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. 2024 Sep 3;121(8):e20240525. [Article in Portuguese] doi: 10.36660/abc.20240525
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Diretriz Brasileira de Ergometria em Crianças e Adolescentes – 2024

Tales de Carvalho 1,2, Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas 3, William Azem Chalela 4,5, Carlos Alberto Cordeiro Hossri 6,7, Mauricio Milani 8,9,10, Susimeire Buglia 7, Andréa Maria Gomes Marinho Falcão 4, Ricardo Vivacqua Cardoso Costa 11, Luiz Eduardo Fonteles Ritt 12,13,14, Maria Eulália Thebit Pfeiffer 15, Odwaldo Barbosa e Silva 16, Rodrigo Imada 4,17, José Luiz Barros Pena 18,19, Antônio Carlos Avanza Júnior 20, Carlos Alberto Cyrillo Sellera 21
PMCID: PMC11495813  PMID: 39292116

Abstract

Classes de Recomendação

  • Classe I: Condições para as quais há evidências conclusivas e, na sua falta, consenso geral de que o procedimento é seguro e útil/eficaz.

  • Classe II: Condições para as quais há evidências conflitantes e/ou divergência de opinião sobre a segurança e utilidade/eficácia do procedimento.

  • Classe IIa: Peso ou evidência/opinião a favor do procedimento. A maioria aprova.

  • Classe IIb: Segurança e utilidade/eficácia menos estabelecidas, havendo opiniões divergentes.

  • Classe III: Condições para as quais há evidências e/ou consenso de que o procedimento não é útil/eficaz e, em alguns casos, pode ser prejudicial.

Níveis de Evidência

  • Nível A: Dados obtidos a partir de múltiplos estudos randomizados de bom porte, concordantes e/ou de metanálise robusta de estudos randomizados.

  • Nível B: Dados obtidos a partir de metanálise menos robusta, a partir de um único estudo randomizado e/ou de estudos observacionais.

  • Nível C: Dados obtidos de opiniões consensuais de especialistas.


Diretriz Brasileira de Ergometria em Crianças e Adolescentes – 2024
O relatório abaixo lista as declarações de interesse conforme relatadas à SBC pelos especialistas durante o período de desenvolvimento deste posicionamento, 2023-2024.
Especialista Tipo de relacionamento com a indústria
Andréa Maria Gomes Marinho Falcão Nada a ser declarado
Antonio Carlos Avanza Júnior Nada a ser declarado
Carlos Alberto Cordeiro Hossri Nada a ser declarado
Carlos Alberto Cyrillo Sellera Nada a ser declarado
José Luiz Barros Pena Nada a ser declarado
Luiz Eduardo Fonteles Ritt Declaração financeira
A - Pagamento de qualquer espécie e desde que economicamente apreciáveis, feitos a (i) você, (ii) ao seu cônjuge/ companheiro ou a qualquer outro membro que resida com você, (iii) a qualquer pessoa jurídica em que qualquer destes seja controlador, sócio, acionista ou participante, de forma direta ou indireta, recebimento por palestras, aulas, atuação como proctor de treinamentos, remunerações, honorários pagos por participações em conselhos consultivos, de investigadores, ou outros comitês, etc.
Provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Boehringer Lilly: Jardiance; Novonordis: pesquisador em estudos; AstraZeneca; Novartis; Bayer; Bristol; Pfizer.
B - Financiamento de pesquisas sob sua responsabilidade direta/pessoal (direcionado ao departamento ou instituição) provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- MDI Medical.
Outros relacionamentos
Financiamento de atividades de educação médica continuada, incluindo viagens, hospedagens e inscrições para congressos e cursos, provenientes da indústria farmacêutica, de órteses, próteses, equipamentos e implantes, brasileiras ou estrangeiras:
- Novo Nordisk: Ozempic
Maria Eulália Thebit Pfeiffer Nada a ser declarado
Mauricio Milani Nada a ser declarado
Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas Nada a ser declarado
Odwaldo Barbosa e Silva Nada a ser declarado
Ricardo Vivacqua Cardoso Costa Nada a ser declarado
Rodrigo Imada Nada a ser declarado
Susimeire Buglia Nada a ser declarado
Tales de Carvalho Nada a ser declarado
William Azem Chalela Nada a ser declarado

Parte 1 – Indicações, Aspectos Legais e Formação em Ergometria

1. Introdução

O Teste Ergométrico ou Teste de Exercício (TE) é um exame médico complementar, no qual o indivíduo é submetido a um esforço físico programado e individualizado, com a finalidade de avaliar as respostas clínica, hemodinâmica, autonômica, eletrocardiográfica, metabólica indireta e eventualmente enzimática. Recebe a denominação de Teste Cardiopulmonar de Exercício (TCPE) quando são adicionados ao TE parâmetros ventilatórios e a análise dos gases no ar expirado. A denominação Ergometria contempla o TE e o TCPE. 1

Em crianças e adolescentes, o TE e o TCPE são métodos de avaliação diagnóstica, prognóstica e do desempenho cardiorrespiratório em diversas situações clínicas. São procedimentos considerados seguros e de custo-efetividade comprovada na população pediátrica. 1

No Brasil, as anomalias congênitas e as doenças cardiovasculares (DCV) representam nas crianças, respectivamente, a segunda e a nona causa de morte. Nos adolescentes, as DCV são a terceira maior causa de morte, e as anomalias congênitas são a oitava causa. Esses dados demonstram a importância do cuidado da saúde cardiovascular (CV) na população pediátrica. 2

O Ministério da Saúde do Brasil segue como definição de adolescência a prescrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que caracteriza o período de vida entre 10 e 19 anos. Entretanto, a legislação brasileira considera como adolescente a pessoa que estiver na faixa etária entre 12 e 18 anos. Publicações científicas também adotam outras faixas etárias para crianças (1 a 13 anos) e adolescentes (13 a 18 anos). 35

Esta diretriz buscou consolidar as informações mais recentes das publicações científicas sobre TE/TCPE em crianças e adolescentes quanto às indicações, contraindicações, riscos, aspectos metodológicos, respostas hemodinâmicas e eletrocardiográficas, critérios diagnósticos e particularidades dos exames em doenças específicas na população pediátrica. Adicionalmente, foram abordadas as variáveis ventilatórias e metabólicas provindas da análise dos gases expirados no TCPE e, também, TE e TCPE associados a métodos de imagem.

Ao longo do documento, enfatizamos as particularidades dos exames considerando a faixa etária do paciente, sexo, composição corporal, níveis de aptidão física e estados de saúde CV e pulmonar basais. 612

A presente diretriz tem o potencial de se tornar forte referência e relevante fonte de consultas para os cardiologistas, visando à difusão do TE e do TCPE na perspectiva de aprimorar a saúde CV de crianças e adolescentes.

2. Indicações e Contraindicações do TE e do TCPE em Crianças e Adolescentes

2.1. Indicações Gerais do TE

O TE na população pediátrica é uma ferramenta que contribui para o diagnóstico e avaliação da repercussão de DCV (congênitas, genéticas e adquiridas), estratificação de risco, determinação de prognóstico, ajustes terapêuticos e liberação/prescrição de exercícios, inclusive na reabilitação cardiovascular (RCV).

As indicações e objetivos gerais do TE na população pediátrica são: 612

  1. Avaliar sintomas relacionados ao esforço.

  2. Avaliar o comportamento hemodinâmico [pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), duplo-produto (DP), resistência arterial periférica etc.].

  3. Identificar respostas anormais ao esforço em crianças e adolescentes com DCV congênitas e adquiridas (valvopatias, cardiomiopatias etc.), pulmonares ou de outros órgãos.

  4. Detectar isquemia miocárdica decorrente de anomalias coronárias congênitas, ateromatose (muito rara) ou no contexto da doença de Kawasaki.

  5. Reconhecer as arritmias cardíacas quanto ao tipo, densidade e complexidade.

  6. Avaliar o comportamento da pré-excitação e canalopatias ao esforço.

  7. Estabelecer o prognóstico em determinadas DCV, inclusive através de exames seriados.

  8. Na indicação e ajustes terapêuticos.

  9. Avaliar a condição aeróbica, a tolerância ao esforço e o condicionamento físico.

  10. Fornecer subsídios para a liberação e prescrição de exercícios físicos, incluindo RCV e atividades esportivas.

2.2. Indicações do TE em Situações Clínicas Específicas

Apresentaremos as situações clínicas específicas nas quais o TE tem sua efetividade estudada e testada, permitindo determinar o grau de indicação e nível de recomendação estabelecidos na literatura.

2.2.1. Na Suspeita de Isquemia Miocárdica e Doença Arterial Coronariana

Em crianças e adolescentes, a isquemia miocárdica e doença arterial coronariana (DAC) apresentam etiologias diferentes das encontradas nos adultos. Nesse contexto, o TE apresenta reconhecida utilidade na investigação diagnóstica, no seguimento, em decisões terapêuticas e na estratificação de risco ( Tabela 1 ). 6 , 13 , 14

Tabela 1. Indicações do TE na suspeita de isquemia miocárdica e doença arterial coronariana em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Na doença de Kawasaki, para investigação de arritmias esforço-induzidas, avaliação funcional, quantificação de repercussão de lesões coronarianas, estratificação de risco e liberação para exercícios. 1518 I B
Investigação de queixa de dor torácica anginosa típica. 6 , 13 , 14 , 19 , 20 I C
Avaliação de isquemia miocárdica residual e tolerância ao esforço após o tratamento cirúrgico para correção da transposição das grandes artérias. 2123 I C
Após cirurgia em artéria coronária (operação de troca arterial, procedimento de Ross, substituição da aorta ascendente, correção da síndrome de Bland-White-Garland), para detecção de isquemia miocárdica e arritmias esforço-induzidas e liberação de exercícios incluindo RCV. 6 , 2427 IIa B
Nas anomalias das artérias coronárias para triagem, investigação de isquemia esforço-induzida, indicação de correção cirúrgica e liberação para exercícios físicos. 28 , 29 IIa B
Avaliação da capacidade funcional e decisão terapêutica de paciente em que outro método tenha detectado isquemia miocárdica. 6 , 30 IIb B
Na ponte miocárdica, para investigação de sintomas e arritmias esforço-induzidas e estratificação de risco. 31 , 32 IIb B
Seguimento de pacientes com arterite de Takayasu ou lúpus eritematoso sistêmico, para investigação de doença arterial coronariana secundária. 33 , 34 IIb C
Diagnóstico de DAC em pacientes com BRE, WPW, ritmo de MP e terapêutica com digitálicos. III B
Investigação de dor torácica tipicamente não anginosa. 13 , 35 , 36 III B
Na doença de Kawasaki, TE sem outro método associado, para avaliação de isquemia miocárdica. 37 III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; RCV: reabilitação cardiovascular; DAC: doença arterial coronariana; BRE: bloqueio de ramo esquerdo; WPW: síndrome de Wolff-Parkinson-White; MP: marca-passo; TE: teste ergométrico.

2.2.2. Indicações na Hipertensão Arterial Sistêmica

O TE permite a avaliação do comportamento pressórico ao esforço e diagnóstico de hipertensão arterial na população pediátrica, com e sem cardiopatia congênita (CC). O comportamento da pressão arterial (PA) durante o TE tem poder preditivo adicional às medidas esporádicas no consultório ( Tabela 2 ). 38

Tabela 2. Indicações do TE na hipertensão arterial sistêmica em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Avaliação do comportamento da PA ao esforço (com ou sem cardiopatia) para diagnóstico de HAS. 4143 I C
Avaliação pré-participação de hipertensos para esporte competitivo. 44 , 45 I B
Suspeita de hipertensão do avental branco. 41 , 46 IIa B
Avaliação da resposta terapêutica e estratificação de risco em hipertensos. 4 , 47 , 48 IIa B
Após correção de coarctação da aorta, para avaliação do comportamento pressórico, índice tornozelo-braquial pós-esforço e estratificação de risco de hipertensão. * 8 , 4951 IIa B
Suspeita de hipertensão mascarada em adolescente. 41 , 52 , 53 IIa C
Avaliação de pacientes com HAS descompensada. 11 III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; PA: pressão arterial; HAS: hipertensão arterial sistêmica.

*

Exame associado adicionalmente ao TE em esteira ergométrica com avaliação do índice tornozelo-braquial em repouso e pós-esforço.

A hipertensão na infância está relacionada ao risco elevado de DCV, aterosclerose, hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e insuficiência renal no adulto. 39 , 40

2.2.3. Indicações em Assintomáticos

Estudos realizados nos últimos anos vêm elucidando o papel do TE na avaliação de pacientes pediátricos assintomáticos e em relação à sua utilidade na estratificação de risco e determinação prognóstica ( Tabela 3 ).

Tabela 3. Indicações do TE em crianças e adolescentes assintomáticos.
Indicação GR NE
Triagem e acompanhamento nas hiperlipidemias genéticas e/ou presença de aterosclerose carotídea. 5456 IIa B
História familiar de morte súbita inexplicada em indivíduos jovens. 57 , 58 IIa B
Assintomáticos com fatores de risco cardiometabólico na avaliação da aptidão cardiorrespiratória. * 5961 IIa C
Assintomáticos, aparentemente saudáveis, em avaliação pré-participação de exercício físico como lazer e/ou esporte recreacional. 62 III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência.

*

Vide estratificação de risco pré-TE (Parte 2, Sessão 2).

2.2.4. Indicações em Atletas

O TE em crianças e adolescentes atletas permite avaliar a aptidão cardiorrespiratória (ACR), o comportamento hemodinâmico e o diagnóstico/repercussão de eventuais DCV ( Tabela 4 ). 8 , 63 , 64

Tabela 4. Indicações do TE em crianças e adolescentes atletas.
Indicação GR NE
Investigação de sintomas relacionados ao esforço. 8 , 64 I A
Doenças e condições de alto risco de morte súbita cardíaca. 6466 I C
Diagnóstico e seguimento de asma esforço-induzida. 67 , 68 IIa B
Diagnóstico e seguimento de hipertensão arterial sistêmica. 44 , 53 , 69 IIa B
Diabetes tipo I para investigação de sintomas, avaliação da aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco. 7072 IIa B
Diagnóstico e seguimento de cardiomiopatias. 73 , 74 IIa B
Avaliação pré-participação de esporte competitivo em assintomáticos, sem fatores de risco e aparentemente saudáveis. 8 III B

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência.

2.2.5. Indicações nas Cardiopatias Congênitas

A prevalência mundial de CC varia entre 2,4 e 13,7 por 1.000 nascidos vivos, sendo que a maioria (85%) atinge a idade adulta. 75 , 76 Habitualmente, as crianças com CC, mesmo quando reparadas, são menos ativas fisicamente, inclusive por superproteção familiar. 77 , 78 Até 15 a 20% dos pacientes com CC apresentam algum comprometimento valvar, sendo as valvopatias isoladas aórtica (bicúspide, estenótica) e pulmonar as mais comuns. 7981

O TE é recomendado para avaliação clínica, determinação da ACR, decisões terapêuticas, seguimento, estratificação de risco/prognóstico e liberação/prescrição de programas de exercícios, inclusive na RCV ( Tabela 5 ). 7 , 9 , 8285

Tabela 5. Indicações do TE nas cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Avaliação da aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco/prognóstico na CC acianótica, pré e pós-operatório de cirurgia corretiva. 7 , 10 , 86 , 87 IIa B
Avaliação da aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco/prognóstico na CC cianótica após cirurgia corretiva. 7 , 86 , 87 IIa B
Avaliação do comportamento de arritmia e estratificação de risco. 82 , 83 , 88 IIa B
Prescrição e adequação de programa de exercícios, incluindo programa de reabilitação cardiovascular. 89 , 90 IIa B
Após cirurgia de Fontan, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco/prognóstico. 84 , 91 , 92 IIa B
IC compensada após tratamento intervencionista para ajustes terapêuticos, estratificação de risco/prognóstico e liberação/prescrição de reabilitação cardiovascular. 93 , 94 IIa B
Avaliação de sintomas desencadeados ou agravados pelo esforço. 95 , 96 IIa C
Em assintomáticos, após reparo de tetralogia de Fallot, para avaliação de eventual substituição da valva pulmonar. 97 , 98 IIb B
Na tetralogia de Fallot reparada, para estratificação de risco/prognóstico. 99 , 100 IIb B
Na transposição corrigida das grandes artérias, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco/prognóstico. 101 , 102 IIb B
Na doença de Fabry, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória. 103 , 104 IIb B
Avaliação do grau de dessaturação com o esforço na CC cianótica clinicamente estável. * 7 IIb B
CC com IC descompensada. III C
CC cianótica descompensada. III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; CC: cardiopatia congênita; IC: insuficiência cardíaca.

*

Recomenda-se realizar exame adicional de monitorização oximétrica não invasiva concomitantemente ao TE.

2.2.6. Indicações no Contexto das Arritmias e Distúrbios de Condução

O TE está indicado no contexto das arritmias e distúrbios de condução em crianças e adolescentes para a avaliação de sintomas, diagnóstico de arritmias, definição de condutas terapêuticas, estratificação de risco e prescrição de exercícios físicos ( Tabela 6 ). 9 , 11 , 105109

Tabela 6. Indicações do TE no contexto das arritmias e distúrbios de condução em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Palpitação, síncope, pré-sincope, equivalente sincopal, mal-estar indefinido ou palidez relacionada ao esforço físico e/ou imediatamente após. 105 , 110 , 111 I B
Na suspeita de taquicardia ventricular paroxística catecolaminérgica. 112 , 113 I B
No BAVT congênito, para avaliação da resposta ventricular e consequente indicação de implante de marca-passo. 114 , 115 I B
No BAVT congênito, para escolha do tipo de marca-passo através da avaliação da resposta da frequência atrial. 116 , 117 I C
Avaliação e diagnóstico de disfunção do nó sinusal secundária a CC ou após correção cirúrgica. 118 , 119 IIa B
Eficácia da terapêutica farmacológica e/ou ablação de arritmia. 7 , 120 , 121 IIa B
Arritmia conhecida e controlada, para liberação e prescrição de exercícios físicos (incluindo reabilitação cardiovascular). 122 , 123 IIa B
Na síndrome do QT longo, para confirmação diagnóstica, estratificação de risco, avaliação de potencial arritmogênico e ajustes terapêuticos. 57 , 109 , 124 IIa B
Na suspeita de síndrome de Brugada, para auxílio diagnóstico e estratificação de risco. 125127 IIa B
Avaliação da resposta da frequência cardíaca em portador de marca-passo com biossensor. 7 , 116 , 120 , 128 IIa C
Avaliação do comportamento de via anômala (pré-excitação) e do potencial arritmogênico. 7 , 120 , 121 IIb B
Portador de marca-passo de frequência fixa. III B
BAVT não congênito. III B
Avaliação de extrassístoles atriais e/ou ventriculares isoladas em crianças e adolescentes aparentemente saudáveis, sem comorbidades ou queixas. 7 , 120 , 129 III C
Arritmia não controlada, sintomática ou com comprometimento hemodinâmico. III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; BAVT: bloqueio atrioventricular total; CC: cardiopatia congênita.

2.2.7. Indicações em Valvopatias nas Crianças e Adolescentes

As valvopatias representam importante porcentagem das doenças cardíacas na população pediátrica, seja de origem congênita ou adquirida. A doença cardíaca reumática (DCR) e seu comprometimento valvar é uma das principais causas de morbidade e mortalidade cardíaca entre crianças nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Em 2019, cerca de 40 milhões de casos de DCR foram relatados em todo o mundo, com 2.789.443 novos casos e 305.651 mortes anualmente. 130 , 131

A valvopatia pode gerar distúrbios hemodinâmicos dependendo do grau de acometimento valvar e miocárdico. As lesões estenóticas geralmente cursam com sobrecarga de pressão da câmara cardíaca envolvida, enquanto as lesões regurgitantes acarretam sobrecarga de volume. Muitas lesões são mistas, resultando em sobrecarga de pressão e volume, com potencial para desenvolvimento de insuficiência cardíaca (IC). Também é comum a ocorrência de valvopatias secundárias à cardiomiopatias adquiridas, miocardites e IC. Evolutivamente, o aumento do estresse da parede ventricular causa estiramento e fibrose miocárdica, resultando em cicatrizes com potencial arritmogênico. As arritmias podem complicar o quadro clínico da valvopatia e aumentar a morbimortalidade nas crianças e adolescentes. 132134

A Tabela 7 apresenta as indicações do TE em valvopatias específicas em crianças e adolescentes e os respectivos graus de recomendação.

Tabela 7. Indicações do TE em valvopatias nas crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Em valvopatia discreta/moderada para avaliação de sintomas, arritmias, aptidão cardiorrespiratória e liberação de exercícios físicos. 81 , 135 I B
EAo, EAo supravalvular e estenose subaórtica, para avaliação de sintomas, na estratificação de risco e definição de intervenção. 81 , 134 , 136 IIa B
IAo compensada, moderada a grave, para avaliação de sintomas e aptidão cardiorrespiratória, indicação de intervenção e liberação de exercícios. 137 , 138 IIa B
Valva aórtica bicúspide, para avaliação da resposta inotrópica e estratificação de risco. 62 , 139 IIa B
Pós-intervenção valvar, para avaliação de sintomas, aptidão cardiorrespiratória, prognóstico e liberação de exercícios. 140 , 141 IIa B
EAo ou mitral grave sintomática, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória. III B

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; IAo: insuficiência aórtica; EAo: estenose aórtica.

2.2.8. Indicações em Crianças e Adolescentes com Cardiopatias Adquiridas e Cardiomiopatias

As cardiomiopatias em crianças abrangem uma ampla gama de doenças que se manifestam como doença primária ou secundária a doenças sistêmicas (exemplos: distúrbio neuromuscular, secundária a HIV e COVID-19). 142144

As cardiomiopatias têm incidência anual estimada de 1,1 a 1,5 casos por 100.000 pacientes da faixa etária de 0 a 18 anos. 145 Podem cursar com IC sistólica e/ou diastólica progressivas. A IC afeta 0,87 a 7,4 por 100.000 crianças e tem uma mortalidade em 5 anos de 40%. 146 Nesses pacientes e nos recuperados de miocardites, o TE é indicado no acompanhamento clínico, decisões terapêuticas e prescrição/adequação de programa de exercícios ( Tabela 8 ). 6 , 143 , 147 , 148

Tabela 8. Indicações do TE em crianças e adolescentes com cardiopatias adquiridas e cardiomiopatias.
Indicação GR NE
Jovens recuperados de miocardite (incluindo viral), após 6 meses, para avaliação de arritmias esforço-induzidas. 62 , 149 , 150 IIa B
IC compensada secundária a cardiopatia para avaliação prognóstica, ajustes terapêuticos e liberação/prescrição de exercícios (incluindo reabilitação cardiovascular). 151153 IIa B
Cardiomiopatia hipertrófica, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e de marcadores prognósticos (sintomas, arritmia ventricular e resposta inotrópica). 154157 IIa B
Nas cardiomiopatias compensadas (exemplos: doença de Chagas e amiloidose), para seguimento e ajustes terapêuticos. 158 , 159 IIb B
Após transplante cardíaco, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória, liberação/prescrição de programa de exercícios (incluindo reabilitação cardiovascular). 160 , 161 IIb B
Miocardite e pericardite agudas ou IC descompensada. III B
Diagnóstico de insuficiência cardíaca. III C
Seleção para transplante cardíaco pelo TE (com base nos valores de VO2 estimados e não medidos). III C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; IC: insuficiência cardíaca; VO2: consumo de oxigênio; TE: teste ergométrico.

2.2.9. Outras Situações Clínicas em Crianças e Adolescentes

Há outras situações clínicas em que o TE está indicado no diagnóstico, avaliar a ACR e o estado hemodinâmico, auxiliar nas decisões terapêuticas e estratificar o risco em doenças específicas ( Tabela 9 ).

Tabela 9. Indicações do TE em outras situações clínicas de crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Na suspeita de asma e obstrução laríngea esforço-induzidas e adequação de programa de exercícios. 162164 IIa B
Após pelo menos 6 meses de miocardite ou pericardite recuperadas (incluindo por COVID-19), para avaliação pré-participação/liberação de prática de esportes. 150 , 165 , 166 IIa B
Anemia falciforme, para esclarecimento de sintomas, avaliar a aptidão cardiorrespiratória e liberar/prescrever exercícios físicos. 167 , 168 IIa C
Na hipertensão arterial pulmonar primária, para avaliação de sintomas, aptidão cardiorrespiratória e estratificação de risco/prognóstico. 169 , 170 IIb B
Pacientes em hemodiálise e pós-transplante renal, para prescrição e adequação de programa de exercícios (incluindo reabilitação cardiovascular). 171173 IIb B
Avaliação de risco e prognóstico em pacientes oncológicos com suspeita de cardiotoxicidade. 104 , 174 , 175 IIb B
Após pelo menos 6 meses de recuperação de síndrome inflamatória multissistêmica (incluindo miocardite e pericardite) secundária a COVID-19. 150 , 165 IIb C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência.

2.3. Indicações do TCPE nas Crianças e Adolescentes

O TCPE, além das informações obtidas no TE, possibilita a avaliação dos volumes pulmonares (ergoespirometria) e a análise dos gases no ar expirado com a mensuração direta do consumo de oxigênio (VO2) e produção de dióxido de carbono (VCO2). 100 , 176 , 177 Dessa forma, o TCPE pode ajudar a identificar a fisiopatologia da dispneia inexplicável, identificar características fisiopatológicas específicas de doenças e fornecer informações relevantes para decisões terapêuticas. 11 , 178

Temos como indicações gerais do TCPE em crianças e adolescentes: 100 , 176178

  1. Todas as indicações do TE descritas nesta diretriz em que seja necessária a quantificação das variáveis ventilatórias e metabólicas de maneira direta.

  2. Aprimoramento da avaliação de sinais e/ou sintomas cardiorrespiratórios esforço-induzidos (dispneia, estridor laríngeo, sibilos etc.).

  3. Avaliação aprimorada de doenças cardíacas (CC, valvopatias, IC, cardiomiopatias, arritmias), pulmonares e de outros órgãos (anemia falciforme, insuficiência renal, doenças neurodegenerativas etc.).

  4. Contribuição para indicação e seguimento de tratamentos cirúrgicos específicos.

  5. Avaliação da eficácia e ajustes terapêuticos.

  6. Avaliação da ACR na indicação de transplante cardíaco.

  7. Avaliação pré-participação e seguimento no esporte competitivo.

  8. Avaliação prognóstica nas doenças cardiovasculares, pulmonares e em outros órgãos.

  9. Pré-participação e seguimento na RCV.

As indicações específicas do TCPE e respectivos graus de recomendação e nível de evidência encontram-se na Tabela 10 .

Tabela 10. Principais indicações específicas para TCPE em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Avaliação de aptidão cardiorrespiratória. 176 , 179 I A
Ajuste de intensidade de treinamento aeróbico em esporte competitivo. 63 , 149 , 177 , 180 , 181 I A
Liberação e prescrição de exercícios em programa de reabilitação cardiovascular. 141 , 182184 I A
Seleção de candidatos ao transplante cardíaco. * 185 , 186 I A
Avaliação de dispneia ou asma esforço-induzidas. 178 , 179 , 187 , 188 I B
CC cianótica. ** 81 , 100 , 189 I B
Seguimento após transplante cardíaco. ** 190192 I B
Doença de Kawasaki e arterite de Takayasu estabilizadas, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e liberação/prescrição de exercícios, incluindo reabilitação cardiovascular. 15 , 17 , 18 , 193 I C
Lesões assintomáticas de shunt direita-esquerda. ** 184 , 194 , 195 IIa A
Hipertensão arterial pulmonar. ** 169 , 196198 IIa A
Lesões valvares regurgitantes moderadas a graves assintomática. ** 81 , 199 , 200 IIa B
Estenose aórtica grave assintomática. ** 81 , 199 , 200 IIa B
Fibrose cística, para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e prognóstico. 67 , 201 , 202 IIa B
Doenças neuromusculares (esclerose múltipla, distrofia muscular de Becker e de Duchenne), para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e prescrição de exercícios na reabilitação. 203206 IIa B
Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva moderada assintomática. ** 207209 IIa B
Avaliação de pacientes em tratamento oncológico na suspeita de cardiotoxicidade, estratificação de risco e liberação/prescrição de exercícios. 104 , 174 , 175 , 210 IIa B
Lesões obstrutivas leves a moderadas do coração direito. ** 81 , 199 , 211 IIb B
Após correção cirúrgica de CC, assintomática, estável hemodinamicamente. ** 212 , 213 IIb B

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência; CC: cardiopatia congênita.

*

Em indivíduos com idade, tamanho corporal, capacidade de compreensão e adaptação/colaboração imprescindíveis à correta realização do exame.

**

Para avaliação da aptidão cardiorrespiratória, decisões terapêuticas e prognóstico.

2.4. Indicações do TE e TCPE Associados a Métodos de Imagem

2.4.1. Cintilografia de Perfusão Miocárdica

A cintilografia de perfusão miocárdica na população pediátrica tem seu papel estabelecido na avaliação de perfusão/viabilidade miocárdica e função ventricular. Pode ser útil na identificação de isquemia induzível ou residual, anormalidade do movimento de parede ventricular e estratificação de risco ( Tabela 11 ).

Tabela 11. Indicações da cintilografia miocárdica em crianças e adolescentes.
Indicação GR NE
Avaliação tardia da doença de Kawasaki com comprometimento coronariano (com ou sem sintomas). 18 , 214217 I C
Seguimento pós-operatório da transposição das grandes artérias, para pesquisa de isquemia miocárdica, estratificação de risco e indicação de reintervenção. 22 , 214 , 220222 IIa B
Avaliação tardia da doença de Kawasaki sem comprometimento coronariano. 18 , 30 , 214 , 218 , 219 IIb B
Cardiomiopatia hipertrófica, para pesquisa de isquemia, estratificação de risco e manejo terapêutico. 214 , 223 IIb B
Pós-transplante cardíaco, para avaliação de doença vascular do enxerto. 214 , 224 , 225 IIb C
Na tetralogia de Fallot, após cirurgia de Fontan, para identificação de isquemia residual. 225 , 226 IIb C
Identificação de isquemia/fibrose miocárdica em pacientes com origem anômala da artéria coronária esquerda (origem na artéria pulmonar). 225 , 227 , 228 IIb C

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência.

2.4.2. Indicações da Ecocardiografia sob Estresse

Na população pediátrica, a ecocardiografia sob estresse (EcoE) é mais comumente utilizada para a detecção de isquemia em pacientes com DAC, na doença de Kawasaki e origem anômala de coronárias. Outras indicações pediátricas incluem: pós-transplante cardíaco; cardiopatias congênitas para avaliação da resposta hemodinâmica e miocárdica; detecção precoce de disfunção miocárdica em populações específicas (exemplo: uso de antraciclinas); avaliação da resposta funcional do ventrículo direito (VD) e pressão da artéria pulmonar ( Tabela 12 ). 229233

Tabela 12. Indicações do ecocardiograma sob estresse em crianças e adolescentes com sintomas ou DCV 234 , 235 .
Indicação GR NE
Pesquisa de insuficiência coronária em crianças pós-transplante cardíaco tardio. 160 , 236238 IIa B
Avaliação tardia da doença de Kawasaki com comprometimento coronariano. 239 , 240 IIa B
No pós-operatório de cirurgia de Jatene, de origem e trajetos anormais das artérias coronárias e de fístulas coronário-cavitárias. 241 , 242 IIa B
Avaliação da função ventricular nas cardiomiopatias e nas insuficiências valvares (mitral e aórtica). 229 , 232 , 243 IIa B
Pacientes oncológicos com suspeita de cardiotoxicidade, para avaliação da função ventricular. 233 , 244 , 245 IIa B
Avaliação da função ventricular no pós-transplante. 160 , 237 , 238 , 246 IIa B
Pacientes sob risco de doença coronariana aterosclerótica precoce (hipercolesterolemia familiar homozigótica, diabetes mellitus I etc.). 247 , 248 IIb B
Pesquisa de insuficiência coronária na atresia pulmonar com septo ventricular íntegro ou estenose aórtica supravalvar. 229 , 249 IIb B
Avaliação do gradiente de pressão na cardiomiopatia hipertrófica e nas estenoses valvares (pulmonar e aórtica). 229 , 231 , 250 , 251 IIb B
Avaliação pós-operatória de cirurgias em plano atrial para transposição dos grandes vasos e de correção da tetralogia de Fallot. 222 , 252 , 253 IIb B

GR: grau de recomendação; NE: nível de evidência.

2.5. Contraindicações Relativas e Absolutas do TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

O TE/TCPE em população pediátrica não é um exame isento de riscos de complicações ou eventos adversos. Em algumas situações clínicas, o risco dos exames atinge uma magnitude que supera o benefício das informações obtidas, contraindicando-os. O TE em população pediátrica tem baixa morbidade e mortalidade, sendo que a incidência geral de complicações varia entre 0,5 e 1,79%. 7 , 11 , 254 , 255 As complicações mais frequentes: dor torácica (0,69%), tontura ou síncope (0,29%), hipotensão (0,35%) e arritmias graves (0,46%). 254 Em crianças e adolescentes com CC, a incidência de taquicardia ventricular (TV) variou de 1,9 a 7,3%. 256 , 257

2.5.1. Contraindicações Relativas do TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

São situações clínicas de alto-risco ( Quadro 1 ) para a execução do TE/TCPE em população pediátrica e exigem a realização do exame em ambiente hospitalar (com pediatra emergencista de retaguarda) e adoção de cuidados especiais. Esses cuidados incluem: adequação de protocolos e carga de esforço a ser atingida; monitorização da saturação de oxigênio (oximetria); presença de pessoal e equipamento para possível reprogramação de marca-passo (MP)/cardioversor-desfibrilador implantável (CDI); etc. 611

Quadro 1. Contraindicações relativas e precauções na realização do TE e TCPE em crianças e adolescentes 1 , 611 .
Ambiente hospitalar + cuidados especiais
Estenoses valvares graves em assintomáticos *
Insuficiências valvares graves em assintomáticos *
Cardiopatias congênitas complexas (cianóticas ou acianóticas)
Hipertensão pulmonar moderada/grave
Síndromes arrítmicas genéticas (QT longo, taquicardia catecolaminérgica e síndrome de Brudaga) documentadas
Suspeita de arritmias complexas (taquiarritmias e bradiarritmias)
Síncope por provável etiologia arritmogênica ou suspeita de bloqueio atrioventricular de alto grau esforço-induzido
Cardiomiopatia arritmogênica de ventrículo direito ** 258 , 259
Marca-passo e CDI
Cardiomiopatia dilatada/restritiva com IC ou arritmia, quando estáveis clinicamente
Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva assintomática, com gradiente de repouso grave *
Obstrução grave da via de saída do ventrículo direito ou ventrículo esquerdo, quando assintomáticas *
Insuficiência cardíaca congestiva estável (Classe II ou III da NYHA)
TCPE na seleção de candidatos ao transplante cardíaco
Insuficiência renal dialítica
Suspeita de obstrução grave das vias aéreas *
SpO2 >85% em repouso, em ar ambiente, em uso de oxigênio suplementar *

NYHA: New York Heart Association; CDI: cardioversor-desfibrilador implantável; IC: insuficiência cardíaca; TCPE: teste cardiopulmonar de exercício; SpO2: saturação arterial de oxigênio.

*

Situação onde o risco/benefício do exame deverá ser criteriosamente avaliada.

**

Na suspeita e/ou para confirmação diagnóstica e investigação do desaparecimento da arritmia ventricular.

2.5.2. Contraindicações Absolutas do TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

As situações apresentadas no Quadro 2 são consideradas contraindicações absolutas, não devendo ser realizado o TE/TCPE em crianças e adolescentes. 7 , 9 , 11 , 105 , 181 , 188 , 260

Quadro 2. Contraindicações absolutas do TE e TCPE em crianças e adolescentes 1 , 7 , 9 , 11 , 105 , 181 , 188 , 260 .
Contraindicações absolutas
Enfermidade aguda, febril ou grave
Deficiência mental ou física com incapacidade de se exercitar adequadamente
Intoxicação medicamentosa
Deslocamento recente de retina, em fase de recuperação
Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos não corrigidos
Hipertireoidismo descontrolado
Diabetes mellitus descompensada
Estenoses valvares graves sintomáticas
Insuficiências valvares graves sintomáticas
Cardiopatia congênita descompensada
Insuficiência cardíaca descompensada
Infarto do miocárdio recente
Embolia pulmonar aguda ou infarto pulmonar *
Febre reumática ativa, com ou sem cardite
Miocardite, pericardite ou endocardite agudas
Doença de Kawasaki na fase aguda
Arritmia cardíaca não controlada
Síndrome de Marfan com suspeita de dissecção aórtica
Aneurisma de aorta ou em outras artérias com indicação de intervenção
Hipertensão arterial sistêmica grave não controlada
Cardiomiopatia hipertrófica com história de síncope e/ou arritmia complexa
Estágio final de fibrose cística
Marca-passo unicameral, ventricular, sem resposta de frequência (VVI)
SpO2 ≤85% em repouso, em ar ambiente, com ou sem uso de oxigênio suplementar

SpO2: saturação arterial de oxigênio.

*

Recente ou na fase crônica com grande repercussão clínica/hemodinâmica.

3. Aspectos Legais da Prática do TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

Além dos aspectos legais e éticos do TE e TCPE já apresentados na Diretriz Brasileira de Ergometria para população adulta, devem ser considerados os aspectos específicos para a população pediátrica descritos a seguir. 1

3.1. Aspectos Legais da Prática do TE e TCPE

O TE e o TCPE são métodos não invasivos, com baixo risco de complicações em populações não selecionadas, fácil acessibilidade e reprodutibilidade. Por se tratarem de ato médico, são regidos pelo Código de Ética Médica e, assim, o médico deve conhecer as possíveis implicações éticas e jurídicas devidamente abordadas no próprio Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM), Código Civil Brasileiro, Código de Proteção ao Consumidor e demais leis vigentes ( Anexo 1 ). 261264

3.2. Condições Imprescindíveis à Realização do TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

Baseado no exposto, são necessárias adoções de condições imprescindíveis às crianças e aos adolescentes:

  1. O TE e o TCPE são atos médicos, de exclusiva competência do médico habilitado, inscrito no Conselho Regional de Medicina e apto ao exercício profissional. O Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DERC/SBC) recomenda que o médico possua Título de Especialista em Cardiologia e Título de Atuação em Ergometria da Associação Médica Brasileira (AMB) devidamente registrados no CFM e tenha realizado treinamento em TE/TCPE em população pediátrica.

  2. Em se tratando de exame com potencial risco de complicações (que embora raras, inclui morte), quando realizado em menores de idade ou legalmente incapazes, recomenda-se que um dos pais ou seu representante legal permaneça na sala de exame. O médico executante deve reconhecer o adolescente, entre 12 e 18 anos de idade, como indivíduo possivelmente capaz e atendê-lo de forma diferenciada, respeitando sua individualidade, mantendo uma postura centrada na orientação e participação do adolescente.

  3. É obrigatória a obtenção prévia de termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinado por um dos pais ou responsável legal. No exame em adolescente, recomenda-se que o mesmo seja incluído no processo de decisão, de forma a obter sua concordância na realização do exame dando seu assentimento livre e esclarecido (ALE). Caso haja recusa na assinatura do TCLE e/ou do ALE, o médico executante não poderá realizar o exame. Quando se tratar de pesquisa científica, tanto o TCLE quanto o ALE são obrigatórios. O termo assentimento é empregado para diferenciá-lo do consentimento, que é fornecido por pessoas adultas e totalmente capazes para tomar decisões.

  4. O local destinado à realização dos exames deve dispor dos equipamentos adaptados à população pediátrica, bem como de equipamentos/medicamentos essenciais para o atendimento de emergências nessa população, conforme recomenda esta diretriz. 265268

  5. O médico executante deverá seguir expressamente as recomendações das autoridades públicas e sanitárias e das entidades médicas referentes às possíveis endemias, epidemias e pandemias, assim como as normas dos núcleos de segurança do paciente. 269271

  6. Todos os procedimentos pertinentes ao TE e TCPE descritos nesta diretriz devem ser observados e cumpridos.

  7. O TE e o TCPE somente devem ser realizados com a solicitação formal médica.

  8. Avaliar a presença de contraindicações relativas e absolutas para a realização do exame.

  9. Na eventualidade de eventos adversos de natureza grave decorrentes do exame, o médico executante assumirá o suporte ao paciente até contato efetivo com o médico assistente e/ou eventual encaminhamento ao serviço de emergência. Sugere-se, em casos de evento fatal, a comunicação e solicitação de parecer da comissão de ética e do Conselho Regional de Medicina.

  10. Orientar os pais/responsável legal a retornar ao médico solicitante para as devidas condutas. Caso seja arguido pelo paciente, pais ou seu representante legal sobre o resultado do exame, o médico executante deverá prestar as informações pertinentes.

  11. A remuneração pelo exame realizado deve contemplar honorários médicos justos e todos os custos operacionais.

  12. A realização de TE e/ou TCPE envolve a obtenção e o tratamento de dados sensíveis dos pacientes, devendo os serviços de ergometria respeitarem a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e legislações do CFM. 272274

3.3. Termo de Consentimento e de Assentimento para o TE e TCPE em Crianças e Adolescentes

O modelo e o processo de obtenção de TCLE para a realização de TE e TCPE devem observar os critérios norteadores do Código de Ética Médica e Recomendação do CFM N° 1/2016, assinado por um dos pais ou pelo representante legal. 275 No caso de adolescentes, é também recomendada a obtenção do ALE.

4. Condições Imprescindíveis à Capacitação em TE/TCPE em População Pediátrica

O TE/TCPE na população pediátrica é diferente dos exames realizados em adultos devido à prevalência específica de DCV (incluindo cardiopatias congênitas), às adequações de protocolos e parâmetros necessários aos exames, bem como às particularidades envolvidas na interpretação, no diagnóstico e definição de prognóstico.

Recomenda-se que os cardiologistas passem por capacitação/treinamento específico em TE/TCPE em população pediátrica: 276 , 277

  1. O treinamento poderá ocorrer durante (simultâneo) ou após a formação na área de atuação em ergometria (consultar a Parte 1, Sessão 4 da Diretriz Brasileira de Ergometria em População Adulta), de maneira adicional e complementar, incorporando as cargas horárias e os requisitos abaixo descritos. Esse treinamento não substitui a formação na área de atuação em ergometria, não confere titulação adicional e não cria nova área de atuação. 1

  2. O treinamento deverá ocorrer em instituição com serviço de ergometria atuante na população pediátrica, legalmente constituído, com inscrição nos órgãos públicos, documentação sanitária e registros regulares e atualizados. Essa instituição poderá ser submetida a processo de cadastramento, avaliação e credenciamento por parte do DERC/SBC.

  3. Como pré-requisito obrigatório ao treinamento, o candidato deverá ter concluído Residência Médica em Cardiologia ou ser detentor do Título de Especialista em Cardiologia da AMB/CFM e estar em formação ou possuir o Título na Área de Atuação em Ergometria da AMB/CFM.

  4. O treinamento deverá permitir que o cardiologista adquira experiência no TE e TCPE em população pediátrica (crianças e adolescentes), de modo a ser responsável pela organização de serviços, realização e interpretação desses exames. O programa deverá ser teórico-prático, com carga horária mínima de 100 horas.

  5. O programa teórico poderá ser feito na própria instituição ou em parceria com o DERC/SBC, devendo incluir no mínimo todos os tópicos e assuntos abordados nesta diretriz. Recomenda-se conteúdo programático teórico adicional:

    • Revisão das DCV em crianças e adolescentes (incluindo cardiopatias congênitas), seus tratamentos e exames complementares.

    • Revisão das medicações utilizadas em população pediátrica e ajustes posológicos.

    • Fisiologia cardiovascular e fisiologia do exercício em população pediátrica saudável e com doenças cardíacas (incluindo cardiopatias congênitas não reparadas, tratadas ou sob tratamento paliativo).

  6. O treinamento prático deverá corresponder a pelo menos 80% do período total do treinamento, devendo contemplar TE e TCPE. Deve ocorrer sob supervisão direta e presencial de preceptor que possua Título de Especialista em Cardiologia, Título da Área de Atuação em Ergometria e experiência na realização dos exames em população pediátrica. O treinamento prático deve ter uma proporção de um preceptor para no máximo dois alunos.

  7. É recomendado o treinamento regular em atendimento de urgências correspondendo aos cursos de Pediatric Advanced Life Support (PALS) e de Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS).

  8. A instituição deverá se responsabilizar pela elaboração e submissão da avaliação dos alunos, durante e/ou ao final do programa do treinamento. Recomenda-se transparência nas avaliações, definindo previamente os critérios objetivos que serão exigidos. Caso não haja aprovação, sugere-se que a instituição forneça opções de treinamento adicional para sanar pendências, seguido de nova avaliação. A instituição deverá fornecer certificado oficial ao aluno aprovado e declaração de cumprimento de todos os itens correspondentes ao treinamento teórico-prático.

  9. É imprescindível que, após o término da formação, haja participação periódica em eventos científicos/programas de atualização em TE e TCPE em crianças e adolescente, em âmbito nacional e/ou internacional, para aperfeiçoamento constante dos conhecimentos adquiridos.

Parte 2 – Teste Ergométrico

1. Metodologia do TE em Crianças e Adolescentes

1.1. Condições Básicas para a Programação do TE/TCPE

1.1.1. Equipe

O TE/TCPE deve ser realizado por médico habilitado, com experiência no método em crianças e adolescentes e com treinamento em PALS.

Profissionais da área de saúde (auxiliar de enfermagem ou técnica de enfermagem ou enfermeira) que estejam auxiliando o médico executante deverão estar treinados no cuidado de crianças e adolescentes, bem como no auxílio ao atendimento de eventuais emergências nessa população. 265268

Nos casos de TE/TCPE em pacientes com cardiopatias congênitas complexas ou de risco aumentado de complicações (vide Quadro 1 ), recomenda-se a realização do exame em ambiente hospitalar com pediatra emergencista de retaguarda.

A instituição e/ou o médico executante deverão orientar e treinar adequadamente outros possíveis profissionais envolvidos no TE/TCPE na marcação/orientação do exame, higienização de equipamentos, limpeza da área física e cuidado/transporte de pacientes.

1.1.2. Área Física

Ambiente planejado, adequadamente iluminado e ventilado, com dimensões suficientes para a acomodação de todos equipamentos do TE/TCPE (incluindo maca, cadeiras para paciente e acompanhante e carro de emergência) e a aparelhagem adicional necessária aos exames em crianças e adolescentes. Deve permitir circulação de pelo menos quatro pessoas (no mínimo de 10 m 2 ), com temperatura ambiente entre 18 e 22 oC, sendo desejável umidade relativa do ar em pelo menos 40%. É necessária a presença de um dos pais ou responsável legal na sala de exame. 264 , 278284

1.1.3. Equipamentos

Equipamentos básicos recomendados: ergômetro; sistema de ergometria com monitor para observação do eletrocardiograma (ECG); impressora (ou acesso para servidor de impressão); esfigmomanômetro calibrado e estetoscópio; termômetro de parede e higrômetro; oxímetro digital; cadeiras destinadas ao paciente, acompanhante e médico; maca ou cama; carro de emergência (se sala única); cilindro de oxigênio (junto ao carro de emergência) ou ponto de oxigênio em cada sala de TE/TCPE; aspirador portátil (junto ao carro de emergência) ou ponto de aspiração em cala sala; lixeiras (lixo comum e hospitalar). 149 , 264 , 278280 , 285 , 286

Os equipamentos devem ser customizados para a população pediátrica:

  1. Os ergômetros devem ser adaptados à idade, estatura e peso da criança/adolescente:

    • Esteira ergométrica com barras laterais de segurança e barra frontal com altura ajustável para permitir o apoio das mãos de crianças de menor estatura. Deve permitir velocidade inicial menor para que as crianças mais novas se adaptem à caminhada.

    • Colocar tapete acolchoado no chão, logo após o final da esteira, para proteção da criança.

    • A bicicleta ergométrica deve permitir ajustes na altura do banco, na altura e posição do guidão, no tamanho da alça do pedal e menor frenagem para adaptação ao ato de pedalar em crianças mais novas.

    • Sugere-se a utilização de arnês de segurança em crianças mais novas, constituído por conjunto de tiras ligadas entre si, envolvendo o tronco e a cintura, fixadas na esteira ou suporte próprio.

  2. No TCPE, utilizar máscara facial ou sistema bucal para população pediátrica, que permita os necessários ajustes.

  3. Eletrodo de monitorização cardíaca infantil/pediátrico (em crianças mais novas). Em adolescentes com maior estatura e circunferência torácica, poderá ser utilizado eletrodo de monitorização cardíaca para adultos.

  4. Conjunto de manguitos de vários tamanhos para aferição da PA em população pediátrica. 287

  5. Sistema de ergometria que adote os critérios e parâmetros para a população pediátrica e que permita ampliação do ECG para adequada visualização do sinal.

  6. Em caso de realização de oximetria não invasiva simultaneamente/adicionalmente ao TE/TCPE, utilizar sensores de modelo pediátrico.

1.1.4. Material e Medicamentos para Emergência Médica

O serviço deverá manter disponível um carro de emergência pediátrica, com material e medicação para suporte básico e avançado de vida, no local de realização do TE e/ou TCPE, conforme padronização do carro de emergência da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia (Quadro 17.3 – Padronização do carro de emergência pediátrica na unidade de internação, terapia intensiva e pronto-socorro). 266

1.1.5. Orientações ao Paciente e Pais/Responsáveis na Marcação do TE/TCPE

É necessário fornecer à família e ao paciente orientações no momento da marcação (idealmente por escrito) sobre o preparo pré-teste que permitirá a execução adequada do exame. Quando o exame for de crianças muito novas, sugere-se orientar os pais a explicarem as recomendações de modo a obter uma maior cooperação.

Recomendações: 7 , 177

  1. O paciente deverá vir descansado para o exame (evitar realizar esforços físicos no dia do exame).

  2. Evitar jejum ou alimentação excessiva antes do exame; fazer uma refeição leve 2 horas antes. Não consumir bebidas com cafeína (incluindo refrigerante) no dia do exame.

  3. O paciente deverá comparecer com roupas confortáveis para a prática de exercícios físicos: shorts (ou bermuda), camiseta e calçado esportivo (de preferência tênis; evitar sapatos abertos ou sandálias). Recomenda-se que adolescente do sexo feminino utilize sutiã ou top .

  4. Trazer o pedido médico do exame.

  5. Sugere-se trazer TE/TCPE realizado anteriormente.

  6. A suspensão ou manutenção de uso de medicações ficará a critério do médico assistente do paciente.

  7. Um dos pais ou representante legal deverá acompanhar a criança/adolescente na realização do exame.

  8. No caso de TCPE, orientar o paciente que será necessário o uso de máscara facial durante o exame, o que não interfere na respiração.

Observação: no caso de adolescentes, verificar se fazem uso de bebida alcoólica e/ou tabagismo (mesmo que esses sejam proibidos por lei) e, quando for o caso, orientar a interrupção para a realização do exame.

1.1.6. Orientações ao Paciente e Pais/Responsáveis no Momento da Realização do Exame

Quando a criança/adolescente e seus pais (ou representante legal) chegarem para a realização do exame, todo o procedimento deve ser explicado em linguagem e termos de modo que ambos possam entender. A criança e os pais devem ter a oportunidade de realizar todas as perguntas que desejarem visando esclarecer qualquer possível dúvida sobre o exame. 11

A equipe deve demonstrar à criança/adolescente o modo de utilização do ergômetro e deixar claro que o exame normalmente não provoca dor e pode ser até divertido. Orientar os pais de que a criança/adolescente:

  • Realizará um esforço físico (andar na esteira ou pedalar), dentro das suas habilidades e capacidade, podendo interromper o esforço a qualquer momento que ela desejar ou precisar.

  • O médico e a equipe realizarão vários procedimentos necessários à monitorização e registro dos dados do exame.

  • Com o esforço, poderão ocorrer sintomas como cansaço e outros associados às doenças da criança/adolescente.

1.1.7. Orientações quanto ao Uso de Medicações

Diferentemente do que ocorre em adultos, são raras as indicações de suspensão de medicações para a realização do TE/TCPE em crianças e adolescentes. Geralmente, a população pediátrica só faz uso de medicamentos de comprovada necessidade para o controle e estabilidade clínica de suas doenças. Quando necessária, a suspensão deve ser indicada pelo médico assistente da criança/adolescente, levando em consideração os riscos envolvidos. Para determinação do período de suspensão considerar o tempo de eliminação de cada medicamento e suas variações na faixa etária pediátrica. 612

Nos pacientes com asma, a manutenção do uso de medicamentos deve considerar a indicação do exame. 288 Na suspensão de outras medicações considerar possíveis interferências no desempenho físico, na resposta cronotrópica, no limiar de isquemia e angina, na resposta do segmento ST, nas arritmias esforço-induzidas etc.

1.2. Procedimentos Básicos para a Realização do Exame

O TE/TCPE em crianças é mais desafiador do que em adolescentes, especialmente naquelas com comprometimento crônico da saúde. As dificuldades em testá-las surgem por três razões: 289

  1. Tamanho corporal muito pequeno mesmo quando o equipamento é adaptado à população pediátrica.

  2. Capacidade física muito baixa, dificultando a adaptação, mesmo com a utilização de protocolos com pequenos incrementos da carga de esforço.

  3. Geralmente apresentam um menor período de atenção, menor motivação durante exames longos e baixa colaboração, tornando difícil diferenciar a limitação ao esforço de falta de cooperação.

1.2.1. Fase Pré-teste, Avaliação Inicial, Exame Físico Sumário e Específico

Recomenda-se ao médico executante avaliar a indicação do exame e os sintomas atuais do paciente, constatar se as orientações pré-teste foram cumpridas, realizar anamnese e exame físico dirigidos aos sistemas cardiovascular e pulmonar ( Quadro 3 ). 264 , 279 , 280

Quadro 3. Recomendações quanto à anamnese e exame físico dirigido em paciente pediátrico 1 , 264 , 279 , 280 .
Anamnese Exame Físico
Sintomas atuais * Ectoscopia geral (anemia, faces sindrômicas, palidez cutânea, cianose)
Antecedentes patológicos/cirúrgicos ** FC/PA *3
História familiar de morte súbita ou doença arterial coronariana precoce ** Ausculta cardíaca e pulmonar
Fatores de risco (vide Parte 2, Sessão 2 – Estratificação de Risco Pré-TE) ** Oximetria não invasiva *4
Medicações em uso ** Pulsos periféricos e índice tornozelo-braquial *5
Tolerância ao esforço físico *
Realizou TE/TCPE anteriormente? Teve alguma anormalidade? **

TE: teste ergométrico; TCPE: teste cardiopulmonar de esforço; FC: frequência cardíaca; PA: pressão arterial.

*

Verificados tanto com a criança/adolescentes quanto com seus pais/representante legal.

**

Verificados principalmente através de informações dos pais/representante legal.

*3

Utilizar manguito adequado a circunferência do membro superior.

*4

Exame adicional. Indicado principalmente nos casos de cardiopatia congênita cianótica, insuficiência cardíaca, valvopatas, pós-COVID.

*5

Exame adicional. Indicado na investigação de coarctação de aorta, síndrome de Takotsubo e claudicação de membros inferiores.

É imprescindível verificar a possibilidade de eventuais contraindicações relativas e absolutas para a realização do TE/TCPE, bem como informações sobre tratamentos realizados anteriormente (especialmente nos casos de CC). Não é recomendado o uso de escore clínico pré-teste de adultos (não são validados para a população pediátrica).

1.2.2. Sistema de Monitoração e Registro Eletrocardiográfico

A monitorização contínua do ECG e a realização de registros são obrigatórios em todas as etapas do exame (repouso, esforço e recuperação). Recomenda-se a utilização de sistema computadorizado de ergometria para a monitorização do ECG e de software que permita a obtenção, registro e interpretação de dados em população pediátrica. Sugere-se utilizar eletrodo para monitorização de ECG de longa duração, hipoalergênico, extra-aderente e em crianças pequenas utilizar o eletrodo infantil/pediátrico. 264 , 279 , 280

Recomenda-se seguir as orientações da Diretriz Brasileira de Ergometria para a População Adulta quanto ao número de derivações a serem utilizadas (12 ou 13) e ao posicionamento dos eletrodos. Nos sistemas de 12 derivações utilizar o posicionamento clássico de Mason-Likar ou sua versão modificada preservando CM5. Nos sistemas de 13 derivações utilizar o posicionamento das derivações clássicas com adição de CM5. Não é mais recomendado o uso de sistemas de três derivações, tendo em vista a superioridade dos sistemas com 12, 13 ou mais derivações. 1

Os procedimentos de preparo da pele são similares aos dos adultos, inclusive quanto à eventual necessidade de retirada de excesso de pelos nos adolescentes do sexo masculino nas regiões de fixação dos eletrodos. Em crianças pequenas, no momento da limpeza da pele com álcool, devido à maior sensibilidade, deve-se ter o cuidado de evitar o excesso de abrasão da pele e, também, assegurar que o procedimento não indica recebimento de uma injeção (muitas crianças associam compressas com álcool a injeções). Pode-se utilizar um colete ou uma camisa de rede para ajudar a manter os eletrodos e fios firmemente no lugar.

1.2.3. Ergômetros

A escolha do ergômetro deve ser individualizada levando-se em conta a idade da criança e adolescente, estatura, capacidade de adaptação, segurança e eventuais limitações físicas. São três os principais tipos de ergômetros utilizados no TE/TCPE: bicicleta ergométrica, esteira ergométrica e cicloergômetro de braço. Tanto a bicicleta ergométrica quanto a esteira produzem cargas máximas adequadas, confiáveis e reprodutíveis, permitindo a coleta de informações diagnósticas e de desempenho físico. 290

1.2.3.1. Bicicleta Ergométrica

A utilização de bicicleta ergométrica (cicloergômetro de membros inferiores) é mais frequente em crianças a partir dos 6 anos de idade. Crianças que não estão acostumadas ao ciclismo geralmente apresentam:

  • Fadiga muscular precoce nos membros inferiores, podendo não atingir o esforço máximo.

  • Dificuldade em manter a cadência do pedalar entre 40 e 70 rotações por minuto (rpm).

  • Dificuldade em manter os pés nos pedais, mesmo quando ajustados para o tamanho da criança.

Para acomodar adequadamente as crianças e adolescentes na bicicleta ergométrica, deve-se ajustar a altura do assento, a altura e a posição do guidão e o tamanho da alça do pedal. Crianças e adolescentes com estatura ≥125 cm poderão realizar o TE/TCPE em bicicleta ergométrica padrão para adultos. 200 A utilização de bicicleta ergométrica é preferida quando for necessária uma avaliação mais precisa da PA.

1.2.3.2. Esteira Ergométrica

O TE/TCPE em esteira ergométrica é possível em crianças a partir dos 3 anos de idade, pois as mesmas estão mais familiarizadas com o andar rápido ou até mesmo correr. Entretanto, o esforço na esteira não é uma forma natural de caminhar, sendo recomendável previamente avaliar a capacidade de adaptação e a coordenação ao ergômetro. Recomenda-se ajustar a altura da barra frontal de apoio conforme a estatura da criança.

Em TE de crianças muito pequenas ou limitadas sugere-se: 612

  • Utilização de arnês de segurança de modo a proteger a criança em caso de mal súbito ou desequilíbrio.

  • Utilização de grades laterais e tapete acolchoado colocado no chão ao final da esteira para proteção da criança.

  • Permanência de um membro extra da equipe executora, posicionado imediatamente atrás da esteira, para auxílio e proteção da criança durante o esforço.

O TE em esteira geralmente apresenta consumo máximo de oxigênio (VO2max) ≈10% superior ao obtido na bicicleta ergométrica. 291293

1.2.3.3. Cicloergômetro de Braço

Em nosso meio, o cicloergômetro de braço é raramente utilizado em crianças e adolescentes. Geralmente, é empregado em pacientes com deficiência de mobilidade nos membros inferiores causada por lesão medular (torácica ou lombar superior), amputação de membro inferior, meningocele, espinha bífida etc. 294 , 295

O TE com cicloergômetro de braço, usando um protocolo de rampa validado, permite avaliar adequadamente a aptidão cardiorrespiratória de crianças e adolescentes. 295 , 296

1.2.4. Escolha do Protocolo

A escolha do protocolo deve ser individualizada considerando a finalidade do exame, a prática de atividades físicas diárias, eventuais limitações físicas e visando tempo de esforço de ≈10 minutos (entre 6 e 12 minutos). O protocolo também deverá respeitar as características do paciente: idade, tamanho corporal, capacidade de adaptação ao incremento de carga de esforço etc. 6

Os protocolos são divididos quanto à forma do esforço:

  1. Incrementais (aumento gradativo de carga):

    • Escalonado (em degraus): com aumento de cargas em estágio (etapas) em tempo predeterminado (a cada um ou mais minutos por estágio).

    • Rampa: com incrementos pequenos de carga, frequentes (tendendo a linear) e em curtos intervalos de tempo (incrementos em segundos, sempre inferiores a 1 minuto).

  2. Sem incremento (carga fixa): sem aumento de cargas. Em esteira ergométrica, mantém velocidade e inclinação fixas. 1 , 12 , 285

1.2.4.1. Protocolos para Bicicleta Ergométrica

Os principais protocolos para bicicleta ergométrica são apresentados na Tabela 13 . A carga de trabalho realizada na bicicleta normalmente é expressa em watts (W). A maioria dos protocolos requer uma cadência de pedalar entre 50 e 60 rpm, limitando a variação entre 40 e 70 rpm.

