Skip to main content
Arquivos Brasileiros de Cardiologia logoLink to Arquivos Brasileiros de Cardiologia
. 2022 Nov 7;119(5):815–882. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20220734
View full-text in English

Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres – 2022

Glaucia Maria Moraes de Oliveira 1, Maria Cristina Costa de Almeida 2, Celi Marques-Santos 3, Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa 4, Regina Coeli Marques de Carvalho 5, Cláudia Maria Vilas Freire 6, Lucelia Batista Neves Cunha Magalhães 7, Ludhmila Abrahão Hajjar 8, Maria Alayde Mendonça Rivera 9, Marildes Luiza de Castro 10, Walkiria Samuel Avila 8, Alexandre Jorge Gomes de Lucena 11, Andréa Araujo Brandão 12, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo 13, Carla Janice Baister Lantieri 14, Carisi Anne Polanczyk 15, Carlos Japhet da Matta Albuquerque 16, Daniel Born 17, Eduardo Belisário Falcheto 18, Érika Olivier Vilela Bragança 19, Fabiana Goulart Marcondes Braga 8, Fernanda M Consolim Colombo 8, Ieda Biscegli Jatene 20, Isabela Bispo Santos da Silva Costa 8, Ivan Romero Rivera 9, Jaqueline Ribeiro Scholz 8, José Xavier de Melo Filho 21, Magaly Arrais dos Santos 20, Maria Cristina de Oliveira Izar 22, Maria Fátima Azevedo 23, Maria Sanali Moura 24, Milena dos Santos Barros Campos 25, Olga Ferreira de Souza 26, Orlando Otávio de Medeiros 23, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva 27, Stéphanie Itala Rizk 8, Thais de Carvalho Vieira Rodrigues 28, Thaís Rocha Salim 1, Viviana de Mello Guzzo Lemke 29, Elizabeth Regina Giunco Alexandre 20
PMCID: PMC10473826  PMID: 36453774

Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres – 2022

O relatório abaixo lista as declarações de interesse conforme relatadas à SBC pelos especialistas durante o período de desenvolvimento deste posicionamento, 2022

Especialista Tipo de relacionamento com a indústria
Alexandra Oliveira de Mesquita Nada a ser declarado
Alexandre Jorge Gomes de Lucena Nada a ser declarado
Andréa Araujo Brandão
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Servier: Acertil, Acertalix, Acertanlo, Triplixan.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Servier: Acertil, Acertalix, Acertanlo, Triplixan.

Ariane Vieira Scarlatelli Macedo
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer: Anticoagulação e insuficiência cardíaca; Pfizer: Anticoagulação e amiloidose; Jannsen: Leucemia.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer: Insuficiência cardíaca.

Carisi Anne Polanczyk Nada a ser declarado
Carla Janice Baister Lantieri Nada a ser declarado
Carlos Japhet da Matta Albuquerque Nada a ser declarado
Celi Marques Santos Nada a ser declarado
Cláudia Maria Vilas Freire Nada a ser declarado
Daniel Born Nada a ser declarado
Eduardo Belisario Falchetto Nada a ser declarado
Elizabeth Regina Giunco Alexandre
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Lilly: Trulicity, Jardiance, Glyxambi.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novo Nordisk: Ozempic.

Érika Olivier Vilela Bragança
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer: Xarelto; Pfizer: Eliquis; Biocath: dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e arritmias cardíacas.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer: Xarelto; Pfizer: Eliquis; Daiichi Sankyo: Lixiana; Boehringer Ingelheim: Pradaxa. Participação societária de qualquer natureza e qualquer valor economicamente apreciável de empresas na área de saúde, de ensino ou em empresas concorrentes ou fornecedoras da SBC:

  • - Área de Saúde.

Fabiana Goulart Marcondes Braga Nada a ser declarado
Fernanda M. Consolim Colombo
  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Daiichi; Ache; Servier; AstraZeneca; Merck: Anti-hipertensivos.

Gláucia Maria Moraes de Oliveira Nada a ser declarado
Ieda Biscegli Jatene
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca: Palivizumabe.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca: Palivizumabe.

Isabela Bispo Santos da Silva Costa Nada a ser declarado
Ivan Romero Rivera Nada a ser declarado
Jaqueline Ribeiro Scholz Nada a ser declarado
José Xavier de Melo Filho Nada a ser declarado
Lucelia Batista Neves Cunha Magalhães Nada a ser declarado
Ludhmila Abrahão Hajjar Nada a ser declarado
Magaly Arrais dos Santos
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Edwards: Implante transcateter valvar; Boston: Implante transcateter valvar; Medtronic: Implante.

Marcia de Melo Barbosa Nada a ser declarado
Maria Alayde Mendonça Rivera Nada a ser declarado
Maria Cristina Costa de Almeida Nada a ser declarado
Maria Cristina de Oliveira Izar
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Bayer/Xarelto; Daiichi Sankyo/Lixiana; Libbs/Propafenona e Amiodarona; Pfizer/Eliquis.

Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Libbs: Plenance Enze; Servier: Vastarel.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Libbs; Servier: participação em congresso.

Maria Fátima de Azevedo
  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Novo Nordisk: Diabetes; Boehinger: Diabetes; Biolab: Hipertensão e anticoagulante. Vínculo empregatício com a indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras, assim como se tem relação vínculo empregatício com operadoras de planos de saúde ou em auditorias médicas (incluindo meio período) durante o ano para o qual você está declarando:

  • - Unimed Natal.

Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Nada a ser declarado
Marildes Luiza de Castro
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca: Forxiga/Insuficiência cardíaca; Servier: Acertil/Hipertensão arterial.

Milena dos Santos Barros Campos Nada a ser declarado
Olga Ferreira de Souza Nada a ser declarado
Orlando Otávio de Medeiros Nada a ser declarado
Regina Coeli Marques de Carvalho Nada a ser declarado
Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva
  • Declaração financeira

  • A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Boehringer Ingelheim, Novartis Farmacêutica, AstraZeneca, Servier, Libbs.

  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - Boehringer Ingelheim, Novartis Farmacêutica, Novo Nordisk, AstraZeneca.

Stéphanie Itala Rizk Nada a ser declarado
Thais de Carvalho Vieira Rodrigues
  • Outros relacionamentos

  • Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

  • - AstraZeneca.

Thaís Rocha Salim Nada a ser declarado
Viviana de Mello Guzzo Lemke Nada a ser declarado
Walkiria Samuel Avila Nada a ser declarado
Lista de Abreviaturas e Siglas
AAS Ácido Acetilsalicílico
Angio-TC Angiotomografia de Coronárias
APS Atenção Primária a Saúde
AVC Acidente Vascular Cerebral
CAC Escore de Cálcio Coronariano
CC Cardiopatia Congênita
CDI Cardiodesfibrilador Implantável
CV Cardiovascular
DA Doença de Alzheimer
DAC Doença Arterial Coronariana
DALYs Anos de vida ajustados por incapacidade (do inglês, Disability-Adjusted Life Years ) – 1 DALY representa a perda do equivalente a 1 ano de saúde completa
DAP Doença Arterial Periférica
DApC Doenças do Aparelho Circulatório
DCR Doença Cardíaca Reumática
DCV Doenças Cardiovasculares
DEAC Dissecção Espontânea da Artéria Coronária
DG Diabetes Gestacional
DHG Doença Hipertensiva da Gravidez
DIC Doença Isquêmica do Coração
DM Diabetes mellitus
DMV Doença Microvascular
DOACs Anticoagulantes de ação direta
DPP-4 Dipeptidil Peptidase-4
DRC Doença Renal Crônica
DSS Determinantes Sociais de Saúde
ECG Eletrocardiograma
EMI Espessura do Complexo Médio-Intimal
FA Fibrilação Atrial
FEVE Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo
FPR Fatores Potencializadores de Risco
FR Fatores de Risco
FRCV Fatores de Risco Cardiovasculares
GBD Do inglês: Global Burden of Disease
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
HG Hipertensão Gestacional
HVE Hipertrofia Ventricular Esquerda
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
IAMSSST Infarto Agudo do Miocárdio Sem Supra do Segmento ST
IC Insuficiência Cardíaca
ICFEp Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada
ICFEr Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida
II Intervalo de Incerteza
IMC Índice de Massa Corporal
IMCSST Infarto do Miocárdio Com Supra de ST
INOCA Isquemia na ausência de obstrução arterial coronariana
INRA Inibidores da neprilisina/bloqueadores de angiotensina II
IRM Índice de Resistência Microvascular
LDL-c Colesterol da lipoproteína de baixa densidade
MAC Malformações do Aparelho Circulatório
MINOCA Infarto do miocárdio na ausência de obstrução arterial coronária
MSC Morte Súbita Cardíaca
NT-proBNP Fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo B
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Pressão Arterial
PE Pré-Eclâmpsia
PNS Pesquisa Nacional em Saúde
QT Quimioterápico
QV Qualidade de Vida
RCV Risco Cardiovascular
RMC Ressonância Magnética Cardíaca
RVM Revascularização Miocárdica
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
SCA Síndrome Coronariana Aguda
SGLT2 Do inglês: Sodium-Glucose Cotransporter-2
SLG Strain Longitudinal Global
SOP Síndrome dos Ovários Policísticos
TC Transplante Cardíaco
TE Teste Ergométrico
THM Terapia Hormonal na Menopausa
VPC Vasoespasmo Coronariano

Legendas para as tabelas de recomendação e nível de evidência:

Classe de recomendação:
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg I – Condições para as quais há evidências conclusivas ou, em sua falta, consenso geral de que o procedimento é seguro e útil/eficaz.
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02.jpg II – Condições para as quais há evidências conflitantes e/ou divergência de opinião sobre segurança, e utilidade/eficácia do procedimento.
IIA – Peso ou evidência/opinião a favor do procedimento. A maioria aprova
IIB – Segurança e utilidade/eficácia menos bem estabelecida, não havendo predomínio de opiniões a favor.
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg III – Condições para as quais há evidências e/ou consenso de que o procedimento não é útil/ eficaz e, em alguns casos, pode ser prejudicial.
Nível de evidência:
Nível A Dados obtidos a partir de múltiplos estudos randomizados de bom porte, concordantes e/ou de metanálise robusta de estudos clínicos randomizados.
Nível B Dados obtidos a partir de metanálise menos robusta, a partir de um único estudo randomizado ou de estudos não randomizados (observacionais).
Nível C Dados obtidos de opiniões consensuais de especialistas.

Sumário

Introdução 822

1. Destaques deste Posicionamento 823

2. Epidemiologia das Doenças Cardiovasculares nas Mulheres 827

2.1. Doenças do Aparelho Circulatório em Crianças e Adolescentes do Sexo Feminino no Brasil 835

3. Fatores de Risco Cardiovascular 837

3.1. Introdução 837

4. Doenças Cardiovasculares nas Mulheres 844

4.1. Doença Isquêmica do Coração 844

4.1.1. Doença Arterial Coronariana 844

4.1.2. Isquemia na Ausência de Obstrução Arterial Coronariana 846

4.1.3. Infarto do Miocárdio na Ausência de Obstrução Arterial Coronariana 846

4.1.4. Dissecção Espontânea de Artéria Coronária 846

4.1.5. Doença Microvascular 846

4.1.6. Vasoespasmo Coronariano 846

4.1.7. Trombose/Embolia Coronariana 846

4.2. Insuficiência Cardíaca 846

4.2.1. Tratamento Farmacológico e Não Farmacológico da ICFEr e ICFEp 847

4.3. Arritmias 850

4.3.1. Taquicardia Ventricular e Morte Súbita Cardíaca 850

4.3.2. Fibrilação Atrial 850

4.4. Doença Cardiovascular e Câncer 851

4.5. Acidente Vascular Cerebral 853

4.6. Doença Arterial Periférica 853

4.7. Demência 854

4.8. Doenças Valvares 856

4.8.1. Estenose Aórtica 856

4.8.2. Doença Valvar Mitral 857

4.8.3. Doença Reumática 858

4.9. Diabetes Mellitus, Pré-eclâmpsia e Doenças Hipertensivas na Gravidez 858

4.9.1. Diabetes Mellitus 858

4.9.2. Doenças Hipertensivas na Gravidez 859

4.10. Gravidez na Adolescência 859

5. Peculiaridades dos Métodos Propedêuticos nas Mulheres 863

5.1. Eletrocardiograma 864

5.2. Teste Ergométrico 864

5.3. Ultrassonografia de Carótidas 864

5.4. Ecocardiografia 864

5.5. Cintilografia Miocárdica 864

5.6. Escore de Cálcio e Angiotomografia de Coronárias 865

5.7. Ressonância Magnética Cardíaca 865

5.8. Coronariografia 865

6. Representação de Mulheres nos Estudos Clínicos sobre Fatores de Risco e Doença Cardiovascular 867

7. Medidas de Prevenção Primária nas Mulheres 869

8. Burnout, Qualidade de Vida e Espiritualidade nas Mulheres 869

8.1. Burnout 869

8.2. Qualidade de Vida 870

8.3 Espiritualidade 871

9. Implicações Cardiovasculares da COVID-19 na Gestação 872

10. Perspectivas Futuras para a Melhoria do Cuidado

Cardiovascular das Mulheres 874

Referências 875

Introdução

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, as DCV constituem a principal causa de morte no mundo e no Brasil, que apresenta uma das mais altas taxas de mortalidade da América do Sul. 1 As DCV respondem por um terço das mortes por todas as causas e acometem homens e mulheres em todas as faixas etárias, representando mais do que o dobro das mortes por todas as neoplasias associadas. 1 Nas mulheres, observa-se aumento da prevalência de DCV e de morte por DCV após a menopausa, o que agrava as perspectivas em futuro próximo pelo envelhecimento e adoecimento da população feminina no Brasil.

Atualmente a DIC é responsável pela maioria das mortes em todas as unidades da federação, seguida pelas doenças cerebrovasculares. 1 Um aspecto particular é a desigualdade de acometimento entre as regiões, no acesso tanto ao diagnóstico como ao tratamento, de acordo com as particularidades determinadas pelos indicadores sociais e econômicos, nas macrorregiões, estados e cidades de diferentes portes no Brasil. Cerca de metade da mortalidade por DCV antes dos 65 anos pode ser atribuída à pobreza e às desigualdades sociais. 2 Alimentação inadequada, baixa atividade física, consumo de álcool e tabagismo são outros importantes FR para as DCV em mulheres, mais prevalentes nas classes sociais menos favorecidas da população, incluindo as crianças e as adolescentes brasileiras. 3 Assim, os programas de prevenção primária e secundária, bem como o maior acesso ao diagnóstico, nessa camada da população poderão ter impacto ainda maior na morbimortalidade por DCV.

Na maioria das vezes, as DCV podem ser prevenidas por ações de saúde pública que envolvem o controle de FR e o manejo clínico otimizado dos pacientes. A redução das DCV em mulheres no Brasil e no mundo é uma tarefa complexa, que depende de inúmeros agentes e de um esforço continuado.

A SBC, que reúne a maioria dos cardiologistas brasileiros e tem em seus quadros um terço de cardiologistas mulheres, vem desenvolvendo ações continuadas para a diminuição da morbimortalidade por DCV através do Departamento de Cardiologia da Mulher.

Desse modo, foi publicada, nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia , a “Carta das Mulheres”, 4 que avançou em estabelecer deliberações de ações concretas para diminuir a morbimortalidade por DCV em mulheres. Dentre elas destacam-se: trabalhar coletivamente em defesa das metas globais para prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, especialmente as DCV nas brasileiras; estabelecer campanhas de prevenção cardiovascular, promovendo esforços consistentes para obter a meta de redução de 30% da taxa de mortalidade até 2030; elaborar e sugerir políticas governamentais para promover ambientes adequados para a redução da exposição ao risco, facilitando a adoção de hábitos saudáveis em ambientes escolares, de trabalho e de lazer, voltadas ao combate às DCV na mulher; atuar junto aos governos para o desenvolvimento e a aplicação de programa de prevenção cardiovascular, além da incorporação de tecnologias custo-efetivas para a redução da morbimortalidade por DCV nas mulheres; mobilizar os meios de comunicação para levar informações continuadas sobre a importância das DCV nas mulheres, seus principais FR e formas de prevenção, ampliando a divulgação para a população sobre a importância do diagnóstico precoce; fornecer o mais alto nível de educação médica continuada; promover o intercâmbio técnico-científico, cultural e social entre as cardiologistas do Brasil e do mundo; e fomentar o conhecimento científico necessário para aumentar a participação das mulheres nas ciências e nos eventos científicos das áreas de saúde e ciências afins.

Mesmo tendo em vista os enormes avanços científicos e tecnológicos já alcançados ou em perspectiva na cardiologia, precisamos modificar o paradigma de saúde e doença, com o objetivo de abordagem populacional, que viabilize o benefício de tais conquistas a toda a população. Para tanto, faz-se necessário um grande pacto entre a sociedade civil, as sociedades de especialidades, o governo e a comunidade para que seja implementada uma reforma na educação médica e na educação dos demais profissionais da saúde, paralelamente a uma ampla discussão na sociedade, contribuindo para conscientização, prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças que mais causam mortes em homens e mulheres no Brasil.

O Brasil, ao estabelecer na Constituição Federal o compromisso inalienável com a preservação da dignidade da pessoa humana, definiu a saúde como direito social, assegurando o acesso universal, integral e gratuito a todos os brasileiros.

Mesmo com as garantias constitucionais, as iniquidades em relação às mulheres persistem e ainda espreitam a sociedade brasileira. Por isso, necessário se faz, por intermédio de ações afirmativas, remarcar a necessidade de assegurar a igualdade imprescindível entre homens e mulheres, particularmente em relação à conscientização das DCV na mulher, que lamentavelmente ainda são negligenciadas no Brasil. 2

Desse modo, foi proposto o “Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares nas Mulheres” pelos autores da “Carta das Mulheres”, aprovado pela Lei 14.320 de 2022, sancionada pelo presidente da República e publicada no Diário Oficial da União de 1º de abril. Esse dia teve origem no Projeto de Lei 1.136/2019, de autoria da deputada federal e cardiologista Mariana Carvalho. Será comemorado no dia 14 de maio em homenagem ao nascimento da médica Bettina Ferro de Souza, que foi a primeira presidente mulher da SBC.

É fundamental promover iniciativas para aumentar o conhecimento sobre a importância da saúde cardiovascular ao longo da vida da mulher. Além disso, é fundamental compreender melhor as disparidades locais na saúde cardiovascular das mulheres para definir políticas públicas e assistência à saúde, reduzir lacunas e promover a equidade de sexo na atenção à saúde brasileira.

Nesse sentido, o Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC apresenta seu Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres com foco na prevenção primária. Com esse documento, pretendemos contribuir para atingir o objetivo que traçamos na “Carta das Mulheres” de exercer um papel de liderança nas políticas brasileiras para a saúde, fornecendo aos gestores uma visão geral da relevância das DCV nas mulheres. Tal visão vai permitir a eles traçar ações estratégicas para reduzir a prevalência de FR, melhorar o diagnóstico e a abordagem terapêutica, reduzindo assim os desfechos cardiovasculares, com impacto na saúde física, mental e espiritual das mulheres brasileiras.

1. Destaques deste Posicionamento

Neste capítulo 1, apresentamos os principais destaques dos capítulos 2 a 10 deste documento.

Epidemiologia das doenças cardiovasculares nas mulheres

  • Houve aumento da prevalência de DCV nos últimos 30 anos nos jovens de 15-49 anos, de ambos os sexos, bem como maior prevalência porcentual das DCV nas mulheres em relação aos homens até o ano de 2011, a partir do qual, a prevalência de DCV nos homens foi proporcionalmente maior. 1

  • As DCV são a principal causa de morte em adultos de ambos os sexos, representadas nesse segmento etário principalmente pela DIC e pela doença cerebrovascular. A DIC foi responsável por porcentual de óbitos similares em mulheres e homens, enquanto o porcentual dos óbitos por AVC foi maior em mulheres do que em homens. 5

  • Nas demais faixas etárias, do nascimento ao início da vida adulta, as malformações cardíacas, as complicações cardíacas da febre reumática e as cardiomiopatias, dentre outras, têm papel importante na mortalidade da população em ambos os sexos. 6

  • Entre os FR tradicionais, o excesso de peso, a obesidade e o diabetes mellitus foram mais frequentes nas mulheres. Cabe ressaltar também que a prevalência de HAS autorreferida no Brasil foi maior no sexo feminino do que no masculino.

Fatores de risco cardiovascular nas mulheres

  • O reconhecimento dos FR da mulher, quer específicos, mais prevalentes ou similares aos dos homens, assim como o conhecimento do risco de 10 anos para DCV aterosclerótica, é um passo fundamental na estratificação de risco das DCV no sexo feminino. 2

  • Nas mulheres, os FR tradicionais para DCV mais impactantes incluem: diabetes mellitus, HAS, dislipidemia, tabagismo, obesidade e sedentarismo.

  • A prevalência dos FR tradicionais citados vem aumentando mesmo em mulheres mais jovens e, quando associados a FR específicos do sexo, contribuem para o aumento da morbimortalidade; em geral, porém, não são considerados na estratificação de RCV. 7 , 8

  • Fatores de risco específicos do sexo, como síndrome dos ovários policísticos, uso de contraceptivo hormonal, doença hipertensiva da gravidez, eventos adversos da gravidez, THM, riscos agregados às doenças inflamatórias e autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico) e distúrbios depressivos são considerados FPR. 8

  • Na avaliação de RCV nas mulheres, devem-se considerar, além dos estratificadores de risco, os agravantes de risco associados com diabetes mellitus, os FPR e os FR inerentes ao sexo, a fim de instituir mudança do estilo de vida e recomendar medidas de prevenção primária das DCV, com o objetivo de identificar e tratar mais precocemente um maior número de mulheres em risco. 7 , 8

Doenças cardiovasculares nas mulheres

1 – Doença isquêmica do coração

  • Atualmente são bem definidos mecanismos adicionais de isquemia coronariana, sendo mais apropriado falar em DIC por se referir às diversas afecções coronárias geradoras de isquemia, como o infarto do miocárdio na ausência de obstrução arterial coronária, isquemia coronária não obstrutiva, dissecção espontânea da artéria coronária, doença microvascular, vasoespasmo coronariano e embolia/trombose coronariana. Nas mulheres, muitos dos mecanismos fisiopatológicos de DIC estão relacionados a uma ou mais dessas afecções, que podem estar presentes mesmo nas mais jovens e gestantes.

2 – Insuficiência cardíaca

  • Em relação à fisiopatologia da IC, devido às respostas hormonais, as mulheres mostram diferenças quanto a epidemiologia, apresentação clínica, desfechos e tratamento da doença. 9 , 10 Existem fenótipos de IC mais prevalentes em mulheres, como a síndrome de Takotsubo, e específicos, como a cardiomiopatia periparto. Porém, tanto na IC crônica quanto na aguda, ensaios clínicos/registros voltados especialmente para mulheres são escassos e as evidências são provenientes de subanálise de grandes estudos em que as mulheres estão sub-representadas. Registros prospectivos multicêntricos poderiam trazer evidências mais precisas na população feminina, com o envolvimento de maior número de mulheres tanto na IC com fração de ejeção reduzida, quanto na IC com fração de ejeção preservada.

3 – Arritmias

  • As mulheres têm mais taquicardia sinusal e taquicardia por reentrada nodal, sendo que a gravidez aumenta o risco de taquicardias supraventriculares. 11

  • Na síndrome do QT longo tipo 2, é conhecido um maior risco de morte súbita entre as mulheres e um maior risco de pró-arritmia. No puerpério, o QT longo aumenta o risco de torsades de pointes. 12

  • Nas mulheres, a morte súbita de etiologia cardíaca ocorre mais por causas não isquêmicas, sendo os homens mais reanimados e tratados com desfibrilador. O implante de cardiodesfibrilador implantável, como prevenção tanto primária quanto secundária, é mais comum nos homens, porém o risco de complicações relacionadas ao procedimento é maior nas mulheres. 13

  • Embora a incidência de FA seja maior nos homens, as mulheres mais idosas têm mais FA, mais sintomas e pior qualidade de vida. A HAS e a obesidade são fortes preditores de risco de FA nas mulheres. Elas mais frequentemente apresentam FA paroxística, AVC, tromboembolismo, IC e hospitalizações, além de maior CHA 2 DS 2 -VASc e maior risco de mortalidade cardiovascular e por todas as causas. 14 , 15

4 – Doença cardiovascular e câncer

  • A cardiotoxicidade é um desafio no tratamento dos cânceres na mulher, especialmente o de mama, por ser um dos mais frequentes e por levar à incidência aumentada de eventos cardiovasculares e de mortalidade cardiovascular e por todas as causas em comparação a mulheres sem neoplasia. Os riscos variam de acordo com o tratamento do câncer. Esse pode agredir o sistema cardiovascular levando a disfunção ventricular, desde assintomática e reversível até IC sintomática e irreversível, síndrome coronariana aguda, pericardite, miocardite, arritmias ventriculares, HAS, doença vascular periférica, entre outras. Variantes genéticas são fatores relacionados ao risco de cardiomiopatia, explicando porque pacientes com o mesmo perfil desenvolvem cardiotoxicidade e outras não.

  • A análise dos FR cardiovasculares antes, durante e após o diagnóstico e o tratamento oncológico, a intervenção nos FR modificáveis de forma efetiva, além do diagnóstico e do tratamento precoces de cardiotoxicidade dos quimioterápicos irão impactar o prognóstico dessas pacientes.

5 – AVC, doença arterial periférica e demência

  • Pesquisas futuras voltadas para o reconhecimento dos FR de AVC específicos do sexo feminino e uma pontuação para identificação desse grupo de maior risco são urgentemente necessárias para elaborar estratégias de prevenção do AVC nas mulheres.

  • A doença arterial periférica tem correlação com DIC e, na sua vigência, o tratamento dos FR tradicionais é medida preventiva em ambos os sexos. O reconhecimento de FR específicos da mulher, como gravidez e suas complicações, ou de fatores predominantemente femininos pode permitir uma adequada estratificação de risco e a adoção de medidas de prevenção precoces.

  • As mulheres parecem ter maior risco de desenvolver demência e alterações de memória relacionadas à idade do que os homens. Apesar de existirem estudos mostrando que o estrogênio tem papel importante na função cognitiva em mulheres, a THM não demonstrou efeito benéfico em reduzir essas alterações, mesmo em mulheres mais jovens. 16

  • Em pacientes com menos de 55 anos, independentemente do sexo, as principais causas de alterações cognitivas e demência são doença de Alzheimer, demência vascular, demência frontoparietal e demência relacionada ao alcoolismo.

  • Existem FR vasculares relacionados a demência precoce, como AVC, ataque isquêmico transitório, doença renal, DCV, HAS, alcoolismo crônico e intoxicação por drogas. O controle de FR cardiovascular tem importante papel na prevenção de doenças demenciais e cognitivas, principalmente em mulheres mais jovens.

6 – Doenças valvares

  • O seguimento das mulheres portadoras de estenose aórtica ou doença valvar mitral exige cuidadoso e contínuo julgamento sobre o melhor modelo de tratamento. As decisões quanto à conduta clínica ou intervencionista dependem do diagnóstico anatômico e funcional da doença e da cuidadosa avaliação da paciente.

  • Quando comparadas aos homens, considerando o mesmo grau de calcificação valvar, as mulheres apresentam uma tendência a maior gravidade da estenose aórtica em razão da fibrose do aparelho valvar, que é mais pronunciada do que a calcificação. Apresentam também perfis distintos relacionados à apresentação clínica, à resposta ao tratamento e aos resultados após intervenção valvar. 17

  • Nas substituições valvares aórticas transcateter, mulheres são mais idosas e apresentam melhor função ventricular esquerda e menor prevalência de doença arterial coronariana; contudo, apresentam comorbidades, como diabetes mellitus e FA. Características anatômicas do sexo feminino, tais como menor distância entre os óstios coronarianos e o anel valvar e maior prevalência de calcificação valvar e da aorta, são responsáveis pela maior incidência de obstrução coronariana durante o procedimento. O menor diâmetro dos vasos periféricos também causa maiores complicações vasculares e sangramento. 18

  • Dentre as medidas preventivas nas doenças valvares, destacam-se a prevenção primária e secundária da doença reumática e a profilaxia antibiótica da endocardite infecciosa, notadamente no parto. A doença valvar nas mulheres tem características peculiares com impacto significativo nos resultados do tratamento e prognóstico da doença.

  • As indicações de profilaxia de endocardite infecciosa na gravidez são: mulheres portadoras de valvopatia reumática, próteses valvares, cardiopatia congênita cianogênica e passado de endocardite infecciosa.

7 – Diabetes mellitus, pré-eclâmpsia e doenças hipertensivas na gravidez

  • Diabetes gestacional está associada a complicações materno-fetais, tais como PE, prematuridade e morte perinatal. Mudança de estilo de vida, como atividade física regular na gravidez, na ausência de contraindicações obstétricas ou cardiovasculares, reduz os riscos dessas complicações de forma substancial. 19

  • A hipertensão na gravidez como FR para DCV no futuro está bem embasada na literatura; mulheres primigestas que desenvolveram HG tiveram maior risco de DCV no futuro, notadamente após a menopausa. Portanto, a melhor recomendação é iniciar a prevenção da PE e outras formas de HG antes da gravidez, incluindo peso corporal adequado, dieta saudável e orientada, além de exercícios físicos regulares. Nas mulheres de alto risco, o uso do ácido acetilsalicílico no primeiro trimestre e a reposição de cálcio nas gestantes com baixa ingesta diária devem ser indicados. 20

8 – Gravidez na adolescência

  • A gravidez na adolescência aumenta complicações maternas, fetais e neonatais, além de agravar problemas socioeconômicos previamente existentes e influenciar o futuro de gerações, devendo assim, ser abordada de forma eficiente e contínua em todos os níveis socioeconômicos de nossa sociedade.

  • Um dos mais importantes fatores de prevenção da gravidez na adolescência é a educação sobre a sexualidade e a saúde reprodutiva, apoiada em evidências científicas e em programas de promoção à saúde. 21 A instrução deve ser direcionada a aspectos biológicos, respeito recíproco, atividades sexuais com responsabilidade e uso de métodos contraceptivos seguros e eficazes na prevenção da gravidez e na proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. 22

  • Adolescentes que são orientados por provedores determinados a enfrentar temas difíceis, como prevenção da gravidez e contracepção, estão mais engajados em seu bem-estar. A orientação qualificada e bem feita sobre a sexualidade na adolescência é um investimento para um futuro com mais saúde, proveito e autoestima.

Peculiaridades dos métodos propedêuticos nas mulheres

  • O eletrocardiograma nas mulheres difere em relação à magnitude dos sinais elétricos, com menor amplitude do QRS, do ponto J e da onda T e maior intervalo QT corrigido. A inversão da onda T anterior, isso é, além de V1, ocorre em cerca de 2,3% da população e é mais comum em mulheres, independentemente do status de atividade física. É um padrão benigno desde que ocorra em assintomáticas e de baixo risco, pois estudos com RMC sugerem que possa refletir um deslocamento lateral do ventrículo direito. 23 Alterações eletrocardiográficas são observadas em 45% das portadoras de implantes mamários: inversão de ondas T, depressão do segmento ST inferolateral, baixa progressão de R de V1-V4, intervalo QT prolongado e hipertrofia ventricular esquerda, podendo assim levar a interpretações enganosas. 24

  • No TE, as mulheres mostram mais depressão do segmento ST de caráter falso-positivo e a acurácia varia com a probabilidade pré-teste de DIC. Nas mulheres, a associação de cintilografia miocárdica de estresse ao TE tem melhor acurácia diagnóstica do que o TE isoladamente. Essa associação tem excelente valor preditivo negativo em mulheres de risco pré-teste intermediário/alto. 25

  • A medida da espessura médio-intimal para a reclassificação de risco pode ser utilizada em mulheres com pelo menos dois FR cardiovascular. 3 , 4 A presença de placa como fator agravante para estratificação de risco pode ser usada em mulheres com risco intermediário. 26

  • Mulheres com escore de cálcio maior que zero e calcificação arterial mamária têm risco de eventos isquêmicos maior do que homens. A angiotomografia coronariana evidencia o padrão não obstrutivo de coronárias, que é mais prevalente em mulheres. 26 , 27

  • Coronárias normais na coronariografia são mais comuns em mulheres. O risco de complicações vasculares da coronariografia é maior entre as mulheres, que apresentam maior tendência para desenvolver lesão renal aguda após contraste. 28

  • A RMC é excelente opção para as mulheres, especialmente em idade fértil, em gestantes e naquelas em tratamento de câncer de mama. Além disso, pode evidenciar alterações perfusionais e/ou miocárdicas, auxiliando no diagnóstico diferencial da dor torácica e sendo particularmente útil na abordagem da DIC em mulheres.

Representação das mulheres nos estudos clínicos sobre fatores de risco e doença cardiovascular

  • A DCV é a maior causa de morte no mundo e cada vez mais reconhecida como tendo características específicas em relação ao sexo quanto aos processos de adoecer, manifestações clínicas e resultados dos tratamentos. A identificação de diferenças na expressão da DCV em homens e mulheres determina, portanto, que as mulheres devam ser igualmente representadas em ensaios clínicos cardiovasculares.

  • Apesar do aumento da representação das mulheres nos estudos clínicos mais recentes, isso não ocorreu em todas as áreas de investigação da DCV. As mulheres permanecem em minoria nos estudos de arritmias, doença arterial coronariana aguda e crônica e IC, em especial naqueles que envolvem intervenções com o uso de dispositivos implantáveis e procedimentos de alta complexidade.

  • A identificação das barreiras a serem transpostas, para que se obtenha equidade no cenário da representação dos sujeitos nos estudos clínicos, oferece inúmeras oportunidades para que a sua resolução permita a equidade na seleção e manutenção das mulheres como sujeitos de estudos clínicos sobre DCV e seus FR.

  • Essa equidade é necessária para o acurado conhecimento da expressão da DCV e seus FR nas mulheres, bem como do impacto do tratamento no prognóstico cardiovascular das mulheres.

Medidas de prevenção primária nas mulheres

  • A APS é geralmente o primeiro contato da mulher com o setor saúde e ocorre de forma eletiva ou por busca ativa dos agentes comunitários de saúde. As equipes de APS devem contemplar todo o curso de vida das mulheres, com ações voltadas para a promoção da saúde integral, com ênfase no bem-estar físico, mental e espiritual.

  • Ao longo do tempo, observou-se uma descentralização dos serviços públicos iniciada pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher e consolidada pela Política de Atenção à Saúde da Mulher. A garantia do acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à saúde e a integração das ações e dos serviços permanecem como desafio, assim como o planejamento local e o monitoramento dos indicadores para promover a redução de agravos e de óbitos evitáveis.

  • Faz-se necessária uma mudança de paradigma nas políticas públicas voltadas para a saúde integral das mulheres, especialmente quando consideramos que as DCV são a principal causa de morte das mulheres, na maior parte de seu ciclo de vida.

Burnout , qualidade de vida e espiritualidade nas mulheres

  • Burnout associa-se positivamente com o consumo de bebidas alcoólicas, distúrbios do sono, depressão, sedentarismo, obesidade e dores musculoesqueléticas, sendo um preditor significativo de hipercolesterolemia e diabetes tipo 2, relacionando-se com maior incidência de DIC e hospitalizações por DCV. 29

  • As condições de trabalho têm impacto conhecido na saúde dos trabalhadores e as mulheres, por estarem mais inseridas no mercado de trabalho e sobrecarregadas com atividade laboral dupla, apresentam altas taxas de burnout .

  • O curso de vida das mulheres é permeado por experiências de perda, estresse, ansiedade e medo, que aumentam a vulnerabilidade psicológica e facilitam o aparecimento de sintomas de ansiedade-depressão. Entretanto, resiliência, espiritualidade e crenças pessoais parecem desempenhar um papel mediador em algumas dessas variáveis psicológicas, associando-se com melhor qualidade de vida e menor frequência de DCV nas mulheres.

Implicações cardiovasculares da COVID-19 na gestação

  • A gravidade da infecção por SARS-CoV-2 é maior em mulheres grávidas em comparação com não grávidas, com admissão em unidades de terapia intensiva, uso de ventilação mecânica e aumento da mortalidade e morbidade, incluindo infarto do miocárdio, eventos tromboembólicos venosos e outros eventos trombóticos, PE, trabalho de parto e parto prematuros. 30 Além disso, a COVID-19 foi associada a uma taxa mais alta (e proporções combinadas) de parto prematuro, PE, cesariana e morte perinatal. 31

  • O manejo das complicações cardíacas na gravidez deve envolver o acompanhamento multidisciplinar com cardiologista, obstetra e neonatologista.

  • A infecção por SARS-CoV-2 na gravidez é importante no diagnóstico diferencial com outras complicações, como dissecção coronariana e cardiomiopatia periparto. 32

  • O início e a duração da anticoagulação profilática na gravidez associada com infecção por SARS-CoV-2 devem considerar a gravidade da doença, a necessidade de internação, a relação temporal entre a ocorrência da doença e o momento do parto e o risco pró-trombótico conferido pelas comorbidades adicionais. 31

  • Nessa população, deve-se reforçar a vacinação, principal forma de prevenção de complicações relacionadas à COVID-19. As medidas de prevenção, como uso de máscara, higiene das mãos e evitar aglomeração, devem ser mantidas.

Perspectivas futuras para a melhoria do cuidado cardiovascular das mulheres

  • As taxas de mortalidade por DCV nas mulheres permanecem elevadas e estagnadas na maioria das regiões do mundo, com pequena ou nenhuma redução nos últimos anos. O RCV na mulher ainda é subestimado pela população em geral e, em especial, pelas próprias mulheres e pelos profissionais de saúde. A não implementação das diretrizes de prevenção de DCV em mulheres retarda o diagnóstico de várias DCV, em especial da cardiopatia isquêmica, que é frequentemente negligenciada nas mulheres. 33

  • A compreensão clara das disparidades de sexo e de gênero na mortalidade prematura por DCV é essencial para o desenvolvimento de ações preventivas e de controle dessas doenças. A falta de estudos clínicos robustos e a sub-representação do sexo feminino nos ensaios clínicos contribuem para o escasso conhecimento sobre as DCV nas mulheres. 34 É mandatório investir em mais pesquisas sobre o papel dos hormônios sexuais no RCV global feminino.

  • Reduzir a carga de DCV em mulheres até 2030 é uma meta ambiciosa, porém um imperativo, especialmente porque, em grande parte, os FR cardiovasculares podem ser modificados e mitigados.

2. Epidemiologia das Doenças Cardiovasculares nas Mulheres

A prevalência de DCV, segundo o Estudo GBD 2019, foi de 6,1% da população em 2019, 12.946.932 (II 95%, 11.899.752 – 13.617.524) indivíduos, sendo 51% do sexo masculino. Os homens apresentaram maior taxa de prevalência padronizada por idade do que as mulheres em 2019 ( Figura 2.1 ). Entre 1990 e 2019, houve redução da taxa de prevalência de 8,7% nos homens, que foi menor do que a das mulheres, 12,8%. Houve aumento da prevalência de DCV nesse período nos jovens de 15-49 anos de ambos os sexos, bem como maior prevalência das DCV nas mulheres até o ano de 2011, a partir do qual a prevalência das DCV nos homens foi maior ( Tabela 2.1 e Figura 2.2 ). 1 , 5

Figura 2.1. Taxas de prevalência de doença cardiovascular padronizadas por idade, por 100 mil habitantes, por sexo, Brasil, 1990-2019.

Figura 2.1

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

Tabela 2.1. Número de casos e taxas de prevalência, incidência, mortes e DALYs de doença cardiovascular padronizadas por idade nas mulheres, por 100 mil habitantes, e variação percentual das taxas, por grupo etário, no Brasil, em 1990 e 2019.

Grupos Etários 1990 2019 Variação percentual (II 95%)

Número (II 95%) Taxa (II 95%) Número (II 95%) Taxa (II 95%)
PREVALÊNCIA
 15-49 anos 81840.1 (71524.9;92783.6) 210.2 (183.7;238.3) 105700 (92430.3;120336.2) 180.7 (158.1;205.8) -14 (-16.8;-10.9)
 50-69 anos 102496.1 (91526.7;114514.7) 1255.7 (1121.3;1402.9) 208399.3 (186607.1;232143.7) 973.2 (871.4;1084) -22.5 (-25;-19.8)
 5-14 anos 26514.1 (17557.2;37666.8) 151.7 (100.4;215.5) 24476.1 (16014.6;34617.6) 154.6 (101.1;218.6) 1.9 (-1.4;5.7)
 70+ anos 77895.9 (69702.8;86822.5) 3321.7 (2972.3;3702.4) 200343.1 (180509.1;222408) 2653.3 (2390.6;2945.5) -20.1 (-22.9;-17.2)
 Padronizada por idade 294962.9 (275518.3;317426.8) 557.5 (523.8;597.3) 544515.2 (512491.4;581529.1) 437.4 (411;468.6) -21.5 (-23.3;-20)
 Todas as idades 294962.9 (275518.3;317426.8) 391.9 (366;421.7) 544515.2 (512491.4;581529.1) 491.1 (462.3;524.5) 25.3 (21.7;29.1)
 Abaixo de 5 6216.7 (4434;8521.4) 74.5 (53.1;102.1) 5596.8 (3974;7644) 73.8 (52.4;100.8) -1 (-4;2.2)
INCIDÊNCIA
 15-49 anos 81840.1 (71524.9;92783.6) 210.2 (183.7;238.3) 105700 (92430.3;120336.2) 180.7 (158.1;205.8) -14 (-16.8;-10.9)
 50-69 anos 102496.1 (91526.7;114514.7) 1255.7 (1121.3;1402.9) 208399.3 (186607.1;232143.7) 973.2 (871.4;1084) -22.5 (-25;-19.8)
 5-14 anos 26514.1 (17557.2;37666.8) 151.7 (100.4;215.5) 24476.1 (16014.6;34617.6) 154.6 (101.1;218.6) 1.9 (-1.4;5.7)
 70+ anos 77895.9 (69702.8;86822.5) 3321.7 (2972.3;3702.4) 200343.1 (180509.1;222408) 2653.3 (2390.6;2945.5) -20.1 (-22.9;-17.2)
 Padronizada por idade 294962.9 (275518.3;317426.8) 557.5 (523.8;597.3) 544515.2 (512491.4;581529.1) 437.4 (411;468.6) -21.5 (-23.3;-20)
 Todas as idades 294962.9 (275518.3;317426.8) 391.9 (366;421.7) 544515.2 (512491.4;581529.1) 491.1 (462.3;524.5) 25.3 (21.7;29.1)
 Abaixo de 5 6216.7 (4434;8521.4) 74.5 (53.1;102.1) 5596.8 (3974;7644) 73.8 (52.4;100.8) -1 (-4;2.2)
MORTES
 15-49 anos 769476.9 (739810.4;801490.1) 1976.3 (1900.1;2058.5) 679263.9 (631272.6;728617.3) 1161.5 (1079.5;1245.9) -41.2 (-44.5;-37.8)
 50-69 anos 1154563.6 (1117881.8;1194713.4) 14144.8 (13695.4;14636.7) 1485239.2 (1407973.4;1568445) 6935.6 (6574.8;7324.2) -51 (-53.4;-48.4)
 5-14 anos 38226.4 (34169.5;42955.7) 218.7 (195.5;245.7) 22398 (18744.9;26627.2) 141.4 (118.4;168.2) -35.3 (-42.9;-28.7)
 70+ anos 976778.1 (898018.1;1019807.9) 41652.6 (38294.1;43487.5) 1661643.2 (1472104.5;1785160.2) 22006.3 (19496.1;23642.2) -47.2 (-50.2;-44.7)
 Padronizada por idade 3017512.3 (2897630.7;3117428) 6191.2 (5895.3;6408.3) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3019.5 (2810.8;3195.6) -51.2 (-53.4;-49.1)
 Todas as idades 3017512.3 (2897630.7;3117428) 4008.9 (3849.7;4141.7) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3495.4 (3251.1;3697.5) -12.8 (-17;-8.6)
 Abaixo de 5 78467.3 (65203.6;97481.4) 940.3 (781.4;1168.2) 26657.3 (21657.1;32912.1) 351.4 (285.5;433.9) -62.6 (-73.6;-49.5)
DALYs
 15-49 anos 769476.9 (739810.4;801490.1) 1976.3 (1900.1;2058.5) 679263.9 (631272.6;728617.3) 1161.5 (1079.5;1245.9) -41.2 (-44.5;-37.8)
 50-69 anos 1154563.6 (1117881.8;1194713.4) 14144.8 (13695.4;14636.7) 1485239.2 (1407973.4;1568445) 6935.6 (6574.8;7324.2) -51 (-53.4;-48.4)
 5-14 anos 38226.4 (34169.5;42955.7) 218.7 (195.5;245.7) 22398 (18744.9;26627.2) 141.4 (118.4;168.2) -35.3 (-42.9;-28.7)
 70+ anos 976778.1 (898018.1;1019807.9) 41652.6 (38294.1;43487.5) 1661643.2 (1472104.5;1785160.2) 22006.3 (19496.1;23642.2) -47.2 (-50.2;-44.7)
 Padronizada por idade 3017512.3 (2897630.7;3117428) 6191.2 (5895.3;6408.3) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3019.5 (2810.8;3195.6) -51.2 (-53.4;-49.1)
 Todas as idades 3017512.3 (2897630.7;3117428) 4008.9 (3849.7;4141.7) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3495.4 (3251.1;3697.5) -12.8 (-17;-8.6)
 Abaixo de 5 78467.3 (65203.6;97481.4) 940.3 (781.4;1168.2) 26657.3 (21657.1;32912.1) 351.4 (285.5;433.9) -62.6 (-73.6;-49.5)

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. Taxa/100 mil habitantes. 1 II: intervalo de incerteza.

Figura 2.2. Prevalência de doença cardiovascular, por sexo, no Brasil, 1990-2019.

Figura 2.2

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

Em 2019, no Brasil, as taxas de incidência de DIC, principalmente infarto do miocárdio, padronizadas por idade foram 78 e 148 por 100 mil habitantes em mulheres e homens, respectivamente. Em relação à DIC crônica (infarto do miocárdio prévio, angina estável ou IC isquêmica), as taxas de prevalência padronizadas por idade foram 1.046 e 2.534 por 100 mil em mulheres e homens, respectivamente ( Tabela 2.1 ).

Na análise dos dados do GBD 2019, observa-se redução na taxa de mortalidade por DCV padronizada por idade para mulheres. No início do período, em 1990, existia acentuada diferença entre as regiões geográficas brasileiras, com redução da diferença das taxas de mortalidade ao final do período. Tal fato pode ser explicado por uma redução mais pronunciada no Sudeste e Sul, regiões que concentram as maiores populações e renda, e mais modesta no Norte e Nordeste ( Figuras 2.3 e 2.4 ). 1 , 5

Figura 2.3. Mortalidade proporcional por doença cardiovascular, por sexo, Brasil, 1990-2019.

Figura 2.3

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

Figura 2.4. Taxas de mortalidade por doença cardiovascular padronizadas por idade, por 100 mil habitantes, nas mulheres, no Brasil e suas regiões, 1990-2019.

Figura 2.4

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

As DCV são a principal causa de morte no Brasil, em mulheres e homens, tendo diminuído 50,6% entre 1990 e 2019 ( Tabela 2.1 ). Embora as taxas de mortalidade padronizadas por idade fossem maiores nos homens em todo o período, a redução porcentual foi similar para ambos os sexos, 48% para homens e 52% para mulheres. A mortalidade proporcional por DCV foi maior nas mulheres durante todo o período de 1990 a 2019 ( Figura 2.3 ). 1 , 5

De acordo com as estimativas do Estudo GBD 2019, entre as DCV, a DIC foi a primeira causa de morte no Brasil, seguida pelo AVC. A DIC foi responsável por 12,03% e 12,2% dos óbitos em mulheres e homens, respectivamente, e o porcentual dos óbitos por AVC foi maior em mulheres do que em homens, 10,39% e 8,41%, respectivamente. Os DALYs estimados por DIC foram 1.276,6 (1.165,2;1.359) e 2.179,4 (2.054,4;2.296,3) e por AVC foram 1.235,6 (1.133,8;1.322,5) e 1.410,1 (1.323,5;1.487,9) em mulheres e homens, respectivamente ( Figuras 2.5 e 2.6 ). 1 , 5

Figura 2.5. Mortalidade proporcional por doença cardiovascular nas mulheres (A) e nos homens (B), por faixa etária, no Brasil, 2019.

Figura 2.5

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

Figura 2.6. DALYs (%) por doença cardiovascular nas mulheres (A) e nos homens (B), por faixa etária, no Brasil, 2019.

Figura 2.6

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1

A prevalência de FA e flutter atrial foi maior nos homens em 2019 do que nas mulheres, mas as mulheres apresentaram maior taxa de mortalidade e DALYs padronizada por idade em 2019. A FA ocorre associada com a DCR avançada, especialmente a estenose mitral, mais frequente em mulheres, na razão de 3 para 2.

A prevalência padronizada por idade de DCR apresentou discreto aumento de 2,1%, sendo mais alta nas mulheres (3,5%). No entanto, houve redução das taxas de mortalidade padronizadas por idade atribuíveis à DCR e a redução porcentual foi similar em ambos os sexos nos últimos 30 anos ( Figuras 2.5 e 2.6 ). Também as mulheres apresentaram maior mortalidade proporcional por estenose aórtica no Brasil em 2019. Observam-se ainda taxas decrescentes de DALYs entre 1990 e 2019, que foram similares para homens e mulheres ( Figuras 2.5 e 2.6 ). 1 , 5

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 1.185.120 óbitos ocorridos entre 1980 e 2018 tiveram a IC listada como sua causa básica (49,3% [584.155] em homens). 35 As razões entre as taxas brutas de mortalidade por IC em ambos os sexos, por grupo etário e região geográfica são mostradas na Tabela 2.2 . Observamos razões maiores ou iguais a 1 em quase todo o período, faixas etárias e regiões geográficas, mostrando maior mortalidade nos homens, exceto nas regiões Norte (1985-1989), Nordeste (1980-1984) e Sul na faixa etária de 60 anos e mais, onde a mortalidade das mulheres foi maior. 35 , 36

Tabela 2.2. Razão entre as taxas brutas de mortalidade nos sexos masculino e feminino, em grupos etários, em períodos de 5 anos, por região geográfica.

Faixa etária Região / Período 1980-1984 1985-1989 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2009 2010-2014 2015-2018
0-29 Norte 1,0 0,9 1,2 1,0 1,2 1,3 1,3 1,8
  Nordeste 0,9 1,0 1,0 1,1 1,1 1,4 1,4 1,5
  Sudeste 1,1 1,2 1,3 1,3 1,2 1,6 1,5 1,8
  Sul 1,1 1,2 1,2 1,6 1,5 1,3 1,5 1,1
  Centro-Oeste 1,1 1,1 1,1 1,1 1,9 1,5 2,7 1,0
30-59 Norte 1,5 1,4 1,5 1,4 1,6 1,9 1,8 1,5
  Nordeste 1,2 1,3 1,4 1,3 1,3 1,4 1,5 1,6
  Sudeste 1,4 1,5 1,6 1,5 1,6 1,7 1,6 1,5
  Sul 1,4 1,5 1,5 1,4 1,4 1,5 1,4 1,2
  Centro-Oeste 1,2 1,5 1,6 1,6 1,8 1,9 1,7 1,7
60+ Norte 1,1 1,1 1,1 1,1 1,2 1,3 1,3 1,2
  Nordeste 1,2 1,2 1,2 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2
  Sudeste 1,1 1,1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
  Sul 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
  Centro-Oeste 1,1 1,1 1,0 1,0 1,1 1,1 1,1 1,2

Fonte: Sistema de Informação em Saúde-Datasus. 35,36

Entre os FR para DCV em brasileiras, destacam-se HAS, riscos dietéticos, obesidade, aumento do colesterol sérico e glicemia de jejum elevada ( Figura 2.7 ). 7 O FR que mais aumentou no Brasil, de 1990 a 2019, foi o IMC elevado. 1 , 7 Os FR específicos nas mulheres com AVC incluem gravidez, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, uso de contracepção oral, uso de hormônios na menopausa e alterações no estado hormonal. 7

Figura 2.7. Ranking de taxas de mortalidade e de DALYs por doenças cardiovasculares atribuíveis a fatores de risco padronizadas por idade, em 2019, no Brasil, para mulheres (A) e homens (B). DALYs: anos de vida ajustados por incapacidade; DCV: doença cardiovascular; GBD: Global Burden of Disease; LDL: lipoproteína de baixa densidade.

