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. 2024 Jul 30;121(7):e20240478. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20240478
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Diretriz Brasileira sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa – 2024

Gláucia Maria Moraes de Oliveira 1, Maria Cristina Costa de Almeida 2, Carolina María Artucio Arcelus 3, Larissa Neto Espíndola 4,5, Maria Alayde Mendonça Rivera 6, Agnaldo Lopes da Silva-Filho 7, Celi Marques-Santos 8,9, César Eduardo Fernandes 10, Carlos Japhet da Matta Albuquerque 11,12,13, Claudia Maria Vilas Freire 7, Maria Cristina de Oliveira Izar 14, Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa 15, Marildes Luiza de Castro 16, Viviana de Mello Guzzo Lemke 17, Alexandre Jorge Gomes de Lucena 18, Andréa Araujo Brandão 19, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo 20, Carisi Anne Polanczyk 21, Carla Janice Baister Lantieri 10, Eliana Petri Nahas 14, Elizabeth Regina Giunco Alexandre 22, Erika Maria Gonçalves Campana 19, Érika Olivier Vilela Bragança 23, Fernanda Marciano Consolim Colombo 24, Imara Correia de Queiroz Barbosa 25, Ivan Romero Rivera 26, Jaime Kulak 27, Lidia Ana Zytynski Moura 28, Luciano de Mello Pompei 10, Luiz Francisco Cintra Baccaro 29, Marcia Melo Barbosa 30, Marcio Alexandre Hipólito Rodrigues 7, Marco Aurelio Albernaz 31, Maria Sotera Paniagua de Decoud 32, Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva 33, Martha Beatriz Sanchez-Zambrano 34, Milena dos Santos Barros Campos 35, Monica Acevedo 36, Monica Susana Ramirez 37,38, Olga Ferreira de Souza 39, Orlando Otávio de Medeiros 40, Regina Coeli Marques de Carvalho 41,42, Rogerio Bonassi Machado 43, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva 44, Thais de Carvalho Vieira Rodrigues 35,45, Walkiria Samuel Avila 24, Lucia Helena Simões da Costa-Paiva 29, Maria Celeste Osorio Wender 46
PMCID: PMC11341215  PMID: 39166619

Diretriz Brasileira sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa – 2024
O relatório abaixo lista as declarações de interesse conforme relatadas à SBC pelos especialistas durante o período de desenvolvimento deste posicionamento, 2023-2024.
Especialista Tipo de relacionamento com a indústria
Agnaldo Lopes da Silva-Filho Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer e Vifor.
Alexandre Jorge Gomes de Lucena Nada a ser declarado
Andréa Araujo Brandão Nada a ser declarado
Ariane Vieira Scarlatelli Macedo Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer: anticoagulação e insuficiência cardíaca; Pfizer: anticoagulação e amiloidose; Jannsen: leucemia.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer: insuficiência cardíaca.
Carisi Anne Polanczyk Nada a ser declarado
Carla Janice Baister Lantieri Nada a ser declarado
Carlos Japhet da Matta Albuquerque Nada a ser declarado
Carolina María Artucio Arcelus Nada a ser declarado
Celi Marques-Santos Nada a ser declarado
César Eduardo Fernandes Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Membro do Board e palestrante dos laboratórios GENON, Bayer, Sanofi, Theramex.
Claudia Maria Vilas Freire Nada a ser declarado
Eliana Aguiar Petri Nahas Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Libbs: Iziz, IUMI ES; Theramex: Systen adesivos, Estreva Gel.
Elizabeth Regina Giunco Alexandre Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Lilly, Servier, Libbs.
Erika Maria Gonçalves Campana Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Servier, Brace Pharma, Biolab, Momenta.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Servier: hipertensão; Biolab: hipertensão.
Érika Olivier Vilela Bragança Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Biolab: Dozoito.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Merck.
Fernanda Marciano Consolim Colombo Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações,
honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Daiichi Sankyo; Merck; Servier; AstraZeneca.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Daiichi Sankyo; Servier.
Gláucia Maria Moraes de Oliveira Nada a ser declarado
Imara Correia de Queiroz Barbosa Nada a ser declarado
Ivan Romero Rivera Nada a ser declarado
Jaime Kulak Junior Nada a ser declarado
Larissa Neto Espíndola Nada a ser declarado
Lidia Ana Zytynski Moura Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga; Boehringer: Jardiance; Bayer: Vericiguat; Vifor: Ferrinject.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.
- Bayer: Vericiguat.
Lucia Helena Simões da Costa-Paiva Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer: Siu Mirena; Besins: Vagifem; Libbs: terapia hormonal e contracepção; Theramex: terapia hormonal.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.
- FAPESP e bolsa produtiva CNPQ.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Besins: Vagifem; Bayer: Mirena; Astelas: Fezolinetanto.
Luciano de Melo Pompei Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Abbott; Besins; Libbs; Theramex: produtos de terapêutica hormonal da menopausa.
Luiz Francisco Cintra Baccaro Nada a ser declarado
Marcia Melo barbosa Nada a ser declarado
Marcio Alexandre Hipólito Rodrigues Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Theramex, Besins, Novonordisk.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Theramex.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Theramex e Besins
Marco Aurélio Albernaz Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer: anticoncepção; Theramex: anticoncepção e terapia hormonal; Organon: anticoncepção; Libbs: terapia hormonal.
Maria Alayde Mendonça Rivera Nada a ser declarado
Maria Celeste Osorio Wender Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Bayer, Besins, MSD, Astellas, Gedeon, Abbott, Theramex.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Mithra: Estetrol; Myovant: Relugolix.
Maria Cristina Costa de Almeida Nada a ser declarado
Maria Cristina de Oliveira Izar Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Amgen: Repatha; Amryt Pharma: Lojuxta; AstraZeneca: Dapagliflozina; Aché: Trezor, Trezete; Biolab: Livalo; Abbott: Lipidil; EMS: Rosuvastatina; Eurofarma: Rosuvastatina; Sanofi: Praluent, Zympass, Zympass Eze, Efluelda; Libbs: Plenance, Plenance Eze; Novo Nordisk: Ozempic, Victoza; Servier: Acertamlo, Alertalix; PTCBio: Waylivra.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras.
- PTCBio: Waylivra; Amgen: Repatha; Novartis: Inclisiran, Pelacarsen; NovoNordisk: Ziltivekimab.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Novo Nordisk: Diabetes.
Maria Elizabeth N. Caetano Costa Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Libbs: Plenance Enze; Servier: Vastarel.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Libbs; Servier: Participação em congresso.
Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Nada a ser declarado
Maria Sotera Paniagua de Decoud Nada a ser declarado
Marildes Luiza de Castro Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Novartis: Sacubitril/Valsartana; Pfizer: Patisiran; Merck: Vericiquat; Amgen.
Martha Beatriz Sanchez-Zambrano Nada a ser declarado
Milena dos Santos Barros Campos Nada a ser declarado
Monica Acevedo Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Recebi honorários por consultoria, palestras e pesquisas da Abbott, AstraZeneca, Axon-pharma, Bayer, Boehringer Ingelheim, Eli Lily, Eurofarma, Ferrer, Novartis, Novo Nordisk, Tecnofarma, Teva Pharmaceuticals. Todos custaram menos de 5.000 dólares.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- AstraZeneca: Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, Barcelona 2022; Boehringer: Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, Amsterdã 2023.
Monica Susana Ramirez Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Gador, Bago, Raffo.
Participação societária de qualquer natureza e qualquer valor economicamente apreciável de empresas na área de saúde, de ensino ou em empresas concorrentes ou fornecedoras da SBC:
- Centro de Diagnostico Rosario.
Olga Ferreira de Souza Nada a ser declarado
Orlando Otávio de Medeiros Nada a ser declarado
Regina Coeli Marques de Carvalho Nada a ser declarado
Rogério Bonassi Machado Nada a ser declarado
Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc. Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Palestras para Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga/ Xigduo; aliaça Boeringher-Lilly: Jardiance; Servier: Acertil, Acertalix, triplixan; Novonordisk: Saxenda, Ozempic, Rybelsus; Libbis: Naprix; Vifor: Ferinject.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Aliança Boeringher-Lilly: Jardiance; Novonordisk: Ozempic, Rybelsus, Saxenda; Servier: Acertil, Acertalix, Triplixan.
Thais de Carvalho Vieira Rodrigues Nada a ser declarado
Viviana de Mello Guzzo Lemke Nada a ser declarado
Walkiria Samuel Avila Nada a ser declarado

1. Introdução

Após a publicação dos resultados de ensaio clínico realizado pelo Women's Health Initiative (WHI) em 2002, demonstrando que há mais riscos do que benefícios para a saúde feminina com a utilização de estrogênio (isolado ou combinado a progestagênio) para o controle dos sinais e sintomas da menopausa,1 houve uma diminuição progressiva e sustentada na prescrição desses medicamentos.2-4

Nos Estados Unidos, havia ocorrido um aumento de prescrições da terapia hormonal da menopausa (THM) de 16 milhões em 1966 para 90 milhões em 1999,5-7 de forma que, no final dos anos 1990, em torno de 25% das mulheres com 45-74 anos de idade8 e mais de 40% daquelas com 50-69 anos de idade encontravam-se em uso dessa terapia.5-7

Há evidências de que, após a publicação do estudo realizado pelo WHI,1 ocorreu uma queda nas prescrições de THM de 25% para 11,9% em 2003-2004, atingindo 4,7% em 2012, em todos os grupos demográficos estudados.9 Assinala-se que, mesmo após novas evidências demonstrando que a THM poderia ser utilizada em mulheres mais jovens que não apresentam riscos adicionais e se encontram dentro dos primeiros dez anos da menopausa, não houve ascensão na prescrição, que hoje se encontra em 4-6% das mulheres nessa fase.10

Estima-se na atualidade uma população global de 8.019.876.189 de pessoas, sendo 49,75% do sexo feminino e com uma expectativa de vida ao nascer de 76 anos (6 anos a mais que os homens),11 com mais acesso à educação e ao mercado de trabalho (apesar da indiscutível e persistente desigualdade de gênero observada) e que tende a sofrer com os sinais e sintomas da menopausa pelo menos durante um terço da vida. E, à medida que essas mulheres envelhecem, apresentam um risco cada vez mais acentuado de morbimortalidade cardiovascular (CV),12,13 considerando que um terço da mortalidade atual em mulheres é decorrente da doença isquêmica do coração (DIC) e da doença cerebrovascular.14

Segundo Faubion e Shufelt,10 as novas gerações de mulheres chegarão na menopausa com maior liberdade e segurança para falar mais abertamente sobre o sofrimento imposto pelos sinais e sintomas dessa etapa da vida, com mais propensão para a busca de soluções e a possibilidade de movimentar um mercado de produtos estimado em 600 bilhões de dólares. Esse grande contingente de mulheres precisa, assim, contar com um sistema de atendimento em saúde preparado para esse cenário. Ainda segundo essas autoras,10 para enfrentar esse desafio, é necessário o avanço na ciência da menopausa no que diz respeito à investigação científica, à formação e atualização dos profissionais que lidam com a saúde da mulher (medicina interna, endocrinologia, cardiologia, medicina da família, além, portanto, da ginecologia e obstetrícia), à criação de políticas públicas de estado para a educação em saúde e para o cuidado das mulheres, bem como à educação dos empregadores e dos líderes nas organizações de trabalho, que precisam adaptar esses locais para atender às necessidades das mulheres nessa etapa da vida.

Nesse contexto, o delineamento, a organização e a apresentação desta "Diretriz sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e Menopausa", resultante de um trabalho conjunto de sociedades científicas nacionais [Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)] e internacional [Sociedad Interamericana de Cardiología (SIAC)], assim como de várias especialidades que lidam no cotidiano com a saúde da mulher, preenchem um dos requisitos importantes para a educação e/ou atualização dos profissionais que trabalham nesse campo, consistindo na divulgação das melhores evidências científicas disponíveis na atualidade sobre o tema climatério e menopausa.15

Para a realização deste documento, procedeu-se a uma revisão sistemática (Anexo 1), registrada no PROSPERO 2024 CRD42024504299 Available from: https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?ID=CRD42024504299. Os métodos empregados para sua realização estão descritos no apêndice dessa diretriz (Figura 1.1).

Figura 1.1. Estrutura da Revisão Sistemática que norteou a Diretriz de Climatério e Menopausa. DCV: doença cardiovascular; DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial sistêmica; THM: terapia hormonal da menopausa.

Figura 1.1

A seguir descrevemos os destaques de cada capítulo.

1.1. Highlights

Hormônios Sexuais (Estrogênio, Progesterona, Testosterona) e suas Funções ao Longo da Vida

A esteroidogênese ovariana inicia-se na puberdade, quando os hormônios atuam nos caracteres sexuais secundários e na regulação da gestação. Os hormônios sexuais (estrogênios, androgênios e progesterona), através de seus receptores presentes em quase todo o organismo feminino, exercem ações e funções específicas.

A síndrome do climatério é o conjunto de sintomas e sinais resultantes da interação entre fatores socioculturais, psicológicos e endócrinos. Seu diagnóstico em mulheres acima de 45 anos, na presença de queixas sugestivas de hipoestrogenismo, não requer confirmação por outros exames complementares.

A deficiência do estradiol na menopausa contribui para a disfunção endotelial pela perda de suas funções vasculares, tais como aumento da síntese de óxido nítrico, ação antioxidante e propriedades anti-inflamatórias.

Na transição menopáusica, iniciam-se alterações no perfil lipídico, como aumento no colesterol total, LDL colesterol e triglicerídeos.

O hipoestrogenismo leva a alteração no armazenamento e na distribuição de gordura corporal feminina, com aumento da adiposidade central (forma androide) e do risco cardiovascular.

Relação entre Climatério/Menopausa e Fatores de Risco Cardiovascular Tradicionais e/ou Emergentes

A redução da função protetora do HDL colesterol e o aumento da concentração de Lp (a) na perimenopausa contribuem para o aumento do risco cardiovascular. Alterações do metabolismo glicídico associadas ao aumento da adiposidade central predispõem ao desenvolvimento de diabetes mellitus, que, na presença de menopausa precoce, leva ao maior aumento do risco cardiovascular.

O risco de doença isquêmica do coração aumenta na menopausa, além de piorar o prognóstico das portadoras da doença previamente, com maiores taxas de revascularização e evolução para insuficiência cardíaca.

Mulheres com hipertensão arterial sistêmica têm maior incidência de hipertrofia ventricular esquerda na pós-menopausa, com maior risco de disfunção diastólica. A hipertensão sistólica isolada nessa fase está relacionada à maior rigidez aórtica.

O sedentarismo na pós-menopausa leva a pior condicionamento físico e menor controle dos fatores de risco cardiovascular, além de maior incidência de fraturas e de mortalidade. O tabagismo aumenta o risco de menopausa precoce e a probabilidade de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, osteoporose, diabetes mellitus e mortalidade por todas as causas.

Na transição menopáusica, há maior risco de depressão e ansiedade. Gatilhos emocionais associados ao estresse crônico levam à ativação sustentada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, com desregulação do perfil metabólico e inflamação sistêmica, acelerando a aterosclerose e aumentando o risco cardiovascular.

Relação entre o Climatério/Menopausa e Doenças Cardiovasculares

A estratificação do risco cardiovascular desde o climatério é importante ferramenta para identificar os fatores e marcadores de risco e implementar medidas para prevenção e redução da mortalidade nas mulheres. Na ausência de escores específicos na perimenopausa e pós-menopausa, utilizam-se os escores tradicionais, podendo ser refinados pela identificação de fatores potencializadores de risco e marcadores de aterosclerose subclínica.

Mulheres têm carga global de aterosclerose menor e maior disfunção microvascular em coronárias. A menopausa precoce está associada ao aumento da mortalidade por doença isquêmica do coração.

As mulheres idosas, de etnia negra e menor nível socioeconômico têm maior incidência de acidente vascular cerebral, sendo a hipertensão arterial o principal fator de risco associado. Hipertensão arterial, diabetes mellitus e tabagismo têm maior impacto negativo nas mulheres, que também apresentam mais desfechos negativos e taxa de mortalidade aumentada após acidente vascular cerebral.

Na pós-menopausa, são mais frequentes a insuficiência cardíaca sistólica e diastólica e o remodelamento concêntrico do ventrículo esquerdo, sendo suas incidências aumentadas na menopausa precoce.

Múltiplos fatores sugerem correlação entre menopausa e risco aumentado de fibrilação atrial, como hipertensão arterial sistólica, obesidade, sedentarismo, ingesta excessiva de álcool, doença valvar, multiparidade e acidente vascular cerebral. Sugere-se que menopausa precoce aumente o risco de fibrilação atrial, assim como estresse, ansiedade, insônia e sintomas depressivos.

Menopausa e Risco de Morbidade e Mortalidade por Outras Doenças

Existe risco cardiovascular aumentado em mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama, exacerbado pelo controle inadequado dos fatores de risco e pela cardiotoxicidade do tratamento.

Em mulheres com câncer, pode haver menopausa precoce, dependendo da reserva ovariana basal, da gonadotoxicidade e da duração da exposição aos agentes cancerígenos (terapia oncológica e/ou terapia endócrina).

O avanço da idade, o perfil genético e a presença de doença vascular sistêmica são os principais fatores de risco não modificáveis para o desenvolvimento de demência. Sua prevalência é maior entre as mulheres.

As disfunções tireoidianas são significativamente mais comuns em mulheres e sua incidência aumenta com o envelhecimento. O hipertireoidismo manifesto e o subclínico aumentam o risco de osteoporose, especialmente na pós-menopausa.

A perda do estrogênio na menopausa leva a remodelamento ósseo negativo e perda óssea, aumentando o risco de osteoporose. A terapia hormonal da menopausa deve ser indicada para mulheres com insuficiência ovariana prematura e na menopausa natural, podendo ser indicada para prevenção de osteoporose, especialmente na presença de sintomas vasomotores associados.

Risco Cardiovascular e Hormônios Sexuais

Na estratificação de risco cardiovascular, é necessário incluir a avaliação de antecedentes ginecológicos e o uso de hormônios sexuais ao longo da vida.

Menarca precoce, síndrome dos ovários policísticos e uso de contraceptivos hormonais devem ser reconhecidos como fatores de risco cardiovascular adicionais.

A contracepção hormonal oral combinada exerce efeito protetor no sistema cardiovascular. Em ciclos anovulatórios por hipoestrogenismo e disfunção hipotalâmica, porém, aumenta o risco de aterosclerose coronariana e eventos cardiovasculares.

A suplementação da testosterona em mulheres não deve ser indicada para melhora do risco cardiovascular.

Independentemente dos possíveis efeitos adicionais no risco cardiovascular da terapia hormonal para afirmação de gênero, devemos manter o foco da prevenção nos pilares clássicos da saúde cardiovascular.

Recomendações Atuais para Terapia Hormonal da Menopausa

  • A Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e a Associação Brasileira de Climatério recomendam a FAVOR da adoção da terapia hormonal da menopausa para as mulheres climatéricas sintomáticas sem contraindicações. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

  • Essa terapia consiste na administração de diferentes hormônios sexuais que devem ser individualizados de acordo com os riscos e benefícios de cada mulher. As várias formulações, doses e vias de administração de terapia hormonal têm alta eficácia no alívio de sintomas do climatério. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

  • A terapia hormonal da menopausa deve ser iniciada na "janela de oportunidade", isso é, nos primeiros 10 anos após o início da menopausa e/ou antes dos 60 anos de idade.* Contrariamente, iniciar a terapia hormonal da menopausa com mais de 60 anos de idade ou mais de 10 anos após a menopausa pode elevar o risco absoluto de doença coronariana, tromboembolismo venoso e acidente vascular cerebral. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

  • Não há indicação de iniciar a terapia hormonal da menopausa com o objetivo de prevenção primária cardiovascular nos múltiplos cenários. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

Evidências Contemporâneas da Terapia Hormonal em Mulheres

Mulheres menopausadas com fatores de risco para doença cardiovascular necessitam de uma avaliação criteriosa antes de iniciar a terapia hormonal da menopausa.

Mulheres com hipertensão arterial sistêmica controlada e sintomas vasomotores moderados a intensos podem utilizar terapia hormonal da menopausa por qualquer via, mas deve-se preferir a terapia estrogênica transdérmica na presença de obesidade, dislipidemia, diabetes mellitus e síndrome metabólica. Recomenda-se a utilização da progesterona micronizada (via oral ou vaginal) nas mulheres não histerectomizadas.

Não se recomenda terapia hormonal da menopausa sistêmica em mulheres com doença cardiovascular manifesta, histórico prévio de infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral. A terapia hormonal da menopausa transdérmica é recomendada para aquelas com histórico prévio de tromboembolismo venoso, a depender do fator que ocasionou o evento.

Para mulheres com contraindicação ou que não desejam usar terapia hormonal da menopausa, terapias não hormonais podem ajudar no alívio dos sintomas vasomotores.

Hormônios bioidênticos manipulados ou implantes hormonais não são recomendados pela falta de evidência científica de eficácia e segurança desses compostos.

Menopausa e a Mulher No Mercado de Trabalho – Dificuldades e Oportunidades de Melhorias

As mulheres constituem grande parte da força de trabalho global, sendo que quase metade delas se encontra na idade da peri- ou pós-menopausa.

Os sintomas da menopausa prejudicam a qualidade de vida, o desempenho e a assiduidade no trabalho. Portanto, os empregadores precisam estar atentos ao desconforto ocasionado por esses sintomas, propiciando um ambiente de trabalho humanizado e confortável.

É preciso criar políticas institucionais de apoio às trabalhadoras que se encontram na menopausa (educação sobre o tema, consultas médicas quando necessário, adaptações no ambiente de trabalho).

É preciso promover abertura para a abordagem sobre o tema junto às lideranças, em busca de soluções para os problemas apresentados.

Medidas, como horários flexíveis, áreas mais ventiladas e mais próximas a banheiros, uniformes mais leves e confortáveis, são eficazes e custo-efetivas. Essas medidas devem ser priorizadas nas políticas dos empregadores para mulheres que se encontram na peri- ou pós-menopausa e se mantêm ativas profissionalmente.

Menopausa e Climatério na América Latina – Situação Atual, Desafios e Oportunidades de Intervenção

Em países de baixa e média renda, há um aumento na prevalência de insuficiência ovariana prematura, ou seja, antes dos 40 anos de idade, e menopausa precoce, antes dos 45 anos, ambas consideradas fatores de risco para a prevalência de doença e mortalidade cardiovascular.

A média para o início da menopausa na América Latina é de 47,24 anos, com elevação progressiva na prevalência da insuficiência ovariana prematura e menopausa precoce.

Os sintomas vasomotores estão entre os de maior prevalência (55%) em mulheres latino-americanas em transição menopáusica e costumam ser graves em uma parcela importante dessa população.

Além dos sintomas vasomotores, distúrbios do sono, distúrbios urogenitais, dores músculo-articulares e alterações do humor (depressão, ansiedade, irritabilidade) são frequentes e comprometem a qualidade de vida de mulheres em transição menopáusica e na pós-menopausa.

A prescrição de terapia hormonal da menopausa na América Latina ocorre em 12,5% das mulheres menopáusicas (via oral, 43,7%; transdérmica, 17,7%; terapias alternativas, 19,5%).

2. Hormônios Sexuais (Estrogênio, Progesterona, Testosterona) e suas Funções ao Longo da Vida

Na vida intrauterina, entre a sexta e a oitava semana de gestação, em embrião do sexo cromossômico feminino, 46XX, ocorre a diferenciação da gônada embrionária, bipotencial, em ovários. Na ausência do cromossomo Y, o feto desenvolve ovários e, na ausência de níveis de testosterona semelhantes aos masculinos, surge o fenótipo feminino.16 Os ovários iniciam sua esteroidogênese na puberdade e seus hormônios, fundamentalmente o estradiol e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e pela regulação da gestação.17

Na verdade, endocrinologicamente, o primeiro sinal para a puberdade é dado pelas suprarrenais (adrenarca). Com a maturação e o crescimento da zona reticular adrenal, ocorre um aumento dos androgênios adrenais, dehidroepiandrosterona (DHEA) e sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEAS), que resultará em aumento da testosterona. Esse aumento da testosterona é responsável pela maturação das glândulas sudoríparas apócrinas, levando ao odor tipo adulto, desenvolvimento de acne e pelos pubianos e axilares. Portanto, os pelos pubianos se desenvolvem independentemente da ativação do sistema hipotálamo-hipófise-gonadal.18,19

A partir da puberdade, com ativação do eixo hipotálamo-hipófise, os ovários irão secretar estrogênios, em especial o estradiol, pelas células da granulosa dos folículos, sendo que, para a sua síntese, é necessária a produção de androgênios, especialmente a testosterona, pelas células da teca. Sabe-se que, nos primeiros 1,5-2 anos de atividade ovariana, os ciclos são anovulatórios e, portanto, desprovidos da produção de progesterona. O estradiol estimula o desenvolvimento das mamas (telarca), o crescimento do esqueleto e o desenvolvimento dos órgãos genitais internos (útero, tubas uterinas e segmento superior da vagina) e externos (vulva e terço inferior da vagina), que culminam com o início das menstruações (menarca). Quando os ciclos ovarianos se tornam ovulatórios, o corpo lúteo resultante da ovulação passa a secretar progesterona juntamente com estradiol. A progesterona é responsável pelas mudanças, sobretudo do endométrio, necessárias para manutenção da gestação.18

Existem receptores para os hormônios sexuais (estrogênios, androgênios e progesterona) em praticamente todos os tecidos e órgãos do corpo da mulher. Dessa forma, eles atuam e apresentam funções específicas em todo o organismo feminino.

Há muito se sabe que os estrogênios desempenham um papel crucial na coordenação de muitos eventos neuroendócrinos que controlam o desenvolvimento sexual, o comportamento sexual e a reprodução. O estradiol é fundamental para a diferenciação sexual do cérebro. Na verdade, ele organiza circuitos neurais e regula a apoptose de neurônios, levando a diferenças de longo prazo no cérebro feminino. Além de seu papel no desenvolvimento, o estradiol previne a morte de células neuronais em uma variedade de modelos de lesão cerebral, modula o aprendizado e a memória, promove a formação de sinapses e influencia na síntese de neurotransmissores, bem como na apoptose celular. A testosterona, agindo no cérebro, parece regular a reprodução, sexualidade e comportamentos emocionais em ambos os sexos em um contexto diferente relacionado ao gênero. A progesterona por sua ação no sistema nervoso central possui efeito hipnótico/sedativo, ansiolítico e anestésico/analgésico.18,20,21

O estradiol exerce um efeito cardioprotetor positivo através de sua influência na função endotelial, miocárdica, vascular e metabólica. Vasos coronarianos e periféricos contêm receptores de estrogênio que permitem que o estradiol desempenhe um papel regulador na vascularização. O estrogênio estimula a síntese de óxido nítrico (NO) através de efeitos genômicos e não genômicos, causando vasodilatação. Os hormônios sexuais influenciam os mecanismos envolvidos na regulação da pressão arterial (PA), sendo que os estrogênios, mas não os androgênios, exercem um efeito favorável sobre os níveis da PA a longo prazo, sobretudo por mecanismos relacionados aos rins.22,23

Os estrogênios influenciam os efeitos vasculares do LDL colesterol (LDL-c). Estradiol, que é um fenol com propriedades antioxidantes, previne a oxidação de LDL-c e VLDL colesterol (VLDL-c) e protege a vasculatura contra os efeitos deletérios dos lipídios. Ele atenua o acúmulo de LDL-c minimamente modificado e LDL-c oxidado na parede arterial e previne oxidação e acumulação, mediada por fator de necrose tumoral α, de LDL-c na parede arterial. Além disso, aumenta a expressão de receptor de LDL-c, aumenta a depuração de VLDL-c, diminui a produção de LDL-c, diminui o tamanho das partículas de LDL-c, aumenta a depuração de LDL-c leve e densa, entre outros.24

O processo de remodelação óssea, que mantém um esqueleto saudável, pode ser considerado um programa de manutenção preventiva, removendo continuamente os ossos mais velhos e substituindo-os com osso novo. Os estrogênios são essenciais na promoção do equilíbrio entre os eventos da remodelação óssea, reabsorção e formação.25

Portanto, desde a puberdade e durante toda a fase reprodutiva da mulher (menacme), os hormônios sexuais exercem efeitos específicos e fundamentais não somente no sistema reprodutor, mas em todos os órgãos e sistemas do corpo feminino. Sempre considerar os estrogênios, especialmente o estradiol, como o ator principal, a progesterona essencial na manutenção da gestação e a testosterona como coadjuvante em algumas funções específicas.

2.1. Alterações Hormonais na Menopausa

As mulheres nascem com todo o seu conjunto de folículos, cerca de 1-2 milhões. No início da puberdade, a massa de células germinativas já foi reduzida para 300-500 mil unidades. Durante os próximos 35-40 anos de vida reprodutiva, 400-500 serão selecionados para ovular e os folículos primários acabarão por se esgotar até próximo à menopausa, quando restarão apenas algumas centenas.16,17

Durante o período reprodutivo, os oócitos (folículos) são gradualmente esgotados através da ovulação e da atresia (apoptose – morte celular programada). A diminuição do número de oócitos resulta na menor secreção de inibina B, diminuindo o feedback negativo ovariano sobre o hormônio folículo-estimulante (FSH). O aumento resultante no nível de FSH leva a um maior recrutamento folicular e a uma perda folicular acelerada, com preservação dos níveis de estradiol na transição precoce da menopausa. Quando as mulheres estão na faixa dos 40 anos, a anovulação torna-se mais prevalente em face da qualidade e da capacidade reduzidas dos folículos envelhecidos e, como consequência, ocorre a ausência de produção de progesterona. Quando todos os folículos ovarianos estão esgotados, o ovário é incapaz de responder mesmo a níveis elevados de FSH e os níveis de estrogênio diminuem. O período pós-menopausa é caracterizado por um FSH elevado (> 30 mUI/mL) e níveis baixos de estradiol (< 30 pg/mL).17

O ovário pós-menopáusico secreta principalmente androstenediona e testosterona. Após a menopausa, o nível circulante de androstenediona é cerca de metade do observado antes da menopausa. A maior parte dessa androstenediona pós-menopáusica é derivada da glândula adrenal, com apenas uma pequena quantidade secretada pelo ovário, embora a androstenediona seja o principal esteroide secretado pelo ovário pós-menopáusico. A produção de testosterona diminui aproximadamente 25% após a menopausa, mas o ovário pós-menopáusico na maioria das mulheres, mas não em todas, secreta mais testosterona do que o ovário na pré-menopausa.17,26

O nível circulante de estradiol após a menopausa é de aproximadamente 10-20 pg/mL, a maior parte do qual é derivada da conversão periférica de estrona, que, por sua vez, é derivada principalmente da conversão periférica de androstenediona. O nível circulante de estrona em mulheres na pós-menopausa é maior que o de estradiol, aproximadamente 30-70 pg/mL. A taxa média de produção de estrogênio na pós-menopausa é de aproximadamente 45 μg/24 horas, sendo quase todos, se não todos, estrogênios derivados da conversão periférica da androstenediona. A proporção androgênio/estrogênio muda drasticamente após a menopausa devido ao declínio mais acentuado do estrogênio, sendo comum o aparecimento de hirsutismo leve, refletindo essa mudança acentuada na proporção dos hormônios sexuais.17,26

2.2. Definição e Classificação

A "menopausa natural" é definida como a data do último episódio de sangramento menstrual de uma mulher.27 Ocorre em média aos 51 anos e 90% das mulheres passam por esse período entre 45 anos e 55 anos de idade.28 A menopausa espontânea que ocorre entre 40 anos e 45 anos atinge cerca de 5% das mulheres e é denominada "early menopause" em inglês.29 A "menopausa induzida" é a interrupção da menstruação que ocorre após ooforectomia bilateral cirúrgica ou perda da função ovariana iatrogênica decorrente de quimioterapia (Qt) ou radioterapia.29 A insuficiência ovariana prematura (IOP) é uma síndrome resultante da perda da atividade ovariana antes dos 40 anos de idade,30 afetando aproximadamente 1% das mulheres.31 O termo "menopausa prematura" pode ser usado para se referir aos casos definitivos de menopausa antes dos 40 anos, como os decorrentes de ooforectomia bilateral.29 O termo "transição menopáusica" (TM) refere-se ao período da vida em que ocorrem alterações do ciclo menstrual em decorrência da diminuição da função ovariana, começando com a variação na duração do ciclo menstrual e terminando com o último episódio de sangramento menstrual.29

A expressão "síndrome do climatério" engloba o conjunto de sintomas e sinais resultantes da interação entre fatores socioculturais, psicológicos e endócrinos que surgem conforme a mulher envelhece.27 A Figura 1.2 ilustra as nomenclaturas relacionadas aos ciclos de vida da mulher utilizados nessa Diretriz, desde a puberdade ao fim da vida reprodutiva. Para padronizar a definição dos diversos estágios do envelhecimento reprodutivo, foi criado o sistema STRAW (Stages of Reproductive Aging Workshop - Oficina sobre Estágios do Envelhecimento Reprodutivo, em tradução livre).32 Com base em padrões de sintomas e achados laboratoriais, o sistema STRAW classifica o envelhecimento reprodutivo nas seguintes fases: reprodutiva, TM e pós-menopausa. A Figura 2.1 ilustra os detalhes do sistema STRAW.32

Figura 1.2. Nomenclaturas relacionadas aos ciclos de vida da mulher empregados nessa diretriz.

Figura 1.2

Figura 2.1. Sistema STRAW de classificação dos estágios reprodutivos. FSH: hormônio folículo-estimulante; AMH: hormônio antimülleriano.

Figura 2.1

2.3. Diagnóstico Clínico e Laboratorial

O processo de envelhecimento leva à falência ovariana progressiva, resultando na interrupção dos ciclos ovulatórios e no término do sangramento menstrual. Com frequência, mulheres buscam assistência devido a alterações no ciclo menstrual durante a TM. Devido à redução da produção de inibina B pelos ovários ao final da quarta década de vida, é possível observar um aumento nas concentrações séricas de FSH e estradiol no início do ciclo, resultando no encurtamento da fase folicular. Além disso, a qualidade do corpo lúteo piora, levando a uma diminuição nos níveis de progesterona na fase secretora. O encurtamento do intervalo entre as menstruações é um dos primeiros sinais da diminuição da função ovariana.33

À medida que os anos avançam, o processo de depleção folicular persiste e a anovulação torna-se cada vez mais comum. Devido à falta de contraposição progestacional, o intervalo entre os ciclos menstruais se estende, chegando a 40-50 dias. Esse aumento médio no intervalo entre os ciclos menstruais ocorre por volta dos 47 anos.33 Episódios mais prolongados de amenorreia começam a ocorrer, intercalados por episódios de sangramento menstrual de volume variável. Esse padrão de sangramento menstrual pode persistir por um período de um a três anos antes da menopausa.33

Os sintomas vasomotores (SVM), conhecidos também como fogachos ou ondas de calor, são os mais comumente vinculados à TM. Esses sintomas envolvem sensações abruptas de calor na região central do corpo, especialmente na face, tórax e pescoço, e têm uma duração média de 3-4 minutos.34 Frequentemente, esses episódios são acompanhados por um aumento na frequência cardíaca (FC), vasodilatação periférica, elevação da temperatura da pele e sudorese. Se ocorrerem durante a madrugada, podem estar associados a distúrbios do sono, como insônia.35 Os SVM moderados/severos ocorrem em até 80% das mulheres.36 No entanto, apenas cerca de 20-30% delas buscam assistência médica para tratamento.33 No início do declínio da função ovariana, os SVM podem ser leves, ocorrendo no nadir da secreção de estradiol, durante as fases lútea tardia e folicular inicial. A ocorrência de SVM aumenta significativamente durante a TM, atingindo aproximadamente 40% na transição precoce e elevando-se para 60-80% durante a transição tardia da menopausa e nos estágios iniciais da pós-menopausa.37 Na pós-menopausa tardia, a ocorrência dos SVM tende a diminuir; entretanto, até 30% das mulheres podem apresentar SVM moderados/severos após 10 anos da menopausa.36

A caracterização da data da menopausa é feita retrospectivamente após 12 meses de amenorreia em uma mulher na faixa etária esperada para a TM.23 O diagnóstico da síndrome do climatério é estabelecido por meio de uma anamnese detalhada, complementada por um exame físico minucioso.38 Para mulheres com mais de 45 anos que apresentam queixas sugestivas de hipoestrogenismo, como SVM e alterações típicas do padrão menstrual (sangramento uterino pouco frequente), o diagnóstico da síndrome do climatério é clínico e não requer confirmação por outros exames complementares.38 Em casos em que há dúvidas quanto à sintomatologia decorrente da queda na produção ovariana de estradiol, a dosagem de FSH na fase folicular inicial pode ser útil para confirmar o diagnóstico. Valores acima de 25 mUI/mL podem indicar o início da TM. No entanto, é importante notar que as concentrações diárias podem variar de maneira considerável nessa fase. Recomenda-se, quando necessário, realizar duas dosagens com um intervalo de 4-6 semanas entre elas.38 Vale ressaltar que a maioria das mulheres em contracepção hormonal à base de progestagênios isolados terá padrões de sangramento alterados ou amenorreia, dificultando a orientação precisa sobre o status menopáusico. Se necessário, mulheres em contracepção hormonal com progestagênios isolados podem realizar medições séricas de FSH para avaliar o status menopáusico.39 Níveis > 25 mUI/mL são atribuíveis ao declínio da função ovariana. No entanto, os progestagênios isolados, como o acetato de medroxiprogesterona de depósito e os implantes hormonais, podem suprimir o FSH, o que significa que uma mulher em uso dessas medicações pode estar na perimenopausa sem mostrar aumento nos níveis de FSH.39 O momento ideal para medir os níveis de FSH em uma mulher usando acetato de medroxiprogesterona de depósito é logo antes de uma nova administração da medicação.40 Mulheres usando contraceptivos hormonais combinados têm níveis significativamente suprimidos de FSH, mesmo durante a fase livre de hormônios, o que os torna inadequados para informar aconselhamento sobre o status da menopausa. Além disso, os SVM são menos frequentes em decorrência dos efeitos do componente estrogênico do contraceptivo.39 Em mulheres usuárias de contraceptivos combinados em que seja necessário dosar o FSH, orienta-se suspender a medicação de 2-4 semanas antes da coleta sanguínea.33

Padrões de sangramento que não se encaixam nos previstos para o declínio da função ovariana, como sangramento muito frequente, em volume aumentado, com coágulos, demandam a investigação do endométrio com ultrassonografia e/ou biópsia endometrial.38 Para mulheres com idade inferior a 45 anos que apresentem queixas de sangramento uterino anormal, com padrão irregular e ciclos menstruais pouco frequentes, mesmo que o quadro clínico sugira hipoestrogenismo, recomenda-se uma investigação adicional para avaliar os sintomas e excluir outras causas de irregularidade menstrual, como gravidez, distúrbios tireoidianos e hiperprolactinemia.35

2.4. Relação com a Mortalidade Cardiovascular

A doença arterial coronariana (DAC) é a mais comum causa de morte em mulheres na pós-menopausa, maior do que casos de câncer de mama ou outro câncer ginecológico. Os fatores de risco (FR) tradicionais para DAC incluem idade, tabagismo, estilo de vida sedentário, má alimentação, índice de massa corporal (IMC) elevado, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia (DLP) e história familiar de DAC. Mulheres na pré-menopausa têm baixa prevalência de DAC, provavelmente devido aos efeitos protetores dos estrogênios em mulheres.41 Há um aumento acentuado na incidência de DAC em mulheres após a menopausa, normalmente encontrado cerca de 10 anos após o último período menstrual.42

É pouco provável que a menopausa por si só conduza a essa mudança, sendo que outros FR, como DLP, resistência à insulina, redistribuição de gordura e HAS, podem causar alterações metabólicas e vasculares contribuindo para risco acelerado de DAC e doenças cardiovasculares (DCV). Estas situações clínicas podem estar relacionadas a efeitos periféricos adversos da função endotelial.

O envelhecimento vascular é caracterizado por enrijecimento progressivo das artérias com declínio na capacidade de vasodilatação, que progride de forma diferente em homens e mulheres. No início da menopausa, ocorre de forma acelerada, diferentemente da perda gradual da função vascular observada com o avançar da idade. A disfunção endotelial e o envelhecimento vascular contribuem para o desenvolvimento de HAS e aterosclerose, favorecendo o aumento das DCV na menopausa.43,44

O estradiol é crucial para a manutenção da função endotelial normal, aumentando a síntese de NO pelo endotélio vascular, processo conhecido como vasodilatação dependente do endotélio, cuja perda é uma característica marcante da disfunção endotelial e que é rapidamente afetada pelo declínio dos hormônios ovarianos com o envelhecimento reprodutivo na menopausa.45

Estudos demonstraram que o estradiol apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. A deficiência de estrogênio regula positivamente o estresse oxidativo ou inflamação sistêmica, levando à diminuição da função endotelial.46 Assim, o estrogênio tem múltiplas funções, como aumento da síntese de NO, antioxidante e propriedades anti-inflamatórias. Sua deficiência na menopausa contribui para a disfunção endotelial.47

As alterações no perfil lipídico das mulheres começam ainda no período da TM, com aumentos no colesterol total (CT), LDL-c, triglicerídeos (TG). O Women's Health Across the Nation (SWAN) foi um estudo prospectivo da TM em caucasianas e representantes das minorias (afro-americanas, hispânicas, japonesas, chinesas) e que não estavam em terapia hormonal. Esse estudo forneceu evidências de que a TM está ligada a perfis lipídicos adversos. Foi demonstrado que TG, LDL-c e apolipoproteína-B aumentam já no intervalo de 1 ano próximo ao último período menstrual, independentemente da idade na qual isso ocorre. Todos esses fatores estão diretamente ligados à disfunção endotelial e levam à aterosclerose. Um aumento no LDL-c na TM está ligado ao aparecimento de placas carotídeas na pós-menopausa.48-50 Essas mudanças são distintas das mudanças lineares relacionadas ao envelhecimento cronológico.

A síndrome metabólica (SM) é definida como a coexistência de vários FR metabólicos como HAS, DLP, intolerância à glicose e adiposidade central. O estradiol desempenha um papel importante no armazenamento e na distribuição de gordura. Antes da menopausa, a gordura é principalmente depositada em coxas, nádegas e quadris. As mulheres tendem a ganhar peso (gordura corporal total) durante a meia-idade em função da cronologia do envelhecimento. No entanto, quando as mulheres passam pela TM, há uma mudança na composição corporal bem como na distribuição de gordura, com aumento da adiposidade central.51 A TM pode, assim, contribuir para o aumento da gordura abdominal, resistência à insulina, DM e doenças inflamatórias, levando ao desenvolvimento ou agravamento da SM em mulheres.51-53

A evolução do processo aterosclerótico parece ser o resultado final de uma interação complexa entre DCV, FR e sua acentuação durante o período da perimenopausa. O aumento do risco cardiovascular (RCV) na menopausa decorre de importantes mudanças na fisiologia do sistema CV que afetam a vasculatura periférica, cardíaca e sistemas cerebrovasculares. Mudanças no perfil lipídico, rigidez vascular, parâmetros metabólicos e estresse oxidativo contribuem para o agravamento do RCV em mulheres na TM.

As estratégias de tratamento devem incluir controle rigoroso dos fatores de risco cardiovascular (FRCV) para prevenir o avanço da doença aterosclerótica em mulheres na menopausa. A Figura 2.2 sintetiza as interações entre hipoestrogenismo e DAC.

Figura 2.2. Hipoestrogenismo e doença arterial coronariana (DAC).

Figura 2.2

3. Relação entre Climatério/Menopausa e Fatores de Risco Cardiovascular Tradicionais e/ou Emergentes

3.1. Introdução

Até o ano de 2025, haverá mais de 1,1 bilhão de mulheres na pós-menopausa em todo o mundo, representando 12% de toda a população mundial. Com o envelhecimento populacional, as mulheres poderão passar cerca de metade de suas vidas nessa fase. A TM é um marco na vida da mulher, associada a sintomas incômodos, como ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono e distúrbios de humor, que comprometem a qualidade de vida. A menopausa também está associada a doenças crônicas, como DCV, DM, neoplasias e osteoporose.54

O aumento das DCV na perimenopausa seria devido ao envelhecimento cronológico ou ao envelhecimento ovariano? Dados recentes de estudos longitudinais mostraram que fatores relacionados à menopausa, como idade mais precoce da menopausa e a menopausa cirúrgica, estão relacionados a mais desfechos CV. A perimenopausa também está associada aos FR cardiometabólicos, incluindo composição corporal, acúmulo de gordura visceral, HAS, DLP, SM, estresse crônico, sedentarismo, tabagismo e os determinantes sociais de saúde.54,55

A TM é um momento de aceleração do risco de DCV, sendo importante a monitoração da saúde das mulheres durante a meia-idade, por representar uma janela crítica para implementação de estratégias de intervenção precoce para reduzir o risco de DCV. Desse modo, torna-se muito importante a discussão dos FRCV associados à TM, à perimenopausa e à pós-menopausa.55

3.2. Hipertensão

A HAS é o FRCV mais prevalente e modificável e o que está associado às maiores taxas de morte e DALYs (anos de vida ajustados por incapacidade; do inglês, Disability-Adjusted Life Years) no mundo e no Brasil, em ambos os sexos. A prevalência de HAS aumenta com a idade em ambos os sexos, mas esse aumento é acentuado em mulheres após a menopausa e acima dos 65 anos, superando a dos homens da mesma faixa etária.56 A HAS que ocorre nessa fase do ciclo de vida das mulheres parece ser mais sensível à carga de sal e está mais frequentemente associada à SM e ao aparecimento de efeitos adversos de medicamentos, em comparação à HAS nos homens com a mesma idade.57

De acordo com dados do Vigitel para 2021, em relação à HAS autorreferida, a mais elevada prevalência de HAS no país, 61% (intervalo de confiança - IC 95%, 59,0-63,0), foi observada em indivíduos com idade a partir de 65 anos, sendo que, nesse grupo etário, as mulheres apresentaram maior prevalência do que os homens, 63,7% (IC 95%, 61,6-65,8) e 57,1% (IC 95%, 53,4-60,7), respectivamente.58 Nessa faixa etária, menos da metade das mulheres na pós-menopausa têm a HAS controlada.58

As mulheres com HAS na pós-menopausa têm maior incidência de hipertrofia ventricular esquerda e maior risco de desenvolver disfunção diastólica em comparação com as mulheres adultas jovens. A HAS sistólica isolada em mulheres na pós-menopausa está relacionada à maior rigidez aórtica, provavelmente causada por proliferação de células de músculo liso, acúmulo de colágeno e aumento dos níveis de moléculas vasoconstritoras na parede dos vasos sanguíneos devido à falta do efeito protetor do estrogênio.59,60

A falta do estradiol pode interferir negativamente na vasodilatação devido aos efeitos sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), o sistema do NO, a endotelina e o sistema imunológico. A falta de estradiol também pode afetar a biodisponibilidade do NO, devido à atividade reduzida da superóxido dismutase, e a resposta imune humoral e celular.59,60 Por outro lado, o declínio nos níveis de progesterona pode estar, pelo menos em parte, associado com a ocorrência de HAS nas mulheres na pós-menopausa, dado que a progesterona atua como um hormônio vasoativo, prevenindo a ação de vasoconstrição induzida pela noradrenalina, agindo diretamente nas células da musculatura lisa vascular. Além disso, em mulheres na pós-menopausa, baixos níveis de DHEAS, andrógeno e precursor de hormônios esteroides, foram associados com maior mortalidade CV e por todas as causas.61 Cabe ressaltar que foram descritas duas mudanças cruciais na regulação autonômica durante a menopausa que são capazes de facilitar o desenvolvimento de HAS: aumento do fluxo simpático central e aumento da sensibilidade adrenérgica nos vasos sanguíneos periféricos.55

Embora o estrogênio tenha um papel protetor em mulheres na pré-menopausa, a administração de estrogênios exógenos a mulheres na menopausa não tem efeito na PA e não afeta o risco de desfechos CV. Após o início da THM, será necessário monitorar a PA e, caso não se observe controle adequado, a THM deve ser interrompida.59

A absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção de medicamentos anti-hipertensivos são diferentes entre mulheres e homens provavelmente devido à influência dos hormônios sexuais na absorção (P-glicoproteína), ao volume de distribuição, à atividade de citocromo P450 (CYPs) e à depuração renal.62 Os efeitos adversos dos medicamentos anti-hipertensivos são relatados com mais frequência em mulheres, em especial na menopausa, como a tosse induzida por inibidores da enzima de conversão da angiotensina, o edema de tornozelo com bloqueadores dos canais de cálcio, a hipocalemia e a hiponatremia com diuréticos. Esses efeitos adversos podem explicar a menor adesão das mulheres, na menopausa, ao tratamento da HAS.57-60,62

3.3. Sobrepeso/Obesidade

As alterações fisiológicas e metabólicas associadas à menopausa são um efeito direto da deficiência de estrogênio, que afeta o metabolismo lipídico, o consumo de energia, a resistência insulínica e a composição de gordura corporal, com uma transição de um formato corporal ginecoide para um androide, com aumento do acúmulo de gordura abdominal e visceral, diagnosticados pela medida da circunferência da cintura e da relação cintura-quadril. Essas alterações foram associadas ao aumento dos riscos metabólico e CV e daqueles relacionados ao diabetes tipo 2 (DM2), ao LDL-c e ao câncer de endométrio e de mama.63

Resultados de estudos de coorte de longa duração com um grande número de mulheres, como o SWAN e o WHI, sugerem que o aumento da obesidade no climatério, medido pelo IMC, seja uma consequência da idade e que esse aumento ocorre tanto em mulheres previamente obesas quanto em não obesas, após a menopausa. Observou-se ausência ou modesta associação entre obesidade e início tardio da menopausa.64,65 Mulheres na pós-menopausa com obesidade têm um risco 4 vezes maior de mortalidade CV.64,65 Os estudos longitudinais SWAN e WHI mostraram que existem diferenças étnicas nas mudanças físicas e metabólicas que ocorrem durante o climatério.64,65

Estudos demonstraram que mulheres na perimenopausa com obesidade apresentam SVM menos intensos do que mulheres com peso normal, possivelmente devido a níveis mais baixos de estradiol e FSH, pela aromatização de andrógenos em estrogênios no tecido adiposo, que retroalimenta negativamente o hipotálamo e glândulas pituitárias, diminuindo o FSH e a secreção ovariana de estrogênio. Outros sintomas presentes em mulheres obesas após a menopausa, particularmente aqueles associados com o aumento da circunferência abdominal, são a apneia e outros distúrbios do sono e sintomas geniturinários.66,67

Mulheres com obesidade têm maior probabilidade de serem sintomáticas na perimenopausa e necessitarem de THM. Porém, seu uso está associado com maior risco de tromboembolismo venoso (TEV), complicações CV e câncer de mama e do endométrio, especialmente em obesas. Desse modo, impõe-se rigorosa avaliação do risco-benefício dessa terapêutica, mesmo quando indicada. Nesse caso, sugere-se o uso de adesivos com progesterona micronizada e baixa dose de estrogênio, empregados por curto período.63,68 Estudos demonstraram que mudanças no estilo de vida previnem a adiposidade visceral associada com a perimenopausa e melhoram os sintomas e os riscos cardiometabólicos adversos.63,67

3.4. Síndrome Metabólica

Estudos transversais demonstraram que, em comparação com mulheres na pré-menopausa, mulheres na pós-menopausa têm significativamente mais obesidade visceral e SM. Meta-análise realizada com artigos publicados entre 2004 e 2017 (119 estudos, n = 95.115) demonstrou prevalência de SM na pós-menopausa de 37,17% (IC 95%, 35,00%-39,31%). A odds ratio (OR) agrupada para SM em mulheres na pós-menopausa em comparação com mulheres na pré-menopausa (23 estudos, n = 66.801) foi 3,54 (IC 95%, 2,92-4,30). As chances de glicemia de jejum elevada (OR 3,51; IC 95% 2,11-5,83), HDL colesterol (HDL-c) baixo (OR 1,45; IC 95%, 1,03-2,03), PA elevada (OR 3,95; IC 95%, 2,01-7,78), TG elevados (OR 3,2; IC 95%, 2,37-4,31) e circunferência da cintura aumentada (OR 2,75; IC 95%, 1,80-4,21) foram todas mais elevadas em mulheres na pós-menopausa do que em mulheres na pré-menopausa.69

Mulheres na pré-menopausa tendem a ter maiores depósitos periféricos de gordura acumulando-se na região gluteofemoral ("em forma de pera"). Contudo, durante o período da da menopausa e pós-menopausa, a deposição de gordura tende a acumular-se centralmente. Este dado, associado à perda do efeito protetor do endotélio pela privação estrogênica, contribui para a disfunção endotelial, estado inflamatório e rigidez arterial, resultando em aumento do risco de DCV. Além disso, as mulheres na pós-menopausa têm tendência a atingir níveis mais elevados de CT, LDL-c, TG, lipoproteína (a) [Lp(a)] e níveis mais baixos de HDL-c em comparação com mulheres na perimenopausa, o que representa uma mudança para um perfil lipídico pró-aterogênico e pró-coagulante fortemente ligado ao aumento da gordura visceral e demais FR classicamente importantes para DCV.70

Estudo utilizando os dados de 1.470 mulheres da Atherosclerosis Risk in Communities cohort (ARIC), com acompanhamento de 10 anos através de 4 visitas, reportou aumentos graduais na gravidade da SM ao longo do tempo, sendo que as mulheres negras exibiram progressão mais rápida na gravidade da SM durante os períodos de TM e perimenopausa do que durante o período pós-menopausa, no qual foram observadas alterações favoráveis na taxa de variação da circunferência da cintura, TG, HDL-c e glicose. Esses dados sugerem que a maior prevalência de SM em mulheres na pós-menopausa pode ser causada mais por alterações durante a TM do que na pós-menopausa, sugerindo maior RCV da SM no período da perimenopausa.71

A presença e a gravidade da SM parecem estar associadas a um risco aumentado de DM2 no período perimenopausa. Por outro lado, a menopausa cirúrgica está fortemente associada à maior incidência de SM. Curiosamente, as mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) têm um risco aumentado de SM durante os anos reprodutivos e, durante a TM, o risco de SM torna-se semelhante ao de mulheres sem SOP.72

3.5. Sedentarismo

O sedentarismo é um dos FRCV e marcador de prognóstico independente de mortalidade.73,74 Foi demonstrado que as mulheres sedentárias exibiam, na pós-menopausa, piores condicionamento físico e controle dos demais FRCV quando comparadas às que praticavam exercícios físicos.75 No último posicionamento da American Heart Association (AHA) sobre o constructo da saúde CV, foi introduzido o oitavo elemento: o comportamento do sono.76 Os estudos demonstraram associação entre piora da qualidade do sono e sedentarismo na pós-menopausa77

Os resultados do estudo WHI evidenciaram que mulheres na menopausa com tempo sedentário maior que 9,5 horas/dia, tiveram risco significativamente maior de 24% de hospitalização incidente por insuficiência cardíaca.78 Uma das justificativas é o aumento da atividade do sistema nervoso simpático e do SRAA.79

A cessação da função ovariana após a menopausa ocasiona declínio significativo do estrogênio, causando aceleração da perda óssea e osteoporose em 20-30% das mulheres, aumentando a probabilidade de fraturas e a mortalidade. Os exercícios físicos melhoram a força muscular e o equilíbrio para prevenir quedas, restauram a autoconfiança e a coordenação e, adicionalmente, mantém a massa óssea, estimulando a formação óssea e diminuindo a reabsorção.80 Os exercícios físicos são recomendados também na prevenção do câncer de mama.81

As mulheres, em todos os períodos da vida, devem evitar comportamento sedentário para melhorar a qualidade de vida e reduzir as complicações do sedentarismo para a saúde.82

De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos de meia-idade ativos devem realizar pelo menos 150 minutos/semana de exercícios aeróbicos de intensidade moderada, ou pelo menos 75 minutos de intensidade vigorosa, e associar exercícios físicos resistidos no mínimo duas vezes por semana, envolvendo maiores grupos musculares.83

3.6. Tabagismo

O tabagismo é considerado importante FR para as DCV. Os estudos demonstraram associação com a idade precoce da menopausa. As mulheres fumantes apresentaram o dobro do risco de desenvolver menopausa precoce e as ex-fumantes tiveram risco de 15% maior de IOP e menopausa precoce. Existe relação positiva com a intensidade, duração, dose cumulativa e início precoce do tabagismo.84

A idade precoce da menopausa está associada ao aumento da probabilidade de DCV, acidente vascular cerebral (AVC), osteoporose, DM e mortalidade por todas as causas. As mulheres fumantes morrem 11 anos antes das que nunca fumaram e têm maior prevalência de DCV e mortalidade por DCV e por todas as causas, reforçando a necessidade do abandono do vício.64

3.7. Estresse Crônico

O estresse crônico prejudica a saúde CV. As mulheres parecem ter comportamento mais extenuante às adversidades das relações sociais com trabalho, família e cônjuge.85 Alguns mecanismos são envolvidos na fisiopatologia para a DCV, como a ativação sustentada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, a desregulação dos processos metabólicos e a inflamação sistêmica, que contribuem para o aumento da PA e no processo de aterosclerose.