Tabela 13. Comparação dos principais protocolos para bicicleta ergométrica.
Protocolo Indicado para Carga inicial Incremento de carga
Balke Crianças e adolescentes saudáveis 25 W 25 W a cada 2 minutos
Astrand 299 Crianças e adolescentes 25 W 25 W a cada 3 minutos
McMaster * 300 Crianças ** e adolescentes *** 12,5 W a 25 W 5 modos de incremento, dependendo da estatura e do sexo, a cada 2 minutos
James * 301 , 302 Crianças e adolescentes, ativos 33 W 3 modos de incremento, dependendo da área de superfície corporal, a cada 3 minutos
Godfrey * 303 , 304 Crianças* e adolescentes 10 W a 20 W 3 modos de incremento, dependendo da estatura, a cada 1 minuto
Rampa 297 , 305 Todas as populações sendo o ideal para atletas 10 W a 20 W 5 a 20 W a cada 1 minuto. Subdividir o aumento em valores iguais e o incremento em intervalos regulares (<60 segundos) ****
*

Vide Tabela 14 para descrição detalhada dos protocolos;

**

Baseado na estatura, correspondendo a crianças a partir dos 6 anos de idade;

***

Pacientes com doenças cardíacas, pulmonares ou musculares podem exigir reduções na carga inicial de trabalho;

****

Exemplo: protocolo de rampa com incremento de carga de 15 W a cada 1 minuto = aumentar a carga em 5 W a cada 20 segundos.

Os protocolos de Balke e de Astrand apresentam a desvantagem de serem fixos, não considerarem o tamanho corporal, podendo ser muito intensos para crianças mais novas (principalmente as cardiopatas).

Nos protocolos de McMaster, James e Godfrey, as cargas iniciais e os incrementos são feitos de acordo com o tamanho corporal [estatura ou área de superfície corporal (ASC)] e/ou sexo ( Tabela 14 ). Em adolescentes, utilizam-se elevadas cargas de esforço, o que pode ser uma limitação para os sedentários ou doentes (cardiopatas, pneumopatas etc.). 297 , 298

Tabela 14. Descrição dos Protocolos de Godfrey, McMaster e James para bicicleta ergométrica 300304 .
Protocolo de Godfrey
Estágio: 1 min
Ritmo: 60 rpm
Protocolo de McMaster
Estágio: 2 min
Ritmo: 50 rpm
Protocolo de James
Estágio: 3 min
Ritmo: 60-70 rpm
Altura
<120 cm *
Altura
120-150 cm *
Altura
>150 cm *
Altura
≤119,9 cm *
Altura
120-139,9 cm *
Altura
140-159,9 cm *
Altura
≥160 cm (masc)
Altura
≥160 cm (femin)
ASC <1,0 * ASC
1,0-1,2 *
ASC >1,2 *
Tempo (min) 10 W/est 15 W/est 20 W/est 12,5 W/est 25 W/est 50 W/est 50 W/est 25 W/est 16,5 W/est 33 W/est 49,5 W/est
0 10 W 15 W 20 W 12,5 W 12,5 W 25 W 25 W 25 W 33 W 33 W 33 W
1 10 W 15 W 20 W
2 20 W 30 W 40 W 25 W 37,5 W 50 W 75 W 50 W
3 30 W 45 W 60 W 49,5 W 66 W 82,5 W
4 40 W 60 W 80 W 37,5 W 62,5 W 75 W 125 W 75 W
5 50 W 75 W 100 W
6 60 W 90 W 120 W 50 W 87,5 W 100 W 175 W 100 W 66 W 99 W 132 W
7 70 W 105 W 140 W
8 80 W 120 W 160 W 62,5 W 112,5 W 125 W 225 W 125 W
9 90 W 135 W 180 W 82,5 W 132 W 181,5 W
10 100 W 150 W 200 W 75 W 137,5 W 150 W 275 W 150 W
11 110 W 165 W 220 W
12 120 W 180 W 240 W 87,5 W 162,5 W 175 W 325 W 175 W 99 W 165 W 231 W
13 130 W 195 W 260 W
14 140 W 210 W 280 W 100 W 187,5 W 200 W 375 W 200 W
15 150 W 225 W 300 W 115,5 W 198 W 280,5 W
16 160 W 240 W 320 W 112,5 W 212,5 W 225 W 425 W 225 W
17 170 W 255 W 340 W
18 180 W 270 W 360 W 125 W 237,5 W 250 W 475 W 250 W 132 W 231 W 330 W
19 190 W 285 W 380 W
20 200 W 300 W 400 W 137,5 W 262,5 W 275 W 525 W 275 W

ASC: área de superfície corporal – metros quadrados (m2); W: Watts; min: minuto; rpm: rotações por minuto; est: estágio; cm: centímetro; masc: masculino; femin: feminino.

*

Para ambos os sexos.

1.2.4.2. Protocolos para Esteira Rolante
1.2.4.2.1. Protocolos Escalonados
1.2.4.2.1.1. Protocolo de Bruce

É o protocolo escalonado mais utilizado ( Tabela 15 ). É mais apropriado para o TE em crianças sem cardiopatia grave e em adolescentes aparentemente saudáveis, inclusive pré-escolares. Pode ser utilizado em TE seriados para a comparação de dados à medida que a criança cresce. Desvantagens potenciais:

Tabela 15. Principais protocolos escalonados para a população pediátrica e suas características 1 , 7 , 306 .
Estágio Bruce Bruce modificado Ellestad Balke Naugthon Naugthon modificado
Min mph/km/h E% Min mph/km/h E% Min mph/km/h E% Min mph/km/h E% Min mph/km/h E% Min mph/km/h E%
01 3 1,7/2,7 10 3 1,7/2,7 0 3 1,7/2,7 10 1 3,5/5,6 1 2 1,0/1,6 0 2 3,0/4,8 0
02 6 2,5/4,0 12 6 1,7/2,7 5 5 3,0/4,8 10 2 3,5/5,6 2 4 2,0/3,2 0 4 3,0/4,8 2,5
03 9 3,4/5,5 14 9 1,7/2,7 10 7 4,0/6,4 10 3 3,5/5,6 3 6 2,0/3,2 3,5 6 3,0/4,8 5,0
04 12 4,2/6,7 16 12 2,5/4,0 12 10 5,0/8,0 10 4 3,5/5,6 4 8 2,0/3,2 7,0 8 3,0/4,8 7,5
05 15 5,0/8,0 18 15 3,4/5,5 14 12 6,0/9,7 15 5 3,5/5,6 5 10 2,0/3,2 10,5 10 3,0/4,8 10
06 18 5,5/8,8 20 18 4,2/6,7 16 14 7,0/9,6 15 6 3,5/5,6 6 12 2,0/3,2 14,0 12 3,0/4,8 12,5
07 21 6,0/9,7 22 21 5,0/8,0 18 16 8,0/11,2 15 7 a 21 3,5/5,6 +1%/min * 14 2,0/3,2 17,5 14 3,0/4,8 15,0
08 24 6,5/10,5 24 24 5,5/8,8 20 18 9,0/12,8 15 22 3,5/5,6 22,0 16 2,0/3,2 21,0 16 3,0/4,8 17,5

Min.: minutos; mph: milhas por hora; km/h: quilômetros por hora; E%: elevação/inclinação da esteira (em %); MET: metabolic equivalent of task (equivalente metabólico da tarefa).

*

Aumentar 1% na inclinação a cada minuto do exame (velocidade constante).

  • Em crianças mais novas ou mais limitadas, os incrementos de esforço entre os estágios podem ser muito grandes, levando frequentemente à desistência no primeiro minuto de um novo estágio.

  • Pode ser demasiadamente longo em jovens treinados/atletas, causando, inclusive, tédio.

1.2.4.2.1.2. Protocolo de Bruce Modificado

O protocolo de Bruce modificado, sem inclinação inicial, é mais adequado para crianças menores ou mais limitadas fisicamente. É utilizado em crianças a partir de 3 anos, portadoras de cardiopatia ou pneumopatia. A maior limitação é que após o terceiro estágio ocorrem incrementos abruptos de esforço a cada estágio (semelhante ao Protocolo de Bruce).

1.2.4.2.1.3. Protocolo de Ellestad

Emprega aumentos expressivos de velocidade, sendo indicado preferencialmente para adolescentes fisicamente ativos e atletas. As principais limitações desse protocolo são: altas velocidades em cargas iniciais, dificultando a adaptação de quem não está acostumado a correr; dificuldade para realização de medições pressóricas.

1.2.4.2.1.4. Protocolo de Balke

O protocolo de Balke incorpora uma velocidade constante da esteira (3,5 mph) com inclinação crescente de 1% a cada minuto. É mais adequado para crianças obesas, crianças muito novas, cronicamente doentes e/ou muito limitadas. 7 , 306

Uma desvantagem é que, em pacientes fisicamente ativos, a duração do exame é muito longa. Para esses pacientes, é preferível a versão modificada do protocolo de Balke (" running Balke ") utilizando velocidade constante mais rápida, visando a manter o tempo de esforço entre 8 e 10 minutos.

1.2.4.2.1.5. Protocolo de Naughton

Existem várias adaptações do protocolo de Naughton para a população pediátrica, variando a velocidade inicial e inclinação, envolvendo pequenos incrementos de carga por estágio, permitindo melhor adaptação de crianças menores e/ou com limitações físicas. Não deve ser utilizado em crianças e adolescentes saudáveis por prolongar demasiadamente o exame. 307

1.2.4.2.2. Protocolo em Rampa

O protocolo em rampa pode ser totalmente individualizado às características da criança/adolescente, variando a velocidade, a inclinação (iniciais e finais) e a duração do exame. Permite a melhor determinação do consumo máximo de oxigênio (direto ou estimado), limiares ventilatórios, medição ou estimativa da potência máxima, avaliação das causas da limitação do esforço, avaliação de isquemia e arritmias. Deverá manter a meta de duração do exame entre 8 e 12 minutos com a inclinação da rampa ajustada ao tamanho e às habilidades físicas da criança.

Em crianças cardiopatas, sugere-se programar o protocolo com velocidade inicial de 1 km/hora (sem inclinação) e, posteriormente, realizar pequenos e constantes incrementos na intensidade do esforço.

A Tabela 16 apresenta a individualização do protocolo de rampa baseada em estudo na população infanto-juvenil brasileira, que se mostrou mais confortável do que o protocolo de Bruce. 121

Tabela 16. Individualização do protocolo em rampa por sexo e faixa etária, baseado em estudo na população pediátrica brasileira.
Faixa etária (anos) Sexo feminino Sexo masculino
Velocidade (km/h) Inclinação (%) VO2max Velocidade (km/h) Inclinação (%) VO2max
Inicial Final Inicial Final Média ± DP Inicial Final Inicial Final Média ± DP
4-7 3,0 6,5 4,0 14,0 39,4±4,7 3,5 7,5 5,0 15,0 45,3±9,2
8-11 3,5 7,0 5,0 15,0 43,9±6,2 4,0 8,0 5,0 15,0 48,6±7,9
12-14 4,0 8,0 5,0 15,0 48,3±7,3 4,0 8,5 6,0 16,0 53,2±9,0
15-17 4,0 8,0 5,0 15,0 47,8±10,1 4,5 9,0 6,0 16,0 55,1±9,4

DP: desvio padrão; km/h: quilômetros por hora; VO2max: consumo máximo de oxigênio. Duração final prevista de 10 minutos. Adaptado de: Silva et al. Teste ergométrico em crianças e adolescentes: maior tolerância ao esforço com o protocolo em rampa. 121

1.2.5. Monitorização da Frequência Cardíaca

A FC é monitorada e medida diretamente do traçado eletrocardiográfico durante todas as fases do TE/TCPE. Recomenda-se o registro da FC, pelo menos no pré-esforço, ao final de cada estágio de protocolo escalonado ou a cada 2 minutos em protocolo de rampa e na recuperação (1, 2, 4 e 6 minutos). Caso necessário, o registro deve ser mantido por tempo maior na recuperação.

Recomenda-se a realização de ECG convencional de 12 derivações de forma adicional, precedendo o TE/TCPE. O ECG convencional é um exame complementar que permite avaliar a condição cardíaca, podendo, inclusive, contribuir para a eventual contraindicação do exame. O ECG convencional de 12 derivações é um procedimento médico previsto na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (Código: 4.01.01.01-0). 1 , 278 , 308

No TE, conceitua-se como: 95 , 264

  • FC máxima (FCmax) é aquela atingida em nível de exaustão ao esforço.

  • FC de pico (FCpico) é a maior FC observada no pico do esforço, mesmo que não haja exaustão.

É importante ressaltar que, em crianças aparentemente saudáveis, a FCmax praticamente não muda ao longo da infância, sendo, portanto, limitado o uso das equações de regressão para estimar a FCmax na população pediátrica (predição menos precisa e dispersão média entre 5 e 10 bpm). Na adolescência, por volta dos 16 anos, a FCmax começa a declinar a uma taxa de 0,7 ou 0,8 bpm por ano de idade. 177

Sugere-se a adoção de um valor médio de FC máxima prevista para toda a faixa etária pediátrica (crianças e adolescentes) correspondendo a 197 bpm, e uma FC submáxima prevista de 180 bpm (valor correspondente a −2 desvios padrão). 309 , 310

Na eventualidade de uso de equações para estimar a FCmax na população pediátrica, considerar que: 309 , 311

  • Equação de Karvonen (FCmax = 220 – idade) geralmente superestima a FCmax. 312 , 313

  • Equação de Tanaka [FCmax = 208 – (0,7 x idade)] pode tanto subestimar quanto superestimar a FCmax, sendo considerada a equação de melhor precisão. 311 , 314 , 315

  • Equação de Nikolaidis [FCmax = 223 – (1,44 x idade)], que foi elaborada para atletas adolescentes, também não se mostrou adequada. 315 , 316

1.2.6. Monitorização da Pressão Arterial Sistêmica

A medida da PA deve ser executada em todas as fases do TE (pré-teste, esforço e recuperação) por médico devidamente treinado e com experiência em população pediátrica.

A medição manual com utilização de esfigmomanômetro aneroide é a mais utilizada. Medições com equipamentos semiautomáticos e/ou automáticos são possíveis, entretanto podem não fornecer medições precisas em determinadas circunstâncias devido a: 317 , 318

  • Presença de excesso de movimento e vibração que ocorre comumente em crianças mais novas.

  • Alguns dispositivos funcionam medindo a PA média e calculando as PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) por meio de algoritmos, que podem apresentar limitações na avaliação da PAD em crianças por não distinguirem as fases IV e V de Korotkoff. 319 , 320

  • A maioria dos equipamentos automáticos não foi validada na população pediátrica para medições em repouso e esforços intensos. 4

Independentemente do método de medição adotado, utilizar manguito de velcro com dimensões adequadas ao tamanho do braço do paciente. A largura do manguito deve ser de pelo menos 40% da circunferência do braço e cobrir de 80 a 100% do comprimento do braço. 4 , 321 Recomendamos a utilização das dimensões do manguito preconizadas nas "Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório – 2023" e "Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020" ( Tabela 17 ). 319 , 322

Tabela 17. Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do braço.
Circunferência do braço Largura do manguito Comprimento da bolsa
≤6 cm 3 cm 6 cm
6-15 cm 5 cm 15 cm
16-21 cm 8 cm 21 cm
22-26 cm 10 cm 24 cm
27-34 cm 13 cm 30 cm
35-44 cm 16 cm 38 cm

Adaptado de: Feitosa ADM et al. Brazilian Guidelines for In-office and Out-of-office Blood Pressure Measurement – 2023. 319

O esfigmomanômetro e os manguitos devem ser limpos e inspecionados regularmente para evitar problemas técnicos que limitem a qualidade e precisão das medidas. 323

Na medição manual, deve-se observar os sons de Korotkoff considerando que:

  • A PAS corresponde ao reaparecimento do fluxo sanguíneo (fase I de Korotkoff).

  • A PAD corresponde ao ponto em que o som se abafa (Korotkoff fase IV). A fase IV é usada no lugar da fase V (desaparecimento dos sons) porque, em crianças, na maioria das vezes, os sons de Korotkoff são percebidos até 0 mmHg.

No pré-teste, preferencialmente realizar as medições da PA:

  • Em repouso, em posição sentada, com o braço apoiado ao nível do coração.

  • Na posição em que a criança/adolescente realizará o esforço físico.

Recomenda-se a medição da PA ao final de cada estágio de protocolo escalonado ou a cada 2 minutos em protocolo de rampa e na recuperação (1, 2, 4 e 6 minutos). Caso haja necessidade, realizar medições por tempo maior na recuperação. Reavaliar sempre que houver discrepâncias ou dúvidas em relação às medições.

Contraindica-se a medição da PA no membro superior com fístula arteriovenosa, esvaziamento ganglionar, trombose, linfedema e/ou coarctação de aorta.

2. Estratificação de Risco Pré-TE

Estudos e diretrizes têm trazido novas informações sobre fatores de risco CV na infância, sua relação com aterosclerose e DCV prematuras e também índices e escores de risco específicos para doenças [por exemplo: índice de massa corporal (IMC); 324 doença de Kawasaki; 37 lúpus eritematoso sistêmico (LES) 325 ]. O risco em crianças e adolescentes também pode ser descrito com base na magnitude do risco de doença aterosclerótica na população geral. 59 , 61 , 326

No pré-teste, recomenda-se a estratificação de risco para DCV em população pediátrica baseada na presença de doenças ( Tabela 18 ). 59 Os índices e escores específicos para doenças devem ser utilizados quando julgados pertinentes.

Tabela 18. Estratificação de risco da população pediátrica baseada na presença de doenças.

Categoria Condição
Alto risco HF homozigótica, DM1, DM2, doença renal terminal, doença de Kawasaki com aneurismas persistentes, vasculopatia de transplante de órgão sólido, sobrevivente de câncer infantil (receptor de células-tronco).
Risco moderado Obesidade grave, HF heterozigótica, hipertensão confirmada, coarctação de aorta, Lp(a) aumentada, DRC pré-dialítica, EAo, sobrevivente de câncer infantil (radiação torácica).
Risco leve Obesidade, resistência à insulina com comorbidades (dislipidemia, DHGNA, SOP), hipertensão do avental branco, CMH e outras cardiomiopatias, hipertensão pulmonar, condições inflamatórias crônicas (ARJ, LES, doença inflamatória intestinal, HIV), após cirurgia de correção de artérias coronárias anômalas ou transposição dos grandes vasos da base, câncer infantil (somente quimioterapia cardiotóxica), doença de Kawasaki com aneurismas regredidos (EzMax ≥5).

HF: hipercolesterolemia familiar; DM1: diabetes mellitus tipo 1; DM2: diabetes mellitus tipo 2; EAo: estenose aórtica; DRC: doença renal crônica; CMH: cardiomiopatia hipertrófica; ARJ: artrite reumatoide juvenil; Lp(a): lipoproteína (a); DHGNA: doença hepática gordurosa não alcoólica; SOP: síndrome do ovário policístico; LES: lúpus eritematoso sistêmico; HIV: síndrome de imunodeficiência adquirida; EzMax: pontuação z máxima no escore em qualquer momento durante o curso da doença. Adaptado de: de Ferranti et al. Cardiovascular Risk Reduction in High-Risk Pediatric Patients: A Scientific Statement From the American Heart Association. 59

Em adolescentes, além da estratificação de risco por doença, sugere-se verificar a presença de fatores de risco CV tradicionais: perfil lipídico; tabagismo; história familiar de DAC precoce em parentes de 1° grau (homens ≤55 anos; mulheres ≤65 anos); PA; IMC; glicemia de jejum; histórico de atividade física. 59

Estudos têm reforçado a relevância de fatores de risco cardiometabólico na população pediátrica: PAS, PAD, circunferência abdominal, IMC, soma das quatro dobras cutâneas, triglicerídeos (TG), colesterol total (CoT), colesterol ligado às lipoproteínas alta densidade (HDL-C), colesterol ligado às lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C), relação CoT/HDL-C, glicemia, insulinemia, escore de avaliação do modelo homeostático (HOMA-score) e aptidão cardiorrespiratória (mL/kg/min; estimado ou medido). 60 A determinação da aptidão cardiorrespiratória aumenta a precisão da quantificação do risco, sendo preconizada principalmente quando presentes outros fatores. 327329

Na maioria das doenças cardíacas congênitas, existe um maior risco de DCV adquirida precocemente (desde a infância até a fase adulta jovem), vide Tabela 19 . As crianças e adolescentes nessas condições apresentam maior risco de complicações durante o TE/TCPE. 59 , 82 , 83 , 88 , 119 , 330333

Tabela 19. Risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares associadas às doenças cardíacas congênitas.

DCC Doença arterial coronariana Doença cerebrovascular Doença vascular periférica Arritmias cardíacas
CIA/CIV reparados Desconhecido se há aumento de risco. Aumento do risco se houver shunt residual. Desconhecido se há aumento de risco. Risco aumentado de taquicardia juncional e arritmia ventricular.
Valva aórtica bicúspide Risco potencial após procedimento de Ross com reimplante de artérias coronárias. Desconhecido se há aumento de risco. Aumento do risco relacionado ao aneurisma da aorta. Risco potencial de arritmia ventricular.
Coarctação da aorta Risco aumentado, relacionado à aterosclerose acelerada e hipertensão tardia. Aumento do risco relacionado à hipertensão residual ou aneurismas intracranianos. Aumento do risco relacionado à coarctação residual ou aneurisma da aorta. Risco de arritmias malignas e morte súbita em seguimento de 10 anos.
Anomalia de Ebstein Desconhecido se há aumento de risco. Risco aumentado se houver shunt interatrial. Desconhecido se há aumento de risco. Risco aumentado de taquicardia por reentrada atrioventricular.
Tetralogia de Fallot O aumento do risco pode estar relacionado às anomalias coronarianas. Risco aumentado se houver shunt intracardíaco residual. Aumento do risco relacionado à dilatação da aorta. Risco aumentado de taquiarritmias atriais, taquicardia juncional e arritmias ventriculares que podem surgir décadas após a cirurgia.
TGA Aumento do risco relacionado à redução da reserva de fluxo coronariano, espessamento da íntima proximal e anomalias coronarianas. No switch atrial, aumento do risco se houver vazamento residual do reparo. No switch atrial, o aumento do risco pode estar relacionado a cateterizações anteriores. No switch arterial, aumento do risco relacionado à dilatação neoaórtica. Risco de arritmias malignas e morte súbita. Nos pacientes adultos com TGA corrigida, risco aumentado de arritmia ventricular e morte súbita cardíaca.
Fontan Aumento do risco relacionado às anomalias coronarianas. Aumento do risco se houver fenestração do Fontan. Aumento do risco relacionado a pressões venosas do Fontan e cateterizações anteriores. Maior risco de flutter atrial nos primeiros 30 dias após cirurgia. No período pós-operatório tardio, são comuns taquicardias atriais por mecanismo de reentrada ( flutter e FA, taquicardia reentrante intra-atrial). Risco aumentado de arritmia ventricular.
CC cianótica Risco potencial reduzido. Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. Risco maior de QTc prolongado e de arritmia ventricular.
Síndrome de Eisenmenger Risco potencial reduzido. Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. Aumento do risco relacionado à eritrocitose secundária e síndrome de hiperviscosidade. Risco aumentado de arritmias e morte súbita.

CC: cardiopatia congênita; CIA: comunicação interatrial; CIV: comunicação interventricular; FA: fibrilação atrial; DCC: doença cardíaca congênita; QTc: intervalo QT corrigido; TGA: transposição das grandes artérias. Adaptado de: Ferranti et al. Cardiovascular Risk Reduction in High-Risk Pediatric Patients: A Scientific Statement from the American Heart Association. 59

3. Respostas Clínicas, Hemodinâmicas, Eletrocardiográficas ao Esforço

3.1. Respostas Clínicas

3.1.1. Tolerância ao Esforço

A determinação da tolerância ao esforço permite quantificar a intensidade do esforço físico e os sintomas (cansaço, dispneia, fadiga dos membros inferiores e outros sintomas). A tolerância ao esforço pode ser quantificada de forma objetiva, em qualquer faixa etária, através da potência desenvolvida em watts, duração do esforço ou equivalente metabólico (do inglês, metabolic equivalent of task – MET). Quando comparadas aos adultos, as crianças toleram melhor esforço físico de curta duração e são menos fatigáveis durante exercícios dinâmicos. 334

A quantificação subjetiva pode ser feita através da escala de esforço percebido (EEP), como a escala de Borg, escala de Borg modificada, tabela de avaliação do esforço infantil ilustrada (P-CERT) ou escala OMINI. 335 , 336 Todas as escalas apresentam limitações relacionadas ao grau de desenvolvimento cognitivo das crianças e dos adolescentes: 337 , 338

  • Crianças de 0 a 3 anos não conseguem avaliar adequadamente seu esforço percebido mesmo durante atividades diárias.

  • Dos 4 aos 7 anos, as crianças progressivamente passam a ser capazes de avaliar as alterações sensoriais periféricas dos exercícios, entretanto a quantificação de EEP é menos precisa. 339

  • Dos 8 aos 12 anos, as crianças são capazes de estimar a intensidade de esforço e distinguir a origem das alterações sensoriais referentes às diferentes partes do seu corpo. O tipo de exercício e a EEP utilizada podem influenciar na resposta relatada, principalmente em esforços intensos. 337 , 340342

  • Durante a adolescência, a EEP é útil, entretanto sua relação com a FC atingida é menos pronunciada do que em adultos. 341 , 343 , 344

A tabela P-CERT foi projetada para avaliar o esforço percebido de crianças de 6 a 9 anos, utilizando escala perceptiva com texto e imagens ilustrativas, melhorando a correlação com a FC atingida, sendo de uso limitado em crianças sem condições de leitura. 345347

A escala de esforço percebida OMNI utiliza ilustrações de crianças de ambos os sexos realizando exercícios físicos (andar, pedalar, subir escada, nadar etc.) em várias intensidades, facilitando a compreensão e colaboração da criança. 348350

3.1.2. Aptidão Cardiorrespiratória/Capacidade Funcional

A avaliação da ACR/capacidade funcional em crianças e adolescentes é um importante instrumento clínico para quantificação de sintomas, avaliação prognóstica e avaliação de resposta a tratamentos. Também serve para quantificar as disfunções CV e pulmonares e suas repercussões em crianças portadoras de CC ou adquiridas. 80

A ACR pode ser avaliada:

  • De maneira indireta no TE, através do VO2 máximo (VO2max) estimado, expresso em METs e seu respectivo percentual em relação ao previsto para a idade.

  • De maneira direta no TCPE, através da apresentação do VO2 mensurado e seu respectivo percentual em relação ao valor previsto para a idade. 351

As crianças saudáveis apresentam respostas cardiorrespiratórias e metabólicas diferentes das observadas em adultos. Normalmente, durante o esforço máximo, apresentam respostas cronotrópicas maiores, inotrópicas menores, menor eficiência CV e ventilatória. No entanto, as crianças apresentam maior eficiência metabólica e níveis semelhantes de capacidade de esforço quando comparadas aos adultos. 352 , 353

A ACR é influenciada por idade, sexo, nível de atividade física diária, obesidade, presença de cardiopatias e pneumopatias, tratamentos instituídos etc. 80 , 91 , 354

Crianças com CC ou cardiopatias adquiridas frequentemente apresentam comprometimento de sua ACR, independentemente de estarem em pré-operatório, pós-operatório ou acompanhamento de longo prazo. Esse comprometimento pode estar associado à cardiopatia primária, aos tratamentos dessa cardiopatia, à hipoatividade/sedentarismo e fatores comportamentais (tal como a superproteção dos pais). Adolescentes com CC podem ter conceito errôneo sobre níveis seguros e desejáveis de atividade física, mantendo o círculo vicioso de sedentarismo. 355357

A Figura 1 apresenta as doenças pediátricas, fatores fisiopatológicos e situações clínicas (comorbidades, tratamentos etc.) que comprometem os componentes específicos da equação de Fick utilizada para a determinação da ACR (VO2max). 355

Figura 1. Doenças pediátricas que afetam componentes específicos da equação de Fick, comprometendo a aptidão cardiorrespiratória. VSmax: volume sistólico máximo durante o exercício; FCmax: frequência cardíaca máxima; (CaO2-CvO2)max: diferença arteriovenosa do conteúdo de oxigênio; CaO2: conteúdo arterial de oxigênio; CvO2: conteúdo venoso de oxigênio; CC: cardiopatia congênita; BAVT: bloqueio atrioventricular total; IC: insuficiência cardíaca; VE: ventrículo esquerdo. Adaptado de: Bar-Or O. Pathophysiological Factors Which Limit the Exercise Capacity of the Sick Child. 355 .

Figura 1

3.1.3. Sintomas, Ectoscopia e Ausculta

A observação clínica de sintomas, a ectoscopia e o exame físico durante o TE/TCPE são fundamentais nas crianças e adolescentes ( Quadro 3 ), pois:

  • Crianças mais novas apresentam limitações quanto ao esforço percebido e à interpretação de suas alterações sensoriais periféricas. 337 , 338 , 358

  • A queixa de cansaço constitui a principal razão de interrupção do esforço na população pediátrica, requerendo correlação com os achados físicos (padrão respiratório, sinais de tiragem intercostal, dispneia etc.), inclusive para a determinação da tolerância ao esforço e classe funcional.

  • A ocorrência de dor torácica esforço-induzida requer avaliação e caracterização pormenorizadas, auxiliando no diagnóstico diferencial de possíveis origens não cardíacas (exemplo: asma esforço-induzida). A dor anginosa típica está geralmente associada à origem anômala de coronárias, estenose aórtica e doença de Kawasaki. 15 , 35 , 37 , 359 , 360

  • No pré-teste, especialmente em crianças com CC e valvopatias, os pulsos femorais e periféricos devem ser palpados para identificar alterações de amplitude, atraso radiofemoral e possíveis obstruções. 361 , 362

  • A ausculta cardíaca realizada logo após o pico do esforço permitirá avaliar a ocorrência de novos sopros cardíacos ou modificações do padrão de sopros da ausculta pré-teste. Frequentemente, crianças e adolescentes têm B3 audível na ausculta basal, e caso surja durante o exercício, geralmente é considerada adaptação fisiológica sem correlação com cardiopatia estrutural. 363365 A ocorrência de sopro sistólico e/ou desdobramento de B3 está frequentemente associada às CC e valvopatias. 362 , 366

  • Quanto à ausculta do aparelho respiratório, a ocorrência de roncos e sibilos pulmonares pode indicar broncoespasmo esforço-induzido associado à asma. 367 A ausculta de estridor inspiratório e/ou sibilos na parte superior do tórax e também na região da traqueia pode auxiliar no diagnóstico de obstrução laríngea esforço-induzida. Nesses casos, recomenda-se a visualização das estruturas laríngeas através de laringoscopia, que contribui para o diagnóstico do tipo de obstrução laríngea e para a condução da crise obstrutiva. 368 , 369

Particularidades dos sintomas, ectoscopia e ausculta durante o TE e TCPE na população pediátrica: 177 , 361 , 362 , 370

  • Crianças e adolescentes sedentários podem apresentar aumento desproporcional da frequência respiratória (FR) em relação à intensidade de esforço e dispneia. O exame físico geralmente é normal, sem sinais de causas restritivas ou obstrutivas para a dispneia. 286 , 371

  • Crianças com anormalidades da parede torácica (por exemplo: escoliose, pectus excavatum e pectus carinatum ) podem apresentar dispneia esforço-induzida e, dependendo da gravidade da deformidade, processo restritivo. 372375

  • Na distrofia muscular e outras miopatias, é comum a ocorrência de dispneia e baixa tolerância ao esforço associada à doença pulmonar restritiva e ao comprometimento da musculatura respiratória. 203206

  • Crianças com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva podem apresentar dor torácica esforço-induzida associada à isquemia miocárdica. Geralmente, na ausculta cardíaca realizada no pré-teste, observa-se um sopro cardíaco mais intenso na posição ortostática ou após manobra de Valsalva. 13

  • Crianças com hipertensão arterial pulmonar (HAP) podem apresentar dor torácica esforço-induzida, sendo esse o sintoma inicial mais comum da HAP na forma idiopática. 196 , 376 , 377

  • Nas cardiomiopatias dilatadas, pode ocorrer dor torácica geralmente associada à fadiga intensa ao esforço. Também é necessária atenção quanto à possibilidade de dessaturação e ocorrência de cianose. 378 , 379

  • A estenose pulmonar grave pode produzir dor torácica opressiva associada à isquemia miocárdica. 87 , 380 , 381

  • As estenoses valvar aórtica, supra-aórtica e subaórtica podem causar dor torácica esforço-induzida, tontura e fadiga. Essas crianças geralmente têm sopro de ejeção rude, às vezes acompanhado por clique de ejeção em válvula aórtica bicúspide. 134 , 382 , 383

  • Em crianças, as taquicardias supraventriculares e ventriculares geralmente se apresentam como palpitação, que pode ser exacerbada pelo esforço e, também, cursar com dor torácica breve e aguda. 361 , 370 , 384

3.2. Respostas Hemodinâmicas

3.2.1. Frequência Cardíaca
3.2.1.1. Frequência Cardíaca de Repouso

A FC de repouso, em condição basal, diminui com o aumento da idade e varia de uma média de 85 bpm aos 4 anos para 60 bpm aos 16 anos. Essa redução da FC é diretamente relacionada ao declínio da taxa metabólica da criança com o envelhecer. 385387 Os valores de FC de repouso (mínima e máxima) devem ser correlacionados aos previstos para as faixas etárias pediátricas.

Na população pediátrica, a bradicardia em repouso geralmente é observada em atletas altamente treinados, secundária aos medicamentos (particularmente betabloqueadores), no hipotireoidismo e na disfunção do nó sinusal. 370 , 388 , 389 A taquicardia sinusal em repouso geralmente ocorre em: condições de calor/clima quente; hipertireoidismo; anemia; obesidade; ansiedade pré-teste; taquicardia sinusal inapropriada, raramente estando associada à taquiarritmia supraventricular. 390393

Em crianças com cardiomiopatia dilatada, a FC de repouso mais elevada associa-se ao risco de morte e à necessidade de transplante cardíaco. O controle medicamentoso da FC associou-se à melhora da função ventricular e evolução da doença. 394396

3.2.1.2. Resposta Cronotrópica

A avaliação da resposta cronotrópica é fundamental no esforço e na fase de recuperação. Em crianças e adolescentes, durante um TE progressivo, a FC aumenta linear e proporcionalmente ao VO2, desde os níveis basais até a FCpico. A FC máxima geralmente não é afetada pelo nível de aptidão cardiorrespiratória ou sexo, permanecendo constante ao longo dos anos pediátricos. Entretanto, em TE seriado, à medida que a criança cresce, observa-se redução da FC submáxima em determinada carga de trabalho. 8 , 177 , 397 , 398

Na recuperação, normalmente ocorre uma queda progressiva da FC com retorno ao padrão basal até o 6° minuto. No 1 ° minuto da recuperação, adolescentes aparentemente saudáveis do sexo masculino apresentam redução de ≈44 bpm e do sexo feminino ≈36 bpm. Crianças do sexo masculino também costumam apresentar maior redução da FC no 1 ° minuto da recuperação do que as do sexo feminino. 302 , 352 , 399 Crianças com excesso de peso e/ou com menor resistência ao esforço geralmente apresentam recuperação mais lenta da FC no 1 ° minuto. 400 , 401

Pacientes com disfunção do nó sinusal (DNS) ou no pós-operatório de CC podem não aumentar adequadamente sua FC com o esforço e terem FCpico menor. O aumento lento na FC à medida que a intensidade do trabalho aumenta é normalmente observado em jovens atletas treinados. A resposta cronotrópica deprimida na população pediátrica geralmente ocorre no elevado grau de tônus vagal, DNS, pós-operatório de CC, uso de medicamentos como betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e antiarrítmicos. 177 , 389 , 400

A Tabela 20 apresenta os termos referentes ao comportamento da FC no TE/TCPE em população pediátrica, bem como os respectivos critérios e possíveis interpretações.

Tabela 20. Definições, critérios e interpretação do comportamento da FC no TE/TCPE em crianças e adolescentes.
Termo Critérios Interpretação
Comportamento da FC no ECG de repouso
Comportamento normal da FC ECG de repouso com FC entre a mínima e máxima prevista para a faixa etária ( Tabela 24 ). Crianças e adolescentes em ritmo sinusal.
Bradicardia sinusal em repouso ECG de repouso com FC abaixo da mínima esperada para a faixa etária ( Tabela 24 ). Comum em adolescentes atletas e vagotônicos, assintomáticos.
Caso secundária à utilização de betabloqueador ou antiarrítmico, referir essa interferência no laudo.
Em pacientes que não utilizam medicações inotrópicas negativas, avaliar possibilidade de doença do nó sinusal ou outras causas secundárias (exemplo: hipotireoidismo).
Afastar BAV de segundo grau e BAV avançado.
Taquicardia sinusal em repouso ECG de repouso com FC acima da máxima esperada para a faixa etária ( Tabela 24 ). Usualmente encontrada em pacientes obesos, com elevado grau de ansiedade, no hipertireoidismo, na anemia e após ingestão excessiva de cafeína ou álcool.
Comportamento da FC ao esforço
Resposta cronotrópica normal Atingir pelo menos a FC submáxima prevista de 180 bpm (valor correspondente a −2 desvios padrão) entre 8 e 12 minutos de esforço. *
ou
Na eventualidade de uso de equações para estimar a FCmax (equação de Tanaka ou equação de Karvonen), atingir ≥80% da FCmax prevista entre 8 e 12 minutos de esforço. **
Os valores médios previstos para toda a faixa etária pediátrica (crianças e adolescentes) da FC máxima é 197 bpm e da FC submáxima de 180 bpm, são contantes, não sendo afetados pelo nível de ACR, sexo e idade. 8 , 177 , 397 , 398 , 402 , 403
Queda da FC intraesforço Queda da FC com a progressão do esforço associada a sinais e sintomas sugestivos de baixo débito cardíaco (fadiga extrema, tontura, queda de PAS etc.). Critério de interrupção do esforço. 7 , 11
Resposta cronotrópica deprimida ou incompetência cronotrópica ***
  1. FC máxima atingida <175 bpm (TE em esteira) e <170 bpm (TE em bicicleta) ** ou

  2. FC máxima <80% da FC prevista para idade, 404 ou

  3. < percentil 2,5 do índice cronotrópico para idade e sexo, 405 ou

  4. índice cronotrópico <0,80.

Relativamente comum em crianças após correção cirúrgica de CC. Associa-se a redução da tolerância ao esforço, pior ACR e maior morbidade em cardiopatas. 177 , 405409 Em pacientes com Fontan, associa-se à disfunção do nó sinusal. 401
Platô da FC intraesforço Manutenção assintomática da FC (durante 1 a 2 estágios) e subsequente incremento com a continuidade do esforço. Pode ocorrer em crianças aparentemente saudáveis, não tendo significado clínico.
Comportamento da FC na recuperação
Comportamento normal da FC na recuperação Na recuperação, normalmente ocorre uma queda progressiva da FC com retorno ao padrão basal até o 6 ° minuto. Quando em ritmo sinusal. Crianças do sexo masculino costumam apresentar maior redução da FC no 1 ° minuto da recuperação do que as do sexo feminino. 302 , 352 , 399
Recuperação lenta da FC (pós-esforço) Avaliado através do ΔFC 1 ° min = FCmax esforço – FC no 1 ° minuto recuperação. Comum após cirurgia de Fontan. 410 Em crianças com CC, pode estar associada à incompetência cronotrópica. Pode ser explicada pela reativação lenta da atividade vagal, retirada tardia da atividade simpática e/ou baixa ACR. 410415
Não há consenso sobre o valor do ΔFC, geralmente considerado anormal se ≤35 bpm. 302 , 352
Queda súbita e acentuada da FC na recuperação Geralmente assintomática. Não há consenso sobre o valor de referência, mas geralmente corresponde a queda >55 bpm no primeiro minuto da recuperação. Achado comum em crianças mais novas e atletas pediátricos. 416 , 417

ECG: eletrocardiograma; FC: frequência cardíaca; bpm: batimentos por minuto; PAS: pressão arterial sistólica; BAV: bloqueio atrioventricular; CC: cardiopatia congênita; TE: teste ergométrico; ACR: aptidão cardiorrespiratória.

*

FC submáxima prevista para toda a faixa etária pediátrica (crianças e adolescentes).

**

Os valores de FC máxima podem apresentar variação individual significativa entre 5 e 10 bpm.

***

Descrever o uso de medicamentos que possam afetar o comportamento da FC.

3.2.2. Resposta da Pressão Arterial

O comportamento da PA é uma variável importante do TE/TCPE em população pediátrica, por refletir as adaptações do débito cardíaco e resistência vascular periférica com o esforço. 418 , 419

Em relação à avaliação da PA no pré-teste, em repouso, recomenda-se a adoção dos critérios de PA da Tabela 21 , baseados na Diretriz Brasileira de Hipertensão, que consideram a idade, o sexo e o percentil de estatura das crianças e adolescentes (consultar Anexos 2 e 3 ). 322

Tabela 21. Definição da pressão arterial em repouso no TE/TCPE de acordo com a faixa etária 322 .
Crianças de 1 a <13 anos de idade Crianças com idade ≥13 anos
PA em repouso normal: <P90 para idade, sexo e estatura. PA em repouso normal: <120/<80 mmHg.
PA em repouso elevada:
  • PAS ≥P90 e/ou PAD ≥P95 para idade, sexo e estatura.

PA em repouso elevada:
  • PA ≥120/≥80 mmHg.

PA: pressão arterial; P: percentil; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. Consultar os percentis nos Anexos 2 e 3 .

Em relação ao comportamento da PA com o esforço, normalmente observa-se um aumento progressivo da PAS, que contribui para o aumento do débito cardíaco, cuja magnitude está diretamente relacionada à intensidade do esforço. Os valores de PAS atingidos no pico do esforço (PASpico), mesmo que não estejam associados à exaustão física (esforço máximo), também são proporcionais à idade (quanto maior a idade, maior a PASpico), à ASC (quanto maior a área, maior a PASpico) e à PAS no pré-teste. A PAS máxima (PASmax) é considerada a PAS medida no esforço máximo. Entretanto, ocasionalmente, pacientes pediátricos aparentemente saudáveis podem apresentar apenas discreto aumento da PAS com o esforço. 403 , 420

A ASC tem sido utilizada como critério para definição do percentil de normalidade e avaliação do comportamento da PAS. Por exemplo, crianças do mesmo sexo e idade com ASC diferentes terão comportamento distintos da PASmax: a criança com ASC de 1,25 m 2 apresentará PASmax de 140 mmHg, enquanto outra com ASC de 1,75 m 2 atingirá 160 mmHg. 421 , 422

A PASmax/PASpico, ou quando medida imediatamente após a interrupção do esforço, são consideradas padrão de avaliação da capacidade inotrópica cardíaca. Alterações do comportamento da PA são úteis para diagnóstico, definição terapêutica e estratificação de risco em crianças e adolescentes com CC, valvopatias, IC ou suspeita de hipertensão arterial sistêmica (HAS). 53 , 418 , 419

No período de recuperação, observa-se um declínio progressivo da PAS com retorno aos níveis de repouso em cerca de 6 minutos. Após esse período, a PAS geralmente permanece mais baixa do que os níveis pré-esforço por várias horas. 423

A PAD normalmente permanece constante com o esforço, independentemente de idade e sexo, devido à vasodilatação esforço-induzida. O limite de variação da PAD situa-se em torno de ±10 mmHg. Pode ocorrer queda discreta da PAD em crianças aparentemente saudáveis. 424

Estudo em adolescentes brasileiros normotensos sobre o comportamento da PA no TE demonstrou aumento da PAS e queda da PAD durante o esforço em todas as faixas etárias e ambos os sexos. 425 Outros estudos demonstraram que o incremento da PAS e a resposta cronotrópica foram significativamente menores em crianças portadoras de CC complexas e cardiomiopatia dilatada. 155 , 395 , 426

A ausência de aumento adequado da PAS com o esforço pode ser indicativa de possível disfunção cardíaca. A queda persistente da PAS com a progressão do esforço pode estar relacionada à IC ou obstrução de via de saída do ventrículo esquerdo (exemplos: estenose aórtica grave, cardiomiopatia hipertrófica assimétrica).

Estudos nacionais e internacionais buscaram avaliar o comportamento da PA em crianças e adolescentes submetidas ao TE e definir valores de referência e equações preditivas desse comportamento. Devido à grande heterogeneidade das populações estudadas e dos resultados obtidos, ainda não foi possível estabelecer um critério único de normalidade para o comportamento da PA no TE. 38 , 305 , 403 , 419 , 422 , 425 , 427 , 428

Para a avaliação da PASmax, sugerimos a utilização de:

  • Equação de predição baseada em sexo e idade ( Tabela 22 ) para a faixa etária de 7 a 17 anos; ou

  • Normograma baseado no sexo e ASC ( Figura 2 ) para a faixa etária de 6 a 15 anos.

Tabela 22. Valores preditos da PASpico baseados em modelo de regressão linear para idade e sexo.
PASpico (mmHg)
Idade Meninos Meninas
P90 P95 Média prevista P90 P95 Média prevista
7 161 167 132 169 174 142
8 166 171 136 170 175 143
9 170 176 141 172 177 145
10 175 180 145 173 178 146
11 179 185 150 174 179 147
12 184 189 154 176 181 149
13 188 194 159 177 182 150
14 192 198 163 178 184 151
15 197 203 168 180 185 153
16 201 207 172 181 186 154
17 206 212 177 183 188 156
Fórmulas * PAS P95 =
135,40 + 4,48 x idade
PAS P90 =
129,75 + 4,48 x idade
PAS média prevista =
100,39 + 4,48 x idade
PAS P95 =
164,39 + 1,37 x idade
PAS P90 =
159,21 + 1,37 x idade
PAS média prevista =
132,27 + 1,37 x idade

P: percentil; PAS: pressão arterial sistólica.

*

Idade em anos. Adaptado de: Sasaki T et al. Blood Pressure Response to Treadmill Cardiopulmonary Exercise Test in Children with Normal Cardiac Anatomy and Function. 424

Figura 2. Nomogramas de comportamento da pressão arterial sistólica máxima em relação ao sexo, raça e área de superfície corporal. A linha contínua representa o percentil 50 (P50) da pressão arterial sistólica. A linha tracejada superior representa o percentil 95 (P95), enquanto a linha tracejada inferior representa o percentil 5 (P05). Área de superfície corporal (m2). Adaptado de: Alpert BS et al. Responses to Ergometer Exercise in a Healthy Biracial Population of Children. 422 .

Figura 2

Os critérios recomendados para a avaliação e descrição do comportamento da PA no TE em crianças e adolescentes são apresentados na Tabela 23 .

Tabela 23. Comportamento da pressão arterial ao TE/TCPE em crianças e adolescentes.
Termo Critérios **
PA normal em repouso
  • 1 a <13 anos de idade: PA em repouso normal: <P90 para idade, sexo e estatura.

  • ≥13 anos: PA em repouso normal: <120/<80 mmHg ( Tabela 21 ). *

PA elevada em repouso
  • 1 a <13 anos de idade: PAS ≥P90 e/ou PAD ≥P95 para idade, sexo e estatura.

  • ≥13 anos: PA ≥120/≥80 mmHg ( Tabela 21 ).*

Resposta normal da PA ao esforço e recuperação
  1. PA normal em repouso.

  2. Esforço: ***

    • PAS ≤P95 (baseado em tabelas de referência ajustadas para idade e sexo), ou

    • PAS ≤P90 na faixa de 7 a 17 anos ( Tabela 22 ), ou

    • PAS menor que os valores máximos previstos para idade e sexo: 12 a 13 anos = ♀ e ♂ 172; 14 a 15 anos = ♀174,7/♂177,3; 16 a 17 anos = ♀ 178,5/♂ 201,3 mmHg. 38 , 41

    • Variação máxima da PAD de ±10 mmHg (♀ e ♂).

  3. Recuperação: queda da PAS gradativa até retorno aos padrões de repouso em torno dos 6 minutos.

Hipertensão pré-teste com resposta normal da PA ao esforço
  1. PA elevada em repouso.

  2. Esforço: ***

    • PAS ≤P95 (baseado em tabelas de referência ajustadas para idade e sexo), ou

    • PAS ≤P90 na faixa de 7 a17 anos ( Tabela 22 ), ou

    • PAS menor que os valores máximos previstos para idade e sexo: 12 a 13 anos = ♀ e ♂ 172; 14 a 15 anos = ♀174,7/♂177,3; 16 a 17 anos = ♀178,5/♂201,3 mmHg. 38 , 41

    • Variação máxima da PAD de ±10 mmHg (♀ e ♂).

Resposta hipertensiva/exagerada ao esforço
  1. PA em repouso poderá estar normal ou elevada.

  2. Esforço: ***

    • PAS >P95 (baseado em tabelas de referência da PA ao esforço ajustadas para idade e sexo), ou

    • PAS >P90 na faixa de 7 a 17 anos ( Tabela 22 ), ou

    • PAS ≥ que os valores máximos previstos para idade e sexo: 12 a 13 anos = ♀ e ♂ 172; 14 a 15 anos = ♀ 174,7/♂ 177,3; 16 a 17 anos = ♀ 178,5/♂ 201,3 mmHg. 38 , 41

    • Elevação de PAD ≥15 mmHg (♀ e ♂).

Hipotensão/queda da PA intraesforço ****
  1. PAS no esforço com valor inferior ao da PAS de repouso, 8 ou

  2. PAS com aumento inicial no esforço e subsequente queda ≥20 mmHg.

Reserva pressórica deprimida ΔPAS = PASpico esforço – PAS repouso. 424
  1. ♂: idade 7 a 11 anos = ΔPAS <10 mmHg; idade 12 a 17 anos = ΔPAS <20 mmHg;

  2. ♀: ΔPAS <10 mmHg (7 a 17 anos).

Resposta normal da PA na recuperação
  • PAS apresenta redução progressiva. Aos 6 minutos, a PAS e a PAD retornam aos valores de repouso.

PA: pressão arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; ΔPAS: variação da PAS com o esforço; P: percentil; ♂ = masculino; ♀ = feminino.

*

Consultar os valores da PA em relação aos percentis nos Anexos 2 e 3 .

**

Descrever se a resposta da PA é em vigência de uso ou não de anti-hipertensivos.

***

Relatar a tabela de referência e o valor do percentil utilizados.

****

Raramente crianças e adolescentes sem doença cardíaca clinicamente significativa apresentarão hipotensão esforço-induzida; pode estar relacionada à desidratação, dose inadequada de anti-hipertensivo ou esforço extenuante prolongado.

Particularidades da resposta da PA no TE em população pediátrica:

  • Hipertensão do avental branco: geralmente apresentam resposta exagerada da PAS com o esforço, podendo representar um estado pré-hipertensivo. 46

  • Risco futuro de hipertensão: há evidências de que a resposta exagerada da PA ao esforço em crianças e adolescentes aparentemente saudáveis seja preditora de HAS futura. 429 , 430

  • Associação com HVE: resposta hipertensiva da PAS e/ou da PAD em crianças e adolescentes normotensos (principalmente naqueles com história familiar de hipertensão) se correlacionam com grau de HVE. 47 , 431433

  • Estenose aórtica: à medida que a estenose da valva aórtica (subvalvar ou supravalvar) se torna mais grave, o aumento da PAS ao esforço é significativamente menor. Na estenose grave, a elevação da PAS geralmente situa-se entre 10 e 20 mmHg. 134 , 383 , 434 , 435 Raramente ocorre queda da PAS no esforço, que se relaciona ao comprometimento da função ventricular (gradiente >70 mmHg). 436 O ΔPAS ao esforço ≥35 mmHg demonstrou melhor prognóstico. 437

  • Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) : o ΔPAS ao esforço <20 mmHg ou queda da PAS >20 mmHg em crianças e adolescentes estão associados ao maior risco de morte cardíaca. 155 , 438

  • Coarctação da aorta ( CoAo ): após correção cirúrgica bem-sucedida, até um terço dos pacientes permanece ou se torna hipertenso. A reposta hipertensiva ao esforço é comum, mesmo na ausência de obstrução residual significativa. 49 , 439 , 440

  • Atletas: a elevação da PAS em crianças e adolescentes fisicamente ativos costuma ser mais lenta do que em sedentários e obesos. 441 Adolescentes aparentemente saudáveis e altamente treinados geralmente apresentam ΔPAS maior do que os não treinados. Equações para predição da PAS em atletas (entre 10 e 18 anos) em qualquer momento do TE: 442

Sexo masculino: PAS esforço (mmHg) = −1,92 × idade + 0,55 × carga de trabalho + 120,84

Sexo feminino: PAS esforço (mmHg) = −0,88 × idade + 0,48 × carga de trabalho + 111,22

Observação: idade em anos; carga de trabalho em watts (W).

3.2.3. Duplo-Produto

O duplo-produto (DP) expressa o VO2 miocárdico, sendo calculado através da multiplicação da FC pela PAS a qualquer momento do TE/TCPE:

DP(bpm.mmHg)=FCxPAS

Em crianças e adolescentes, o DP em repouso geralmente é influenciado pelo sexo (menor no sexo feminino), pelos índices antropométricos (IMC, relação cintura quadril e percentual de gordura corporal) e nível de ACR. O Anexo 4 apresenta informações sobre valores do DP em repouso e no pico do esforço de população pediátrica aparentemente saudável, com IC e com CoAo. 428 , 443 , 444

Comportamento do DP:

  • Em crianças aparentemente saudáveis, correlacionou-se positivamente com a idade.

  • No segundo estágio de protocolo incremental e no pico do esforço, é útil na previsão de hipertensão sistólica na adolescência, independentemente da PAS de repouso e dos fatores de risco CV convencionais. 445

  • Pacientes com doença de Kawasaki apresentam DP máximo significativamente menor. 15

3.3. Respostas Eletrocardiográficas

Para a adequada análise, descrição e interpretação das respostas eletrocardiográficas na população pediátrica, recomenda-se:

  • Verificar o posicionamento e a correta fixação dos eletrodos para minimizar erros e artefatos. 446 , 447

  • Considerar os efeitos dos filtros de ECG que estiverem sendo utilizados (alta, média, baixa frequência) para a estabilização da linha de base, redução de artefatos musculares e de rede elétrica. Em adolescentes, utilizar filtros de alta frequência de no mínimo 150 Hz e, em crianças, até 250 Hz. Filtros com frequências mais baixas podem interferir na captação das espículas de MP. 308 , 448 , 449

  • Sugere-se utilizar sistemas de medições automatizados para os intervalos, durações e amplitudes das ondas e segmentos do ECG adaptados e validados para a população pediátrica. 11 , 188 , 450

  • Utilizar a normatização para a emissão de laudos eletrocardiográficos da Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos – 2022 e os valores de referência dos principais parâmetros eletrocardiográficos ajustados às diversas faixas etárias da população pediátrica ( Tabela 24 ). 308 , 451

  • Revisar os valores das medidas automatizadas de modo a afastar erros por possíveis interferências, artefatos ou anormalidades do traçado subjacente. 452 , 453

  • Descrever de maneira detalhada e contextualizada o registro eletrocardiográfico para a população pediátrica e suas doenças.

Tabela 24. Valores de referência dos principais parâmetros eletrocardiográficos em repouso de crianças e adolescentes.
1-3 anos 3-5 anos 5-8 anos 8-12 anos 12-16 anos
Mín Máx Mín Máx Mín Máx Mín Máx Mín Máx
FC (bpm) 89 152 73 137 65 133 62 130 60 120
P Dll amplitude (mV) 0,07 0,25 0,03 0,25 0,04 0,25 0,03 0,25 0,03 0,25
P duração (ms) 63 113 67 102 73 108 78 117 78 122
SâP -12 19 -13 69 -54 72 -17 76 -24 76
PRi Dll (ms) 80 150 80 160 90 160 90 170 90 180
SâQRS 7 102 6 104 10 139 6 116 9 128
QRS V5 (ms) 30 80 30 70 30 80 40 90 40 90
Q aVF (mV) 0,00 0,32 0,00 0,29 0,00 0,25 0,00 0,27 0,00 0,24
Q V1 (mV) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Q V6 (mV) 0,00 0,28 0,01 0,33 0,01 0,46 0,01 0,28 0,00 0,29
R V1 (mV) 0,20 1,80 0,10 1,80 0,10 1,40 0,10 1,20 0,10 1,00
R V6 (mV) 0,60 2,30 0,80 2,50 0,80 2,60 0,90 2,50 0,70 2,30
S V1 (mV) 0,10 2,10 0,20 2,20 0,30 2,30 0,30 2,50 0,30 2,20
S V6 (mV) 0,00 0,70 0,00 0,60 0,00 0,40 0,00 0,40 0,00 0,40
T V1 (mV) -0,60 -0,10 -0,60 0,00 -0,50 0,20 -0,40 0,30 -0,40 0,30
T V6(mV) 0,10 0,60 0,15 0,70 0,20 0,75 0,20 0,70 0,10 0,70
R/S V1 0,10 4,30 0,03 2,70 0,02 2,00 0,02 1,90 0,02 1,80
R/S V6 0,30 27,00 0,60 30,00 0,90 30,00 1,50 33,00 1,40 39,00
QTc (ms) 381 455 377 448 365 447 365 447 362 449

Mín: mínima; Máx: máxima; ms: milissegundos; mV: milivolts; FC: frequência cardíaca; bpm: batimentos por minuto; PRi: intervalo PR; QTc: intervalo QT corrigido; SâP: eixo da onda P; SâQRS: eixo dos complexos QRS. Adaptado de: Samesima N et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos – 2022. 308

Quanto ao ECG na população pediátrica: 451

  • Deve ser avaliado de acordo com a idade da criança. Crianças menores apresentam padrão precordial com domínio do VD e, com a progressão dos anos, assume padrão do ECG do adulto com predomínio fisiológico do VE.

  • Nas CC, o ECG reflete as alterações anatômicas e suas repercussões hemodinâmicas sobre as câmaras cardíacas.

  • As deformidades torácicas, má posição cardíaca e/ou alterações do ritmo cardíaco limitam a interpretação.

3.3.1. ECG de Repouso

Existem alterações no ECG de repouso em crianças e adolescentes que estão associadas a condições patológicas, maior risco de complicações durante o TE/TCPE e risco de morte súbita ( Tabela 25 ). Essas alterações podem interferir na interpretação de alterações esforço-induzidas.

Tabela 25. Alterações no ECG de repouso em crianças e adolescentes associadas a condições patológicas, maior risco de complicações ao TE/TCPE e risco de morte súbita 64 , 462 .
Componente do ECG Alteração Associação
Onda P Aumento, sobrecarga do átrio esquerdo: porção negativa da onda P na derivação V1 com profundidade ≥0,1 mV e duração ≥0,04 s. Valvopatia; CC.
Aumento, sobrecarga do átrio direito (SAD): onda P pontiaguda nas derivações II e III ou V1 com amplitude ≥0,25 mV. Valvopatia; CC.
Complexo QRS Desvio do eixo do plano frontal: para direita ≥ +120° ou esquerda −30° a -90°. CC; CMD; distúrbio da condução intraventricular.
Aumento de amplitudes: amplitude da onda R ou S em uma das derivações dos membros ≥2 mV, onda S na derivação V1 ou V2 ≥3 mV, ou onda R na derivação V5 ou V6 ≥3 mV. CC; HVE; valvopatia.
Ondas Q anormais (duração ≥0,04 s ou ≥25% da altura da onda R subsequente) ou padrão QS em duas ou mais derivações. CMH; CMD; VENC; miocardite; IAM prévio.
Bloqueio de ramo direito ou esquerdo com duração de QRS ≥0,12 s. CMD; CMH; VENC; sarcoidose; miocardite; CC.
Onda épsilon (deflexão positiva no final do QRS nas derivações V1 e V2). CAVD.
Segmento ST, Onda T e QTc Infradesnivelamento do segmento ST. CC; CMH; CMD; VENC; CAVD; miocardite.
Inversão ou achatamento da onda T em duas ou mais derivações (derivações laterais). CMH; CMD; VENC; CAVD; miocardite.
Prolongamento do intervalo QT corrigido pela frequência cardíaca >0,44 s em no sexo masculino e >0,46 s no sexo feminino. Síndrome do QT longo.
Anormalidades de ritmo e condução Batimentos ventriculares prematuros ou arritmias ventriculares mais graves. CMH; CMD; VENC; CAVD; miocardite; sarcoidose.
Taquicardias supraventriculares, flutter atrial ou fibrilação atrial. Doença miocárdica ou elétrica.
Intervalo PR curto (<0,12 s) com ou sem onda "delta". WPW; síndrome do PR curto.
Bradicardia sinusal com frequência cardíaca de repouso ≤40 bpm. CC; doença do nó sinusal; doença miocárdica ou elétrica.
Bloqueio atrioventricular de primeiro (PR ≥0,21 s), segundo ou terceiro grau. Doença miocárdica ou elétrica; bloqueio atrioventricular congênito.

BRE: bloqueio de ramo esquerdo; CAVD: cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito; IAM: infarto agudo do miocárdio; CMD: cardiomiopatia dilatada; CMH: cardiomiopatia hipertrófica; VENC: ventrículo esquerdo não compactado; CC: cardiomiopatia congênita; WPW: Síndrome de Wolff-Parkinson-White; HVE: hipertrofia ventricular esquerda; QTc: intervalo QT corrigido.

