages and exudates but no papilledema on fundoscopy is known as accelerated hypertension ( Figure 2 ). After demonstration that the clinical findings and prognosis of these two forms of hypertension are similar,34 the terms “malignant” and “accelerated” became interchangeable, and the World Health Organization currently uses the term accelerated-malignant to define this complication. Characteristically, malignant hypertension presents with systemic vascular changes affecting particularly the kidneys (known as malignant nephrosclerosis) and involving basically two processes: (a) proliferative endarteritis affecting small and large arterioles with intimal thickening, fragmentation, and reduplication of the internal elastic lamina and smooth muscle proliferation; the progression of this lesion, which resembles an “onion skin,” may lead to occlusion of the vessel lumen with consequent reduction in renal blood flow; (b) necrotizing changes in arterioles, especially in the glomerular hilum, and vessel wall reconstruction with eosinophilic granular material that exhibits the characteristics of fibrin (fibrinoid necrosis), causing destruction of the normal morphology and deep lumen narrowing. These changes may occur in organs other than the kidneys and are primarily responsible for the fatal complications of the disease ( Figure 3 ).35 The prognosis of malignant hypertension is almost always fatal if not early recognized or properly treated; in the past, the associated mortality reached 80% within 2 years.36 However, since the introduction of antihypertensive treatment, studies have shown that the survival of individuals with malignant hypertension has improved substantially.37 - 39 In a publication including almost 500 patients in Birmingham (United Kingdom), the authors reported a significant improvement in 5-year survival from 32% before 1977 to 91% in patients diagnosed between 1997 and 2006.38 Management of patients with malignant hypertension usually includes the use of four classes of drugs, and hypertensive complications may stabilize and, in some cases, even be reversed.

Figure 1. – Normal fundoscopy (A). Fundoscopy of an individual with malignant hypertension and papilledema (B).

Figure 1

Figure 2. – Fundoscopy showing normal papillae, diffuse arteriolar narrowing, areas with superficial hemorrhage, and microaneurysms (grade III hypertensive retinopathy according to the Keith-Wagener classification).

Figure 2

Figure 3. – Anatomopathological lesions typical of accelerated-malignant hypertension. Fibrinoid necrosis of an afferent arteriole (arrow) (A). Obliterating endarteritis ("onion skin" lesions) (B).

Figure 3

7. Stroke and Hypertensive Emergency

Stroke may present as a HE. Individuals with chronic hypertension present a right shift in the autoregulation curve for CBF causing them to tolerate substantially higher BP values without developing encephalopathy. Patients with chronic hypertension who have their BP values aggressively and rapidly reduced may present symptoms of cerebral hypoperfusion, even when the values are within the autoregulation range, as observed in normotensive individuals. Finally, patients with severe hypertension may lose the ability of autoregulation, thus presenting an increased risk of cerebral ischemia with abrupt BP reductions.16 - 18

7.1. Ischemic Stroke

In ischemic stroke, careful BP reductions of 10 to 15% are recommended at the end of the first hour after initiation of therapy and only if SBP is > 220 mmHg or DBP is > 120 mmHg.40 If SBP is > 180 to 230 mmHg or DBP is > 105 to 120 mmHg and the patient is not undergoing thrombolysis, the following therapy is recommended: intravenous labetalol 10 mg followed by continuous infusion at a dose of 2 to 8 mg/min; or nicardipine at the cited doses until the desired effect is obtained. If uncontrolled BP or DBP > 140 mmHg persists, intravenous sodium nitroprusside should be considered.40

In the case of individuals with elevated BP and indication for thrombolytic therapy with alteplase, BP should be carefully reduced until SBP < 185 mmHg and DBP < 110 mmHg before administration of the thrombolytic. If BP remains above 185/110 mmHg, thrombolytic therapy should not be administered.40 Labetalol is the first medication of choice, and nicardipine is the alternative therapy. A dose of intravenous labetalol of 10 to 20 mg is recommended for 1 to 2 minutes (may be repeated once). Nicardipine is recommended at the dose of 5 mg/h and administered intravenously, with dose titration of 2.5 mg/h every 5 to 15 minutes (maximum dose of 15 mg/h). During or after thrombolysis or other reperfusion therapy, BP should be maintained at or below 180/105 mmHg.40