Figura 2.7

Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1,5

A prevalência de HAS autorreferida no Brasil em 2019 foi de 23,9%, maior no sexo feminino do que no masculino (26,4% versus 21,1%, respectivamente). 37 A mortalidade cardiovascular atribuída à HAS foi maior nas mulheres de 65 a 79 anos e nos homens de 50 a 79 anos. 5 Os riscos alimentares foram o segundo FR mais importante para DCV em 2019, respondendo por 5,0% e 5,7% das mortes por DIC e 2,6% e 2,4% das mortes por AVC em mulheres e homens, respectivamente. 2 A inatividade física, outro FR comportamental, aumentou de 1990 a 2019 no Brasil, com predomínio de mulheres, 4,7%, em relação aos homens, 3,1%. 2 Segundo dados do IBGE, no Brasil, em 2019, os porcentuais de adultos (idade ≥18 anos) com excesso de peso e obesidade foram 62,6% e 29,5% para mulheres e 57,5% e 21,8% para homens, respectivamente. Observou-se aumento progressivo da obesidade com o aumento da idade, com maior prevalência de excesso de peso e obesidade nas mulheres em todas as faixas etárias. 5 A prevalência de diabetes aumenta com o aumento da prevalência de obesidade. 5 Dados da PNS de 2014 a 2015, no Brasil, mostraram que a prevalência de diabetes foi maior em mulheres, indivíduos com idade superior a 30 anos e entre aqueles com sobrepeso ou obesidade. 37 O diabetes é um FR para DAC mais importante para as mulheres do que para os homens, mesmo entre mulheres na pré-menopausa. 7 , 37

Ansiedade, depressão e vitimização por violência foram estudadas em 31.847 mulheres provenientes da PNS de 2013. Os episódios depressivos maiores e a ideação suicida foram avaliados com o Patient Health Questionnaire e a vitimização por violência foi autorreferida. As mulheres apresentaram maiores prevalências de episódio depressivo (OR = 2,36; IC 95% 2,03-2,74), ideação suicida (OR = 2,02; IC 95% 1,73-2,36) e vitimização por violência (OR = 1,73; IC 95% 1,45-2,06). 38

Os fatores inerentes ao sexo são de fundamental importância e irão afetar a ocorrência de DCV ao longo da vida das mulheres. Estudo transversal multicêntrico com 27 maternidades de referência de todas as regiões do Brasil e 82.388 parturientes, de julho de 2009 a junho de 2010, identificou 9.555 casos de morbidade materna grave, 140 mortes e 770 casos de near miss materno. A principal causa determinante de complicação materna foi a doença hipertensiva. 39 Pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão induzida pela gravidez, parto prematuro e recém-nascido pequeno para a idade gestacional são considerados indicadores precoces de risco cardiovascular materno. Segundo dados do GBD 2019, as doenças hipertensivas da gravidez foram a segunda maior causa de mortalidade e DALYs nas mulheres em idade fértil ( Figura 2.8 ). 1

Figura 2.8. Taxas de mortalidade e DALYs por causas maternas nas unidades federativas, por 100 mil habitantes, nas mulheres, Brasil, 2019. Fonte: Estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019. 1 .

Figura 2.8

2.1. Doenças do Aparelho Circulatório em Crianças e Adolescentes do Sexo Feminino no Brasil

As DApC nos menores de 20 anos, no Brasil, possuem etiologias que variam de acordo com a faixa etária, o sexo e o local de residência. As MAC são a principal causa de óbito até 4 anos, sendo as cardiomiopatias a principal causa de 5 a 19 anos. 40

No Brasil, os óbitos por MAC no período de 2000 a 2015 apresentaram maior ocorrência entre os menores de 4 anos, principalmente no primeiro ano de vida e no sexo masculino ( Tabela 2.3 ). 6 No sexo feminino, as MAC com maior incidência foram persistência do canal arterial, anomalia de Ebstein da valva tricúspide e defeito do septo atrial tipo ostium secundum . As DApC ocorreram mais entre 5 anos e 19 anos, com predomínio no sexo feminino, provavelmente por competição das causas externas de óbito, mais prevalentes no sexo masculino. 6

Tabela 2.3. Mortalidade proporcional e taxa de mortalidade por grupo de causas em crianças, segundo sexo e grupo etário, Brasil, de 2000 a 2015. 6 .

Causas de óbitos   <20 anos Masculino Feminino

  Total Total <1ano 1-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos Total <1ano 1-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos
MAC Óbitos 57.892 31.077 26.144 2.901 766 625 641 26.815 22.016 2.972 728 593 506
MP(%) 4,2 3,7 6,2 4,1 1,8 1,1 0,3 5,15 6,6 5,0 2,4 1,7 0,8
Mort100mil 5,3 5,62 107,0 (1) 2,7 (2) 0,6 0,4 0,5 5,0 94,7 (1) 2,9 (2) 0,5 0,4 0,4
Outras MC Óbitos 86.165 45.237 39.715 3.133 956 725 708 40.928 35.729 3.009 870 720 600
MP(%) 6,3 5,4 9,3 4,4 2,3 1,3 0,3 7,78 10,8 5,1 2,9 2,0 0,9
Mort100mil 7,9 8,2 162,6 (1) 2,9 (2) 0,7 0,5 0,5 7,7 153,7 (1) 2,9 (2) 0,7 0,5 0,4
DApC Óbitos 29.904 16.706 3.735 2.084 1.493 2.749 6.645 13.198 3.280 2.045 1.376 2.197 4.300
MP(%) 2,2 2,0 0,9 2,9 3,6 4,8 2,6 2,54 1,0 3,4 4,5 6,2 6,6
Mort100mil 2,8 3,0 15,3 (1) 1,9 (2) 1,1 2,0 4,7 2,5 14,1 (1) 2,0 (2) 1,0 1,6 3,1
Mal definidas Óbitos 85.458 49.940 25.907 7.692 3.019 3.679 9.643 35.518 19.414 6.431 2.408 2.700 4.565
MP(%) 6,2 5,9 6,1 10,9 7,2 6,5 3,8 6,82 5,9 10,8 7,9 7,7 7,0
Mort100mil 7,9 9,0 106,0 (1) 7,0 (2) 2,2 2,6 6,8 6,7 83,5 (1) 6,2 (2) 1,8 2,0 3,3
Externas Óbitos 340.974 274.627 10.816 16.304 16.384 29.287 201.836 66.347 7.431 10.328 8.801 11.992 27.795
MP(%) 24,9 32,5 2,5 23,0 39,1 51,6 80,4 12,75 2,2 17,4 28,8 34,0 42,5
Mort100mil 31,4 49,7 44,3 (1) 15,0 (2) 11,9 20,9 142,5 12,5 32,0 (1) 9,9 (2) 6,6 8,9 20,2
Todas as causas Óbitos 1.367.355 845.481 424.932 70.854 41.904 56.775 251.016 521.874 331.269 59.430 30.518 35.293 65.364
MP(%) 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Mort100mil 126,0 153,0 1.739,3 (1) 65,2 (2) 30,4 40,5 177,3 98,0 1424,7 (1) 57,0 (2) 23,0 26,1 47,6

MAC: malformações do aparelho circulatório; Outras MC: outras malformações congênitas excluindo as MAC; DApC: doenças do aparelho circulatório; MP(%): mortalidade proporcional em percentual; Mort100mil: taxa de mortalidade por 100mil (1) Mortalidade por 100 mil nascidos vivos (2) Mortalidade por 100 mil na população de 0 a 4 excluídos os nascidos vivos.

Há aumento em importância dos óbitos por DApC com a progressão da idade ( Figura 2.9 ). 6 , 40 Devemos considerar que crianças que apresentam MAC, até mesmo corrigidas, e que não morreram no primeiro ano de vida poderão apresentar complicações e sequelas, como IC, arritmias, endocardite, com óbito na adolescência. Outra possível explicação é a maior negligência diagnóstica das MAC e DApC no sexo feminino em todas as faixas etárias no Brasil, desencadeada por menor acesso ao sistema de saúde e a recursos diagnósticos em comparação ao sexo masculino. 3 , 6 , 40

Figura 2.9. Mortalidade proporcional anual por causas específicas do aparelho circulatório em crianças e adolescentes, por sexo e grupo etário, no estado do Rio de Janeiro, de 1995 a 2012. 40 DApC: Doenças do Aparelho Circulatório, DCBV: Doenças Cerebrovasculares.

Figura 2.9

A Tabela 2.4 mostra a mortalidade proporcional atribuída a DApC e MAC nos menores de 1 ano por causas específicas e macrorregião brasileira. 13 Mais de 83% das mortes por DApC foram devidas a MAC em todas as regiões, com ênfase na região Sul, onde aquela porcentagem foi de

Tabela 2.4. Mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório e malformações do aparelho circulatório, com subdivisão por causas específicas, em menores de 1 ano, sexo feminino, por macrorregião do Brasil, de 2000 a 2015. 41 .

CAUSAS DE ÓBITOS Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total
DOENÇA CARDÍACA PULMONAR E DA CIRCULAÇÃO PULMONAR Óbitos 77 131 244 39 41 532
MP (%) 3,09 1,99 2,33 1,15 1,75 2,10
PERICARDITE E ENDOCARDITE Óbitos 13 32 69 9 14 137
MP (%) 0,52 0,48 0,66 0,27 0,60 0,54
MIOCARDITES Óbitos 3 14 49 23 4 93
MP (%) 0,12 0,21 0,47 0,68 0,17 0,37
CARDIOMIOPATIAS Óbitos 130 360 469 61 71 1091
MP (%) 5,22 5,46 4,47 1,80 3,02 4,31
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Óbitos 74 170 140 33 25 442
MP (%) 2,97 2,58 1,33 0,98 1,06 1,75
DOENÇAS CEREBROVASCULARES E OUTROS VASOS Óbitos 46 91 187 31 34 389
MP (%) 1,84 1,38 1,78 0,92 1,45 1,64
OUTRAS DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO Óbitos 83 188 243 37 45 596
MP (%) 3,33 2,85 2,32 1,09 1,92 2,36
SUBTOTAL DApC Óbitos 426 986 1401 233 234 3280
MP (%) 17,11 14,97 13,36 6,89 9,96 12,97
CÂMARAS E SEPTOS Óbitos 300 715 1943 630 370 3985
MP (%) 12,05 10,75 18,52 18,64 15,75 15,75
VALVAS Óbitos 87 196 691 293 138 1405
MP (%) 3,49 2,97 6,59 8,67 5,87 5,55
NÃO ESPECIFICADAS Óbitos 1284 3749 4666 1733 1324 12756
MP (%) 51,57 56,90 44,48 51,27 56,36 50,43
OUTRAS Óbitos 235 547 712 166 126 1786
MP (%) 9,57 8,30 6,79 4,91 5,36 7,06
VASOS Óbitos 158 395 1049 325 157 1727
MP (%) 6,34 5,99 10,00 9,62 6,68 8,24
SUBTOTAL MAC Óbitos 2064 5602 7859 3147 2115 22016
MP (%) 82,89 85,04 74,93 93,11 90,04 87,03
TOTAL DApC + MAC Óbitos 2490 6588 10489 3380 2349 25296
MP (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

DApC: doenças do aparelho circulatório; MAC: malformações do aparelho circulatório; MP (%): mortalidade proporcional em percentual.

93%. As MAC não especificadas corresponderam à metade das mortes dos menores de 1 ano no Brasil, sem distinção entre os sexos, com predomínio na região Sudeste (44%). A mortalidade proporcional por DApC foi 2,5 vezes maior na região Norte do que na região Sul, com predomínio no sexo feminino. A cardiomiopatia representou 32% das mortes por DApC, emergindo como a principal causa de morte, em todas as regiões, em ambos os sexos. 41

Na última década o aumento da obesidade, resistência insulínica e HAS em crianças e adolescentes foi um fator que contribuiu para o aumento do risco cardiovascular em jovens. Estima-se que nos próximos anos ocorra um incremento da prevalência da DApC nessa população. 26 , 42

As meninas e adolescentes do sexo feminino morreram mais de DApC do que aqueles do sexo masculino, o que demanda estratégias de saúde pública voltadas para elas, como a equidade de acesso aos recursos de saúde, o diagnóstico precoce e a instituição de medidas terapêuticas específicas para o sexo feminino.

3. Fatores de Risco Cardiovascular

3.1. Introdução

Nas últimas décadas, segundo dados do GBD 2019, houve uma redução global da taxa de mortalidade por DCV, com tendência a estagnação nos últimos anos. 1 Nas mulheres, na faixa etária de 35-54 anos, houve crescente aumento na taxa de mortalidade por DIC nos Estados Unidos da América, 8 , 43 atribuído à maior prevalência dos FRCV tradicionais.

Segundo dados do Estudo GBD 2019, para a mulher brasileira ( Figura 2.7 ), no ranking de taxas de mortalidade e de DALYs por DCV atribuíveis a fatores de risco, padronizadas por idade, destacaram-se em ordem decrescente os seguintes fatores de risco: elevação da pressão arterial sistólica, IMC elevado, riscos alimentares, colesterol LDL elevado, tabagismo e glicemia de jejum elevada. Importante ressaltar o aumento da prevalência de DCV nas mulheres jovens de 15-49 anos, entre 1990 e 2019. 7 , 44

Com relação ao risco de DCV aterosclerótica, as mulheres compartilham alguns FRCV tradicionais com os homens, enquanto outros FRCV são sub-reconhecidos nas mulheres ( Quadro 3.1 e Figura 3.1 ) 2 e outros ainda são específicos do sexo/gênero feminino ( Figura 3.2 ).

Quadro 3.1. Agravantes do risco cardiovascular do diabetes mellitus na mulher. 50 .

• Idade > 56 anos nas mulheres e tempo de diagnóstico do diabetes >10 anos
• História familiar: parente de primeiro grau com DCV prematura (homens <55 anos e mulheres <65 anos)
• Tabagismo
• Hipertensão arterial sistêmica
• Síndrome metabólica
• Albuminúria >30 mg/g de creatinina
• Taxa de filtração glomerular <60 ml/min
• Retinopatia não proliferativa
• Neuropatia autonômica cardiovascular incipiente

Figura 3.1. Fatores de risco para doença cardiovascular nas mulheres. Os fatores de risco bem estabelecidos, comuns a ambos os sexos, são incorporados nos escores de risco da doença cardiovascular aterosclerótica. Porém, os fatores de risco específicos do sexo e os fatores de risco sub-reconhecidos interagem com os tradicionais, agregando risco especialmente nas mulheres.

Figura 3.1

Figura 3.2. Fatores de risco específicos do sexo feminino para doenças cardiovasculares, com evidências e recomendações. 11,45-49 AVC: acidente vascular cerebral; DAC: doença arterial coronariana; DCV: doença cardiovascular; DIC: doença isquêmica do coração; DIU: dispositivo intrauterino; DM: diabetes mellitus; FRCV: fatores de risco cardiovascular; HA: hipertensão arterial; IM: infarto do miocárdio; IMC: índice de massa corporal; PA: pressão arterial; PE: pré-eclâmpsia; RCV: risco cardiovascular; SM: síndrome metabólica; SOP: síndrome de ovários policísticos; THM: terapia hormonal da menopausa.

Figura 3.2

Nos ensaios clínicos, apesar da importância da relação dos FRCV com DCV, as mulheres são pouco representadas e os escores para estratificação de risco cardiovascular utilizados, Framingham, SCORE ( Systematic COronary Risk Evaluation ), SBC/SBD/SBEM, não contemplam os FRCV específicos do sexo feminino, tais como ( Figura 3.2 ): SOP, uso de contraceptivo hormonal, DHG, eventos adversos da gravidez, terapia hormonal na menopausa, riscos agregados ao status socioeconômico, psicossocial e ambiental. Além disso, os escores não contemplam a associação com doenças inflamatórias (HIV) e autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, psoríase), 8 distúrbios ansiosos-depressivos e DSS, considerados FPR nas mulheres.

Torna-se fundamental considerar na avaliação do risco cardiovascular, além dos estratificadores de risco ( Figura 3.3 ), os agravantes de risco associados com DM ( Quadro 3.2 ), os FPR e os fatores de risco inerentes ao sexo/gênero. Desse modo, mudanças do estilo de vida podem ser instituídas, além da recomendação de medidas de prevenção primária das DCV, com o objetivo de identificar e tratar mais precocemente um maior número de mulheres em risco. 7 , 8 , 44

Figura 3.3. Algoritmo para avaliação do risco cardiovascular nas mulheres e recomendação do uso de estatinas. 53 angio-TC: angiotomografia coronariana; CAC: escore de cálcio coronariano; DAC: doença arterial coronariana; DM: diabetes mellitus; DRC: doença renal crônica; ERG: Escore de Risco Global; ITB: índice tornozelo-braquial; TFGe: taxa de filtração glomerular estimada.

Figura 3.3

Quadro 3.2. Fatores de risco para doença cardiovascular mais prevalentes nas mulheres, além dos fatores de risco semelhantes em homens e mulheres, com evidências. 11,43,45,53,55–58,65–67 .

Fatores de risco e doenças > risco para DCV em mulheres Evidências
Diabetes mellitus X
  • Hipertensão e dieta inadequada estão associadas a alto risco de pré-diabetes.

  • Mulheres com DM têm 45% maior risco de DIC. 45,67

  • DM2 mais comum em mulheres < 40 anos com maior mortalidade ao longo da vida.

  • Risco relativo de mortalidade por DCV maior em mulheres do que em homens, como também o excesso de risco de mortalidade por DCV é maior em mulheres. 45,67

  • Eventos ateroscleróticos acarretam mais IC congestiva nas mulheres. 67

Hipertensão arterial sistêmica X
  • Maior risco de infarto do miocárdio (INTERHEART). 67

  • Maior prevalência de hipertensão secundária na pré-menopausa.

  • Mulheres na pós-menopausa têm menos descenso noturno e mais eventos.

  • Mulheres desenvolvem mais hipertrofia ventricular, ICFEp, rigidez arterial, DRC e DM.

  • Mulheres apresentam mais efeitos colaterais com os anti-hipertensivos.

  • Ocorre em 80% das mulheres > 75 anos. Apenas 29% têm controle adequado da HAS. 45

Dislipidemia (*)  
  • No SWAN, colesterol total, LDL-c e triglicérides tiveram pico na transição da menopausa para a fase precoce após a menopausa. 65

  • Recente meta-análise não demonstrou diferenças significativas de HDL-C entre a pré- e pós-menopausa. 61

Obesidade (*)  
  • No Framingham Heart Study, houve aumento de risco de DAC: 64% nas mulheres versus 46% nos homens. 45

  • Mais prevalente nas mulheres brasileiras do que nos homens.

  • FR mais importante para HAS nas mulheres.

  • Associada com desfechos adversos na gravidez.

Sedentarismo (*)  
  • Maior prevalência de inatividade nas mulheres.

  • 25% das mulheres não praticam atividade física regular. 43,45

Tabagismo (*)  
  • As mulheres têm 25% maior risco de DAC em comparação aos homens, exceto na faixa etária mais jovem (30-44 anos). 43,67

Fibrilação Atrial X
  • Em comparação aos homens com FA, as mulheres têm 20% a 30% maior risco de AVC, maior gravidade e pior resultado a longo prazo em termos de incapacidade permanente.

  • O sexo feminino foi associado à idade >65 anos ou >2 fatores de risco no CHA2DS2-VASc em FA não valvar. 67

Síndrome Metabólica (*)  
  • No estudo SWAN, os riscos de SM em mulheres na pré-menopausa e menopausa são 1,45x e 1,25x maiores, respectivamente. 65

Artrite Reumatoide  
  • Aumento de 50% no risco de mortalidade por DCV em comparação à população geral. 67

Lúpus Eritematoso Sistêmico  
  • Três vezes maior o risco de DIC. 45

  • Prevalente em asiáticas, afro-americanas, afro-caribenhas e hispânicas em comparação com caucasianas.

  • As mulheres negras são 2-4x mais propensas a ter LES do que as mulheres brancas.

  • A DIC é a causa principal de mortalidade de LES. 67

Depressão (**) X
  • Comum em portadoras de DIC.

  • Fator de risco independente para piores desfechos. 56

  • Mulheres são mais suscetíveis, com aumento do risco de DIC em 2x. 45

Estresse Mental (ansiedade, estresse psicossocial) Exaustão vital X
  • Estudos demonstram associação entre estresse mental, disfunção microvascular e vasoespasmo coronarianos em pacientes com INOCA, 58 principalmente nas mulheres.

Determinantes Sociais de Saúde  
  • DSS geram desfechos negativos que, somados as FRCV clássicos e específicos do sexo/gênero, promovem inflamação vascular e disfunção endotelial, culminando em DCV. 59

(*) fatores de risco semelhantes em ambos os sexos; (**) Questões básicas: Como você acha que as coisas estarão com sua saúde no futuro? Com que frequência você sente prazer ou felicidade em sua vida? Você já se sentiu grato por sua saúde, já se sentiu grato por outras coisas em sua vida? - analisam otimismo, afeto positivo, gratidão, respectivamente, 56 e podem auxiliar o reconhecimento e a abordagem específica. AVC: acidente vascular cerebral; BRA: bloqueador de receptor de angiotensina; CT: colesterol total; DAC: doença arterial coronariana; DIC: doença isquêmica do coração; DM: diabetes mellitus; DM2: diabetes mellitus tipo 2; DCV: doença cardiovascular; DOAC: anticoagulantes de ação direta; DRC: doença renal crônica; DSS: determinantes sociais de saúde; FA: fibrilação atrial; FR: fator de risco; FRCV: fatores de risco cardiovascular; HAS: hipertensão arterial sistêmica; HDL-c: colesterol da lipoproteína de alta densidade; IC: insuficiência cardíaca; ICFEp insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IMC: índice de massa corporal; INOCA: isquemia na ausência de obstrução arterial coronariana; LES: lúpus eritematoso sistêmico; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade; SM: síndrome metabólica.

A estimativa do risco de eventos cardiovasculares na mulher para prevenção primária é limitada. A diretriz do ACC/AHA identifica situações particulares em mulheres aparentemente saudáveis com FPR, nas quais a decisão sobre a utilização de estatina de média potência para risco baixo ou intermediário deve ser compartilhada entre cardiologista, gineco-obstetra e paciente. Não há evidência claramente estabelecida sobre o uso de estatinas e será necessário considerar a avaliação do CAC em mulheres selecionadas. Se o CAC for zero, a estatina não deve ser iniciada, exceto na presença de: DM, história familiar de DAC prematura ou tabagismo. O CAC entre 1 e 99 favorece o uso de estatinas, especialmente em mulheres > 55 anos. Se o CAC > 100 ou acima do percentil 75 para idade e sexo, deve-se orientar a introdução de estatinas ( Figura 3.3 ). 51 , 52

A Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose - 2017 53 e a Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da SBC - 2019 26 recomendam o Escore de Risco Global, 54 que estima o risco em 10 anos de infarto do miocárdio e AVC fatais ou não fatais, insuficiência cardíaca e insuficiência vascular periférica. A Figura 3.3 sugere algoritmo para a avaliação do risco cardiovascular nas mulheres e a recomendação do uso de estatinas.

Os distúrbios ansiosos-depressivos, sejam alterações de humor, comportamentos, afeição, acompanhados ou não de alterações somáticas ou déficit de cognição, são causas comuns de incapacidade em países desenvolvidos e são considerados FPR pela AHA/ACC e a Sociedade Europeia de Cardiologia. Mulheres são mais suscetíveis aos distúrbios ansiosos-depressivos, que aumentam duas vezes o risco de DIC. Alterações comportamentais, hormonais, genéticas e psicossociais se sobrepõem e, do ponto de vista fisiopatológico, promovem disfunção endotelial, aterotrombose, disfunção do sistema imunológico e da hemostasia a partir de alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e do sistema nervoso autônomo ( Figura 3.1 ). Ademais, os estrogênios estimulam os linfócitos T e B, propiciando uma maior resposta imune e inflamatória. Essas sobreposições justificam a relação entre a depressão e as DCV, principalmente a DIC. Nesse contexto, o exercício físico tem sido reconhecido como eficaz no tratamento da depressão, à semelhança da psicoterapia e dos inibidores da serotonina. Os exercícios aeróbicos parecem promover melhor benefício. 55

Em relação aos DSS, a diversidade de raça e etnicidade, nível de escolaridade, educação, racismo e discriminação, inacessibilidade aos sistemas assistenciais de saúde, ausência de suporte social, instabilidade econômica, orientação e violência sexual são fatores que conduzem às disparidades, atingem a mulher e geram desfechos negativos, que somados aos FRCV clássicos e específicos do sexo/gênero, promovem inflamação vascular e disfunção endotelial culminando em DCV ( Figura 3.1 ). 26 , 59

Estudo transversal para calcular o risco cardiovascular, utilizando dados laboratoriais de uma subamostra da PNS com 3.584 mulheres, encontrou 58,4% com baixo risco cardiovascular, 32,9% com risco médio e 8,7% com risco alto. O risco aumentou com a idade e foi elevado na população com baixa escolaridade. A proporção dos componentes do modelo de Framingham, por grupos de risco e sexo, mostra que, no risco elevado entre mulheres, os indicadores que mais contribuíram para o risco cardiovascular foram: pressão arterial sistólica, colesterol total, HDL, DM e tabagismo. 64

Os Quadros 3.3 , 3.4 , 3.5 , 3.6 , 3.7 e 3.8 mostram as recomendações para o manejo de dislipidemia, diabetes, síndrome metabólica, tabagismo, sobrepeso e obesidade, hipertensão arterial e atividade física nas mulheres.

Quadro 3.3. Recomendações para o manejo da dislipidemia nas mulheres.

Recomendações para o manejo da dislipidemia nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
A terapia nutricional, a perda de peso e a prática de atividade física devem ser recomendadas a todos os pacientes graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,67
Reduzir o consumo de sódio e manter adequado consumo de frutas frescas, hortaliças e produtos lácteos com baixo teor de gordura. Manter peso corpóreo e a medida da cintura dentro da normalidade graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,51,53,67
Pelo menos 30 minutos de exercício aeróbico dinâmico de intensidade moderada (caminhada, corrida, ciclismo ou natação) em 5 a 7 dias por semana. Aumento gradual da atividade física aeróbica para 300 minutos por semana de intensidade moderada ou 150 minutos por semana de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente dos mesmos, idealmente com exercício diário supervisionado graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,67
Mulheres de muito alto risco e alto risco cardiovascular: o LDL-c deve ser reduzido para < 50 mg/dL e < 70 mg/dL e o não HDL-c para < 80 mg/dL, e < 100mg/dl, respectivamente graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 51,52,53,
Mulheres de risco cardiovascular intermediário: o LDL-c deve ser reduzido para < 100 mg/dL e o não HDL-c para < 130 mg/dL graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 51,52,53
Mulheres de baixo risco cardiovascular: a meta de LDL-c deve ser < 130 mg/dL e o não HDL-c < 160 mg/dL graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 51,52,53
Não é recomendado tratamento medicamentoso nas gestantes graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg A 11,43,47,67
Os sequestrantes de ácidos biliares são considerados seguros para uso durante a amamentação graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02.jpg B 11,43,47,67
Rosuvastatina e pravastatina em baixas doses foram estudadas e podem ser consideradas durante a amamentação se os benefícios superarem os riscos potenciais graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02.jpg B 11,43,47,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; HDL-c: colesterol da lipoproteína de alta densidade; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade. O tempo de reavaliação após o tratamento medicamentoso deve ser de pelo menos um mês. Adaptado da Atualização da Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. 53 Semelhantemente ao uso de medicamentos durante a gravidez, os autores deste artigo recomendam a tomada de decisão compartilhada entre paciente e clínico para determinar o curso clínico ideal para pacientes individuais.

Quadro 3.4. Recomendações para o manejo de diabetes e síndrome metabólica nas mulheres.

Recomendações para o manejo de diabetes e síndrome metabólica nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
As estratégias de controle de peso, atividade física, orientação dietética e cessação do tabagismo devem ser oferecidas a todas as mulheres com intolerância a glicose, SM ou DM, de maneira a reduzir o risco CV graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,50,51,52,67
Não é recomendável estratificar o risco de eventos coronários por meio de métodos anatômicos ou funcionais em mulheres assintomáticas com SM ou DM graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg A 26,43,50,51,52,67
Recomenda-se o uso de CAC em mulheres com DM ou SM e risco CV intermediário (ERG 5-10% em 10 anos). Com CAC = 0, em geral, recomenda-se não iniciar estatina graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,50,51,52,53,67
Em prevenção primária, mulheres diabéticas ou com SM cuja terapia com estatina está indicada devem receber doses de alta potência dessas e/ou de ezetimiba, com alvo de LDL-c < 70 mg/dL graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,50, 51,52,67
Alternativamente, em mulheres com DM ou SM de risco elevado ou muito elevado, uma meta de LDL-c < 50 mg/dL deve ser buscada graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B
O uso de AAS não é recomendado como estratégia de prevenção primária em mulheres com SM ou DM, independentemente do risco CV graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg A 26,43,50,51,53,67
O uso de AAS é recomendado como estratégia de prevenção em mulheres com SM ou DM, com alto e muito alto risco, na ausência de contraindicação ou risco de sangramento Inline graphic a B 26,43,50,51,52,67
Em relação ao tratamento farmacológico, não há diferença nas recomendações quanto ao gênero, exceto os relacionados com gravidez graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 11,26,43,50,51,52,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; AAS: ácido acetilsalicílico; CAC: escore de cálcio coronariano; CV: cardiovascular; DM: diabetes mellitus; ERG: escore de risco global; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade; SM: síndrome metabólica.

Quadro 3.5. Recomendações para o manejo do tabagismo nas mulheres.

Recomendações para o manejo do tabagismo nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Avaliação rotineira do tabagismo e exposição ao tabaco para mulheres em todas as consultas dos profissionais de saúde, com registro no prontuário médico graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Aconselhamento sistemático de todas as mulheres para a cessação do tabagismo graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Recomenda-se para todas as mulheres uma combinação de intervenções cognitivo-comportamentais e farmacológicas para maximizar as taxas de abandono graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Recomenda-se a abstinência do fumo para todas as mulheres com o objetivo de reduzir os riscos cardiovasculares graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Deve-se alocar equipe multidisciplinar para facilitar a cessação do fumo, em todos os sistemas de saúde Inline graphic a B 26,43,51,52,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência.

Quadro 3.6. Recomendações para o manejo de sobrepeso e obesidade nas mulheres.

Recomendações para o manejo do sobrepeso e obesidade nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Em mulheres com sobrepeso e obesidade, a perda de peso é recomendada para melhorar o perfil de risco cardiovascular graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Aconselhamento e intervenções abrangentes no estilo de vida, incluindo restrição calórica, são recomendados para alcançar e manter a perda de peso nas mulheres com sobrepeso e obesidade Enfatizar a relação de sobrepeso e obesidade com aumento de risco cardiovascular graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Calcular o índice de massa corporal e realizar medidas antropométricas em consultas médicas para identificar mulheres com sobrepeso e obesidade com objetivo de intervenção graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 26,43,51,52,67
Para o tratamento, sugere-se equipe multidisciplinar, considerando-se tratamento farmacológico e cirurgia bariátrica quando não se consegue a redução adequada. Empregar medicamentos se IMC > 30 ou >27 na presença de comorbidades graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Avaliar a circunferência da cintura para identificar as mulheres com maior risco cardiometabólico Inline graphic a B 26,43,51,52,67
Não se recomenda o uso de fármacos para diminuição de peso na gestação e durante a amamentação. Deve-se dar especial atenção a mulheres no período fértil graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg B 26,43,51,52,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; IMC: índice de massa corporal.

Quadro 3.7. Recomendações para o manejo da hipertensão arterial nas mulheres.

Recomendações para o manejo da hipertensão arterial nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Para todas as mulheres com PA elevada ou hipertensão, medidas não farmacológicas são indicadas para reduzir a PA: perda de peso, padrão alimentar saudável, redução de sódio, suplementação dietética de potássio, aumento da atividade física com um programa estruturado de exercícios e ingesta limitada de álcool graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Recomenda-se medicação anti-hipertensiva para mulheres com risco estimado ≥ 5% em 10 anos e PA sistólica média ≥ 130 mmHg ou PA diastólica média ≥ 80 mmHg, para prevenção primária de DCV graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Recomenda-se, para mulheres com hipertensão confirmada e risco CV ≥ 10%, PA alvo < 130/80 mmHg graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Recomenda-se, para mulheres com hipertensão arterial e doença renal crônica, meta pressórica < 130/80 mmHg graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Recomenda-se, para mulheres com hipertensão arterial e diabetes tipo 2, meta pressórica < 130/80 mmHg, devendo medicação anti-hipertensiva ser iniciada se PA ≥ 130/80 mmHg graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Recomenda-se medicação anti-hipertensiva para mulheres com risco estimado < 10% em 10 anos e PA ≥ 140/90 mmHg, para prevenção primária de DCV graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 26,43,51,52,67
Em mulheres com hipertensão confirmada sem marcadores adicionais de aumento do risco CV, a meta pressórica < 130/80 mmHg é recomendada Inline graphic b B 26,43,51,52,67
Não utilizar IECA ou BRA em mulheres com idade fértil e perspectivas de engravidar por seus possíveis efeitos teratogênicos graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg A 26,43,51,52,67
A hipertensão secundária é comum em mulheres jovens e idosas, devendo-se rastrear adolescentes e adultos jovens com hipertensão, para prevenir complicações CV a longo prazo e iniciar tratamento específico graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; BRA: bloqueador de receptor de angiotensina; CV: cardiovascular; DCV: doença cardiovascular; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; PA: pressão arterial.

Quadro 3.8. Recomendações para o manejo da atividade física nas mulheres.

Recomendações para atividade física nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Durante as consultas, médicos devem aconselhar seus pacientes para as práticas de atividade física graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,43,51,52,67
Atividade física semanal ≥ 150 minutos de exercício em intensidade moderada ou 75 minutos de exercícios mais intensos reduz o risco cardiovascular graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67
Atividade física semanal < 150 minutos de exercício de intensidade moderada ou < 75 minutos de exercícios mais intensos reduz o risco cardiovascular Inline graphic a B 26,43,51,52,67
Atividade física semanal > 150 minutos de exercício de intensidade moderada durante toda a gravidez sem complicações graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 26,43,51,52,67

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência.

4. Doenças Cardiovasculares nas Mulheres

4.1. Doença Isquêmica do Coração

Com relação às mortes por DCV em mulheres, a DIC corresponde a 47% e o AVC, a 36%. 1 As particularidades da DIC em relação a fisiopatologia, apresentação clínica, diagnóstico, tratamento e prevenção estão condensadas na Tabela 4.1 .

Tabela 4.1. Características gerais da doença isquêmica do coração.

  DAC 70 INOCA 69 MINOCA 71 DEAC Vasoespasmo 72 Doença Microvascular 70 Trombose/ Embolia Coronária 73
Fisio patologia
  • - Placa aterosclerótica menos volumosa

  • - Erosão da placa com embolização distal

  • - Aterosclerose difusa associada a disfunção microvascular e endotelial

Disfunção microvascular e/ou vasoespasmo epicárdico e microvascular Vasoespasmo coronariano, disfunção microvascular, trombose coronariana espontânea e êmbolos com recanalização, rotura da placa e dissecção espontânea da artéria coronária
  • - Separação não traumática, não iatrogênica e não aterosclerótica da parede da artéria coronária, seja por ruptura espontânea da íntima ou por ruptura dos vasa vasorum dentro da parede do vaso

  • - Formação de hematoma intramural na falsa luz, compressão da luz verdadeira, causando isquemia ou infarto do miocárdio

  • - Estresse de cisalhamento aumentado

  • - Gatilhos emocionais/físicos

- Vasoconstrição epicárdica ou microvascular relacionada à disfunção endotelial - Múltiplos mecanismos: sistema nervoso autônomo (variação circadiana com predomínio matinal), disfunção endotelial, inflamação crônica, estresse oxidativo e hipercontratilidade do músculo liso
  • - Remodelação estrutural

  • - Espasmo microvascular

  • - Compressão externa (hipertrofia miocárdica)

  • - Condutância microcirculatória reduzida e/ou obstrução arteriolar dinâmica

Trombofilia, fibrilação atrial, doença valvar, forame oval patente, endocardite infecciosa e endocardite trombótica não bacteriana
Apresentação Clínica
  • - Idosa

  • - Dor torácica (precordial/retroesternal); dor na mandíbula, pescoço

  • - Fadiga, náusea

  • - Angina estável/instável IAM

Amplo espectro: desde manifestações clínicas como desconforto torácico até angina e equivalentes anginosos
  • IAM 2/3 dos casos de IAMSSST (descartar miocardite, Takotsubo, CMPP e EP)

  • Afastar: sepse, EP, causas não cardíacas de elevação da troponina

  • - Amplo espectro de manifestações clínicas: desde dor torácica leve, SCA, IAM até morte súbita cardíaca

  • - Causa mais comum de IAM na gravidez e no puerpério

Amplo espectro de manifestações clínicas, desde doença silenciosa até morte súbita cardíaca, angina/IAM Angina Dispneia aos esforços IAM
Diagnóstico clínico/ exames complementares Semelhante entre mulheres e homens
  • - Testes não invasivos: RMC associada a adenosina; PET

  • - Testes invasivos: acetilcolina intracoronária e hiperemia com adenosina intracoronária (RFC e IRM)

  • - Transitório até se estabelecer a causa - Quadro clínico de IAM

  • - Troponina

  • - Angiografia coronariana com ausência de DAC obstrutiva, TCO, USIC RMC

  • - Ausência de FRCV tradicionais

  • - Conhecimento dos FR predisponentes: displasia fibromuscular (50-86%), distúrbios do tecido conjuntivo (5%), doenças inflamatórias sistêmicas (5-12%), uso de terapia hormonal (estrogênio, progesterona, gonadotrofina, clomifeno ou tratamento de infertilidade)

  • - Múltiplas gestações anteriores

  • - Angiotomografia coronariana

  • - Angiografia coronariana

  • - Angiografia coronariana associada a teste de provocação farmacológica com acetilcolina

  • - Associação com marcadores inflamatórios (lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide)

  • - Testes não invasivos: defeitos reversíveis

  • - Testes invasivos: FFR > 0.8; RFC < 2.0; IRM ≥ 25

  • - Angiografia coronariana/trombectomia por aspiração

Prevenção
  • - Conhecimento das diferenças no quadro clínico das SCA/SCC

  • - Aperfeiçoar diagnóstico e tratamento

  • - Identificar e tratar FRCV clássicos e FR específicos da mulher

  • - Identificar e tratar agressivamente FRCV clássicos e FR específicos da mulher

  • - Identificar os fatores potencializadores de risco (fatores psicossociais e determinantes sociais de saúde)

  • - Identificar e tratar FRCV clássicos e FR específicos da mulher

  • - Identificar os fatores potencializadores de risco (fatores psicossociais e determinantes sociais de saúde)

  • - Minimizar os gatilhos emocionais, evitar terapia hormonal (isto é, estrogênio, progesterona e gonadotrofina coriônica β-humana)

  • - Evitar gravidez futura

  • - Reabilitação cardíaca, preferencialmente com protocolo modificado, evitando exercícios isométricos pesados e atividades aeróbicas intensas

  • - Evitar fatores agravantes: uso de drogas ilícitas, anfetaminas, gás butano, álcool e medicamentos para enxaqueca

  • - Modificação dos FRCV (perda de peso e controle do estresse)

  • - Diagnóstico precoce das causas subjacentes e profilaxia da trombose/infecção

Desfechos
  • Mulher: maior mortalidade hospitalar e em 30 dias

  • - Maior mortalidade em mulheres abaixo de 50 anos

  • - Angina recorrente

  • - Hospitalizações frequentes

  • - Coronariografias repetidas

  • - Altas taxas de eventos CV maiores

  • - Prognóstico depende da causa subjacente

  • - Mortalidade: semelhante à DAC

  • - Incapacidade: semelhante à DAC

  • - Recorrência frequente principalmente no período pós-parto e em portadoras de doenças do tecido conjuntivo

  • - Taxa de recorrência entre 3,9% e 18,6%

  • - Arritmia e morte súbita

  • - Angina recorrente

  • - Hospitalizações frequentes

  • - Coronariografias repetidas

  • - Altas taxas de eventos CV maiores

  • - Prognóstico bom na maioria dos casos com trombectomia precoce

CMPP: cardiomiopatia periparto; CV: cardiovascular; DAC: doença arterial coronariana; EP: embolia pulmonar; FFR: reserva de fluxo fracionado; FR: fator de risco; FRCV: fatores de risco cardiovascular; IAM: infarto agudo do miocárdio; IAMSSST: infarto do miocárdio sem supra do segmento ST; IRM: índice de resistência microvascular; PET: PET scan; RFC: reserva de fluxo coronariano; RMC: ressonância magnética cardíaca; SCA: síndrome coronariana aguda; SCC: síndrome coronariana crônica; TCO: tomografia de coronária; USIC: ultrassom intracoronariano.

Atualmente o termo DIC é muito mais adequado para se referir às diversas afecções coronarianas geradoras de isquemia, antes referidas como DAC. A DIC reúne DAC, INOCA, MINOCA, DEAC, DMV, VPC e embolia/trombose coronariana.

4.1.1. Doença Arterial Coronariana

A DAC é a principal causa de infarto na mulher. As diferenças relacionadas a sexo e gênero são especialmente pronunciadas e as peculiaridades estão apresentadas na Tabela 4.1 .

4.1.2. Isquemia na Ausência de Obstrução Arterial Coronariana

A INOCA é mais comum em mulheres do que em homens, com prevalência especialmente alta entre as mulheres com idade de 45-65 anos. Não é uma condição benigna, estando associada a aumento do risco de eventos cardiovasculares adversos. 69 As estratégias de abordagem da INOCA não são bem definidas, principalmente porque não há evidências suficientes sobre o tratamento da disfunção microvascular associada a ela. 70

4.1.3. Infarto do Miocárdio na Ausência de Obstrução Arterial Coronariana

O MINOCA está relacionado a vários mecanismos fisiopatológicos que acometem coronárias, conforme descrito na Tabela 4.1 . Sua prevalência é de 5-10%, considerando-se todos os IAM, sendo que cerca de dois terços dos pacientes apresentam IAMSSST. 69

É mais comum em mulheres mais jovens do que em homens (10,5% vs 3,4%; p<0,0001). Os FRCV podem estar presentes, porém são menos prevalentes do que em pacientes com DAC. 69

O diagnóstico de MINOCA é transitório e requer confirmação das várias causas. Primeiramente, deve-se excluir IAM por obstrução de coronária epicárdica. Posteriormente, é de grande importância buscar a causa subjacente, pois a falha na identificação da causa básica pode resultar em tratamento e informações inadequados. 70

4.1.4. Dissecção Espontânea de Artéria Coronária

A DEAC é causa rara de infarto do miocárdio, representando 1-4% de todas as SCA. Corresponde à ruptura espontânea da íntima ou dos vasa vasorum na parede arterial, resultando no acúmulo de hematoma intramural na falsa luz, que pode comprimir a luz verdadeira, causando isquemia ou infarto do miocárdio.

A DEAC é cada vez mais reconhecida como causa importante de infarto do miocárdio em mulheres com menos de 50 anos. Segundo alguns estudos, 25-35% dos casos de DEAC ocorrem em mulheres antes dos 50 anos e 25% em mulheres com mais de 60 anos. É a causa mais comum de infarto do miocárdio associado a gravidez (até 43% dos infartos do miocárdios na gravidez), ocorrendo principalmente no terceiro trimestre ou no pós-parto. O risco de eventos recorrentes é substancial. 70

4.1.5. Doença Microvascular

A sua fisiopatologia resulta do remodelamento estrutural com consequente redução da condutância ou de distúrbios vasomotores afetando as arteríolas, ou de ambos. A confirmação diagnóstica de DMV deve preencher os seguintes critérios: presença de sintomas (angina e/ou dispneia de esforço); ausência de doença obstrutiva; evidência objetiva de isquemia e de alteração da função microvascular (defeitos reversíveis, anormalidades nos testes funcionais invasivos – IRM > 25). 69

A DMV associa-se a marcadores pró-inflamatórios em mulheres com INOCA, havendo, portanto, maior risco em doenças como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. Após a menopausa, essas doenças são mais frequentes nas mulheres, o que pode contribuir para as diferenças sexuais da DMV. 69

4.1.6. Vasoespasmo Coronariano

O VPC é definido por vasoconstrição difusa ou focal reversível coronariana, sendo comum entre pacientes com DIC e presente nos mecanismos de INOCA, MINOCA e DMV, independentemente das variações raciais, genéticas e geográficas. É mais prevalente em mulheres de 40-70 anos. 69

O teste provocativo com acetilcolina intracoronariana continua a ser a ferramenta de diagnóstico fundamental para o VPC, sendo que as mulheres têm maior resposta a menores doses. Esse teste permite reproduzir o VPC e avaliar a reatividade aos nitratos.

4.1.7. Trombose/Embolia Coronariana

A embolia de artéria coronária é uma causa subdiagnosticada de SCA, sendo dividida em três tipos: direta, paradoxal (trombo oriundo de trombose venosa profunda que transpõe o forame oval) e iatrogênica. Nessa última, a intervenção coronariana percutânea é a causa mais comum de embolia e o risco é aumentado com técnicas de rotação, valvoplastia e anticoagulação inadequada do procedimento.

4.2. Insuficiência Cardíaca

Estudos epidemiológicos revelam incidência de IC similar em homens e mulheres. No entanto, alterações hormonais especialmente após a menopausa são responsáveis por características peculiares da IC em mulheres, o que contribui para a maior prevalência de ICFEp (FE > 50%) em relação a ICFEr (FE < 40%). 9 , 74 , 75 A Figura 4.1 mostra os mecanismos fisiopatológicos relacionados à IC na mulher decorrentes do ciclo hormonal. 10

Figura 4.1. Mecanismos fisiopatológicos relacionados à insuficiência cardíaca na mulher. VE: ventrículo esquerdo; IC: insuficiência cardíaca.

Figura 4.1

Existem diferenças relacionadas ao sexo não só em relação à epidemiologia da IC, mas também quanto à apresentação clínica, aos desfechos e ao tratamento da IC ( Figura 4.2 ). 74 , 75 Essas diferenças são ainda mais evidentes quando os diferentes fenótipos da IC são analisados isoladamente: ICFEr (FE ≤ 40%) e ICFEp (FE ≥ 50%). 9

Figura 4.2. Fatores de risco, características, prognóstico e medidas para prevenir ICFEr e ICFEp em mulheres. CV: cardiovascular; FR: fator de risco; HAS: hipertensão arterial sistêmica; IC: insuficiência cardíaca; ICFEp: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada; ICFEr: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.

Figura 4.2

Duas condições clínicas que podem cursar com IC na mulher merecem destaque: Takotsubo, que se refere a disfunção ventricular esquerda aguda reversível, em que 90% dos pacientes são mulheres, especialmente pós-menopausa, 10 e a cardiomiopatia periparto, definida como disfunção ventricular esquerda no final da gravidez ou nos primeiros meses pós-parto, sem outra causa evidente. 76 A Tabela 4.2 descreve as principais características dessas patologias.

Tabela 4.2. Características da síndrome de Takotsubo e cardiomiopatia periparto.

Condição clínica Síndrome de Takotsubo Cardiomiopatia Periparto
Mulheres (%) Cerca de 90% 100%
Média de idade Mais idosas – frequentemente após menopausa (90% entre 58 anos e 75 anos) Idade fértil
Definição Disfunção ventricular esquerda aguda reversível Disfunção ventricular esquerda no final da gravidez ou primeiros meses após parto
Fatores de risco
  • Trigger emocional ou físico é típico, mas não está presente sempre

  • Mais comum em mulheres após a menopausa

  • ✓ Raça afro-americana

  • ✓ Idade materna mais elevada

  • ✓ HAS ou pré-eclâmpsia

  • ✓ Múltiplas gestações

Características
  • ✓ Dor torácica aguda sugestiva de SCA

  • ✓ Alterações eletrocardiográficas sugestivas de SCA

  • ✓ Dispneia

  • ✓ Palpitação

  • ✓ Pré-síncope / síncope por arritmia ventricular ou

  • ✓ Choque cardiogênico

  • ✓ Dispneia, ortopneia, edema de membros, palpitação

  • ✓ Sinais de congestão ao final da gravidez

  • ✓ Eventos tromboembólicos

  • ✓ Arritmias ventriculares

  • ✓ Choque cardiogênico

Diagnóstico
  • ✓ ECG: elevação ST ou inversão T + QTc alargado

  • ✓ ECO: alteração segmentar que se estende além de território arterial único

  • ✓ Peptídeos natriuréticos elevados

  • ✓ Elevação discreta de troponina (ocorre em mais de 90%)

  • ✓ Disparidade entre o grau de elevação de troponina e a gravidade da disfunção VE

  • ✓ RNM: disfunção VE; avaliação VD; trombo; realce tardio ausente (diferencial com miocardite)

  • ✓ Coronariografia: ausência de lesões coronarianas com hipocinesia apical e médio-apical na ventriculografia

  • ✓ Diagnóstico pode ser atrasado por confusão com sintomas habituais da gestação

  • ✓ Diagnóstico diferencial com miocardite, Takotsubo, cardiomiopatia hipertrófica e outras

  • ✓ ECO: disfunção ventricular esquerda; presença de trombo

  • ✓ Peptídeos natriuréticos elevados

  • ✓ Holter: pode revelar arritmias ventriculares

Prevenção ✓ Está relacionada a menopausa (deficiência de estrogênio, porém a reposição hormonal não tem impacto em redução do risco de IC) ✓ Controlar fatores de risco que predispõem à CMPP: hipertensão, diabetes, obesidade, eclâmpsia.
Tratamento
  • ✓ Betabloqueador se FEVE < 45%, FA, arritmia ventricular

  • ✓IECA se FEVE < 45%

  • ✓ Anticoagulação se trombo apical

  • ✓ SCM se choque cardiogênico

  • BOARD

  • ✓ B: Bromocriptina está indicada (doses crescentes de acordo com gravidade da CMPP)

  • ✓ O: Tratamento oral para IC guiado por diretrizes

  • ✓ A: Anticoagulação (pelo menos profilática)

  • ✓ R: Vasodilatadores (relaxantes) EV e inotrópicos para CMPP grave

  • ✓ D: Diuréticos se congestão Para casos mais graves:

  • ✓ BIA, ECMO para casos de rápida deterioração a despeito de inotrópicos

  • ✓ Transplante ou DAV diante da persistência de sintomas a despeito da terapia otimizada

Prognóstico
  • Em geral bom com recuperação precoce da função de VE, porém pode apresentar complicações graves antes da recuperação

  • Choque cardiogênico (6-20%)

  • Mortalidade intra-hospitalar (<5%)

  • Em geral, bom prognóstico (40% melhoram a FEVE para > 50%)

  • Podem ter disfunção persistente ou rápida deterioração

  • FEVE < 35% na apresentação confere pior prognóstico

Seguimento
  • Exame de imagem para confirmar recuperação da função de VE:

  • ECO ou RNM

  • Recorrência em até 22%

  • Melhora entre 6 meses e 5 anos em geral

  • Nova gravidez é desaconselhável pelo risco de recorrência

BIA: balão intra-aórtico; CMPP: cardiomiopatia periparto; DAV: dispositivos de assistência ventricular; ECG: eletrocardiograma; ECMO: membrana de oxigenação extracorpórea; ECO: ecocardiograma; EV: endovenoso; FA: fibrilação atrial; FEVE: fração de ejeção ventricular esquerda; HAS: hipertensão arterial sistêmica; IC: insuficiência cardíaca; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; RNM: ressonância nuclear magnética; SCA: síndrome coronariana aguda; SCM: suporte circulatório mecânico; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo.

Dados de registros de IC aguda demonstram que mulheres e homens são igualmente afetados (cerca de 50%), não havendo evidências de diferença de mortalidade entre homens e mulheres ( Tabela 4.3 ), 77 embora mulheres tenham perfil de maior risco (maior idade e maior número de comorbidades). No entanto, em estudos clínicos/registros de choque cardiogênico/suporte circulatório mecânico, as mulheres estão sub-representadas.

Tabela 4.3. Diferenças nas características e nos desfechos entre homens e mulheres com insuficiência cardíaca descompensada e/ou choque cardiogênico.

ESTUDO CLÍNICO ADHERE IC descompensada IABP-SHOCK II Choque cardiogênico - BIA cVAD Registry Choque cardiogênico - IMPELLA
Mulheres (%) 52% 31% 27%
Ano 2001-2004 2009-2012 2007-2013
Características Mais idosas (75 x 70 anos) Mais idosas (74 x 68 anos) Mais idosas (71 x 64 anos)
  • Maior % comorbidades:

  • HAS

  • Doença tireoidiana

  • Menor % etiologia isquêmica (19% vs 32%)

  • Maior % comorbidades:

  • HAS (76% vs 66%)

  • DM (40% vs 29%)

  • Menor % etiologia isquêmica (16% vs 25%)

  • Maior % comorbidades:

  • HAS (80% vs 70%)

  • DM (54% vs 41%)

  • Similar % etiologia isquêmica (33% vs 35%)

Maior FEVE (42% vs 33%) Maior FEVE (40% vs 35%) Maior FEVE (30% vs 24%)
Mortalidade Sem diferença mortalidade ajustada intra-hospitalar Sem diferença mortalidade ajustada em 30 dias, 6 meses e 1 ano Sem diferença mortalidade na alta hospitalar

BIA: balão intra-aórtico; DM: diabetes mellitus; FEVE: fração de ejeção ventricular esquerda; HAS: hipertensão arterial sistêmica; IC: insuficiência cardíaca.