As mulheres com relato de estresse crônico durante a meia-idade apresentaram espessura médio-intimal (EMI) da carótida significativamente maior do que as mulheres que nunca o relataram.85 A depressão foi associada à elevação do escore de cálcio coronariano (CAC) em mulheres na pós-menopausa,86 sendo considerada FR independente para morte por DCV e todas as causas.87 As mulheres apresentam maior risco de depressão e ansiedade durante a TM.88

O fator "estresse mental crônico" foi significativamente associado ao aumento do número de plaquetas CD63+ e à bioatividade plaquetária pró-inflamatória, sendo uma das possíveis explicações para a ligação entre transtornos mentais e somáticos na menopausa.89 A diminuição dos níveis de estrogênio em mulheres na pós-menopausa aumenta a suscetibilidade à cardiomiopatia de Takotsubo.90

Intervenções no estilo de vida, como alimentação saudável, exercícios físicos, tempo e qualidade do sono adequados e práticas de meditação e ioga para reduzir o estresse psicológico crônico na menopausa, reforçam a interligação entre as saúdes mental e CV.64

3.8. Dislipidemia

A menopausa resulta em vários distúrbios lipídicos devido às alterações hormonais, como diminuição dos níveis de estrogênio e aumento dos níveis de andrógenos circulantes. As alterações no metabolismo lipídico e o excesso de tecido adiposo desempenham um papel fundamental na síntese do excesso de ácidos graxos, adipocitocinas, citocinas pró-inflamatórias e espécies reativas de oxigênio, que causam peroxidação lipídica e resultam no desenvolvimento de resistência à insulina, adiposidade abdominal e DLP.91 O risco populacional atribuível à DLP é maior nas mulheres quando comparado a todos os demais FRCV. Entretanto os benefícios da redução dos níveis de LDL-c na regressão da aterosclerose têm a mesma magnitude nas mulheres e nos homens.92

Há também uma relação bidirecional dos FRCV e eventos CV com a ocorrência de menopausa precoce. Dados do Framingham Heart Study mostraram que o aumento do CT e da PA, além de outros FRCV, antes da menopausa foi associado à menopausa precoce, independentemente do tabagismo.93 Além disso, em uma análise agrupada de 177.131 mulheres de 9 estudos, um primeiro evento de DCV antes dos 35 anos de idade foi associado a uma duplicação do risco de menopausa precoce.94

Particularmente relevante é a relação entre HDL-c e menopausa. O estudo de SWAN95 sugere que a função antiaterogênica do HDL-c, ou seja, a capacidade de promover o transporte reverso de colesterol, pode diminuir durante a menopausa, estando associada a uma aparente inversão na direção da associação entre HDL-c e RCV, com níveis mais elevados de HDL-c associados a menos aterosclerose carotídea antes da menopausa, mas com maior aterosclerose carotídea após a menopausa.

Ainda no campo dos distúrbios lipídicos, a concentração de Lp(a) aumenta durante a gravidez e desde o início da menopausa (cerca de 50 anos). Além disso, níveis elevados de Lp(a) são mais comuns em mulheres do que em homens após os 50 anos, o que pode impactar o risco de DCV. Todas essas particularidades dos distúrbios lipídicos na menopausa sugerem que as atuais recomendações das diretrizes para DLP possam ser inadequadas para mulheres.96

3.9. Diabetes Mellitus

Além das alterações lipídicas, outros fatores metabólicos e clínicos secundários à menopausa, como resistência à insulina, redistribuição de gordura, disglicemia e DM, contribuem para o risco acelerado de envelhecimento e DCV. Durante a TM ocorrem várias alterações fenotípicas e metabólicas, afetando o peso corporal, a distribuição do tecido adiposo e o gasto energético, bem como a secreção e sensibilidade à insulina. Em conjunto, esses fatores podem predispor as mulheres ao desenvolvimento de DM.97

Mulheres com DM têm um risco 45% maior de desenvolver DIC, com risco de DAC fatal em mulheres com DM2 sendo 3 vezes maior do que nas não diabéticas, em especial na menopausa. A presença de DM resulta em menor indicação de revascularização e, consequentemente, maior ocorrência de insuficiência cardíaca em comparação aos homens, aumentando na menopausa.92

O DM, juntamente com a menopausa precoce, pode resultar em risco ainda maior de DCV em mulheres. O risco associado à menopausa precoce (< 45 anos) em comparação com a menopausa em idade normal foi estimado por Yoshida et al. durante seguimento de 15 anos.98 As taxas de risco ajustadas para evento CV na menopausa precoce foram maiores em mulheres com DM versus aquelas sem DM (DAC: 1,15 versus 1,09; AVC: 1,21 versus 1,10; doença aterosclerótica cardiovascular: 1,29 versus 1,10; insuficiência cardíaca: 1,18 versus 1,09).

Outro aspecto relevante é que embora seja mais prevalente nos homens, o DM2 confere maior aumento relativo, embora não necessariamente absoluto, do RCV em mulheres do que em homens, de todas as idades. Em parte, isso pode estar relacionado à maior adiposidade, já que as mulheres são tipicamente menos ativas fisicamente e têm um IMC mais elevado do que os homens, bem como a FR específicos do sexo para DM como, por exemplo, SOP e diabetes gestacional.96

A Figura 3.1 ilustra a relação entre a menopausa e os FRCV tradicionais.

Figura 3.1. Relação entre menopausa e fatores de risco cardiovascular tradicionais.

Figura 3.1

3.10. Situação Econômica e Emprego

Os FR emergentes representam um desafio na DCV e o reconhecimento e a quantificação da associação com os desfechos CV são de difícil avaliação na atualidade. Sua modificação envolve não apenas ações individuais, mas coletivas e governamentais. Os riscos sociais associados ao envelhecimento refletem o enfraquecimento dos cuidados sociais e de saúde, que se tornam piores nos idosos quando sozinhos. Os determinantes sociais da saúde envolvem as condições sociais em que as pessoas nascem, vivem e trabalham e são críticos na morbidade e mortalidade CV (Figura 3.2).98

Figura 3.2. Relação entre a menopausa e os fatores de risco cardiovascular emergentes.

Figura 3.2

As donas de casa experimentam uma pior qualidade de vida e mais sintomas da menopausa em comparação às mulheres empregadas. Observou-se que a melhor condição financeira melhora a qualidade de vida na menopausa, possivelmente por maior acesso a serviços de saúde e aconselhamento sobre o controle dos sintomas da menopausa. Acredita-se que uma condição socioeconômica desfavorável leve à menopausa precoce e que essa ocorrência na infância também se associe a com aumento de tabagismo e menopausa precoce.99,100

Em 2020, quase 20% das mulheres de meia-idade nos Estados Unidos viviam na pobreza. O pior status socioeconômico foi relacionado à idade mais jovem na menopausa, SVM mais frequentes, distúrbios do sono e aterosclerose subclínica durante a TM.101

3.11. Baixa Educação em Saúde

De acordo com algumas pesquisas, há uma relação negativa entre o nível de conhecimento e a gravidade dos sintomas da menopausa. Mulheres com mais baixa escolaridade tendem a ser mais sintomáticas, enquanto aquelas com maior escolaridade apresentam melhores condições de saúde e menor morbidade. Ou seja, as mulheres com ensino superior estão mais conscientes dos sintomas da menopausa e das estratégias para seu enfrentamento, adotando um estilo de vida mais saudável, com menos disfunção sexual durante a menopausa, o que pode influenciar diretamente na satisfação sexual.100,101

Além disso, a idade média da menopausa em mulheres instruídas é maior do que a daquelas sem instrução. Adicionalmente, a educação do marido também afeta a qualidade de vida das mulheres na pós-menopausa, em especial na dimensão psicossocial, o que pode ser devido a uma melhor compreensão e apoio do cônjuge.99,101

3.12. Discriminação Racial

As mulheres negras tendem a entrar na menopausa em idade mais precoce do que as brancas não latinas e podem ter uma transição mais longa. Com relação à carga de sintomas, mulheres negras latinas e não latinas apresentam SVM mais frequentes, distúrbios do sono e depressão, enquanto as asiáticas não latinas são mais propensas a relatar diminuição da libido.100,101

3.13. Acesso aos Sistemas de Saúde

Numa amostra de mulheres predominantemente latinas que não têm abrigo e/ou não têm seguro de saúde, os investigadores descobriram que as mulheres sem abrigo relataram mais sintomas de menopausa em comparação àquelas com habitação. As mulheres negras, as que têm rendimentos mais baixos e as imigrantes indocumentadas são mais afetadas durante a TM. Foi demonstrado que mulheres não seguradas relatam sintomas de menopausa mais incômodos do que mulheres seguradas.99,101

3.14. Fatores Ambientais

Dados do Inquérito de Saúde Respiratória da Comunidade Europeia, uma coorte internacional de base populacional, mostrou que a idade da menopausa é 1,4 anos mais cedo nas mulheres que vivem em áreas com menos espaços verdes em comparação com as mulheres que vivem em áreas mais arborizadas.102

3.15. Suporte Social

As mulheres solteiras apresentam sintomas mais graves na menopausa e apresentam idade mais precoce da menopausa em comparação com mulheres casadas e divorciadas, com maior risco de osteoporose e DCV, provavelmente pelas relações sociais e apoio familiar. Ainda, as mulheres casadas têm melhor qualidade de vida na menopausa do que as solteiras e viúvas. Maior idade da última gravidez e maior número de gravidezes e partos retardam o início da menopausa, possivelmente devido ao aumento da secreção de estrogênio e progesterona pela atividade uterina e ovariana e à amamentação.99,101

3.16. Conclusão

A TM se traduz em diferentes experiências para as mulheres, influenciadas por crenças pessoais, normas culturais, comportamentos, assim como pelo ambiente social e pelos FRCV tradicionais. Os diversos fatores coexistem em vários níveis: individual, interpessoal, comunitário e coletivo, implicando no acesso desigual aos sistemas de saúde. Muitos desses fatores não foram contemplados nos ensaios clínicos, que precisam incluir mais mulheres durante os vários períodos da menopausa para que as estratégias diagnósticas e terapêuticas possam ser transpostas para essa fase da vida das mulheres.

4. Relação entre Climatério/Menopausa e Doenças Cardiovasculares

4.1. Cálculo do Risco Cardiovascular na Menopausa – Peculiaridades dos Estratificadores de Risco e Métodos de Imagem

Uma em cada três mulheres morre de DCV no mundo,103 risco que aumenta substancialmente após a menopausa.104

A mulher desenvolve DIC vários anos após o homem, com um notável aumento na TM.105 Entretanto, a estratificação do RCV em mulheres desde o climatério é uma importante ferramenta para identificar os principais fatores e marcadores de risco, visando primordialmente implementar estratégias e medidas terapêuticas na prevenção e redução da mortalidade. Como não existe um escore específico para estratificação de risco para mulheres na perimenopausa e pós-menopausa, os escores tradicionais são utilizados.

Os principais fatores que influenciam o RCV nas mulheres são a raça/etnia, história reprodutiva, como passado de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, saúde CV na pré-menopausa, atividade física, dieta, consumo de álcool, tabagismo e genética, além da idade da menopausa natural, tipo e estágios da menopausa, estrogênios endógenos, SVM, depressão e distúrbios do sono.55

Dados do West Pomeranian Voivodeships, usando os escores ASCVD, SCORE2 e POL-SCORE em mulheres em diferentes estágios da menopausa,106 mostraram que a maioria das participantes era de baixo RCV. Idade da menopausa, tempo desde a menopausa e presença de SM associaram-se a maior RCV (OR = 1,186; 1,267 e 13,812, respectivamente). Mulheres que apresentam menopausa antes dos 45 anos de idade têm maior mortalidade por DCV e mortalidade por todas as causas, porém mais estudos são necessários para definir se os desfechos CV negativos e a mortalidade relacionam-se ao tempo desde o início da menopausa ou aos mecanismos que levaram à menopausa precoce, como fatores genéticos, reprodutivos (paridade e idade da menarca) e relacionados ao estilo de vida (tabagismo, etilismo e IMC).

Nas mulheres, existem fatores potencializadores de risco (FPR),107 como doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide), que aumentam de 2-3 vezes o RCV, além de outras menos comuns, como esclerose sistêmica, síndrome de Sjögren, polimialgia reumática, síndrome antifosfolípide e arterite de células gigantes. Importante ressaltar que o tratamento do câncer de mama com radioterapia e Qt com antraciclinas e trastuzumabe associa-se a maior risco de DCV, mesmo anos após o término do tratamento.

A estratificação de risco pode ser refinada com marcadores de aterosclerose subclínica, tais como CAC, índice tornozelo-braquial (ITB), EMI ou placa carotídea e angiotomografia coronariana (angio-TC) com presença de placa com obstrução < 50%, se persistir incerteza no manejo clínico com hipolipemiantes em prevenção primária após a inclusão de FPR.107

O estudo Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA)108 demonstrou que ausência de calcificação coronária (CAC = 0 ocorreu em > 50% das mulheres) associou-se a risco de doença aterosclerótica CV baixo a moderado em 10 anos, sendo maior na menopausa precoce; CAC = 1-99 ou > 100 UA associou-se a maior incidência de doença aterosclerótica CV, sendo, porém, semelhante em mulheres com ou sem menopausa precoce.

Assim, para definição terapêutica na estratificação do RCV em mulheres no climatério e menopausa (Figura 4.1), deve-se inicialmente considerar as situações de muito alto risco, como presença de doença aterosclerótica CV manifesta, e de alto risco (aterosclerose subclínica, aneurisma de aorta abdominal, doença renal crônica, diabetes com estratificação de risco e hipercolesterolemia severa). Nessas situações, estatinas de alta potência, isoladas ou combinadas, são fortemente recomendadas.

Figura 4.1. Estratificação do risco cardiovascular e metas terapêuticas em mulheres no climatério e na menopausa. Adaptado de Oliveira et al.13 angio-TC: angiotomografia coronariana; CAC: escore de cálcio coronariano; DAC: doença arterial coronariana; DM: diabetes mellitus; DRC: doença renal crônica; EMI: espessamento médio-intimal; ERG: escore de risco global; FPR: fatores potencializadores de risco; HAS: hipertensão arterial sistêmica; ITB: índice tornozelo-braquial; RCV: risco cardiovascular; SM: síndrome metabólica; TFGe: taxa de filtração glomerular estimada.

Figura 4.1

O risco intermediário e o baixo risco baseiam-se no escore de risco global (ERG). Nessas situações, o RCV pode ser refinado pela presença de FPR e de marcadores de aterosclerose subclínica (placas em carótidas e/ou EMI > 1,5 mm; ITB < 0,9 e/ou placas ateroscleróticas na angio-TC; CAC >100 UA), além dos FR no DM (idade > 56 anos em mulheres; DM ≥ 10 anos; história familiar de cardiopatia prematura; tabagismo; HAS, SM; retinopatia; microalbuminúria e/ou taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) < 60 mL/min), que vão direcionar a decisão sobre o uso de estatinas isoladas ou combinadas na redução do RCV.13

Entretanto, estudos de desfechos em prevenção primária e secundária da doença aterosclerótica CV permanecem elusivos nas mulheres, sendo necessários para elaborar recomendações especificamente dirigidas às mulheres no climatério e na menopausa.105

4.2. Doença Isquêmica do Coração Aguda e Crônica

Estudos recentes têm mostrado grandes avanços em relação à compreensão sobre a DIC em mulheres, que tem características específicas em relação aos sintomas e fisiopatologia, com impacto positivo nas taxas de mortalidade (Figura 4.2). Faz-se, porém, necessária uma investigação mais aprofundada dessa patologia no climatério e na menopausa.

Figura 4.2. Características específicas da doença isquêmica do coração feminina em comparação à masculina. Adaptado de Elias-Smale et al.121 DAC: doença arterial coronariana; FR: fatores de risco; SCA: síndrome coronariana aguda.

Figura 4.2

O risco de eventos CV em mulheres mais jovens na pré-menopausa é menor; contudo, essa tendência se inverte com o envelhecimento. Mulheres na pré-menopausa apresentam um risco relativamente menor de DIC em comparação com homens da mesma faixa etária, mas essa discrepância de gênero diminui após a menopausa.109

4.2.1. Alterações Anátomo-funcionais Coronarianas

A carga global de aterosclerose é menor nas mulheres, exibindo um padrão de DAC mais difuso e menos obstrutivo. No entanto, mais de 50% das mulheres sintomáticas na meia-idade demonstram disfunção microvascular coronariana.109

No climatério, as placas caracterizam-se por apresentar menor calcificação, o que está associado ao estrogênio, que exerce propriedades protetoras no processo de envelhecimento arterial. Contudo, observa-se um aumento gradual de placas mais vulneráveis e calcificadas após os 60 anos.22

No estudo Women's Ischemia Syndrome Evaluation (WISE), uma análise realizada em mulheres na pós-menopausa com suspeita de DIC revelou que aquelas com histórico de menstruações irregulares e evidências bioquímicas de hiperandrogenismo tiveram maior prevalência de DIC angiográfica e pior sobrevida em eventos CV. De maneira semelhante, o Rancho Bernardo Study concluiu que a DIC estava associada à SOP (histórico de menstruações irregulares, hiperandrogenismo, infertilidade, obesidade central e resistência à insulina) em uma extensa coorte de mulheres caucasianas na pós-menopausa.110

4.2.2. Momento da Menopausa e Desenvolvimento de Doença Isquêmica do Coração Crônica

Estudos indicam que a menopausa precoce natural está associada a DCV, possivelmente pela perda dos efeitos vasoprotetores do estrogênio. Kalarantidou et al. demonstraram que mulheres com IOP apresentam função endotelial anormal, avaliada pela dilatação mediada por fluxo da artéria braquial, sendo possível alterar essa condição com terapia hormonal cíclica de estrogênio/progestagênio.111

Nos últimos anos, diversas pesquisas investigaram a relação entre a idade da menopausa natural e o risco de DIC, observando um aumento da mortalidade por DIC em mulheres com menopausa precoce, apesar de existirem especulações em relação ao risco aumentado em mulheres com menopausa muito tardia.112

Uma pesquisa envolvendo 302.632 mulheres chinesas revelou que a idade da menopausa e os anos totais de vida reprodutiva estavam inversamente associados a DCV fatais e não fatais, em especial DAC, com o aumento do risco com o decorrer do tempo desde a menopausa.113

4.2.3. Doença Isquêmica do Coração Aguda

Na síndrome coronariana aguda (SCA), mulheres mais jovens apresentam uma probabilidade duas vezes menor de apresentar lesões significativas nas coronárias em comparação com os homens.114 Em homens e em mulheres a partir da TM, observa-se comumente o padrão clássico de ruptura de placa seguida pela formação de trombos. Entretanto, em mulheres mais jovens, a SCA frequentemente manifesta-se com erosões de placa e SCA tipo II (doença coronariana funcional).115

A dissecção coronária espontânea é mais prevalente em mulheres jovens, representando 10% de todas as SCA em idade inferior a 50 anos. Pode ocorrer em mulheres sem FR aparentes, associando-se a uma combinação de doença tecidual ou displasia fibromuscular. Além disso, está relacionada à pré-HAS durante a gravidez ou após o parto, sendo frequentemente desencadeada por situações de estresse.116

Quanto à apresentação clínica da SCA, sintomas indeterminados de dor torácica e dispneia são comuns em mulheres de meia-idade. A disfunção endotelial vascular emerge como a primeira manifestação do envelhecimento arterial, caracterizando-se por um desequilíbrio na vasodilatação e vasoconstrição, podendo resultar nas primeiras manifestações de dor torácica e dispneia.117 No estudo WISE, constatou-se que, em mais de 50% das mulheres de meia-idade, os sintomas de dor torácica estavam relacionados a disfunções vasculares em coronárias epicárdicas e microcirculação, e não à DAC obstrutiva.118-120

4.3. Doença Cerebrovascular

Entre as etiologias da doença cerebrovascular, o AVC é a mais prevalente, chegando a afetar 94 em cada 100 mil pessoas por ano em todo o mundo.122,123 Além disso, após um ataque isquêmico transitório ou um AVC isquêmico menor, 6,2% dos pacientes são afetados por novo AVC dentro de um ano, sendo que o risco de recorrência aumenta para uma taxa cumulativa estimada de 12,9% ao longo de cinco anos.124

A doença cerebrovascular é importante causa mundial de morbimortalidade e tem particularidades nas mulheres,122 representando a segunda causa de morte e a terceira causa de incapacidade. As mulheres têm maior incidência de AVC do que os homens nas idades mais avançadas, o que pode ser parcialmente explicado pelo maior tempo de vida delas.122 Foram ainda relatadas disparidades significativas por raça/etnia nessa faixa etária, sendo que mulheres negras e hispânicas com idade ≥ 70 anos apresentam um risco 76-77% maior de AVC em comparação com mulheres brancas após ajuste para idade.122 No Brasil, as doenças cerebrovasculares também estão entre as principais causas de morte e incapacidade. O AVC é mais prevalente em indivíduos de baixo nível socioeconômico e pode ser parcialmente explicado pelo acesso insuficiente a serviços de saúde e menor controle de FR, como HAS, DM2 e tabagismo. Apesar de a mortalidade por AVC no Brasil apresentar uma tendência de declínio, o que pode ser atribuído a melhorias em prevenção, diagnóstico e tratamento, ainda existem desigualdades regionais significativas, com taxas mais altas no Norte e Nordeste do país.

De forma significativa, os desfechos do AVC tendem a ser mais graves em mulheres, com maiores taxas de mortalidade e pior recuperação funcional.125

4.3.1. Fatores de Risco Comuns para o AVC

No estudo INTERSTROKE, sugeriu-se que dez FR comuns poderiam explicar aproximadamente 90% do risco atribuível da população para AVC.126 A HAS é o FR mais prevalente, e estudos recentes demonstraram um impacto negativo maior nas mulheres. O DM2 é um importante FR para o AVC isquêmico e hemorrágico, com maior risco nas mulheres.122 Dados recentes não identificaram diferenças entre homens e mulheres quanto ao impacto da DLP na prevalência de AVC, e há dados controversos quanto ao incremento de AVC isquêmico e hemorrágico na população feminina na presença de obesidade. O tabagismo tem relação direta com a prevalência de AVC e esse impacto é maior nas mulheres.127 Alguns FR são exclusivos às mulheres (Figura 4.3).

Figura 4.3. Fatores de risco para acidente vascular cerebral (AVC) exclusivo às mulheres.

Figura 4.3

4.4. Insuficiência Cardíaca

Alterações fisiológicas da menopausa influenciam diversos órgãos e sistemas, sendo o sistema CV um dos mais afetados.55 Em comparação com mulheres na pré-menopausa, na pós-menopausa são mais frequentes a disfunção sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo (VE), maior espessura relativa da parede, remodelamento concêntrico do VE e alteração do relaxamento ventricular.128 Estudo de coorte com mais de 1,4 milhão de mulheres na pós-menopausa mostrou que a menopausa se associou a um risco 33% maior de insuficiência cardíaca comparado à ausência desse histórico após ajuste para os FRCV, e que a idade mais precoce da menopausa aumenta a incidência de insuficiência cardíaca gradualmente.129

As alterações CV da pós-menopausa concorrem com múltiplos fatores para o risco de desenvolvimento de insuficiência cardíaca.130 A deficiência de estrogênio predispõe ao maior risco pelo seu efeito direto ou indireto na disfunção diastólica, sendo essa uma das principais causas de insuficiência cardíaca em mulheres. À medida que os níveis de estrogênio diminuem, mulheres na menopausa tornam-se mais predispostas a FR cardiometabólicos.131 A perda de estrogênio na pós-menopausa pode ativar o SRAA que, por sua vez, ativa vias de sinalização intracelular, resultando em disfunção endotelial, inflamação, dano vascular, remodelamento ventricular esquerdo e eventual disfunção diastólica, levando à insuficiência cardíaca (Figura 4.4).132

Figura 4.4. Alterações cardiovasculares na menopausa e risco de insuficiência cardíaca. Adaptado de Muka et al.132.

Figura 4.4

Quanto maior o período de privação estrogênica na menopausa precoce, maior o risco cumulativo de insuficiência cardíaca, principalmente na presença de FRCV prévios, conforme demonstrado em alguns estudos.133,134

Devido ao fardo da insuficiência cardíaca nas mulheres e ao aumento na sua prevalência, são necessárias pesquisas para estabelecer a causalidade e compreender os mecanismos subjacentes ao início precoce da menopausa e como essa pode contribuir para a insuficiência cardíaca. Essas informações são relevantes para implementar intervenções visando melhorar a saúde CV das mulheres na pós-menopausa.

4.5. Tromboembolismo Venoso

O TEV, incluindo a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP), apresenta uma incidência de cerca de 1 por 1.000 mulheres-ano na pós-menopausa. Aproximadamente 10% dos casos podem ser fatais, sendo a EP a principal causa de morte.135

A menopausa leva a alterações no sistema CV que potencialmente contribuem para o aumento do RCV, sem haver uma associação direta dessa fase da vida da mulher com um maior risco de TEV. Entretanto esse risco aumenta exponencialmente com a idade e pode, ainda, estar associado com a maior prevalência de outros FR para TEV, como obesidade, câncer, hospitalização ou outras comorbidades presentes em mulheres idosas.136

Importante ressaltar que em mulheres com risco aumentado para TEV, aquelas com idade acima de 60 anos de idade e/ou com menopausa há mais de 10 anos devem evitar a THM pela potencialização do risco de eventos tromboembólicos.136-138

4.6. Arritmias

Com base em recentes dados observacionais, fatores reprodutivos (menarca, IOP e menopausa precoce, perdas recorrentes gestacionais, momento e número de gestações) associam-se a risco de DCV nas mulheres, sendo a menopausa o mais forte marcador de RCV. Quando ocorre de forma prematura, ou seja, antes dos 40 anos de idade, aumenta o risco de infarto do miocárdio (IM), AVC, insuficiência cardíaca e mortalidade CV. Quanto às arritmias, porém, há poucos dados na literatura correlacionando-as com menopausa. A fibrilação atrial (FA) é uma das doenças mais comuns do envelhecimento e está associada a múltiplos fatores como eventos CV, inflamação, maior frequência de trombose, desregulação hormonal, sugerindo correlação entre menopausa e risco aumentado de FA.139

4.6.1. Fibrilação Atrial e Menopausa

Estima-se que 29,4 milhões de mulheres tenham FA ao redor do mundo. Embora a incidência seja maior entre homens, mulheres idosas têm mais FA por apresentarem maior expectativa de vida.140 A mulher apresenta FR próprios para FA, como HAS sistólica, obesidade, sedentarismo, ingesta excessiva de álcool, doença valvar, multiparidade e DAC (Figura 4.5).13

Figura 4.5. Fatores de risco para fibrilação atrial nas mulheres. DAC: doença arterial coronariana; HAS: hipertensão arterial sistêmica; THM: terapia hormonal da menopausa.13.

Figura 4.5

Atualmente, muito se tem questionado quanto ao aumento no risco de FA em mulheres na menopausa ou sob THM.141 Um estudo avaliou prospectivamente a relação entre idade da menopausa, THM e incidência de FA. Foram seguidas por 20,5 anos 30.034 mulheres saudáveis sem histerectomia e/ou ooforectomia prévia à menopausa, que se deu próximo aos 50 anos. Foram observados 1.350 eventos de FA, porém a idade de ocorrência da menopausa não agregou risco àquele inerente à própria idade.142

Em contrapartida, um estudo realizado em 1.401.175 mulheres na pós-menopausa, com seguimento de 9,1 anos, avaliou a associação entre menopausa precoce, idade da menopausa e risco de FA. Foram observados 44.834 (3,2%) novos casos de FA e a história de menopausa precoce associou-se a risco aumentado de FA. Houve maior tendência de FA quando a idade da menopausa era inferior a 50 anos em comparação com superior a 50 anos, principalmente nas mulheres com menos de 40 anos (IOP). Os resultados mostraram que, quanto mais cedo ocorrer a menopausa, maior o risco de FA, indicando atenção quanto à prevenção e cuidado nesse grupo específico de mulheres.129 Recente meta-análise com 9 estudos incluindo 6.255.783 mulheres pós-menopáusicas evidenciou que aquelas com menopausa precoce (antes dos 45 anos) ou prematura (antes dos 40 anos) tiveram risco aumentado de FA quando comparadas àquelas com menopausa em idade habitual. No entanto, o exato mecanismo ainda não está elucidado e requer estudos prospectivos futuros.143 Um estudo em que 16.729 mulheres foram seguidas por 8,5 anos mostrou que 3.943 desenvolveram FA e que níveis de proteína C reativa e interleucina (IL) estiveram associados a FA, porém sem relação com IL-1β na análise multivariada.144

Na menopausa, ocorrem mudanças comportamentais importantes, onde estresse, ansiedade, insônia e sintomas depressivos podem ativar fatores inflamatórios e neuro-hormonais, potenciais ao desenvolvimento de FA. Um estudo recente examinou a correlação entre citocinas e incidência de FA em mulheres pós-menopáusicas, onde foram avaliadass 83.736 mulheres com idade média de 63,9±7,0 anos, seguidas por 10,5±6,2 anos, observando-se 23.954 casos de FA. Insônia e eventos estressantes da vida foram os maiores fatores psicossociais associados à arritmia.145

Fatores como idade do início da menopausa, FR associados como estresse, ansiedade, depressão e qualidade do sono, precisam ser considerados a fim de atentar para medidas que visem reduzir o RCV, notadamente a insuficiência cardíaca e FA.143

5. Menopausa e Risco de Morbidade e Mortalidade por Outras Doenças

5.1. Câncer

A intersecção entre DCV, câncer e menopausa representa um campo crescente de interesse pela medicina. As DCV e o câncer são as principais causas de morte no mundo em homens e mulheres, aumentando substancialmente após a menopausa, tendo em comum alguns FR como a idade, obesidade, tabagismo, história familiar e dieta.13,55

Tanto a obesidade como a SM estão associadas ao aumento da incidência de DM2, DCV e câncer de mama (pós-menopausa), além de outros cânceres.146

O RCV em mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama é maior que em mulheres sem câncer de mama. Sobreviventes de câncer de mama na pós-menopausa mostraram uma forte associação com SM, DM, doença aterosclerótica, hipertrigliceridemia, HAS e obesidade abdominal, principais FRCV quando comparadas com mulheres na pós-menopausa sem câncer de mama. Nas mulheres na pós-menopausa com câncer de mama em estágio inicial, o risco aumenta acentuadamente, fazendo com que as taxas de mortalidade por DCV em 10 anos sejam semelhantes às taxas de mortalidade pelo próprio câncer.147

O aumento do RCV em mulheres menopáusicas com câncer não é apenas devido ao inadequado controle dos FRCV, mas também decorre do tratamento do câncer pelos seus efeitos secundários cardiotóxicos, como disfunção ventricular, HAS, arritmias, isquemia miocárdica, distúrbios valvares, doença tromboembólica, hipertensão pulmonar e pericardite, além de ateromatose.

A Qt com antraciclinas e trastuzumabe pode causar disfunção cardíaca a curto, médio e longo prazo. A radioterapia no hemitórax esquerdo pode levar a efeitos CV secundários, como aterosclerose coronariana, que podem ocorrer mais de 5 anos após a exposição, com o risco persistindo por até 30 anos. A terapia hormonal com inibidores da aromatase também aumenta o risco de doença aterosclerótica.148

Os efeitos CV tardios do câncer desenvolvem-se ao longo de várias décadas, o que para muitas mulheres pode se sobrepor a eventos reprodutivos e do ciclo de vida. Assim, as mulheres necessitam de cuidados cardio-oncológicos longitudinais que antecipem e respondam à evolução do seu RCV.149

Em mulheres com câncer, a menopausa pode ser precoce, gradual ou rápida, dependendo da reserva ovariana basal, da gonadotoxicidade e da duração da exposição aos agentes cancerígenos (terapia oncológica e/ou terapia endócrina).150

Mulheres sobreviventes de câncer infantil correm risco de desenvolver menopausa precoce decorrente de IOP após tratamento oncológico.151

O RCV é maior na menopausa precoce devido à privação prolongada de estrogênio endógeno, levando a uma variedade de efeitos metabólicos e na função vascular, incluindo intolerância à glicose, DLP, HAS e disfunção endotelial.152

A IOP não só confere risco de DIC após ajuste para FR convencionais, mas também prevê piores desfechos isquêmicos e maior mortalidade.153

A menopausa induzida pelo tratamento oncológico pode ser causada por ooforectomia cirúrgica bilateral, Qt, radioterapia para a pelve e/ou terapia supressora hormonal. A ooforectomia bilateral causa menopausa aguda e permanente, sendo que, antes dos 50 anos de idade, aumenta o risco de DCV global (risco relativo [RR]: 4,55; IC 95%, 2,56-8,01), insuficiência cardíaca e AVC.154

Os quimioterápicos e radioterapia nos ovários podem levar a disfunção ovariana e consequente menopausa secundária, que pode ser temporária ou permanente, dependendo da idade da paciente, do tipo e da dose do medicamento, duração do tratamento e, no caso da radioterapia, do local da aplicação e da dose realizada.155

Algumas terapias supressoras hormonais ou terapias endócrinas, sejam com inibidores da aromatase ou com moduladores seletivos de receptores de estrogênio, podem impedir temporariamente a ovulação e causar menopausa temporária. Tratamento com tamoxifeno e inibidores da aromatase por 5 anos melhoraram a taxa de sobrevivência de 20 anos até 85%, com risco de recorrência de 22%.156

A terapia endócrina é um tratamento comum, pois 65–70% de todas as pacientes com câncer de mama precoce e metastático desenvolvem doença com receptor hormonal positivo. A terapia endócrina envolve a redução dos níveis ou a inibição de sua atividade biológica, parando/retardando ou prevenindo o crescimento do câncer. Moduladores seletivos de receptores de estrogênio (tamoxifeno, toremifeno) ou inibidores da aromatase (letrozol, anastrozol ou exemestano) são recomendados no câncer de mama precoce de acordo com o status da menopausa, comorbidades e risco de recidiva da doença.155

O tamoxifeno é a terapia endócrina de escolha para mulheres na pré-menopausa, enquanto as estratégias em mulheres na pós-menopausa podem incluir tamoxifeno, inibidores da aromatase ou uma combinação sequencial, com avaliação cuidadosa dos benefícios e gerenciamento dos riscos de toxicidade.148

O uso de inibidores da aromatase aumenta o risco de DLP, SM, HAS, insuficiência cardíaca e IM.156 No estudo Arimidex, Tamoxifen, Alone or in Combination (ATAC), pacientes portadoras de DIC pré-existente tratadas com anastrozol apresentaram mais eventos CV (17% vs. 10%) e elevação do nível de colesterol (9% vs. 5%) do que aquelas tratadas com tamoxifeno.157 O aumento significativo do risco de doença tromboembólica foi consistentemente demonstrado com tamoxifeno, que não é, portanto, recomendado em pacientes com risco aumentado de trombose. Os riscos de doença tromboembólica, hipercolesterolemia e DCV devem ser discutidos com as pacientes, embora se reconheça que os benefícios absolutos da prevenção da recorrência do câncer de mama geralmente superam os RCV.158

Concluindo, existe associação entre câncer e aumento do RCV em mulheres pós-menopáusicas, assim como barreiras psicossociais e físicas distintas no acesso aos cuidados CV.

Portanto, torna-se importante que mulheres na menopausa e com histórico de câncer sejam monitoradas por profissionais especializados, para avaliar seu RCV, realizar exames complementares e recomendar medidas preventivas e, se necessário, medicamentosas com o objetivo de reduzir a morbimortalidade CV nessas pacientes.

5.2. Demência

O envelhecimento da população mundial tem como consequência o aumento da prevalência e da incidência de doenças crônicas e neurodegenerativas.

Atualmente, estima-se que existam 50 milhões de pessoas acometidas por alguma forma de demência no mundo e 10 milhões de novos diagnósticos por ano. No Brasil, estima-se que existam cerca de 1,7 milhão de idosos com demência, com uma prevalência de aproximadamente 1.036/100 mil habitantes.159 As estimativas globais de prevalência da demência são de até 7% dos indivíduos com mais de 65 anos e estimativas futuras apontam maior prevalência nos países de baixa e média renda.160,161

Dados do Global Burden of Disease (GBD) mostram que, em 2019, havia mais mulheres com demência do que homens (razão de 1.69 mulher/homem) e que esse padrão continuaria em 2050 (razão de 1.67 mulher/homem)162 (Figura 5.1). Apesar da maior prevalência de riscos vasculares nos homens do que nas mulheres, esses padrões existem, sugerindo mecanismos de neutralização potencialmente fortes que impulsionam essas desigualdades. Embora a diferença entre os sexos possa ser explicada em parte pela maior expectativa de vida nas mulheres, evidências anteriores sugerem potenciais diferenças entre os sexos também em mecanismos biológicos subjacentes.

Figura 5.1. Tendências estimadas na prevalência global de demência padronizada por idade (A) e número de casos em todas as idades (B). Fonte: GBD 2019.162.

Figura 5.1

O declínio cognitivo ocorre em todos os indivíduos com o avançar da idade, manifestando-se desde o comprometimento leve e, portanto, sem prejuízo de sua autonomia ou um declínio subjetivo, onde os testes neuropsicológicos são normais, até o desfecho final, a demência. Esse processo se faz de forma contínua com o envelhecimento normal e em situações patológicas, onde há prejuízo da autonomia em exercer as atividades da vida diária (Figura 5.2).

Figura 5.2. Continuum do declínio cognitivo no envelhecimento normal e patológico.159.

Figura 5.2

Dentre as demências degenerativas comuns em idosos,160 a doença de Alzheimer é a forma mais prevalente, correspondendo a 70-80% dos casos. A demência vascular corresponde a 15%, estando associada a FRCV. Outras causas são a demência com corpos de Lewy, a degeneração lobar frontotemporal e a doença de Parkinson, essa última correspondendo a 10% dos casos. Deficiência de vitaminas (B12 e tiamina), hipotireoidismo, hidrocefalia de pressão normal, abuso crônico de álcool, disfunção cognitiva relacionada à Qt, massas intracranianas (hematomas subdurais, tumores cerebrais), lesão cerebral traumática e doença psiquiátrica (depressão/ansiedade profunda)160 são causas comuns de comprometimento cognitivo leve não neurodegenerativo e demência, podendo ocorrer ao longo da vida. Dentre as demências de causa mista, a doença de Alzheimer associada à demência vascular é a mais comum.160

O avanço da idade, o perfil genético (alelo APOE ε4) e a presença de doença vascular sistêmica são os principais FR não modificáveis para o desenvolvimento de demência, sendo que a etnia e o gênero também merecem destaque.162 Apesar de a demência não fazer parte do envelhecimento normal, a idade é o maior FR conhecido, sendo que sua incidência aumenta proporcionalmente ao envelhecimento da população. Apesar disso, em alguns países, a incidência de demência por idade reduziu provavelmente devido à melhoria na educação, nutrição, cuidados de saúde e mudanças no estilo de vida. Em relação ao gênero, sua prevalência é maior entre as mulheres, não apenas por constituírem o maior contingente de idosos, mas também por sofrerem maior impacto de FR modificáveis que afetam a reserva cognitiva. Quanto à etnia, muitos FR agrupam-se em torno de desigualdades, que ocorrem particularmente em negros, asiáticos e minoritários, e em populações vulneráveis. O início precoce da doença de Alzheimer associa-se a fatores genéticos, porém o gene mais conhecidamente associado ao aparecimento mais tardio da doença de Alzheimer é o alelo APOE ε4.162

Entre os FR modificáveis, destacam-se a baixa escolaridade, HAS, deficiência auditiva, tabagismo, obesidade, depressão, sedentarismo, DM, isolamento social, etilismo, traumatismo cranioencefálico e poluição do ar. Cerca de 40% das demências podem ser prevenidas ou postergadas com a intervenção sobre esses FR. A presença de FR precoces, ou seja, que aparecem antes dos 45 anos de idade, como a menor escolaridade, afeta a reserva cognitiva. Os FR que aparecem na meia-idade (45-65 anos) e na idade avançada (acima dos 65 anos) influenciam a reserva e o desencadeamento de estados neuropatológicos.162

5.2.1. Envelhecimento Reprodutivo Feminino e Declínio Cognitivo

A TM é um processo de envelhecimento neuroendócrino da meia-idade que culmina com a senescência reprodutiva, ocorrendo em estágios caracterizados por propriedades endócrinas únicas que impactam as trajetórias de envelhecimento de múltiplos sistemas orgânicos, incluindo o cérebro. Sendo assim, a TM é considerada um estado de transição reprodutiva e neurológica, como evidenciado pelo fato de muitos sintomas da menopausa serem de natureza neurológica, tais como SVM, perturbações do sono, alterações de humor e esquecimento.163

Os hormônios esteroides sexuais gonadais, em especial o 17β-estradiol, são conhecidos reguladores da função reprodutiva e neural e, durante a TM, seus níveis diminuem substancialmente no corpo e no cérebro.

A TM tem efeitos pronunciados na estrutura, na conectividade e no metabolismo energético cerebrais e na deposição de proteína amiloide β (Aβ) no cérebro. Estudo de neuroimagem multimodal foi realizado em mulheres em diferentes estágios de TM (pré-, peri- e pós-menopausa) para investigar seus efeitos na estrutura das substâncias cinzenta e branca do cérebro.163 Os resultados indicam que a TM impacta significativamente em biomarcadores cerebrais em regiões envolvidas em funções cognitivas de ordem superior. Os efeitos, independentemente da idade e do uso de terapia hormonal, foram específicos do envelhecimento endócrino da menopausa e não do envelhecimento cronológico, conforme determinado pela comparação com homens da mesma idade. Notavelmente, a cognição foi preservada na pós-menopausa, o que se correlacionou com a recuperação do volume da substância cinzenta e a produção cerebral de adenosina trifosfato, destacando potenciais mecanismos compensatórios. Finalmente, a deposição de Aβ foi maior em mulheres na peri- e pós-menopausa portadoras do genótipo APOE-4, indicando efeitos específicos desse gene no risco de doença de Alzheimer com início na perimenopausa.163

5.2.2. Conclusão

Pela ausência de tratamentos recentes e eficazes em modificar a evolução da demência, os esforços imediatos para reduzir a sua prevalência no futuro deverão ser direcionados para a prevenção, através de intervenções nos FR modificáveis. Intervenções que alteram a prevalência desses FR podem reduzir em até 40% a esperada prevalência da demência nos próximos anos, segundo resultados da atualização da Comissão Lancet de 2020 sobre prevenção, intervenção e cuidados com a demência.

Concluindo, sugere-se que grandes mudanças na exposição a FR tenham potencial de alterar consideravelmente as estimativas previstas e reduzir o fardo futuro da demência em todo o mundo.162

5.3. Disfunção Tireoidiana

Os distúrbios da tireoide são significativamente mais comuns em mulheres e sua incidência aumenta com o envelhecimento, já que a produção fisiológica dos hormônios tireoidianos decresce com o avançar da idade.164

É provável que quase uma em cada oito mulheres tenha algum tipo de disfunção tireoidiana durante a vida,165 sobretudo durante o período de peri- e pós-menopausa.166

Existem poucos estudos sobre a relação entre menopausa e função tireoidiana e, portanto, não podemos esclarecer se a menopausa tem efeito na tireoide independentemente do envelhecimento.166

Entretanto, a atividade da tireoide é idade-dependente,167 uma vez que, com o envelhecimento, ocorre redução da captação de iodo pela glândula, do T4 livre, da síntese de T3 livre e do catabolismo do T4 livre. Embora o T3 reverso aumente, o nível de TSH permanece normal, às vezes com tendência a limites mais elevados.168

Diante das evidências bem conhecidas sobre o efeito do status da tireoide na função cognitiva, no RCV, na remodelação óssea e na longevidade, não fica difícil entender o risco das disfunções tireoidianas nesse grupo de pacientes.165,166

Sendo assim, recomenda-se triagem de rotina para tireoidopatias em mulheres na menopausa, sobretudo porque muitas vezes os sintomas da doença tireoidiana e os da pós-menopausa se sobrepõem, podendo postergar o diagnóstico da disfunção tireoidiana (Figura 5.3).167

Figura 5.3. Sobreposição de sintomas das disfunções tireoidianas e da menopausa.

Figura 5.3

5.3.1. Hipotireoidismo

A ocorrência de hipotireoidismo, bócio e nódulos tireoidianos aumenta com a idade, sendo o hipotireoidismo mais prevalente em idosos: 2-20% dos quais apresentam algum tipo de hipotireoidismo.165

A prevalência do hipotireoidismo subclínico (HipoSC) na população é de aproximadamente 4-10%, sendo maior em mulheres e idosos e inversamente proporcional ao teor de iodo na dieta.169 Os riscos potenciais do HipoSC em idosos incluem progressão para hipotireoidismo manifesto, efeitos CV, DLP e efeitos neurológicos e neuropsiquiátricos.

Fadiga, letargia, esquecimentos, dificuldade de atenção ou concentração e distúrbios de humor são características comuns tanto ao hipotireoidismo quanto à menopausa, fazendo com que, muitas vezes, o hipotireoidismo passe despercebido (sintomas ficam atribuídos exclusivamente à menopausa, a efeitos colaterais de medicamentos ou ao próprio envelhecimento).166

Entre as causas de hipotireoidismo, a deficiência de iodo e a doença autoimune se destacam. No entanto, iodoterapia, radioterapia para malignidade da cabeça e pescoço e hipotireoidismo central por tumores hipofisários ou hipotalâmicos devem ser mencionados como causa em mulheres, principalmente após a menopausa.165,170

Em geral, o HipoSC é assintomático nessa população e não está associado a efeitos na função cognitiva, depressão ou ansiedade. Também não há evidências consistentes sobre as consequências na estrutura cardíaca e nas funções sistólica e diastólica em estudos populacionais.169 Há evidências consistentes de associação de HipoSC com risco de DIC, especialmente para valores de TSH ≥ 10 mU/L, apesar de não serem observados esses dados em pacientes acima de 65 anos.169 Ainda é incerto se mulheres de meia-idade com HipoSC devem ser tratadas.13 As Diretrizes da Sociedade Latino-Americana de Tireoide não recomendam o tratamento de rotina para idosos com HipoSC se o TSH for < 10 mU/L. Também não recomendam o tratamento do HipoSC para melhora da função cognitiva em idosos, podendo o tratamento, no entanto, ser considerado individualmente.170

Devido à falta de dados em estudos robustos que demonstrem benefícios quanto ao RCV e ao risco de mortalidade, o tratamento do HipoSC permanece controverso. Pode ser considerado no HipoSC persistente e após confirmação dos níveis séricos de TSH ≥ 10 mU/L após 3 a 6 meses, pelo maior risco de progressão para hipotireoidismo manifesto, insuficiência cardíaca, DAC e mortalidade.169 Estudos de coorte mostram evidência indireta de benefícios do tratamento do HipoSC sobre RCV e mortalidade, além de efeito favorável no CT em pacientes com HipoSC e TSH > 10 mU/L.169,171,172

Uso de medicamentos e doenças hepáticas e renais podem afetar o metabolismo dos hormônios tireoidianos ou alterar as proteínas de ligação a esses hormônios. Portanto, a monitorização do TSH sérico deve ser feita com o uso ou descontinuação de estrogênios e andrógenos orais uma vez que tais medicamentos podem alterar a necessidade de levotiroxina, aumentando a globulina de ligação à tireoide que, por sua vez, reduz o T4 livre.164,166

A terapia com levotiroxina pode induzir melhora relevante em alguns parâmetros CV, como aumento do débito cardíaco, diminuição da resistência vascular sistêmica e do volume diastólico final, efeitos mais evidentes na doença clínica do que na subclínica. Por outro lado, pode aumentar o consumo de oxigênio e, assim, induzir isquemia miocárdica em pacientes com DAC subjacente.170,172 Evidências recentes sugerem um aumento do risco de fratura em pacientes > 70 anos em doses usuais. Portanto, em pacientes idosos e nos portadores de DIC ou insuficiência cardíaca, a diretriz sugere iniciar levotiroxina em doses de 12,5-25 µg/dia, especialmente em pacientes com HipoSC.170

5.3.2. Hipertireoidismo

O hipertireoidismo ocorre numa proporção de 5 mulheres:1 homem. Sua prevalência (aproximadamente 1,3%) aumenta para 4-5% em mulheres idosas, sendo o bócio nodular tóxico a causa mais comum nessa faixa etária. Porém, o hipertireoidismo induzido por drogas, como contraste e amiodarona, deve ser lembrado como causa.166

O hipertireoidismo em pacientes idosos pode ser apático em vez da apresentação clássica de hiperatividade do sistema simpático, com tremores e palpitações.166 Em estudos transversais, pacientes idosos tiveram um risco reduzido para sintomas clássicos (intolerância ao calor, tremor, nervosismo) e maior prevalência de perda de peso e falta de ar em comparação com pacientes mais jovens, assim como uma taxa mais alta de oftalmopatia moderada a grave e FA. No entanto, a taquicardia pode estar ausente por doença do sistema de condução concomitante.166

Os sintomas típicos do hipertireoidismo mimetizam os sintomas relacionados à menopausa, mas, com o avanço da idade, os sintomas clínicos diminuem.

Slopien et al.167 observaram que a concentração sérica de TSH tem correlação negativa com sintomas como sudorese, palpitações e fraqueza, enquanto a de T4 livre tem correlação positiva com palpitações, parestesias e nervosismo.

No hipertireoidismo, os ciclos de remodelação óssea são reduzidos, resultando em uma alta taxa de turnover ósseo. Com a reabsorção óssea superando a mineralização, há perda de aproximadamente 10% de massa óssea por ciclo. Além disso, ocorre redução da absorção de cálcio pelo intestino e aumenta a excreção renal de cálcio, resultando num balanço negativo desse eletrólito. Há evidências claras de que tanto o hipertireoidismo manifesto quanto o hipertireoidismo subclínico (HiperSC) aumentam o risco de osteoporose, especialmente na na pós-menopausa (Figura 5.4).164

Figura 5.4. Menopausa e hipertireoidismo: acúmulo de riscos. DAC: doença arterial coronariana; FA: fibrilação atrial.

Figura 5.4

Embora o tratamento do hipertireoidismo manifesto seja sempre recomendado, o manejo do HiperSC é menos claro. Vários estudos mostraram efeitos deletérios semelhantes tanto no HiperSC quanto no manifesto. Meta-análise recente encontrou risco aumentado de DAC no HiperSC (HR = 1,44 [1,06; 1,94]).164 Os efeitos da supressão de TSH a longo prazo incluem aumento da FC em repouso, arritmias frequentes (especialmente FA), bem como função cardíaca reduzida. Esse maior RCV estende-se também para supressão de TSH em pacientes em tratamento com levotiroxina.164

Estudos mostraram um aumento da mortalidade CV no HiperSC166 e dados recentes indicam que pacientes portadores dessa patologia apresentam risco de desenvolver insuficiência cardíaca, especialmente os mais idosos e com menores níveis de TSH.166

Um estudo populacional mostrou que o HiperSC aumentou o risco de AVC em indivíduos com mais de 50 anos (HR = 3,39), embora uma meta-análise tenha sido inconclusiva.166

5.3.3. Autoimunidade Tireoidiana e Insuficiência Ovariana Prematura

A etiologia autoimune constitui aproximadamente 5% dos casos de IOP, sendo a doença autoimune da tireoide presente em 14-27% das mulheres no primodiagnóstico. Assim, recomenda-se determinar os níveis de TSH e a presença de anticorpos anti-peroxidase tireoidiana (anti-TPO) nessas pacientes.166

5.4. Depressão e Ansiedade

Estudos têm mostrado a importância dos FR clássicos nas DCV. Nas mulheres, porém, os FR específicos do gênero e os sub-reconhecidos, como depressão e ansiedade, também têm grande impacto no RCV13 (Figura 5.5).

Figura 5.5. Correlação entre fatores de risco específicos, sub-reconhecidos e bem estabelecidos da doença cardiovascular (DCV) na mulher.173.

Figura 5.5

Um em cada cinco adultos apresenta algum tipo de distúrbio psiquiátrico ao longo da vida. Nas mulheres, porém, os fatores intrínsecos e extrínsecos ao gênero têm o poder de intensificar a ocorrência desses distúrbios, que estão diretamente relacionados ao aumento do RCV nessa população.173,174

Estudos recentes correlacionam doenças mentais, como transtorno de ansiedade generalizada e depressão, com o aumento do RCV, devido às alterações metabólicas desencadeadas por estresse e injúrias do cotidiano em consequência de tais comorbidades.

Padrões distintos de alterações nos hormônios sexuais e na distribuição de gordura corporal, de lipídios e de lipoproteínas ao longo da menopausa relacionam-se com o potencial de acelerar o desenvolvimento das DCV nessa fase de vida da mulher.55

Mulheres portadoras de transtorno de ansiedade generalizada ou depressão podem desenvolver algum grau de prejuízo social devido ao próprio mecanismo de adoecimento, o que pode ser intensificado de maneira natural em certas fases da vida, como na menopausa. Atualmente essa correlação tem sido estudada com uma frequência cada vez maior. Importante ressaltar que sintomas provocados pelo climatério, como SVM, distúrbios do sono e da libido e alterações cognitivas, podem tanto intensificar quadros de comorbidades mentais, como mascarar o seu diagnóstico, tornando o tratamento tardio.173

Em relação à perimenopausa, "gatilhos" como mudanças de carreira, relacionamentos, conscientização do envelhecimento, transformação da aparência física, doença pessoal e familiar e síndrome do ninho vazio, podem corroborar com sentimentos de tristeza, menos-valia, insuficiência, medo e frustração, aflorados pelas síndromes depressivas/ansiosas. O mecanismo fisiopatológico envolve o sistema nervoso autônomo e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando ao aumento de cortisol e catecolaminas e a alterações da homeostase correspondentes.173,174 Além do mais, a presença de transtornos psiquiátricos associa-se com comportamentos pouco saudáveis, que contribuem para elevar o RCV, como a compulsão alimentar, tabagismo, etilismo, sedentarismo e menor adesão ao tratamento de comorbidades.175

O papel prejudicial do transtorno de ansiedade generalizadae da depressão na saúde CV foi demonstrado por estudos recentes, evidenciando que pessoas ansiosas têm um risco de morte cardíaca duas vezes maior em relação à população geral.176 Em contraponto, o apoio emocional está descrito como potencial efeito cardioprotetor.175

Portanto, o acompanhamento longitudinal da saúde da mulher por equipe multiprofissional é de fundamental importância para se diferenciar a fase de menopausa saudável de uma associada à depressão ou ansiedade. A intervenção precoce com estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento adequados visam à diminuição do RCV na mulher nessa fase de vida.174,176

5.5. Osteoporose e Menopausa

O comprometimento da saúde CV e da saúde óssea está diretamente relacionado à idade em que se instala a menopausa. Existe uma forte correlação de IOP e menopausa precoce com o aumento de RCV, osteoporose, fraturas e mortalidade nas mulheres acometidas.177 Seu mecanismo fisiopatológico está relacionado ao efeito direto do estrogênio sobre a função endotelial e sobre o metabolismo ósseo, uma vez que o impacto de FR tradicionais, como HAS, DLP, obesidade e hiperglicemia, frequentes nas mulheres que entram na menopausa em idade habitual, é menor nessas condições.177

Os efeitos sistêmicos da privação estrogênica aumentam o risco de depressão, demência e osteoporose e, consequentemente, de mortalidade por todas as causas. A IOP e a menopausa precoce podem estar relacionadas a fatores genéticos ou ambientais e, pelo aumento do risco de desfechos adversos à saúde da mulher, devem ser consideradas um marcador de risco.132

O estrogênio tem importante papel na homeostase dos ossos, através de seus receptores localizados em células precursoras de osteoblastos e osteoclastos, mantendo assim o balanço entre reabsorção e formação óssea. O estrogênio suprime a reabsorção e a velocidade de remodelamento ósseo através da redução do número de osteoclastos e da sua vida útil, via apoptose de osteoclastos, mantendo, assim, a massa óssea. Além disso, parece atenuar a apoptose de osteoblastos e osteócitos.178

A perda do estrogênio na menopausa leva a remodelamento ósseo negativo e consequente perda óssea, como evidenciado em estudos que mostram aumento da formação de osteoclastos e reabsorção óssea, em parte como resultado do aumento de apoptose de osteócitos.178 Portanto, quanto mais precoce for a menopausa, maior risco de osteoporose, fraturas e aumento de mortalidade por todas as causas.177

Em mulheres menopáusicas, várias intervenções têm sido propostas para otimizar a sua saúde óssea e CV. Mudanças no estilo de vida, como atividade física regular, dieta equilibrada, suplementação alimentar e controle de peso são fundamentais. A THM deve ser indicada para mulheres com IOP, porém existe pouca evidência em relação ao seu uso nas mulheres com menopausa precoce. Nas que entram na menopausa em idade habitual, a THM pode ser indicada para prevenção de osteoporose, especialmente na presença de SVM associados ao período.179

A Figura 5.6 ilustra a massa óssea em homens e mulheres, denotando perda óssea mais acentuada nas mulheres após a menopausa.