7.2. Hemorrhagic Stroke

Treatment goals in hemorrhagic stroke are controversial.41 - 43 Elevation in BP is common during acute intracerebral hemorrhage and is associated with a higher risk of expansion of the hematoma, increased risk of death, and worse recovery prognosis. In this case, immediate (within 6 hours) decrease in BP to values < 140/90 mmHg has shown no benefit in the primary outcome of disability or death at 3 months, despite reducing the expansion of the hematoma and improving functional recovery.41 In contrast, another study has shown that a more intensive reduction in SBP is not beneficial and is associated with a greater number of adverse renal events.42 Thus, in individuals with hemorrhagic stroke, European guidelines recommend against immediate BP reduction for patients with SBP < 220 mmHg.44 In individuals with SBP ≥ 220 mmHg, careful BP reduction with intravenous therapy to achieve SBP < 180 mmHg should be considered44 . Labetalol, at the aforementioned doses, is the first therapeutic choice, and sodium nitroprusside and nicardipine are the alternative therapies.1 - 4 , 28

8. Acute Coronary Syndromes and Hypertensive Emergency

Epidemiological data indicate that acute coronary syndrome (ACS) is the leading cause of death and hospitalization in patients with HE. Additionally, almost 50% of all patients with hypertension admitted to the emergency room die of acute myocardial infarction (AMI) during long-term follow-up. Notably, no differences have been found when other risk factors are present, such as smoking or diabetes mellitus.11 , 45 Obviously, hypertension is associated with acute coronary events as a risk, atherogenic, and hemodynamic factor, imposing profound effects on cardiovascular morbidity and mortality. During a HE, increased BP causes mechanical stress and endothelial injury, leading to increased vascular permeability, activation of the coagulation cascade and platelets, fibrin deposition, and thrombosis. This process results in ischemia and release of vasoactive mediators, leading to a vicious cycle of permanent injury. The activation of the renin-angiotensin system leads to increased vasoconstriction and production of proinflammatory cytokines (tumor necrosis factor [TNF]-alpha, interleukin [IL]-6, etc.). It also increases NADPH oxidase activity and production of reactive oxygen species, causing oxidative stress. These mechanisms promote hypoperfusion, myocardial ischemia, and endothelial dysfunction, which manifest during the HE.14 , 15

Assessment of cardiovascular risk and investigation of comorbidities are essential in the approach to patients presenting with HE and ACS. Electrocardiography is the gold standard for the detection of ischemia or acute coronary events. Also, vital signs (BP, oxygen saturation, and heart rate) should be carefully measured during physical examination in patients with HE. Laboratory analysis includes the quantification of cardiac enzymes and determination of troponin I. In a retrospective study, patients with HC and increased cardiac troponin I (cTn-I) concentration were 2.7 times more likely to present adverse cardiovascular events and stroke at 2 years of follow-up compared with those with normal cTn-I values.46

Treatment of HE associated with ACS should initiate with nitroglycerin infusion. Nitroglycerin is a venodilator that reduces preload and cardiac oxygen demand. This agent is used mainly in ACS and acute edema along with other antihypertensive regimens.47 - 49 An alternative to nitroglycerin intolerance is the administration of dihydropyridine calcium-channel blockers (amlodipine, nicardipine), as they are useful for patients with ACS because of their beneficial effect on coronary blood flow. Alternatively, clevidipine – a short-acting calcium-channel blocker – may be administered intravenously, and since its dosing regimen is not based on weight, it allows for prolonged infusion and successful transition to oral therapy.50 If available, especially in ST-segment elevation ACS, primary angioplasty is the best choice for reperfusion therapy in patients with HE, as thrombolysis may increase the risk of cerebral bleeding.47 - 49 , 51

Beta-blockers like labetalol (a nonselective alpha-1-adrenergic receptor blocker), which reduces systemic vascular resistance while maintaining cerebral, renal, and coronary blood flow, or esmolol (a short-acting cardioselective beta-1 blocker with fast onset of action) are indicated to attenuate the increase in heart rate, reduce myocardial oxygen consumption without compromising the left ventricular diastolic filling, and improve prognosis.28 Additionally, BP reduction decreases the risk of pulmonary edema and the size of the infarct zone.52 Tolerance to higher maintenance doses of esmolol is a good predictor of results with oral beta-blocker therapy.53

The optimal BP value after ACS remains controversial. Several studies have shown an inverse relationship between DBP and ischemic adverse cardiac events ( i.e. , the lower the DBP, the higher the risk of coronary heart disease and adverse outcomes). This effect is defined as the J-curve phenomenon, which describes the shape of the relationship between BP and the risk of cardiovascular morbidity and mortality.54 This profile seems to be more pronounced in patients with underlying coronary artery disease.55