A melhor forma de prevenir a progressão para IC avançada é a adequada instituição do tratamento da IC. Porém, quando não suficiente, o tratamento padrão-ouro é o TC para ambos os sexos. A sobrevida média em longo prazo é significativamente maior no sexo feminino e a presença de mismatch de sexo (doador feminino/receptor masculino) tem pior prognóstico. 70 Quanto ao uso de dispositivos de assistência ventricular de longa permanência, os resultados têm sido cada vez melhores. Entre as suas indicações estão pacientes com contraindicação para o TC, como hipersensibilização, o que é frequente em multíparas. Mulheres tendem a maior risco de AVC e disfunção de ventrículo direito e são sub-representadas na maioria dos registros. 77

4.2.1. Tratamento Farmacológico e Não Farmacológico da ICFEr e ICFEp

Considerando que a cardiomiopatia isquêmica é a etiologia mais frequente da ICFEr em mulheres, instituir medidas que previnam DAC, como controle de dislipidemia e hipertensão, cessação de tabagismo e estímulo à atividade física, é fundamental ( Figura 4.2 ). O tratamento farmacológico da ICFEr com inibidores da enzima de conversão de angiotensina II, betabloqueadores, antagonistas mineralocorticoides, INRA e inibidores de SGLT2 tem demonstrado impacto inequívoco em redução de morte geral ou mortalidade cardiovascular e hospitalização por IC. 9 Tais benefícios ocorreram de forma semelhante em homens e mulheres e, portanto, a instituição do tratamento farmacológico previne morte súbita e progressão da doença para IC avançada que requer terapias específicas. No entanto, as mulheres estão sub-representadas na grande maioria dos estudos de ICFEr (20-30%) e, portanto, estudos envolvendo maior número de mulheres com ICFEr seriam muito relevantes ( Tabela 4.4 ). 10

Tabela 4.4. Diferenças nos desfechos entre homens e mulheres em estudos de ICFEr.

ESTUDO CLÍNICO % Mulheres DESFECHO RESULTADO GERAL HOMENS / MULHERES P interação
SOLVD (Enalapril) 20% Morte geral HR 0,84 (0,74 – 0,95) ----- -----
CIBIS II (Bisoprolol) 20% Morte geral HR 0,66 (0,54 – 0,81)
  • H: HR 0,53 (0,42 – 0,67)

  • M: HR 0,37 (0,19 – 0,89)

NS
RALES (Espironolactona) 27% Morte geral HR 0,69 (0,58 – 0,82)
  • H: HR 0,71 (0,60 – 0,82)

  • M: HR 0,72 (0,57 – 0,97)

NS
PARADIGM-HF (Sacubitril-Valsartana) 21% Morte CV ou hospitalização IC HR 0,80 (0,73 – 0,87)
  • H: HR 0,80 (0,73 – 0,87)

  • M: HR 0,79 (0,66 – 0,94)

NS
DAPA-HF (Dapagliflozina) 23% Morte CV ou hospitalização IC HR 0,75 (0,65-0,85)
  • H: HR 0,73 (0,63 – 0,85)

  • M: HR 0,79 (0,59 – 1,06)

NS
EMPEROR-Reduced (Empagliflozina) 24% Morte CV ou hospitalização IC HR 0,75 (0,65– 0,86)
  • H: HR 0,80 (0,68 – 0,93)

  • M: HR 0,59 (0,44 – 0,80)

NS

CV: cardiovascular; H: homens; HR: hazard ratio; IC: insuficiência cardíaca; M: mulheres; NS: não significativo.

Na ICFEp, a fisiopatologia está diretamente ligada a obesidade, resistência a insulina aumentada e síndrome metabólica. Assim, medidas como redução de peso e estímulo à atividade física são essenciais para a prevenção de ICFEp, especialmente em mulheres ( Figura 4.2 ). Quanto ao tratamento farmacológico, as evidências não são tão robustas e, até recentemente, não havia terapia medicamentosa recomendada. 9 Estudos randomizados revelam efeito neutro dos principais fármacos para IC. 77 Subanálises de dois deles, um envolvendo espironolactona (TOPCAT) e outro INRA (PARAGON-HF), sugerem resposta diferente à terapêutica de acordo com o sexo. Além disso, os inibidores SGLT2 demonstraram benefícios na ICFEp com resultado similar em homens e mulheres ( Tabela 4.5 ). 10 Dessa forma, as evidências atuais apontam para benefício de inibidores SGLT2 em ambos os sexos e potencial benefício com espironolactona e sacubitril-valsartana em mulheres. 76 Estudos prospectivos para avaliar diferenças entre os sexos também são necessários.

Tabela 4.5. Diferenças nos desfechos entre homens e mulheres em estudos de ICFEp.

ESTUDO CLÍNICO % Mulheres DESFECHO RESULTADO GERAL HOMENS / MULHERES DIFERENÇAS entre sexos P interação
TOPCAT (Espironolactona) 52% Morte CV ou hospitalização por IC ou PCR HR 0,89 (0,77 – 1,04) Morte geral H: p=0,68 M: HR 0,66 (0,48 – 0,90) Redução significativa de morte geral apenas em mulheres 0,02
PARAGON-HF (Sacubitril-Valsartana) 52% Morte CV ou hospitalização por IC HR 0,87 (0,75 – 1,01) H: HR 1,03 (0,85 – 1,25) M: HR 0,73 (0,59 – 0,90) Redução significativa morte CV ou hospitalização por IC e hospitalizações totais apenas em mulheres 0,017
EMPEROR-Preserved (Empagliflozina) 45% Morte CV ou hospitalização por IC HR 0,79 (0,69 – 0,90) H: HR 0,81 (0,69 – 0,96) M: HR 0,75 (0,61 – 0,92) Redução significativa de morte CV ou hospitalização por IC em homens e mulheres NS
DELIVER (Dapagliflozina) 44% Morte CV ou hospitalização por IC ou visita à emergência Em andamento

CV: cardiovascular; H: homens; HR: hazard ratio; IC: insuficiência cardíaca; M: mulheres; NS: não significativo; PCR: parada cardiorrespiratória.

De maneira geral, tanto na IC crônica quanto na IC aguda, ensaios clínicos voltados especialmente para mulheres são escassos e as evidências são provenientes de subanálise de grandes estudos em que as mulheres estão sub-representadas. No entanto, a identificação de potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de IC em mulheres e a instituição de medidas para controlá-los, ou até revertê-los, podem ter impacto prognóstico. Registros prospectivos multicêntricos poderiam trazer evidências mais precisas na população feminina.

4.3. Arritmias

Existem algumas diferenças eletrofisiológicas entre os sexos em relação à ocorrência, aos sintomas clínicos e ao prognóstico das arritmias, podendo afetar tanto a despolarização quanto a repolarização. As mulheres têm mais taquicardia sinusal e taquicardia por reentrada nodal, enquanto arritmias ventriculares são menos comuns. Na síndrome do QT longo tipo 2, é conhecido um maior risco de morte súbita entre as mulheres e um maior risco de pró-arritmia, seja por drogas cardiovasculares seja por drogas não cardiovasculares. A gravidez aumenta o risco de taquicardias supraventriculares e diminui a ocorrência de torsades de pointes, que tem seu risco aumentado na síndrome de QT longo durante o puerpério. 70

4.3.1. Taquicardia Ventricular e Morte Súbita Cardíaca

A MSC é um importante problema de saúde pública, com ampla incidência global. Nos Estados Unidos, em 2016, ocorreram 366.494 casos, sendo 178.823 (48,8%) em mulheres. A DIC é a causa mais comum de MSC; no entanto, nas mulheres, a MSC ocorre mais por causas não isquêmicas. As mulheres têm menos taquicardia/fibrilação ventricular documentada (19,4% mulheres vs homens 26,7%, p<0,001), o que reduz a probabilidade de sobrevivência se comparadas aos homens, que são reanimados e tratados com desfibrilador. 70

O CDI é a terapia de escolha na profilaxia primária ou secundária de MSC. No entanto, as mulheres são sub-representadas nos estudos clínicos (inclusão de mulheres varia entre 16% e 29%) e as análises de subgrupos baseadas no sexo são limitadas. 78 Um registro de 236.084 beneficiários do Medicare de 1991 a 2015 evidenciou que homens receberam mais CDI que mulheres, em prevenção tanto primária (3,2 vezes mais) quanto secundária (2,4 vezes mais). Ademais, mulheres têm maior risco de complicações relacionadas ao procedimento de implante do CDI (7,2% vs 4,8%, p<0,001), particularmente pneumotórax com necessidade de intervenção, tamponamento cardíaco e complicações mecânicas do dispositivo que requeiram revisão. 13

4.3.2. Fibrilação Atrial

Estima-se que 29,4 milhões de mulheres tenham FA em todo o mundo. Embora a incidência seja maior entre os homens, as mais idosas têm mais FA, visto que a expectativa de vida é maior nas mulheres. 1 As mulheres com FA são mais sintomáticas e relatam pior qualidade de vida em relação aos homens ( Figura 4.3 ), 79 além de apresentarem preditores peculiares para FA. Um estudo com 34.221 mulheres observou que HAS foi um preditor de risco, sendo a obesidade outro marcador de risco importante e as mudanças dinâmicas no peso também deletérias. Mulheres que praticam atividade física vigorosa têm redução de incidência de FA em 28%. Entre as saudáveis de meia-idade, foi demonstrada uma incidência aumentada de FA nas que consumiam dois ou mais drinques por dia, sendo o consumo excessivo de álcool um preditor de FA entre elas. Um estudo prospectivo de larga escala demonstrou que a multiparidade associou-se a maior risco. Outro estudo prospectivo avaliou 30.034 mulheres na menopausa, demonstrando que não houve aumento do risco além daquele associado à idade, enquanto a monoterapia com estrogênio associou-se a aumento do risco da arritmia. 80

Figura 4.3. Diferença de sintomas entre mulheres e homens com fibrilação atrial. 72 .

Figura 4.3

As mulheres têm mais FA paroxística, maior pontuação de CHA 2 DS 2 -VASc, são menos submetidas a cardioversão e a ablação de flutter e FA, são mais submetidas a ablação do nó atrioventricular e implante de marca-passo, têm mais AVC e tromboembolismo e são mais hospitalizadas por todas as causas. 14

Poucos estudos sobre o controle de frequência cardíaca e de ritmo foram avaliados em relação a diferenças entre os sexos. As mulheres são menos submetidas a ablação por cateter com isolamento das veias pulmonares e, em geral, os resultados são piores, seja por indicação mais tardia, por mais comorbidades ou por maior presença de fibrose atrial e focos extra veias pulmonares. 15 Um estudo com 2.789 pacientes com FA de início recente com grande representatividade de mulheres (46%) mostrou que o controle precoce do ritmo foi associado a menor risco de eventos adversos cardiovasculares, sem afetar o tempo de internação. 81

As mulheres com FA têm maior risco de AVC, sendo esse mais severo e ainda mais extenso quando em idade acima de 65 anos. 15 , 70 Os estudos com DOACs (dabigatrana, apixabana, rivaroxabana e edoxabana) demonstraram menor risco de sangramento maior em mulheres, porém maior risco de AVC/embolia sistêmica com o uso de varfarina, apesar de esses estudos avaliarem apenas 35% a 40% de mulheres. 15 Houve redução de mortalidade por todas as causas e redução significativa do risco de hemorragia intracraniana com uso de DOACs em mulheres, comparados à varfarina. Em estudos que avaliaram a oclusão do apêndice atrial esquerdo como opção à anticoagulação na prevenção do AVC em FA, as mulheres foram sub-representadas e o desfecho primário de eficácia composto por AVC, embolia sistêmica e morte cardiovascular não variou entre os sexos. 15 , 70 As mulheres com FA têm maior risco de mortalidade cardiovascular e por todas as causas, além de mais eventos cardíacos, maior risco de AVC e IC. 15 As principais diferenças de sintomas entre os sexos na FA são sumarizadas na Quadro 4.1 .

Quadro 4.1. Resumo das diferenças entre os sexos nos portadores de fibrilação atrial. 15 .

MULHER   HOMEM
EPIDEMIOLOGIA E RISCO
  • Maior que na população total

  • Maior risco de óbito e AVC pela FA

Aumento da incidência e prevalência com o tempo
  • Prevalência ajustada pela idade

SINTOMAS E QUALIDADE DE VIDA
  • Maior duração dos sintomas

  • Pior qualidade de vida nos escores

   
PREVENÇÃO E RISCO DE AVC
  • AVC da FA mais severo e incapacitante

 
  • Recebe mais anticoagulação para prevenção

  • Maior tempo na faixa terapêutica com varfarina

CONTROLE DE FREQUÊNCIA E RITMO CARDÍACO
  • Maior risco de eventos cardiovasculares epró-arritmia com DAA

  • Maior risco de eventos adversos com ablação por cateter

 
  • Maior indicação de cardioversão e ablação de FA

AVC: acidente vascular cerebral; DAA: drogas antiarrítmicas; FA: fibrilação atrial.

4.4. Doença Cardiovascular e Câncer

As DCV e o câncer são as principais causas de morte no mundo, compartilhando FR, tais como idade, obesidade, tabagismo, história familiar e dieta.

Os cânceres mais comuns em mulheres são os de mama, pulmão e colorretal, responsáveis por 50% dos novos diagnósticos, dos quais o da mama representa 30%. 82

Avanços no diagnóstico precoce e no tratamento do câncer propiciaram importante redução na mortalidade, principalmente pela percepção de efeitos adversos cardiovasculares, tanto agudos quanto crônicos, decorrentes do tratamento oncológico. Esses efeitos afetam a qualidade e a expectativa de vida das sobreviventes, que necessitam de acompanhamento por toda a sua existência.

Entre as diferentes formas de tratamento, tanto a quimioterapia quanto a radioterapia e outras terapias podem levar a cardiotoxicidade por diferentes mecanismos, sendo o risco diretamente relacionado à detecção de doença cardíaca de base, de fatores de risco cardiovascular e tratamento prévio oncológico cardiotóxico.

Apesar de até o momento não existir nenhum escore de risco validado, sugerem-se dois fortes preditores de risco, a idade e a FEVE previamente ao tratamento. 83

O diagnóstico da cardiotoxicidade pode ser realizado pela confirmação de alteração cardiovascular nova durante ou mesmo anos após o tratamento, seja de natureza clínica e/ou alteração em biomarcadores e/ou imagem cardiovascular, sendo o diagnóstico feito por exclusão após pesquisa de outras etiologias.

Segundo a Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia, disfunção ventricular relacionada à terapia do câncer é definida como uma redução ≥ 10% na FEVE para um valor abaixo do limite inferior da normalidade (FEVE < 50%), devendo ser repetida a imagem cardiovascular em 2 a 3 semanas. 84

A disfunção ventricular pode ocorrer durante a evolução do tratamento bem como anos após o seu fim, motivo pelo qual a vigilância a longo prazo é importante, principalmente naqueles que desenvolvem cardiotoxicidade durante o tratamento ou são de alto risco.

O ecocardiograma é o método de escolha para detecção de disfunção miocárdica antes, durante e após o tratamento do câncer. O ecocardiograma tridimensional tem uma melhor acurácia na avaliação da função ventricular. Em sua ausência, o bidimensional Simpson é recomendado para avaliação dos volumes e da FEVE. O SLG é uma ferramenta que prediz com alta sensibilidade a redução posterior da FEVE. Redução ≥ 15% no SLG em relação ao basal é considerada anormal, sendo um marcador precoce de disfunção ventricular. A ressonância nuclear magnética é o padrão-ouro para avaliação da função cardíaca, sendo indicada em casos com limitação da ecocardiografia. 84

É fundamental detectar anormalidades cardíacas subclínicas que possam influenciar as decisões clínicas quanto à escolha do tratamento, indicação de cardioproteção ou aumento da vigilância (por exemplo, disfunção ventricular assintomática).

A antraciclina é o QT mais comumente utilizado no tratamento do câncer de mama, porém tem efeito cardiotóxico por necrose de cardiomiócitos histologicamente comprovada, levando a lesões irreversíveis. A associação entre doses cumulativas de antraciclina e risco de IC é exponencial, com incidência de 5% de IC com a dose cumulativa de 400 mg/m 2 e incidência de 48% com a dose cumulativa de 700 mg/m 2 . 85

Outro QT usado no tratamento do câncer de mama, o trastuzumabe, pode causar cardiotoxicidade, porém não se associa a necrose de cardiomiócitos, sendo as lesões causadas parcial e totalmente reversíveis após a interrupção do tratamento.

Fluoropirimidina, droga usada no tratamento do câncer colorretal, pode levar a vasoespasmo e consequente isquemia miocárdica, com ou sem alterações eletrocardiográficas. Os sintomas podem aparecer a qualquer momento durante o tratamento, porém injeção em bolus pode ser menos cardiotóxica, uma vez que o vasoespasmo pode estar relacionado a metabólitos acumulados mais do que ao efeito do pico das doses. 86

Caso os pacientes desenvolvam IC e FEVE < 40% durante o tratamento, o QT deve ser suspenso temporariamente, conforme discussão entre o cardiologista e o oncologista, e a terapia para IC deve ser iniciada de acordo com as diretrizes e consensos.

A prevenção da cardiotoxicidade deve ser realizada em todas as pacientes que serão submetidas ao tratamento do câncer. Medidas gerais, como o controle adequado dos fatores de risco, intervenções farmacológicas cardioprotetoras específicas, assim como estratégias de vigilância baseadas em imagens e biomarcadores têm efeito benéfico geral, mas os resultados são heterogêneos, não havendo consenso sobre as recomendações para farmacoterapia cardioprotetora ( Figura 4.4 ). 85

Figura 4.4. Medidas para a prevenção de cardiotoxicidade nas mulheres.

Figura 4.4

FRCV: fatores de risco cardiovascular

Apesar de as recomendações serem controversas, drogas cardioprotetoras têm sido testadas, como dexrazoxano, um quelante de ferro com comprovada ação cardioprotetora, e outras drogas com efeito bloqueador da resposta neuro-hormonal e consequente ação anti-remodelamento cardíaco, como os inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona, betabloqueadores e estatinas. 86 Considerar o uso do dexrazoxano em pacientes com câncer de mama metastático com dose cumulativa elevada de antraciclina (doxorrubicina acima de 250 mg/m 2 ). 86

O exercício aeróbico é considerado como estratégia não farmacológica promissora para prevenir e/ou tratar cardiotoxicidade induzida por quimioterapia. Se houver redução da FEVE que atenda à definição de cardiotoxicidade, o tratamento da IC baseado em diretrizes deve ser considerado.

A Figura 4.5 resume os principais aspectos relacionados à cardiotoxicidade.

Figura 4.5. Sumário dos principais aspectos referentes à cardiotoxicidade. 2D: bidimensional; 3D: tridimensional; DM: diabetes mellitus; FE: fração de ejeção; FRCV: fatores de risco cardiovasculares; HAS: hipertensão arterial sistêmica; QT: quimioterápico; RNM: ressonância nuclear magnética.

Figura 4.5

Os Quadros 4.2 , 4.3 e 4.4 demonstram as recomendações para o manejo da doença isquêmica coronariana, insuficiência cardíaca e arritmia nas mulheres.

Quadro 4.2. Recomendações para o manejo da doença isquêmica do coração nas mulheres.

Recomendações para o manejo da doença isquêmica do coração nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Na doença coronariana obstrutiva e não obstrutiva, devem-se conhecer as diferenças no quadro clínico das SCA/SCC, aperfeiçoar diagnóstico e tratamento e identificar e tratar FRCV clássicos e FR específicos da mulher graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69–73
Na doença coronariana obstrutiva e não obstrutiva, devem-se identificar os fatores potencializadores de risco (fatores psicossociais e determinantes sociais de saúde) graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69–73
Na dissecção espontânea, minimizar os gatilhos emocionais, evitar terapia hormonal (isto é, estrogênio, progesterona e gonadotrofina coriônica β-humana), evitar gravidezes futuras, reabilitação cardíaca, preferencialmente com protocolo modificado evitando exercícios isométricos pesados e atividades aeróbicas intensas graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69–71,73
No vasoespasmo, evitar fatores agravantes, como o uso de drogas ilícitas, anfetaminas, gás butano, álcool e medicamentos para enxaqueca graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69,71–73
Na doença microvascular, importante a modificação dos FRCV (por exemplo, perda de peso e controle do estresse) graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69,72
Na trombose e embolia coronariana, diagnóstico precoce das causas subjacentes e profilaxia da trombose/infecção graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 69,73

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; FR: fatores de risco; FRCV: fatores de risco cardiovascular; SCA/SCC: síndrome coronariana aguda/síndrome coronariana crônica.

Quadro 4.3. Recomendações para o manejo da insuficiência cardíaca nas mulheres.

Recomendações para o manejo da insuficiência cardíaca nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
A síndrome de Takotsubo está relacionada a menopausa (deficiência de estrogênio), porém a reposição hormonal não tem impacto na redução do risco de IC graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 10,76
Controlar fatores de risco que predispõem à CMPP: hipertensão, diabetes, obesidade, eclâmpsia graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 10,76
Na ICFEp e na ICFEr, controlar os fatores de risco, como peso e níveis glicêmicos, lipídicos e pressóricos, praticar atividade física regular, cessar tabagismo graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 10,74–76
Uso de estatina teria potencial benefício, porém existem poucas evidências específicas relacionadas ao sexo, não devendo ser recomendado graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg C 10
A identificação de potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de IC em mulheres e a instituição de medidas para controlá-los ou até revertê-los podem ter impacto na prevenção graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 10,70,76

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; CMPP: cardiomiopatia periparto; IC: insuficiência cardíaca; ICFEp: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada; ICFEr: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.

Quadro 4.4. Recomendações para o manejo das arritmias nas mulheres.

Recomendações para o manejo das arritmias nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
A obesidade e a HAS são preditores de risco para FA nas mulheres; o controle de peso e níveis pressóricos é medida importante na prevenção graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 14,15,81
A prevalência de FA aumenta com a idade e nas mulheres após a menopausa; a terapia hormonal da menopausa não teria efeito benéfico graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg C 80
A atividade física vigorosa parece reduzir a incidência de FA nas mulheres graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 80
O consumo excessivo de álcool é preditor de FA nas mulheres; o controle do consumo de álcool para menos de 2 drinques/dia pode reduzir o risco graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 80

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; FA: fibrilação atrial; HAS: hipertensão arterial sistêmica.

4.5. Acidente Vascular Cerebral

As mulheres enfrentam uma carga desproporcional de mortalidade e incapacidade por AVC. 87 Múltiplos FR específicos têm sido observados, como gravidez, PE, DG, uso de contraceptivos orais e de hormônios na pós-menopausa, além das variações hormonais. 88 Os FR para AVC mais fortes ou prevalentes nas mulheres que merecem consideração são: FA, enxaqueca com aura, DM, HAS, depressão e estresse psicossocial. Apesar da maior proporção de AVC ao longo da vida, não há diretrizes específicas de triagem e de tratamento para redução do risco de AVC nas mulheres. 68

É importante reforçar a conscientização e a educação sistemática nas faixas etárias mais jovens, incluindo mulheres na idade reprodutiva, alertando sobre a progressiva incidência de AVC com a idade e sua associação com complicações obstétricas, como HG, parto prematuro e DG, além de contracepção hormonal. O risco é progressivamente maior quando associado a FR clássicos, como obesidade, dislipidemias, HAS e DM, que incidem ao longo da vida, inclusive em idades mais jovens. 87

Embora as mulheres representem mais da metade da ocorrência de AVC na população geral, sua inclusão em ensaios clínicos de tratamento para AVC tem sido menor, o que requer uma melhor representação feminina nesses estudos. 89 , 90

4.6. Doença Arterial Periférica

A DAP é uma condição prevalente que confere morbidade e mortalidade substanciais, sendo pouco diagnosticada e pouco tratada na população geral. 91 Sua frequência em mulheres é igual ou maior do que em homens. 92 Diferenças na fisiopatologia e FR podem contribuir para a apresentação tardia e muitas vezes atípica da DAP em mulheres ( Figura 4.6 ).

Figura 4.6. Diferenças na apresentação da doença arterial periférica em mulheres. 7 DAP: doença arterial periférica; DCV: doença cardiovascular; DIC: doença isquêmica do coração; DRC: doença renal crônica; FR: fatores de risco; HAS: hipertensão arterial sistêmica.

Figura 4.6

A inadvertência no atendimento da DAP prejudica os resultados em todos os pacientes, mas esses desafios são maiores nas mulheres, que têm dor mais intensa, pior qualidade de vida e maior risco de DCV e seus eventos concomitantes do que os homens. 93 Além disso, há dados demonstrando o menor uso da terapêutica baseada em evidências em mulheres em comparação a homens. 97

Embora o reconhecimento e o controle dos FR tradicionais sejam importantes para ambos os sexos, parecem ter um efeito diferencial e menor significância geral para mulheres com DAP do que para homens. 98 , 99 Como o tratamento dos FR tradicionais confere proteção para ambos os sexos, esforços devem ser feitos para assegurar os cuidados ideais para todos. 100 O reconhecimento de FR específicos do sexo (ex. gravidez) ou de fatores predominantemente femininos (ex. depressão) pode permitir uma adequada estratificação de risco e a adoção de medidas de prevenção precoces. 101 , 102

4.7. Demência

Apesar de não se saber claramente quais os impactos da privação estrogênica da menopausa sobre a função cognitiva da mulher, dados da literatura mostram que as mulheres parecem ter maior risco de desenvolver demência e alterações de memória relacionadas à idade do que os homens e pouco se sabe sobre essas diferenças em idades mais precoces. 16 Estudos mostram que mulheres na perimenopausa respondem melhor a tarefas relacionadas à memória, o que se atenua anos após a menopausa. 16 , 103

Há evidências epidemiológicas e biológicas de que a concentração sérica de estrogênio e, consequentemente, a atividade ovariana têm relação com a melhor performance em relação à memória e à cognição. 16 , 103 Sintomas como mente embotada, esquecimento e dificuldade de achar palavras são comuns nas mulheres na perimenopausa. 16 Além disso, como observado no estudo SWAN, a redução da função cognitiva nas mulheres parece não ter relação com ansiedade e depressão, fatores sabidamente aumentados nessa fase da vida feminina. 65

A DA, uma das causas de demência na população geral, tem como uma de suas principais características patológicas o depósito excessivo de placas de amiloide no sistema nervoso central. Dados de literatura sugerem que o estrogênio possa ter importante papel na prevenção do depósito de amiloide, além de atuar na função cognitiva. 104 Investigadores têm sugerido que a concentração reduzida de hormônios esteroides sexuais após a menopausa possa ser responsável pela maior prevalência e maior gravidade da DA em mulheres. 105 Muitos estudos têm sido realizados para definir se a THM seria uma medida eficaz na prevenção desses distúrbios neurológicos. 105 , 106

Apesar das evidências epidemiológicas conflitantes em relação ao uso de THM como medida preventiva na disfunção cognitiva e na redução da DA na menopausa, uma meta-análise de ensaios clínicos mostrou a ausência desses benefícios. Mulheres com mais de 65 anos sem demência que usaram estrogênio isolado ou associado a progesterona não tiveram evidências consistentes em relação a benefícios, nem mesmo as mais jovens (menopausa precoce e perimenopausa). 106

Assim, sugerimos que a THM não deva ser prescrita para preservação da função cognitiva em mulheres mais velhas na pós-menopausa. Também faltam fortes evidências de benefícios cognitivos para mulheres que usam THM em idades mais jovens (por exemplo, perto da menopausa). Portanto, a THM também não deve ser prescrita para preservação da função cognitiva em mulheres mais jovens. Mesmo resultados do estudo WHI não mostraram que o início precoce da THM seria necessário para obter benefícios cognitivos posteriores nas mulheres, nem mesmo prevenir DIC (“hipótese da janela crítica”). 107

Um estudo de coorte mostrou as principais causas de alterações cognitivas e demência em homens e mulheres mais jovens (menos de 55 anos): DA (34%), demência vascular (18%), demência frontoparietal (12%), demência relacionada a alcoolismo (10%), além de outras, como doença de Parkinson e esclerose múltipla. 108 Na DA, 10% dos casos se relacionaram a mutação genética e a prevalência de demência dobrou a cada 5 anos após os 35 anos de idade.

Existem FR vasculares relacionados a demência precoce como AVC, ataque isquêmico transitório, doença renal, DCV, HAS, alcoolismo crônico e intoxicação por drogas. 109

4.8. Doenças Valvares

A doença reumática é a principal causa de doença valvar adquirida em crianças e adultos jovens com idade inferior a 40 anos nos países emergentes. 110

4.8.1. Estenose Aórtica

Em mulheres jovens, a etiologia da estenose aórtica isolada, na sua totalidade, é congênita e a lesão estrutural é frequentemente a valva bicúspide. 17 A estenose aórtica isolada de etiologia reumática é rara, geralmente concomitante a outras lesões valvares, como insuficiência aórtica ou lesões mitrais. Com o envelhecimento, a calcificação degenerativa valvar é o principal mecanismo da doença. Quando comparadas aos homens, considerando o mesmo grau de calcificação valvar, as mulheres apresentam tendência à maior gravidade da estenose aórtica em razão da fibrose do aparelho valvar, que é mais pronunciada do que a calcificação.

Mulheres portadoras de estenose aórtica de baixo gradiente e baixa fração de ejeção não valorizam os sintomas e apresentam-se em estágios mais avançados da doença, com pior capacidade funcional, quadro de síncope mais frequente e remodelamento mais excêntrico do ventrículo esquerdo. Essas manifestações podem justificar sua maior mortalidade em comparação aos homens ( Figura 4.7 ). 17

Figura 4.7. Diferenças na evolução clínica relacionadas ao sexo na estenose aórtica de baixo gradiente e baixa fração de ejeção. Adaptado de Bartko et al. 110 .

Figura 4.7

Mulheres encaminhadas para substituição cirúrgica valvar aórtica apresentam dispneia de esforço mais acentuada, escores de fragilidade mais elevados e grau de obstrução valvar mais grave para o mesmo padrão anatômico de área valvar e gradiente médio de pressão transvalvar aórtico dos homens. 18 A menor superfície corpórea das mulheres acarreta intervenções cirúrgicas tecnicamente mais minuciosas, razão da pior sobrevida pós-operatória.

Nas substituições valvares aórticas transcateter, mulheres são mais idosas, apresentam melhor função ventricular esquerda e menor prevalência de DAC, mas têm morbidades associadas como DM e FA. Características anatômicas do sexo feminino, tais como menor distância entre os óstios coronarianos e o anel valvar e maior prevalência de calcificação valvar e da aorta, são responsáveis pela maior incidência de obstrução coronária durante o procedimento. O menor diâmetro dos vasos periféricos também causa maiores complicações vasculares e sangramento. 111

Atualmente não há terapêutica para prevenção da progressão da estenose aórtica. 8 Contudo, ensaios clínicos têm formulado estratégias para retardar o processo de progressão da doença, como os inibidores da DPP-4, 18 testados em idosos e diabéticos, mas sem estudos referenciados para mulheres. A falta de controle de tabagismo, dislipidemia, níveis séricos de creatinina e cálcio plasmático parece propiciar uma redução absoluta e porcentual da área valvar aórtica anual. 111 , 112

4.8.2. Doença Valvar Mitral

A insuficiência mitral tem história natural dependente da etiologia e o acompanhamento clínico exige medidas preventivas fundamentadas na estratificação do grau anatômico da doença. A avaliação periódica exige atenção quanto ao desenvolvimento ou não de alterações anatômicas e/ou funcionais secundárias à doença valvar e ao surgimento de fatores complicadores, uma vez que a insuficiência mitral tem evolução muitas vezes insidiosa. A insuficiência mitral decorrente do prolapso valvar é prevalente entre as mulheres e suas características anatômicas peculiares mostram predomínio de válvulas mixomatosas com prolapso anterior e de folhetos bilaterais, além de espessamento extenso dos folhetos, que são menos flácidos que nos homens. 113

As mulheres apresentam menores volumes de regurgitação e dimensões atriais quando indexadas à superfície corporal; por conseguinte, muitas não alcançam critérios cirúrgicos baseados no aumento das cavidades ventriculares na insuficiência mitral, 113 o que pode resultar em piores resultados após a cirurgia. 114 Contudo, esses dados são controversos porque se fundamentam em estudos retrospectivos e com uma coorte muito limitada ( Figura 4.8 ).

Figura 4.8. Evolução comparativa após cirurgia minimamente invasiva da valva mitral. Adaptado de Seeburger et al. 113 .

Figura 4.8

No Brasil, a estenose mitral reumática é a principal causa de valvopatia adquirida em mulheres jovens; contudo, a calcificação do aparelho valvar mitral pode surgir com o progredir da idade. Em países industrializados, a erradicação da doença reumática cedeu espaço para as causas degenerativas, 115 em que predominam a calcificação com envolvimento da base dos folhetos e a ausência de fusão comissural, características estruturais que restringem a intervenção percutânea. Por essas razões, a substituição cirúrgica da valva mitral tem sido o tratamento preferível à comissurotomia percutânea/cirúrgica, exceto na presença de associação com morbidades que aumentem o risco operatório.

4.8.3. Doença Reumática

A prevenção primária da febre reumática aguda envolve o diagnóstico imediato e o tratamento antibiótico da infecção por estreptococos do grupo A com penicilina benzatina e outras alternativas. 116 Para ambos os sexos, medidas higiênicas são fundamentais para evitar a disseminação da doença e devem ser reforçadas. Pacientes com história de febre reumática aguda apresentam alto risco de recorrência e acometimento cardíaco com qualquer infecção subsequente por estreptococos do grupo A. Nas pacientes com risco de recorrência, a profilaxia antibiótica secundária deve ser a longo prazo em ambos os sexos, conforme preconizado pelas diretrizes atuais.

Dentre as medidas preventivas em doença valvar nas mulheres, merece destaque a profilaxia da endocardite infecciosa na ocasião do parto. Embora controversa, o Posicionamento sobre Cardiopatia e Gravidez da Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda essa profilaxia em situações de presumível alto risco, indicando antibióticos específicos para o aparelho geniturinário, como ampicilina e gentamicina ou vancomicina, quando houver alergia à penicilina ( Figura 4.9 ). 11

Figura 4.9. Orientações para a profilaxia de endocardite infecciosa na gravidez. EI: endocardite infecciosa.

Figura 4.9

4.9. Diabetes Mellitus, Pré-eclâmpsia e Doenças Hipertensivas na Gravidez

4.9.1. Diabetes Mellitus

A DM manifesta-se na gravidez como DM tipo 1, DM tipo 2 ou DG, estando associada a complicações materno-fetais, como PE, prematuridade e morte perinatal. A conduta para DM na gravidez deve ser individualizada de acordo com a presença dos fatores determinantes de prognóstico da gravidez, como nível glicêmico, tempo da doença, presença de comorbidades, lesões em órgãos-alvo, polidrâmnio, macrossomia fetal e outras malformações fetais. 19

A prevenção dessas complicações envolve mudança de estilo de vida, destacando-se controle do peso e dieta adequada antes e durante a gravidez. Uma meta-análise com 44 estudos avaliou a influência da atividade física e nutrição para o controle do peso corporal em 7.278 gestantes, mostrando redução média de 1,42 kg no ganho de peso e do risco de PE (RR 0,74, IC 0,60 - 0,92), sem comprometimento fetal. 117

A prática regular de exercício físico melhora a capacidade funcional, reduz o risco de depressão, previne ganho de peso excessivo e auxilia no controle dos distúrbios metabólicos e cardiovasculares, destacando-se PE e outras formas de HAS e de DM desenvolvidas na gravidez. Quando a atividade física é moderada ou alta, há redução do risco de DG em torno de 50% e da ocorrência de PE em 22% e 35%, respectivamente. O risco é ainda menor se a atividade física for iniciada antes e mantida desde o início da gravidez. Estudos mostram que 5 a 6 horas/semana de exercícios reduzem em 40% o risco de PE. Portanto, mulheres sem contraindicações obstétricas ou cardiovasculares devem ser fisicamente ativas durante toda a gravidez. Recomenda-se realizar 150 minutos de exercícios moderados, distribuídos em pelo menos três dias da semana, variando entre aeróbico, de resistência, alongamento e ioga. 118

4.9.2. Doenças Hipertensivas na Gravidez

As doenças hipertensivas na gravidez, que abrangem diferentes formas de HAS, estão entre as principais causas de complicações e mortalidade materna e perinatal em todo o mundo, sendo consideradas um marcador indiscutível de DCV no futuro. 119

Várias estratégias têm sido propostas para a prevenção da PE. Contudo, nenhuma é inequivocamente eficaz. Intervenções nutricionais, como vitaminas C e E, óleo de peixe, suplementação de alho, vitamina D, ácido fólico ou restrição de sódio, 120 não têm eficácia suficientemente comprovada. A reposição de cálcio é uma das poucas estratégias que mostraram benefício nas pacientes de alto risco de HAS ou PE, principalmente nas que consomem quantidade insuficiente de cálcio em sua dieta diária. Uma revisão sistemática de 13 estudos incluindo 15.730 pacientes com baixa ingesta diária de cálcio (< 600 mg/dia) mostrou que a reposição igual ou maior que 1,0 g/dia reduziu o risco relativo em 35% de HAS e em 55% de PE, sendo que doses mais elevadas (≥ 1g) tiveram maior benefício nesses desfechos. 121

O uso do AAS entre 12 e 16 semanas de gravidez nas doses entre 75 mg e 150 mg diárias é considerado moderadamente eficaz em reduzir o risco de PE em pacientes de alto risco ( Figura 4.10 ). 11

Figura 4.10. Recomendações para uso de ácido acetilsalicílico na profilaxia de pré-eclâmpsia. Adaptado do Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez e Planejamento Familiar na Mulher Portadora de Cardiopatia 2020. 11 AAS: ácido acetilsalicílico; DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial sistêmica; HF: história familiar; IMC: índice de massa corpórea; PE: pré-eclâmpsia; PIG: pequeno para idade gestacional; RN: recém-nascido; SAAF: síndrome do anticorpo antifosfolípide.

Figura 4.10

O estudo ASPRE ( Performance of Screening for Preterm Pre-Eclampsia), utilizando um modelo de predição de PE (ultrassom Doppler no primeiro trimestre, medidas da pressão arterial média e marcadores inflamatórios), mostrou redução do risco relativo de 62% de PE com 150 mg de AAS à noite, com início entre a 11ª e a 13ª semana gestacional e término na 36ª semana gestacional. 122 Recente revisão corroborou redução do risco relativo de proteinúria na PE em 18% e do número necessário para tratar para 61, com baixo risco fetal, neonatal e de sangramento no pós-parto. 123

Em relação à HG como fator de risco para DCV no futuro, uma análise sistemática 20 de estudos mostrou que HG em primigestas foi associada a maior risco de DCV (RR, 1,45; IC 95%, 1,17-1,80) e DIC (RR, 1,46; IC 95%, 1,23-1,73), o que não ocorreu para AVC (RR, 1,26; IC 95%, 0,96-1,65) ou eventos tromboembólicos (RR, 0,88; IC 95%, 0,73–1,07). Mulheres com uma ou mais gestações com HG apresentaram maior risco de DCV (RR, 1,81; IC 95%, 1,42-2,31), DIC (RR, 1,83; IC 95%, 1,33-2,51) e insuficiência cardíaca (RR, 1,77; IC 95%, 1,47-2,13), mas não de AVC (RR, 1,50; IC 95%, 0,75-2,99). Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar a correlação entre HG e DCV subsequente.

4.10. Gravidez na Adolescência

Dentre os problemas de saúde na adolescência (indivíduos entre 10 anos e 20 anos incompletos), a gravidez representa 400 mil casos por ano e as crianças nascidas de mães adolescentes representaram 18% dos nascidos vivos no Brasil em 2015, com predominância demográfica na região nordeste. 124 Entre os fatores que contribuem para o aumento da gravidez na adolescência, destacam-se: início precoce da atividade sexual, uso inadequado dos contraceptivos, dificuldades de acesso a programas de planejamento familiar e sobretudo desinformação sobre direitos sexuais e reprodutivos ( Figura 4.11 ). 125

Figura 4.11. Fatores marcantes da gravidez na adolescência. 125 .

Figura 4.11

De acordo com a OMS, a gravidez na adolescência aumenta complicações maternas, fetais e neonatais, além de agravar problemas socioeconômicos previamente existentes e influenciar o futuro de gerações. 126 Os fatores que contribuem para as complicações maternas da gravidez na adolescência estão demonstrados na Figura 4.12 . 125

Figura 4.12. Fatores que contribuem para as complicações maternas da gravidez na adolescência. 125 .

Figura 4.12

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a abstinência sexual isoladamente não é uma estratégia para reduzir as taxas de gravidez na adolescência e estudos têm demonstrado que a abstinência não contribui para retardar o início da vida sexual nem reduzir o número de parceiros entre adolescentes. Segundo os estudos, adolescentes que receberam apenas educação sexual para abstinência não apresentaram efeito significativo na redução de gravidez (OR 0,7; IC 95%, 0,38-1,45; p = 0,38) em comparação àquelas que receberam educação sexual mais abrangente, que foi mais eficaz (OR 0,4; IC 95%, 0,22-0,69; p = 0,001). 21

O Guia Prático sobre Prevenção da Gravidez na Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria considera que um dos mais importantes fatores de prevenção seja a educação sobre sexualidade e saúde reprodutiva apoiada em evidências científicas e em programas de promoção à saúde. 125 A instrução deve ser direcionada a aspectos biológicos, respeito recíproco, atividades sexuais com responsabilidade, além de uso de métodos contraceptivos seguros e eficazes na prevenção da gravidez e proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. 127

A prescrição da contracepção para adolescentes é trabalhosa, pois requer tempo para construir um relacionamento de confiança. Entretanto, provedores pediátricos são os que mais merecem a confiança de adolescentes e familiares, sendo muitas vezes o único vínculo para o aconselhamento reprodutivo. 128 Estratégias para maior comprometimento e sucesso no aconselhamento reprodutivo são destacadas no Quadro 4.5 .

Quadro 4.5. Estratégias para a prevenção da gravidez na adolescência. 125 .

Reservar espaço da clínica para adolescentes com informações sobre saúde sexual e métodos de contracepção
Assegurar o sigilo das discussões sobre sua sexualidade
Apresentar os contraceptivos reforçando a eficácia, tolerância, efeitos colaterais, vantagens na contracepção e benefícios clínicos dos métodos.
Manter seguimento após a prescrição para identificar efeitos colaterais, adesão e satisfação
Regulamentar os anticoncepcionais de longa duração (LARCS) e os contraceptivos hormonais na prática pediátrica

Diretrizes atuais e melhores práticas para o fornecimento de contracepção incluem os Critérios de Elegibilidade Médica (MEC) 132 e as Recomendações de Práticas Selecionadas disponíveis na OMS e no Centro de Controle das Doenças dos Estados Unidos. 129 A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia reforça o documento MEC-OMS em sua última versão, que aponta que somente a idade não é razão para atrasar o uso de qualquer método reversível e que questões sociais e comportamentais devem ser consideradas de modo individualizado. 131

Os contraceptivos podem ser divididos em hormonais e não hormonais (métodos comportamentais, mecânicos e de barreira) e apresentam falha variável, podendo sua eficácia ser calculada pelo índice de Pearl, que considera o número de gestações/100mulheres/ano ( Figura 4.13 ). 128 , 132

Figura 4.13. Métodos de contracepção e índice de Pearl (gestações/100 mulheres/ano).

Figura 4.13

Fonte: Adaptado de U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016. 132

Os Quadros 4.6 , 4.7 e 4.8 demonstram as recomendações para o manejo de cardiotoxicidade, AVC, DAP, demência e outras doenças e situações específicas nas mulheres.

Quadro 4.6. Recomendações para o manejo de cardiotoxicidade nas mulheres.

Recomendações para o manejo da cardiotoxicidade nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Identificação e controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e dislipidemia graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 85,86
Uso de drogas cardioprotetoras: drogas anti-remodelamento podem ser consideradas para pacientes com sinais de cardiotoxicidade subclínica ou pacientes de alto risco cardiovascular Inline graphic a B 85,86
Pacientes do FE entre 40-50% devem iniciar tratamento com IECA/AT1 e betabloqueador antes do tratamento graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 85,86
Considerar o uso do dexrazoxano em pacientes com câncer de mama metastático com dose cumulativa elevada de antraciclina (doxorrubicina acima de 250 mg/m 2 ) graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 85,86
Estratégias de vigilância com biomarcadores e imagens graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 85
O exercício aeróbico é considerado como estratégia não farmacológica promissora para prevenir cardiotoxicidade induzida por quimioterapia graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 85,86
 

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; AT1: receptor de angiotensina tipo 1; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; FE: fração de ejeção.

Quadro 4.7. Recomendações para o manejo de AVC, DAP e demência nas mulheres.

Recomendações para o manejo de AVC, DAP e demência nas mulheres

Recomendação CR NE Referências
Reforçar a conscientização das mulheres sobre a progressiva incidência de AVC e sua associação com complicações obstétricas (HG, partos prematuros, DG) e com contracepção hormonal graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 87
Alertar as mulheres sobre o risco progressivamente maior de AVC na presença de fatores de risco clássicos, como obesidade, dislipidemias, HAS e DM graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 87
O tratamento dos fatores de risco tradicionais confere proteção para ambos os sexos em relação à DAP graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 100
Na DAP, o reconhecimento de fatores de risco específicos do sexo, como complicações da gravidez, ou fatores predominantemente femininos, como depressão, permite adequada estratificação de risco e adoção de medidas de prevenção precoces graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 101,102
Sugere-se que o estrogênio possa ter importante papel na prevenção do depósito de amiloide na doença de Alzheimer, além de atuar na função cognitiva graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg A 107

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; AVC: acidente vascular cerebral; HG: hipertensão gestacional; DG: diabetes gestacional; HAS: hipertensão arterial sistêmica; DM: diabetes mellitus; DAP: doença arterial periférica.

Quadro 4.8. Recomendações para o manejo de situações específicas da gravidez.

Recomendações para o manejo de situações específicas da gravidez

Recomendação CR NE Referências
Na prevenção de endocardite infecciosa na ocasião do parto, a associação ampicilina 2,0g e gentamicina 1,5mg/kg deve ser feita uma hora antes do parto em pacientes de alto risco para endocardite infecciosa graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 11
Mudanças de estilo de vida, destacando-se controle do peso e dieta adequada, antes e durante a gravidez são importantes na prevenção de diabetes gestacional graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 117
Exercício físico regular durante a gravidez para mulheres sem contraindicação obstétrica: reduz risco de depressão, previne ganho de peso excessivo, auxilia no controle dos distúrbios metabólicos e cardiovasculares, destacando-se PE e outras formas de HAS e DM graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 118
Intervenções nutricionais, como vitaminas C e E, óleo de peixe, vitamina D, ácido fólico, restrição de sódio são medidas de prevenção para PE graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03.jpg C 119
O uso do AAS antes da 16ª semana de gravidez reduz o risco de PE precoce (antes da 34ª semana) em pacientes de alto risco graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 122
A reposição de cálcio pode ter benefício na prevenção de PE em pacientes consideradas de alto risco que consomem quantidade diária insuficiente de cálcio (< 600 mg/dia) graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 121
A abstinência sexual como medida preventiva da gravidez na adolescência não contribui para retardar o início da vida sexual e nem tampouco reduzir a ocorrência de gravidez graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 126
A prevenção de gravidez na adolescência requer o esclarecimento sobre a eficácia, segurança e tolerância dos contraceptivos disponíveis e demanda supervisão até a idade adulta graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 129
A prescrição de contraceptivo deve ser apoiada nos critérios de elegibilidade da OMS graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 132

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência; PE: pré-eclâmpsia; HAS: hipertensão arterial; DM: diabetes mellitus; AAS: ácido acetilsalicílico; OMS: Organização Mundial da Saúde.

5. Peculiaridades dos Métodos Propedêuticos nas Mulheres

Na prática clínica, utilizamos escores de risco e características dos sintomas para estimar a probabilidade de RCV e identificar quem se beneficiaria de exames. A maioria dos modelos de predição superestima o risco, sendo os exames de imagem geralmente utilizados quando a probabilidade pré-teste é intermediária. Baseado no teorema de Bayes, a proporção de testes falso-positivos diminui quanto mais prevalente é a doença na população estudada, enquanto a de falso-negativos se reduz quanto menos prevalente é a doença na população. Nas mulheres, as lesões obstrutivas são menos comuns e a fisiopatologia da DIC tem suas peculiaridades, como acometimento de microcirculação, vasos menos calibrosos e maior reatividade vascular com consequente vasoespasmo. Assim, a sensibilidade e a especificidade dos testes nas mulheres podem ser diferentes daquelas nos homens. Este capítulo tem por objetivo apontar diferenças de interpretação, acurácia e indicação, quando houver, dos métodos de auxílio diagnóstico da DIC na mulher.

5.1. Eletrocardiograma

O ECG apresenta influências do sexo, relacionadas principalmente à magnitude dos sinais elétricos. A amplitude do QRS é menor nas mulheres, sobretudo nas derivações precordiais, como a onda S de V2 e R de V5, interferindo na acurácia do diagnóstico de HVE. As justificativas seriam: menor massa do ventrículo esquerdo e presença de mamas volumosas. O critério de Cornell para avaliação de HVE (soma da amplitude da onda R em aVL com onda S de V3) melhora a precisão ao considerar o sexo, sendo anormal > 28 mm em homens e > 20 mm em mulheres.

A amplitude do ponto J e da onda T é menor em mulheres. Em contrapartida, o intervalo QT corrigido é maior nelas, sendo anormal quando > 470 ms em mulheres e > 450 ms em homens. 133

5.2. Teste Ergométrico

O TE é seguro e fisiológico, indicado na investigação de isquemia miocárdica, de arritmias induzidas por esforço e dos preditores de prognóstico da DIC. Nas mulheres, os níveis menores de hemoglobina, o tamanho menor das coronárias, o aumento inapropriado de catecolaminas ao esforço e o estrogênio, por similaridades com a molécula do digital, podem provocar depressão do segmento ST falso-positiva.

Devido à alta prevalência de DAC não obstrutiva, lesões uniarteriais e doença microvascular, a acurácia varia com a probabilidade pré-teste da DIC. Segundo as diretrizes de ACC/AHA, o TE deve ser escolhido para avaliação de DIC em mulheres com probabilidade pré-teste intermediária, ECG normal e naquelas capazes de atingir o exercício máximo. O TE tem valor preditivo negativo similar em mulheres e homens (78% e 81%, respectivamente), sendo seu valor preditivo positivo em torno de 47%. A baixa amplitude eletrocardiográfica e o menor desempenho ao exercício prejudicam a avaliação da DIC em mulheres. 25 , 134

5.3. Ultrassonografia de Carótidas

A medida da EMI e a detecção de placa aterosclerótica são ferramentas auxiliares na avaliação do RCV. A EMI parece refletir a presença de FRCV e é diferente em homens e mulheres. A placa ateromatosa carotídea reflete a carga aterosclerótica, parece ser um preditor de RCV mais forte do que a EMI e não tem diferença entre os sexos. A medida da EMI para reclassificação de risco pode ser utilizada em alguns grupos específicos, nos quais a classificação por critérios habituais é difícil ou incompleta (hipercolesterolemia familiar, portadoras de doenças autoimunes, uso de medicações que induzem a elevação do colesterol) ou em mulheres com pelo menos dois FRCV. Essa medida foi estudada e publicada pelo projeto ELSA (Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto), demonstrando não só diferença entre os sexos, mas entre etnias e, como sabido, entre faixas etárias de uma população genuinamente brasileira. Assim, podemos estratificar o risco em situações específicas com dados de nossa população. 135

A presença de placa ateromatosa é recomendada pelas diretrizes brasileiras e internacionais como fator agravante em pacientes de risco intermediário, situação em que muitas mulheres se enquadram. 136

5.4. Ecocardiografia

A ecocardiografia é a ferramenta mais utilizada na investigação diagnóstica e prognóstica CV em homens e mulheres, sem diferenças específicas do método entre os sexos. Além de diagnosticar alterações da contratilidade regional, identifica outras causas de dor torácica, como valvopatias, miocardiopatias, aortopatias e pericardiopatias. 137

A ecocardiografia de estresse é uma técnica atrativa, principalmente para mulheres jovens ou com risco de câncer de mama, pela ausência de exposição à radiação. Não existem muitos estudos avaliando diferenças no desempenho da ecocardiografia de estresse entre os sexos. Entretanto, fornece especificidade e precisão significativamente maiores do que o TE isolado, sem diferenças significativas entre homens e mulheres. A ecocardiografia de estresse com dobutamina versus TE para a detecção de DIC foi mais acurada em estenose de coronária >50% em mulheres com dor torácica, com sensibilidade de 70,4% vs 53,7% e especificidade de 94,6% vs 73,6%. A maior acurácia foi mantida após a exclusão de pacientes que não conseguiram atingir mais de 85% da frequência cardíaca prevista para a idade antes da indução de isquemia. A AHA recomenda a adição de imagens ao exercício na avaliação de mulheres de risco intermediário que têm um ECG basal anormal. 25 , 138

5.5. Cintilografia Miocárdica

A acurácia da cintilografia miocárdica de estresse na mulher é semelhante à da ecocardiografia de estresse, porém é menor se comparada à dos homens, possivelmente pelo menor diâmetro das câmaras cardíacas, levando a baixa resolução de imagens em gama-câmaras convencionais. Outro desafio é a atenuação causada pela mama, podendo levar a resultados falso-positivos. 25 Em meta-análise realizada comparando TE, cintilografia miocárdica de estresse e ecocardiografia de estresse, a sensibilidade e a especificidade de cada método foram 61% e 70%, 78% e 64%, e 86% e 79%, respectivamente, e foram similares às dos homens, exceto para o TE, que foi inferior nas mulheres. 139

O estudo WOMEN comparou a eficácia do TE com ou sem cintilografia miocárdica em mulheres sintomáticas com risco baixo/intermediário para DAC e capacidade para o exercício. Os autores mostraram que, apenas naquelas com risco pré-teste intermediário/alto, houve uma melhora na acurácia diagnóstica quando se combinou o TE com cintilografia miocárdica, sendo a acurácia maior para DAC obstrutiva: a cintilografia miocárdica de estresse apresentou sensibilidade de 78% (95% IC, 72%-83%) e o TE mostrou sensibilidade de 61% (95% IC, 54%-68%). A cintilografia miocárdica de estresse negativa mostrou excelente valor prognóstico em mulheres, com 99% de sobrevida sem eventos, incluindo idosas e diferentes etnias, sendo similar à dos homens. Portanto, a avaliação de probabilidade pré-teste para DAC é importante na decisão de qual método utilizar. 140 , 141

A exposição à radiação pela cintilografia em mulheres parece ser pouco nociva e, apesar do tema ser controverso, deve-se evitá-la nas jovens, sendo preferível a ecocardiografia de estresse.