Figura 5.6. Massa óssea em homens versus mulheres. Note que, em homens, há redução da massa óssea com o avançar da idade, enquanto, em mulheres, observa-se um declínio mais acentuado relacionado à transição menopáusica/menopausa.

Figura 5.6

6. Risco Cardiovascular e Hormônios Sexuais

6.1. Introdução

As DCV são a principal causa de mortalidade nas mulheres e um constante empenho de força-tarefa multidisciplinar tem sido realizado para mudança desse cenário. FR tradicionais para DCV, como HAS, DM, obesidade, DLP e tabagismo, são reconhecidos em ambos os sexos, sendo, entretanto, crucial destacar FR específicos, que ainda não recebem a devida atenção no momento da anamnese médica.180,181 Neste capítulo serão abordados os temas que devem ser considerados nos algoritmos de estratificação do RCV da mulher, cis- ou não, destacando-se: menarca precoce, contracepção hormonal, SOP, uso de testosterona e hormonioterapia na transexualidade.

6.2. Menarca Precoce

No Brasil, a idade média de menarca é de 12,4 anos e pode ser influenciada por raça, nível socioeconômico, fatores comportamentais, climáticos, genéticos, além de sobrepeso/obesidade.182

A menarca antes dos 10 anos é considerada precoce, mas, quando acontece antes dos 12 anos, já é relacionada a maior RCV, com maior frequência dos FR, mais eventos CV, principalmente DIC e AVC, além de maior mortalidade geral na vida adulta.183-185

Fatores relacionados à nutrição fetal, sobrepeso e maior IMC na infância foram associados a menarca precoce e à SM na vida adulta.183,184,186 Entretanto, após ajuste para IMC, a menarca precoce está associada com níveis desfavoráveis de insulina, glicemia, hemoglobina glicada, PA e pior perfil lipídico na vida adulta. Ademais, foi registrado maior risco de HAS, DM e doença hepática gordurosa não alcoólica.183,184,187

Cada ano de atraso da menarca ocasionou redução de 2% a 4% na mortalidade por todas as causas.184 Entretanto, um estudo com 34 mil mulheres mostrou que o tabagismo elimina essa proteção e as não tabagistas tiveram redução da incidência de HAS, DM, obesidade e insuficiência cardíaca.188,189

O estudo WISE avaliou 648 mulheres americanas e considerou o tempo em que foram expostas ao estrogênio endógeno (gravidez) ou ao estrogênio exógeno (contraceptivo oral). Apesar de observar aumento do RCV nas pacientes com menarca precoce, principalmente quando anterior aos 10 anos de idade, não conseguiu mostrar diferença na incidência de DCV de acordo com a exposição estrogênica ao longo da vida.190

Paradoxalmente, a menarca tardia, após os 17 anos, também parece exercer influência no aumento do RCV.190,191 As hipóteses sugerem que o menor tempo de exposição ao estrogênio ao longo da vida e a SOP podem explicar parcialmente o aumento do RCV.180,184 Contudo, o assunto ainda é controverso e merece mais investigações.188,190

Incluir a idade da menarca na investigação da DCV é uma janela de oportunidade para estratificação de risco, permitindo a implementação de medidas preventivas mais ostensivas, incluindo mudança no estilo de vida e, quando necessário, a terapêutica farmacológica para reduzir eventos CV.

6.3. Contraceptivos Hormonais

O desenvolvimento da contracepção hormonal foi aclamado como uma das mais importantes conquistas de saúde pública do século 20. Desde 1960, a "pílula" tem sido usada por milhões de mulheres para prevenção da gravidez indesejada e suas consequências, como aborto inseguro e morte materna por todas as causas.

A contracepção hormonal está disponível em diferentes vias de administração e apresenta-se sob duas formas de composição: combinação do estrogênio (geralmente etinilestradiol – EE) com progestagênio (derivado da progesterona ou testosterona); e progestagênio isolado. Vale destacar que o anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) é a forma mais utilizada de contracepção hormonal reversível.

6.3.1. Inovação da Contracepção Hormonal e Risco Cardiovascular

Nos anos 60, as evidências científicas mostravam uma "robusta" associação entre doses altas de EE contidas nos AHCO e a ocorrência de tromboembolismo, IM e AVC.192

Admite-se que os principais efeitos adversos CV associados aos AHCO derivam da ação do estrogênio no metabolismo lipídico e na hemostasia, ambos mediados pelos receptores hepáticos do estrogênio.193,194 Esses indicadores incentivaram a produção de AHCO contendo doses mais baixas de EE, com objetivo de diminuir RCV.195

Os progestagênios derivados da testosterona (noretindrona-1a geração, levonorgestrel-2a geração) contidas nos AHCO estão associadas a efeitos colaterais androgênicos com impacto negativo no metabolismo dos carboidratos e lipídios, enquanto os progestagênios derivados da progesterona e espironolactona (clormadinona, drospirenona-4a geração) apresentam ligação mais seletiva aos receptores de progesterona, reduzindo os efeitos colaterais androgênicos, estrogênicos e dos glicocorticoides.196

Recentemente, formulações dos AHCO, valerato de estradiol com dienogeste-4a geração e estradiol com acetato de nomegestrol-4a geração, substituíram os hormônios sintéticos por componentes esteroides análogos às moléculas endógenas. Essa inovação pressupõe que esses compostos mais semelhantes aos hormônios naturais devam apresentar um perfil de segurança CV mais favorável.197

6.3.2. Contraceptivos Hormonais e Doença Cardiovascular

A associação entre uso de contraceptivos hormonais e DCV é um assunto complexo e ainda motivo de debate e investigações. A falta de evidências e estudos de alta qualidade resultam em conclusões inconsistentes e contraditórias.198 Enfim, selecionou-se para este documento estudos que merecem destaque, apesar das limitações.

O risco de IM em usuárias de AHCO foi investigado numa meta-análise de 24 estudos, que mostrou RR de 1,6 (IC 95%, 1,3-1,9) proporcional ao aumento da dose de EE (> 50 mcg) mas não modificado pelo tipo de progestagênio (drospirenona versus levonorgestrel).199 Uma segunda meta-análise de 11 estudos realizados após a década de 90 constatou um risco agregado de 1,7 vez para IM entre as usuárias dos AHCO.200

Estudo específico sobre o risco de tromboembolismo, AVC e IM em usuárias de AHCO com EE < 30 mcg constatou que, para a mesma dose de EE, o risco de TEV foi maior com o desogestrel-3a geração e o gestodene-3a geração, em comparação ao levonorgestrel. Esse resultado não foi observado para tromboembolismo arterial. Além disso, para o mesmo tipo de progestagênio, a dose de EE 20 mcg versus EE 30-40 mcg foi associada a menor risco de eventos.201

A associação entre HAS e uso de AHCO foi estudada na meta-análise contendo 24 estudos com 270.284 participantes que mostrou RR de 1,47 (IC 95%, 1,25-1,73) para usuárias de AHCO e uma relação dose-resposta linear de aumento de 13% (RR 1,13; IC 95%, 1,03-1,25) de casos "novos" de HAS para cada cinco anos de uso dos AHCO.202,203

A meta-análise sobre a relação entre AVC e uso de AHCO revelou riscos de acordo com as seguintes variáveis: 1ª) dose de EE: a cada acréscimo de 10 mcg, houve aumento na OR de 1,19 (IC 95%, 1,16-1,23) para AVC; 2ª) duração do uso do AHCO: a cada 5 anos de uso de AHCO houve aumento na OR de 1,20 (IC 95%, 1,05-1,37); e 3ª) tempo após suspensão do AHCO: para cada 5 anos após a interrupção do uso, a OR foi de 0,82 (IC 95%, 0,68-0,98), reforçando a correlação já conhecida entre estrogênio e RCV.204

Com relação aos contraceptivos com progestagênios isolados, a revisão sistemática e meta-análise mostrou que os RR agrupados para IM e AVC foram 0,98 (IC 95%, 0,66-1,47) e 1,02 (IC 95%, 0,72-1,44), respectivamente.205

As evidências indicam risco mais elevado de TEV em usuárias de AHCO com doses altas de EE (>50 mcg) em comparação às formulações com doses baixas (<35 μg). Há evidências razoáveis que usuárias de AHCO de 3ª geração têm um risco ligeiramente maior de TEV do que usuárias de AHCO de 2ª geração. A administração do combinado hormonal, em adesivo ou anel vaginal, não teve resultados diferentes para o risco de TEV quando comparada à oral.206-208

Em relação aos progestagênios isolados, a análise estratificada de acordo com a via de administração indicou que a via injetável apresentou risco maior de TEV (RR 2,62; IC 95%, 1,74-3,94), não observado para a oral (RR 1,06; IC 95%, 0,7-1,62), e risco diminuído para dispositivo intrauterino hormonal de levonorgestrel (DIUH) (RR 0,53; IC 95%, 0,32-0,89). Não foi encontrado efeito do uso de progestagênio isolado na PA, mas houve tendência de risco aumentado de DM para a forma injetável.209

6.3.3. Situações Subjacentes de Risco Cardiovascular e Uso dos Contraceptivos

Há evidências que tabagismo, idade acima de 35 anos, obesidade, presença de trombofilias hereditárias, tais como mutações do fator V de Leiden e protrombina, G20210A, e deficiências das proteínas C, S ou antitrombina já apresentam riscos intrínsecos para eventos trombóticos, contraindicando os AHCO.206,210

Publicações sobre uso de contraceptivos hormonais em mulheres com cardiopatias são limitadas. Um estudo prospectivo ao longo de 39 meses em mulheres com lesões cardíacas estruturais (reumática e congênitas) observou 11,5% de eventos CV (HAS e isquemia transitória) nas usuárias de AHCO com EE 30 mcg + desogestrel e 7,4% nas usuárias de depo-medroxiprogesterona injetável trimestral.211

Enfim, a prescrição da contracepção hormonal nas situações que apresentam riscos implícitos para DCV deve seguir a orientação dos Critérios de Elegibilidade da OMS212 (Tabela 6.1).

Tabela 6.1. Critérios de elegibilidade segundo a OMS para uso dos contraceptivos hormonais em portadoras de doenças cardiovasculares (DCV).
CONDIÇÃO AHCO PATCH ANEL INJETÁVEL COMBINADO POP INJETÁVEL DMPG IMPLANTE SUBDÉRMICO DIUH
TABAGISMO
< 15 CIGARROS/DIA 3 2 1 1 1 1
≥ 15 CIGARROS/DIA 4 3 1 1 1
MÚLTIPLOS FATORES DE RISCO PARA DCV 3/4 3/4 2 3 2 2
e.x. idade avançada, tabagismo, diabetes, hipertensão e dislipidemias
HIPERTENSÃO 3 3 2 2 2 2
História de hipertensão/pressão arterial não pode ser avaliada (inclui hipertensão gestacional)
Hipertensão arterial controlada
Quando a pressão arterial pode ser avaliada
3 3 1 2 1 1
Pressão arterial elevada
- PAS 140-159 mmHg ou PAD 90-99 mmHg 3 3 1 2 1 1
- PAS > 160 ou PAD > 100 mmHg 4 4 2 3 2 2
DOENÇA VASCULAR 4 4 2 3 2 2
TVP / EP
História de TVP/EP 4 4 2 2 2 2
TEV/EP aguda 4 4 3 3 3 3
TEV/EP em terapia anticoagulante 4 4 2 2 2 2
Cirurgia de grande porte com imobilização prolongada 4 4 2 2 2 2
MUTAÇÕES TROMBOGÊNICAS RECONHECIDAS 4 4 2 2 2 2
Fator V Leiden, mutação da protrombina, proteína S, proteína C e deficiência antitrombina
DOENÇA ISQUÊMICA CARDÍACA 4 4 I C 3 I C I C
Atual e história 2 3 2 3 2 3
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL 4 4 I C 3 I C 2
Atual e história 2 3 2 3
DOENÇA VALVAR CARDÍACA 4 4 1 1 1 2
Fatores complicadores das valvopatias (hipertensão pulmonar, risco de fibrilação atrial, história de endocardite infecciosa)

AHCO: anticoncepcional hormonal combinado oral; DCV: doença cardiovascular; patch: patch transdérmico; anel: anel vaginal; POP: pílulas orais de progesterona; DMPG: depo-medroxiprogesterona; DIUH: dispositivo intrauterino com levonorgestrel; TVP: trombose venosa profunda; EP: embolia pulmonar; PAD: pressão arterial diastólica; PAS: pressão arterial sistólica; TEV: tromboembolismo venoso; C: uso contínuo; Categoria 1: Condição sem restrição ao uso do método; Categoria 2: Condição em que as vantagens superam as desvantagens do uso do método; Categoria 3: Condição em que os riscos superam as vantagens do método; Categoria 4: Condição com inaceitável risco à saúde pelo uso do método.

6.3.4. Doença Cardiovascular Tardia e Uso de Contraceptivos Hormonais

O estudo prospectivo de 11,8 anos que incluiu 161.017 mulheres mostrou que o histórico de uso dos AHCO, independentemente dos FR tradicionais, foi associado a menor risco de morte por todas as causas e de incidência de eventos CV tardios, como doença coronariana, IM, insuficiência cardíaca e FA, após ajuste para idade (todos com significância estatística p<0,05).212-214

Admite-se que o tratamento com os AHCO dos distúrbios reprodutivos na idade fértil exerce efeito protetor do sistema CV. Essa concepção vem ao encontro de diversas evidências que mostram que ciclos anovulatórios causados por hipoestrogenismo e disfunção hipotalâmica aumentam o risco de aterosclerose coronariana e eventos CV.215

6.4. Síndrome do Ovário Policístico

A infertilidade é uma condição que acomete 9-18% da população em idade reprodutiva e é reconhecidamente um FRCV para mulheres na faixa etária do climatério. Uma de suas causas mais comuns é a SOP que pode causar a elevação dos hormônios androgênicos e SM.216 A SOP afeta 6-10% das mulheres em idade reprodutiva globalmente e é definida como a presença de dois dos seguintes critérios: excesso de androgênios, presença de cistos ovarianos e oligoanovulação.217

As mulheres portadoras de SOP têm risco aumentado de distúrbios metabólicos reconhecidamente relacionados à aterosclerose e DCV, como obesidade, HAS, intolerância à glicose, DLP e apneia obstrutiva do sono. A DLP é a anormalidade metabólica mais frequente na SOP e, em geral, apresenta-se com baixos níveis de HDL-c e altas concentrações de TG, podendo também cursar com aumento do LDL-c.218

Os mecanismos biológicos que ligam a SOP ao aumento do RCV são multifatoriais. A resistência à insulina, altamente prevalente em mulheres com SOP, tanto magras quanto obesas, aumenta a lipólise do tecido adiposo, levando a DLP e vasoconstrição, que é mediada pela redução da produção de NO no endotélio vascular. A hiperinsulinemia pode levar à elevação da atividade simpática com consequente aumento da retenção renal de água e da PA, enquanto os defeitos na secreção e na ação periférica da insulina contribuem para um risco aumentado de DM.219

A relação de SOP com doença aterosclerótica já foi demonstrada em 2014 no estudo CARDIA (Coronary Artery Risk Development in Young Adults)220 que avaliou a presença de hiperandrogenismo e anovulação e correlacionou com o desenvolvimento de calcificações de artérias coronárias e aumento da EMI carotídea, classificando essas mulheres como portadoras de doença aterosclerótica subclínica (OR 2,70; IC 95%, 1,31-5,60).

Em uma meta-análise mais recente com 10 estudos e 166.682 mulheres incluídas, houve um aumento do risco de IM, DIC e AVC (OR 1,66; IC 95%, 1,32-2,08), mas não de mortalidade CV ou por todas as causas nas pacientes portadoras de SOP.221

Uma meta-análise de 32 estudos mostrou que mulheres com SOP tiveram risco 1,3 vez maior de desenvolver um composto de DCV e esse risco aumentado foi mantido quando avaliados DIC e AVC em separado, mas, novamente, não se comprovou aumento da mortalidade CV.222

Para mulheres que se encontram no climatério, é necessário que seus médicos conheçam seu passado de fertilidade, porque a presença de SOP pode modificar seu RCV. Esse dado deve constar na avaliação dos FRCV, assim como os antecedentes obstétricos, menopausa precoce, depressão, doenças autoimunes, entre outros FR emergentes para uma determinação de risco precisa e individualizada.

6.5. Uso de Testosterona em Mulheres

Testosterona é um importante esteroide sexual que atua de forma direta como andrógeno ou indireta como precursor de estrogênio em mulheres.223 As DCV são a principal causa de morte no mundo e, embora mulheres sejam menos afetadas que homens durante a fase reprodutiva, o RCV aumenta na fase de TM devido à perda da proteção dos estrogênios ovarianos e circulação de andrógenos.224

Ainda é inconclusivo se o uso de testosterona exógena traz risco ou dano de DCV em mulheres, pois não foram realizados ensaios clínicos randomizados direcionados para avaliar esses efeitos. Dados observacionais em relação à testosterona endógena e morbimortalidade em mulheres por DCV são inconsistentes, sendo alguns positivos, outros negativos e outros sem associação, talvez por diferenças entre os desenhos dos estudos.225 Até recentemente, o uso de androgênios em mulheres vem sendo considerado com ceticismo. O hiperandrogenismo é típico de mulheres com hirsutismo e SOP, sendo associado a RCV aumentado e distúrbios metabólicos.

No Women's Health Study, observou-se que um alto índice de androgênios livres estava relacionado a aumento do risco de DIC em mulheres na pós-menopausa, embora essa associação não fosse independente de outros FRCV. Também no Cardiovascular Health Study, encontrou-se uma associação de altos níveis de testosterona com risco de DAC. No entanto, um estado hipoandrogênico também é prejudicial à saúde CV. Baixos níveis de androgênios estão associados a aterosclerose e DAC, além de dano em parede arterial em idosos de ambos os sexos.226 Foi proposto que nível baixo de testosterona sérica em mulheres é prejudicial à saúde CV, dado que a testosterona em concentrações fisiológicas tem efeitos favoráveis sobre tônus vasomotor, função endotelial e resistência vascular periférica.227

Um subestudo do Aspirin in Reducing Events in the Elderly (ASPREE), estudo (Sex Hormones in Older Women), realizado em mulheres australianas com idade mínima de 70 anos e que não usavam nenhum tipo de reposição hormonal ou esteroide, comparou concentrações mais baixas de hormônios sexuais versus mais altas e avaliou como desfechos primários os eventos CV adversos maiores e mortalidade por todas as causas. Níveis séricos de testosterona e DHEA acima do quartil mais baixo em mulheres mais velhas foram associados a um risco reduzido de um primeiro evento CV adverso maior.228 Lopez et al.,229 em estudo observacional, avaliaram a associação de terapia de reposição de testosterona e desfechos CV em mulheres cisgênero e população transgênero, além de determinar se essa associação varia com o status da menopausa. Nesse estudo, o uso de terapia de reposição de testosterona aumentou o risco de DCV, DAC e AVC entre mulheres cisgênero, mas não na população transgênero do estudo.229

Atualmente, apenas uma indicação para suplementação de testosterona é baseada em evidências: tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo em mulheres na pós-menopausa. Nesse cenário, não deve-se utilizar via oral por estar associada a efeitos adversos do metabolismo lipídico, devendo a dose prescrita resultar em níveis fisiológicos de testosterona sanguínea próximos aos da pré-menopausa.227

A terapia de reposição de testosterona não está indicada e nem deve ser usada para a melhora de saúde cardiometabólica ou musculoesquelética, SVM ou alterações de humor, pois não temos evidências para seu uso em mulheres na pré-menopausa. Nas mulheres na pós-menopausa, a reposição de testosterona dentro dos níveis fisiológicos pode melhorar o bem-estar geral, mas os dados são ainda inconclusivos e não temos estudos suficientes sobre o impacto dos andrógenos na saúde CV em mulheres na pós-menopausa, nem se podem ser utilizados para tratamento CV. Ainda temos uma grande lacuna do conhecimento científico em relação à terapia de reposição de testosterona, necessitando estudos robustos randomizados e com avaliações específicas para os grupos populacionais nos diversos cenários atuais.

6.6. Terapia Hormonal e Transexualidade

Transgênero ou incongruência de gênero descreve situacão onde o gênero individual difere do sexo atribuído ao nascimento. Cerca de 0,6-1,1% da população mundial e 2,7% dos adolescentes são transgênero. A disforia de gênero seria o desconforto entre identidade de gênero e seu sexo registrado ao nascimento. A identidade de gênero seria o cuidado afirmativo, podendo incluir terapia hormonal para afirmação de gênero (THAG) e cirurgias, além de outros procedimentos.230

A OMS reclassifica a incongruência de gênero do capítulo de saúde mental para um novo e estabelecido "capítulo de saúde sexual", refletindo a compreensão atual de identidade de gênero. Essa reclassificação visa diminuir estigma e facilitar cuidados de saúde afirmativos de gênero.231

A THAG ajuda a melhorar a disforia de gênero e promover bem-estar. É difícil avaliar os efeitos CV desses tratamentos devido à variabilidade de esquemas hormonais, escassez de estudos longitudinais centrados nos resultados CV e fatores de confusão que sabidamente aumentam RCV nessa população, como estresse psicológico, tabagismo, abuso de álcool, infecção por HIV, discriminação, pobreza, sendo alguns passíveis de intervenção. Não existe consenso sobre a comparabilidade do RCV entre um indivíduo transgênero e um cisgênero; ademais, devemos buscar problemas médicos anteriores à THAG.232

Intervenções afirmativas de gênero incluem supressão da puberdade, hormonioterapia e cirurgia afirmativa de gênero. Neste capítulo vamos nos ater à THAG e seus efeitos sobre FRCV.233

6.6.1. Terapia Hormonal para Afirmação de Gênero

Terapia hormonal em indivíduo transgênero visa diminuir níveis de hormônios endógenos e manter níveis hormonais compatíveis com aqueles do gênero oposto, principalmente para obtenção de caracteres sexuais secundários do gênero desejado, amenizando os do sexo biológico. Essas mudanças visam proporcionar bem-estar físico, mental e emocional.234

Na Tabela 6.2, encontramos os principais hormônios envolvidos na THAG, efeitos desejados e adversos.

Tabela 6.2. Principais hormônios envolvidos na terapia hormonal para afirmação de gênero, efeitos desejados e adversos.
HORMÔNIO VIA DE USO DOSE EFEITOS DESEJADOS EFEITOS ADVERSOS GERAIS
MULHER TRANSGÊNERO
Valerato de estradiol Oral 2-6 mg/dia Hormônio adequado para as mudanças: suprime gonadotrofinas e, consequentemente, produção dos andrógenos
Essas mudanças podem ser definitivas e devem ser esclarecidas com relação à fertilidade
Terapia com estrogênios em geral:
  • Alterações no metabolismo hepático

  • Alterações no colesterol têm resultados conflitantes

  • Aumento de triglicérides

  • Redução de homocisteína sérica

  • Estado protrombótico dependente da dose e via de administração

  • Maior incidência de IM vs. mulheres cis

  • Maior incidência de IM vs. homens cis

  • Maior incidência de TEV vs. mulheres e homens cis

Estradiol Transdérmico 0,025-0,2 mg/dia
Estradiol (valerado ou cipionato) Parenteral 2-10 mg intramuscular/semana
ANTIANDROGÊNIOS
Espironolactona Oral 100-300 mg/dia Efeito antimineralocorticoide, podendo alterar níveis pressóricos
Em doses altas: potencial aumento de meningiomas; depressão e hiperprolactinemia
Acetato de ciproterona Oral 25 mg/dia
Triptorrelina Subcutâneo 3,75 mg/mês
Finasterida Oral
HOMENS TRANSGÊNEROS
Testosterona cipionato ou enantato Parenteral 100-200 mg a cada 4 semanas Terapia com testosterona no geral:
  • Alterações adversas no metabolismo de colesterol: aumento de LDL, redução de HDL e leve aumento de triglicérides

  • Aumento de resistência à insulina


Aumento da homocisteína sérica
  • Aumento da espessura mediointimal com uso continuado

  • Apesar dos efeitos adversos descritos, não parece aumentar desfecho CV em homens trans na maioria das séries.


Entretanto, alguns estudos demonstram aumento de IM em homens trans vs. gêneros cis no geral
Testosterona decanoato Parenteral 1000 mg a cada 12 semanas
Testosterona gel 1,6% Transdérmico 50-100 mg/dia
Testosterona Patch Transdérmico 25-75 mg/dia

AVC: acidente vascular cerebral; CV: cardiovascular; IM: infarto do miocárdio; TEV: tromboembolismo venoso.

A – Terapia transexual feminina com estrogênios

O estradiol é o hormônio adequado para as mudanças, suprimindo gonadotrofinas e, consequentemente, a produção dos andrógenos. Essas mudanças podem ser definitivas e devem ser esclarecidas com relação à fertilidade.

Etinilestradiol é um estrogênio sintético que foi amplamente utilizado. Entretanto, devido ao seu potencial pró-trombótico e o seu possível papel na DCV, a maioria dos esquemas atuais usa o valerato de estradiol oral, cutâneo ou intramuscular. Faltam estudos que comparem a segurança e a eficácia a longo prazo entre as diferentes formulações de estradiol.230,235

B – Terapia de supressão de andrógenos

Espironolactona reduz a síntese de testosterona e sua ação no receptor androgênico. Agonistas liberadores de gonadotrofinas, como triptorrelina e acetato de ciproterona, bloqueiam os receptores de androgênio. Finasterida melhora a alopecia androgenética em mulheres transgênero.236

C – Terapia transexual masculina com testosteronas

O principal tratamento hormonal é a testosterona, com objetivo de parar a menstruação e induzir virilização, alteração de voz e aquisição de contornos físicos masculinos. Essas mudanças podem ser definitivas e devem ser esclarecidas com relação à fertilidade. Deve-se monitorizar peso, níveis de PA e valor do hematócrito, pois eritrocitose pode ocorrer com o uso de alguns tipos de testosterona.231,237

6.6.2. Transexualidade e Saúde Cardiovascular

Em toda a literatura referente a indivíduos transgênero e RCV, observa-se preocupação com os FR confundidores presentes em quase 50% dessa população: tabagismo, estresse, alterações do sono e, especialmente, os determinantes psicossociais. Temos de salientar que, muitas vezes, a THAG se inicia na adolescência, aumentando o tempo de exposição aos hormônios e FR psicossociais nessa população. Assim, não só o cardiologista, mas toda a equipe multidisciplinar envolvida nesses cenários deve procurar abordar e intervir positivamente nesses pilares da saúde CV que são formados de variáveis qualitativas de difícil análise e avaliação de impacto, mas de grande importância. As lacunas do conhecimento nesse tema são amplas, necessitando futuras pesquisas bem conduzidas.181,231

7. Recomendações Atuais para Terapia Hormonal da Menopausa

Nos últimos 20 anos, estudos longitudinais com mulheres na transição para a menopausa enfatizaram o aumento do risco de DCV nesse período. Esse aumento do risco decorre de alterações endógenas dos hormônios sexuais e mudanças desfavoráveis na distribuição de gordura corporal, lipídios e lipoproteínas, bem como nas medidas funcionais da saúde vascular na TM, descritas nos capítulos anteriores. Esses dados enfatizam a importância da monitorização para se intervir na saúde CV das mulheres na TM.238

Por esses motivos, a partir do final da década de 1980, houve uma mudança da prescrição de terapia de estrogênio de curto prazo para os sintomas das mulheres na TM, optando-se pela prescrição de longo prazo (mais de 5 anos) para prevenção de DCV, especialmente DAC. Essa estratégia de prevenção foi baseada em mais de 30 estudos observacionais, quase todos demonstrando um efeito protetor do estrogênio em relação às DCV.238 Além dos dados observacionais, estudos angiográficos e de autópsia sugeriram um efeito antiaterogênico do estrogênio.239,240

Embora os estudos observacionais iniciais sugerissem benefícios da THM para a prevenção primária e secundária da DCV, isso não foi confirmado em grandes ensaios clínicos subsequentes. O estudo WHI foi um conjunto de ensaios clínicos, incluindo dois ensaios de terapia com estrogênio, em mulheres saudáveis na pós-menopausa com idades entre 50 anos e 79 anos. Um dos ensaios que testou o regime combinado contínuo de estrogênio-progestagênio [estrogênio conjugado 0,625 mg e acetato de medroxiprogesterona 2,5 mg/dia] versus placebo em mais de 16 mil mulheres foi descontinuado devido a um risco aumentado de câncer de mama, AVC, DAC e TEV durante um acompanhamento médio de 5,2 anos.1 Outro estudo com estrogênio conjugado 0,625 mg versus placebo em cerca de 11 mil mulheres submetidas a histerectomia também foi descontinuado, devido a risco aumentado de AVC e ausência de benefício para a saúde CV das mulheres na menopausa.241

Fatores incluindo a idade avançada dos participantes da população do WHI, bem como o tipo de estrogênio, a via de administração e a dose empregada foram hipóteses elencadas para explicar os resultados discordantes.242 Outros fatores propostos para os resultados adversos observados foram IMC elevado, comorbidades associadas, como diabetes, história familiar e tabagismo, e o tempo de TM até o início da THM. Estudos subsequentes demonstraram que o risco absoluto de qualquer evento adverso (câncer de mama, DAC, AVC ou TEV) foi baixo, 19 eventos adicionais por ano por 10 mil mulheres em uso de THM versus placebo.243

Sabidamente, o estrogênio é o tratamento mais eficaz disponível para o alívio dos sintomas da menopausa, principalmente os SVM. A THM, estrogênio isolado ou combinado com progestagênio, é atualmente indicada para o tratamento dos sintomas da menopausa. O uso a longo prazo para prevenção de doenças não é mais recomendado.244

Dados de um modelo de primata, estudos observacionais em mulheres na pós-menopausa, meta-análise de ensaios clínicos, estudo de angiografia coronariana e análises secundárias do WHI sugerem que o momento da exposição à THM é um fator importante na influência do RCV subsequente. O uso de THM nos primeiros anos da menopausa não parece estar associado a um aumento do risco de DCV quando comparado ao de mulheres mais velhas na pós-menopausa.238 A população do estudo WHI era mais velha (média de idade, 63 anos) do que a da maioria dos estudos observacionais. A idade mais avançada no momento do início da THM poderia estar associada com mais aterosclerose subclínica no início do estudo, com lesões ateroscleróticas avançadas ou complexas que podem ser mais suscetíveis aos efeitos pró-trombóticos e pró-inflamatórios do estrogênio, em especial quando utilizado pela via oral. Em contraste, iniciar a THM logo após a menopausa pode não causar danos (ou possivelmente ser benéfico).

Uma meta-análise de 19 ensaios de THM oral (incluindo o WHI) com mais de 40 mil mulheres na pós-menopausa, com análises de subgrupos em mulheres que iniciaram a THM menos de 10 anos após a menopausa, reportou menor risco de DAC e mortalidade por DCV.245 Uma meta-análise de ensaios semelhantes de 2017 concluiu que os riscos do uso prolongado da THM para prevenção de doenças crônicas superavam quaisquer benefícios.246

Devido ao aumento da expectativa de vida das mulheres, estima-se que 40% do seu tempo de vida transcorrerá no período da pós-menopausa. Considerando-se que:

  • Os SVM estão associados a pior perfil cardiometabólico e medidas de aterosclerose subclínica.

  • Os distúrbios do sono são uma queixa comum durante a TM e estão associados a um maior risco de DCV subclínica e piores índices de saúde CV.

  • A depressão ocorre com maior frequência durante os anos de perimenopausa e pós-menopausa e está relacionada com SVM e ocorrência de DCV.

  • O aumento da adiposidade central que ocorre na TM está associado a risco aumentado de mortalidade, mesmo entre aqueles com IMC normal.

  • Os aumentos de lipídios (LDL-c e apolipoproteína B), o risco de SM e o remodelamento o vascular são impulsionados mais pela TM do que pelo envelhecimento.

  • A ocorrência de maior risco de fraturas por perda de massa óssea associada à TM.

A SBC, a FEBRASGO e a SOBRAC recomendam a FAVOR da adoção da THM para as mulheres climatéricas sintomáticas sem contraindicações. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).64,94,132,238,242,247-254

Essa terapia consiste na administração de hormônios sexuais que devem ser individualizados de acordo com os riscos e benefícios de cada mulher. As várias formulações, doses e vias de administração de THM têm alta eficácia no alívio de sintomas do climatério e foram discutidas nos capítulos anteriores. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO). Não há idade ou duração máxima pré-estabelecida para uso da THM, devendo a decisão de continuar ou interromper a THM ser baseada na manutenção das indicações e na ausência de mudanças de riscos. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza MODERADO).64,179,244,247,255-259

A indicação primária de THM sistêmica é o tratamento dos SVM, sendo essa terapia a mais efetiva e considerada padrão-ouro para alívio desses sintomas. A terapia estrogênica vaginal isolada é efetiva somente para tratar os sintomas da síndrome geniturinária. A THM também está indicada para prevenção de perda de massa óssea e redução do risco de fraturas. Para mulheres com IOP, a THM deve ser usada no mínimo até próximo aos 50 anos, idade média de ocorrência da menopausa. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).34,143,260-273

A literatura que apoia um papel crítico para o tempo de início do uso de THM antes dos 60 anos de idade ou dentro de 10 anos após a menopausa, parece ser associada à redução do risco de DCV. As evidências sugerem que os efeitos da THM na progressão de eventos de aterosclerose e DCV variam de acordo com a idade quando a THM é iniciada ou o tempo desde a menopausa até o início da THM. Os efeitos benéficos nos resultados de DCV e mortalidade por todas as causas podem ocorrer quando a THM é iniciada em mulheres < 60 anos de idade ou < 10 anos desde a menopausa, porém podem ocorrer efeitos nulos ou prejudiciais quando a THM é iniciada em idades mais avançadas ou após maior tempo desde a menopausa.

Numerosos estudos observacionais antes de 1991, que preconizavam o uso de THM próximo ao início da menopausa, reportaram redução das taxas de DAC em usuárias de THM.273 Análise dos estudos observacionais prospectivos relatou um RR de eventos de DAC de 0,50 (IC 95%, 0,43-0,56).42 Análises do Nurses’ Health Study, com mulheres de 30-55 anos de idade no início do estudo, mostraram menor risco de mortalidade entre as usuárias atuais em comparação àquelas que nunca usaram THM (RR, 0,63; IC 95%, 0,56-0,70), sendo a redução da mortalidade maior naquelas com maior risco.274 Estudos caso-controle e transversais também mostraram redução da mortalidade em mulheres em THM com DAC definida angiograficamente.273,275-277

A THM deve ser iniciada na "janela de oportunidade", isso é, nos primeiros 10 anos após o início da menopausa e/ou antes dos 60 anos de idade.** A decisão de iniciar a THM, a dose utilizada, o regime e a duração do seu uso devem ser feitos de forma individualizada após discutir os benefícios e riscos com cada paciente e após fornecer à paciente folheto informativo do produto selecionado. Isso deve ser considerado no contexto dos benefícios globais obtidos com o uso de THM, incluindo controle de sintomas e melhora da qualidade de vida, bem como considerando os potenciais benefícios CV e ósseos associados ao uso da THM. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

Não se recomenda o uso combinado de estrogênio e progestagênio para a prevenção primária de condições crônicas em pessoas assintomáticas na pós-menopausa. Também não se recomenda o uso de estrogênio isolado para a prevenção primária de condições crônicas em pessoas na pós-menopausa submetidas a histerectomia. Os efeitos da THM no risco de DCV variam dependendo do momento em que é iniciada. Em mulheres saudáveis, quando iniciada na janela de oportunidade, pode apresentar efeitos favoráveis no risco de DCV. Entretanto, não há indicação de se iniciar a THM com o objetivo de prevenção primária CV nos múltiplos cenários. Contrariamente, iniciar a THM após os 60 anos de idade ou mais de 10 anos após a menopausa pode elevar o risco absoluto de DAC, TEV e AVC. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).29,42,255,283-290

Com a cessação da função ovariana, ocorre grande impacto sobre os FR cardiometabólicos, onde se incluem o aumento da PA, do colesterol, da massa corporal e da glicose plasmática. A obesidade está fortemente relacionada à elevação da PA em mulheres.291,292 Na menopausa, em resposta à elevação da PA, a mulher apresenta anormalidades mais intensas da microcirculação, maior ocorrência de doença renal crônica e de alterações na microcirculação coronariana, bem como de hipertrofia ventricular esquerda concêntrica.291,292 A HAS na mulher é um FR mais forte para infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (mais comum em mulheres) e reduzida, doença arterial periférica, AVC e declínio cognitivo. Na menopausa mais tardia, também foi observada aceleração significativa da rigidez arterial, o que pode contribuir para um risco CV ainda maior.293

Doses de reposição de estrogênio têm pouco efeito sobre a PA. O ensaio combinado de estrogênio-progestagênio WHI observou apenas um pequeno aumento (1,5 mmHg) na PA sistólica em comparação com placebo.1 Além disso, uma diferença semelhante entre os grupos em uso de hormônio e placebo de 1,1 mmHg foi observada no estudo WHI de estrogênio isolado.241 Da mesma forma, o estudo Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions (PEPI) reportou que o estrogênio, isolado ou combinado com progestagênio, não afetou a PA. Esses achados contrastam com a elevação frequente da PA observada quando doses mais altas de estrogênio sintético (EE) são administradas como contracepção oral.291 Mulheres com HAS controlada e SVM moderados a intensos podem utilizar THM por qualquer via, sendo, porém, preferível a terapia estrogênica transdérmica (através de gel ou adesivos) na presença de obesidade, DLP, DM e SM. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza MODERADO).

Todas as mulheres na peri- e pós-menopausa, incluindo aquelas que usam THM devem realizar mamografia de rastreamento periódico de acordo com as diretrizes atuais de rastreamento. A FEBRASGO sugere que antes da prescrição da THM seja realizada mamografia. Adicionalmente, a quantificação de CT e suas frações, TG e glicemia de jejum auxilia na escolha da melhor via de administração da THM. Outros exames complementares podem ser necessários a depender dos achados na anamnese e no exame físico e dos FR. Além disso, mulheres climatéricas com estratificação de risco intermediário para DCV podem necessitar uma avaliação complementar para melhor individualizar a THM.179,294

Evidências observacionais sugeriram que poderia haver um efeito protetor da THM sobre as DCV. No entanto, o WHI e outros estudos não corroboraram esses achados. A análise de 3 ensaios (n = 18.085) não mostrou diferença significativa em risco de eventos de DAC em pessoas tratadas com estrogênio associado a progestagênio em comparação com placebo (2,8% versus 2,6%; RR, 1,12; IC 95%, 0,94-1,33) durante um acompanhamento médio de 4 anos. Da mesma forma, uma análise agrupada de 3 ensaios (n = 11.310) não encontrou nenhuma diferença significativa em eventos coronários entre pessoas que usaram estrogênio isolado e aquelas que usaram placebo (RR, 0,95; IC 95%, 0,79-1,14) durante um seguimento médio de 4,1 anos. O WHI reportou um risco aumentado de AVC com estrogênio tanto em terapia isolada quanto em terapia combinada com progestagênio. O risco de AVC foi significativamente maior em pessoas randomizadas para receber estrogênio associado a progestagênio em comparação com aquelas randomizadas para placebo (1,9% versus 1,3%; HR, 1,37; IC 95%, 1,07-1,76). Igualmente, as mulheres que receberam apenas estrogênio tiveram um risco estatisticamente maior de AVC em comparação com aquelas que receberam placebo (3,2% versus 2,4%; HR, 1,35; IC 95%, 1,07-1,70). Não se recomenda a THM sistêmica em mulheres com DCV manifesta, histórico prévio de IAM ou AVC.279 (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).283,295 A terapia estrogênica por via vaginal para o tratamento da síndrome geniturinária da menopausa pode ser utilizada em pacientes com FRCV conhecidos ou DCV estabelecida e não necessita o acréscimo de progestagênio naquelas histerectomizadas.29,42,179,255,284-290,294

Para mulheres com contraindicação ou que não desejam usar THM, terapias não hormonais com eficácia comprovada*** podem melhorar os SVM. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

Cinco ensaios relataram risco de tromboembolismo com o uso da THM oral. No WHI (n = 16.608), mulheres randomizadas para receber estrogênio conjugado combinado com medroxiprogesterona tiveram um risco aumentado de trombose venosa (1,96% versus 0,94%; HR, 2,06; IC 95%, 1,57-2,70), TVP (1,4% versus 0,8%; HR, 1,87; IC 95%, 1,37-2,54) e EP (1,0% versus 0,5%; HR, 1,98; IC 95%, 1,36-2,87) em comparação com aquelas no grupo placebo.132,298 Outros estudos relataram poucos eventos tromboembólicos ou eram consistentes com os resultados do WHI.283,295 No WHI (n = 10.739), mulheres randomizadas para receber apenas estrogênio tiveram um risco aumentado de TVP (1,6% versus 1,0%; HR, 1,48; IC 95%, 1,06-2,07). O risco de EP foi maior no grupo estrogênio do que no grupo placebo, mas os resultados não foram estatisticamente significativos, embora o IC tenha sido amplo (0,98% versus 0,72%; HR, 1,35; IC 95%, 0,89-2,05).132 Para mulheres com histórico de TEV, a THM em geral não é recomendada, mas, a depender do fator que ocasionou o evento, se a decisão for pela indicação, a utilização da via transdérmica seria a de menor risco. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza MODERADO). Doença hepática descompensada, sangramento de causa desconhecida e lúpus eritematoso sistêmico com elevado risco trombótico também são contraindicações com nível de evidência fraca. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FRACA. Nível de certeza BAIXO).

Os ensaios da THM relataram o risco de câncer de mama como um dos principais resultados adversos do tratamento. No WHI, foram randomizadas 16.608 mulheres para receber estrogênio combinado com progestagênio ou placebo. Houve aumento significativo do risco de câncer de mama no grupo que recebeu a THM em comparação com aquelas que receberam placebo (2,4% versus 1,9%; HR, 1,24; IC 95%, 1,01-1,53),132 tendo o risco persistido no seguimento.303-305 Também no WHI, durante 20,3 anos de acompanhamento, a estimativa pontual do risco de mortalidade por câncer de mama foi maior para pessoas no grupo estrogênio combinado com medroxiprogesterona do que para aquelas no grupo placebo, embora a diferença não tenha alcançado significância estatística (HR, 1,35; IC 95%, 0,94-1,95).304 Quatro estudos relataram os efeitos do estrogênio isolado sobre câncer de mama; no entanto, apenas o WHI acompanhou as participantes por mais de 3 anos. Com 20,7 anos de seguimento, o WHI relatou um risco menor de câncer de mama invasivo no grupo que recebeu estrogênio isolado em comparação com as mulheres que receberam placebo (HR, 0,78; IC 95%, 0,65-0,93).1 Ainda no estudo WHI, no acompanhamento de 20,7 anos, o grupo de intervenção com estrogênio teve um risco menor de mortalidade por câncer de mama do que no grupo placebo (HR, 0,60; 95% IC, 0,37-0,97).304 O risco de câncer de mama associado à THM é baixo, com menos de um caso adicional por 1.000 mulheres por ano de uso. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

Em 16.608 mulheres, a THM foi associada com um pequeno aumento no risco de câncer de mama com o uso de 0,625 mg/d de estrogênio equino conjugado mais 2,5 mg/d de acetato de medroxiprogesterona comparado ao placebo (0,38%/ano para estrogênio equino conjugado mais acetato de medroxiprogesterona versus 0,30%/ano para placebo).1 Em 10.738 mulheres, o tratamento com 0,625 mg/d de estrogênio equino conjugado isolado não mostrou esse desfecho (0,26%/ano para estrogênio equino conjugado isolado versus 0,33%/ano para placebo).306 São contraindicações à THM as neoplasias hormônio-dependentes, como câncer de mama, lesões precursoras para câncer de mama, câncer de endométrio, antecedente pessoal de DAC e cerebrovascular. (Força da recomendação a FAVOR. Recomendação FORTE. Nível de certeza ALTO).

Hormônios naturais constituídos por preparações de estradiol e progesterona micronizada são aprovados pela agência americana FDA e são disponíveis mediante prescrição. Em contrapartida, preparações manipuladas de hormônios bioidênticos não são aprovadas por essa agência reguladora e devem ser evitadas porque não foram avaliadas quanto à segurança ou eficácia e não são monitoradas quanto à qualidade.307 Em 2020, um relatório das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina concluiu que as preparações de hormônios bioidênticos manipulados não incluíam rotulagem adequada sobre instruções para uso, contraindicações e potenciais efeitos adversos e careciam de informações confiáveis sobre os dados para avaliar segurança, eficácia e relação da variabilidade produto a produto.306,307 A maioria das afirmações de marketing sobre a segurança e a eficácia de preparações manipuladas de hormônios bioidênticos não é embasada em estudos devidamente controlados. O uso de preparações de hormônios bioidênticos (por exemplo, desidroepiandrosterona, estradiol, cipionato de estradiol, estriol, estrona, pregnenolona, progesterona, testosterona, testosterona cipionato e propionato de testosterona) deve ser restrito a pessoas com alergia documentada a ingredientes farmacêuticos ativos ou excipientes de medicamentos aprovados pelas agências reguladoras. As pacientes devem ser informadas sobre os riscos inerentes à falta de regulamentação para preparações manipuladas de hormônios bioidênticos. Os implantes hormonais manipulados ou outros hormônios "bioidênticos" "manipulados" e a chamada "modulação hormonal" não são recomendados pela falta de evidência científica de eficácia e segurança desses compostos.306,307 A SBC, a FEBRASGO e a SOBRAC posicionam-se CONTRA a adoção dessas terapias. Recomendação FORTE. Nível de certeza MUITO BAIXO.

As pacientes devem ser informadas que acupuntura, terapia de relaxamento, fitoestrógenos, exercícios e black cohosh não são significativamente melhores que placebo para aliviar os SVM.308-311 Em ensaios clínicos de terapias para tratar SVM, até 50% dos participantes responderam ao placebo.312 Portanto, um controle com grupo placebo é necessário para avaliar a eficácia de potenciais tratamentos para SVM.306

Aumento absoluto no risco associado à THM são menores para mulheres que começam o tratamento próximo ao início da menopausa. Maior segurança das preparações transdérmicas de estradiol em relação a estrogênio equino conjugado combinado com acetato de medroxiprogesterona via oral (em relação ao risco de AVC ou DAC) é sugerida por grandes estudos observacionais, não existindo ensaios clínicos randomizados, controlados e multicêntricos.306 Importante ressaltar que são necessários novos ensaios clínicos que abordem questões ainda não respondidas, como por exemplo: a idade ou o momento de início da THM afeta diferentemente os resultados de saúde?; os benefícios e malefícios da THM podem variar entre grupos populacionais, raciais e étnicos?; as barreiras socioeconômicas que implicam em maior risco de certas condições crônicas (DM, AVC, DAC crônica) alteram os resultados da THM?; há benefícios e malefícios comparativos de diferentes formulações e durações do tratamento da THM?255

As recomendações atuais para a THM são sumarizadas na Figura 7.1.

Figura 7.1. (continuação) – Recomendações atuais para a terapia hormonal da menopausa. AVC: acidente vascular cerebral; DAC: doença arterial coronariana; DCV: doença cardiovascular; FEBRASGO: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; IAM: infarto agudo do miocárdio; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; SOBRAC: Associação Brasileira de Climatério; SVM: sintomas vasomotores; TEV: tromboelismo venoso; THM: terapia hormonal da menopausa.

Figura 7.1

8. Evidências Contemporâneas da Terapia Hormonal em Mulheres

8.1. O que Deve Ser Utilizado: Tipos, Doses e Vias de Administração

A THM consiste na administração farmacológica de esteroides sexuais, especialmente estrogênios e progestagênios, a mulheres na TM ou na pós-menopausa com a finalidade de aliviar sintomas ou prevenir problemas de saúde.313

A International Menopause Society (IMS) alerta para que se evite o termo "efeito de classe", haja vista o grande número de possibilidades devido a diferentes hormônios, vias de administração, doses e regimes.313

O esteroide mais importante na THM é o estrogênio, por ser o responsável pelo alívio dos sintomas climatéricos e pela proteção contra a osteoporose. O papel do progestagênio é impedir a proliferação endometrial propiciada pelo estrogênio, evitando assim o aumento do risco de câncer de endométrio.179

Os estrogênios mais empregados em THM são o estradiol, idêntico ao endógeno do ponto de vista molecular, e os estrogênios conjugados. O estradiol está disponível sob a forma de 17-beta-estradiol ou como valerato de estradiol.179,314 Outra formulação utilizada na THM é a tibolona, um progestagênio sintético, apesar de seus metabólitos apresentarem ações estrogênica, androgênica e progestacional.315

Quanto aos progestagênios, os mais frequentemente empregados são os sintéticos: noretisterona, didrogesterona, drospirenona, acetato de nomegestrol, acetato de medroxiprogesterona, progesterona micronizada (idêntica à progesterona natural), entre outros.179

Quando se considera a via de administração da THM, a questão central refere-se ao estrogênio, podendo a via ser oral, transdérmica ou vaginal.179 A via vaginal destina-se a efeitos locais no sistema genital, sem efeitos sistêmicos significativos,316 enquanto as vias oral e transdérmica conferem efeitos sistêmicos.179

Ao ser absorvido pelo tubo digestivo, o estrogênio vai ao fígado pelo sistema porta, exercendo efeitos na síntese proteica hepática (por exemplo, dos fatores de coagulação) e, apenas após essa passagem hepática, finalmente chega à circulação sistêmica. Quando o estrogênio é administrado por via transdérmica, é distribuído para a circulação sistêmica tão logo absorvido, chegando ao fígado apenas posteriormente. Por isso, a administração oral do estrogênio tem maior impacto hepático do que a via transdérmica e, a esse fenômeno, convencionou-se chamar de efeito de primeira passagem hepática.317

Esse fenômeno explica o fato de o estrogênio oral favorecer algum incremento dos níveis plasmáticos de TG, mas também propicia maior acréscimo do HDL-c associado a maior redução do LDL-c do que o observado com a via transdérmica.318

Quanto aos riscos de eventos tromboembólicos, estudos caso-controle revelaram seu aumento associado ao estrogênio oral, mas sem incremento com a via transdérmica.319-321 O último estudo mostrou RR de 1,40 (IC, 1,32-1,48) associado ao estrogênio por via oral, e RR de 0,96 (IC, 0,88-1,04) por via transdérmica.321

No que tange à dose hormonal a ser empregada, atualmente preconiza-se as menores doses efetivas, utilizando-se as maiores doses para os casos em que a resposta foi inadequada.179,313 Um dos estudos que fez avaliação de diferentes doses de estradiol oral observou que as doses de 2 mg, 1 mg e 0,5 mg foram superiores ao placebo no alívio dos SVM, o que não ocorreu com a dose de 0,25 mg, concluindo-se, portanto, que a menor dose eficaz de estradiol oral é 0,5 mg.322 O estradiol transdérmico no Brasil está disponível sob a forma de adesivos, nas doses de 25 mcg e 50 mcg, e sob a forma de gel, nas doses de 0,5 mg/dia a 3,0 mg/dia.314

8.2. Como Prescrever THM

A IMS, a North American Menopause Society (NAMS) e a SOBRAC concordam que o tratamento dos sintomas climatéricos, bem como a prevenção da osteoporose, são indicação primordial da THM. Para a síndrome geniturinária, há preferência por estrogênios de aplicação vaginal.179,313,323

Pacientes com IOP apresentam indicação formal de THM na ausência de contraindicações.179 A Figura 8.1 mostra as principais contraindicações à THM.179,323

Figura 8.1. Principais contraindicações à terapia hormonal da menopausa.179,323.

Figura 8.1

Antes da prescrição da THM, a SOBRAC considera essencial a realização de mamografia em um período menor que 12 meses, além da avaliação laboratorial do perfil lipídico e glicemia de jejum. Outros exames complementares podem ser necessários a depender de achados na anamnese e no exame físico. Demais exames de rastreamento ginecológico devem ser solicitados conforme as diretrizes específicas e não em decorrência da possibilidade de se iniciar a THM.38,323

8.3. Quando Prescrever e Quanto Tempo Deve Durar a THM

O WHI foi um grande estudo que randomizou mulheres na pós-menopausa para receberem THM por meio de estrogênios conjugados isolados ou combinados com acetato de medroxiprogesterona comparados aoplacebo. Esse estudo revelou que a THM se associou a maior risco de eventos CV,1 ao contrário do que foi reportado no estudo observacional Nurses’ Health Study.324

Entretanto, é importante fazer uma análise crítica em relação à população estudada: mais de dois terços das mulheres tinham idade acima de 60 anos no momento da randomização, sendo uma proporção relevante de mulheres acima de 70 anos. Além disso um número menor de mulheres tinha menos de 10 anos de evolução da menopausa quando começaram aTHM, sendo que a grande maioria não apresentava SVM moderados ou graves.325

Por outro lado, notou-se que a THM iniciada nos primeiros anos a partir da menopausa poderia diminuir a progressão da aterosclerose281 ou mesmo reduzir desfechos CV.325

Importante notar que no estudo Nurses’ Health Study, as mulheres que iniciaram a THM apresentavam, em média, menos tempo de pós-menopausa e eram mais sintomáticas do que as do WHI, aproximando-se mais da realidade da prática clínica diária dos médicos.326-328

No estudo WHI, ao se analisar os subgrupos com menos de 10 anos, entre 10 anos e 20 anos e mais de 20 anos decorridos de menopausa quando do início da THM, os autores notaram aumento de RCV com significância estatística apenas naqueles com mais de 20 anos.329

Assim, criou-se o conceito de janela de oportunidade para início da THM, que corresponde ao início nos primeiros anos de pós-menopausa. A NAMS recomenda o início da THM para mulheres nos primeiros 10 anos de pós-menopausa ou antes dos 60 anos de idade. Nas mulheres com indicações, respeitada a janela de oportunidade e na ausência de contraindicações, os benefícios da THM superam os eventuais riscos, sendo estas orientações corroboradas pela IMS e SOBRAC.313,323

Uma avaliação conjunta do tempo decorrido de pós-menopausa e RCV foi proposta por Kaunitz & Manson juntamente com a NAMS. Se o tempo decorrido desde a menopausa for menor do que 10 anos e o RCV calculado por meio de calculadoras de risco classificarem a candidata à THM como baixo risco, a THM está liberada; se o RCV for intermediário, a THM pode ser prescrita, porém, a via transdérmica para o estrogênio deve ser preferida. Caso o tempo decorrido de pós-menopausa supere 10 anos ou se o RCV estimado for alto, a THM não é recomendada. Em qualquer situação é importante avaliar as contraindicações e a anuência da paciente35

Em relação à duração da THM, nenhuma das mais importantes diretrizes sobre o tema estabelece uma duração máxima mandatória ou idade na qual a THM deve ser interrompida. Essa decisão deve ser realizada a cada consulta de seguimento com base na avaliação da relação risco-benefício na avaliação na avaliação individualizada do risco-benefício.179,313,323

8.4. Prescrição nos Diferentes Cenários de Risco Cardiovascular (HAS, DM, DLP)

As DCV constituem a principal causa de morte no mundo e no Brasil entre as doenças não transmissíveis, e respondem por um terço das mortes por todas as causas, acometendo homens e mulheres em todas as faixas etárias. Nas mulheres, os FR tradicionais para DCV incluem: DM, HAS, DLP, tabagismo, obesidade e sedentarismo.13 As indicações da THM aprovadas pelas sociedades de menopausa em todo o mundo, incluindo a brasileira (SOBRAC), abrangem o tratamento dos SVM moderados a graves, os sintomas e sinais decorrentes da síndrome geniturinária da menopausa, prevenção da perda óssea e de fraturas osteoporóticas, além do hipoestrogenismo decorrente do hipogonadismo, ooforectomia bilateral e IOP.179,313,330,331

A prescrição da THM pode tornar-se um desafio nas pacientes que apresentam uma ou mais morbidades ou algum dos FRCV conhecidos, e que serão abordados abaixo nos próximos parágrafos.