9. Acute Left Ventricular Dysfunction in Hypertensive Emergency

Acute left ventricular dysfunction is best known as APE. HE, acute mitral regurgitation (papillary muscle dysfunction secondary to ischemic disease or spontaneous rupture), and ACS are the most common causal factors of cardiogenic APE.56 , 57 About 1/3 of the patients admitted with APE and HE have preserved left ventricular function. Patients with HE presenting manifestations of APE should be managed in an intensive care unit, receive parenteral medications and monitoring, and undergo gradual BP decrease.58 Nitroglycerin and sodium nitroprusside are used to reduce preload and afterload. Administration of loop diuretics also decreases volume overload and helps reduce BP. The use of noninvasive continuous positive airway pressure may help reduce pulmonary edema and venous return.28 , 59

10. Acute Aortic Syndromes

Acute aortic syndrome (AAS), a term currently comprising aortic dissection (AD), intramural hematoma (IMH), and penetrating atherosclerotic ulcerations (PAU), has an incidence that ranges from 3.5 to 6.0 per 100,000 patients/year.60 Given its high mortality rate, AAS should be considered and promptly diagnosed in patients with acute chest or back pain, especially if associated with hypertension. Computed tomography, magnetic resonance imaging, and transesophageal echocardiography are reliable imaging tests to diagnose AAS, while measurement of serum D-dimer has shown 51.7 to 100% sensitivity and 32.8 to 89.2% specificity in six studies.61

Of all AAS types, AD is the most common (85 to 95%), followed by IMH (0 to 25%) and PAU (2 to 7%).61 According to the Stanford classification, AAS is divided into type A, which involves the ascending aorta, and type B, which does not involve this segment. In contrast, the DeBakey classification divides AAS into type I, which involves at least the ascending aorta and the aortic arch and often also the descending aorta; type II, which is confined to the ascending aorta; and type III, which originates in the distal descending aorta and affects the left subclavian artery.60 AAS may be associated with several risk factors including the male sex, advanced age, first-degree relatives with a history of AAS, hypertension, dyslipidemia, smoking, illicit drug use, history of major vascular arteritis ( e.g. , Takayasu arteritis), collagen vascular disease (like Marfan’s, Loeys-Dietz, and Ehlers-Danlos syndrome), blunt trauma from motor vehicle accident or vertical fall, arterial instrumentation for diagnostic or therapeutic purposes, or hereditary mutations in genes encoding proteins involved with vascular integrity (such as mutation in the ACTA2 gene).60

10.1. Treatment

Treatment of AAS requires a multidisciplinary approach involving clinical, endovascular, and surgical interventions.62 Type A ADs have a poor prognosis and an overall in-hospital mortality of 30%, with a mortality increase of 1 to 2% per hour of progression.63 Without intervention, the mortality is about 58%, compared with 26% with surgical intervention.63 Open surgery is the ideal treatment for type A AAS (ascending aorta), and thoracic endovascular aortic repair is best suited to treat type B AAS (descending aorta).64 - 66 Endovascular surgery has been shown to be better than medical treatment (97% vs. 43%) considering the favorable aortic remodeling, false lumen thrombosis, and absence of aortic dilation or rupture.66

Initial management of AD involves pain control and use of antihypertensive agents. Intravenous beta-blockers (metoprolol, esmolol, or labetalol) should be administered to reduce wall stress, lowering heart rate and BP and maintaining adequate cerebral, coronary, and renal perfusion.60 Administration of beta-blockers should be completed before BP reduction with afterload reducing agents. Guidelines recommend a SBP reduction to 100 to 120 mmHg and a heart rate below 60 bpm.65 In case of intolerance to beta-blockers, non-dihydropyridine calcium-channel blockers (verapamil or diltiazem) should be used.67 After proper beta blockade, afterload should be reduced. Although angiotensin-converting enzyme inhibitors (ACEIs) have not shown significant benefits in terms of mortality, they have been used as adjuvant agents to reduce BP.68 Sodium nitroprusside may also be used after beta blockade since, as monotherapy, this agent may increase shear stress of the aortic wall resulting in progression of the dissection.60 To date, there is no known indication for early platelet blockade in AD control.60 Several studies have shown that the use of statins reduces the growth rate of abdominal aortic aneurysm (AAA) and decreases the likelihood of recurrent rupture after repair.69 Still, the role of statins in AAS is unclear.69 Effective pain management with morphine sulfate, fentanyl, or opiate should be implemented.60