5.6. Escore de Cálcio e Angiotomografia de Coronárias

Os escores populacionais preditores de RCV apresentam menor acurácia nas mulheres, em especial nas mais jovens. Atualmente, o CAC apresenta dose de radiação semelhante à mamografia (< 1 mSv) e tem igual acurácia em homens e mulheres para estratificação de risco e predição de eventos. Mulheres com CAC maior que zero apresentam risco de eventos maior do que homens. De forma semelhante, a calcificação arterial mamária, visualizada através da mamografia, guarda correlação com a presença de aterosclerose coronária. Se presente, deve indicar avaliação cardiológica.

O CAC tem valor prognóstico em mulheres assintomáticas com risco intermediário. É relatado que um CAC positivo em mulheres assintomáticas de risco intermediário está associado a uma taxa de eventos significativamente maior, incluindo morte, infarto agudo do miocárdio, cirurgia de RVM e intervenção coronária percutânea (3,3% naquelas com qualquer CAC versus 1,0% naquelas com CAC=0, após 37 meses de acompanhamento). 27

A Angio-TC é um teste anatômico não invasivo de DIC que fornece informações quanto à gravidade das obstruções, carga de placa e risco dessas placas se instabilizarem. Considerando as características da DIC em mulheres, a Angio-TC se torna um método capaz de evidenciar o padrão não obstrutivo mais prevalente, informação não avaliada pelos métodos funcionais. De fato, quando comparada a esses últimos, a Angio-TC gerou maior probabilidade de cateterismo com DAC obstrutiva, além de melhor correlação com eventos futuros. No contexto de dor torácica aguda, pelas características atípicas dessa queixa em mulheres no pronto-atendimento, a Angio-TC gerou maior impacto na redução do tempo de permanência hospitalar nas mulheres em relação aos homens. 142 , 143

5.7. Ressonância Magnética Cardíaca

A RMC é um método de alta acurácia na propedêutica de doenças cardiovasculares, sem necessidade de radiação. Isso a torna uma excelente opção em mulheres, especialmente naquelas em idade fértil, grávidas e em tratamento de câncer de mama. Em relação ao rastreamento de cardiotoxicidade, é sabido que cerca de 25% das pacientes com fração de ejeção ventricular < 50% na RNM não apresenta alterações ao ecocardiograma quando em propedêutica para cardiotoxicidade. 144

Na avaliação funcional da DIC, é conhecido o impacto das mamas e da menor massa miocárdica em estudos de imagem em mulheres. Tal limitação não se aplica à RMC, que demonstrou semelhante grau de acurácia em homens e mulheres. Considerando as características do padrão de DIC na população feminina, ou seja, a disparidade entre sintomas e achados anatômicos, a RMC tornou-se excelente opção para avaliação de alterações da perfusão miocárdica pela sua alta resolução espacial e pela sua igual performance, independentemente do sexo. Além disso, a RMC é capaz de evidenciar alterações perfusionais e/ou miocárdicas capazes de estender de forma mais abrangente o diagnóstico diferencial da dor torácica (ex: infartos por tromboembolismo ou dissecção coronariana) e ser particularmente útil na abordagem desse sintoma em mulheres. 142 , 144

5.8. Coronariografia

Há evidências de que o número de coronariografias realizadas em mulheres é menor do que em homens. Porém, quando se faz estratificação de risco para as mulheres, a indicação de coronariografia é semelhante à dos homens. 144 O estudo CURE mostra que a indicação de coronariografia, angioplastia e RVM foi inferior para mulheres (48% x 61%). 145 O status socioeconômico coloca a mulher de baixa renda em maior vulnerabilidade para acesso, o que poderia acarretar maior mortalidade a curto prazo após quadro de SCA. 146

Estudo transversal com dados do Registro VICTIM avaliou pacientes com diagnóstico de IMCSST oriundos de quatro hospitais (um público e três privados) com disponibilidade para realizar angioplastia primária. Foram incluídos 878 pacientes com IMCSST, 33,4% de mulheres. As mulheres apresentaram menores taxas de fibrinólise (2,3% no total, 1,7% nas mulheres e 2,6% nos homens) e de angioplastia primária (44% nas mulheres e 54,5% nos homens), resultando em maior mortalidade hospitalar (16,1% versus 6,7%). 146

Coronárias normais na coronariografia são mais comuns entre mulheres, inclusive na SCA, podendo representar doença microvascular, vasoespasmo ou trombólise espontânea. 28

O risco de complicações vasculares do procedimento pode ser maior entre as mulheres com artérias femorais mais finas, mesmo com compressão manual ou uso de plug com colágeno. As mulheres apresentam ainda maior tendência para desenvolver lesão renal aguda pós-contraste, por terem menor número de glomérulos, além de maior tendência a anemia. 28

As diferenças na abordagem diagnóstica dos métodos complementares usados para DIC entre os sexos, além de suas acurácias, vantagens e desvantagens nas mulheres são descritas no Quadro 5.1 .

Quadro 5.1. Métodos complementares diagnósticos: diferenças entre os sexos na interpretação, acurácia, vantagens e desvantagens quando empregados nas mulheres.

EXAME COMPLEMENTAR Diferenças entre sexos na interpretação Acurácia em mulheres VANTAGENS DESVANTAGENS
ELETROCARDIOGRAMA
  • Amplitude do QRS menor: onda S em V2 e R em V5

  • Intervalo QT é maior em mulheres (VR >470ms)

  • Amplitude do ponto J e ST menor em mulheres

Sem diferenças entre os sexos Utilizar critério de Cornell para diagnóstico de HVE em mulheres (VR > 20mm) Interfere na acurácia do diagnóstico de HVE pelo critério de Sokolow
TESTE ERGOMÉTRICO Depressão do ST como falso-positivo
  • Acurácia 47%

  • Valor preditivo negativo semelhante ao dos homens: 78%

  • Baixo custo

  • Bom valor preditivo negativo, quando realizado em pacientes que conseguem atingir o

esforço máximo
Baixa acurácia
US CARÓTIDAS EMI em mulheres é menor Semelhante
  • Não tem irradiação, acessível e relativo baixo custo

  • Placa aterosclerótica é maior preditora de risco que EMI

  • Pode ser útil em subgrupos especiais onde os escores de risco são de pior aplicabilidade

Menos acurado que o CAC
ECOCARDIOGRAFIA Sem diferenças entre os sexos
  • Eco de repouso: Sem diferença entre os sexos

  • Parece semelhante para Eco de estresse

  • Eco de estresse é mais acurado que TE, especialmente quando o ECG de base for anormal

  • Identifica outras doenças que podem causar dor precordial

  • Sem radiação

Eco é examinador-dependente
CINTILOGRAFIA
  • Atenuação da imagem pela mama

  • Pior resolução da imagem em câmeras convencionais

Sensibilidade 78% Especificidade 64%
  • Mais acurado do que o TE em mulheres com PPT intermediária/alta

  • Valor prognóstico excelente, quando normal

Alguma radiação nas mamas
ESCORE DE CÁLCIO CORONARIANO CAC maior do que zero em mulheres aponta para maior risco do que em homens Acurácia semelhante para estratificação de risco e predição de eventos Radiação semelhante à da mamografia (<1mSv) Acessibilidade ao método
ANGIOTOMOGRAFIA Sem diferença entre os sexos Acurácia semelhante
  • Identifica DAC de padrão não obstrutivo mais prevalente em mulheres e melhor correlação com eventos futuros

  • Redução do tempo de permanência hospitalar no pronto-atendimento

Acessibilidade ao método Radiação
RESSONÂNCIA CARDÍACA Sem diferença entre os sexos Acurácia semelhante
  • Sem radiação

  • Evidencia alterações de perfusão e/ou miocárdicas, melhorando diagnóstico diferencial da dor torácica

Acessibilidade
CORONARIOGRAFIA
  • Sem diferença entre os sexos

  • Mulheres apresentam mais coronárias normais na coronariografia, quando essa é solicitada

Sem diferenças entre os sexos Pode diagnosticar angina vasoespástica, quando realizado para esse fim
  • Maior risco de complicações do procedimento: sangramento e lesão renal aguda

  • Não avalia isquemia por doença microvascular

CAC: escore de cálcio coronariano; DAC: doença arterial coronariana; Eco: ecocardiografia; EMI: espessura médio-intimal; HVE: hipertrofia ventricular esquerda; PPT: probabilidade pré-teste; TE: teste ergométrico; US: ultrassom; QT: quimioterápico; ECG: eletrocardiograma ; VR: valor de referência.

O Quadro 5.2 apresenta as recomendações e níveis de evidência dos métodos diagnósticos de DIC nas mulheres.

Quadro 5.2. Recomendações dos métodos diagnósticos de doença isquêmica do coração nas mulheres.

Recomendações dos métodos diagnósticos de doença isquêmica do coração nas mulheres

Recomendação CR NE Ref.
O ECG na dor torácica mantém os graus de recomendação usuais, especialmente em mulheres de risco baixo e intermediário, atentando para as alterações relacionadas ao sexo graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg A 25,133
O teste de esforço está recomendado nas mulheres sintomáticas de risco intermediário para DIC, com ECG basal normal e capazes de atingir o exercício máximo graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 25
O teste de esforço com imagem está recomendado nas mulheres com alteração do segmento ST-T em repouso e incapazes de se exercitarem adequadamente graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 25,140
CAC: mulheres de risco baixo/intermediário ou risco inconsistente; incrementa a avaliação de risco. Alto valor preditivo negativo. Exame "ponte" para Angio-TC quando CAC positivo em pacientes de baixo risco Inline graphic a A 143
Angio-TC: estratificador de risco em mulheres; tão efetiva quanto teste de esforço Inline graphic a A 143
Angio-TC: alta acurácia preditiva para identificação de DAC obstrutiva e quando presente em mulheres de baixo risco Inline graphic a A 143
RNM indicada em mulheres na suspeita de DIC não obstrutiva (doença microvascular); vantagem por não ter radiação ionizante Inline graphic b B 144
RNM em mulheres com probabilidade pré-teste intermediária e ECG com alteração do segmento ST-T em repouso e incapazes de se exercitarem adequadamente Inline graphic a B 144

Angio-TC: angiotomografia computadorizada de coronárias; CAC: escore de cálcio coronariano; CR: classe de recomendação; DIC: doença isquêmica do coração; ECG: eletrocardiograma; NE: nível de evidência; RNM: ressonância nuclear magnética; DAC: Doença Arterial Coronariana.

6. Representação de Mulheres nos Estudos Clínicos sobre Fatores de Risco e Doença Cardiovascular

Sexo e gênero associam-se a riscos ambientais e ocupacionais, a comportamentos de risco, a cuidados em saúde e à percepção desses cuidados pelos seres humanos, influenciando a prevalência das doenças e o resultado do seu tratamento de forma diferente em homens e mulheres. 147 , 148 Como a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos diferem entre os sexos, ocorrem diferenças no perfil de eventos adversos, bem como no resultado dos tratamentos entre homens e mulheres. 148 Esse conhecimento determina a necessidade de que os estudos clínicos sobre diagnóstico e tratamento mantenham em suas amostras a representatividade de homens e mulheres observada na população humana e proporcional à prevalência da doença objeto do estudo.

Entretanto, a análise de estudos clínicos realizados nas últimas décadas no campo da DCV e dos seus fatores de risco demonstra que, apesar de alguns avanços, mulheres ainda são sub-representadas nesses estudos. 34 , 67 , 149

Em 121 estudos clínicos financiados pelo National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI) entre 1965 e 1998, excluídos os estudos realizados com apenas um dos sexos, mulheres representaram em média 38% da amostra, não havendo mudanças significativas nesse perfil ao longo do tempo. 67 A análise demonstrou que a representação das mulheres nos estudos de DAC e de HAS foi proporcional à prevalência dessas doenças no sexo feminino; entretanto, nos estudos de IC e de arritmias, a representação das mulheres foi abaixo da prevalência dessas doenças no sexo feminino. 87

A revisão sistemática de 135 estudos clínicos utilizados para apoiar as recomendações da atualização da diretriz de prevenção cardiovascular em mulheres da American Heart Association de 2007 (Evidence-based guidelines for cardiovascular disease prevention in women: 2007 update) demonstrou que a representação de mulheres nos estudos publicados entre 1970 e 2006 aumentou ao longo do tempo (18% em 1970 e 34% em 2006), sendo maior na prevenção primária do que na secundária (43% versus 27%) e nos estudos de HAS, DM e AVC, mas menor naqueles de IC, DAC e dislipidemia. 150 Apesar desse aumento, os autores concluíram que ainda havia sub-representação das mulheres nos estudos clínicos de DCV e de seus fatores de risco e chamaram a atenção para o fato de que em apenas 31% dos estudos houve discussão dos resultados à luz das diferenças entre os sexos. 150

A análise da participação das mulheres e da segurança e eficácia relatadas por sexo em estudos clínicos de DCV que apoiou 36 aprovações de medicamentos de 2005 a 2015 pelo Food and Drug Administration dos EUA demonstrou que mulheres representaram em média 46% da amostra desses estudos. 34 Os autores concluíram que houve representação adequada das mulheres nos estudos clínicos sobre HAS, FA e hipertensão pulmonar e sub-representação nos estudos sobre IC, DAC e SCA. Foram registradas diferenças mínimas entre os sexos nos perfis de eficácia e segurança dos medicamentos avaliados e aprovados. 34

A participação das mulheres em 740 estudos clínicos de DCV registrados no ClinicalTrials.gov (https://clinicaltrials.gov) entre 2010 e 2017 foi, em média, 38,2% do total de 862.652 adultos. As mulheres eram mais jovens (≤ 55 anos) e tinham participação em estudos de intervenção no estilo de vida e sobre HAS, FA e hipertensão pulmonar, apesar de esses estudos serem realizados com menor duração. Entretanto, em estudos sobre procedimentos de alta complexidade, DAC, SCA e IC, as mulheres foram menos representadas. 151

A análise desse cenário evidencia a existência de inúmeras barreiras a serem transpostas para que se obtenha equidade no cenário da representação dos sujeitos nos estudos clínicos, de forma a contemplar adequadamente as mulheres em geral, bem como as mulheres de populações minoritárias (étnicas e raciais). 152 , 153 Essas barreiras parecem relacionadas às pacientes, aos médicos assistentes, à equipe de pesquisa, ao desenho do estudo e à sociedade 152 e estão apresentadas na Figura 6.1 .

Figura 6.1. Barreiras que contribuem para a baixa representação de mulheres em estudos clínicos sobre doenças cardiovasculares e seus fatores de risco. 152,153 .

Figura 6.1

Recomenda-se que: A) os jornais científicos solicitem dos autores de estudos clínicos cardiovasculares análise de diferenças sexo/gênero-específicas; B) ocorra integração da equidade em saúde no desenho dos estudos clínicos, utilizando uma estrutura como PROGRESS Plus ( P lace of residence; R ace; O ccupation; G ender; R eligion; E ducation; S ocioeconomic status; S ocial capital; Plus=others) ; C) mais mulheres passem a constituir os grupos de investigadores dos estudos clínicos; D) seja promovida a educação médica à luz das particularidades de sexo e gênero; E) ocorra facilitação do acesso da população aos centros que realizam pesquisa clínica. 152 , 153

7. Medidas de Prevenção Primária nas Mulheres

O cuidado da mulher na APS se faz através das Redes de Atenção à Saúde, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde. 154 , 155 Através das Unidades Básicas de Saúde, são implementadas ações de saúde pública para a redução da morbimortalidade da mulher ao longo de seu ciclo de vida, extensivas à família e à comunidade em que está inserida. 154 , 155

O planejamento reprodutivo, conjunto de ações de regulação da fecundidade, e as práticas anticoncepcionais que são predominantemente assumidas pelas mulheres, incluindo lésbicas e bissexuais, cujo desejo ou direito à maternidade precisa ser garantido, devem ser acolhidos pelas equipes de APS, que precisam iniciar as medidas necessárias para sua implementação. 154 , 155

No pré-natal, as Equipes de Saúde da Família devem estratificar o risco materno-fetal, considerando a história reprodutiva anterior, as características individuais e as condições sociodemográficas desfavoráveis. A captação de mulheres em idade fértil (10-49 anos) é essencial para estratificar a gravidez com risco de complicações como: extremos de idade (menor que 15 anos e maior que 35 anos), baixo peso e sobrepeso ou obesidade, situação familiar insegura, não aceitação da gravidez (principalmente em adolescentes), baixa escolaridade, portadoras de cardiopatias, hipertensas crônicas e/ou história prévia de doença hipertensiva da gravidez e diabetes mellitus gestacional. No puerpério, deve-se dar especial atenção às condições psíquicas e sociais da mulher, proteção e apoio ao aleitamento materno, com amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança. 154 , 155

A transição da menopausa está associada com risco aumentado de DCV, atribuída principalmente a dislipidemia aterogênica, obesidade central e resistência à insulina, além de aumento do risco de hipertensão arterial. 156 A THM deve ser individualizada, considerando os riscos pessoais e familiares para neoplasia ginecológica e a estratificação do risco cardiovascular. A THM deve ser acompanhada sistematicamente na APS. A reposição estrogênica pode reduzir os níveis séricos do colesterol total e LDL-c pelo aumento da síntese de receptores de LDL-c. Benefícios da THM foram observados quando introduzida antes dos 60 anos e em mulheres que cessaram a menstruação há menos de 10 anos (preferencialmente nos primeiros 5 anos), com malefícios fora da janela de oportunidade, aumentando o risco cardiovascular. 49

Em 2019, por meio do Programa Previne Brasil, os indicadores de saúde da mulher pactuados foram: gestantes cadastradas pelas APS, média de atendimentos de pré-natal, pré-natal iniciado no 1º trimestre, gestantes com vacina em dia, visitas domiciliares para gestantes, gravidez na adolescência, proporção de parto normal, óbitos maternos, exames citopatológicos do colo do útero, rastreamento com mamografia em mulheres de 50-69 anos, entre outros. Observa-se que nenhum indicador de saúde cardiovascular foi pactuado naquele programa. 157 Para além disso, a OCDE divulgou recentemente um relatório sobre a APS no Brasil, onde não há menção a DCV em mulheres. Para essas, a OCDE apenas faz sugestões para abordagem das neoplasias de mama e ovário; no entanto, em termos porcentuais, as DCV causam duas vezes mais mortes do que todas as neoplasias no Brasil. 158

Faz-se necessária uma mudança de paradigma nas políticas públicas voltadas para a saúde integral das mulheres, especialmente quando se considera que as DCV são a principal causa de morte das mulheres na maior parte de seu ciclo de vida ( Figura 7.1 ).

Figura 7.1. Ações estratégicas na Atenção Primária para a saúde cardiovascular das mulheres. FRCV: fatores de risco cardiovascular.

Figura 7.1

Terapias não farmacológicas que incorporam modificação do estilo de vida (exercícios, perda de peso, cessação do tabagismo e dieta saudável) devem ser recomendadas como estratégia de primeira linha na APS. A eficácia dessas medidas está diretamente associada à melhor compreensão, sensibilização e motivação construídas durante o acompanhamento pela Equipe de Saúde da Família. A abordagem sobre o comportamento alimentar saudável, a prática de atividade física regular e a saúde mental deve ser individualizada. 26 Exemplos de ferramentas validadas para avaliação das pacientes, adicionadas à sua história clínica e ao exame físico, são o Guia Alimentar para a População Brasileira, as Diretrizes da Organização Mundial da Saúde para Atividade Física e Comportamento Sedentário, as Escalas de Estresse e Depressão e os Questionários de Espiritualidade. 26

De todas as intervenções possíveis na APS, a mais custo-efetiva é a cessação do tabagismo. Os efeitos nocivos do cigarro, comum e eletrônico, são maiores nas mulheres, especificamente pela perda do efeito protetor do estrogênio no endotélio dos vasos. 159

No Brasil e no mundo, a violência contra as mulheres constitui um sério problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade femininas. Na APS, devem ser desenvolvidas ações que possam garantir os direitos sexuais na perspectiva da autonomia das mulheres sobre seu corpo. 160

Diante dos desafios para o controle das DCV no país e reconhecendo a APS como importante estratégia para as ações de promoção da saúde, de prevenção dos fatores de risco, de diagnóstico precoce e de cuidado às pessoas com DCV, sugere-se uma revisão crítica para aprimoramento das ações de saúde voltadas para as mulheres nas Equipes de Saúde da Família e na APS ( Figura 7.1 ). 160

8. Burnout, Qualidade de Vida e Espiritualidade nas Mulheres

8.1. Burnout

Burnout é uma síndrome psicológica resultante do estresse crônico no trabalho, caracterizada por exaustão emocional, sentimentos de cinismo/despersonalização e falta de eficácia profissional. 161 As dimensões de burnout foram significativamente associadas a um risco aumentado para doenças, independentemente de fatores sociodemográficos e sintomas depressivos. Em um estudo com 5.671 participantes [predominantemente médicos, idade média de 44,1 anos (variação, 18 anos a 70 anos), 62,4% mulheres], um aplicativo digital de saúde móvel foi usado para uma pesquisa online de burnout profissional medido com o Maslach Burnout Inventory General Survey . Por meio de análise de rede e regressão logística, o estudo mostrou a associação de alta exaustão emocional com hipertensão arterial e outras doenças crônicas após ajuste para idade, sexo, escolaridade e sintomas depressivos. 162

As condições de trabalho têm impacto conhecido na saúde dos trabalhadores e as mulheres, por estarem mais inseridas no mercado de trabalho e sobrecarregadas com a atividade laboral dupla, apresentam altas taxas de burnout . Trabalho realizado com médicas brasileiras, durante a pandemia pela COVID-19, demonstrou que 61,6% apresentaram sinais de burnout , com exaustão emocional, sentimentos negativos frequentes e insatisfação com a sua capacidade para o trabalho ( Figura 8.1 ). 162

Figura 8.1. Estudo realizado com médicas brasileiras durante a pandemia pela COVID-19. Achados ressaltaram a maior susceptibilidade das mulheres aos fatores psicossociais, com significativo impacto na qualidade de vida, que pode gerar burnout, minimizado pela espiritualidade, especialmente em tempos de pandemia de COVID-19. 162 .

Figura 8.1

Importante mencionar que as mulheres são mais expostas ao estresse e adversidades psicossociais do que os homens, além de serem mais vulneráveis aos efeitos dessas exposições. Depressão, fatores socioeconômicos desfavoráveis e transtorno de estresse pós-traumático são mais prevalentes em mulheres do que em homens e tendem a mostrar associações mais robustas com risco cardiometabólico nas mulheres. 67

8.2. Qualidade de Vida

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a QV é a “percepção de um indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e dos sistemas de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A QV está diretamente relacionada com a maior incidência de doenças crônicas, em particular as DCV. Os indicadores-padrão da QV incluem emprego, riqueza, meio ambiente, saúde física e mental, educação, recreação e lazer, socialização, crenças religiosas, segurança, proteção e liberdade. 163

Estudo que avaliou a QV em médicas brasileiras reportou que elas consideraram ter boa QV (71,7%) e estar satisfeitas com sua saúde (55%), porém 64,8% não aproveitaram verdadeiramente a vida. Consideraram ainda satisfatórios os seguintes aspectos de suas vidas: sono, 62,9%; capacidade de realizar tarefas diárias, 54,7%; capacidade para o trabalho, 64,4%; relações pessoais, 57,7%; apoio de amigos, 61%; condições do lar, 84%; e acesso à saúde, 81,4%. Apenas 36,6% consideraram a sua vida sexual satisfatória e cerca de 94% tiveram, pelo menos ocasionalmente, sentimentos negativos ( Figura 8.1 ). 162

Estudo realizado com 1.387 mulheres de Uberaba, MG, avaliou a QV por meio do WHOQOL-Brief, segundo os quatro domínios. O estudo identificou que as mulheres com DCV tinham idade maior que 50 anos, baixa escolaridade e apresentavam valores mais baixos, estatisticamente significativos, para todos os quatro domínios, quando comparadas com mulheres sem doença ou com doença respiratória crônica. O domínio que obteve menor pontuação para todos os grupos foi o meio ambiente, que se relaciona com a condição socioeconômica por conter questões ligadas aos recursos financeiros, oportunidades de lazer, segurança, entre outros. Esses achados ressaltam a maior susceptibilidade das mulheres com DCV aos fatores psicossociais, com significativo impacto na QV. 164

8.3 Espiritualidade

“Espiritualidade é um conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias da vida de relacionamento intra- e interpessoal, com aspecto de ser motivado pela vontade, passível de observação e de mensuração”. Há de se diferenciar de religiosidade, já que “religião é um sistema organizado de crenças, práticas e símbolos destinados a facilitar a proximidade com o transcendente ou o Divino e a fomentar a compreensão do relacionamento e das responsabilidades de uma pessoa com os outros que vivem em comunidade”. 26

Além dos aspectos comportamentais, está demonstrada a relação benéfica entre espiritualidade, religiosidade, variáveis fisiológicas e fisiopatológicas de muitas entidades clínicas, incluindo-se as mulheres com DCV. 165 Anamnese espiritual vem sendo introduzida cada vez mais nos consultórios e hospitais, fazendo parte da história clínica, especialmente nas doenças graves, crônicas, progressivas, debilitantes e terminais. Existem ferramentas validadas para avaliação, baseadas em escalas de saúde (FICA, FAITH, SPIRIT e HOPE). 26 , 163 - 173

Estudo com médicas brasileiras, utilizando um formulário com questões baseadas no instrumento de teste de campo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde – módulo Espiritualidade, Religiosidade e Crenças Pessoais, relatou que as respondentes acreditavam que a espiritualidade lhes trazia conforto e segurança (73,2%) e força espiritual em tempos difíceis (70,6%), com boa conexão de corpo, mente e espírito (67,8%), embora apenas 53,4% relatassem paz interior e 50,7% relatassem serem otimistas. O estudo reportou ainda que 72,7% das participantes encontravam força na fé e 44,3% encontravam apoio em comunidades religiosas ou espirituais ( Figura 8.1 ). 162

Em conclusão, a saúde necessita ser entendida no contexto físico, social, psicoemocional e espiritual, respeitando-se a individualidade e a singularidade do sexo feminino. 44

O Quadro 8.1 demonstra as recomendações para o manejo da espiritualidade e da saúde das mulheres.

Quadro 8.1. Recomendações para o manejo da espiritualidade e saúde das mulheres.

Recomendações para práticas em espiritualidade e saúde da mulher

Recomendação CR NE Ref
Rastreamento breve de espiritualidade e religiosidade graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,163-173
Anamnese espiritual de pacientes com doenças crônicas ou de prognóstico reservado graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,163-173
Respeitar e apoiar religiões, crenças e rituais pessoais do paciente que não sejam prejudiciais ao tratamento graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 26,163-173
Suporte por profissional capacitado aos pacientes em sofrimento ou com demandas espirituais graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg C 26,163-173
Religiosidade organizacional associa-se a redução de mortalidade graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01.jpg B 26,163-173
Anamnese espiritual de pacientes estáveis ou ambulatoriais Inline graphic Ia B 26,163-173
Questionários DUREL, FICA, HOPE ou FAITH para avaliar espiritualidade Inline graphic a B 26,163-173
Meditação, técnicas de relaxamento e combate ao estresse Inline graphic a B 26,163-173
Técnicas de fortalecimento espiritual como perdão, gratidão e resiliência Inline graphic b C 26,163-173

CR: classe de recomendação; NE: nível de evidência.

9. Implicações Cardiovasculares da COVID-19 na Gestação

As principais complicações descritas nas pacientes com COVID-19 são: injúria miocárdica, insuficiência cardíaca, tromboembolismo arterial e venoso, síndrome coronariana aguda, miocardite, síndrome de Takotsubo e arritmias cardíacas. 191 Essas complicações são mais frequentes nas idosas, com fatores de risco para doenças cardiovasculares e com comorbidades. 191 Grande preocupação ocorre com as grávidas ou puérperas, que também são mais susceptíveis às formas graves da COVID-19, com parto prematuro ou cesariano de emergência, elevando o risco de morte neonatal e materna ( Figura 9.1 ). 192

Figura 9.1. Medidas de prevenção para a gestante com COVID-19. NT-proBNP: Fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo B.

Figura 9.1

Durante a gravidez, a resposta imune predomina através das células T-helper 2 (Th2), que protegem o feto, mas tornam a mãe mais vulnerável a infecções virais, que são mais eficazmente combatidas pelas células Th1. 193 A transmissão vertical do SARS-CoV-2 pode ocorrer por via transplacentária e durante o parto e a amamentação. A capacidade de transmissão do SARS-CoV-2 pelo sangue ainda é incerta. 162 As alterações fisiológicas da gravidez cursam com aumento do volume plasmático, do volume sistólico e do débito cardíaco na primeira metade da gravidez e um aumento gradual da frequência cardíaca, além de diminuição das resistências vasculares sistêmica e pulmonar. Além disso, a gravidez é um estado de hipercoagulabilidade associado com risco aumentado de tromboembolismo venoso e pulmonar. 194

O quadro clínico da COVID-19 apresenta algumas particularidades nas grávidas, como persistência de sintomas por tempo prolongado e menor frequência de febre e mialgia, em comparação às não grávidas. Os principais fatores de risco para infecção grave são: aumento da idade materna, índice de massa corporal elevado e comorbidades preexistentes, como hipertensão, pré-eclâmpsia e diabetes. 194 A gravidez foi associada a infecção grave em 10%, admissão em unidade de terapia intensiva em 4%, ventilação mecânica em 3% e utilização de membrana extracorpórea em 0,2%. 194 , 195

As complicações perinatais também foram mais prevalentes. Quando comparadas a grávidas sem infecção, as com COVID-19 tiveram maior risco de parto prematuro e natimorto. No geral, 33% dos recém-nascidos de mulheres com COVID-19 foram admitidos em unidade de terapia intensiva neonatal. 192 , 194 Mesmo após ajuste para raça, comorbidades e idade, as gestantes foram mais propensas a evoluírem para óbito em comparação às mulheres não grávidas. 196

As complicações cardiovasculares graves na COVID-19 são a lesão miocárdica aguda, miocardite, arritmia, insuficiência cardíaca fulminante com choque cardiogênico e dissecções espontâneas das artérias coronárias e vertebrais, que apresentam mortalidade aumentada. 192

Os potenciais contribuintes para lesão cardíaca aguda no cenário de COVID-19 incluem: 191 alterações agudas na demanda e oferta do miocárdio devido a taquicardia, hipotensão e hipoxemia, resultando em infarto do miocárdio tipo 2; 192 síndrome coronariana aguda por aterotrombose aguda em meio trombótico e inflamatório induzido por vírus; 193 disfunção microvascular devido a microtrombos difusos ou lesão vascular; 194 cardiomiopatia relacionada ao estresse (síndrome de Takotsubo); 195 lesão miocárdica não isquêmica devido a tempestade de citocinas hiperinflamatória; 196 ou toxicidade viral direta de cardiomiócitos e miocardite. O tratamento medicamentoso da insuficiência cardíaca na gravidez tem particularidades que devem ser seguidas para evitar teratogenicidade. 193

Nos casos de síndrome coronariana aguda com supra de ST, a coronariografia deve ser preferencialmente realizada, seguida de tratamento percutâneo. Em 15 pacientes grávidas com COVID-19 e injúria miocárdica, 13,3% apresentaram fibrilação atrial, 2 apresentaram taquicardia supraventricular e 2 evoluíram para torsades de pointes. 197 Recomenda-se cautela com o uso de medicações que possam prolongar o intervalo QT.

A COVID-19 pode tanto predispor à ocorrência de pré-eclâmpsia quanto agravar sua evolução. O vírus gera no organismo um estado fisiopatológico semelhante ao da pré-eclâmpsia, caracterizado por hiperinflamação sistêmica, lesão endotelial direta, trombogênese e desregulação imunológica, e afeta o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que eleva a incidência de pré-eclâmpsia nas pacientes infectadas. 198

A decisão sobre interrupção da gravidez deve basear-se nas diretrizes habituais, que levam em consideração a idade gestacional, as condições hemodinâmicas, o sofrimento fetal e o risco materno. A COVID-19 não complicada não deve ser indicação de interrupção de gravidez. O tipo de parto também deve seguir as recomendações obstétricas. 199

10. Perspectivas Futuras para a Melhoria do Cuidado Cardiovascular das Mulheres

Atendimento por uma equipe multidisciplinar é sempre desejável para ações preventivas e de tratamento no acompanhamento da mulher com DCV. Aumentar a conscientização passa pela criação de programas integrativos, envolvendo líderes e agentes comunitários, com novos centros especializados na saúde cardiovascular das mulheres. Importante informar especificamente sobre o autocuidado para a prevenção das DCV, o uso apropriado de contraceptivos orais, a realização do pré-natal, o acompanhamento a longo prazo dos FRCV e os aspectos psicossociais e socioeconômicos que envolvem as DCV no sexo feminino. 200

A prevenção primária na mulher deve se concentrar no tratamento eficaz dos fatores de risco tradicionais, como HAS, riscos dietéticos, dislipidemia, diabetes, obesidade e inatividade física. A ausência de escores de risco específicos para as mulheres sinaliza para a estratificação de risco de longo prazo, considerando o curso de vida e os fatores específicos para o sexo feminino, como a presença de depressão, e os fatores psicossociais. 200 Devemos ressaltar que a frequência de ICFEp nas mulheres é maior do que nos homens; além disso, as mulheres apresentam mais ICFEp do que ICFEr, devendo o tratamento ser instituído com o diagnóstico clínico de IC, independentemente da fração de ejeção, devido à maior relevância do déficit cognitivo associado a IC no sexo feminino. 201

A HAS é o maior fator de risco atribuível para o desenvolvimento de desfechos cardiovasculares em ambos os sexos. O controle da PA é fundamental para a redução da incidência de ICFEp e de ICFEr. 202 , 203 Entretanto, as mulheres apresentam menores taxas de controle que os homens, principalmente em faixas etárias mais avançadas. 204 Estratégias que contemplem a medida da PA fora do consultório, tais como a auto-aferição da PA, a monitorização residencial e ambulatorial da

PA com o uso de equipamentos semiautomáticos, são desejáveis. Além disso, o monitoramento à distância por meio de plataformas digitais e aplicativos, com a monitorização contínua da PA sem cuffs e em sincronia com smartphones, representa o emprego da tecnologia e wearables de fácil acesso em favor dos resultados clínicos e provavelmente auxiliarão no melhor controle da PA. 205 , 206

Devido às evoluções médica, cirúrgica e tecnológica nas últimas décadas, mais de 90% dos indivíduos com CC que nascem atualmente sobrevivem até a idade adulta. A atenção especial às mulheres com CC requer estratégias de planejamento para atender às necessidades dessa população. 11 Recomenda-se, portanto, a criação de centros especializados em CC com equipes multidisciplinares que incluam médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais para o aconselhamento à contracepção ou para o planejamento de uma gravidez. Os riscos para a paciente adulta com CC, tratada ou não na infância, especialmente no que diz respeito à anticoncepção e gravidez, devem sempre ser considerados na medida em que 3% a 10% dos filhos desse grupo de mães podem apresentar lesões cardíacas congênitas. 207 Nas mulheres cardiopatas em idade fértil, a abordagem tem que ser realizada por uma equipe multidisciplinar, um “time de cardio-obstetrícia”, para aconselhamento pré-concepcional, definir planejamento da gravidez, parto e puerpério, incluindo atendimento especializado cardiológico, e planejamento familiar após o parto. 208

A prevenção e o tratamento de DCV em mulheres necessitam de sistemas de saúde robustos apoiados por profissionais com conhecimento das especificidades das DCV em mulheres, além de esforços coordenados com parcerias produtivas entre a sociedade política, médicos, pesquisadores e a comunidade. 70

A Carta das Mulheres, publicada em 2019, sugere a criação de grupo permanente para a promoção e implementação de políticas voltadas para a saúde cardiovascular das mulheres. Esse grupo deverá exercer um papel de liderança nas políticas brasileiras para a saúde, fornecendo aos gestores uma visão geral da relevância das DCV no sexo feminino, para que se possam traçar ações estratégicas para reduzir a prevalência de fatores de risco, melhorar o diagnóstico e a abordagem terapêutica, diminuindo assim a mortalidade e a morbidade das DCV ( Figura 10.1 ). 4

Figura 10.1. Perspectivas futuras para a abordagem das doenças cardiovasculares nas mulheres de acordo com a Carta das Mulheres. 4 CV: cardiovascular; DCNT: doenças crônicas não transmissíveis; DCV: doença cardiovascular.

Figura 10.1

Nota: Estes posicionamentos se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Errata: Edição de Novembro de 2022, vol. 119(5), págs. 815-882

No “Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres – 2022”, com número de DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20220734, publicado no periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Arq Bras Cardiol. 2022; 119(5):815-882, na página 818, realizar a seguinte correção:

Corrigir a declaração de conflito de interesse da autora Maria Cristina de Oliveira Izar:

“Declaração financeira

A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

- Bayer/Xarelto; Daiichi Sankyo/Lixiana; Libbs/Propafenona e Amiodarona; Pfizer/Eliquis.”

Para:

“Declaração financeira

A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

- Amgen: Repatha; Amryt Pharma: Lojuxta; AstraZeneca: Dapagliflozina; Aché: Trezor, Trezete; Biolab: Livalo; Abbott: Lipidil; EMS: Rosuvastatina; Eurofarma: Rosuvastatina; Sanofi: Praluent, Zympass, Zympass Eze, Efluelda; Libbs: Plenance, Plenance Eze; Novo Nordisk: Ozempic, Victoza; Servier: Acertamlo, Alertalix; PTCBio: Waylivra.

B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.

- PTCBio: Waylivra; Amgen: Repatha; Novartis: Inclisiran, Pelacarsen; NovoNordisk: Ziltivekimab.

Outros relacionamentos

Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:

- Novo Nordisk: Diabetes.”