8.4.1. Obesidade

A obesidade é considerada FR para TEV. O uso de estrogênio por via oral em pacientes com sobrepeso têm efeito aditivo no aumento do risco de TEV, como demonstrado em alguns estudos observacionais e em revisões sistemáticas publicadas.319,332,333 No estudo WHI, mulheres com sobrepeso e obesas randomizadas para uso de THM sistêmica apresentaram aumento do risco de TEV em 3 vezes (HR, 3,80; IC 95%, 2,08–6,94) e 6 vezes (HR, 5,61; IC 95%, 3,12–10,11), respectivamente, quando comparadas àquelas em uso de placebo.298 Na ausência de ensaios clínicos randomizados e pelos dados consistentes de estudos observacionais mostrando baixo risco de TEV com THM por via transdérmica, essa via deve ser a preferida para pacientes com sobrepeso ou obesidade, indicação endossada pelas principais sociedades de menopausa.334,335

8.4.2. Dislipidemia

A TM está associada a risco aumentado de DCV, atribuído principalmente à DLP aterogênica, obesidade central e resistência à insulina, além de aumento do risco de HAS.13 A AHA afirma que adultos entre 40 anos e 75 anos devem ser submetidos a estimativa de risco de doença aterosclerótica CV em 10 anos.334,335 A SBC preconiza que, para mulheres com baixo RCV, o LDL-c deve ser inferior a 130 mg/dL e, caso a meta seja atingida, a terapia estrogênica deve ser preferencialmente utilizada por via transdérmica para evitar o fenômeno da primeira passagem hepática (pela via oral) e, nas pacientes não histerectomizadas, associa-se a progesterona micronizada com o objetivo de neutralizar os efeitos proliferativos do estrogênio sobre o endométrio.13

8.4.3. Hipertensão

A HAS é um FR bem estabelecido para DCV e um agravante do RCV do DM nas mulheres.13 No estudo WHI, a utilização de estrogênios equinos conjugados associados ou não ao acetato de medroxiprogesterona demonstrou elevação nos níveis pressóricos de 1-1,5 mmHg.335 Na parte observacional do estudo WHI, a terapia estrogênica transdérmica apresentou baixo risco de desenvolvimento de HAS quando comparada ao uso oral.335 Pacientes com HAS não controlada (PA ≥ 180/110 mmHg) têm contraindicação para iniciar a THM em função do risco de AVC.

Dados observacionais e meta-análises mostram risco reduzido de DAC em mulheres que iniciam THM em idade inferior a 60 anos ou dentro de 10 anos após o início da menopausa. Segundo a NAMS, se a HAS estiver controlada e a estratificação de RCV for <5%, a THM oral ou transdérmica pode ser utilizada. Entretanto, em situações de difícil controle da HAS em mulheres com SVM moderados a graves, sugere-se a utilização da terapia estrogênica transdérmica associada à progesterona micronizada, em mulheres não histerectomizadas, por ter menor potencial trombogênico que outros progestagênios.179,334

8.4.4. Diabetes

A prevalência de DM aumenta com a elevação da prevalência de obesidade.13 A THM não é contraindicada em mulheres saudáveis com DM2 preexistente e pode ser benéfica no controle glicêmico quando usada para o alívio dos sintomas da menopausa. A THM reduz significativamente o diagnóstico de DM2 de início recente,325 mas não é aprovada para este fim. Para mulheres com DM2 bem controlado (HbA1c < 8%) e SVM moderados a graves, a terapia estrogênica por via transdérmica, evitando o fenômeno da primeira passagem hepática, associada à progesterona micronizada seria a melhor opção terapêutica.179,334,335

8.4.5. Síndrome Metabólica

Recente meta-análise demonstrou que a THM reduziu múltiplos componentes da SM, como obesidade abdominal, resistência à insulina, DLP e HAS.336 No estudo WHI, mulheres com SM randomizadas para utilização de estrogênio equino conjugado isolado ou associado a acetato de medroxiprogesterona tiveram risco 2 vezes maior de DCV que o grupo placebo.335 Apesar da ausência de estudos randomizados comparando as diferentes vias de administração da THM e evento CV em mulheres com SM, recomenda-se a utilização da THM transdérmica para o alívio dos sintomas em função da não ocorrência do fenômeno da primeira passagem hepática com essa via de administração.334,335

8.5. Prescrição para Pacientes com Doença Cardiovascular Manifesta

Dados obtidos de meta-análise não mostraram diferenças significativas entre usuárias de THM e grupo controle em relação aos desfechos primários de IM não fatal, morte CV e AVC em mulheres com DCV. A frequência de angina, insuficiência cardíaca e ataque isquêmico transitório também não diferiu entre os grupos THM e controle.337

8.5.1. Infarto Agudo do Miocárdio

No geral, a THM está contraindicada em mulheres com DAC conhecida, incluindo IAM e doença arterial periférica.335 A THM em mulheres na pós-menopausa inicial (<10 anos de pós-menopausa) reduziu ou não teve efeito na progressão da aterosclerose subclínica e na calcificação da artéria coronária em ensaios randomizados e controlados.179 Estudo publicado em 2001 demonstrou que nenhuma diferença no risco de IAM recorrente ou morte por DCV em mulheres após o primeiro IAM foi observada entre usuárias e não usuárias de THM.338 O estudo observacional com 14 anos de seguimento, ESPRIT RCT (Estrogen for the Prevention of Reinfarction Trial), com mulheres pós-IAM e randomizadas para 2 anos de utilização de valerato de estradiol isolado ou placebo não demonstrou diferença entre os grupos em relação à morte por DCV, AVC ou DIC.338 Os atuais consensos não fazem estratificação do risco da THM com o subtipo de DCV apresentado pela mulher. O American College of Cardiology argumenta que, para mulheres com idade de 50-59 anos e história de IAM sem DAC obstrutiva, dissecção espontânea da artéria coronária, disfunção microvascular coronariana ou vasoespasmo coronariano, é necessária uma abordagem individualizada para THM. Pela suposta associação fisiopatológica entre os hormônios sexuais femininos e a dissecção espontânea da artéria coronária, recomenda-se que a THM via oral seja evitada nesse grupo e que, após controle adequado dos níveis pressóricos e das frações lipídicas, a THM sistêmica possa ser considerada.335 Acrescenta ainda que, para mulheres com estratificação de risco DAC > 10%, a THM deve ser evitada independentemente da via de administração dos hormônios.335

8.5.2. Angina Instável

Dados provenientes de recente meta-análise, que analisou sintomas de angina e hospitalização por angina estável em 6 estudos, demonstraram que a hospitalização ocorreu predominantemente nos primeiros 2 anos após a randomização, com tendência não significativa de ser maior no grupo THM em estudo observacional. E, nos 5 ensaios clínicos randomizados, não houve diferença na angina entre os grupos THM e controle.337

A despeito disso, em caso de angina instável sugere-se que a THM por qualquer via de administração seja evitada, já que é considerada de alto risco em mulheres com DCV preexistente ou risco de DCV em 10 anos >10%.

8.5.3. Acidente Vascular Cerebral e Acidente Isquêmico Transitório

O histórico prévio de AVC isquêmico é uma contraindicação à THM apesar de o risco absoluto, tanto da terapia estrogênica isolada quanto associada a progestagênio, ser considerado baixo (<10/10.000/ano).334,335

8.5.4. Insuficiência Cardíaca

Existem poucos dados na literatura quanto ao uso da THM em mulheres com diagnóstico de insuficiência cardíaca. Se a paciente tem melhora clínica, fração de ejeção que retorna ao patamar anterior e bom controle de fatores modificáveis, a THM transdérmica em baixas doses pode ser indicada, caso não haja resposta com o tratamento não hormonal.334

8.5.5. Tromboembolismo Venoso e Embolia Pulmonar

História prévia de TEV, incluindo TVP e EP, deve ser considerada contraindicação à THM sistêmica por via oral.179,335 Doses mais baixas de THM oral podem conferir menor risco de TEV do que doses mais altas, mas faltam dados comparativos de ensaios clínicos randomizados. A progesterona micronizada parece ser menos trombogênica que outros progestagênios utilizados em THM. A THM transdérmica não foi associada ao risco de TEV em estudos observacionais, e uma revisão sistemática confirma esses achados, sugerindo menor risco com a THM transdérmica do que com a oral. No entanto, faltam dados comparativos de ensaios clínicos randomizados.179 Se houver TEV diagnosticado em contexto de aumento de níveis estrogênicos como gravidez ou uso de anticoncepcionais orais, a THM deve ser evitada. A ocorrência do evento após imobilização prolongada ou trauma, como acidente automobilístico, queda ou pós-operatório imediato, indica que o estado pró-inflamatório que ocasionou a trombose pode não estar relacionado aos efeitos do estrogênio. Assim, nessas situações, pode-se utilizar a THM pela via transdérmica.179,334

8.5.6. Doença Cardíaca Congênita e Pós-transplante Cardíaco

Em função da ausência de dados na literatura, recomenda-se cautela ao indicar a THM e, preferencialmente, os tratamentos não hormonais são considerados a melhor opção.

8.6. Hormônios Bioidênticos e Implantes: o que Precisa Ser Informado

Nos últimos anos, tem-se divulgado muito na mídia a terapia de reposição hormonal através do uso de hormônios bioidênticos e implantes hormonais, o que tem gerado muitas controvérsias e debates.

Hormônios bioidênticos são moléculas que apresentam a mesma estrutura química e molecular dos hormônios sintetizados pelo corpo humano. São cópias exatas de hormônios humanos endógenos, como estradiol, estriol e progesterona.179

O termo "bioidêntico" tem sido erroneamente divulgado como se referindo a novas opções terapêuticas de "hormônios naturais" feitas de modo personalizado em farmácias de manipulação para tratar os sintomas da menopausa. Entretanto, o primeiro ponto a ser esclarecido é que os hormônios bioidênticos mais usados na THM - estradiol, estriol e progesterona - são produzidos há anos pela indústria farmacêutica em diversas doses e formulações e são vendidos em farmácias comerciais.

Na verdade, existe a preocupação de que as terapias hormonais manipuladas possam apresentar inconsistência de dosagens, controle de qualidade e absorção, uma vez que formulações hormonais manipuladas podem apresentar diferenças farmacocinéticas e não ter o mesmo controle de qualidade nas diversas farmácias de manipulação do país.

A prescrição de THM através de implantes hormonais também se popularizou na mídia e redes sociais. Os implantes hormonais são cápsulas ou "pellets" que são inseridos no tecido subcutâneo através de um trocater, podendo ser absorvíveis ou não absorvíveis.

Os implantes manipulados podem diferir quanto à sua composição de hormônios (estradiol, testosterona, dihidrotestosterona, androstenediona, ocitocina, oxandrolona, nestorone, gestrinona) liberados na corrente sanguínea. Esses implantes também são produzidos por farmácias de manipulação e regulamentados por regras menos rígidas, não sendo obrigados a atender ao rigor e às exigências para medicamentos industrializados aprovados pelas agências reguladoras de medicamentos. Uma vez que não há exigência de bula para produtos manipulados, a dose e o tipo de hormônio contido em cada implante não estão preestabelecidos e não há alerta ou descrição de informações básicas, como indicações, estudos de segurança e possíveis efeitos adversos, como é exigido para outros medicamentos industrializados aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isso gera preocupação em relação às doses e ao conteúdo desses implantes, uma vez que podem expor as pacientes a danos ou riscos decorrentes da superdosagem ou a hormônios não indicados para THM.339

Uma busca na maior base de dados científicos mantidos pela National Library of Medicine, PubMed, mostra que existem poucos estudos clínicos sobre implantes hormonais para uso em THM. Os poucos estudos existentes são, na maioria, sobre implantes de testosterona e apresentam casuística pequena e metodologia com baixo grau de evidência (estudos retrospectivos ou observacionais), o que não permite conhecer os efeitos desses implantes sobre inúmeras questões relevantes em THM, como risco de câncer de mama e de endométrio, efeitos metabólicos e CV a longo prazo, para que possam ser usados com segurança em mulheres. Além disso, grande parte da farmacocinética dos implantes manipulados, como taxas de liberação dos hormônios, a grande variabilidade interindividual340 e a dificuldade na reversibilidade dos implantes caso ocorram efeitos adversos, são desconhecidos. Apesar de existirem poucos estudos com implantes com a participação de número expressivo de mulheres, as metodologias usadas apresentam limitações e vieses..341,342

Por outro lado, dados do PubMed mostram que todo o conhecimento científico acumulado ao longo de anos através de inúmeras publicações sobre os benefícios e riscos da THM relacionados a dose, vias de administração oral ou transdérmica, tipo de estrogênio e progestagênio vem de hormônios bioidênticos industrializados ou hormônios sintéticos aprovados por agências reguladoras. Esses estudos mostram diferenças entre si e seus resultados certamente não podem ser extrapolados para a via de implante até que estudos desenhados com esse propósito sejam publicados.

Novas alternativas ou vias de utilização da THM são muito bem-vindas para contemplar as necessidades de maior número de mulheres, mas só poderão ser recomendadas mediante comprovada eficácia e, principalmente, segurança.

Assim, frente à falta de estudos científicos que comprovem a segurança dos hormônios bioidênticos manipulados e dos implantes hormonais e as inúmeras dúvidas em relação a seus efeitos clínicos e riscos potenciais, essas formas de terapia hormonal não são recomendadas por sociedades médicas nacionais, como FEBRASGO,343 SOBRAC e Sociedade Brasileira de Endocrinologia, nem por sociedades médicas internacionais.

8.7. Terapias Adicionais

Existem algumas situações clínicas em que é necessário o controle dos SVM com terapias não hormonais. Isso se aplica às mulheres sintomáticas com contraindicações ou aquelas que, por preferências pessoais, não querem fazer uso de THM.

Essas terapias podem ser divididas em farmacológicas, farmacológicas alternativas (fitoterápicos) e não farmacológicas ou comportamentais.

8.7.1. Terapias Farmacológicas

Entre as terapias não hormonais para alívio das ondas de calor, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e inibidores seletivos da recaptação da serotonina-norepinefrina atuam através da regulação dos níveis de serotonina e norepinefrina no centro termorregulador do hipotálamo, reduzindo as ondas de calor.

Paroxetina 7,5-25 mg, citalopram 10-20 mg, escitalopram 20 mg, venlafaxina 37,5-75 mg e desvenlafaxina 50-100 mg são os antidepressivos mais estudados, e ensaios clínicos randomizados controlados por placebo mostram que são efetivos em reduzir a frequência e a gravidade dos SVM leves a moderados.344 Resultados menos consistentes foram obtidos com sertralina e fluoxetina e, por isso, não são recomendados.345

A gabapentina é um anticonvulsivante análogo ao ácido gama-aminobutírico capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e atuar diretamente no centro termorregulador do hipotálamo. Ensaios clínicos randomizados e controlados mostram eficácia em reduzir os SVM em doses que variam de 900 mg a 2.400 mg divididas em três tomadas. Os eventos adversos incluem sonolência, tontura e alterações do equilíbrio, podendo ser uma boa escolha para mulheres com alterações do sono associadas a SVM.346 Já a pregabalina, um derivado do ácido aminobutírico relacionado à gabapentina, tem sido avaliada na dose de 75-150 mg; entretanto, devido a poucos estudos e aos potenciais efeitos adversos, não tem sido recomendada para controle das ondas de calor.347 A oxibutinina, um anticolinérgico usado para tratamento da incontinência urinária de urgência na dose de 5-15 mg/dia, também foi avaliada em alguns poucos ensaios clínicos, mostrando melhora dos SVM; entretanto, deve ser usada com cautela em pessoas idosas.347

O novo medicamento fezolinetante, um antagonista da neuroquinina B que atua diretamente no centro termorregulador do hipotálamo, foi recentemente aprovado pela agência FDA para alívio dos SVM. Ensaios clínicos mostram que a dose de 45 mg por dia é eficaz em reduzir os SVM.301 Essa medicação em breve estará disponível no Brasil.

8.7.2. Terapias Farmacológicas Alternativas

Terapias farmacológicas alternativas, como o emprego de fitoterápicos, também têm sido avaliadas para tratamento dos SVM. Isoflavonas são compostos não esteroides, encontrados em plantas e vegetais, com um anel fenólico e estrutura semelhante ao estradiol, apresentando alta afinidade e adesão aos receptores hormonais, agindo como agonista ou antagonista estrogênico. Estudos com isoflavonas de soja, como glicina max e Trifolium pratense (red clover) têm mostrado resultados conflitantes, alguns com benefícios e outros sem benefícios quanto à redução dos SVM em relação a placebo.348 A cimicifuga ou Actae racemosa L. (black cohosh) é um fitoterápico cujo mecanismo de ação ainda não está totalmente esclarecido e cujos resultados também são conflitantes.349 Outros compostos, como a erva-de-são-joão, ginkgo biloba e ginseng, não têm eficácia comprovada, não sendo recomendados.347

8.7.3 Terapias Comportamentais

Terapias comportamentais, incluindo mudanças no estilo de vida, exercícios físicos, ioga e mindfulness, não têm se mostrado eficazes em reduzir os SVM. Terapias cognitivo-comportamentais, incluindo psicoeducação, entendimento de como as emoções afetam a percepção das sensações físicas e modificação dos gatilhos dos SVM parecem reduzir o desconforto associado aos mesmos.347

A Figura 8.2 descreve um fluxograma para a implementação das recomendações atuais para a THM. O Quadro 8.1 descreve os tipos, doses e vias de administração dos estrogênios e progestagênios utilizados na THM.

Figura 8.2. Fluxograma para a implementação das recomendações atuais de terapia hormonal da menopausa. THM: terapia hormonal da menopausa; DAC: doença arterial coronariana; AVC: acidente vascular cerebral; TEV: tromboembolismo venoso; LES: lúpus eritematoso sistêmico.

Figura 8.2

Quadro 8.1. Tipos, doses e vias de administração dos estrogênios e progestagênios utilizados na terapia hormonal da menopausa (THM).
TIPOS, DOSES E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS ESTROGÊNIOS UTILIZADOS EM THM
VIA ORAL
17 β estradiol 0,5 - 1,0 - 2,0 mg/dia
Valerato de estradiol 1,0 - 2,0 mg/dia
VIA TRANSDÉRMICA
17 β estradiol gel 0,5 - 0,75 - 1,0 - 1,5 a 3mg/dia
17 β estradiol adesivo 25 - 50 mcg/dia
VIA VAGINAL
Estriol creme 1,0 mg/g
Estradiol 10 mcg por comprimido
Promestrieno 10 mg/g
TIPOS, DOSES E VISAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS PROSTAGÊNIOS UTILIZADOS EM THM
VIA ORAL
Acetato de medroxiprogesterona 2,5 a 10 mg/dia
Acetato de ciproterona 1 - 2 mg/dia
Acetato de noretisterona 0,1 a 1 mg/dia
Acetato de nomegestrol 2,5 - 5 mg/dia
Didrogesterona 5 - 10 mg/dia
Drospirenona 2 mg/dia
Progesterona micronizada 100 - 200 mg/dia
VIA TRANSDÉRMICA
Acetato de noretisterona 140 - 170 mcg/dia
VIA VAGINAL
Progesterona micronizada cápsulas moles 100 - 200 mg/dia
VIA INTRAUTERINA
DIU-levonorgestrel 20 mcg/dia

9. Menopausa e a Mulher no Mercado de Trabalho – Dificuldades e Oportunidades de Melhorias

9.1. Introdução

Virtualmente, todas as mulheres passarão pela menopausa e, na TM, a grande maioria apresentará inúmeros sinais e sintomas, muitos dos quais comprometem a qualidade de vida.

Em 2020, estatísticas globais detectavam 657 milhões de mulheres com idade entre 45 anos e 59 anos, sendo que 47% se encontravam no mercado de trabalho. Como a média da idade da menopausa se situa em torno de 51 anos, pode-se prever um grande contingente de mulheres trabalhadoras nessa etapa da vida.350

Na economia atual, os rendimentos do trabalho das mulheres tornaram-se uma necessidade para elas e seus familiares, de forma que permanecer trabalhando durante a menopausa faz parte de sua realidade. Com o aumento da expectativa de vida e da idade ativa das mulheres, muitas passam um terço de suas existências na menopausa e na pós-menopausa, com uma proporção significativa de anos de vida profissional nessa etapa.

O ato de trabalhar, além da óbvia necessidade financeira, está relacionado com maior autoestima, melhor saúde e menos estresse psicológico.

O impacto dos sintomas da menopausa e das doenças a ela relacionadas no ambiente de trabalho merece maior atenção profissional do que ocorre na atualidade. É necessário observar o efeito negativo dos sintomas da menopausa na capacidade para o trabalho das mulheres nessa etapa.351,352

Existe uma diversidade de experiências de mulheres menopausadas no local de trabalho, moldada não apenas pelos sintomas e contexto da menopausa, mas também pelas características físicas e psicossociais do ambiente de trabalho. Esses fatores podem afetar não apenas a qualidade de vida, mas também a motivação e o envolvimento com as atividades profissionais, o desempenho cotidiano e as relações com os empregadores.

Em sociedades ou ambientes nos quais a menopausa é considerada um assunto tabu, a falta de discussão e o estigma sobre ela aumentam o fardo dos sintomas para as mulheres.353

Estudos mostram que os sintomas que mais perturbam as mulheres no trabalho são os urinários, fadiga, dificuldade para dormir, falta de concentração e de memória, sensação de desânimo/depressão e redução da autoconfiança.

As mulheres com sintomas graves da menopausa podem abandonar o emprego ou reduzir seu horário de trabalho, o que afeta negativamente o rendimento e a segurança futura na vida. Para os empregadores, isso significa a perda de pessoal experiente com competências e talentos valiosos.

Ao longo da última década, tem havido um aumento na conscientização entre os empregadores sobre a menopausa como um potencial problema de saúde ocupacional e sobre a necessidade de apoio adequado no local de trabalho. A sensibilização dos gestores em relação a horários flexíveis foi considerada um apoio benéfico às trabalhadoras.

Faz-se necessário reconhecer que os sintomas da menopausa podem afetar negativamente a capacidade laboral e que as condições de trabalho podem afetar os sintomas da menopausa. Por isso, é fundamental a criação de um ambiente de trabalho aberto às necessidades específicas de saúde das mulheres, com cultura inclusiva e de apoio, sem discriminação àquelas que passam por e/ou padecem nesse período difícil e fisiológico da vida.350,353

9.2. Impacto dos Sintomas da Menopausa na Vida Profissional e como as Mulheres Lidam com as Mudanças Biológicas nessa Etapa

9.2.1. Sinais e Sintomas e Vida Profissional na Menopausa

Um dos grupos de trabalho que mais cresce na atualidade é o de mulheres com idade acima de 50 anos, com as taxas de emprego entre as pessoas com idades de 50-64 anos variando entre 55% e 67% na Europa, Austrália e EUA.350

Os sintomas da menopausa afetam negativamente as mulheres que trabalham, comprometendo seu desempenho e reduzindo a satisfação no trabalho, além de prejudicar o bem-estar profissional individual, o que pode resultar em custos diretos e indiretos para o empregador e para o Estado (Figura 9.1).

Figura 9.1. Sintomas da menopausa com impacto negativo no desempenho profissional.

Figura 9.1

Como apontado anteriormente, a perda do efeito protetor do estrogênio e as consequentes mudanças relacionadas levam a um aumento do RCV nos anos pós-menopausa, tendo sido demonstrado que mais da metade das mulheres desenvolve HAS. Aumento dos níveis de colesterol, do peso corporal e da incidência de DM2 também é frequente e contribui para elevar o RCV.351

A menopausa é considerada de forma diversa nas diferentes culturas, sendo vista mais positivamente nas que valorizam a experiência e a sabedoria do envelhecimento. Isso tem efeitos práticos, pois mulheres que encaram a menopausa como algo negativo irão apresentar mais sintomas.

Além disso, a menopausa, por vezes, ocorre em uma fase da vida difícil, em que os filhos "abandonaram o ninho", em que muitas perdem seus pais ou têm que se dedicar a cuidar de pais ou outros parentes idosos, além da ocorrência de problemas de saúde associados à própria idade. Essas situações aumentam a possibilidade do desenvolvimento de depressão, ansiedade, estresse crônico e síndrome de "burnout".

É importante observar que algumas queixas de saúde associadas ao "burnout", como fadiga, distúrbios do sono, problemas cognitivos, como dificuldade de concentração e de memória, irritabilidade e distúrbios emocionais, podem se assemelhar aos sintomas da menopausa e diferenciá-los nem sempre é fácil para as mulheres ou mesmo para o profissional de saúde.351

Os sintomas mais frequentes em resposta às mudanças hormonais da menopausa são ondas de calor, sudorese noturna, distúrbio do sono, fadiga, dores musculares, ressecamento vaginal, distúrbios urinários, mudança do humor, cefaleia, problemas de concentração e memória. Insônia e depressão na peri- e pós-menopausa associam-se a perda da produtividade e a custos elevados para o empregador.

As típicas ondas de calor geralmente aparecem de forma súbita e se espalham do tórax para pescoço, cabeça e braços, sendo secundárias ao aumento do fluxo sanguíneo para a pele, acompanhado de aumento da FC, e seguidas por suor na parte superior do corpo. O aumento da FC secundária ao maior fluxo periférico visa manter o débito cardíaco adequado para manter a PA. O efeito dos calores sobre a FC é ainda maior durante a realização de trabalhos pesados ou em temperaturas elevadas.354 Podem ocorrer sintomas objetivos ocasionais, como fluxo menstrual aumentado e incontinência urinária, além de queixas menos específicas, como sintomas cognitivos e psicológicos.

Em um estudo no qual 407 mulheres que trabalham nas áreas da saúde e de serviços sociais responderam a um amplo questionário acerca da menopausa, observou-se que o início dos sintomas ocorreu entre 46 anos e 52 anos em 43% das mulheres e entre 41 anos e 45 anos em 35% delas.353 Há de se considerar também os efeitos físicos e psicológicos da menopausa cirúrgica, observados geralmente em mulheres mais jovens.353

9.2.2. Menopausa e o Ambiente de Trabalho

Em geral, o trabalho melhora a saúde mental das mulheres, já que afeta positivamente sua autoestima e sua saúde e diminui o estresse psicológico.351 Mulheres que relatam boa saúde apresentam menor influência dos sintomas da menopausa no trabalho.

Os sintomas podem começar 4 anos antes e durar por mais 4-8 anos após o início da menopausa. Assim, o contingente de trabalhadoras sintomáticas, especialmente em áreas de trabalho onde há prevalência de mulheres, é muito expressivo, o que tem levado, nos últimos anos, a uma maior conscientização dos empregadores sobre a menopausa como uma preocupação de saúde ocupacional e consequente necessidade de apoio a essas mulheres.353

A menopausa raras vezes é discutida no local de trabalho, possivelmente por tabus, o que contribui para a falta de conhecimento sobre essa fase de vida entre as próprias mulheres, os profissionais de saúde e os empregadores. Em ambientes de trabalho onde as mulheres são minoria (polícia, militar, indústria etc.), essas dificuldades de abordagem da menopausa podem ser ainda mais limitantes. Assim, apesar da realidade apresentada, os estudos que avaliam o impacto da menopausa no trabalho e na carreira das mulheres são ainda muito escassos.

Um estudo realizado na Holanda demonstrou que mulheres com sintomas graves da menopausa apresentaram redução da capacidade de trabalho 8,4 vezes maior que aquelas pareadas para a idade, porém sem esses sintomas. Além do mais, houve maior risco de absenteísmo, com maiores prejuízos financeiros.355

O efeito agudo dos calores da menopausa pode gerar um impacto negativo no desempenho profissional, afetando a capacidade de se concentrar e de completar tarefas cognitivas complexas durante a onda de calor e de suores desconfortáveis.

Mulheres que apresentam suores noturnos têm o ciclo natural de sono afetado, às vezes com graves consequências crônicas. A privação do sono adequado leva a maiores distúrbios do sono e consequente insônia e fadiga durante o dia. Assim, dentro do ambiente de trabalho, o impacto latente dos suores noturnos pode se manifestar como uma capacidade reduzida de trabalhar e produzir, com maiores chances de erros e consequentes acidentes de trabalho.354

O estudo de O’Neill, que avaliou o impacto dos sintomas da menopausa na vida laborativa de 407 mulheres, mostrou que 65% das participantes relataram que os sintomas afetam sua capacidade de trabalhar, 35% afirmaram que eles influenciaram na decisão da progressão de suas carreiras, 18% descreveram faltas ocasionais do trabalho devido a seus sintomas, 8% diminuíram sua carga horária, 7% mudaram de função, 6% pararam de trabalhar no turno da noite e 2% pararam completamente de trabalhar devido aos sintomas.353

Essa realidade do importante impacto negativo dos sintomas da menopausa na vida profissional de um grande contingente de mulheres aponta para a necessidade premente de mudanças nos seus locais de trabalho. Essas mudanças visam mitigar os problemas de diminuição da capacidade laborativa e do absenteísmo relacionados a esses sintomas.

Quando perguntadas sobre o que precisa mudar no local de trabalho para amenizar o impacto dos sintomas da menopausa sobre sua capacidade laborativa, um terço das mulheres no estudo de O’Neill mencionou que a conscientização de seus empregadores seria o fator mais importante, seguida de horários de trabalho flexíveis. Foi também mencionado que controle de temperatura e ventilação, acesso fácil a banheiros e fontes de água potável, além do uso de uniformes leves, também seriam de grande ajuda. Em termos de oferta de tratamentos, os recursos mais mencionados por essas mulheres em seu ambiente de trabalho foram a consulta com clínicos gerais, uso de terapia hormonal e antidepressivos. Um achado interessante desse estudo foi que os sintomas neurocognitivos e psicológicos tiveram maior impacto, enquanto os SVM tiveram menos influência no trabalho dessas mulheres.353

Assim, é importante que profissionais da saúde e empregadores sejam capazes de reconhecer que os sintomas da menopausa podem afetar drasticamente o bem-estar das mulheres que trabalham e, consequentemente, a qualidade de suas vidas e capacidade laboral, o que irá levar à redução das horas trabalhadas, com subemprego ou mesmo desemprego e suas consequências financeiras nefastas na vida das mulheres.350

9.3. Empregadores e Menopausa – Oportunidades de Melhoria

Na Grã-Bretanha, em 1971, havia 3 milhões de mulheres empregadas com idades de 45-59 anos, um número que subiu para 3,9 milhões em 2001, representando agora 45% da força de trabalho com mais de 50 anos.356

A menopausa não é uma experiência uniforme entre as mulheres trabalhadoras e há grande variabilidade na prevalência de sintomas que geram dificuldades no trabalho (de 25% a 65%), de acordo com diferentes estudos.

Mulheres sintomáticas apresentam maiores níveis de absenteísmo (licença médica) e maior frequência de consultas ambulatoriais. Os custos por incapacidade para o trabalho aumentam significativamente naquelas com sintomas graves em comparação àquelas com sintomas leves, observando-se que SVM, insônia ou distúrbios do sono e sintomas psicossociais têm o maior impacto.357

Os resultados do recém-publicado Health and Employment after Fifty Study (HEAF) mostraram que, enquanto os sintomas mais frequentemente mencionados por mulheres que trabalham na peri- e pós-menopausa foram os vasomotores (91,7%), dificuldade para dormir (68,2%), psicológicos (63,6%) e urinários (49,1%), os sintomas que mais comprometeram a capacidade laboral foram os psicológicos (depressão, irritabilidade, ansiedade, choro), cefaleia grave e dores articulares.358

Nesse estudo, os FR identificados para a ocorrência de maiores dificuldades de enfrentamento dos sintomas da menopausa no trabalho foram a privação financeira, pior autopercepção de saúde, depressão e fatores psicossociais ocupacionais adversos.358

Os autores concluíram que a desigualdade também afeta as trabalhadoras na menopausa e que é necessária uma maior conscientização entre os empregadores de todos os setores, mas atenção especial deve ser dada às mulheres vulneráveis (com dificuldades econômicas, com empregos nos quais se sentem inseguras, desvalorizadas ou insatisfeitas), pois encontram-se sob maior risco.358

Problemas com supervisores ou colegas, como a percepção de falta de apoio ou a probabilidade percebida de que a menção à menopausa provocará respostas constrangedoras, irrelevantes ou discriminatórias, também foram relatados como causadores de dificuldades e levam a uma falta de vontade por parte da mulher em revelar a condição menopausa.359

De acordo com o estudo de Reynolds, as mulheres sofrem por SVM no trabalho, com acentuação do desconforto durante reuniões formais, espaços fechados e quentes e na presença de homens. A abordagem desse problema tem sido vista em grande parte como uma responsabilidade individual e não da organização. Reynolds sugere que os conselheiros e agentes de saúde ocupacional nas organizações devam aumentar a conscientização sobre as necessidades das mulheres no nível da gestão, com sensibilização para o impacto potencial das ondas de calor nas experiências de trabalho e preparando-se para oferecer apoio e aconselhamento. O simples fornecimento de ventiladores e sistemas de aquecimento controláveis é uma ajuda prática para os problemas mais comuns dessa etapa.360

Se o problema é visto como pessoal, a revelação é permitida quando as próprias mulheres têm atitudes positivas em relação ao envelhecimento ou têm colegas que consideram empáticos. Por outro lado, ao enquadrar o problema como organizacional, discutir e negociar as necessidades subjacentes pode levar à geração de alternativas para resolver os problemas, como horários flexíveis, mudança para meio período por um determinado tempo, trabalho remoto ocasional, ajuste de termostatos, discussão de férias anuais, mudança de localização dos escritórios (áreas mais ventiladas e iluminadas, mais próximas a banheiros) e conversas com supervisores em busca de soluções criativas.359

Os membros das organizações muitas vezes se conscientizam da idade de uma mulher através da constelação de sintomas da menopausa. Os empregadores têm demorado a reconhecer que as mulheres em idade de menopausa podem precisar de considerações especiais. As organizações devem buscar reduzir o estigma relacionado à menopausa e apresentá-lo como um ativo e não um passivo.

A revisão de Jack et al.357 sugere quatro recomendações:

  1. Os empregadores devem rever o âmbito e o quadro das políticas, práticas e atividades relevantes em matéria de saúde e segurança no trabalho, bem como dos recursos humanos, tendo em conta os requisitos legais nacionais para proporcionar um ambiente de trabalho seguro, saudável e livre de discriminação para as trabalhadoras na perimenopausa, adotando uma abordagem holística que dependerá do setor empresarial;

  2. Como parte de suas responsabilidades em segurança e saúde no trabalho, os empregadores devem realizar avaliações de risco com mulheres sintomáticas para identificar as adaptações razoáveis necessárias que podem ser feitas em seu ambiente de trabalho físico (e psicossocial). Isso vai depender do tipo/função do trabalho e da indústria;

  3. Os empregadores devem desenvolver programas de promoção da saúde que incluam informações sobre menopausa, envelhecimento e saúde, permitindo às mulheres autogerenciarem os sintomas (por exemplo, através de mudanças alimentares, gestão do estresse, desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao envelhecimento e à menopausa), bem como oferecer apoio social formal e informal (por exemplo, através de uma rede de mulheres ou através de reuniões à hora do almoço);

  4. Uma variedade de políticas e atividades de treinamento e desenvolvimento organizacional e de recursos humanos deve ser implementada para gerar ambientes de trabalho mais hospitaleiros e relações supervisoras/subordinadas positivas e de apoio para mulheres na menopausa.

9.4. Como Melhorar as Condições de Trabalho

Na última década, houve um aumento na conscientização entre os empregadores sobre a menopausa como um potencial problema de saúde ocupacional, assim como sobre a necessidade da oferta de apoio adequado no local de trabalho. No entanto, ainda são escassas as ações nesse sentido, com quase nenhum diálogo entre empregador/gerente e funcionárias, na maioria das organizações.

É importante que os empregadores promovam uma cultura institucional onde seja aceitável discutir os sintomas da menopausa e que os gestores e supervisores recebam informações sobre a menopausa e sejam educados sobre como ter conversas de apoio com as funcionárias.

Estudo realizado na Clínica Mayo mostrou que os dias perdidos de trabalho atribuídos a sintomas da menopausa representam um custo anual aproximado de 1,8 bilhão de dólares.361

Controle de temperatura (72%), horários de trabalho flexíveis, incluindo compartilhamento de trabalho, folga para consultas médicas, intervalos regulares (58%), seminários sobre envelhecimento saudável (50%), espaços de trabalho flexíveis, como trabalho em casa, mudar para um escritório diferente (50%), programas de exercícios físicos (46%) e ventiladores de mesa (45%) seriam as medidas mais popularmente indicadas.353

A menopausa pode ser considerada um assunto tabu, que não é discutido no ambiente de trabalho, embora possa haver muitas colaboradoras afetadas nas instituições. Ser capaz de ter conversas apropriadas e ajustar o ambiente de trabalho às necessidades das mulheres perimenopáusicas afetará positivamente sua qualidade de vida, seu envolvimento, seu desempenho e sua motivação profissional. Algumas ações práticas no local de trabalho a serem utilizadas por gerentes e supervisores estão dispostas no Quadro 9.1.350

Quadro 9.1. Ações práticas sobre a menopausa no ambiente de trabalho sugeridas aos empregadores.

Quadro 9.1

9.5. Conclusões

Os estudos já realizados avaliam a frequência dos sintomas da menopausa, ao invés do impacto de sintomas específicos no trabalho, ou centram-se em resultados agrupados como a qualidade de vida ou estratégias de sobrevivência, esquecendo-se dos efeitos na carreira e no bem-estar profissional.

As mulheres constituem uma grande parte da força de trabalho global. É preciso avançar nesse cenário, tornando o ambiente de trabalho mais favorável às mulheres na menopausa, para melhorar seu bem-estar, bem como sua capacidade de permanecer no trabalho, garantindo assim que mais pessoas atinjam a aposentadoria com possibilidade de manter as contribuições para pensões e poupanças, suficientes para um rendimento e segurança adequados na vida.

10. Menopausa e Climatério na América Latina – Situação Atual, Desafios e Oportunidades de Intervenção

10.1. Introdução

A América Latina (AL) estende-se por mais de 20 milhões de km2 e engloba 20 países desde o México até o sul da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.362-364

É uma região que possui muitas e diversas culturas em função da multiplicidade de idiomas (espanhol que é predominante, português, francês, inglês, holandês e inúmeras línguas nativas), etnias (branca, negra, indígena), relevo, clima, religiões e costumes. Cada país apresenta grande variabilidade dessas características, o que os torna únicos, a despeito de compartilharem uma mesma região geográfica e possuírem elementos históricos em comum.362-364

A região passou por um processo de industrialização tardia e urbanização rápida e acelerada, e a economia de seus países é baseada na exploração e exportação de recursos naturais, com papel importante também do setor terciário.362-364

A AL possui uma população estimada em 659.744.000 habitantes (ONU, 2022), dos quais aproximadamente 80% vivem em cidades, sendo as maiores delas São Paulo (Brasil), Cidade do México (México) e Buenos Aires (Argentina).362-364 As mulheres representam 51% da população total da região.364

A análise do perfil de expectativa de vida e das causas de morte de 363 cidades, de nove países da AL, demonstrou uma grande variabilidade desses indicadores entre os países e dentro de cada um.365

Observou-se que a expectativa de vida ao nascer na AL varia de 74 anos a 83 anos e de 63 anos a 77 anos, em mulheres e homens, respectivamente. Existem países com níveis mais elevados de expectativa de vida, como Panamá, Costa Rica e Chile, mas há grande variabilidade entre as cidades dentro de cada país, podendo atingir 7-10 anos, como é o caso do México, Brasil, Colômbia e Peru.365

As doenças crônicas (CV e outras) são a principal causa de morte, representando, em média, 57,7% da mortalidade total. Na AL, o câncer determina, em média, 16,2% da mortalidade geral; as causas transmissíveis, maternas, neonatais e nutricionais respondem, em média, por 14,4%, e as causas externas, em média, por 11,6%.365

Os resultados desse estudo também demonstraram que um maior nível de escolaridade, acesso a água e saneamento e viver em cidades menos populosas são preditores de maior expectativa de vida, de uma proporção relativamente menor de mortes por doenças transmissíveis, maternas, neonatais e nutricionais e uma maior proporção de mortes por DCV, câncer e outras doenças crônicas, em homens e mulheres.365

Os estudos demonstram que algumas mulheres percebem a menopausa como mais uma etapa natural da vida, sem implicações negativas associadas; entretanto, em muitas outras, as alterações hormonais do período podem gerar sintomas que afetam o bem-estar físico, emocional, mental e social.15,366-368

As modificações hormonais responsáveis pela menopausa determinam, assim, inúmeras alterações na saúde feminina, como aumento da perda óssea e perda da cognição, além de elevação do RCV no período pós-menopausa, graças à elevação da prevalência de DIC, AVC, doença vascular periférica, fenômenos tromboembólicos, FA e insuficiência cardíaca, bem como da mortalidade CV.15,366-368 Tais riscos não são reduzidos com a THM com estrogênios/progestagênios sintéticos.179,255

É importante também mencionar que há uma tendência secular de aumento na média de idade da menopausa em mulheres que vivem em países de alta renda. No entanto, observa-se, em países de baixa/média renda, um claro aumento na prevalência de IOP (antes dos 40 anos) e menopausa precoce (entre 40 anos e 44 anos),369 ambas consideradas na atualidade como FR para DCV e mortalidade CV.15,368

10.2. Mulher e Menopausa na América Latina

10.2.1. Menopausa Natural, Insuficiência Ovariana Prematura e Menopausa Precoce

Castelo-Branco et al.,370 em 2006, analisando 17.150 mulheres saudáveis com idades entre 40 anos e 59 anos, em 47 cidades de 15 países latino-americanos, identificaram que a mediana de idade da menopausa para toda a amostra foi de 48,6 anos (43,8 anos a 53 anos).12 Observaram que mulheres com 49 anos, de menor escolaridade, que vivem em países com menor renda e em cidades a 2000 metros ou mais acima do nível do mar eram mais propensas a início mais precoce da menopausa.370

Uma meta-análise publicada por Schoenaker et al.,371 em 2014, que incluiu a investigação de Castelo-Branco et al.,370 demonstrou que a média de idade da menopausa natural na AL era 47,24 anos (45,9 anos a 48,6 anos).371 No estudo, realizado a partir de publicações que envolviam 24 países de seis continentes, os autores concluíram que a média de idade da menopausa natural era mais baixa nos países africanos (48,38 anos), latino-americanos (47,24 anos), asiáticos (48,75 anos) e do Oriente Médio (47,37 anos) e mais elevada na Europa (50,54 anos), na Austrália (51,25 anos) e nos Estados Unidos da América (49,11 anos), observando-se uma média de 48,8 anos (46 anos a 52 anos) para o conjunto dos seis continentes.371 Essa meta-análise também demonstrou que tabagismo e níveis mais baixos de escolaridade e ocupação encontram-se associados a idade mais precoce da menopausa natural.371

Leone, Brown e Gemmill369 conduziram estudo utilizando 302 pesquisas domiciliares padronizadas, realizadas de 1986 a 2019, com mulheres de 15-49 anos, em 76 países de baixa e média renda, em cinco regiões geográficas (Ásia Central; AL e Caribe; Norte da África/Oeste da Ásia/Europa; Sul e Sudeste Asiático; e África Subsaariana). Aqueles autores observaram prevalência crescente de IOP e menopausa precoce em países de baixa e média renda, em particular na África Subsaariana e Sul/Sudeste Asiático e que essas regiões também apresentavam uma redução da média de idade da menopausa, havendo grande variação entre os continentes. A Tabela 10.1 mostra os resultados dessas variáveis para as regiões estudadas.

Tabela 10.1. Prevalência de insuficiência ovariana prematura e menopausa precoce e média da idade da menopausa em diferentes regiões geográficas, em mulheres de 15-49 anos (modificada a partir de Leone, Brown e Gemmill369).
REGIÕES INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA (%) MENOPAUSA PRECOCE (%) MÉDIA DA IDADE DA MENOPAUSA (ANOS)
Ásia Central 1,2 1,6 45,3
América Latina e Caribe 1,5 1,9 44,4
Norte da África/Oeste da Ásia/Europa 0,1 1,4 44,7
Sul e Sudeste Asiático 2,7 4,5 43,7
África Subsaariana 0,9 2,4 44,1

Em comparação com estudos prévios, apenas a região conjunta do Norte da África/Oeste da Ásia/Europa apresentou redução na prevalência da IOP/menopausa precoce e elevação da média de idade da menopausa.369

O conjunto dessas informações chama a atenção para o fato de que a AL se apresenta entre as regiões geográficas com média de idade mais baixa para início da menopausa e com maior prevalência de IOP e menopausa precoce, quando comparada a regiões do mundo com maior desenvolvimento e maior renda.

Considerando que a menopausa (natural, IOP ou menopausa precoce) se constitui na atualidade em um FRCV, esse perfil mencionado pode contribuir, juntamente com os demais FR, para elevar o RCV das mulheres latino-americanas.

10.2.2. Sintomas e Qualidade de Vida na Transição Menopáusica em Mulheres da América Latina

A TM determina o aparecimento de inúmeros sintomas que comprometem a qualidade de vida da mulher, dentre os quais podem ser citados os vasomotores (ondas de calor e suores, geralmente noturnos), insônia, alterações do humor (com maior propensão à depressão), irritabilidade, confusão mental, alterações genitais (secura vaginal, dor durante a atividade sexual, diminuição da libido), sintomas do trato urinário, dores musculares/articulares e palpitações.372,373 Os SVM podem durar 7-9 anos ou mais.372

A – Sintomas vasomotores

Em uma revisão sistemática de estudos realizados na Europa, América do Norte, AL e Ásia, publicados entre 1966 e 2009, Palacios et al. relataram que, além das diferenças geográficas observadas na média da idade de início da menopausa, existem diferenças quanto à frequência da sintomatologia mencionada pelas mulheres, mas os SVM estão entre os de maior prevalência em todas as regiões estudadas (Europa 74%; América do Norte 36-50%; AL 45-69%; Ásia 22-63%).373

Utilizando a Escala de Avaliação da Menopausa e um questionário para informações sociodemográficas, Blümel et al. avaliaram 8.373 mulheres, com idades entre 40 anos e 59 anos, de 22 centros de saúde, em 18 cidades de 12 países da AL e identificaram SVM em 55% da amostra, sendo que, em 9,6%, os sintomas se apresentaram com maior gravidade.374 A regressão logística demonstrou que a presença de sintomas psicológicos/urogenitais graves, menor escolaridade, peri- e pós-menopausa natural, nuliparidade, menopausa cirúrgica e morar em grandes altitudes foram FR significantes para SVM mais graves.374

Sánchez-Zarza et al. publicaram estudo transversal recente no qual 216 mulheres residentes em áreas urbanas de Assunção-Paraguai (40-60 anos) foram avaliadas com a Escala Cervantes de 10 itens e um questionário geral (dados pessoais e do parceiro). De acordo com a Escala Cervantes de 10 itens, os três sintomas mais prevalentes foram: dores musculares e/ou articulares (70,8%), ansiedade e nervosismo (70,8%) e SVM (54,2%).375

Em estudo de base populacional, com 1.500 mulheres brasileiras, com idades de 45-65 anos, Pompei et al. identificaram que a mediana da idade de início da menopausa foi 48 anos (de 45 anos a 51 anos), sem diferença entre as classes econômicas. Sintomas relacionados com a menopausa estavam presentes em 87,9% daquelas que se encontravam em TM, sendo os SVM os que apareceram mais precocemente.376

Com o objetivo de avaliar a prevalência e o impacto de SVM moderados a graves na pós-menopausa, foi realizado estudo transversal em 12.268 mulheres de 40-65 anos no Brasil, Canadá, México e quatro países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia). Observou-se que a prevalência de SVM moderados a graves foi de 15,6%, sendo mais elevada no Brasil (36,2%) e mais baixa na Europa nórdica (11,6%). Os SVM afetaram a qualidade de vida em todos os domínios avaliados.377

B – Distúrbios do sono

Avaliando 6.079 mulheres com idades entre 40 anos e 59 anos, de 11 países latino-americanos, utilizando inúmeros instrumentos de investigação, Blümel et al. observaram que 56,6% da amostra sofria de insônia, má qualidade do sono ou ambos, além de que a prevalência da insônia aumentou com a idade e da pré- para a pós-menopausa tardia.378 A regressão logística identificou que idade, doenças crônicas, consumo abusivo de álcool, ansiedade, depressão, SVM, uso de medicamentos (hipnóticos e THM) contribuíram positivamente para a ocorrência de distúrbios do sono, enquanto maior nível de escolaridade associou-se a menos insônia e melhor qualidade de sono.378

C – Dores musculares/articulares

Blümel et al.,374 utilizando a mesma amostra de mulheres latino-americanas anteriormente mencionada, avaliaram a relação de dores musculares/articulares com outras queixas da menopausa.379 Observou-se que 63% da amostra apresentava tais sintomas, sendo classificados como graves/muito graves em 15,6%. A regressão logística identificou que idade, tabagismo, menor escolaridade, SVM, IOP, pós-menopausa, acompanhamento psiquiátrico e uso de psicotrópicos foram significantemente relacionados a maior gravidade de sintomas, enquanto autopercepção de saúde, acesso privado à assistência à saúde e uso de THM foram significantemente relacionados a sintomas menos graves.379

D – Disfunção sexual

Através do questionário Índice de Função Sexual Feminina para investigação da disfunção sexual em 7.243 mulheres saudáveis com idade entre 40 anos e 59 anos, usuárias de 19 sistemas de saúde de 11 países latino-americanos, Blümel et al. demonstraram a ocorrência desse distúrbio em 56,8% da amostra.380 A regressão logística demonstrou que os FR para a disfunção sexual são diminuição da lubrificação vaginal (mais importante), uso de terapias alternativas para a menopausa e disfunção sexual do parceiro. Maior escolaridade (das mulheres), fidelidade do parceiro e acesso à saúde privada são identificados como protetores.380

Utilizando o mesmo instrumento (Índice de Função Sexual Feminina), Cruz, Nina & Figuerêdo investigaram a associação entre disfunção sexual e a intensidade dos sintomas do climatério (avaliada pelo Índice de Kupperman) em mulheres brasileiras de 40-65 anos, acompanhadas em hospital público.381 A prevalência da disfunção sexual foi de 58,73%, identificada em 100% das mulheres que apresentavam sintomas climatéricos graves, em 70,59% daquelas com sintomas moderados e apenas em 9,09% daquelas com sintomas leves.381

E – Outros sintomas

Blümel et al.374 demonstraram que, em mulheres com SVM, há cinco vezes mais chance de ocorrer desconforto torácico, quatro vezes mais chance de humor depressivo, alterações do sono, disfunção sexual, ansiedade, exaustão física e mental e secura vaginal e três vezes mais chance de irritabilidade, dores musculares/articulares e disfunção urinária.374

F – Qualidade de vida

Utilizando a mesma amostra,374,378 Blümel et al.380 avaliaram a qualidade de vida e os fatores que interferem negativamente nessa variável. A prevalência de mulheres com sintomas moderados a graves, comprometendo a qualidade de vida, esteve acima de 50% em todos os países, porém Chile e Uruguai apresentaram as maiores pontuações (80,88% e 67,4%, respectivamente). A regressão logística identificou que a qualidade de vida prejudicada em latino-americanas na menopausa foi associada ao uso de terapias alternativas para a menopausa, uso de drogas psiquiátricas, estar na pós-menopausa, ter 49 anos ou mais, viver em grandes altitudes e ter parceiro com disfunção erétil ou ejaculação precoce. Melhor qualidade de vida associou-se a viver em um país com renda mais baixa, usar THM e praticar hábitos saudáveis.382

A Tabela 10.2 apresenta a prevalência e os FR ou de proteção para os principais sintomas da menopausa em mulheres da AL.

Tabela 10.2. Fatores contribuintes ou de piora e fatores protetores para o aparecimento e maior gravidade de sintomas da menopausa em mulheres da América Latina373,374,378-380,382.
SINTOMAS/QUALIDADE DE VIDA PREVALÊNCIA FATORES CONTRIBUINTES OU DE PIORA FATORES PROTETORES
Sintomas vasomotores 45% a 69%; 55% Graves sintomas psicológicos/urogenitais, menor escolaridade, peri e pós-menopausa natural, nuliparidade, menopausa cirúrgica; morar em grandes altitudes Uso de THM
Distúrbios do sono 56,6% Maior idade, doenças crônicas, consumo abusivo de álcool, ansiedade, depressão, SVM, uso de medicamentos (hipnóticos e terapia hormonal) Maior nível de escolaridade associou-se a menos insônia e melhor qualidade de sono
Dores musculares/articulares 63% Maior idade, tabagismo, menor escolaridade, SVM, menopausa prematura, pós-menopausa, acompanhamento psiquiátrico e uso de psicotrópicos Autopercepção de saúde, acesso privado à assistência à saúde e uso de THM associam-se a sintomas menos graves
Disfunção sexual 56,8% Diminuição da lubrificação vaginal (mais importante), uso de terapias alternativas para a menopausa e disfunção sexual do parceiro Maior nível de escolaridade, fidelidade do parceiro, acesso à saúde privada são identificados como protetores
Qualidade de vida 50% com comprometimento grave Uso de terapias alternativas para a menopausa, uso de drogas psiquiátricas, estar na pós-menopausa, ter 49 anos ou mais, viver em grande altitudes, parceiro com disfunção erétil ou ejaculação precoce Viver em um país com renda mais baixa, usar THM e praticar hábitos saudáveis associam-se a melhor qualidade de vida

SMV: sintomas vasomotores; THM: terapia hormonal da menopausa.

10.3. Fatores de Risco Cardiovascular

Os estudos realizados pelo grupo REDLINC desde 2004 até o momento, resultando em 7 projetos de investigação e 18 publicações sobre vários aspectos da menopausa em mulheres latino-americanas, evidenciaram que os FRCV tradicionais e emergentes apresentam a prevalência observada na Tabela 10.3.383-386

Tabela 10.3. Prevalência dos fatores de risco cardiovascular em mulheres latino-americanas na menopausa.383-386.

FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR PREVALÊNCIA (%)
Sedentarismo 63,9
Ansiedade 59,7
Depressão 46,5
Síndrome metabólica 35
Hipertensão Arterial Sistêmica 22,9
Obesidade 18,5
Tabagismo 11,3
Diabetes mellitus 8,6
Menopausa precoce 1,9
Insuficiência ovariana prematura 1,5

A elevada prevalência dos FRCV demonstrada expõe as mulheres peri- e pós-menopáusicas latino-americanas a um maior RCV, o que por um lado deve contribuir para a elevada mortalidade CV atualmente observada nessa região geográfica,14 mas, por outro lado, apresenta inúmeras oportunidades de intervenção para o controle dos FR e para a redução do RCV nessa etapa da vida.13,141,173,387-389

10.4. Tratamento Medicamentoso e Não Medicamentoso

Há evidências de que a prescrição da THM na AL ocorre em 12,5% das mulheres que se encontram nessa etapa da vida, sendo principalmente por via oral (43,7%), seguida da transdérmica (17,7%).179,347,390 Nessa investigação, o uso de THM associou-se ao fato de a paciente ter uma percepção positiva sobre essa terapia, estar na pós-menopausa e possuir nível socioeconômico mais elevado.390

No grupo que nunca usou THM, 28% relataram a falta de prescrição médica como principal motivo, seguida pela ausência de sintomas (27,8%). Entre aquelas que relataram a falta de prescrição como principal motivo para não usar THM, 30,6% apresentavam sintomas graves de menopausa (escore total da Escala de Avaliação da Menopausa > 16).390

O uso de terapias alternativas foi mencionado por 19,5% das mulheres investigadas, 35,1% das quais mencionaram apresentar sintomas graves da menopausa em comparação a 22,5% das usuárias de THM.390

Um inquérito (através de questionário autoaplicável e anônimo) realizado com um total de 2.154 ginecologistas (55,5% do sexo masculino, 20,3% docentes e 85% tinham companheiro) em 11 países da AL,391,392 85,3% dos quais responderam à pesquisa (n = 1.837), demonstrou que:

  1. 85,4% dos ginecologistas responderam que usariam a THM se tivessem sintomas de menopausa (81,8% no caso de ginecologistas do sexo feminino) ou prescreveriam para a sua parceira (88,2% no caso de ginecologistas do sexo masculino).