11. Hypertensive Emergencies During Pregnancy

Hypertension is the most common medical problem in pregnancy, manifesting in up to 10% of all pregnancies and accounting for about 25% of prenatal hospital admissions; it is also an important cause of maternal and fetal morbidity and mortality. Women with hypertension during pregnancy are at higher risk for future hypertensive disease, stroke, and coronary artery disease.70 , 71 The definition of hypertension in pregnancy follows the same criteria of the Brazilian Guideline of Arterial Hypertension, i.e., BP ≥ 140/90 mmHg. Hypertension during pregnancy is considered severe when SBP values are ≥ 160 to 170 mmHg and DBP are ≥ 110 mmHg.72 Thus, hypertension may precede (in this case, chronic hypertension) or develop during the course of pregnancy (preeclampsia/eclampsia/gestational hypertension), characterizing four different categories of hypertension:70 - 72

  1. Chronic hypertension begins before pregnancy or is diagnosed before the 20th week of gestation. Only 20 to 25% of the cases of chronic hypertension in pregnancy progress to preeclampsia.

  2. Gestational hypertension is the most common disorder (10% of the cases occur in primiparous women; 20 to 25% of the cases overlap chronic hypertension). It develops after the 20thgestational week and is not accompanied by proteinuria. BP returns to normal values 1 to 2 weeks after delivery. Progresses with a favorable maternal and fetal prognosis.

  3. Preeclampsia/eclampsia. Preeclampsia (PE), a process specific of pregnancy, is defined by hypertension that appears after the 20thgestational week and presents with proteinuria (> 300 mg/24 hours or protein/creatinine ratio > 300 mg/g), edema, and sometimes abnormal coagulation and liver function. Preeclampsia can progress rapidly to eclampsia, a clinical condition characterized by tonic-clonic seizures preceded by severe hypertension, headache, and hyperreflexia. Cerebral hemorrhage is the most serious complication, with a high rate of maternal mortality. Proteinuria and elevated BP should return to normal within 12 weeks after delivery.

  4. Chronic hypertension with preeclampsia/overlapping eclampsia. This condition should be suspected in the presence of microalbuminuria (30 to 300 mg in 24-hour urine or 30 to 300 mg/g albumin/creatinine ratio in spot urine), increase in preexisting proteinuria, clinical or laboratory abnormality characteristic of preeclampsia, or elevation in preexisting BP levels after the 20thgestational week in a patient with chronic hypertension.

11.1. Treatment

The two main key points in the treatment of HC in pregnancy are (1) stabilization of the mother, including the use of antihypertensive medications that are safe and appropriate for use in pregnancy, and delivery recommendation; and (2) fetal well-being, which must be confirmed by fetal monitoring and ultrasound.

Pharmacological treatment should be initiated at BP levels > 150/100 mmHg, aiming at maintaining the levels at 130 to 150/80 to 100 mmHg (degree of recommendation [DR]: IIa; level of evidence [LE]: B). In patients with preeclampsia in stable clinical condition without the need for immediate delivery, oral antihypertensive treatment is indicated.72 In Brazil, the oral medications that are usually administered are methyldopa, hydralazine, calcium-channel antagonists (long-acting nifedipine, amlodipine), and beta-blockers (preferably pindolol). Pregnant women with chronic hypertension may continue the use of thiazides, as long as they do not promote volume depletion.73 The use of renin-angiotensin system blockers is contraindicated in pregnancy (DR: I; LE: B).72

Urgent pharmacological treatment is indicated in severe hypertension (SBP > 155 to 160 mmHg) and in the presence of premonitory signs (DR: I; LE: B). Intravenous hydralazine is recommended (5 mg, repeat 5 to 10 mg every 30 minutes to a maximum of 20 mg). Sodium nitroprusside may be considered for urgent BP control, especially in the presence of APE and severe and refractory hypertension.72

Magnesium sulfate is the medication of choice for both treatment and prevention of seizures during eclampsia. The patient should be monitored in terms of urine output, patellar reflexes, respiratory rate, and oxygen saturation. Plasma magnesium should be maintained between 4 and 7 mEq/L and measured in the occurrence of renal disease. If magnesium sulfate intoxication is suspected, calcium gluconate should be administered.70 , 71