Referências

  • 1.Global Burden of Disease Study 2019 (GBD 2019) Results . Global Health Data Exchange website . Seattle, WA: Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME); 2019. [cited 2022 Jan 6]. http:// ghdx.hea Internet. [Google Scholar]
  • 2.Brant LCC, Nascimento BR, Veloso GA, Gomes CS, Polanczyk C, Oliveira GMM, et al. Burden of Cardiovascular Diseases Attributable to Risk Factors in Brazil: Data from the “Global Burden of Disease 2019” Study. Rev Soc Bras Med Trop . 2022;55(suppl 1):e0263. doi: 10.1590/0037-8682-0263-2021. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 3.Kassebaum N, Kyu HH, Zoeckler L, Olsen HE, Thomas K, Pinho C, et al. Child and Adolescent Health From 1990 to 2015: Findings From the Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors 2015 Study. JAMA Pediatr . 2017 Jun 1;171(6):573–592. doi: 10.1001/jamapediatrics.2017.0250. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 4.Oliveira GMM, Negri FEFO, Clausell NO, Moreira MDCV, Souza OF, Macedo AVS, et al. Brazilian Society of Cardiology - The Women’s Letter. Arq Bras Cardiol . 2019;112(6):713–714. doi: 10.5935/abc.20190111. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 5.Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol . 2022;118(1):115–373. doi: 10.36660/abc.20211012.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 6.Salim TR, Andrade TM, Klein CH, Oliveira GMM. Inequalities in Mortality Rates from Malformations of Circulatory System Between Brazilian Macroregions in Individuals Younger Than 20 Years. Arq Bras Cardiol . 2020;115(6):1164–1173. doi: 10.36660/abc.20190351.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 7.Oliveira GMM, Wenger NK. Special Considerations in the Prevention of Cardiovascular Disease in Women. Arq Bras Cardiol . 2022;118(2):374–377. doi: 10.36660/abc.20220028.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 8.Agarwala A, Michos ED, Samad Z, Ballantyne CM, Virani SS. The Use of Sex-Specific Factors in the Assessment of Women’s Cardiovascular Risk. Circulation . 2020;141(7):592–599. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.119.043429. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 9.Marcondes-Braga FG, Moura LAZ, Issa VS, Vieira JL, Rohde LE, Simões MV, et al. Emerging Topics Update of the Brazilian Heart Failure Guideline - 2021. Arq Bras Cardiol . 2021;116(6):1174–1212. doi: 10.36660/abc.20210367.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 10.Eisenberg E, Di Palo KE, Piña IL. Sex differences in heart failure. Clin Cardiol . 2018;41:211–216. doi: 10.1002/clc.22917. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 11.Avila WS, Alexandre ERG, Castro ML, Lucena AJG, Marques-Santos C, Freire CMV, et al. Brazilian Cardiology Society Statement for Management of Pregnancy and Family Planning in Women with Heart Disease - 2020. Arq Bras Cardiol . 2020;114(5):849–942. doi: 10.36660/abc.20200406.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 12.Davis MB, Arendt K, Bello NA, Brown H, Briller J, Epps K, et al. Team-Based Care of Women With Cardiovascular Disease From Pre-Conception Through Pregnancy and Postpartum: JACC Focus Seminar 1/5. J Am Coll Cardiol . 2021;77(14):1763–1777. doi: 10.1016/j.jacc.2021.02.033. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 13.Russo AM, Daugherty SL, Masoudi FA, Wang Y, Curtis J, Lampert R. Gender and Outcomes After Primary Prevention Implantable Cardioverter-defibrillator Implantation: Findings from the National Cardiovascular Data Registry (NCDR) Am Heart J . 2015;170(2):330–338. doi: 10.1016/j.ahj.2015.02.025. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 14.Piccini JP, Simon DN, Steinberg BA, Thomas L, Allen LA, Fonarow GC, et al. Differences in Clinical and Functional Outcomes of Atrial Fibrillation in Women and Men: Two-Year Results From the ORBIT-AF Registry. JAMA Cardiol . 2016;1(3):282–291. doi: 10.1001/jamacardio.2016.0529. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 15.Volgman AS, Benjamin EJ, Curtis AB, Fang MC, Lindley KJ, Naccarelli GV, et al. Women and Atrial Fibrillation. J Cardiovasc Electrophysiol . 2021;32(10):2793–2807. doi: 10.1111/jce.14838. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 16.Greendale GA, Karlamangla AS, Maki PM. The Menopause Transition and Cognition. JAMA . 2020;323(15):1495–1496. doi: 10.1001/jama.2020.1757. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 17.Simard L, Côté N, Dagenais F, Mathieu P, Couture C, Trahan S, et al. Sex-Related Discordance Between Aortic Valve Calcification and Hemodynamic Severity of Aortic Stenosis: Is Valvular Fibrosis the Explanation? Circ Res . 2017;120(4):681–691. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.116.309306. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 18.Onorati F, D’Errigo P, Barbanti M, Rosato S, Covello RD, Maraschini A, et al. Different Impact of Sex on Baseline Characteristics and Major Periprocedural Outcomes of Transcatheter and Surgical Aortic Valve Interventions: Results of the Multicenter Italian OBSERVANT Registry. J Thorac Cardiovasc Surg . 2014;147(5):1529–1539. doi: 10.1016/j.jtcvs.2013.05.039. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 19.Brasil. Ministério da Saúde . Cuidados Obstétricos em Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil . Brasília: Ministério da Saúde; 2021. [Google Scholar]
  • 20.Lo CCW, Lo ACQ, Leow SH, Fisher G, Corker B, Batho O, et al. Future Cardiovascular Disease Risk for Women With Gestational Hypertension: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Am Heart Assoc . 2020;9(13):e013991. doi: 10.1161/JAHA.119.013991. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 21.Castro DMF, Katz R. Espaço Livre de Orientação em Saúde e Sexualidade, ELOSS e programa de orientação em sexualidade e prevenção de DST/ AIDS. Adolesc. Saúde . 2015;12(supl 1):23–31. [Google Scholar]
  • 22.Vale FBC, Mendes GDV. Ginecologia e Obstetrícia na Infância e Adolescência . Rio de Janeiro: Medbook; 2018. Peculiaridades da Gravidez e Pré Natal na Adolescência. [Google Scholar]
  • 23.Malhotra A, Dhutia H, Gati S, Yeo TJ, Dores H, Bastiaenen R, et al. Anterior T-Wave Inversion in Young White Athletes and Nonathletes: Prevalence and Significance. J Am Coll Cardiol . 2017;69(1):1–9. doi: 10.1016/j.jacc.2016.10.044. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 24.Bun SS, Taghji P, Errahmouni A, Laţcu DG, Al Amoura A, Enache B, et al. Electrocardiographic Modifications Induced by Breast Implants. Clin Cardiol . 2019;42(5):542–545. doi: 10.1002/clc.23174. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 25.Mieres JH, Gulati M, Merz NB, Berman DS, Gerber TC, Hayes SN, et al. Role of Noninvasive Testing in the Clinical Evaluation of Women with Suspected Ischemic Heart Disease: a Consensus Statement from the American Heart Association. Circulation . 2014;130(4):350–379. doi: 10.1161/CIR.0000000000000061. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 26.Précoma DB, Oliveira GMM, Simão AF, Dutra OP, Coelho OR, Izar MCO, et al. Updated Cardiovascular Prevention Guideline of the Brazilian Society of Cardiology - 2019. Arq Bras Cardiol . 2019;113(4):787–891. doi: 10.5935/abc.20190204. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 27.Kondos GT, Hoff JA, Sevrukov A, Daviglus ML, Garside DB, Devries SS, et al. Electron-beam Tomography Coronary Artery Calcium and Cardiac Events: A 37-month Follow-up of 5635 Initially Asymptomatic Low- to Intermediate-risk Adults. Circulation . 2003;107(20):2571–2576. doi: 10.1161/01.CIR.0000068341.61180.55. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 28.Anand SS, Xie CC, Mehta S, Franzosi MG, Joyner C, Chrolavicius S, et al. Differences in the Management and Prognosis of Women and Men who Suffer from Acute Coronary Syndromes. J Am Coll Cardiol . 2005 Nov 15;46(10):1845–1851. doi: 10.1016/j.jacc.2005.05.091. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 29.Salvagioni DAJ, Melanda FN, Mesas AE, González AD, Gabani FL, Andrade SM. Physical, Psychological and Occupational Consequences of Job burnout: A Systematic Review of Prospective Studies. PLoS One . 2017;12(10):e0185781. doi: 10.1371/journal.pone.0185781. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 30.Hudak ML. Consequences of the SARS-CoV-2 Pandemic in the Perinatal Period. Curr Opin Pediatr . 2021 Apr 1;33(2):181–187. doi: 10.1097/MOP.0000000000001004. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 31.Di Mascio D, Khalil A, Saccone G, Rizzo G, Buca D, Liberati M, et al. Outcome of Coronavirus Spectrum Infections (SARS, MERS, COVID-19) During Pregnancy: A Systematic Review and Meta-analysis. Am J Obstet Gynecol MFM . 2020;2(2):100107. doi: 10.1016/j.ajogmf.2020.100107. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 32.D’Souza R, Malhamé I, Teshler L, Acharya G, Hunt BJ, McLintock C. A Critical Review of the Pathophysiology of Thrombotic Complications and Clinical Practice Recommendations for Thromboprophylaxis in Pregnant Patients with COVID-19. Acta Obstet Gynecol Scand . 2020;99(9):1110–1120. doi: 10.1111/aogs.13962. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 33.Arora S, Stouffer GA, Kucharska-Newton AM, Qamar A, Vaduganathan M, Pandey A, et al. Twenty Year Trends and Sex Differences in Young Adults Hospitalized With Acute Myocardial Infarction. Circulation . 2019;139(8):1047–1056. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.118.037137. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 34.Jin X, Chandramouli C, Allocco B, Gong E, Lam CSP, Yan LL. Women’s Participation in Cardiovascular Clinical Trials From 2010 to 2017. Circulation . 2020;141(7):540–548. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.119.043594. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 35.Santos SC, Villela PB, Oliveira GMM. Mortality Due to Heart Failure and Socioeconomic Development in Brazil between 1980 and 2018. Arq Bras Cardiol . 2021;117(5):944–951. doi: 10.36660/abc.20200902.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 36.Brasil. Ministério da Saúde Datasus: Informações de Saúde, Morbidade e Informações Epidemiológicas . c2022. [cited 2022 Apr]. www.datasus.gov.br
  • 37.Brasil. Ministério da Saúde . Pesquisa Nacional de Saúde: 2019: Informações Sobre Domicílios, Acesso e Utilização dos Serviços de Saúde – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação . Brasília: IBGE; 2020. [Google Scholar]
  • 38.Carpena MX, Costa FDS, Martins-Silva T, Xavier MO, Mola CL. Why Brazilian Women Suffer More from Depression and Suicidal Ideation: A Mediation Analysis of the Role of Violence. Braz J Psychiatry . 2020;42(5):469–474. doi: 10.1590/1516-4446-2019-0572. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 39.Cecatti JG, Costa ML, Haddad SM, Parpinelli MA, Souza JP, Sousa MH, et al. Network for Surveillance of Severe Maternal Morbidity: A Powerful National Collaboration Generating Data on Maternal Health Outcomes and Care. BJOG . 2016;123(6):946–953. doi: 10.1111/1471-0528.13614. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 40.Salim TR, Soares GP, Klein CH, Oliveira GM. Mortality from Circulatory System Diseases and Malformations in Children in the State of Rio de Janeiro. Arq Bras Cardiol . 2016;106(6):464–473. doi: 10.5935/abc.20160069. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 41.Salim TR, Andrade TM, Klein CH, Oliveira GMM. HDI, Technological and Human Resources in the Diagnosis and Treatment of Malformations of the Circulatory System in Brazil. Arq Bras Cardiol . 2021;117(1):63–71. doi: 10.36660/abc.20200179. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 42.Henriksson H, Henriksson P, Tynelius P, Ekstedt M, Berglind D, Labayen I, et al. Cardiorespiratory Fitness, Muscular Strength, and Obesity in Adolescence and Later Chronic Disability Due to Cardiovascular Disease: A Cohort Study of 1 Million Men. Eur Heart J . 2020;41(15):1503–1510. doi: 10.1093/eurheartj/ehz774. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 43.Garcia M, Mulvagh SL, Merz CN, Buring JE, Manson JE. Cardiovascular Disease in Women: Clinical Perspectives. Circ Res . 2016;118(8):1273–1293. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.116.307547. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 44.Marques-Santos C, Oliveira GMM. Are Women the Fragile Sex? Or are They the Singular Sex? Int. J. Cardiovasc.Sci . 2021;34(4):344–346. doi: 10.36660/ijcs.20210171. [DOI] [Google Scholar]
  • 45.Aggarwal NR, Patel HN, Mehta LS, Sanghani RM, Lundberg GP, Lewis SJ, et al. Sex Differences in Ischemic Heart Disease: Advances, Obstacles, and Next Steps. Circ Cardiovasc Qual Outcomes . 2018;11(2):e004437. doi: 10.1161/CIRCOUTCOMES.117.004437. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 46.Søndergaard MM, Hlatky MA, Stefanick ML, Vittinghoff E, Nah G, Allison M, et al. Association of Adverse Pregnancy Outcomes With Risk of Atherosclerotic Cardiovascular Disease in Postmenopausal Women. JAMA Cardiol . 2020;5(12):1390–1398. doi: 10.1001/jamacardio.2020.4097. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 47.Parikh NI, Gonzalez JM, Anderson CAM, Judd SE, Rexrode KM, Hlatky MA, et al. Adverse Pregnancy Outcomes and Cardiovascular Disease Risk: Unique Opportunities for Cardiovascular Disease Prevention in Women: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation . 2021;143(18):902–916. doi: 10.1161/CIR.0000000000000961. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 48.O’Kelly AC, Michos ED, Shufelt CL, Vermunt JV, Minissian MB, Quesada O, et al. Pregnancy and Reproductive Risk Factors for Cardiovascular Disease in Women. Circ Res . 2022;130(4):652–672. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.319895. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 49.El Khoudary SR, Aggarwal B, Beckie TM, Hodis HN, Johnson AE, Langer RD, et al. Menopause Transition and Cardiovascular Disease Risk: Implications for Timing of Early Prevention: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation . 2020;142(25):506–532. doi: 10.1161/CIR.0000000000000912. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 50.Bertoluci MC, Moreira RO, Faludi A, Izar MC, Schaan BD, Valerio CM, et al. Brazilian Guidelines on Prevention of Cardiovascular Disease in Patients with Diabetes: A Position Statement from the Brazilian Diabetes Society (SBD), the Brazilian Cardiology Society (SBC) and the Brazilian Endocrinology and Metabolism Society (SBEM) 53 Diabetol Metab Syndr . 2017;9 doi: 10.1186/s13098-017-0251-z. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 51.Arnett DK, Blumenthal RS, Albert MA, Buroker AB, Goldberger ZD, Hahn EJ, et al. 2019 ACC/AHA Guideline on the Primary Prevention of Cardiovascular Disease: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation . 2019;140(11):596–646. doi: 10.1161/CIR.0000000000000678. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 52.Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, Beam C, Birtcher KK, Blumenthal RS, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA Guideline on the Management of Blood Cholesterol: Executive Summary: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol . 2019;73(24):3168–3209. doi: 10.1016/j.jacc.2018.11.002. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 53.Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A, Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol . 2017;109(1) 2 Supl:1–76. doi: 10.5935/abc.20170121. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 54.D’Agostino RB, Sr, Vasan RS, Pencina MJ, Wolf PA, Cobain M, Massaro JM, et al. General Cardiovascular Risk Profile for Use in Primary Care: The Framingham Heart Study. Circulation . 2008;117(6):743–753. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.107.699579. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 55.Bucciarelli V, Caterino AL, Bianco F, Caputi CG, Salerni S, Sciomer S, Maffei S, Gallina S. Depression and cardiovascular disease: The deep blue sea of women’s heart. Trends Cardiovasc Med . 2020 Apr;30(3):170–176. doi: 10.1016/j.tcm.2019.05.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 56.Vaccarino V, Badimon L, Bremner JD, Cenko E, Cubedo J, Dorobantu M, et al. Depression and Coronary Heart Disease: 2018 position Paper of the ESC Working Group on Coronary Pathophysiology and Microcirculation. Eur Heart J . 2020;41(17):1687–1696. doi: 10.1093/eurheartj/ehy913. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 57.Levine GN, Cohen BE, Commodore-Mensah Y, Fleury J, Huffman JC, Khalid U, et al. Psychological Health, Well-Being, and the Mind-Heart-Body Connection: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation . 2021;143(10):763–783. doi: 10.1161/CIR.0000000000000947. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 58.van der Meer RE, Maas AH. The Role of Mental Stress in Ischaemia with No Obstructive Coronary Artery Disease and Coronary Vasomotor Disorders. Eur Cardiol. . 2021;16:e37. doi: 10.15420/ecr.2021.20. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 59.Lindley KJ, Aggarwal NR, Briller JE, Davis MB, Douglass P, Epps KC, et al. Socioeconomic Determinants of Health and Cardiovascular Outcomes in Women: JACC Review Topic of the Week. J Am Coll Cardiol . 2021;78(19):1919–1929. doi: 10.1016/j.jacc.2021.09.011. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 60.Izar MCO, Fonseca FAH, Faludi AA, et al. Manejo do Risco Cardiovascular: Dislipidemia . São Paulo: Diretriz SBD; 2022. [Google Scholar]
  • 61.Li H, Sun R, Chen Q, Guo Q, Wang J, Lu L, et al. Association between HDL-C Levels and Menopause: A Meta-analysis. Hormones (Athens) . 2021;20(1):49–59. doi: 10.1007/s42000-020-00216-8. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 62.Manrique-Acevedo C, Chinnakotla B, Padilla J, Martinez-Lemus LA, Gozal D. Obesity and Cardiovascular Disease in Women. Int J Obes (Lond) . 2020;44(6):1210–1226. doi: 10.1038/s41366-020-0548-0. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 63.Nascimento BR, Brant LCC, Naback ADN, Veloso GA, Polanczyk CA, Ribeiro ALP, et al. Carga de Doenças Cardiovasculares Atribuível aos Fatores de Risco nos Países de Língua Portuguesa: Dados do Estudo “Global Burden of Disease 2019”. Arq. Bras. Cardiol . 2022;118(6):1028–1048. doi: 10.36660/abc.20210680. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 64.Malta DC, Pinheiro PC, Teixeira RA, Machado IE, Santos FMD, Ribeiro ALP. Cardiovascular Risk Estimates in Ten Years in the Brazilian Population, a Population-Based Study. Arq Bras Cardiol . 2021;116(3):423–431. doi: 10.36660/abc.20190861. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 65.Janssen I, Powell LH, Crawford S, Lasley B, Sutton-Tyrrell K. Menopause and the Metabolic Syndrome: The Study of Women’s Health Across the Nation. Arch Intern Med . 2008;168(14):1568–1575. doi: 10.1001/archinte.168.14.1568. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 66.Smith DD, Costantine MM. The Role of Statins in the Prevention of Preeclampsia. Am J Obstet Gynecol . 2022;226(2S):1171–1181. doi: 10.1016/j.ajog.2020.08.040. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 67.Cho L, Davis M, Elgendy I, Epps K, Lindley KJ, Mehta PK, et al. Summary of Updated Recommendations for Primary Prevention of Cardiovascular Disease in Women: JACC State-of-the-Art Review. J Am Coll Cardiol . 2020;75(20):2602–2618. doi: 10.1016/j.jacc.2020.03.060. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 68.Bushnell C, McCullough LD, Awad IA, Chireau MV, Fedder WN, Furie KL, et al. Guidelines for the Prevention of Stroke in Women: A Statement for Healthcare Professionals from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke . 2014;45(5):1545–1588. doi: 10.1161/01.str.0000442009.06663.48. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 69.Kunadian V, Chieffo A, Camici PG, Berry C, Escaned J, Maas AHEM, et al. An EAPCI Expert Consensus Document on Ischaemia with Non-Obstructive Coronary Arteries in Collaboration with European Society of Cardiology Working Group on Coronary Pathophysiology & Microcirculation Endorsed by Coronary Vasomotor Disorders International Study Group. Eur Heart J . 2020;41(37):3504–3520. doi: 10.1093/eurheartj/ehaa503.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 70.Vogel B, Acevedo M, Appelman Y, Merz CNB, Chieffo A, Figtree GA, Guerrero M, Kunadian V, et al. The Lancet Women and Cardiovascular Disease Commission: Reducing the Global Burden by 2030. Lancet . 2021;397(10292):2385–2438. doi: 10.1016/S0140-6736(21)00684-X. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 71.Tamis-Holland JE, Jneid H, Reynolds HR, Agewall S, Brilakis ES, Brown TM, et al. Contemporary Diagnosis and Management of Patients With Myocardial Infarction in the Absence of Obstructive Coronary Artery Disease: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation . 2019;139(18):891–908. doi: 10.1161/CIR.0000000000000670. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 72.Matta A, Bouisset F, Lhermusier T, Campelo-Parada F, Elbaz M, Carrié D, et al. Coronary Artery Spasm: New Insights. 5894586 J Interv Cardiol . 2020;2020 doi: 10.1155/2020/5894586. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 73.Bastante T, Rivero F, Cuesta J, Benedicto A, Restrepo J, Alfonso F. Nonatherosclerotic Causes of Acute Coronary Syndrome: Recognition and Management. 543 Curr Cardiol Rep . 2014;16(11) doi: 10.1007/s11886-014-0543-y. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 74.Tibrewala A, Yancy CW. Heart Failure with Preserved Ejection Fraction in Women. Heart Fail Clin . 2019;15(1):9–18. doi: 10.1016/j.hfc.2018.08.002. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 75.Dewan P, Rørth R, Raparelli V, Campbell RT, Shen L, Jhund PS, et al. Sex-Related Differences in Heart Failure With Preserved Ejection Fraction. Circ Heart Fail . 2019;12(12):e006539. doi: 10.1161/CIRCHEARTFAILURE.119.006539. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 76.Rohde LEP, Montera MW, Bocchi EA, Clausell NO, Albuquerque DC, Rassi S, et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol . 2018;111(3):436–539. doi: 10.5935/abc.20180190. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 77.Habal MV, Axsom K, Farr M. Advanced Therapies for Advanced Heart Failure in Women. Heart Fail Clin . 2019;15(1):97–107. doi: 10.1016/j.hfc.2018.08.010. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 78.Curtis LH, Al-Khatib SM, Shea AM, Hammill BG, Hernandez AF, Schulman KA. Sex Differences in the Use of Implantable Cardioverter-defibrillators for Primary and Secondary Prevention of Sudden Cardiac Death. JAMA . 2007;298(13):1517–1524. doi: 10.1001/jama.298.13.1517. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 79.Braganca EO, Luna BL, Filho, Maria VH, Levy D, Paola AA. Validating a New Quality of Life Questionnaire for Atrial Fibrillation Patients. Int J Cardiol . 2010;143(3):391–398. doi: 10.1016/j.ijcard.2009.03.087. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 80.Women’s Healthy Study . Brigham and Women’s Hospital and Harvard Medical School . Boston: Harvard Medical School; c2022. [cited 2022 Jul 08]. https://whs.bwh.harvard.edu/ [Google Scholar]
  • 81.Kirchhof P, Camm AJ, Goette A, Brandes A, Eckardt L, Elvan A, et al. Early Rhythm-Control Therapy in Patients with Atrial Fibrillation. N Engl J Med . 2020;383(14):1305–1316. doi: 10.1056/NEJMoa2019422. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 82.Siegel RL, Miller KD, Fuchs HE, Jemal A. Cancer Statistics, 2021. CA Cancer J Clin . 2021;71(1):7–33. doi: 10.3322/caac.21654. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 83.Serrano C, Cortés J, Mattos-Arruda L, Bellet M, Gómez P, Saura C, et al. Trastuzumab-related Cardiotoxicity in the Elderly: A Role for Cardiovascular Risk Factors. Ann Oncol . 2019;30(7):1178. doi: 10.1093/annonc/mdy534. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 84.Greenlee H, Iribarren C, Rana JS, Cheng R, Nguyen-Huynh M, Rillamas-Sun E, et al. Risk of Cardiovascular Disease in Women With and Without Breast Cancer: The Pathways Heart Study. J Clin Oncol . 2022;40(15):1647–1658. doi: 10.1200/JCO.21.01736. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 85.Hajjar LA, Costa IBSDSD, Lopes MACQ, Hoff PMG, Diz MDPE, Fonseca SMR, et al. Brazilian Cardio-oncology Guideline - 2020. Arq Bras Cardiol . 2020;115(5):1006–1043. doi: 10.36660/abc.20201006.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 86.Omland T, Heck SL, Gulati G. The Role of Cardioprotection in Cancer Therapy Cardiotoxicity: JACC: CardioOncology State-of-the-Art Review. JACC CardioOncol . 2022;4(1):19–37. doi: 10.1016/j.jaccao.2022.01.101. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 87.Rexrode KM, Madsen TE, Yu AYX, Carcel C, Lichtman JH, Miller EC. The Impact of Sex and Gender on Stroke. Circ Res . 2022;130(4):512–528. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.319915. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 88.Petrea RE, Beiser AS, Seshadri S, Kelly-Hayes M, Kase CS, Wolf PA. Gender Differences in Stroke Incidence and Poststroke Disability in theFramingham Heart Study. Stroke . 2009;40:1032–1037. doi: 10.1161/strokeaha.108.542894. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 89.Strong B, Pudar J, Thrift AG, Howard VJ, Hussain M, Carcel C, et al. Sex Disparities in Enrollment in Recent Randomized Clinical Trials of Acute Stroke: A Meta-analysis. JAMA Neurol . 2021;78(6):666–677. doi: 10.1001/jamaneurol.2021.0873. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 90.Carcel C, Reeves M. Under-Enrollment of Women in Stroke Clinical Trials: What Are the Causes and What Should Be Done About It? Stroke . 2021;52(2):452–457. doi: 10.1161/STROKEAHA.120.033227. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 91.Pabon M, Cheng S, Altin SE, Sethi SS, Nelson MD, Moreau KL, et al. Sex Differences in Peripheral Artery Disease. Circ Res . 2022;130(4):496–511. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.320702. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 92.Pouncey AL, Woodward M. Sex-Specific Differences in Cardiovascular Risk, Risk Factors and Risk Management in the Peripheral Arterial Disease Population. Diagnostics (Basel) . 2022;12(4):808. doi: 10.3390/diagnostics12040808. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 93.Hirsch AT, Allison MA, Gomes AS, Corriere MA, Duval S, Ershow AG, et al. A Call to Action: Women and Peripheral Artery Disease: A Scientific Statement from the American Heart Association. Circulation . 2012;125(11):1449–1472. doi: 10.1161/CIR.0b013e31824c39ba. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 94.Cherr GS, Zimmerman PM, Wang J, Dosluoglu HH. Patients with Depression are at Increased Risk for Secondary Cardiovascular Events After Lower Extremity Revascularization. J Gen Intern Med . 2008;23(5):629–634. doi: 10.1007/s11606-008-0560-x. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 95.McDermott MM, Greenland P, Liu K, Criqui MH, Guralnik JM, Celic L, et al. Sex Differences in Peripheral Arterial Disease: Leg Symptoms and Physical Functioning. J Am Geriatr Soc . 2003;51(2):222–228. doi: 10.1046/j.1532-5415.2003.51061.x. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 96.Collins TC, Suarez-Almazor M, Bush RL, Petersen NJ. Gender and Peripheral Arterial Disease. J Am Board Fam Med . 2006;19(2):132–140. doi: 10.3122/jabfm.19.2.132. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 97.Higgins JP, Higgins JA. Epidemiology of Peripheral Arterial Disease in Women. J Epidemiol . 2003;13(1):1–14. doi: 10.2188/jea.13.1. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 98.de Jong M, Vos RC, de Ritter R, van der Kallen CJ, Sep SJ, Woodward M, et al. Sex Differences in Cardiovascular Risk Management for People with Diabetes in Primary Care: A Cross-sectional Study. bjgpopen19X101645 BJGP Open . 2019;3(2) doi: 10.3399/bjgpopen19X101645. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 99.O’Hare AM, Glidden DV, Fox CS, Hsu CY. High Prevalence of Peripheral Arterial Disease in Persons with Renal Insufficiency: Results from the National Health and Nutrition Examination Survey 1999-2000. Circulation . 2004;109(3):320–323. doi: 10.1161/01.CIR.0000114519.75433.DD. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 100.Paine NJ, Bacon SL, Pelletier R, Arsenault A, Diodati JG, Lavoie KL. Do Women With Anxiety or Depression Have Higher Rates of Myocardial Ischemia During Exercise Testing Than Men? Circ Cardiovasc Qual Outcomes . 2016;9(1) 2 Suppl:S53–S61. doi: 10.1161/CIRCOUTCOMES.115.002491. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 101.Huxley RR, Woodward M. Cigarette Smoking as a Risk Factor for coronary Heart Disease in Women Compared with Men: A Systematic Review and Meta-analysis of Prospective Cohort Studies. Lancet . 2011;378(9799):1297–1305. doi: 10.1016/S0140-6736(11)60781-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 102.Kramer CK, Campbell S, Retnakaran R. Gestational Diabetes and the Risk of Cardiovascular Disease in Women: A Systematic Review and Meta-analysis. Diabetologia . 2019;62(6):905–914. doi: 10.1007/s00125-019-4840-2. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 103.Rentz DM, Weiss BK, Jacobs EG, Cherkerzian S, Klibanski A, Remington A, et al. Sex Differences in Episodic Memory in Early Midlife: Impact of Reproductive Aging. Menopause . 2017;24(4):400–408. doi: 10.1097/GME.0000000000000771. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 104.Jaffe AB, Toran-Allerand CD, Greengard P, Gandy SE. Estrogen Regulates Metabolism of Alzheimer Amyloid Beta Precursor Protein. J Biol Chem . 1994;269(18):13065–13068. [PubMed] [Google Scholar]
  • 105.Li R, Singh M. Sex Differences in Cognitive Impairment and Alzheimer’s Disease. Front Neuroendocrinol . 2014;35(3):385–403. doi: 10.1016/j.yfrne.2014.01.002. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 106.Lethaby A, Hogervorst E, Richards M, Yesufu A, Yaffe K. Hormone Replacement Therapy for Cognitive Function in Postmenopausal Women. CD003122 Cochrane Database Syst Rev . 2008;2008(1) doi: 10.1002/14651858.CD003122.pub2. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 107.Rapp SR, Espeland MA, Shumaker SA, Henderson VW, Brunner RL, Manson JE, et al. Effect of Estrogen Plus Progestin on Global Cognitive Function in Postmenopausal Women: The Women’s Health Initiative Memory Study: A Randomized Controlled Trial. JAMA . 2003;289(20):2663–2672. doi: 10.1001/jama.289.20.2663. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 108.Harvey RJ, Skelton-Robinson M, Rossor MN. The Prevalence and Causes of Dementia in People Under the Age of 65 Years. J Neurol Neurosurg Psychiatry . 2003;74(9):1206–1209. doi: 10.1136/jnnp.74.9.1206. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 109.Cations M, Withall A, Low LF, Draper B. What is the Role of Modifiable Environmental and Lifestyle Risk Factors in Young Onset Dementia? Eur J Epidemiol . 2016;31(2):107–124. doi: 10.1007/s10654-015-0103-9. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 110.Bartko PE, Clavel MA, Annabi MS, Dahou A, Ristl R, Goliasch G, et al. Sex-Related Differences in Low-Gradient, Low-Ejection Fraction Aortic Stenosis: Results From the Multicenter TOPAS Study. JACC Cardiovasc Imaging . 2019;12(1):203–205. doi: 10.1016/j.jcmg.2018.11.003. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 111.Palta S, Pai AM, Gill KS, Pai RG. New Insights into the Progression of Aortic Stenosis: Implications for Secondary Prevention. Circulation . 2000;101(21):2497–2502. doi: 10.1161/01.cir.101.21.2497. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 112.Avierinos JF, Inamo J, Grigioni F, Gersh B, Shub C, Enriquez-Sarano M. Sex Differences in Morphology and Outcomes of Mitral Valve Prolapse. Ann Intern Med . 2008;149(11):787–795. doi: 10.7326/0003-4819-149-11-200812020-00003. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 113.Seeburger J, Eifert S, Pfannmüller B, Garbade J, Vollroth M, Misfeld M, et al. Gender Differences in Mitral Valve Surgery. Thorac Cardiovasc Surg . 2013;61(1):42–46. doi: 10.1055/s-0032-1331583. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 114.Zühlke L, Engel ME, Karthikeyan G, Rangarajan S, Mackie P, Cupido B, et al. Characteristics, Complications, and Gaps in Evidence-based Interventions in Rheumatic Heart Disease: The Global Rheumatic Heart Disease Registry (the REMEDY study) Eur Heart J . 2015;36(18):1115–1122. doi: 10.1093/eurheartj/ehu449. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 115.Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AIO, Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD, et al. Update of the Brazilian Guidelines for Valvular Heart Disease - 2020. Arq Bras Cardiol . 2020;115(4):720–775. doi: 10.36660/abc.20201047.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 116.Carapetis JR, Beaton A, Cunningham MW, Guilherme L, Karthikeyan G, Mayosi BM, et al. Acute Rheumatic Fever and Rheumatic Heart Disease. 15084 Nat Rev Dis Primers . 2016;2 doi: 10.1038/nrdp.2015.84. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 117.Thangaratinam S, Rogozinska E, Jolly K, Glinkowski S, Roseboom T, Tomlinson JW, et al. Effects of Interventions in Pregnancy on Maternal Weight and Obstetric Outcomes: Meta-analysis of Randomised Evidence. BMJ . 2012;344:e2088. doi: 10.1136/bmj.e2088. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 118.Campos MDSB, Buglia S, Colombo CSSS, Buchler RDD, Brito ASX, Mizzaci CC, et al. Position Statement on Exercise During Pregnancy and the Post-Partum Period - 2021. Arq Bras Cardiol . 2021;117(1):160–180. doi: 10.36660/abc.20210408. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 119.Garovic VD, Dechend R, Easterling T, Karumanchi SA, Baird SM, Magee LA, et al. Hypertension in Pregnancy: Diagnosis, Blood Pressure Goals, and Pharmacotherapy: A Scientific Statement From the American Heart Association. Hypertension . 2022;79(2):21–41. doi: 10.1161/HYP.0000000000000208. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 120.ACOG Practice Bulletin No. 202 Gestational Hypertension and Preeclampsia. 1 Obstet Gynecol . 2019;133(1) doi: 10.1097/AOG.0000000000003018. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 121.Hofmeyr GJ, Lawrie TA, Atallah ÁN, Torloni MR. Calcium Supplementation During Pregnancy for Preventing Hypertensive Disorders and Related Problems. CD001059 Cochrane Database Syst Rev . 2018;10(10) doi: 10.1002/14651858.CD001059.pub5. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 122.Rolnik DL, Wright D, Poon LCY, Syngelaki A, O’Gorman N, Matallana CP, et al. ASPRE Trial: Performance of Screening for Preterm Pre-eclampsia. Ultrasound Obstet Gynecol . 2017;50(4):492–495. doi: 10.1002/uog.18816. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 123.Duley L, Meher S, Hunter KE, Seidler AL, Askie LM. Antiplatelet Agents for Preventing Pre-eclampsia and its Complications. CD004659 Cochrane Database Syst Rev . 2019;2019(10) doi: 10.1002/14651858.CD004659.pub3. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 124.Brasil. Ministério da Saúde . Gravidez na Adolescência tem Queda de 17% no Brasil, 2017 . Brasília: Ministério da Saúde; c2022. [cited 2018 Dec 05]. http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/28317-gravidezna-adolescencia-tem-queda-de-17-no-brasil [Google Scholar]
  • 125.Azevedo AEBI, Eisenstein E, Bermudez BEBV, Oliveira HF, Goldberg TBL, Fernandes EC, et al. Prevenção da Gravidez na Adolescência Guia Prático de Atualização do Departamento Científico da Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria no 11: janeiro 2019 . São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2019. [Google Scholar]
  • 126.Kohler PK, Manhart LE, Lafferty WE. Abstinence-only and Comprehensive Sex Education and the Initiation of Sexual Activity and Teen Pregnancy. J Adolesc Health . 2008;42(4):344–351. doi: 10.1016/j.jadohealth.2007.08.026. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 127.Borges AL, Fujimori E, Kuschnir MC, Chofakian CB, Moraes AJ, Azevedo GD, et al. ERICA: Sexual Initiation and Contraception in Brazilian Adolescents. 15s Rev Saude Publica . 2016;50(Suppl 1) doi: 10.1590/S01518-8787.2016050006686. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 128.Azevedo AEBI, Eisenstein E, Bermudez BEBV, Oliveira HF, Goldberg TBL, Fernandes EC, et al. Guia Prático de Atualização: Anticoncepção na Adolescência . Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2018. [Google Scholar]
  • 129.Curtis KM, Jatlaoui TC, Tepper NK, Zapata LB, Horton LG, Jamieson DJ, et al. US Selected Practice Recommendations for Contraceptive Use, 2016, CDC Recommendations and Reports . 2016;65(4):1–66. doi: 10.15585/mmwr.rr6504a1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 130.Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia . Manual de Ginecologia Infanto Juvenil . São Paulo: FEBRASGO; 2015. [Google Scholar]
  • 131.Szymusiak J, Polak C, Dewar S, Urbach A, Fox M, Gonzaga AM, et al. An Innovative Patient Safety Curriculum for Pediatric Residents. 93 Pediatrics . 2018;141(1) doi: 10.1542/peds.141.1MA1.93. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 132.Curtis KM, Tepper NK, Jatlaoui TC, Berry-Bibee E, Horton LG, Zapata LB, et al. U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016. MMWR Recomm Rep . 2016;65(3):1–103. doi: 10.15585/mmwr.rr6503a1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 133.Macfarlane PW. The Influence of Age and Sex on the Electrocardiogram. Adv Exp Med Biol . 2018;1065:93–106. doi: 10.1007/978-3-319-77932-4_6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 134.Campos MSB, Buglia S, Miola APB, Colombo CSSS. As particularidades da investigação da doença arterial coronariana pelo teste exercício na mulher. Revista DERC . 2019;25(2):50–53. [Google Scholar]
  • 135.Santos IS, Bittencourt MS, Oliveira IR, Souza AG, Meireles DP, Rundek T, et al. Carotid Intima-media Thickness Value Distributions in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) Atherosclerosis . 2014;237(1):227–235. doi: 10.1016/j.atherosclerosis.2014.09.004. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 136.Freire CMV, Alcântara ML, Santos SN, Amaral SI, Veloso O, Porto CLL, et al. Recomendação para a Quantificação pelo Ultrassom da Doença Aterosclerótica das Artérias Carótidas e Vertebrais: Grupo de Trabalho do Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – DIC - SBC. Arq Bras Cardiol . 2015;28(esp):1–64. doi: 10.5935/2318-8219.20150018. [DOI] [Google Scholar]
  • 137.Edvardsen T, Asch FM, Davidson B, Delgado V, DeMaria A, Dilsizian V, et al. Non-Invasive Imaging in Coronary Syndromes: Recommendations of The European Association of Cardiovascular Imaging and the American Society of Echocardiography, in Collaboration with The American Society of Nuclear Cardiology, Society of Cardiovascular Computed Tomography, and Society for Cardiovascular Magnetic Resonance. J Cardiovasc Comput Tomogr . 2022;16(4):362–383. doi: 10.1016/j.jcct.2022.05.006. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 138.Kim MN, Kim SA, Kim YH, Hong SJ, Park SM, Shin MS, Kim MA, Hong KS, Shin GJ, Shim WJ. Head to Head Comparison of Stress Echocardiography with Exercise Electrocardiography for the Detection of Coronary Artery Stenosis in Women. J Cardiovasc Ultrasound . 2016 Jun;24(2):135–143. doi: 10.4250/jcu.2016.24.2.135. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 139.Kwok Y, Kim C, Grady D, Segal M, Redberg R. Meta-analysis of Exercise Testing to Detect Coronary Artery Disease in Women. Am J Cardiol . 1999;83(5):660–666. doi: 10.1016/s0002-9149(98)00963-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 140.Shaw LJ, Mieres JH, Hendel RH, Boden WE, Gulati M, Veledar E, et al. Comparative Effectiveness of Exercise Electrocardiography with or without Myocardial Perfusion Single Photon Emission Computed Tomography in Women with Suspected Coronary Artery Disease: Results from the What Is the Optimal Method for Ischemia Evaluation in Women (WOMEN) Trial. Circulation . 2011;124(11):1239–1249. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.111.029660. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 141.Metz LD, Beattie M, Hom R, Redberg RF, Grady D, Fleischmann KE. The Prognostic Value of Normal Exercise Myocardial Perfusion Imaging and Exercise Echocardiography: A Meta-analysis. J Am Coll Cardiol . 2007;49(2):227–237. doi: 10.1016/j.jacc.2006.08.048. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 142.Nussbaum SS, Henry S, Yong CM, Daugherty SL, Mehran R, Poppas A. Sex-Specific Considerations in the Presentation, Diagnosis, and Management of Ischemic Heart Disease: JACC Focus Seminar 2/7. J Am Coll Cardiol . 2022;79(14):1398–1406. doi: 10.1016/j.jacc.2021.11.065. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 143.Truong QA, Rinehart S, Abbara S, Achenbach S, Berman DS, Bullock-Palmer R, et al. Coronary Computed Tomographic Imaging in Women: An Expert Consensus Statement from the Society of Cardiovascular Computed Tomography. J Cardiovasc Comput Tomogr . 2018;12(6):451–466. doi: 10.1016/j.jcct.2018.10.019. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 144.Ordovas KG, Baldassarre LA, Bucciarelli-Ducci C, Carr J, Fernandes JL, Ferreira VM, et al. Cardiovascular Magnetic Resonance in Women with Cardiovascular Disease: Position Statement from the Society for Cardiovascular Magnetic Resonance (SCMR) 52 J Cardiovasc Magn Reson . 2021;23(1) doi: 10.1186/s12968-021-00746-z. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 145.Schecter AD, Goldschmidt-Clermont PJ, McKee G, Hoffeld D, Myers M, Velez R, et al. Influence of Gender, Race, and Education on Patient Preferences and Receipt of Cardiac Catheterizations Among Coronary Care Unit Patients. Am J Cardiol . 1996;78(9):996–1001. doi: 10.1016/s0002-9149(96)00523-1. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 146.Oliveira JC, Barros MPS, Barreto IDC, Silva RC, Filho, Andrade VA, Oliveira AM, et al. Access to Reperfusion Therapy and Mortality in Women with ST-Segment-Elevation Myocardial Infarction: VICTIM Register. Arq Bras Cardiol . 2021;116(4):695–703. doi: 10.36660/abc.20190468. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 147.Heidari S, Babor TF, De Castro P, Tort S, Curno M. Sex and Gender Equity in Research: Rationale for the SAGER Guidelines and Recommended Use. 2 Res Integr Peer Rev . 2016;1 doi: 10.1186/s41073-016-0007-6. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 148.Harris DJ, Douglas PS. Enrollment of Women in Cardiovascular Clinical Trials Funded by the National Heart, Lung, and Blood Institute. N Engl J Med . 2000;343(7):475–480. doi: 10.1056/NEJM200008173430706. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 149.Melloni C, Berger JS, Wang TY, Gunes F, Stebbins A, Pieper KS, et al. Representation of women in randomized clinical trials of cardiovascular disease prevention. Circ Cardiovasc Qual Outcomes . 2010;3:135–142. doi: 10.1161/CIRCOUTCOMES.110.868307. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 150.Scott PE, Unger EF, Jenkins MR, Southworth MR, McDowell TY, Geller RJ, et al. Participation of women in clinical trials supporting FDA approval of cardiovascular drugs. J Am Coll Cardiol . 2018;71(18):1960–1969. doi: 10.1016/j.jacc.2018.02.070. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 151.Cho L, Vest AR, O’Donoghue ML, Ogunniyi MO, Sarma AA, Denby KJ, et al. Increasing participation of women in cardiovascular trials: JACC Council perspectives. J Am Coll Cardiol . 2021;78(7):737–751. doi: 10.1016/j.jacc.2021.06.022. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 152.van Diemen J, Verdonk P, Chieffo A, Regar E, Mauri F, Kunadian V, et al. The importance of achieving sex- and gender-based equity in clinical trials: a call to action. Eur Heart J . 2021;42(31):2990–2994. doi: 10.1093/eurheartj/ehab457. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 153.Walsh MN. Gender Diversity in Cardiovascular Clinical Trial Research Begins at the Top. J Am Coll Cardiol . 2022;79(9):929–932. doi: 10.1016/j.jacc.2022.01.001. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 154.Brasil. Ministério da Saúde . Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa . Brasília: Ministério da Saúde; 2016. [Google Scholar]
  • 155.Brasil. Secretaria de Políticas para as Mulheres . Monitoramento e Acompanhamento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres 2013-2015 . Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres; 2016. [Google Scholar]
  • 156.Anagnostis P, Theocharis P, Lallas K, Konstantis G, Mastrogiannis K, Bosdou JK, et al. Early Menopause is Associated with Increased Risk of Arterial Hypertension: A Systematic Review and Meta-analysis. Maturitas . 2020;135:74–79. doi: 10.1016/j.maturitas.2020.03.006. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 157.Villela EFM. Indicadores de saúde como ferramenta estratégica na APS. Saúde & Gestão . São Paul: Universidade de São Paulo; 2020. [Google Scholar]
  • 158.Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico . Estudo da OCDE da Atenção Primária à Saúde no Brasil . Paris: OECD; 2021. [Google Scholar]
  • 159.Colditz GA, Bonita R, Stampfer MJ, Willett WC, Rosner B, Speizer FE, et al. Cigarette Smoking and Risk of Stroke in Middle-aged Women. N Engl J Med . 1988;318(15):937–941. doi: 10.1056/NEJM198804143181501. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 160.Brasil. Ministério da Saúde . Estratégia de Saúde Cardiovascular na Atenção Primária à Saúde: Instrutivo para Profissionais e Gestores . Brasília: Secretaria de Atenção Primária à Saúde; 2022. [Google Scholar]
  • 161.von Känel R, Princip M, Holzgang SA, Fuchs WJ, van Nuffel M, Pazhenkottil AP, et al. Relationship between Job Burnout and Somatic Diseases: A Network Analysis. 18438 Sci Rep . 2020;10(1) doi: 10.1038/s41598-020-75611-7. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 162.Oliveira GMM, Lemke VG, Paiva MSMO, Mariano GZ, Silva ERGA, Silva SCTFD, et al. Women Physicians: Burnout during the COVID-19 Pandemic in Brazil. S0066-782X2022005010204 Arq Bras Cardiol . 2022 Jul 11; doi: 10.36660/abc.20210938.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 163.Kluthcovsky ACG, Kluthcovsky FA. O WHOQOL-bref, um Instrumento para Avaliar Qualidade de vida: Uma Revisão Sistemática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul . 2009;31(3):1–12. doi: 10.1590/S0101-81082009000400007. [DOI] [Google Scholar]
  • 164.Frade MCM, Leite CF, Walsh IAP, Araújo GP, Castro SS. Perfil Sociodemográfico e Qualidade de Vida de Mulheres com Doenças Cardiovasculares e Respiratórias: Estudo de Base Populacional. Fisioter. Pesqui . 2021;28(2):2018–2013. doi: 10.1590/1809-2950/200255. [DOI] [Google Scholar]
  • 165.Riklikiene O, Poskaite G, Vainoras A. Spiritual Needs, Prayer and Cardiac Function Changes in Healthy Young Women – The Interconnection of Spirituality with Human Physiology. J Complex . 2019;2(2):77–86. doi: 10.21595/chs.2019.21235. [DOI] [Google Scholar]
  • 166.Fitchett G, Risk JL. Screening for Spiritual Struggle. J Pastoral Care Counsel . 2009 Spring-Summer;63(1-2):4–1-12. [PubMed] [Google Scholar]
  • 167.Steinhauser KE, Voils CI, Clipp EC, Bosworth HB, Christakis NA, Tulsky JA. “Are you at Peace?”: One item to Probe Spiritual Concerns at the end of Life. Arch Intern Med . 2006;166(1):101–105. doi: 10.1001/archinte.166.1.101. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 168.Mako C, Galek K, Poppito SR. Spiritual Pain Among Patients with Advanced Cancer in Palliative Care. J Palliat Med . 2006;9(5):1106–1113. doi: 10.1089/jpm.2006.9.1106. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 169.Berg G. The Relationship between Spiritual Distress, PTSD and Depression in Vietnam Combat Veterans. J Pastoral Care Counsel . 2011;65(1-2):1–11. doi: 10.1177/154230501106500106. 6. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 170.Wachholtz AB, Pargament KI. Is spirituality a critical ingredient of meditation? Comparing the effects of spiritual meditation, secular meditation, and relaxation on spiritual, psychological, cardiac, and pain outcomes. J Behav Med . 2005;28(4):369–384. doi: 10.1007/s10865-005-9008-5. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 171.Lucchetti G, Lucchetti AL, Vallada H. Measuring Spirituality and Religiosity in Clinical Research: A Systematic Review of Instruments Available in the Portuguese Language. Sao Paulo Med J . 2013;131(2):112–122. doi: 10.1590/s1516-31802013000100022. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 172.Balboni TA, Fitchett G, Handzo GF, Johnson KS, Koenig HG, Pargament KI, et al. State of the Science of Spirituality and Palliative Care Research Part II: Screening, Assessment, and Interventions. J Pain Symptom Manage . 2017;54(3):441–453. doi: 10.1016/j.jpainsymman.2017.07.029. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 173.Puchalski C, Romer AL. Taking a Spiritual History Allows Clinicians to Understand Patients More Fully. J Palliat Med . 2000;3(1):129–137. doi: 10.1089/jpm.2000.3.129. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 174.Peterson JC, Charlson ME, Hoffman Z, Wells MT, Wong SC, Hollenberg JP, et al. A randomized controlled trial of positive-affect induction to promote physical activity after percutaneous coronary intervention. Arch Intern Med . 2012;172(4):329–336. doi: 10.1001/archinternmed.2011.1311. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 175.Steinhauser KE, Fitchett G, Handzo GF, Johnson KS, Koenig HG, Pargament KI, et al. State of the Science of Spirituality and Palliative Care Research Part I: Definitions, Measurement, and Outcomes. J Pain Symptom Manage . 2017;54(3):428–440. doi: 10.1016/j.jpainsymman.2017.07.028. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 176.Lucchese FA, Koenig HG. Religion, Spirituality and Cardiovascular Disease: Research, Clinical Implications, and Opportunities in Brazil. Rev Bras Cir Cardiovasc . 2013;28(1):103–128. doi: 10.5935/1678-9741.20130015. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 177.Puchalski CM, Vitillo R, Hull SK, Reller N. Improving the Spiritual Dimension of Whole Person Care: Reaching National and International Consensus. J Palliat Med . 2014;17(6):642–656. doi: 10.1089/jpm.2014.9427. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 178.Koenig HG, STUDENTJAMA Taking a Spiritual History. JAMA . 2004;291(23):2881. doi: 10.1001/jama.291.23.2881. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 179.Goldbourt U, Yaari S, Medalie JH. Factors Predictive of Long-Term Coronary Heart Disease Mortality Among 10,059 Male Israeli Civil Servants and Municipal Employees. A 23-year Mortality Follow-Up in the Israeli Ischemic Heart Disease Study. Cardiology . 1993;82(2-3):100–121. doi: 10.1159/000175862. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 180.Anandarajah G, Hight E. Spirituality and Medical Practice: Using the HOPE Questions as a Practical Tool for Spiritual Assessment. Am Fam Physician . 2001;63(1):81–89. [PubMed] [Google Scholar]
  • 181.Levine GN, Lange RA, Bairey-Merz CN, Davidson RJ, Jamerson K, Mehta PK, et al. Meditation and Cardiovascular Risk Reduction: A Scientific Statement From the American Heart Association. J Am Heart Assoc . 2017;6(10):e002218. doi: 10.1161/JAHA.117.002218. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 182.Rogers JG, Patel CB, Mentz RJ, Granger BB, Steinhauser KE, Fiuzat M, et al. Palliative Care in Heart Failure: The PAL-HF Randomized, Controlled Clinical Trial. J Am Coll Cardiol . 2017;70(3):331–341. doi: 10.1016/j.jacc.2017.05.030. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 183.Chang BH, Casey A, Dusek JA, Benson H. Relaxation Response and Spirituality: Pathways to Improve Psychological Outcomes in Cardiac Rehabilitation. J Psychosom Res . 2010;69(2):93–100. doi: 10.1016/j.jpsychores.2010.01.007. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 184.Schneider RH, Grim CE, Rainforth MV, Kotchen T, Nidich SI, Gaylord-King C, et al. Stress Reduction in the Secondary Prevention of Cardiovascular Disease: Randomized, Controlled Trial of Transcendental Meditation and health Education in Blacks. Circ Cardiovasc Qual Outcomes . 2012;5(6):750–758. doi: 10.1161/CIRCOUTCOMES.112.967406. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 185.Rasmussen KR, Stackhouse M, Boon SD, Comstock K, Ross R. Meta-Analytic Connections between Forgiveness and Health: the Moderating Effects of Forgiveness-Related Distinctions. Psychol Health . 2019;34(5):515–534. doi: 10.1080/08870446.2018.1545906. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 186.Lee YR, Enright RD. A Meta-Analysis of the Association between Forgiveness of Others and Physical Health. Psychol Health . 2019;34(5):626–643. doi: 10.1080/08870446.2018.1554185. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 187.Redwine LS, Henry BL, Pung MA, Wilson K, Chinh K, Knight B, et al. Pilot Randomized Study of a Gratitude Journaling Intervention on Heart Rate Variability and Inflammatory Biomarkers in Patients With Stage B Heart Failure. Psychosom Med . 2016;78(6):667–676. doi: 10.1097/PSY.0000000000000316. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 188.Ghanei Gheshlagh R, Sayehmiri K, Ebadi A, Dalvandi A, Dalvand S, et al. Resilience of Patients With Chronic Physical Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis. Iran Red Crescent Med J . 2016;18(7):e38562. doi: 10.5812/ircmj.38562. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 189.Lemos CM, Moraes DW, Pellanda LC. Resilience in Patients with Ischemic Heart Disease. Arq Bras Cardiol . 2016;106(2):130–135. doi: 10.5935/abc.20160012. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 190.Toukhsati SR, Jovanovic A, Dehghani S, Tran T, Tran A, Hare DL. Low Psychological Resilience Is Associated with Depression in Patients with Cardiovascular Disease. Eur J Cardiovasc Nurs . 2017;16(1):64–69. doi: 10.1177/1474515116640412. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 191.Costa IBSDS, Bittar CS, Rizk SI, Araújo AE, Filho, Santos KAQ, Machado TIV, et al. The Heart and COVID-19: What Cardiologists Need to Know. Arq Bras Cardiol . 2020;114(5):805–816. doi: 10.36660/abc.20200279.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 192.Petrakis D, Margină D, Tsarouhas K, Tekos F, Stan M, Nikitovic D, et al. Obesity - A Risk Factor for Increased COVID-19 Prevalence, Severity and Lethality (Review) Mol Med Rep . 2020;22(1):9–19. doi: 10.3892/mmr.2020.11127. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 193.Kwon JY, Romero R, Mor G. New Insights into the Relationship Between Viral Infection and Pregnancy Complications. Am J Reprod Immunol . 2014;71(5):387–390. doi: 10.1111/aji.12243. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 194.Allotey J, Stallings E, Bonet M, Yap M, Chatterjee S, Kew T, et al. Clinical Manifestations, Risk Factors, and Maternal and Perinatal Outcomes of Coronavirus Disease 2019 in Pregnancy: Living Systematic Review and Meta-analysis. 3320 BMJ . 2020;370 doi: 10.1136/bmj.m3320. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 195.DeBolt CA, Bianco A, Limaye MA, Silverstein J, Penfield CA, Roman AS, et al. Pregnant Women with Severe or Critical Coronavirus Disease 2019 have Increased Composite Morbidity Compared with Nonpregnant Matched Controls. 510 Am J Obstet Gynecol . 2021;224(5) doi: 10.1016/j.ajog.2020.11.022. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 196.Zambrano LD, Ellington S, Strid P, Galang RR, Oduyebo T, Tong VT, et al. Update: Characteristics of Symptomatic Women of Reproductive Age with Laboratory-Confirmed SARS-CoV-2 Infection by Pregnancy Status - United States, January 22-October 3, 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep . 2020;69(44):1641–1647. doi: 10.15585/mmwr.mm6944e3. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 197.Mercedes BR, Serwat A, Naffaa L, Ramirez N, Khalid F, Steward SB, et al. New-Onset Myocardial Injury in Pregnant Patients with Coronavirus Disease 2019: A Case Series of 15 Patients. 387 Am J Obstet Gynecol . 2021;224(4) doi: 10.1016/j.ajog.2020.10.031. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 198.Gupta A, Madhavan MV, Sehgal K, Nair N, Mahajan S, Sehrawat TS, et al. Extrapulmonary Manifestations of COVID-19. Nat Med . 2020;26(7):1017–1032. doi: 10.1038/s41591-020-0968-3. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 199.Avila WS, Carvalho RC. COVID-19: A New Challenge in Pregnancy and Heart Disease. Arq Bras Cardiol . 2020;115(1):1–4. doi: 10.36660/abc.20200511.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 200.Lucà F, Abrignani MG, Parrini I, Di Fusco SA, Giubilato S, Rao CM, et al. Update on Management of Cardiovascular Diseases in Women. J Clin Med . 2022;11(5):1176. doi: 10.3390/jcm11051176. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 201.Chandra A, Skali H, Claggett B, Solomon SD, Rossi JS, Russell SD, et al. Race- and Gender-Based Differences in Cardiac Structure and Function and Risk of Heart Failure. J Am Coll Cardiol . 2022;79(4):355–368. doi: 10.1016/j.jacc.2021.11.024. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 202.Muiesan ML, Paini A, Aggiusti C, Bertacchini F, Rosei CA, Salvetti M. Hypertension and Organ Damage in Women. High Blood Press Cardiovasc Prev . 2018;25(3):245–252. doi: 10.1007/s40292-018-0265-0. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 203.Daubert MA, Douglas PS. Primary Prevention of Heart Failure in Women. JACC Heart Fail . 2019;7(3):181–191. doi: 10.1016/j.jchf.2019.01.011. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 204.Di Giosia P, Giorgini P, Stamerra CA, Petrarca M, Ferri C, Sahebkar A. Gender Differences in Epidemiology, Pathophysiology, and Treatment of Hypertension. 13 Curr Atheroscler Rep . 2018;20(3) doi: 10.1007/s11883-018-0716-z. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 205.Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Brazilian Guidelines of Hypertension - 2020. Arq Bras Cardiol . 2021;116(3):516–658. doi: 10.36660/abc.20201238.. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 206.McManus RJ, Mant J, Haque MS, Bray EP, Bryan S, Greenfield SM, et al. Effect of Self-monitoring and Medication Self-titration on Systolic Blood Pressure in Hypertensive Patients at High Risk of Cardiovascular Disease: The TASMIN-SR Randomized Clinical Trial. JAMA . 2014;312(8):799–808. doi: 10.1001/jama.2014.10057. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
  • 207.van Hagen IM, Roos-Hesselink JW. Pregnancy in Congenital Heart Disease: Risk Prediction and Counselling. Heart . 2020;106(23):1853–1861. doi: 10.1136/heartjnl-2019-314702. [DOI] [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
  • 208.Sharma G, Lindley K, Grodzinsky A. Cardio-Obstetrics: Developing a Niche in Maternal Cardiovascular Health. J Am Coll Cardiol . 2020;75(11):1355–1359. doi: 10.1016/j.jacc.2020.02.019. [DOI] [PubMed] [Google Scholar]
Arq Bras Cardiol. 2022 Nov 7;119(5):815–882. [Article in English]

Position Statement on Women’s Cardiovascular Health – 2022

Glaucia Maria Moraes de Oliveira 1, Maria Cristina Costa de Almeida 2, Celi Marques-Santos 3, Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa 4, Regina Coeli Marques de Carvalho 5, Cláudia Maria Vilas Freire 6, Lucelia Batista Neves Cunha Magalhães 7, Ludhmila Abrahão Hajjar 8, Maria Alayde Mendonça Rivera 9, Marildes Luiza de Castro 10, Walkiria Samuel Avila 8, Alexandre Jorge Gomes de Lucena 11, Andréa Araujo Brandão 12, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo 13, Carla Janice Baister Lantieri 14, Carisi Anne Polanczyk 15, Carlos Japhet da Matta Albuquerque 16, Daniel Born 17, Eduardo Belisário Falcheto 18, Érika Olivier Vilela Bragança 19, Fabiana Goulart Marcondes Braga 8, Fernanda M Consolim Colombo 8, Ieda Biscegli Jatene 20, Isabela Bispo Santos da Silva Costa 8, Ivan Romero Rivera 9, Jaqueline Ribeiro Scholz 8, José Xavier de Melo Filho 21, Magaly Arrais dos Santos 20, Maria Cristina de Oliveira Izar 22, Maria Fátima Azevedo 23, Maria Sanali Moura 24, Milena dos Santos Barros Campos 25, Olga Ferreira de Souza 26, Orlando Otávio de Medeiros 23, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva 27, Stéphanie Itala Rizk 8, Thais de Carvalho Vieira Rodrigues 28, Thaís Rocha Salim 1, Viviana de Mello Guzzo Lemke 29, Elizabeth Regina Giunco Alexandre 20

Position Statement on Women’s Cardiovascular Health – 2022

The report below lists declarations of interest as reported to the SBC by the experts during the period of the development of these statement, 2022.

Expert Type of relationship with industry
Alexandra Oliveira de Mesquita Nothing to be declared
Alexandre Jorge Gomes de Lucena Nothing to be declared
Andréa Araujo Brandão
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Servier: Acertil, Acertalix, Acertanlo, Triplixan.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Servier: Acertil, Acertalix, Acertanlo, Triplixan.

Ariane Vieira Scarlatelli Macedo
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Anticoagulação e insuficiência cardíaca; Pfizer: Anticoagulação e amiloidose; Jannsen: Leucemia.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Insuficiência cardíaca.

Carisi Anne Polanczyk Nothing to be declared
Carla Janice Baister Lantieri Nothing to be declared
Carlos Japhet da Matta Albuquerque Nothing to be declared
Celi Marques Santos Nothing to be declared
Cláudia Maria Vilas Freire Nothing to be declared
Daniel Born Nothing to be declared
Eduardo Belisario Falchetto Nothing to be declared
Elizabeth Regina Giunco Alexandre
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Lilly: Trulicity, Jardiance, Glyxambi.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novo Nordisk: Ozempic.

Érika Olivier Vilela Bragança
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Xarelto; Pfizer: Eliquis; Biocath: dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e arritmias cardíacas.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer: Xarelto; Pfizer: Eliquis; Daiichi Sankyo: Lixiana; Boehringer Ingelheim: Pradaxa.

  • Any economically relevant equity interest in companies in the healthcare or education industry or in any companies competing with or supplying to SBC: -

  • Área de Saúde.

Fabiana Goulart Marcondes Braga Nothing to be declared
Fernanda M. Consolim Colombo
  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Daiichi; Ache; Servier; AstraZeneca; Merck: Anti-hipertensivos.

Gláucia Maria Moraes de Oliveira Nothing to be declared
Ieda Biscegli Jatene
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca: Palivizumabe.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca: Palivizumabe.

Isabela Bispo Santos da Silva Costa Nothing to be declared
Ivan Romero Rivera Nothing to be declared
Jaqueline Ribeiro Scholz Nothing to be declared
José Xavier de Melo Filho Nothing to be declared
Lucelia Batista Neves Cunha Magalhães Nothing to be declared
Ludhmila Abrahão Hajjar Nothing to be declared
Magaly Arrais dos Santos
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Edwards: Implante transcateter valvar; Boston: Implante transcateter valvar; Medtronic: Implante.

Marcia de Melo Barbosa Nothing to be declared
Maria Alayde Mendonça Rivera Nothing to be declared
Maria Cristina Costa de Almeida Nothing to be declared
Maria Cristina de Oliveira Izar
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Bayer/Xarelto; Daiichi Sankyo/Lixiana; Libbs/Propafenona e Amiodarona; Pfizer/Eliquis.

Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Libbs: Plenance Enze; Servier: Vastarel.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Libbs; Servier: participação em congresso.

Maria Fátima de Azevedo
  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Novo Nordisk: Diabetes; Boehinger: Diabetes; Biolab: Hipertensão e anticoagulante.

  • Employment relationship with the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry, as well as any employment relationship with health insurance companies or medical audit companies (including part-time jobs) in the year to which your declaration refers:

  • - Unimed Natal.

Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Nothing to be declared
Marildes Luiza de Castro
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca: Forxiga/Insuficiência cardíaca; Servier: Acertil/Hipertensão arterial.

Milena dos Santos Barros Campos Nothing to be declared
Olga Ferreira de Souza Nothing to be declared
Orlando Otávio de Medeiros Nothing to be declared
Regina Coeli Marques de Carvalho Nothing to be declared
Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva
  • Financial declaration

  • A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Boehringer Ingelheim, Novartis Farmacêutica, AstraZeneca, Servier, Libbs.

  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - Boehringer Ingelheim, Novartis Farmacêutica, Novo Nordisk, AstraZeneca.

Stéphanie Itala Rizk| Nothing to be declared
Thais de Carvalho Vieira Rodrigues
  • Other relationships

  • Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

  • - AstraZeneca.

Thaís Rocha Salim Nothing to be declared
Viviana de Mello Guzzo Lemke Nothing to be declared
Walkiria Samuel Avila Nothing to be declared
List of Abbreviations and Acronyms
ACS Acute Coronary Syndrome
AD Alzheimer’s Disease
AF Atrial Fibrillation
AMI Acute Myocardial Infarction
ARNI Angiotensin-Receptor Neprilysin Inhibitor
ASA Acetylsalicylic Acid
BMI Body Mass Index
BP Blood Pressure
CABG Coronary Artery Bypass Grafting
CAD Coronary Artery Disease
CC Congenital Cardiopathy
CCaS Coronary Calcium Score
CKD Chronic Kidney Disease
CMRI Cardiac Magnetic Resonance Imaging
CSD Cardiac Sudden Death
CT Cardiac Transplantation
CTA Computed Tomography Angiography
CTX Chemotherapy
CV Cardiovascular
CVD Cardiovascular Disease
CVP Coronary Vasospasm
CVR Cardiovascular Risk
CVRF Cardiovascular Risk Factor
DALYs Disability-Adjusted Life Years (1 DALY represents the loss of 1 year of healthy life)
DCS Diseases of the Circulatory System
DM Diabetes mellitus
DOACs Direct Oral Anticoagulants
DPP-4 Dipeptidyl Peptidase-4
ECG Electrocardiogram
ET Exercise Test
GBD Global Burden of Disease
GD Gestational Diabetes
GH Gestational Hypertension
GLS Global Longitudinal Strain
HF Heart Failure
HFpEF Heart failure with preserved ejection fraction
HFrEF Heart failure with reduced ejection fraction
ICD Implantable Cardioverter Defibrillator
IHD Ischemic Heart Disease
IMR Index of Microcirculatory Resistance
IMT Intimal-Media Thickness
INOCA Ischemia with non-obstructive coronary arteries
LDL-c Low-density-lipoprotein cholesterol
LVEF Left Ventricular Ejection Fraction
LVH Left Ventricular Hypertrophy
MCS Malformations of the Circulatory System
MHT Menopausal Hormone Therapy
MINOCA Myocardial infarction with non-obstructive coronary arteries
MVD Microvascular Disease
NSTEMI Non-ST Elevation Myocardial Infarction
NT-proBNP N-terminal fragment of pro-B-type natriuretic peptide
OECD Organization for Economic Cooperation and Development
PAD Peripheral Arterial Disease
PE Preeclampsia
PH Pulmonary Hypertension
PHC Primary Health Care
PNS National Health Survey (in Portuguese, Pesquisa Nacional de Saúde )
POS Polycystic Ovary Syndrome
QoL Quality of Life
REF Risk-Enhancing Factor
RF Risk Factor
RHD Rheumatic Heart Disease
SAH Systemic Arterial Hypertension
SBC Brazilian Society of Cardiology (in Portuguese, Sociedade Brasileira de Cardiologia )
SCAD Spontaneous Coronary Artery Dissection
SDH Social Determinants of Health
SGLT2 Sodium-Glucose Cotransporter-2
STEMI ST-Elevation Myocardial Infarction
UI Uncertainty Interval
WHO World Health Organization

Legends for the recommendation and level of evidence tables:

Recommendations:
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg I – Conclusive evidence, or, failing that, general consensus that the procedure is safe and useful/effective.
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02-en.jpg II – Conflicting evidence and/or divergence of opinion about the procedure’s safety and usefulness/effectiveness.
IIA – Evidence/opinion is in favor of the procedure. Most approve of it.
IIB – The procedure’s safety and utility/effectiveness is less well established, opinion is not predominantly in favor of it.
graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg III – Evidence and/or consensus that the procedure is not useful/effective and, in some cases, is harmful.
Evidence:
Level A Data obtained from multiple large randomized studies, concordant and/or robust meta-analysis of randomized clinical studies.
Level B Data obtained from less robust meta-analysis, from a single randomized study or from non-randomized (observational) studies.
Level C Data obtained from expert consensus.