  2. A percepção do risco relacionado ao uso da THM (em uma escala de 0 a 10) foi maior entre ginecologistas do sexo feminino do que entre ginecologistas do sexo masculino (4,06 ± 2,09 versus 3,83 ± 2,11, respectivamente); os dois principais riscos relatados foram tromboembolismo (mulheres 33,6% versus homens 41,4%, respectivamente) e câncer de mama (mulheres 38,5% versus homens 33,9%, respectivamente).

  3. No geral, os ginecologistas relataram prescrever THM para 48,9% de suas pacientes sintomáticas (mulheres 47,3% versus homens 50,2%, respectivamente); 86,8% mencionaram terapia não hormonal e 83,8% indicam terapias alternativas para o manejo da menopausa.

  4. Ginecologistas mais velhos e profissionais acadêmicos prescreveram THM com maior frequência.

Os autores concluíram que, apesar dos ginecologistas da AL terem se mostrado defensores da utilização da THM (para si ou para suas parceiras), isso não se reflete necessariamente em sua prática clínica.391,392 Não há ensaios clínicos sobre a utilização de outros medicamentos para o controle de sintomas climatéricos na AL como um todo.

Inúmeras intervenções relacionadas à medicina complementar e alternativa, como as práticas corpo-mente (hipnose, terapias cognitivo-comportamentais, relaxamento, biofeedback, meditação, aromaterapia), a utilização de produtos naturais (ervas, vitaminas, minerais, suplementos dietéticos) e outras abordagens (medicina tradicional chinesa, reflexologia, acupuntura, homeopatia) têm sido utilizadas para o controle dos sintomas da menopausa e muitos foram avaliados em ensaios clínicos em outros locais, mas não há estudos específicos para a AL.393,394

10.5. Desafios e Oportunidades de Intervenção

A combinação do aumento da expectativa de vida ao nascer, a redução na média da idade da menopausa natural e o aumento na prevalência da IOP/menopausa precoce contribui progressivamente para que mais mulheres latino-americanas (51% da população) vivam a experiência da TM e do impacto negativo da mesma em sua qualidade de vida (em todos os domínios), com perdas expressivas no âmbito pessoal, social e econômico, bem como da elevação da morbimortalidade CV (principal causa de morte no mundo atual).14,365,369-371

Segundo Faubion e Schufelt,10 após a lacuna no tratamento da menopausa deixada pelos resultados de estudos como Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study (HERS) e WHI,1,395 há uma atenção atual crescente sobre o assunto por parte de serviços de saúde, da mídia (jornais, blogs e outros) e até de celebridades, por múltiplas razões, que incluem a projeção de um mercado de $ 600 bilhões envolvendo produtos diversos e a chegada de novas gerações de mulheres (Y, millennials) que escolhem não sofrer em silêncio as consequências nefastas da menopausa.10

Considerando o cenário mundial e da AL acerca da menopausa, a Figura 10.1 lista as inúmeras oportunidades de intervenção para a melhoria da situação atualmente observada.

Figura 10.1. Intervenções possíveis para a melhoria da situação relacionada à menopausa. AL: América Latina; CV: cardiovascular; FRCV: fatores de risco cardiovascular; RCV: risco cardiovascular; THM: terapia hormonal da menopausa; TNH: terapia não hormonal.

Figura 10.1

A Figura 10.2 resume alguns dados demográficos e sobre a menopausa na América Latina.

Figura 10.2. Dados demográficos e sobre a menopausa na América Latina. AL: América Latina; THM: terapia hormonal da menopausa.

Figura 10.2

Glossary

Siglas

proteína amiloide β

AHA

American Heart Association

AHCO

anticoncepcional hormonal combinado oral

AL

América Latina

AMH

hormônio antimülleriano

angio-TC

angiotomografia coronariana

anti-TPO

anticorpos anti-peroxidase tireoidiana

ANVISA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ARIC

Atherosclerosis Risk in Communities cohort

ASPREE

Aspirin in Reducing Events in the Elderly

ATAC

Arimidex, Tamoxifen, Alone or in Combination

AVC

acidente vascular cerebral

CAC

escore de cálcio coronariano

CARDIA

Coronary Artery Risk Development in Young Adults

CT

colesterol total

CV

cardiovascular

DAC

doença arterial coronariana

DALYs

anos de vida ajustados por incapacidade (do inglês, Disability-Adjusted Life Years)

DCV

doenças cardiovasculares

DHEA

dehidroepiandrosterona

DHEAS

sulfato de dehidroepiandrosterona

DIC

doença isquêmica do coração

DIUH

dispositivo intrauterino hormonal

DLP

dislipidemia

DM

diabetes mellitus

DM2

diabetes tipo 2

EE

etinilestradiol

EMI

espessamento médio-intimal

EP

embolia pulmonar

ERG

escore de risco global

ESPRIT RCT

Estrogen for the Prevention of Reinfarction Trial

FA

fibrilação atrial

FC

frequência cardíaca

FEBRASGO

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

FPR

fatores potencializadores de risco

FR

fatores de risco

FRCV

fatores de risco cardiovascular

FSH

hormônio folículo-estimulante

GBD

Global Burden of Disease

HAS

hipertensão arterial sistêmica

HEAF

Health and Employment after Fifty Study

HERS

Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study

HDL-c

HDL colesterol

HiperSC

hipertireoidismo subclínico

HipoSC

hipotireoidismo subclínico

IAM

infarto agudo do miocárdio

IC

intervalo de confiança

IL

interleucina

IM

infarto do miocárdio

IMC

índice de massa corporal

IMS

International Menopause Society

IOP

insuficiência ovariana prematura

ITB

índice tornozelo-braquial

LDL-c

LDL colesterol

Lp(a)

lipoproteína (a)

NAMS

North American Menopause Society

MESA

Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis

NO

óxido nítrico

OMS

Organização Mundial da Saúde

OR

odds ratio

PA

pressão arterial

PEPI

Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions

POP

pílulas orais de progesterona

Qt

quimioterapia

RCV

risco cardiovascular

RR

risco relativo

SBC

Sociedade Brasileira de Cardiologia

SCA

síndrome coronariana aguda

SIAC

Sociedad Interamericana de Cardiología

SM

síndrome metabólica

SOBRAC

Associação Brasileira de Climatério

SOP

síndrome dos ovários policísticos

SRAA

sistema renina-angiotensina-aldosterona

STRAW

Stages of Reproductive Aging Workshop

SVM

sintomas vasomotores

SWAN

Women's Health Across the Nation

TEV

tromboembolismo venoso

TFGe

taxa de filtração glomerular estimada

TG

triglicerídeos

THAG

terapia hormonal para afirmação de gênero

THM

terapia hormonal da menopausa

TM

transição menopáusica

TVP

trombose venosa profunda

VE

ventrículo esquerdo

VLDL-c

VLDL colesterol

WISE

Women's Ischemia Syndrome Evaluation

WHI

Women's Health Initiative

Apêndice.

Objetivo 1

A presente revisão tem como questão norteadora: Quais os benefícios, os danos, as indicações e as contraindicações da THM, quanto aos sinais e sintomas do climatério/menopausa em mulheres com fatores de risco cardiovascular ou doenças cardiovasculares? Usando o acrônimo População, Intervenção, Comparação e Desfecho (Outcomes) (PICO), tem-se P – mulheres com fatores de risco cardiovascular ou doenças cardiovasculares, Intervenção – Terapia de Reposição Hormonal, Comparação – não se aplica, Outcomes – benefícios, danos, indicações e contraindicações.

A estratégia de busca orientou-se pelo acrônimo e os termos padronizados e as palavras-chave da pesquisa foram identificados nos vocabulários controlados: Descritores em Ciências da Saúde (DECS) via Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Subject Heading (MESH) por meio do PubMed e Emtree (Embase subject headings) da base de dados EMBASE (Elsevier). Realizou-se uma busca preliminar para identificar termos adicionais nos títulos, resumos e palavras-chaves dos artigos e, em seguida, uma estratégia de busca definitiva foi aplicada em todas as bases.

A estratégia de busca foi aplicada e adaptada no dia 23 de dezembro de 2023 nas bases de dados: LILACS, BDENF, WPRIM, CUMED OR LIPECS OR BINACIS do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, MEDLINE/PubMed da National Library of Medicine (NLM). No Portal de Periódicos da Capes: EMBASE e SCOPUS (Elsevier), CINAHL, Academic Search Premier (Ebsco), Web of Science (Clarivate). Acrescentou-se a Scientific Electronic Library Online (Scielo). Apresentam-se as estratégias de busca da Cochrane Library e Pubmed (Tabela 1 e 2)

Tabela 1. Cochrane Library.

Cochrane Library
#1 MeSH descriptor: [Women] explode all trees 1236 35
#2 female* OR woman OR women OR female 993875
#3 #1 OR #2 993875
#4 MeSH descriptor: [Heart Failure] explode all trees 14720
#5 MeSH descriptor: [Cardiovascular Diseases] explode all trees 152906
#6 MeSH descriptor: [Heart Diseases] explode all trees 72792
#7 MeSH descriptor: [Coronary Disease] explode all trees 18548
#8 MeSH descriptor: [Coronary Artery Disease] explode all trees 9532
#9 MeSH descriptor: [Arrhythmias, Cardiac] explode all trees 14339
#10 MeSH descriptor: [Arrhythmias, Cardiac] explode all trees 14339
#11 "Heart Failure" OR "Cardiac Failure" OR "Heart Decompensation" OR "Myocardial Failure" OR "cardiac backward failure" OR "cardiac decompensation" OR "cardiac incompetence" OR "cardiac insufficiency" OR "cardiac stand still" OR "cardial decompensation" OR "cardial insufficiency" OR "heart insufficiency" OR "decompensation cordis" OR "heart backward failure" OR "heart decompensation" OR "heart incompetence" OR "insufficientia cardis" OR "myocardial insufficiency" OR "Cardiovascular Diseases" OR "Cardiac Event" OR "Cardiac Events" OR "Cardiovascular Disease" OR "Heart Diseases" OR "Cardiac Disease" OR "Cardiac Diseases" OR "Cardiac Disorder" OR "Cardiac Disorders" OR "Heart Disease" OR "Heart Disorder" OR "Heart Disorders" OR "Coronary Disease" OR "Coronary Diseases" OR "Coronary Heart Disease" OR "Coronary Heart Diseases" OR "Coronary Artery Disease" OR "Arterioscleroses, Coronary" OR "Coronary Arterioscleroses" OR "Coronary Arteriosclerosis" OR "Coronary Artery Diseases" OR "Coronary Atheroscleroses" OR "Coronary Atherosclerosis" OR "Arrhythmias, Cardiac" OR Arrhythmia OR Arrythmia OR "Cardiac Arrhythmia" OR "Cardiac Arrhythmias" OR "Cardiac Dysrhythmia" OR "Myocardial Infarction" OR "Cardiovascular Stroke" OR "Cardiovascular Strokes" OR "Heart Attack" OR "Heart Attacks" OR "Myocardial Infarct" OR "Myocardial Infarctions" OR "Myocardial Infarcts" 142558
#12 #4 OR #5 OR #6 OR #7 OR #8 OR #9 OR #10 #11 152906
#13 MeSH descriptor: [Hormone Replacement Therapy] explode all trees 3536
#14 MeSH descriptor: [Estrogen Replacement Therapy] explode all trees 2485
#15 "Hormone Replacement Therapy" OR "Hormone Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacement Therapy" OR "Estrogen Progestin Combination Therapy" OR "Estrogen Progestin Replacement Therapy" OR "Estrogen Replacement" OR "Estrogen Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacements" OR "Postmenopausal Hormone Replacement Therapy" OR Estrogen 17111
#16 #13 OR #14 OR #15 17111
#17 MeSH descriptor: [Primary Prevention] explode all trees 6617
#18 "Primary Prevention" OR "Primary Disease Prevention" OR "Primordial Prevention" OR "Primary Prevention" 5378
#19 #17 OR #18 10597
#20 #3 AND #12 AND #16 AND #19 35

Fonte: Cochrane Library

Tabela 2. Medline/PubMed.

Search Query Results
#1 Search: "Women"[mh] OR Woman OR Women 1,717,025
#2 Search: Menopause[mh] OR Menopause 96,061
#3 Search: "Hormone Replacement Therapy"[mh] OR Hormone Replacement Therap* OR "Estrogen Replacement Therapy"[mh] OR Estrogen Progestin Combination Therapy OR Estrogen Progestin Replacement Therapy OR Estrogen Replacement OR Estrogen Replacement Therapies OR Estrogen Replacement* OR Postmenopausal Hormone Replacement Therapy OR Estrogen 312,110
#4 Search: "Primary Prevention"[mh] OR Primary Disease Prevention* OR Primordial Prevention* OR Primary Prevention 377,833
#5 Search: "Heart Failure"[mh] OR Heart Failure OR Cardiac Failure OR Heart Decompensation OR Myocardial Failure OR cardiac backward failure OR cardiac decompensation OR cardiac incompetence OR cardiac insufficiency OR cardiac stand still OR cardial decompensation OR cardial insufficiency OR heart insufficiency OR decompensatio cordis OR heart backward failure OR heart decompensation OR heart incompetence OR insufficientia cardis OR myocardial insufficiency OR "Cardiovascular Diseases"[mh] OR Cardiac Event* OR Cardiovascular Disease* OR "Heart Diseases"[mh] OR Cardiac Disease* OR Cardiac Disorder* OR Heart Disease* OR Heart Disorder* OR Cardiac OR "Coronary Disease"[mh] OR Coronary Heart Disease* OR Coronary Artery Disease* OR Coronary Arterioscleros* OR Coronary Atheroscleros* OR "Arrhythmias, Cardiac"[mh] OR Arrhythmia* OR Arrythmia OR Cardiac Arrhythmia* OR "Cardiac Dysrhythmia" OR Atheroscleros* OR "Myocardial Infarction"[mh] OR Cardiovascular Stroke* OR Heart Attack* OR Myocardial Infarct* OR Cardiovascular 4,429,382
#6 Search: #1 AND #2 AND #3 AND #4 AND #5 422

Fonte: MEDLINE/Pubmed

As referências recuperadas nas buscas foram agrupadas por base no EndNote (Clarivate Analytics, PA, USA), software gerenciador de referências e as duplicatas removidas. Em seguida, as referências foram importadas no software Intelligent Systematic Review (Rayyan) para seleção de acordo com os critérios de inclusão. As fontes selecionadas na primeira triagem de título e resumo foram recuperadas na íntegra. As referências potencialmente relevantes foram avaliadas por meio de leitura para confirmação da inclusão ou exclusão. Os resultados do processo de busca, identificação, seleção e inclusão serão descritos no Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Objetivo 2

A presente revisão tem como questão norteadora: Quais os benefícios, os danos, as indicações e as contraindicações da THM em mulheres? Usando o acrônimo População, Intervenção, Comparação e Desfecho (Outcomes) (PICO), tem-se P – mulheres, Intervenção – Terapia de Reposição Hormonal, Comparação – não se aplica, Outcomes – benefícios, danos, indicações e contraindicações.

A estratégia de busca orientou-se pelo acrônimo e os termos padronizados e as palavras-chave da pesquisa foram identificadas nos vocabulários controlados: Descritores em Ciências da Saúde (DECS) via Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Subject Heading (MESH) por meio do PubMed e Emtree (Embase subject headings) da base de dados EMBASE (Elsevier). Realizou-se uma busca preliminar para identificar termos adicionais nos títulos, resumos e palavras-chaves dos artigos e, em seguida, uma estratégia de busca definitiva foi aplicada em todas as bases.

A estratégia de busca foi aplicada e adaptada no dia 1 de janeiro de 2024 nas bases de dados: LILACS, IBECS, WPRIM e BIGG do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, MEDLINE/PubMed da National Library of Medicine (NLM). No Portal de Periódicos da Capes: EMBASE e SCOPUS (Elsevier), CINAHL, Academic Search Premier (Ebsco), Web of Science (Clarivate). Acrescentaram-se Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Epistemonikos. Apresentam-se as estratégias de busca da Cochrane Library e PubMed (Tabela 3 e 4).

Tabela 3. Cochrane Library.

Cochrane Library
ID Search Hits 109
#1 MeSH descriptor: [Women] explode all trees 1242
#2 female* OR woman OR women OR female 996379
#3 #1 OR #2 996379
#4 MeSH descriptor: [Hormone Replacement Therapy] explode all trees 3537
#5 MeSH descriptor: [Estrogen Replacement Therapy] explode all trees 2486 109
#6 "Hormone Replacement Therapy" OR "Hormone Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacement Therapy" OR "Estrogen Progestin Combination Therapy" OR "Estrogen Progestin Replacement Therapy" OR "Estrogen Replacement" OR "Estrogen Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacements" OR "Postmenopausal Hormone Replacement Therapy" OR Estrogen 17128
#7 #4 OR #5 OR #6 17128
#8 MeSH descriptor: [Clinical Protocols] explode all trees 23966
#9 MeSH descriptor: [Consensus] explode all trees 566
#10 MeSH descriptor: [Guideline] explode all trees 1015
#11 MeSH descriptor: [Meta-Analysis] explode all trees 0
#12 MeSH descriptor: [Systematic Review] explode all trees 426
#13 MeSH descriptor: [Health Planning Guidelines] explode all trees 28
#14 MeSH descriptor: [Practice Guidelines as Topic] explode all trees 2750
#15 "Clinical protocols" OR Consensus OR "Critical pathways" OR "Guidelines as topic" OR "Practice guidelines as topic" OR "Health planning guidelines" OR "Clinical Decision Rules" OR guideline* OR "practice guideline" OR "consensus development conference" OR "position statement" OR "policy statement" OR "practice parameter" OR "best practice" OR standards OR recommendat* OR "treatment guideline" OR "clinical guideline" OR "guideline recommendation" OR "systematic" OR "meta-analysis" OR "meta-analysis as topic" OR "meta analy" OR metanaly OR metaanaly OR "met analy" OR "integrative research" OR "integrative review" OR "integrative overview" OR "research integration" OR "research overview" OR "collaborative review" OR "collaborative overview" OR "systematic review" OR "systematic reviews as topic" OR "systematic review" 155064
#16 #8 OR #9 OR #10 OR #11 OR #12 OR #13 OR #14 OR #15 172718
#17 #3 AND #7 AND #16 2077
#18 "Breast Neoplasms" OR "Breast cancer" OR "Breast tumor" OR "breast neoplasm" OR animal*OR "In Vitro" OR mice OR mouse OR rat OR rats OR murine OR rodent* OR beagle 63541
#19 #3 AND #7 AND #16 NOT #18 566

Fonte: Cochrane Library

Tabela 4. Medline/PubMed.

Search Query Results
#1 Search: "Women"[mh] OR Woman OR Women 1,717,025
#2 Search: "Hormone Replacement Therapy/adverse effects"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/instrumentation"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/methods"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/trends"[Majr] OR "Estrogen Replacement Therapy/adverse effects"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/classification"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/instrumentation"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/methods"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/standards"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/trends"[Mesh] OR "Hormone Replacement Therapy"[mh] OR Hormone Replacement Therap* OR "Estrogen Replacement Therapy"[mh] OR Estrogen Progestin Combination Therapy OR Estrogen Progestin Replacement Therapy OR Estrogen Replacement OR Estrogen Replacement Therapies OR Estrogen Replacement* OR Postmenopausal Hormone Replacement Therapy OR Estrogen 312,110
#3 Search: "Clinical protocols"[mh] OR "Consensus"[mh] OR "Consensus development conferences as topic"[mh] OR "Critical pathways"[mh] OR "Guidelines as topic" [Mesh:NoExp] OR "Practice guidelines as topic"[mh] OR "Health planning guidelines"[mh] OR "Clinical Decision Rules"[mh] OR "guideline"[pt] OR "practice guideline"[pt] OR "consensus development conference"[pt] OR "consensus development conference, NIH"[pt] OR "position statement*"[tiab] OR "policy statement*"[tiab] OR "practice parameter*"[tiab] OR "best practice*"[tiab] OR standards[TI] OR guideline[TI] OR guidelines[TI] OR standards[ot] OR guideline[ot] OR guidelines[ot] OR guideline*[cn] OR standards[cn] OR consensus*[cn] OR recommendat*[cn] OR "practice guideline*"[tiab] OR "treatment guideline*"[tiab] OR CPG[tiab] OR CPGs[tiab] OR "clinical guideline*"[tiab] OR "guideline recommendation*"[tiab] OR consensus*[tiab] OR "systematic"[filter] OR "meta-analysis"[pt] OR "meta-analysis as topic"[mh] OR "meta analy*"[tw] OR metanaly*[tw] OR metaanaly*[tw] OR "met analy*"[tw] OR "integrative research"[tiab] OR "integrative review*"[tiab] OR "integrative overview*"[tiab] OR "research integration*"[tiab] OR "research overview*"[tiab] OR "collaborative review*"[tiab] OR "collaborative overview*"[tiab] OR "systematic review"[pt] OR "systematic reviews as topic"[mh] OR "systematic review*"[tiab] 1,256,669
#4 Search: english[Filter] OR portuguese[Filter] OR spanish[Filter] 32,382,331
#5 Search: 2019:2024[pdat] 7,580,602
#6 Search: "Breast Neoplasms"[majr] OR animals[mh] OR animal*[tiab] OR "In Vitro Techniques"[mh] OR mice[tw] OR mouse[tw] OR rat[tiab] OR rats[tiab] OR murine[tw] OR rodent*[tw] OR beagle[tw] 27,333,977
#7 Search: #1 AND #2 AND #3 AND #4 AND #5 AND #6 1,035

Fonte: MEDLINE/Pubmed

Os limites da busca foram idioma português, inglês e espanhol, ano de publicação a partir de 2019, tipo de estudo consensos, revisões sistemáticas, protocolos clínicos, guidelines, meta-análise, recomendações.

As referências recuperadas nas buscas foram agrupadas por base no EndNote (Clarivate Analytics, PA, USA), software gerenciador de referências e as duplicatas removidas. Em seguida, as referências foram importadas no software Intelligent Systematic Review (Rayyan) para seleção de acordo com os critérios de inclusão. As fontes selecionadas na primeira triagem de título e resumo foram recuperadas na íntegra. As referências potencialmente relevantes foram avaliadas por meio de leitura para confirmação da inclusão ou exclusão. Os resultados do processo de busca, identificação, seleção e inclusão serão descritos no Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Footnotes

Realização:

Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM/SBC), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Sociedad Interamericana de Cardiología (SIAC)

Coordenadores:

Gláucia Maria Moraes de Oliveira e Maria Cristina Costa de Almeida

Comissão de redação:

Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Maria Cristina Costa de Almeida, Maria Celeste Osorio Wender, Lucia Helena Simões da Costa-Paiva, Maria Alayde Mendonça Rivera, Carolina María Artucio Arcelus, Larissa Neto Espíndola

Conselho de Normatizações e Diretrizes responsável:

Carisi Anne Polanczyk (Coordenadora), Humberto Graner Moreira, Mário de Seixas Rocha, Jose Airton de Arruda, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva – Gestão 2022-2023

Nota:

Estas Diretrizes se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

*

Nota: A idade de 60 anos deve ser considerada quando a data da última menstruação é desconhecida.

**

Nota: A idade de 60 anos deve ser considerada quando a data da última menstruação é desconhecida.245,278-282

***

Nota: antidepressivos (paroxetina, venlafaxina, desvenlafaxina, escitalopram, citalopram), gabapentina e fezolinetante.296-302

Referências

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Brazilian Guideline on Menopausal Cardiovascular Health – 2024

Gláucia Maria Moraes de Oliveira 1, Maria Cristina Costa de Almeida 2, Carolina María Artucio Arcelus 3, Larissa Neto Espíndola 4,5, Maria Alayde Mendonça Rivera 6, Agnaldo Lopes da Silva-Filho 7, Celi Marques-Santos 8,9, César Eduardo Fernandes 10, Carlos Japhet da Matta Albuquerque 11,12,13, Claudia Maria Vilas Freire 7, Maria Cristina de Oliveira Izar 14, Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa 15, Marildes Luiza de Castro 16, Viviana de Mello Guzzo Lemke 17, Alexandre Jorge Gomes de Lucena 18, Andréa Araujo Brandão 19, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo 20, Carisi Anne Polanczyk 21, Carla Janice Baister Lantieri 10, Eliana Petri Nahas 14, Elizabeth Regina Giunco Alexandre 22, Erika Maria Gonçalves Campana 19, Érika Olivier Vilela Bragança 23, Fernanda Marciano Consolim Colombo 24, Imara Correia de Queiroz Barbosa 25, Ivan Romero Rivera 26, Jaime Kulak 27, Lidia Ana Zytynski Moura 28, Luciano de Mello Pompei 10, Luiz Francisco Cintra Baccaro 29, Marcia Melo Barbosa 30, Marcio Alexandre Hipólito Rodrigues 7, Marco Aurelio Albernaz 31, Maria Sotera Paniagua de Decoud 32, Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva 33, Martha Beatriz Sanchez-Zambrano 34, Milena dos Santos Barros Campos 35, Monica Acevedo 36, Monica Susana Ramirez 37,38, Olga Ferreira de Souza 39, Orlando Otávio de Medeiros 40, Regina Coeli Marques de Carvalho 41,42, Rogerio Bonassi Machado 43, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva 44, Thais de Carvalho Vieira Rodrigues 35,45, Walkiria Samuel Avila 24, Lucia Helena Simões da Costa-Paiva 29, Maria Celeste Osorio Wender 46

Brazilian Guideline on Menopausal Cardiovascular Health – 2024
The report below lists declarations of interest as reported to the SBC by the experts during the period of the development of these statement, 2023-2024.
Expert Type of relationship with industry
Agnaldo Lopes da Silva-Filho Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer and Vifor.
Alexandre Jorge Gomes de Lucena Nothing to be declared
Andréa Araujo Brandão Nothing to be declared
Ariane Vieira Scarlatelli Macedo Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer: anticoagulation and heart failure; Pfizer: anticoagulation and amyloidosis; Jannsen: leukemia.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer: heart failure.
Carisi Anne Polanczyk Nothing to be declared
Carla Janice Baister Lantieri Nothing to be declared
Carlos Japhet da Matta Albuquerque Nothing to be declared
Carolina María Artucio Arcelus Nothing to be declared
Celi Marques Santos Nothing to be declared
César Eduardo Fernandes Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Board member and speaker at GENON, Bayer, Sanofi, Theramex laboratories.
Claudia Maria Vilas Freire Nothing to be declared
Eliana Aguiar Petri Nahas Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Libbs: Iziz, IUMI ES; Theramex: Systen adesivos, Estreva Gel.
Elizabeth Regina Giunco Alexandre Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Lilly, Servier, Libbs.
Erika Maria Gonçalves Campana Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Servier, Brace Pharma, Biolab, Momenta.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Servier: hypertension; Biolab: hypertension.
Érika Olivier Vilela Bragança Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Biolab: Dozoito.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Merck.
Fernanda Marciano Consolim Colombo Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Daiichi Sankyo; Merck; Servier; AstraZeneca.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Daiichi Sankyo; Servier.
Gláucia Maria Moraes de Oliveira Nothing to be declared
Imara Correia de Queiroz Barbosa Nothing to be declared
Ivan Romero Rivera Nothing to be declared
Jaime Kulak Junior Nothing to be declared
Larissa Neto Espíndola Nothing to be declared
Lidia Ana Zytynski Moura Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga; Boehringer: Jardiance; Bayer: Vericiguat; Vifor: Ferrinject.
B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer: Vericiguat.
Lucia Helena Simões da Costa-Paiva Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer: Siu Mirena; Besins: Vagifem; Libbs: hormone therapy and contraception; Theramex: hormonal therapy.
B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- FAPESP and CNPQ productive scholarship.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Besins: Vagifem; Bayer: Mirena; Astelas: Fezolinetanto.
Luciano de Melo Pompei Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Abbott; Besins; Libbs; Theramex: menopausal hormone therapy products.
Luiz Francisco Cintra Baccaro Nothing to be declared
Marcia Melo barbosa Nothing to be declared
Marcio Alexandre Hipólito Rodrigues Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Theramex, Besins, Novonordisk.
B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Theramex.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Theramex e Besins
Marco Aurélio Albernaz Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer: contraception; Theramex: contraception and hormonal therapy; Organon: contraception; Libbs: hormone therapy.
Maria Alayde Mendonça Rivera Nothing to be declared
Maria Celeste Osorio Wender Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Bayer, Besins, MSD, Astellas, Gedeon, Abbott, Theramex.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Mithra: Estetrol; Myovant: Relugolix.
Maria Cristina Costa de Almeida Nothing to be declared
Maria Cristina de Oliveira Izar Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Amgen: Repatha; Amryt Pharma: Lojuxta; AstraZeneca: Dapagliflozina; Aché: Trezor, Trezete; Biolab: Livalo; Abbott: Lipidil; EMS: Rosuvastatina; Eurofarma: Rosuvastatina; Sanofi: Praluent, Zympass, Zympass Eze, Efluelda; Libbs: Plenance, Plenance Eze; Novo Nordisk: Ozempic, Victoza; Servier: Acertamlo, Alertalix; PTCBio: Waylivra.
B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- PTCBio: Waylivra; Amgen: Repatha; Novartis: Inclisiran, Pelacarsen; NovoNordisk: Ziltivekimab.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Novo Nordisk: Diabetes.
Maria Elizabeth N. Caetano Costa Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Libbs: Plenance Enze; Servier: Vastarel.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Libbs; Servier: Participação em congresso.
Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Nothing to be declared
Maria Sotera Paniagua de Decoud Nothing to be declared
Marildes Luiza de Castro Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Novartis: Sacubitril/Valsartana; Pfizer: Patisiran; Merck: Vericiquat; Amgen.
Martha Beatriz Sanchez-Zambrano Nothing to be declared
Milena dos Santos Barros Campos Nothing to be declared
Monica Acevedo Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- I've received honoraria for consulting, speaker activities and research from Abbott, Astra Zeneca, Axon-pharma, Bayer, Boehringer Ingelheim, Eli Lily, Eurofarma, Ferrer, Novartis, Novo Nordisk, Tecnofarma, Teva pharmaceuticals. All have been less than 5000 usd.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- AstraZeneca: European Society of Cardiology Congress, Barcelona 2022; Boehringer: European Socciety Cardiology Congress, Amsterdam 2023.
Monica Susana Ramirez Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Gador, Bago, Raffo.
Any economically relevant equity interest in companies in the healthcare or education industry or in any companies competing with or supplying to SBC:
- Centro de Diagnostico Rosario.
Olga Ferreira de Souza Nothing to be declared
Orlando Otávio de Medeiros Nothing to be declared
Regina Coeli Marques de Carvalho Nothing to be declared
Rogério Bonassi Machado Nothing to be declared
Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Lectures for Novartis: Entresto; AstraZeneca: Forxiga/ Xigduo; Boeringher-Lilly alliance: Jardiance; Servier: Acertil, Acertalix, triplixan; Novonordisk: Saxenda, Ozempic, Rybelsus; Libbis: Naprix; Vifor: Ferinject.
Other relationships
Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Boeringher-Lilly Alliance: Jardiance; Novonordisk: Ozempic, Rybelsus, Saxenda; Servier: Acertil, Acertalix, Triplixan.
Thais de Carvalho Vieira Rodrigues Nothing to be declared
Viviana de Mello Guzzo Lemke Nothing to be declared
Walkiria Samuel Avila Nothing to be declared

1. Introduction

After the publication of the results from the Women's Health Initiative (WHI) clinical trial in 2002 showing more risks than benefits to female health with estrogen (alone or combined with progestin) use to control menopausal signs and symptoms,1 there has been a progressive and sustained decline in the prescription of those drugs.2-4

In the United States, there was an increase in the prescription of menopausal hormone therapy (MHT) from 16 million in 1966 to 90 million in 1999,5-7 so that, by the end of the 1990s, 25% of 45–74-year-old women8 and more than 40% of those aged 50-69 years were on that therapy.5-7

There is evidence that, after the publication of the WHI study,1 the MHT prescription declined from 25% to 11.9% in 2003-2004, reaching 4.7% in 2012, in all demographic groups studied.9 It is worth noting that, even after new evidence that MHT could be used for younger women with no additional risk and who were within the first 10 years from menopause onset, there has been no increase in MHT prescription, which is currently found in 4-6% of the women in that phase.10

The world population is currently estimated at 8 019 876 189 people, 49.75% of whom are of the female sex and with a life expectancy at birth of 76 years (6 years more than men),11 higher access to education and the labor market (despite the indisputable and persistent gender inequality observed), and who tend to suffer with menopausal signs and symptoms for at least one third of their lives. As those women age, they are at increasing risk for cardiovascular (CV) morbidity and mortality,12,13 considering that one third of the current female mortality results from ischemic heart disease (IHD) and cerebrovascular disease.14

According to Faubion and Shufelt,10 the new generations of women will reach menopause with not only more freedom and safety to openly talk about the burden imposed by menopausal signs and symptoms, but more likely to search for solutions. This represents a potential product market valued at an estimated 600 billion dollars. Thus, this substantial number of women needs a health care system prepared for this scenario. In addition, to face the challenge, those authors10 state that the science of menopause needs to advance in regard to scientific investigation, education and updating of health professionals in female issues (internal medicine, endocrinology, cardiology, family medicine, and gynecology and obstetrics), creation of state public policies for education in women's health and care, in addition to the education of employers and organizations’ leaders, who need to adapt the workplace to the women's needs in that stage life.

In this context, the elaboration, organization, and presentation of this "Guideline on Cardiovascular Menopausal Health", resulting from the joint work of national [Brazilian Federation of the Gynecology and Obstetrics Societies (in Portuguese, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO), Brazilian Association of Menopause (in Portuguese, Associação Brasileira de Climatério - SOBRAC), and Brazilian Society of Cardiology (in Portuguese, Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC)] and international scientific societies [Sociedad Interamericana de Cardiología (SIAC)], as well as several specialties that deal with women's health, meet all important requirements for educating and/or updating health professionals in the field, consisting of the disclosure of the best scientific evidence currently available on postmenopause and menopause.15

The elaboration of this document involved a systematic review (Appendix 1), registered on PROSPERO 2024 CRD42024504299 Available from: https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?ID=CRD42024504299. The methods used are described in the appendix to this guideline (Figure 1.1).

Figure 1.1. Structure of the systematic review that guided this guideline on menopause and postmenopause. CVD: cardiovascular disease; DM: diabetes mellitus; MHT: menopausal hormone therapy; SAH: systemic arterial hypertension.

Figure 1.1

The following section provides the highlights of each chapter.

1.1. Highlights

Sex Hormones (Estrogen, Progesterone, Testosterone) and their Functions Throughout Life

Ovarian steroidogenesis begins in puberty when hormones act on secondary sexual characters and regulation of pregnancy. Sex hormones (estrogens, androgens, and progesterone), through their receptors present in the entire female body, act and have specific functions.

Postmenopausal syndrome encompasses the set of symptoms and signs resulting from the interaction between sociocultural, psychological, and endocrine factors. Its diagnosis in women older than 45 years, in the presence of complaints suggestive of hypoestrogenism, requires no confirmation by additional exams.

Estradiol deficiency in menopause contributes to endothelial dysfunction due to loss of its vascular functions, such as NO synthesis increase, antioxidant action, and anti-inflammatory properties.

Changes in the lipid profile, such as increase in total cholesterol, LDL cholesterol, and triglycerides, begin in menopausal transition.

Hypoestrogenism leads to changes in female body fat storage and distribution, with increased central adiposity (android shape) and cardiovascular risk.

Relation between Postmenopause/Menopause and Traditional and/or Emerging Cardiovascular Risk Factors

The reduction in the protective function of HDL cholesterol and the increase in the Lp (a) concentration in perimenopause contribute to increase cardiovascular risk. Changes in the glucose metabolism associated with increased central adiposity predispose to the development of diabetes mellitus, which, in the presence of early menopause, leads to higher increase of the cardiovascular risk.

The risk for ischemic heart disease increases in menopause, and worsens the prognosis of women with previous disease, with higher revascularization rates and progression to heart failure.

Women with systemic arterial hypertension have higher incidence of left ventricular hypertrophy in postmenopause, with higher risk of diastolic dysfunction. Isolated systolic hypertension in this phase is related to greater aortic stiffness.

Sedentary lifestyle in postmenopause leads to worse physical fitness and poorer control of cardiovascular risk factors, in addition to higher incidence of fractures and mortality. Smoking increases the risk of early menopause and the likelihood of cardiovascular disease, stroke, osteoporosis, diabetes mellitus, and all-cause mortality.

In menopausal transition, the risk of depression and anxiety is higher. Emotional triggers associated with chronic stress lead to sustained activation of the hypothalamus-hypophysis-adrenal axis, deregulation of metabolic processes, and systemic inflammation, accelerating atherosclerosis and increasing the cardiovascular risk.

Relation between Postmenopause/Menopause and Cardiovascular Diseases

Cardiovascular risk stratification in postmenopause is an important tool to identify the major risk factors and risk markers and to implement measures to prevent and reduce women's mortality. There is no specific risk score for perimenopausal and postmenopausal women, thus, the traditional scores are used and can be refined with the identification of risk-enhancing factors and subclinical atherosclerosis markers.

Women have a lower global burden of atherosclerosis and more coronary microvascular dysfunction. Early menopause is associated with increased mortality from ischemic heart disease.

Elderly women, of Black ethnicity, and lower socioeconomic level have higher incidence of stroke, and arterial hypertension is the major risk factor associated. Arterial hypertension, diabetes mellitus, and smoking have higher negative impact on women, who also have more negative outcomes and increased mortality after stroke.

In postmenopause, systolic and diastolic heart failure and left ventricular concentric remodeling are more frequent, and their incidence is increased in early menopause.

Multiple factors, such as systolic arterial hypertension, obesity, sedentary lifestyle, excessive alcohol intake, valvular heart disease, multiparity, and stroke, suggest a correlation between menopause and increased risk for atrial fibrillation. Early menopause, as well as stress, anxiety, insomnia, and depressive symptoms, is suggested to increase the risk of atrial fibrillation.

Menopause and Risk of Morbidity and Mortality from Other Diseases

There is increased cardiovascular risk in postmenopausal women treated for breast cancer, which is worsened by the inadequate control of risk factors and the cardiotoxicity of the treatment.

Women with cancer may have early menopause, depending on the baseline ovarian reserve, gonadotoxicity, and duration of exposure to oncogenic agents (oncological and/or endocrine therapy).

Aging, genetic profile, and systemic vascular disease are the major nonmodifiable risk factors for the development of dementia, whose prevalence is higher among women.

Thyroid dysfunctions are significantly more common in women, and their incidence increases with aging. Manifest and subclinical hyperthyroidism increase the risk of osteoporosis, especially in postmenopause.

Menopausal estrogen loss leads to negative bone remodeling and bone loss, increasing the risk of osteoporosis. Menopausal hormone therapy should be indicated for women with premature ovarian failure and, in natural menopause, it can be indicated to prevent osteoporosis, especially in the presence of vasomotor symptoms.

Cardiovascular Risk and Sex Hormones

Cardiovascular risk stratification needs to include the assessment of gynecological history and use of sex hormones throughout life.

Early menarche, polycystic ovary syndrome, and the use of hormonal contraceptives should be recognized as additional cardiovascular risk factors.

Combined oral hormonal contraception has a protective effect on the cardiovascular system. In anovulatory cycles due to hypoestrogenism and hypothalamic dysfunction, however, the risk of coronary atherosclerosis and cardiovascular events increases.

Supplementation with testosterone should not be indicated to women to improve cardiovascular risk.

Independently of the possible additional effects on cardiovascular risk from gender-affirming hormone therapy, prevention focus should be kept on the classic cardiovascular health pillars.

Current Recommendations for Menopausal Hormone Therapy

  • The Brazilian Society of Cardiology (SBC), the Brazilian Federation of the Gynecology and Obstetrics Societies (FEBRASGO), and the Brazilian Association of Menopause (SOBRAC) recommend the use of menopausal hormone therapy for symptomatic menopausal women without contraindications. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

  • This therapy consists in the administration of different sex hormones that should be individualized according to the risks and benefits of each woman. The many formulations, doses, and administration routes of hormonal therapy have high efficacy to relieve postmenopausal symptoms. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

  • The menopausal hormone therapy should be initiated in the "window of opportunity", that is, within 10 years of menopause onset and/or before the age of 60 years**. However, initiating the menopausal hormone therapy after the age of 60 years or more than 10 years after menopause onset can elevate the absolute risk of coronary artery disease, venous thromboembolism, and stroke. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

  • There is no indication to start menopausal hormone therapy aiming at primary cardiovascular prevention in multiple scenarios. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

Contemporary Evidence of Hormonal Therapy in Women

Menopausal women with risk factors for cardiovascular disease need a thorough assessment before initiating menopausal hormone therapy.

Women with controlled systemic arterial hypertension and moderate to intense vasomotor symptoms can use menopausal hormone therapy through any route, but transdermal estrogen should be preferred in the presence of obesity, dyslipidemia, diabetes mellitus, and metabolic syndrome. Micronized progesterone (oral or vaginal route) is recommended for women without hysterectomy.

Systemic menopausal hormone therapy is not recommended for women with manifest cardiovascular disease, previous history of acute myocardial infarction or stroke. Transdermal menopausal hormone therapy is recommended for women with previous history of venous thromboembolism, depending on the factor causing the event.

For women with contraindication to or who do not want to undergo menopausal hormone therapy, nonhormonal therapies can help relieve vasomotor symptoms.

Compounded or bioidentical hormones or hormonal pellets are not recommended because of the lack of scientific evidence about their efficacy and safety.

Menopause and Woman in the Job Market – Difficulties and Opportunities for Improvement

Women are a large part of the global workforce, and almost half of them are in peri- or postmenopause.

Menopausal symptoms hinder their quality of life, as well as their work performance and attendance. Thus, employers need to be aware of the discomfort caused by those symptoms, providing a humanized and comfortable work environment.

Institutional policies should be created to support menopausal working women (education on the topic, medical appointments when required, adaptations of the work environment).

Promoting discussions on the theme with the leaderships is necessary, in the search for solutions for the problems presented.

Measures, such as flexible work schedules, more ventilated areas closer to toilets, and lighter and comfortable uniforms, are cost-effective. These measures should be prioritized in the employers’ policies for peri- or postmenopausal working women.

Menopause and Postmenopause in Latin America – Current Situation, Challenges, and Opportunities for Intervention

In low/middle-income countries, there is an increase in the prevalence of premature ovarian failure (before age 40 years) and early menopause (before age 45 years), which are considered risk factors for cardiovascular disease and mortality.

The mean age at menopause onset in Latin America is 47.24 years, with progressive elevation in the prevalence of premature ovarian failure and early menopause.

Vasomotor symptoms are one of the most prevalent symptoms (55%) in Latin American women during menopausal transition, being usually severe in a large part of that population.

In addition to vasomotor symptoms, sleep disorders, urogenital disorders, muscle/joint pains, and mood swings (depression, anxiety, irritability) are frequent and impair the quality of life of women transitioning through menopause and postmenopause.

In Latin America, menopausal hormone therapy is prescribed for 12.5% of menopausal women (oral, 43.7%; transdermal, 17.7%), while alternative therapies are used by 19.5%.

2. Sex Hormones (Estrogen, Progesterone, Testosterone) and their Functions Throughout Life

During the intrauterine life, between the sixth and eighth gestational weeks, in a female chromosomal sex embryo, 46XX, there is differentiation of the bipotential, embryonic gonads into ovaries. In the absence of the Y chromosome, the fetus develops ovaries and, in the absence of testosterone levels similar to male ones, the female phenotype appears.16 The ovaries begin steroidogenesis during puberty and their hormones, mainly estradiol and progesterone, are responsible for the development of secondary sexual characters and regulation of pregnancy.17

From the endocrinological viewpoint, the first signal of puberty is provided by the adrenal glands (adrenarche). With the maturation and growth of the adrenal reticular zone, there is an increase in adrenal androgens, dehydroepiandrosterone (DHEA) and dehydroepiandrosterone sulphate (DHEAS), which will result in testosterone increase. This increase accounts for the maturation of apocrine sweat glands, leading to adult body odor, and development of acne and pubic and axillary hairs. Thus, pubic hairs develop independently of the activation of the hypothalamus-hypophysis-gonadal axis.18,19

From puberty on, with the activation of the hypothalamus-hypophysis axis, the ovaries will secrete estrogens, especially estradiol, by the granulosa cells of the follicles, and that synthesis requires the production of androgens, especially testosterone, by the theca cells. In the first 1.5-2 years of ovarian activity, the cycles are anovulatory, thus, no progesterone is produced. Estradiol stimulates the development of the breasts (thelarche), skeletal growth, and development of the internal (uterus, uterine tubes, and upper segment of the vagina) and external (vulva and lower third of the vagina) genital organs, which culminates in the beginning of the menses (menarche). When the ovarian cycles become ovulatory, the corpus luteum resulting from ovulation begins to secrete progesterone along with estradiol. Progesterone is responsible for the changes, mainly endometrial ones, necessary for maintaining pregnancy.18

There are receptors for the sex hormones (estrogens, androgens, and progesterone) in almost all tissues and organs of the female body. Thus, those hormones act and have specific functions in the entire female body.

Estrogens are known to play a crucial role in the coordination of several neuroendocrine events that control sexual development, sexual behavior, and reproduction. Estradiol is fundamental to the sexual differentiation of the brain. It organizes neural circuits and regulates the apoptosis of neurons leading to long-term differences in the female brain. In addition, estradiol prevents the death of neuronal cells in a variety of models of brain injury, modulates learning and memory, promotes the formation of synapses, and influences the synthesis of neurotransmitters and cellular apoptosis. Testosterone, acting on the brain, seems to regulate reproduction, sexuality, and emotional behaviors in both sexes in a different context related to gender. Progesterone, by acting on the central nervous system, has a hypnotic/sedative, anxiolytic, and anesthetic/analgesic effect.18,20,21

Estradiol has a positive cardioprotective effect through its influence on endothelial, myocardial, vascular, and metabolic functions. Coronary and peripheral vessels have estrogen receptors that allow estradiol to play a role in vascular regulation. Estrogen stimulates the synthesis of nitric oxide (NO) through genomic and nongenomic effects, causing vasodilation. The sex hormones influence the mechanisms involved in body pressure (BP) regulation. Estrogens stimulate the synthesis of factors related to BP reduction. Estrogens, but not androgens, induce favorable effects on the kidneys, which influence BP levels in the long run.22,23

Estrogens influence the vascular effects of LDL cholesterol (LDL-c). Estradiol, which is a phenol with antioxidant properties, prevents the oxidation of LDL-c and VLDL cholesterol (VLDL-c), and protects the vasculature against the deleterious effects of the lipids. Estradiol attenuates the accumulation of minimally modified LDL-c and oxidized LDL-c on the arterial wall and prevents LDL-c oxidation and accumulation, mediated by the tumor necrosis factor α, on the arterial wall. In addition, estradiol increases the expression of the LDL-c receptor, increases the VLDL-c clearance, reduces the LDL-c production, decreases the size of LDL-c particles, and increases light and dense LDL-c clearance.24

The bone remodeling process, which maintains the skeleton healthy, can be considered a preventive maintenance program, continuously removing older bones and replacing them with new bone. Estrogens are essential to promote balance between bone remodeling, resorption, and formation events.25

Therefore, since puberty and during the entire women's reproductive phase (menacme), the sex hormones have specific and fundamental effects on not only the reproductive system, but all organs and systems of the female body. Always consider estrogens, especially estradiol, to be the main actors, progesterone to be essential to maintain pregnancy, and testosterone to be a supporting actor in some specific functions.

2.1. Menopausal Hormone Changes

Women are born with their complete set of follicles, around 1-2 million. At the beginning of puberty, the mass of germ cells has already decreased to 300-500 thousand units. Over the following 35-40 years of the reproductive lifespan, 400-500 will be selected to ovulate, and the primary follicles will be depleted by menopause onset, when only a few hundred will remain.16,17

During the reproductive period, the pool of oocytes (follicles) is gradually depleted through ovulation and atresia (apoptosis – programmed cell death). The decline in the pool of oocytes results in the smaller secretion of inhibin B, reducing the negative ovarian feedback on the follicle-stimulating hormone (FSH). The resulting increase in FSH level leads to higher follicle recruitment and accelerated follicle loss, with preservation of estradiol levels at the beginning of menopausal transition (MT). When women are in their 40s, anovulation becomes more prevalent due to the reduced quality and capacity of the aged follicles, and, thus, there is no progesterone production. When all ovarian follicles are depleted, the ovary cannot respond even to elevated FSH levels and, thus, estrogen levels decline. The postmenopausal period is characterized by elevated FSH levels (> 30 mUI/mL) and low estradiol levels (< 30 pg/mL).17

Postmenopausal ovary secretes mainly androstenedione and testosterone. After menopause, the circulating level of androstenedione is around half of that observed before menopause. Most of that postmenopausal androstenedione derives from the adrenal gland, and only a small amount is secreted by the ovary, although androstenedione is the major steroid secreted by the postmenopausal ovary. Testosterone production decreases approximately 25% after menopause, but the postmenopausal ovary in most women, but not in all of them, secretes more testosterone than the premenopausal ovary.17,26

The circulating level of estradiol after menopause is approximately 10–20 pg/mL, most of which derives from the peripheral conversion of estrone, which derives mainly from the peripheral conversion of androstenedione. The circulating level of estrone in postmenopausal women is higher than that of estradiol, approximately 30–70 pg/mL. The mean postmenopausal production rate of estrogens is approximately 45 μg/24 hours, and almost all of them derive from the peripheral conversion of androstenedione. The androgen/estrogen proportion changes drastically after menopause because of the more marked decline of estrogen, when the appearance of mild hirsutism is common, reflecting that marked change in the proportion of sex hormones.17,26

2.2. Definition and Classification

Natural menopause is defined as the date of the last menstrual bleeding episode of a woman.27 On average, it occurs at the age of 51 years, and in 90% of the women, it occurs between the ages of 45 years and 55 years.28 Spontaneous menopause between the ages of 40 years and 45 years occurs in 5% of the women and is known as early menopause.29 Induced menopause is the interruption of menses that occurs after surgical bilateral oophorectomy or the iatrogenic loss of ovarian function due to chemotherapy (CTX) or radiotherapy.29 Premature ovarian failure (POF) is a syndrome that results from the loss of ovarian activity before the age of 40 years,30 which affects approximately 1% of the women.31 The term "premature menopause" can be used to refer to cases of definitive menopause before the age of 40 years, such as those resulting from bilateral oophorectomy.29 The term "menopausal transition" refers to the period of life when changes in the menstrual cycle occur due to ovarian function decline, starting with variation in the menstrual cycle duration and ending with the last menstrual bleeding episode.29

The term "postmenopausal syndrome" encompasses the set of symptoms and signs resulting from the interaction between sociocultural, psychological and endocrine factors that appear as a woman ages.27Figure 1.2 illustrates the nomenclature related to women's life cycles used in this Guideline, from puberty to the end of reproductive life. To standardize the definition of the several stages of reproductive aging, the STRAW (Stages of Reproductive Aging Workshop) system was created.32 Based on patterns of symptoms and laboratory findings, the STRAW system classifies reproductive aging in the following phases: reproductive, MT, and postmenopause. Figure 2.1 illustrates details of the STRAW system.32

Figure 1.2. Nomenclature related to the women's life cycle used in this guideline.

Figure 1.2

Figure 2.1. STRAW system for classification of the women's reproductive stages. AMH: antimüllerian hormone; FSH: follicle-stimulating hormone.

Figure 2.1

2.3. Clinical and Laboratory Diagnosis

The aging process leads to progressive ovarian failure, resulting in the interruption of the ovulatory cycles and end of menstrual bleeding. Frequently, women seek care because of changes in the menstrual cycle during the MT. Because of the reduction in inhibin B production by the ovaries by the end of the fourth decade of life, an increase in the serum concentrations of FSH and estradiol can be observed at the beginning of the cycle, resulting in shortening of the follicular phase. In addition, the quality of the corpus luteum worsens, leading to a decline in progesterone levels in the secretory phase. Shortening of the interval between the menses is one of the first signs of ovarian function decline.33

Over the years, the process of follicular depletion persists, and anovulation becomes increasingly common. Because of the lack of progestational effect, the interval between the menses widens, reaching 40-50 days. This mean increase in the interval between the menses occurs around the age of 47 years.33 Amenorrhea episodes become longer, intercalated by menstrual bleeding episodes of variable volume. This pattern of menstrual bleeding can persist for a period of one to three years before menopause.33

Vasomotor symptoms (VMS), also known as hot flashes, are the most common symptoms related to MT. These symptoms involve sudden sensation of heat in the central body region, especially face, thorax, and neck, with a mean duration of 3-4 minutes.34 These episodes are often accompanied by an increase in heart rate, peripheral vasodilation, skin temperature elevation, and sweating. When occurring at dawn, they can be associated with sleep disorders, such as insomnia.35 Moderate/severe VMS occur in up to 80% of women.36 However, only 20-30% of them seek medical care.33 At the beginning of the ovarian function decline, the VMS can be mild, occurring at the lowest estradiol secretion, during the late luteal and initial follicular phases. The occurrence of VMS increases significantly during MT, reaching approximately 40% in early MT and increasing to 60-80% during late MT and the initial postmenopausal stages.37 In late postmenopause, the VMS tend to decrease; however, up to 30% of the women can experience moderate/severe VMS 10 years after menopause.36

Characterization of the menopause date is performed retrospectively after 12 months of amenorrhea in a woman at the expected age for MT.23 Diagnosis of postmenopausal syndrome is established by use of detailed anamnesis, complemented by a thorough physical exam.38 For women over the age of 45 years with complaints suggesting hypoestrogenism, such as VMS and typical changes of the menstrual pattern (less frequent uterine bleeding), the diagnosis of postmenopausal syndrome is clinical and requires no confirmation with other complementary tests.38 In cases with doubts regarding the symptomatology due to a drop in ovarian production of estradiol, measuring FSH levels in the initial follicular phase can be useful to confirm the diagnosis. Levels over 25 mUI/mL can indicate the onset of MT. However, it is worth noting that the daily concentrations can vary considerably in this phase. When necessary, two measurements should be taken at an interval of 4-6 weeks.38 In addition, most women on hormonal contraception based on progestogens alone will have changed bleeding patterns or amenorrhea, hindering the precise identification of the menopausal status. If necessary, women on hormonal contraception with progestogens alone can undergo serum measurements of FSH to assess their menopausal status.39 Levels > 25 mUI/mL are attributable to ovarian function decline. However, progestogens alone, such as depot medroxyprogesterone acetate and hormonal pellets, can suppress FSH, thus a woman on such medications can be in the perimenopause without showing increased FSH levels.39 The ideal moment to measure the FSH levels of a woman on depot medroxyprogesterone acetate is right before a new administration of the medication.40 Women on combined hormonal contraception have significantly suppressed FSH levels, even during the hormone-free phase, which make them inappropriate to provide information on the menopausal status. In addition, the VMS are less frequent due to the effects of the estrogen component of the contraceptive.39 For women on combined contraceptives who require FSH measurement, medication should be suspended 2-4 weeks before blood withdrawal.33

Bleeding patterns that do not meet those of ovarian function decline, such as very often bleeding, with increased volume and clots, require endometrial investigation with ultrasonography and/or endometrial biopsy.38 For women aged less than 45 years complaining of abnormal uterine bleeding of irregular pattern and less frequent menstrual cycles, even when the clinical findings suggest hypoestrogenism, additional investigation is recommended to assess the symptoms and exclude other causes of menstrual irregularity, such as pregnancy, thyroid disorders, and hyperprolactinemia.35

2.4. Relation to Cardiovascular Mortality

Coronary artery disease (CAD) is the most common cause of death in postmenopausal women, more frequent than breast cancer or any other gynecological cancer. The traditional risk factors (RFs) for CAD include age, smoking, sedentary lifestyle, unhealthy diet, elevated body mass index (BMI), systemic arterial hypertension (SAH), diabetes mellitus (DM), dyslipidemia (DLP), and family history of CAD. The prevalence of CAD among premenopausal women is low, probably because of the estrogens’ protective effects in women.41 There is a marked increase in the incidence of CAD in women after menopause, usually found 10 years after the last menstrual period.42

Menopause per se is unlikely to account for that change, and other RFs, such as DLP, insulin resistance, body fat redistribution, and SAH, can cause metabolic and vascular changes, contributing to increase the risk for CAD and cardiovascular disease (CVD). Those clinical situations can be related to peripheral adverse effects of the endothelial function.

Vascular aging is characterized by progressive arterial stiffening with decline in the vasodilation ability, which progresses differently in men and women. At the beginning of menopause, it occurs quickly, differently from the gradual loss of the vascular function observed as age advances. Endothelial dysfunction and vascular aging contribute to the development of SAH and atherosclerosis, favoring the increase of CVD in menopause.43,44

Estradiol is crucial to maintain normal endothelial function. Estradiol increases NO synthesis by the vascular endothelium, which thus spreads to the interior of smooth muscle cells, causing their relaxation. This is called endothelium-dependent vasodilation, whose loss is a characteristic of endothelial dysfunction. Estradiol preserves the endothelial function, and the decline of ovarian hormones with reproductive aging in menopause quickly affects endothelium-dependent vasodilation.45

Studies have shown that estradiol has antioxidant and anti-inflammatory properties. Estrogen deficiency regulates positively oxidative stress or systemic inflammation, leading to endothelial function decline.46 Thus, estrogen has multiple functions, such as antioxidant, increase in NO synthesis, and anti-inflammatory properties. Its deficiency in menopause contributes to endothelial dysfunction.47

Changes in the women's lipid profile begin in the MT period, with increases in total cholesterol (TC), LDL-c, triglycerides (TG). The Women's Health Across the Nation (SWAN) was a prospective study of MT in Caucasian women and representatives of minorities (Afro-American, Hispanic, Japanese, Chinese women) who were not on hormone therapy. That study provided evidence that MT is related to adverse lipid profiles. It showed that TG, LDL-c, and apolipoprotein-B increase already within 1 year from the last menstrual period, independently of the age at which that occurs. All these factors are directly related to endothelial dysfunction and lead to atherosclerosis. An increase in LDL-c during MT is related to the appearance of carotid plaques in postmenopause.48-50 Such changes differ from the linear changes related to chronological aging.

Metabolic syndrome (MS) is defined as the coexistence of several metabolic RFs, such as SAH, DLP, glucose intolerance, and central adiposity. Estradiol plays an important role in fat storage and distribution. Before menopause, fat is mainly deposited on the thighs and hip. Women tend to gain weight (total body fat) during midlife because of the aging chronology. However, during MT, women undergo a change in body composition and fat distribution, with central adiposity increase.51 The MT can, thus, contribute to increase abdominal fat, insulin resistance, DM, and inflammatory diseases, leading to the development or worsening of MS in women.51-53

The progression of the atherosclerotic process seems to be the final result of a complex interaction between CVD, RFs, and their aggravation during the perimenopausal period. The cardiovascular risk (CVR) increase in menopause results from the important changes in the CV system physiology that affect the peripheral and cardiac vasculatures, as well as the cerebrovascular system. Changes in the lipid profile, vascular stiffness, metabolic parameters, and oxidative stress contribute to worsen the CVR of women during the MT.

The treatment strategies should include strict control of cardiovascular risk factors (CVRFs) to prevent the progression of atherosclerotic disease in menopausal women. Figure 2.2 shows the interactions between hypoestrogenism and CAD.

Figure 2.2. Hypoestrogenism and coronary artery disease (CAD).

Figure 2.2

3. Relation Between Postmenopause/Menopause and Traditional and/or Emerging Cardiovascular Risk Factors

3.1. Introduction

By 2025, there will be more than 1.1 billion postmenopausal women in the world, representing 12% of the entire world population. With population aging, women are likely to spend half of their lives in that phase. Menopausal transition is a landmark in a woman's life, associated with bothersome symptoms, such as hot flashes, night sweats, sleep and mood disorders, which jeopardize quality of life. In addition, menopause is associated with chronic diseases, such as CVD, DM, neoplasms, and osteoporosis.54

Would the increased frequency of CVD in perimenopause be due to chronological or ovarian aging? Recent data from longitudinal studies have shown that menopause-related factors, such as earlier age of menopause onset and surgical menopause, are related to more CV outcomes. In addition, perimenopause is associated with cardiometabolic RFs, such as body composition, visceral fat accumulation, SAH, DLP, MS, chronic stress, sedentary lifestyle, smoking, and social determinants of health.54,55

Menopause transition is a time of acceleration of the CVD risk, thus, monitoring the health of women during midlife is important, because that is a critical window for the implementation of early intervention strategies to reduce the CVD risk. Thus, discussing the CVRFs associated with MT, perimenopause, and postmenopause is extremely important.55

3.2. Hypertension

Systemic arterial hypertension is the most prevalent and modifiable CVRF and the one associated with the highest rates of death and DALYs (Disability-Adjusted Life Years) in Brazil and worldwide for both sexes. The SAH prevalence increases with age in both sexes, but that increment is accentuated in women after menopause and older than 65 years, exceeding that of men in the same age range.56 The SAH that occurs in that phase of women's lives seems to be more sensitive to salt overload, being more often associated with MS and the appearance of adverse effects from medications as compared to SAH in men at the same age.57

According to data from Vigitel 2021, regarding self-reported SAH, the highest prevalence of SAH in Brazil, 61% (confidence interval - 95% CI, 59.0-63.0), was observed in individuals aged 65 years and older, and, in that age group, women had higher prevalence than men, 63.7% (95% CI, 61.6-65.8) and 57.1% (95% CI, 53.4-60.7), respectively.58 In that age range, less than half of the postmenopausal women had controlled SAH.58

Postmenopausal women with SAH have a higher incidence of left ventricular (LV) hypertrophy and greater risk of developing diastolic dysfunction as compared to younger adult women. Isolated systolic SAH in postmenopausal women is related to greater aortic stiffness probably caused by proliferation of smooth muscle cells, collagen accumulation, and increased levels of vasoconstricting molecules in the blood vessel walls due to lack of the estrogen's protective effect.59,60

The lack of estradiol can negatively interfere with vasodilation due to effects on the renin-angiotensin-aldosterone system (RAAS), NO system, endothelin, and immune system. In addition, the lack of estradiol can affect NO bioavailability, due to the reduced superoxide dismutase activity, and the humoral and cellular immune responses.59,60 However, the decline in progesterone levels can be at least partially associated with the occurrence of SAH in postmenopausal women, given that progesterone acts as a vasoactive hormone, preventing the noradrenaline-induced vasoconstriction, acting directly on the vascular smooth muscle cells. In addition, in postmenopausal women, low levels of DHEAS, androgen, and the precursor of steroid hormones were associated with higher CV and all-cause mortality.61 Two crucial changes in autonomic regulation during menopause that can propitiate the development of SAH are worth noting: increase of the central sympathetic flow and increase of the adrenergic sensitivity in peripheral blood vessels.55

Although estrogen plays a protective role in premenopausal women, the administration of exogenous estrogens to menopausal women affects neither BP nor the risk for CV outcomes. After the MHT onset, BP should be monitored and, if no proper BP control is achieved, MHT should be suspended.59

The absorption, distribution, metabolism, and excretion of anti-hypertensive drugs differ between women and men probably due to the influence of the sex hormones on absorption (P-glycoprotein), distribution volume, cytochrome P450 (CYPs) activity, and renal clearance.62 The adverse effects of anti-hypertensive drugs are more often reported in women, especially during menopause, such as cough induced by angiotensin-converting-enzyme inhibitors, ankle edema with calcium blockers, and hypokalemia and hyponatremia with diuretics. These adverse effects can explain the smaller adhesion of menopausal women to the SAH treatment.57-60,62

3.3. Overweight/Obesity

The physiological and metabolic changes associated with menopause are a direct effect of estrogen deficiency, which affect the lipid metabolism, energy consumption, insulin resistance, and body fat composition, with transition from a gynecoid body shape to an android one, with increased accumulation of abdominal and visceral fat, diagnosed by the waist circumference measure and waist-to-hip ratio. These changes were associated with increased metabolic and CV risks, as well as the risks related to diabetes type 2 (DM2), LDL-c, and endometrial and breast cancers.63

Results from long-term cohort studies with a large number of women, such as SWAN and WHI, have suggested that the increase of obesity in postmenopause, measured by use of BMI, is consequent to age and occurs in both previously obese and non-obese women after menopause. No or mild association between obesity and late menopause onset has been observed.64,65 Postmenopausal women with obesity have a four-fold increased risk of CV mortality.64,65 The longitudinal studies SWAN and WHI have shown ethnic differences in the physical and metabolic changes that occur during postmenopause.64,65

Studies have shown that perimenopausal women with obesity have less intense VMS than normal-weight women, possibly due to lower levels of estradiol and FSH, aromatization of androgens to estrogens in the adipose tissue, which down-regulate the hypothalamus and hypophysis, decreasing FSH and the ovarian secretion of estrogen. Other symptoms of postmenopausal obese women, particularly those associated with increased abdominal circumference, are apnea and other sleep disorders and genitourinary symptoms.66,67

Women with obesity are more likely to have symptoms during perimenopause and require MHT. However, the use of MHT is associated with a higher risk of venous thromboembolism (VTE), CV complications, and breast and endometrial cancers, especially in obese women. Thus, strict risk-benefit assessment of MHT is required, even when indicated. In this case, the use of patches with micronized progesterone and low-dose estrogen is suggested for a short period.63,68 Studies have shown that changes in lifestyle prevent perimenopause-associated visceral adiposity and improve the symptoms and cardiometabolic risks.63,67

3.4. Metabolic Syndrome

Cross-sectional studies have shown that, as compared to premenopausal women, postmenopausal women have significantly more visceral obesity and MS. Meta-analysis performed with articles published between 2004 and 2017 (119 studies, n = 95 115) has shown postmenopausal MS prevalence of 37.17% (95% CI, 35.00%-39.31%). The pooled odds ratio (OR) for MS in postmenopausal women, compared to premenopausal women (23 studies, n = 66 801), was 3.54 (95% CI, 2.92-4.30). The chances of high fasting glycemia (OR 3.51; 95% CI 2.11-5.83), low HDL cholesterol (HDL-c) (OR 1.45; 95% CI, 1.03-2.03), high BP (OR 3.95; 95% CI, 2.01-7.78), high TG (OR 3.2; 95% CI, 2.37-4.31), and increased waist circumference (OR 2.75; 95% CI, 1.80-4.21) were all higher in postmenopausal women than in premenopausal women.69

Women in MT tend to have higher peripheral fat deposits accumulating in the gluteofemoral region ("pear shaped"). However, during the menopausal period, fat tends to accumulate centrally, and, in addition to the decline in the estrogen's protective effect, it contributes to endothelial dysfunction, inflammatory status and arterial stiffness, resulting in increased risk for CVD. Moreover, postmenopausal women tend to reach higher levels of TC, LDL-c, TG, and lipoprotein (a) [Lp(a)], but lower levels of HDL-c, as compared to perimenopausal women, which represents a change to a pro-atherogenic and procoagulant lipid profile, strongly related to the increase in visceral fat and other traditional RFs for CVD.70

A study using data of 1470 women from the Atherosclerosis Risk in Communities cohort (ARIC), with a 10-year follow-up and four visits, has reported gradual increases in the MS severity over time. Black women exhibited more rapid progression in MS severity during the MT and perimenopausal periods than during the postmenopausal period, in which favorable changes were observed in the rate of variation of waist circumference, TG, HDL-c, and glucose. These data suggest that the higher MS prevalence in postmenopausal women can be caused by changes during MT than during postmenopause, suggesting higher CVR from MS in the perimenopausal period.71

The presence and severity of MS are associated with an increased risk of DM2 in the perimenopausal period. However, surgical menopause is strongly associated with higher MS incidence. It is worth noting that women with polycystic ovary syndrome (PCOS) have an increased risk of MS during the reproductive years; however, during MT, the risk for MS is similar to that of women without PCOS.72

3.5. Sedentary Lifestyle

Sedentary lifestyle is one of the CVRFs and independent prognostic marker of mortality.73,74 Sedentary women have been shown to have worse physical fitness in postmenopause as well as poorer control of other CVRFs as compared to women practicing physical exercises.75 In the last American Heart Association (AHA) position statement on the construct of CV health, the eighth element has been introduced: sleep health.76 Studies have shown the association of higher amounts of sedentary time with short sleep duration and poor sleep quality in postmenopausal women.77

The results of the WHI study have evidenced a significantly 24% higher risk for incident heart failure (HF) hospitalization in menopausal women with sedentary time longer than 9.5 hours/day.78 One reason for that would be the increased activity of the sympathetic nervous system and RAAS.79

Cessation of the ovarian function after menopause causes a significant estrogen decline, accelerating bone loss and osteoporosis in 20-30% of women, increasing the likelihood of fractures and mortality. Physical exercises improve muscle strength and balance to prevent falls, restoring self-confidence and coordination, in addition to maintaining bone mass, stimulating bone formation, and reducing bone resorption.80 Moreover, physical exercises are recommended to prevent breast cancer.81

In all life periods, women should avoid the sedentary behavior to improve their quality of life and reduce the complications from the sedentary lifestyle to health.82

According to the World Health Organization (WHO) guidelines, active midlife adults should undertake at least 150 minutes of moderate-intensity, or 75 minutes of vigorous-intensity, aerobic physical activity per week, and associate resistance physical exercises at least twice a week, involving the higher muscle groups.83

3.6. Smoking

Smoking is considered an important RF for CVD. Studies have shown its association with early age of menopause onset. Female smokers had a two-fold higher risk of developing early menopause, and female ex-smokers had a 15% higher risk of POF and early menopause. A positive relation was observed with intensity, duration, cumulative dose, and early onset of smoking.84

Early menopausal age is associated with the increased likelihood of CVD, stroke, osteoporosis, DM, and all-cause mortality. Female smokers die 11 years before those who never smoked and have higher prevalence of CVD and CV and all-cause mortality, reinforcing the need to quit smoking.64

3.7. Chronic Stress

Chronic stress compromises CV health. Women seem to respond more intensely to the adversities related to their social roles, such as spouse, parent, employee, and caregiver.85 Some mechanisms are involved in the pathophysiology of CVD, such as sustained activation of the hypothalamus-hypophysis-adrenal axis, deregulation of metabolic processes, and systemic inflammation, contributing to increase BP and in the atherosclerotic process.

Women reporting chronic stress during midlife had significantly higher carotid intima-media thickness in later life than those never reporting a stressful role.85 Depression was associated with higher coronary artery calcium score (CAC) in postmenopausal women,86 being considered an independent RF for CV and all-cause death.87 Women are at higher risk for depression and anxiety during MT.88

The factor "chronic mental stress" has been significantly associated with the increased number of CD63+ platelets and pro-inflammatory platelet bioactivity, being a possible explanation to the relation between mental and somatic disorders in menopause.89 The decline in estrogen levels in postmenopausal women increases their susceptibility to Takotsubo cardiomyopathy.90

Interventions in lifestyle, such as healthy diet, physical activity, proper sleep duration and quality, as well as practicing meditation and yoga, to reduce chronic psychological stress in menopause emphasize the relationship between mental and CV health.64

3.8. Dyslipidemia

Menopause results in several lipid disorders due to hormonal changes, such as decline in estrogen levels and increase in circulating androgen levels. The changes in the lipid metabolism and excessive adipose tissue play a fundamental role in the synthesis of excessive fatty acids, adipocytokines, pro-inflammatory cytokines, and oxygen reactive species that cause lipid peroxidation and result in insulin resistance, abdominal adiposity, and DLP.91 The population risk attributable to DLP is higher in women as compared to all other CVRFs. However, the benefits of reducing the LDL-c levels to atherosclerosis regression have the same magnitude in women and men.92

In addition, there is a bidirectional relation of CVRFs and CV events with the early onset of menopause. Data from the Framingham Heart Study have shown that the increase in TC and BP, as well as other CVRFs, before menopause was associated with early menopause, independently of smoking.93 Moreover, in a pooled analysis of 177 131 women from 9 studies, a first CVD event before the age of 35 years was associated with doubling the risk of early menopause.94

The relation between HDL-c and menopause is particularly relevant. The SWAN study95 has suggested that the antiatherogenic function of HDL-c, which is its ability to promote the reverse transportation of cholesterol, can decrease during menopause in association with an apparent inversion of the direction of the association between HDL-c and CVR, with higher levels of HDL-c being associated with less carotid atherosclerosis before menopause, but with higher carotid atherosclerosis after menopause.

Still regarding lipid disorders, the Lp(a) concentration increases during pregnancy and since menopausal onset (around 50 years). In addition, high Lp(a) levels are more common in women than in men after the age of 50 years, which might affect the risk for CVD. All these particularities of lipid disorders in menopause suggest that the current recommendations of the guidelines on DLP might be inadequate for women.96

3.9. Diabetes Mellitus

In addition to the lipid changes, other metabolic and clinical factors secondary to menopause, such as insulin resistance, fat redistribution, dysglycemia, and DM, contribute to the accelerated risk of aging and CVD. During MT, there are several phenotypical and metabolic changes, which affect body weight, adipose tissue distribution, and energy expenditure, such as insulin secretion and sensitivity. These factors can predispose women to develop DM.97

Women with DM are at a 45%-higher risk of developing IHD. In addition, the risk of fatal CAD in women with DM2 is three times higher than that of women without DM2, especially in menopause. The presence of DM also results in a decrease in the revascularization rate and, thus, higher HF occurrence among women as compared to men, which increases in menopause.92

Diabetes mellitus coupled with early menopause can result in an even higher CVD risk in women. The risk associated with early menopause (< 45 years) as compared to normal-age menopause has been estimated by Yoshida et al. during a 15-year follow-up.98 Adjusted hazard ratios (HR) for CV event in early menopause were greater in women with DM versus those without DM (CAD: 1.15 versus 1.09; stroke: 1.21 versus 1.10; CV atherosclerotic disease: 1.29 versus 1.10; HF: 1.18 versus 1.09).

Another relevant aspect is that, although more prevalent among men, DM2 determines a higher relative increase, although not necessarily absolute, of CVR in women than in men, at all ages. This can be partially related to higher adiposity, considering that women are typically less physically active and have higher BMI than men, in addition to sex-specific RFs for DM, such as PCOS and gestational diabetes.96

Figure 3.1 illustrates the relation of menopause and traditional CVRFs.

Figure 3.1. Relation of menopause and traditional cardiovascular risk factors.

Figure 3.1

3.10. Economic Situation and Job

Emerging RFs represent a challenge in CVD, and the recognition and quantification of their association with CV outcomes are difficult to currently assess. Their modification involves not only individual, but collective and governmental actions as well. The social risks associated with aging reflect the worsening of social and health care, which are even worse in the elderly when alone. The social determinants of health encompass the social conditions in which people are born, live, and work, and are critical to CV morbidity and mortality (Figure 3.2).98

Figure 3.2. Relation of menopause and emerging cardiovascular risk factors.

Figure 3.2

Housewives experience poorer quality of life and more menopausal symptoms as compared to working women. Better financial condition improves the quality of life in menopause, due to the higher access to health services and guidance on the control of menopausal symptoms. Unfavorable socioeconomic conditions are believed to lead to early menopause, and, when occurring during childhood, they can be associated with smoking increase and early menopause.99,100

In 2020, almost 20% of middle-aged women in the United States lived in poverty. The worst socioeconomic status was related to younger age of menopause onset, more frequent VMS, sleep disorders, and subclinical atherosclerosis during MT.101

3.11. Low Health Literacy

According to some studies, there is a negative relation between the level of knowledge and the severity of menopausal symptoms. Women with lower schooling tend to be more symptomatic, while those with higher schooling have better health conditions and lower morbidity. Thus, women with higher educational level are more aware of the menopausal symptoms and the strategies to cope with them, adopting a healthier lifestyle, with less sexual dysfunction during menopause, which might directly influence sexual satisfaction.100,101

In addition, the mean age of menopause in higher-educated women is greater than that of uneducated women. Moreover, the husband's educational level also affects the quality of life of postmenopausal women, especially regarding the psychosocial dimension, which might be attributed to better understanding and supporting their spouses.99,101

3.12. Racial Discrimination

Black women tend to enter menopause at earlier ages than White, non-Latin women, and can have a longer MT. Regarding symptoms, Black, Latin, and non-Latin women more often have VMS, sleep disorders, and depression, while Asian and non-Latin ones are more likely to report a decline in libido.100,101

3.13. Access to Health Systems

In a sample of predominantly Latin women who are homeless and/or have no health insurance, the researchers have found that the homeless ones reported more menopausal symptoms as compared to those with housing. Black women, those with lower income, and undocumented immigrants are more affected during MT. Women with no health insurance have been shown to report more bothersome menopausal symptoms than women with health insurance.99,101

3.14. Environmental Factors

Data from the European Community Respiratory Health Survey, an international population-base cohort, have shown that the age at menopausal onset is 1.4 year earlier for women living in areas with fewer green spaces as compared to women living in greener neighbourhoods.102

3.15. Social Support

Single women have more severe menopausal symptoms and earlier age at menopause onset as compared to married and divorced women, with higher risk for osteoporosis and CVD, probably because of the social relationships and family support. In addition, married women have better quality of life in menopause than single women and widows. Older age at the last pregnancy and higher number of pregnancies and deliveries delay menopausal onset, possibly because of the increased secretion of estrogen and progesterone due to uterine and ovarian activity and breastfeeding.99,101

3.16. Conclusion

The MT comprises different experiences for women, influenced by personal beliefs, cultural norms, behaviors, social environment, and traditional CVRFs. These varied factors coexist at several levels (individual, interpersonal, communitarian, and collective), resulting in unequal access to health systems. Many of such factors have not been contemplated in clinical trials, which need to include a higher number of menopausal women so that the diagnostic and therapeutic strategies can be transposed to that phase of women's life.

4. Relation between Postmenopause/Menopause and Cardiovascular Diseases

4.1. Calculation of Cardiovascular Risk in Menopause – Peculiarities of Risk Stratifiers and Imaging Tests

One in every three women dies due to CVD worldwide,103 a risk that increases substantially after menopause.104

Women develop IHD several years after men, with a remarkable increase during MT.105 However, CVR stratification in postmenopausal women is an important tool to identify the major RFs and risk markers, aiming mainly at implementing therapeutic strategies and measures to prevent and reduce mortality. There is no specific risk stratification score for perimenopausal and postmenopausal women, thus, the traditional scores are used.

The major factors that influence female CVRs are race/ethnicity, reproductive history, such as former gestational diabetes and preeclampsia, CV health in premenopause, physical activity, diet, alcohol intake, smoking, and genetics, in addition to age at natural menopause, type and stages of menopause, endogenous estrogens, VMS, depression, and sleep disorders.55

Data from the West Pomeranian Voivodeships, using the scores ASCVD, SCORE2 and POL-SCORE for women at different menopausal stages,106 have shown that most participants were at low CVR. Age at menopause, time since menopause, and presence of MS associated with higher CVR (OR = 1.186, 1.267, and 13.812, respectively). Women who enter menopause before the age of 45 years have higher CVD and all-cause mortality, but further studies are necessary to define whether the negative CV outcomes and mortality relate to the time since menopause or to mechanisms leading to early menopause, such as genetic, reproductive (parity and menarche age), and lifestyle-related (smoking, alcoholism, and BMI) factors.

Women have risk-enhancing factors (REFs),107 such as autoimmune diseases (systemic lupus erythematosus and rheumatoid arthritis), which increase CVR by 2-3 times, in addition to other less common, such as systemic sclerosis, Sjögren syndrome, rheumatic polymyalgia, antiphospholipid syndrome, and giant cell arteritis. It is worth noting that breast cancer treatment with radiotherapy and CTX with anthracyclines and trastuzumabe is associated with a higher CVD risk, even years after the end of treatment.

Risk stratification can be refined with markers of subclinical atherosclerosis, such as CAC, ankle-brachial index (ABI), medio-intimal thickening (MIT), or carotid plaque on coronary computed tomography angiography (CCTA) with plaque occlusion < 50%, in the presence of doubt regarding the clinical management with lipid lowering drugs for primary prevention after the inclusion of REFs.107

The MESA study108 has shown that absence of coronary calcification (CAC = 0 in >50% of the women) associated with low/intermediate risk of atherosclerotic CVD in 10 years, being higher in early menopause; CAC = 1-99 or > 100 UA associated with higher incidence of atherosclerotic CVD, which, however, is similar in women with or without early menopause.

Thus, for the CVR stratification aimed at therapeutic definition for postmenopausal/menopausal women (Figure 4.1), the very-high-risk situations, such as manifest atherosclerotic CVD, and the high-risk situations (subclinical atherosclerosis, abdominal aortic aneurysm, chronic renal disease, diabetes with risk stratification, and severe hypercholesterolemia) should be initially considered. In such situations, high-potency statins, alone or in combination, are strongly recommended.

Figure 4.1. Cardiovascular risk stratification and therapeutic goals for postmenopausal and menopausal women. Adapted from Oliveira et al.13 ABI: ankle-brachial index; CAC: coronary artery calcium score; CAD: coronary artery disease; CCTA: coronary computed tomography angiography; CRD: chronic renal disease; CVR: cardiovascular risk; DM: diabetes mellitus; eGFR: estimated glomerular filtration rate; GRS: global risk score; MIT: medio-intimal thickening; MS: metabolic syndrome; RF: risk factor; REF: risk-enhancing factors; SAH: systemic arterial hypertension.

Figure 4.1

The intermediate risk and low risk stratifications are based on the global risk score (GRS). In such situations, the CVR can be refined according to the presence of REFs and subclinical atherosclerosis markers (carotid plaques and/or MIT >1.5 mm; ABI < 0.9 and/or atherosclerotic plaques on CCTA; CAC >100 UA), in addition to the RFs in DM (age > 56 years in women; DM ≥ 10 years; family history of premature heart disease; smoking; SAH; MS; retinopathy; microalbuminuria and/or estimated glomerular filtration rate (eGFR) < 60 mL/min). These markers will guide the decision making about the use of statins alone or in combination to reduce the CVR.13

However, studies of outcomes in primary and secondary prevention of atherosclerotic CVD remain elusive for women. Thus, recommendations specifically targeted at postmenopausal and menopausal women need to be elaborated.105

4.2. Acute and Chronic Ischemic Heart Disease

Recent studies have shown great advances on the knowledge of women's IHD, which have specific characteristics regarding symptoms and pathophysiology, with positive impact on mortality rates (Figure 4.2). However, deeper investigation of that pathology in postmenopause and menopause is required.

Figure 4.2. Specific characteristics of female ischemic heart disease as compared to the male one. Adapted from Elias-Smale et al.121 ACS: acute coronary syndrome; CAD: coronary artery disease; RF: risk factor.

Figure 4.2

The risk of a CV event in younger women in premenopause is lower; however, this tendency reverses with aging. Premenopausal women have a relatively lower risk of IHD as compared to men of the same age group, but this gender difference decreases after menopause.109

4.2.1. Coronary Anatomo-functional Changes

The total atherosclerosis burden is lower in women, with a more diffuse and less obstructive pattern of CAD. However, more than 50% of symptomatic middle-aged women have coronary microvascular dysfunction.109

In postmenopause, the plaques characteristically show less calcification, which is associated with estrogen's protective properties against arterial aging. However, there is a gradual increase in more vulnerable and calcified plaques after the age of 60 years.22

In the WISE study, an analysis of postmenopausal women with suspected IHD has revealed higher prevalence of angiographic IHD and worse CV event survival of those with history of menstrual irregularity and biochemical evidence of hyperandrogenemia. Similarly, the Rancho Bernardo Study has concluded that IHD was associated with PCOS (history of menstrual irregularity, hyperandrogenism, infertility, central obesity, and insulin resistance) in a large cohort of postmenopausal Caucasian women.110

4.2.2. Timing of Menopause and Development of Chronic Ischemic Heart Disease

Studies have shown that natural early menopause is associated with CVD, possibly due to the estrogen's vasoprotective effects in premenopausal women. Kalarantidou et al. have shown that women with POF have abnormal endothelial function, assessed via brachial artery flow-mediated dilation, and that condition can be changed with cyclic hormone therapy of estrogen/progestogen.111

In recent years, several studies have investigated the relation between age at natural menopause and the risk of IHD and reported an increase in mortality from IHD in women with early menopause, despite speculations regarding the increased risk in women with very late menopause.112

A study involving 302 632 Chinese women has revealed that age at menopause and the total of reproductive life years were inversely associated with fatal and nonfatal CVD, especially CAD, with increasing risk over time since menopause.113

4.2.3. Acute Ischemic Heart Disease

In acute coronary syndrome (ACS), younger women have a two-time lower likelihood of having significant coronary lesions as compared to men.114 However, in men and women after MT, the classic pattern of plaque rupture followed by thrombus formation is commonly observed. In addition, in younger women, ACS often manifests with plaque erosion and type II ACS (functional coronary disease).115

Spontaneous coronary dissection is more prevalent in young women, representing 10% of all ACS under the age of 50 years. It can occur in women without apparent RFs, being associated with a combination of tissue disease or fibromuscular dysplasia. In addition, it is related to pre-SAH during pregnancy or after delivery, and often triggered by stressful situations.116

Regarding the clinical presentation of ACS, nonspecific symptoms of chest pain and dyspnea are common in middle-aged women. Vascular endothelial dysfunction emerges as the first manifestation of arterial aging, characterized by imbalance between vasodilation and vasoconstriction, which can result in the first manifestations of chest pain and dyspnea.117 The WISE study has shown that, in more than 50% of middle-aged women, the symptoms of chest pain were related to vascular dysfunctions in epicardial coronary arteries and microcirculation rather than to obstructive CAD.118-120

4.3. Cerebrovascular Disease

Of the etiologies of cerebrovascular disease, stroke is the most prevalent, affecting 94 in every 100 000 individuals per year worldwide.122,123 In addition, after a transient ischemic attack or minor ischemic stroke, 6.2% of the patients are affected by a new stroke within one year, and the risk of recurrence increases to an estimated cumulative rate of 12.9% over 5 years.124

Cerebrovascular disease is an important cause of morbidity and mortality worldwide and has particularities in women,122 representing the second cause of death and third cause of disability. Women have higher incidence of stroke than men at more advanced ages, which can be partially explained by their longer lives.122 Significant disparities per race/ethnicity in that age range have been reported, and Black and Hispanic women aged ≥70 years have a 76-77% higher risk of stroke as compared to White women after adjusting for age.122 In Brazil, cerebrovascular diseases are also one of the major causes of death and disability. Stroke is more prevalent in low socioeconomic individuals and can be partially explained by insufficient access to health services and poorer control of RFs, such as SAH, DM2, and smoking. Although mortality from stroke in Brazil tends to decline, which can be attributed to improvement in prevention, diagnosis, and treatment, there are still significant regional inequalities, with higher rates in the Northern and Northeastern regions of Brazil.

Stroke outcomes tend to be significantly more severe in women, with higher mortality rates and worse functional recovery.125

4.3.1. Common Risk Factors for Stroke

The INTERSTROKE study has suggested that ten common RFs accounted for approximately 90% of the population attributable risk for stroke worldwide.126 The most prevalent RF is SAH, and recent studies have shown a higher negative impact on women. Diabetes mellitus type 2 is an important RF for ischemic and hemorrhagic stroke, with higher risk in women.122 Recent data have found no difference between men and women regarding the impact of DLP on the stroke prevalence, and data on the increment of ischemic and hemorrhagic stroke in the female population in the presence of obesity are controversial. Smoking has a direct relation with stroke prevalence, and impact is higher on women.127 Some RFs are exclusive to women (Figure 4.3).

Figure 4.3. Women-specific risk factors for stroke.

Figure 4.3

4.4. Heart Failure

Menopausal physiological changes influence several organs and systems, and the CV system is one of the most affected.55 As compared to premenopausal women, postmenopausal women more frequently have: LV systolic and diastolic dysfunction, higher LV relative wall thickness and LV concentric remodeling, and ventricular relaxation changes.128 A cohort study with more than 1.4 million postmenopausal women has shown a 33%-higher risk of HF in menopause, after adjusting for CVRFs, and that earlier age at menopause gradually increased the HF incidence.129

Postmenopausal CV changes contribute with multiple factors to the risk of developing HF.130 Estrogen deficiency predisposes to higher risk because of its direct or indirect effect on diastolic dysfunction, this being one of the major causes of HF in women. As the estrogen levels decline, menopausal women are more likely to have cardiometabolic RFs.131 Estrogen loss in postmenopause can activate the RAAS, which activates intracellular signaling pathways, resulting in endothelial dysfunction, inflammation, vascular injury, LV remodeling, and eventual diastolic dysfunction, leading to HF.132 (Figure 4.4)

Figure 4.4. Menopausal cardiovascular changes and risk of heart failure. Adapted from Muka et al.132.

Figure 4.4

The longer the period of estrogen deprivation in early menopause, the higher the cumulative risk of HF, mainly in the presence of previous CVRFs, as shown in some studies.133,134

Because of the HF burden in women and its increased prevalence, further research is required to establish the causality and to understand the underlying mechanisms of the early onset of menopause and how it can contribute to HF. This is relevant information to implement interventions aimed at improving CV health of postmenopausal women.

4.5. Venous Thromboembolism

Venous thromboembolism, including deep venous thrombosis (DVT) and pulmonary embolism (PE), has an incidence of 1 per 1000 women-year in postmenopause. Approximately 10% of the cases can be fatal, and PE is the major cause of death.135

Menopause leads to changes in the CV system that can contribute to increase CVR, but there is no direct association of menopause with higher risk for VTE. However, the risk for VTE increases exponentially with age and can be associated with the higher prevalence of RFs for VTE, such as obesity, cancer, hospitalization, or other comorbidities of elderly women.136

It is worth noting that women at increased risk for VTE, those older than 60 years and/or with more than 10 years from menopause onset should avoid MHT because of the enhanced risk for thromboembolic events.136-138

4.6. Arrhythmias

Based on recent observational data, reproductive factors (menarche, POF and early menopause, recurrent gestational losses, time and number of gestations) associate with the risk of CVD in women, and menopause is the strongest marker of CVR. When premature, that is, before the age of 40 years, menopause increases the risk of myocardial infarction (MI), stroke, HF, and CV mortality. Regarding arrhythmias, however, there is little data in the literature correlating arrhythmia and menopause. Atrial fibrillation (AF) is one of the most common diseases of aging and is associated with multiple factors, such as CV events, inflammation, higher frequency of thrombosis, hormonal dysregulation, suggesting a correlation between menopause and increased risk for AF.139

4.6.1. Atrial Fibrillation and Menopause

It is estimated that 29.4 million women have AF worldwide. Although the incidence is higher among men, elderly women have more AF because they have a longer life expectancy.140 Women have specific RFs for AF, such as systolic SAH, obesity, sedentary lifestyle, excessive alcohol intake, valvular heart disease, multiparity, and CAD (Figure 4.5).13

Figure 4.5. Risk factors for atrial fibrillation in women. MHT: menopausal hormone therapy; SAH: systemic arterial hypertension.

Figure 4.5

Currently, the increase in the risk for AF in women in menopause or on MHT has been questioned.141 A study with 30 034 healthy women with no hysterectomy and/or oophorectomy prior to menopause, which had occurred close to the age of 50 years, in a 20.5-year follow-up, has prospectively assessed the relation between menopausal age, MHT, and AF incidence. The authors reported 1350 AF events, but the menopausal age did not add risk to that inherent to age itself.142

However, a study performed in 1 401 175 postmenopausal women has assessed the association between early menopause, menopausal age, and risk of AF. At a 9.1-year follow-up, there were 44 834 (3.2%) new cases of AF, and history of early menopause associated with an increased risk of AF. There was an increased incidence of AF when age at menopause was under 50 years as compared to over 50 years, mainly when age at menopause was under 40 years (POF). The results show that, the sooner menopause occurs, the higher the risk for AF, indicating the need for prevention and care in that specific group of women.129 Recent meta-analysis with 9 studies, including 6 255 783 postmenopausal women, has evidenced that those with early menopause (before the age of 45 years) or premature menopause (before the age of 40 years) had increased risk of AF as compared to those with menopause at usual age. However, the exact mechanism has not been elucidated, requiring future prospective studies.143 A study with 16 729 women followed up for 8.5 years has shown that 3943 developed AF, which was associated with C-reactive protein and interleukin (IL) levels, but not with IL-1β on multivariate analysis.144

In menopause, important behavioral changes occur, in which stress, anxiety, insomnia, and depressive symptoms can activate inflammatory and neuro-hormonal factors that potentialize the development of AF. Inflammation plays an important role in that arrhythmia. A recent study on the correlation of cytokines and AF incidence in postmenopause has assessed 83 736 women (mean age of 63.9±7.0 years, 10.5±6.2-year follow-up) and 23 954 cases of AF were observed. In postmenopausal women, insomnia and stressful life events were the major psychosocial factors associated with arrhythmia.145

Thus, menopause-related factors, such as onset time of menopause, presence of associated RFs, and behavioral factors, such as stress, anxiety, quality of sleep, and depression, should be considered in the implementation of measures to reduce CVR, mainly HF and AF.143

5. Menopause and Risk of Morbidity and Mortality from Other Diseases

5.1. Cancer

The intersection of CVD, cancer, and menopause represents an area of increasing interest in medicine. Cancer and CVD are the major causes of death worldwide, and they share some RFs, such as age, obesity, smoking, family history, and diet.13

For both women and men, CVD is the major cause of mortality, but there is a remarkable increase after menopause.55

Both obesity and MS are associated with an increased incidence of DM2, CVD, breast cancer (postmenopausal), and other cancers.146

The CVR in postmenopausal women treated for breast cancer is higher than that in women without breast cancer. Postmenopausal breast cancer survivors have shown a strong association with MS, DM, atherosclerotic disease, hypertriglyceridemia, SAH, and abdominal obesity, which are major CVRFs, as compared to postmenopausal women without breast cancer. In postmenopausal women with breast cancer at the initial stage, the risk increases sharply so that the mortality rates from CVD in 10 years are similar to the mortality rates from cancer itself.147

The increase in CVR in menopausal women with cancer is due not only to the inadequate control of CVRFs, but also to the cancer treatment because of its secondary cardiotoxic effects, such as ventricular dysfunction, SAH, arrhythmias, myocardial ischemia, valvular disorders, thromboembolic disease, pulmonary hypertension, and pericarditis, in addition to atheromatosis.

Chemotherapy with anthracyclines and trastuzumabe can cause cardiac dysfunction in the short, medium, and long run. Radiotherapy to the left hemithorax can lead to secondary CV effects, such as coronary atherosclerosis, that can emerge more than 5 years after exposure, and the risk persists for up to 30 years. Hormone therapy with aromatase inhibitors increases the risk for atherosclerotic disease.148

Late CV effects of cancer develop over several decades, which for many women may overlap with reproductive and lifecycle events. Thus, women need longitudinal cardio-oncologic care that anticipates CVRs and responds to their evolution.149

Women with cancer may have early, gradual, or rapid menopause, depending on the baseline ovarian reserve, gonadotoxicity, and duration of exposure to oncogenic agents (oncological and/or endocrine therapy).150

Female childhood cancer survivors are at risk of developing early menopause due to POF after oncological treatment.151

The CVR is higher in early menopause because of prolonged endogenous estrogen deprivation, leading to a variety of metabolic and vascular effects, including glucose intolerance, DLP, SAH, and endothelial dysfunction.152

The POF not only confers risk of IHD after adjusting for conventional RFs, but also predicts worse ischemic outcomes and higher mortality.153

Menopause induced by oncological treatment can be caused by surgical bilateral oophorectomy, CTX, and radiotherapy to the pelvis and/or hormone suppression therapy. Bilateral oophorectomy causes acute and permanent menopause, and, when before the age of 50 years, it increases the risk of global CVD (relative risk [RR]: 4.55; 95% CI, 2.56-8.01), HF, and stroke.154

Chemotherapy and radiotherapy to the ovaries can lead to ovarian dysfunction and consequent secondary menopause, which can be temporary or permanent, depending on patient's age, type and dose of the drug, treatment duration, and, in case of radiotherapy, its site and dose used.155

Some hormone suppression therapies or endocrine therapies, with aromatase inhibitors or selective estrogen receptor modulators, can temporarily prevent ovulation and cause temporary menopause. Treatment with tamoxifen and aromatase inhibitors for 5 years increase the 20-year survival rate up to 85%, with 22% risk of recurrence.156

Endocrine therapy is a common treatment, because 65–70% of all patients with early and metastatic breast cancer develop hormone receptor-positive disease. Endocrine therapy involves the reduction of levels or inhibition of biological activity, stopping/delaying or preventing cancer growth. Selective estrogen receptor modulators (tamoxifen, toremifene) or aromatase inhibitors (letrozole, anastrozole, or exemestane) are recommended for early breast cancer according to the menopausal status, comorbidities, and risk of disease relapse.155

Tamoxifen is the endocrine therapy of choice for premenopausal women, while the strategies for postmenopausal women can include tamoxifen, aromatase inhibitors, or a sequential combination, with careful assessment of the benefits and management of the toxicity risks.148

The use of aromatase inhibitors increases the risk of DLP, MS, SAH, HF, and MI.156 In the ATAC study (anastrozole and tamoxifen alone or in combination), patients with preexisting IHD treated with anastrozole had more CV events (17% vs. 10%) and elevation of cholesterol levels (9% vs. 5%) than those treated with tamoxifen.157 The significant increase in the risk of thromboembolic disease was consistently shown with tamoxifen, which, thus, is not recommended for patients at increased risk for thrombosis. The risks for thromboembolic disease, hypercholesterolemia, and CVD should be discussed with the patients, although it is recognized that the absolute benefits of preventing breast cancer recurrence usually outweigh the CVRs.158

In conclusion, there is association between cancer and increase in CVRs in postmenopausal women, as well as different psychosocial and physical barriers to access CV care.

Thus, menopausal women with a history of cancer should be monitored by specialized professionals to have their CVR assessed, undergo complementary tests, and receive preventive measures, and, if necessary, medications to reduce their CV morbidity and mortality.

5.2. Dementia

The consequence of world population aging is the increase in the prevalence and incidence of chronic and neurodegenerative diseases.

Currently, 50 million people worldwide are estimated to have some form of dementia, and 10 million new cases are diagnosed per year worldwide. In Brazil, around 1.7 million elderly are estimated to have dementia, with a prevalence of approximately 1036/100 000 inhabitants.159 The global estimates of dementia prevalence are of up to 7% of individuals over the age of 65 years, with future estimates indicating higher prevalence in low- and middle-income countries.160,161

Data from the Global Burden of Disease (GBD) study have shown that, in 2019, there were more women with dementia than men (1.69 woman:1 man ratio), with a forecasted prevalence of 1.67 woman: 1 man ratio in 2050162 (Figure 5.1). However, there is higher prevalence of vascular risks in men as compared to women, suggesting potentially strong mechanisms of neutralization that boosts those inequalities. Although the difference between sexes could be partially explained by the higher life expectancy of women, there is former evidence of potential differences between the sexes also in the underlying biological mechanisms.

Figure 5.1. Estimated trends in the global age-standardized prevalence of dementia (A) and the all-age number of cases of dementia (B). Source: GBD 2019.162.

Figure 5.1

Cognitive decline occurs in all individuals as age advances and can vary from mild impairment, without loss of autonomy or subjective decline, in which neuropsychological tests are normal, to dementia. This process occurs continuously with normal aging and in pathological situations, in which there is inability to perform daily tasks (Figure 5.2).

Figure 5.2. Decline of cognitive continuum in normal and pathological aging.159.

Figure 5.2

Of the degenerative dementias commonly found in the elderly,160 Alzheimer's disease is the most prevalent form, corresponding to 70-80% of the cases. Vascular dementia corresponds to 15%, being associated with CVRFs. Other causes are Lewy body dementia, frontotemporal lobe degeneration, and Parkinson's disease, the last one corresponding to 10% of the cases. Vitamin deficiencies (B12 and thiamine), hypothyroidism, normal pressure hydrocephalus, chronic alcohol abuse, CTX-related cognitive dysfunction, intracranial masses (subdural hematomas, brain tumors), traumatic brain injury, and psychiatric disease (deep depression/anxiety)160 are common causes of non-neurodegenerative mild cognitive impairment and dementia that can occur throughout life. Of the mixed-cause dementias, Alzheimer's disease associated with vascular dementia is the most common.160

Aging, genetic profile (APOE ε4 allele), and systemic vascular disease are the major nonmodifiable RFs for the development of dementia, and ethnicity and gender are also worth noting.162 Although dementia is not part of normal aging, age is its major known RF, and its incidence increases proportionally to population aging. Nevertheless, in some countries, the incidence of dementia according to age has declined probably due to improvements in education, nutrition, health care, and lifestyle changes. Regarding gender, the prevalence of dementia is higher among women, not only because most elderly are women, but also because women are more impacted by the modifiable RFs that affect cognitive reserve. Regarding ethnicity, several RFs are grouped around inequalities, which occur mainly in Blacks, Asians, and minorities, as well as in vulnerable populations. The early onset of Alzheimer's disease associates with genetic factors, but the mostly known gene to be associated with the later appearance of Alzheimer's disease is the APOE ε4 allele.162

Of the modifiable RFs, the following stand out: less education, SAH, hearing impairment, smoking, obesity, depression, sedentary lifestyle, DM, social isolation, alcoholism, traumatic brain injury, and air pollution. Around 40% of dementias worldwide can be prevented or delayed with intervention on those RFs. The presence of early-life RFs, those appearing before the age of 45 years, such as less education, affects cognitive reserve. The midlife (45-65 years) and later-life (older than 65 years) RFs influence that reserve and triggering of neuropathological developments.162

5.2.1. Female Reproductive Aging and Cognitive Decline

Menopausal transition is a process of midlife neuroendocrine aging that culminates in reproductive senescence and occurs in stages characterized by unique endocrine properties that impact the aging trajectories of multiple organic systems, the brain included. Thus, MT is considered a state of reproductive and neurologic transition, such as evidenced by the fact that many menopausal symptoms are neurological, such as VMS, sleep disorders, mood swings, and forgetfulness.163

Gonadal steroid hormones, especially 17β-estradiol, are well-known regulators of reproductive and neural function, and, during MT, their levels decrease substantially in the body and brain.

Menopausal transition has marked effects on brain structure, connectivity, energy metabolism, and amyloid β protein (Aβ) deposition. A multimodality neuroimaging study has been conducted in women across different MT stages (pre-, peri-, and postmenopause) to investigate its effects on the structures of the brain gray and white matters.163 The results indicate that MT significantly impacts brain biomarkers in regions involved in higher-order cognitive functions. The effects, independently of age and use of hormonal therapy, were specific of menopausal endocrine aging and not chronological aging, as determined by the comparison with age-matched men. It is worth noting that cognition was preserved in postmenopause, which correlated with the recovery of the gray matter volume and the cerebral adenosine triphosphate production, suggesting potential compensatory mechanisms. Finally, Aβ deposition was higher among peri- and postmenopausal women carrying the APOE-4 genotype, indicating specific effects of that gene on the risk of Alzheimer's disease with perimenopausal onset.163

5.2.2. Conclusion

Because of the absence of recent and effective treatments to change the progression of dementia, immediate efforts to reduce its prevalence in the future should be directed to prevention, through interventions on modifiable RFs. Interventions that change the prevalence of such RFs can reduce in up to 40% the expected prevalence of dementia in coming years, according to the results of the Lancet Commission 2020 update on dementia prevention, intervention, and care.

In conclusion, significant changes in exposure to RFs have been suggested to considerably change forecasted estimates and reduce the future burden of dementia worldwide.162

5.3. Thyroid Dysfunction

Thyroid disorders are significantly more common in women, and their incidence increases with aging, given that the physiological production of thyroid hormones decreases as age increases.164

One in every eight women is likely to have some type of thyroid dysfunction throughout life,165 mainly during the peri- and postmenopause.166

Few studies on the relation between menopause and thyroid function have been conducted; thus, if menopause influences thyroid independently of aging could not be clarified.166

However, thyroid activity is age-dependent,167 because, with aging, there is a reduction in iodide uptake by the gland, in free T4, free T3 synthesis, and free T4 catabolism. Although reverse T3 increases, the TSH level remains normal, sometimes tending to higher limits.168

Considering the well-known evidence about the effect of the thyroid status on cognitive function, CVRs, bone remodeling, and longevity, it is not difficult to understand the risk for thyroid dysfunctions in menopausal women.165,166

Thus, menopausal women should undergo routine screening for thyroid disorders, especially because symptoms of thyroid disease and postmenopause often overlap, which can delay the diagnosis of thyroid dysfunction (Figure 5.3).167

Figure 5.3. Overlapping symptoms of thyroid dysfunctions and menopause.

Figure 5.3

5.3.1. Hypothyroidism

The occurrence of hypothyroidism, goiter, and thyroid nodules increases with age, and hypothyroidism is more prevalent in the elderly, 2-20% of whom have some type of hypothyroidism.165

The prevalence of subclinical hypothyroidism (HypoSC) in the population is approximately 4-10%, higher among women and the elderly, and inversely proportional to the iodine content in the diet.169 The potential risks of HypoSC in the elderly include progression to manifest hypothyroidism, CV effects, DLP, and neurological and neuropsychiatric effects.

Fatigue, lethargy, forgetfulness, attention or concentration impairment, and mood disorders are characteristics common to both hypothyroidism and menopause, which makes hypothyroidism pass unnoticed sometimes, with symptoms being exclusively attributed to menopause, side effects of drugs, or aging itself.166

Of the causes of hypothyroidism, iodine deficiency and autoimmune disease stand out. However, iodine therapy, radiotherapy for head and neck malignancy, and central hypothyroidism due to hypophysis or hypothalamus tumors should be mentioned as a cause in women, mainly after menopause.165,170

Usually, HypoSC is asymptomatic in that population and not associated with cognitive function effects, depression, or anxiety. There is no consistent evidence about the consequences in cardiac structure and systolic and diastolic functions in population studies.169 There is consistent evidence of the association of HypoSC with the risk of IHD, especially for TSH levels ≥ 10 mU/L, although these data have not been observed in patients older than 65 years.169 It is uncertain if middle-aged women with HypoSC should be treated.13 The Latin-American Society Guidelines on Thyroid recommend no routine treatment for the elderly with HypoSC if TSH levels < 10 mU/L. In addition, they do not recommend the treatment of HypoSC to improve the cognitive function in the elderly, but the treatment can be considered on an individual basis.170

Because of lack of data from robust studies showing benefits regarding CVR and mortality risk, the treatment of HypoSC remains controversial. It can be considered for persistent HypoSC after the confirmation of serum levels of TSH ≥ 10 mU/L after 3 to 6 months, because of the higher risk of progression to manifest hypothyroidism, HF, CAD, and mortality.169 Cohort studies have shown indirect evidence of benefits from the treatment of HypoSC regarding CVR and mortality, in addition to a favorable effect on TC in patients with HypoSC and TSH > 10 mU/L.169,171,172

Use of medications and liver and kidney diseases may affect the metabolism of thyroid hormones or change the proteins binding to these hormones. Thus, serum TSH should be monitored with the use or suspension of oral estrogens and androgens, because these medications can change the need for levothyroxine, increasing thyroid-binding globulin, which reduces free T4.164,166

Therapy with levothyroxine can induce a relevant improvement in some CV parameters, such as increased cardiac output, decrease in systemic vascular resistance and in end-diastolic volume, effects more evident in clinical than in subclinical disease. However, it can increase oxygen consumption, thus inducing myocardial ischemia in patients with underlying CAD.170,172 Recent evidence has suggested an increase in the risk of fracture in patients > 70 years of age at usual doses. Thus, for elderly patients and those with IHD and HF, the guideline recommends beginning levothyroxine at the dose of 12.5-25 µg/day, especially for patients with HypoSC.170

5.3.2. Hyperthyroidism

Hyperthyroidism occurs at the proportion of 5 women:1 man. Its prevalence (approximately 1.3%) increases to 4–5% in elderly women, among whom toxic nodular goiter is the most common cause. In addition, hyperthyroidism induced by drugs, such as contrast medium and amiodarone, should be mentioned as a cause.166

Hyperthyroidism in elderly patients can be lethargic rather than have the classic presentation of sympathetic system hyperactivity, such as tremors and palpitations.166 In cross-sectional studies, elderly patients had a reduced risk for classic symptoms (heat intolerance, tremor, nervousness) and higher prevalence of weight loss and shortness of breath as compared to younger patients, in addition to a higher rate of moderate to severe ophthalmopathy and AF. Tachycardia, however, can be absent because of concomitant conduction system disease.166

The typical symptoms of hyperthyroidism mimic the menopause-related symptoms, but, as age advances, the clinical symptoms decrease.

Slopien et al.167 have reported that the serum concentration of TSH has a negative correlation with symptoms, such as sweating, palpitations, and weakness, while that of free T4 has positive correlation with palpitations, paresthesia, and nervousness.

In hyperthyroidism, the cycles of bone remodeling are reduced, resulting in a high bone turnover rate. With bone resorption exceeding mineralization, there is bone mass loss of approximately 10% per cycle. In addition, there is a reduction in calcium absorption in the intestine and an increase in calcium renal excretion, resulting in a negative balance of that electrolyte. There is evidence that both manifest hyperthyroidism and subclinical hyperthyroidism (HyperSC) increase the risk of osteoporosis, especially in postmenopause (Figure 5.4).164

Figure 5.4. Menopause and hyperthyroidism: accumulation of risks. AF: atrial fibrillation; CAD: coronary artery disease.

Figure 5.4

Although the treatment of manifest hyperthyroidism is always recommended, the management of HyperSC is less clear. Several studies have shown similar deleterious effects in both HyperSC and manifest hyperthyroidism. A recent meta-analysis has found increased risk of CAD in HyperSC (HR= 1.44 [1.06; 1.94]).164 The effects of long-term TSH suppression include increased heart rate at rest, frequent arrhythmias (especially AF), and reduced cardiac function. This higher CVR also extends to the TSH suppression in patients on treatment with levothyroxine.164

Studies have shown an increase in CV mortality in HyperSC.166 Recent data indicate that patients with HyperSC are at risk for developing HF, especially the elderly and those with lower levels of TSH166 (Figure 5.4).

A population study has shown that HyperSC increased the risk of stroke in individuals older than 50 years (HR = 3.39), although a meta-analysis has been inconclusive.166

5.3.3. Thyroid Autoimmunity and Premature Ovarian Failure

Autoimmune etiology accounts for approximately 5% of the cases of POF, and autoimmune thyroid disease is present in 14–27% of women at the first diagnosis. Thus, measuring TSH levels and the presence of anti-thyroid peroxidase antibodies (anti-TPO) in those patients is recommended.166

5.4. Depression and Anxiety

Studies have shown the importance of classic RFs in CVD. In women, however, the gender-specific RFs, as well as the under-recognized RFs, such as depression and anxiety, also have a significant impact on CVR13 (Figure 5.5).

Figure 5.5. Correlation between specific, under-recognized, and well-established risk factors of cardiovascular disease (CVD) in women.173.

Figure 5.5

One out of five adults has some type of psychiatric disorder throughout life. In women, however, gender intrinsic and extrinsic factors can compound the occurrence of those disorders, which are directly related to the increase of CVR in that population.173,174

Recent studies have correlated mental diseases, such as generalized anxiety disorder and depression, with the increase in CVR, because of the metabolic changes triggered by the daily stress and injuries from those comorbidities.