12. Adrenergic Emergencies

Neuroendocrine tumors associated with sympathetic tissue with the potential to secrete catecholamines are rare and include pheochromocytomas (adrenal medulla) and paragangliomas (non-adrenal tissue). Diagnosis, location, and anatomical delineation of these tumors involve measurement of catecholamines and their metabolites in blood and urine, computed tomography and/or magnetic resonance imaging, and metaiodobenzylguanidine (I123) scintigraphy. Symptoms may occur at any stage of life, are nonspecific, and depend on the release of catecholamines into the bloodstream; BP elevation, palpitations, and headache may occur. Surgical removal of these tumors is always indicated to cure or prevent cardiovascular disease secondary to catecholamine excess.74 BP in these patients may be sustained or paroxysmal, and a marked increase in BP may characterize an impending life-threatening HE. This occurs by activation of alpha receptors by catecholamines. The Brazilian Guideline on Hypertension recommends a diagnostic flowchart for neuroendocrine tumors (pheochromocytoma and paragangliomas), which is shown in Table 4 .75Figure 4 shows the imaging methods used for diagnostic confirmation in the occurrence of an abnormal biochemical test.

Table 4. – Flowchart from the 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension for clinical and laboratory diagnosis of cases of pheochromocytoma and paraganglioma.

Clinical findings Suspected diagnosis Additional studies
- Paroxysmal hypertension with headache, sweating, and palpitations Pheochromocytoma - Free plasma metanephrines
- Resistant hypertension - Urinary metanephrines and serum catecholamines
- Imaging tests

Figure 4. – Imaging methods for diagnostic confirmation of pheochromocytoma.

Figure 4

Whole-body scintigraphy is obtained to identify the location of extra-adrenal neuroendocrine tumors (paragangliomas). This test is recommended in cases of abnormal biochemical tests and negative imaging tests. It should always be performed after verification and discontinuation of medications that may interfere with their interpretation (sympathomimetics, calcium-channel blockers, cocaine, antidepressants, and labetalol), which should be suspended 14 days prior to the test. Whole-body scintigraphy is contraindicated during pregnancy.76 After a diagnosis of neuroendocrine tumor, the proposed treatment is always surgical, preceded by pharmacological preparation and hydration to prevent or mitigate the occurrence of HC or hypotension during surgery ( Table 5 ).76 In this situation, intravenous antihypertensive medications are administered (initially alpha-blockers and later beta-blockers). Continuous infusion of sodium nitroprusside (0.25 to 10 mg/kg/min) or phentolamine (continuous infusion of 1 to 5 mg with a maximum dose of 15 mg) may be used with markedly increased BP.75 - 77

Table 5. – Preoperative care in cases of pheochromocytoma.

High-sodium diet and hydration (lacks evidence):
- Saline infusion during surgery (1 to 2 L)
- Revert volume contraction
- Prevent hypotension

Pharmacological preparation:

- Alpha-adrenergic blockade
- Beta-blockers
- Calcium-channel blockers
- No evidence regarding target blood pressure

Laparoscopic adrenalectomy (most cases):

- For paragangliomas (minority)

Open adrenalectomy (for paragangliomas):

- For pheochromocytoma (minority)

13. Illicit Drugs and Hypertensive Emergency

In the emergency room, patients with HC and sympathetic hyperactivity should raise suspicion of amphetamine or cocaine intoxication, as well as abusive use of other drugs like serotonin reuptake inhibitors, monoamine oxidase inhibitors, and use of cytotoxic or antiangiogenic medications.52

Cocaine has multiple cardiovascular and hematological effects that contribute to BP elevation, development of myocardial ischemia, and/or AMI due to coronary vasoconstriction. Cocaine, even in small doses, blocks norepinephrine and dopamine reuptake in presynaptic adrenergic terminals, causing catecholamine accumulation in the postsynaptic receptor, thus acting as a powerful sympathomimetic agent.78 As a result, cocaine causes a dose-dependent increase in heart rate and BP.79 In addition, cocaine use may reduce left ventricular function associated with increased parietal stress at the end of systole and increased oxygen demand. The chronotropic effects of cocaine use are intensified by alcohol consumption.80 Cocaine-induced vasoconstriction is secondary to stimulation of alpha-adrenergic receptors in the smooth muscle cells of the coronary circulation. This drug also increases the release of endothelin-181 and decreases the bioavailability of nitric oxide, promoting BP elevation.82 Treatment with benzodiazepines is initially indicated. When BP reduction is required, a competitive intravenous alpha-blocker agent is indicated (phentolamine). Alternatively, nicardipine or sodium nitroprusside may be considered.83 Clonidine may also be considered because of its sedative effect in addition to sympatholytic action.