Contents

Introduction 822

1. Highlights 823

2. Epidemiology of Women’s Cardiovascular Diseases 827

2.1. Diseases of the Circulatory System in Children and Adolescents of the Female Sex in Brazil 835

3. Cardiovascular Risk Factors 837

3.1. Introduction 837

4. Cardiovascular Diseases in Women 844

4.1. Ischemic Heart Disease 844

4.1.1. Coronary Artery Disease 844

4.1.2. Ischemia with Non-obstructive Coronary Arteries 844

4.1.3. Myocardial Infarction with Non-obstructive Coronary Arteries 844

4.1.4. Spontaneous Coronary Artery Dissection 846

4.1.5. Microvascular Disease 846

4.1.6. Coronary Vasospasm 846

4.1.7. Coronary Thrombosis/Embolism 846

4.2. Heart Failure 846

4.2.1. Pharmacological and Nonpharmacological Treatment of HFrEF and HFpEF 847

4.3. Arrhythmias 849

4.3.1. Ventricular Tachycardia and Cardiac Sudden Death 850

4.3.2. Atrial Fibrillation 851

4.4. Cardiovascular Disease and Cancer 851

4.5. Stroke 854

4.6. Peripheral Artery Disease 855

4.7. Dementia 855

4.8. Valvular Heart Disease 856

4.8.1. Aortic Stenosis 856

4.8.2. Mitral Valve Disease 857

4.8.3. Rheumatic Disease 857

4.9. Diabetes Mellitus, Preeclampsia, and Pregnancy Hypertensive Disorders 857

4.9.1. Diabetes Mellitus 857

4.9.2. Pregnancy Hypertensive Disorders 858

4.10. Adolescent Pregnancy 859

5. Cardiac Investigative Methods: Peculiarities in Women 862

5.1. Electrocardiogram 862

5.2. Exercise Test 863

5.3. Carotid Ultrasound 863

5.4. Echocardiography 864

5.5. Myocardial Perfusion Scintigraphy 864

5.6. Coronary Calcium Score and Coronary Computed Tomography Angiography 864

5.7. Cardiac Magnetic Resonance Imaging 864

5.8. Coronary Angiography 866

6. Women’s Representation in Clinical Studies on Cardiovascular Disease and Risk Factors 867

7. Primary Prevention Measures in Women 868

8. Women’s Burnout, Quality of Life and Spirituality 869

8.1. Burnout 869

8.2. Quality of Life 870

8.3. Spirituality 870

9. Cardiovascular Implications of COVID-19

in Pregnancy 871

10. Future Perspectives on Women’s Cardiovascular

Healthcare 873

References 874

Introduction

Of the noncommunicable chronic diseases, CVDs are the leading cause of death around the world and in Brazil, which has one of the highest mortality rates in South America. 1 The CVDs account for one third of the deaths from all causes, affect men and women at all ages, and represent more than twice the number of deaths from all neoplasms associated. 1 Among women, there is an increase in the prevalence of CVD and death from CVD after menopause, aggravating the perspectives in the near future due to aging and illness of the female population in Brazil.

Currently, IHD accounts for most deaths in all Brazilian Federative Units, followed by cerebrovascular diseases. 1 One aspect is the difference in the involvement of the regions and in the access to diagnosis and treatment, according to the peculiarities determined by the social and economic indicators in the macroregions, states, and cities of different sizes in Brazil. Half of the mortality from CVD before the age of 65 years can be attributed to poverty and social inequalities. 2 Inappropriate diets, low level of physical activity, and alcohol and tobacco consumption are important RFs for CVD in women, more prevalent among the less favored social classes of the population, including Brazilian children and adolescents. 3 Thus, primary and secondary prevention programs, as well as easier access to diagnosis, for those populations might have an even greater impact on CVD morbidity and mortality.

Most of the times, CVD can be prevented with public health interventions that involve RF control and optimized clinical management of patients. Reducing women’s CVDs in Brazil and worldwide is a complex task, which depends on several agents and continuous effort.

Most Brazilian cardiologists, one third of which are women, are members of the SBC, which has been developing continuous actions to reduce CVD morbidity and mortality through the Department of Women’s Cardiology.

The Arquivos Brasileiros de Cardiologia , the official scientific publication of the SBC, has published the “Women’s Letter”, 4 which represented an advance in establishing concrete actions to reduce CVD morbidity and mortality in women, such as: to work collectively towards the defense of the global goals to prevent and control noncommunicable chronic diseases, mainly Brazilian women’s CVDs; to establish campaigns of cardiovascular prevention, promoting consistent efforts to reach the goal of 30% reduction in mortality rate by 2030; to elaborate and suggest governmental policies to promote favorable environments to reduce exposure to risk, facilitating the adoption of healthy habits at school, work and leisure environments to fight women’s CVD; to work alongside governments in the development and application of a cardiovascular prevention program, in addition to the incorporation of cost-effective technologies for the reduction of CVD morbidity and mortality in women; engage with communication media to deliver continuous information on the importance of CVDs in women, their major RFs and preventive measures, ensuring the importance of early diagnosis; to provide the highest level of continuous medical education; to promote technical-scientific, cultural, and social exchange among cardiologists in Brazil and around the world; and to foster scientific knowledge necessary to increase the participation of women in the sciences and scientific events in the areas of health and related sciences.

Even considering the huge scientific and technological advances already achieved in cardiology, we need to change the health and disease paradigm, aiming at a population approach that enables the extension of the benefit of those achievements to the entire population. Therefore, a large agreement is required involving the civil society, the societies of medical specialties, the government, and the community to refurbish the education of physicians and other health professionals in parallel with the promotion of a wide discussion in society, contributing to raise awareness and improve the prevention, diagnosis, and treatment of the diseases accounting for most deaths of men and women in Brazil.

Brazil, by establishing in the Federal Constitution the inalienable commitment to the preservation of human dignity, defined health as a social right, ensuring universal, total, and free access to health for all Brazilians.

Even with the constitutional guarantees, inequities regarding women persist in the Brazilian society. Thus, it is necessary, through affirmative actions, to emphasize the need to ensure the essential equality between men and women, particularly regarding the awareness of women’s CVDs, which are neglected in Brazil. 2

Thus, the “National Day of Awareness of Women’s Cardiovascular Diseases” has been proposed by the authors of the “Women’s Letter” and approved by the Law 14.320 of 2022, sanctioned by the President of Brazil and published in the Diário Oficial da União of April, the 1st, originated from the bill 1.136/2019, from the federal representative and cardiologist Mariana Carvalho. That day will be celebrated on May 14th, in honor of the birth of the physician Bettina Ferro de Souza, the first female president of the SBC.

It is fundamental to promote initiatives to enhance knowledge on the importance of cardiovascular health throughout women’s lives. In addition, it is essential to better understand the local differences in women’s cardiovascular health to define public policies and health care, reduce the gap, and promote sex equity regarding Brazilian health care.

Therefore, the SBC’s Department of Women’s Cardiology presents its Position Statement on Women’s Cardiovascular Health focused on primary prevention. This document was aimed to help reach the objective stated in the “Women’s Letter” of playing a leadership role in Brazilian health policies, providing managers with an overview of the relevance of women’s CVDs. This view will enable them to elaborate strategies to reduce the prevalence of RFs and improve the diagnosis and therapeutic approach, thus reducing cardiovascular outcomes, with impact on the Brazilian women’s physical, mental, and spiritual health.

1. Highlights

In this chapter 1, the highlights of chapters 2 to 10 are presented.

Epidemiology of the cardiovascular diseases in women

  • In the past 30 years, there was an increase in the CVD prevalence among individuals of both sexes aged 15-49 years. In addition, the CVD prevalence was higher in women until 2011; since then, the CVD prevalence in men has been higher. 1

  • The CVDs, mainly IHD and cerebrovascular disease, are the major cause of death in adults of both sexes. The percent of deaths due to IHD was similar in women and men, while the percent of deaths due to stroke was higher in women than in men. 5

  • In the other age groups, from birth to the beginning of adulthood, cardiac malformations, cardiac complications from rheumatic fever, and cardiomyopathies play a key role in mortality of both sexes. 6

  • Of the traditional RFs, overweight, obesity and diabetes mellitus were the most frequent among women. It is worth emphasizing that the prevalence of self-reported SAH in Brazil was higher in the female than in the male sex.

Cardiovascular risk factors in women

  • Recognizing women’s RFs, either specific, most prevalent, or similar to those of men, as well as knowing the 10-year risk for atherosclerotic CVD, is of great importance for CVD risk stratification in the female sex. 2

  • In women, the most impacting traditional RFs for CVD include diabetes mellitus, SAH, dyslipidemia, tobacco use, obesity, and sedentary lifestyle.

  • The prevalence of those traditional RFs has increased even among young women and, when associated with sex-specific RFs, contribute to increase morbidity and mortality; however, they are not usually considered in CVR stratification. 7 , 8

  • Sex-specific RFs, such as polycystic ovary syndrome, use of hormonal contraception, gestational hypertension, adverse events of pregnancy, MHT, risks related to inflammatory and autoimmune diseases (rheumatoid arthritis, systemic lupus erythematosus), and depressive disorders are considered REFs. 8

  • The assessment of CVR in women should consider, in addition to risk stratifiers, the aggravating factors of the diabetes mellitus-associated risks, the REFs, and the sex-specific RFs to establish changes in lifestyle and recommend measures for primary prevention of CVD, aimed at identifying and treating earlier a larger number of women at risk. 7 , 8

Cardiovascular diseases in women

1 – Ischemic heart disease

  • Currently, additional mechanisms of coronary ischemia are well defined, and it is more appropriate to refer to it as IHD because it comprises several coronary affections that cause ischemia, such as myocardial infarction with non-obstructive coronary arteries, ischemia with non-obstructive coronary arteries, spontaneous coronary artery dissection, microvascular disease, coronary vasospasm, and coronary embolism/thrombosis. In women, several pathophysiological mechanisms of IHD are related to one or more of those coronary affections, which can be present even in younger and pregnant women.

2 – Heart failure

  • Considering HF pathophysiology, because of hormonal responses, women, as compared to men, differ regarding the HF epidemiology, clinical presentation, outcomes, and treatment. 9 , 10 Regarding HF phenotypes, some are more prevalent in women, such as Takotsubo syndrome, and others are specific to women, such as peripartum cardiomyopathy. However, in both chronic and acute HF, clinical trials/registries targeting women are scarce and the evidence derives from subanalysis of large studies in which women are underrepresented. Multicenter prospective registries could provide more precise evidence about the female population, including a larger number of women in HF with both reduced and preserved ejection fraction.

3 – Arrhythmias

  • Women more often have sinus tachycardia and nodal reentry tachycardia, and pregnancy increases the risk for supraventricular tachycardia. 11

  • In long QT syndrome type 2 among women, there is a greater risk of sudden death and pro-arrhythmia. In the puerperium, long QT increases the risk for torsades de pointes. 12

  • In women, sudden death of cardiac etiology more often results from non-ischemic causes, and men are more often resuscitated and treated with a defibrillator. The use of an implantable cardioverter defibrillator for both primary and secondary prevention is more common in men; however, the risk of complications related to the procedure is higher in women. 13

  • Although the incidence of AF is higher among men, older women more often have AF, more symptoms, and worse quality of life. Strong risk predictors of AF in women are SAH and obesity. Women more often have paroxysmal AF, strokes and thromboembolism, HF, higher CHA2DS2-VASc score, more hospitalizations, and a higher risk of cardiovascular and all-cause mortality. 14 , 15

4 – Cardiovascular disease and cancer

  • Cardiotoxicity is a challenge in the treatment of female cancer, especially breast cancer, which is one of the most frequent neoplasms, and can lead to an increased incidence of cardiovascular events and of cardiovascular and all-cause mortality as compared to women without neoplasm. The risks vary according to the cancer treatment, which can harm the cardiovascular system leading to the following: ventricular dysfunction, from asymptomatic and reversible to symptomatic and irreversible HF; acute coronary syndrome; pericarditis; myocarditis; ventricular arrhythmias; SAH; peripheral vascular disease. Genetic variants are factors related to the risk of cardiomyopathy, explaining why some patients with the same profile develop cardiotoxicity and others do not.

  • The prognosis of such patients is affected by some issues, such as the analysis of cardiovascular RFs before, during, and after the diagnosis and oncological treatment, the effective intervention on modifiable RFs, in addition to the early diagnosis and treatment of the chemotherapy-related cardiotoxicity.

5 – Stroke, peripheral artery disease, and dementia

  • Future research on the recognition of female sex-specific RFs for stroke and a score to identify the group at higher risk are urgently needed to elaborate stroke prevention strategies for women.

  • Peripheral artery disease correlates with IHD, and the treatment of traditional RFs is a preventive measure in both sexes. The recognition of women-specific RFs, such as pregnancy and its complications, or of predominantly female RFs may allow proper risk stratification and the adoption of early preventive measures.

  • Women, as compared to men, seem to be at higher risk for developing dementia and memory disorders related to age. Although some studies have shown that estrogen plays a significant role in women’s cognitive functioning, the MHT showed no beneficial effect on reducing those changes even in younger women. 16

  • In patients under the age of 55 years, regardless of sex, the major causes of cognitive changes and dementia are Alzheimer’s disease, vascular dementia, frontoparietal dementia, and alcohol-related dementia.

  • There are vascular RFs related to early dementia, such as stroke, transient ischemic attack, kidney disease, CVD, SAH, chronic alcoholism, and drug intoxication. The control of cardiovascular RFs plays a key role in preventing dementia and cognitive diseases, mainly in younger women.

6 – Valvular heart diseases

  • The follow-up of women with aortic valve stenosis or mitral valve disease requires careful and continuous reasoning about the best treatment model. The decisions regarding clinical or interventional management depend on the disease’s anatomical and functional diagnosis and careful patient’s assessment.

  • When compared to men and considering the same degree of valve calcification, women have a tendency towards higher severity of aortic stenosis because of fibrosis of the valve apparatus, which is more pronounced than calcification. Men and women differ regarding clinical presentation, response to treatment, and results after valvular intervention. 17

  • In transcatheter aortic valve replacement, women are older and have better left ventricular function and lower prevalence of coronary artery disease; however, they have associated comorbidities, such as diabetes mellitus and AF. Anatomical characteristics of the female sex, such as shorter distance between the coronary artery ostia and the valvular ring, as well as the higher prevalence of valvular and aortic calcification, account for higher coronary artery obstruction during the procedure. In addition, the smaller diameter of the peripheral vessels causes greater vascular complications and bleeding. 18

  • Of the preventive measures in valvular heart diseases, the following stand out: primary and secondary prevention of rheumatic disease and antibiotic prophylaxis of infective endocarditis, mainly during childbirth. Valvular heart disease in women have peculiar characteristics with significant impact on treatment results and disease prognosis.

  • The indications of infective endocarditis prophylaxis during pregnancy are women with rheumatic valvular heart disease, valvular prostheses, cyanogenic congenital heart disease, and history of infective endocarditis.

7 – Diabetes mellitus, preeclampsia, and pregnancy hypertensive disorders

  • Gestational diabetes is associated with maternal and fetal complications, such as PE, premature birth, and perinatal death. Lifestyle changes, such as regular physical activity during pregnancy, in the absence of obstetric or cardiovascular contraindications, substantially reduce the risks of those complications. 19

  • There is a wealth of literature supporting gestational hypertension as a RF for future CVD; primigravida who develop GH are at higher risk for future CVD, notably after menopause. Thus, the best recommendation is to initiate the prevention of PE and other forms of GH prior to pregnancy, which include proper body weight, healthy diet, and regular practice of physical exercises. In women at high risk, the use of acetylsalicylic acid in the first trimester and calcium replacement for pregnant women with low daily calcium intake should be indicated. 20

8 – Adolescent pregnancy

  • Adolescent pregnancy increases maternal, fetal, and neonatal complications, worsens preexisting socioeconomic problems, and affects the future of generations. Thus, it should be managed efficiently and continuously in all socioeconomic levels.

  • One of the most important preventive factors of adolescent pregnancy is education on sexuality and reproductive health, supported by scientific evidence and health promotion programs. 21 It should include information on biological aspects, mutual respect, responsible sexual activities, and use of safe and effective contraceptive methods to prevent pregnancy and protect against sexually transmissible infections. 22

  • Adolescents instructed by providers determined to face sensitive subjects, such as pregnancy prevention and contraception, are more engaged in their well-being. The qualified instruction about adolescent sexuality is an investment for a healthier and profitable future with high self-esteem.

Cardiac investigative methods: peculiarities in women

  • Women’s electrocardiographic findings differ from men’s regarding the magnitude of the electric signals, with smaller amplitude of the QRS complex, of the J point, and of the T wave, and a longer corrected QT interval. Anterior T-wave inversion, that is, beyond V1, occurs in 2.3% of the population, being more common in women, regardless of their physical activity status . That is a benign pattern if it occurs in asymptomatic and low-risk women, because CMRI studies suggest it might reflect lateral displacement of the right ventricle. 23 Electrocardiographic changes that may lead to misinterpretations are observed in 45% of women with breast implants: T-wave inversion, inferolateral ST depression, poor R-wave progression from V1 to V4, prolonged QT interval, and left ventricular hypertrophy. 24

  • On ET, women more often show false-positive depression of the ST segment and the test’s accuracy varies with the pretest probability of IHD. In women, the association of stress/rest myocardial perfusion scintigraphy with ET has better diagnostic accuracy than ET alone. That association has excellent negative predictive value in women with pretest intermediate/high risk. 25

  • The measure of intimal-media thickness to reclassify risk can be used in women with at least two cardiovascular RFs. 3 , 4 The presence of plaque as an aggravating factor for risk stratification can be used in women at intermediate risk. 26

  • Women with coronary artery calcium score over zero and breast arterial calcification have higher risk of ischemic events as compared to men. Coronary computed tomography angiography evidences the non-obstructive coronary pattern, more prevalent in women. 26 , 27

  • Normal coronary arteries on coronary angiography are more common in women. The risk of vascular complications from coronary angiography is higher among women, who have a higher tendency to develop acute kidney lesion due to contrast media. 28

  • The CMRI is an excellent investigative option for women, especially those of childbearing age, pregnant women, and those undergoing treatment for breast cancer. In addition, the CMRI can evidence perfusion and/or myocardial changes, helping the differential diagnosis of chest pain and being particularly useful in the management of IHD in women.

Women’s representation in clinical studies on cardiovascular disease and risk factors

  • The major cause of death worldwide is CVD, which is more and more recognized as having sex-specific characteristics regarding the illness processes, clinical manifestations, and results of treatments. Therefore, the identification of sex differences in CVD expression determines that women should be equally represented in cardiovascular clinical trials.

  • Although women’s representation has increased in recent clinical studies, this has not occurred in all areas of CVD investigation. Women remain underrepresented in studies on arrhythmias, acute and chronic coronary artery disease, and HF, especially those involving interventions with implantable devices and highly complex procedures.

  • The identification of barriers to equity in the representation of clinical trial subjects offers several opportunities to solve the problem, enabling equity in selection and maintenance of women as subjects of clinical studies on CVDs and their RFs.

  • That equity is necessary for the accurate understanding of CVD expression and their RFs in women, as well as of the impact of treatment on women’s cardiovascular prognosis.

Primary prevention measures for women

  • Primary health care is usually the first contact of women with the health sector, occurring electively or through active search by community health agents. Primary health care should cover the needs of all women’s life stages, with actions directed to total health promotion, with emphasis on physical, mental, and spiritual well-being.

  • Over time, there was a decentralization of public services initiated with the Women’s Total Health Care Program and consolidated with the Women’s Health Care Policy. The guarantee of women’s access to all levels of health care and the integration of actions and services remain a challenge, as well as the local planning and monitoring of indicators to promote harm reduction and death prevention.

  • A paradigm change is necessary in the public policies on women’s total health, especially when considering that CVDs are the major cause of death among women in most phases of their life cycle.

Women’s burnout , quality of life, and spirituality

  • Burnout associates positively with alcohol consumption, sleep disorders, depression, sedentary lifestyle, obesity, and musculoskeletal pain, being a significant predictor of hypercholesterolemia and diabetes type 2, thus relating to a higher incidence of IHD and hospitalizations from CVD. 29

  • Work conditions have a well-known impact on the health of workers. Women’s labor force participation has been increasing, resulting in women’s overload due to double journeys, with consequent high burnout rates among them.

  • Women’s life course is permeated by experiences of loss, stress, anxiety, and fear, which increase their psychological vulnerability, facilitating the appearance of symptoms of anxiety-depression. However, resilience, spirituality and personal beliefs seem to play a mediating role in some of those psychological variables, associating with better quality of life and lower frequency of CVD in women.

Cardiovascular implications of COVID-19 in pregnancy

  • The severity of SARS-CoV-2 infection is higher in pregnant as compared to non-pregnant women, with more frequent intensive care unit admissions, mechanical ventilation use, and increased mortality and morbidity, including myocardial infarction, venous and other thromboembolic events, PE, and preterm labor and delivery. 30 In addition, COVID-19 has been associated with a higher rate (and combined proportions) of premature delivery, PE, cesarean delivery, and perinatal death. 31

  • he management of cardiac complications during pregnancy should comprise the multidisciplinary follow-up with a cardiologist, an obstetrician, and a neonatologist.

  • •SARS-CoV-2 infection during pregnancy should be included in the differential diagnosis with other complications, such as coronary artery dissection and peripartum cardiomyopathy. 32

  • The beginning and duration of prophylactic anticoagulation in pregnancy associated with SARS-CoV-2 infection should consider disease severity, need for hospitalization, temporal relation between disease occurrence and time of delivery, as well as the prothrombotic risk conferred by additional comorbidities. 31

  • In this population, vaccination should be emphasized, because it is the best way to prevent COVID-19-related complications. Preventive measures, such as face mask use, hand hygiene, and avoiding crowded areas, should be maintained.

Future perspectives on the improvement of women’s cardiovascular care

  • Women’s mortality rates from CVD remain elevated and stagnant in most regions of the world, with little or no reduction in recent years. Women’s CVR is still underestimated by the general population, and, especially, by women themselves and health care professionals. The non-implementation of the guidelines on women’s CVD prevention delays the diagnosis of several CVDs, especially that of IHD, which is often neglected in women. 33

  • Understanding the sex/gender-related differences in premature mortality from CVDs is essential for the development of preventive and control measures for those diseases. The scarcity of robust clinical studies and the female sex underrepresentation in clinical trials contribute to the scarce knowledge on women’s CVD. 34 Further research on the role played by sexual hormones in the female global CVR is mandatory.

  • To reduce the CVD load in women by 2030 is an ambitious, but imperative, goal, especially because several cardiovascular RFs can be modified and mitigated.

2. Epidemiology of Women’s Cardiovascular Diseases

According to data from the GBD 2019 Study, the prevalence of CVD was 6.1% of the population in 2019, 12 946 932 (95% UI, 11 899 752 – 13 617 524) individuals, 51% of the male sex. Men had a higher age-standardized prevalence rate as compared to women in 2019 ( Figure 2.1 ). From 1990 to 2019, there was an 8.7% reduction in the CVD prevalence rate in men, smaller than that in women, 12.8%. There was an increase in the CVD prevalence in that period among individuals of both sexes aged 15-49 years. In addition, the CVD prevalence was higher in women until 2011; since then, the CVD prevalence in men has been higher ( Table 2.1 and Figure 2.2 ). 1 , 5

Figure 2.1. Age-standardized prevalence rates of cardiovascular disease, per 100 000 inhabitants, according to sex, in Brazil, 1990-2019.

Figure 2.1

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

Table 2.1. Number of cases and age-standardized prevalence, incidence, death, and DALYs rates due to cardiovascular disease in women, per 100 000 inhabitants, and percent change of the rates, according to age group, in Brazil, in 1990 and 2019.

Age groups 1990 2019 Percent change (95% UI)

Number (95% UI) Rate (95% UI) Number (95% UI) Rate (95% UI)
PREVALENCE
 15-49 years 81840.1 (71524.9;92783.6) 210.2 (183.7;238.3) 105700 (92430.3;120336.2) 180.7 (158.1;205.8) -14 (-16.8;-10.9)
 50-69 years 102496.1 (91526.7;114514.7) 1255.7 (1121.3;1402.9) 208399.3 (186607.1;232143.7) 973.2 (871.4;1084) -22.5 (-25;-19.8)
 5-14 years 26514.1 (17557.2;37666.8) 151.7 (100.4;215.5) 24476.1 (16014.6;34617.6) 154.6 (101.1;218.6) 1.9 (-1.4;5.7)
 70+ years 77895.9 (69702.8;86822.5) 3321.7 (2972.3;3702.4) 200343.1 (180509.1;222408) 2653.3 (2390.6;2945.5) -20.1 (-22.9;-17.2)
 Age-standardized 294962.9 (275518.3;317426.8) 557.5 (523.8;597.3) 544515.2 (512491.4;581529.1) 437.4 (411;468.6) -21.5 (-23.3;-20)
 All ages 294962.9 (275518.3;317426.8) 391.9 (366;421.7) 544515.2 (512491.4;581529.1) 491.1 (462.3;524.5) 25.3 (21.7;29.1)
 Under 5 years 6216.7 (4434;8521.4) 74.5 (53.1;102.1) 5596.8 (3974;7644) 73.8 (52.4;100.8) -1 (-4;2.2)
INCIDENCE
 15-49 years 81840.1 (71524.9;92783.6) 210.2 (183.7;238.3) 105700 (92430.3;120336.2) 180.7 (158.1;205.8) -14 (-16.8;-10.9)
 50-69 years 102496.1 (91526.7;114514.7) 1255.7 (1121.3;1402.9) 208399.3 (186607.1;232143.7) 973.2 (871.4;1084) -22.5 (-25;-19.8)
 5-14 years 26514.1 (17557.2;37666.8) 151.7 (100.4;215.5) 24476.1 (16014.6;34617.6) 154.6 (101.1;218.6) 1.9 (-1.4;5.7)
 70+ years 77895.9 (69702.8;86822.5) 3321.7 (2972.3;3702.4) 200343.1 (180509.1;222408) 2653.3 (2390.6;2945.5) -20.1 (-22.9;-17.2)
 Age-standardized 294962.9 (275518.3;317426.8) 557.5 (523.8;597.3) 544515.2 (512491.4;581529.1) 437.4 (411;468.6) -21.5 (-23.3;-20)
 All ages 294962.9 (275518.3;317426.8) 391.9 (366;421.7) 544515.2 (512491.4;581529.1) 491.1 (462.3;524.5) 25.3 (21.7;29.1)
 Under 5 years 6216.7 (4434;8521.4) 74.5 (53.1;102.1) 5596.8 (3974;7644) 73.8 (52.4;100.8) -1 (-4;2.2)
DEATHS
 15-49 years 769476.9 (739810.4;801490.1) 1976.3 (1900.1;2058.5) 679263.9 (631272.6;728617.3) 1161.5 (1079.5;1245.9) -41.2 (-44.5;-37.8)
 50-69 years 1154563.6 (1117881.8;1194713.4) 14144.8 (13695.4;14636.7) 1485239.2 (1407973.4;1568445) 6935.6 (6574.8;7324.2) -51 (-53.4;-48.4)
 5-14 years 38226.4 (34169.5;42955.7) 218.7 (195.5;245.7) 22398 (18744.9;26627.2) 141.4 (118.4;168.2) -35.3 (-42.9;-28.7)
 70+ years 976778.1 (898018.1;1019807.9) 41652.6 (38294.1;43487.5) 1661643.2 (1472104.5;1785160.2) 22006.3 (19496.1;23642.2) -47.2 (-50.2;-44.7)
 Age-standardized 3017512.3 (2897630.7;3117428) 6191.2 (5895.3;6408.3) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3019.5 (2810.8;3195.6) -51.2 (-53.4;-49.1)
 All ages 3017512.3 (2897630.7;3117428) 4008.9 (3849.7;4141.7) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3495.4 (3251.1;3697.5) -12.8 (-17;-8.6)
 Under 5 years 78467.3 (65203.6;97481.4) 940.3 (781.4;1168.2) 26657.3 (21657.1;32912.1) 351.4 (285.5;433.9) -62.6 (-73.6;-49.5)
DALYs
 15-49 years 769476.9 (739810.4;801490.1) 1976.3 (1900.1;2058.5) 679263.9 (631272.6;728617.3) 1161.5 (1079.5;1245.9) -41.2 (-44.5;-37.8)
 50-69 years 1154563.6 (1117881.8;1194713.4) 14144.8 (13695.4;14636.7) 1485239.2 (1407973.4;1568445) 6935.6 (6574.8;7324.2) -51 (-53.4;-48.4)
 5-14 years 38226.4 (34169.5;42955.7) 218.7 (195.5;245.7) 22398 (18744.9;26627.2) 141.4 (118.4;168.2) -35.3 (-42.9;-28.7)
 70+ years 976778.1 (898018.1;1019807.9) 41652.6 (38294.1;43487.5) 1661643.2 (1472104.5;1785160.2) 22006.3 (19496.1;23642.2) -47.2 (-50.2;-44.7)
 Age-standardized 3017512.3 (2897630.7;3117428) 6191.2 (5895.3;6408.3) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3019.5 (2810.8;3195.6) -51.2 (-53.4;-49.1)
All ages 3017512.3 (2897630.7;3117428) 4008.9 (3849.7;4141.7) 3875201.6 (3604407.9;4099252.4) 3495.4 (3251.1;3697.5) -12.8 (-17;-8.6)
Under 5 years 78467.3 (65203.6;97481.4) 940.3 (781.4;1168.2) 26657.3 (21657.1;32912.1) 351.4 (285.5;433.9) -62.6 (-73.6;-49.5)

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019. Rate/100 000 inhabitants.1UI: uncertainty interval.

Figure 2.2. Prevalence of cardiovascular disease, according to sex, in Brazil, 1990-2019.

Figure 2.2

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

In 2019, in Brazil, the age-standardized IHD incidence rates, mainly of myocardial infarction, were 78 and 148 per 100 000 inhabitants for women and men, respectively. Regarding chronic IHD (previous myocardial infarction, stable angina, or ischemic HF), the age-standardized prevalence rates were 1046 and 2534 per 100 000 inhabitants for women and men, respectively ( Table 2.1 ).

Analysis of data from the GBD 2019 study showed a reduction in the age-standardized CVD mortality rate for women. In the beginning of the period, 1990, the mortality rates for women differed significantly between the Brazilian geographic regions, and that difference decreased by the end of the period. This can be explained by a more pronounced reduction in the Southeast and South, regions that concentrate the largest populations and incomes, and more modest in the North and Northeast ( Figures 2.3 and 2.4 ). 1 , 5

Figure 2.3. Proportional mortality due to cardiovascular disease, according to sex, in Brazil, 1990-2019.

Figure 2.3

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

Figure 2.4. Age-standardized mortality rates due to cardiovascular disease, per 100 000 inhabitants, in women, in Brazil and its regions, 1990-2019.

Figure 2.4

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

In Brazil, CVDs are the major cause of death among women and men, despite their 50.6% decrease from 1990 to 2019 ( Table 2.1 ). Although the age-standardized CVD mortality rates were higher in men during the entire period, the percent reduction was similar for both sexes, 48% for men and 52% for women. The proportional CVD mortality was higher in women during the entire period (1990 to 2019) ( Figure 2.3 ). 1 , 5

According to GBD 2019 study estimates, of the CVDs, IHD was the first cause of death in Brazil, followed by stroke. The IHD accounted for 12.03% and 12.2% of the deaths of women and men, respectively, while the percent of deaths due to stroke was higher in women than in men, 10.39% and 8.41%, respectively. The estimated DALYs due to IHD were 1276.6 (1165.2;1359) and 2179.4 (2054.4;2296.3) and those due to stroke were 1235.6 (1133.8;1322.5) and 1410.1 (1323.5;1487.9) in women and men, respectively ( Figures 2.5 and 2.6 ). 1 , 5

Figure 2.5. Proportional mortality from cardiovascular disease in women (A) and men (B), according to age group, in Brazil, 2019.

Figure 2.5

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

Figure 2.6. DALYs (%) due to cardiovascular disease in women (A) and men (B), according to age group, in Brazil, 2019.

Figure 2.6

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

In 2019, the prevalence of AF and atrial flutter was higher in men than in women, although the age-standardized mortality and DALYs rates were higher in women. AF occurs in association with advanced RHD, especially mitral stenosis, more frequent in women, at the ratio of 3 to 2.

The age-standardized prevalence of RHD showed a slight 2.1% increase, being higher among women (3.5%). However, there was a reduction in the age-standardized mortality rates attributable to RHD, the percent reduction being similar in both sexes in the past 30 years ( Figures 2.5 and 2.6 ). In addition, the proportional mortality from aortic stenosis was higher among women in Brazil in 2019, and the DALYs rates decreased from 1990 to 2019 similarly for men and women ( Figures 2.5 and 2.6 ). 1 , 5

According to data from the Brazilian Ministry of Health Mortality Information System, from 1980 to 2018, HF was the underlying cause of death of 1 185 120 individuals (584.155 men [49.3%]). 35 The ratios between the crude mortality rates from HF in both sexes, according to age groups and geographic regions, are shown in Table 2.2 . Ratios equal to or higher than 1 were observed in almost the entire period, all age groups, and geographic regions, with higher mortality in men, except for the North (1985-1989), Northeast (1980-1984) and South regions in the age group of 60 years and over, in which women’s mortality was higher. 35 , 36

Table 2.2. Ratio between the crude mortality rates in the male and female sexes, according to age groups and geographic regions, in 5-year periods.

Age group Number Region / Period 1980-1984 1985-1989 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2009 2010-2014 2015-2018
0-29 North 1.0 0.9 1.2 1.0 1.2 1.3 1.3 1.8
  Northeast 0.9 1.0 1.0 1.1 1.1 1.4 1.4 1.5
  Southeast 1.1 1.2 1.3 1.3 1.2 1.6 1.5 1.8
  South 1.1 1.2 1.2 1.6 1.5 1.3 1.5 1.1
  West-Central 1.1 1.1 1.1 1.1 1.9 1.5 2.7 1.0
30-59 North 1.5 1.4 1.5 1.4 1.6 1.9 1.8 1.5
  Northeast 1.2 1.3 1.4 1.3 1.3 1.4 1.5 1.6
  Southeast 1.4 1.5 1.6 1.5 1.6 1.7 1.6 1.5
  South 1.4 1.5 1.5 1.4 1.4 1.5 1.4 1.2
  West-Central 1.2 1.5 1.6 1.6 1.8 1.9 1.7 1.7
60+ North 1.1 1.1 1.1 1.1 1.2 1.3 1.3 1.2
  Northeast 1.2 1.2 1.2 1.1 1.2 1.2 1.2 1.2
  Southeast 1.1 1.1 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
  South 1.1 1.0 1.0 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9
  West-Central 1.1 1.1 1.0 1.0 1.1 1.1 1.1 1.2

Source: Brazilian Health Information System - Datasus.35,36

Of the RFs for CVDs in Brazilian women, the following stand out: SAH, dietary risks, obesity, increased serum cholesterol levels, and elevated fasting glycemia ( Figure 2.7 ). 7 From 1990 to 2019, elevated BMI was the RF that increased most in Brazil. 1 , 7 The specific RF in women with stroke include pregnancy, preeclampsia, gestational diabetes, oral contraception use, hormone use during menopause, and changes in the hormone status. 7

Figure 2.7. Ranking of the age-standardized mortality and DALYs rates due to cardiovascular diseases attributable to risk factors, in 2019, in Brazil, women (A) and men (B). DALY: disability-adjusted life years; CVD: cardiovascular disease; GBD: Global Burden of Disease; LDL: low-density lipoprotein. Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019. 1,5.

Figure 2.7

The prevalence of self-reported SAH in Brazil in 2019 was 23.9%, higher in the female than in the male sex (26.4% versus 21.1%, respectively). 37 Cardiovascular mortality attributable to SAH was higher in women aged 65-79 years and in men aged 50-79 years. 5 Dietary risks were the second most important RF for CVD in 2019, accounting for 5.0% and 5.7% of the deaths due to IHD and for 2.6% and 2.4% of the deaths due to stroke in women and men, respectively. 2 Physical inactivity, another behavioral RF, increased from 1990 to 2019 in Brazil, mainly among women, 4.7%, as compared to men, 3.1%. 2 According to data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2019, in Brazil, the percentages of overweight and obese adults (age ≥18 years) were 62.6% and 29.5% for women, and 57.5% and 21.8% for men, respectively. There was a progressive increase of obesity with age increase, with a higher prevalence of overweight and obesity in women of all age groups. 5 The prevalence of diabetes increases as the prevalence of obesity increases. 5 Data from the 2014-2015 PNS in Brazil showed a higher prevalence of diabetes in women, individuals over the age of 30 years, and those with overweight or obesity. 37 Diabetes is a RF for CAD more important to women than to men, even to premenopausal women. 7 , 37

Anxiety, depression, and violence victimization were studied in 31 847 women from the 2013 PNS. The major depressive episodes and suicidal ideation were assessed with the Patient Health Questionnaire, while violence victimization was self-reported. Women had a higher prevalence of depressive episodes (OR = 2.36; 95% CI, 2.03-2.74), suicidal ideation (OR = 2.02; 95% CI, 1.73-2.36), and violence victimization (OR = 1.73; 95% CI, 1.45-2.06). 38

Sex-specific factors are of fundamental importance and affect the occurrence of CVD throughout a woman’s life. A cross-sectional multicenter study with 27 referral maternity hospitals from all Brazilian regions and 82 388 women giving birth, from July 2009 to June 2010, identified 9555 cases of severe maternal morbidity, 140 deaths, and 770 maternal near misses. The major determinant cause of maternal complications was hypertensive disease. 39 Preeclampsia, gestational diabetes, pregnancy-induced hypertension, preterm delivery, and small for gestational age newborn are early indicators of maternal cardiovascular risk. According to data from the GBD 2019 study, hypertensive diseases of pregnancy were the second cause of mortality and DALYs in women of childbearing age ( Figure 2.8 ). 1

Figure 2.8. Mortality and DALYs rates due to maternal causes in the federative units, per 100 000 inhabitants, in women, Brazil, 2019.

Figure 2.8

Source: Global Burden of Disease Study (GBD) 2019.1

2.1. Diseases of the Circulatory System in Children and Adolescents of the Female Sex in Brazil

The etiologies of the DCS in individuals under the age of 20 years in Brazil vary according to age group, sex, and place of residence. The MCS are the major cause of death up to the age of 4 years, and cardiomyopathies are the major cause for ages 5 to 19 years. 40

In Brazil, the deaths due to MCS from 2000 to 2015 were more frequent under the age of 4 years, mainly in the first year of life and in the male sex ( Table 2.3 ). 6 In the female sex, the following MCS had the highest incidence: persistent truncus arteriosus, Ebstein’s anomaly (tricuspid valve), and ostium secundum atrial septal defect. The DCS more often occurred at the age of 5-19 years, predominantly in the female sex, probably because of competition of external causes of death, more prevalent in the male sex. 6

Table 2.3. Proportional mortality and mortality rate per group of causes of death in children, according to sex and age group, Brazil, 2000-2015. 6.

Causes of death   <20 years Male Female

  Total Total <1year 1-4 years 5-9 years 10-14 years 15-19 years Total <1year 1-4 years 5-9 years 10-14 years 15-19 years
MCS Deaths 57.892 31.077 26.144 2.901 766 625 641 26.815 22.016 2.972 728 593 506
PM(%) 4.2 3.7 6.2 4.1 1.8 1.1 0.3 5.15 6.6 5.0 2.4 1.7 0.8
Mort 5.3 5.62 107.0(1) 2.7(2) 0.6 0.4 0.5 5.0 94.7(1) 2.9(2) 0.5 0.4 0.4
Other CM Deaths 86.165 45.237 39.715 3.133 956 725 708 40.928 35.729 3.009 870 720 600
PM(%) 6.3 5.4 9.3 4.4 2.3 1.3 0.3 7.78 10.8 5.1 2.9 2.0 0.9
Mort 7.9 8.2 162.6(1) 2.9(2) 0.7 0.5 0.5 7.7 153.7(1) 2.9(2) 0.7 0.5 0.4
DCS Deaths 29.904 16.706 3.735 2.084 1.493 2.749 6.645 13.198 3.280 2.045 1.376 2.197 4.300
PM(%) 2.2 2.0 0.9 2.9 3.6 4.8 2.6 2.54 1.0 3.4 4.5 6.2 6.6
Mort 2.8 3.0 15.3(1) 1.9(2) 1.1 2.0 4.7 2.5 14.1(1) 2.0(2) 1.0 1.6 3.1
Ill defined Deaths 85.458 49.940 25.907 7.692 3.019 3.679 9.643 35.518 19.414 6.431 2.408 2.700 4.565
PM(%) 6.2 5.9 6.1 10.9 7.2 6.5 3.8 6.82 5.9 10.8 7.9 7.7 7.0
Mort 7.9 9.0 106.0(1) 7.0(2) 2.2 2.6 6.8 6.7 83.5(1) 6.2(2) 1.8 2.0 3.3
External Deaths 340.974 274.627 10.816 16.304 16.384 29.287 201.836 66.347 7.431 10.328 8.801 11.992 27.795
PM(%) 24.9 32.5 2.5 23.0 39.1 51.6 80.4 12.75 2.2 17.4 28.8 34.0 42.5
Mort 31.4 49.7 44.3(1) 15.0(2) 11.9 20.9 142.5 12.5 32.0(1) 9.9(2) 6.6 8.9 20.2
All causes Deaths 1.367.355 845.481 424.932 70.854 41.904 56.775 251.016 521.874 331.269 59.430 30.518 35.293 65.364
PM(%) 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Mort 126.0 153.0 1.739.3(1) 65.2(2) 30.4 40.5 177.3 98.0 1424.7(1) 57.0(2) 23.0 26.1 47.6

MCS: malformations of the circulatory system; Other CM: other congenital malformations excluding MCS; DCS: diseases of the circulatory system; PM(%): proportional mortality in percentage; Mort: mortality rate per 100 000 (1) Mortality per 100 000 live births (2) Mortality per 100 000 in the population aged 0 – 4, live births excluded.

The importance of deaths from DCS increases with age progression ( Figure 2.9 ). 6 , 40 One should consider that children with MCS, even repaired ones, and who did not die in their first year of life can have complications and sequelae, such as HF, arrhythmias, and endocarditis, with death in adolescence. Another possible explanation is the higher diagnostic negligence of MCS and DCS in the female sex at all age groups in Brazil, resulting from the poorer access to the health system and diagnostic resources in the female sex as compared to that in the male sex. 3 , 6 , 40

Figure 2.9. Annual proportional mortality due to specific causes of the circulatory system in children and adolescents, per sex and age group, in the state of Rio de Janeiro, 1995 to 2012. 40 DCS: Diseases of the Circulatory System; CBVD - Cerebrovascular Diseases.

Figure 2.9

Table 2.4 shows the proportional mortality attributed to DCS and MCS in the first year of life due to specific causes and according to Brazilian regions. 13 More than 83% of the deaths due to DCS resulted from MCS in all regions, with emphasis to the South region, where that percentage was 93%. The non-specified MCS corresponded to half of the deaths under the age of 1 year in Brazil, with no difference between the sexes and predominance in the Southeast region (44%). The proportional mortality from DCS was 2.5 times higher in the North region than in the South region, predominating in the female sex. Cardiomyopathy accounted for 32% of the deaths from DCS, being the leading cause of death in all regions and both sexes. 41

Table 2.4. Proportional mortality due to diseases of the circulatory system and malformations of the circulatory system, subdivided into specific causes, in the first year of life, female sex, according to Brazilian regions, 2000 to 2015. 41.

CAUSES OF DEATH NORTH NORTHEAST SOUTHEAST SOUTH WEST-CENTRAL TOTAL
CARDIAC-PULMONARY AND PULMONARY CIRCULATION DISEASES Deaths 77 131 244 39 41 532
PM(%) 3.09 1.99 2.33 1.15 1.75 2.10
PERICARDITIS AND ENDOCARDITIS Deaths 13 32 69 9 14 137
PM(%) 0.52 0.48 0.66 0.27 0.60 0.54
MYOCARDITIS Deaths 3 14 49 23 4 93
PM(%) 0.12 0.21 0.47 0.68 0.17 0.37
CARDIOMYOPATHIES Deaths 130 360 469 61 71 1091
PM(%) 5.22 5.46 4.47 1.80 3.02 4.31
HEART FAILURE Deaths 74 170 140 33 25 442
PM(%) 2.97 2.58 1.33 0.98 1.06 1.75
CEREBROVASCULAR DISEASES AND OF OTHER VASSELS Deaths 46 91 187 31 34 389
PM(%) 1.84 1.38 1.78 0.92 1.45 1.64
OTHER DISEASES OF THE CIRCULATORY SYSTEM Deaths 83 188 243 37 45 596
PM(%) 3.33 2.85 2.32 1.09 1.92 2.36
SUBTOTAL DCS Deaths 426 986 1401 233 234 3280
PM(%) 17.11 14.97 13.36 6.89 9.96 12.97
CHAMBERS AND SEPTA Deaths 300 715 1943 630 370 3985
PM(%) 12.05 10.75 18.52 18.64 15.75 15.75
VALVES Deaths 87 196 691 293 138 1405
PM(%) 3.49 2.97 6.59 8.67 5.87 5.55
NON-SPECIFIED Deaths 1284 3749 4666 1733 1324 12756
PM(%) 51.57 56.90 44.48 51.27 56.36 50.43
OTHERS Deaths 235 547 712 166 126 1786
PM(%) 9.57 8.30 6.79 4.91 5.36 7.06
VESSELS Deaths 158 395 1049 325 157 1727
PM(%) 6.34 5.99 10.00 9.62 6.68 8.24
SUBTOTAL MCS Deaths 2064 5602 7859 3147 2115 22016
PM(%) 82.89 85.04 74.93 93.11 90.04 87.03
TOTAL DCS+MCS Deaths 2490 6588 10489 3380 2349 25296
PM(%) 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

DCS: Diseases of the Circulatory System; MCS: Malformations of the Circulatory System; PM(%): Proportional Mortality in percentage.

In the past decade, the increase in obesity, insulin resistance, and SAH in children and adolescents contributed to increase the cardiovascular risk in young individuals. An increase in the prevalence of DCS in that population is estimated to occur in coming years. 26 , 42

More girls and female adolescents died from DCS than their male counterparts, indicating the need for public health strategies directed to the female sex, such as equity of access to health resources, early diagnosis, and institution of female sex-specific therapeutic measures.

3. Cardiovascular Risk Factors

3.1. Introduction

According to data from the GBD Study 2019, there was a global reduction in the CVD mortality rate in past decades, tending to stagnation in recent years. 1 In women aged 35-54 years, there was a growing increase in the IHD mortality rate in the United States of America, 8 , 43 attributed to the higher prevalence of traditional CVRFs.

According to data from the GBD Study 2019 and regarding Brazilian women ( Figure 2.7 ), in the ranking of age-standardized mortality and DALYs rates attributable to risk factors, the following risk factors stood out in decreasing order: elevated systolic blood pressure, elevated BMI, dietary risks, high LDL-cholesterol, tobacco use, and high fasting glycemia. It is worth emphasizing the increased CVD prevalence in young women aged 15-49 years, from 1990 to 2019. 7 , 44

Regarding the risk of atherosclerotic CVD, women share some traditional CVRFs with men, while some other CVRFs are underrecognized in women ( Chart 3.1 and Figure 3.1 ) 2 and others are female-sex/gender specific ( Figure 3.2 ).

Chart 3.1. Aggravating factors of the cardiovascular risk from diabetes mellitus in women. 50.

•Women’s age > 56 years and diabetes diagnosis >10 years
•Family history: first-degree relative with premature CVD (men <55 years and women <65 years)
•Tobacco use
•Systemic arterial hypertension
•Metabolic syndrome
•Albuminuria: creatinine >30 mg/g
•Glomerular filtration rate <60 ml/min
•Non-proliferative retinopathy
•Incipient cardiovascular autonomic neuropathy

Figure 3.1. Risk factors for cardiovascular disease in women. The well-established risk factors common to both sexes are incorporated into the risk scores of atherosclerotic cardiovascular disease. However, the sex-specific and the underrecognized risk factors interact with the traditional ones, aggregating risk, especially in women.

Figure 3.1

Figure 3.2. Female sex-specific risk factors for cardiovascular diseases, with evidence and recommendations. 11,45–49 AH: arterial hypertension; BMI: body mass index; BP: blood pressure; CAD: coronary artery disease; CVD: cardiovascular disease; CVR: cardiovascular risk; CVRF: cardiovascular risk factor; DM: diabetes mellitus; IHD: ischemic heart disease; IUD: intrauterine device; MHT: menopausal hormone therapy; MI: myocardial infarction; MS: metabolic syndrome; PE: preeclampsia; POS: polycystic ovary syndrome.

Figure 3.2

In clinical trials, despite the important relationship between CVRFs and CVD, women are underrepresented, and the scores used for cardiovascular risk stratification, such as Framingham, SCORE ( Systematic COronary Risk Evaluation ), SBC/SBD/SBEM, do not contemplate female sex-specific CVRFs, such as ( Figure 3.2 ): POS, hormonal contraception use, GH, adverse events of pregnancy, menopausal hormone therapy, and risks associated with the socioeconomic, psychosocial and environmental status . In addition, the scores do not contemplate the association with inflammatory (HIV) and autoimmune (rheumatoid arthritis, systemic lupus erythematosus, psoriasis) diseases, 8 anxious-depressive disorders, and SDH, considered REFs in women.

When assessing cardiovascular risk, it is essential to consider, in addition to risk stratifiers ( Figure 3.3 ), the aggravating risk factors associated with diabetes mellitus ( Chart 3.2 ), the REFs, and the sex-specific RFs to establish changes in lifestyle and recommend measures for primary prevention of CVD, aimed at identifying and treating earlier a larger number of women at risk. 7 , 8 , 44

Figure 3.3. Algorithm for the assessment of women’s cardiovascular risk and the recommendation of statin use. 53 ABI: ankle-brachial index; CAD: coronary artery disease; CCaS: coronary calcium score; CRD: chronic renal disease; CTA: computed tomography angiography; DM: diabetes mellitus; eGFR: estimated glomerular filtration rate; GRS: Global Risk Score.

Figure 3.3

Chart 3.2. Most prevalent risk factors for CVD in women, as well as the cardiovascular risk factors shared by men and women, with evidence. 11,43,45,53,55–58,65–67.

Risk factor > risk for CVD in women Evidence
Diabetes mellitus X
  • SAH and inadequate diet are associated with high risk of pre-diabetes.

  • Women with DM have a 45% higher risk of IHD.45,67

  • DM2 is more common in women < 40 years and results in higher mortality.

  • Relative risk of CVD mortality is higher in women than in men; the excessive risk of CVD mortality is higher in women.45,67

  • Atherosclerotic events cause more congestive HF in women.67

Systemic arterial hypertension X
  • Higher risk of myocardial infarction (INTERHEART).67

  • Higher prevalence of pre-menopausal secondary hypertension.

  • Post-menopausal women less often have nocturnal blood pressure decrease, but more events.

  • Women more often develop ventricular hypertrophy, HFpEF, arterial stiffness, CRD, and DM.

  • Women more often have adverse effects with anti-hypertensive drugs.

  • SAH affects 80% of women > 75 years. Only 29% have proper control of SAH.45

Dyslipidemia (*)  
  • In the SWAN study, the levels of TC, LDL-c, and triglycerides showed a peak in the transition from menopause to the early post-menopausal phase.65

  • Recent meta-analysis showed no significant difference in HDL-c levels between pre- and post-menopause.61

Obesity (*)  
  • The Framingham Heart Study showed an increase in the risk of CAD: 64% in women versus 46% in men.45

  • More prevalent in Brazilian women than men.

  • The most important RF for SAH in women.

  • Associated with adverse outcomes in pregnancy.

Sedentary lifestyle (*)  
  • Higher prevalence of inactivity among women.

  • 25% of women do not practice physical activity regularly.43,45

Tobacco use (*)  
  • Women have a 25% higher risk of CAD as compared to men, except in the younger age group (30-44 years).43,67

Atrial fibrillation X
  • As compared to men with AF, women have a 20-30% higher risk of stroke, higher severity, and worse long-term result regarding permanent disability.

  • The female sex was associated with age >65 years or >2 risk factors in the CHA2DS2-VASc regarding nonvalvular AF.67

Metabolic syndrome (*)  
  • In the SWAN study, the risks of MS in pre-menopausal and menopausal women are 1.45x and 1.25x higher, respectively.65

Rheumatoid arthritis  
  • 50% increase in the risk of CVD mortality as compared to that of the general population.67

Systemic lupus erythematosus  
  • The risk of IHD is three times higher.45

  • More prevalent in Asian, Afro-American, Afro-Caribbean, and Hispanic women as compared to Caucasian women.

  • Black women are 2-4 times more likely to have SLE than white women.

  • IHD is the major cause of mortality in SLE.67

Depression (**) X
  • Common in women with IHD.

  • Independent risk factor for worse outcomes.56

  • Women are more susceptible, with a 2-time increase in the risk of IHD.45

Mental stress (anxiety, psychosocial stress) Vital exhaustion X
  • Studies have shown the association of mental stress, microvascular dysfunction, and coronary vasospasm in patients with INOCA,58mainly women.

Social Determinants of Health  
  • SDH have negative outcomes that, added to the classical and sex/gender-specific CVRFs, cause vascular inflammation and endothelial dysfunction, culminating in CVD.59

(*) risk factors with attributed risk similar in both sexes. (**) Basic questions: How do you think your health will be in the future? How often do you feel pleasure or happiness? Have you ever been grateful for your health or any other thing in your life? - Analyzes optimism, positive affection, and gratitude, respectively,56 and might help recognition and specific approach. ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; AF: atrial fibrillation; BMI: body mass index; BRA: angiotensin-receptor blocker; CAD: coronary artery disease; CVD: cardiovascular disease; CRD: chronic renal disease; SDH: social determinants of health; RF: risk factor; CVRF: cardiovascular risk factor; DM: diabetes mellitus; DM2: diabetes mellitus type 2; DOAC: direct oral anticoagulants; HDL-c: high-density lipoprotein cholesterol; HF: heart failure; HFpEF: heart failure with preserved ejection fraction; IHD: ischemic heart disease; INOCA: ischemia with non-obstructive coronary arteries; LDL-c: low-density lipoprotein cholesterol; MS: metabolic syndrome; SAH: systemic arterial hypertension; SLE: systemic lupus erythematosus; TC: total cholesterol.

The risk estimation of cardiovascular events in women aimed at primary prevention is limited. The ACC/AHA Guideline on the Primary Prevention of Cardiovascular Disease identifies situations involving apparently healthy women with REFs, which require a shared decision-making with a cardiologist, an obstetrician gynecologist, and the patient about the use of mid-potency statin for low or intermediate risk. There is no evidence about the use of statins, and the assessment of the CCaS is necessary in selected women. If the CCaS is zero, statin should not be initiated, except in the presence of: DM, family history of premature CAD, or tobacco use. A CCaS between 1 and 99 favors the use of statins, mainly in women > 55 years. If CCaS > 100 or above the 75th percentile for age and sex, statins should be introduced ( Figure 3.3 ). 51 , 52

The 2017 Brazilian Guideline on Dyslipidemias and Atherosclerosis Prevention 53 and the 2019 SBC Update of the Guideline on Cardiovascular Prevention 26 recommend the use of the Global Risk Score, 54 which estimates the 10-year risk of fatal or nonfatal myocardial infarction and stroke, heart failure, and peripheral vascular failure. Figure 3.3 suggests an algorithm for the assessment of women’s cardiovascular risk and the recommendation of statin use.

The anxiety-depression disorders, such as mood, behavior, and affection changes, accompanied or not by somatic changes or cognitive deficit, are common causes of disability in developed countries and considered REFs by the AHA/ACC and the European Society of Cardiology. Women are more susceptible to anxiety-depression disorders, which double the risk of IHD. Behavioral, hormonal, genetic, and psychosocial changes overlap and, from the pathophysiological viewpoint, promote endothelial dysfunction, atherothrombosis, and immune and hemostasis dysfunctions from changes in the hypothalamus-hypophysis-adrenal axis and autonomous nervous system ( Figure 3.1 ). In addition, the estrogens stimulate T and B lymphocytes, propitiating a higher immune and inflammatory response. Such overlaps justify the relationship between depression and CVD, mainly IHD. In this context, physical exercise has been recognized as effective for the treatment of depression, similarly to psychotherapy and the use of serotonin inhibitors. Aerobic exercises seem to promote better benefit. 55 - 59

Regarding the SDH, the diversity of race and ethnicity, educational level, racism, and discrimination, inaccessibility to health care systems, absence of social support, economic instability, sexual orientation, and violence are factors that lead to disparities, affect women, and generate negative outcomes, which, added to the classic CVRFs and sex/gender-specific risk factors, promote vascular inflammation and endothelial dysfunction, culminating in CVD ( Figure 3.1 ). 26 , 59 - 63

A cross-sectional study to calculate the cardiovascular risk, using laboratory data from a subsample of the PNS with 3584 women, has found 58.4% at low cardiovascular risk, 32.9% at intermediate risk, and 8.7% at elevated risk. The risk increased with age, being high in the population with low educational level. The proportion of the components of the Framingham model, according to risk groups and sex, shows that, for women at high risk, the major contributors to cardiovascular risk were: systolic blood pressure, total cholesterol, HDL, DM, and tobacco use. 64

Charts 3.3 , 3.4 , 3.5 , 3.6 , 3.7 and 3.8 show recommendations for the management of dyslipidemia, diabetes, metabolic syndrome, tobacco use, overweight and obesity, arterial hypertension, and physical activity in women.

Chart 3.3. Recommendations for the management of dyslipidemia in women.

Recommendations for the management of dyslipidemia in women

Recommendation CR LE References
Nutritional therapy, body weight loss, and physical activity should be recommended for all patients. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,67
Reduce sodium intake and maintain adequate consumption of fresh fruits, vegetables, and low-fat dairy products. Maintain body weight and waist circumference within normal range. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,51,53,67
At least 30 minutes of moderate dynamic aerobic exercise (walking, running, biking, or swimming) 5 to 7 days per week. Gradually increase aerobic physical activity to 300 minutes per week of moderate intensity or 150 minutes per week of vigorous aerobic physical activity, or an equivalent combination of both, ideally with daily supervised exercise. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,67
Women at very high and high cardiovascular risk: LDL-c should be reduced to < 50 mg/dL and < 70 mg/dL, and non-HDL-c to < 80 mg/dL and < 100 mg/dL, respectively. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 51,52,53,
Women at intermediate cardiovascular risk: LDL-c should be reduced to < 100 mg/dL, and non-HDL-c to < 130 mg/Dl. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 51,52,53
Women at low cardiovascular risk: the goal is LDL-c < 130 mg/dL and non-HDL-c < 160 mg/dL. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 51,52,53
Medicamentous treatment is not recommended for pregnant women. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg A 11,43,47,67
Bile acid sequestrants are considered safe for use while breastfeeding. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02-en.jpg B 11,43,47,67
Rosuvastatin and pravastatin at low doses have been studied and their use can be considered while breastfeeding if the benefits exceed the potential risks. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt02-en.jpg B 11,43,47,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; HDL-c: high-density lipoprotein cholesterol; LDL-c: low-density lipoprotein cholesterol. The minimum reassessment time after medicamentous treatment should be of one month. Adapted from Update of the Guideline on Dyslipidemias and Atherosclerosis Prevention.53Similarly to the recommendation on the use of medicines during pregnancy, the authors of this article recommend a shared decision-making between patient and clinician to determine the ideal clinical management for individual patients.

Chart 3.4. Recommendations for the management of diabetes and metabolic syndrome in women.

Recommendations for the management of diabetes and metabolic syndrome in women

Recommendation CR LE References
The strategies of body weight control, physical activity, dietary guidance, and smoking cessation should be provided to all women with glucose intolerance, MS, or DM to reduce CV risk. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,50,51,52,67
The risk of coronary events should not be stratified by use of anatomic or functional methods in asymptomatic women with MS or DM. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg A 26,43,50,51,52,67
The CCaS should be used in women with DM or MS and intermediate CV risk (GRS 5-10% in 10 years). If CCaS = 0, statins should not be initiated. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,50,51,52,53,67
In primary prevention, women with DM or MS for whom statin therapy is indicated should receive high-potency doses and/or ezetimibe, and the goal should be LDL-c < 70 mg/dL. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,50, 51,52,67
Alternatively, in women with DM or MS at high or very high risk, the goal should be LDL-c < 50 mg/dL. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B
The use of ASA is not recommended for primary prevention in women with MS or DM, regardless of their CV risk. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg A 26,43,50,51,53,67
The use of ASA is recommended for prevention in women with MS or DM, at high or very high risk, in the absence of contraindication or risk of bleeding. Inline graphic a B 26,43,50,51,52,67
Regarding pharmacological treatment, there is no gender difference in the recommendations, except for those related to pregnancy. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 11,26,43,50,51,52,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; ASA: acetylsalicylic acid; CCaS: coronary calcium score; CV: cardiovascular; DM: diabetes mellitus; GRS: global risk score; LDL-c: low-density-lipoprotein cholesterol; MS: metabolic syndrome.

Chart 3.5. Recommendations for the management of tobacco use in women.

Recommendations for the management of tobacco use in women

Recommendation CR LE References
Women’s tobacco use and exposure should be routinely assessed at all consultations with healthcare professionals and written down in the medical chart. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
Systematic counseling of all women for tobacco use cessation. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
A combination of cognitive-behavioral and pharmacological interventions is recommended to all women to maximize the cessation rates. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
Smoking abstinence is recommended for all women to reduce the cardiovascular risks. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
Multidisciplinary teams should be assigned to facilitate smoking cessation in all healthcare systems. Inline graphic a B 26,43,51,52,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence.

Chart 3.6. Recommendations for the management of overweight and obesity in women.

Recommendations for the management of overweight and obesity in women

Recommendation CR LE References
For overweight and obese women, body weight loss is recommended to improve the cardiovascular risk profile. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
Counselling and comprehensive interventions in lifestyle, including caloric restriction, are recommended to achieve and maintain weight loss in overweight and obese women. Emphasize the relationship between overweight and obesity with increased cardiovascular risk. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
Calculate the body mass index and take anthropometric measures in medical visits to identify overweight and obese women aiming at intervening. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 26,43,51,52,67
The treatment should involve a multidisciplinary team, and, when proper weight reduction is not achieved, pharmacological treatment and bariatric surgery should be considered. Medication should be used if BMI > 30 or >27 in the presence of comorbidities. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
Assess waist circumference to identify women at higher cardiometabolic risk. Inline graphic a B 26,43,51,52,67
The use of pharmacological drugs to reduce body weight during pregnancy and while breastfeeding is not recommended. Special attention should be paid to women at childbearing age. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg B 26,43,51,52,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; BMI: body mass index.

Chart 3.7. Recommendations for the management of arterial hypertension in women.

Recommendations for the management of arterial hypertension in women

Recommendation CR LE References
For all women with high BP or hypertension, nonpharmacological measures are indicated to reduce BP: body weight loss, healthy dietary pattern, sodium reduction, dietary potassium supplementation, increase in physical activity with a structured exercise program, and limited alcohol intake. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
Anti-hypertensive medication is recommended for women with an estimated risk ≥ 5% in 10 years and mean systolic BP ≥ 130 mm Hg or mean diastolic BP ≥ 80 mm Hg, for primary prevention of CVD. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
For women with confirmed hypertension and CV risk ≥ 10%, target BP < 130/80 mm Hg is recommended. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
For women with arterial hypertension and chronic renal disease, target BP < 130/80 mm Hg is recommended. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
For women with arterial hypertension and type 2 diabetes, target BP < 130/80 mm Hg is recommended, and anti-hypertensive medication should be initiated if BP ≥ 130/80 mm Hg. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
For women with estimated risk < 10% in 10 years and BP ≥ 140/90 mm Hg, anti-hypertensive medication is recommended for primary prevention of CVD. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 26,43,51,52,67
For women with confirmed hypertension and no additional markers of increased CV risk, target BP < 130/80 mm Hg is recommended. Inline graphic b B 26,43,51,52,67
Use neither ACEI nor ARB for women at childbearing age and with perspective of pregnancy because of their possible teratogenic effects. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg A 26,43,51,52,67
Secondary hypertension is common in young and older women, and hypertensive adolescents and young adults should be screened to prevent long-term CV complications and specific treatment should be initiated graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; ARB: angiotensin-receptor blocker; CV: cardiovascular; CVD: cardiovascular disease; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; BP: blood pressure.

Chart 3.8. Recommendations for the management of physical activity in women.

Recommendations for the management of physical activity in women

Recommendation CR LE References
During medical visits, physicians should advise their patients to practice physical activity. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,43,51,52,67
Physical activity: ≥ 150 minutes/week of moderate intensity exercise or 75 minutes/week of vigorous exercise reduce cardiovascular risk. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67
Physical activity: < 150 minutes/week of moderate intensity exercise or < 75 minutes/week of vigorous exercise reduce cardiovascular risk. Inline graphic a B 26,43,51,52,67
Physical activity: > 150 minutes/week of moderate intensity exercise throughout pregnancy without complications. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 26,43,51,52,67

CR: class of recommendation; LE: level of evidence.

4. Cardiovascular Diseases in Women

4.1. Ischemic Heart Disease

In women, IHD accounts for 47% of the deaths from CVD, while stroke, to 36%. 1 The IHD pathophysiology, clinical presentation, diagnosis, treatment, and prevention are shown in Table 4.1 .

Table 4.1. General characteristics of ischemic heart disease.

  CAD 70 INOCA 69 MINOCA 71 SCAD Vasospasm 72 Microvascular disease 70 Coronary thrombosis/embolism 73
Pathophysiology
  • - Smaller atherosclerotic plaque - Plaque erosion with distal embolization

  • - Diffuse atherosclerosis associated with microvascular and endothelial dysfunction

Microvascular dysfunction and/or epicardial and microvascular vasospasm Coronary vasospasm, microvascular dysfunction, spontaneous coronary thrombosis and rechanneled emboli, plaque rupture, and spontaneous coronary artery dissection
  • - Nontraumatic, non-iatrogenic, and non-atherosclerotic separation of the coronary artery wall, due to spontaneous rupture of the intima or vasa vasorum within the arterial wall

  • - Intramural hematoma within the false lumen, compressing the true lumen, causing ischemia or myocardial infarction

  • - Increased shear stress

  • - Emotional/physical triggers

  • - Epicardial or microvascular vasoconstriction related to endothelial dysfunction

  • - Multiple mechanisms: autonomous nervous system (circadian variation with morning predominance), endothelial dysfunction, chronic inflammation, oxidative stress, and smooth muscle hypercontractility

  • - Structural remodeling

  • - Microvascular spam

  • - External compression (myocardial hypertrophy)

  • - Reduced microcirculatory conductance and/or dynamic arteriolar obstruction

Thrombophilia, atrial fibrillation, valvular disease, patent foramen ovale , infective endocarditis, and non-bacterial thrombotic endocarditis
Clinical presentation
  • - Older women

  • - Chest pain (precordial/retrosternal) ;jaw/neck pain

  • - Fatigue, nausea

  • - Stable/unstable angina

  • - AMI

Wide spectrum: from clinical manifestations, such as chest discomfort, to angina and anginal equivalents
  • AMI 2/3 of the cases are NSTEMI (exclude myocarditis, Takotsubo, PPCM and PE)

  • - Rule out: sepsis, PE, non-cardiac causes of troponin elevation

  • - Wide spectrum: from mild chest pain, ACS, AMI to sudden cardiac death

  • - Most common cause of AMI in pregnancy and puerperium

Wide spectrum: from silent disease to sudden cardiac death Angina/AMI Angina Dyspnea on exertion AMI
Clinical diagnosis / complementary tests
  • - Similar in women and men

Non-invasive tests: CMRI associated with adenosine; PET Invasive tests: intracoronary acetylcholine and hyperemia with intracoronary adenosine (CFR and IMR)
  • - Transient until the cause is established

  • - Clinical findings of AMI

  • - Troponin

  • - Coronary angiography without obstructive CAD, CCT, ICUS

  • - CMRI

  • - No traditional CVRF

  • - Knowledge about the predisposing RF: fibromuscular dysplasia (50-86%), connective tissue disorders (5%), systemic inflammatory diseases (5-12%), hormone therapy (estrogen, progesterone, gonadotrophin, clomiphene, or infertility treatment)

  • - Previous multiple pregnancies

  • - Coronary CTA

  • - Coronary angiography

  • - Coronary angiography associated with intracoronary acetylcholine provocation test

  • - Association with inflammatory markers (systemic lupus erythematosus and rheumatoid arthritis)

  • - Non-invasive tests: reversible defects

  • - Invasive tests: FFR > 0.8; CFR < 2.0; IMR ≥ 25

  • - Coronary angiography / aspiration thrombectomy

Prevention
  • - Knowledge about the differences in ACS/CCS clinical findings

  • - Improve diagnosis and treatment

  • - Identify and treat classical CVRFs and women-specific RFs

  • - Identify and aggressively treat classical CVRFs and women-specific RFs

  • - Identify risk enhancing factors (psychosocial factors and social determinants of health)

  • - Identify and treat classical CVRFs and women-specific RFs

  • - Identify risk enhancing factors (psychosocial factors and social determinants of health)

  • - Reduce emotional triggers, avoid hormone therapy (estrogen, progesterone, chorionic gonadotropin)

  • - Prevent pregnancy

  • - Cardiac rehabilitation, preferably with modified protocol, avoiding heavy isometric exercises and intense aerobic activities

  • - Avoid aggravating factors: use of illegal drugs, amphetamines, butane gas, alcohol, and medications for migraines

  • - Modification of CVRFs (weight loss and stress control)

  • - Early diagnosis of the underlying causes and thrombosis/infection prophylaxis

Outcomes
  • Woman: higher in-hospital and 30-day mortality

  • - Higher mortality in women under 50 years of age

  • - Recurring angina

  • - Frequent hospitalizations

  • - Repeated coronary angiographies

  • - High rates of major CV events

  • - Prognosis depends on the underlying cause

  • - Mortality:similar to that of CAD

  • - Disability: similar to that from CAD

  • - Frequent recurrence, mainly in the postpartum period and in women with connective tissue diseases

  • - Recurrence rate from 3.9% to 18.6%

  • - Arrhythmia and sudden death

  • - Recurring angina

  • - Frequent hospitalizations

  • -Repeated coronary angiographies

  • - High rates of major CV events

  • - Good prognosis in most cases undergoing early thrombectomy

ACS: acute coronary syndrome; AMI: acute myocardial infarction; CAD: coronary artery disease; CTA: computed tomography angiography; CCS: chronic coronary syndrome; CFR: coronary flow reserve; CMRI: cardiac magnetic resonance imaging; CV: cardiovascular; CVRF: cardiovascular risk factor; FFR: fractional flow reserve; IMR: index of microcirculatory resistance; NSTEMI: non-ST elevation myocardial infarction; PE: pulmonary embolism; PET: PET scan; PPCM: peripartum cardiomyopathy; RF: risk factor; CCT: coronary computed tomography; ICUS: intracoronary ultrasound.

Currently, the term ‘IHD’ is more suitable to refer to the coronary disorders causing ischemia, previously referred to as CAD. Ischemic heart disease includes CAD, INOCA, MINOCA, SCAD, MVD, CVP, and coronary embolism/thrombosis.

4.1.1. Coronary Artery Disease

CAD is the major cause of myocardial infarction in women. Sex/gender-related differences are especially pronounced in CAD and its peculiarities are shown in Table 4.1 .

4.1.2. Ischemia with Non-obstructive Coronary Arteries

INOCA is more common in women than in men, with especially high prevalence among women aged 45-65 years. It is not a benign condition, being associated with an increased risk of adverse cardiovascular events. 69 The strategies for the management of INOCA have not been well defined, mainly because there is not enough evidence on the treatment of the microvascular dysfunction associated with INOCA. 70

4.1.3. Myocardial Infarction with Non-obstructive Coronary Arteries

MINOCA is related to several pathophysiological mechanisms of coronary disorders ( Table 4.1 ). Its prevalence is 5-10%, considering all AMI, and two-thirds of the patients have NSTEMI. 69

It is more common in younger women than men (10.5% vs 3.4%; p<0.0001). Cardiovascular RFs can be present, although less prevalent than in patients with CAD. 69

MINOCA is a transient diagnosis that requires confirmation of its causes. First, AMI due to epicardial coronary obstruction should be excluded. Then, it is paramount to search for the underlying cause; failure in identifying that cause can result in inadequate treatment and information. 70

4.1.4. Spontaneous Coronary Artery Dissection

SCAD is a rare cause of myocardial infarction, representing 1-4% of all ACS. Corresponds to the spontaneous rupture of the intima or of the vasa vasorum within the arterial wall, resulting in accumulation of intramural hematoma in the false lumen, which can compress the true lumen, causing ischemia or myocardial infarction.

SCAD is increasingly recognized as an important cause of myocardial infarction in women under the age of 50 years. According to some studies, 25-35% of the cases of SCAD occur in women under the age of 50 years and 25% in women over the age of 60 years. In addition, it is the most common cause of myocardial infarction associated with pregnancy (up to 43% of the cases), occurring mainly in the third trimester or postpartum period. The risk of recurring events is substantial. 70

4.1.5. Microvascular Disease

Its pathophysiology results from structural remodeling with consequent conductance reduction or arteriolar vasomotor disorders, or both. The diagnostic confirmation of MVD should meet the following criteria: presence of symptoms (angina and/or dyspnea on exertion); absence of obstructive disease; objective evidence of ischemia; and changes in the microvascular function (reversible defects, abnormalities on the invasive functional tests – IMR > 25). 69

MVD associates with pro-inflammatory markers in women with INOCA; thus, there is increased risk in diseases such as systemic lupus erythematosus and rheumatoid arthritis. After menopause, these diseases are more frequent in women, which can contribute to the sexual differences of MVD. 69

4.1.6. Coronary Vasospasm

CVP is defined by reversible diffuse or focal vasoconstriction, common in patients with IHD and present in the mechanisms of INOCA, MINOCA and MVD, regardless of racial, genetic, and geographic variations. It is more prevalent in women aged 40-70 years. 69

The intracoronary acetylcholine provocation test remains the fundamental tool for the diagnosis of CVP, and women have a higher response to smaller doses. This test allows the reproduction of CVP and the assessment of reactivity to nitrates.

4.1.7. Coronary Thrombosis/Embolism

Coronary artery embolism in an underdiagnosed cause of ACS, and can be classified into three types: direct, paradoxical (thrombus originated from deep venous thrombosis that transposes the foramen ovale ), and iatrogenic. In the third type, percutaneous coronary intervention is the most common cause of the embolism, and the risk is increased with rotation techniques, valvuloplasty, and inadequate anticoagulation of the procedure.

4.2. Heart Failure

Epidemiological studies have shown similar incidence of HF in men and women. However, hormonal changes, mainly postmenopausal, are responsible for peculiar characteristics of HF in women, which contribute to the higher prevalence of HFpEF (EF≥50%) as compared to HFrEF (FE≤40%). 9 , 74 , 75 Figure 4.1 shows the pathophysiological mechanisms related to HF in women due to the hormone cycle. 10

Figure 4.1. Pathophysiological mechanisms related to heart failure in women.

Figure 4.1

LV: left ventricular; HF: heart failure

There are sex/gender-related differences not only regarding HF epidemiology, but also regarding HF clinical presentation, outcomes, and treatment ( Figure 4.2 ). 74 , 75 Those differences are even more evident when the different phenotypes of HF are analyzed in isolation: HFrEF (EF ≤ 40%) and HFpEF (EF ≥ 50%). 9

Figure 4.2. Risk factors, characteristics, prognosis, and measures to prevent HFrEF and HFpEF in women. HF: heart failure; HFpEF: heart failure with preserved ejection fraction; HFrEF: heart failure with reduced ejection fraction; SAH: systemic arterial hypertension; RF: risk factor; CV: cardiovascular.

Figure 4.2

Two clinical conditions that can evolve to HF in women are worth noting: Takotsubo syndrome, a reversible acute left ventricular dysfunction, in which 90% of the patients are women, especially after menopause; 10 and peripartum cardiomyopathy, defined as left ventricular dysfunction at the end of pregnancy or in the first months after delivery, without any other evident cause. 76 Table 4.2 shows the major characteristics of those pathologies.

Table 4.2. Characteristics of the Takotsubo syndrome and peripartum cardiomyopathy.

Clinical condition Takotsubo Syndrome Peripartum Cardiomyopathy
Women (%) 90% 100%
Mean age Elderly – frequently postmenopausal (90% aged 58-75 years) Childbearing age
Definition Reversible acute left ventricular dysfunction Left ventricular dysfunction at the end of pregnancy or first postpartum months
Risk factors
  • Typical emotional or physical trigger, but not always present

  • More common in postmenopausal women

  • ✓ Afro-American ethnicity

  • ✓ Advanced maternal age

  • ✓ SAH or preeclampsia

  • ✓ Multiple pregnancies

Characteristics
  • ✓ Acute chest pain suggestive of ACS

  • ✓ Electrocardiographic changes suggestive of ACS

  • ✓ Dyspneia

  • ✓ Palpitation

  • ✓ Pre-syncope / syncope due to ventricular arrhythmia or

  • ✓ Cardiogenic shock

  • ✓ Dyspnea, orthopnea, lower limb edema, palpitation

  • ✓ Signs of congestion at the end of pregnancy

  • ✓ Thromboembolic events

  • ✓ Ventricular arrhythmias

  • ✓ Cardiogenic shock

Diagnosis
  • ✓ ECG: ST elevation or T inversion + prolonged QTc

  • ✓ ECHO: segmental alteration that extends beyond a single artery territory

  • ✓ High natriuretic peptides

  • ✓ Mild troponin elevation (occurs in more than 90%)

  • ✓ Disparity between the degree of troponin elevation and the severity of LV dysfunction

  • ✓ MRI: LV dysfunction; RV assessment; thrombus; no late enhancement (different from myocarditis)

  • ✓ Coronary angiography: absence of coronary lesions with apical and middle-apical hypokinesia on ventriculography

  • ✓ Diagnosis can be delayed due to confusion with usual symptoms of pregnancy

  • ✓ Differential diagnosis with myocarditis, Takotsubo, hypertrophic cardiomyopathy, etc

  • ✓ ECHO: left ventricular dysfunction; presence of thrombus

  • ✓ High natriuretic peptide levels

  • ✓ Holter: might reveal ventricular arrhythmias

Prevention ✓ Related to menopause (estrogen deficiency, but hormone replacement does not reduce the risk for HF) ✓ Control risk factors that predispose to PPCM: hypertension, diabetes, obesity, eclampsia
Treatment
  • ✓ Beta-blocker if LVEF < 45%, AF, ventricular arrhythmia

  • ✓ ACEI if LVEF < 45%

  • ✓ Anticoagulation if apical thrombus

  • ✓ MCS if cardiogenic shock

  • BOARD

  • ✓ B: Bromocriptine is indicated (increasing doses according to PPCM severity)

  • ✓ O: Oral treatment for HF according to guidelines

  • ✓ A: Anticoagulation (at least prophylactic)

  • ✓ R: Relaxant (vasodilators) IV and inotropic drugs for severe PPCM

  • ✓ D: Diuretics if congestion For the most severe cases:

  • ✓ IAB, ECMO for cases of rapid deterioration despite inotropic drugs

  • ✓ Transplant or VAD if symptoms persist despite optimal therapy

Prognosis
  • Usually good prognosis with early recovery of LV function, but severe complications can occur before recovery

  • Cardiogenic shock (6-20%)

  • In-hospital mortality (<5%)

  • Usually good prognosis (40% increase LVEF to > 50%)

  • Persistent dysfunction or rapid deterioration can occur

  • LVEF < 35% at presentation confers worse prognosis

Follow-up
  • Imaging test to confirm LV function recovery:

  • ECHO or MRI

  • Recurrence in up to 22%

  • Improvement from 6 months to 5 years in general

  • New pregnancy is not advised because of the risk of recurrence

ACS: acute coronary syndrome; AF: atrial fibrillation; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; CATH: cardiac catheterization; ECG: electrocardiogram; ECHO: echocardiogram; ECMO: extracorporeal membrane oxygenation; HF: heart failure; IAB: intra-aortic balloon; IV: intravenous; LV: left ventricular; LVEF: left ventricular ejection fraction; MCS: mechanical circulatory support; MRI: magnetic resonance imaging; PPCM: peripartum cardiomyopathy; RV: right ventricular; SAH: systemic arterial hypertension; VAD: ventricular assistance device.

Data from acute HF registries have shown that women and men are equally affected (50%), with no evidence of differences in mortality between men and women ( Table 4.3 ), 77 although women have a higher risk profile (older age and higher number of comorbidities). However, in clinical studies/registries of cardiogenic shock/ mechanical circulatory support, women are underrepresented.

Table 4.3. Differences in characteristics and outcomes between men and women with decompensated heart failure and/or cardiogenic shock.

CLINICAL STUDY ADHERE Decompensated HF IABP-SHOCK II Cardiogenic shock – IAB cVAD Registry Cardiogenic shock – IMPELLA
Women (%) 52% 31% 27%
Year 2001-2004 2009-2012 2007-2013
Characteristics Older women (75 vs 70 years) Older women (74 x 68 years) Older women (71 x 64 years)
  • Higher % of comorbidities:

  • ✓ SAH

  • ✓ Thyroid disease

  • Smaller % of ischemic etiology (19% vs 32%)

  • Higher % of comorbidities:

  • ✓ SAH (76% vs 66%)

  • ✓ DM (40% vs 29%)

  • Smaller % of ischemic etiology (16% vs 25%)

  • Higher % of comorbidities:

  • ✓ SAH (80% vs 70%)

  • ✓ DM (54% vs 41%)

  • Smaller % of ischemic etiology (33% vs 35%)

Higher LVEF(42% vs 33%) Higher LVEF (40% vs 35%) Higher LVEF (30% vs 24%)
Mortality No difference in adjusted in-hospital mortality No difference in adjusted 30-day, 6-month, and 1-year mortality No difference in mortality on hospital discharge

DM: diabetes mellitus; HF: heart failure; IAB: intra-aortic balloon; LVEF: left ventricular ejection fraction; SAH: systemic arterial hypertension.

The best way to prevent progression to advanced HF is the institution of adequate treatment for HF. However, when not sufficient, the gold-standard treatment is CT for both sexes. The mean long-term survival is significantly higher in the female sex, and sex-mismatch transplant (female donor/male receptor) has worse prognosis. 70 Regarding the use of long-term ventricular assistance devices, the results have improved. One indication for ventricular assistance device use is contraindication to CT, such as hypersensitization, which is frequent in multiparous women. Women tend to have a higher risk for stroke and right ventricular dysfunction, in addition to be underrepresented in most registries. 77

4.2.1. Pharmacological and Nonpharmacological Treatment of HFrEF and HFpEF

Considering that ischemic cardiomyopathy is the most frequent etiology of HFrEF in women, establishing measures to prevent CAD, such as dyslipidemia and hypertension control, tobacco use cessation, and physical activity encouragement, is essential ( Figure 4.2 ). The pharmacological treatment of HFrEF with angiotensin-converting-enzyme inhibitors, beta-blockers, mineralocorticoid antagonists, ARNI, and SGLT2 inhibitors has shown to unequivocally reduce general death or cardiovascular mortality and hospitalization due to HF. 9 Those benefits are similarly for men and women, and, thus, the pharmacological treatment prevents sudden death and disease progression to advanced HF that requires specific therapies. However, women are underrepresented in most studies on HFrEF (20-30%); therefore, studies involving a higher number of women with HFrEF are required ( Table 4.4 ). 10

Table 4.4. Differences in outcomes between men and women in studies on HFrEF.

CLINICAL STUDY % Women OUTCOME GENERAL RESULT MEN / WOMEN P interaction
SOLVD (Enalapril) 20% General death HR 0.84 (0.74 – 0.95) ----- -----
CIBIS II (Bisoprolol) 20% General death HR 0.66 (0.54 – 0.81)
  • H: HR 0.53 (0.42 – 0.67)

  • M: HR 0.37 (0.19 – 0.89)

NS
RALES (Spironolactone) 27% General death HR 0.69 (0.58 – 0.82)
  • H: HR 0.71 (0.60 – 0.82)

  • M: HR 0.72 (0.57 – 0.97)

NS
PARADIGM-HF (Sacubitril-Valsartan) 21% CV death or hospitalization due to HF HR 0.80 (0.73 – 0.87)
  • H: HR 0.80 (0.73 – 0.87)

  • M: HR 0.79 (0.66 – 0.94)

NS
DAPA-HF (Dapagliflozin) 23% CV death or hospitalization due to HF HR 0.75 (0.65-0.85)
  • H: HR 0.73 (0.63 – 0.85)

  • M: HR 0.79 (0.59 – 1.06)

NS
EMPEROR-Reduced (Empagliflozin) 24% CV death or hospitalization due to HF HR 0.75 (0.65– 0.86)
  • H: HR 0.80 (0.68 – 0.93)

  • M: HR 0.59 (0.44 – 0.80)

NS

CV: cardiovascular; M: men; HR: hazard ratio; HF: heart failure; W: women; NS: nonsignificant.

The pathophysiology of HFpEF is directly related to obesity, increased insulin resistance and metabolic syndrome. Thus, weight reduction and physical activity encouragement are essential to prevent HFpEF, especially in women ( Figure 4.2 ). Regarding pharmacological treatment, the evidence is not so robust, and, even until recently, there was no medicamentous therapy recommended. 9 Randomized studies have shown a neutral effect of the major dugs used for HF. 77 Subanalyses of two of those studies, one involving spironolactone (TOPCAT) and another involving ARNI (PARAGON-HF), have suggested different responses to therapy according to sex. In addition, SGLT2 inhibitors have shown benefits in HFpEF with similar results in men and women ( Table 4.5 ). 10 Thus, current evidence points to benefit from iSGLT2 in both sexes and potential benefit from spironolactone and sacubitril-valsartan in women. 76 Prospective studies to assess differences between sexes are necessary.

Table 4.5. Differences in outcomes between men and women in studies on HFpEF.

CLINICAL STUDY % Women OUTCOME GENERAL RESULT MEN / WOMEN DIFFERENCES between sexes P interaction
TOPCAT (Spironolactone) 52% CV death or hospitalization due to HF or CPA HR 0.89 (0.77 – 1.04)
  • General death

  • H: p=0.68

  • M: HR 0.66 (0.48 – 0.90)

Significant reduction of general death only in women 0.02
PARAGON-HF (Sacubitril-Valsartan) 52% CV death or hospitalization due to HF HR 0.87 (0.75 – 1.01)
  • H: HR 1.03 (0.85 – 1.25)

  • M: HR 0.73 (0.59 – 0.90)

Significant reduction of CV death or hospitalization due to HF and total hospitalizations only in women 0.017
EMPEROR-Preserved (Empagliflozin) 45% CV death or hospitalization due to HF HR 0.79 (0.69 – 0.90)
  • H: HR 0.81 (0.69 – 0.96)

  • M: HR 0.75 (0.61 – 0.92)

Significant reduction of CV death or hospitalization due to HF in men and women NS
DELIVER (Dapagliflozin) 44% CV death or hospitalization due to HF or visit to the emergency room On going

CV: cardiovascular; M: men; HR: hazard ratio; HF: heart failure; W: women; NS: nonsignificant; CPA: cardiopulmonary arrest.

Usually, in both chronic and acute HF, clinical trials especially directed to women are scarce and the evidence derive from subanalysis of large studies in which women are underrepresented. However, the identification of potential RFs for the development of HF in women and

the institution of measures for their control, or even their reversion, can impact prognosis. Prospective multicenter registries could provide more accurate evidence in the female population.

4.3. Arrhythmias

There are some electrophysiological differences between sexes regarding the occurrence, clinical symptoms, and prognosis of arrhythmias, and they can affect both depolarization and repolarization. Women more often have sinus tachycardia and nodal reentry tachycardia, while ventricular arrhythmias are less common. In the long QT syndrome type 2, women are known to have a higher risk of sudden death and of pro-arrhythmia from cardiovascular or non-cardiovascular drugs. Pregnancy increases the risk of supraventricular tachycardia and reduces the occurrence of torsades de pointes, whose risk is increased in the long QT syndrome during the puerperium. 70

4.3.1. Ventricular Tachycardia and Cardiac Sudden Death

The CSD is an important public health problem of high global incidence. In the United States of America, in 2016, there were 366 494 CSD, and 178 823 (48.8%) in women. The most common cause of CSD is IHD; in women, however, CSD more often is due to non-ischemic causes. In women, ventricular tachycardia/fibrillation is less documented (19.4% women vs 26.7% men, p<0.001), which reduces the probability of survival as compared to men, who are resuscitated and treated with defibrillator. 70

The ICD is the therapy of choice for the primary or secondary prophylaxis of CSD. However, women are underrepresented in clinical trials (inclusion of women varies from 16% to 29%) and the sex-based analyses of subgroups are limited. 78 One registry of 236 084 Medicare beneficiaries from 1991 to 2015 evidenced that men received more ICD than women in both primary (3.2 times more) and secondary (2.4 times more) prevention. In addition, women are at a higher risk for complications related to the ICD procedure (7.2% vs 4.8%, p<0.001), particularly pneumothorax requiring intervention, cardiac tamponade, and ICD mechanical complications that need revision. 13

4.3.2. Atrial Fibrillation

Around the world, 29.4 million women are estimated to have AF. Although the AF incidence is higher among men, older women more often have AF, considering their life expectancy is longer. 1 Women with arrhythmia have more symptoms and report poorer quality of life as compared to men ( Figure 4.3 ), 79 in addition to having peculiar predictors of AF. A study with 34 221 women has reported that SAH was a risk predictor, obesity was another important risk marker, and the dynamic weight changes were deleterious. Women who practice vigorous physical activity have a 28% reduction in the incidence of AF. Regarding middle-aged healthy women, an increased incidence of AF was observed in those who had two or more drinks per day, the excessive consumption of alcohol being a predictor of AF among them. A large prospective study has shown the association of multiparity and higher risk. Another prospective study, assessing 30 034 menopausal women, has shown no increase in the risk in addition to that related to age, while monotherapy with estrogen associated with an increased risk of arrhythmia. 80

Figure 4.3. Differences of symptoms between women and men with atrial fibrillation. 72.

Figure 4.3

Women more often have paroxysmal AF and higher CHA2DS2-VASc score, but are less often submitted to both cardioversion and AF and flutter ablation. In addition, they more often undergo ablation of the atrioventricular node and pacemaker implantation, more often have strokes and thromboembolism, and are more often hospitalized due to all causes. 14

Few studies on heart rate and rhythm control have assessed the differences between sexes. Women less often undergo catheter ablation with isolation of the pulmonary veins and usually have worse results, because of later indication, more comorbidities, or higher presence of atrial fibrosis and foci outside the pulmonary veins. 15 A study with 2789 patients with recent-onset AF and large women’s representativity (46%) has shown that early rhythm control associated with a smaller risk of adverse cardiovascular events, without affecting the length of hospital stay. 81

Women with AF are at higher risk for stroke, which is even more severe and extensive at ages over 65 years. 15 , 70 Studies with DOACs (dabigatran, apixaban, rivaroxaban, and edoxaban) have shown a smaller risk of major bleeding in women, but a higher risk of stroke/systemic embolism with the use of warfarin, although women represented only 35% to 40% of those studies’ samples. 15 There was a reduction in all-cause mortality and a significant reduction in the risk of intracranial hemorrhage with the use of DOACs as compared to warfarin in women. In studies assessing the left atrial appendage occlusion as an alternative to anticoagulation for stroke prevention in AF, women were underrepresented and the primary outcome of efficacy composed by stroke, systemic embolism, and cardiovascular death did not vary between sexes. 15 , 70 Women with AF have a higher risk of cardiovascular and all-cause mortality, in addition to more cardiac events, and a higher risk of stroke and HF. 15 The major differences of symptoms between sexes in AF are shown in Chart 4.1 .

Chart 4.1. Summary of the differences of symptoms between sexes in individuals with atrial fibrillation. 15.

WOMEN   MEN
EPIDEMIOLOGY AND RISK
  • Higher than in the total population

  • Higher risk of death and stroke due to AF

Increase of incidence and prevalence with time
  • Age-adjusted prevalence

SYMPTOMS AND QUALITY OF LIFE
  • Longer symptom duration

  • Worse quality of life in the scores

   
PREVENTION AND RISK OF STROKE
  • Stroke due to AF is more severe and disabling

 
  • Receive more anticoagulation for prevention

  • Longer time in the therapeutic range with warfarin

HEART RATE AND RHYTHM CONTROL
  • Higher risk of CV events and pro-arrhythmia with AAD

  • Higher risk of adverse events with catheter ablation

 
  • Higher indication for cardioversion and AF ablation

AAD: antiarrhythmic drugs; AF: atrial fibrillation; CV: cardiovascular.

4.4. Cardiovascular Disease and Cancer

Cardiovascular diseases and cancer are the major causes of death worldwide, and they share RFs, such as age, obesity, tobacco use, family history, and diet.

Women’s most common malignant neoplasms are breast, lung, and colorectal cancers, responsible for 50% of the new diagnoses, of which breast cancer represents 30%. 82

Advances in the early diagnosis and treatment of cancer caused an important reduction in mortality, mainly due to the perception of acute and chronic adverse cardiovascular effects resulting from the oncological treatment, which affect the quality and expectancy of life of the survivors, who require lifelong follow-up.

The different forms of treatment, such as chemotherapy and radiotherapy, can lead to cardiotoxicity through different mechanisms, the risk being directly related to detection of the underlying cardiac disease, cardiovascular RFs, and previous cardiotoxic oncological treatment.

Although there is no risk score validated, age and LVEF previous to treatment are two strong risk predictors suggested. 83

The diagnosis of cardiotoxicity can be done through the confirmation of new cardiovascular change during or even years after treatment, such as a clinical change and/or alteration in cardiovascular biomarkers and/or imaging, and it is an exclusion diagnosis done after investigating other etiologies.

According to the Brazilian Guidelines on Cardio-Oncology, ventricular dysfunction related to cancer therapy is defined as a reduction ≥ 10% in LVEF to a value below the lower limit of normality (LVEF < 50%), and cardiovascular imaging should be repeated in 2 to 3 weks. 84

Ventricular dysfunction can occur during treatment or even years after its end, and that is the reason long-term surveillance is important, mainly in those who develop cardiotoxicity during treatment or are at high risk for that.

Echocardiography is the method of choice to detect myocardial dysfunction before, during, and after cancer treatment. Three-dimensional echocardiogram has better accuracy to assess ventricular function. In its absence, two-dimensional Simpson is recommended to assess volumes and LVEF. The SLG is a tool to predict with high sensitivity the later reduction in LVEF. A reduction ≥ 15% in SLG as compared to baseline is considered abnormal and an early ventricular dysfunction marker. Magnetic resonance imaging is gold-standard for the assessment of cardiac function, indicated in cases with limitation of echocardiography. 84

It is fundamental to detect subclinical cardiac abnormalities that can influence the clinical decisions regarding the choice of treatment, indication for cardioprotection, or increase of surveillance, such as asymptomatic ventricular dysfunction.

Anthracycline is the most used CTX drug for breast cancer treatment and has a histologically proven cardiotoxic effect via necrosis of cardiomyocytes, which leads to irreversible lesions. The association of cumulative anthracycline doses and the risk of HF is exponential: 5% incidence of HF with a cumulative dose of 400 mg/m2, and 48% incidence of HF with a cumulative dose of 700 mg/m2. 85

Another CTX drug used for breast cancer treatment, trastuzumab, can cause cardiotoxicity, and, because it is not associated with necrosis of cardiomyocytes, the lesions caused are partially or totally reversible after treatment interruption.

Fluoropyrimidine, used to treat colorectal cancer, can cause vasospasm and consequent myocardial ischemia, with or without electrocardiographic changes. The symptoms can appear at any time during treatment, but bolus injection can be less cardiotoxic, because the vasospasm can be related to accumulation of metabolites rather than to the peak effect of the drugs. 86

If the patient develops HF and LVEF < 40% during treatment, the CTX drug should be temporarily suspended according to a decision shared by the cardiologist and the oncologist, and the HF therapy should be initiated based on guidelines and consensus.

Cardiotoxicity prevention should be performed in all patients undergoing cancer treatment. General measures, such as proper control of RFs, specific cardioprotective pharmacological interventions, and imaging- and biomarker-based surveillance strategies have an overall beneficial effect, but there is heterogeneity in results and no consensus on the recommendations for cardioprotective pharmacotherapy ( Figure 4.4 ). 85

Figure 4.4. Measures for the prevention of cardiotoxicity in women. CVRF: cardiovascular risk factor.

Figure 4.4

Although the recommendations are controversial, cardioprotective drugs have been tested, such as dexrazoxane, an iron chelator with proven cardioprotective action, and neurohormonal inhibitors that have a cardiac anti-remodeling action, such as renin-angiotensin-aldosterone system inhibitors, beta-blockers, and statins. 86 The use of dexrazoxane in patients with metastatic breast cancer with high cumulative dose of anthracycline (doxorubicin dose > 250 mg/m2) should be considered. 86

Aerobic exercise is considered a promising nonpharmacological strategy to prevent and/or treat CTX-induced cardiotoxicity. If there is a reduction in LVEF that meets the definition of cardiotoxicity, the guideline-based treatment of HF should be considered.

Figure 4.5 summarizes the major aspects related to cardiotoxicity.

Figure 4.5. Summary of the major aspects related to cardiotoxicity. 2D: two-dimensional; 3D: three-dimensional; CVRF: cardiovascular risk factor; CTX: chemotherapy; DM: diabetes mellitus; EF: ejection fraction; MRI: magnetic resonance imaging; SAH: systemic arterial hypertension.

Figure 4.5

Charts 4.2 , 4.3 , 4.4 show the recommendations for the management of ischemic heart disease, heart failure, and arrhythmia in women.

Chart 4.2. Recommendations for the management of ischemic heart disease in women.

Recommendations for the management of ischemic heart disease in women

Recommendation CR LE References
In obstructive and non-obstructive coronary disease, the differences in clinical findings of ACS/CCS should be known, diagnosis and treatment should be improved, and the classical CVRFs and female-sex-specific RFs should be identified and treated. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69–73
In obstructive and non-obstructive coronary disease, the risk enhancing factors should be identified (psychosocial factors and social determinants of health). graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69–73
In spontaneous dissection, minimize the emotional triggers, avoid hormone therapy (estrogen, progesterone, β-human chorionic gonadotropin), avoid future pregnancies, cardiac rehabilitation, preferably with modified protocol, avoiding heavy isometric exercises and intense aerobic activities. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69–71,73
In vasospasm, avoid aggravating factors: use of illegal drugs, amphetamines, butane gas, alcohol, and medications for migraine. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69,71–73
In microvascular disease, it is important to modify CVRFs (body weight loss and stress control). graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69,72
In coronary thrombosis and embolism, early diagnosis of the underlying causes and thrombosis/infection prophylaxis are important. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 69,73

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; ACS/CCS: acute coronary syndrome/chronic coronary syndrome; CVRF: cardiovascular risk factor; RF: risk factor.

Chart 4.3. Recommendations for the management of heart failure in women.

Recommendations for the management of ischemic heart failurein women

Recommendation CR LE References
Takotsubo syndrome is related to menopause (estrogen deficiency), but hormone replacement has no impact on reducing the risk of HF. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 10,76
Control risk factors that predispose to PPCM: hypertension, diabetes, obesity, eclampsia. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 10,76
In HFpEF and HFrEF, control risk factors, such as body weight and glucose, lipid and blood pressure levels, practice regular physical activity, and cease tobacco use. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 10,74–76
Use of statin would have a potential benefit, but there is scarce specific sex-related evidence, thus, it should not be recommended. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg C 10
The identification of potential risk factors for the development of HF in women and the institution of measures to control them or even reverse them could impact prevention. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 10,70,76

CCR: class of recommendation; LE: level of evidence; HF: heart failure; HFpEF: heart failure with preserved ejection fraction; HFrEF: heart failure with reduced ejection fraction; PPCM: peripartum cardiomyopathy.

Chart 4.4. Recommendations for the management of arrhythmias in women.

Recommendations for the management of arrhythmias in women

Recommendation CR LE References
Obesity and SAH are predictors of risk for AF in women; the control of body weight and blood pressure levels is an important preventive measure. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 14,15,81
The prevalence of AF increases with age and in women after menopause; menopausal hormone therapy has no beneficial effect. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg C 80
Vigorous physical activity seems to reduce the incidence of AF in women. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 80
Excessive alcohol consumption is a predictor of AF in women; alcohol consumption control to less than 2 drinks/day can reduce the risk. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 80

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; AF: atrial fibrillation; SAH: systemic arterial hypertension.

4.5. Stroke

Women face a disproportionately high burden of mortality and disability from stroke. 87 Multiple specific RF have been observed, such as pregnancy, PE, GD, use of oral contraceptives, postmenopausal use of hormones, and women’s hormonal variations. 88 The strongest or most prevalent RF for stroke in women are: AF, migraine with aura, DM, SAH, depression, and psychosocial stress. Despite the higher proportion of stroke throughout life, there are no specific guidelines on screening and treatment to reduce the risk of stroke in women. 68

It is worth emphasizing the need for awareness and systematic education of the youngest age groups, including women at childbearing age, alerting to the increasing incidence of stroke with age and its association with obstetric complications, such as GH, premature births, and GD, in addition to hormonal contraception. The risk is progressively higher in the presence of classical RF, such as obesity, dyslipidemias, SAH, and DM, which can appear throughout life, including at younger ages. 87

Although more than half of the cases of stroke occur in women, the inclusion of women in clinical trials on stroke treatment has been smaller than that of men. A better representation of the female sex in those studies is necessary. 89 , 90

4.6. Peripheral Artery Disease

Peripheral artery disease is a prevalent condition with substantial morbidity and mortality, rarely diagnosed and treated in the general population. 91 Its frequency in women is equal to that in men. 92 Differences in pathophysiology and RFs can contribute to the late and often atypical presentation of PAD in women ( Figure 4.6 ).

Figure 4.6. Differences in peripheral artery disease presentation in women. 7 CVD: cardiovascular disease; CRD: chronic renal disease; IHD: ischemic heart disease; PAD: peripheral artery disease; RF: risk factor; SAH: systemic arterial hypertension.

Figure 4.6

Unawareness about PAD hinders the outcomes of all patients, but the challenges are even bigger for women, who, as compared to men, suffer from more severe pain, have poorer quality of life, and are at higher risk for CVD

and their concomitant events. 93 In addition, the use of evidence-based therapy is less frequent in women as compared to men. 97

Although the recognition and control of traditional RFs are important in both sexes, they seem to have a different effect and smaller general significance for women with PAD than for men. 98 , 99 Because the treatment of traditional RFs offers protection for both sexes, ideal care should be ensured to everybody. 100 Recognizing sex-specific RFs (ex. pregnancy) or predominantly female factors (ex. depression) can allow adequate risk stratification and adoption of early preventive measures. 101 , 102

4.7. Dementia

Although the impacts of menopausal estrogen deprivation on women’s cognitive function are not clearly known, literature data have shown that women seem to be at higher risk of developing dementia and age-related memory changes than men, and little is known about such differences at younger ages. 16 Studies have shown that perimenopausal women respond better to memory-related tasks, which attenuates years after menopause. 16 , 103

There is epidemiological and biological evidence that serum estrogen concentration and, thus, ovarian activity relate to better memory and cognition performance. 16 , 103 Symptoms, such as dullness of mind, forgetfulness, and difficulty to find the words are common in perimenopausal women. 16 In addition, as shown in the SWAN study, the reduced cognitive function in women seems to be related to neither anxiety nor depression, factors known to be increased in that phase of women’s life. 65

One of the major pathologic characteristics of AD, a cause of dementia in the general population, is the accumulation of amyloid plaques in the central nervous system. Data from the literature have suggested that estrogen can have an important role in preventing amyloid buildup, in addition to acting on the cognitive function. 104 Researchers have suggested that the reduced concentration of sexual steroid hormones after menopause can account for the higher prevalence and severity of AD in women. 105 Several studies have been performed to define whether MHT would be effective to prevent those neurological disorders. 105 , 106

Despite the conflicting epidemiological evidence regarding the use of MHT as a preventive measure against cognitive dysfunction and AD reduction in menopause, a meta-analysis of clinical trials has shown the absence of those benefits. Women over the age of 65 years without dementia who used estrogen isolated or associated with progesterone showed no consistent evidence regarding those benefits, not even the younger ones (early menopause and perimenopause). 106

Thus, we suggest that MHT should not be prescribed to preserve cognitive function in postmenopausal women. In addition, there is lack of robust evidence of cognitive benefits for women using MHT at younger ages (for example, perimenopausal). Thus, MHT should not be prescribed to preserve cognitive function in younger women. Even results of the WHI study have not shown that the early initiation of MHT would be necessary to provide later cognitive benefits in women, not even prevent IHD (“the critical window hypothesis”). 107

A cohort study has shown the major causes of cognitive changes and dementia in younger men and women (under the age of 55 years): AD (34%), vascular dementia (18%), frontoparietal dementia (12%), alcoholism-related dementia (10%), and others, such as Parkinson’s disease and multiple sclerosis. 108 In AD, 10% of the cases related to a genetic mutation and the prevalence of dementia doubled every 5 years after the age of 35 years.

There are vascular RFs related to early dementia, such as stroke, transient ischemic attack, renal disease, CVD, SAH, chronic alcoholism, and drug intoxication. 109

4.8. Valvular Heart Disease

Rheumatic disease is the major cause of acquired valvular heart disease in children and young adults aged less than 40 years in emerging countries. 110

4.8.1. Aortic Stenosis

In young women, the etiology of aortic stenosis isolated is congenital and often the structural lesion is bicuspid valve. 17 Aortic stenosis isolated of rheumatic etiology is rare, usually concomitant with other valvular lesions, such as aortic insufficiency or mitral lesions. With aging, degenerative valvular calcification is the major mechanism of disease. When compared to men, considering the same degree of valvular calcification, women tend to higher severity of aortic stenosis due to the valvular apparatus fibrosis, which is more pronounced than calcification.

Women with low-gradient aortic stenosis and low ejection fraction do not value their symptoms and present at more advanced disease stages, with worse functional capacity, more frequent syncope, and more eccentric left ventricular remodeling. Such manifestations can justify their higher mortality as compared to men ( Figure 4.7 ). 17

Figure 4.7. Sex-related differences in clinical course of low-gradient aortic stenosis with low ejection fraction. Adapted from Bartko et al. 110.

Figure 4.7

Women referred for aortic valve surgical replacement have more severe dyspnea on exertion, higher frailty scores, and more severe valvular obstruction degree for the same anatomic pattern of valvular area and mean transvalvular aortic pressure gradient. 18 Women’s smaller body surface implicates in technically more delicate surgical interventions, explaining the worse postoperative survival.

Of the patients submitted to transcatheter aortic valve implantation, women are older, have better left ventricular function, lower prevalence of CAD, but have comorbidities associated with DM and AF. Anatomical characteristics of the female sex, such as the shorter distance between coronary ostia and valvular ring and higher prevalence of valvular and aortic calcification, account for the higher incidence of coronary obstruction during the procedure. The smaller diameter of peripheral vessels causes more vascular complications and bleeding. 111

Currently, there is no therapy to prevent the progression of aortic stenosis. 18 However, clinical trials have formulated strategies to delay disease progression with DPP-4 inhibitors, 18 tested in elderly and individuals with DM, but with no specific reference to women. The lack of control of tobacco use, dyslipidemia, creatinine serum levels and plasma calcium levels seems to cause an annual absolute and percent reduction in the aortic valve area. 111 , 112

4.8.2. Mitral Valve Disease

Mitral insufficiency has an etiology-dependent natural history, and its clinical follow-up requires preventive measures based on the stratification of the disease’s anatomical degree. Mitral insufficiency can have an insidious course, thus it requires the periodic assessment of the development of anatomical and/or functional changes secondary to valvular disease and the appearance of complicating factors. Mitral insufficiency resulting from valvular prolapse is prevalent among women and its peculiar anatomic characteristics show predominance of myxomatous valves with anterior and bilateral leaflet prolapse, and extensive thickening of leaflets, which are less flaccid than in men. 113

Women have smaller regurgitation volumes and atrial dimensions when indexed to body surface; therefore, many do not meet surgical criteria based on the increase of ventricular cavities in mitral insufficiency, 113 which can result in worse results after surgery. 114 However, those data are controversial because they are based on retrospective studies with a very limited cohort ( Figure 4.8 ).

Figure 4.8. Comparative evolution after minimally invasive surgery of the mitral valve between women and men. Adapted from Seeburger et al. 113.

Figure 4.8

In Brazil, rheumatic mitral stenosis is the major cause of acquired valvular disease in young women; however, calcification of the mitral valve apparatus can occur as age advances. In industrialized countries, with the eradication of rheumatic disease, the degenerative causes predominate, 115 with calcification and involvement of the base of leaflets and absence of commissural fusion, structural characteristics that limit percutaneous intervention. Therefore, surgical replacement of the mitral valve has been preferred to percutaneous/surgical commissurotomy, except in the presence of comorbidities that increase the surgical risk.

4.8.3. Rheumatic Disease

Primary prevention of acute rheumatic fever involves the prompt diagnosis and antibiotic treatment of the group A streptococcal infection with benzathine penicillin or other alternatives. 116 For both sexes, hygiene measures are essential to prevent disease spread and should be reinforced. Patients with history of acute rheumatic fever are at a high risk of recurrence and cardiac involvement in the case of subsequent group A streptococcal infection. For patients at risk of recurrence, long-lasting secondary antibiotic prophylaxis should be done, as recommended by the current guidelines in both sexes.

Of the preventive measures against valvular heart disease in women, prophylaxis of infective endocarditis during delivery should be emphasized. Although controversial, the Brazilian Society of Cardiology Statement for Management of Pregnancy and Family Planning in Women with Heart Disease recommends prophylaxis in high-risk situations, indicating specific antibiotics for the genitourinary tract, such as ampicillin and gentamicin or vancomycin, in case of allergy to penicillin ( Figure 4.9 ). 11

Figure 4.9. Guidance for prophylaxis against infective endocarditis in pregnancy. IE: infective endocarditis.

Figure 4.9

4.9. Diabetes Mellitus, Preeclampsia, and Pregnancy Hypertensive Disorders

4.9.1. Diabetes Mellitus

Diabetes mellitus manifests during pregnancy as type 1 DM, type 2 DM, or GD, and associates with maternal and fetal complications, such as PE, prematurity, and perinatal death. Management of DM during pregnancy should be individualized according to the presence of prognostic determinants of pregnancy, such as blood glucose level, disease duration, presence of comorbidities, target-organ lesions, polyhydramnios, fetal macrosomia, and other fetal malformations. 19

The prevention of those complications involves lifestyle changes, mainly body weight control and healthy diet before and during pregnancy. A meta-analysis with 44 studies, assessing the influence of physical activity and nutrition on body weight control in 7278 pregnant women, has shown a mean reduction of 1.42 kg in weight gain and a reduction in the risk of PE (RR 0.74; CI 0.60 – 0.92), with no fetal impairment. 117

Regular physical exercise practice improves functional capacity, reduces the risk of depression, prevents excessive weight gain, helps control metabolic and cardiovascular disorders, mainly PE, other forms of SAH, and DM developed during pregnancy. When physical activity is moderate or vigorous, there is a reduction in the GD risk by 50% and in the PE occurrence by 22% and 35%, respectively. The risk is even lower if the physical activity is initiated before and maintained since the beginning of pregnancy. Studies have shown that 5 to 6 hours/week of physical exercise reduce the risk of PE by 40%. Thus, women without obstetric or cardiovascular contraindications should be physically active throughout the entire pregnancy. The recommendation is 150 minutes of moderate exercise, comprising aerobic and resistance training, stretching, and yoga, distributed in at least three days per week. 118

4.9.2. Pregnancy Hypertensive Disorders

Pregnancy hypertensive disorders, comprising different forms of SAH, are among the major causes of maternal and perinatal complications and mortality around the world, being considered indisputable markers of future CVD. 119

Several strategies have been proposed to prevent PE; however, none is unequivocally effective. Nutritional interventions, such as vitamins C and E, fish oil, garlic supplementation, vitamin D, folic acid, or sodium restriction, 120 have no proven efficacy. Calcium replacement is one of the few strategies that showed benefit for patients at high risk for SAH or PE, mainly those whose daily dietary calcium intake is insufficient. A systematic review of 13 studies including 15 730 patients with low daily dietary calcium intake (< 600 mg/day) has shown that a supplementation equal to or higher than 1.0 g/day reduced the relative risk of SAH by 35% and that of PE by 55%, and higher doses (≥ 1g) were more beneficial regarding those outcomes. 121

The use of ASA between the 12thand 16thweeks of pregnancy at daily doses between 75 mg and 150 mg is considered moderately effective to reduce the risk of PE in high-risk patients ( Figure 4.10 ). 11

Figure 4.10. Recommendations for the use of acetylsalicylic acid in preeclampsia prophylaxis. Adapted from the Brazilian Society of Cardiology Statement for Management of Pregnancy and Family Planning in Women with Heart Disease – 2020. 11 APS: antiphospholipid antibody syndrome; ASA: acetylsalicylic acid; BMI: body mass index; DM: diabetes mellitus; FH: family history; NB: newborn; PE: preeclampsia; SAH: systemic arterial hypertension; SGA: small for gestational age.

Figure 4.10

The ASPRE trial ( Performance of Screening for Preterm Preeclampsia) , using a PE prediction model (Doppler ultrasound in the first trimester, mean blood pressure measurement, and inflammatory markers), has shown a 62% reduction in the relative risk of PE with 150 mg of ASA at night, initiating between the 11thand 13thgestational week and ending at the 36thgestational week. 122 A recent review corroborated the 18% reduction in the relative risk of proteinuria in PE, as well as a reduction in the number needed to treat to 61, with low fetal, neonatal, and postpartum bleeding risk. 123

Regarding GH as a RF for future CVD, a systematic analysis 20 has shown that GH in primigravida was associated with a higher risk of CVD (RR, 1.45; 95% CI, 1.17-1.80) and IHD (RR, 1.46; 95% CI, 1.23-1.73), but of neither stroke (RR, 1.26; 95% CI, 0.96-1.65) nor thromboembolic events (RR, 0.88; 95% CI, 0.73–1.07). Women with one or more pregnancies with GH had a higher risk of CVD (RR, 1.81; 95% CI, 1.42-2.31), IHD (RR, 1.83; 95% CI, 1.33-2.51) and HF (RR, 1.77; 95% CI, 1.47-2.13), but not of stroke (RR, 1.50; 95% CI, 0.75-2.99). Additional studies are necessary to assess the correlation between GH and subsequent CVD.

4.10. Adolescent Pregnancy

Of the health problems in adolescence (individuals between 10 years and 20 years incomplete), pregnancy represents 400 000 cases per year, and children from adolescent mothers represented 18% of the live births in Brazil in 2015, with demographic predominance in the Northeastern region. 46 Of the factors contributing to increase the occurrence of adolescent pregnancy, the following stand out: early sexual activity start, inadequate use of contraceptives, difficulty in accessing family planning programs, and mainly misinformation on sexual and reproductive rights ( Figure 4.11 ). 125

Figure 4.11. Significant factors of teenage pregnancy. 125.

Figure 4.11

According to the WHO, adolescent pregnancy increases the likelihood of maternal, fetal, and neonatal complications, in addition to worsening previous socioeconomic problems and influencing the future of generations. 126 The factors contributing to maternal complications in adolescent pregnancy are shown in Figure 4.12 . 125

Figure 4.12. Factors contributing to maternal complications of adolescent pregnancy. 125.

Figure 4.12

According to the Brazilian Society of Pediatrics, sexual abstinence isolated is not a strategy to reduce the adolescent pregnancy rates. In addition, studies have shown that abstinence neither contributes to delay the start of sexual life nor reduces the number of partners among adolescents. According to those studies, sexual education alone for abstinence has no significant effect on reducing adolescent pregnancy (OR 0.7; 95% CI, 0.38-1.45; p = 0.38) as compared to broader sexual education, which proved more effective (OR 0.4; 95% CI, 0.22-0.69; p = 0.001). 21

The Brazilian Society of Pediatrics’ Practical Guide to Prevent Adolescent Pregnancy considers that one of the most important prevention factors is education on sexuality and reproductive health supported by scientific evidence and health promotion programs. 125 The guidance should focus on biological aspects, mutual respect, responsible sexual activities, and use of safe and effective contraceptive methods to prevent pregnancy and protect against sexually transmitted infections. 127

Prescribing contraception to adolescents is a hard task, because building a trustful relationship requires time. However, pediatric healthcare providers are considered the most reliable professionals by adolescents and their families, and usually the only source of reproductive counselling. 128 Strategies for successful reproductive counselling are shown in Chart 4.5 .

Chart 4.5. Strategies for pregnancy prevention. 125.

In the clinic for adolescents, have an exclusive space to provide information on sexual health and contraceptive methods
Ensure confidentiality about the discussions on one’s sexuality
Present contraceptives emphasizing efficacy, tolerance, side effects, contraception advantages, and clinical benefits of the methods
After prescription, follow up to identify side effects, adhesion, and satisfaction
Regulate long-acting reversible contraceptive methods and hormonal contraceptives in the pediatric practice

Current guidelines and best practices for contraception include the U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use (MEC), 132 the WHO Selected Practice Recommendations for Contraceptive Use, and the Recommendations and Reports of the U.S. Center for Disease Control. 129 The Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics reinforces the last version of the MEC-WHO document, which indicates that age alone is not the reason to delay the use of any reversible method, and that social and behavioral issues should be considered individually. 131

Contraceptives can be divided into hormonal and non-hormonal (behavioral, mechanical and barrier methods) and have variable contraceptive failure. Their efficacy can be calculated by use of the Pearl index, which considers the number of pregnancies/100 women/year ( Figure 4.13 ). 128 , 132

Figure 4.13. Methods of contraception and Pearl index (pregnancies/100 women/year).

Figure 4.13

Source: Adapted from U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016.132IUD: intrauterine device.

Charts 4.6 , 4.7 , and 4.8 show the recommendations for the management of cardiotoxicity, stroke, PAD, dementia and other female-sex-specific diseases and situations.

Chart 4.6. Recommendations for the management of cardiotoxicity in women.

Recommendations for the management of cardiotoxicity in women

Recommendation CR LE References
Identification and control of risk factors for cardiovascular diseases, such as hypertension, diabetes, obesity, tobacco use, and dyslipidemia. Inline graphic > B 85,86
Use of cardioprotective drugs: anti-remodeling drugs can be considered for patients with signs of subclinical cardiotoxicity or patients at high cardiovascular risk. Inline graphic a B 85,86
For patients with EF of 40-50%, ACEI/AT1 and beta-blocker should be initiated before treatment. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 85,86
Consider the use of dexrazoxane for patients with metastatic breast cancer with elevated cumulative dose of anthracycline (doxorubicin > 250 mg/m2). graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 85,86
Surveillance strategies with biomarkers and imaging. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 85
Aerobic exercise is considered a promising nonpharmacological strategy to prevent chemotherapy-induced cardiotoxicity. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 85,86

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; ACEI: angiotensin-converting-enzyme inhibitor; AT1: angiotensin receptor type 1; EF: ejection fraction.

Chart 4.7. Recommendations for the management of stroke, PAD, and dementia in women.

Recommendations for the management of stroke, PAD, and dementia in women

Recommendation CR LE References
Strengthen women’s awareness of the progressive incidence of stroke and its association with obstetric complications (GH, premature birth, GD) and hormonal contraception. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 87
Alert women about the progressively higher risk of stroke in the presence of classical risk factors, such as obesity, dyslipidemias, SAH, and DM. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 87
Treatment of traditional risk factors protects against PAD in both sexes. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 100
In PAD, the recognition of sex-specific risk factors, such as pregnancy complications, or predominantly female factors, such as depression, allows proper risk stratification and adoption of early preventive measures. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 101,102
Estrogen is suggested to have an important role in preventing amyloid buildup in Alzheimer’s disease, in addition to acting in the cognitive function. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg A 107

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; DM: diabetes mellitus; GD: gestational diabetes; GH: gestational hypertension; PAD: peripheral artery disease; SAH: systemic arterial hypertension.

Chart 4.8. Recommendations for the management of pregnancy-specific situations.

Recommendations for the management of pregnancy-specific in women

Recommendation CR LE References
For infective endocarditis prophylaxis during delivery, the association of ampicillin (2.0g) and gentamicin (1.5mg/kg) should be administered one hour before delivery in patients at high risk for infective endocarditis. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 11
Changes in lifestyle, mainly body weight control and healthy diet, before and throughout pregnancy are important to prevent gestational diabetes. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 117
Regular physical exercise practice during pregnancy for women without obstetrical contraindication reduces the risk of depression, prevents excessive weight gain, helps control metabolic and cardiovascular disorders, mainly PE, other forms of SAH, and DM. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 118
Nutritional interventions, such as vitamins C and E, fish oil, vitamin D, folic acid, and sodium restriction are measures to prevent PE. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt03-en.jpg C 119
The use of ASA before the 16th gestational week reduces the risk of early PE (before the 34th week) in high-risk patients. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 122
Calcium replacement can be beneficial to prevent PE in patients considered to be at high risk and whose daily dietary calcium intake is insufficient (< 600 mg/day). graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 121
Sexual abstinence as a measure to prevent adolescent pregnancy contributes neither to delay the beginning of sexual life nor to reduce the occurrence of pregnancy. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 126
The prevention of adolescent pregnancy requires education on the efficacy, safety, and tolerance of the contraceptive measures available, as well as supervision until adulthood. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 129
The prescription of contraceptives should be based on the WHO eligibility criteria. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 132

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; ASA: acetylsalicylic acid; DM: diabetes mellitus; PE: preeclampsia; SAH: systemic arterial hypertension; WHO: World Health Organization.

5. Cardiac Investigative Methods: Peculiarities in Women

In clinical practice, risk scores and symptoms are used to estimate the probability of CVR and identify individuals who would benefit from tests. Most prediction models overestimate risk, and imaging tests are usually used when the pretest probability is intermediate. Based on Bayes theorem, the proportion of false-positive tests reduces as the disease prevalence in a population increases, while the proportion of false-negative decreases as the disease prevalence in a population decreases. In women, coronary obstructive lesions are less common and the pathophysiology of IHD have peculiarities, such as involvement of the microcirculation, thinner vessels, and higher vascular reactivity with consequent vasospasm. Thus, sensitivity and specificity of the tests in women can be different from those in men. This chapter aimed to report the differences in interpretation, accuracy, and indication of the tests that help diagnose IHD in women.

5.1. Electrocardiogram

The ECG is influenced by sex, mainly regarding the magnitude of the electrical signals. The QRS amplitude is smaller in women, mainly in the precordial leads, such as S wave in V2 and R wave in V5, interfering with the accuracy of the LVH diagnosis. Smaller left ventricular mass and presence of large breasts are the reasons for that. The Cornell criteria to assess LVH (addition of the R wave amplitude in aVL and the S wave in V3) improve precision by considering sex, being abnormal when > 28 mm in men and > 20 mm in women.

The J point and T wave amplitude is smaller in women. However, the corrected QT interval is longer in women, being abnormal when > 470 ms in women and > 450 ms in men. 133

5.2. Exercise Test

The ET is safe and physiological, indicated to investigate myocardial ischemia, exertion-induced arrhythmias, and prognosis predictors in IHD. In women, the lower levels of hemoglobin, the smaller size of the coronary arteries, the inappropriate increase in catecholamines on exertion, and estrogen, because of its similarities with the digitalis molecule, can cause a false-positive depression of the ST segment.

Because of the high prevalence in women of non-obstructive CAD, single-vessel lesions, and microvascular disease, the accuracy of ET varies with the pretest probability of IHD. According to the ACC/AHA guidelines, ET should be chosen to assess IHD in women with intermediate pretest probability, normal ECG, and who can reach maximum exercise. The ET has similar negative predictive value in women and men (78% and 81%, respectively), its positive predictive value being around 47%. Small electrocardiographic amplitude and poorer exercise performance hinder IHD assessment in women. 25 , 134

5.3. Carotid Ultrasound

Measurement of IMT and atherosclerotic plaque detection are auxiliary tools to assess CVR. The IMT seems to reflect the presence of CVRFs and differs between sexes. Carotid atheromatous plaque reflects atherosclerotic burden, seems to be a stronger predictor of CVR than IMT, and does not differ between sexes. The IMT measure for risk reclassification can be used in some specific groups, in which classification by usual criteria is difficult or incomplete (family hypercholesterolemia, autoimmune disease, use of medications that induce increase in cholesterol levels) or women with at least two CVRFs. The IMT measure was studied and published in the ELSA project (Brazilian Longitudinal Study of Adult Health), which showed differences not only between sexes, but between ethnicities, and, as well known, between age ranges of a Brazilian population. Thus, the risk can be stratified in specific situations using data from the Brazilian population. 135

The Brazilian and international guidelines recommend that the presence of atheromatous plaque be considered an aggravating factor in patients at intermediate risk, a situation in which several women can be. 136

5.4. Echocardiography

Echocardiography is the most used tool in the CV diagnostic and prognostic investigation in men and women, without specific differences between the sexes. In addition to the diagnosis of regional contractility changes, it identifies other causes of chest pain, such as valvular heart diseases, cardiomyopathies, aortopathies, and pericardial diseases. 137

Stress echocardiography is an appealing technique, mainly for young women or those at risk for breast cancer, because it does not rely on radiation. There are few studies assessing differences in stress echocardiography performance between the sexes. However, its specificity and precision are significantly higher than those of ET isolated, without significant differences between men and women. Stress echocardiography with dobutamine versus ET for the detection of IHD was more accurate in coronary stenosis >50% in women with chest pain, with sensitivity of 70.4% vs 53.7% and specificity of 94.6% vs 73.6%. Higher accuracy was maintained after the exclusion of patients who did not achieve more than 85% of the heart rate predicted for age before ischemia induction. The AHA recommends adding images to exercise when assessing women at intermediate risk with an abnormal baseline ECG. 25 , 138

5.5. Myocardial Perfusion Scintigraphy

The accuracy of stress myocardial perfusion scintigraphy in women is similar to that of stress echocardiography, but lower as compared to that in men, possibly because of the smaller diameter of the cardiac chambers, which leads to lower image resolution in conventional gamma cameras. Another challenge is the attenuation caused by the breasts, which can lead to false-positive results. 25 In a meta-analysis comparing ET, stress myocardial perfusion scintigraphy, and stress echocardiography, the sensitivity and specificity of each method were 61% and 70%, 78% and 64%, and 86% and 79%, respectively, and were similar to those in men, except for ET, whose values were lower in women. 139

The WOMEN Trial has compared the effectiveness of ET with or without myocardial scintigraphy in symptomatic women at low/intermediate risk for CAD with ability to exercise. The authors showed that, only in women with intermediate/high pre-test risk, diagnostic accuracy improved when ET was combined with myocardial scintigraphy, and accuracy was higher for obstructive CAD: stress myocardial perfusion scintigraphy had sensitivity of 78% (95% CI, 72%-83%) and ET had sensitivity of 61% (95% CI, 54%-68%). A negative stress myocardial perfusion scintigraphy showed an excellent prognostic value in women, with 99% survival without events, including older women and different ethnicities, and similar to that in men. Thus, the pretest probability assessment for CAD is important in deciding which method use. 140 , 141

Exposure to radiation on scintigraphy in women seems little harmful; however, although controversial, it should be avoided in young women, for whom stress echocardiography should be preferred.

5.6. Coronary Calcium Score and Coronary Computed Tomography Angiography

Population scores to predict CVR have lower accuracy in women, especially in the younger ones. Currently, the radiation dose of CCaS is similar to that of mammography (< 1 mSv), and the CCaS has equal accuracy in men and women for risk stratification and prediction of events. For women with a CCaS greater than zero, the risk of events is higher than for men. Similarly, breast arterial calcification visualized on mammography correlates with the presence of coronary atherosclerosis and indicates the need for cardiological assessment.

The CCaS has prognostic value in asymptomatic women at intermediate risk. A positive CCaS in asymptomatic women at intermediate risk is associated with a significantly higher rate of events, including death, acute myocardial infarction, CABG, and percutaneous coronary intervention (3.3% in those with CCaS > 0 versus 1.0% in those with CCaS = 0, after a 37-month follow-up). 27

Coronary CTA is a non-invasive anatomical test for IHD that provides information on the occlusion severity, plaque burden, and plaque instability risk. Considering the characteristics of IHD in women, coronary CTA can evidence the most prevalent non-obstructive pattern, which cannot be assessed on functional modalities. When compared to the latter, coronary CTA resulted in higher probability of coronary angiography in a obstructive IHD, in addition to a better correlation with future events. In the context of acute chest pain, because of the atypical characteristics of that complaint in women at the emergency unit, coronary CTA had a higher impact in the reducing the length of hospital stay in women than in men. 142 , 143

5.7. Cardiac Magnetic Resonance Imaging

Cardiac magnetic resonance imaging is a highly accurate method to investigate CV diseases without using radiation. This makes it an excellent option for women, especially those at childbearing age, pregnant, and undergoing breast cancer treatment. It is well known that a considerable part of female patients (25%) with ventricular ejection fraction < 50% na CMRI do not have echocardiographic changes when investigating cardiotoxicity. 144

In the functional assessment of women’s IHD, the impact of the breasts and of the smaller myocardial mass in imaging tests is well known. This limitation does not apply to CMRI, which has similar accuracy in men and women. Considering the characteristics of the IHD pattern in the female population, that is the disparity between symptoms and anatomical findings, the CMRI became an excellent option for myocardial perfusion assessment because of its high spatial resolution and identical performance, regardless of sex. In addition, CMRI can evidence perfusion and/or myocardial changes, widening the differential diagnosis scope of chest pain (ex: infarctions due to thromboembolism or coronary dissection), and be particularly useful in approaching that symptom in women. 142 , 144

5.8. Coronary Angiography

There is evidence that the number of coronary angiographies performed in women is smaller than in men. However, when stratifying risk for women, the indication of coronary angiography is similar to that for men. 144 The CURE study shows that the indication of coronary angiography, angioplasty, and CABG was lower for women (48% x 61%). 145 The socioeconomic level results in higher vulnerability of access for low-income women, which could cause higher short-term mortality in ACS. 146

A cross-sectional study with data from the VICTIM Registry has assessed patients diagnosed with STEMI from four hospitals (one public and three private hospitals) that offered primary angioplasty. The study included 878 patients with STEMI, 33.4% of whom were women. Women had smaller rates of fibrinolysis (total: 2.3%; women: 1.7%; and men: 2.6%) and of primary angioplasty (44% in women; 54.5% in men), resulting in higher in-hospital mortality (16.1% versus 6.7%). 146

Normal coronary arteries on coronary angiography are more common in women, including in ACS, and can represent microvascular disease, vasospasm, or spontaneous thrombolysis. 28

The risk of vascular complications from coronary angiography can be higher in women with thinner femoral arteries, even with manual compression or use of collagen plug. In addition, women have a higher tendency to develop contrast-induced acute kidney injury, because they have more glomeruli, and to develop anemia. 28

Chart 5.1 shows the differences in the interpretation of the complementary tests for IHD between sexes, and their accuracy, advantages, and disadvantages in women.

Chart 5.1. Diagnostic complementary tests for ischemic heart disease: differences between sexes in the interpretation of the tests, accuracy, advantages, and disadvantages when used in women.

COMPLEMENTARY TEST Test interpretation differences between sexes Accuracy in women ADVANTAGES DISADVANTAGES
ELECTROCARDIOGRAM
  • Smaller QRS amplitude: S wave in V2 and R wave in V5

  • QT interval is longer in women (RV >470ms)

  • J point and ST amplitude smaller in women

No difference between sexes Uses Cornell criteria to diagnose LVH in women (RV > 20mm) Interferes with the accuracy of LVH diagnosis by use of the Sokolow criteria
EXERCISE TEST ST-segment depression as false-positive
  • Accuracy: 47%

  • Negative predictive value similar to that in men: 78%

  • Low cost

  • Good negative predictive value when performed in patients who reach maximum exertion

Low accuracy
CAROTID ULTRASOUND IMT is smaller in women Similar
  • No radiation, good availability, and relatively low cost

  • Atherosclerotic plaque is better risk predictor than IMT

  • May be useful in special subgroups in which the applicability of risk scores is worse

Less accurate than CCaS
ECHOCARDIOGRAPHY No difference between sexes
  • Rest echo: No difference between sexes

  • Stress echo: similar accuracy in both sexes

  • Stress echo is more accurate than ET, especially when baseline ECG is abnormal

  • Identifies other diseases that can cause precordial pain

  • No radiation exposure

Echo is examiner-dependent
SCINTIGRAPHY
  • Image attenuation due to the breasts

  • Worse image resolution in conventional gamma cameras

  • Sensitivity 78%

  • Specificity 64%

  • More accurate than ET in women with intermediate/high PTP

  • Excellent prognostic value when normal

Breast exposure to radiation
CORONARY CALCIUM SCORE CCaS > 0 in women indicates higher risk than in men Similar accuracy for risk stratification and event prediction Radiation similar to that of mammography (<1mSv) Limited availability of the test
COMPUTED TOMOGRAPHY ANGIOGRAPHY No difference between sexes Similar accuracy
  • Identifies non-obstructive CAD, which is more prevalent in women, and better correlation with future events

  • Reduction in the emergency department length of stay

Limited availability of the test Radiation exposure
CARDIAC MAGNETIC RESONANCE IMAGING No difference between sexes Similar accuracy
  • No radiation exposure

  • Evidences perfusion and/or myocardial changes, improving the differential diagnosis scope of chest pain

Limited availability of the test
CORONARY ANGIOGRAPHY
  • No difference between sexes

  • Women have a higher frequency of normal coronary arteries on coronary angiography when that is requested

No difference between sexes Can diagnose vasospastic angina, when performed for that purpose
  • Higher risk of procedural complications: bleeding and acute renal lesion

  • Does not assess ischemia due to microvascular disease

CCaS: coronary calcium score; CAD: coronary artery disease; Echo: echocardiography; ET: exercise test; IMT: intimal-media thickness; LVH: left ventricular hypertrophy; PTP: pretest probability; RV: reference value.

Chart 5.2 shows the recommendations and levels of evidence of the diagnostic tests for IHD in women.

Chart 5.2. Recommendations of diagnostic tests for ischemic heart disease in women.

Recommendations for the management of ischemic heart disease in women

Recommendation CR LE References
In chest pain, ECG maintains the usual classes of recommendation, especially in low/intermediate-risk women, considering the sex-related changes. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg A 25,133
Exercise test is recommended in symptomatic women at intermediate risk for IHD, with normal baseline ECG and who can achieve maximum exercise. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 25
Exercise test with imaging is recommended in women with ST segment-T changes at rest and who cannot exercise properly. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 25,140
CCaS: women at low/intermediate or inconsistent risk: improves risk assessment. High negative predictive value. It is a "bridge" test for coronary CTA when CCaS is positive in low-risk patients. Inline graphic a A 143
Coronary CTA: risk stratifier in women; as effective as exercise test. Inline graphic a A 143
Coronary CTA: high predictive accuracy to identify obstructive CAD and when present in low-risk women. Inline graphic a A 143
MRI indicated in women with suspected non-obstructive IHD (microvascular disease); advantage: it involves no ionizing radiation. Inline graphic b B 144
MRI in women with intermediate pretest probability, ST segment-T changes at rest on ECG and who cannot exercise properly. Inline graphic a B 144

CR: class of recommendation; LE: level of evidence; CCaS: coronary calcium score; CTA: computed tomography angiography; ECG: electrocardiogram; IHD: ischemic heart disease; MRI: magnetic resonance imaging.

6. Women’s Representation in Clinical Studies on Cardiovascular Disease and Risk Factors

Sex and gender associate with environmental and occupational risks, risky behaviors, health care, and its perception by human beings, influencing the prevalence of diseases and the results of their treatments differently in men and women. 147 , 148 Considering that the pharmacokinetics and pharmacodynamics of medications differ between sexes, men and women differ in the profile of adverse events and the results of treatments. 148 Knowing this, clinical trials on diagnosis and treatment need to maintain in their samples the representativeness of men and women observed in the human population and proportional to the prevalence of the disease studied.

However, the analysis of clinical studies performed in recent decades about CVDs and their risk factors has shown that, despite some advances, women are still underrepresented in those studies. 34 , 67 , 149

In 121 clinical trials funded by the National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI) between 1965 and 1998, excluding the studies performed with only one sex, women represented on average 38% of the samples, without significant profile changes over time. 67 The analysis showed that the women’s representation in studies on CAD and SAH was proportional to the prevalence of those diseases in the female sex; however, in studies on HF and arrhythmias, the women’s representation was lower than the prevalence of those diseases in the female sex. 87

The systematic review of 135 clinical trials used to support the recommendations of the American Heart Association’s Evidence-based guidelines for cardiovascular disease prevention in women: 2007 update has shown that the women’s representation in studies published between 1970 and 2006 increased over time (from 18% in 1970 to 34% in 2006), being higher in primary than in secondary prevention (43% versus 27%) and in studies on SAH, DM, and stroke, but lower in studies on HF, CAD, and dyslipidemia. 150 Despite that increase, the authors concluded that women were still underrepresented in clinical studies on CVDs and their risk factors, emphasizing that in only 31% of those studies the results were discussed based on differences between sexes. 150

The analysis of women’s participation and of the safety and efficacy reported according to sex in clinical studies on CVD that supported 36 approvals of medications from 2005 to 2015 by the USA Food and Drug Administration has shown that women represented, on average, 46% of those studies’ samples. 34 The authors concluded that there was proper representation of women in clinical studies on SAH, AF, and PH, but underrepresentation in studies on HF, CAD, and ACS. Minimal differences between sexes were reported in the efficacy and safety profiles of the medications assessed and approved. 34

The participation of women in 740 clinical studies on CVD registered in ClinicalTrials.gov (https://clinicaltrials.gov) between 2010 and 2017 was, on average, 38.2% of the total of 862 652 adults. Women were younger (≤ 55 years) and participated in studies of lifestyle intervention and on SAH, AF, and PH, although those studies were of shorter duration. However, in studies on high-complexity procedures, CAD, ACS, and HF, women were underrepresented. 151

The analysis of this scenario evidences several barriers to be overcome to reach equity in representation of the subjects in clinical studies, to properly contemplate women in general as well as women from minority populations (ethnical and racial). 152 , 153 Those barriers seem to relate to patients, assistant physicians, research team, study’s design, and society, 152 and are shown in Figure 6.1 .

Figure 6.1. Barriers that contribute to the low representation of women in clinical studies on cardiovascular diseases and their risk factors. 152,153.

Figure 6.1

Recommendations: A) scientific journals should ask authors of cardiovascular clinical studies to analyze sex/gender-specific differences; B) health equity should be integrated in the design of clinical studies, using a structure such as PROGRESS Plus ( P lace of residence; R ace; O ccupation; G ender; R eligion; E ducation; S ocioeconomic status; S ocial capital; Plus=others) ; C) more women should integrate the research teams of clinical studies; D) medical education should comprise sex and gender particularities; E) population access to clinical trial sites should be facilitated. 152 , 153

7. Primary Prevention Measures in Women

Women’s PHC occurs via the Health Care Network, according to the guidelines of the National Policy of Women’s Total Health Care from the Brazilian Ministry of Health. 154 , 155 Through the Basic Health Units, public health actions are implemented to reduce women’s morbidity and mortality throughout their life cycle, extending to their family and community. 154 , 155

Reproductive life planning, the set of actions to regulate fertility, and the contraceptive practices that are mainly adopted by women, including lesbians and bisexuals, whose desire or right to maternity need to be ensured, should be contemplated by the PHC teams, which need to initiate the necessary measures for their implementation. 154 , 155

In prenatal care, the Family Health Teams should stratify maternal and fetal risks, considering reproductive history, individual characteristics, and unfavorable sociodemographic conditions. The recruitment of women of reproductive age (10-49 years) is essential to stratify pregnancies at risk for complications, such as: extremes of age (under 15 years and over 35 years), low body weight and overweight or obesity, unsafe family situation, non-acceptance of pregnancy (mainly in adolescents), low schooling, women with heart disease, chronic hypertension and/or history of gestational hypertensive disorder, and gestational diabetes mellitus. In puerperium, special attention should be given to women’s psychic and social conditions, as well as protection and support to breastfeeding, which should be exclusive in the first six months of life. 154 , 155

Menopausal transition is associated with an increased risk for CVD, mainly attributed to atherogenic dyslipidemia, central obesity, and insulin resistance, and with an increased risk for arterial hypertension. 156 The MHT should be individualized, considering personal and family risks for gynecological neoplasia, in addition to cardiovascular risk stratification. The MHT should be systematically accompanied in PHC. Estrogen replacement can reduce the serum levels of total cholesterol and LDL-c because of the increased synthesis of LDL-c receptors. Benefits from MHT were observed when introduced before the age of 60 years and in women whose menstrual cycles ceased less than 10 years before (preferably in the first 5 years); however, it can be harmful if outside the window of opportunity, increasing cardiovascular risk. 49

In 2019, some of the indicators of woman’s health agreed upon in the Brazilian prevention program, Programa Previne Brasil, were as follows: pregnant women registered in the PHC, mean number of prenatal visits, prenatal follow-up initiated in the first trimester, pregnant women with up-to-date vaccines, home visits for pregnant women, adolescent pregnancy, proportion of normal deliveries, maternal deaths, cytopathology of the uterine cervix, screening with mammography in women from 50 to 69 years. It is worth noting the lack of any cardiovascular health indicator agreed upon in that prevention program. 157 In addition, the OECD has recently released a report on the PHC in Brazil, in which women’s CVDs have not been mentioned. Regarding women, that report only made suggestions for the management of breast and ovary neoplasms; however, in percentage terms, CVDs cause twice more deaths than all other neoplasms in Brazil. 158

A paradigm change in the basic assumptions of the public policies on women’s total health is necessary, especially considering that CVDs are the major cause of death of women in most of their life cycle ( Figure 7.1 ).

Figure 7.1. Primary Health Care strategies for women’s cardiovascular health. CVRF: cardiovascular risk factor.

Figure 7.1

Nonpharmacological therapies incorporating lifestyle changes (exercises, body weight loss, smoking cessation, and healthy diet) should be recommended as first-line strategy in PHC. The efficacy of such measures is directly associated with better understanding, sensitization, and motivation built during the Family Health Team follow-up. The management of healthy dietary habits, regular physical activity practice, and mental health should be individualized. 26 Examples of validated tools for patients’ assessment, in addition to clinical history and physical exam, are the food guide for the Brazilian population ( Guia Alimentar para a População Brasileira ), the World Health Organization guidelines on physical activity and sedentary behavior, the stress and depression scales, and the questionnaires of spirituality. 26

Of all possible interventions in PHC, the most cost-effective is smoking cessation. The harmful effects of regular and electronic cigarette smoking are greater in women, specifically because of the loss of estrogen protection on the vascular endothelium. 159

In Brazil and around the world, violence against women is a serious public health problem, because it is one of the major causes of female morbidity and mortality. In PHC, actions that can ensure sexual rights in the perspective of women’s autonomy regarding their bodies should be developed. 160

Considering the challenges to control CVD in Brazil and recognizing PHC as an important strategy for health promotion, risk factor prevention, early diagnosis, and care to individuals with CVD, a critical review to improve health actions for women in the Family Health Teams and PHC is suggested ( Figure 7.1 ). 160

8. Women’s Burnout, Quality of Life and Spirituality

8.1. Burnout

Burnout is a psychological syndrome resulting from chronic stress at work, characterized by emotional exhaustion, cynicism/disengagement, and reduced professional efficacy. 161 The dimensions of burnout were significantly associated with an increased risk for diseases, regardless of sociodemographic factors and depressive symptoms. In a study with 5671 participants [predominantly physicians, mean age of 44.1 years (range, 18 to 70 years), 62.4% women], a digital health app was used for online research about professional burnout measured with the Maslach Burnout Inventory General Survey. By use of network analysis and logistic regression, the study has shown the association of high emotional exhaustion with arterial hypertension and other chronic diseases after adjusting for age, sex, educational level, and depressive symptoms. 162

Work conditions have a well-known impact on the health of workers, and women, because they make up a great proportion of the global workforce and are overloaded with double journey, show high rates of burnout. A study conducted with Brazilian female physicians during the COVID-19 pandemic has reported that 61.6% of the participants had signs of burnout, such as emotional exhaustion, frequent negative feelings, and dissatisfaction with their capability for work ( Figure 8.1 ). 162

Figure 8.1. Study performed with Brazilian female physicians during the COVID-19 pandemic. The findings emphasized the higher susceptibility of women to psychosocial factors, with a significant impact on quality of life, which can cause burnout, minimized by spirituality, especially in the COVID-19 pandemic. 162.

Figure 8.1

It is worth noting that women are more exposed to stress and psychosocial adversities than men are, in addition to being more vulnerable to the effects of such exposures. Depression, unfavorable socioeconomic factors, and post-traumatic stress disorder are more prevalent in women than in men and tend to show more robust associations with cardiometabolic risk in women. 67

8.2. Quality of Life

According to the World Health Organization, QoL is “an individual’s perception of their position in life in the context of the culture and value systems in which they live and in regard to their goals, expectations, standards and concerns”. The QoL is directly related to the higher incidence of chronic diseases, mainly CVD. The standard indicators of QoL include job, wealth, environment, physical and mental health, education, recreation and leisure, socialization, religious beliefs, safety, protection, and liberty. 163

In a study assessing the QoL of Brazilian female physicians, most participants reported having good QoL (71.7%) and being satisfied with their health (55%), but 64.8% reported not really enjoying their lives. In addition, they considered the following aspects of their lives satisfactory: sleep, 62.9%; ability to perform daily chores, 54.7%; capability for work, 64.4%; personal relationships, 57.7%; support from friends, 61%; conditions of the household, 84%; and access to healthcare, 81.4%. Only 36.6% considered their sexual life satisfactory, and around 94% had, at least occasionally, negative feelings ( Figure 8.1 ). 162

A study conducted with 1387 women in the city of Uberaba, Minas Gerais state, has assessed the QoL by using the WHOQOL-Brief and according to four domains. The authors reported that women with CVD were older than 50 years and had low educational level and statistically significant lower values for all four domains as compared to women without disease or those with chronic respiratory disease. The domain with the lowest score was environment, which relates to socioeconomic condition because it contains questions related to financial resources, leisure opportunities, safety, etc. These findings emphasize the higher susceptibility of women with CVD to psychosocial factors, with significant impact on QoL. 164

8.3. Spirituality

“Spirituality is a set of moral, mental, and emotional values that guide thoughts, behaviors, and attitudes in the circumstances of intra- and interpersonal relationships, motivated by the will, and capable of being observed and measured”. Spirituality must be differentiated from religiousness. “Religion is an organized system of beliefs, practices, and symbols destined to facilitate the proximity with the Divine and promote the understanding of one’s relationships and responsibilities with the others in the community”. 26

In addition to the behavioral aspects, the beneficial relationship of spirituality, religiousness, and the physiological and pathophysiological variables of several clinical entities, including women’s CVDs, has been shown. 165 Spiritual anamnesis has been more and more introduced in medical offices and hospitals, being part of the clinical history, especially in severe, chronic, progressive, debilitating, and terminal diseases. There are validated tools for assessment, based on health scales (FICA, FAITH, SPIRIT e HOPE). 26 , 163 - 173

A study with Brazilian female physicians, using a survey with questions based on the World Health Organization Quality of Life Spirituality, Religiousness and Personal Beliefs field-test instrument (WHOQOL-SRPB), has reported that the respondents believed that spirituality comforted and reassured them (73.2%) and that they found spiritual force in hard times (70.6%), with good connection of body, mind, and spirit (67.8%), even though only 53.4% reported inner peace and 50.7% reported being optimistic. In addition, 72.7% of the respondents reported finding strength in faith, and 44.3% found support in religious or spiritual communities ( Figure 8.1 ). 162

In conclusion, health needs to be understood in the physical, social, psychoemotional, and spiritual context, respecting the individuality and singularity of the female sex. 44

Chart 8.1 shows the recommendations for the management of women’s spirituality and health.

Chart 8.1. Recommendations for the management of women’s spirituality and health.

Recommendations for the management of women’s spirituality and health

Recommendation CR LE References
Brief screening on spirituality and religiousness. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,163-173
Spiritual anamnesis of patients with chronic diseases or of poor prognosis. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,163-173
Respect and support patient’s religion, beliefs, and personal rituals that do not jeopardize treatment. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 26,163-173
Offer professional support to patients in pain or with spiritual demands. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg C 26,163-173
Organizational religiousness associates with mortality reduction. graphic file with name 0066-782X-abc-119-05-0815-gt01-en.jpg B 26,163-173
Spiritual anamnesis of stable or ambulatory patients. Inline graphic Ia B 26,163-173
Questionnaires (DUREL, FICA, HOPE, or FAITH) to assess spirituality. Inline graphic a B 26,163-173
Meditation, techniques for relaxation and fighting stress. Inline graphic a B 26,163-173
Techniques for spiritual strengthening, such as forgiveness, gratitude, and resilience. Inline graphic b C 26,163-173

CR: class of recommendation; LE: level of evidence.

9. Cardiovascular Implications of COVID-19 in Pregnancy

The major complications reported in patients with COVID-19 are: myocardial injury, heart failure, arterial and venous thromboembolism, acute coronary syndrome, myocarditis, Takotsubo syndrome, and cardiac arrhythmias. 191 Those complications are more frequent in older women, with risk factors for cardiovascular diseases and with comorbidities. 191 There is great concern about women during pregnancy and puerperium, who are more susceptible to severe forms of COVID-19, which can result in premature or emergency cesarean delivery, elevating the risk of neonatal and maternal death ( Figure 9.1 ). 192

Figure 9.1. Preventive measures for pregnant women with COVID-19. NT-proBNP: N-terminal fragment of pro-B-type natriuretic peptide.

Figure 9.1

During pregnancy, the predominant immune response is via T-helper 2 (Th2) cells, which protects the fetus, but increases mother’s vulnerability to viral infections, which are more effectively fought by Th1 cells. 193 The vertical transmission of SARS-CoV-2 can occur through the transplacental route, during delivery and while breastfeeding. The SARS-CoV-2 transmission via blood is still uncertain. 162 The physiological changes of pregnancy comprise the increase in plasma and systolic volume, and in cardiac output in the first half of pregnancy, with a gradual increase in heart rate, in addition to a decrease in systemic and pulmonary vascular resistance. Furthermore, pregnancy is a hypercoagulable state associated with increased risk of venous and pulmonary thromboembolism. 194

The COVID-19 clinical findings have some particularities in pregnancy, such as longer persistence of symptoms and lower frequency of fever and myalgia, as compared to non-pregnancy. The major risk factors for severe infection are older maternal age, high body mass index, and preexisting comorbidities, such as hypertension, preeclampsia, and diabetes. 194 Pregnancy was associated with severe infection in 10%, admission to the intensive care unit in 4%, mechanical ventilation in 3%, and use of extracorporeal membrane oxygenation in 0.2%. 194 , 195

In addition, perinatal complications were also more prevalent. When compared to pregnant women without infection, those with COVID-19 had a higher risk of premature delivery and stillbirth. Overall, 33% of the newborns from women with COVID-19 were admitted to the neonatal intensive care unit. 192 , 194 Even after adjusting to race, comorbidities, and age, pregnant women had a high likelihood to die as compared to their non-pregnant counterparts. 196

The severe cardiovascular complications in COVID-19 are acute myocardial injury, myocarditis, arrhythmia, fulminant heart failure, cardiogenic shock, and spontaneous dissections of the coronary and vertebral arteries, which have higher mortality. 192

The potential contributors to acute cardiac injury in COVID-19 are: 191 acute changes in myocardial supply and demand due to tachycardia, hypotension, and hypoxemia, resulting in type 2 myocardial infarction; 192 acute coronary syndrome due to acute atherothrombosis in a virus-induced thrombotic and inflammatory condition; 193 microvascular dysfunction due to diffuse microthrombi or vascular lesion; 194 stress-related cardiomyopathy (Takotsubo syndrome); 195 non-ischemic myocardial injury due to hyperinflammatory cytokine storm; 196 or direct viral toxicity to cardiomyocytes and myocarditis. The medicamentous treatment of heart failure in pregnancy has particularities that should be considered to avoid teratogenicity. 193

In cases of ST-elevation acute coronary syndrome, coronary angiography should be preferentially performed and followed by percutaneous treatment. In 15 pregnant patients with COVID-19 and myocardial injury, 13.3% had atrial fibrillation, 2 had supraventricular tachycardia, and 2 patients developed torsades de pointes. 197 The use of medications that can prolong the QT interval should be carefully considered.

COVID-19 can both predispose to preeclampsia and worsen its course. The virus generates a pathophysiological state similar to that of preeclampsia, characterized by systemic hyperinflammation, direct endothelial injury, thrombogenesis, and immune dysregulation; in addition, the virus affects the renin-angiotensin-aldosterone system, increasing the incidence of preeclampsia in infected patients. 198

The decision about interrupting pregnancy should be based on the usual guidelines, which consider gestational age, hemodynamic conditions, fetal suffering, and maternal risk. Non-complicated COVID-19 should not be an indication for pregnancy interruption. The type of delivery should follow the obstetrical recommendations. 199

10. Future Perspectives on Women’s Cardiovascular Healthcare

A multidisciplinary team is always recommended for preventive care and treatment in the follow-up of women with CVD. To raise awareness includes the creation of integrative health programs, involving communitarian leaders and agents, with new centers specializing in women’s cardiovascular health. It is important to specifically educate on self-care to prevent CVD, proper use of oral contraception, prenatal follow-up, long-term follow-up of CVRFs, as well as the psychosocial and socioeconomic aspects involving CVDs in the female sex. 200

Primary prevention in women should focus on the effective treatment of traditional risk factors, such as SAH, dietary risks, dyslipidemia, diabetes, obesity, and physical inactivity. The lack of specific risk scores for women indicates long-term risk stratification, considering life course and the female-sex-specific factors, such as the presence of depression, as well as the psychosocial factors. 200 It is worth emphasizing that the frequency of HFpEF in women is higher than in men; in addition, women more often have HFpEF than HFrEF, and treatment should

be initiated with the clinical diagnosis of HF, regardless of the ejection fraction, because of the greater relevance of the cognitive deficit associated with HF in the female sex. 201

The major attributable risk factor for the development of cardiovascular outcomes in both sexes is SAH. The BP control is essential to reduce the incidence of HFpEF and HFrEF. 202 , 203 However, women have lower rates of BP control as compared to men, mainly at more advanced age groups. 204 Strategies that include BP measurement outside the medical office, such as BP self-measurement, home and ambulatory BP monitoring, using semi-automated equipment are desirable. In addition, remote monitoring using digital platforms and apps, with continuous BP monitoring without cuffs and synchronized with smartphones, represents the use of technology and wearables of easy access, favoring the clinical results, and might help better BP control. 205 , 206

Because of the medical, surgical, and technological evolution in recent decades, more than 90% of individuals with CC born nowadays survive until adulthood. The especial attention to women with CC requires planning strategies to address their needs. 11 Thus, centers specialized in CC should be created with multidisciplinary teams that include physicians, nurses, psychologists, and social workers for contraception counselling or pregnancy planning. The risks of an adult patient with CC, treated or not during childhood, especially regarding contraception and pregnancy, should always be considered, because 3% to 10% of the babies from those mothers can have congenital cardiac lesions. 207 Women of reproductive age with cardiopathy should be approached by a multidisciplinary team, a “cardio-obstetrical team”, for pre-conceptional counselling to define pregnancy, delivery and puerperium planning, including specialized cardiological care and family planning after delivery. 208

The prevention and treatment of CVDs in women require solid health systems supported by professionals knowing the specificities of CVDs in women, in addition to coordinated efforts with productive partnerships between society, physicians, researchers, and the community. 70

The “Women’s Letter”, published in 2019, suggests the creation of a permanent group to promote and implement policies directed to women’s cardiovascular health. That group should play a leadership role in Brazilian health policies, providing managers with an overview of the relevance of CVD in the female sex, so that strategies can be developed to reduce the prevalence of risk factors and improve diagnosis and treatment, therefore reducing CVD mortality and morbidity ( Figure 10.1 ). 4

Figure 10.1. Perspectives for management of cardiovascular diseases in women according to the ‘Women’s Letter’. 4 CV: cardiovascular; NCD: noncommunicable disease; CVD: cardiovascular disease.

Figure 10.1

Note: These guidelines are for information purposes and should not replace the clinical judgment of a physician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.

Erratum: November 2022 issue, vol. 119(5), pages 815-882

In the “Position Statement on Women’s Cardiovascular Health – 2022”, with DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20220734, published in the journal Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Arq Bras Cardiol. 2022; 119(5):815-882, on page 818, make the following correction:

Correct the conflict of interest statement of the author Maria Cristina de Oliveira Izar:

“Financial declaration

A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

- Bayer/Xarelto; Daiichi Sankyo/Lixiana; Libbs/Propafenona e Amiodarona; Pfizer/Eliquis.”

To:

“Financial declaration

A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international

pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

- Amgen: Repatha; Amryt Pharma: Lojuxta; AstraZeneca: Dapagliflozina; Aché: Trezor, Trezete; Biolab: Livalo; Abbott: Lipidil; EMS: Rosuvastatina; Eurofarma: Rosuvastatina; Sanofi: Praluent, Zympass, Zympass Eze, Efluelda; Libbs: Plenance, Plenance Eze; Novo Nordisk: Ozempic, Victoza; Servier: Acertamlo, Alertalix; PTCBio: Waylivra.

B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

- PTCBio: Waylivra; Amgen: Repatha; Novartis: Inclisiran, Pelacarsen; NovoNordisk: Ziltivekimab.

Other relationships

Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:

- Novo Nordisk: Diabetes.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

RESOURCES