Different patterns of changes in sex hormones and body fat distribution of lipids and lipoproteins across menopause relate to the potential to accelerate the CVD development in that phase of a woman's life.55

Women with generalized anxiety disorder or depression can develop some degree of social impairment because of the illness mechanism. This impairment can be naturally intensified in certain phases of life, such as menopause, and this correlation has been studied more and more frequently. It is important to note that postmenopausal symptoms, such as VMS, night sweating, sleep and libido disorders, and cognitive changes, can intensify mental comorbidity findings and mask their diagnosis, delaying treatment.173

Regarding perimenopause, triggers, such as changes in career and relationships, awareness about aging issues, changes in physical appearance, personal and family disease, and the empty nest syndrome, can compound some feelings such as sadness, fear, frustration, and feelings of not being good enough or of inadequacy, surfaced by the depressive/anxiety syndromes. The pathophysiological mechanism involves the autonomic nervous system and the hypothalamus-hypophysis-adrenal axis, leading to an increase in cortisol and catecholamines and homeostasis changes.173,174 In addition, the presence of psychiatric disorders associates with unhealthy behaviors that contribute to increase the CVR, such as binge eating, smoking, alcoholism, sedentary lifestyle, and lower adhesion to the treatment of comorbidities.175

The harmful role of the generalized anxiety disorder and depression in CV health has been shown in recent studies, evidencing that anxious people are at a twice higher risk of cardiac death as compared to the general population.176 In addition, a potential cardioprotective effect has been attributed to emotional support.175

Thus, the longitudinal follow-up of a woman's health by a multiprofessional team is of fundamental importance to differentiate a healthy phase of menopause from that associated with depression or anxiety. Early intervention with strategies of proper prevention, diagnosis, and treatment are aimed at reducing the CVR of menopausal women.174,176

5.5. Osteoporosis and Menopause

Impairment of CV and bone health is directly related to the age at menopausal onset. There is a strong correlation of POF and early menopause with increased CVR, osteoporosis, fractures, and mortality in women.177 The pathophysiological mechanism is related to the direct effect of estrogen on endothelial function and on bone metabolism, because the impact of traditional RFs, such as SAH, DLP, obesity, and hyperglycemia, which are frequent in women who enter menopause at the usual age, is smaller in those conditions.177

The systemic effects of estrogen deprivation increase the risk of depression, dementia, and osteoporosis, and, thus, of all-cause mortality. The POF and early menopause can be related to genetic or environmental factors, and, because of the increased risk of adverse outcomes to women's health, should be considered a marker of risk.132

Estrogen plays an important role in bone homeostasis, through its receptors located in the precursors of osteoblasts and osteoclasts, thus maintaining the balance between bone resorption and formation. Estrogen reduces resorption and the bone remodeling velocity through the reduction in the number of osteoclasts and their useful life, via apoptosis of osteoclasts, thus maintaining bone mass. In addition, it seems to attenuate the apoptosis of osteoblasts and osteocytes.178

Menopausal estrogen loss leads to negative bone remodeling and consequent bone loss, as evidenced in studies showing increased formation of osteoclasts and bone resorption, partially as a result from increased apoptosis of the osteocytes.178 Thus, the earlier the menopause onset, the higher the risk of osteoporosis, fractures, and increased all-cause mortality.177

In menopausal women, several interventions have been proposed to optimize women's bone and CV health. Changes in lifestyle, such as regular physical activity, balanced diet, diet supplementation, and weight control are fundamental. The MHT should be indicated for women with POF, but there is little evidence regarding its use in women with early menopause. For those entering menopause at the usual age, MHT can be indicated to prevent osteoporosis, especially in the presence of VMS.179

Figure 5.6 illustrates bone mass in men and women, showing more marked bone loss in women after menopause.

Figure 5.6. Bone mass in men versus women. Men have a reduction in bone mass as age advances, while women have a more marked decline related to menopausal transition/menopause.

Figure 5.6

6. Cardiovascular Risk and Sex Hormones

6.1. Introduction

Cardiovascular diseases are the major cause of women's mortality, and there has been a constant multidisciplinary effort to change this scenario. Traditional RFs for CVD, such as SAH, DM, obesity, DLP, and smoking, are well-known in both sexes, but it is crucial to highlight specific RFs that still do not receive due attention in medical anamnesis.180,181 This chapter approaches the topics that should be included in the algorithms for CVR stratification of women, both cis- or not, such as: early menarche, hormonal contraception, PCOS, and use of testosterone and hormone therapy in transsexuality.

6.2. Early Menarche

In Brazil, the mean age of menarche is 12.4 years, and it can be influenced by race, socioeconomic level, and behavioral, climatic, and genetic factors, in addition to overweight/obesity.182

Menarche before the age of 10 years is considered early, but, when happening before the age of 12 years, it is already related to higher CVR, higher frequency of RFs, more CV events, mainly IHD and stroke, in addition to higher general mortality in adulthood.183-185

Factors related to fetal nutrition, overweight, and higher BMI in childhood have been associated with early menarche and MS during adulthood.183,184,186 However, after adjusting for BMI, early menarche is associated with unfavorable levels of insulin, glycemia, glycated hemoglobin, BP, and worse lipid profile in adulthood. In addition, higher risk of SAH, DM, and non-alcoholic fatty liver disease has been reported.183,184,187

Each year of menarche delay has been reported to cause a 2-4% reduction in all-cause mortality.184 However, a study with 34 000 women has shown that smoking eliminated that protection, and non-smokers had a reduction in the incidence of SAH, DM, obesity, and HF.188,189

The WISE study has assessed 648 North-American women, considering their duration of exposure to endogenous or exogenous estrogen (pregnancy and oral contraception, respectively). Although the authors have reported an increase in CVR in patients with early menarche, mainly before the age of 10 years, they have shown no difference in the CVD incidence according to estrogen exposure throughout life.190

Paradoxically, late menarche, after the age of 17 years, also seems to influence the increase in CVR.190,191 The hypotheses suggest that a shorter exposure to estrogen throughout life and PCOS can partially explain the increase in CVR.180,184 However, the subject is still controversial and requires further investigation.188,190

Including the age of menarche in the CVD investigation is a window of opportunity for risk stratification, enabling the implementation of more effective preventive measures, such as lifestyle change, and, when necessary, pharmacological therapy to reduce CV events.

6.3. Hormonal Contraceptives

The development of hormonal contraception has been acclaimed as one of the most important achievements in public health of the twentieth century. Since 1960, the "pill" has been used by millions of women to prevent unintended pregnancy and its consequences, such as unsafe abortion and all-cause maternal death.

Hormonal contraception is available in different routes of administration and the contraceptives contain either a combination of estrogen (usually ethinyl estradiol – EE) with progestin (derived from progesterone or testosterone) or progestin alone. It is worth emphasizing that the combined oral contraceptive (COC) is the most used form of reversible hormonal contraception.

6.3.1. Innovation of Hormonal Contraception and Cardiovascular Risk

In the 1960s, there was scientific evidence of a "robust" association between high doses of EE contained in COCs and the occurrence of thromboembolism, MI, and stroke.192

The major adverse CV effects associated with COCs are assumed to derive from estrogen action on lipid metabolism and hemostasis, both mediated by the liver receptors of estrogen.193,194 This encouraged the production of COCs containing lower doses of EE, aimed at reducing the CVR.195

The progestins derived from testosterone (norethindrone-1st generation, levonorgestrel-2nd generation) contained in COCs are associated with androgenic side effects with negative impact on the metabolism of carbohydrates and lipids, while the progestins derived from progesterone and spironolactone (chlormadinone, drospirenone-4th generation) more specifically bind to progesterone receptors, thus reducing the androgenic, estrogenic, and glucocorticoid receptor interactions.196

Recently, novel formulations of COCs, estradiol valerate with dienogest-4th generation and estradiol with nomegestrol acetate-4th generation, have replaced the synthetic hormones with steroidal components analogue to endogenous molecules. This innovation assumes that those compounds more similar to natural hormones should have a more favorable CV safety profile.197

6.3.2. Hormonal Contraceptives and Cardiovascular Disease

The association of the use of hormonal contraceptives and CVD is a complex subject and reason for debate and investigations. The lack of high-quality evidence and studies have resulted in inconsistent and conflicting conclusions.198 Therefore, some studies that deserve to be highlighted, despite their limitations, were selected for this document.

The risk of MI in COC users has been investigated in a meta-analysis of 24 studies, which showed RR of 1.6 (95% CI, 1.3-1.9) proportional to the increase in the EE dose (> 50 mcg) but not modified by the type of progestin (drospirenone versus levonorgestrel).199 A second meta-analysis of 11 studies performed after the 1990s has reported a 1.7-time higher aggregate risk of MI among COC users.200

Specific study on the risk of thromboembolism, stroke, and MI among users of COCs with EE < 30ug has found that, for the same dose of EE, the risk of VTE was higher with desogestrel-3rd generation and gestodene-3rdgeneration, as compared to that with levonorgestrel. This result was not observed for arterial thromboembolism. In addition, for the same type of progestogen, the EE dose of 20 µg versus EE of 30-40 µg was associated with lower risk of events.201

The association between SAH and COC use has been studied in a meta-analysis of 24 studies with 270 284 participants. It showed RR of 1.47 (95% CI, 1.25-1.73) for COC users and a linear dose-response relation of 13% (RR 1.13; 95% CI, 1.03-1.25) increase of ‘new’ cases of SAH for each 5 years of COC use.202,203

A meta-analysis on the relation between stroke and COC use has shown risks according to the following variables: 1) EE dose: for each 10 μg increase, there was an increase in OR of 1.19 (95% CI, 1.16-1.23) for stroke; 2) duration of COC use: for each 5 years of COC use, there was an increase in OR of 1.20 (95% CI, 1.05-1.37); and 3) time after COC suspension: for each 5 years of COC use interruption, OR was 0.82 (95% CI, 0.68-0.98), reinforcing the already known correlation between estrogen and CVR.204

Regarding the progestin-only contraceptives, a systematic review and meta-analysis has shown that the aggregated RR for MI and stroke were 0.98 (95% CI, 0.66-1.47) and 1.02 (95% CI, 0.72-1.44), respectively.205

Evidence has shown a higher risk of VTE in users of COCs with high doses of EE (>50 μg) as compared to the ones with low-dose formulations (<35 μg). There is reasonable evidence that users of 3rd-generation COCs have a slightly higher risk of VTE than users of 2nd-generation COCs. The administration of the hormonal combination, both patch and vaginal ring, had no different results for the risk of VTE as compared to the oral one.206-208

Regarding progestogen-only, the stratified analysis according to the route of administration showed that the injectable posed a higher risk of VTE (RR 2.62; 95% CI, 1.74-3.94), which was not observed for the oral route (RR 1.06; 95% CI, 0.7-1.62), and a decreased risk with the hormonal intrauterine device (HIUD) with levonorgestrel (RR 0.53; 95% CI, 0.32-0.89). No effect of the use of progestogen-alone on BP has been found, but there was a trend of increased risk for DM for the injectable route.209

6.3.3. Underlying Situations of Cardiovascular Risk and Use of Contraceptives

There is evidence that smoking, age over 35 years, obesity, presence of inherited thrombophilias, such as mutations of factor V Leiden and prothrombin G20210A, and deficiencies of proteins C, S or antithrombin already pose intrinsic risks for thrombotic events, contraindicating COCs.206,210

Publications on the use of hormonal contraceptives in women with CVDs are limited. A prospective study over 39 months with women with structural cardiac lesions (rheumatic and congenital) has reported CV events (SAH and transient ischemia) in 11.5% of users of COCs with EE 30 μg + desogestrel and in 7.4% of users of injectable depo-medroxyprogesterone quarterly.211

In conclusion, the prescription of hormonal contraception in situations posing risks for CVD should meet the WHO eligibility criteria212 (Table 6.1).

Table 6.1. WHO eligibility criteria for the use of hormonal contraceptives in women with cardiovascular diseases (CVDs).
CONDITION COC PATCH RING COMBINED INJECTABLE POP INJECTABLE DMPG TRANSDERMAL HIUD
SMOKING
<15 cigarettes/day 3 2 1 1 1 1
≥15 cigarettes/day 4 3 1 1 1
MULTIPLE RISK FACTORS FOR CVD 3/4 3/4 2 3 2 2
e.g. advanced age, smoking, diabetes, SAH, dyslipidemia
HYPERTENSION 3 3 2 2 2 2
History of SAH/BP cannot be assessed (includes gestational diabetes)
Controlled SAH, when BP can be measured 3 3 1 2 1 1
High SAH
- SBP=140-159 or DBP=90-99 mm Hg 3 3 1 2 1 1
- SBP>160 or DBP>100 mm Hg 4 4 2 3 2 2
VASCULAR DISEASE 4 4 2 3 2 2
DVT/PE
History of DVT/PE 4 4 2 2 2 2
Acute VTE/PE 4 4 3 3 3 3
VTE/PE on anticoagulant therapy 4 4 2 2 2 2
Major surgery with long immobilization 4 4 2 2 2 2
THROMBOGENIC MUTATIONS 4 4 2 2 2 2
Factor V Leiden, prothrombin, proteins C, S, or antithrombin
ISCHEMIC HEART DISEASE 4 4 I C 3 I C I C
Current and history 2 3 2 3 2 3
STROKE 4 4 I C 3 I C 2
Current and history 2 3 2 3
VALVULAR HEART DISEASE 4 4 1 1 1 2
Factors aggravating valvular diseases (pulmonary hypertension, risk of atrial fibrillation, history of infective endocarditis)

BP: blood pressure; COC: combined oral contraceptive; CVD: cardiovascular disease; patch, transdermal patch; ring, vaginal ring; DBP: diastolic blood pressure; DPMG: depo-medroxyprogesterone; DVT: deep venous thrombosis; HIUD: hormonal intrauterine device with levonorgestrel; PE: pulmonary embolism; POP: progesterone oral pills; SAH: systemic arterial hypertension; SBP: systolic blood pressure; VTE: venous thromboembolism; C: continuous use; Category 1: Condition with no restriction on the use of the method; Category 2: Condition in which advantages exceed disadvantages in the use of the method; Category 3: Condition in which the risks exceed advantages in the use of the method; Category 4: Condition with unacceptable risk to health due to the use of the method.

6.3.4. Late Cardiovascular Disease and Use of Hormonal Contraceptives

A prospective study of 11.8 years, including 161 017 women, has shown that the history of COC use, independently of the traditional RFs, was associated with a lower risk for all-cause death and incidence of late CV events, such as CAD, MI, HF, and AF, after adjusting for age (all with statistical significance of p<0.05).212-214

The treatment with COCs of reproductive disorders during the fertile years is assumed to have a protective effect on the CV system. This is in accordance with evidence showing that anovulatory cycles caused by hypoestrogenism and hypothalamus dysfunction increases the risk of coronary atherosclerosis and CV events.215

6.4. Polycystic Ovary Syndrome

Infertility is a condition that affects 9-18% of the population at reproductive age, being a well-known CVRF for postmenopausal women. One of its most common causes is PCOS that can cause an elevation in androgenic hormones and MS.216 PCOS affects 6-10% of women at reproductive age worldwide, being defined as the presence of two of the following criteria: excess of androgens, presence of ovarian cysts, and oligo-anovulation.217

Women with PCOS are at increased risk for metabolic disorders known to be related to atherosclerosis and CVD, such as obesity, SAH, glucose intolerance, DLP, and sleep obstructive apnea. Dyslipidemia is the most frequent metabolic abnormality in PCOS, usually showing low HDL-c levels and high TG levels, but also increased LDL-c levels.218

The biological mechanisms linking PCOS to increased CVR are multifactorial. Insulin resistance, highly prevalent among women with PCOS, both thin and obese, increases the adipose tissue lipolysis, leading to DLP and vasoconstriction, which is mediated by the reduction in NO synthesis in the vascular endothelium. Hyperinsulinemia can also elevate sympathetic activity with consequent increase in the renal water retention and in BP, while the defects in the insulin secretion and peripheral action contribute to an increased risk for DM.219

The relation of PCOS to atherosclerotic disease was demonstrated in 2014 in the CARDIA (Coronary Artery Risk Development in Young Adults) study,220 which assessed the presence of hyperandrogenism and anovulation and correlated them with the development of coronary artery calcifications and increased carotid intima-media thickness, classifying those women as having subclinical atherosclerotic disease (OR 2.70; 95% CI, 1.31-5.60).

A more recent meta-analysis with ten studies and 166 682 women included has shown an increased risk for MI, IHD, and stroke (OR 1.66; 95% CI, 1.32-2.08), but for neither CV nor all-cause mortality in patients with PCOS.221

A meta-analysis with 32 studies has shown that women with PCOS had a 1.3-time higher risk of developing a combination of CVDs, and the increased risk persisted when IHD and stroke were assessed separately, but no increase in CV mortality was observed.222

Physicians of postmenopausal women need to know their patients’ fertility history, because the presence of PCOS can change their CVRs. In addition to that, their CVRF assessment should include the patients’ obstetrical history, presence of early menopause, depression, autoimmune diseases, and other emerging RFs for an accurate and individualized risk determination.

6.5. Use of Testosterone for Women

Testosterone is an important sex steroid that acts directly as an androgen or indirectly as a precursor of estrogen in women.223 The CVDs are the major cause of death worldwide, and, although women are less affected than men during their reproductive phase, the CVR increases in the MT because of the loss of the ovarian estrogen protection and circulation of androgens.224

It is still inconclusive whether the use of exogenous testosterone poses risk or danger of CVD to women, because no randomized clinical trial has been conducted to assess those effects. Observational data regarding endogenous testosterone and CVD morbidity and mortality in women are inconsistent, some being positive, some negative, and others showing no association, maybe because of differences in the studies’ designs.225 Until recently, the use of androgens in women has been considered skeptically. Hyperandrogenism is typical of women with hirsutism and PCOS, being associated with increased CVR and metabolic disorders.

The Women's Health Study has reported a relation between high levels of free androgens and increased IHD risk in postmenopausal women, although the association was not independent of other CVRFs. In the Cardiovascular Health Study, an association was found between high levels of testosterone and risk for CAD. However, a hypoandrogenic state is also harmful to CV health. Low levels of androgens are associated with atherosclerosis, CAD, and damage to the arterial wall of elderly of both sexes.226 It has been proposed that low levels of serum testosterone in women is harmful to CV health, given that testosterone in physiological concentrations has favorable effects on the vasomotor tonus, endothelial function, and peripheral vascular resistance.227

A substudy of the ASPREE trial, the SHOW study, performed in women from Australia, aged at least 70 years, who were not receiving hormonal or steroid therapy, has compared lower versus higher concentrations of sex hormones, assessing major adverse CV events and all-cause mortality as primary endpoints. The serum levels of testosterone and DHEA above the lowest quartile in older women were associated with a reduced risk of a first major adverse CV event.228 Lopez et al.,229 in an observational study, have assessed the association of testosterone replacement therapy and CV outcomes in cisgender women and transgender people, in addition to determining if that association varied with the menopausal status. In that study, the use of testosterone replacement therapy increased the risk of CVD, CAD, and stroke in cisgender women, but not in transgender people.229

Currently, only one indication for testosterone supplementation is based on evidence: treatment of the hypoactive sexual desire disorder in postmenopausal women. In that scenario, the oral route should not be used because it is associated with adverse effects of the lipid metabolism, and the dose prescribed should result in physiological levels of serum testosterone close to premenopausal ones.227

Testosterone replacement therapy is not indicated and should not be used to improve cardiometabolic or musculoskeletal health, VMS, or mood swings, because there is no evidence to support its use in premenopausal women. In postmenopausal women, testosterone replacement within physiological levels can improve general well-being, but data are still inconclusive and there are sufficient studies on neither the impact of androgens on CV health in postmenopausal women nor if they can be used for CV treatment. There is still a large gap in scientific knowledge regarding testosterone replacement therapy, thus, robust randomized studies with specific assessment of the population groups in different scenarios are required.

6.6. Hormonal Therapy and Transsexuality

Transgender or gender incongruence describes the situation in which the individual gender differs from the assigned sex at birth. Around 0.6-1.1% of the world population and 2.7% of adolescents are transgender. Gender dysphoria is the discomfort between gender identity and the assigned sex at birth. Gender identity is affirmative care and can include gender-affirming hormone therapy (GAHT) and surgeries, as well as other procedures.230

The WHO reclassifies gender incongruence from the ‘mental health chapter’ to the new and established ‘sexual health chapter’, reflecting the current understanding of gender identity. This reclassification aims at reducing stigma and facilitating gender-affirming healthcare.231

The GAHT helps improve gender dysphoria and promote well-being. It is difficult to assess the CV effects of such treatments because of the variety of hormone regimens, paucity of longitudinal studies focusing on CV outcomes, and bias by confounding factors known to increase CVR in that population, such as psychological stress, smoking, alcohol abuse, HIV infection, discrimination, lower socioeconomic status, some of which offer opportunity for intervention. There is no consensus on the comparability of CVRs between transgender and cisgender individuals. In addition, medical problems prior to GAHT should be sought.232

Gender-affirming interventions include puberty suppression, hormone therapy, and gender-affirming surgery. This chapter focus on GAHT and its effects on CVRFs.233

6.6.1. Gender-affirming Hormone Therapy

Hormone therapy for a transgender individual is aimed at decreasing the levels of endogenous hormones and maintaining hormonal levels compatible with those of the opposite gender, mainly to obtain the secondary sexual characters of the desired gender, reducing those of the biological sex. These changes are aimed at providing physical, mental, and emotional well-being.234

Table 6.2 shows the major hormones involved in GAHT and their desired and adverse effects.

Table 6.2. Major hormones involved in gender-affirming hormone therapy and their desired and adverse effects.
HORMONE ROUTE OF ADMNISTRATION DOSE DESIRED EFFECTS GENERAL ADVERSE EFFECTS
TRANSGENDER WOMEN
Estradiol valerate Oral 2-6 mg/day Hormone for the changes: suppresses gonadotrophins and, thus, androgen production.
These changes can be definitive and should be clarified regarding fertility
Therapy with estrogens in general:
  • Changes in liver metabolism

  • Changes in cholesterol are conflicting

  • Increase in triglycerides

  • Reduction in serum homocysteine

  • Prothrombotic state depending on dose and administration route

  • Higher incidence of MI vs. cis-women

  • Higher incidence of stroke vs. cis-men

  • Higher incidence of VTE vs. cis-women and cis-men

Estradiol Transdermal 0.025-0.2 mg/day
Estradiol (valerate or cypionate) Parenteral 2-10 mg intramuscular/week
ANTI-ANDROGENS
Spironolactone Oral 100-300 mg/day Anti-mineralocorticoid effect, can change blood pressure levels
At high doses: potential increase in meningioma; depression and hyperprolactenemia
Cyproterone acetate Oral 25 mg/day
Triptorelin Subcutaneous 3.75 mg/month
Finasteride Oral
TRANSGENDER MEN
Testosterone cypionate or enanthate Parental 100-200 mg/every 4 weeks Therapy with testosterone in general:
  • Adverse changes in cholesterol metabolism: increase in LDL, reduction in HDL, mild increase in triglycerides

  • Increased insulin resistance


Increase in serum homocysteine
  • Increase in medio-intimal thickness with continuing use

  • Despite the reported adverse effects, it does not seem to increase CV outcomes in tras-men in most series. However, some studies have shown an increase in MI in trans-men vs. cis-gender in general

Testosterone decanoate Parental 1000 mg/every 12 weeks
Testosterone gel 1.6% Transdermal 50-100 mg/day
Testosterone patch Transdermal 2.5-7.5 mg/day

CV: cardiovascular; MI: myocardial infarction; VTE: venous thromboembolism.

A – Female transsexual therapy with estrogens

Estradiol is the hormone for the changes, suppressing gonadotrophins, and, thus, the production of androgens. These changes can be definitive and should be clarified regarding fertility.

Ethinyl estradiol is a synthetic estrogen that has been widely used. However, because of its prothrombotic potential and possible role in CVDs, most hormone regimens currently use oral, cutaneous, or intramuscular estradiol valerate. Studies comparing the long-term safety and efficacy between the different estradiol formulations lack.230,235

B – Androgen Deprivation Therapy

Spironolactone reduces the synthesis of testosterone and its action on the androgen receptor. Gonadotropin-releasing hormone agonists, such as triptorelin and cyproterone acetate, block the androgen receptors. Finasteride improves androgenetic alopecia in transgender women.236

C – Male Transsexual Therapy with Testosterones

The major hormone treatment is testosterone, aimed at suspending menstruation and inducing virilization, deep voice, and acquisition of an android body type. These changes can be definitive and should be clarified regarding fertility. Weight, BP levels, and hematocrit should be monitored, because erythrocytosis can occur with the use of some types of testosterones.231,237

6.6.2. Transsexuality and Cardiovascular Health

In all literature referring to transgender people and CVR, there is concern about the confounding RFs present in almost 50% of that population: smoking, stress, sleep disorders, and especially psychosocial determinants. It is worth noting that GAHT often begins in adolescence, enlarging the exposure time to hormones and psychosocial RFs in that population. Thus, not only the cardiologist, but all the multidisciplinary team involved in this scenario should approach and intervene positively on the CV health milestones formed by qualitative variables of difficult analysis and impact assessment, but highly important. There are several knowledge gaps in this subject, thus further and well-conducted research is required.181,231

7. Current Recommendations for Menopausal Hormone Therapy

In the past 20 years, longitudinal studies with women transitioning through menopause have emphasized the increase in the risk of CVD in that period. This increased risk results from endogenous changes of sex hormones and unfavorable changes in body fat distribution, lipids, and lipoproteins, as well as in the functional measures of vascular health in MT, described in the previous chapters. These data emphasize the importance of monitoring to enable CV health interventions for women in MT.238

Since the end of the 1980s, there has been a change in the short-term estrogen therapy prescription for menopausal symptoms, favoring the long-term prescription (longer than 5 years) to prevent CVD, especially CAD. This prevention strategy has been based on more than 30 observational studies, most of which showing a protective effect of estrogen regarding CVDs.238 In addition to observational data, angiographic and postmortem studies have suggested that estrogen has an antiatherogenic effect.239,240

Although the initial observational studies had suggested benefits from MHT for primary and secondary prevention of CVD, this has not been confirmed in the subsequent large clinical trials. The WHI study was a set of clinical trials, including two trials of estrogen therapy, in healthy postmenopausal women aged 50-79 years. One of the trials testing the continuous combined regimen of estrogen-progestogen [conjugated estrogen, 0.625 mg, and medroxyprogesterone acetate, 2.5 mg/day] versus placebo in more than 16 000 women was discontinued because of the increased risk of breast cancer, stroke, CAD, and VTE during the mean 5.2-year follow-up.1 Another study with conjugated estrogen, 0.625 mg, versus placebo in approximately 11 000 women with hysterectomy has also been discontinued because of the increased risk of stroke and lack of benefit for the CV health of menopausal women.241

Factors including the advanced age of the WHI population, as well as the type, administration route, and dose of estrogen, have been considered to explain the discordant results.242 Other factors proposed to explain the adverse results observed were high BMI, associated comorbidities, such as diabetes, family history, smoking, and the time from MT to the beginning of MHT. Subsequent studies have shown that the absolute risk of an adverse event (breast cancer, CAD, stroke, or VTE) was low, 19 additional events per year per 10 000 women on MHT versus placebo.243

In addition, estrogen is the most effective treatment available to relieve menopausal symptoms, mainly the VMS. The MHT, estrogen alone or combined with progesterone, is currently indicated to treat menopausal symptoms. The long-term use to prevent diseases is no longer recommended.244

Data from a primate model, observational studies in postmenopausal women, meta-analysis of clinical trials, coronary angiographic study, and secondary analyses of the WHI have suggested that the time when the MHT starts is an important factor to influence the subsequent CV risk. The use of MHT in the first years of menopause does not seem to be associated with an increased risk of CVD as compared to that of older women in postmenopause.238 The population of the WHI study was older (mean age, 63 years) than that of most observational studies. More advanced age at the MHT beginning could be associated with more subclinical atherosclerosis at the beginning of the study, with advanced or complex atherosclerotic lesions that can be more susceptible to the prothrombotic and pro-inflammatory effects of estrogen, especially when used orally. In contrast, starting the MHT right after menopause might not cause damage (or might be beneficial).

A meta-analysis of 19 trials on oral MHT (including the WHI) with over 40 000 postmenopausal women, with analyses of subgroups in women beginning MHT within 10 years of menopause onset, has reported lower risk of CAD and CVD mortality.245 A meta-analysis from 2017 with similar trials has concluded that the risks of the prolonged use of MHT to prevent chronic diseases outweighed any benefits.246

Because of the increase in women's life expectancy, it is estimated that 40% of their lifespan will be spent in postmenopause. Considering that:

  • the VMS are associated with worse levels of RFs for CVD and subclinical atherosclerosis measurements,

  • sleep disorders are a common complaint during MT, being associated with higher risk of subclinical CVD and worse indices of CV health,

  • depression more often occurs during the perimenopausal and postmenopausal years, being related to VMS and the occurrence of CVD,

  • the increase in central adiposity during MT is associated with increased risk of mortality, even among those with normal BMI,

  • the increase in lipids (LDL-c and apolipoprotein B), the risk of MS, and vascular remodeling are more affected by MT than by aging,

  • there is a higher risk of fractures due to bone mass loss associated with MT,

the SBC, FEBRASGO, and SOBRAC recommend in FAVOR of adopting MHT for symptomatic menopausal women without contraindications. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).64,94,132,238,242,247-254

The MHT consists in the administration of different sex hormones that should be individualized according to the risks and benefits for each woman. The many formulations, doses, and administration routes of MHT have high efficacy to relieve postmenopausal symptoms and were discussed in the preceding chapters. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH). There is neither pre-established maximal age nor duration for the use of MHT, and the decision to continue or interrupt MHT should be based on the persistence of indications and no change in the risks. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: MODERATE).64,179,244,247,255-259

The primary indication for systemic MHT is the treatment of VMS, and this is the most effective therapy, considered gold standard for the relieve of those symptoms. Vaginal estrogen-only therapy is effective for the treatment of the genitourinary syndrome symptoms only. In addition, MHT is indicated to prevent bone mass loss and to reduce the risk of fractures. For women with POF, MHT should be used at least close to the age of 50 years, which is the mean age of menopause occurrence. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).34,143,260-273

The literature supporting the critical role of the time of MHT beginning, before the age of 60 years or within 10 years of menopause onset, seems to be associated with the reduction of CVD risk. Evidence suggests that the effects of MHT on the progression of atherosclerotic events and CVD vary according to the age MHT is initiated or the time from menopause to MHT beginning. The beneficial effects on the CVD outcomes and all-cause mortality can occur when MHT is initiated in women <60 years of age or within 10 years of menopause onset, but the effects can be null or harmful when MHT is initiated at more advanced ages or after a longer time from menopause.

Numerous observational studies before 1991, that recommended the use of MHT close to the beginning of menopause, have reported a reduction in the rates of CAD in MHT users.273 Analysis of prospective observational studies has reported a RR of CAD events of 0.50 (95% CI, 0.43–0.56).42 Analyses of the Nurses’ Health Study, with women aged 30-55 years at the study baseline, have shown lower risk of mortality among current users as compared to those who never used MHT (RR, 0.63; 95% CI, 0.56-0.70), and a higher reduction in mortality in those at higher risk.274 Case-control and cross-sectional studies have also found a reduction in morbidity from CAD with MHT in women with CAD defined on coronary angiography.273,275-277

The MHT should be initiated in the "window of opportunity", that is, within 10 years of menopause onset and/or before the age of 60 years**. The decision to initiate MHT, its dose, regimen, and duration should be individually made after discussing the benefits and risks with each patient and after providing written information on the product selected. This should be considered in the context of the global benefits obtained with the use of MHT, including control of symptoms and better quality of life, and weighing the potential CV and bone benefits associated with the use of MHT. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH). The combined use of estrogen and progestogen is not recommended for the primary prevention of chronic conditions in postmenopausal asymptomatic women. In addition, the use of estrogen alone is not recommended for the primary prevention of chronic conditions in postmenopausal women with hysterectomy. The effects of MHT on the risk for CVD vary depending on the time it is initiated. In healthy women, when initiated in the window of opportunity, MHT can have favorable effects on the risk of CVD. However, there is no indication to start MHT aiming at primary CV prevention in multiple scenarios. However, beginning MHT after the age of 60 years or more than 10 years after menopause onset can increase the absolute risk for CAD, VTE, and stroke. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).29,42,255,283-290

Cessation of ovarian function has great impact on the cardiometabolic RFs, such as increases in BP, cholesterol, body mass, and blood glucose. Obesity is strongly related to BP elevation in women.291,292 In menopause, in response to BP elevation, women have more intense microcirculation abnormalities, higher occurrence of chronic kidney disease, changes in coronary microcirculation, and LV concentric hypertrophy.291,292 In women, SAH is a strong RF for acute myocardial infarction (AMI), HF with preserved (more common in women) and reduced ejection fraction, peripheral arterial disease, stroke, and cognitive decline. In later menopause, significant arterial stiffness acceleration has been observed, which can contribute to an even higher CV risk.293

Estrogen-replacement doses have little effect on BP. The WHI trial with combined estrogen-progestin has reported only a slight increase (1.5 mm Hg) in systolic BP as compared to placebo.1 In addition, the WHI trial with estrogen only has reported a similar difference of 1.1 mm Hg between the groups on hormone or placebo.241 Likewise, the Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions (PEPI) study has reported that estrogen, combined or not with progestogens, had no effect on BP. These findings contrast with the frequent BP elevation observed when higher doses of synthetic estrogen (EE) are administered for oral contraception.291 Women with controlled SAH and moderate to intense VMS can use MHT through any route, but preferably transdermal estrogen therapy (by use of gel or patches) in the presence of obesity, DLP, DM, and MS. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: MODERATE).

All peri- and postmenopausal women, including those on MHT should undergo periodical screening mammography according to the current screening guidelines. FEBRASGO suggests mammography be performed before prescribing MHT. In addition, quantifying TC and its subfractions, TG, and fasting glycemia helps choose the best MHT administration route. Other complementary tests might be necessary depending on the findings of clinical history, physical exam, and RFs. In addition, postmenopausal women with intermediate risk stratification for CVD might need complementary assessment to better individualize MHT.179,294

Observational evidence suggests a protective effect of MHT against CVD. However, the WHI and other studies on MHT do not support such findings. The analysis of 3 trials (n = 18 085) has shown no significant difference in the risk of CAD events in individuals treated with estrogen plus progestin as compared to placebo (2.8% versus 2.6%; RR, 1.12; 95% CI, 0.94-1.33) during a mean 4-year follow-up. Likewise, a grouped analysis of 3 trials (n = 11 310) has found no significant difference in coronary events between the use of estrogen alone and placebo (RR, 0.95; 95% CI, 0.79-1.14) during a mean 4.1-year follow-up. The WHI has reported an increased risk for stroke with the use of estrogen, both alone and in combined therapy with progestogen. The risk for stroke was significantly higher in individuals randomized to receive estrogen plus progesterone as compared to those randomized to placebo (1.9% versus 1.3%; HR, 1.37; 95% CI, 1.07-1.76). Likewise, women who received only estrogen had a statistically higher risk of stroke as compared to those who received placebo (3.2% versus 2.4%; HR, 1.35; 95% CI, 1.07-1.70). Systemic MHT is not recommended for women with manifest CVD, history of AMI or stroke.279 (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).283,295 Vaginal estrogen therapy for the treatment of menopausal genitourinary syndrome can be used in women with known CVRF or established CVD and requires no addition of progestogen in those with hysterectomy.29,42,179,255,284-290,294

For women with contraindication or who do not want to undergo MHT, nonhormonal therapies with proven effectiveness*** can improve VMS. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

Five trials have reported risk of thromboembolism with the use of oral MHT. In the WHI (n = 16 608), individuals randomized to receive conjugated estrogen plus medroxyprogesterone had an increased risk of venous thrombosis (1.96% versus 0.94%; HR, 2.06; 95% CI, 1.57-2.70), DVT (1.4% versus 0.8%; HR, 1.87; 95% CI, 1.37-2.54) and PE (1.0% versus 0.5%; HR, 1.98; 95% CI, 1.36-2.87) as compared to those receiving placebo.132,298 Other studies have reported few thromboembolic events or had results consistent with those of the WHI.283,295 In the WHI (n = 10 739), individuals randomized to receive estrogen alone had an increased risk of DVT (1.6% versus 1.0%; HR, 1.48; 95% CI, 1.06-2.07). The risk of PE was higher in the estrogen group than in the placebo group, but the results were not statistically significant, although the confidence interval was (0.98% versus 0.72%; HR, 1.35; 95% CI, 0.89-2.05).132 For women with history of VTE, MHT is not usually recommended, but, depending on the cause of the event, should MHT be indicated, the transdermal route would pose the lowest risk. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: MODERATE). Decompensated liver disease, bleeding of unknown cause, and systemic lupus erythematosus with high thrombotic risk are also contraindications with weak level of evidence. (Strength of recommendation in FAVOR. WEAK recommendation. Level of certainty: LOW).

The trials on MHT have reported the risk of breast cancer as one of the major adverse results of the treatment. In the WHI, 16 608 women were randomized to receive estrogen plus progestin or placebo. There was significantly increased risk of breast cancer in the group receiving MHT as compared to that receiving placebo (2.4% versus 1.9%; HR, 1.24; 95% CI, 1.01-1.53),132 and the risk persisted during follow-up.303-305 In addition, in the WHI, in a 20.3-year follow-up, the point estimate of the risk of mortality from breast cancer was higher in the estrogen plus medroxyprogesterone group than in the placebo group, although the difference was not statistically significant (HR, 1.35; 95% CI, 0.94-1.95).304 Four studies have reported the effects of estrogen alone on breast cancer; however, only the WHI has followed participants up for more than 3 years. With a 20.7-year follow-up, the WHI has reported a lower risk of invasive breast cancer in the group receiving estrogen alone as compared to that receiving placebo (HR, 0.78; 95% CI, 0.65-0.93).1 Moreover, in the WHI, in the 20.7-year follow-up, the group on estrogen had a lower risk of mortality from breast cancer than that on placebo (HR, 0.60; 95% IC, 0.37-0.97).304 The risk of breast cancer associated with MHT is low, with less than one additional case per 1000 women per year of use. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

In 16 608 women, MHT was associated with a slight increase in the risk of breast cancer with the use of 0.625 mg/d of conjugated equine estrogen plus 2.5 mg/d of medroxyprogesterone acetate as compared to placebo (0.38%/year for conjugated equine estrogen plus medroxyprogesterone acetate versus 0.30%/year for placebo).1 In 10 738 women, treatment with 0.625 mg/d of conjugated equine estrogen alone did not show that outcome (0.26%/year for conjugated equine estrogen alone versus 0.33%/year for placebo).306 Contraindications to MHT are as follows: hormone-dependent neoplasms, such as breast cancer, breast cancer precursor lesions, endometrial cancer, history of coronary and cerebrovascular diseases. (Strength of recommendation in FAVOR. STRONG recommendation. Level of certainty: HIGH).

Natural hormones constituted by preparations of estradiol and micronized progesterone are approved by the Food and Drug Administration (FDA) and are available through medical prescription. In contrast, compounded bioidentical hormone preparations are not FDA-approved and should be avoided because neither their safety nor efficacy have been tested and they are not monitored for quality.307 In 2020, a report from the National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine concluded that compounded bioidentical hormone preparations were not properly labeled with usage instructions, contraindications, and potential adverse effects, lacking reliable information on safety, efficacy, and product-to-product variability.306,307 Most marketing claims on safety and efficacy of compounded bioidentical hormone preparations are not supported by properly controlled studies. The use of compounded bioidentical hormone preparations (for example, dehydroepiandrosterone, estradiol, estradiol cypionate, estriol, estrone, pregnenolone, progesterone, testosterone, testosterone cypionate, and testosterone propionate) should be restricted to individuals with documented allergy to active pharmaceutical ingredients or excipients of medications approved by the regulatory agencies. Patients should be informed about the risks inherent in the lack of regulation of the compounded bioidentical hormone preparations by regulatory agencies. The compounded bioidentical hormones in patches or other forms and the so-called "hormone modulation" are not recommended because they lack scientific evidence of efficacy and safety.306,307 The SBC, FEBRASGO, and SOBRAC are AGAINST the adoption of those therapies. STRONG recommendation. Level of certainty: VERY LOW.

Patients should be informed that acupuncture, relaxation therapy, phytoestrogens, exercises and black cohosh are not significantly better than placebo to relieve VMS.308-311 In clinical trials on therapies for VMS, up to 50% of the participants responded to placebo.312 Thus, control with a placebo group is necessary to assess the efficacy of potential treatments for VMS.306

Absolute increases in the risk associated with hormone therapy are smaller for women starting the treatment close to menopause onset. Higher safety (regarding the risk of stroke or CAD) of transdermal preparations of estradiol as compared to conjugated equine estrogen plus medroxyprogesterone acetate by oral route has been suggested in large observational studies, but there is no randomized, controlled, multicenter clinical trial on that.306 It is worth noting that new clinical trials approaching unanswered questions, such as ‘does age or timing of initiation of MHT affect differently the health outcomes?’; ‘can the benefits and harms of MHT vary in population, racial and ethnic groups?’; ‘do socioeconomic barriers that imply higher risk for certain chronic conditions (DM, stroke, chronic CAD) alter the results of MHT?’; ‘how do the benefits and harms of the different MHT formulations and durations compare?’.255

The current recommendations for MHT are summarized in Figure 7.1.

Figure 7.1. Current recommendations for menopausal hormone therapy.

Figure 7.1

8. Contemporary Evidence of Hormonal Therapy in Women

8.1. What Should be Used: Types, Doses, and Routes of Administration

The MHT consists in the pharmacological administration of sexual steroids, especially estrogens and progestogens, to women in MT or postmenopause, aimed at relieving symptoms or preventing health problems.313

The International Menopause Society (IMS) recommends that the use of the term ‘class effect’ be avoided, because of the large number of possibilities due to differences in hormones, routes of administration, doses, and regimens.313

The most important steroid in MHT is estrogen because it relieves menopausal symptoms and protects against osteoporosis. The role of progestogen is to prevent the endometrial proliferation caused by estrogen, thus preventing the increase in the endometrial cancer risk.179

The most frequently used estrogens in MHT are estradiol, identical to the endogenous one from the molecular viewpoint, and conjugated estrogens. Estradiol is available in the form of 17-beta-estradiol or estradiol valerate.179,314 Another drug used for MHT is tibolone, which is a synthetic progestogen, but its metabolites have estrogenic, androgenic, and progestational effects.315

Regarding progestogens, the most frequently used are the synthetic ones, such as norethisterone, dydrogesterone, drospirenone, nomegestrol acetate, and medroxyprogesterone acetate. In addition, there is micronized progesterone, identical to natural progesterone.179

Regarding MHT administration route, the key question refers to estrogen, whose routes can be oral, transdermal, or vaginal.179 The vaginal route is meant for local effects in the genital system, with no significant systemic effects,316 while the oral and transdermal routes have systemic effects.179

After absorption in the digestive tube, estrogen goes to the liver through the porta system, affecting the hepatic protein synthesis (for example, of the coagulation factors). After this hepatic pass, estrogen finally reaches the systemic circulation. When delivered through the transdermal route, estrogen is distributed to the systemic circulation right after absorption, reaching the liver only later. Thus, the estrogen's oral administration has higher liver impact than the transdermal route, and this phenomenon has been called the ‘hepatic first-pass effect’.317

This phenomenon explains the fact that oral estrogen favors some increase in the serum levels of TG, but also causes a higher increase in HDL-c associated with a higher reduction in LDL-c than that observed with the transdermal route.318

Case-control studies have shown an increase in the thrombosis and VTE risks associated with oral estrogen, but no increase with the transdermal route.319-321 The last of those studies has reported RR of 1.40 (CI, 1.32-1.48) associated with oral estrogen, while, with transdermal route, RR was 0.96 (IC, 0.88-1.04).321

Regarding the hormone dose used, the lowest effective doses are currently preferred, the highest doses being reserved for patients who do not respond sufficiently.179,313 One of the studies assessing different doses of oral estradiol has reported that doses of 2 mg, 1 mg, and 0.5 mg were better than placebo to relieve VMS, but 0.25 mg was not; thus, the lowest effective dose of oral estradiol is 0.5 mg.322 Transdermal estradiol in Brazil is available as patches, at the doses of 25 mcg and 50 mcg, and as gel, at the doses of 0.5 mg/day to 3.0 mg/day.314

8.2. How to Prescribe MHT

The IMS, the North American Menopause Society (NAMS), and the SOBRAC agree that the treatment of menopausal symptoms, as well as the prevention of osteoporosis, is the prime indication for MHT. For the menopausal genitourinary syndrome, vaginal estrogen is preferred.179,313,323

In addition, patients with POF have indication for MHT, in the absence of contraindications.179Figure 8.1 shows the major contraindications to MHT.179,323

Figure 8.1. Major contraindications to menopausal hormone therapy.179,323.

Figure 8.1

According to the SOBRAC, the prescription of MHT should be preceded by the assessment of a mammography performed within 12 months from the prescription, as well as the quantification of TC and its subfractions, TGs, and fasting glycemia. Other complementary tests might be necessary depending on the clinical history and physical exam findings. Other screening gynecological tests should be requested according to specific guidelines and not because of the likelihood of beginning MHT.38,323

8.3. When and for How Long MHT Should Be Prescribed

The WHI was a large study that randomized postmenopausal women to receive MHT by use of conjugated estrogens with or without medroxyprogesterone acetate or placebo. That study has revealed that MHT associated with a higher risk of CV events,1 differently from that reported in the Nurses’ Health Study, an observational study.324

It is worth to carefully assess the WHI population: over two-thirds of the women were 60 years or older at the time of randomization and a significant part was 70 years or older. Only a few women were within 10 years of menopause onset at the beginning of MHT in that study. The large majority had neither moderate nor intense VMS.325

It has been reported that MHT initiated in the first years from menopause onset could decrease the progression of atherosclerosis281 or even reduce CV outcomes.325

It is worth noting that, in the Nurses’ Health Study, the women on MHT, on average, had shorter time since menopause onset and were more symptomatic than those in the WHI, similarly to the real daily practice of clinicians.326-328

In the WHI, when analyzing the subgroups according to the years since menopause at MHT initiation (less than 10 years, between 10 years and 20 years, and more than 20 years), the authors have reported an increase in CVR with statistical significance only in those with more than 20 years.329

Thus, the concept of window of opportunity for beginning MHT was created, corresponding exactly to the first years of postmenopause. The NAMS recommends beginning MHT for women in the first 10 years of postmenopause or before the age of 60 years, and states that for women with indication and no contraindication and respected the window of opportunity, the benefits of MHT outweigh eventual risks.179 The IMS and the SOBRAC share the same opinion.313,323

A joint assessment of the postmenopausal time and CVR has been proposed by Kaunitz & Manson and the NAMS. If the time since menopause is shorter than 10 years and the CVR according to risk calculators classify the MHT candidate as at low risk, MHT is indicated. If the CVR is intermediate, MHT can be prescribed, but the transdermal route for estrogen should be preferred. If the time since menopause exceeds 10 years or the calculated CVR is high, MHT is not recommended. All this should only be considered in the absence of contraindications and if agreed with the patient.35

Regarding MHT duration, none of the most important guidelines on MHT establishes a mandatory maximal duration when MHT should be interrupted. This decision should be made at each follow-up visit based on the assessment of individualized risk-benefit ratio.179,313,323

8.4. Prescription in Different Scenarios of Cardiovascular Risk (SAH, DM, DLP)

In Brazil and worldwide, CVDs diseases are the major cause of death, accounting for one third of all-cause deaths and affecting men and women of all age groups. In women, the traditional RFs for CVD include: DM, SAH, DLP, smoking, obesity, and sedentary lifestyle.13 The indications for MHT approved by the menopause societies worldwide, including the Brazilian one (SOBRAC), comprise the treatment of moderate to severe VMS, menopausal genitourinary syndrome symptoms and signs, prevention of bone loss and osteoporotic fractures, in addition to hypoestrogenism due to hypogonadism, bilateral oophorectomy, and POF.179,313,330,331

The prescription of MHT can be challenging in patients with one or more morbidities or one of the known CVRFs that will be approached in the following paragraphs.

8.4.1. Obesity

Obesity is considered a RF for VTE, and the oral use of estrogen for overweight patients has an additive effect on the increased risk for VTE, as shown in some observational studies and systematic reviews.319,332,333 In the WHI study, overweight and obese women randomized to use systemic MHT had a three-fold (HR, 3.80; 95% CI, 2.08–6.94) and a six-fold (HR, 5,61; 95% CI, 3,12–10,11) higher risk for VTE, respectively, as compared to those using placebo.298 In the absence of randomized clinical trials and based on consistent data from observational studies on the low risk for VTE with transdermal MHT, this route of administration should be preferred for patients with overweight or obesity, an indication endorsed by the leading menopause societies.334,335

8.4.2. Dyslipidemia

Menopausal transition is associated with an increased risk for CVD, attributed mainly to atherogenic DLP, central obesity, and insulin resistance, in addition to an increased risk for SAH.13 The AHA states that adults aged 40-75 years should have their risk for atherosclerotic CVD estimated for 10 years.334,335 The SBC recommends that, for women with low CVR, LDL-c should be lower than 130 mg/dL, and, if the goal is met, estrogen therapy should be preferably administered through transdermal route to prevent the phenomenon of hepatic first pass (through the oral route), and, for patients without hysterectomy, micronized progesterone is added to neutralize the estrogen's proliferative effects on the endometrium.13

8.4.3. Hypertension

Systemic arterial hypertension is a well-established RF for CVD and an aggravating factor of the CVR of DM in women.13 In the WHI study, the use of conjugated equine estrogens either associated or not with medroxyprogesterone acetate has shown an 1-1.5 mm Hg elevation in blood pressure levels.335 In the observational part of the WHI study, transdermal estrogen therapy had a low risk for SAH development as compared to the oral MHT regimen.335 Patients with non-controlled SAH (BP ≥ 180/110 mm Hg) have contraindication to initiate MHT because of the risk of stroke.

Observational data and meta-analyses have shown a reduced risk for CAD in women who initiate MHT before the age of 60 years or within 10 years from menopause onset. According to the NAMS, if SAH is controlled and the risk stratification for atherosclerotic CVD < 5%, either oral or transdermal MHT can be used. However, in situations with SAH of difficult control and moderate to severe VMS, the use of transdermal estrogen therapy is suggested in association with micronized progesterone for women without hysterectomy, because it has lower thrombogenic potential than other progestogens.179,334

8.4.4. Diabetes

The prevalence of DM increases with the elevation in the prevalence of obesity.13 Menopausal hormone therapy is not contraindicated in healthy women with preexisting DM2 and may be beneficial to control glycemia when used to relieve menopausal symptoms. Menopausal hormone therapy significantly reduces the diagnosis of DM2 of recent onset,325 but is not approved for that indication. For women with well-controlled DM2 (HbA1c < 8%) and moderate to intense VMS, transdermal estrogen therapy, avoiding the hepatic first pass phenomenon, associated with micronized progesterone would be the best therapeutic option.179,334,335

8.4.5. Metabolic Syndrome

Recent meta-analysis has shown that MHT reduced multiple components of the MS, such as abdominal obesity, insulin resistance, DLP, and SAH.336 In the WHI study, women with MS randomized to receive conjugated equine estrogen alone or associated with medroxyprogesterone acetate had a two-fold higher risk of CVD than those in the placebo group.335 Despite the lack of randomized studies comparing the different MHT routes of administration and CV events in women with MS, the use of transdermal MHT is recommended to relieve symptoms because that route of administration causes no hepatic first pass phenomenon.334,335

8.5. Prescription for Patients with Manifest Cardiovascular Disease

Data from a meta-analysis have shown no significant differences between MHT users and controls regarding the primary outcomes nonfatal MI, CV death, and stroke in women with CVD. In addition, the frequency of angina, HF, and transient ischemic attack did not differ between the MHT and control groups.337

8.5.1. Acute Myocardial Infarction

In general, MHT is contraindicated to women with known CAD, such as AMI, and peripheral artery disease.335 Beginning MHT in women within 10 years from menopause onset either reduced or had no effect on the progression of subclinical atherosclerosis and coronary artery calcification in randomized and controlled trials.179 A study published in 2001 showed no difference in the risk of recurrent AMI or death from CVD in women after the first AMI between MHT users and non-users.338 The observational study ESPRIT RCT (Estrogen for the Prevention of Reinfarction Trial), with post-AMI women randomized to receive estradiol valerate alone or placebo for 2 years, in a 14-year follow-up, has shown no difference between those groups regarding death from CVD, stroke, or IHD in general.338 Current consensus guidelines do not stratify the risk of MHT based on the woman's subtype of CVD. The American College of Cardiology argues that, for women aged 50-59 years and with history of AMI without obstructive CAD, spontaneous dissection of the coronary artery, microvascular coronary dysfunction, or coronary vasospasm, an individualized approach to MHT is necessary. Because of the supposed pathophysiological association between female sex hormones and spontaneous dissection of the coronary artery, the American College of Cardiology recommends that oral MHT should be avoided in that group, and that, after proper control of the BP levels and lipid fractions, systemic MHT can be considered.335 In addition, for women with risk stratification of atherosclerotic CVD > 10%, MHT should be avoided independently of the hormone route of administration.335

8.5.2. Unstable Angina

Data from a recent meta-analysis, assessing anginal symptoms and hospitalization due to stable angina in six studies, have shown that hospitalization occurred predominantly in the first 2 years after randomization, with nonsignificant trend of being higher in the MHT group in an observational study. And, in five randomized clinical trials, there was no difference in angina between the MHT and control groups.337

8.5.3. Stroke and Transient Ischemic Accident

Previous history of ischemic stroke is a contraindication to MHT although the absolute risks of both estrogen-only and estrogen plus progestogen therapies are considered rare (<10/10 000/year).334,335

8.5.4. Heart Failure

Literature data on the use of MHT in women diagnosed with HF are scarce. In case of no response to nonhormonal treatment and if the patient has clinical improvement, ejection fraction that returns to the previous levels, and good control of modifiable factors, low-dose transdermal MHT can be indicated.334

8.5.5. Venous Thromboembolism and Pulmonary Embolism

Previous history of VTE, including DVT and PE, should be considered a contraindication to oral systemic MHT.179,335 Lower doses of oral MHT can confer fewer risks for VTE than higher doses, but comparative data from randomized clinical trials lack. Micronized progesterone seems less thrombogenic than other progestogens used for MHT. Transdermal MHT has not been associated with the risk of VTE in observational studies, and a systematic review has confirmed those findings, suggesting lower risk with transdermal than oral MHT. However, comparative data from randomized clinical trials lack.179 If DVT is diagnosed during the use of oral contraceptives or pregnancy, MHT should be avoided because of the relation of DVT and exogenous estrogen. The occurrence of a DVT event after prolonged immobilization or trauma, such as in a car accident, fall, or immediate post-operative period, indicates that the pro-inflammatory state that caused thrombosis might not be related to estrogen effects. Thus, in such situations, the transdermal route is recommended for MHT.179,334

8.5.6. Congenital Heart Disease and Post-heart Transplantation

Due to lack of literature data, cautiousness is recommended when indicating MHT in such situations, nonhormonal treatments being considered the best option.

8.6. Bioidentical Hormones and Pellets: What Should Be Informed

Over the past years, media coverage of hormone replacement therapy has largely focused on the use of bioidentical hormones and hormonal pellets, which has generated controversies and debates.

Bioidentical hormones are molecules with the same chemical and molecular structure of the hormones synthesized by the human body. They are exact copies of human endogenous hormones, such as estradiol, estriol, and progesterone.179

The term "bioidentical" has been incorrectly used to refer to new therapeutic options of "natural hormones" tailored to the needs of individual patients at compounding pharmacies to treat menopausal symptoms. However, the first issue to clarify is that the most used bioidentical hormones in MHT - estradiol, estriol, and progesterone – have been produced for years by the pharmaceutical industry at different doses and formulations and sold at commercial drugstores.

The concern is that compounded hormonal therapies may have inconsistency in dosages, quality control, and absorption, because compounded hormonal formulations might have pharmacokinetic differences and not undergo the same quality control in the different compounding pharmacies countrywide.

The prescription of MHT as hormonal pellets has been popularized on social media and networks. Hormonal pellets are capsules or spherical bodies subcutaneously implanted and can be absorbable or not.