In ACS, treatment with nitroglycerin and aspirin is recommended concomitantly with benzodiazepines. In the presence of ACS with tachyarrhythmias, non-dihydropyridine calcium-channel blockers (diltiazem and verapamil) are recommended. Beta-blockers (including labetalol) are contraindicated since these agents are unable to reduce the coronary vasoconstriction.84 Nicardipine may also be a good alternative for patients with HE induced by cytotoxic or antiangiogenic drugs.

14. Postoperative Hypertensive Emergency Following Vascular Surgery

The concept of “postoperative hypertensive emergency” differs from that of ambulatory hypertensive emergency/urgency because of the occurrence of this unique clinical situation in an atypical (postoperative) setting. Notably, moderately elevated BP values in the postoperative setting may require immediate treatment.85

Postoperative hypertensive emergency (POHE) is arbitrarily defined as elevation of SBP to levels > 190 mmHg and/or DBP to levels > 100 mmHg confirmed in two consecutive readings during the immediate postoperative period.86 A 40 to 50 mmHg elevation in SBP or increase in BP values greater than 20% in relation to baseline values may also characterize postoperative hypertension.87 This increase in BP values usually begins 10 to 20 minutes after surgery and can last up to 4 hours. The pathophysiology of POHE in patients previously normotensive is associated with peripheral vasoconstriction, catecholamine release, reduced baroreceptor sensitivity, central adrenergic activation, vasopressin release, stimulation of the renin-angiotensin system with consequent angiotensin II production, release of inflammatory cytokines (IL-6), and sodium retention. All these changes result in vasoconstriction, increase in afterload and SBP/DBP, and tachycardia. If left untreated, postoperative hypertension increases the risk of myocardial ischemia, AMI, APE, stroke, and bleeding, as well as postoperative mortality.88 , 89

POHE occurs in 40 to 80% of the patients undergoing carotid endarterectomy or open cardiac surgery, 57% of the patients undergoing abdominal aortic surgery and 29% of those undergoing peripheral vascular surgery.90 - 92 In particular, acute and severe hypertension with SBP elevation > 220 mmHg may occur in 9% of the individuals undergoing carotid endarterectomy.93 This manifestation, which may be transient, is related to carotid sinus manipulation and may cause hematoma, myocardial ischemia, and cerebral hyperperfusion with consequent neurological damage.94 Other proposed mechanisms include iatrogenic denervation,95 decreased baroreflex activity,96 reduced carotid sinus sensitivity, and increased production of cerebral renin and/or catecholamines.97 , 98

HE may also occur after surgical correction of aortic coarctation. The etiology is multifactorial and includes changes in the baroreceptor reflex, activation of the sympathetic system and renin-angiotensin system, and expansion of the extracellular volume.99 The stimulation of sympathetic nerve fibers located in the middle layer and adventitia of the aortic isthmus has two effects, both resulting in hypertension. Initially, peripheral release of norepinephrine occurs, with consequent vasoconstriction and BP elevation. Next, stimulation of juxtaglomerular cells occurs, releasing renin and promoting additional hypertension. Secondarily, increased renin production causes blood shunting from the mesenteric arteries, thus triggering abdominal symptoms in the so-called post-coarctectomy syndrome.100

Before initiating antihypertensive pharmacological treatment, reversible causes of postoperative hypertension should be investigated, such as pain, hypoxia, hypercapnia, agitation, bladder distension, and hypervolemia.101 Proper analgesia and sedation are considered to be requirements before the initiation of antihypertensive therapy.102 When POHE is present, the distinction between emergency and urgency is mandatory.1 - 4 The therapeutic goal is not necessarily to normalize BP but to interrupt the vascular injury and reverse the pathological process. Progressive BP reductions, as reported in the general principles of HE treatment, should be achieved.1

Footnotes

Development: Department of Hypertension of the Brazilian Society of Cardiology

Norms and Guidelines Council (2020-2021): Brivaldo Markman Filho, Antonio Carlos Sobral Sousa, Aurora Felice Castro Issa, Bruno Ramos Nascimento, Harry Correa Filho, Marcelo Luiz Campos Vieira

Norms and Guidelines Coordinator (2020-2021): Brivaldo Markman Filho

This statement should be cited as: Vilela-Martin JF, Yugar-Toledo JC, Rodrigues MC, Barroso WKS, Carvalho LCBS, González FJT et al. Luso-Brazilian Position Statement on Hypertensive Emergencies – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4)736-751

Note: These statements are for information purposes and are not to replace the clinical judgment of a physician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES