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. 2020 May 12;114(4):732–735. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20190220
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Ações Transmurais Inotrópicas e Antiarrítmicas da Ranolazina em um Modelo Celular da Síndrome do QT Longo Tipo 3

Victor Martins Miranda 1, Samuel Santos Beserra 1, Danilo Roman Campos 1
PMCID: PMC9744353  PMID: 32491007

Resumo

A Ranolazina (RANO), conhecida na clínica como Ranexa, é um fármaco que previne a arritmia cardíaca através da inibição da corrente de sódio tardia (INaT). Um gradiente de voltagem transmural do canal Nav1.5 encontra-se na parede ventricular esquerda do coração. Assim, investigamos os efeitos da RANO em cardiomiócitos saudáveis e em modelo celular da Síndrome do QT longo tipo 3 (SQTL tipo 3). Usamos células isoladas do endocárdio (ENDO) e do epicárdio (EPI) e um software de medição com detecção de bordas por vídeo e microscopia de fluorescência para monitorar os transientes de cálcio. A RANO (0,1, 1, 10 e 30 uM, a 25OC) em uma série de frequências de estimulação teve impacto pouco significativo sobre ambos os tipos de células, mas a RANO (30uM) a 35OC minimizou o encurtamento dos sarcômeros em ~21% para células do endocárdio. Em seguida, para simular a SQTL tipo 3, as células do ENDO e EPI foram expostas à toxina ATX-II da anêmona do mar, que aumenta a INaT. As arritmias celulares induzidas por ATX-II foram suprimidas com o uso da RANO (30 µM) a 35OC. Com base nesses resultados, podemos concluir que a RANO tem um impacto pouco significativo sobre o encurtamento dos sarcômeros de células saudáveis do ENDO e EPI. Além disso, ela suprime as arritmias induzidas por INaT para níveis semelhantes nas células do ENDO e EPI.

Keywords: Arritmias, Síndrome do QT Longo do Tipo 3, ATX-II, Ranolazina, Corrente Tardia de Sódio, Contração

Introdução

A arritmia nas doenças cardiovasculares é uma das principais causas de morte no mundo todo.1 A ação antiarrítmica da ranolazina é atribuída à diminuição do componente de inativação lenta da corrente cardíaca interna através do Nav1.5, conhecida como corrente de sódio tardia (INaT).2 Apesar dos avanços importantes na compreensão dos mecanismos celulares subjacentes à ação da RANO, a sua ação transmural nas células musculares do coração permanece incerta. Consequentemente, neste estudo, nossa hipótese é que a RANO desempenha uma ação transmural nas células saudáveis do endocárdio (ENDO) e epicárdio (EPI) estimuladas por região, bem como nas arritmias e perturbação do cálcio induzidas pela toxina de anêmona (ATX-II),3 que aumenta a INaT e simula vários aspectos da Síndrome do QT longo tipo 3 (SQTL tipo 3), uma doença relacionada ao aumento da INaT nas células do coração.2

Métodos

Animais

Foram usados ratos Wistar machos (160-250 g; com 5 a 7 semanas de vida) nos experimentos. Todos os procedimentos experimentais foram realizados conforme as diretrizes institucionais, e o estudo foi aprovado pelo Comitê de revisão ética local. Os cardiomiócitos foram isolados conforme descrito anteriormente.4

O encurtamento do sarcômero e o transiente de cálcio

Os experimentos foram conduzidos como descrito anteriormente pelo nosso grupo.5 As células foram perfundidas com RANO (Alomone, Israel) a 0,1, 1, 10, ou 30 µM a partir de uma solução stock de 10 mM. Os dados foram normalizados como a função de contração do sarcômero antes da exposição à RANO. Para acessar o efeito antiarrítmico da RANO após exposição ao ATX-II (6 nM) (Alomone, Israel), os tempos para 90% de relaxamento do sarcômero (T90R) e recaptação de cálcio (T90Ca2) foram registrados como índices arrítmicos. Adicionalmente, 10 mM de Tetrodotoxina (TTX) (Alomone, Israel) foi utilizado para confirmar que o fenótipo observado era de fato decorrente da INaT.

Análise estatística

Todos os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média. Diferenças significativas foram determinadas usando o teste de T não pareado de duas amostras ou ANOVA de uma via para medidas repetidas, seguidos de análises post-hoc (Teste de Tukey). Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Os cardiomiócitos de pelo menos dois corações diferentes foram usados em cada experimento.

Resultados e Discussão

Estudos anteriores demonstraram que os cardiomiócitos saudáveis apresentam INaT.6 Além disso, um gradiente de corrente de sódio foi registrado na parede ventricular esquerda que, conforme vem sendo relatado, é maior nas células do ENDO no que nas células do EPI.7 Desse modo, levantamos a hipótese de que as células do ENDO apresentam maior INaT quando comparadas com as células do EPI. Uma vez que a INaT modula o [Ca2]i nos cardiomiócitos,8 a RANO seria capaz de minimizar a contração em ambos os grupos celulares, porém com maior potência nas células do ENDO e EPI. Para testar essas hipóteses, as células foram perfundidas a 25oC com RANO; Entretanto, a RANO não foi capaz de minimizar o encurtamento do sarcômero nos cardiomiócitos do ENDO e do EPI ( Figuras 1A e C ). Uma tendência semelhante foi observada quando os cardiomiócitos foram expostos à RANO (30 µM) e estimulados a 0,2 Hz. Quando as células do ENDO e EPI foram expostas à RANO (30 µM) e estimuladas a 0,2 Hz, usando uma solução de perfusão a 35oC, o encurtamento do sarcômero foi reduzido nas células do ENDO em ~21% (p < 0.05), mas não nas células do EPI ( Figuras 1B e D ). Desse modo, corroborando os achados anteriores, nossos resultados sugerem que as células saudáveis do ENDO de fato apresentam maior INaT do que as células do EPI. Entretanto, também é importante observar que a RANO (30 µM) também poderia bloquear a corrente de cálcio tipo L nos cardiomiócitos.9

Figura 1. – Efeito Inotrópico da ranolazina (RANO) sobre o encurtamento do sarcômero dos cardiomiócitos do ENDO e EPI. Registros característicos de encurtamennto do sarcômero antes (preto (25ºC) e azul (35ºC)) e após (cinza claro (25ºC) e vermelho (35ºC)) exposição do cardiomiócito do ENDO (esquerda) e EPI (direita) à RANO ((A) 10 and (B) 30 µM). Efeito inotrópico da RANO (0,1, 1, e 10 µM) (C) e 30 µM (D) sobre o encurtamento do sarcômero (barras superiores); tempo normalizado de contração do sarcômero para 50% (T50C) (barras do meio) e; tempo normalizado de relaxamento do sarcômero para 50% (T50R) (barras inferiores). As barras tracejadas representam as células do EPI (n = 3–6 células/concentração). *p < 0,05, na comparação antes e depois de exposição à RANO.

Figura 1

Para melhor compreensão do mecanismo subjacente ao encurtamento do sarcômero induzido por RANO, experimentos posteriores foram realizados a 35OC. Os cardiomiócitos foram carregados com Fura-2/AM para monitorar a oscilação de cálcio durante a contração celular, e as células foram expostas à ATX-II para aumentar a INaT e induzir um fenótipo de SQTL tipo 33 ( Figura 2 ). As células do ENDO ( Figuras 2A, B e C ) e do EPI ( Figuras 2D, E e F ) expostas ao ATX-II mostraram evidentes perturbações do cálcio e arritmias mecânicas simultâneas. A RANO (30 µM) minimizou expressivamente o fenótipo arrítmico induzido por ATX-II em ambos os grupos celulares para extensões similares. Para confirmar que o fenótipo arrítmico observado nos nossos experimentos foram realmente atribuídos à INaT, as células foram expostas ao ATX-II (6 nM) [ Figura 2A (iv) e Figura 2D (iv) ], após exposição a 10 µM de TTX e ATX-II (6 nM) [ Figura 2A (v) e Figura 2D (v) ]. Os resultados confirmaram que o fenótipo arrítmico observado foi decorrente do incremento da INaT. Apesar de as células do ENDO dos ratos ter apresentado maiores correntes de sódio em relação às células do EPI,7 , 10 o fenótipo arrítmico induzido por ATX-II e a extensão dos efeitos antiarrítmicos da Raneza foram semelhantes em ambos os grupos celulares.

Figura 2. – Ação da ranolazina (RANO) nos cardiomiócitos do ENDO e EPI expostos ao ATX-II e estimulados a 0,2 Hz. Traços característicos de transientes de cálcio (traços superiores) e encurtamento dos sarcômeros dos cardiomiócitos (traços inferiores) após contato com solução de Tyrode (i), ATX-II (6 nM) (ii), ATX-II (6 nM) + RANO (30 µM) (iii), ATX-II (6 nM) (iv), e ATX-II (6 nM) + TTX (10 µM) (iv) nas células do ENDO (A) e EPI (D). Tempo para 90% de receptação de Ca2+ nas células do ENDO (n = 8 células) (B) e EPI (n = 6 células) (E). Tempo para 90% de relaxamento do sarcômero nas células do ENDO (C) e EPI (F). * p < 0,05, quando comparado com o grupo ATX-II.

Figura 2

Curiosamente, o intervalo de concentração terapêutica da RANO é de 1–10 µM.11 A aparente discrepância no potencial da RANO pode ser explicada pelo fato de que o ATX-II nas doses de 1–10 nM induz maior INaT nos cardiomiócitos do que aquele observado nas doenças cardiovasculares.3 , 6

Conclusão

A RANO exerceu pouca influência sobre o encurtamento do sarcômero de cardiomiócitos saudáveis e suprimiu as arritmias induzidas por INaT a extensões semelhantes nas células do ENDO e EPI.

Funding Statement

Fontes de financiamento

Vinculação acadêmica

Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Victor Martins de Miranda pela Universidade Federal de São Paulo.

Aprovação ética e consentimento informado

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do CEUA UNIFESP sob o número de protocolo 2435/70816. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013.

Fontes de financiamento

O presente estudo foi financiado pela FAPESP nº 2014/09861-1.

Referências

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Arq Bras Cardiol. 2020 May 12;114(4):732–735. [Article in English]

Inotropic and Antiarrhythmic Transmural Actions of Ranolazine in a Cellular Model of Type 3 Long QT Syndrome

Victor Martins Miranda 1, Samuel Santos Beserra 1, Danilo Roman Campos 1

Abstract

Ranolazine (RANO) prevents cardiac arrhythmia by blocking the late sodium current (INaL). A transmural gradient of Nav1.5 is found in the left ventricular wall of the heart. Thus, we investigated the effects of RANO in healthy cardiomyocytes and in a cellular model of type 3 long QT syndrome (LQT3). We used isolated endocardium (ENDO) and epicardium (EPI) cells and a video edge detection system and fluorescence microscopy to monitor calcium transients. RANO (0.1, 1, 10 and 30 uM, at 25oC) at a range of pacing frequencies showed a minor impact on both cell types, but RANO at 30uM and 35oC for ENDO cells attenuated sarcomere shortening by~21%. Next, to mimic LQT3, we exposed ENDO and EPI cells to anemone toxin II (ATX-II), which augments INaL. Cellular arrhythmias induced by ATX-II were abrogated by RANO (30 µM) at 35oC. Based on our results we can conclude that RANO has a minor impact on sarcomere shortening of healthy ENDO and EPI cells and it abrogates arrhythmias induced by INaLto a similar level in ENDO and EPI cells.

Keywords: Arrhythmias, Type 3 Long QT Syndrome, ATX-II, Late Sodium current, Ranolazine, Contraction

Introduction

Arrhythmia in cardiovascular diseases is one of the leading causes of death worldwide.1 The antiarrhythmic action of RANO is attributed to reduction in the slow inactivating component of cardiac inward current through Nav1.5, known as the late sodium current (INaL).2 Despite major advances in the understanding of molecular mechanisms underlying RANO action, whether RANO exhibits a transmural action in heart muscle cells remains uncertain. Therefore, in the present study our hypothesis is that RANO has transmural action on healthy field-stimulated endocardium (ENDO) and epicardium (EPI) cells and also on arrhythmias and calcium disturbance induced by anemone toxin II (ATX-II),3 which increases INaLand mimics several aspects of type 3 long QT syndrome (LQT3), a diseased linked to increased INaLin heart cells.2

Methods

Animals

Male Wistar rats (160–250 g; 5–7-week old) were used in the experiments. All experimental procedures were performed in accordance with institutional guidelines, and the study was approved by the local ethical review committee. Cardiomyocytes were isolated as previously described.4

Sarcomere shortening and calcium transient

Experiments were conducted as previously described by our group.5 Cells were perfused with RANO (Alomone, Israel) at 0.1, 1, 10, or 30 µM from a 10 mM stock solution. Data were normalized as the function of sarcomere contraction before RANO exposure. To access the antiarrhythmic effect of RANO following exposure to 6 nM ATX-II (Alomone, Israel), the times to 90% sarcomere relaxation (T90R) and calcium reuptake (T90Ca2) were recorded as arrhythmic indexes. In addition, 10 mM tetrodotoxin (TTX) (Alomone, Israel) was used to confirm that the observed phenotype was indeed due to INaL.

Statistical analysis

All results are expressed as mean ± standard error of the mean. Significant differences were determined using two-sample t-test or one-way ANOVA with repeated measures, followed by Tukey’s post hoc test. P < 0.05 was considered significant. Cardiomyocytes from at least two distinct hearts were used in each experiment.

Results and discussion

Previous studies have shown that healthy cardiomyocytes exhibit INaL.6 Moreover, a gradient of sodium current has been recorded in the left ventricular wall, and it has been reported to be larger in ENDO cells than in EPI cells.7 Thus, we hypothesized that ENDO cells present larger INaLthan EPI cells. Since INaLmodulates [Ca2]i in cardiomyocytes,8 RANO would be able to attenuate contraction in both cell groups, although with greater potency in ENDO cells than in EPI cells. To test this hypothesis, cells were perfused at 25oC with RANO; however, RANO could not attenuate sarcomere shortening in ENDO and EPI cardiomyocytes ( Figures 1 A and C ). A similar trend was observed when cardiomyocytes were exposed to 30 µM RANO and paced at 0.2 Hz. When ENDO and EPI cells were exposed to 30 µM RANO and paced at 0.2 Hz using a superfusion solution at 35oC, cell shortening was attenuated in ENDO cells by ~21% (p < 0.05) but not in EPI cells ( Figures 1B and D ). Thus, corroborating the previous findings, our results suggest that healthy ENDO cells indeed present larger INaLthan EPI cells. However, it is also important to note that 30 µM RANO could also block L-type calcium current in cardiomyocytes.9

Figure 1. – Inotropic effect of ranolazine (RANO) on sarcomere shortening of ENDO and EPI cardiomyocytes. Representative sarcomere shortening recordings before (black (25ºC) and blue (35ºC)) and after (light gray (25ºC) and red (35ºC)) exposure of ENDO (left) and EPI (right) cardiomyocyte to RANO ((A) 10 and (B) 30 µM). Inotropic effect of 0.1, 1, and 10 µM RANO (C) and 30 µM (D) on sarcomere shortening (upper bars); Normalized time to 50% sarcomere contraction (T50C) (middle bars)) and; normalized time to 50% of sarcomere relaxation (T50R) (bottom bars) Hatched bars represent EPI cells (n = 3–6 cells/concentration). *p < 0.05 comparing before and after RANO exposure.

Figure 1

To better understand the mechanism underlying sarcomere shortening induced by RANO, subsequent experiments were performed at 35oC. Cardiomyocytes were loaded with Fura 2-AM to monitor calcium oscillation during cell contraction, and cells were exposed to ATX-II to increase INaLand induce an LQT3 phenotype3 ( Figure 2 ). ENDO ( Figures 2A, B and C ) and EPI ( Figures 2D, E and F ) cells exposed to ATX-II showed clear calcium disturbances and simultaneous mechanical arrhythmias. RANO (30 µM) strongly attenuated the arrhythmic phenotype induced by ATX-II in both cell groups to a similar extent. To confirm that the arrhythmic phenotype observed in our experiments was truly attributed to INaL, cells were exposed to 6 nM ATX-II [ Figure 2A (iv) and Figure 2D (iv) ], following exposure to 10 µM TTX and 6 nM ATX-II [ Figure 2A (v) and Fig 2D (v) ]. The results confirmed that the observed arrhythmic phenotype occurred due to INaLaugmentation. Despite the fact that rat ENDO cells present larger sodium currents than EPI cells,7 , 10 the arrhythmic phenotype induced by ATX-II and the extent of antiarrhythmic effects of RANO were similar in both cell groups.

Figure 2. – Action of ranolazine (RANO) in ENDO and EPI cardiomyocytes exposed to ATX-II and paced at 0.2 Hz. Representative traces of calcium transients (upper traces) and cardiomyocyte sarcomere shortening (lower traces) following exposure to Tyrode’s solution (i), 6 nM ATX-II (ii), 6 nM ATX-II + 30 µM RANO (iii), 6 nM ATX-II (iv), and 6 nM ATX-II + 10 µM TTX (iv) in ENDO (A) and EPI (D) cells. Time to 90% of Ca2+ reuptake in ENDO (n = 8 cells) (B) and EPI (n = 6 cells) (E). Time to 90% sarcomere relaxation in ENDO (C) and EPI (F) cells. * p < 0.05 compared to the ATX-II group.

Figure 2

Interestingly, the therapeutic concentration range of RANO is 1–10 µM.11 The apparent discrepancy in RANO potency may be explained by the fact that ATX-II at doses of 1–10 nM induces larger INaLin cardiomyocytes than that observed in cardiovascular disease.3 , 6

Conclusion

RANO exerted a minor impact on sarcomere shortening of healthy cardiomyocytes and abrogated arrhythmias induced by INaLto a similar extent in ENDO and EPI cells.

Study Association

This article is part of the thesis of master submitted by Victor Martins Miranda, from Universidade Federal de São Paulo .

Ethics approval and consent to participate

This study was approved by the Ethics Committee of the CEUA UNIFESP under the protocol number 2435/70816. All the procedures in this study were in accordance with the 1975 Helsinki Declaration, updated in 2013.

Sources of Funding

This study was funded by FAPESP nº 2014/09861-1.


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