Compounded pellets can differ regarding their hormone composition (estradiol, testosterone, dihydrotestosterone, androstenedione, oxytocin, oxandrolone, nestorone, gestrinone) released to the blood stream. These pellets are produced by compounding pharmacies, not regulated by strict rules, do not undergo rigorous assessments of safety and efficacy testing, and do not meet the requirements of the pharmaceutical industry dugs approved by drug regulatory agencies. Once no medicine leaflet is required for compounded products, the dose and type of hormone contained in each pellet are not preestablished, there is neither alert nor description of basic information, such as indications, safety testing, and possible adverse effects, as required for other industrialized medications approved by the Brazilian Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA). There is concern about the doses and contents of these pellets, because they can expose patients to harm or risks due to overdose or hormones not indicated for MHT.339

A search in the largest scientific database maintained by the National Library of Medicine, PubMed, shows that there are few clinical studies on hormonal pellets for MHT use. Most of the few studies are on testosterone pellets with small case series and methodology of low grade of evidence (retrospective or observational studies), which provides no knowledge on the effects of those pellets on several relevant MHT issues, such as breast cancer risk, endometrial risks, metabolic, CV, and long-term effects, for them to be safely used in women. In addition, a large part of the pharmacokinetics of compounded pellets, such as hormone release rates, significant inter-individual variance,340 and difficulty in pellet reversibility in case of adverse effects, is unknown. Although there are a few studies on pellets with a large number of participants, their methodology has limitations and biases.341,342

However, data from PubMed have shown that all the scientific knowledge accumulated over the years with several publications on the benefits and risks of MHT related to doses, oral and transdermal routes of administration, and type of estrogen and progestogen derive from industrialized bioidentical hormones or synthetic hormones approved by the regulatory agencies. These studies are different, and their results cannot be extrapolated to the pellet route until studies specifically designed for such purpose are published.

New MHT alternatives or routes of administration are very welcome to meet the needs of a larger number of women, but they will only be recommended based on confirmed efficacy and safety mainly.

Thus, considering the lack of scientific studies that confirm the safety of compounded bioidentical hormones and of hormonal pellets, as well as the several doubts regarding their clinical effects and potential risks, these hormonal therapies are recommended by neither the Brazilian national societies, such as FEBRASGO,343 SOBRAC, and the Brazilian Society of Endocrinology, nor the international medical societies.

8.7. Additional Therapies

Some clinical situations require nonhormonal therapies to control VMS. This applies to symptomatic women with contraindications or those who, due to personal preferences, do not want to undergo MHT.

The additional therapies can be divided into pharmacological, alternative pharmacological (phytotherapy), and non-pharmacological or behavioral.

8.7.1. Pharmacological Therapies

Of the nonhormonal therapies to relieve VMS, the selective serotonin reuptake inhibitors and selective serotonin-norepinephrine reuptake inhibitors act through the regulation of serotonin and norepinephrine levels in the hypothalamic thermoregulator center, reducing the VMS.

Paroxetine 7.5-25 mg, citalopram 10-20 mg, escitalopram 20 mg, venlafaxine 37.5-75 mg, and desvenlafaxine 50-100 mg are the most studied antidepressants, and placebo-controlled randomized clinical trials have shown their efficacy in reducing the frequency and severity of mild to moderate VMS.344 Less consistent results have been obtained with sertraline and fluoxetine, which, thus, are not recommended.345

Gabapentin is an antiseizure drug analogue of the gamma-aminobutyric acid that crosses the blood-brain barrier and acts directly on the hypothalamic thermoregulator center. Controlled randomized clinical trials have shown its efficacy to reduce VMS at doses varying from 900 mg to 2400 mg divided into three takes. The adverse events include somnolence, dizziness, and changes in balance function, and can be a good choice for women with sleep disorders associated with VMS.346 Pregabalin, derived from the aminobutyric acid related to gabapentin, has been assessed at the dose of 75-150 mg; however, because of the scarcity of studies and potential adverse effects, it has not been recommended to control VMS.347 Oxybutynin, an anticholinergic used to treat urgency urinary incontinence at the dose of 5-15 mg/day, has been assessed in a few clinical trials and shown improvement of VMS; however, it should be cautiously used in the elderly.347

The new drug fezolinetant, an antagonist of neurokinin B that acts directly on the hypothalamic thermoregulator center, has just been approved by the FDA to relieve VMS. Clinical trials have shown that the dose of 45 mg per day is effective to reduce VMS.301 It will soon be available in Brazil.

8.7.2. Alternative Pharmacological Therapies

Alternative pharmacological therapies, such as phytotherapy, have also been assessed to treat VMS. Isoflavones are non-steroid compounds found in plants and vegetables that have a phenolic ring and structure similar to that of estradiol, with high affinity and adhesion to hormonal receptors, and act as an estrogen agonist or antagonist. Studies on soy isoflavones, such as glycine max and Trifolium pratense (red clover), have shown conflicting results regarding the reduction of VMS as compared to placebo.348 Black cohosh (Cimicifuga racemosa or Actae racemosa L.) is a phytotherapy agent whose mechanism of action has not been totally clarified and whose results are conflicting.349 Other compounds, such as erva-de-são-joão, ginkgo biloba, and ginseng, have no proven efficacy and are not recommended.347

8.7.3. Behavioral Therapies

Behavioral therapies, such as changes in lifestyle, physical exercises, yoga, and mindfulness, have not proven effective in reducing VMS. Cognitive-behavioral therapies, such as psychoeducation, understanding how emotions affect the perception of physical sensations, and avoiding triggers of VMS seem to reduce the discomfort associated with VMS.347

Figure 8.2 shows the flowchart for implementing the current recommendations for MHT. Chart 8.1 shows the types, doses, and routes of administration of estrogens and progestogens used in MHT.

Figure 8.2. Flowchart for implementing the current recommendations for menopausal hormone therapy.

Figure 8.2

Chart 8.1. Types, doses, and routes of administration of estrogens and progestogens used in menopausal hormone therapy. MHT: menopausal hormone therapy.
TYPES, DOSES, AND ROUTES OF ADMINISTRATION OF ESTROGENS USED IN MHT
ORAL ROUTE
17-β-estradiol 0.5, 1.0, 2.0 mg/day
Estradiol valerate 1.0 - 2.0 mg/day
TRANSDERMAL ROUTE
17-β-estradiol - gel 0.5, 0.75, 1.0, 1.5-3.0 mg/day
17-β-estradiol - patch 25, 50 mcg/day
VAGINAL ROUTE
Estriol cream 1.0 mg/g
Estradiol 10 mcg per pill
Promestriene 10 mg/g
TYPES, DOSES, AND ROUTES OF ADMINISTRATION OF PROGESTOGENS USED IN MHT
ORAL ROUTE
Medroxyprogesterone acetate 2.5 - 10.0 mg/day
Cyproterone acetate 1.0 - 2.0 mg/day
Norethisterone acetate 0.1 - 1.0 mg/day
Nomegestrol acetate 2.5 - 5.0 mg/day
Dydrogesterone 5.0 - 10.0 mg/day
Drospirenone 2.0 mg/day
Micronized progesterone 100 - 200 mg/day
TRANSDERMAL ROUTE
Norethisterone acetate 140 - 170 mcg/day
VAGINAL ROUTE
Micronized progesterone – soft gelatin capsules 100 - 200 mg/day
INTRAUTERINE ROUTE
HIUD-levonorgestrel 20 mcg/day

9. Menopause and Women in the Job Market – Difficulties and Opportunities for Improvement

9.1. Introduction

All women will enter menopause, and, in MT, the great majority will have several signs and symptoms, many of which hinder their quality of life.

According to global statistics, in 2020, there were 657 million women aged 45-59 years, 47% of whom were in the job market. Because the mean age at menopause is around 51 years, many working women are in that stage of life.350

In the current economy, the income from working women is necessary for not only them but their families as well; therefore, keep working during menopause is a reality for women. With the increase in women's life expectancy and active age, many of them spend one third of their lives, as well as a significant amount of their professional years, in menopause and postmenopause.

Working is related to not only the obvious financial need, but to higher self-esteem, better health, and less psychological stress.

The impact of menopausal symptoms and related diseases on the work environment deserves higher professional attention than it currently gets. The negative effect of menopausal symptoms on the work ability of women in that stage of life is worth noting.351,352

There is a variety of experiences of menopausal women in the workplace influenced not only by the menopausal symptoms and context, but also by the physical and psychosocial characteristics of the work environment. These factors can affect not only their quality of life, but also their motivation and engagement in professional activities, daily performance, and relation with their employers.

In societies or environments in which menopause is considered a taboo, the lack of discussion about this topic and the stigma attached to it increase the burden of the symptoms to women.353

Studies have shown that the most worrisome symptoms to women in the workplace are the urinary symptoms, fatigue, difficulty sleeping, difficulty to concentrate, memory loss, sensation of dismay/depression, and reduced self-confidence.

Women with severe menopausal symptoms might quit their jobs or reduce their work hours, which negatively affects their income and safety later in life. For employers, this means loss of experienced personnel with valuable skills and talents.

Throughout the past decade, there has been an increased awareness of employers regarding menopause as a potential occupational health problem and the need for proper support at the workplace. Manager awareness about flexible working times has been considered the most beneficial workplace support.

It is necessary to recognize that menopausal symptoms can negatively impact work performance, and that the workplace can affect menopausal symptoms. Thus, it is fundamental to provide a work environment open to the women's health needs, with an inclusive and supporting culture, without discrimination against those in this difficult life period.350,353

9.2. Impact of Menopausal Symptoms on Professional Life and How Women Cope with the Biological Changes in this Phase

9.2.1. Signs and Symptoms and Professional Life in Menopause

Currently, one of the working groups that increases the most is that of women aged 50 years and older, with employment rates of people aged 50-64 years ranging from 55% to 67% in Europe, Australia, and the United States.350

Menopausal symptoms negatively impact working women, hindering their work performance, reducing job satisfaction, and jeopardizing individual professional well-being, which can result in direct and indirect costs for the employer and the State (Figure 9.1).

Figure 9.1. Menopausal symptoms with negative impact on professional performance.

Figure 9.1

Loss of estrogen's protective effect and its consequent changes lead to an increase in CVR during postmenopause, and more than half of the women develop SAH. Increases in cholesterol levels, body weight, and DM2 incidence are also frequent, contributing to elevate the CVR.351

Menopause is considered differently in different cultures, and more positively seen in those that value aging experience and wisdom. This has practical effects because women who consider menopause as something negative will have more symptoms.

In addition, menopause sometimes occurs in a difficult phase of life, when children leave their homes, many parents die, women have to take care of older parents of family members, and when age-related health problems occur. These situations increase the likelihood of developing depression, anxiety, chronic stress, and burnout syndrome.

It is worth noting that some health complaints associated with burnout, such as fatigue, sleep disorders, cognitive problems, such as difficulty to concentrate, memory loss, irritability, and emotional disorders, can be similar to menopausal symptoms, and identifying this is not always easy for women or even for health professionals.351

The most frequent symptoms in response to menopausal hormone changes are hot flashes, night sweats, sleep disorders, fatigue, muscle pain, vaginal dryness, urinary disorders, mood swings, headache, and poor concentration and memory. Peri- and postmenopausal insomnia and depression associate with productiveness loss and high costs for the employer.

The typical hot flashes usually appear suddenly and spread from the thorax to the neck, head, and arms, being secondary to increased blood flow to the skin, accompanied by increased heart rate, and followed by sweating in the upper part of the body. The increase in heart rate secondary to higher peripheral flow aims at maintaining proper cardiac output to maintain BP. The effect of the hot flashes on heart rate is even higher during hard working or under elevated temperatures.354 Occasional objective symptoms, such as increased menstrual flow and urinary incontinence, can occur, in addition to less specific complaints, such as cognitive and psychological symptoms.

A study with 407 working women in healthcare and social service, who answered a large questionnaire on menopause, has reported that the symptoms initiated between the ages of 46 years and 52 years in 43% of the women, and between 41 years and 45 years in 35% of them.353 In addition, the physical and psychological effects of surgical menopause, observed in younger women, should be considered.353

9.2.2. Menopause and the Work Environment

Usually, work improves women's mental health, because it impacts positively on their self-esteem and health, and decreases psychological stress.351 Women that report good health are less influenced by menopausal symptoms at work.

The symptoms can start 4 years before and last for 4-8 years after menopause onset. Thus, the number of symptomatic working women, especially in work areas with prevalence of women, is significant, which has led, in recent years, to higher employers’ awareness on menopause as an occupational health concern and consequent need for support to these women.353

Menopause is rarely discussed in the workplace, due to taboos, which contributes to the lack of knowledge about this phase of life among women, health professionals, and employers. In a workplace where women are minority (police, military, industries), those difficulties to address menopause can be even more limiting. Thus, studies on the impact of menopause on women's work and career are still scarce.

A study conducted in Holand has shown that women with severe menopausal symptoms have an 8.4-fold higher reduction in work ability than those paired for age but without those symptoms. In addition, there was a higher risk of absence from work, with higher financial loss.355

The acute effect of hot flashes can impact negatively on professional performance, affecting the ability to concentrate and complete complex cognitive tasks during hot flashes and sweats.

Women who have night sweats have their natural sleep cycle affected, sometimes with severe chronic consequences. Sleep deprivation leads to more sleep disorders and consequent insomnia and fatigue during the day. Thus, in the work environment, the impact of night sweats can manifest as reduced work ability and production, with higher likelihood of errors and consequent work accidents.354

The study by O’Neill, assessing the impact of menopausal symptoms on the work life of 407 women, has shown that 65% of the participants reported that the symptoms impacted their work performance, 35% stated that the symptoms influenced their career development decision, 18% reported occasional work absence due to their symptoms, 8% reported a reduction in their work times, 7% changed function, 6% stopped working night shifts, and 2% quit working due to the symptoms.353

The important negative impact of menopausal symptoms on the professional lives of this large number of women indicates the need for changes in their workplaces. These changes should aim to mitigate the problems of the work ability decline and work absenteeism related to those symptoms.

When asked about what should be changed in the workplace to reduce the impact of menopausal symptoms on work ability, one third of the women in the study by O’Neill mentioned their employer's awareness would be the most important factor, followed by more flexible work schedules. In addition, they mentioned temperature and ventilation control, easy access to bathrooms and potable water fountains, and light uniforms. Regarding treatment offers, the most often mentioned were appointment with general practitioners, hormonal therapy use, and antidepressants. Another finding of that study was that neurocognitive and psychological symptoms had a higher impact, while the VMS had a smaller influence on those women's work.353

Thus, health professionals and employers should be able to recognize that menopausal symptoms can affect working women's well-being, and, thus, the quality of their lives and work ability, which will lead to a reduction in the working hours, underemployment or even unemployment, and their deleterious financial consequences.350

9.3. Employers and Menopause – Improvement Opportunities

In 1971 in Great Britain, there were 3 million employed women aged 45-59 years, and, in 2001, they were 3.9 million, representing 45% of the over 50-year-old workforce.356

Menopause is not a uniform experience among working women, and there is large variation in the prevalence of symptoms that create difficulties at work (25% to 65%), according to different studies.

Symptomatic women have higher levels of absenteeism (medical leave) and higher frequency of outpatient appointments. The costs due to work disability increase significantly in women with severe symptoms as compared to those with mild symptoms, and VMS, insomnia, sleep disorders, and psychosocial symptoms have the highest impact.357

The recently published results from the Health and Employment after Fifty Study (HEAF) have shown that, while the most frequently mentioned symptoms by peri- and postmenopausal working women were VMS (91.7%), and sleep (68.2%), psychological (63.6%), and urinary (49.1%) disorders, the symptoms that most impacted the work ability were the psychological ones (depression, irritability, anxiety, crying), severe headache, and joint pains.358 In that study, the RFs for difficulty coping with menopausal symptoms at work were financial deprivation, poorer self-rated health, depression, and adverse psychosocial occupational factors.358 The authors have concluded that inequality also affects menopausal working women, requiring higher awareness of employers of all sectors, and special attention to vulnerable women (with economic difficulties, jobs in which they feel insecure, unappreciated, or dissatisfied), because they are at higher risk.358

Problems with supervisors or colleagues, such as the perception of lack of support or the perceived probability that the mention to menopause will cause embarrassing, irrelevant, or discriminatory responses, have also been reported as the cause of difficulties and led to women's lack of will to reveal their menopausal status.359

According to the study by Reynolds, women experience VMS at work, with distress worsening during formal meetings, in closed and hot spaces, and in the presence of men. The approach to this problem has been seen as an individual rather than organizational responsibility. Reynolds has suggested that counsellors and health occupational agents in organizations should raise awareness about the women's needs at the management level, with sensitization to the potential impact of hot flashes on work experiences and preparing to provide support and counseling. Simply making controllable fans and heating systems available is a practical help for the most common problems.360

If the problem is seen as personal, revealing it is allowed when women have positive attitudes towards aging or have empathetic colleagues. However, when the problem is considered organizational, discussing and negotiating the underlying needs might generate alternatives to solve the problems, such as flexible schedules, change to part-time schedules for a while, occasional remote work, thermostat adjustments, discussion of annual vacations, change of the office site to well-ventilated and illuminated areas, closer to bathrooms, as well as talks with supervisors seeking creative solutions.359

Organization members sometimes become aware of a woman's age through menopausal symptoms. Employers have taken too long to recognize that menopausal women might need special considerations. Organizations should try to reduce the menopause-related stigma and present it as an asset rather than a liability.

In their review, Jack et al.357 have suggested four recommendations:

  1. Employers should review the scope of their policies, practices, and relevant activities regarding health and safety at work, as well the human resources, considering the national legal requirements to provide safe, healthy, and discrimination-free environment for working women in perimenopause, adopting a holistic approach depending on the company's sector;

  2. As part of their responsibilities regarding safety and health at work, employers should perform risk assessments of symptomatic women to identify the reasonably necessary adaptations that can be made in the physical and psychosocial work environment. This will depend on the type/function of the work and industry;

  3. Employers should develop programs of health promotion that include information on menopause, aging, and health, enabling women to self-manage symptoms (for example, through dietary changes, stress management, development of positive attitudes regarding aging and menopause) and providing formal and informal social support (for example, through a women's network or through lunch-time meetings);

  4. A variety of policies and practices for training and development of the organization and human resources should be implemented to foster more friendly work environments, positive supervisor/subordinate relations, and support for menopausal women.

9.4. How to Improve Work Conditions

The past decade witnessed an increase in employers’ awareness on menopause as a potential occupational health problem, as well as on the need to provide proper support in the workplace. However, efforts in this direction are scarce, with almost no dialogue between employer/manager and workers in most organizations.

Employers should promote an institutional culture in which menopausal symptoms can be discussed and managers and supervisors are educated on menopausal topics and trained to be able to engage in supportive conversations with employees.

A study performed at the Mayo Clinic has shown that the missed days of work attributed to menopausal symptoms represent an annual cost of approximately 1.8 billion dolars.361

Temperature control (72%), flexible working hours, including work sharing, time off for medical appointments, regular intervals (58%), seminars on healthy aging (50%), flexible workspaces, such as home office, office change (50%), physical activity programs (46%), and table fans (45%) would be the most popular measures reported.353

Menopause can be considered a taboo, not to be discussed in the work environment, although many workers might be affected. Being able to have proper conversations and adjust the work environment to the needs of perimenopausal women will positively impact on their quality of life, their engagement, performance, and professional motivation. Some practical actions to be adopted in the workplace by managers and supervisors are shown in Chart 9.1.350

Chart 9.1. Practical actions about menopause to be adopted in the workplace by employers.

Chart 9.1

9.5. Conclusions

Studies have assessed the frequency of menopausal symptoms rather than their impact on work, or have focused on grouped results, such as quality of life and survival strategies, having forgotten the effects on careers and professional well-being.

Women are a large part of the global workforce. Therefore, it is necessary to make the work environment more favorable to menopausal women to improve their well-being and ability to work, thus, ensuring that more people reach retirement with the possibility to maintain their contributions to pensions and savings, sufficient for proper income and safety in life.

10. Menopause and Postmenopause in Latin America – Current Situation, Chalenges, and Opportunities for Intervention

10.1. Introduction

Latin America (LA) has more than 20 million km2 and comprises 20 countries from Mexico to the South of South America: Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, Dominican Republic, Ecuador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Mexico, Nicaragua, Panama, Paraguay, Peru, Uruguay, and Venezuela.362-364

The region encompasses several cultures, a variety of idioms (Spanish, which predominates, Portuguese, French, English, Dutch, and several native languages), ethnicities (white, black, native), climates, religions, and traditions. Although sharing the same geographical region and common historical elements, each country has characteristics that make them unique.362-364

The region underwent a process of late industrialization and rapid and accelerated urbanization, the economy of the countries being based on exploration and exportation of natural resources, with the tertiary sector playing an important role.362-364

Latin America has a population estimated at 659 744 000 inhabitants (ONU, 2022), of which, approximately 80% live in the cities, the largest being São Paulo (Brazil), Mexico City (Mexico), and Buenos Aires (Argentina).362-364 Women represent 51% of the total population of LA.364

The analysis of the life expectancy and causes of death of 363 cities from nine countries in LA has shown a large variation in those indicators among the countries and within each one.365 Life expectancy at birth in LA ranges from 74 years to 83 years and 63 years to 77 years, for women and men, respectively. Some countries, such as Panama, Costa Rica, and Chile, have higher life expectancy levels, but there is large variation among the cities within each country, which can reach 7-10 years, such as Mexico, Brazil, Colombia, and Peru.365 In addition, a large heterogeneity has been observed in mortality among the countries in LA and within each country, although chronic diseases (CVDs and others) remain the most common cause of death, representing, on average, 57.7% of total mortality. In LA, on average, cancer accounts for 16.2% of mortality in general, the communicable, maternal, neonatal, and nutritional causes for 14.4%, and external causes for 11.6%.365 In addition, the results of that study have shown that a higher level of education, access to water and basic sanitation, and living in less crowded cities are predictive of higher life expectancy, of a relatively lower proportion of deaths from communicable, maternal, neonatal, and nutritional diseases, as well as of a higher proportion of deaths from CVD, cancer, and other chronic diseases in men and women.365

Some studies have shown that some women perceive menopause as a natural stage of life, with no negative implications, while, for many others, the hormonal changes of that phase can generate symptoms that affect their physical, emotional, mental, and social well-being.15,366-368

The hormonal changes of menopause determine several changes in female health, such as increased bone and cognitive loss, in addition to an elevation in the CVR in postmenopause, due to the higher prevalence of IHD, stroke, peripheral vascular disease, thromboembolic phenomena, AF, HF, and CV mortality.15,366-368 Those risks are not reduced by MHT with synthetic estrogens/progestogens.179,255

It is worth noting that there is a secular trend of increase in the mean menopause age of women living in high-income countries. However, in low/middle-income countries, a clear increase in the prevalence of POF (before age 40 years) and early menopause (ages 40-44 years),369 both currently considered RFs for CVD and CV mortality, has been observed.15,368

10.2. Woman and menopause in Latin America

10.2.1. Natural Menopause, Premature Ovarian Failure, and Early Menopause

Castelo-Branco et al.,370 in 2006, assessing 17 150 healthy women aged 40-59 years, in 47 cities from 15 Latin American countries, have reported median age at menopause for the entire sample of 48.6 years (43.8 years to 53 years).12 They have reported that 49-year-old women living in cities at 2000 meters or more above sea level and those with lower educational level or living in countries with lower income were more likely to have an early menopause onset.370

A meta-analysis published in 2014 by Schoenaker et al.,371 including the study by Castelo-Branco et al.,370 has shown that the mean age at natural menopause in LA was 47.24 years (45.9 years to 48.6 years).371 In that meta-analysis, performed based on studies across 24 countries from the six continents, the authors have concluded that the mean age at natural menopause was lower in countries from Africa (48.38 years), LA (47.24 years), Asia (48.75 years), and Middle East (47.37 years), and higher in Europe (50.54 years), Australia (51.25 years), and the United Sates of America (49.11 years), with a mean of 48.8 years (46 years to 52 years) for the six continents.371 In addition, the meta-analysis has shown that smoking and lower educational and occupational levels associated with earlier age at natural menopause.371

Leone, Brown, and Gemmill369 have conducted a study using 302 standardized household surveys from 1986 to 2019, with women aged 15-49 years, in 76 low/middle-income countries, in five geographical regions (Central Asia; LA and the Caribbean; Northern Africa/Western Asia/Europe; Southern/Southeastern Asia; and Sub-Saharan Africa). Those authors have reported an increasing prevalence of POF and early menopause in low/middle-income countries, particularly in Sub-Saharan Africa and Southern/Southeastern Asia, and that these regions also had a reduction in mean age at menopause, with high variation among the continents. Table 10.1 shows the results for the regions studied.

Table 10.1. Prevalence of premature ovarian failure and early menopause and mean age at menopause onset in different geographical regions, in women aged 15-49 years (modified from Leone, Brown, and Gemmill369).
REGIONS PREMATURE OVARIAN FAILURE (%) EARLY MENOPAUSE (%) MEAN AGE AT MENOPAUSE ONSET
Central Asia 1.2 1.6 45.3
Latin America and the Caribbean 1.5 1.9 44.4
Northern Africa/Western Asia/Europe 0.1 1.4 44.7
Southern/Southeastern Asia 2.7 4.5 43.7
Sub-Saharan Africa 0.9 2.4 44.1

As compared to previous studies, only the Northern Africa/Western Asia/Europe region had a reduction in the prevalence of POF/early menopause and elevation in the mean age at menopause.369

These results call attention to the fact that LA is among the geographical regions with the lowest mean age at menopause onset and highest prevalence de POF and early menopause, when compared to regions with higher development and higher income. Considering that menopause (natural, POF, or early menopause) is currently a CVRF, this profile can contribute, along with other RFs, to increase the CVR of Latin American women.

10.2.2. Symptoms and Quality of Life in Menopausal Transition in Latin American Women

Menopausal transition can cause several symptoms that hinder women's quality of life, such as VMS (hot flashes and sweats, usually at night), insomnia, mood swings (with higher propension to depression), irritability, mental confusion, genital changes (vaginal dryness, pain during sexual activity, libido decline), urinary tract symptoms, muscle/joint pains, and palpitations.372,373 The VMS can last for 7-9 years or more.372

A – Vasomotor Symptoms

In a systematic review of studies performed in Europe, North America, LA, and Asia, published between 1966 and 2009, Palacios et al. have reported that, in addition to the geographical differences observed in the mean age at menopause onset, there are differences in the frequency of the symptoms reported by women, but the VMS are among those of higher prevalence in all regions studied (Europe, 74%; North America, 36-50%; LA, 45-69%; Asia, 22-63%).373

Using the Menopause Rating Scale and an itemized questionnaire containing sociodemographic data, Blümel et al. have assessed 8373 women, aged 40-59 years, from 22 health centers, in 18 cities from 12 countries in LA. Those authors identified VMS in 55% of the sample, and the symptoms were more severe in 9.6%.374 Logistic regression analysis showed that the presence of severe psychological/urogenital symptoms, lower educational level, natural perimenopause/postmenopause status, nulliparity, surgical menopause, and living at high altitude were significant RFs for severe VMS.374

Sánchez-Zarza et al. have recently published a cross-sectional study in which 216 women aged 40-60 years, living in urban areas of the city of Asunción, Paraguay, were surveyed with the 10-item Cervantes Scale and a general questionnaire (personal and partner data). According to the 10-item Cervantes Scale, the three most prevalent symptoms were muscle/joint pains (70,8%), anxiety and nervousness (70.8%), and VMS (54.2%).375

In a population-based study with 1500 Brazilian women aged 45-65 years, Pompei et al. have reported that the median age at menopause onset was 48 years (45 years to 51 years), with no difference between economic levels. Menopause-related symptoms were present in 87.9% of those in MT, and the VMS appeared earlier.376

Aiming to assess the prevalence and impact of moderate/severe VMS in postmenopause, a cross-sectional study has been performed with 12 268 women aged 40-65 years in Brazil, Canada, Mexico, and four Nordic countries (Denmark, Finland, Norway, and Sweden). The prevalence of moderate/severe VMS was 15.6%, higher in Brazil (36.2%) and lower in Nordic Europe (11.6%). The VMS impacted the quality of life in all domains assessed.377

B – Sleep Disorders

In a study assessing 6079 women aged 40-59 years, from 11 Latin American countries and using several investigation tools, Blümel et al. have found that 56.6% of the sample had insomnia or poor quality of sleep or both, and that the prevalence of insomnia increased with age and from pre- to late postmenopause.378 The logistic regression analysis identified that age, chronic diseases, alcohol abuse, anxiety, depression, VMS, and drug use (hypnotics and MHT) contributed to the occurrence of sleep disorders, while higher educational level associated with less insomnia and better quality of sleep.378

C – Muscle/Joint Pains

Blümel et al.,374 using that same sample of Latin American women, have assessed the relation of muscle/joint pains with other menopausal complaints.379 Those authors reported that 63% of the sample had such symptoms, and 15.6% were classified as severe/very severe. The logistic regression analysis identified that age, smoking, lower educational level, VMS, POF, postmenopause, psychiatric consultation, and the use of psychotropic drugs were significantly related to higher severity of symptoms, while self-perception of health, private access to healthcare, and use of MHT were significantly related to less severe symptoms.379

D – Sexual Dysfunction

By use of the Female Sexual Function Index to investigate sexual dysfunction in 7243 healthy women aged 40-59 years, users of 19 health systems from 11 Latin American countries, Blümel et al. have shown the occurrence of sexual dysfunction in 56.8% of the sample.380 The logistic regression analysis showed that the RFs for sexual dysfunction were poor vaginal lubrication (most important), use of alternative menopausal therapies, and the partner's sexual dysfunction. Women's higher educational level, partner's faithfulness, and access to private healthcare were identified as protective factors.380

Using that same tool (Female Sexual Function Index), Cruz, Nina & Figuerêdo have assessed the association between sexual dysfunction and intensity of postmenopausal symptoms (assessed by use of the Blatt-Kupperman Index) in Brazilian women aged 40-65 years, treated at a public hospital.381 The sexual dysfunction prevalence was 58.73%, identified in 100% of the women with severe postmenopausal symptoms, in 70.59% of those with moderate symptoms, and in only 9.09% of those with mild symptoms.381

E – Other Symptoms

Blümel et al.374 have shown that, women with VMS are five times more likely to experience chest discomfort, four times more likely to experience depressive mood, sleep changes, sexual dysfunction, anxiety, physical and mental exhaustion, and vaginal dryness, and three times more likely to experience irritability, muscle/joint pains, and urinary dysfunction.374

F – Quality of Life

Using the same sample,374,378 Blümel et al.380 have assessed the quality of life and its impairing factors. The prevalence of women with moderate to severe symptoms that hinder quality of life was higher than 50% in all countries, but Chile and Uruguay achieved the highest scores (80.88% and 67.4%, respectively). The logistic regression analysis identified that the impaired quality of life of Latin American menopausal women was associated with the use of alternative menopausal therapies, use of psychiatric drugs, being postmenopausal, being 49 years or older, living at high altitudes, and having a partner with erectile dysfunction or premature ejaculation. Better quality of life was associated with living in a country with lower income, being on MHT, and engaging in healthy habits.382

Table 10.2 shows the prevalence of major menopausal symptoms, their RFs and protective factors in Latin American women.

Table 10.2. Prevalence of menopausal symptoms, their worsening and protective factors in Latin American women373,374,378-380,382.
SYMPTOMS/QUALITY OF LIFE PREVALENCE WORSENING FACTORS PROTECTIVE FACTORS
Vasomotor symptoms 45-69%; 55% Severe psychological/urogenital symptoms, lower educational level, natural peri- and postmenopause, nulliparity, surgical menopause, living at high altitudes Use of MHT
Sleep disorders 56.6% Older age, chronic diseases, alcohol abuse, anxiety, depression, VMS, drug use (hypnotics and MHT) Higher educational level associated with less insomnia and better quality of sleep
Muscle/joint pain 63% Older age, smoking, lower educational level, VMS, premature menopause, postmenopause, psychiatric consultation, and use of psychotropic drugs Self-perception of health, private access to healthcare, and use of MHT
Sexual dysfunction 56.8% Reduced vaginal lubrication (most important), use of alternative menopausal therapies, and partner's sexual dysfunction Higher educational level, partner's faithfulness, and access to private healthcare
Quality of life 50% with severe impairment Use of alternative menopausal therapies, use of psychiatric drugs, being postmenopausal, being 49 years or older, living at high altitudes, partner with erectile dysfunction or premature ejaculation Living in a country with lower income, being on MHT, and engaging in healthy habits

MHT: menopausal hormone therapy; VMS: vasomotor symptoms.

10.3. Cardiovascular Risk Factors

The studies performed by the REDLINC group from 2004 till now, resulting in seven investigation projects and 18 publications on several aspects of menopause in Latin American women, have evidenced the prevalence of traditional and emerging CVRFs as shown in Table 10.3.383-386

Table 10.3. Prevalence of cardiovascular risk factors in Latin American menopausal women383-386.

CARDIOVASCULAR RISK FACTOR PREVALENCE (%)
Sedentary lifestyle 63.9
Anxiety 59.7
Depression 46.5
Metabolic syndrome 35
Systemic arterial hypertension 22.9
Obesity 18.5
Smoking 11.3
Diabetes mellitus 8.6
Early menopause 1.9
Premature ovarian failure 1.5

The high prevalence of CVRFs poses a higher CVR to Latin American peri- and postmenopausal women, which might contribute to the high CV mortality currently observed in that geographical region.14 However, that is also an opportunity to control the RFs and reduce the CVR in that phase of life.13,141,173,387-389

10.4. Medicamentous and Non-medicamentous Treatment

There is evidence that, in LA, MHT is prescribed for 12.5% of menopausal women, the major route of administration being oral (43.7%), followed by transdermal (17.7%).179,347,390 The use of MHT associated with the patient having a positive perception of MHT, being postmenopausal, and having a higher socioeconomic level.390 In the group of those who never used MHT, 28% reported lack of a medical prescription as the major reason, followed by absence of symptoms (27.8%). Of those reporting lack of a medical prescription as the major reason for not being on MHT, 30.6% had severe menopausal symptoms (Menopause Rating Scale total score > 16).390 The use of alternative therapies was reported by 19.5% of the women studied, 35.1% of whom mentioned experiencing severe menopausal symptoms as compared to 22.5% of MHT users.390

A survey using a self-administered and anonymous questionnaire conducted with 2154 gynecologists (55.5% of the male sex, 20.3% faculty members, and 85% with a partner) in 11 countries of LA,391,392 85.3% of whom responded to the survey (n = 1837), has shown that:

  1. 85.4% of the gynecologists responded they would use MHT if they had menopausal symptoms (81.8% female gynecologists) or would prescribe for their partners (88.2% male gynecologists).

  2. The perceived risk related to MHT use (on a 0-to-10 scale) was higher among female than male gynecologists (4.06 ± 2.09 versus 3.83 ± 2.11, respectively); the two major risks reported were thromboembolism (women 33.6% versus men 41.4%, respectively) and breast cancer (women 38.5% versus men 33.9%, respectively).

  3. Overall, gynecologists reported prescribing MHT for 48.9% of their symptomatic patients (women 47.3% versus men 50.2%, respectively), while 86.8% prescribed nonhormone and 83.8% alternative therapies for the management of menopause.

  4. Older gynecologists and academic professionals prescribed MHT more often.

The authors have concluded that, although Latin American gynecologists support MHT use for themselves and their partners, this is not reflected in their clinical practice.391,392 There is no clinical trial on the use of other drugs to control menopausal symptoms in LA as a whole.

Several interventions related to alternative medicine, such as body-mind practices (hypnosis, cognitive-behavioral therapies, relaxation, biofeedback, meditation, aromatherapy), the use of natural products (herbs, vitamins, minerals, dietary supplements) and others (traditional Chinese medicine, reflexology, acupuncture, homeopathy), have been used to control menopausal symptoms, many of which have been assessed on clinical trials somewhere else, but there is no specific study in LA.393,394

10.5. Challenges and Opportunities for Intervention

The combination of increased life expectancy at birth, reduction in the mean age at natural menopause, and increased prevalence of POF/early menopause has contributed to increase the number of Latin American women (51% of the population) experiencing MT and its negative impact on their quality of life (in all domains), with expressive loses in the personal, social, and economic levels, as well as elevation in CV morbidity and mortality (major cause of death worldwide currently).14,365,369-371

According to Faubion and Schufelt,10 after the gap in menopausal treatment left by the results of the HERS and WHI studies,1,395 the topic has received increasing attention by the health services, media (newspapers, blogs) and even celebrities, because of multiple reasons, such as the projection of a market of $ 600 billion involving several products and the arrival of new generations of women (Y, millennials) who choose not to suffer silently the deleterious consequences of menopause.10

Considering the worldwide and Latin American scenarios regarding menopause, Figure 10.1 lists the opportunities to intervene to improve the currently observed situation.

Figure 10.1. Interventions to improve menopause-related situations. CV: cardiovascular; CVR: cardiovascular risk; CVRF: cardiovascular risk factors; LA: Latin America; MHT: menopausal hormone therapy; NHT: nonhormone therapy.

Figure 10.1

Figure 10.2 summarizes the Latin American demographic and menopausal data.

Figure 10.2. Latin American demographic and menopause data. LA: Latin America; MHT: menopausal hormone therapy.

Figure 10.2

Glossary

Abbreviations

ABI

ankle-brachial index

ACS

acute coronary syndrome

AF

atrial fibrillation

AHA

American Heart Association

AMH

antimüllerian hormone

AMI

acute myocardial infarction

anti-TPO

anti-thyroid peroxidase antibodies

ANVISA

Brazilian Agency of Sanitary Surveillance (in Portuguese, Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

ARIC

Atherosclerosis Risk in Communities cohort

ASPREE

Aspirin in Reducing Events in the Elderly

ATAC

Arimidex, Tamoxifen, Alone or in Combination

amyloid β protein

BMI

body mass index

BP

body pressure

CAC

coronary artery calcium score

CAD

coronary artery disease

CARDIA

Coronary Artery Risk Development in Young Adults

CCTA

coronary computed tomography angiography

CI

confidence interval

COC

combined oral contraceptive

CTX

chemotherapy

CV

cardiovascular

CVD

cardiovascular disease

CVR

cardiovascular risk

CVRF

cardiovascular risk factor

DALYs

Disability-Adjusted Life Years

DHEA

dehydroepiandrosterone

DHEAS

dehydroepiandrosterone sulphate

DLP

dyslipidemia

DM

diabetes mellitus

DM2

type 2 diabetes mellitus

DVT

deep venous thrombosis

EE

ethinyl estradiol

eGFR

estimated glomerular filtration rate

ESPRIT RCT

Estrogen for the Prevention of Reinfarction Trial

FDA

Food and Drug Administration

FEBRASGO

Brazilian Federation of the Gynecology and Obstetrics Societies (in Portuguese, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia)

FSH

follicle-stimulating hormone

GAHT

gender-affirming hormone therapy

GBD

Global Burden of Disease

GRS

global risk score

HDL-c

HDL cholesterol

HEAF

Health and Employment after Fifty Study

HERS

Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study

HF

heart failure

HIUD

hormonal intrauterine device

HR

hazard ratio

HyperSC

subclinical hyperthyroidism

HypoSC

subclinical hypothyroidism

IHD

ischemic heart disease

IL

interleukin

IMS

International Menopause Society

LA

Latin America

LDL-c

LDL cholesterol

Lp(a)

lipoprotein (a)

LV

left ventricular

MHT

menopausal hormone therapy

MI

myocardial infarction

MIT

medio-intimal thickening

MS

metabolic syndrome

MT

menopausal transition

NAMS

North American Menopause Society

NO

nitric oxide

OR

odds ratio

PCOS

polycystic ovary syndrome

PE

pulmonary embolism

PEPI

Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions

POF

premature ovarian failure

RAAS

renin-angiotensin-aldosterone system

REF

risk-enhancing factor

RF

risk factor

RR

relative risk

SAH

systemic arterial hypertension

SBC

Brazilian Society of Cardiology (in Portuguese, Sociedade Brasileira de Cardiologia)

SIAC

Sociedad Interamericana de Cardiología

SOBRAC

Brazilian Association of Menopause (in Portuguese, Associação Brasileira de Climatério)

STRAW

Stages of Reproductive Aging Workshop

SWAN

Women's Health Across the Nation

TC

total cholesterol

TG

triglycerides

VLDL-c

VLDL cholesterol

VMS

vasomotor symptoms

VTE

venous thromboembolism

WISE

Women's Ischemia Syndrome Evaluation

WHI

Women's Health Initiative

WHO

World Health Organization

Appendix.

Objective 1

The present review has the following guiding question: What are the benefits, risks, indications, and contraindications of MHT regarding postmenopausal/menopausal signs and symptoms in women with cardiovascular risk factors or cardiovascular diseases? Using the PICO (Population, Intervention, Comparison, and Outcome) procedure, the ‘population’ is the women with cardiovascular risk factors or cardiovascular diseases, the ‘intervention’ is the menopausal hormone therapy, ‘comparison’ does not apply, and the ‘outcomes’ are the benefits, risks, indications, and contraindications.

The search strategy was guided by the acronym and the standardized terms and keywords of the search were identified in controlled vocabularies: Descriptors in Health Sciences (DECS) via Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Subject Heading (MESH) by use of PubMed and Emtree (Embase subject headings) of the Embase database (Elsevier). A preliminary search was conducted to identify additional terms in titles, abstracts, and keywords of the articles, and then, a definitive search strategy was used in all databases.

The search strategy was applied and adapted on December 23rd, 2023, in the following databases: LILACS, BDENF, WPRIM, CUMED OR LIPECS OR BINACIS of the Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, MEDLINE/PubMed of the National Library of Medicine (NLM). In the Portal de Periódicos da Capes: EMBASE and SCOPUS (Elsevier), CINAHL, Academic Search Premier (Ebsco), Web of Science (Clarivate). The Scientific Electronic Library Online (Scielo) was added. We show the search strategies in the Cochrane Library and PubMed (Tables 1 and 2).

Table 1. Cochrane Library.

Cochrane Library
#1 MeSH descriptor: [Women] explode all trees 1236 35
#2 female* OR woman OR women OR female 993875
#3 #1 OR #2 993875
#4 MeSH descriptor: [Heart Failure] explode all trees 14720
#5 MeSH descriptor: [Cardiovascular Diseases] explode all trees 152906
#6 MeSH descriptor: [Heart Diseases] explode all trees 72792
#7 MeSH descriptor: [Coronary Disease] explode all trees 18548
#8 MeSH descriptor: [Coronary Artery Disease] explode all trees 9532
#9 MeSH descriptor: [Arrhythmias, Cardiac] explode all trees 14339
#10 MeSH descriptor: [Arrhythmias, Cardiac] explode all trees 14339
#11 "Heart Failure" OR "Cardiac Failure" OR "Heart Decompensation" OR "Myocardial Failure" OR "cardiac backward failure" OR "cardiac decompensation" OR "cardiac incompetence" OR "cardiac insufficiency" OR "cardiac stand still" OR "cardial decompensation" OR "cardial insufficiency" OR "heart insufficiency" OR "decompensation cordis" OR "heart backward failure" OR "heart decompensation" OR "heart incompetence" OR "insufficientia cardis" OR "myocardial insufficiency" OR "Cardiovascular Diseases" OR "Cardiac Event" OR "Cardiac Events" OR "Cardiovascular Disease" OR "Heart Diseases" OR "Cardiac Disease" OR "Cardiac Diseases" OR "Cardiac Disorder" OR "Cardiac Disorders" OR "Heart Disease" OR "Heart Disorder" OR "Heart Disorders" OR "Coronary Disease" OR "Coronary Diseases" OR "Coronary Heart Disease" OR "Coronary Heart Diseases" OR "Coronary Artery Disease" OR "Arterioscleroses, Coronary" OR "Coronary Arterioscleroses" OR "Coronary Arteriosclerosis" OR "Coronary Artery Diseases" OR "Coronary Atheroscleroses" OR "Coronary Atherosclerosis" OR "Arrhythmias, Cardiac" OR Arrhythmia OR Arrythmia OR "Cardiac Arrhythmia" OR "Cardiac Arrhythmias" OR "Cardiac Dysrhythmia" OR "Myocardial Infarction" OR "Cardiovascular Stroke" OR "Cardiovascular Strokes" OR "Heart Attack" OR "Heart Attacks" OR "Myocardial Infarct" OR "Myocardial Infarctions" OR "Myocardial Infarcts" 142558
#12 #4 OR #5 OR #6 OR #7 OR #8 OR #9 OR #10 #11 152906
#13 MeSH descriptor: [Hormone Replacement Therapy] explode all trees 3536
#14 MeSH descriptor: [Estrogen Replacement Therapy] explode all trees 2485
#15 "Hormone Replacement Therapy" OR "Hormone Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacement Therapy" OR "Estrogen Progestin Combination Therapy" OR "Estrogen Progestin Replacement Therapy" OR "Estrogen Replacement" OR "Estrogen Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacements" OR "Postmenopausal Hormone Replacement Therapy" OR Estrogen 17111
#16 #13 OR #14 OR #15 17111
#17 MeSH descriptor: [Primary Prevention] explode all trees 6617
#18 "Primary Prevention" OR "Primary Disease Prevention" OR "Primordial Prevention" OR "Primary Prevention" 5378
#19 #17 OR #18 10597
#20 #3 AND #12 AND #16 AND #19 35
Source: Cochrane Library

Table 2. Medline/PubMed.

Search Query Results
#1 Search: "Women"[mh] OR Woman OR Women 1,717,025
#2 Search: Menopause[mh] OR Menopause 96,061
#3 Search: "Hormone Replacement Therapy"[mh] OR Hormone Replacement Therap* OR "Estrogen Replacement Therapy"[mh] OR Estrogen Progestin Combination Therapy OR Estrogen Progestin Replacement Therapy OR Estrogen Replacement OR Estrogen Replacement Therapies OR Estrogen Replacement* OR Postmenopausal Hormone Replacement Therapy OR Estrogen 312,110
#4 Search: "Primary Prevention"[mh] OR Primary Disease Prevention* OR Primordial Prevention* OR Primary Prevention 377,833
#5 Search: "Heart Failure"[mh] OR Heart Failure OR Cardiac Failure OR Heart Decompensation OR Myocardial Failure OR cardiac backward failure OR cardiac decompensation OR cardiac incompetence OR cardiac insufficiency OR cardiac stand still OR cardial decompensation OR cardial insufficiency OR heart insufficiency OR decompensatio cordis OR heart backward failure OR heart decompensation OR heart incompetence OR insufficientia cardis OR myocardial insufficiency OR "Cardiovascular Diseases"[mh] OR Cardiac Event* OR Cardiovascular Disease* OR "Heart Diseases"[mh] OR Cardiac Disease* OR Cardiac Disorder* OR Heart Disease* OR Heart Disorder* OR Cardiac OR "Coronary Disease"[mh] OR Coronary Heart Disease* OR Coronary Artery Disease* OR Coronary Arterioscleros* OR Coronary Atheroscleros* OR "Arrhythmias, Cardiac"[mh] OR Arrhythmia* OR Arrythmia OR Cardiac Arrhythmia* OR "Cardiac Dysrhythmia" OR Atheroscleros* OR "Myocardial Infarction"[mh] OR Cardiovascular Stroke* OR Heart Attack* OR Myocardial Infarct* OR Cardiovascular 4,429,382
#6 Search: #1 AND #2 AND #3 AND #4 AND #5 422

Source: MEDLINE/Pubmed

The references retrieved in the searches were grouped according to the base in EndNote (Clarivate Analytics, PA, USA), a reference manager, and the duplicate references were removed. Then the references were imported to the Intelligent Systematic Review software (Rayyan) for selection according to the inclusion criteria. The sources selected in the first title and abstract search were fully retrieved. The potentially relevant references were assessed by use of reading to confirm inclusion or exclusion. The results of the search process, identification, selection, and inclusion are described in the Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Objective 2

The present review has the following guiding question: What are the benefits, risks, indications, and contraindications of MHT in women? Using the PICO (Population, Intervention, Comparison, and Outcome) procedure, the ‘population’ is the women, the ‘intervention’ is the menopausal hormone therapy, ‘comparison’ does not apply, and the ‘outcomes’ are the benefits, risks, indications, and contraindications.

The search strategy was guided by the acronym and the standardized terms and keywords of the search were identified in controlled vocabularies: Descriptors in Health Sciences (DECS) via Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Subject Heading (MESH) by use of PubMed and Emtree (Embase subject headings) of the Embase database (Elsevier). A preliminary search was conducted to identify additional terms in titles, abstracts, and keywords of the articles, and then, a definitive search strategy was used in all databases.

The search strategy was applied and adapted on January, the 1st, 2024, in the following databases: LILACS, IBECS, WPRIM, and BIGG of the Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, MEDLINE/PubMed of the National Library of Medicine (NLM). In the Portal de Periódicos da Capes: EMBASE and SCOPUS (Elsevier), CINAHL, Academic Search Premier (Ebsco), Web of Science (Clarivate). The Scientific Electronic Library Online (Scielo) and Epistemonikos were added. We show the search strategies in the Cochrane Library and PubMed (Tables 3 and 4).

Table 3. Cochrane Library.

Cochrane Library
ID Search Hits 109
#1 MeSH descriptor: [Women] explode all trees 1242
#2 female* OR woman OR women OR female 996379
#3 #1 OR #2 996379
#4 MeSH descriptor: [Hormone Replacement Therapy] explode all trees 3537
#5 MeSH descriptor: [Estrogen Replacement Therapy] explode all trees 2486 109
#6 "Hormone Replacement Therapy" OR "Hormone Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacement Therapy" OR "Estrogen Progestin Combination Therapy" OR "Estrogen Progestin Replacement Therapy" OR "Estrogen Replacement" OR "Estrogen Replacement Therapies" OR "Estrogen Replacements" OR "Postmenopausal Hormone Replacement Therapy" OR Estrogen 17128
#7 #4 OR #5 OR #6 17128
#8 MeSH descriptor: [Clinical Protocols] explode all trees 23966
#9 MeSH descriptor: [Consensus] explode all trees 566
#10 MeSH descriptor: [Guideline] explode all trees 1015
#11 MeSH descriptor: [Meta-Analysis] explode all trees 0
#12 MeSH descriptor: [Systematic Review] explode all trees 426
#13 MeSH descriptor: [Health Planning Guidelines] explode all trees 28
#14 MeSH descriptor: [Practice Guidelines as Topic] explode all trees 2750
#15 "Clinical protocols" OR Consensus OR "Critical pathways" OR "Guidelines as topic" OR "Practice guidelines as topic" OR "Health planning guidelines" OR "Clinical Decision Rules" OR guideline* OR "practice guideline" OR "consensus development conference" OR "position statement" OR "policy statement" OR "practice parameter" OR "best practice" OR standards OR recommendat* OR "treatment guideline" OR "clinical guideline" OR "guideline recommendation" OR "systematic" OR "meta-analysis" OR "meta-analysis as topic" OR "meta analy" OR metanaly OR metaanaly OR "met analy" OR "integrative research" OR "integrative review" OR "integrative overview" OR "research integration" OR "research overview" OR "collaborative review" OR "collaborative overview" OR "systematic review" OR "systematic reviews as topic" OR "systematic review" 155064
#16 #8 OR #9 OR #10 OR #11 OR #12 OR #13 OR #14 OR #15 172718
#17 #3 AND #7 AND #16 2077
#18 "Breast Neoplasms" OR "Breast cancer" OR "Breast tumor" OR "breast neoplasm" OR animal*OR "In Vitro" OR mice OR mouse OR rat OR rats OR murine OR rodent* OR beagle 63541
#19 #3 AND #7 AND #16 NOT #18 566

Source: Cochrane Library

Table 4. Medline/PubMed.

Search Query Results
#1 Search: "Women"[mh] OR Woman OR Women 1,717,025
#2 Search: "Hormone Replacement Therapy/adverse effects"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/instrumentation"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/methods"[Majr] OR "Hormone Replacement Therapy/trends"[Majr] OR "Estrogen Replacement Therapy/adverse effects"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/classification"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/instrumentation"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/methods"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/standards"[Mesh] OR "Estrogen Replacement Therapy/trends"[Mesh] OR "Hormone Replacement Therapy"[mh] OR Hormone Replacement Therap* OR "Estrogen Replacement Therapy"[mh] OR Estrogen Progestin Combination Therapy OR Estrogen Progestin Replacement Therapy OR Estrogen Replacement OR Estrogen Replacement Therapies OR Estrogen Replacement* OR Postmenopausal Hormone Replacement Therapy OR Estrogen 312,110
#3 Search: "Clinical protocols"[mh] OR "Consensus"[mh] OR "Consensus development conferences as topic"[mh] OR "Critical pathways"[mh] OR "Guidelines as topic" [Mesh:NoExp] OR "Practice guidelines as topic"[mh] OR "Health planning guidelines"[mh] OR "Clinical Decision Rules"[mh] OR "guideline"[pt] OR "practice guideline"[pt] OR "consensus development conference"[pt] OR "consensus development conference, NIH"[pt] OR "position statement*"[tiab] OR "policy statement*"[tiab] OR "practice parameter*"[tiab] OR "best practice*"[tiab] OR standards[TI] OR guideline[TI] OR guidelines[TI] OR standards[ot] OR guideline[ot] OR guidelines[ot] OR guideline*[cn] OR standards[cn] OR consensus*[cn] OR recommendat*[cn] OR "practice guideline*"[tiab] OR "treatment guideline*"[tiab] OR CPG[tiab] OR CPGs[tiab] OR "clinical guideline*"[tiab] OR "guideline recommendation*"[tiab] OR consensus*[tiab] OR "systematic"[filter] OR "meta-analysis"[pt] OR "meta-analysis as topic"[mh] OR "meta analy*"[tw] OR metanaly*[tw] OR metaanaly*[tw] OR "met analy*"[tw] OR "integrative research"[tiab] OR "integrative review*"[tiab] OR "integrative overview*"[tiab] OR "research integration*"[tiab] OR "research overview*"[tiab] OR "collaborative review*"[tiab] OR "collaborative overview*"[tiab] OR "systematic review"[pt] OR "systematic reviews as topic"[mh] OR "systematic review*"[tiab] 1,256,669
#4 Search: english[Filter] OR portuguese[Filter] OR spanish[Filter] 32,382,331
#5 Search: 2019:2024[pdat] 7,580,602
#6 Search: "Breast Neoplasms"[majr] OR animals[mh] OR animal*[tiab] OR "In Vitro Techniques"[mh] OR mice[tw] OR mouse[tw] OR rat[tiab] OR rats[tiab] OR murine[tw] OR rodent*[tw] OR beagle[tw] 27,333,977
#7 Search: #1 AND #2 AND #3 AND #4 AND #5 AND #6 1,035

Source: MEDLINE/PubMed

The limits of the searches were idioms (Portuguese, English, and Spanish), publication year since 2019, types of study (consensus, systematic reviews, clinical protocols, guidelines, meta-analysis, recommendations).

The references retrieved in the searches were grouped according to the base in EndNote (Clarivate Analytics, PA, USA), a reference manager, and the duplicate references were removed. Then the references were imported to the Intelligent Systematic Review software (Rayyan) for selection according to the inclusion criteria. The sources selected in the first title and abstract search were fully retrieved. The potentially relevant references were assessed by use of reading to confirm inclusion or exclusion. The results of the search process, identification, selection, and inclusion are described in the Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Footnotes

**

Note: The age of 60 years should be considered when the date of the last menstruation is unknown.

**

Note: The age of 60 years should be considered when the date of the last menstruation is unknown.245,278-282

***

Note: antidepressants (paroxetine, venlafaxine, desvenlafaxine, escitalopram, citalopram), gabapentin, and fezolinetant.296-302

Development: Department of Women's Cardiology of the Brazilian Society of Cardiology (Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia – DCM/SBC), Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics Associations (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO) and Inter-American Society of Cardiology (Sociedad Interamericana de Cardiología – SIAC)

Coordenators: Gláucia Maria Moraes de Oliveira e Maria Cristina Costa de Almeida

Writing committee: Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Maria Cristina Costa de Almeida, Maria Celeste Osorio Wender, Lucia Helena Simões da Costa-Paiva, Maria Alayde Mendonça Rivera, Carolina María Artucio Arcelus, Larissa Neto Espíndola

SBC Clinical Practice Guidelines Committee: Carisi Anne Polanczyk (Coordinator), Humberto Graner Moreira, Mário de Seixas Rocha, Jose Airton de Arruda, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva – Period 2022-2023

Note: These guidelines are for information purposes and should not replace the clinical judgment of aphysician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

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