O padrão de repolarização precoce (PRP) é comum na população pediátrica, devendo ser contextualizado: 454 , 455

  • O padrão ascendente difuso é comum entre os jovens, naqueles de etnia europeia, sendo encontrado igualmente em ambos os sexos e sem correlação aparente com arritmias atriais ou ventriculares. 456

  • Atletas pediátricos costumam apresentar ponto J com entalhe e segmento ST rapidamente ascendente e côncavo, principalmente nas derivações ínfero-laterais. Outras alterações: bradicardia sinusal em repouso, aumento da voltagem da onda R em derivações precordiais e periféricas, aumento do índice Sokolow. 457

  • Nos atletas com idade ≥14 anos, sugere-se utilizar os critérios de Seattle para o aprimoramento diagnóstico do PRP. 458460

Outras causas de PRP: padrão de ST juvenil, hipotermia ou hipertermia, hipocalcemia, hiperpotassemia, doença pericárdica (pericardite, cisto pericárdico, tumor pericárdico), tumor do miocárdio (lipoma), cardiomiopatia hipertensiva, isquemia miocárdica, timoma, cardiomiopatia arritmogênica do VD, cardiomiopatia de Takotsubo, miocardite e doença de Chagas. 458 , 459 , 461

3.3.2. Respostas ao Esforço e Recuperação

Na população pediátrica saudável, as respostas eletrocardiográficas do TE/TCPE (esforço e recuperação) são geralmente diferentes das observadas em adultos, inclusive quanto aos critérios de isquemia, cujas particularidades serão apresentadas a seguir.

3.3.2.1. Onda P e Intervalo PR

No ECG de repouso, as ondas P representam a despolarização atrial e são melhor visualizadas em DII e V1. A condução normal do nó sinoatrial resultará em uma onda P positiva nas derivações I, II e aVF. A amplitude máxima da onda P não muda significativamente durante a infância ( Tabela 24 ), e sua duração geralmente é <100 ms. É considerada como anormal se amplitude >0,25 mV (2,5 mm) em DII, em qualquer idade. 450 , 463465

Em crianças, os critérios de amplitude e duração na hipertrofia atrial só devem ser aplicados quando o ritmo for sinusal com eixo de onda P entre 0 e 90°. Onda P com amplitude >0,25 mV (2,5 mm) sugere aumento do átrio direito. Onda P entalhada e alargada (duração >110 ms) em DII e/ou bifásica em V1 com deflexão terminal negativa >40 ms sugere aumento do átrio esquerdo. 466 , 467

A dispersão da onda P corresponde à diferença entre os valores máximo e mínimo de duração das ondas P nas derivações do ECG. A dispersão da onda P e a duração máxima da onda P no ECG de repouso são úteis para avaliar o padrão de distribuição do impulso sinusal, os tempos de condução intra e interatrial, apresentando valor preditivo positivo (VPP) para arritmias em crianças com CC. 468 , 469

O intervalo PR (PRi) varia com a faixa etária da criança (vide Tabela 24 ). Seu limite inferior encontra-se entre 80 e 90 ms, e o limite superior entre 150 e 180 ms. Principais alterações quanto à duração do PRi:

  • Prolongado geralmente associado a CC, miocardite e hipercalemia.

  • Curto, associado a síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) e suas variantes, e doença de armazenamento de glicogênio.

Durante o TE, geralmente observam-se:

  • Aumento da amplitude da onda P. Em crianças aparentemente saudáveis, de ambos os sexos entre 5 e 12 anos (média 10,3 anos), a amplitude da onda P no pico do esforço pode atingir 2,57±0,76 mm (ECG de repouso: 1,84±0,48 mm; p<0,001). 470

  • Diminuição progressiva do PRi com o aumento da FC por aceleração na transmissão dos potenciais através dos átrios e do nó atrioventricular (ativação simpática). No pico do esforço, o PRi geralmente situa-se entre 100 e 140 ms. 177

  • Na recuperação, frequentemente observa-se aumento da duração do PRi com diminuição da FC, que podem estar associadas a arritmia sinusal, curtos períodos de ritmo juncional e ritmo atrial ectópico.

Respostas anormais durante o TE:

  • Duração prolongada da onda P, duração máxima da onda P aumentada e aumento da dispersão da onda P no ECG de repouso têm sido descritas associadas à comunicação interatrial ostium secundum em crianças saudáveis, hipertrofia atrial, estenose pulmonar, tetralogia de Fallot, síndrome de Eisenmenger, pós-cirurgia de Fontan, bloqueio interatrial, cardiomiopatia induzida pela quimioterapia, arritmias, hipertensão e infecções virais. 464 , 468 , 471475

  • Ritmo atrial ectópico (ondas P invertidas nas derivações II e/ou aVF) no ECG de repouso, normalmente retorna ao ritmo sinusal com o esforço/aumento da FC. A persistência do ritmo atrial ectópico geralmente é observada em pacientes com CC. 476 , 477

  • Em crianças e adolescentes com bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau acentuado (PRi extremamente prolongado) no ECG de repouso e sua persistência com a progressão do esforço, costumam ocorrer intolerância ao esforço, palpitações, pré-síncope e síncope associados ao fenômeno de dissociação atrioventricular, diagnosticando a pseudossíndrome do marca-passo. 478 , 479

3.3.2.2. Onda Q

A onda Q apresenta comportamento distinto durante as fases de crescimento da criança. Crianças na faixa etária de 6 meses a 3 anos podem apresentar ondas Q anormais (em DIII e V6) de até 0,6 a 0,8 mV. A amplitude da onda Q atinge seu máximo por volta dos 3 a 5 anos, com subsequente diminuição, mas sem normalizar. 450 , 451 , 463 , 480 , 481

Em crianças aparentemente saudáveis, entre 8 e 16 anos, as ondas Q em V6 podem atingir até 0,23 a 0,5 mV. Em adolescentes, sugere-se adotar os "Critérios Internacionais" em detrimento dos "Critérios de Seattle" quanto às ondas Q patológicas, em que: 482 , 483

  • Nos "Critérios de Seattle", ondas Q patológicas são definidas como >3 mm de profundidade ou >40 ms de duração em duas ou mais derivações (excluindo derivações DIII e aVR). 460

  • Nos "Critérios Internacionais", as ondas Q patológicas são definidas como uma relação Q/R ≥0,25 ou uma onda Q ≥40 ms de duração em duas ou mais derivações (excluindo DIII e aVR). 484

  • A adoção dos "Critérios Internacionais" resultou em redução de ≈84% de ondas Q patológicas falso-positivas, em consequência do aumento da voltagem dos complexos QRS secundários à prática esportiva e/ou baixa impedância em adolescentes magros. 485 , 486

Particularidades da onda Q:

  • Na avaliação pré-teste, ondas Q anormais no ECG de repouso sugerem via acessória a ser confirmada. Ondas Q patológicas isoladas nas derivações V1 e V2 geralmente são decorrentes de posicionamento inadequado dos eletrodos. A ocorrência de ondas Q patológicas em duas ou mais derivações contíguas pode estar associada a cardiomiopatia dilatada, CMH, VE não compactado e infarto prévio (decorrente de doença de Kawasaki, origem anômala de coronárias etc.). 476 , 484 , 487 , 488

  • Em estudo caso-controle com 44 pacientes com doença de Kawasaki (DK), idade de 7,7±4,8 anos, 22 pacientes foram submetidos a TE para investigação de isquemia miocárdica, dos quais 50% apresentaram alterações isquêmicas (7 com onda Q anormal) com DAC significativa à cineangiocoronariografia. O escore de gravidade das lesões coronarianas no SPECT foi significativamente maior naquelas com ondas Q anormais (51,0±38,8 versus 20,0±12,1, p<0,05). 489

3.3.2.3. Onda R e Onda S

Em crianças >3 anos de idade (similarmente ao observado em adultos), observa-se ativação ventricular normal no plano horizontal (derivações precordiais), com onda S dominante em V1, amplitudes de R e S semelhantes em V2 e V3 e ondas R dominantes de V4 a V6. 490

Ao esforço, em crianças aparentemente saudáveis, a amplitude da onda R em derivações nas quais é normalmente proeminente (V5 e V6) geralmente diminui em média 5 mm, entretanto, a amplitude da onda R pode permanecer inalterada ou mesmo aumentar. As respostas da amplitude da onda R aparentemente não têm significado diagnóstico, diferentemente do que ocorre na população adulta. 470 , 491

No ECG de repouso de crianças, a observação de onda R >25 mm em V6, onda Q >5 mm em V6 e onda S >20 mm em V1 sugere HVE. No esforço, a onda S geralmente mantém sua amplitude ou apresenta pequeno aumento, enquanto, na recuperação, costuma ocorrer aumento. 470

Particularidades das ondas R e S na população pediátrica:

  • Estudo em 170 crianças negras aparentemente saudáveis de 7 a 14 anos (idade média de 10,5 anos; 56% do sexo feminino) para determinar o padrão de resposta eletrocardiográfica infantil ao esforço, demonstrou que a amplitude da onda R diminuiu de 27±8 para 22±8 mm (p<0,01), e a amplitude da onda S aumentou de 6,9±4,4 para 7,8±5 mm (p<0,01). 491

  • Estudo em 46 adolescentes (idade média 16,1 anos; sexo masculino) para avaliar a mudança na amplitude da onda R (em V5) durante TE demonstrou que nos normotensos ocorreu redução progressiva da amplitude da onda R (de até 3,8 mm), enquanto nos hipertensos não houve redução (p<0,001). 492

  • Estudo em 55 adolescentes (idade média 15,9 anos; 29 com HAS) para avaliação do efeito de terapia farmacológica no comportamento da amplitude da onda R durante TE demonstrou que, após 16 semanas de tratamento, a amplitude apresentou redução com padrão similar ao dos normotensos. 493

  • A duração do QRS normalmente permanece estável ou diminui ligeiramente durante o esforço progressivo.

3.3.2.4. Onda T e Onda U

Na infância, o padrão da onda T, particularmente nas derivações precordiais, é diferente dos adultos, havendo mudança progressiva no eixo da onda T com a idade. A persistência de onda T positiva em V1 ou V3R além da primeira semana de vida geralmente ocorre na hipertrofia ventricular direita (HVD). Geralmente, a onda T permanece negativa em V1 e V3R na faixa etária de 12 a 16 anos. 494 , 495

Na primeira infância, a onda T é frequentemente negativa nas derivações V2 e V3, positivando com a progressão da idade. Na faixa etária de 8 a 12 anos, apenas 5 a 10% apresentam ondas T negativas em V2. 496499 Em V5 e V6, a onda T geralmente é positiva em todas as faixas etárias. 388 , 500

Presença de onda T negativa no ECG de repouso:

  • São consideradas anormais se em duas ou mais derivações contíguas (excluindo V1, aVR e DIII) e com uma profundidade de ≥1 mm. Nas derivações ínfero-laterais (DII, DIII, aVF, V4-V6) geralmente está associada a CMH e HVE. 501503 Nos atletas adolescentes, em derivações laterais também costuma associar-se a hipertrofia e deslocamento apical dos músculos papilares, podendo ser normal. 504506

  • Assimétricas ou bifásicas, sem depressão do segmento ST e nas derivações V1–V4 são relativamente comuns em adolescentes assintomáticos (idade <16 anos) e atletas jovens negros. 484 , 496 , 501 , 507

  • Em derivações anteriores precedida de elevação do ponto J com supradesnivelamento do segmento ST (SSTs) estão presentes em até 25% dos atletas jovens afro-caribenhos, sendo característica do "coração do atleta negro". 501 , 508 , 509 Entretanto, a ocorrência de SSTs sem elevação do ponto J precedendo a onda T negativa pode estar associada a cardiomiopatia. 508 , 510

  • Em derivações inferiores e anteriores (V1–V3) seguidas de ondas T positivas em V5 (fenômeno da descontinuidade da onda T) estão geralmente associadas a cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CAVD). 511 , 512

Particularidades da onda T no TE:

  • Em crianças saudáveis, a duração da onda T diminui progressivamente com o esforço. Enquanto a amplitude geralmente diminui no esforço leve, subsequentemente aumenta com a progressão do esforço, podendo ultrapassar a amplitude basal no pico do esforço (em V5, de 4,8 mm em repouso para 7,3 mm). 177 , 470 , 491 , 500

  • O TE é normalmente utilizado para avaliação do comportamento da onda T negativa e sua associação com arritmia esforço-induzida, inclusive em atletas adolescentes. 462 , 484 , 504 , 513

  • Na população pediátrica com onda T negativa, assintomática e sem cardiopatias, é frequente a ocorrência de "pseudonormalização da onda T" (positivação da onda T) de forma total (em todas as derivações) ou parcial (em derivações laterais). Esse comportamento é geralmente benigno, não estando associado a risco de eventos. 514 , 515

  • Em atletas jovens com onda T negativa, a ocorrência de TV ou aumento da densidade de extrassístoles ventriculares (EVs) esforço-induzidas é considerada sugestiva de cardiomiopatia arritmogênica. 516 , 517

  • Na síndrome do QT longo congênito (SQTL), pode ocorrer alternância da onda T associada a incompetência cronotrópica, taquiarritmias ventriculares e comportamento paradoxal do QTi (aumentando em vez de diminuir). 6

3.3.2.5. Segmento ST/Infradesnivelamento do Segmento ST

As alterações esforço-induzidas do segmento ST têm sido utilizadas para identificar isquemia miocárdica em crianças, adolescentes e adultos. Na população pediátrica, o critério para isquemia é diferente dos critérios em adultos, correspondendo ao infradesnivelamento do segmento ST (ISTs), de morfologia horizontal (retificado) ou descendente ≥1 mm (≥0,10 mV) medido no ponto Y (em 60 ms do ponto J) em relação à linha de base. 7 , 11 , 177 , 300

Nessa população, são utilizados dois critérios de definição de linha de base para a medição do ISTs ( Figura 3 ): 7 , 11

Figura 3. Métodos de definição da linha de base isoelétrica para medição de alterações do segmento ST. Independentemente do método utilizado, as linhas de base encontradas possuem pontos semelhantes para a medição/quantificação de eventuais desnivelamentos do segmento ST. *Ponto no qual se deve basear a medição do infradesnivelamento pelo método da linha isoelétrica PR.

Figura 3

  1. Método da linha isoelétrica PR: a linha de base (linha isoelétrica PR) é sobreposta ao segmento PR do complexo QRS para identificar o ponto J.

  2. Método da linha isoelétrica PQ-PQ: a linha de base é estipulada conectando os pontos PQ de pelo menos três complexos QRS consecutivos para identificar o ponto J.

O infradesnivelamento isolado do ponto J (sem ISTs) esforço-induzido não deve ser valorizado no diagnóstico de isquemia. Na população pediátrica assintomática e aparentemente saudável, o infradesnivelamento do ponto J pela linha isoelétrica PQ foi observado em 9% dos meninos e em 18% das meninas, enquanto que, pela linha isoelétrica PR, foi de 2,3% em ambos os sexos.

Na população pediátrica aparentemente saudável, é considerado normal e não isquêmico o infradesnivelamento do segmento ST esforço-induzido (ISTE) ( Figura 4 ) com: 7 , 11 , 300

Figura 4. Comportamento do segmento ST e tipos de infradesnivelamento. Infrad.: infradesnivelamento; STs: segmento ST. O infradesnivelamento do segmento ST de qualquer morfologia (<1 mm no ponto Y), principalmente se apresentar normalização precoce (no primeiro minuto da recuperação), é considerado normal (não isquêmico). *Ascendente (depressão do ponto J seguido de infradesnível do segmento ST rapidamente ascendente e sem depressão no ponto Y medido em 60 ms do ponto J) ou ascendente lento (ponto J infradesnivelado com segmento ST ascendendo lentamente além do ponto Y) são considerados normais, não isquêmicos. **Horizontal (retificado) ou descendente, com ISTs ≥1 mm (≥0,10 mV) medido no ponto Y, são considerados alterados, isquêmicos.

Figura 4

  • Morfologia ascendente (depressão do ponto J seguido de infradesnível do segmento ST rapidamente ascendente e sem depressão no ponto Y, medido em 60 ms do ponto J) ou ascendente lento (ponto J infradesnivelado com segmento ST ascendendo lentamente além do ponto Y).

  • Qualquer morfologia com infradesnível <1 mm no ponto Y, principalmente se apresentar normalização precoce (no primeiro minuto da recuperação).

As seguintes situações invalidam a interpretação de alterações da repolarização quanto à isquemia: síndrome de WPW; variantes da síndrome de pré-excitação; BRE; MP artificial estimulando o ventrículo; ISTs ≥1 mm no ECG de repouso; terapêutica com digitálicos; ECG com qualidade técnica insatisfatória. 7

Particularidades do ISTE na população pediátrica:

  • ISTE não associado à isquemia por DAC pode ocorrer na hiperventilação, distúrbios hidroeletrolíticos, anemia, pectus excavatum e prolapso da válvula mitral (PVM). 177 , 286

  • Na estenose aórtica valvar adquirida, o ISTE ocorre em ≈83% dos pacientes, estando relacionado à pressão sistólica do VE, ao gradiente de saída do VE e ao desequilíbrio entre oferta-consumo de O2. Após a correção cirúrgica da estenose aórtica valvar grave, costuma ocorrer redução ou desaparecimento do ISTE. 434 , 518 , 519

  • Na estenose aórtica congênita, também é comum a ocorrência de ISTE. Entretanto, após cirurgia de Ross, não ocorre redução significativa do ISTE. Após valvotomia aórtica (cirúrgica ou por balão), tem sido observado aumento do ISTE. 140

  • Após cirurgia de Fontan, na síndrome do coração esquerdo hipoplásico (SCEH), o ISTE que ocorre em ≈48% dos pacientes não está associado à disfunção ventricular, DAC ou anormalidades de origem coronariana. 520

  • A isquemia esforço-induzida em pacientes com CMH associa-se ao maior risco de morte súbita cardíaca (MSC) [risco relativo (RR): 3,32; intervalo de confiança de 95% (IC95%): 1,27-8,70] e de morte por todas as causas e/ou transplante (RR: 4,86; IC95%: 1,69-13,99). 157

3.3.2.6. Supradesnivelamento do Segmento ST

O supradesnivelamento do segmento ST esforço-induzido (SSTE) é definido como uma elevação do segmento ST ≥1,0 mm (≥0,10 mV) em 60 ms após o ponto J, ocorrendo em duas ou mais derivações, independentemente de presença de onda Q ( Figura 5 ). 1 , 7 , 521

Figura 5. Padrões de supradesnivelamento do segmento ST incluindo a repolarização precoce. STs: segmento ST; Suprad.: supradesnivelamento; SSTs: supradesnivelamento do segmento ST; ms: milissegundos. *Supradesnivelamento do segmento ST esforço-induzido (≥1,0 mm medido a 60 ms após o ponto J). **No padrão de repolarização precoce, o supradesnivelamento do segmento ST deve ser medido a 100 ms após o ponto Jt, sendo também utilizado para avaliar o padrão de supradesnivelamento (ascendente, horizontal/descendente).

Figura 5

Na população pediátrica, o SSTE geralmente está associado a: isquemia miocárdica grave (geralmente transmural) em pacientes com DK, origem anômala de coronárias, após cirurgia de reimplante de coronárias, entre outras; espasmo da artéria coronária por angina vasoespástica/Prinzmetal; aneurisma ventricular esquerdo; isquemia peri-infarto. 521524

Sugere-se a utilização da descrição das derivações comprometidas por manifestações isquêmicas: 1 , 308

  1. V1, V2, V3 (provável parede anterosseptal).

  2. V1, V2, V3 e V4 (provável parede anterior).

  3. V3, V4 ou V3-V5 (provável parede anterior localizada).

  4. V4, V5, V6, D1 e aVL (provável parede ântero-lateral).

  5. V1 a V6, D1 e aVL (provável parede anterior extensa).

  6. V5 e V6 (provável parede lateral).

  7. D1 e aVL (provável parede lateral alta).

  8. D2, D3 e aVF (provável parede inferior).

Particularidades do SSTE: 1 , 7 , 521

  • No ECG de repouso, a presença de SSTs geralmente está associada a padrão de repolarização precoce, síndrome de Brugada (SBr), miocardite/pericardite e infarto prévio (com onda Q patológica).

  • Nos padrões de repolarização precoce e de SBr, geralmente observa-se a redução/desaparecimento do SSTs com o esforço. 126 , 525 , 526

  • O SSTE ≥0,3 mV (3 mm) em derivações sem ondas Q é critério de interrupção do esforço.

3.3.2.7. Repolarização Precoce

A repolarização precoce, na maioria dos pacientes, é uma variante assintomática e benigna do ECG, com elevação do ponto J e supradesnivelamento característico do segmento ST. Entretanto, parte dos pacientes apresenta quadro clínico e padrões eletrocardiográficos específicos de repolarização precoce que estão associados a MSC, configurando a síndrome de repolarização precoce. O padrão de repolarização precoce (PRP) pode ser observado em 1 a 13% da população geral. 527 , 528

As particularidades do ECG de repouso no PRP são: 529 , 530

  1. Duração dos complexos QRS <120 ms.

  2. Presença de entalhe ou de ligadura no final do QRS em inclinação descendente de onda R proeminente. Se houver um entalhe, ele deve ficar totalmente acima da linha de base. O início de uma ligadura (Jo) também deve estar acima da linha de base ( Figura 5 ).

  3. O ponto Jp (pico do entalhe do ponto J) deve ser ≥0,1 mV em duas ou mais derivações contíguas do ECG, exceto de V1 a V3. 531

  4. Atletas pediátricos costumam apresentar ponto J com entalhe e segmento ST rapidamente ascendente e côncavo, principalmente nas derivações ínfero-laterais. Outras alterações: bradicardia sinusal em repouso, aumento da voltagem da onda R em derivações precordiais e periféricas e aumento do índice Sokolow. 457

  5. Nos atletas com idade ≥14 anos, sugere-se utilizar os critérios de Seattle para o aprimoramento diagnóstico. 458460 , 484 , 501 , 532

No PRP, o SSTs deve ser medido a 100 ms após o ponto Jt (final do entalhe do ponto J). Além da magnitude do supradesnivelamento, deve ser descrito o seu padrão: 454 , 455

  • "repolarização precoce com segmento ST ascendente", quando o segmento ST estiver inclinado para cima e seguido por uma onda T vertical.

  • "repolarização precoce com segmento ST horizontal ou descendente", quando o segmento ST for horizontal ou descendente (inclinado descendente).

Comportamento e significado do PRP no TE:

  • Comum em adolescentes, geralmente apresenta redução progressiva com o esforço, podendo ocorrer seu desaparecimento em cargas moderadas. O PRP com SSTs ascendente rápido, em derivações ântero-laterais, tem sido encontrado em atletas. 533

  • Em TE realizado após MSC abortada, arritmia ventricular sustentada e/ou síncope inexplicada, observou-se PRP persistente ao esforço. 534

  • A ocorrência de TV polimórfica esforço-induzida é marcador de alto risco para MSC. 527 , 535

  • Na população em geral, o retorno do PRP na recuperação é progressivo e lento. 536 , 537

3.3.2.8. Intervalo QT

O intervalo QT (QTi) é medido do início do QRS ao término da onda T, representando a duração total da atividade elétrica ventricular. 538540

A avaliação do QTi durante o esforço e recuperação apresenta vários desafios em crianças e adolescentes:

  • A medição precisa do QTi é, muitas vezes, dificultada pelo retorno irregular da porção terminal da onda T à linha de base.

  • Em FC elevada, é comum observar a fusão das ondas T e P, dificultando identificar o final da onda T.

O aumento da velocidade de repolarização miocárdica ventricular associada ao esforço se reflete na diminuição progressivamente do QTi até o esforço máximo, aumentando linearmente na recuperação. 541

Devido à variação do QTi com a FC, recomenda-se corrigir o QTi pela FC (QTc) segundo a fórmula de Bazzet:

QTc=QTiRR

*QT medido em milissegundos e distância entre RR em segundos.

A Tabela 24 apresenta os valores de referência do QTc por faixa etária pediátrica.

A fórmula ideal de ajuste do QTc no TE permanece controversa. A interpretação do QTc e sua comparação aos resultados dos estudos da literatura dependem da fórmula utilizada. 124 , 542544

Em estudos que investigam alterações de repolarização (por exemplo, nas síndromes do QT longo, defeitos cardíacos congênitos ou na avaliação de novos medicamentos), a fórmula de Bazzet apresenta limitações para FC <60 bpm ou >90 bpm, situações em que se sugere a utilização das fórmulas de Fridericia ou Framingham: 308 , 544546

QTc(fórmuladeFridericia)=QT/RR3QTc(fórmuladeFramingham)=QT+0,154(1-RR)

Em crianças de 1 a 15 anos, um QTc >440 ms é considerado o limite superior/limítrofe, enquanto o QTc >460 ms é considerado prolongado (independente do sexo). O QTc é considerado curto quando <340 ms. 308 , 451

A avaliação do comportamento do QTc tem importância no diagnóstico da SQTL congênita, na qual o seu aumento pode ocorrer durante o esforço e a recuperação.

Particularidades do QTi e do QTc na população pediátrica:

  • O QTi na recuperação aumenta à medida que a FC diminui em ≈15 ms a cada redução de 10 batimentos na FC, retornando ao padrão de repouso em torno de 4 a 5 minutos. 547

  • Em crianças com QTc limítrofe/escore de Schwartz intermediário, o TE permite estratificar o risco, selecionando as que devem ser submetidas a testes genéticos de modo seletivo. 57 , 547549

  • O QTc absoluto ≥460 ms na recuperação ou com aumento paradoxal do QTc (ΔQTc = QTc recuperação – QTc basal, com valor ≥30 ms), distinguiu pacientes com SQTL1 com fenótipo manifesto do tipo oculto. 542

  • Na triagem para SQTL em crianças, o uso da fórmula de Bazett associa-se a elevado número de falsos-positivos, especialmente se a FC estiver aumentada. Nesses casos, sugere-se utilizar a fórmula de Fridericia. 544

3.3.3. Distúrbios Condução Atrioventricular, Intraventricular e da Formação do Impulso na População Pediátrica
3.3.3.1. Distúrbios Condução Atrioventricular

Em crianças e adolescentes, o BAV de primeiro grau e o BAV de segundo grau Mobitz tipo I geralmente estão associados à atividade parassimpática acentuada, sendo comum em adolescentes altamente treinados e em indivíduos que possuem tônus vagal acentuado. No ECG de repouso, é observado em 0,65 a 1,1% das crianças e em até 12% de adolescentes aparentemente saudáveis. 550 , 551 Geralmente, desaparecem com o esforço progressivo devido à retirada da atividade vagal e o aumento da atividade simpática. Raramente são desencadeados pelo esforço. 105

O BAV de segundo grau tipo II geralmente representa doença do sistema de condução AV (infranodal). Raramente é encontrado em atletas jovens aparentemente saudáveis. Pode estar associado ao bloqueio de ramo e ser secundário à cirurgia cardíaca prévia. O TE é útil na identificação do nível anatômico do bloqueio AV e estratificação de risco. 552 , 553

Na população pediátrica, o BAV de terceiro grau ou completo: 108 , 115 , 554 , 555

  • No bloqueio atrioventricular total (BAVT) congênito, há indicação de MP definitivo: sintomáticos; FC de repouso <55 bpm ou <70 bpm quando associado à cardiopatia estrutural. A Tabela 28 apresenta as principais causas de BAVT. 107 , 114

  • O TE pode ser realizado no BAVT congênito se não houver doenças (congênitas ou não) que reduzam a segurança do paciente.

  • O TE é empregado para documentar a sintomatologia, avaliar o aumento da resposta do escape ventricular, determinar eventual ocorrência de ectopias e sua repercussão hemodinâmica.

  • Muitos pacientes podem apresentar ACR normal.

  • Não devem ser utilizadas equações de predição de VO2max e nem de FCmax.

  • Existe variabilidade considerável na FC de escape que pode ser gerada pelo marca-passo ventricular intrínseco, normalmente entre 50 e 145 bpm.

  • A evolução natural do BAVT congênito consiste no declínio progressivo das frequências ventriculares ao longo da vida. No ECG de repouso, entre 6 e 10 anos, observa-se FC média de 50 bpm; entre 16 e 20 anos, de 45 bpm; e acima de 40 anos, de 38 bpm.

  • Fadiga, dispneia, tontura e ectopias ventriculares esforço-induzidas foram responsáveis por 26,5% dos implantes de MP. 556

  • A ectopia esforço-induzida é frequente (50 a 70% dos pacientes) e associou-se ao aumento de risco de morte súbita.

  • Nos pacientes com BAVT e graves anormalidades estruturais cardíacas a morte súbita, geralmente está associada a arritmia ventricular complexa. O BAVT localizado no sistema His-Purkinje apresenta pior prognóstico. 116 , 557 , 558

Tabela 28. Etiologia das bradiarritmias na população pediátrica 575 , 578 , 583585 .
Bradicardia sinusal/juncional
Origem Causas
Adaptativa Hipervagotonia em atletas altamente treinados; indivíduos com tônus vagal acentuado.
Respiratória Hipóxia; apneia/bradicardia da prematuridade.
Cardíaca Disfunção do nó sinusal (hereditária ou secundária); cardiopatias congênitas; defeito do septo atrial; após cirurgia cardíaca/reparo transcateter.
Genética Distúrbios hereditários progressivos da condução cardíaca: SCN5A, TBX5, SCN1B-LOF, CASQ2, HCN4 etc.
Neurocardiogênica Aumento do tônus vagal; reflexo de Bezold-Jarisch; situacional (tosse, crises de retenção da respiração, sono etc.); estimulação esofágica, nasofaríngea, peritoneal ou retal.
Neurológica Aumento da pressão intracraniana; malformação de Chiari.
Psiquiátrica Anorexia nervosa.
Endócrina Hipotireoidismo.
Medicamentosa Betabloqueadores; agonistas alfa-2; fentanil; fenilefrina; metoxamina.
Miscelânia Hipotermia. Hipoglicemia. Anormalidades eletrolíticas: hipo/hipercalemia; hipo/hipercalcemia; hipomagnesemia.
Bloqueio atrioventricular total/terceiro grau
Origem Causas
Cardíaca Congênito; cardiopatias congênitas; distúrbios genéticos; síndrome do QT longo; transposição das grandes artérias; cirurgia cardíaca; doença arterial coronariana.
Imunológica Doença do tecido conjuntivo materno; lúpus eritematoso sistêmico; síndrome de Sjögren.
Infecciosa Miocardite; endocardite; doença de Lyme; doença de Chagas; difteria; rubéola; caxumba; triquinose; febre maculosa; vírus da imunodeficiência humana; doença reumática aguda.
Metabólica Síndrome de Kearns-Sayre; deficiência de carnitina; doença de armazenamento de glicogênio.
Miscelânia Distrofia muscular; cardiomiopatia eosinofílica; idiopática.
3.3.3.2. Distúrbios da Condução Intraventricular

Anormalidades da condução intraventricular podem estar associadas à doença sistêmica ou cardiopatia subjacente.

O bloqueio de ramo direito (BRD) é comum em crianças aparentemente saudáveis (entre 6 e 17 anos), com incidência variando de 0,16 a 2,9%, sendo mais comum no sexo feminino. O BRD pode também ocorrer: na anomalia de Ebstein (prevalência entre 80 e 95%); defeito do septo atrial (DSA) do tipo ostium secundum (entre ≈90 e 100%); na displasia arritmogênica do VD; após cirurgia de correção da ToF (≈11%) ou do defeito do septo ventricular (DSV; ≈6%). O BRD associado ao bloqueio divisional anterossuperior esquerdo (BDASE) ocorre principalmente nas CC com defeitos do coxim endocárdico. A presença de BRD no ECG de repouso invalida a interpretação de alterações do segmento ST ao esforço apenas nas derivações de V1–V3. 1 , 7 , 279 , 370 , 553

No bloqueio do ramo esquerdo (BRE) no ECG de repouso deve ser feito o diagnóstico diferencial com WPW (via acessória de parede livre direita). Como achado isolado, o BRE em adolescente é raro e pode estar associado a doença progressiva do sistema de condução intraventricular, com ou sem cardiomiopatia. Também pode ser observado após cirurgia da via de saída do VE. A presença de BRE no ECG de repouso é uma limitação para a análise do segmento ST em relação à isquemia miocárdica, com redução da especificidade e acurácia do TE. 7 , 149 , 388 , 559

Os distúrbios da condução intraventricular esforço-induzidos, caracterizados por bloqueio do ramo direito ou do ramo esquerdo, raramente ocorrem na população pediátrica. Sua ocorrência tem sido observada tanto em crianças aparentemente saudáveis quanto naquelas com cardiopatia estrutural. 177

3.3.3.3. Distúrbios da Formação do Impulso

É comum a ocorrência de anormalidades do ritmo cardíaco em pacientes pediátricos, com e sem DCV. Frequentemente, as arritmias são isoladas, transitórias, episódicas e assintomáticas. As classificações quanto a morfologia, interrelações e densidade são similares às aplicadas para adultos e encontram-se descritas na Diretriz Brasileira de Ergometria em População Adulta – 2024. 1 , 149 , 278 , 280

Principais marcadores de risco para desenvolvimento de arritmias esforço-induzidas: disfunção grave do VE; MP; história de arritmia ou distúrbio do ritmo; ritmo basal não sinusal; CC; cirurgia de correção de CC. 105 , 560 , 561 Estudo demonstrou que 28% dos pacientes pediátricos submetidos ao TE desenvolveram anormalidades do ritmo cardíaco, sendo 3% clinicamente importantes (TV, taquicardia supraventricular, BAV de segundo grau, fibrilação atrial etc.), associadas a disfunção grave de VE e história prévia de arritmia. 105

3.3.3.3.1. Arritmias Ventriculares

No ECG de repouso da população pediátrica, as EVs monomórficas isoladas ocorrem com uma frequência de 0,3 a 2,2%. Nas crianças assintomáticas, sem doença cardíaca subjacente, com ECG normal e sem história familiar de MSC, essa arritmia é quase sempre benigna. As EVs tendem a desaparecer com o crescimento da criança. 562565

O TE está indicado para avaliação de arritmias ventriculares em crianças e adolescentes com:

  • EVs (isoladas ou pareadas) identificadas em ECG durante consulta.

  • Palpitação, taquicardia, síncope, convulsões e/ou tonturas durante a prática de esportes ou outras atividades físicas.

  • Suspeita de canalopatias, via anômala ou TV catecolaminérgica.

O TE fornece informações úteis quanto ao comportamento das EVs e riscos associados. EVs são consideradas benignas quando apresentarem redução de sua densidade ou supressão com o esforço em consequência da taquicardia sinusal. 279 , 390 , 566 , 567

Crianças aparentemente saudáveis ocasionalmente apresentam raras EVs isoladas esforço-induzidas que podem ser consideradas benignas. Entretanto, a ocorrência de EVs frequentes, polimórficas ou complexas (pareadas e TV não sustentadas) sugerem instabilidade elétrica ventricular.

A TV é rara na população pediátrica. Quando presente, geralmente está associada a cardiopatia estrutural (particularmente na HVE), hereditária (TV polimórfica catecolaminérgica), relacionada a distúrbios elétricos (SQTL) ou idiopática (em jovens aparentemente saudáveis).

As arritmias ventriculares malignas geralmente ocorrem precocemente no esforço devido à excitação elétrica desencadeada pela atividade simpática. Nesses casos, há risco aumentado de taquiarritmias hemodinamicamente instáveis e MSC. 565 , 566

3.3.3.3.2. Arritmias Supraventriculares

As extrassístoles atriais isoladas no ECG de repouso geralmente são benignas e desaparecem com o esforço. 568 As extrassístoles supraventriculares (ESVs) isoladas ocorrem em ≈2% das crianças aparentemente saudáveis e em ≈4% das crianças com lesões estruturais cardíacas. 569

Paciente assintomáticos com ESVs isoladas esforço-induzidas geralmente apresentam boa evolução. Entretanto, extrassístoles atriais esforço-induzidas em crianças com história de síncope ou taquicardia inexplicada requerem maior atenção, pois podem ser gatilho para episódio de taquicardia supraventricular. 568

A incidência de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV) em crianças é de 0,1 a 0,4%, e os principais tipos de apresentação, de acordo com a idade, encontram-se na Tabela 26 . 570

Tabela 26. Prevalência da TPSV em crianças e adolescentes de acordo com a idade 570 .
Tipo >1 a <10 anos 10 a 18 anos >18 anos
Via anômala 60-65% 50-60% 40-50%
Reentrada nodal 15-20% 20-50% 50-70%
Atrial ectópica 4-6% 3-4% 3%

Em crianças, a taquicardia supraventricular esforço-induzida (TPSV-EI) é rara, geralmente associada a reentrada por via de condução ventricular dentro do nó AV ou por via extranodal acessória (pré-excitação ventricular, síndrome de WPW). Em crianças e adolescentes sintomáticos, a TPSV-EI ocorreu em 12% dos TE. 569

O correto diagnóstico de TPSV-EI em FC elevadas é desafiador pela dificuldade na identificação de alterações nas ondas P, mesmo com complexos QRS normais ( Tabela 27 e Figura 6 ). Na população pediátrica, geralmente o achado inicial da TPSV associa-se ao aumento inesperado e abrupto da FC e/ou outras respostas inadequadas da FC com a modificação da carga de esforço. 570 , 571

Tabela 27. Características eletrocardiográficas das taquicardias (sinusal e supraventriculares) na população pediátrica 570 , 571 .
Tipo Onda P PR > RP’ FC (bpm) BAV Tipo Idade de início Particularidades
Taquicardia sinusal Sim, padrão sinusal -- > FCmax prevista para idade Não NP Qualquer Valores de referência FCmax na Tabela 24 .
Taquicardia sinusal inapropriada Sim, padrão sinusal -- >100 Não P ou PE >15 anos Com queixa de palpitações e associada à ansiedade, tontura, pré-síncope e síncope.
Taquicardia atrial focal/TEA Onda P invertida/entalhada e duração >90 ms em V1 Não Frequência atrial >150% da FC média prevista Sim I ≈7 anos Pode evoluir para taquicardiomiopatia, geralmente reversível com o controle da arritmia. 572 , 573
Taquicardia atrial multifocal Várias morfologias -- >100 Não P Qualquer Presença de pelo menos três morfologias de ondas P e três intervalos PR diferentes.
Taquicardia juncional * Pode apresentar-se sem onda P visível (dentro ou após o QRS) -- >100 Não P ou I ≈1 ano Congênita é rara e, nos pacientes sem cirurgia cardíaca prévia, pode ser refratária à terapia com alta morbimortalidade. Após cirurgia cardíaca, ocorre em até 5% dos pacientes. 574
Reentrada NS Padrão sinusal Não 170-300 Sim P Qualquer --
Reentrada atrioventricular antidrômica Não visível Sim 170-200 Não P >6 anos ECG de repouso geralmente com onda delta. Complexos QRS durante a taquicardia são alargados e aberrantes, podendo mimetizar taquicardia ventricular.
Reentrada atrioventricular ortodrômica Morfologia diversa, dependendo da localização da via acessória Sim 220-360 Não P <3 meses ou >6 anos O QRS da taquicardia geralmente é estreito e a onda P retrógrada.
TJRP Negativas em derivações inferiores Não <170 Não I ≈6 anos --
Reentrada intra-atrial Oscilante tipo flutter -- 160-220 Sim I ≈12 anos --

BAV: bloqueio atrioventricular; NS: nó sinusal; TJRP: taquicardia juncional reciprocante persistente; TEA: taquicardia ectópica atrial; NP: não é paroxística, acelera e termina gradualmente; P: paroxística; I: incessante; PE: persistente; FC: frequência cardíaca; FCmax: frequência cardíaca máxima; ECG: eletrocardiograma. *Também denominada como taquicardia ectópica juncional.

Figura 6. Diagnósticos de ritmo taquicárdico não sinusal na população pediátrica. 570 , 571 Taq.: taquicardia; Taq. sinusal inap.: taquicardia sinusal inapropriada; Taq. reent. nodal: taquicardia por reentrada nodal; Taq. reent. AV: taquicardia por reentrada atrioventricular; Taq. jncional RP: taquicardia juncional reciprocante persistente; Taq. reent. SA: taquicardia por reentrada sinoatrial (reentrante do nódulo sinusal).

Figura 6

Flutter e fibrilação atrial (FA) são relativamente comuns em crianças portadoras de cardiomiopatias e CC. O flutter atrial pode ser conduzido para os ventrículos na proporção de 1:1 (frequência ventricular >300 bpm) ou na proporção de 2:1 (frequência entre 150 e 200 bpm). O flutter atrial atípico (com ondas P mais lentas, arredondadas, de menor voltagem e separadas por linha isoelétrica) é uma arritmia potencialmente letal, geralmente presente em cardiopatias complexas.

A FA esforço-induzida é incomum em crianças, podendo ocorrer de forma paroxística e assintomática nas cardiopatias.

3.3.3.3.3. Bradiarritmias/Disfunção do Nó Sinusal

A bradiarritmia na população pediátrica é definida como uma FC abaixo do menor valor normal para a idade (vide Tabela 24 ). Manifesta-se, comumente, como bradicardia sinusal, ritmo juncional (de escape) ou ritmo decorrente de BAV (segundo grau, avançado ou total). 370 , 575578

Cerca de 15 a 25% das crianças assintomáticas saudáveis podem apresentar arritmia sinusal, ritmo atrial ectópico, ritmo atrial multifocal e ritmo juncional. O ritmo juncional é comum na população pediátrica com tônus vagal acentuado, ocorrendo em ≈45% das crianças entre 7 e 10 anos, em ≈13% dos meninos entre 10 e 13 anos (durante o sono) e em ≈20% dos adolescentes atletas. 579

A DNS é caracterizada pelo espectro de distúrbios eletrocardiográficos e eletrofisiológicos que envolvem o nó sino-atrial e suas conexões com uma ou mais das seguintes alterações do ECG: bradicardia sinusal, bradicardia juncional, parada ou pausa sinusal, bloqueio sino-atrial, ritmos de substituição etc. Crianças com DNS podem ser completamente assintomáticas ou podem apresentar queixa de fraqueza, palidez, pré-síncope/síncope ou IC. A DNS sintomática normalmente requer implante de MP. 576 , 580582

As principais causas de bradiarritmias na população pediátrica são apresentadas na Tabela 28 . Na população pediátrica, as bradiarritmias podem desencadear aos esforços: dor torácica, dor precordial típica, fadiga, dispneia, intolerância aos esforços, palpitações, tontura, síncope e IC. 577 , 578 , 582

Marcadores de risco elevado de morbimortalidade na população pediátrica com bradiarritmias: 576 , 578 , 582

  • Histórico de sopro cardíaco ou CC.

  • Síncope, especialmente desencadeada por esforços, ruídos altos, medo ou estresse emocional extremo.

  • Lipotimia ou síncope sem sintomas premonitórios ou fatores precipitantes.

  • Dor torácica, palpitações ou dispneia.

  • História familiar de MSC, SQTL, perda auditiva neurossensorial e implante de MP.

  • Uso de medicamentos que podem resultar em bradicardia.

Particularidades do TE/TCPE nas bradiarritmias e DNS na população pediátrica:

  • Fornece informações sobre a capacidade do nó sinusal e nó AV de responderem ao aumento da atividade adrenérgica com o esforço. 43

  • Permite avaliar sintomas esforço-induzidos, a resposta cronotrópica ao esforço, arritmias associadas, ACR e estratificação de risco. 43 , 404 , 586

  • Em pacientes com bradicardia em repouso, a ocorrência de resposta cronotrópica normal auxilia afastar a DNS.

  • Pacientes com CC complexa geralmente apresentam DNS associada, incompetência cronotrópica e comprometimento da ACR. 189 , 587 , 588

  • Pacientes com defeito do septo atrial geralmente apresentam incompetência cronotrópica após reparo transcateter ou cirúrgico. 589 , 590

  • Na ToF reparada é frequente a incompetência cronotrópica e a disfunção grave do nó sinusal, que ocorrem em ≈4% dos pacientes. 591

  • Na cirurgia de Fontan a incompetência cronotrópica ocorre em até 62% dos pacientes e contribui para o comprometimento da ACR. 592 , 593

3.4. Avaliação Metabólica Indireta

3.4.1. VO2/Aptidão Cardiorrespiratória/Classificação Funcional

No TE, a determinação indireta (estimativa) do consumo de oxigênio (VO2) é considerada a principal avaliação metabólica ao esforço. O VO2 é um dos principais parâmetros de gravidade das CC, sendo relevante para estratificação de risco e prognóstico. Recomenda-se a apresentação dos resultados do VO2 em mL/kg/min (também aceitável mL.kg-1.min-1). Também pode ser expresso por meio do equivalente metabólico (do inglês, metabolic equivalent of task - MET). Cada 1 MET corresponde a 3,5 mL/kg/min de VO2. 1

O consumo máximo de oxigênio (VO2max) expressa a maior quantidade de oxigênio extraído do ar inspirado durante a realização de TE considerado de esforço máximo (exemplos: sinais ou sintomas de exaustão física; incapacidade de prosseguir o esforço etc.). No TE em que não houver as características de um esforço máximo, o VO2 obtido deve ser denominado VO2pico. 1

Até os 12 anos de idade, não há diferenças significativas no VO2max em relação aos sexos. Após essa idade, os adolescentes do sexo masculino podem alcançar valores de VO2 até 25 a 30% maiores do que os observados no sexo feminino. 22

A aptidão cardiorrespiratória (ACR)/classificação funcional é uma estratificação de desempenho físico baseada no VO2max (estimado no TE e medido no TCPE). Quanto à obtenção do valor de VO2max previsto, sugere-se a adoção de tabelas de referência específicas para a faixa etária pediátrica (crianças e adolescentes), baseadas em sexo, idade e IMC. A utilização de tabelas de referências específicas para CC e/ou doença pulmonar é útil e contribui para a estratificação de risco ( Anexo 4 ). 80 , 176

Na eventualidade de uso de equações para estimar o VO2max previsto na população pediátrica, considerar:

  1. Para bicicleta ergométrica, protocolo escalonado: 594

    • Masculino: VO2max previsto = peso x (50,75 – 0,372 x idade)

    • Feminino: VO2max previsto = (peso + 43) x (22,78 – 0,17 x idade)

    Quando o peso real for maior que o previsto para idade e sexo, o peso previsto deve ser utilizado nas equações: peso previsto para sexo masculino = (0,79 x estatura) – 60,7; peso previsto para sexo feminino = (0,65 x estatura) – 42,8. Idade em anos; estatura em centímetros; peso em kg.

  2. Para esteira ergométrica (teste incremental): 594

    VO2max previsto = (0,046 x estatura) – (0,021 x idade) – (0,62 x sexo) – 4,31

    Sendo que: sexo masculino = 0 e sexo feminino = 1; idade em anos; estatura em centímetros.

  3. Bicicleta ergométrica, protocolo de rampa. Crianças e adolescentes saudáveis entre 12 e 17 anos: 595 , 596

    • Masculino: VO2max previsto = (– 0,297 x estatura 2 ) + (105,9 x estatura) + (36,6 x massa corporal) – 8.660

    • Feminino: = VO2max previsto = (– 0,24 x estatura 2 ) + (86,8 x estatura) + (14,7 x massa corporal) – 6.424

Sendo a estatura em centímetros, e a massa corporal em quilogramas. Se o IMC for ≤ ao percentil 85 para a idade, utilizar a massa corporal real. Se o IMC for > que o percentil 85 para a idade, utilizar a massa corporal corrigida, através da estimativa do valor da massa corporal correspondente ao percentil 85 para a idade.

Devido à grande heterogeneidade da população pediátrica, inclusive entre países, ainda não foi possível estabelecer uma classificação unificada de normalidade para o VO2 e o nível de ACR. 595

Em crianças portadoras de cardiomiopatia, CC, IC e valvopatias, sugere-se aplicar, no pré-teste, a avaliação para determinação da classificação funcional de acordo com a faixa etária: Ross modificada (crianças <6 anos) ou a New York Heart Association (NYHA) (crianças >6 anos) – vide Tabela 29 . 379 , 793

Tabela 29. Classificações funcional baseada na história clínica, por faixa etária 379 , 793 .
Classe Ross modificada para crianças <6 anos NYHA para crianças >6 anos
I Sem limitações ou sintomas. Sem limitações na atividade física.
II Lactentes: taquipneia leve ou sudorese com alimentação. Crianças maiores: dispneia aos esforços. Pode apresentar fadiga, palpitações, dispneia ou angina durante o exercício moderado, mas não durante o repouso.
III Lactentes: taquipneia ou sudorese acentuada com a alimentação. Tempos de alimentação prolongados com déficits de crescimento. Crianças mais velhas: dispneia acentuada aos esforços. Sintomas com esforço mínimo. Limitação acentuada da atividade física.
IV Sintomas em repouso, tais como taquipneia, retrações, grunhidos ou sudorese. Incapaz de realizar qualquer atividade física porque normalmente apresentam sintomas de IC em repouso e que pioram com qualquer esforço.

NYHA: New York Heart Association; IC: insuficiência cardíaca.

A Tabela 30 apresenta a proposta de classificação da ACR para população brasileira, pelo VO2max, por sexo, para a faixa etária de 10 a 14 anos. 597 A Tabela 31 apresenta o comportamento da ACR nas principais cardiopatias e cardiomiopatias congênitas na população pediátrica.

Tabela 30. Classificação da aptidão cardiorrespiratória pelo VO2 máximo (mL/kg/min) medido diretamente no TCPE para a faixa etária de 10 a 14 anos.
Sexo feminino Sexo masculino
Muito fraca <33,0 <38,7
Fraca 33,0-36,4 38,7-43,3
Regular 36,5-38,7 43,4-47,9
Boa 38,8-42,4 48,0-52,2
Excelente 42,5 52,3

Adaptado de: Rodrigues AN et al. Maximum oxygen uptake in adolescents as measured by cardiopulmonary exercise testing: a classification proposal. 597

Tabela 31. Comportamento da aptidão cardiorrespiratória nas cardiopatias e cardiomiopatias congênitas em crianças e adolescentes 10 , 79 , 80 , 95 .
Cardiopatia/cardiomiopatia congênita Aptidão cardiorrespiratória
DSA ou DSV, pequenos e não reparados Normal.
DSA grande, não reparado Levemente reduzida.
DSA ou DSV, reparados Normal ou levemente reduzida.
DSA ou DSV, grandes e reparados Normal ou levemente reduzida.
Obstrução da via de saída ventrículo esquerdo Normal, exceto em casos graves.
ToF reparada Leve a moderadamente reduzida.
TGA – cirurgia/interruptor arterial Normal ou levemente reduzida.
TGA – cirurgia/interruptor atrial Moderadamente reduzida.
PCA com HAP Moderada a acentuadamente reduzida.
Síndrome de Eisenmenger Acentuadamente reduzida.
Ventrículo único Moderada a acentuadamente reduzida.
Cirurgia de Fontan Moderada a acentuadamente reduzida.
BAVT congênito Pode ser normal ou leve a moderadamente reduzida.
CMH Leve a acentuadamente reduzida.
EAo congênita moderada/grave Leve a acentuadamente reduzida.
Válvula aórtica bicúspide * Leve a acentuadamente reduzida.
Prolapso da válvula mitral Pode ser normal ou leve a moderadamente reduzida.

DSA: defeito do septo atrial; DSV: defeito do septo ventricular; ToF: tetralogia de Fallot; TGA: transposição das grandes artérias; PCA: persistência do canal arterial; HAP: hipertensão arterial pulmonar; CMH: cardiomiopatia hipertrófica; BAVT: bloqueio atrioventricular total; EAo: estenose valvar aórtica.

*

Com EAo moderada/grave, com insuficiência aórtica ou com CoAo associadas.

4. Critérios para Interrupção do Esforço (Clínicos, Hemodinâmicos, Eletrocardiográficos)

Os principais critérios de interrupção do esforço em população pediátrica são apresentados na Tabela 32 . 7 , 11 , 176 , 177 A interrupção também pode ocorrer em outras situações não descritas, mas consideradas de risco de intercorrências graves e que deverão ser detalhadas no laudo do exame.

Tabela 32. Critérios de interrupção do esforço no TE/TCPE em população pediátrica 7 , 11 , 176 , 177 .

Parâmetro Critérios
Objetivo do exame Os achados diagnósticos foram atingidos, e a continuação do esforço não fornecerá informação adicional relevante. 7
Sintomatologia * Sinais ou sintomas indicam que a continuação do esforço pode comprometer o bem-estar do paciente:
  • Exaustão física.

  • Dor e/ou exaustão da musculatura dos membros inferiores.

  • Claudicação de membros inferiores (limitante), ataxia.

  • Vertigem persistente e limitante, náusea, pré-síncope, síncope.

  • Desconforto ou dor torácica crescente com incremento das cargas do esforço (limitante) ou angina típica (moderada a forte intensidade).

  • Dispneia precoce e desproporcional à intensidade do esforço.

  • Sensação de taquicardia intolerável.

Exame físico/variáveis cardiovasculares e respiratórias
  • Palidez cutânea e de mucosas, sudorese profusa e desproporcional, má perfusão periférica.

  • Taquipneia desproporcional ao esforço, broncoespasmo, estertores crepitantes em bases pulmonares.

  • Queda progressiva e persistente da PAS com aumento da carga de esforço. **

  • Elevação acentuada da PAS ≥250 mmHg. 7 , 200 , 418 ***

  • Elevação da PAD ≥125 mmHg. ***

  • Queda de 10 pontos em relação à saturação de repouso associada a sintomas ou SpO2 <85%.

Eletrocardiográficas
  • Modificações do segmento ST: infradesnivelamento (horizontal e descendente) ou supradesnivelamento do segmento ST de 0,3 mV (3,0 mm).

  • Taquicardia supraventricular não sustentada sintomática ou com repercussão hemodinâmica.

  • Taquicardia supraventricular sustentada (≥30 segundos) mesmo que assintomática ou sem repercussão.

  • Fibrilação atrial ou flutter atrial esforço-induzidos.

  • Aumento da densidade e complexidade de arritmia ventricular com progressão do esforço.

  • Taquicardia ventricular não sustentada (≥3 batimentos/<30 segundos) ou episódio polimórfico.

  • Taquicardia ventricular sustentada (≥30 segundos).

  • Fibrilação ventricular.

  • Bloqueio atrioventricular de 2 ° e 3 ° graus.

  • Prolongamento do QTc >500 ms.

  • Bloqueio de ramo esforço-induzido não distinguível de taquicardia ventricular.

  • Em paciente com CDI, interromper o esforço 10 batimentos abaixo da FC de acionamento do desfibrilador.

  • Queda persistente da FC com o incremento de carga, principalmente em presença de sintomas de baixo débito cardíaco.

Outras
  • A pedido do paciente, independente da ocorrência de anormalidades.

  • Falência dos sistemas de monitorização e/ou registro eletrocardiográfico.

  • Inadaptação e/ou falta de coordenação ao ergômetro.

PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; FC: frequência cardíaca; CDI: cardioversor-desfibrilador implantável; SpO2: saturação de oxigênio por oximetria digital.

*

Crianças, principalmente entre 3 e 7 anos, podem apresentar limitações (associadas ao grau de desenvolvimento cognitivo) para avaliar adequadamente as alterações sensoriais periféricas decorrentes do esforço, sua intensidade e sintomas associados.

**

Queda da pressão arterial sistólica no esforço com valor inferior ao da PAS de repouso ou aumento inicial da PAS no esforço e subsequente queda ≥20 mmHg.

***

Em crianças e adolescentes aparentemente saudáveis e sem intercorrências ou sintomas durante o esforço. Nas cardiomiopatias e CC, atentar para repercussões hemodinâmicas e sintomas, principalmente se a PAS exceder 200 mmHg e a PAD exceder 110 mmHg.

5. Elaboração do Laudo do TE

O laudo do TE de crianças e adolescentes deve seguir o mesmo padrão de estruturação e requisitos mínimos recomendados para o laudo do TE apresentado na Diretriz Brasileira de Ergometria em População Adulta – 2024: 1

  1. Descrição dos dados gerais do exame.

  2. Dados observados, mensurados e registrados.

  3. Relatório descritivo do TE.

  4. Conclusões.

  5. Registros eletrocardiográficos.

Adicionalmente, recomenda-se:

  • Não utilizar escores de risco pré- e pós-teste específicos para população adulta em população pediátrica, pois os mesmos não são válidos ou extrapoláveis.

  • Referir ajustes nos protocolos, critérios e variáveis referentes às características das crianças e adolescentes (tais como doenças, idade, sexo, IMC, superfície corporal, medicações em uso etc.).

  • Preferencialmente, apresentar os valores de referência utilizados para as variáveis medidas.

  • Quando pertinente e disponível, comentar os achados em relação às doenças de base, incluindo prognóstico e riscos.

  • Em caso de TE seriado, quando possível, realizar comentário sobre a evolução dos achados.

6. TCPE de Crianças e Adolescentes

6.1. Respostas Metabólicas, Ventilatórias e de Trocas Gasosas em Crianças e Adolescentes

6.1.1. Metabolismo Celular, Resposta Fisiológica e Hormonal ao Exercício

Crianças e adolescentes apresentam respostas metabólicas ao esforço diferentes das dos adultos. As reservas de trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina não estão relacionadas à idade. Os níveis de glicogênio muscular em repouso são menores em crianças, atingindo na adolescência os níveis de adultos. 1 , 598 , 599

Na comparação com adultos, a massa muscular em crianças é menor, com diferente utilização de fontes de energia e distintas adaptações metabólicas/hormonais e maior dependência da oxidação da gordura, repercutindo em grande mobilização de ácidos graxos livres. A liberação de glicerol e o aumento do hormônio do crescimento em crianças pré-adolescentes corroboram esses achados. 600 , 601

A imaturidade do metabolismo anaeróbico lático em crianças, com atividade glicolítica reduzida, decorre de: 598 , 599 , 602

  • Diferenças na tipagem das fibras musculares esqueléticas com maiores proporções de fibras de contração lenta (tipo I) do que em adultos não treinados.

  • A via anaeróbia lática para ressíntese de ATP geralmente está reduzida em indivíduos jovens durante esforços de alta intensidade.

  • Em crianças pré-púberes, observam-se atividade reduzida das enzimas fosfofrutoquinase-1 e lactato desidrogenase e produção limitada de lactato muscular em relação aos adultos.

Portanto, crianças e adolescentes adaptam-se bem ao exercício prolongado, moderado e intenso, apresentando rápida recuperação após o esforço. 603 , 604

Em crianças, as adaptações hormonais para a utilização do substrato energético durante exercício prolongado apresentam menor redução dos níveis de insulina, com aumento das catecolaminas e glucagon. Essa resposta corresponde à regulação menos efetiva da glicemia com maior risco de hipoglicemia. 598 , 605 , 606

Na fase do estirão de crescimento pubertário, ocorre a liberação de hormônios (exemplo: somatotropina, fatores de crescimento semelhantes à insulina e hormônios esteroides sexuais) responsáveis por mudanças na composição corporal e aumento da massa corporal magra, acarretando melhora da aptidão e desempenho físico, particularmente de natureza anaeróbica. 599 , 607609

6.1.2. Ventilação Pulmonar, Gases no Ar Expirado, Espirometria e Variáveis Derivadas

As principais variáveis do TCPE (metabólicas, ventilação pulmonar, gases no ar expirado, espirometria e variáveis derivadas) na população pediátrica e suas respectivas unidades e interpretações encontram-se na Tabela 33 . As diferenças de comportamento das variáveis entre crianças e adultos constam na Tabela 34 . 1 , 11 , 176 , 179 , 610

Tabela 33. Principais variáveis do TCPE e respectivas interpretações 11 , 176 , 179 , 610 , 611 .
Parâmetros do TCPE Sigla/abreviatura Unidade Interpretações
Consumo de oxigênio VO2 mL/kg/min É definido como o volume de O2 extraído do ar inspirado em um determinado período de tempo. Pode ser obtido pela equação de Fick ( Figura 1 ).
Consumo máximo de oxigênio previsto VO2max previsto mL/kg/min Sugere-se utilização de tabelas de VO2max previsto por faixa etária e sexo, em população aparentemente saudável ou com cardiopatia ( Anexo 4 ).
Consumo de oxigênio no pico do esforço VO2pico mL/kg/min Nível máximo de VO2 medido durante o TCPE. Pode ser expresso como % do VO2max previsto (padrões de idade e sexo correspondentes). É considerado normal quando >20 mL/kg/min. Se >80% do previsto, indica aptidão cardiorrespiratória adequada.
Consumo máximo de oxigênio VO2max mL/kg/min Platô de VO2 obtido apesar do aumento da intensidade do esforço (esforço máximo). Pode ser expresso como % do VO2max previsto.
Limiar ventilatório 1 /limiar anaeróbico LV1/LA mL/kg/min ou
% do VO2max previsto
O LV1 corresponde ao valor do VO2 acima do qual a produção de energia passa a contar com crescente participação do metabolismo anaeróbico lático. Pode ser expresso como % do VO2max previsto (normalmente ocorre >40% do VO2pico). É o ponto a partir do qual ocorre aumento desproporcional de VEmin e VCO2 em relação ao VO2.
Ventilação por minuto VEmin L/min Ventilação (com base no volume corrente e frequência respiratória) durante o esforço. Em indivíduos saudáveis, o valor da VEmin é mais do que suficiente para manter a PaCO2 em qualquer carga de trabalho. Na insuficiência cardíaca, a perfusão pulmonar é alterada e a VEmin aumenta, o que se correlaciona com mau prognóstico.
Equivalente ventilatório de O2 VE/VO2 - VE/VO2 corresponde ao número de litros de ar que estão sendo respirados para cada litro de absorção de O2.
Equivalente ventilatório de CO2 VE/VCO2 - VE/VCO2 corresponde ao número de litros de ar que estão sendo respirados para eliminar 1 litro de CO2. Os valores normais são geralmente <30.
Eficiência ventilatória (ventilação/produção de CO2) Inclinação VE/VCO2 - Durante o TCPE incremental normal, a VEmin se correlaciona linearmente com o VCO2. A inclinação VE/VCO2 em indivíduos normais é de cerca de 25 a 30. Também chamada de eficiência ventilatória, aumenta na insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar e/ou doenças pulmonares intrínsecas e se correlaciona com o prognóstico.
Inclinação da eficiência da captação do oxigênio OUES L/min Relação logarítmica entre VO2 e VEmin durante o TCPE (VO2 = a log10 VEmin + b, onde a = valor de referência de OUES calculado). Quanto mais acentuada a inclinação, melhor a eficiência ventilatória. O valor de OUES depende da idade e da área de superfície corporal. Sugere-se expressar esse valor para a área de superfície corporal ou peso corporal. OUES/área de superfície corporal ≥1.200 ou OUES ≥35/peso corporal (kg) correlaciona-se com o VO2pico >80% do previsto. O valor de OUES diminui significativamente em crianças com CC e doença vascular pulmonar.
Pulso de oxigênio PuO2 mL/kg/min/bpm É obtido pela divisão do VO2 pela FC (VO2/FC), refletindo a quantidade de O2 que é transportada a cada sístole cardíaca, tendo relação direta com o volume sistólico, permitindo avaliar a função do ventrículo esquerdo. O valor absoluto normal do PuO2 é >80%.
Quociente respiratório QR - Também conhecido como razão de trocas respiratórias, corresponde à razão entre VCO2 e o VO2, permitindo identificar a intensidade do esforço e o macronutriente utilizado para gerar energia. O TCPE pode ser considerado máximo quando o QR é ≥1,10.
Oximetria de pulso SpO2 % Deve ser >95% ao longo do TE/TCPE. O declínio nos níveis de oxigenação da hemoglobina <90% indica capacidade prejudicada de aumentar adequadamente a transferência de oxigênio alvéolo-pulmonar para o capilar sanguíneo durante o esforço. A diminuição de ≥4% é considerada dessaturação, ocorrendo mais comumente em pacientes com anormalidade de difusão pulmonar. Outras anormalidades como shunts da direita para a esquerda ou incompatibilidade entre ventilação e perfusão, podem resultar em dessaturação associada ao esforço.
Relação de consumo de oxigênio pela taxa de trabalho ΔVO2/ΔWR mL/min/W Reflete a capacidade muscular de extrair O2 e gerar ATP. Em determinado momento do esforço, o achatamento da curva e/ou queda do valor do ΔVO2/ΔWR (<10 mL/min/W) sugerem problema no transporte de O2 (isquemia miocárdica/disfunção ventricular).
Pressão parcial expiratória final de dióxido de carbono PETCO2 mmHg Obtida a partir da medida da FECO2, refletindo a PaCO2. Durante o esforço, a PETCO2 aumenta de 3 a 8 mm e, subsequentemente, diminui levemente até o esforço máximo. O seu valor varia de 36 a 42 mmHg na ausência de doenças pulmonares. A PETCO2 medida no LV1 correlaciona-se com o DC, refletindo a gravidade da IC crônica. Valores reduzidos indicam incompatibilidade ventilação/perfusão e pior prognóstico. A PETCO2 <36 é encontrada na CC com shunt direita-esquerda, padrão ventilatório taquipneico e na IC com resposta atenuada do DC ao esforço.
Ventilação voluntária máxima VVM L/min É o volume máximo de ar em repouso mobilizado no esforço voluntário em um minuto. Pode ser calculada pelas fórmulas: no sexo feminino VVM = VEF1 X 35; no sexo masculino VVM = VEF1 X 40.
Reserva ventilatória máxima RV máxima - É a relação entre a VVM em repouso e a VEmin máxima no esforço. Crianças saudáveis têm uma RV de pelo menos 11 L/min ou 20 a 40% de sua VVM. RV máxima <30% sugere limitação ventilatória, sendo útil no diagnóstico diferencial de dispneia relacionada à IC e às doenças respiratórias crônicas.
Volume expirado forçado no 1° segundo VEF1 % VEF1 é o volume expirado medido no primeiro segundo durante a manobra de capacidade vital forçada (CVF – volume obtido em uma única inspiração máxima seguida de uma expiração também máxima). O VEF1 é uma das principais variáveis no diagnóstico de distúrbio ventilatório obstrutivo (asma esforço-induzido, broncoespasmo esforço-induzido etc.).

TCPE: teste cardiopulmonar de exercício; O2: oxigênio; CO2: dióxido de carbono; PaCO2: pressão parcial de CO2; FC: frequência cardíaca; ATP: trifosfato de adenosina; VCO2: produção de dióxido de carbono; DC: débito cardíaco; CC: cardiopatia congênita; IC: insuficiência cardíaca; CFV: capacidade vital forçada.

Tabela 34. Comparação das variáveis cardiovasculares, ventilatórias e metabólicas do TCPE entre crianças e adultos, durante esforços em qualquer intensidade (em níveis submáximo e máximo) 1 , 11 , 176 , 179 , 599 , 610 .
Variável Comparação com adultos * Esforço submáximo Esforço máximo
Crianças Adultos Crianças Adultos
Cardiovascular
VO2pico (mL/kg/min) Mais alto ↑↑ ↑↑
FCpico (bpm) Mais alta ↑↑ ↑↑
Volume sistólico (mL/bpm) Mais baixo ↑↑ ↑↑
Débito cardíaco (L/min) Mais baixo ↑↑ ↑↑
Diferença arteriovenosa O2 Mais alta no esforço submáximo ↑↑ ↑↑
Pressão arterial sistólica e diastólica Mais baixa ↑↑ ↑↑
Pulmonar
Frequência respiratória (respirações/min) Mais alta ↑↑ ↑↑
Volume corrente (L) Mais baixo ↑↑ ↑↑
VEmin pico (L/min) Mais baixo ↑↑ ↑↑
VE/VCO2 ** Mais alta ↑↑ ↑↑
VE/VO2 ** Mais alta ↑↑ ↑↑
Metabólica
Oxidação de gordura Mais alta - - - -
Oxidação de carboidratos Mais baixa - - - -
Pico de lactato sanguíneo Mais baixo - - - -
Capacidade glicolítica Mais baixa - - - -
Capacidade alática Mais baixa - - - -
Depuração de lactato Mesma - - - -

= aumento;

↑↑

= aumento de maior magnitude;

FC: frequência cardíaca; VO2: consumo de oxigênio; O2: oxigênio; VEmin: ventilação por minuto; VE: ventilação pulmonar; VCO2: produção de dióxido de carbono.

*

Independente da intensidade do esforço.

**

Equivalentes ventilatórios que determinam a eficiência ventilatória.

6.1.2.1. Consumo de Oxigênio (VO2)

A ACR através da medida direta do VO2pico ou VO2max no TCPE é considerada a principal variável metabólica ao esforço. O VO2 nos limiares ventilatórios (principalmente no primeiro limiar ventilatório – LV1) tem importância diagnóstica e prognóstica em crianças e adolescentes. O VO2 no LV1 e o VO2max são geralmente superiores aos observados em adultos. 1 , 177 , 286 , 594

No caso de um esforço máximo, a ACR da criança pode ser avaliada através do VO2pico (mL/kg/min), considerado dentro dos limites da normalidade quando ≥2 DP. Em adolescentes, não se recomenda adotar o valor de 80% do VO2max previsto como limite inferior da normalidade, pois poderia estar superestimado.

A capacidade anaeróbica de crianças é menor do que em adultos, mesmo que seja expressa por unidade de massa corporal total ou magra.

Em testes submáximos, nem sempre é possível avaliar a ACR com base no VO2pico. Outros parâmetros do TCPE, como o LV1 e a inclinação da eficiência do VO2, podem ser usados para fornecer uma melhor definição da aptidão.

O descondicionamento físico geralmente é caracterizado como capacidade reduzida de transporte de oxigênio pelo sistema CV e/ou eficiência reduzida na extração periférica de oxigênio acarretando um LV1 precoce. A observação de LV1 <50% do VO2max previsto está associada ao descondicionamento físico e <40% geralmente está relacionada a doença com comprometimento significativo da ACR. 1 , 177 , 286 , 594

6.1.2.2. Pulso de Oxigênio (PuO2)

O pulso de O2 (PuO2 = VO2/FC) é uma variável não invasiva que reflete o débito cardíaco, sendo útil na avaliação da disfunção ventricular, com ou sem isquemia associada. Normalmente, o PuO2 aumenta com o esforço devido ao incremento linear da FC e VO2, estabilizando-se em platô próximo ao esforço máximo. 1 , 177 , 286 , 594

A diminuição no PuO2 (normal ≥2 DP) em cargas submáximas sugere disfunção ventricular, sendo indicativo de um volume sistólico ejetado reduzido. Essa diminuição, associada à queda no ΔVO2/ΔWR, indica disfunção ventricular grave, frequentemente de natureza isquêmica.

No TCPE, a combinação de PuO2 diminuído no pico do esforço (<2 DP do previsto), LV1 diminuído (<40 a 50% do VO2max previsto), VO2pico diminuído e aumento rápido da FC, pode estar associada ao descondicionamento físico.

6.1.2.3. Quociente Respiratório (Relação VCO2/VO2)

Na população pediátrica o quociente respiratório (QR) em repouso varia de 0,70 a 0,85. Durante o esforço progressivo, após LV1, o VCO2 aumenta desproporcionalmente em relação ao VO2, o que se traduz em um aumento no QR, em função das modificações de substratos energéticos. É fundamental que o QR seja avaliado no ponto do VO2pico, pois os seus valores continuam a aumentar após a interrupção do esforço, inclusive no início da fase de recuperação. Quando o QR é ≥1,1, o TCPE preenche as condições para ser considerado máximo. 1 , 177 , 286 , 594

Em populações pediátricas, a FCpico e o QR no pico do esforço (QRpico) são recomendados como critérios objetivos para avaliar a qualidade do esforço realizado. Considera-se como ideal:

  • Atingir FC ≥180 bpm no VO2pico (ou pelo menos ≥95% da FCmax prevista).

  • Atingir QR de pelo menos 1,00 no VO2pico. Esse valor representa o limite inferior da normalidade no TCPE em bicicleta ergométrica.

O QR no VO2pico ≥1,00 caracteriza utilização exclusiva de carboidrato (glicose), fornecendo energia por meio de metabolismo predominantemente anaeróbico. Valores de QR <1,00 no VO2pico podem indicar um esforço submáximo ou podem ser patológicos (por exemplo: pneumopatia; CC cianótica descompensada; doença de armazenamento de glicogênio). Em crianças e adolescentes aparentemente saudáveis, os valores de QR diminuirão dentro de 2 a 3 minutos na recuperação. 1 , 177 , 286 , 594

6.1.2.4. Inclinação da Eficiência da Captação do Oxigênio

A inclinação da eficiência da captação do oxigênio (OUES: do inglês oxygen uptake efficiency slope ) é uma relação não linear da resposta ventilatória ao esforço, correspondendo ao aumento absoluto do VO2 associado ao aumento da ventilação pulmonar (VE). Expressa a eficiência da extração alveolar do O2 no ar ventilado. Sugere-se apresentar os valores de OUES relativos à ASC, peso ou à massa livre de gordura. 612621 O Anexo 4 apresenta informações sobre os valores/percentis de OUES e equações de predição para população pediátrica aparentemente saudável. 622

Um estudo brasileiro envolvendo crianças saudáveis e portadores de CC sugere o uso de OUES indexada ao peso (OUES/kg) e propôs que o valor de OUES >35 está relacionado com capacidade funcional normal. 623 Entretanto, estudo multicêntrico internacional encontrou pontos de corte do valor de OUES de 38,4 para meninos e 31,0 para meninas. 624

O valor de OUES submáximo correlaciona-se com o VO2pico, VEpico e VO2 do LV1, sendo uma medida válida para a determinação da ACR e a estratificação de risco em testes submáximos. 613 , 625 , 626

6.1.2.5. Equivalente Ventilatório de O2 e CO2

No TCPE, os equivalentes ventilatórios de O2 (VE/VO2) e de CO2 (VE/VCO2) indicam, respectivamente, a ventilação por minuto (VEmin) necessária para consumir 1 L/min de O2 e produzir/eliminar 1 L/min de CO2. Durante o esforço progressivo, a razão VE/VO2 diminui até o LV1, a partir do qual aumenta progressivamente, com inflexões positivas nas curvas no LV1 e LV2. A razão VE/VCO2 diminui até o LV2, aumentando em seguida.

Os equivalentes ventilatórios contribuem para a avaliação da eficiência cardiorrespiratória, identificação dos limiares ventilatórios, tendo valor diagnóstico e prognóstico na população pediátrica com CC, IC e HAP. Anormalidades cardiocirculatórias com baixo débito cardíaco apresentam uma inclinação acentuada na curva de VE/VCO2. A relação VE/VO2 costuma estar elevada na IC.

Em estudo com 700 pacientes (entre 5 e 18 anos), divididos em aparentemente saudáveis e portadores de CC, a inclinação da curva de VE/VCO2 foi significativamente maior nos cardiopatas (maior aumento nos pacientes com obstrução de via de saída de VD). Esse estudo sugere 29 como ponto de corte de normalidade. 624 , 627

6.1.2.6. Outras Considerações sobre Variáveis Ventilatórias e Metabólicas 1 , 177 , 286 , 594

A ventilação por minuto (VEmin) aumenta com o progredir do esforço, dependendo da intensidade da carga imposta, do condicionamento físico e relacionando-se ao VO2 e VCO2.

A FR excessiva pode ser indicativa de sedentarismo ou de anormalidades na mecânica ventilatória. A FR nas crianças costuma ser maior do que a observada nos adultos, sendo de ≈65 incursões respiratórias/min em crianças de 5 a 8 anos e ≈50 a 55 incursões respiratórias/min em crianças >11 anos.

Em comparação com os adultos, as crianças apresentam uma maior relação entre a FR e o volume corrente (VC), geralmente associada à redução da ventilação/perfusão. Essa situação é comumente observada em algumas CC cianóticas.

A limitação ventilatória é tradicionalmente definida por reserva ventilatória (RV) <20% durante o esforço. Crianças saudáveis têm RV ≥11 L/min ou de 20 a 40% de sua ventilação voluntária máxima (VVM). 179 , 628

Equações de predição da RV:

VVM=VEF1x×35RV=VVM-VEmaxVVMx100

VVM: ventilação voluntária máxima

VEF1: volume expiratório forçado em um segundo

RV: reserva ventilatória

VEmax: ventilação máxima de esforço

A RV contribui para o diagnóstico diferencial entre doença cardíaca e doença pulmonar. A RV baixa é característica de doença pulmonar primária e doença pulmonar obstrutiva, enquanto a RV elevada ocorre em condições CV que limitam o desempenho físico. 629

Em geral, as crianças com doenças pulmonares restritivas têm capacidade de esforço reduzida (baixo VO2pico e baixo VO2 no LV1) e aumento do VC (50% da capacidade vital e/ou 80% da capacidade inspiratória), com RV relativamente baixa. 630 Qualquer aumento adicional na VEmin é devido a um aumento da FR. Se houver limitação ventilatória durante o esforço, a saturação arterial de oxigênio (SpO2) diminui com o aumento de carga de trabalho. 1 , 177 , 286 , 594

Na HAP, ocorre redução acentuada da eficiência ventilatória, com relações VE/VO2 e VE/VCO2 elevadas, indicando trocas gasosas anormais nos pulmões. 631

O PETO2 e PETCO2 refletem as tensões gasosas arteriais. O PETCO2 baixo associado a elevações do PETO2 e do QR indica hiperventilação.

Queda ≥5% na SpO2 durante o TE/TCPE é definida como uma hipoxemia esforço-induzida. Queda de 10 pontos em relação à saturação de repouso associada a sintomas ou SpO2 <85% são critérios para interrupção do esforço. A dessaturação é considerada grave quando a SpO2 for <80% e estiver acompanhada de sinais e sintomas de hipoxemia grave, ocorrendo geralmente em crianças com doenças pulmonares graves ou IC. 260 , 594

7. Elaboração do Laudo do TCPE em Crianças e Adolescentes

O laudo do TCPE de crianças e adolescentes deve seguir o mesmo padrão de estruturação do laudo de adulto apresentado na Diretriz Brasileira de Ergometria em População Adulta – 2024. 1

No TCPE, o laudo deve conter, resumidamente, as principais variáveis ergoespirométricas (hemodinâmicas, ventilatórias e metabólicas), com descrição das alterações que foram determinantes para a interrupção do esforço e eventuais diagnósticos e prognósticos.

No laudo, devem constar:

  • A apresentação da FC, PA, comportamento eletrocardiográfico, VO2 e equivalente metabólico (MET), relacionando-os aos valores previstos para a faixa etária e sexo.

  • A apresentação do limiar anaeróbio ventilatório (LV1) normalizado para a massa corporal (expresso como porcentagem do VO2pico atingido e VO2max previsto), relacionando-o à FC e carga de esforço.

  • ACR aferida e sua repercussão em relação às indicações e achados do exame.

  • Quando pertinente, apresentar os valores de normalidade utilizados em relação ao sexo, idade, peso, IMC e presença ou não de doenças.

Observação: as informações referidas nos itens anteriores têm grande relevância diagnóstica e prognóstica, sendo aplicáveis na prescrição de exercícios físicos, particularmente na RCV.

Parte 3 – Particularidades do TE/TCPE em Condições Clínicas Específicas

1. Cardiopatias Congênitas e Cardiopatias Adquiridas

Dentro das indicações mais comuns do TE/TCPE na população infantil e de adolescentes/adultos jovens, estão as abordagens clínicas, hemodinâmicas e eletrocardiográficas em portadores de CC, especialmente após a correção parcial ou completa do defeito cardíaco. A ACR pode estar baixa em pacientes com CC complexas (mesmo em pacientes supostamente assintomáticos), especialmente na hipertensão arterial pulmonar (HAP) e IC crônica. 77 , 632 , 633

A Tabela 35 apresenta o comportamento das principais variáveis do TE/TCPE em relação às doenças CV mais prevalentes na faixa etária pediátrica.

Tabela 35. Principais variáveis do TE/TCPE e seu comportamento nas doenças cardiovasculares na população pediátrica.

Variável Interpretação Doenças cardiovasculares
FCmax na incompetência cronotrópica CC corrigida; SQTL; transplante cardíaco.
em uso de betabloqueador/antiarrítmico CC/CM com insuficiência cardíaca; arritmia.
Pressão arterial sistólica na disfunção ventricular CC; CM; CM hipertrófica; HAP.
na resposta hipertensiva Coarctação da aorta; hipertensão essencial.
ECG Arritmia esforço-induzida CC; arritmias primárias; BAVT.
Alterações isquêmicas da repolarização Doença de Kawasaki; anomalias coronarianas (congênitas ou pós-reparo).
Outras alterações induzidas pelo esforço SQTL; Síndrome de Brugada; WPW.
VO2max/VO2pico na disfunção cardiopulmonar e/ou descondicionamento físico CC; CM; HAP; potenciais receptores de transplante cardíaco; bloqueio atrioventricular total.
Pulso de oxigênio na disfunção ventricular e isquemia miocárdica CC; IC; CCPT; CM; doença de Kawasaki; anomalias coronarianas e valvares.
Saturação de oxigênio na doença pulmonar, shunts cardíacos e/ou pulmonares CC cianótica; IC; asma brônquica; fibrose pulmonar.
VE/VO2 e VE/VCO2 na ineficiência ventilatória (anormalidades da ventilação/perfusão) CC com insuficiência cardíaca ou shunt direita-esquerda; Fallot operado; HAP.

= diminui;

= aumenta;

CC: cardiopatia congênita; CM: cardiomiopatia, ECG: eletrocardiograma; SQTL: síndrome do QT longo; HAP: hipertensão arterial pulmonar; CCPT: conexão cavopulmonar total; VE: ventilação minuto; VCO2: produção de dióxido de carbono; VO2: consumo de oxigênio; WPW: Síndrome de Wolff-Parkinson-White; VO2max: consumo máximo de oxigênio (mL/kg/min); VO2pico: VO2 obtido nos exames que não houver as características de um esforço máximo; FCmax: frequência cardíaca máxima; VE/VCO2: equivalente ventilatório de dióxido de carbono; VE/VO2: equivalente ventilatório de oxigênio; VO2max: BAVT: bloqueio atrioventricular total; IC: insuficiência cardíaca. Adaptado de: Massin MM. The role of exercise testing in pediatric cardiology. 6

1.1. Defeitos do Septo Atrial

Nos defeitos do septo atrial/comunicação interatrial (DSA) a maioria dos pacientes permanece assintomática durante a maior parte da infância, mesmo em presença de grande shunt esquerda para a direita (esquerda-direita). São cinco os tipos principais de DSA: ostium secundum, ostium primum , seio venoso, defeitos do seio coronário e forame oval patente. Esses defeitos serão tratados como uma entidade única (DSA) em relação ao TE, pois os sintomas, comportamento das variáveis e interpretações são semelhantes, dependendo do predomínio do shunt (se direita-esquerda ou esquerda-direita), tamanho do defeito e presença de HAP e/ou IC. 634 , 635

Particularidades do ECG de repouso na DSA em população pediátrica: 370 , 388 , 636 , 637

  • Na maioria dos pacientes, a amplitude e a duração da onda P são normais. No ostium secundum , costumam ocorrer ondas P apiculadas em DII por aumento do átrio direito.

  • No ostium secundum e nos shunts esquerda-direita significativos, pode ocorrer prolongamento do PRi (BAV de 1 ° grau) e atraso na condução intraventricular (padrão de BRD) associado à HVD.

  • Após o reparo cirúrgico de DSA tipo ostium secundum , geralmente ocorre diminuição da duração e dispersão da onda P, sem atingir os níveis normais.

  • Após reparo transcateter, observa-se regressão parcial ou completa das anormalidades do ECG na maioria dos pacientes. 638 , 639

  • Após reparo cirúrgico de defeitos do tipo seio venoso, observa-se taxa relativamente alta de DNS (6%) e FA (14%). 640

Particularidades do TE/TCPE no DSA não corrigido:

  • Crianças geralmente têm ACR preservada. 641

  • Adolescentes e adultos jovens podem apresentar redução da ACR, principalmente quando sintomáticos. Nesses pacientes, observa-se redução de até 60% do VO2max previsto. 610

  • Pacientes com DSA assintomáticos, sem sobrecarga de volume e função normal de VD em repouso, podem apresentar aumento significativo da pós-carga e/ou disfunção do VD esforço-induzidas. 642

  • A inclinação VE/VCO2 geralmente é normal. Entretanto, nos pacientes com DSA associado à IC, disfunção do VD, HAP e/ou doença pulmonar, a inclinação pode aumentar devido à incompatibilidade ventilação-perfusão. 610 , 627

Particularidades do TE após o reparo do DSA:

  • No reparo cirúrgico precoce após 6 meses, observa-se ACR normal, que se mantém durante a vida adulta. 643645

  • Sintomas associados às arritmias e/ou dispneia esforço-induzidas são raros e determinantes da gravidade da CC. 646 , 647

  • A ocorrência de resposta cronotrópica deprimida (incompetência cronotrópica) é mais frequente após reparo cirúrgico do que após reparo transcateter. 589 , 590

  • Após o reparo cirúrgico, a capacidade aeróbica geralmente é reduzida e o desempenho do VD é significativamente menor. 648

  • Reparos cirúrgicos em idade mais avançada (adolescência) e/ou em presença de HAP geralmente evoluem com menor ACR e maior incidência de arritmias atriais esforço-induzidas. 649 , 650

  • Arritmias esforço-induzidas em crianças após reparo da DSA são raras, podendo manifestar-se como bradicardia sinusal, taquicardia sinusal, taquicardia supraventricular, batimentos atriais prematuros, batimentos prematuros ventriculares, DNS, BAV, flutter atrial e FA. 651654

  • Outras particularidades encontram-se na Tabela 36 .

Tabela 36. Comportamento das principais variáveis do TE/TCPE nos defeitos do septo atrial/comunicação interatrial reparados e não reparados.
Parâmetros TE/TCPE DSA não reparado DSA reparado
ECG de repouso Geralmente, observam-se aumento da duração e amplitude da onda P, aumento do PRi e duração do QRS (padrão BRD). 655 , 656 Raramente ocorre BAV (primeiro e segundo grau).
  • No reparo cirúrgico e transcateter, observam-se: redução da duração da onda P, da dispersão da onda P, do PRi, da duração QRS e dispersão QT. 656660 , 661

  • BAV em 2 a 4% dos pacientes, incluindo BAVT. 662

  • Reparo cirúrgico frequentemente evolui com arritmias cardíacas (precoce e tardiamente), benignas e/ou significativas (requerendo terapia farmacológica). 663

Sintomas esforço-induzidos Raros em crianças, mas, quando presentes, estão relacionados à gravidade de HAP e/ou IC. 634
Mais comuns em adolescentes e adultos, podendo comprometer a aptidão cardiorrespiratória.
  • Geralmente, apresenta melhora dos sintomas.

  • A persistência depende de HAP, IC residuais e/ou CC complexa parcialmente corrigida. 664

VO2max (mL/kg/min) Normal em crianças, a menos que tenham descondicionamento físico.
Diminuído, dependente da gravidade de HAP e/ou IC.
  • Normal após >6 meses do reparo.

  • Melhora parcial na persistência de descondicionamento físico, HAP e/ou IC. 665667

FCmax Normal. Na mutação NKX 2.5 (rara), pode ocorrer bradiarritmia por disfunção do nó sinusal e/ou disfunção do nó atrioventricular. 668
  • Geralmente normal.

  • A incompetência cronotrópica é rara, geralmente no reparo cirúrgico ou na mutação NKX 2.5. 589 , 651

Arritmia esforço-induzida Rara em crianças. Mais frequente em adolescentes e/ou na HAP.
  • Redução nas correções precoces. 669

  • Mantida mais frequentemente nas correções em adolescentes. 670

Oximetria de pulso (SpO2, %) Diminuída no shunt direita-esquerda e/ou na HAP.
  • Normal, a menos que haja shunt residual com HAP.

Ventilação por minuto (VE, L/min) Aumentada.
  • Normal, a menos que haja HAP ou IC.

Pulso de oxigênio (mL) Normal; diminuído na IC.
  • Normal; diminuído na persistência de IC.

VE/VO2 Aumentada.
  • Normal, a menos que haja HAP ou IC.

VE/VCO2 Aumentada.
  • Normal, a menos que haja HAP ou IC.

Pressão parcial de CO2 expirado (PETCO2, mmHg) Normal; diminuído no shunt direita-esquerda.
  • Normal; diminuído no shunt direita-esquerda residual.

CC: cardiopatia congênita; CM: cardiomiopatia, ECG: eletrocardiograma; HAP: hipertensão arterial pulmonar; IC: insuficiência cardíaca; BRD: bloqueio de ramo direito; VE/VCO2: equivalente ventilatório de dióxido de carbono; VE/VO2: equivalente ventilatório de oxigênio; VO2max: consumo máximo de oxigênio; PRi: intervalo PR; TE: teste ergométrico; TCPE: teste cardiopulmonar de exercício; DSA: defeito do septo atrial; BAV: bloqueio atrioventricular; BAVT: bloqueio atrioventricular total; FC: frequência cardíaca. Adaptado de: Amedro et al. Atrial septal defect and exercise capacity: value of cardio-pulmonary exercise test in assessment and follow-up. 610

1.2. Defeito do Septo Ventricular

A ausculta cardíaca no pré-teste pode permitir a detecção dos defeitos do septo ventricular (DSV). Os sopros são tipicamente descritos como holossistólicos (pansistólicos). O grau do sopro depende da velocidade do fluxo, com defeitos menores sendo mais ruidosos e podendo causar frémito. 671

O ECG de repouso geralmente reflete o grau de anormalidade hemodinâmica do DSV: 388 , 672 , 673

  • Se normal, sugere pequeno DSV, isolado e com pequeno shunt esquerda-direita.

  • O padrão de HVE com aumento de átrio esquerdo indica um shunt esquerda-direita moderado/grave, mas sem HAP.

  • O padrão combinado de HVE e HVD, com complexos QRS bifásicos, de grande amplitude nas derivações periféricas e precordiais médias (padrão de Katz-Wachtel), é frequentemente encontrado em pacientes com DSV grande e grau variável de HAP.

  • Na HAP acentuada (exemplo: síndrome de Eisenmenger), observa-se predomínio de padrão de HVD, desvio do eixo do QRS para direita e aumento do átrio direito.

  • Aproximadamente 10% dos pacientes com DSV apresentam BRD (completo ou incompleto).

  • Mesmo em pacientes com pequenos DSV, o risco de arritmia grave e morte súbita é maior do que em crianças aparentemente saudáveis.

  • A minoria dos pacientes submetidos a reparo transcateter do DSV perimembranoso pode evoluir com BRD, BDASE e BAVT.

Particularidades do DSV no TE/TCPE:

  • DSV pequenos na população pediátrica geralmente apresentam shunt esquerda-direita hemodinamicamente insignificante, inclusive durante o esforço, não comprometendo significativamente a capacidade funcional. 674

  • Crianças com comunicação interventricular (CIV) patente ou reparada cirurgicamente geralmente têm ACR normal, apesar de discreto comprometimento da resposta cronotrópica. 9 , 675

  • Adultos jovens com DSV pequenos não reparados na infância podem evoluir com ACR comprometida relacionada ao tamanho do shunt e disfunção biventricular. 676 , 677

  • O reparo cirúrgico de DSV importante nos primeiros 2 anos de vida reduz o risco de persistência de sintomas e de desenvolvimento de anormalidades cardiopulmonares, secundários à disfunção ventricular e/ou doença vascular pulmonar progressiva. 678

  • HAP antes do reparo e/ou persistente após o reparo reduz a tolerância ao esforço e piora a qualidade de vida. 679 , 680

  • Na síndrome de Eisenmenger, geralmente observa-se comprometimento acentuado da ACR e risco aumentado de morte súbita. 681 , 682

  • Outras particularidades encontram-se na Tabela 37 .

Tabela 37. Comportamento das principais variáveis do TE/TCPE no defeito do septo ventricular reparado e não reparado.
Parâmetros TE/TCPE DSV não reparado DSV reparado
Alterações hemodinâmicas com maior risco de complicações esforço-induzidas Grande shunt esquerda-direita; dilatação VE, com função de VE comprometida; insuficiência aórtica; doença vascular pulmonar/HAP; síndrome de Eisenmenger.
  • Shunt residual; IC; insuficiência aórtica; obstrução da via de saída do VD ou VE; persistência de HAP; síndrome de Eisenmenger.

ECG de repouso Geralmente, reflete o grau de anormalidade hemodinâmica do DSV (vide texto).
  • Reparo transcateter do DSV perimembranoso, raramente evolui com BRD, BDASE e BAVT. 683 , 684

  • No reparo cirúrgico, é frequente a ocorrência de BRD relacionado à disfunção de VD e disfunção diastólica do VE. 685687

  • A arritmia ventricular é frequente e sua prevalência aumenta com a idade na época do reparo e com tempo de seguimento; 688

  • O BAVT é raro no reparo cirúrgico e frequente no reparo transcateter.

Sintomas esforço-induzidos O DSV pequeno* e sem insuficiência aórtica geralmente é assintomático; 675
Grandes defeitos, HAP, IC e/ou síndrome de Eisenmenger são sintomáticos.
  • Após reparo geralmente assintomático.

  • Geralmente sintomático na persistência da HAP, IC, insuficiência aórtica, obstrução de via de saída de VD ou VE e na síndrome de Eisenmenger.

VO2max Na CIV patente pequena geralmente normal;
Reduzido nos defeitos grandes, HAP e/ou síndrome de Eisenmenger.
  • Após reparo geralmente normal.

  • O reparo transcateter em adolescentes assintomáticos ou minimamente sintomáticos previne a deterioração da aptidão cardiorrespiratória e promove a remodelação reversa do VE. 689

  • Reduzido na persistência da HAP, IC, insuficiência aórtica, obstrução de via de saída de VD ou VE e na síndrome de Eisenmenger.

FCmax Geralmente discreto comprometimento da resposta cronotrópica. A disfunção do nó sinusal requerendo colocação de marca-passo ocorre em 4% dos pacientes.
  • No reparo transcateter geralmente normal.

  • No reparo cirúrgico, pode evoluir com menor FCmax e incompetência cronotrópica. 407

Arritmia esforço-induzida Rara em defeitos pequenos. Frequente nos grandes defeitos, IC, HAP e síndrome de Eisenmenger.
  • Redução nas correções precoces.

  • Frequente quando ocorre arritmia complexa após reparo transcateter, na HAP residual, na disfunção ventricular persistente e no BRE após o reparo. 683 , 690

Oximetria de pulso Normal nos pequenos defeitos. Diminuída nos grandes defeitos, no shunt direita-esquerda, na síndrome de Eisenmenger e/ou na HAP.
  • Normal, a menos que haja persistência da HAP ou na síndrome de Eisenmenger.

LV1 Geralmente reduzido. 691
  • Após reparo apresenta aumento, podendo tornar-se normal.

  • Mantém-se reduzido na persistência da HAP, IC, insuficiência aórtica e na síndrome de Eisenmenger.

VEmin (L/min) Geralmente reduzida.
  • Pode manter-se reduzida mesmo após reparo devido à esternotomia com restrição da complacência da caixa torácica, exposição prolongada das pequenas vias aéreas ao alto fluxo sanguíneo pulmonar e alterações das propriedades viscoelásticas do pulmão. 691

VE/VO2 Aumentada nos grandes defeitos e na síndrome de Eisenmenger.
  • Normaliza, a menos que haja HAP ou IC.

VE/VCO2 Aumentada nos grandes defeitos e na síndrome de Eisenmenger.
  • Normaliza, a menos que haja HAP ou IC.

FCmax: frequência cardíaca máxima; HAP: hipertensão arterial pulmonar; IC: insuficiência cardíaca; BRD: bloqueio de ramo direito; BRE: bloqueio de ramo esquerdo; VEmin: ventilação por minuto; VO2max: consumo máximo de oxigênio; VE/VCO2: equivalente ventilatório de dióxido de carbono; VE/VO2: equivalente ventilatório de oxigênio; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo; TE: teste ergométrico; TCPE: teste cardiopulmonar de exercício; DSV: defeito do septo ventricular; BDASE: bloqueio divisional anterossuperior esquerdo; BAVT: bloqueio atrioventricular total; CIV: comunicação interventricular; FC: frequência cardíaca; LV1: primeiro limiar ventilatório. *DSV pequenos com shunt esquerda-direita <50%, sem sinais de sobrecarga de volume do VE e pressão da artéria pulmonar normal.

1.3. Persistência do Canal Arterial

As manifestações clínicas da persistência do canal arterial (PCA) dependem principalmente da quantidade de fluxo sanguíneo da aorta para a artéria pulmonar e ocorrência de HAP secundária. 692

O TE/TCPE contribui com o acompanhamento clínico e com as decisões terapêuticas nas várias formas e apresentações da PCA: 693 , 694

  • Nas "silenciosas" (inaudíveis) e pequenas (pequeno shunt esquerda-direita, sem repercussão hemodinâmica), para confirmação da condição assintomática, esclarecimento de sintomas esforço-induzidos e de alterações eletrocardiográficas.

  • Nas com repercussão hemodinâmica ou com HAP leve/moderada, a cada 12 a 24 meses, como parte do acompanhamento clínico seriado e adjuvante na decisão de intervenções.

  • Caso haja HAP, realizar o exame para verificar a ocorrência de dessaturação dos membros inferiores, um critério de gravidade e possível contraindicação para o fechamento do canal. 695697

  • Adolescentes e adultos jovens com PCA grave (com aumento de câmara do lado esquerdo, HAP grave e contraindicação para o fechamento do canal arterial) e/ou síndrome de Eisenmenger devem realizar o exame a cada 6 a 12 meses, para ajustes terapêuticos da IC e/ou HAP.

  • Nas crianças e adolescentes com PCA grave e que evoluíram para IC avançada, o TCPE contribui particularmente na indicação de transplante cardíaco.

  • Após correção, visando avaliar a persistência de sintomas, PCA residual, HAP residual e complicações cirúrgicas, tais como obstrução da artéria pulmonar esquerda e coarctação de aorta.

  • Na avaliação pré-participação, para exercícios e esportes em pacientes com PCA silenciosa/pequena ou após correção evoluindo sem HAP. 695

O exame físico pré-teste dos pacientes com PCA não corrigida varia de acordo com o tamanho do canal arterial e sua repercussão. Na PCA silenciosa o exame físico é normal. 698

O ECG de repouso na PCA: 370 , 388

  • Nos shunts menores, o ECG geralmente é normal.

  • Nos shunts moderados/grandes, geralmente observam-se taquicardia sinusal ou FA, sobrecarga atrial esquerda (SAE), HVE e ISTs. 698

  • Quando grande e com HAP, apresenta frequentemente sinais de dilatação do átrio direito e hipertrofia biventricular.

  • Normalmente ocorre ritmo sinusal e BAV de I grau em ≈10% dos casos. Raramente observam-se BAV de II grau, BRE e BRD.

Particularidades do TE/TCPE na PCA em crianças e adolescentes:

  • Nas silenciosas, geralmente são assintomáticos, sem sequelas hemodinâmicas ou anatômicas, com função pulmonar e ACR normais. Raramente apresentam intolerância ao esforço ou têm doença reativa das vias aéreas esforço-induzida. 693

  • PCA com HAP geralmente apresenta comprometimento significativo da capacidade aeróbica, queda da saturação de oxigênio com o esforço (geralmente >10%), redução dos valores de VO2pico e menor inclinação de VE/VCO2, correlacionados diretamente com a gravidade da HAP. Os sintomas esforço-induzidos mais frequentes são dispneia, dor torácica, tontura e palpitação (arritmia ventricular). 197 , 377 , 699

  • É necessária a monitorização da SpO2 nas extremidades superiores e inferiores, inclusive para a confirmação de ocorrência de dessaturação dos membros inferiores esforço-induzida. 695

  • Após correção cirúrgica, assintomáticos geralmente apresentam FCpico menor do que os aparentemente saudáveis. Em alguns pacientes, pode ocorrer incompetência cronotrópica. 700

  • Assintomáticos após correção (transcateter ou cirúrgica), sem evidências de cardiopatia estrutural (doença valvar, arritmia ou hipertrofia ventricular) e de doença pulmonar, geralmente apresentam comportamento pressórico normal e ACR preservada. 700

  • Pacientes após correção cirúrgica complicada por paralisia da prega vocal esquerda podem apresentar estridor laríngeo grave e obstrução laríngea esforço-induzidos. 701 , 702

  • Nascidos extremamente prematuros (<28 semanas de gestação ou peso ao nascer <1.000 g) e submetidos a correção cirúrgica, quando adolescentes, podem apresentar, ao TCPE, função pulmonar e ACR reduzidas. 701

1.4. Tetralogia de Fallot

A tetralogia de Fallot [(do inglês tetralogy of Fallot (ToF)] clássica consiste em um grupo de quatro defeitos: CIV; estenose pulmonar; hipertrofia VD; aorta cavalgante conectada tanto no VE quanto no VD. Existem variações da apresentação, incluindo ToF com atresia pulmonar e com agenesia da válvula pulmonar. 703 , 704

Os desfechos de longo prazo na ToF reparada são muitos e graves, exigindo acompanhamento regular. 705 A incidência de MSC arrítmica é estimada em 1 a 5%. Os principais fatores associados são: duração do QRS >180 ms; disfunção sistólica ou diastólica do VE; ventriculectomia; pressão diastólica final do VE ≥12 mmHg; história de arritmia supraventricular; taquicardia ventricular não sustentada (TVNS); TV induzível no estudo eletrofisiológico (EEF). 388 , 706708

O TE/TCPE apresenta papel relevante no seguimento, estratificação de risco, decisões terapêuticas e avaliação da repercussão das complicações pós-cirúrgicas: insuficiência pulmonar residual; insuficiência aórtica (IAo); dilatação e/ou disfunção do VD; estenose residual da artéria pulmonar; obstrução da via de saída do VD; arritmias complexas; IC. 100 , 709

O exame físico no pré-teste da ToF reparada é importante para investigação de lesões anatômicas residuais e avaliar condições de risco potencial de complicações durante o exame. 370

Particularidades do ECG de repouso na ToF reparada: 388 , 706708 , 710

  • O aumento do átrio direito é observado em ≈30 a 50% dos pacientes.

  • O padrão mais prevalente é o de BRD com ou sem BDASE. Geralmente, o BRD é assintomático e não requer intervenção. 711 , 712

  • A duração do QRS >150 ms está associada à disfunção de VD e insuficiência valvar pulmonar significativa no pós-operatório tardio.

  • Arritmias supraventriculares, incluindo distúrbios de condução sinoatrial, FA e flutter atrial são encontradas em um terço dos pacientes.

  • São frequentes as arritmias ventriculares, incluindo TVNS.

Particularidades do TE/TCPE na ToF ( Tabela 38 ):

Tabela 38. Comportamento das principais variáveis do TE/TCPE na ToF reparada e suas repercussões 100 , 716 .
Parâmetros TE/TCPE Comportamento Interpretação/repercussão
Complicações pós-cirúrgicas com maior risco de eventos no exame Insuficiência pulmonar residual; insuficiência aórtica; dilatação e/ou disfunção do VD; estenose residual da artéria pulmonar; obstrução da via de saída do VD; arritmias complexas; IC. 717
  • Associadas a sintomas esforço-induzidos e risco de complicações no exame: dessaturação importante, hipotensão, congestão/IC, arritmias complexas, pré-síncope e síncope.

VO2max Geralmente, o VO2max e o VO2 no LV1 estão reduzidos;*
A média da %VO2pico prevista é de 68±2,8% (IC95%: 62,3-74%). 716
Na resposta cronotrópica normal, o VO2max apresenta-se menos reduzido.
Redução mais acentuada é observada na persistência da HAP, IC, insuficiência aórtica, obstrução de via de saída de VD.
A insuficiência pulmonar residual e a idade do reparo influenciam na redução do VO2max. 718
  • A aptidão cardiorrespiratória pode ser limitada, apesar da melhora na classe funcional (NYHA) após a correção. 719

  • Crianças do sexo masculino geralmente apresentam pior aptidão cardiorrespiratória. 720

  • Disfunção do VD e do VE relacionam-se linearmente à redução do VO2max. 721

  • VO2pico baixo ou limítrofe é útil na estratificação de risco de adolescentes e adultos jovens assintomáticos considerados para a troca da válvula pulmonar. 100

Frequência cardíaca máxima Geralmente é menor do que em crianças saudáveis, sendo frequente a incompetência cronotrópica. A disfunção grave do nó sinusal ocorre em 4% dos pacientes. 591
  • A reposta cronotrópica normal associa-se com maior aptidão cardiorrespiratória, independentemente da função sistólica de VD e/ou insuficiência pulmonar. 252 , 714

Arritmia ventricular esforço-induzida Geralmente relacionada ao reparo tardio e à função ventricular direita deprimida.
  • Associa-se a alterações hemodinâmicas residuais importantes e risco aumentado de eventos cardiovasculares.

Oximetria de pulso Normal nos pequenos defeitos residuais.
Diminuída nos grandes defeitos, no shunt direita-esquerda, na síndrome de Eisenmenger e/ou na HAP e IC.
  • Maior risco de eventos cardiovasculares e pior prognóstico.

Pulso de O2 Geralmente, mantém-se diminuído (em ≈85,3% dos casos). Em ≈10,3% dos pacientes, aumenta; e em ≈4,4%, ocorre redução adicional. 715 , 716
  • A manutenção da redução está associada a menor fração de ejeção do VD e aos menores volumes sistólicos biventriculares. 722

VE/VCO2 Normalmente, um pouco aumentada.
Na IC observa-se grande aumento.
  • O aumento associa-se a redução do débito cardíaco, HAP e pior prognóstico.

OUES Normalmente o valor está pouco alterado, mas com redução importante do VO2max.
Valores de OUES mais baixos estão associados a disfunção ventricular. 715
  • Quando normal, indica razoável capacidade submáxima de esforço.

HAP: hipertensão arterial pulmonar; IC: insuficiência cardíaca; VD: ventrículo direito; VO2max: consumo máximo de oxigênio; VE/VCO2: equivalente ventilatório de dióxido de carbono; O2: oxigênio; VE: ventilação/minuto; OUES: inclinação da eficiência da captação do oxigênio (do inglês oxygen uptake efficiency slope ); VO2: consumo de oxigênio; VO2pico: VO2 obtido nos exames nos quais não houver as características de um esforço máximo; LV1: limiar ventilatório 1; IC95%: intervalo de confiança de 95%; NYHA: New York Heart Association. *Após correção cirúrgica completa e com bons resultados, sem CIV residual e gradiente de pressão entre VD e artéria pulmonar <20 mmHg.

  • Pacientes após correção cirúrgica com bons resultados (sem CIV residual e gradiente de pressão entre VD e a artéria pulmonar <20 mmHg geralmente são assintomáticos em repouso.

  • Após a correção cirúrgica completa, geralmente não se observam grandes limitações físicas nas atividades do cotidiano. Entretanto, frequentemente o TCPE mostra valores reduzidos de VO2max e de VO2 no LV1. 713

  • Crianças e adolescentes que mantém resposta cronotrópica normal apresentam maior ACR e reserva da FC, mesmo quando com insuficiência pulmonar e disfunção sistólica do VD no repouso. 714

  • Adolescentes apresentam redução na ACR relacionada aos volumes sistólicos biventriculares e volume diastólico final do VE indexado à ASC. O valor de OUES e do PuO2pico também estão relacionados aos volumes sistólicos biventriculares. 715

  • Após a correção cirúrgica, a PAS em membro superior, a PAS central e o índice de rigidez arterial apresentam comportamento normal ao esforço. 591

  • Em pacientes assintomáticos após correção da ToF, evoluindo com estenose pulmonar grave e diminuição da ACR, deve-se considerar a troca valvar. 81

  • Pode ocorrer arritmia ventricular esforço-induzida (AVEI), geralmente relacionada ao reparo tardio, disfunção do VD e risco aumentado de eventos CV.

1.5. Transposição das Grandes Artérias

A transposição das grandes artérias (TGA) é uma CC cianótica grave, incompatível com a vida, requerendo obrigatoriamente a existência de shunt intracardíaco (forame oval patente, comunicação interatrial ou CIV) e/ou shunt extracardíaco (PCA ou circulação colateral broncopulmonar). 723

A TGA pode ser dividida em: 724 , 725

  • Simples, sem defeitos cardíacos adicionais ao shunt .

  • Complexa, com lesão adicional associada: obstrução da via de saída do VE (≈25% dos pacientes); anomalias das válvulas mitral e tricúspide; anomalias de artérias coronárias; nos pacientes com CIV (≈50%), observam-se estenose ou atresia pulmonar, sobreposição de uma válvula atrioventricular ou CoAo.

A TGA requer tratamento cirúrgico logo após o nascimento ou no máximo nos primeiros meses de vida. Desde o final da década de 1980, tem-se preconizado a realização de cirurgia de troca (CT) arterial (cirurgia de Jatene) em vez da cirurgia de troca atrial (Mustard/Senning). Nos casos de TGA complexa, podem ser necessárias outras formas de abordagem cirúrgica (exemplos: Rastelli e Nikaidoh). 724 , 726 , 727

Os pacientes necessitam de acompanhamento a longo prazo, pois é frequente a ocorrência de complicações: reintervenção em até 25% (devido a estenose da artéria pulmonar, obstrução de artéria coronária, dilatação da raiz da aorta e/ou IAo); disfunção do VD; bradiarritmias e taquiarritmias; DAC; morte súbita. 726 , 728 , 729

O TE/TCPE apresenta papel relevante no acompanhamento após reparo: 22 , 723 , 724 , 726 , 729 , 730

  • Recomenda-se a realização a cada 3 a 5 anos, como parte da investigação de isquemia miocárdica assintomática, principalmente nos pacientes submetidos a CT arterial.

  • Investigação de episódios de síncope e palpitações, geralmente decorrentes de arritmias secundárias à isquemia miocárdica, obstrução da via de saída de VD e/ou disfunção do VE. As arritmias ocorrem em 2,4 a 9,6% dos pacientes e associam-se a risco de MSC.

  • Investigação de queixa de alterações na tolerância às atividades físicas habituais ou sintomas de dor torácica esforço-induzida, geralmente associadas ao declínio da função do VE, DAC e obstrução da artéria pulmonar.

  • Para a estratificação de risco, prognóstico e liberação/prescrição de reabilitação cardiovascular.

O ECG de repouso varia com a técnica de reparo e sintomatologia do paciente. Na CT atrial é comum a observação de: DNS; ritmo juncional; distúrbios de condução atrioventricular; hipertrofia do VD e desvio do eixo para a direita; ondas Q nas derivações precordiais direitas. Na CT arterial, geralmente observa-se ritmo sinusal (91,1%) e, raramente, ritmo atrial ectópico (5,4%) ou ritmo juncional (3,6%). Também não se costumam evidenciar sinais de isquemia ou extrassistolia. 724 , 731

Particularidades do TE/TCPE após reparo da TGA:

  • Independentemente do procedimento adotado no reparo, os pacientes geralmente apresentam algum grau de comprometimento da ACR (%VO2pico previsto de 87,5±2,9%). 21 Entretanto, mesmo com a aptidão levemente reduzida, os pacientes geralmente encontram-se em classe funcional I da NYHA. 723 , 728

  • Pacientes submetidos a CT arterial têm melhor tolerância ao esforço em comparação com aqueles submetidos a CT atrial. 723 , 732

  • Pacientes submetidos a CT arterial e reparo de CIV ou com obstrução residual de via de saída de VD apresentam maior comprometimento da ACR. 23 , 733

  • Na fase tardia da CT arterial, a FCmax geralmente é normal ou levemente diminuída (FCmax: 92±2% do previsto). 21 , 23 A incompetência cronotrópica na fase tardia ocorre entre ≈5 e 34% dos pacientes. A DNS geralmente é secundária ao comprometimento da artéria do nó sinusal durante septostomia por balão ou mesmo CT arterial. 728 , 733

  • Na fase tardia da CT arterial, geralmente a PAS é normal no repouso e no esforço. A PAD geralmente apresenta valores menores no repouso e no pico do esforço. 731

  • Na fase tardia da CT arterial, geralmente observa-se redução do pulso de O2 com VO2pico normal (sem redução da ACR). A boa correlação entre o valor de OUES e VO2pico permite o seu uso nos pacientes que não atingiram o esforço máximo. 626 , 734

  • Na fase tardia da CT atrial (Mustard ou Senning): geralmente observam-se: arritmia ventricular (repouso e esforço); redução da fração de ejeção do VD (em até 84% dos pacientes); redução do pulso de O2 e do LV1; normalização lenta do pulso de O2 na recuperação; retenção prolongada de CO2 com subsequente hiperpneia. 729 , 735 , 736

  • Exames seriados na fase tardia da CT atrial evidenciam redução progressiva do VO2pico e pulso de O2 na infância e adolescência, sugerindo incapacidade de aumentar o volume sistólico.

  • Na fase tardia da CT atrial, o VO2pico e pulso de O2 permanecem relativamente estáveis nos adultos jovens. Entretanto, quando ocorre acentuação da disfunção do VD observam-se declínio rápido no pulso de O2, piora da tolerância ao esforço, arritmias e deterioração clínica com IC. 737 , 738

  • A ocorrência de arritmias no pós-operatório precoce de CT atrial representa risco de arritmias na fase tardia (RR: 3,8; IC95%: 1,5-9,5) e de desenvolvimento de IC (RR: 8,1; IC95%: 2,2-30,7). 739

  • Na fase tardia da CT atrial, é comum observar FCpico reduzida e a ocorrência de incompetência cronotrópica. 735 , 740

  • Independentemente da técnica de reparo, o ISTE é raro, mas, caso preencha os critérios para isquemia miocárdica, deve-se prosseguir na investigação de DAC (geralmente assintomática; acometendo 2 a 11,3% dos pacientes). 741

1.6. Cirurgia de Fontan

A cirurgia de Fontan é um procedimento paliativo nas CC com um único ventrículo funcional, permitindo uma quase normalização da saturação arterial e a remoção da sobrecarga crônica de volume. A história natural dos pacientes com cirurgia de Fontan é caracterizada por aumento progressivo da resistência vascular periférica, subsequente redução do débito cardíaco, hipertensão venosa crônica, estase periférica e congestão no sistema linfático. As principais complicações são: cianose, intolerância aos esforços físicos, IC, ascite, arritmias, disfunção hepática, enteropatia perdedora de proteínas, bronquite e anormalidades da coagulação. A ocorrência de IC na cirurgia de Fontan é comum e progressiva, podendo ser sistólica, diastólica ou ambas. Fatores contribuintes para desenvolvimento de IC: disfunção ventricular diastólica, resistência vascular pulmonar aumentada, taquicardia atrial, insuficiência valvar e shunts com sobrecarga de volume. 742744

O TE/TCPE é útil no acompanhamento dos pacientes com cirurgia de Fontan, tendo em vista: 744

  • Quantificar a ACR e inferir sobre fatores limitantes ao esforço.

  • Avaliar reserva respiratória, ventilação-perfusão, SpO2, resposta cronotrópica e arritmias, que contribuem para a limitação aos esforços e complicações tardias.

  • Ajustes terapêuticos, inclusive o fechamento da fenestração (por hipóxia sistêmica excessiva) e indicação de implante de MP (por doença do nó sinusal/incompetência cronotrópica grave). 745 , 746

  • O TCPE contribui na seleção de candidatos ao transplante cardíaco.

  • A estratificação de risco, prognóstico e liberação/prescrição de RCV. 747750

  • Estratégia de vigilância intensiva de adolescentes com realização do exame a cada 1 a 3 anos, devido ao alto risco de IC e morte precoce segundo a American Heart Association . 744

Particularidades do TE/TCPE na cirurgia de Fontan:

  • Nos pacientes com IC e/ou SpO2 baixa em repouso, recomenda-se a realização do exame a nível hospitalar com adoção de cuidados especiais: adequação de protocolos/carga de esforço, monitorização SpO2 etc.

  • A ACR é predominantemente reduzida com VO2max atingindo ≈60 a 65% do previsto. 92 , 747 , 751

  • A ACR nos pacientes com cirurgia de Fontan pode ser classificada de acordo com a %VO2 prevista atingida: capacidade severamente prejudicada se <50%; moderadamente prejudicada entre 50 e 60%; ligeiramente prejudicada entre 60 e 80%; limítrofe entre 80 e 90%; normal se >90%. 752

  • É comum a SpO2 em repouso ser baixa (inclusive com níveis <90%). A SpO2 no esforço geralmente cai para <90% por descompensação dos mecanismos de controle da cianose e aumento do retorno venoso de sangue dessaturado. 588

  • Crianças e adolescentes comumente apresentam, ao esforço, incompetência cronotrópica e reserva cronotrópica diminuída. O tipo de procedimento paliativo, o subtipo de ventrículo dominante e/ou a anatomia cardíaca subjacente afetam o grau de incompetência cronotrópica. Geralmente, o comportamento da FC na recuperação é normal. 753 , 754

  • A PAS repouso mantém-se inalterada, enquanto a PAD aumenta significativamente no pós-operatório. No esforço, os comportamentos da PAS e da PAD são normais, consistentes com a carga de esforço, atingindo geralmente >85% da PAS predita para faixa etária. 755

  • O aumento na duração e na dispersão da onda P no ECG de repouso associam-se ao risco de taquiarritmias atriais sustentadas (acometendo de 9,4 a 20% dos pacientes; incluindo FA e taquicardia reentrante intra-atrial). 756 , 757

  • A ocorrência de extrassistolia ventricular é rara, podendo ser decorrente de piora da função ventricular ou secundária a distúrbios eletrolíticos/medicamentosos. Cerca de 3 a 12% dos pacientes evoluem tardiamente com TV. 758 , 759

  • As arritmias esforço-induzidas são raras e geralmente desaparecem com a suspensão do esforço. 751

  • O ECG de repouso geralmente apresenta padrão de HVE, sobrecarga ventricular e ISTs significativo (>1,0 mm). Frequentemente, observa-se aumento do ISTs com o esforço, entretanto sem associação com DAC. 520 , 760

  • Geralmente, observa-se redução do pulso de O2, do LV1, da ventilação pulmonar, do QR e incompetência cronotrópica (em até 62% dos pacientes). Essas alterações associadas à função ventricular sistólica comprometida se correlacionam com pior ACR. 588 , 592 , 593 , 761

  • A diminuição de reserva cardíaca, VO2pico, OUES e incompetência cronotrópica identificam pacientes com maior risco de morte e necessidade de transplante cardíaco. 91 , 748 , 749 , 762 , 763

  • Em adolescentes, a ventilação oscilatória ao esforço (EOV do inglês, exercise oscilatory ventilation ) está associada ao aumento do risco de morte/transplante (RR: 3,9; IC95%: 1,5-10,0). 764

  • Em adolescentes, foram marcadores de risco de hospitalização em 2 anos (por IC, arritmia e outras complicações): OUES ≤45% (RR: 7,645; IC95%: 2,317-25,230); inclinação VE/VCO2 ≥37 (RR: 10,777; IC95%: 1,378-84,259). 765

1.7. Cardiomiopatia Hipertrófica

A CMH é uma doença genética com padrão autossômico dominante (penetrância incompleta e expressividade variável), apresentando miócitos hipertrofiados, desorganizados e separados por áreas de fibrose intersticial. A hipertrofia cardíaca é geralmente assimétrica, envolvendo mais comumente o septo interventricular basal subjacente à valva aórtica. Ocasionalmente, restringe-se a outras regiões cardíacas, como o ápice, porção média e parede posterior do VE. A CMH pode ser classificada em primária, se a mutação nos genes sarcoméricos representar a causa da doença, e em secundária, se associada a causa não sarcomérica. 766 , 767

Na infância, a idade média de início é de 8,9 anos, sendo mais frequente no sexo masculino. O risco de MSC em pacientes pediátricos é de ≈1 a 7% ao ano. Em adolescentes com história familiar de MSC, o tempo médio após o diagnóstico para evento cardíaco maior (incluindo morte, MSC) ou intervenção cardíaca (miectomia e/ou CDI) é de ≈18 meses. 768770

Os sintomas geralmente resultam de quatro condições fisiopatológicas: disfunção ventricular diastólica, obstrução ao fluxo de saída do VE, isquemia miocárdica e arritmias cardíacas. 770

Nesse contexto, o TE/TCPE é útil na estratificação de risco e manejo clínico, principalmente em crianças >7 anos, por serem de maior risco. Aproximadamente um terço dos pacientes com CMH apresenta obstrução da via de saída de ventrículo esquerdo (VSVE) em repouso intensificada com o esforço, um terço tem obstrução esforço-induzida e o outro terço tem HVE sem obstrução (em repouso ou esforço-induzida). 771

Em pacientes com obstrução da VSVE, geralmente é audível um sopro rude mesossistólico, de grau 3-4/6, mais alto entre o ápice e a borda esternal esquerda. O sopro aumenta de intensidade quando o volume do VE diminui durante a manobra de Valsalva, ao assumir a posição ereta e durante e imediatamente após o esforço. 771

Particularidades do ECG de repouso na CMH: 388 , 772

  • Alterado em 75 a 95% dos pacientes, mesmo quando sem ou apenas leve obstrução da VSVE.

  • Presença de SAE.

  • As anormalidades mais comuns são o padrão de HVE, ondas Q profundas, ISTs e alterações da onda T.

  • De 2 a 5% dos pacientes exibem pré-excitação e podem apresentar arritmias supraventriculares nodais AV e síndrome de WPW. 768

Particularidades do TE/TCPE na CMH:

  • Auxilia nas decisões sobre o escalonamento das terapias, principalmente se os sintomas não forem claros baseados na história clínica.

  • Geralmente evidencia baixa ACR.

  • Pacientes com obstrução grave da VSVE geralmente apresentam pressão diastólica ventricular elevada e dispneia esforço-induzida. Nos casos mais graves, pode ocorrer franca IC aguda.

  • A síncope esforço-induzida ou no início da recuperação decorre de obstrução grave da VSVE, com ou sem arritmia ventricular associada.

  • Frequentemente ocorre dor torácica isquêmica, que pode ou não ter as características anginosas típicas.

  • Resposta anormal da PA ao esforço, caracterizada por aumento da PAS <25 mmHg ou queda >10 mmHg, estão associadas ao risco aumentado de MSC. 154 , 438 , 773

  • O TE anormal associa-se a maior risco de morte por todas as causas e/ou transplante: resposta isquêmica (RR: 4,86; IC95%: 1,69-13,99) e resposta pressórica deprimida (RR: 3,19; IC95%: 1,32-7,71). A isquemia esforço-induzida também foi associada de forma independente com MSC (RR: 3,32; IC95%: 1,27-8,70). 157

  • ESVs e EVs esforço-induzidas são frequentes, podendo ocorrer TVNS em 20 a 30% dos pacientes.

  • A ocorrência de arritmia esforço-induzida (atrial e/ou ventricular) em qualquer densidade está associada ao risco aumentado de transplante cardíaco, implante de CDI e MSC (RR: 5,8; IC95%: 1,3-26,7). 157 , 773

  • A FA é encontrada em ≈25% dos pacientes com CMH, sendo mal tolerada e frequentemente responsável por sintomas de IC ao esforço.

  • A ACR comprometida (%VO2pico geralmente <80%) correlacionou-se com disfunção diastólica ao ecocardiograma. 207

  • O TCPE mensura diretamente a ACR, sendo relevante na avaliação de pacientes com sintomas graves, particularmente para a indicação de transplante cardíaco. 774 A redução do VO2pico <50% dos valores previstos para idade e sexo deve ser considerada no processo de indicação do transplante. 775

  • O VO2pico, pulso de O2 e FCpico geralmente estão reduzidos com piora gradual ao longo do tempo. 207 A %VO2pico prevista ≤60% é marcadora de risco de IC e MSC. 770

1.8. Doença de Kawasaki

A doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite sistêmica aguda que afeta principalmente crianças <5 anos do sexo masculino (proporção ≈1,5:1). É a maior causa de DAC adquirida em crianças, sendo mais frequente no Japão. 37 , 776

A complicação mais relevante da DK aguda é o desenvolvimento de anormalidades vasculares em artérias de pequeno a médio calibre (principalmente no coração), caracterizada por três processos interligados: arterite necrotizante; vasculite subaguda/crônica; proliferação miofibroblástica luminal. A DAC pode se desenvolver durante a fase de cicatrização do episódio agudo ou mesmo tardiamente. Mesmo crianças com DK sem evidência de lesões coronarianas apresentam menor reserva de fluxo coronariano, com maior resistência coronariana total. 777 , 778

O risco de desenvolvimento de aneurismas em artérias coronárias (AAC) é de ≈25% dos casos não tratados e 5% dos casos adequadamente tratados. Os AAC podem se manifestar inicialmente como uma ectasia e progredir para dilatação moderada (5 a 8 mm de diâmetro) ou mesmo na forma de grandes aneurismas (>8 mm). Os AAC são classificados comparando os diâmetros dos das artérias coronárias indexadas em unidades de desvio padrão da média pela área de superfície corporal (escore Z). Essa classificação é recomendada para o tronco da coronária esquerda, descendente anterior (DA) e coronária direita (CD). A classificação considera o AAC como: ausente se o escore Z for <2; dilatação isolada se 2 a <2,5; aneurisma pequeno se ≥2,5 a <5,0; médio se ≥5,0 a <10,0 e dimensão absoluta <8 mm; grande ou gigante se for ≥10,0 (ou dimensão absoluta ≥8 mm). Os aneurismas grandes e/ou gigantes não regridem, raramente se rompem e quase sempre contêm trombos, que podem inclusive calcificar ou se tornar oclusivos. 37 , 776

Crianças com AAC podem evoluir na fase tardia da DK (FT-DK) com trombose, doença isquêmica miocárdica, infarto e morte súbita (≈0,2 a 0,8% nos primeiros 10 anos após a DK). As complicações mais frequentes da FT-DK são a doença isquêmica miocárdica (4,6 eventos/1.000 pessoas-ano) e arritmias ventriculares (4,5/1.000 pessoas-ano). Pacientes na FT-DK necessitam de acompanhamento regular e adoção de protocolos de estratificação de risco e de prevenção de complicações, sendo o TE/TCPE útil nesse contexto. 779781

O ECG de repouso varia conforme as complicações decorrentes da fase aguda da DK. Em pacientes com AAC ou após infarto agudo do miocárdio (IAM) na fase aguda, é comum a observação de ondas Q patológicas e alterações do segmento ST/onda T associadas às áreas de isquemia e/ou de necrose. Recomenda-se avaliar a dispersão do QTi (QTd), que quando alterada está associada a sequelas coronarianas e maior risco de arritmia ventricular durante o seguimento. 487 , 782 , 783

Principais indicações do TE/TCPE na DK: 18 , 37

  • Na FT-DK, para investigação de sintomas sugestivos de isquemia (GR-NE: I-C).

  • Na população pediátrica, não devem ser indicados isoladamente para investigação de isquemia miocárdica esforço-induzida. Nesses casos, recomenda-se a associação com método de imagem.

  • Em pacientes com AAC com suspeita de eventos isquêmicos, sintomas esforço-induzidos ou baixa tolerância aos esforços (GR-NE: I-C).

  • Em pacientes com AAC, na avaliação pré-participação de esportes competitivos ou atividades de alta intensidade, buscando detectar arritmias esforço-induzidas (GR-NE: IIa-C).

  • No acompanhamento de crianças e adolescentes submetidos a revascularização (cirúrgica e/ou percutânea), para avaliação da ACR, ajustes terapêuticos e progressão da DAC/reestenose. 784

  • Para estratificação de risco/prognóstico e liberação/prescrição de RCV (GR-NE: I-B).

Particularidades do TE/TCPE na DK:

  • Em pacientes sintomáticos, auxilia no processo de indicação de revascularização. São considerados fatores de má evolução as arritmias esforço-induzidas e/ou baixa tolerância ao esforço (<3 METs) associada a sintomas (angina e dispneia). 18 , 37

  • Pacientes na FT-DK e com DAC moderada a grave podem apresentar doença do nó sinusal e distúrbios da condução atrioventricular. 785

  • Pacientes na FT-DK com escore Z ≥2,0 na DA proximal ou CD geralmente apresentam redução dos METs atingidos proporcionalmente ao grau do escore, menores níveis de ACR, QR, PAS máxima e duplo-produto (DP) máximo, quando comparados aos pacientes com escore Z <2,0. 15 , 786 A redução da ACR geralmente é mais grave em adolescentes com DK. 16 , 17

  • Pacientes na FT-DK com AAC e sem defeitos de perfusão miocárdica apresentam respostas da FC, PAS e PAD ao esforço similares às de pacientes sem AAC. Entretanto, os pacientes com AAC e defeitos de perfusão miocárdica costumam apresentar menor FC no 1 ° minuto da recuperação e menor PAD (no 1 ° e no 5 ° minuto da recuperação), que são achados de pior prognóstico. 398

  • ISTE é comum na FT-DK, entretanto, com baixa sensibilidade e alta especificidade para lesões coronarianas obstrutivas. 18 , 787

  • Pacientes na FT-DK raramente apresentam arritmias ventriculares esforço-induzidas (relacionadas ao escore Z ≥5). Arritmias ventriculares complexas e TV esforço-induzidas estão associadas a AAC grandes, TV prévia, CDI, DAC, pós-IAM (geralmente após 10 anos) e pós-cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM). 560 , 788

  • A QTd ao esforço geralmente é alterada na FT-KD, independentemente da QTd em repouso ou de sequelas coronárias. Essa alteração representa risco de desenvolvimento de arritmias esforço-induzidas. 789

2. Insuficiência Cardíaca/Transplante Cardíaco

No Brasil, em 2017, a prevalência de IC na faixa etária dos 5 a 14 anos foi de 34,1/100.000 crianças. 790 Na população pediátrica com CC, a prevalência varia de 6,2% a 39%. A IC na população pediátrica apresenta alta morbidade e taxa de mortalidade intra-hospitalar variando entre 7 e 26%. 791 , 792

As principais causas de IC na população pediátrica são apresentadas na Tabela 39 . A apresentação clínica da IC está relacionada à idade: lactentes e crianças pequenas apresentam dificuldade na alimentação, cianose, taquipneia, taquicardia sinusal e diaforese; crianças maiores e adolescentes apresentam fadiga, falta de ar, taquipneia e intolerância aos exercícios, dor abdominal, oligúria e edema de membros inferiores. A gravidade da IC deve ser classificada de acordo com a faixa etária através das classificações modificada de Ross (crianças <6 anos) e/ou NYHA (crianças >6 anos) – vide Tabela 39 . 379 , 793

Tabela 39. Principais causas da insuficiência cardíaca na população pediátrica 794 , 795 .

Tipo das causas Exemplos
Mutações genéticas Lamin A-C; proteína C de ligação à miosina; troponina I; tafazzin (síndrome de Barth); distrofina; LAMP2 (doença de Danon); distúrbios mitocondriais; titina; desmina.
Miocardite Enterovírus; parvovírus; adenovírus; influenza; vírus Epstein-Barr; vírus da imunodeficiência humana; citomegalovírus; varicela; caxumba; doença de células gigantes; doença de Lyme; micoplasma; doença de Chagas.
Isquemia Origem anômala da artéria coronária; doença de Kawasaki com aneurismas coronarianos.
Distúrbios metabólicos Distúrbios da oxidação de ácidos graxos; distúrbios do armazenamento de glicogênio (por exemplo: Pompe); deficiência de carnitina.
Doença cardíaca estrutural Doença valvular; cardiopatia congênita.
Distúrbios endócrinos Hipotireoidismo; tireotoxicose; feocromocitoma; doenças de armazenamento de glicogênio.
Distúrbios hematológicos Deficiência de ferro; anemia falciforme; hemocromatose; talassemia.
Doenças autoimunes Lúpus eritematoso sistêmico; dermatomiosite; cardiomiopatia reumática.
Agentes cardiotóxicos Antraciclina; ciclofosfamida; radiação.

A IC direita não é comum em crianças, mas pode estar associada a CC, incluindo ToF, TGA, DSA, anomalia de Ebstein, cardiomiopatia arritmogênica do VD e disfunção ventricular na fisiopatologia do ventrículo único. As duas principais causas de IC terminal na população pediátrica são as cardiomiopatias e CC, cada uma contribuindo com cerca de metade dos casos de transplante cardíaco (TCard). O TCard na população pediátrica representa 13% de todos os transplantes, e mais de 60% dos receptores sobrevivem por pelo menos 10 anos. 191 , 796 , 797

Indicações do TE/TCPE na IC em população pediátrica: 182 , 797800

  • A determinação da ACR e a avaliação do comportamento das variáveis do TCPE fornecem informações objetivas sobre o estado funcional do coração, pulmões e musculatura periférica, evolução da IC e auxiliam nas decisões terapêuticas. 6

  • O TCPE deve fazer parte da avaliação de pacientes (idade ≥6 a 8 anos) com cardiomiopatia e IC (GR-NE: IIa-C).

  • O TCPE deve ser usado para determinar a causa da limitação cardiorrespiratória ao esforço em pacientes com sintomas de IC (GR-NE: IIa-C).

  • Em pacientes com IC em estágio C, o VO2pico <50% do previsto associado a grave limitação ao esforço constitui a base para eventual indicação de TCard (GR-NE: IIa-C).

  • Avaliação pré-participação e a estratificação de risco precedendo programa de treinamento físico/RCV (GR-NE: I-C).

  • Na avaliação em pacientes com dispositivo de suporte e/ou após TCard, para determinação da ACR, estratificação de risco, avaliação seriada do enxerto e prescrição de programa de atividades (incluindo reabilitação e atividades físicas escolares) (GR-NE: IIa-C).

  • Nos pacientes com suspeita de cardiotoxicidade (quimioterapia/radioterapia) no diagnóstico diferencial de dispneia, rastreamento de disfunção cardíaca (inclusive subclínica), estratificação de risco, ajustes terapêuticos e prescrição/liberação de exercícios físicos e reabilitação. 801

O ECG de repouso na IC é inespecífico, mas frequentemente anormal, podendo apresentar hipertrofia de VE, sobrecarga VD e/ou VE, alterações do segmento ST e/ou da onda T. Distúrbios do ritmo são comuns, incluindo taquicardia sinusal, taquicardia supraventricular, FA/ flutter atrial, BAV e TV. Os distúrbios da condução intraventricular ou prolongamento do QTc geralmente estão associados à disfunção ventricular, IC e cardiopatia estrutural (CC ou cardiomiopatia avançada). 559 , 802 Na cardiomiopatia idiopática, a presença de BRE e SAE correlacionam-se com risco aumentado de mortalidade. 379 , 803

Particularidades do TE/TCPE na IC:

  • Normalmente, são feitos em vigência de medicações em uso, inclusive antiarrítmicos e betabloqueadores. A suspensão pode desencadear piora do quadro clínico e maior risco de complicações durante o exame. Pacientes em uso de antiarrítmico são mais graves e apresentam maior risco de MSC em acompanhamento de 5 anos (RR: 3,0; IC95%: 1,1-8,3). 803

  • Crianças com IC secundária a cardiomiopatia dilatada idiopática apresentam no LV1 e no pico do esforço: valores significativamente menores de PAS, VC, VO2, VCO2 e VEmin; valores aumentados do VE/VO2 e VE/CO2; anormalidade do pulso O2; inclinação do VE/VCO2 no pico do esforço significativamente maior. As variáveis permitem a quantificação da redução da ACR e os eventuais mecanismos limitantes ao esforço. 804

  • O TCPE seriado em crianças com cardiomiopatia dilatada demonstrou risco de hospitalização por IC descompensada, suporte circulatório/TCard e morte nas que apresentaram redução de 10 mmHg na PASpico (RR: 1,41; IC95%: 1,12-1,79) ou redução de 10% na %VO2pico previsto (RR: 1,59; IC95%: 1,16-2,17). 805

  • VO2pico <44% do previsto em crianças com circulação biventricular associou-se a risco maior de morte ou deterioração da IC (RR: 5,1; IC95%: 1,9-13,5). 806

  • Embora rara, deve-se atentar para a possibilidade de desenvolvimento de IC descompensada aguda esforço-induzida, com necessidade de intervenção imediata/cuidados intensivos. 800

  • Na fase tardia de quimioterapia (10 anos) com antraciclina (dose cumulativa >300 mg/m2) ≈32% dos pacientes evoluíram com comprometimento da ACR (%VO2max previsto <80%) e disfunção cardíaca subclínica. 798

Particularidades do TE/TCPE no TCard na população pediátrica:

  • Na avaliação dos receptores de TCard, sugere-se a conversão das variáveis (VO2, FCpico, carga de trabalho etc.) em porcentagem prevista para a idade, sexo e/ou peso, de modo a permitir comparações seriadas e aos dados disponíveis na literatura.

  • VO2pico ≤62% do previsto em pacientes com IC está fortemente associado ao risco de TCard e morte em 2 anos (RR: 10,78; IC95%: 4,04-27,98). 807

  • Crianças com circulação biventricular apresentam risco de morte, necessidade de suporte circulatório e TCard de urgência quando o VO2pico <50% do previsto (RR: 4,7; IC95%: 1,8-12,3) e a inclinação de VE/VCO2 ≥34 (RR: 3,2; IC95%: 1,2-8,4). 806

  • O TCPE faz parte da investigação detalhada necessária para a seleção de TCard, sendo o VO2pico <50% do previsto indicação Classe I. 808 Outras indicações são VO2 <14 mL/kg/min (sem uso de betabloqueador) e VO2 <12 mL/kg/min (em uso de betabloqueador). 809

  • Após o TCard, geralmente observa-se comprometimento da ACR, tanto na fase imediata quanto 3 a 6 anos após o transplante, mas de maneira estável. Quanto menor for a idade do paciente no momento do transplante, maiores serão os valores de VO2pico. A carga máxima de trabalho diminuída (<75% do valor previsto) é frequentemente observada. O comportamento seriado da FC (repouso, pico e reserva cronotrópica), da PAS e VO2pico fornecem informações quanto à reinervação (geralmente com estabilidade ou aumento de valores) e evolução do enxerto, sendo a redução progressiva do VO2pico associada à perda do enxerto devido à vasculopatia. 810 , 811

  • A FC em receptores de TCard geralmente em repouso é maior e, no pico do esforço, é menor (variando entre 66 e 86% da FCmax prevista). A FC no 1 ° e 3 ° minuto da recuperação, está diminuída nos pacientes com denervação persistente. 191

  • Em média, 57% dos receptores apresentam evidências de reinervação autonômica (predominantemente simpática) associada a melhor ACR, maior sobrevida e estabilidade do enxerto. Pacientes com denervação autonômica geralmente evoluem com incompetência cronotrópica. O descondicionamento e efeitos secundários do tratamento de imunossupressão também podem afetar a ACR. 182 , 191 , 409 , 811

  • O TCPE realizado no pós-operatório imediato de TCard (1 ° mês) em uma série de pacientes demonstrou valores reduzidos do VO2 no LV1 e no pico do esforço (ambos com valores abaixo do previsto). 192

  • O TCPE seriado em pós-operatório tardio de TCard demonstrou que, no primeiro exame (≈3 anos), a %VO2 atingida foi de 59,3% e a %FCmax foi de 75,8%, permanecendo diminuída em exame subsequente (≈5 anos). 810

  • Comportamento de outras variáveis do TCPE nos receptores TCard: a VEmin pico geralmente é reduzida; a carga de trabalho é menor (variando de 60 a 66%); o VO2pico variou em 56±14% do previsto. 191

3. Arritmias Cardíacas

3.1. Síndrome do QT Longo Congênito

A síndrome do QT longo congênito (SQTL) é uma doença genética caracterizada por prolongamento do intervalo QTc (QTc >440 ms no sexo masculino e QTc >460 ms no feminino), com prevalência de 1:2.000 a 1:5.000. Pode causar síncopes, arritmias ventriculares e parada cardíaca. A idade média de apresentação da síndrome é de 14 anos, apresentando taxa anual de MSC entre 0,33% e 0,9%. A SQTL deve ser investigada em crianças e adolescentes com esse quadro clínico, antecedentes familiares de morte súbita e/ou diagnóstico de SQTL. Na SQTL tipo 1, o gatilho mais importante de arritmias é o exercício físico. Os critérios de Schwartz são recomendados para o diagnóstico de SQTL em população pediátrica e adulta. 812814

É recomendado que o QTi seja mensurado nas derivações D2 e V5. 82 O prolongamento do QTi em ECG de repouso é a principal forma diagnóstica da síndrome. Entretanto, de 20 a 25% dos pacientes com SQTL confirmada têm intervalo QTc normal no repouso. 6 , 308 A fórmula ideal de ajuste do QTc no TE permanece controversa (vide sessão "3.3.2.8. Intervalo QT" desta diretriz). A interpretação do QTc depende da fórmula utilizada. 124 , 542544 A Tabela 24 apresenta os valores de referência do QTc por faixa etária pediátrica.

A Diretriz de Arritmias Cardíacas em Crianças e Cardiopatias Congênitas indica o TE em: 82

  1. Pacientes com escore de Schwartz igual a 3,0 (probabilidade intermediária), quando o prolongamento do intervalo QTc na recuperação do exame agrega valor para o diagnóstico. 57

  2. Familiares assintomáticos com QTc de repouso <440 ms.

  3. Pacientes sem fenótipo ou genótipo definido para adequação terapêutica.

  4. Avaliação de sintomas inespecíficos ao esforço.

O TE pode revelar incompetência cronotrópica, alternância da onda T, taquiarritmias ventriculares ou comportamento paradoxal do QTi no esforço e/ou recuperação (aumentando em vez de diminuir). 57 , 813 , 815

O QTc na fase de recuperação tem sido preconizado devido à dificuldade da medição do intervalo QT em FC elevadas. O QTc é medido em 3 a 4 minutos da fase de recuperação, sendo o aumento de ≥30 ms considerado significativo. 109 , 542 , 548 , 816

Na avaliação de eficácia terapêutica (com betabloqueador) em pacientes com SQTL, o objetivo é determinar se há redução da resposta cronotrópica e/ou supressão de arritmias no esforço máximo. 817819

3.2. Síndrome de Brugada

A síndrome de Brugada (SBr) é uma canalopatia hereditária autossômica dominante (mutações principalmente no gene SCN5A) causada por um defeito dos canais de sódio no epicárdio do VD. Apresenta ECG com padrão típico de elevação do segmento ST nas derivações precordiais direitas (V1-V3) com risco aumentado de morte súbita. A prevalência da SBr na população pediátrica é baixa (≈1 em 20.000), sendo a maioria assintomática. Alguns pacientes aparentemente saudáveis apresentam expressão precoce da doença, sendo a manifestação inicial a DNS e arritmias atriais. A SBr também pode manifestar-se com síncope, arritmias ventriculares potencialmente letais [TV polimórfica/fibrilação ventricular (FV)] e parada cardíaca (durante o sono e/ou desencadeada por hipertermia e/ou medicações). 820 , 821

São fatores de risco para eventos arrítmicos recorrentes: história prévia de morte súbita abortada ou síncope; DNS; arritmias atriais; distúrbio na condução intraventricular; grande onda S em DI; presença de mutação SCN5A em adolescente. 822 Alguns medicamentos e substâncias são potencialmente desencadeadores de eventos arrítmicos: antiarrítmicos, bloqueadores dos canais de sódio, antidepressivos tricíclicos, anestésicos locais, álcool, cocaína etc. (consulte lista completa no site www.brugadadrugs.org ). 823 , 824

Suspeitar da SBr quando, no ECG de repouso, for observado nas derivações V1 e V2: 308 , 825

  • Tipo 1 – SSTs ≥2 mm, seguido de onda T descendente e negativa (semelhante a barbatana de tubarão). Esses achados são diagnósticos para a SBr tipo 1.

  • Tipos 2 e 3 (também denominadas não-tipo I) – SSTs com onda T ascendente e positiva, respectivamente com 2 mm e <2 mm, sugerem a presença da canalopatia, porém exigem investigação adicional.

Outro critério diagnóstico da SBr é escore de Shanghai ≥3,5 desde que inclua um ou mais critérios eletrocardiográficos. 824 , 826

Particularidades do TE/TCPE na SBr:

  • A partir dos 6 ou 7 anos de idade, o exame está indicado para investigar incompetência cronotrópica, considerada uma manifestação de DNS. A incompetência cronotrópica ocorre em ≈7% dos pacientes. Cerca de 30% das crianças sintomáticas apresentam história de FA e DNS. 820 , 827

  • Geralmente, observa-se atenuação do SSTs no pico do esforço, seguida de seu reaparecimento durante a fase de recuperação. 126 , 525 , 526

  • Alguns pacientes (geralmente com mutação SCN5A) apresentam aumento na elevação do segmento ST (≥0,05 mV) no pico do esforço e, principalmente, na fase inicial de recuperação (associada ao aumento do tônus parassimpático). Esse aumento é considerado fator de risco para eventos cardíacos, especialmente para pacientes com história de síncope e nos assintomáticos. 126 , 526 , 828

  • Pode ocorrer aumento da densidade e complexidade de arritmias ventriculares com o esforço.

  • No acompanhamento de crianças com SBr, os exames podem ser considerados para avaliar sintomas como síncope e palpitações. 824

3.3. Taquicardia Ventricular Polimórfica Catecolaminérgica

A taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica (TVPC) é uma síndrome arrítmica hereditária (canalopatia) manifestada por TV bidirecional, TV polimórfica e/ou FV, desencadeada por estímulos adrenérgicos (esforço físico ou estresse emocional). A TVPC normalmente ocorre em corações estrutural e funcionalmente normais. 829 A prevalência é de ≈1:5.000/10.000 pessoas, com ocorrência familiar de ≈30% dos casos. Ela pode ser autossômica dominante (mutações do gene RyR2) e, mais raramente, recessiva (principalmente mutações nos genes CASQ2, TRDN e CALM1-3). A idade média de expressão da doença é ≈10 anos, sendo os principais sintomas tontura, palpitações e pré-síncope, que podem progredir para síncope, hipotonia, convulsão e MSC. A morte súbita ocorre em 30 a 50% dos pacientes na faixa etária entre 20 e 30 anos. Até 30% dos pacientes com TVPC tem história familiar de síncope esforço-induzida, convulsão ou morte súbita. 830832

O TE/TCPE é a ferramenta diagnóstica mais relevante na suspeita de TVPC, tendo papel primordial na orientação da terapia dos casos confirmados, inclusive quanto à prática de exercícios físicos.

O exame físico pré-teste geralmente é normal. Suspeitar de pacientes com história prévia de episódios de síncope que foram caracterizados como eventos vasovagais ou de causa neurológica (principalmente epilepsia), considerando que, nesses casos, pode ter ocorrido atraso no estabelecimento do diagnóstico da TVPC. 829

O ECG de repouso geralmente apresenta ritmo sinusal com FC normal ou bradicardia sinusal (≈20% dos pacientes), sem anormalidades da condução atrioventricular ou intraventricular e QTc normal. Alguns pacientes podem apresentar ondas U proeminentes e arritmias supraventriculares acompanhadas de DNS. 308 , 833 , 834

Particularidades do TE/TCPE na TVPC:

  • Na suspeita, realizar em ambiente hospitalar e com cuidados especiais (contraindicação relativa ao exame – vide Quadro 1 ) devido às possíveis complicações esforço-induzidas. 835

  • A ocorrência de sintomas esforço-induzidos típicos (tontura, palpitações, pré-síncope, síncope e MSC) geralmente está associada a arritmia ventricular complexa.

  • Inicialmente, ocorrem EVs isoladas. À medida que o esforço continua, as EVs evoluem para bigeminismo ventricular seguido de complexos polimórficos. Se o esforço for interrompido nesta fase, é provável que os complexos ventriculares desapareçam gradualmente. Essa arritmia pode ser a única anormalidade observada em alguns pacientes com TVPC levemente afetados pela doença. Caracteristicamente, a FC durante a qual ocorrem as EVs situa-se entre 100 e 130 bpm, sendo tipicamente reprodutíveis. 829

  • Certas características das EVs podem, potencialmente, ajudar a distinguir a TVPC de arritmias ventriculares em controles saudáveis: densidade maior de EVs; primeiras EVs em carga de esforço intensa (≥10 METs); EVs com padrão de BRE e eixo inferior; bigeminismo ou trigeminismo no pico de esforço; duração dos complexos QRS >120 ms; intervalo de acoplamento >400 ms; desaparecimento das EVs no primeiro minuto da recuperação. 836 , 837

  • A complexidade e densidade da arritmia ventricular pode piorar com a progressão das cargas de esforço, sendo a FC associada a ocorrência da TV geralmente de ≈192 bpm. A ocorrência de TV bidirecional esforço-induzida, com rotação de 180° no eixo dos complexos QRS (batimento a batimento), é altamente característica de TVPC. O desenvolvimento de TV polimórfica seguida de FV ocorre em ≈7% dos exames. 838

  • Pacientes com TVPC e incompetência cronotrópica apresentam arritmia ventricular com maior densidade e complexidade, síncope e/ou parada cardíaca mais frequentemente quando comparados aos com resposta cronotrópica normal. 408

  • Alguns pacientes com TVPC podem apresentar taquiarritmias supraventriculares esforço-induzidas (incluindo FA), as quais não são diagnósticas da síndrome. 839

  • Exame com TV bidirecional ou polimórfica é altamente preditivo de TVPC (especificidade de 97%), tendo associação significativa com mutação genética. No entanto, a sensibilidade costuma ser de ≈50%, não permitindo descartar o diagnóstico de TVPC somente com um único exame normal, principalmente em crianças na primeira infância. 112 , 840

  • Em pacientes com suspeita de TVPC e TE/TCPE anterior normal, é possível a utilização de protocolos modificados de " sprint " (alta carga de esforço desde o início do exame em cicloergômetro e duração de 3 a 6 minutos) ou de " burst " (esforço de alta intensidade, desde o início do exame, equivalente ao estágio máximo alcançado no TE anterior) na tentativa de desmascarar a síndrome. Apenas 28% dos portadores da variante patogênica RyR2 apresentam TE anormal em protocolo padrão. Entretanto, no protocolo modificado verificam-se 83% de exames anormais. 113 , 839 , 841

  • A realização do exame é fundamental na triagem familiar de parentes de primeiro grau (e se possível de segundo grau), devido à gravidade das manifestações clínicas, prognóstico desfavorável e possibilidade de identificação precoce de portadores assintomáticos que se beneficiariam de terapêutica específica. O rastreamento geralmente é feito em protocolo atenuado. É importante observar que alguns pacientes com TVPC podem ter um exame normal na primeira infância, que pode tornar-se positivo posteriormente. Portanto, é indicado o acompanhamento regular e exames seriados. 82 , 842844

  • O acompanhamento seriado com TE/TCPE é obrigatório para avaliar a efetividade da terapêutica instituída no controle da arritmia ventricular e na manutenção da FC em níveis inferiores ao limiar desencadeante. Os exames são feitos em vigência de medicação (inclusive betabloqueador). Em pacientes que mantenham arritmias ventriculares esforço-induzidas na forma pareada, TV não sustentada, TV polimórfica ou bidirecional, deve-se avaliar a terapia adicional (com flecainamida). Caso persista a AVEI e/ou os sintomas, deve-se considerar CDI, com ou sem denervação simpática cardíaca esquerda. 842 , 845847

  • O exame também deve ser feito na avaliação pré-participação de exercícios físicos como lazer. Assintomáticos por um período mínimo de 3 meses (incluindo pacientes com CDI), com exame sem qualquer ectopia ventricular ou arritmia e mantendo o tratamento medicamentoso adequado, poderão ser liberados para exercícios físicos como lazer (de intensidade baixa a moderada). Durante os exercícios físicos, os pacientes deverão permanecer abaixo da FC correspondente ao limiar desencadeante das arritmias. Considerar também a necessidade de evitar desidratação, distúrbios eletrolíticos e hipertermia. 829 , 848

3.4. Cardiomiopatia Arritmogênica Ventricular/Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito

A cardiomiopatia arritmogênica ventricular (CAV) é uma cardiomiopatia hereditária caracterizada pela substituição fibroadiposa dos miócitos ventriculares, resultando em anormalidades elétricas, disfunção cardíaca, IC, arritmias ventriculares e/ou morte súbita. Embora se manifeste predominantemente no VD (displasia arritmogênica do VD – CAVD), é uma doença pancardíaca. Nos adolescentes que se tornaram sintomáticos, o envolvimento biventricular é o mais comum. A prevalência na população geral é de ≈1:5.000, afetando mais o sexo masculino (proporção ≈3:1). Representa uma das causas mais comuns de morte súbita juvenil, principalmente entre atletas. 849851

Na população pediátrica, a apresentação da CAV varia com a idade, sexo e herança genética, sendo as principais manifestações: FV/MSC, geralmente a primeira manifestação da doença em adolescentes; queixa de palpitações e síncope; IC como primeira manifestação clínica nos pré-púberes (≈37% com envolvimento biventricular) ou nos estágios avançados da doença (alta prevalência). 852 , 853

A CAVD em crianças ≤12 anos apresenta evolução desfavorável com alta incidência de eventos cardíacos, incluindo transplante cardíaco e arritmias ventriculares graves. Em jovens, exercícios físicos extenuantes (estimulação adrenérgica) podem atuar como modificador fenotípico da CAV, tornando-se gatilho para arritmias malignas e MSC. 854 , 855

Nos casos suspeitos, recomenda-se a utilização dos critérios diagnósticos da CAV revisados da Força-Tarefa Internacional de 2010 (FIT-2010) e também os "critérios de Padua" (CPa). Nas crianças, os critérios eletrocardiográficos do FIT-2010 apresentam menor aplicabilidade, subestimando a ocorrência de CAV. Os CPa melhoram a acurácia nas crianças pelo uso da ressonância magnética cardíaca (RMC), estratificando a doença pelas variantes fenotípicas (dominante direita, dominante esquerda e variante biventricular). 856858

Particularidades do TE/TCPE na CAV:

  • Corrado et al. propuseram a atualização dos CPa, incluindo o TE como parte da avaliação clínica não invasiva, visando a registrar a densidade e morfologia das arritmias ventriculares. Portanto, caso ocorra arritmia ventricular durante o exame, recomenda-se registrar sua densidade, morfologia dos complexos QRS ectópicos e o comportamento em cada fase (repouso, esforço e recuperação). 856

  • Arritmias ventriculares esforço-induzidas são relativamente comuns, sendo consideradas típicas da CAVD a TV monomórfica com padrão de BRE. Entretanto, a ausência ou supressão de arritmias ventriculares ao esforço não exclui o diagnóstico da CAVD. 258 , 859

  • Outras indicações: na investigação inicial; auxilio nas decisões terapêuticas; em adolescentes na avaliação pré-participação esportiva; diferenciação entre alterações miocárdicas na CAV daquelas relacionadas ao remodelamento fisiológico dos atletas; prescrição/restrição de exercícios nos pacientes com diagnóstico firmado; otimização da vigilância médica de portadores assintomáticos com genes da doença. 258 , 516 , 860 , 861

  • Deve fazer parte da avaliação periódica (a cada 6 meses) em adolescentes e adultos jovens com diagnóstico firmado, que realizam exercícios/esportes recreativos de baixa/moderada intensidade, para avaliação da capacidade funcional e estratificação de risco. O exame não deve ser realizado durante os períodos mais sintomáticos da doença ("fases quentes"). A presença de sintomas ou arritmias esforço-induzidas devem resultar em recomendações mais conservadoras e maiores restrições das atividades físicas. 62 , 862

  • Na maioria dos pacientes, são encontradas anormalidades no ECG de repouso que, em muitos casos, precedem as anormalidades estruturais. Pacientes sintomáticos geralmente apresentam ECG mais alterado do que os assintomáticos. Principais alterações em pacientes >14 anos: presença de ondas T invertidas nas derivações precordiais direitas (de V1-V3 ou além), na ausência de BRD; ondas épsilon (entre 7 e 30% dos pacientes); arritmias ventriculares. 863 , 864

  • A intolerância aos esforços é uma das manifestações dos pacientes com IC, sendo o exame indicado para avaliar a ACR e quantificar o grau de comprometimento. 865

  • Observou-se no TE em adolescentes e adultos jovens com CAVD: sintomas esforço-induzidos (dor torácica limitante, dispneia grave, pré-síncope e palpitações) em 11,4%; pseudonormalização das ondas T em 40,0%; ISTE em 8,6%; aumento da densidade da ectopia ventricular em 31,4% e TV não sustentada em 11,4%. 516

  • Pacientes com sintomas (palpitações e síncope) e/ou TV esforço-induzidas devem avançar na investigação diagnóstica da CAV em caráter de urgência. 866

  • Pacientes assintomáticos portadores de mutações no gene PKP2 e ECG de repouso normal podem apresentar ondas épsilon esforço-induzidas. 861 , 867

  • Anormalidades esforço-induzidas da despolarização ventricular são comuns em portadores assintomáticos de genes: ondas épsilon (em 14%); aumento na duração da ativação terminal dos complexos QRS (≥55 ms; em 32%); arritmias ventriculares esforço-induzidas com eixo superior do QRS (em 57%). 861

  • O TCPE é útil em crianças e adolescentes que evoluíram com IC (geralmente por envolvimento biventricular) para estratificação prognóstica, ajustes terapêuticos e seleção de pacientes para terapias avançadas da IC (transplante cardíaco ou dispositivos de assistência ventricular). 852 , 868

3.5. Bloqueio Atrioventricular Total (Congênito e na Infância)

O bloqueio atrioventricular total (BAVT) é definido como congênito se diagnosticado no útero, no nascimento ou no primeiro mês de vida; como BAVT na infância se diagnosticado entre o primeiro mês e 18 ° ano de vida. O BAVT adquirido decorre de situação aguda, reversível ou não. A prevalência do BAVT congênito é de 1 para 15.000 a 20.000 nascidos vivos (60% sexo feminino), com malformação cardíaca em ≈25 a 50% dos casos. 107 , 869

Mais da metade dos BAVTs congênitos são causados por autoanticorpos que, em fetos suscetíveis, danificam os cardiomiócitos e o tecido de condução do nó AV. As gestantes podem ser assintomáticas sendo que, ≈⅓ tinham diagnóstico prévio de doença reumática (principalmente LES e artrite reumatóide). A prevalência é de 2 a 5% das gestações com anticorpos anti-Ro/SSA positivos (o mais comum) e/ou anti-La/SSB. A taxa de recorrência em gravidez subsequente é de 12 a 25%. O BAVT congênito está associado a mortalidade de ≈16 a 30% (predominante intraútero e nos primeiros meses de vida) e ao desenvolvimento de cardiomiopatia dilatada (em 5 a 30% dos casos). 107 , 870 , 871

O BAVT na infância geralmente decorre de BAVT congênito não diagnosticado anteriormente, BAVT adquirido, por doença de condução cardíaca progressiva hereditária (associada a mutações nos genes SCN5A, SCN1B, SCN10A, TRPM4 e KCNK17) ou idiopático. Na maioria dos casos, não está associado com doença cardíaca estrutural ou doença autoimune. 583

Pacientes com BAVT congênito isolado (sem malformação cardíaca associada) requerem acompanhamento clínico criterioso. Inicialmente, são assintomáticos, podendo desenvolver cardiomiopatia dilatada por disfunção ventricular secundária a bradicardia, sendo essa a principal causa de morbidade e mortalidade. A bradicardia significativa e/ou episódios de Stokes-Adams são as principais indicações para implante de MP. 872

O BAVT adquirido geralmente é decorrente de: trauma cirúrgico (em 3 a 8% dos pacientes com CC) ou durante procedimento transcateter; processos infecciosos agudos ou crônicos; miocardite; cardite reumática aguda; febre reumática aguda; doença de Chagas; anormalidades metabólicas (hipotireoidismo); processos infiltrativos; mecanismo neurocardiogênico patológico. Embora o BAVT adquirido seja raro e potencialmente transitório, o TE/TCPE é útil para a estratificação de risco e no processo de indicação de MP. 107

Nos pacientes com BAVT, o TE está indicado para investigar a sintomatologia, avaliar o aumento da resposta do escape ventricular, determinar eventual ocorrência de ectopias e documentar a repercussão hemodinâmica. 114 , 554

Particularidades do TE no BAVT:

  • No ECG de repouso, observa-se, no BAVT de origem supra-hissiana, complexos QRS do escape ventricular com duração normal (e nos casos adquiridos, semelhante ao do ECG anterior ao BAVT); nos de origem infra-hissiana, os complexos QRS são largos. O prolongamento do QTi em pacientes com BAVT congênito geralmente é uma manifestação fenotípica de SQTL congênito latente, sendo fator de risco para síncope e/ou morte súbita. 115 , 873

  • A evolução natural do BAVT congênito consiste no declínio progressivo das frequências ventriculares ao longo da vida. No ECG de repouso, entre 6 e 10 anos, observa-se FC média de 50 bpm e, entre 16 e 20 anos, de 45 bpm. 556

  • A ACR fornece informações relevantes sobre o estado de saúde e a capacidade de realizar atividades físicas adequadas à idade. A ACR comprometida, com ou sem sintomas esforço-induzidos, é um dos critérios para indicação de implante de MP.

  • Principais sintomas esforço-induzidos: intolerância ao esforço, dispneia, pré-síncope, síncope, Stokes-Adams (principalmente se o QTi for prolongado). 556 , 874

  • Não são recomendadas a utilização de equações de predição de VO2max e da FCmax.

  • O aumento da atividade simpática sem o correspondente aumento efetivo da FC pelo ritmo de escape pode resultar em arritmias ventriculares complexas e complicações graves, principalmente se associado a CC ou IC. Reserva cronotrópica <50 bpm associada ou não a capacidade funcional reduzida (<7 METs) associa-se com má evolução e necessidade de implante de MP. A AVEI é frequente (50 a 70% dos pacientes) com sua densidade e complexidade relacionadas à duração dos complexos QRS e ao aumento da idade (independente da resposta da FC ao esforço). O BAVT localizado no sistema His-Purkinje está associado a ocorrência de ectopia ventricular esforço-induzida, com maior risco de morte súbita. 115 , 555 , 557

  • Fadiga, dispneia, tontura e ectopias ventriculares esforço-induzidas foram responsáveis por ≈26,5% dos implantes de MP. Nos pacientes assintomáticos, outras indicações foram bradicardia pronunciada persistente (inclusive ao esforço) e/ou QTc prolongado. 107 , 115

Particularidades do TE/TCPE após implante de MP no BAVT:

  • O TE permite investigar sintomas esforço-induzidos, avaliar a ACR, avaliar o comportamento da frequência atrial do paciente, verificar a efetividade da programação da resposta de frequência de estimulação, avaliar possíveis falhas esforço-induzidas do MP e contribuir para eventual atualização do MP dupla-câmara/transvenoso. 872 , 875 , 876

  • Após o implante do MP, ≈20% das crianças permanecem sintomáticas e/ou com comprometimento da ACR. Essa situação ocorre principalmente nos MP em modo de estimulação VVIR (epicárdico) no ápice do VD. 877

  • Geralmente, a definição do local de estimulação (epicárdico ou transvenoso) dependerá do peso do paciente. A abordagem epicárdica será necessária se o peso for <10 a 15 kg, enquanto a utilização da via transvenosa será possível nos pacientes com >20 kg. Em pacientes com peso entre 15 e 20 kg pode-se utilizar qualquer um dos dois locais de implante. A estimulação transvenosa em dupla-câmara apresenta melhores resultados quanto à ACR. 872 , 878

  • Crianças com MP com eletrodo único posicionado no ápice do VD podem evoluir com dessincronização da ativação e contração do VE, resultando em diminuição da função do VE, redução da ACR e incompetência cronotrópica. A estimulação apical crônica do VD pode evoluir para IC em ≈7% das crianças. 879

  • Pacientes com estimulação apical do VE apresentam maiores VO2pico, tempo de esforço, FCpico, índice cronotrópico e menos sintomas esforço-induzidos do que os pacientes com estimulação apical do VD. 877

4. Isquemia Miocárdica

A isquemia miocárdica na população pediátrica geralmente é parte de um conjunto de condições e doenças (congênitas ou adquiridas), que podem provocar obstrução da circulação coronariana (dinâmica ou fixa) e/ou disfunção da microcirculação (vide Tabela 40 ). Embora a isquemia não seja frequente, é um evento grave e com risco de morte, necessitando investigação diagnóstica adequada, monitoramento de sua evolução e das doenças associadas. 19 , 20 , 880

Tabela 40. Principais condições para isquemia miocárdica na população pediátrica 19 , 20 , 880882 .

Mecanismos Patologias
Aterosclerose DAC em sobreviventes de CC até idades mais avançadas.
DAC em CC por aumento de fatores de risco coronariano, por exemplo, coarctação de aorta reparada com hipertensão persistente.
DAC precoce por hipercolesterolemia familiar, doença renal crônica avançada/insuficiência renal terminal e lúpus eritematoso sistêmico.
Cirurgia de reimplante coronário Transposição de grandes vasos com cirurgia de troca arterial.
Coronária esquerda anômala da artéria pulmonar (ALCAPA) com reimplante coronariano.
Doença da valva aórtica em pacientes submetidos à cirurgia de Ross.
Aneurismas da aorta ascendente em pacientes que necessitam de substituição da raiz da aorta proximal.
Compressão da artéria coronária Origem anômala da artéria coronária direita ou esquerda no seio oposto, com trajeto interarterial/intramural.
Colocação de stent na artéria pulmonar proximal ou implante de válvula pulmonar percutânea comprimindo uma artéria coronária.
Válvula percutânea (TAVI) na posição aórtica, obstruindo o óstio coronário.
Ponte intramiocárdica.
VD sistêmico TGA corrigida.
TGA com reparo de switch atrial (Mustard ou Senning).
Fístulas coronarianas Fístula coronária.
Atresia pulmonar com septo ventricular íntegro, VD hipoplásico e fístula coronariana para VD.
Síndrome de Williams Aortopatia supra-aórtica com estreitamento da artéria coronária.

CC: cardiopatia congênita; VD: ventrículo direito: TGA: transposição das grandes artérias; DAC: doença arterial coronariana; TAVI: implante percutâneo de válvula.

A DAC aterosclerótica na população pediátrica geralmente está associada a situações que causam aterosclerose prematura:

  1. Hipercolesterolemia familiar, distúrbio genético autossômico dominante do metabolismo do colesterol. Afeta 1:250 indivíduos em sua forma heterozigótica, causando aterosclerose prematura em adolescentes e adultos jovens. 59 , 883 , 884

  2. Doença renal crônica (DRC) avançada principalmente na insuficiência renal terminal/dialítica. A calcificação coronariana é frequente, sendo associada a uremia, metabolismo anormal, aumento do fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF23) e deficiência do fator Klotho. Crianças com DRC apresentam alta prevalência de fatores de risco para DCV aterosclerótica, igualmente ao observado em adultos. A American Heart Association estratifica os pacientes pediátricos com DRC na categoria de alto risco para o desenvolvimento de DCV precoce e DAC aterosclerótica manifesta antes dos 30 anos de idade. 885 , 886

  3. Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune com padrão de inflamação sistêmica (em crises), sendo o dano tecidual causado por autoanticorpos, criação de imunocomplexos e/ou deposição de autoanticorpos. O LES está associado a aterosclerose acelerada, DAC, doença arterial periférica (DAP), valvopatia, miocardite, disfunção do VE (nas crianças com LES ativo) e risco aumentado de eventos CV. A aterosclerose precoce decorre da hiperleptinemia e de anormalidades da regulação imunológica, da função das células endoteliais e do reparo vascular. A DAC pode ocorrer em qualquer estágio do LES, sendo os indivíduos mais jovens os de maior risco. 887890

Marcadores de alto risco para isquemia miocárdica em crianças/adolescentes com queixa de dor torácica: exame físico CV anormal (exemplos: sopro cardíaco, cianose, alterações de pulso periférico etc.); dor torácica ou síncope aos esforços; dor precordial associada a palpitações; anormalidades eletrocardiográficas; história familiar de arritmias, morte súbita ou distúrbios genéticos; histórico de cirurgia ou intervenções cardíacas; TCard; história de DK; história de hipercolesterolemia familiar; diagnóstico de DRC e LES. 20

O ECG de repouso visa evidenciar arritmias, alterações da condução e do segmento ST/onda T (podem sugerir pericardite, miocardite ou alteração coronariana) e sinais de HVE. A presença de BRE, WPW e MP interferirão na análise das alterações da repolarização quanto à isquemia durante o TE. 7

Particularidades do TE/TCPE na isquemia miocárdica:

  • Indicado na investigação de dor torácica em crianças e adolescentes com alto risco de eventos CV isquêmicos ( Tabela 40 ).

  • Os parâmetros como VO2pico, anormalidades no pulso de O2, inclinação VE/VCO2 e relação VO2/carga de trabalho (ΔVO2/ΔWR) ajudam no diagnóstico do comprometimento miocárdico, decisões terapêuticas e liberação/prescrição de atividades físicas. 179

  • As anomalias congênitas das artérias coronárias são causas conhecidas e frequentes de isquemia esforço-induzida: origem anômala da aorta ou da artéria pulmonar, orifício anormal, curso arterial intra ou intermural (entre a aorta e a artéria pulmonar). 891

  • Após correção cirúrgica dessas anomalias, é indicado para estratificação de risco e ajustes terapêuticos: aumento do orifício coronariano, reimplante com e sem extensão das artérias coronárias, translocação da artéria pulmonar e revascularização miocárdica. 891

  • Após procedimentos de troca arterial e procedimento de Ross, para estratificação de risco de isquemia pós-operatória precoce e disfunção miocárdica. A isquemia coronariana tardia pode exigir reoperação. 891 , 892

  • Em pacientes com síndrome do coração esquerdo hipoplásico e cirurgia de Fontan, a incidência de ISTE foi de 48%, sem registro de mortes em acompanhamento por ≈2 anos. Os pacientes investigados adicionalmente não apresentaram defeitos de perfusão reversíveis ou DAC obstrutiva. 520

  • Pacientes avaliados quanto a lesão residual da artéria coronária após cirurgia corretiva [devido a TGA, origem anômala ou origem anômala da artéria coronária esquerda da artéria pulmonar ( anomalous origin of the left coronary artery from the pulmonary artery – ALCAPA)], o ISTE apresentou sensibilidade de 100% e especificidade de 81% para lesão grave residual (>50%). Os marcadores de risco para lesão grave foram dor torácica esforço-induzida (RR: 4,72; IC95%: 1,23-18,17) e via intramural inicial da coronária (RR: 4,37; IC95%: 1,14-16,81). 893

  • Crianças com ponte miocárdica e CMH apresentaram menor tempo de esforço, menor PASpico (redução média 17±27 mmHg), maior dispersão do QTc (104±46 ms) e ISTE (mediana 5 mm). No seguimento de 7,1±5,4 anos, observou-se dor torácica em 60% dos pacientes, TV em 80% e parada cardíaca com ressuscitação em 50%. 894

5. Lesões Valvares

5.1. Estenose Aórtica Congênita

A estenose valvar aórtica (EAo) congênita é um defeito cardíaco que causa obstrução hemodinamicamente fixa e significativa da via de saída do VE. Corresponde a ≈3 a 6% das CC, sendo mais frequente no sexo masculino (proporção entre 3:1 e 5:1). Cerca de 15 a 20% dos pacientes com EAo apresentam outras CC associadas, sendo as principais a PCA, CoAo e DSV. 895

A valva aórtica unicúspide é frequentemente observada na EAo crítica, possuindo um orifício excêntrico com comissura patente ou orifício central sem comissura. As valvas aórticas bicúspides geralmente estão associadas à dilatação da aorta ascendente, ocorrendo aumento de tamanho e alterações degenerativas com o envelhecimento. 370 , 896

A EAo no início da infância geralmente é grave (crítica) e está associada à insuficiência do VE, sinais de baixo débito cardíaco, IC, cardiomegalia, edema pulmonar, palidez cutânea ou pele acinzentada, hipotensão e dispneia. A maioria das crianças e adolescentes com EAo discreta permanece assintomática, apresentando crescimento e desenvolvimento normais. Sintomas de dispneia, angina ou síncope, particularmente aos esforços, ocorrem em ≈10% da população pediátrica entre 5 e 15 anos. O início de sintomas requer avaliação imediata por causa do risco de morte súbita (≈1 a 10% nos pacientes com EAo moderada/grave). Cerca de 2 a 4% de todos os atletas jovens com MSC apresentavam EAo. 181

A EAo congênita está associada ao desenvolvimento de HVE e ao aumento do risco de DCV. A EAo supravalvar, mais comumente associada à síndrome de Williams, pode conferir risco CV aumentado devido à sua associação com estenoses coronarianas, isquemia miocárdica, síncope esforço-induzidas e estenose das artérias renais, que pode causar hipertensão secundária. 81

No ECG de repouso, as alterações eletrocardiográficas não são diagnósticas de EAo nem sensíveis para determinação do seu grau de gravidade. Entretanto, a observação de HVE e ISTs ≥2 mm é indicadora relativamente sensível de EAo grave. Na EAo moderada/grave, é comum a observação de arritmias ventriculares. A dispersão do QT é prolongada em crianças (particularmente nas com arritmia), sendo o grau de prolongamento relacionado com o gradiente de pressão e o índice de massa do VE. 388 , 897 , 898

Particularidades do TE/TCPE na EAo congênita:

  • Na EAo moderada/grave sintomática, está contraindicado.

  • É indicado na EAo que apresenta gradiente médio em repouso <30 mmHg ou gradiente de pico <50 mmHg.

  • EAo moderada para avaliação pré-participação de atividades esportivas devendo: atingir nível de esforço compatível com a atividade desejada, demonstrar ACR satisfatória, resposta normal da PAS e ausências de sintomas, de ISTs e de taquiarritmias ventriculares. 181

  • Pacientes assintomáticos com EAo moderada/grave geralmente apresentam comprometimento da ACR, principalmente se o gradiente sistólico do VE ≥30 mmHg. O grau de comprometimento relaciona-se com a área valvar aórtica em repouso. 436 , 899

  • A maioria dos pacientes assintomáticos com EAo moderada apresenta aumento moderado na PAS (<25 mmHg).

  • A variação da PAS entre esforço e basal (ΔPAS) depende do grau da estenose, sendo menor na EA grave (ΔPAS = 21,6 mmHg) do que na moderada (ΔPAS = 32 mmHg). 900

  • Na EAo moderada/grave, pode ocorrer ISTE, queda ou aumento inadequado da PAS e arritmias esforço-induzidas. 437

  • A gravidade da EAo está associada ao ISTE com odds ratio (OR) 12,0 (IC95%: 3,0-49,0). O ISTE está relacionado à pressão sistólica do VE, ao gradiente de fluxo de saída do VE (principalmente se ≥70 mmHg) e relação comprometida da oferta-demanda de O2. 436 , 518 , 899

  • Na EAo supravalvar, geralmente ocorrem arritmias ventriculares complexas e acentuação de ISTs com o esforço (indicativa de isquemia miocárdica). 434

  • Após tratamento cirúrgico, observam-se redução do ISTE, aumentos do ΔPAS e da ACR. 519

5.2. Insuficiência Aórtica

Na insuficiência aórtica (IAo), ocorre aumento do volume diastólico final do VE, elevação do estresse na parede e hipertrofia miocárdica compensatória. Raramente ocorre como lesão isolada, estando frequentemente associada à EAo (inclusive após intervenção cirúrgica ou transcateter) ou DSV. A válvula aórtica bicúspide é a causa mais comum de IAo. 896

A IAo crônica geralmente é bem tolerada, sendo que a maioria das crianças permanecem assintomáticas. Entretanto, na IAo moderada/grave, é comum o desenvolvimento de sintomas significativos e/ou disfunção do VE, exigindo intervenção cirúrgica. A IAo grave resulta em volumes sistólicos e diastólicos finais do VE muito aumentados, geralmente evoluindo com disfunção progressiva. Na IAo grave, as pressões diastólicas reduzidas na raiz da aorta podem prejudicar o fluxo coronário. 901905

O ECG de repouso na IAo moderada/grave geralmente apresenta padrão de HVE e, na fase crônica, alterações do segmento ST e onda T. 388

Particularidades do TE/TCPE na IAo: 903 , 904 , 906

  • Indicado para avaliação de sintomas, ACR, isquemia esforço-induzida, ajustes terapêuticos e liberação/prescrição de exercícios físicos.

  • Pacientes que desenvolvem sinais ou sintomas de IC, isquemia esforço-induzida e/ou declínio da função do VE geralmente necessitam de intervenção cirúrgica.

  • Pacientes com IAo moderada ou grave apresentam comprometimento das respostas cronotrópica e pressórica (inclusive com queda pressórica intraesforço). Verifica-se também maior incidência de ectopias e ISTE.

  • Em atletas, é indicado para confirmar eventuais sintomas, avaliar a tolerância ao esforço e resposta da PA, sendo esses parâmetros relevantes para eventual liberação para prática esportiva. O TE deve pelo menos atingir nível de atividade compatível com a prática esportiva pretendida.

  • Atletas assintomáticos, com IAo discreta a moderada, VE sem disfunção e TE normal podem participar de todos os esportes competitivos (GR-NE: I-C).

  • A participação em atividades esportivas recreativas na IAo moderada/grave poderá ser considerada para pacientes assintomáticos com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) >50%, VE não dilatado (<35 mm/m2) e TE normal (GR-NE: IIB-C).

5.3. Válvula Aórtica Bicúspide

A válvula aórtica bicúspide (VAoB) é uma malformação congênita que pode ocorrer tanto como lesão isolada quanto em associação com CC. A prevalência de VAoB isolada na população geral é de cerca de 1 a 2%, enquanto, nos pacientes com CoAo, é de 50 a 85% e, na síndrome de Turner, de 15 a 30%. A VAoB é comum em doenças cromossômicas tais como a síndrome de Down (trissomia 21), DiGeorge (22q11), síndrome de Edwards (trissomia 18) e também em outras síndromes genéticas: síndrome de Williams, de Holt-Oram, Marfan (4,7%) e de Loeys-Dietz (8,8%). 139 , 330 , 907

Anormalidades da raiz aórtica, junção sinotubular e aorta ascendente ocorrem como parte dessa malformação. As dilatações da raiz e da aorta ascendente são comuns, mesmo em pacientes que não apresentam estenose ou insuficiência. Na EAo, é maior o risco de desenvolver dilatação aórtica grave na adolescência e início da idade adulta. Na síndrome de Marfan com VAoB e dilatação da aorta, há maior risco de ruptura aórtica espontânea. A maioria das crianças com VAoB é assintomática até a vida adulta. Em coortes pediátricas selecionadas com VAoB, mas sem estenose grave ou CC concomitante, <5% requerem intervenções valvares antes da vida adulta. 139 , 330 , 907

Particularidades do TE/TCPE na VAoB:

  • Está indicado para avaliação de sintomas e ACR de pacientes que evoluíram com EAo moderada/grave, IAo ou CoAo associadas. 370

  • Adolescentes com VAoB e síndrome de Williams geralmente apresentam: tempo total de esforço reduzido; resposta cronotrópica acelerada; resposta hipertensiva da PAS ao esforço; ausência de ISTE. 908

  • As indicações para valvoplastia por balão incluem EAo grave, pico do gradiente sistólico em repouso ≥50 mmHg sem sintomas ou ≥40 mmHg com angina, síncope e alterações do segmento ST em repouso ou esforço-induzidas. 909

5.4. Estenose Pulmonar

A estenose pulmonar (EP) é um estreitamento da válvula pulmonar, geralmente por fusão dos seus folhetos, com obstrução da via de saída do VD e redução do fluxo sanguíneo para as artérias pulmonares. É a forma mais comum de obstrução da via de saída do VD (90% dos casos). 910 , 911

A gravidade da EP determina as condutas terapêuticas, inclusive necessidade de intervenção cirúrgica e/ou transcateter. Classificação da EP através do gradiente de pressão do VD para a artéria pulmonar: discreta entre 10 e 30 mmHg; moderada entre >30 e 60 mmHg; grave >60 mmHg ou pressão em VD maior que a pressão sistêmica. 910 , 912 , 913

Crianças com EP discreta, com septo interventricular íntegro (EP isolada), geralmente não apresentam sintomas, mantêm ACR normal, podendo ocorrer regressão espontânea da estenose com a idade. Pacientes com EP moderada, especialmente sintomáticos, evoluem com piora da hipertrofia de VD, da obstrução da via de saída e disfunção ventricular, necessitando tratamento intervencionista. A EP grave ocorre principalmente na infância, frequentemente evoluindo com disfunção do VD, IC, insuficiência tricúspide e cianose, requerendo tratamento intervencionista precoce. 370 , 911 Na EP isolada, em acompanhamento por 13,5 anos, ocorreu aumento de mortalidade geral (RR: 4,67; IC95%: 3,61-5,99). Pacientes com diagnóstico precoce (0 a 1 ano) tiveram o maior risco de mortalidade (RR: 10,99; IC95%: 7,84-15,45). 910 , 912 , 913

Após intervenção valvular, a sobrevida livre de eventos a longo prazo é >90%. As complicações incluem insuficiência valvar pulmonar com possível sobrecarga de volume do VD (≈⅓ dos pacientes) e reestenose em 5 a 10% dos pacientes, especialmente no primeiro ano após a intervenção. 911 , 914 , 915

O ECG de repouso na EP isolada discreta geralmente é normal, entretanto, crianças podem apresentar inversão de ondas T nas derivações precordiais direitas. Na moderada/grave, geralmente observa-se padrão de hipertrofia do VD, sobrecarga atrial direita (onda P pulmonale ), desvio do eixo QRS para direita e BRD. 388 , 911

Particularidades do TE/TCPE na EP isolada:

  • É útil na avaliação pré-participação em programas de exercícios físicos, auxilia na avaliação de sintomas fornecendo informações diretas sobre a capacidade do VD em manter o débito cardíaco durante condições de aumento da carga de trabalho. A pressão sistólica do VD, avaliada através de ecocardiografia de estresse físico, normalmente é elevada em repouso, aumentando durante o esforço. 87 , 906

  • Quanto à ACR geralmente: na estenose discreta está normal; na moderada cursa com redução; na grave evolui com redução acentuada, sendo sintomática e com pior qualidade de vida; melhora após a intervenção. 916918

  • A resposta cronotrópica geralmente é normal, independente da gravidade da estenose. 87

  • É muito rara a ocorrência de ISTE e podem ocorrer arritmias esforço-induzidas. 919

  • O TCPE após ≈8 anos de valvoplastia pulmonar por balão em EP grave demonstrou comportamento normal do VO2pico (32,63±8,38 mL/kg/min), FCpico (174,88±5,01 bpm), queda da FC 1 ° minuto da recuperação (28,04±4,70 bpm), PASpico (164,02±11,03 mmHg), PADpico (84,42±7,63 mmHg), CVF (2,56±0,39 L) e VEF1 (2,43±0,34 L). 380 Arritmia ventricular monomórfica esforço-induzida ocorreu em 10,9% e nenhuma criança apresentou alteração do segmento ST. 900

5.5. Insuficiência Pulmonar

A insuficiência pulmonar (IP) costuma ser assintomática e bem tolerada na infância. Entretanto, raramente, a IP pode agravar-se progressivamente causando dilatação e disfunção do VD, intolerância aos exercícios, TV e MSC. Pacientes com IP discreta/moderada geralmente são assintomáticos. Na IP grave, frequentemente observa-se intolerância aos esforços com dispneia, devido à incapacidade em aumentar o débito do VD. Se houver insuficiência do VD, pode ocorrer congestão hepática, ascite e edema de membros inferiores. A remodelação atrial e ventricular direita confere maior risco de arritmia com tontura e/ou síncope. Sintomas esforço-induzidos, intolerância progressiva aos esforços, IC e arritmias sustentadas são marcadores de má evolução que indicam a necessidade de intervenção/reparo da válvula. 97 , 709 , 920

O ECG de repouso pode revelar desvio do eixo dos complexos QRS para direita, padrão de hipertrofia do VD e BRD. Na IP grave, é comum a ocorrência de arritmias. 177

Particularidades TE/TCPE na IP:

  • Em coorte retrospectiva, crianças submetidas à cirurgia de troca valvar pulmonar e/ou revisão do conduto valvulado, com melhor ACR no pré-operatório (VO2pico previsto ≥70%), evoluíram com menor tempo de internação. 921

  • Em coorte retrospectiva, a substituição da válvula pulmonar após a correção tardia de ToF demonstrou melhora do volume do VD. Cerca de 28% dos pacientes atingiram a normalização do volume sistólico final do VD, mas sem melhora significativa da ACR. 712

  • Após implante percutâneo da válvula pulmonar, em pacientes com IP associada a outras CC, foi demonstrado que não houve melhora do VO2pico, QR e pulso de O2. Na análise multivariada, a redução do gradiente da via de saída do ventrículo direito foi o único preditor de melhora do VO2pico. 922

  • Pacientes com IP grave, assintomáticos, sem sobrecarga significativa do volume do VD, sem arritmias, com função sistólica do VD e TE normal podem ser considerados para a prática esportiva recreativa. 681

5.6. Estenose Mitral

Os defeitos específicos da válvula mitral na estenose valvar mitral (EM) são divididos com base na relação com seu anel, incluindo componentes valvares, supravalvares e subvalvares (cordas tendíneas e músculos papilares). A apresentação clínica varia com base no grau da obstrução valvar e sua associação com insuficiência mitral (IM), HAP secundária, doenças pulmonares e/ou outras lesões cardíacas. 923

A EM congênita raramente ocorre na forma isolada, geralmente associando-se com CoAo, EAo e CC (anomalia de Ebstein, cor triatriatum , ToF etc.). Se a estenose for moderada a grave, os sintomas geralmente aparecerão no primeiro ou segundo ano de vida: déficit de crescimento, sibilância e grau variado de dispneia e palidez. 924

No ECG de repouso, geralmente observam-se padrão de hipertrofia VD, desvio do eixo dos complexos QRS para direita e ondas P bífidas ou pontiagudas indicativas de SAE. A ocorrência de FA é muito rara.

Particularidades TE/TCPE na EM:

  • Pacientes com EM discreta a moderada podem ser assintomáticos mesmo em exercícios extenuantes.

  • Na EM não corrigida, é indicado na avaliação pré-participação para a confirmação do estado assintomático, devendo atingir pelo menos o nível da atividade compatível com a prática esportiva pretendida. 681

  • Na EM moderada, para a liberação de atividades de baixa e moderada intensidade, o TE deve ser normal. Recomenda-se acompanhamento anual com o TE. 681

  • Em EM moderada/grave, o aumento da FC e do débito cardíaco ao esforço podem acarretar aumento do gradiente, das pressões dos capilares pulmonares e da HAP, causando baixa tolerância ao esforço, piora de sintomas e, eventualmente, edema agudo de pulmão. 46

  • Após 6 meses de valvoplastia, verificou-se melhora na ACR e aumento do débito cardíaco. 47

5.7. Insuficiência Mitral

A insuficiência mitral (IM) é uma lesão valvar com fluxo retrógrado sanguíneo do VE para o átrio esquerdo e subsequente sobrecarga de volume no VE. Para a manutenção do débito cardíaco, podem ocorrer alterações compensatórias, como aumento da força contrátil e HVE. A IM pode progredir, causar remodelamento ventricular e, eventualmente, dilatação difusa e disfunção do VE. A sobrecarga crônica do átrio e VE prejudica a drenagem sanguínea pelas veias pulmonares, causando congestão pulmonar e sintomas de IC. A IM congênita é uma doença rara na infância, com frequente associação a outras lesões cardíacas (em até 60% dos casos). 132 , 925

A IM discreta não produz sintomas, sendo o único sinal anormal a ausculta de sopro holossistólico apical. A insuficiência grave resulta em sintomas que podem aparecer em qualquer idade, incluindo baixo desenvolvimento físico, infecções respiratórias frequentes, fadiga aos esforços, edema pulmonar e IC congestiva.

A liberação/recomendação de exercícios físicos/prática esportiva depende da gravidade da IM, do grau de dilatação do VE, da função sistólica do VE e da HAP. Exercícios estáticos com grandes aumentos da PA podem resultar em aumento do volume regurgitante e das pressões capilares pulmonares, sendo potencialmente deletérios. 681 , 926

O ECG de repouso na IM moderada/grave geralmente mostra ondas P bífidas (SAE) e sinais de HVE. Nos casos mais graves, é possível observar padrão de HVD.

Particularidades do TE/TCPE na IM:

  • Discreta, geralmente não provoca comprometimento da ACR.

  • Discreta/moderada compensada, geralmente os pacientes são assintomáticos, com boa tolerância aos esforços e ACR normal, podendo permanecer assim por anos. 927

  • Adolescentes com IM grave, assintomáticos, poderão ser liberados para atividades de baixa intensidade, caso apresentem TE normal, função do VE preservada em repouso, pressão arterial pulmonar <50 mmHg e ausência de arritmia ventricular esforço-induzida. 681

  • IM grave com disfunção de VE cursa com sintomas de IC, intolerância ao esforço e baixa ACR. O TCPE auxilia na estratificação de risco, ajustes terapêuticos e na eventual indicação de transplante cardíaco.

  • Após troca ou reparo valvar para avaliação da ACR, ajustes terapêuticos e liberação/prescrição de atividades físicas incluindo reabilitação.

5.8. Prolapso da Válvula Mitral

O prolapso da válvula mitral (PVM) caracteriza-se por protrusão sistólica dos folhetos da válvula mitral no átrio esquerdo, com ou sem IM. Tem predisposição genética, podendo ser primário ("não sindrômico") ou secundário ("sindrômico") a distúrbios do tecido conjuntivo: síndrome de Marfan, síndrome de Loeys-Dietz, síndrome de Ehlers-Danlos, osteogênese imperfeita, pseudoxantoma elástico e síndrome de osteoartrite. Pode ser também observado na CMH. Na população pediátrica, é frequentemente considerado benigno e assintomático. Quando sintomático, as principais queixas são: palpitações, tontura, dor torácica, dispneia, pré-síncope e síncope. 132 , 928

O PVM em atletas adolescentes e adultos jovens, com degeneração mixomatosa da válvula, é causa relevante de MSC arritmogênica (PVM arritmogênico), com incidência anual de ≈0,2 a 1,9%. A presença de prolapso nos dois folhetos da valva, IM moderada/grave e arritmia ventricular são marcadores de maior risco de eventos. Adolescentes e mulheres jovens com espessamento dos folhetos mitrais e/ou prolapso de ambos os folhetos podem apresentar predisposição aumentada para arritmias complexas e MSC arritmogênica. 929931

O ECG de repouso é normal na maioria dos pacientes, entretanto, pode apresentar ondas T negativas em derivações de parede inferior, EVs com padrão de BRD e prolongamento do QTi (principalmente em atletas). Nos pacientes com IM crônica, pode ser observado padrão de SAE, sobrecarga ventricular esquerda (SVE) e ISTs. 931933

Particularidades do TE no PVM:

  • É útil para avaliação de sintomas, determinação da tolerância ao esforço, detecção de arritmias esforço-induzidas e liberação/prescrição de exercícios físicos (incluindo atividades esportivas competitivas). 926 , 934

  • Intolerância ao esforço e ACR reduzida são frequentes. 935

  • Mesmo quando a ACR é normal, pacientes apresentam menor DP no pico do esforço. 935 , 936

  • As arritmias ventriculares esforço-induzidas com padrão de BRD e/ou complexas são marcadores de risco nos pacientes com suspeita de PVM arritmogênico. 934 , 937

  • Cerca de 38% dos adolescentes atletas com arritmias ventriculares apresentaram EVs com morfologia do BRD em repouso e/ou esforço-induzidas. 938

  • Na IM moderada/grave associada, há risco aumentado de morbimortalidade quando a função sistólica do VE e a ACR estão comprometidas. Nesses pacientes, deve ser considerado o reparo ou substituição da válvula. 370

6. Dispneia e Intolerância aos Esforços

6.1. Dispneia Esforço-Induzida

A dispneia esforço-induzida (DEI) é uma manifestação clínica muito comum em crianças e adolescentes, caracterizada por falta de ar, esforço respiratório, aumento da FR e desconforto torácico. É uma sensação subjetiva que pode ter várias etiologias subjacentes mesmo na ausência de doenças detectáveis. Representa motivo para interrupção do esforço em ≈52% das crianças. Mais de 14% dos adolescentes aparentemente saudáveis experimenta episódio de DEI anualmente. 178 , 939941

Os mecanismos e a fisiopatologia da dispneia envolvem interações entre o sistema cardiorrespiratório e respostas neurais. Acredita-se que a dispneia seja causada pela discordância entre a ventilação e o impulso respiratório neural. Inicialmente, as alterações respiratórias decorrentes do esforço ocorrem predominantemente por meio de aumentos do volume corrente (VC) e após atingir aproximadamente 50% da capacidade vital pelo aumento da FR. A taquipneia inicia-se quando se atinge o platô do VC. Fatores ventilatórios, incluindo desconforto torácico, trabalho respiratório intenso e distúrbios ventilatórios (com ruídos audíveis como estridor e chiado) podem contribuir para a sensação de dispneia e sua gravidade. 78 , 939

Principais causas de DEI: asma, broncoespasmo, obstrução laríngea e disfunção das cordas vocais esforço-induzidas; anormalidades restritivas da parede torácica; doenças metabólicas (exemplos: doença de McArdle, hipotireoidismo etc.); miastenia grave; doenças CV incluindo CC, cardiomiopatias, IC, HAS, valvopatias e arritmias. 78 , 939 , 942

Particularidades do TE/TCPE na DEI:

  • Indicado para esclarecimento de sintomas e mecanismos envolvidos na dispneia, avaliação da ACR, decisões terapêuticas e para liberar/prescrever exercícios físicos.

  • Sugere-se a utilização de escala visual de dispneia de Dalhousie e escala de percepção de esforço, visando quantificar o grau de comprometimento e repercussão da dispneia. 178 , 943 , 944

  • A percepção da dispneia deve ser correlacionada com a carga de esforço, VO2 e ventilação pulmonar em que surgiram e também no momento de sua intensidade máxima. 945

  • No TCPE, para investigação diagnóstica, deve-se realizar espirometria basal seguida de protocolo de esforço incremental máximo, com repetição da espirometria na recuperação.

  • A saturação arterial de oxigênio deve ser monitorada continuamente via oximetria de pulso (SpO2), sendo as reduções >5% indicativas de hipoxemia esforço-induzida.

  • Se associada a sibilância ou ruído respiratório audível, a DEI está frequentemente associada a asma ou broncoespasmo esforço-induzido.

  • DEI com dor torácica, redução acentuada da eficiência ventilatória, com relações VE/VO2 e VE/VCO2 elevadas, indica trocas gasosas anormais, geralmente associadas a HAP. 631

  • DEI devido a doenças pulmonares restritivas associam-se a ACR reduzida (VO2 baixo no LV1 e no pico do esforço) e reserva ventilatória relativamente baixa. 630

  • Dispneia inexplicada com sensação de sufocamento, associada à hiperventilação, sem dessaturação ou alterações das trocas gasosas, geralmente está associada a distúrbio psicogênico e/ou transtorno do pânico. 629 , 946

6.2. Broncoespasmo Esforço-Induzido

O broncoespasmo esforço-induzido (BEI) é um fenômeno obstrutivo agudo e transitório do fluxo aéreo. Manifesta-se, geralmente, 5 a 15 minutos após a interrupção do esforço. Os sintomas são inespecíficos e de leve a moderada intensidade: aperto no peito, dor torácica, dor abdominal, tosse isolada, sibilância e dispneia. Muito raramente, ocorrem episódios graves com insuficiência respiratória que pode causar morte. 947 , 948

Embora anteriormente tenha se usado o termo "asma esforço-induzida" (AEI) como sinônimo da BEI, não é mais recomendado fazê-lo, pois tratam-se de entidades diferentes, inclusive quanto aos critérios de diagnóstico e tratamento. Na AEI, ocorre hiperatividade brônquica e inflamação crônicas, enquanto o BEI representa o estreitamento transitório das vias aéreas (sempre associado aos esforços físicos), podendo ocorrer, inclusive, em pacientes não asmáticos. A AEI se beneficia do tratamento com corticosteroides para controlar a inflamação crônica subjacente, enquanto o BEI, na maioria dos casos, requer administração de um β2-agonista de ação curta antes dos esforços físicos. 948 , 949

Na população pediátrica, os fatores de risco para BEI são: dermatite atópica; sensibilização a alérgenos internos; níveis elevados de IgE (sazonal e perene); fatores ambientais (exposição ao ar frio, altas pressões atmosféricas, umidade e poluentes); em crianças asmáticas, a inflamação eosinofílica das vias aéreas e os níveis de fração de óxido nítrico exalado [FeNO >20 partículas por bilhão (ppb) em pacientes sem uso de corticoide e >12 ppb nos que estão em uso]. 947 , 948 , 950

O BEI é observado em 40 a 90% das crianças asmáticas, especialmente naquelas com asma grave não controlada farmacologicamente. A prevalência na população pediátrica varia entre 7% e 35% e, nos adolescentes atletas, é de ≈23,1%. A associação de BEI e obstrução laríngea esforço-induzida ocorre em 4,8% dos adolescentes, sendo mais prevalente no sexo masculino (64,7%). 164 , 951

Particularidades do TE/TCPE no BEI:

  • O TCPE está indicado para diagnóstico do BEI, avaliação da ACR e determinação dos fatores limitantes ao esforço, avaliação da gravidade da hiperinsuflação dinâmica e avaliação da resposta às intervenções terapêuticas. 952

  • O TCPE realizado com a finalidade específica de diagnóstico do BEI é também conhecido como teste de provocação brônquica por exercício. Geralmente, é realizado em esteira ergométrica, na qual há maior propensão ao BEI.

  • Recomenda-se utilizar protocolo com carga fixa de esforço em alta intensidade para provocar aumento rápido da ventilação e evitar a refratariedade ao desenvolvimento de broncoespasmo. Inicia-se com uma inclinação de 5,5% e aumento rápido da velocidade para atingir em 2 minutos pelo menos 80% da capacidade máxima prevista, devendo então ser mantida a carga de esforço. Esforço incremental utilizado nos protocolos de Bruce (esteira) ou Godfrey (bicicleta) são menos efetivos para desencadear o BEI. 953

  • Buscar atingir a carga máxima de esforço e/ou 80 a 90% da FCmax estimada entre 6 e 8 minutos. Em relação às condições do ambiente da sala, manter a temperatura entre 20 e 25 °C e a umidade relativa <50% (ar seco). 952 , 954

  • Cerca de 50% dos pacientes asmáticos sem história de BEI e ≈40% de atópicos (sem asma) podem apresentar BEI ao TE.

  • É recomendável o uso de broncodilatadores antes do TE/TCPE nos casos de avaliação terapêutica.

  • O diagnóstico e a quantificação da gravidade do BEI são estabelecidos pelas alterações da função pulmonar esforço-induzidas, independentemente da ocorrência de sintomas.

  • O VEF1 deve ser medido no repouso e na recuperação (em 5, 10, 15 e 30 minutos após o esforço). Diferença >10% entre o valor de VEF1 de repouso e o menor valor de VEF1 nos primeiros 30 minutos após o esforço estabelece o diagnóstico de BEI. 163

  • A gravidade do BEI pode ser classificada baseada na queda percentual do VEF1 em relação ao nível de repouso: leve, se for ≥10% mas <25%. Moderada se ≥25% mas <50%; grave se ≥50%. 163

  • Pacientes com BEI leve geralmente necessitam de mais de um exame para confirmar o diagnóstico. 950 , 955

  • Caso ocorram sintomas moderados/intensos durante ou após o esforço, mesmo na ausência de queda significativa do VEF1, preconiza-se o uso de broncodilatador, o qual também pode ser necessário ao final do exame caso o VEF1 não retorne a um valor de queda menor que 10% do VEF1 de repouso. 953

6.3. Obstrução Laríngea Esforço-Induzida

A obstrução laríngea esforço-induzida (OLEI) é caracterizada como obstrução transitória das vias aéreas superiores, que ocorre tipicamente a nível supraglótico, seguida frequentemente por acometimento glótico, causando redução do fluxo de ar e dispneia aos esforços. A causa da OLEI é desconhecida, sendo os fatores de risco mais relevantes: asma; doença do refluxo gastroesofágico; doenças/fatores anatômicos das vias aéreas superiores (exemplo: disfunção de cordas vocais); hereditariedade; fatores ambientais (piora em ar frio e úmido); estresse psicológico; atividade física/esportiva em alta intensidade. É causa importante de problemas respiratórios e disfunção das vias aéreas superiores em atletas adolescentes. Para o manejo e tratamento adequados, é necessário afastar outras possíveis causas dos sintomas, tais como asma, BEI e hiper-reatividade das vias aéreas. 956958

Em geral, a prevalência de OLEI varia com a idade (mais frequente entre 11 e 18 anos), sexo (maior no sexo feminino na proporção 3:1) e nível atlético (maior em atletas competitivos de alto rendimento). Em adolescentes atletas, a prevalência é de 8,1%, sendo comum a associação com AEI (em 14 a 38% dos atletas). 164 , 951 , 959

Os pacientes geralmente apresentam aos esforços: dispneia; desconforto respiratório; aperto na garganta; sensação de asfixia; aperto na parte superior do tórax; dor torácica; respiração ruidosa e com estridor; alterações na voz e rouquidão; tosse; inspiração prolongada; ataques de hiperventilação; reações de pânico. Atletas podem referir apenas a sensação de "respiração mais difícil". 960 , 961

Particularidades do TE/TCPE na OLEI:

  • Em relação aos exames para confirmação diagnóstica de OLEI, recomenda-se a realização em ambiente hospitalar com equipe multidisciplinar (incluindo otorrinolaringologista) e condições adequadas para atendimento das possíveis complicações.

  • TE com laringoscopia nasal flexível, contínua e em esforço de alta intensidade é reconhecido como o "padrão-ouro" para o diagnóstico da OLEI. Envolve a colocação de um videolaringoscópio flexível (com gravação contínua) para a visualização da laringe em tempo real. Além do diagnóstico, permite avaliar a gravidade do fechamento laríngeo no momento mais sintomático e avaliar a eficácia terapêutica. 962 , 963

  • Idealmente em atletas, o ergômetro e protocolo de esforço devem ser o mais compatível com a atividade esportiva praticada, visando a alcançar a capacidade máxima de esforço, atingindo a maior ventilação possível.

  • O exame será positivo se o paciente reproduzir seus sintomas laríngeos (associado idealmente a um platô no VO2 e/ou da resposta da FC – teste máximo) e imagem registrando a presença, o local e o grau da obstrução laríngea. Na presença de obstrução supraglótica e glótica concomitante, o local em que a obstrução ocorrer primeiro deve ser especificado. 956 , 964

  • O TCPE combinado com a laringoscopia contínua permite a avaliação simultânea das variáveis respiratórias e metabólicas, contribuindo para o diagnóstico diferencial de outras causas de DEI. 958 , 965

  • Principais variáveis no TCPE a serem registradas na suspeita de OLEI: ventilação pulmonar, VO2pico, QR e loops de volume de fluxo. 956

  • Geralmente, os sintomas ocorrem próximo ao pico do esforço, são mais evidentes durante a fase inspiratória, podendo estar associados a estridor (sibilância/assobio ao inspirar). Geralmente desaparecem dentro de 2 a 3 minutos após a interrupção do esforço, podendo persistir por mais tempo nos pacientes que mantiverem a hiperventilação. 956 , 963

  • Caso os sintomas/sinais iniciais não sejam reconhecidos ou haja atraso na interrupção do esforço, pode ocorrer laringoespasmo, que resulta do fechamento exacerbado da glote, impedindo totalmente a ventilação. É uma situação muito rara, ocorrendo tardiamente aos sintomas da OLEI que cursa com dessaturação, bradicardia e cianose central, requerendo tratamento imediato.

6.4. Asma Esforço-Induzida

A asma é uma doença inflamatória crônica heterogênea caracterizada por uma limitação do fluxo das vias aéreas, reversível espontaneamente ou após tratamento. As principais queixas são chiado/sibilância, falta de ar, aperto no peito e tosse, sendo frequentemente desencadeados por emoções, poeira e/ou exposição a alérgenos. Frequentemente, também se observa redução da ACR, DEI, fadiga e redução da qualidade de vida. A prevalência de sintomas de asma entre adolescentes no Brasil é de ≈20 a 23%, uma das mais elevadas do mundo, sendo que apenas 12% têm diagnóstico prévio de asma. 966968

A asma esforço-induzida (AEI) é uma restrição das vias aéreas em pacientes que já apresentam uma hiperatividade brônquica e inflamação persistente (pacientes asmáticos), enquanto, no BEI, a restrição das vias aéreas é temporária, principalmente em não asmáticos. A AEI é desencadeada pelo ar frio e seco durante exercícios, causando desidratação da mucosa das vias aéreas com o aumento da osmolaridade, contração da musculatura lisa brônquica, influxo de eosinófilos/mastócitos e liberação de mediadores inflamatórios (leucotrienos, histamina, IL- 8, triptase e prostaglandinas). A AEI é observada em ≈40 a 90% das crianças asmáticas, especialmente naquelas com asma grave não controlada farmacologicamente. Principais queixas: tosse, chiado, aperto no peito e falta de ar incomum ou excesso de muco ocorrendo após exercício aeróbico extenuante e contínuo. Os sintomas geralmente começam a se manifestar 5 a 8 minutos após o início do exercício contínuo ou em 2 a 5 minutos nos casos de exercícios de alta intensidade. A AEI costuma ser confirmada em espirometria, realizada antes e após o TE/TCPE. 948 , 949 , 969

A AEI frequentemente acarreta limitações significativas nas atividades físicas/esportes, entretanto, o exercício regular nos pacientes com controle adequado da asma é recomendado, inclusive para evitar a obesidade e outros fatores agravantes da asma. Em pacientes com AEI, é aconselhável o uso de um β2-agonista de ação curta, 5 a 20 minutos antes dos exercícios. Adicionalmente, para o tratamento da asma, pode ser necessário o uso diário de corticosteroides inalados, antagonistas dos receptores de leucotrienos ou drogas estabilizadoras de mastócitos. 947 , 969

Particularidades do TE/TCPE na asma e AEI:

  • A resposta dos asmáticos ao esforço depende do grau de obstrução das vias aéreas e da reversibilidade. Durante o esforço, a VEmin sofre aumento para atender as demandas metabólicas musculares. O aumento no VC é o mecanismo dominante na ventilação baixa a moderada. Aumentos adicionais da VEmin em altos níveis de esforço são devidos principalmente ao aumento na FR. 947 , 969

  • Na asma controlada, o esforço geralmente é interrompido devido à fadiga periférica, embora certo grau de limitação do fluxo expiratório também possa ocorrer. Normalmente, a RV não é esgotada e o fluxo máximo não é alcançado, mesmo durante o esforço máximo. 969 , 970

  • Em ≈30% dos pacientes com asma grave ocorre restrição ventilatória significativa e comprometimento da ACR. Pacientes com VEF1 <80% apresentam menor RV. A queda percentual do VEF1 correlaciona-se com valores aumentados do VE/VO2 e VE/VCO2. 967 , 971 , 972

  • A maioria dos pacientes não apresenta hipoxemia ou hipercapnia clinicamente significativa.

  • Os aumentos da desigualdade ventilação/perfusão, da tensão alvéolo-arterial de oxigênio e do espaço morto fisiológico parecem estar associados à presença de broncoespasmo. 947 , 969

  • Pacientes com obstrução grave e pouco reversível das vias aéreas podem apresentar restrição mecânica na ventilação e sintomas esforço-induzidos que mimetizam doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 954 , 969

  • Pacientes com asma e/ou BEI associado geralmente apresentam estridor/sibilos expiratórios com a dispneia/sintomas atingindo sua maior intensidade entre 3 e 15 minutos após a interrupção do esforço. Por essa razão, alterações anormais da função pulmonar necessárias para estabelecer o diagnóstico de asma e/ou BEI são avaliadas em espirometria na fase pós-esforço através principalmente do VEF1.

  • O TCPE é realizado como parte do teste de provocação brônquica por exercício. Geralmente, é realizado em esteira ergométrica, na qual há maior propensão à AEI. Na população pediátrica, tem-se preferido o critério de redução do VEF1 ≥12% (em vez de ≥10%) por sua maior especificidade, com VPP do exame de 94% e acurácia de 70%. 966 , 968

7. Anemia/Doença Falciforme

Doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia genética, autossômica recessiva, resultante de defeitos na estrutura da hemoglobina (Hb), associados ou não a defeitos em sua síntese. As mutações herdadas podem ser: homozigóticas (SS, genótipo denominado como anemia falciforme); heterozigótico simples (traço falciforme) com um gene normal da Hb associado a um gene variante; heterozigótico composto com gene variante (SC, SD, SE, S betatalassemia, S alfatalassemia ou S mut) em combinação com defeito estrutural ou de síntese da Hb, denominada genericamente de talassemia. Estima-se que 4% da população brasileira tenha o traço falciforme e que 25.000 a 30.000 pessoas tenham a anemia falciforme (SS) ou talassemia. 973

Na DF, a Hb defeituosa hipossolúvel (HbS), quando desoxigenada nos leitos capilares leva à falcização dos glóbulos vermelhos, causando hemólise, anemia crônica normocítica e episódios de vaso-oclusão com isquemia associada. A DF apresenta alta taxa de morbimortalidade, com eventos agudos potencialmente letais: crises vaso-oclusivas (crises falcêmicas) com dor intensa, lesões isquêmicas teciduais e possíveis danos em todos os órgãos, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), nefropatia, retinopatia, úlceras em membros inferiores, priapismo, necrose avascular etc.; e a síndrome torácica aguda (STA), cujas principais causas no adulto são embolia gordurosa, infecção pulmonar, crise asmática, infarto do arcabouço ósseo torácico e trombose in situ/embolia da artéria pulmonar, que geralmente precede os desfechos fatais. 974

Nas crianças, é comum a observação de hipoxemia crônica persistente com SpO2 <94%. Quando adequadamente diagnosticadas e tratadas, quase todas as crianças com anemia falciforme sobrevivem até a idade adulta, mas com redução na expectativa de vida (≈20 anos).

A DF geralmente cursa com intolerância aos exercícios e redução da ACR devido a: 168 , 975

  • Baixos níveis de atividade física por dores articulares crônicas.

  • Exacerbação de resposta pró-inflamatória em consequência de exercícios intensos.

  • Redução da capacidade de transporte de O2 relacionada ao baixo nível de Hb.

  • Disfunção cardíaca resultante de anemia crônica.

  • Disfunção do parênquima pulmonar causada por episódios repetidos de STA.

  • Doença vascular pulmonar e HAP.

  • Doença vascular periférica/miopatia devido à oclusão microvascular frequente e repetida.

A DF pode evoluir com cardiomiopatia restritiva (CMR), caracterizada por disfunção diastólica do VE com função sistólica normal e dilatação do átrio esquerdo. Essa combinação resulta em HAP secundária leve, velocidade elevada do jato regurgitante da valva tricúspide e aumento de mortalidade. Lesões isquêmicas do sistema de condução, fibrose e extensa dilatação das câmaras cardíacas são potenciais etiologias para arritmia e MSC na CMR. 976 , 977

Indicações do TE/TCPE na DF em crianças e adolescentes:

  • O TCPE permite avaliar ACR, eventuais limitações aos esforços e prescrever exercícios físicos, inclusive na RCV. 978 , 979

  • A avaliação da função pulmonar (incluindo o VEF1 e relação VEF1/CVF) deve ser feita a cada 1 a 3 anos devido à alta prevalência de disfunção pulmonar restritiva (em ≈26% dos pacientes), obstrutiva (em ≈35 a 39%) e hiper-reatividade das vias aéreas (em 70%). Intervalos mais curtos de repetição devem ser adotados, especialmente nos pacientes com dispneia persistente, história de asma e/ou sibilos recorrentes ou elevações acentuadas dos marcadores hemolíticos. 980 , 981

  • Episódios dolorosos agudos durante o exame são raros (0,43 a 1% dos pacientes). 979

  • É comum a ocorrência de alterações isquêmicas transitórias e dessaturação durante o exame, mas que não resultam em arritmias ou outras complicações. 979 Geralmente, metade dos pacientes apresenta ISTE, dos quais 31% com DAC.

  • Pacientes com anemia geralmente apresentam FC elevada, VE/VCO2 aumentado, anormalidade do pulso de O2, reduções VO2 no LV1 e no pico do esforço.

  • Em ⅔ dos pacientes que evoluem com doença vascular pulmonar apresentam limitação ao esforço com anormalidades nas trocas gasosas: diferença alvéolo-arterial da tensão de oxigênio (PaO2) >30 mmHg, relação anormal entre espaço morto e VC (VD/VT) e valores muito altos de VE/VCO2.

  • Observa-se declínio do VEF1 de 0,3% a cada ano, independente do sexo, presença de asma, concentração de Hb, incidência de dor aguda intensa, episódios de STA e de terapia com hidroxiuréia. 982

  • Crianças com STA geralmente apresentam menor capacidade pulmonar total (CPT) e redução de VEF1. A idade e o sexo masculino estão associados a menores valores de VEF1 e da relação VEF1/CVF. 981

  • Geralmente, observa-se recuperação lenta da FC no 1 ° ao 5 ° minutos pós-esforço, independentemente da ACR. A recuperação lenta da FC sugere comprometimento da atividade vagal, que piora com o aumento da idade. 983

  • Pacientes com Hb-SS apresentaram saturação média de oxigênio, CVF e %VEF1 menores, sendo o resultado anormal da espirometria em ≈70,4% dos pacientes causado por defeitos predominantemente restritivos. 984

  • A oximetria de pulso geralmente subestima a saturação arterial, mas em valores clinicamente insignificantes. Esse achado em parte é devido à carboxiemoglobina (COHb) e metemoglobina (MetHb) elevadas na DF. A co-oximetria de pulso não invasiva pode auxiliar na medição dos níveis de COHb e MetHb e melhorar a precisão da determinação da saturação. 985

  • A dessaturação de oxigênio esforço-induzida é observada em ≈18% das crianças com talassemia e em ≈34% das crianças com anemia falciforme. 986

Parte 4 – Teste Ergométrico Associado aos Métodos de Imagem em Cardiologia

1. Estresse Cardiovascular Associado aos Métodos de Imagem em Cardiologia

1.1. Imagem Nuclear/Cintilografia Perfusional Miocárdica

A cardiologia nuclear permite a avaliação de perfusão e viabilidade miocárdica, função ventricular, perfusão pulmonar e detecção de processos inflamatórios na população pediátrica. 214 , 987

A utilização da cintilografia perfusional miocárdica (CPM; do inglês Single Photon Emission Computed Tomography "SPECT") é limitada devido à radiação ionizante e seu potencial impacto ao longo da vida, particularmente em portadores de CC. O aumento de risco de câncer dá-se pela radiossensibilidade inerente às crianças. 988

A evolução tecnológica na última década e o desenvolvimento de protocolos com baixas doses de radiação dedicados às crianças abrem novas perspectivas para o uso de imagem nuclear em pediatria. 214

É cada vez mais crescente o emprego da ressonância magnética cardíaca (RMC) associada à perfusão miocárdica na população pediátrica. A RMC é considerada o método de escolha para quantificação dos volumes biventriculares e da função ventricular, especialmente do VD. A viabilidade e a isquemia também podem ser avaliadas pela tomografia por emissão de pósitrons/tomografia cardíaca (PET/CT). 988 , 989

A história do paciente e o planejamento da aquisição das imagens são essenciais para garantir a viabilidade e valor diagnóstico dos exames. Detalhes da anatomia cardíaca, procedimentos cirúrgicos e percutâneos prévios ajudam a distinguir achados normais dos patológicos. A dose de radionuclídeo é baseada no peso da criança, no protocolo e nos métodos de aquisição de imagem. Preferencialmente, deve-se realizar primeiro a geração de imagens de estresse. Recomenda-se a utilização de câmeras para SPECT, PET ou imagem híbrida de última geração. 987 , 990

Em nosso meio, são utilizadas as modalidades de estresse físico ou farmacológico (dipiridamol, adenosina ou dobutamina), que apresentam sensibilidade e especificidade semelhantes na análise das imagens de perfusão. A escolha da modalidade de estresse depende principalmente da idade da criança e de limitações ou contraindicações para a realização de esforço físico ( Figura 7 ). As principais contraindicações das modalidades de estresse são apresentadas na Tabela 41 . O monitoramento por oximetria de pulso é recomendado nos pacientes com CC, particularmente nos casos de shunt direita-esquerda e/ou malformações arteriovenosas pulmonares. 214 , 243 , 991 , 992

Figura 7. Seleção do método de imagem cardiovascular e protocolo de estresse em pacientes pediátricos com cardiopatia congênita e suspeita de isquemia. Exemplos de causa de obstrução dinâmica: artérias coronárias anômalas, compressão de stents, pontes miocárdicas e vasoespasmo. Exemplos de causa de obstrução fixa: obstrução coronária aterosclerótica, estreitamento cirúrgico dos óstios coronários e espessamento da íntima. Exemplos de causa de disfunção microvascular: manipulação cirúrgica das artérias coronárias na cirurgia de troca arterial, hipercolesterolemia familiar e lúpus eritematoso sistêmico. * Métodos de imagem cardiovascular apresentados sequencialmente, conforme a escolha do estressor. ** Disponível no Brasil somente em pesquisa; *** Não disponível no momento no Brasil. Eco estresse: ecocardiografia sob estresse; RMC: ressonância magnética cardíaca; PET: tomografia por emissão de pósitrons; SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton (do inglês Single Photon Emission Computed Tomography); N-13 = amônia N-13; Rb-82: rubídio-82; Tc-99m: tecnécio 99m; Gad: gadolínio. Adaptado de: Partington SL et al. Clinical applications of radionuclide imaging in the evaluation and management of patients with congenital heart disease. 987 .

Figura 7

Tabela 41. Contraindicações das modalidades de estresse cardiovascular em população pediátrica 214 , 243 , 991 , 992 .
Estresse Contraindicações
Estresse físico Vide contraindicações absolutas para TE/TCPE – Quadro 2.
Vasodilatadores (dipiridamol/adenosina) Bloqueios atrioventriculares avançados; hipotensão; hipertensão acentuada; bradicardia sinusal; doença broncoconstritiva ou broncoespástica ativa com uso regular de inaladores; hipersensibilidade conhecida aos vasodilatadores.
Dobutamina Hipertensão grave; angina instável; estenose valvar aórtica grave; arritmias complexas; cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; miocardite; endocardite; pericardite.
Atropina Glaucoma de ângulo estreito; miastenia grave; uropatia obstrutiva; distúrbios gastrointestinais.

Metodologia do estresse físico para a CPM: 993

  • É feito através do TE ou TCPE, adicionando maior valor diagnóstico e prognóstico aos métodos de imagem por abordar parâmetros clínicos, hemodinâmicos, metabólicos e eletrocardiográficos.

  • As escolhas do ergômetro e do protocolo seguem os mesmos critérios utilizados nos exames de TE/TCPE em crianças e adolescentes, que constam nesta diretriz.

Metodologia dos estresses farmacológicos para a CPM:

  • As doses dos estressores farmacológicos (dipiridamol, dobutamina e adenosina) para crianças são as mesmas utilizadas em adultos. A realização dos estresses deve seguir as orientações gerais para adultos. 1

  • Independentemente do estressor, deve-se monitorizar os sinais e sintomas clínicos e registrar ECG, PA e FC durante todo o exame.

  • A adenosina é um estressor farmacológico que causa vasodilatação coronariana, administrado por via intravenosa (infusão contínua, 140 μg.kg-1.min-1, por 4 a 6 min). Seus efeitos colaterais geralmente são leves e desaparecem rapidamente após a interrupção/término da infusão: broncoespasmo, devido à ativação dos receptores A2B e A3; BAV, devido à ativação de receptores A1; vasodilatação periférica, por ativação dos receptores A2B; rubor, dispneia e náusea. 990 , 994 , 995 A metil-xantina (cafeína) contida em alimentos, bebidas e medicamentos interfere com a adenosina (vide Anexo 5 ), devendo ser suspensa pelo menos 12 horas antes do exame. 995

  • O dipiridamol é um vasodilatador coronariano que age por inibição da enzima adenosina-deaminase, degrada a adenosina endógena, bloqueia a recaptação da adenosina pela membrana celular com aumento da concentração extracelular, causando a vasodilatação coronária e sistêmica. A dose preconizada é de 0,56 mg.kg-1, até o máximo de 60 mg diluídos em 50 mL de soro fisiológico, com administração intravenosa em 4 minutos, podendo ser realizada manualmente (sem bomba de infusão). Sua meia-vida biológica é de ≈45 minutos. Os principais efeitos colaterais são a dor torácica, cefaleia e tontura, podendo ser revertidos com a administração de aminofilina intravenosa, feita somente 2 minutos após a injeção do radiotraçador. 993 , 995998 As metil-xantinas (vide Anexo 5 ) devem ser suspensas pelo menos 24 horas antes do exame. 995

  • A dobutamina promove a elevação do consumo de oxigênio miocárdico, com administração intravenosa em bomba de infusão. A dose inicial é de 5 a 10 μg.kg-1.min-1 em 3 minutos, sendo seguida por doses incrementais de 20 μ g.kg-1.min-1, 30 μ g.kg-1.min-1 até o máximo de 40 μ g.kg-1.min-1. 999 , 1000 Nos pacientes que não alcançarem a FC submáxima e sem evidências de isquemia, pode-se associar atropina intravenosa na dose de 0,01 mg.kg-1 (dose unitária máxima de 0,25 mg). 996 O radiotraçador deve ser injetado na FC alvo (geralmente definida como 85% da FCmax para a idade) mantendo-se a infusão de dobutamina por mais 1 minuto. A reversão dos efeitos adversos é feita com betabloqueadores de ação curta (por exemplo: metoprolol ou esmolol), injetados via intravenosa após o primeiro minuto da administração do radiotraçador. 1001

  • Avaliar a necessidade de restrição de volume a ser infundido em paciente com IC, cardiomiopatias, CC complexas e insuficiência renal.

  • Além do médico habilitado responsável pelo exame, sugere-se o acompanhamento por pediatra.

Particularidades na perfusão miocárdica:

  1. TGA: as mortalidades precoce e tardia estão associadas às complicações coronarianas. 1002 , 1003 No seguimento pós-operatório, a indicação de reintervenção baseia-se mais na presença de isquemia pela CPM do que nos achados angiográficos. 220 , 1004

    Defeitos de perfusão diagnosticados pela CPM ocorrem em 5 a 24% dos pacientes após correção cirúrgica, podendo persistir por mais de 10 anos ( Figura 7 ). Lesões angiográficas após correção nem sempre estão associadas a processo estenótico em evolução. 1005 , 1006

    A CPM inicial permite triar os pacientes quanto à evolução: se normal, geralmente ocorre estabilização/resolução da isquemia com o tempo; se anormal geralmente corresponde à piora da isquemia. 22 , 1007 , 1008

  2. DK: a CPM é útil e segura no seguimento da progressão da estenose coronariana, com sensibilidade de 90% e especificidade entre 85 e 100% na detecção de isquemia. 218 , 998 Cerca de 12 a 19% das crianças com aneurismas coronários têm padrão perfusional anormal (fibrose e/ou isquemia). 216 , 219 , 398

    A CPM está indicada no acompanhamento tardio (de 1 a 5 anos) de crianças com aneurismas coronarianos (incluindo aneurismas pequenos e/ou resolvidos) e/ou sintomas/disfunção ventricular ( Figura 7 ). 18 , 37 , 214

    Em adolescentes com história de DK na infância, a PET com amônia N-13 demonstrou diminuição na reserva coronariana por disfunção endotelial de longo prazo. 1009 , 1010

  3. Cardiomiopatias:

    • Na CMH, a CPM auxilia na pesquisa de isquemia, estratificação de risco e manejo terapêutico. 223 A isquemia miocárdica pode estar relacionada à diminuição da perfusão subendocárdica nos segmentos hipertrofiados, compressão de pequenos vasos intramurais e ponte miocárdica. 214 , 1011 Acredita-se que a isquemia microvascular esteja envolvida na disfunção sistólica e diastólica. 223 , 1012 Os defeitos de perfusão miocárdica na CPM com 99mTc-MIBI podem refletir um processo isquêmico, sendo importante preditor de eventos clínicos adversos e morte. 223

    • Na cardiomiopatia dilatada, a CPM é raramente empregada, pois a etiologia isquêmica é rara em crianças. Em situações especiais, como na anemia falciforme, a avaliação da função microvascular pode auxiliar na identificação do possível mecanismo de dano ventricular (dilatação e/ou disfunção do VE). 214 , 1013

  4. Transplante cardíaco: a principal complicação a longo prazo após o transplante é a doença vascular do enxerto (DVE), causa relevante de morte e retransplante. Na DVE, a CPM permite avaliar o envolvimento de artérias coronárias (distais e proximais) na disfunção sistólica e o aumento das pressões de enchimento do VE. 224 , 1014

1.2. Ecocardiografia sob Estresse

A ecocardiografia sob estresse (EcoE) é uma técnica de imagem cardiovascular que fornece imagens cardíacas em tempo real permitindo avaliar: anatomia cardíaca; função sistólica e diastólica; áreas de isquemia miocárdica; reserva coronariana; e estratificar o risco nas valvopatias, IC e CC (reparadas ou não). As principais indicações da EcoE na prática da cardiologia pediátrica encontram-se na Tabela 12 .

Vantagens da EcoE: disponível em nosso meio; na maioria dos pacientes, pode ser realizada sem sedação; não gera exposição à radiação, situação relevante no monitoramento periódico de CC. Principais limitações: janelas acústicas inadequadas em crianças com déficit de crescimento (secundário a CC) ou por alterações torácicas pós-cirúrgicas; arritmias cardíacas complexas (exemplos: TV, BAVT etc.); necessidade de uso de medicamentos que podem afetar os parâmetros do exame (betabloqueadores, diuréticos, antiarrítmicos etc.). A Tabela 41 apresenta as principais contraindicações das modalidades de estresse CV utilizados na EcoE.

Para a adequada aquisição e interpretação das imagens ecocardiográficas, recomenda-se avaliar a existência de cardiopatias (principalmente CC), o quadro clínico do paciente, história prévia de cirurgias e utilização de MP/CDI.

Os principais estressores utilizados na população pediátrica são o físico (TE) e o farmacológico. O agente farmacológico (dobutamina) é mais utilizado em crianças menores, enquanto o exercício físico é preferido em crianças ≥8 anos, cooperativas e com habilidades para se exercitar em esteira ou bicicleta ( Tabela 42 ). Independente do estressor, deve-se monitorizar os sinais e sintomas clínicos, bem como registrar ECG, PA e FC durante todo o exame. 234 , 235

Tabela 42. Vantagens e desvantagens das diferentes modalidades de estresse em população pediátrica 234 , 235 .
Esforço (TE) * Dobutamina
Idade preconizada ≥8 anos Qualquer idade
Anestesia/sedação Não Se indispensável, em <6 anos
Resposta da frequência cardíaca Geralmente submáxima FC alvo (geralmente submáxima)
Resposta da pressão arterial Resposta máxima Variável
Inotropismo máximo Sim Sim
Retorno venoso Aumento Sem aumento/diminuição
Aquisição de imagens Possibilidade de artefatos ** Mais fácil
Aptidão cardiorrespiratória Sim Não
Repercussão funcional Sim Não
Risco de complicações Baixo Baixo
Disponibilidade da modalidade de estresse Moderada Alta
*

Teste ergométrico em esteira, cicloergômetro de mesa ou bicicleta ergométrica.

**

Artefatos respiratórios e por movimentação.

Achados indicativos para interrupção do estresse: aparecimento de sintomas (exemplo: angina limitante); ocorrência ou piora de anormalidade contrátil da parede ventricular; ISTs ≥2 mm; queda da PAS >15 mmHg; arritmia complexa e/ou com repercussão hemodinâmica; alcançar FC alvo; atingir a dose máxima do estressor farmacológico; outros efeitos adversos de agente farmacológico.

1.2.1. Metodologia do Estresse Farmacológico
1.2.1.1. Dobutamina 229 , 234 , 1015 , 1016

A dobutamina é o agente farmacológico mais utilizado na população pediátrica. Tem efeito inotrópico e cronotrópico positivo, aumentando a demanda de O2 pelo miocárdio. Quando essa demanda não é atendida, causa isquemia miocárdica e anormalidades da motilidade da parede ventricular. Em contraste com o estresse físico, não acarreta aumentos do retorno venoso e da pré-carga, gerando maior alteração nas dimensões diastólicas finais do VE. Permite uma recuperação mais lenta da FC, com aquisição de imagens por tempo maior. 243

Em crianças <8 anos, a EcoE com dobutamina pode requerer anestesia geral ou sedação profunda. As imagens são adquiridas no repouso e após cada aumento na dose do estressor.

Os protocolos da EcoE com dobutamina são semelhantes aos protocolos para adultos. Geralmente, a infusão de dobutamina começa com 5 μ g.kg-1.min-1 com aumento da dose em intervalos de 3 a 5 minutos (para 10, 20, 30, 40 e 50 μ g.kg-1.min-1). A FC alvo geralmente é definida como 85% da FCmax para a idade. Caso não se atinja a FC alvo com a dose máxima de dobutamina, pode-se administrar simultaneamente, a cada 1 a 2 minutos, atropina na dose de 0,01 mg.kg-1 (limites: 0,25 mg por dose; dose máxima total de 1 a 2 mg). 243 Na avaliação da reserva contrátil cardíaca, a dobutamina pode ser usada em doses baixas/moderadas (entre 5 e 20 μ g.kg-1.min-1) em infusão contínua. 229

Os efeitos colaterais incluem: palpitações, náuseas, cefaleia, calafrios, urgência urinária, ansiedade, angina, hipotensão, hipertensão e arritmia. Os efeitos colaterais geralmente desaparecem com o término/suspensão da infusão, devido à meia-vida curta da dobutamina. Esmolol (dose de 0,5 mg.kg-1) deve estar disponível para reverter reações adversas mais intensas e/ou isquemia. 249

1.2.1.2. Vasodilatadores 229 , 234 , 1016

A EcoE com vasodilatador (adenosina ou dipiridamol) induz o aumento do fluxo coronariano, sendo utilizada na avaliação de motilidade miocárdica, isquemia e viabilidade miocárdica. A adenosina é infundida em uma dose máxima de 140 μ g.kg-1.min-1, com imagens simultâneas durante 4 minutos.

O dipiridamol é administrado em duas etapas, com imagens contínuas: a primeira etapa com uma dose de 0,56 mg.kg-1 durante 4 min; a segunda etapa é realizada se não houver efeitos adversos, utilizando dose de 0,28 mg.kg-1 em 2 minutos. A aminofilina deve estar disponível para reverter reações adversas ao dipiridamol.

1.2.2. Metodologia do Estresse Físico 1015 , 1017

A EcoE com estresse físico é realizada em crianças ≥8 anos, capazes de realizar o TE. O esforço físico é um estressor fisiológico, devendo ser o método preferencial, sempre que possível. 229 O estresse físico permite aumentar a FC, a função contrátil, a PA e o retorno venoso ao coração e determinar o VO2 e débito cardíaco.

Os ergômetros mais utilizados na EcoE são a esteira ergométrica e cicloergômetro (vertical, supino e semissupino) utilizando protocolos específicos. A ecocardiografia basal deve ser obtida em decúbito dorsal e também na posição em que será realizado o estresse físico. Quando utilizada a esteira, a aquisição de imagens ecocardiográficas é realizada antes do esforço e imediatamente após o término do esforço (dentro de 60 a 90 s). No caso do cicloergômetro, é realizada antes e durante todas as fases do esforço (incluindo o pico). A aquisição de imagens durante o esforço é mais desafiadora em relação a artefatos de movimento e respiração.

Além disso, como a FC em crianças pode cair muito rapidamente durante a recuperação, a interpretação dos resultados pode ser comprometida. Para obter informações durante o esforço, o teste em bicicleta é mais adequado.

Além dos achados indicativos para interrupção do estresse apresentados no início desta sessão, recomenda-se observar os critérios de interrupção do esforço constantes na Tabela 42 .

ANEXOS

Anexo 1. Principais leis e resoluções pertinentes ao TE e TCPE em crianças e adolescentes

Aspectos legais Referência
O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei.
É vedado:
  • Delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivas da profissão médica.

  • Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente.

  • Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a medicina ou com profissionais ou instituições médicas com prática de atos ilícitos.

  • Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

  • Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.

  • Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.

  • Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que esses tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.

  • Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realização de pesquisa envolvendo seres humanos, após as devidas explicações sobre a natureza e as consequências da pesquisa.

§ 1° No caso de o paciente participante de pesquisa ser criança, adolescente, pessoa com transtorno ou doença mental, em situação de diminuição de sua capacidade de discernir, além do consentimento de seu representante legal, é necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão.
Código de Ética Médica – Resoluções N ° 2.217/2018, 2.222/2018 e 2.226/2019 do CFM. 10181020
Determina que, para a área de atuação em ergometria, é necessária: formação de 1 (um) ano; ter concluído Residência Médica em Cardiologia para realizar a formação; após formação, realizar concurso da AMB/Sociedade Brasileira de Cardiologia para obtenção do Título de Atuação; pré-requisito para o concurso, além da formação, ter o Título de Especialista em Cardiologia da AMB. Resolução N ° 2.380/2024 do CFM/Portaria CME N ° 1/2024. 1021
Considerando ser recomendável a obtenção prévia de termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelo paciente ou seu representante legal, no caso de menores de 18 anos de idade.
Considerando que, em se tratando de menores de idade, o seu representante legal deva permanecer na sala de exame.
O teste ergométrico deve ser individualizado e realizado, em todas as suas etapas, por médico habilitado e capacitado para atender a emergências cardiovasculares, tornando imprescindível, para tal, sua presença física na sala.
Por ser ato médico privativo, caracteriza-se como falta ética a delegação para outros profissionais da realização do teste ergométrico.
As condições adequadas para a realização do teste ergométrico estão previstas no Manual de Fiscalização do CFM.
Resolução N ° 2.021/13 do CFM. 1022
Critérios norteadores da propaganda em medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições referentes à matéria. Resolução N ° 2.336/2023 do CFM. 1023
Garantir a privacidade e a confidencialidade dos dados e informações armazenadas digitalmente dos pacientes; organizar bancos de dados seguros e confiáveis; garantir a transmissão de dados e informações em segurança; fazer cópia de segurança na medida da possibilidade. Resolução N ° 1.821/2007 do CFM. 272
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 4° Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Constituição da República Federativa do Brasil. 1024
"Art. 5. A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
  1. pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos;

  2. pelo casamento;

  3. pelo exercício de emprego público efetivo;

  4. pela colação de grau em curso de ensino superior;

  5. pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria."

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
Código Civil Brasileiro – Lei 10.406 de 2002. 1025
Capítulo III, Art. 6° – São direitos básicos do consumidor:
  1. A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

  2. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

  3. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.

Código de Proteção ao Consumidor – Direitos Básicos do Consumidor – Lei N ° 8.078 de 11 de setembro de 1990. 1026 , 1027

Art.: artigo; CFM: Conselho Federal de Medicina; CME: Comissão Mista de Especialidades; AMB: Associação Médica Brasileira.

Anexo 2. Quadro de valores da pressão arterial de repouso para meninos de acordo com idade e percentil de estatura 322

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PA: pressão arterial; P: percentil. Adaptado de: Barroso WKS et al. Brazilian Guidelines of Hypertension – 2020. 322

Anexo 3. Quadro de valores da pressão arterial de repouso para meninas de acordo com idade e percentil de estatura

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PA: pressão arterial; P: percentil. Adaptado de: Barroso WKS et al. Brazilian Guidelines of Hypertension – 2020. 322

Anexo 4. Dados relacionados à aptidão cardiorrespiratória (VO2max previsto), duplo-produto e OUES em população pediátrica aparentemente saudável e com cardiopatia

Material Faixa etária (anos) Localização na publicação DOI da publicação Disponível em
Aparentemente saudável:
Gráficos de percentis de VO2max por sexo e idade. 176 8-18 Figura 2 10.1513/AnnalsATS.201611-912FR https://www.atsjournals.org/doi/10.1513/AnnalsATS.201611-912FR
Gráficos de percentis de VO2max por sexo e idade. 1028 12-18 Figura 2 e Figura 3 10.1016/j.amepre.2011.07.005 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0749-3797(11)00491-0
Tabela de VO2max por sexo e faixa etária na população brasileira. 1029 7-12
e
13-19
Tabela 6 10.5935/2359-4802.20190057 https://www.scielo.br/j/ijcs/a/x8bB3qQHQKCXHRbZRbpXMrm/?lang=en
Tabela DP em repouso e DP pico em altitude moderadamente elevada. 1030 4-18 Tabela 3 10.1016/j.acmx.2013.04.003 https://www.elsevier.es/es-revista-archivos-cardiologia-mexico-293-articulo-cardiopulmonary-exercise-testing-in-healthy-S1405994013000621
Gráfico de percentis de OUES (por sexo e idade) e equações de previsão. 622 8-19 Figura 2 e Tabela 2 10.1177/2047487315611769 https://academic.oup.com/eurjpc/article-lookup/doi/10.1177/2047487315611769
Gráfico do comportamento médio de OUES (por sexo e idade). 614 7-18 Figura 1 10.1123/pes.22.3.431 https://journals.humankinetics.com/doi/10.1123/pes.22.3.431
Cardiopata:
Gráfico e tabelas por sexo dos percentis de VO2max/VO2pico e %VO2previsto em pacientes com corações univentriculares, tetralogia de Fallot, transposição das grandes artérias e outras cardiopatias. 1031 6-18 Tabela 1 , Tabela 2 e Figura 2 10.1007/s00431-022-04648-9 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9829639/
Tabela e gráficos de associação entre VO2max e FCmax em crianças e adolescentes com CC. 80 6-18 Tabela 1 , Figura 2 e Figura 4 10.5935/abc.20170125 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/28876372/
Tabela e gráficos do VO2pico de crianças e adolescentes saudáveis e com CC. 1032 8-16 Tabela 7 , Figura 3 e Figura 4 10.1007/s004210050612 https://link.springer.com/article/10.1007/s004210050612
Gráfico e equação de predição de valores de DP nas duas primeiras décadas de vida e em comparação com pacientes com coarctação de aorta reparada. 428 12,6±2,96
e
13,0±3,2 anos
Tabela 2 e Figura 3 10.1080/14779072.2017.1385392 https://www.tandfonline.com/doi/epdf/10.1080/14779072.2017.1385392?needAccess=true
Tabela com comportamento do DP (repouso e pico do esforço) em relação a sobrevida de crianças com insuficiência cardíaca secundária à cardiomiopatia dilatada idiopática. 1033 8,6±1,9 anos Tabelas 2 e 3 10.1016/j.ejheart.2008.04.009 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1016/j.ejheart.2008.04.009
Tabela e gráficos do comportamento de OUES por sexo e corrigido pelo peso na população pediátrica aparentemente saudável e em 10 cardiopatias congênitas. 624 5-18 Tabela 2 , Figura 2 e Figura 3 10.1136/archdischild-2019-317724 https://adc.bmj.com/lookup/pmidlookup?view=long&pmid=32732318
Tabela de valores de referência de OUES/kg por idade na diferenciação entre capacidade funcional preservada ou anormal, em crianças e adolescentes, com e sem CC. 623 4-21 Tabela 5 e Tabela 6 10.1177/2047487318807977 https://academic.oup.com/eurjpc/article-lookup/doi/10.1177/2047487318807977

VO2max: consumo máximo de oxigênio; DP: duplo-produto; DP pico: duplo-produto no pico do esforço; OUES: inclinação da eficiência da captação do oxigênio (OUES: do inglês oxygen uptake efficiency slope); FCmax: frequência cardíaca máxima; CC: cardiopatia congênita ; VO2pico: maior VO2obtido no teste ergométrico que não houver as características de um esforço máximo.

Anexo 5. Principais bebidas, alimentos e medicamentos que contêm cafeína

Cafés
  • Café

  • Expresso

  • Café mocha

  • Café descafeinado

Chás - em geral
  • Chá preto

  • Iced Tea

  • Chá verde

  • Lemon Iced Tea garrafa

  • Lipton chá descafeinado (preto ou verde)

Refrigerantes e sucos
  • Pepsi

  • Coca-Cola, Coca Zero ou Diet Pepsi

  • Coca-Cola Plus

  • Diet Coke

  • Fanta, Sprite, 7-Up

  • Guaraná

  • Suco de acerola

Energéticos – em geral
  • Monster Energy

  • Red Bull

  • Fusion

  • TNT

Petiscos Cafeinados
  • Bolacha de chocolate

  • Alguns tipos de batata chips

  • Algumas balas e gomas

Sorvetes
  • Starbucks ice cream café

  • Sorvetes de café

  • Sorvete de café Häagen-Dazs

Chocolates e bebidas
  • Chocolate quente

  • Barra de chocolate

  • Barra de chocolate ao leite

Medicamentos
  • Tylenol DC

  • Ormigrein

  • Dipirona + cafeína

  • Neosaldina

  • Miorrelax

  • Miosan cafeína

  • Dorflex

  • Benegrip

  • Suplementos e pílulas de cafeína

Nota: Os produtos e marcas listados são os mais frequentemente disponíveis no mercado brasileiro. Os mesmos cuidados se aplicam a produtos similares brasileiros. Adaptado de: Henzlova MJ et al. ASNC imaging guidelines for SPECT nuclear cardiology procedures: Stress, protocols, and tracers. 995

Footnotes

Realização: Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

Conselho de Normatizações e Diretrizes responsável: Carisi Anne Polanczyk (Coordenadora), Humberto Graner Moreira, Mário de Seixas Rocha, Jose Airton de Arruda, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva – Gestão 2022-2023

Nota:

Estas Diretrizes se prestam a informar e não a substituir o julgamento clínico do médico que, em última análise, deve determinar o tratamento apropriado para seus pacientes.

Referências

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Brazilian Guideline for Exercise Testing in Children and Adolescents – 2024

Tales de Carvalho 1,2, Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas 3, William Azem Chalela 4,5, Carlos Alberto Cordeiro Hossri 6,7, Mauricio Milani 8,9,10, Susimeire Buglia 7, Andréa Maria Gomes Marinho Falcão 4, Ricardo Vivacqua Cardoso Costa 11, Luiz Eduardo Fonteles Ritt 12,13,14, Maria Eulália Thebit Pfeiffer 15, Odwaldo Barbosa e Silva 16, Rodrigo Imada 4,17, José Luiz Barros Pena 18,19, Antônio Carlos Avanza Júnior 20, Carlos Alberto Cyrillo Sellera 21

Abstract

Classes of Recommendation

  • Class I: Conditions for which there is conclusive evidence and, failing that, general agreement that a given procedure is safe and useful/effective.

  • Class II: Conditions for which there is conflicting evidence and/or a divergence of opinion about the safety and usefulness/efficacy of a procedure.

  • Class IIa: Weight or evidence/opinion in favor of the procedure. Most approve.

  • Class IIb: Safety and usefulness/efficacy less well established, with divergence of opinions.

  • Class III: Conditions for which there is evidence and/or general agreement that a procedure is not useful/effective and, in some cases, may be harmful.

Levels of Evidence

  • Level A: Data derived from multiple large, concordant randomized trials and/or robust meta-analyses of randomized trials.

  • Level B: Data derived from less robust meta-analyses, from a single randomized trial and/or from observational studies.

  • Level C: Data derived from consensus opinion of experts.


Brazilian Guideline for Exercise Testing in Children and Adolescents – 2024
The report below lists declarations of interest as reported to the SBC by the experts during the period of the development of these statement, 2023-2024
Expert Type of relationship with industry
Andréa Maria Gomes Marinho Falcão Nothing to be declared
Antonio Carlos Avanza Júnior Nothing to be declared
Carlos Alberto Cordeiro Hossri Nothing to be declared
Carlos Alberto Cyrillo Sellera Nothing to be declared
José Luiz Barros Pena Nothing to be declared
Luiz Eduardo Fonteles Ritt Financial declaration
A - Economically relevant payments of any kind made to (i) you, (ii) your spouse/partner or any other person living with you, (iii) any legal person in which any of these is either a direct or indirect controlling owner, business partner, shareholder or participant; any payments received for lectures, lessons, training instruction, compensation, fees paid for participation in advisory boards, investigative boards or other committees, etc. From the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Boehringer Lilly: Jardiance; Novonordis: researcher in studies; AstraZeneca; Novartis; Bayer; Bristol; Pfizer.
B - Research funding under your direct/personal responsibility (directed to the department or institution) from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- MDI Medical. Other relationships Funding of continuing medical education activities, including travel, accommodation and registration in conferences and courses, from the Brazilian or international pharmaceutical, orthosis, prosthesis, equipment and implants industry:
- Novo Nordisk: Ozempic.
Maria Eulália Thebit Pfeiffer Nothing to be declared
Mauricio Milani Nothing to be declared
Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas Nothing to be declared
Odwaldo Barbosa e Silva Nothing to be declared
Ricardo Vivacqua Cardoso Costa Nothing to be declared
Rodrigo Imada Nothing to be declared
Susimeire Buglia Nothing to be declared
Tales de Carvalho Nothing to be declared
William Azem Chalela Nothing to be declared

Part 1 - Indications, Legal Aspects, and Training in Exercise Testing

1. Introduction

Exercise testing (ET) is a diagnostic modality in which a person is subjected to a planned, individualized degree of physical effort with the purpose of evaluating their clinical, hemodynamic, autonomic, electrocardiographic, indirect metabolic and, occasionally, enzymatic responses to physical exertion. When ET also includes the assessment of ventilatory parameters and analysis of exhaled gases, it is called cardiopulmonary exercise testing (CPET or CPX). The term cardiac stress test encompasses both ET and CPET. 1

In children and adolescents, ET and CPET are useful for diagnostic and prognostic evaluation as well as for assessment of cardiorespiratory performance in a wide range of clinical scenarios. These procedures are considered safe and have proven cost-effective in the pediatric population. 1

In Brazil, congenital disorders and cardiovascular diseases (CVD) are, respectively, the second and ninth leading causes of death in children. In adolescents, CVD are the third leading cause of death, and congenital disorders, the eighth leading cause. These data highlight the importance of cardiovascular (CV) health care for the pediatric population. 2

The Brazilian Ministry of Health follows the definition of adolescence proposed by the World Health Organization (WHO), which characterizes it as the period of the life cycle between the ages of 10 and 19 years. However, Brazilian legislation considers all persons from the ages of 12 to 18 to be adolescents. The scientific literature also adopts other age ranges for children (1-13 years) and adolescents (13-18 years). 35

This Guideline seeks to consolidate the most recent information from the scientific literature on ET/CPET in children and adolescents, covering indications, contraindications, risks, methodology, hemodynamic and electrocardiographic responses, diagnostic criteria, as well as particular aspects in specific diseases which afflict the pediatric population. Ventilatory and metabolic variables derived from exhaled breath analysis in CPET and ET/CPET combined with imaging methods are also addressed.

Throughout the document, we highlight the particularities of exams depending on the patient's age range, sex, body composition, physical fitness level, and baseline cardiovascular and pulmonary health status. 612

This Guideline should become a relevant work of reference for the general cardiologist and, we hope, encourage widespread uptake of pediatric ET/CPET with a view to improving the CV health of children and adolescents.

2. Indications and Contraindications for ET and CPET in Children and Adolescents

2.1. General Indications for ET

In the pediatric population, ET is a tool that contributes to the diagnosis and assessment of the impact of CVD (congenital/genetic and acquired), risk stratification, prognostication, optimization of therapy, and medical clearance for physical activity/exercise prescription, including cardiovascular rehabilitation (CVR).

The general indications and purposes of ET in the pediatric population are: 612

  1. Assessment of exercise-induced symptoms.

  2. Assessment of hemodynamic parameters (blood pressure, heart rate, double product, peripheral arterial resistance, etc.).

  3. Detection of abnormal responses to exertion in children and adolescents with congenital and acquired cardiovascular diseases (valvular heart disease, cardiomyopathies, etc.), lung disease, or diseases of other organ systems.

  4. Detection of myocardial ischemia resulting from congenital anomalies of the coronary arteries, atheromatosis (very rare), or in the context of Kawasaki disease.

  5. Recognition of cardiac arrhythmias and elucidation of their type, density, and complexity.

  6. Assessment the behavior of pre-excitation and channelopathies during exercise.

  7. Establishment of prognosis for certain CVD, including through serial ET/CPET.

  8. Indication and optimization of therapy.

  9. Assessment of aerobic fitness, exercise tolerance, and physical conditioning.

  10. To inform medical clearance for physical activity/exercise prescription, including CVR and participation in sports.

2.2. Specific Clinical Indications for ET

The following section describes specific clinical settings in which ET has its effectiveness studied, tested, and proven, allowing us to determine the class of recommendation and level of evidence established in the literature.

2.2.1. Suspected Myocardial Ischemia and Coronary Artery Disease

In children and adolescents, myocardial ischemia and coronary artery disease (CAD) have different etiologies than in adults. In this setting, ET has recognized utility to support the initial diagnostic workup, follow-up, therapeutic decision-making, and risk stratification ( Table 1 ). 6 , 13 , 14

Table 1. Indications for ET in suspected myocardial ischemia and coronary artery disease in children and adolescents.
Indication Class of recommendation Level of evidence
In Kawasaki disease, for investigation of exercise-induced arrhythmias, functional assessment, quantification of the impact of coronary lesions, risk stratification, and medical clearance/exercise prescription. 1518 I B
Diagnostic investigation of typical (anginal) chest pain. 6 , 13 , 14 , 19 , 20 I C
Assessment of residual myocardial ischemia and exercise tolerance after surgical correction of transposition of the great arteries. 2123 I C
After coronary artery surgery (arterial switch procedure, Ross procedure, ascending aorta replacement, repair of Bland-White-Garland syndrome), for detection of myocardial ischemia and exercise-induced arrhythmias or medical clearance/exercise prescription (including CVR). 6 , 2427 IIa B
In anomalous coronary arteries, for screening, investigation of stress-induced ischemia, indication of surgical repair, and medical clearance/exercise prescription. 28 , 29 IIa B
Assessment of functional capacity and therapeutic decision-making for patients in whom myocardial ischemia has been detected by another diagnostic modality. 6 , 30 IIb B
In myocardial bridging, to investigate symptoms and exercise-induced arrhythmias and for risk stratification. 31 , 32 IIb B
In the follow-up of patients with Takayasu arteritis or systemic lupus erythematosus, to investigate secondary coronary artery disease. 33 , 34 IIb C
Diagnosis of CAD in patients with LBBB, WPW, pacemaker rhythm, and under digitalis therapy. III B
Investigation of non-anginal typical
chest pain. 13 , 35 , 36
III B
In Kawasaki disease, to evaluate
myocardial ischemia (ET alone). 37
III C

CAD: coronary artery disease; LBBB: left bundle branch block; WPW: Wolff-Parkinson-White syndrome; ET: exercise test; CVR: cardiovascular rehabilitation.

2.2.2. Indications for ET in Hypertension

ET allows assessment of the blood-pressure (BP) response to exercise and diagnosis of hypertension (HTN) in pediatric patients with and without CHD. BP behavior during ET has additional predictive power over office measurements ( Table 2 ). 38

Table 2. Indications for ET in children and adolescents with hypertension.
Indication Class of
recommendation
Level of
evidence
Assessment of BP response to exercise
(in patients with or without heart disease) for diagnosis of HTN. 4143
I C
Preparticipation physical assessment of patients with known HTN seeking to engage in competitive sports. 44 , 45 I B
Suspected white coat hypertension. 41 , 46 IIa B
Assessment of treatment response and risk stratification in patients with known HTN. 4 , 47 , 48 IIa B
After correction of coarctation of the aorta, for assessment of BP behavior, post-exercise ankle-brachial index * , and stratification of HTN risk. 8 , 4951 IIa B
Suspected masked hypertension in adolescents. 41 , 52 , 53 IIa C
Assessment of patients with decompensated HTN. 11 III C

BP: blood pressure; HTN: hypertension.

*

Diagnostic test performed additionally with ET on a treadmill to assessment of the ankle-brachial index at rest and post-exercise.

Pediatric hypertension is associated with increased risk of CVD, atherosclerosis, left ventricular hypertrophy (LVH), and renal failure in adulthood. 39 , 40

2.2.3. Indications for ET in Asymptomatic Patients

Studies carried out in recent years have elucidated the role of ET in the assessment of asymptomatic pediatric patients, specifically its utility for risk stratification and prognostication ( Table 3 ).

Table 3. Indications for ET in asymptomatic children and adolescents.
Indication Class of
recommendation
Level of
evidence
Screening and monitoring of genetic hyperlipidemias and/or carotid atherosclerosis. 5456 IIa B
Family history of sudden unexplained death in young individuals. 57 , 58 IIa B
Assessment of cardiorespiratory fitness in asymptomatic patients with cardiometabolic risk factors. * 5961 IIa C
Preparticipation physical assessment of asymptomatic, apparently healthy children and adolescents seeking to engage in leisure exercise and/or recreational sports. 62 III C
*

See Pre-ET Risk Stratification (see part 2, section 2).

2.2.4. Indications for ET in Athletes

In child and adolescent athletes, ET allows assessment of cardiorespiratory fitness (CRF) and the hemodynamic response to exercise, as well as diagnosis of CVD and their potential implications ( Table 4 ). 8 , 63 , 64

Table 4. Indications for ET in child and adolescent athletes.
Indication Class of
recommendation
Level of
evidence
Investigation of exercise-related symptoms. 8 , 64 I A
Diseases and conditions with high risk of sudden cardiac death. 6466 I C
Diagnosis and follow-up of exercise-induced asthma. 67 , 68 IIa B
Diagnosis and follow-up of hypertension. 44 , 53 , 69 IIa B
In type I diabetes, for symptom investigation, assessment of cardiorespiratory fitness, and risk stratification. 7072 IIa B
Diagnosis and follow-up of cardiomyopathies. 73 , 74 IIa B
Pre-participation screening of competitive sport, in asymptomatic, without risk factors and apparently healthy. 8 III B
2.2.5. Indications for ET in Congenital Heart Disease

The worldwide prevalence of congenital heart disease (CHD) ranges from 2.4 to 13.7 per 1,000 live births, with the majority of patients (85%) reaching adulthood. 75 , 76 Usually, children with CHD – even after repair – are less physically active, including due to family overprotection. 77 , 78 Up to 15-20% of patients with CHD have some valve involvement, with the most common (when occurring in isolation) being aortic (bicuspid, stenotic) and pulmonary. 7981

ET is recommended for clinical assessment, determination of cardiorespiratory fitness, treatment decision-making, follow-up, risk stratification/prognosis and medical clearance/prescription of exercise programs, including CVR ( Table 5 ). 7 , 9 , 8285

Table 5. Indications for ET in children and adolescents with congenital heart disease.
Indication Class of recommendation Level of evidence
Assessment of cardiorespiratory fitness and risk stratification/prognosis in acyanotic CHD, before and after corrective surgery. 7 , 10 , 86 , 87 IIa B
Assessment of cardiorespiratory fitness and risk stratification/prognosis in cyanotic CHD, after corrective surgery. 7 , 86 , 87 IIa B
Assessment of arrhythmia behavior and risk stratification. 82 , 83 , 88 IIa B
Prescription and optimization of an exercise program, including a cardiovascular rehabilitation program. 89 , 90 IIa B
Assessment of cardiorespiratory fitness and risk stratification/prognosis after Fontan procedure. 84 , 91 , 92 IIa B
In compensated HF after interventional treatment, to optimization of therapy, risk stratification/prognosis, and clearance/prescription of cardiopulmonary rehabilitation. 93 , 94 IIa B
Assessment of symptoms triggered or worsened by exertion. 95 , 96 IIa C
In asymptomatic patients after tetralogy of Fallot repair, to assess the possibility of pulmonary valve replacement. 97 , 98 IIb B
Risk stratification/prognosis after tetralogy of Fallot repair. 99 , 100 IIb B
Assessment of cardiorespiratory fitness and risk stratification/prognosis after correction of transposition of the great arteries. 101 , 102 IIb B
Assessment of cardiorespiratory fitness in Fabry disease. 103 , 104 IIb B
Assessment of the degree of desaturation with exertion in clinically stable cyanotic CHD. * 7 IIb B
CHD with decompensated HF. III C
Decompensated cyanotic CHD. III C

CHD: congenital heart disease; HF: heart failure.

*

Additional non-invasive oximetry monitoring performed additionally/concomitantly with the ET is advised.

2.2.6. Indications for ET in Arrhythmias and Conduction Disorders

In the setting of arrhythmias and conduction disorders in children and adolescents, ET is indicated for evaluation of symptoms, diagnosis of arrhythmias, definition of management approaches, risk stratification, and prescription of physical exercise ( Table 6 ). 9 , 11 , 105109

Table 6. Indications for ET in the context of arrhythmias and conduction disorders in children and adolescents.
Indication Class of recommendation Level of evidence
Palpitations, syncope, pre-syncope, syncope equivalents, undefined malaise, or pallor associated with physical exertion and/or immediately following exertion. 105 , 110 , 111 I B
Suspicion of catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia. 112 , 113 I B
In congenital heart block, for assessment of ventricular response and subsequent indication of pacemaker placement. 114 , 115 I B
In congenital heart block, for selection of pacemaker type according to the atrial rate response. 116 , 117 I C
Assessment and diagnosis of sinus node dysfunction secondary to CHD or after surgical correction of CHD. 118 , 119 IIa B
Assessment of pharmacotherapy responses and/or ablation for stress-induced arrhythmias. 7 , 120 , 121 IIa B
In patients with known and controlled arrhythmia, to medical clearance/exercise prescription (including cardiovascular rehabilitation). 122 , 123 IIa B
In long QT syndrome, for diagnostic confirmation, risk stratification, assessment of arrhythmogenic potential, and optimization of therapy. 57 , 109 , 124 IIa B
In suspected Brugada syndrome, to aid diagnosis and risk stratification. 125127 IIa B
Assessment of heart rate response in patients with a rate-adaptive pacemaker. 7 , 116 , 120 , 128 IIa C
Assessment of accessory pathway behavior (pre-excitation) and arrhythmogenic potential. 7 , 120 , 121 IIb B
Patients with fixed-rate pacemakers. III B
Non-congenital complete heart block. III B
Assessment of isolated atrial and/or ventricular ectopic beats in apparently healthy children and adolescents with no comorbidities or complaints. 7 , 120 , 129 III C
Uncontrolled arrhythmia, symptomatic or with hemodynamic instability. III C

CHD: congenital heart disease.

2.2.7. Indications for ET in Children and Adolescents with Valvular Heart Disease

Valvular heart disease accounts for a significant percentage of heart diseases in the pediatric population, whether congenital or acquired. Rheumatic heart disease (RHD) with subsequent valvular involvement is one of the leading causes of cardiac morbidity and mortality among children in underdeveloped and developing countries. In 2019, approximately 40 million cases of RHD are known worldwide, with 2,789,443 new cases and 305,651 deaths reported annually. 130 , 131

Valvular heart disease can cause hemodynamic disorders, depending on the severity of valvular and myocardial involvement. Stenotic lesions generally result in pressure overload of the affected chamber, while regurgitant lesions cause volume overload. Many lesions, however, are mixed, resulting in both pressure and volume overload, with the potential for development of heart failure (HF). Valvular heart disease secondary to acquired cardiomyopathies, myocarditis, and HF is also common. Over time, increased stress on the ventricular wall causes myocardial stretching and fibrosis, resulting in formation of scar tissue with arrhythmogenic potential. Arrhythmias can complicate the clinical picture of valvular heart disease and increase morbidity and mortality in affected children and adolescents. 132134

Table 7 lists the indications for ET in children and adolescents with specific forms of valvular heart disease and their respective classes of recommendation.

Table 7. Indications for ET in children and adolescents with valvular heart disease.
Indication Class of recommendation Level of evidence
In mild/moderate valvular heart disease, for assessment of symptoms, arrhythmias, cardiorespiratory fitness, and medical clearance/exercise prescription. 81 , 135 I B
In AS, SVAS, and subaortic stenosis, for assessment of symptoms, risk stratification, and definition of interventional treatment. 81 , 134 , 136 IIa B
In compensated, moderate to severe AI, for assessment of symptoms and cardiorespiratory fitness, indication of interventional treatment, and medical clearance/exercise prescription. 137 , 138 IIa B
In bicuspid aortic valve, for assessment of the inotropic response and risk stratification. 62 , 139 IIa B
After valve repair or replacement, for assessment of symptoms and cardiorespiratory fitness, prognosis, and medical clearance/exercise prescription. 140 , 141 IIa B
Symptomatic patients with severe mitral or aortic stenosis, for assessment of cardiorespiratory fitness. III B

AI: aortic insufficiency; AS: aortic stenosis; SVAS: supravalvular aortic stenosis.

2.2.8. Indications for ET in Children and Adolescents with Acquired Heart Diseases and Cardiomyopathies

Cardiomyopathies in children include a wide range of conditions that may be primary or secondary to systemic diseases (i.e. neuromuscular disorders, AIDS, COVID-19). 142144

The estimated annual incidence of cardiomyopathy is 1.1 to 1.5 cases per 100,000 persons aged 0-18 years. 145 These patients may present with progressive systolic and/or diastolic HF. HF affects 0.87 to 7.4 per 100,000 children, and has a 5-year mortality rate of 40%. 146 In these patients (and in those recovering from myocarditis), ET is indicated for clinical monitoring, therapeutic decision-making, and prescription or adaptation of an exercise program ( Table 8 ). 6 , 143 , 147 , 148

Table 8. Indications for ET in children and adolescent with acquired heart disease and cardiomyopathies.
Indication Class of recommendation Level of evidence
Young patients 6 months after recovery from myocarditis (including viral), for evaluation of exercise-induced arrhythmias. 62 , 149 , 150 IIa B
In compensated HF secondary to cardiopathy for prognostic assessment, optimization of therapy, and medical clearance/exercise prescription (including cardiovascular rehabilitation). 151153 IIa B
In hypertrophic cardiomyopathy, for assessment of cardiorespiratory fitness and prognostic markers (symptoms, ventricular arrhythmias, inotropic response). 154157 IIa B
In compensated cardiomyopathies (i.e. Chagas disease and amyloidosis), for follow-up and optimization of therapy. 158 , 159 IIb B
After heart transplantation, for assessment of cardiorespiratory fitness and medical clearance/exercise program (including cardiovascular rehabilitation). 160 , 161 IIb B
In acute myocarditis and pericarditis or decompensated HF. III B
For diagnosis of HF. III C
Selection for heart transplantation (based on estimated, not measured, VO2values). III C

HF: heart failure; VO2: oxygen consumption; ET: exercise testing.

2.2.9. Indications for ET in Other Clinical Scenarios

ET is indicated to assist in diagnosis, assess cardiorespiratory fitness and hemodynamic status, inform therapeutic decision-making, and stratify risk in several other specific diseases and conditions ( Table 9 ).

Table 9. Other indications for ET in children and adolescents.
Indication Class of recommendation Level of evidence
In patients with suspected exercise-induced asthma and exercise-induced laryngeal obstruction, to adapt the exercise prescription. 162164 IIa B
At least 6 months after recovery from myocarditis or pericarditis (including due to COVID-19), for preparticipation physical assessment/medical clearance to engage in sports. 150 , 165 , 166 IIa B
In sickle-cell anemia, for elucidation of symptoms, assessment of cardiorespiratory fitness, and medical clearance/exercise prescription. 167 , 168 IIa C
In primary pulmonary arterial hypertension, for assessment of symptoms, cardiorespiratory fitness and risk stratification/prognosis. 169 , 170 IIb B
In patients on dialysis and renal transplant recipients, for exercise prescription and optimization (including cardiovascular rehabilitation programs). 171173 IIb B
Risk assessment and prognosis in cancer patients with suspected cardiotoxicity. 104 , 174 , 175 IIb B
At least 6 months after recovery from multisystem inflammatory syndrome (including myocarditis and pericarditis) secondary to COVID-19. 150 , 165 IIb C

2.3. Indications for CPET in Children and Adolescents

In addition to the information provided by conventional ET, CPET allows evaluation of lung volumes (ergospirometry) and analysis of gases in exhaled air, including direct measurement of oxygen consumption (VO2) and carbon dioxide production (VCO2). 100 , 176 , 177 Thus, CPET can help elucidate the pathophysiology of unexplained dyspnea, identify specific pathophysiological features of certain diseases, and provide relevant information to inform therapeutic decision-making. 11 , 178

The general indications for CPET in children and adolescents are: 100 , 176178

  1. All indications for ET described elsewhere in this Guideline, when additional direct quantification of ventilatory and metabolic variables is necessary.

  2. Improved assessment of exercise-induced cardiorespiratory signs and/or symptoms (dyspnea, laryngeal stridor, wheezing, etc.).

  3. Improved assessment of heart diseases (CHD, valvular heart disease, HF, cardiomyopathies, arrhythmias), lung diseases, and diseases affecting other organ systems (sickle cell anemia, renal failure, neurodegenerative diseases, etc.).

  4. Contribution in the indication and follow-up of specific surgical procedures.

  5. Assessment of treatment efficacy and optimization of therapy.

  6. Assessment of cardiorespiratory fitness when selecting candidates for heart transplantation.

  7. Preparticipation physical assessment and follow-up of patients seeking to engage in competitive sports.

  8. Prognostic assessment in cardiovascular, pulmonary, and other diseases.

  9. Preparticipation physical assessment and follow-up of patients undergoing cardiovascular rehabilitation.

Specific indications for CPET and their respective classes of recommendation and levels of evidence are given in Table 10 .

Table 10. Key specific indications for CPET in children and adolescents.
Indication Class of recommendation Level of evidence
Assessment of cardiorespiratory fitness. 176 , 179 I A
Adjustment of aerobic training intensity in competitive athletes. 63 , 149 , 177 , 180 , 181 I A
Medical clearance for and prescription of exercises within the context of a cardiovascular rehabilitation program. 141 , 182184 I A
Selection of candidates for heart transplantation. * 185 , 186 I A
Assessment of exercise-induced dyspnea or asthma. 178 , 179 , 187 , 188 I B
Cyanotic CHD. ** 81 , 100 , 189 I B
Follow-up after heart transplantation. ** 190192 I B
In stable Kawasaki disease and Takayasu arteritis, for assessment of cardiorespiratory fitness and medical clearance/exercise prescription, including cardiovascular rehabilitation. 15 , 17 , 18 , 193 I C
Asymptomatic right-to-left shunt. ** 184 , 194 , 195 IIa A
Pulmonary arterial hypertension. ** 169 , 196198 IIa A
Patients with asymptomatic moderate to severe regurgitant valve lesions. ** 81 , 199 , 200 IIa B
Patients with asymptomatic severe aortic stenosis. ** 81 , 199 , 200 IIa B
In cystic fibrosis, for assessment of cardiorespiratory fitness and prognosis. 67 , 201 , 202 IIa B
In neuromuscular diseases (multiple sclerosis, Becker and Duchenne muscular dystrophy), for assessment of cardiorespiratory fitness and exercise prescription within the context of rehabilitation. 203206 IIa B
Patients with asymptomatic moderate hypertrophic obstructive cardiomyopathy. ** 207209 IIa B
In patients undergoing anticancer therapy, for assessment of suspected cardiotoxicity, risk stratification, and medical clearance/exercise prescription. 104 , 174 , 175 , 210 IIa B
Mild to moderate obstructive right heart lesions. ** 81 , 199 , 211 IIb B
After surgical correction of CHD, in asymptomatic, hemodynamically stable patients. ** 212 , 213 IIb B

CHD: congenital heart disease.

*

In individuals with the age, body size, ability to understand and adapt/collaborate that are essential for the correct performance of the exam.

**

For assessment of cardiorespiratory fitness, therapeutic decision-making, and determination of prognosis.

2.4. Indications for Cardiac Stress Imaging

2.4.1. Myocardial Perfusion Imaging

Myocardial perfusion scintigraphy in the pediatric population has an established role in the assessment of myocardial perfusion/viability and ventricular function. It can be useful in identifying residual or inducible ischemia and ventricular wall motion abnormalities, as well as in risk stratification ( Table 11 ).

Table 11. Indications for myocardial perfusion imaging in children and adolescents.
Indication Class of recommendation Level of evidence
Long-term follow-up of Kawasaki disease with coronary involvement (symptomatic or asymptomatic). 18 , 214217 I C
Postoperative follow-up of transposition of the great arteries for investigation of myocardial ischemia, risk stratification, and indication of reintervention. 22 , 214 , 220222 IIa B
Long-term follow-up of Kawasaki disease without coronary involvement. 18 , 30 , 214 , 218 , 219 IIb B
In hypertrophic cardiomyopathy, for detection of ischemia, risk stratification, and therapeutic management. 214 , 223 IIb B
After heart transplantation, for evaluation of graft vascular disease. 214 , 224 , 225 IIb C
In tetralogy of Fallot, after Fontan procedure, to identify residual ischemia. 225 , 226 IIb C
Identification of myocardial ischemia/fibrosis in patients with anomalous origin of the left coronary artery from the pulmonary artery (ALCAPA). 225 , 227 , 228 IIb C
2.4.2. Indications for Stress Echocardiography

In the pediatric population, stress echocardiography is most commonly used to detect ischemia in patients with CAD, Kawasaki disease, or anomalous origin of coronary arteries. Other pediatric indications include: status post heart transplantation; congenital heart diseases (to evaluate hemodynamic and myocardial response); early detection of myocardial dysfunction in specific populations (i.e. patients receiving anthracyclines); and evaluation of the functional response of the right ventricle and pulmonary artery pressure ( Table 12 ). 229233

Table 12. Indications for stress echocardiography in children and adolescents with CVD or symptoms thereof 234 , 235 .
Indication Class of recommendation Level of evidence
Late follow-up of childhood heart transplant recipients, for detection of coronary insufficiency. 160 , 236238 IIa B
Long-term follow-up of Kawasaki disease with coronary involvement. 239 , 240 IIa B
In patients who have undergone the Jatene procedure, for abnormal origin and course of the coronary arteries and coronary-cameral fistula. 241 , 242 IIa B
Assessment of ventricular function in cardiomyopathies and mitral and aortic regurgitation. 229 , 232 , 243 IIa B
In patients with suspected cardiotoxicity from anticancer therapy, for assessment of ventricular function. 233 , 244 , 245 IIa B
After heart transplantation, for assessment of ventricular function. 160 , 237 , 238 , 246 IIa B
Patients at risk of early atherosclerotic coronary disease (homozygous familial hypercholesterolemia, type 1 diabetes mellitus, etc.). 247 , 248 IIb B
In pulmonary atresia with intact ventricular septum or supravalvular aortic stenosis, for detection of coronary insufficiency. 229 , 249 IIb B
In hypertrophic cardiomyopathy and pulmonic or aortic stenosis, for assessment of pressure gradient. 229 , 231 , 250 , 251 IIb B
Postoperative evaluation of atrial switch procedures for transposition of the great vessels and correction of tetralogy of Fallot. 222 , 252 , 253 IIb B

2.5. Relative and Absolute Contraindications for ET and CPET in Children and Adolescents

ET/CPET in the pediatric population is not risk-free; there is potential for complications or adverse events. In some clinical settings, the risk is such that it outweighs the benefit of any information that would be obtained, thus contraindicating ET/CPET. ET in the pediatric population has low morbidity and mortality; the overall incidence of complications ranges from 0.5 to 1.79%. 7 , 11 , 254 , 255 The most common are chest pain (0.69%), dizziness or syncope (0.29%), hypotension (0.35%), and serious arrhythmias (0.46%). 254 In children and adolescents with CHD, the incidence of ventricular tachycardia (VT) has ranged from 1.9 to 7.3%. 256 , 257

2.5.1. Relative Contraindications for ET and CPET in Children and Adolescents

These are high-risk clinical situations ( Chart 1 ) in which ET/CPET must only be carried out in a hospital setting, with a specialist pediatric emergency physician on standby and additional special precautions. These precautions include: use of modified protocols and target loads; continuous monitoring of oxygen saturation; having personnel and equipment available if urgent pacemaker or implantable cardioverter-defibrillator (ICD) reprogramming is required, etc. 611

Chart 1. Relative contraindications and special precautions for ET and CPET in children and adolescents 611 .
Hospital setting + Special precautions
Severe asymptomatic valve stenosis *
Severe asymptomatic valve regurgitation *
Complex congenital heart defects (cyanotic or acyanotic)
Moderate to severe pulmonary hypertension
Known inherited arrhythmia syndromes (long QT, catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia and Brugada syndrome)
Suspected complex arrhythmias (tachyarrhythmias and bradyarrhythmias)
Syncope of probable arrhythmogenic etiology or suspected exercise-induced high-grade or third-degree (complete) AV block
Arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy ** 258 , 259
Pacemaker or implantable cardioverter-defibrillator (ICD)
Dilated/restrictive cardiomyopathy with HF or arrhythmia (if clinically stable)
Asymptomatic patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy with resting gradient indicating severe disease *
Asymptomatic patients with severe right ventricular or left ventricular outflow tract obstruction *
Stable congestive heart failure (NYHA Class II or III)
CPET for selection of candidates for heart transplantation
Dialytic renal failure
Suspected severe airway obstruction *
SpO2>85% at rest, on room air (with supplemental oxygen) *

NYHA: New York Heart Association; HF: heart failure; CPET: cardiopulmonary exercise testing; SpO2: arterial oxygen saturation.

*

Risk/benefit ratio of CPET must be carefully evaluated.

**

In case of suspicion and/or for diagnostic confirmation and further investigation of disappearance of ventricular arrhythmia.

2.5.2. Absolute Contraindications for ET and CPET in Children and Adolescents

Clinical situations presented in Chart 2 are considered absolute contraindications, and ET/CPET should never be performed in children and adolescents. 7 , 9 , 11 , 105 , 181 , 188 , 260

Chart 2. Absolute contraindications for ET and CPET in children and adolescents 7 , 9 , 11 , 105 , 181 , 188 , 260 .
Absolute contraindications
Acute febrile or serious illness
Mental or physical disability resulting in inability to adherence to the exercise protocol adequately
Drug intoxication
Recent retinal detachment (during recovery phase)
Uncorrected fluid-electrolyte and metabolic disturbances
Uncontrolled hyperthyroidism
Decompensated diabetes mellitus
Symptomatic patient with severe valve stenosis
Symptomatic patient with severe valve regurgitation
Decompensated congenital heart disease
Decompensated heart failure
Recent myocardial infarction
Acute pulmonary embolism or infarction *
Active rheumatic fever, with or without carditis
Acute myocarditis, pericarditis, or endocarditis
Acute stage of Kawasaki disease
Uncontrolled cardiac arrhythmia
Marfan syndrome with suspected aortic dissection
Aortic or other artery aneurysm requiring intervention
Uncontrolled severe hypertension
Hypertrophic cardiomyopathy with history of syncope and/or complex arrhythmia
End-stage cystic fibrosis
Single-chamber, ventricular, non-rate response pacemaker (VVI pacing mode)
SpO2≤85% at rest, on room air (with or without supplemental oxygen)

SpO2: arterial oxygen saturation.

*

Recent or in chronic phase with major clinical/hemodynamic repercussions.

3. Legal Aspects Involved in the Practice of ET and CPET in Children and Adolescents

In addition to the legal and ethical aspects of ET and CPET already presented in the Brazilian Guideline for Exercise Test in the Adult Population, aspects specific to the pediatric population (described below) must also be considered. 1

3.1. Legal Aspects Involved in the Practice of ET and CPET

ET and CPET are widely accessible, reproducible, noninvasive methods with a low risk of complications in unselected populations. As their performance in Brazil is strictly limited to physicians, they are governed by the Code of Medical Ethics and, therefore, the physician must be aware of their possible ethical and legal implications, duly addressed in the Code of Medical Ethics of the Federal Medical Council (CFM; from portuguese: Conselho Federal de Medicina ), Brazilian Civil Code, Consumer Protection Code, and other applicable laws ( Appendix 1 ). 261264

3.2. Essential Conditions for Performing ET and CPET in Children and Adolescents

Based on the foregoing, some essential conditions must be met when performing ET/CPET in children and adolescents:

  1. Exercise testing and cardiopulmonary exercise testing are medical procedures under the exclusive responsibility of a qualified, board-registered physician, who must be fit to practice. The Department of Exercise Testing, Sports, Exercise, Nuclear Cardiology and Cardiovascular Rehabilitation of the Brazilian Society of Cardiology (SBC/DERC) recommends that the physician be board-certified in Cardiology by the Brazilian Medical Association and hold a focused practice designation in Exercise Testing, both duly registered with the Federal Medical Council, as well as additional training in ET/CPET in the pediatric population.

  2. Whenever a test with potential risk of complications (including death, however rare) is performed on minors or legally incapacitated patients, one of the parents or legal guardians is advised to remain in the room. The performing physician must recognize adolescents – between 12 and 18 years of age – as having potential legal capacity and provide care to them accordingly, respecting their individuality and maintaining an attitude centered on providing guidance and ensuring the adolescent's participation.

  3. Informed consent must be obtained in writing, via an informed consent form (ICF) signed by at least one parent or legal guardian. When the patient is an adolescent, he or she should preferably be included in the decision-making process by obtaining an appropriated informed assent form (IAF). If the patient and/or parent or legal guardian refuses to sign the ICF and/or IAF, the test cannot proceed. In scientific research settings, the ICF and IAF are mandatory. The term "assent" is used to distinguish this process from "consent", which can only be obtained from adults who are legally fully capable of making their own decisions.

  4. Testing must be carried out on equipment adapted to the pediatric population, and the testing site must be stocked with all essential supplies (equipment/medicines) needed to provide emergency care to this population, as stated elsewhere in this Guideline. 265268

  5. The physician performing the test must expressly follow all recommendations of public health authorities and medical societies regarding any ongoing endemics, epidemics, and pandemics, as well as the applicable rules and regulations of the patient safety system. 269271

  6. All procedures relevant to ET and CPET described in this guideline must be followed and complied with.

  7. ET and CPET should only be performed upon formal medical request.

  8. Relative and absolute contraindications to ET/CPET must be assessed.

  9. If serious adverse events arise during the test, the physician responsible for the test will provide the necessary support until the attending physician and/or emergency medical services are able to effectively take over or transfer to the emergency department can be completed. If the event is fatal, the physician responsible for the test is advised to notify the Regional Medical Council and request an opinion from its Ethics Committee.

  10. After the test, the patient's parent(s) or legal guardian(s) should be instructed to return to the requesting physician for further management. If the patient or his/her parents, legal guardian, or proxy inquires as to the result of the test, the physician performing the test must provide any relevant information.

  11. Compensation for the test should include a fair physician's fee and cover all operating costs.

  12. ET and/or CPET involves obtaining and processing sensitive patient data, and exercise testing services must therefore respect the Brazilian General Data Protection Law (LGPD; from portuguese: Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais ) and other relevant legislation and CFM ordinances. 272274

3.3. Informed Consent and Assent for ET and CPET in Children and Adolescents

Informed consent form (ICF) for ET/CPET and the consenting process itself must follow the guidelines of the Brazilian Code of Medical Ethics and CFM Recommendation No. 1/2016, and must be signed by at least one parent or legal guardian. 275 As noted above, if the patient is an adolescent, obtaining informed assent is also recommended.

4. Essential Conditions for Training in Pediatric ET/CPET

ET/CPET in the pediatric population is different from that performed in adults due to the specific prevalence of CVD (including CHD), the need for adjustment of protocols and parameters, and several age-specific aspects involved in interpretation, diagnosis, and prognosis.

It is recommended that cardiologists undergo specific training in pediatric ET/CPET, as follows: 276 , 277

  1. May take place during (concurrently) or after (consecutively) training in Exercise Testing as an area of focused practice (see part 1, section 4 of the Brazilian Guideline for Exercise Testing in the Adult Population – 2024), in an additional and complementary fashion, incorporating the workloads and requirements described below. Such training does not replace training in Exercise Testing as an area of focused practice, does not grant any additional qualifications, and does not constitute a new area of focused practice. 1

  2. Must take place at an educational facility with an active, formally constituted pediatric Exercise Testing service, registered with all relevant public authorities, with regular and up-to-date paperwork (including Department of Health clearance). The facility may be subject to registration, assessment, and accreditation by DERC/SBC.

  3. As a mandatory prerequisite for training, candidates must have completed a medical residency in Cardiology or be board-certified in Cardiology and registered as such with the Brazilian Medical Association/CFM, and must either be in training or have completed training toward a focused practice designation in Exercise Testing in accordance with Brazilian Medical Association/CFM regulations.

  4. Training should allow the cardiologist to acquire the necessary experience in ET and CPET in the pediatric population (children and adolescents) to be responsible for the performance, interpretation, and organization of pediatric ET/CPET services. Programs shall be theoretical and practical, with a minimum workload of 100 hours.

  5. The theoretical portion can be carried out at the facility itself or in partnership with DERC/SBC, and the theoretical syllabus must include, at a minimum, all topics and subjects covered in this Guideline. Furthermore, it is recommended that the theoretical syllabus include the following additional content:

    • A review of CVD in children and adolescents (including CHD), their treatment and workup.

    • A review of medications commonly used in the pediatric population and the necessary dosage adjustments.

    • A review of cardiovascular physiology and exercise physiology both in the healthy pediatric population and in children and adolescents with heart disease (including unrepaired, repaired, and palliatively treated CHD).

  6. The practical portion shall correspond to at least 80% of the total program workload and must cover both ET and CPET. It must take place under the direct, on-site supervision of a preceptor, who must be board-certified in Cardiology, hold a focused practice designation in Exercise Testing and have experience in performing ET/CPET in the pediatric population. Practical training must have a minimum ratio of one preceptor to two participants or fewer.

  7. Periodic training in emergency care is recommended. This training should correspond to completion of Pediatric Advanced Life Support (PALS) and Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS) courses.

  8. The training facility shall be responsible for conducting and submitting evaluations of each participant, during and/or at the end of the training program. Transparency in assessments can be ensured by predefining a set of objective criteria that must be met by participants. When candidates fail the program, it is suggested that the training facility provide additional training options to remedy any pending issues, followed by a reassessment. The training facility must provide an official certificate to all approved candidates, as well as a declaration of compliance with all requirements of theoretical and practical training listed herein.

  9. After completion of the training program, periodic participation in scientific events/refresher programs in ET and CPET in children and adolescents, at the national and/or international level, is essential for continuous education and improvement of the knowledge acquired during training.

Part 2 – The Exercise Test

1. ET Methodology in Children and Adolescents

1.1. Core Conditions for ET/CPET

1.1.1. Team

ET/CPET must be performed by a qualified, experienced physician, with expertise in exercise testing of children and adolescents and PALS training.

Any other health care providers (registered nurse, nurse technician, or nursing assistant) who are assisting the performing physician must have been specifically trained in the care of children and adolescents, as well as in how to manage emergencies in the pediatric population. 265268

In patients with complex CHD or at increased risk of complications (see Chart 1 ), it is recommended that ET/CPET be carried out in a hospital setting, with a specialist pediatric emergency physician on standby.

The facility and/or the physician should properly guide and train any other providers potentially involved in the ET/CPET regarding the scheduling of the test, patient education, cleaning of equipment, cleaning of the examination room, and patient care/transport.

1.1.2. Physical Infrastructure

ET/CPET must be performed in a planned, well-lit and well-ventilated environment, large enough to accommodate all ET/CPET equipment (including an examination table or stretcher/gurney, patient chair, and a crash cart) and any additional equipment needed for exercise testing of children and adolescents, while also allowing circulation of at least four people (at least 10 m2), at a controlled ambient temperature of 18-22°C and a relative humidity of at least 40%. A parent or legal guardian must be present in the exam room. 264 , 278284

1.1.3. Equipment

Recommended essential equipment: ergometer; exercise testing system for monitoring electrocardiogram (ECG); printer (or print server access); calibrated sphygmomanometer; stethoscope; wall thermometer and hygrometer; fingertip pulse oximeter; armchairs for patient, chaperone, and physician; examination table or stretcher/gurney; crash cart (if there is only one examination room); oxygen cylinder (next to crash cart) or wall-mounted oxygen port in each ET/CPET room; portable suction device (next to crash cart) or wall-mounted suction in each ET/CPET room; waste receptacles (for common and hospital waste). 149 , 264 , 278280 , 285 , 286

All equipment must be customized for the pediatric population:

  1. Ergometers must be adapted for the age, height, and weight of children/adolescents:

    • Treadmills should incorporate safety side handrails and a height-adjustable front rail to give smaller children somewhere to hold onto. They should also start at a lower speed, consistent with the walking pace of younger children.

    • A padded mat should be placed on the floor immediately behind the treadmill to protect the child.

    • Cycle ergometers must allow adjustment of seat height, handlebar height and position, and pedal strap length, and should exert less braking force, consistent with the pedaling cadence of younger children.

    • For the youngest children, use of a safety harness (consisting of a set of interconnected straps wrapped around the torso and waist and attached to the treadmill or to a secure attachment point) is recommended.

  2. For CPET, a special pediatric interface (face mask or mouthpiece) allowing for the necessary adjustments should be used.

  3. Age-appropriate cardiac monitoring electrodes should be used. Pediatric electrodes/pads are appropriate for children and smaller adolescents; adult electrodes/pads are fine for taller adolescents and those with a larger chest circumference.

  4. A wide-ranging set of blood pressure (BP) cuffs of various sizes should be available for pediatric BP monitoring. 287

  5. The settings of the ergometry system should incorporate specific criteria and parameters for the pediatric population, and should allow magnification of the ECG waveform for adequate visualization.

  6. If noninvasive oximetry is performed simultaneously with or in addition to ET/CPET, pediatric sensors should be used.

1.1.4. Emergency Supplies

A pediatric crash cart stocked with basic and advanced life support supplies must be available on site wherever pediatric ET and/or CPET are performed. This guideline recommends that facilities adopt the standardized crash cart composition given in the Brazilian Society of Cardiology Guideline for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care (Chart 17.3 – Padronização do carro de emergência pediátrica na unidade de internação, terapia intensiva e pronto-socorro ). 266

1.1.5. Guidelines for Patients and Parents/Guardians when Scheduling ET/CPET

At the time of scheduling the ET/CPET, patients and their families should be provided guidance (preferably in writing) on the pre-test preparations needed to ensure proper conduct of the test. When very young children are to be tested, parents should be instructed to explain the recommendations to the child as necessary in order to obtain maximum cooperation.

The recommendations are as follows: 7 , 177

  1. The patient must come to the facility well-rested (physical exertion is to be avoided on the day of the test).

  2. Avoid fasting or eating to excess before the test; have a light meal 2 hours before. Refrain from drinking any caffeinated beverages (including soft drinks/sodas) on the day of the test.

  3. The patient should wear comfortable clothes: shorts, a T-shirt, and appropriate footwear (preferably sneakers/tennis shoes; open-toed shoes and sandals should be avoided). Female teenagers should wear a regular or sports bra.

  4. Bring the ET request or order form.

  5. Bring the reports of any previous ETs/CPETs.

  6. Whether to withhold or continue any medication remains at the discretion of the patient's attending physician.

  7. One parent or legal guardian must serve as chaperone for the child/adolescent at all times.

  8. In case of CPET, the patient should be advised that they will have to wear a face mask/mouthpiece, but that it will not interfere with their breathing.

Note: adolescents should be screened for alcohol and/or tobacco intake (regardless of the legality of these substances for minors) and, when applicable, advised to discontinue use before the test.

1.1.6. Guidelines for Patients and Parents/Guardians at the Time of ET/CPET

When the child/adolescent and their parents (or legal guardian) arrive for the test, the entire procedure must be explained in language they can both understand. The child and parents must be allowed to ask as many questions as they wish to clarify any potential uncertainty regarding the test. 11

The team should then show the child/adolescent how to use the ergometer and make it clear that the examination usually does not cause any pain and can even be a fun experience. Parents should be informed that:

  • The child/adolescent will be asked to exercise (walk on a treadmill or cycle), within his or her abilities and capacities, and may stop at any time if he or she wishes or needs to stop.

  • The doctor and other team members will carry out various procedures needed to monitor the patient and record the test data.

  • The child/adolescent may experience symptoms such as fatigue resulting from exercise, as well as other symptoms associated with his or her underlying condition.

1.1.7. Guidance Regarding Medication Intake

Unlike in adults, discontinuation of medications before ET/CPET is rarely indicated in children and adolescents. The pediatric population generally only takes medications that are proven necessary to keep any underlying diseases under control. If discontinuation is deemed necessary, this should be indicated by the child/adolescent's attending physician, taking into account the risks involved. The timing of discontinuation must consider the washout time of each medication and the extent to which this can vary in the pediatric age group. 612

In patients with asthma, whether or not to withhold medication depends on the indication for exercise testing. 288 Discontinuation of other medications must consider possible impacts on physical performance, chronotropic response, ischemia and angina thresholds, ST-segment response, exercise-induced arrhythmias, etc.

1.2. Basic ET Procedure

ET/CPET in children is more challenging than in adolescents, especially in those with chronic health conditions. Difficulties in testing children are mainly attributable to three reasons: 289

  1. Very small body size even when the equipment is adapted for the pediatric population.

  2. Greatly reduced physical capacity, making adaptation difficult, even with the use of protocols with small increments in effort load.

  3. Generally shorter attention span, reduced motivation during prolonged activities and poor cooperativeness, which make it difficult to distinguish limited exercise capacity from lack of cooperation.

1.2.1. Pre-test Phase, Initial Assessment, and Targeted and Specific Physical Examination

It is recommended that the performing physician evaluate the stated indication for the test and the patient's current symptoms, ascertain whether the pre-test recommendations were followed, obtain a detailed history, and perform a targeted physical examination focusing on the cardiovascular and respiratory systems ( Chart 3 ). 264 , 279 , 280

Chart 3. Recommendations regarding targeted history and physical examination in pediatric patients 264 , 279 , 280 .
History Physical Examination
Current symptoms * General condition (anemia, syndromic facies, pallor, cyanosis)
Past medical/surgical history ** HR/BP *3
Family history of sudden death or early coronary artery disease ** Heart and lung auscultation
Risk factors (see part 2, section 2: Pre-test risk stratification) ** Noninvasive oximetry *4
Current medications ** Peripheral pulses and ankle-brachial index *5
Exercise tolerance *
Inquire if the patient has undergone ET/CPET before. If so, whether any abnormality was identified **

ET: exercise test; CPET: cardiopulmonary exercise test; HR: heart rate; BP: blood pressure.

*

Ask both the child/adolescent and his/her parents/legal guardian.

**

Verified mainly through information given by parents/legal guardian.

*3

Use a cuff suitable for the upper arm circumference.

*4

Additional monitoring. Mainly indicated in cases of cyanotic congenital heart disease, heart failure, valvular heart disease, and post-COVID condition.

*5

Additional monitoring. Indicated as part of the diagnostic workup of coarctation of the aorta, Takotsubo syndrome, and lower-extremity claudication.

It is critical that potential relative and absolute contraindications for ET/CPET be identified. Information on previous treatments must also be obtained (especially in cases of CHD). The use of adult pre-test clinical scores is not recommended, as they are not validated for the pediatric population.

1.2.2. Electrocardiographic Monitoring and Recording System

Continuous ECG monitoring and recording are mandatory at all stages of the ET: rest, stress, and recovery. Ideally, a computerized stress testing system, including software that allows continuous ECG monitoring, data collection, recording, and interpretation specific for the pediatric population, should be used. Hypoallergenic long-term monitoring electrodes with extra tacky (diaphoretic) adhesive are recommended; in young children, special pediatric electrodes should be used. 264 , 279 , 280

The number of leads to be used (12 or 13) and positioning of the electrode array should follow the Brazilian Guideline for Exercise Testing in the Adult Population – 2024. In 12-lead systems, use the classic Mason-Likar lead system or its modified version (without substitution of the CM5 lead). The 13-lead system is obtained using the classic Mason-Likar lead system by adding the CM5 bipolar lead. Three-lead systems are no longer recommended, given the established superiority of systems with 12, 13, or more leads. 1

Skin preparation procedures are similar to those for adults, which, in male adolescents, can include shaving to remove excess body hair in areas where electrodes will be placed. In young children, alcohol skin prep should be performed with great care to avoid excess skin abrasion. It is also important to reassure the child that no injection will follow the procedure (many children associate alcohol pads with injections). A mesh vest or shirt can be used to help keep the electrodes and wires firmly in place.

1.2.3. Ergometers

The choice of ergometer should be made on a case-by-case basis, taking into account the child or adolescent's age, height, ability to adapt, safety, and potential physical limitations. There are three main types of ergometer used in ET/CPET: cycle ergometer, treadmill, and upper body ergometer (arm machine or arm cycle). Both the cycle ergometer and treadmill produce adequate, reliable, and reproducible maximum loads, allowing the collection of diagnostic and physical performance information in the pediatric population. 290

1.2.3.1. Conventional Cycle Ergometer

The conventional lower-limb cycle ergometer (stationary bicycle) is most commonly used in children over 6 years of age. Children who are not used to cycling often experience:

  • Early muscle fatigue in the lower limbs, which may not reach maximum effort.

  • Difficulty maintaining a pedaling cadence between 40 and 70 rpm.

  • Difficulty keeping their feet on the pedals, even when these are appropriately child-sized.

To properly accommodate the child or the adolescent, the cycle ergometer must have adjustable seat height, handlebar height and position, and pedal strap lengths. Children and adolescents with a height of ≥125 cm can perform ET/CPET on a standard adult cycle ergometer or stationary bicycle. 200 Use of a cycle ergometer is preferred when a more accurate assessment of blood pressure is required.

1.2.3.2. Treadmill

ET/CPET on a treadmill is possible in children from 3 years of age, as they are more familiar with walking quickly and even running. However, exercise on a treadmill does not replicate natural walking, and clinicians are advised to first assess the child's capacity to adapt to and coordinate walking on the ergometer. The height of the front handrail should be adjusted as appropriate for the child's height.

In ET of very young or limited children, the following special precautions are suggested: 612

  • Use of a safety harness to protect the child in the event of sudden collapse or loss of balance.

  • Safety side rails and a padded mat placed on the floor at the end of the treadmill to protect the child.

  • Having an extra team member positioned immediately behind the treadmill to assist and protect the child as necessary during the test.

Treadmill ET generally yields maximum oxygen consumption (VO2max) values ≈10% higher than those obtained on a cycle ergometer. 291293

1.2.3.3. Upper Body Ergometer

Upper body ergometers are rarely used in children and adolescents. Their use is generally restricted in patients with impaired lower-body mobility caused by lesions of the thoracic or upper lumbar spine, lower-limb amputation, meningocele, spina bifida, etc. 294 , 295

Nevertheless, ET with an arm ergometer using a validated ramp protocol allows adequate assessment of cardiorespiratory fitness in children and adolescents. 295 , 296

1.2.4. Choice of Protocol

The choice of protocol should be individualized, taking into account the indication for ET, the patient's level of daily physical activity, and possible physical limitations, aiming at an ideal exercise time of approximately 10 minutes (ranging from 6 to 12 minutes). The protocol must also respect the patient's individual characteristics (age, body size, ability to adapt to incremental load, etc.). 6

Exercise testing protocols are divided according to the mode of effort exerted:

  1. Incremental (gradual increase in load):

    • Step (or stepwise): load is increased in stages (in a stepwise manner, as the name implies) at predetermined time points (every one or more minutes per stage).

    • Ramp: small, frequent load increments (tending to a linear increase) at very short time intervals (increments in seconds, always less than 1 minute).

  2. Fixed-load: there is no increase in load at any point during the test. When performed on a treadmill, speed and grade (incline) are simply kept constant. 1 , 12 , 285

1.2.4.1. Cycle Ergometer Protocols

The main ET protocols for cycle ergometers are listed in Table 13 . The workload performed on a cycle ergometer is generally expressed in watts (W). Most protocols require a pedaling cadence between 50 and 60 rpm, with variation limited to 40-70 rpm.

Table 13. Comparison of major cycle ergometer protocols.
Protocol Indications Initial load Load increase
Balke Healthy children and adolescents * 25W 25W/2 minutes
Astrand 299 Children and adolescents 25W 25W/3 minutes
McMaster * 300 Children ** and adolescents *** 12.5W to 25W 5 increment modes, depending on height and sex, at a regular interval of 2 minutes
James * 301 , 302 Active children and adolescents * 33W 3 increment modes, depending on BSA, at a regular interval of 3 minutes
Godfrey * 303 , 304 Children * and adolescents 10W to 20W 3 increment modes, depending on height, at a regular interval of 1 minute
Rampa 297 , 305 All populations; ideal for athletes ** 10W to 20W 5 to 20W/1 minute. Subdivide increment into equal amounts and increase at regular intervals (<60 seconds) ****
*

See Table 14 for a detailed description of each protocol.

**

Based on height, only for children aged 6 years and older.

***

Patients with heart, lung, or muscle diseases may require reductions in initial workload.

****

Example: ramp protocol with increment of 15 W/minute = increase load by 5W every 20 seconds.

The Balke and Astrand protocols have the disadvantage of not taking body size into account, and may be too intense for younger children (especially those with heart disease).

Conversely, in the McMaster, James, and Godfrey protocols, initial loads and subsequent increments are dependent on body size (height or body surface area [BSA]) and/or sex ( Table 14 ). In adolescents, their high loads can be a limiting factor for sedentary or very ill patients (i.e. cardiopaths, pneumopaths, etc.). 297 , 298

Table 14. Godfrey, McMaster, and James cycle ergometer protocols 300304 .
Godfrey Increments every: 1 min
Pace: 60 rpm
McMaster
Increments every: 2 min
Pace: 50 rpm
James
Increments every: 3 min
Pace: 60-70 rpm
Height <120 cm * Height 120-150 cm * Height >150 cm * Height ≤119.9 cm * Height 120-139.9 cm * Height 140-159.9 cm * Height ≥160 cm (male) Height ≥160 cm (female) BSA <1.0 * BSA
1.0-1.2 *
BSA >1.2 *
Time (min) 10 W/st 15 W/st 20 W/st 12.5 W/st 25 W/st 50 W/st 50 W/st 25 W/st 16.5 W/st 33 W/st 49.5 W/st
0 10 W 15 W 20 W 12.5 W 12.5 W 25 W 25 W 25 W 33 W 33 W 33 W
1 10 W 15 W 20 W
2 20 W 30 W 40 W 25 W 37.5 W 50 W 75 W 50 W
3 30 W 45 W 60 W 49.5 W 66 W 82.5 W
4 40 W 60 W 80 W 37.5 W 62.5 W 75 W 125 W 75 W
5 50 W 75 W 100 W
6 60 W 90 W 120 W 50 W 87.5 W 100 W 175 W 100 W 66 W 99 W 132 W
7 70 W 105 W 140 W
8 80 W 120 W 160 W 62.5 W 112.5 W 125 W 225 W 125 W
9 90 W 135 W 180 W 82.5 W 132 W 181.5 W
10 100 W 150 W 200 W 75 W 137.5 W 150 W 275 W 150 W
11 110 W 165 W 220 W
12 120 W 180 W 240 W 87.5 W 162.5 W 175 W 325 W 175 W 99 W 165 W 231 W
13 130 W 195 W 260 W
14 140 W 210 W 280 W 100 W 187.5 W 200 W 375 W 200 W
15 150 W 225 W 300 W 115.5 W 198 W 280.5 W
16 160 W 240 W 320 W 112.5 W 212.5 W 225 W 425 W 225 W
17 170 W 255 W 340 W
18 180 W 270 W 360 W 125 W 237.5 W 250 W 475 W 250 W 132 W 231 W 330 W
19 190 W 285 W 380 W
20 200 W 300 W 400 W 137.5 W 262.5 W 275 W 525 W 275 W

BSA: body surface area – square meters (m2); st: stage; W: watts; min: minute; rpm: revolutions per minute; cm: centimeter.

*

For both sexes.

1.2.4.2. Treadmill Protocols
1.2.4.2.1. Step Protocols
1.2.4.2.1.1. Bruce Protocol

The Bruce protocol is most widely used step protocol ( Table 15 ). It is most appropriate for ET in children without severe heart disease and (apparently) healthy children and adolescents, including preschoolers. It can also be used in serial exercise testing to compare data as the child grows. Potential disadvantages:

Table 15. Most common graded exercise protocols for the pediatric population and their characteristics 1 , 7 , 306 .
Stage Bruce Modified Bruce Ellestad Balke Naugthon Modified Naugthon
Min mph/km/h %G Min mph/km/h %G Min mph/km/h %G Min mph/km/h %G Min mph/km/h %G Min mph/km/h %G
01 3 1.7/2.7 10 3 1.7/2.7 0 3 1.7/2.7 10 1 3.5/5.6 1 2 1.0/1.6 0 2 3.0/4.8 0
02 6 2.5/4.0 12 6 1.7/2.7 5 5 3.0/4.8 10 2 3.5/5.6 2 4 2.0/3.2 0 4 3.0/4.8 2.5
03 9 3.4/5.5 14 9 1.7/2.7 10 7 4.0/6.4 10 3 3.5/5.6 3 6 2.0/3.2 3.5 6 3.0/4.8 5.0
04 12 4.2/6.7 16 12 2.5/4.0 12 10 5.0/8.0 10 4 3.5/5.6 4 8 2.0/3.2 7.0 8 3.0/4.8 7.5
05 15 5.0/8.0 18 15 3.4/5.5 14 12 6.0/9.7 15 5 3.5/5.6 5 10 2.0/3.2 10.5 10 3.0/4.8 10
06 18 5.5/8.8 20 18 4.2/6.7 16 14 7.0/9.6 15 6 3.5/5.6 6 12 2.0/3.2 14.0 12 3.0/4.8 12.5
07 21 6.0/9.7 22 21 5.0/8.0 18 16 8.0/11.2 15 7 to 21 3.5/5.6 +1%/min * 14 2.0/3.2 17.5 14 3.0/4.8 15.0
08 24 6.5/10.5 24 24 5.5/8.8 20 18 9.0/12.8 15 22 3.5/5.6 22.0 16 2.0/3.2 21.0 16 3.0/4.8 17.5

Min: minute; mph: miles per hour; km/h: kilometers per hour; %G: treadmill grade/elevation (in %); MET: metabolic equivalent of task.

*

Grade/elevation is increased by 1% every minute (speed remains constant).

  • In younger or more limited children, the load increments between stages can be very abrupt, which often leads to dropout within the first minute of a new stage.

  • Can be too long (to the point of boredom) for active children and adolescents/trained youth athletes.

1.2.4.2.1.2. Modified Bruce Protocol

The modified Bruce protocol, which begins with no slope/grade, is more suitable for younger or more physically limited children. It can be used in children aged 3 years and older with known heart disease or lung disease. The most serious limitation is that it involves abrupt load increments (similar to those of the unmodified Bruce protocol) after the third stage.

1.2.4.2.1.3. Ellestad Protocol

This protocol employs marked increases in speed and is preferably reserved for physically active teenagers and trained athletes. The main limitations of this protocol are that it begins at fairly high speeds, making adaptation difficult for subjects who are not used to running, and that it hinders BP measurement somewhat.

1.2.4.2.1.4. Balke Protocol

Balke protocol incorporates a constant treadmill speed (3.5 mph) with an incremental grade (1% every minute). It is most suitable for obese, very young, chronically ill, or greatly physically limited children. 7 , 306

One disadvantage is that, in physically active patients, the test duration is extremely long. For these patients, a modified ("running Balke") version of the protocol, which uses a faster constant speed aiming to keep the test duration between 8 and 10 minutes, is preferred.

1.2.4.2.1.5. Naughton Protocol

There are several adaptations of the Naughton protocol for the pediatric population, with variations in initial speed and grade and smaller load increments per stage, allowing better adaptation of younger children and/or those with physical limitations. The Naughton protocol should not be used in healthy children and adolescents, as it prolongs the test unnecessarily. 307

1.2.4.2.2. Ramp Protocol

Ramp protocols can be fully individualized in terms of speed, grade (initial and final), and duration to meet the needs of each child/adolescent. They allow better determination of maximum oxygen consumption (direct or estimated), ventilatory thresholds (direct), and maximum power (measured or estimated), as well as better assessment of the causes of exercise intolerance, ischemia, and arrhythmias. The target test duration should remain at 8 to 12 minutes, with the slope of the ramp adjusted to the child's size and physical abilities.

For children with heart disease, this guideline suggests starting the protocol at a speed of 1 km/h and 0% grade, with subsequent small, constant increments in intensity.

Table 16 presents an individualization of the ramp protocol based on a study of the Brazilian pediatric population, in which this protocol proved to be more comfortable than the Bruce protocol. 121

Table 16. Individualization of the ramp protocol by sex and age group based on a study of the Brazilian pediatric population.
Age range (years) Females Males
Speed (km/h) Grade (%) VO2max Speed (km/h) Grade (%) VO2max
Baseline Final Baseline Final Mean ± SD Baseline Final Baseline Final Mean ± SD
4-7 3.0 6.5 4.0 14.0 39.4±4.7 3.5 7.5 5.0 15.0 45.3±9.2
8-11 3.5 7.0 5.0 15.0 43.9±6.2 4.0 8.0 5.0 15.0 48.6±7.9
12-14 4.0 8.0 5.0 15.0 48.3±7.3 4.0 8.5 6.0 16.0 53.2±9.0
15-17 4.0 8.0 5.0 15.0 47.8±10.1 4.5 9.0 6.0 16.0 55.1±9.4

km/h: kilometers per hour; VO2max: maximum oxygen consumption; SD: standard deviation. The expected test duration is 10 minutes. Adapted from: Silva OB et al. Teste ergométrico em crianças e adolescentes: maior tolerância ao esforço com o protocolo em rampa . 121

1.2.5. Heart Rate Monitoring

Heart rate (HR) should be monitored and measured directly from the ECG waveform during all phases of ET/CPET. HR should be recorded (at the very least): before exercise; at the end of each stage of a step incremental protocol or every 2 minutes with a ramp incremental protocol; and during recovery (at 1, 2, 4, and 6 minutes). Measurements should be continued for as long as is necessary during the recovery period.

Performing a conventional 12-lead ECG before the ET/CPET is also advised. Conventional ECG is a supplemental test for assessment of the patient's cardiac condition, and can even help uncover potential contraindications to ET/CPET. A conventional 12-lead ECG is considered a medical procedure, and as such is covered in the Brazilian Hierarchical Classification of Medical Procedures (code 4.01.01.01-0). 1 , 278 , 308

In ET, HR is conceptualized as follows: 95 , 264

  • Maximal heart rate (HRmax): that reached at the point of exhaustion.

  • Peak heart rate (HRpeak): the highest HR observed at peak exertion, even if the subject has not reached the point of exhaustion.

It is important to emphasize that, in apparently healthy children, HRmax remains essentially unchanged throughout childhood, and the use of regression equations to estimate HRmax in the pediatric population is limited (less accurate prediction, average dispersion 5-10 bpm). In adolescence, around the age of 16, HRmax begins to decline at a rate of 0.7 or 0.8 bpm per year of advancing age. 177

It is therefore suggested that an average predicted HRmax value of 197 bpm and a predicted submaximal HR of 180 bpm (which corresponds to -2 standard deviations) be adopted for the entire pediatric age group (children and adolescents). 309 , 310

If, nevertheless, equations are used to estimate HRmax in the pediatric population, the following factors should be taken into account: 309 , 311

  • The Karvonen equation (HRmax = 220 – age) generally overestimates HRmax. 312 , 313

  • The Tanaka equation (HRmax = 208 – [0.7 x age]) may underestimate or overestimate HRmax, but is considered the most precise equation. 311 , 314 , 315

  • The Nikolaidis equation (HRmax = 223 – [1.44 x age]), which was developed for adolescent athletes, has proven inadequate. 315 , 316

1.2.6. Blood Pressure Monitoring

Blood pressure (BP) measurement must be performed during all stages of the ET (pre-test, exercise, and recovery) by a duly trained physician experienced in caring for pediatric patients.

Manual measurement performed with an aneroid sphygmomanometer is still the most common. Semiautomated and/or automated devices are available, but may not provide accurate measurements under certain circumstances, due to: 317 , 318

  • Excess movement and vibration (especially in younger children).

  • Some devices work by measuring mean BP and calculating systolic and diastolic BP algorithmically. In younger children, this method may present limitations in the assessment of diastolic BP (DBP), as it fails to distinguish between Korotkoff sounds phases IV and V. 319 , 320

  • Most automated equipment has not been validated in the pediatric population for measurements at rest and during intense exertion. 4

Regardless of the measurement method adopted, use a Velcro® cuff of the appropriate size for the patient's arm circumference. The cuff width should be at least 40% of the upper-arm circumference and cover 80 to 100% of the arm length. 4 . 321 We advise use of the cuff dimensions recommended in the "Brazilian Guidelines for In-Office and Out-of-Office Blood Pressure Measurement – 2023" and "Brazilian Guidelines of Hypertension – 2020" ( Table 17 ). 319 , 322

Table 17. Cuff dimensions according to upper-arm circumference.
Upper-arm circumference Cuff width Bladder length
≤6 cm 3 cm 6 cm
6-15 cm 5 cm 15 cm
16-21 cm 8 cm 21 cm
22-26 cm 10 cm 24 cm
27-34 cm 13 cm 30 cm
35-44 cm 16 cm 38 cm

Adapted from: Feitosa ADM et al. Brazilian Guidelines for In-office and Out-of-office Blood Pressure Measurement – 2023. 319

The sphygmomanometer and cuffs must be cleaned and inspected regularly to prevent technical issues that might affect the quality and accuracy of measurements. 323

When measuring manually, listen for Korotkoff sounds while bearing in mind that:

  • SBP corresponds to the reappearance of blood flow (Korotkoff phase I).

  • DBP corresponds to the point at which sounds become muffled (Korotkoff phase IV). Phase IV is used instead of phase V (the point at which sounds disappear) because in children, most of the time, Korotkoff sounds can be heard all the way down to 0 mmHg.

Pre-test BP measurements should preferably be obtained:

  • At rest, in the seated position, with the arm supported at heart level.

  • In whichever position the child/adolescent will perform the exercise.

HR should be measured at the end of each stage of a step incremental protocol or every 2 minutes with a ramp incremental protocol, as well as during recovery (at 1, 2, 4, and 6 minutes). Measurements should be repeated for as long as is necessary during the recovery period. BP should be reassessed whenever there are any discrepancies or a measurement is deemed unreliable or otherwise questionable.

Arm BP measurement is contraindicated in case of arteriovenous fistula, history of lymph node dissection, thrombosis, lymphedema, and/or coarctation of the aorta.

2. Pretest Risk Stratification

Studies and guidelines have provided new evidence regarding cardiovascular risk factors in childhood, their relationship with atherosclerosis and premature CVD, and disease-specific risk scores (i.e. body mass index, 324 Kawasaki disease, 37 systemic lupus erythematosus 325 ). CV risk in children and adolescents can also be described in relation to the magnitude of the risk of atheriosclerotic disease in the overall population. 59 , 61 , 326

Pretest CVD risk stratification in the pediatric population based on the presence of underlying diseases is recommended ( Table 18 ). 59 Disease-specific indices and scores should be used when deemed relevant.

Table 18. Risk stratification of the pediatric population based on the presence of underlying diseases.

Category Condition
High risk Homozygous FH, T1DM, T2DM, end-stage renal disease, Kawasaki disease with persistent aneurysms, allograft vasculopathy, childhood cancer survivors (hematopoietic cell recipient recipients).
Moderate risk Severe obesity, heterozygous FH, known hypertension, coarctation, high Lp(a), predialytic CKD, AS, childhood cancer survivors (history of radiation to chest).
Low risk Obesity, insulin resistance with comorbidities (dyslipidemia, NAFLD, PCOS), white coat hypertension, HCM and other cardiomyopathies, pulmonary artery hypertension, chronic inflammatory conditions (JRA, SLE, IBD, HIV/AIDS), status post repair of anomalous origin of coronary artery or transposition of the great vessels, childhood cancer survivors (history of cardiotoxic chemotherapy only), Kawasaki disease with regressed aneurysms (zMax ≥5).

FH: familial hypercholesterolemia; T1DM: type 1 diabetes mellitus; T2DM: type 2 diabetes mellitus; Lp(a): lipoprotein (a); CKD: chronic kidney disease; AS: aortic stenosis; NAFLD: non-alcoholic fatty liver disease; PCOS: polycystic ovary syndrome; HCM: hypertrophic cardiomyopathy; JRA: juvenile rheumatoid arthritis; SLE: systemic lupus erythematosus; IBD: inflammatory bowel disease; HIV/AIDS: human immunodeficiency virus/acquired immunodeficiency syndrome; zMax: maximum Z-score at any time during the course of the disease. Adapted from: de Ferranti et al. Cardiovascular Risk Reduction in High-Risk Pediatric Patients: A Scientific Statement From the American Heart Association. 59

In adolescents, in addition to risk stratification by underlying disease, checking for traditional cardiovascular risk factors is also advised: lipid profile; smoking; family history of early CAD in first-degree relatives (men aged ≤55 years; women aged ≤65 years); blood pressure; body mass index (BMI); fasting blood glucose; and history of physical activity. 59

Studies have highlighted the relevance of several cardiometabolic risk factors in the pediatric population: SBP, DBP, waist circumference, BMI, sum of four skinfolds, triglycerides (TG), total cholesterol (TC), high-density lipoprotein cholesterol (HDL-C), low-density lipoprotein cholesterol (LDL-C), TC/HDL-C ratio, blood glucose, insulinemia, homeostatic model assessment of insulin resistance score (HOMA-IR), and cardiorespiratory fitness (mL/kg/min, estimated or measured). 60 Determining cardiorespiratory fitness increases the precision of risk stratification, and is recommended especially when other risk factors are present. 327329

Most CHD are associated with an increased risk of early CVD (from childhood to young adulthood) (see Table 19 ). Children and adolescents with these conditions are at greater risk of complications during ET/CPET. 59 , 82 , 83 , 88 , 119 , 330333

Table 19. Risk of developing cardiovascular disease associated with congenital heart diseases.

CHD Coronary artery disease Cerebrovascular disease Peripheral vascular disease Cardiac arrhythmia
ASD/VSD (repaired) Unknown if there is increased risk. Increased risk if there is residual shunt. Unknown if there is increased risk. Increased risk of junctional tachycardia and ventricular arrhythmia.
Bicuspid aortic valve Potential risk after Ross procedure with coronary artery reimplantation. Unknown if there is increased risk. Increased risk related to aortic aneurysm. Potential risk of ventricular arrhythmia.
Coarctation of the aorta Increased risk related to accelerated atherosclerosis and late hypertension. Increased risk related to residual hypertension or intracranial aneurysms. Increased risk associated with residual coarctation or aortic aneurysm. Risk of malignant arrhythmias and sudden death at 10-year follow-up.
Ebstein anomaly Unknown if there is increased risk. Increased risk if there is interatrial shunt. Unknown if there is increased risk. Increased risk of atrioventricular reentry tachycardia.
Tetralogy of Fallot Increased risk may be related to coronary anomalies. Increased risk if there is residual intracardial shunt. Increased risk related to aortic root dilation. Increased risk of atrial tachyarrhythmias, junctional tachycardia, and ventricular arrhythmias, which can develop decades after surgery.
TGA Increased risk related to reduced coronary flow reserve, proximal intimal thickening, and coronary anomalies. After atrial switch, increased risk if there is residual leakage from the repair. After atrial switch, increased risk may be related to previous catheterizations. After arterial switch, increased risk related to neoaortic root dilation. Risk of malignant arrhythmias and sudden death Increased risk of ventricular arrhythmia and sudden cardiac death in adult patients with corrected TGA.
Fontan Increased risk related to coronary anomalies. Increased risk if there is Fontan fenestration. Increased risk related to Fontan venous pressures and previous catheterizations. Increased risk of atrial flutter in the first 30 days after surgery In the late postoperative period, atrial tachycardias (flutter and fibrillation, intra-atrial reentrant tachycardia) are common due to a reentry mechanism Increased risk of ventricular arrhythmia.
Cyanotic CHD Reduced potential risk. Increased risk related to secondary erythrocytosis and hyperviscosity syndrome. Increased risk related to secondary erythrocytosis and hyperviscosity syndrome. Increased risk of prolonged QTc and ventricular arrhythmia.
Eisenmenger syndrome Reduced potential risk. Increased risk related to secondary erythrocytosis and hyperviscosity syndrome. Increased risk related to secondary erythrocytosis and hyperviscosity syndrome. Increased risk of arrhythmias and sudden death.

ASD: atrial septal defect; VSD: ventricular septal defect; QTc: corrected QT Interval; CHD: congenital heart disease; TGA: transposition of the great arteries. Adapted from: Ferranti et al. Cardiovascular Risk Reduction in High-Risk Pediatric Patients: A Scientific Statement from the American Heart Association. 59

3. Clinical, Hemodynamic, and Electrocardiographic Responses to Exercise

3.1. Clinical Responses

3.1.1. Exercise Tolerance

Determination of exercise tolerance allows the intensity of physical exertion and resulting symptoms (fatigue, dyspnea, lower limb fatigue, etc.) to be quantified. Exercise tolerance can be quantified objectively in any age group by the power generated in watts, by the duration of exercise or by the metabolic equivalent of task (MET) achieved. Compared to adults, children tolerate short-duration exercise better and are less susceptible to fatigue during dynamic exercises. 334

Exercise tolerance can be quantified subjectively using scales of perceived exertion, such as the Borg scale, modified Borg scale, Pictorial Children's Effort Rating Table (P-CERT), or OMNI scale. 335 , 336 All such scales have limitations related to the degree of cognitive development of children and adolescents: 337 , 338

  • Children aged 0 to 3 years cannot adequately assess their perceived exertion, even during activities of daily living.

  • From ages 4 through 7, children become progressively able to evaluate peripheral sensory changes resulting from exercise, but quantification of perceived exertion remains inaccurate. 339

  • From ages 8 through 12, children are able to estimate the intensity of exertion and distinguish the origin of sensory changes relative to different parts of their bodies. The type of exercise and the scale of perceived exertion used can influence the reported response, especially in intense exercise. 337 , 340342

  • During adolescence, perceived exertion is a useful measure, but its relationship with actual achieved HR is less pronounced than in adults. 341 , 343 , 344

The P-CERT was designed to evaluate perceived exertion in children aged 6 to 9 years, using a perceptual scale containing both text and illustrative pictures, to improve the correlation with achieved HR; however, it is of limited utility in children who cannot read. 345347

The OMNI Picture System of Perceived Exertion uses illustrations of children, of both sexes, performing various physical exercises (walking, cycling, climbing stairs, swimming, etc.) at various intensities, which facilitates understanding and cooperation by the child. 348350

3.1.2. Cardiorespiratory Fitness/Functional Capacity

The assessment of cardiorespiratory fitness (CRF)/functional capacity in children and adolescents is an important clinical tool for quantification of symptoms, prognostic assessment, and evaluation of treatment response. It can also quantify cardiovascular and pulmonary dysfunctions and their repercussions in children with congenital or acquired heart disease. 80

CRF can be assessed:

  • Indirectly in ET, through estimated VO2max (expressed in METs) and its respective percentage in relation to the predicted value for age.

  • Directly in CPET, through measured VO2and its respective percentage in relation to the predicted value for age. 351

Healthy children exhibit cardiorespiratory and metabolic responses different from those observed in adults. Normally, during maximum exertion, they exhibit a higher chronotropic response, lower inotropic response, and lower cardiovascular and ventilatory efficiency. However, children have greater metabolic efficiency and similar levels of exercise capacity compared to adults. 352 , 353

CRF is influenced by age, sex, level of daily physical activity, obesity, presence of heart and lung diseases, current treatments, etc. 80 , 91 , 354

Children with congenital or acquired heart disease often experience reduced CRF, regardless of their status (preoperative, postoperative, or long-term follow-up). This impairment may be associated with primary heart disease, treatments for said heart disease, reduced activity/sedentary lifestyle, and behavioral factors (such as overprotection by parents). Adolescents with CHD may have misconceptions about safe and desirable levels of physical activity, which perpetuates the vicious cycle of sedentariness. 355357

Figure 1 presents pediatric diseases, pathophysiological factors and clinical situations (i.e. comorbidities, treatments, etc.) that compromise the specific components of the Fick equation used to determine CRF (VO2max). 355

Figure 1. Pediatric diseases that affect specific components of the Fick equation and thus compromise cardiorespiratory fitness. SVmax: maximum stroke volume during exercise; HRmax: maximum heart rate; (CaO2-CvO2)max: arteriovenous oxygen difference; CaO2: arterial oxygen content; CvO2: venous oxygen content; HF: heart failure; LV: left ventricular; CHD: congenital heart disease; AVB: atrioventricular block. Adapted from: Bar-Or O. Pathophysiological Factors Which Limit the Exercise Capacity of the Sick Child. 355 .

Figure 1

3.1.3. Symptoms, Inspection, and Auscultation

Clinical observation of symptoms, visual inspection, and physical examination during ET/CPET are essential in children and adolescents ( Chart 3 ) for the following reasons:

  • Younger children have limited ability to perceive exertion and interpret peripheral sensory changes. 337 , 338 , 358

  • A complaint of fatigue is the main reason for cessation of exercise in the pediatric population, but correlation with physical findings (breathing pattern, accessory muscle use, dyspnea, etc.) is necessary, not least to determine exercise tolerance and functional class.

  • The development of exercise-induced chest pain requires detailed assessment and characterization to assist in the differential diagnosis of possible noncardiac origins (i.e. exercise-induced asthma). Typical chest pain is generally associated with anomalous origin of coronary arteries, aortic stenosis, and Kawasaki disease. 15 , 35 , 37 , 359 , 360

  • Before the test, especially in children with CHD and valvular heart disease, the femoral and peripheral pulses must be palpated to identify changes in amplitude, radiofemoral delay, and possible obstructions. 361 , 362

  • Cardiac auscultation performed immediately after peak exertion will allow assessment of new heart murmurs or changes in existing murmur patterns as compared to pre-test auscultation. Children and adolescents often have an audible third heart sound on baseline auscultation; if one appears during exercise, is generally considered a physiological adaptation which does not correlate with structural heart disease. 363365 Conversely, the occurrence of a systolic murmur and/or split S3 are generally associated with CHD and valvular heart disease. 362 , 366

  • On auscultation of the respiratory system, rhonchi and lung wheezing may indicate exercise-induced bronchospasm associated with asthma. 367 Auscultation of inspiratory stridor and/or wheezing in the upper chest and trachea can aid in the diagnosis of exercise-induced laryngeal obstruction. In these cases, visualization of the laryngeal structures through laryngoscopy is recommended, as it contributes to diagnosis of the type of laryngeal obstruction and management of the obstructive crisis. 368 , 369

Aspects of symptomatology, visual inspection, and auscultation during ET and CPET which are specific to the pediatric population: 177 , 361 , 362 , 370

  • Sedentary children and adolescents may present a disproportionate increase in respiratory frequency (RF) in relation to the intensity of exertion and dyspnea. Physical examination is usually unremarkable, with no signs of restrictive or obstructive causes of dyspnea. 286 , 371

  • Children with chest wall abnormalities (i.e. scoliosis, pectus excavatum , pectus carinatum ) may present with exercise-induced dyspnea and, depending on the severity of the deformity, a restrictive process. 372375

  • In muscular dystrophy and other myopathies, dyspnea and low exercise tolerance associated with restrictive lung disease and respiratory muscle impairment are common. 203206

  • Children with hypertrophic obstructive cardiomyopathy may experience exercise-induced chest pain associated with myocardial ischemia. Generally, during pre-test cardiac auscultation, a more perceptible heart murmur is heard in the standing position or after a Valsalva maneuver. 13

  • Children with pulmonary artery hypertension (PAH) may present with exercise-induced chest pain, which is the most common initial symptom of idiopathic PAH. 196 , 376 , 377

  • In dilated cardiomyopathies, chest pain may occur, generally associated with intense fatigue on exertion. Patients must also be watched closely for possible desaturation and cyanosis. 378 , 379

  • Severe pulmonic stenosis can cause crushing chest pain associated with myocardial ischemia. 87 , 380 , 381

  • Aortic, supra-aortic, and subaortic valve stenosis can cause exercise-induced chest pain, dizziness, and fatigue. These children usually have a harsh ejection murmur, sometimes accompanied by an ejection click, from a bicuspid aortic valve. 134 , 382 , 383

  • In children, supraventricular and ventricular tachycardias generally present as palpitations (which can be exacerbated by exertion), but may also present as brief, sharp chest pain. 361 , 370 , 384

3.2. Hemodynamic Responses

3.2.1. Heart Rate
3.2.1.1. Resting Heart Rate

Resting HR, at baseline, decreases with increasing age and varies from an average of 85 bpm at 4 years of age to 60 bpm at 16 years of age. This reduction in HR is directly related to the decline in metabolic rate as the child ages. 385387 Resting HR values (minimum and maximum) should be correlated with those predicted for pediatric age groups.

In the pediatric population, resting bradycardia is often seen in highly trained athletes, secondary to medications (particularly beta-blockers), hypothyroidism, and sinus node dysfunction. 370 , 388 , 389 Resting sinus tachycardia usually occurs as a result of hot weather conditions, hyperthyroidism, anemia, obesity, pre-test anxiety, and inappropriate sinus tachycardia, rarely associated with supraventricular tachyarrhythmia. 390393

In children with dilated cardiomyopathy, a higher resting HR is associated with risk of death and need for heart transplantation. Pharmacological control of HR has been associated with improvement in ventricular function and disease progression. 394396

3.2.1.2. Chronotropic Response

Assessment of the chronotropic response is essential during exercise and in the recovery phase. In children and adolescents, during an incremental ET, HR increases linearly and proportionally to VO2, from baseline levels to peak HR. HRmax is generally not affected by cardiorespiratory fitness level or sex, remaining constant throughout childhood and adolescence. However, in serial ET, as the child grows, a reduction in submaximal HR is observed for a same given workload. 8 , 177 , 397 , 398

During recovery, there is normally a progressive decline in HR with a return to baseline by the sixth minute. In the 1stminute of recovery, apparently healthy adolescents show a reduction of ≈44 bpm (males) and ≈36 bpm (females). Boys also tend to have a greater reduction in HR in the 1stminute than girls. 302 , 352 , 399 Children who are overweight and/or have less exercise tolerance generally exhibit a slower HR recovery in the 1stminute. 400 , 401

Patients with sinus node dysfunction (SND), or after CHD surgery, may not adequately increase their HR with exercise and may exhibit a lower peak HR. An slow increase in HR as work intensity increases is typically observed in young trained athletes. A blunted or depressed chronotropic response in the pediatric population generally occurs secondary to high vagal tone, sinus node dysfunction, status post CHD surgery, and certain medications (i.e. beta-blockers, calcium channel blockers, and antiarrhythmics). 177 , 389 , 400

Table 20 presents definitions referring to HR behavior during ET/CPET in the pediatric population, as well as the respective criteria and possible interpretations.

Table 20. Definitions, criteria, and interpretation of the HR response to ET/CPET in children and adolescents.
Term Criteria Interpretation
HR behavior on resting ECG
Normal HR behavior HR ranging from minimum to maximum HR predicted for the corresponding age group ( Table 24 ) on resting ECG. Children and adolescents in sinus rhythm.
Sinus bradycardia at rest HR below the minimum expected for the corresponding age group ( Table 24 ) on resting ECG. Common in adolescent athletes and asymptomatic young adults with increased vagal tone.
If secondary to beta-blockers or antiarrhythmics, mention in report.
In patients not on negative inotropic medications, evaluate the possibility of sinus node dysfunction or other secondary causes (i.e. hypothyroidism).
Rule out second-degree and high-grade AV block.
Sinus tachycardia at rest HR above the maximum expected for the corresponding age group ( Table 24 ) on resting ECG. Usually found in obese patients, those with severe anxiety, hyperthyroidism, anemia, or after excess caffeine or alcohol intake.
HR behavior on exertion
Normal chronotropic response Predicted submaximal HR of 180 bpm (which corresponds to -2 standard deviations) reached between 8 and 12 minutes of exercise. *
or
If, nevertheless, equations are used to estimate HRmax (by Tanaka equation or Karvonen equation), reach ≥80% of the estimated HRmax between 8 and 12 minutes of effort. **
The predicted mean values for the entire pediatric age group (children and adolescents) of maximum HR is 197 bpm and submaximal HR is 180 bpm, they are constant, not being affected by the level of cardiorespiratory fitness, sex and age. 8 , 177 , 397 , 398 , 402 , 403
HR drop during exercise HR decline with progression of exercise, associated with signs and symptoms suggestive of low cardiac output (extreme fatigue, dizziness, drop in SBP, etc.). This is a test cessation criterion. 7 , 11
Impaired chronotropic response or chronotropic incompetence ***
  1. HRmax <175 bpm (treadmill ET) or <170 bpm (cycle ergometer ET), ** or

  2. Failure to achieve 80% of predicted HR for age, 404 or

  3. <2.5thpercentile of chronotropic index for age and sex, 405 or

  4. Chronotropic index <0,80.

Relatively common in children after surgical correction of CHD. Associated with reduced exercise tolerance, worse quality of life, and higher morbidity in patients with heart disease. 177 , 405409 If occurring after Fontan procedure, it is associated with sinus node dysfunction. 401
HR plateau during exercise HR unchanged across 1 to 2 stages of ET (asymptomatic), subsequently increasing as exercise progresses. May occur in apparently healthy children; has no clinical significance.
HR response during recovery
Normal HR response to recovery During recovery, there is normally a progressive drop in HR with a return to the baseline pattern by the 6thminute. In sinus rhythm. Boys also tend to have a greater reduction in HR in the 1stminute than girls. 302 , 352 , 399
Slow HR recovery post-exercise Defined as ΔHR 1stmin = HRmax during exercise – HR in the 1stminute of recovery.
There is no consensus value of ΔHR; ≤35 bpm is generally considered abnormal. 302 , 352
Common after Fontan surgery. 410 In children with CHD, may be associated with chronotropic incompetence. Can be explained by slow reactivation of vagal activity, late withdrawal of sympathetic activity, and/or poor cardiovascular fitness. 410415
Sudden, sharp drop in HR during recovery Generally asymptomatic. There is no consensus reference value, but generally corresponds to a >55 bpm drop in the 1stminute of recovery. Common finding in younger children and pediatric athlete. 416 , 417

ECG: electrocardiogram; ET: exercise test; HR: heart rate; HRmax: maximal heart rate; bpm: beats per minute; SBP: systolic blood pressure; AV: atrioventricular; CHD: congenital heart disease.

*

Submaximal HR predicted for the entire pediatric age range (children and adolescents).

**

Maximal HR values may present significant individual variation between 5 and 10 bpm.

***

Describe the use of medications that may affect HR response.

3.2.2. Blood Pressure Response

The blood pressure response is an important ET/CPET variable in the pediatric population, as it reflects the adaptations of cardiac output and peripheral vascular resistance to exertion. 418 , 419

For pre-test (resting) BP measurement, this guideline recommends adoption of the BP criteria given in Table 21 , based on the Brazilian Guidelines of Hypertension, which take into account the age, sex, and height of children and adolescents (see Appendices 2 and 3 ). 322

Table 21. Definitions of resting blood pressure for ET/CPET according to age group 322 .
Children aged 1 to <13 years Children aged ≥ 13 years
Normal resting BP: <P90 for age, sex, and height Normal resting BP:
<120/<80 mmHg
Elevated resting BP:
- SBP ≥P90 and/or DBP ≥P95 for age, sex, and height
Elevated resting BP:
- BP ≥120/≥80 mmHg

BP: blood pressure; P: percentile; SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure. See Appendices 2 and 3 for percentiles.

The normal BP response to exertion entails a progressive increase in systolic blood pressure (SBP), which contributes to the increase in cardiac output, the magnitude of which is directly related to the intensity of exercise. The SBP values reached at peak exertion (SBPpeak), even if not associated with physical exhaustion (maximum effort), are also proportional to age (the older the age, the higher the SBPpeak), body surface area (the larger the area, higher is the SBPpeak), and SBP in the pre-test phase (resting). Maximum SBP (SBPmax) is considered the SBP measured at maximum effort. Occasionally, apparently healthy pediatric patients may present only a slight increase in SBP with exertion. 403 , 420

Body surface area (BSA) has been used as a criterion for defining percentiles of normality and evaluating SBP response to exercise. For example, children of the same sex and age with different BSAs will exhibit differences in maximum SBPmax behavior: a child with a BSA of 1.25m2will have a SBPmax of 140 mmHg, while another with a BSA of 1.75m2will reach 160 mmHg. 421 , 422

SBPpeak/SBPmax, or that measured immediately after cessation of exertion, are considered the standard for assessing cardiac inotropic capacity. Changes in BP behavior are useful for diagnosis, definition of treatment, and risk stratification in children and adolescents with CHD, valvular heart disease, HF, or suspected hypertension. 53 , 418 , 419

During the recovery period, a progressive decline in SBP is observed, returning to resting levels in approximately 6 minutes. SBP generally remains below pre-exercise levels for several hours thereafter. 423

Diastolic blood pressure (DBP) normally remains unchanged with exertion, regardless of age and sex, due to exercise-induced vasodilation. Minor fluctuations (±10 mmHg) may occur. In apparently healthy children, a slight drop in DBP may be observed. 424

A study on the BP response to ET in normotensive Brazilian adolescents found an increase in SBP and a decline in DBP during exercise in all age groups and both sexes. 425 Other studies found that the increase in SBP and chronotropic response were significantly lower in children with complex CHD and dilated cardiomyopathy. 155 , 395 , 426

Failure of SBP to increase with exertion may be indicative of possible cardiac dysfunction. A persistent drop in SBP with progression of exercise may be secondary to HF or left ventricular outflow tract obstruction (i.e. severe aortic stenosis, asymmetric hypertrophic cardiomyopathy).

National and international studies have sought to evaluate the BP response in children and adolescents undergoing ET and define reference values and predictive equations for BP behavior in this setting. Due to great heterogeneity across the studied populations and the results obtained, a single "normal" BP response to ET has, so far, proved impossible to define. 38 , 305 , 403 , 419 , 422 , 425 , 427 , 428

To assess SBPmax, we suggest using:

  • A predictive equation based on sex and age ( Table 22 ) for the age group 7 to 17 years; or

  • A nomogram based on sex and body surface area ( Figure 2 ) for the age group 6 to 15 years.

Table 22. Predicted peak SBP values based on a linear regression model for age and sex.
SBP peak (mmHg)
Age Male Female
P90 P95 Predicted Mean P90 P95 Predicted Mean
7 161 167 132 169 174 142
8 166 171 136 170 175 143
9 170 176 141 172 177 145
10 175 180 145 173 178 146
11 179 185 150 174 179 147
12 184 189 154 176 181 149
13 188 194 159 177 182 150
14 192 198 163 178 184 151
15 197 203 168 180 185 153
16 201 207 172 181 186 154
17 206 212 177 183 188 156
Formula * SBP P95 = 135.40 + 4.48 × age
SBP P90 = 129.75 + 4.48 × age
Predicted mean SBP = 100.39 + 4.48 × age
SBP P95 = 164.39 + 1.37 × age
SBP P90 = 159.21 + 1.37 × age
Predicted mean SBP = 132.27 + 1.37 × age

P: percentile; SBP: systolic blood pressure.

*

Age in years. Adapted from: Sasaki et al. Blood Pressure Response to Treadmill Cardiopulmonary Exercise Test in Children with Normal Cardiac Anatomy and Function. 424

Figure 2. Nomograms of maximum systolic blood pressure behavior based on sex, ethnicity, and body surface area. The solid line represents the 50th percentile (P50) of systolic blood pressure. The upper dashed line represents the 95th percentile (P95), while the lower dashed line represents the 5th percentile (P05). Body surface area (m²). Adapted from: Alpert et al. Responses to Ergometer Exercise in a Healthy Biracial Population of Children. 422 .

Figure 2

Recommended criteria for evaluating and describing the BP response to ET in children and adolescents are given in Table 23 .

Table 23. Blood pressure response to ET/CPET in children and adolescents.
Term Criteria **
Normal resting BP
  • Age 1 to <13 years: Normal resting BP: <P90 for age, sex, and height.

  • Age ≥13 years: Normal resting BP: <120 / <80 mmHg (Table 21). *

Increased resting BP
  • Age 1 to <13 years: - SBP ≥P90 and/or DBP ≥P95 for age, sex, and height.

  • Age ≥13 years: BP ≥120 / ≥80 mmHg (Table 21). *

Normal BP response to exercise and recovery **
  1. Normal resting BP.

  2. During exercise: ***

    • SBP <P95 (according to age- and sex-based reference tables), or

    • SBP <P90 in the 7-17 age range (Table 22), or

    • SBP lower than the maximum predicted values for age and sex: 12-13 years = ♀ and ♂ 172; 14-15 years = ♀174.7 / ♂177.3; 16-17 years = ♀178.5 / ♂201.3 mmHg. 38 , 41

    • DBP variation no greater than ±10mmHg (♀ and ♂).

  3. Normal BP during recovery: gradual drop in SBP to resting value at approximately 6 minutes.

Pretest hypertension with normal BP response to exercise
  1. Normal resting BP.

  2. During exercise: ***

    • SBP <P95 (according to age- and sex-based reference tables), or

    • SBP <P90 in the 7-17 age range (Table 22), or

    • SBP lower than the maximum predicted values for age and sex: 12-13 years = ♀ and ♂ 172; 14-15 years = ♀174.7 / ♂177.3; 16-17 years = ♀178.5 / ♂201.3 mmHg. 38 , 41

    • DBP variation no greater than ±10mmHg (♀ and ♂).

Hypertensive/exaggerated response to exercise
  1. Resting BP may be normal or elevated.

  2. During exercise: ***

    • SBP >P95 (according to age- and sex-based reference tables for BP during exercise), or

    • SBP >P90 in the 7-17 age range (Table 22), or

    • SBP equal to or greater than the maximum predicted values for age and sex: 12-13 years = ♀ and ♂ 172; 14-15 years = ♀174.7 / ♂177.3; 16-17 years = ♀178.5 / ♂201.3 mmHg. 38 , 41

    • DBP elevation ≥15mmHg (♀ and ♂).

Hypotension drop in BP during exercise ****
  1. SBP during exercise lower than the resting SBP, 8 or

  2. Initial rise in SBP followed by a drop in SBP ≥20 mmHg.

Depressed BP response The systolic pressure reserve (ΔSBP) is defined as the difference between SBPpeak during exercise and resting SBP. 424
  1. ♂: age 7-11 years = ΔSBP <10 mmHg; age 12-17 years = ΔSBP<20 mmHg.

  2. ♀: ΔSBP <10 mmHg (age 7-17 years).

Normal recovery
BP response
– Progressive reduction in SBP. SBP and DBP return to resting values by the 6th minute of recovery.

BP: blood pressure; SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure; ΔSBP: change in SBP with exertion; P: percentile; ♂ = male; ♀ = female.

*

See Appendices 2 and 3 for percentiles.

**

Describe whether the BP response occurred during use of drugs with an antihypertensive effect.

***

Note which reference table and percentile value were used.

****

Rarely, children and adolescents without clinically significant cardiac disease will experience exercise-induced hypotension; this may be due to dehydration, an inadequate dose of antihypertensive therapy, or prolonged strenuous exercise.

Particular features of the BP response to ET specific to the pediatric population:

  • White coat hypertension: patients with this condition generally present with an exaggerated SBP response to exercise, which may represent a pre-hypertensive stage. 46

  • Future risk of hypertension : there is evidence that an exaggerated BP response to exercise in apparently healthy children and adolescents is a predictor of future hypertension. 429 , 430

  • Association with left ventricular hypertrophy (LVH): a hypertensive SBP and/or DBP response in normotensive children and adolescents (especially those with a family history of hypertension) correlates with the degree of LVH. 47 , 431433

  • Aortic stenosis: As aortic valve stenosis (subvalvular or supravalvular) becomes more severe, the increase in SBP during exercise is significantly reduced. In severe stenosis, the increase in SBP is generally between 10 and 20 mmHg. 134 , 383 , 434 , 435 Rarely, a drop in SBP during exercise may occur, which is associated with impaired ventricular function (gradient >70 mmHg). 436 ΔSBP on exertion ≥35 mmHg has been associated with better prognosis. 437

  • Hypertrophic cardiomyopathy: ΔSBP on exertion <20 mmHg or a drop in SBP >20 mmHg in children and adolescents is associated with increased risk of cardiac death. 155 , 438

  • Coarctation of the aorta: After successful surgical repair, up to one third of patients remain or become hypertensive. A hypertensive response to exercise is common, even in the absence of significant residual obstruction. 49 , 439 , 440

  • Athletes: in physically active children and adolescents, the increase in SBP in response to exertion is usually slower than in sedentary and obese subjects. 441 Apparently healthy, highly trained adolescents generally have higher ΔSBP than untrained youth. Equations for predicting SBP in athletes (aged 10 to 18 years) at any time during ET: 442

Male: SBP during exercise (mmHg) = –1.92 × age + 0.55 × workload + 120.84

Female: SBP during exercise (mmHg) = –0.88 × age + 0.48 × workload + 111.22

Note: age in years; workload in watts (W).

3.2.3. Double Product

The double product (DP), or rate pressure product, expresses myocardial oxygen consumption. It is calculated by multiplying the HR by the SBP at any time during ET/CPET:

DP(bpm.mmHg)=HRxSBP

In children and adolescents, resting DP is generally influenced by sex (lower in females), anthropometric parameters (BMI, waist-to-hip ratio, and body fat percentage), and level of CRF. Annex 4 presents information on DP values at rest and at peak exertion in an apparently healthy pediatric population, in patients with HF and with coarctation of the aorta. 428 , 443 , 444

DP response:

  • In apparently healthy children, correlates positively with age.

  • In the second stage of incremental protocols and at peak exertion, it is a useful predictor of systolic hypertension in adolescence, regardless of resting SBP and conventional cardiovascular risk factors. 445

  • Patients with Kawasaki disease have a significantly lower maximum DP. 15

3.3. ECG Responses

For proper analysis, description, and interpretation of ECG responses to ET in the pediatric population, the following factors should be taken into account:

  • Check proper electrode placement and attachment to minimize errors and artifacts. 446 , 447

  • Consider the effects of any ECG filters applied (high, medium, low) for baseline stabilization and reduction of muscle and electrical artifacts. For teenagers, use high-frequency filters (at least 150 Hz); for children, up to 250 Hz. Filters with lower frequencies may interfere with capture of pacemaker spikes. 308 , 448 , 449

  • It is suggested to use automated measurement systems for intervals, durations, and amplitudes of ECG waves and segments, adapted and validated for the pediatric population. 11 , 188 , 450

  • Follow the standard ECG reporting guidance of the Brazilian Society of Cardiology Guidelines on the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports – 2022 and the reference values for key ECG parameters adjusted for the various age ranges of the pediatric population ( Table 24 ). 308 , 451

  • Review any automated measurements to rule out errors due to possible interference, artifacts, or abnormalities in the underlying tracing. 452 , 453

  • Provide a detailed, contextualized description in the ECG record, adapted for the pediatric population and its diseases.

Table 24. Reference values of key ECG parameters at rest in children and adolescents.
1-3 years 3-5 years 5-8 years 8-12 years 12-16 years
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
HR (bpm) 89 152 73 137 65 133 62 130 60 120
P amplitude, lead III (mV) 0.07 0.25 0.03 0.25 0.04 0.25 0.03 0.25 0.03 0.25
P duration (ms) 63 113 67 102 73 108 78 117 78 122
SâP -12 19 -13 69 -54 72 -17 76 -24 76
PR interval, lead ll (ms) 80 150 80 160 90 160 90 170 90 180
SâQRS 7 102 6 104 10 139 6 116 9 128
QRS V5 (ms) 30 80 30 70 30 80 40 90 40 90
Q aVF (mV) 0.00 0.32 0.00 0.29 0.00 0.25 0.00 0.27 0.00 0.24
Q V1 (mV) 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Q V6 (mV) 0.00 0.28 0.01 0.33 0.01 0.46 0.01 0.28 0.00 0.29
R V1 (mV) 0.20 1.80 0.10 1.80 0.10 1.40 0.10 1.20 0.10 1.00
R V6 (mV) 0.60 2.30 0.80 2.50 0.80 2.60 0.90 2.50 0.70 2.30
S V1 (mV) 0.10 2.10 0.20 2.20 0.30 2.30 0.30 2.50 0.30 2.20
S V6 (mV) 0.00 0.70 0.00 0.60 0.00 0.40 0.00 0.40 0.00 0.40
T V1 (mV) -0.60 -0.10 -0.60 0.00 -0.50 0.20 -0.40 0.30 -0.40 0.30
T V6 (mV) 0.10 0.60 0.15 0.70 0.20 0.75 0.20 0.70 0.10 0.70
R/S V1 0.10 4.30 0.03 2.70 0.02 2.00 0.02 1.90 0.02 1.80
R/S V6 0.30 27.00 0.60 30.00 0.90 30.00 1.50 33.00 1.40 39.00
QTc (ms) 381 455 377 448 365 447 365 447 362 449

Min: minimum; Max: maximum; HR: heart rate; ms: milliseconds; mV: millivolts; bpm: beats per minute; QTc: corrected QT interval; SâP: P wave axis; SâQRS: axis of the QRS complexes. Adapted from: Samesima N et al. Brazilian Society of Cardiology Guidelines on the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports – 2022. 308

The following factors must be taken into account regarding ECG in the pediatric population: 451

  • The ECG must be interpreted according to the child's age. Younger children have a precordial pattern with right ventricular dominance; as they age, the waveform takes on the adult ECG pattern, with physiological left ventricular predominance.

  • In CHD, the ECG reflects any anatomic changes and their hemodynamic repercussions on the chambers of the heart.

  • Chest deformities, cardiac malposition, and/or changes in heart rhythm will hinder interpretation.

3.3.1. Resting ECG

In children and adolescents, certain resting ECG abnormalities are associated with pathological conditions, increased risk of complications during ET/CPET, and risk of sudden death ( Table 25 ). These abnormalities can interfere with the interpretation of exercise-induced changes.

Table 25. Resting ECG abnormalities in children and adolescents known to be associated with pathological conditions, increased risk of complications during ET/CPET, and risk of sudden death 64 , 462 .
ECG component Change Associations
P wave Enlargement, left atrial hypertrophy: negative portion of the P wave in lead V1 with depth ≥0.1 mV and duration ≥0.04 s. VHD; CHD.
Enlargement, right atrial hypertrophy: sharp P wave in leads II and III or V1 with amplitude ≥0.25 mV. VHD; CHD.
QRS complex Frontal plane axis deviation: right ≥120° or left −30° to −90°. CHD; DCM; intraventricular conduction disorders.
Increased amplitudes: R or S wave amplitude in limb leads ≥2 mV, S wave in lead V1 or V2 ≥3 mV, or R wave in lead V5 or V6 ≥3 mV. CHD; LVH; VHD.
Abnormal Q waves (duration ≥0.04 s or ≥25% of subsequent R wave height) or QS pattern in two or more leads. HCM; DCM; LVNC; myocarditis; history of IM.
Right or left bundle branch block with QRS duration ≥0,12 s. DCM; HCM; LVNC; sarcoidosis; myocarditis; CHD.
Epsilon wave (positive deflection at the end of QRS in leads V1 and V2). ARVC.
ST segment, T wave and QTc interval ST segment depression. CHD; HCM; DCM; LVNC; ARVC; myocarditis.
T wave inversion or flattening in two or more leads (lateral leads). HCM; DCM; LVNC; ARVC; myocarditis.
Prolongation of QTc (corrected for heart rate) >0.44 s in males and >0.46 s in females. Long QT syndrome.
Rhythm and conduction abnormalities Premature ventricular contractions or more serious ventricular arrhythmias. HCM; DCM; LVNC; ARVC myocarditis; sarcoidosis.
Supraventricular tachycardias, atrial flutter, or atrial fibrillation. Cardiomyopathy or electrical heart disease.
Short PR interval (<0.12 s) with or without delta wave. WPW; short PR syndrome.
Sinus bradycardia with resting heart rate ≤40 bpm. CHD; sinus node dysfunction; cardiomyopathy or electrical heart disease.
First-degree (PR interval ≥0.21 s), second-, or third-degree AV block. Cardiomyopathy or electrical heart disease; congenital atrioventricular block.

ARVC: arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy; MI: myocardial infarction; DCM: dilated cardiomyopathy; HCM: hypertrophic cardiomyopathy; LVNC: left ventricular noncompaction; CHD: congenital heart disease; VHD: valvular heart disease; WPW: Wolff-Parkinson-White syndrome; LVH: left ventricular hypertrophy; QTc: corrected QT interval.

The early repolarization pattern (ERP) is common in the pediatric population and must be interpreted in context: 454 , 455

  • The diffuse ascending pattern is common among the young, in those of European ethnicity, found equally in both sexes and has no apparent correlation with atrial or ventricular arrhythmias. 456

  • Pediatric athletes often present with a notched J-point and a rapidly ascending, concave ST segment, especially in the inferolateral leads. Other changes include resting sinus bradycardia, increased R wave voltage in precordial and peripheral leads, and an increased Sokolow-Lyon index. 457

  • In athletes aged ≥14 years, use of the Seattle criteria is recommended for improved diagnosis. 458460

Other causes of ERP include: juvenile T wave pattern; hypothermia or hyperthermia; hypocalcemia; hyperkalemia; pericardial disease (pericarditis, pericardial cyst, pericardial tumor); myocardial tumor (lipoma); hypertensive cardiomyopathy; myocardial ischemia; thymoma; arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy; Takotsubo cardiomyopathy; myocarditis; and Chagas disease. 458 , 459 , 461

3.3.2. Responses to Exercise and Recovery

In the healthy pediatric population, the ECG responses to ET/CPET (exercise and recovery) are generally different from those observed in adults, including in terms of criteria for diagnosis of ischemia; these differences will be presented below.

3.3.2.1. P Wave and PR Interval

On the resting ECG, P waves represent atrial depolarization and are best visualized in leads II and V1. Normal sinoatrial node conduction will result in a positive P wave in leads I, II, and aVF. The maximum amplitude of the P wave does not change significantly during childhood ( Table 24 ), and its duration is usually <100 ms. An amplitude >0.25 mV (2.5 mm) in lead II is considered abnormal at any age. 450 , 463465

In children, the amplitude and duration criteria for atrial hypertrophy should only be applied in sinus rhythm with a P wave axis between 0 and 90°. A P wave amplitude >0.25 mV (2.5 mm) suggests right atrial enlargement. A broad, notched (bifid) P wave (duration >110 ms) in lead II and/or a biphasic P wave in lead V1 with a terminal negative deflection >40 ms suggests left atrial enlargement. 466 , 467

P wave dispersion (Pdis, Pd or PWD) corresponds to the difference between the maximum and minimum duration values of the P waves in the ECG leads. Pdis and maximum P wave duration on the resting ECG are useful for evaluating the sinus impulse propagation pattern and intra- and interatrial conduction times, and has PPV for arrhythmias in children with CHD. 468 , 469

The PR interval varies with age range (see Table 24 ). Its lower limit is between 80 and 90 ms, and the upper limit, between 150 and 180 ms. Key changes in PRi duration:

  • Prolonged: generally associated with CHD, myocarditis, and hyperkalemia.

  • Short: associated with Wolff-Parkinson-White (WPW) syndrome and its pre-excitation variations, and glycogen storage diseases.

During ET, the following are generally observed:

  • Increased P wave amplitude. In apparently healthy children of both sexes aged 5 to 12 (mean age 10.3 years), the P wave amplitude at peak exertion can be as high as 2.57±0.76 mm (resting ECG: 1.84±0.48 mm; p<0.001). 470

  • Progressive decrease in PRi with increasing HR, due to accelerating propagation of potentials through the atria and atrioventricular node (sympathetic activation). At peak exertion, the PRi generally ranges from 100 to 140 ms. 177

  • During recovery, an increase in PRi duration is often observed, with a concomitant decrease in HR; this may be associated with sinus arrhythmia, short runs of junctional rhythm, and ectopic atrial rhythm.

Abnormal responses to ET:

  • Prolonged P wave duration, increased maximum P wave duration, and increased PDW on resting ECG have been described in association with ostium secundum atrial septal defect in otherwise healthy children, atrial hypertrophy, pulmonic stenosis, tetralogy of Fallot, Eisenmenger syndrome, status post Fontan procedure, interatrial block, chemotherapy-induced cardiomyopathy, arrhythmias, hypertension, and viral infections. 464 , 468 , 471475

  • Ectopic atrial rhythm (inverted P waves in leads II and/or aVF) on resting ECG usually returns to sinus rhythm with exertion/increasing HR. Persistence of ectopic atrial rhythm is generally observed in patients with CHD. 476 , 477

  • In children and adolescents with marked first-degree AV block (extremely prolonged PRi) on resting ECG and persistence of this abnormality as the test progresses, exercise intolerance, palpitations, and pre-syncope/syncope often occur; this is associated with atrioventricular dissociation and is diagnostic of the pseudo-pacemaker syndrome. 478 . 479

3.3.2.2. Q Wave

Q-wave behavior differs as the child grows. In newborns, it is normally absent or of small amplitude. Children aged 6 months to 3 years may have abnormal Q waves (in leads III and V6) of up to 0.6-0.8 mV. Q wave amplitude in the first months of life reaches peak around 3 to 5 years of age, with a subsequent decrease, but without normalizing. 450 , 463 , 480 , 481

In apparently healthy children between 8 and 16 years of age, Q waves in lead V6 can reach up to 0.23-0.5 mV. In adolescents, it is suggested that, instead of the Seattle Criteria, the International Criteria for pathological Q waves be adopted: 482 , 483

  • In the Seattle Criteria, pathological Q waves are defined as those >3 mm in depth or >40 ms in duration in two or more leads (excluding leads III and aVR). 460

  • In the International Criteria, pathological Q waves are defined as a Q/R ratio ≥0.25 or a Q wave ≥40 ms in duration in two or more leads (excluding III and aVR). 484

  • Adoption of the International Criteria led to an ≈84% reduction in false-positive ECGs due to pathological Q waves, as they reduce the effects of increased QRS complex voltage secondary to athletic training and/or low impedance in lean adolescents. 485 , 486

Particular features of the Q wave:

  • During pre-test evaluation, abnormal Q waves on a resting ECG suggest an accessory pathway to be confirmed. Isolated pathological Q waves in leads V1 and V2 are generally due to inadequate electrode placement. The finding of pathological Q waves in two or more contiguous leads may be associated with dilated cardiomyopathy, hypertrophic cardiomyopathy, left ventricular noncompaction, and past myocardial infarction (due to Kawasaki disease, anomalous origin of coronary arteries, etc.). 476 , 484 , 487 , 488

  • In a case-control study of 44 patients with Kawasaki disease (age 7.7±4.8 years), 22 patients underwent ET to investigate myocardial ischemia, of whom 50% exhibited ischemic changes (7 with abnormal Q waves) with significant CAD on coronary angiography. The coronary lesion severity score on SPECT was significantly higher in those with abnormal Q waves (51.0±38.8 versus 20.0±12.1, p<0.05). 489

3.3.2.3. R Wave and S Wave

In children >3 years of age (as in adults), normal ventricular activation is observed in the horizontal plane (precordial leads), with a dominant S wave in V1, similar R and S amplitudes in V2 and V3, and dominant R waves from V4 to V6. 490

In apparently healthy children, the amplitude of the R wave in leads in which it is normally prominent (V5 and V6) generally decreases by an average of 5 mm with exercise. However, the amplitude of the R wave may remain unchanged or even increase. 470 , 491 R wave amplitude responses appear to have no diagnostic significance, unlike in the adult population.

On the pediatric resting ECG, the finding of an R wave >25 mm in V6, a Q wave >5 mm in V6, and an S wave >20 mm in V1 suggests left ventricular hypertrophy.

During exertion, S-wave amplitude generally remains unchanged or increases slightly, while during recovery there is usually an increase. 470

Particular features of R and S waves in the pediatric population:

  • A study of 170 apparently healthy Black children aged 7 to 14 years (mean age 10.5 years; 56% female), designed to determine the pattern of ECG response to exertion, found that R wave amplitude decreased by 27±8 to 22±8mm (p<0.01) while S-wave amplitude increased from 6.9±4.4 to 7.8±5 mm (p<0.01). 491

  • A study of 46 adolescents (average age 16.1 years; all male) designed to evaluate the change in R wave amplitude in lead V5 during ET found that, in normotensive subjects, there was a progressive reduction in R wave amplitude (up to −3.8mm), while in hypertensive patients there was no such reduction (p<0.001). 492

  • A study of 55 adolescents (average age 15.9 years; 29 with HTN), designed to evaluate the effect of pharmacotherapy on the R wave amplitude response during ET, found that, after 16 weeks of antihypertensive treatment, the amplitude showed reduction and pattern similar to that observed in normotensive subjects. 493

  • QRS duration usually remains unchanged or decreases slightly during progressive exertion.

3.3.2.4. T Wave and U Wave

In childhood, the T wave pattern – particularly in the precordial leads – is different from that seen in adults, with a progressive change in the T wave axis with age. Persistence of a positive T wave in V1 or V3R beyond the first week of life usually occurs in right ventricular hypertrophy (RVH). The T wave generally remains inverted in V1 and V3R from age 12 to 16 years. 494 , 495

In early childhood, the T wave is often inverted in leads V2 and V3, progressing to positivity with advancing age. Only 5 to 10% of 8-to-12-year-olds have inverted T waves in V2. 496499 In V5 and V6, the T wave is generally positive in all age groups. 388 , 500

Presence of negative T waves (NTW), or T wave inversion, on resting ECG:

  • Is considered abnormal if seen in two or more contiguous leads (excluding V1, aVR, and III) and with a depth of ≥1 mm. In lateral leads (II, III, aVF, V4-V6), it is usually associated with hypertrophic cardiomyopathy and LV hypertrophy. 501503 In adolescent athletes, inverted T waves in lateral leads are also usually associated with hypertrophy and apical displacement of the papillary muscles, which can be considered normal. 504506

  • Asymmetric or biphasic inverted T waves without ST-segment depression in leads V1-V4 are relatively common in asymptomatic adolescents (age <16 years) and Black youth athletes. 484 , 496 , 501 , 507

  • NTW in anterior leads preceded by J-point elevation with ST-segment elevation are present in up to 25% of young Afro-Caribbean athletes and is considered particularly characteristic of "the Black athlete's heart". 501 , 508 , 509 However, the finding of ST-segment elevation without J-point elevation preceding inverted T waves may associate to cardiomyopathy. 508 , 510

  • NTW in inferior and anterior leads (from V1 to V3) followed by positive T waves in V5 (the T wave discontinuity phenomenon) are generally associated with arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy (ARVC). 511 , 512

Particular features of the T wave in ET:

  • In healthy children, T wave duration decreases progressively with increasing exertion. While the amplitude generally decreases during light exercise, it subsequently increases with progression of exertion, and may exceed the baseline amplitude at peak exertion (in V5, 4.8mm at rest to 7.3mm at V5). 177 , 470 , 491 , 500

  • ET is normally used to evaluate NTW behavior and associated exercise-induced arrhythmia, including in adolescent athletes. 462 , 484 , 504 , 513

  • In the pediatric population with NTW, asymptomatic and in the absence of heart disease, pseudonormalization of the T wave (positive T wave) is common, either complete (in all leads) or partial (in lateral leads). This is a generally benign phenomenon and is not associated with a risk of cardiac events. 514 , 515

  • In young athletes with NTW, development of ventricular tachycardia or increased density of exercise-induced ventricular ectopic beats is considered suggestive of arrhythmogenic cardiomyopathy. 516 , 517

  • In congenital long QT syndrome, T wave alternans may occur, with chronotropic incompetence, ventricular tachyarrhythmias, and paradoxical QTi behavior (increasing instead of decreasing). 6

3.3.2.5. ST Segment/ST Segment Depression

Exercise-induced ST segment changes have been used to identify myocardial ischemia in children, adolescents, and adults. In the pediatric population, the criteria for ischemia are different from those applied in adults, corresponding to ST-segment depression, horizontal or downsloping (>1 mm below baseline), measured at the Y point (at 60 ms after the J point). 7 , 11 , 177 , 300

In this population, two baseline definition criteria are used to measure ST segment depression ( Figure 3 ): 7 , 11

Figure 3. Isoelectric baseline definition methods for measuring ST segment changes. Regardless of the method used, the resulting baselines yield similar points for measuring/quantifying possible St-segment depression or elevation. * Point on which the measurement of depression or elevation should be based when using the PR isoelectric line method.

Figure 3

  1. PR method – the baseline (P-R isoelectric line) is superimposed on the P-R segment of the QRS complex to identify the J point.

  2. PQ-PQ method – the baseline is defined by connecting the P-Q points of at least three consecutive QRS complexes to identify the J point.

Exercise-induced isolated J-point depression (without ST depression) has no bearing in the diagnosis of ischemia. In the asymptomatic, apparently healthy pediatric population, J-point depression in relation to a PQ isoelectric line was observed in 9% of boys and 18% of girls, while by the PR isoelectric line method, it was seen in 2.3% of both sexes.

In the apparently healthy pediatric population, exercise-induced ST depression is considered a normal, non-ischemic finding ( Figure 4 ) under the following circumstances: 7 , 11 , 300

Figure 4. ST segment behavior and types of ST depression. ST-seg.: ST segment; ms: milliseconds. ST segment depression <1mm of any morphology, especially if there is early normalization (in the first minute of recovery), is considered a normal, non-ischemic finding. *Upsloping (J point depression followed by rapidly ascending depression of the ST segment and no depression at the Y point, measured at 60 ms from the J point) or slow ascending (decreased J point with the ST segment slowly ascending beyond the Y point) are considered normal and non-ischemic. **Horizontal or downsloping (ST segment depression >1mm measured at point Y) is considered abnormal and indicative of ischemia.

Figure 4

  • Morphology upsloping (J point depression followed by rapidly ascending depression of the ST segment and no depression at the Y point, measured at 60 ms from the J point) or slow ascending (decreased J point with the ST segment slowly ascending beyond the Y point).

  • Any morphology if <1 mm, especially if there is early normalization (in the 1stminute of recovery).

The following situations render interpretation of repolarization changes useless for diagnosis of ischemia: Wolff-Parkinson-White syndrome; variants of the pre-excitation syndromes; left bundle branch block; artificial ventricular pacemaker; ST segment depression >1mm on resting ECG; digitalis therapy; and unsatisfactory technical quality of the ECG tracing. 7

Particular features of ST-segment depression in the pediatric population:

  • Exercise-induced ST depression not associated with ischemia due to CAD may occur due to hyperventilation, fluid-electrolyte imbalance, anemia, pectus excavatum , and mitral valve prolapse. 177 , 286

  • In acquired aortic stenosis, exercise-induced ST-segment depression occurs in ≈83% of patients and is associated with LV systolic pressure, LV outflow gradient, and O2supply-demand imbalance. After surgical correction of severe aortic stenosis, exercise-induced ST-segment depression usually improves or disappears altogether. 434 , 518 , 519

  • Exercise-induced ST-segment depression is also common in congenital aortic stenosis. However, after Ross surgery there is no significant reduction in exercise-induced ST-segment depression. An increase in exercise-induced ST-segment depression has been observed after aortic valvuloplasty (surgical or balloon). 140

  • After Fontan procedure in hypoplastic left heart syndrome (HLHS), exercise-induced ST depression – which occurs in ≈48% of patients – is not associated with ventricular dysfunction, CAD, or anomalous origin of coronary arteries. 520

  • Exercise-induced ischemia in patients with HCM is associated with a higher risk of sudden cardiac death (RR: 3.32; 95% CI: 1.27-8.70) and a composite of all-cause mortality and/or transplantation (RR: 4.86; 95% CI: 1.69-13.99). 157

3.3.2.6. ST Segment Elevation

Exercise-induced ST-segment elevation is defined as an ST-segment elevation ≥1.0 mm (≥0.10 mV) at 60 ms after the J-point, occurring in two or more leads, regardless of the presence of a Q wave ( Figure 5 ). 1 , 7 , 521

Figure 5. ST-segment elevation patterns, including early repolarization. ST-seg.: ST segment; ms: milliseconds. * Exercise-induced ST-segment elevation (≥1.0 mm measured at 60 ms after the J-point). ** In the early repolarization pattern, ST-segment elevation should be measured 100 ms after the Jt point, and the pattern of elevation (upsloping, horizontal, or downsloping) should also be assessed.

Figure 5

In the pediatric population, exercise-induced ST-segment elevation is generally associated with: severe myocardial ischemia (usually transmural) in patients with Kawasaki disease, anomalous origin of coronary arteries, and after coronary reimplantation surgery, among others; coronary artery spasm due to vasospastic or Prinzmetal angina; left ventricular aneurysm; and peri-infarction ischemia. 521524

The following anatomic-topographic correspondences can be used when describing leads showing ischemic manifestations: 1 , 308

  1. V1, V2, V3 (likely anteroseptal wall).

  2. V1, V2, V3, and V4 (likely anterior wall).

  3. V3, V4, or V3-V5 (likely localized anterior wall).

  4. V4, V5, V6, lead I, and aVL (likely anterolateral wall).

  5. V1-V6, lead I, and aVL (likely extensive anterior wall).

  6. V5 and V6 (likely lateral wall).

  7. Lead I and aVL (likely high lateral wall).

  8. Lead II, III, and aVF (likely inferior wall).

Particular features of exercise-induced ST segment elevation: 1 , 7 , 521

  • On a resting ECG, the presence of ST segment elevation is generally associated with ERP, Brugada syndrome, myocarditis/pericarditis, and prior myocardial infarction (with pathological Q wave).

  • In ERP and Brugada syndrome, a reduction/disappearance of ST segment elevation is generally observed with exercise. 126 , 525 , 526

  • Exercise-induced ST segment elevation ≥0.3 mV (3 mm) in leads without Q waves mandates test cessation.

3.3.2.7. Early Repolarization

In most patients, early repolarization (ER) is an asymptomatic, benign ECG variant, with elevation of the J point and characteristic elevation of the ST segment. However, some patients exhibit clinical features and specific ER patterns on ECG that are associated with SCD, and thus constitute early repolarization syndrome (ERS). The early repolarization pattern (ERP) is seen in 1% to 13% of the general population. 527 , 528

Particular features of the resting ECG with ERP include: 529 , 530

  1. QRS complex duration <120 ms.

  2. Terminal QRS notching or slurring on the downstroke of a prominent R wave. If there is notching, it must be completely above the baseline. The point of J-wave onset (Jo) must also be above the baseline ( Figure 5 ).

  3. The peak of the J-point notch (Jp) must be ≥0.1 mV in two or more contiguous leads of ECG, except V1 through V3. 531

  4. Pediatric athletes often present with a notched J-point and a rapidly ascending, concave ST segment, especially in the inferolateral leads. Other changes include resting sinus bradycardia, increased R wave voltage in precordial and peripheral leads, and an increased Sokolow-Lyon index. 457

  5. In athletes aged ≥14 years, use of the Seattle criteria is recommended for improved diagnosis. 458460 , 484 , 501 , 532

In ERP, ST-segment elevation should be measured 100 ms after the Jt point (termination of the J-point notch). In addition to the magnitude of elevation, the pattern should be described: 454 , 455

  • "Early repolarization with upsloping ST segment", when the ST segment is ascending (inclined upwards) and followed by a vertical T wave.

  • "Early repolarization with horizontal or downsloping ST segment", when the ST segment is horizontal or descending (inclined downwards).

Behavior and significance of ERP in ET:

  • Common in adolescents. In this setting, usually reduces progressively with increasing exertion, and may disappear altogether at moderate loads. ERP with rapidly upsloping ST segment elevation in the anterolateral leads has been reported in athletes. 533

  • Persistent ERP, sustained ventricular arrhythmia, and/or unexplained syncope has been observed in ET after aborted sudden cardiac death. 534

  • Exercise-induced polymorphic VT is a marker of high risk for SCD. 527 , 535

  • In the general population, the ERP usually reappears progressively and slowly during recovery. 536 , 537

3.3.2.8. QT Interval

The QT interval (QTi) represents the total duration of ventricular electrical activity. It is measured from the start of the QRS complex to the end of the T wave. 538540

Assessment of QTi during exercise and recovery is beset with challenges in children and adolescents:

  • Accurate measurement of QTi is often hindered by irregular return of the terminal portion of the T wave to baseline.

  • At high HRs, fusion of the T and P waves is common, making the end of the T wave difficult to identify.

The increase in ventricular myocardial repolarization velocity associated with exertion is reflected in the progressive shortening of QTi until maximum exertion and linear widening of the interval during recovery. 541

Due to the variation of QTi with HR, correction of QTi for HR (QTc) by Bazett's formula is recommended:

QTc=QTiRR

*QT measured in milliseconds and distance between RR in seconds.

Table 24 presents QTc reference values for each pediatric age group.

The ideal formula for QTc adjustment in the setting of ET remains controversial. Interpretation of the QTc and comparison of its values with results published in the literature depend on the formula used for correction. 124 , 542544

In studies investigating repolarization changes (for example, in long QT syndromes, congenital heart defects, or new drug safety trials), Bazett's formula has limitations for HR <60 bpm or >90 bpm; in these situations, use of the Fridericia or Framingham formulas is recommended instead: 308 , 544546

QTc(Fridericia'sformula)=QT/RR3QTc(Framinghamformula)=QT+0.154(1-RR)

In children aged 1 to 15 years, a QTc >440 ms is considered borderline/upper limit of normal, while a QTc >460 ms is considered prolonged (irrespective of sex). QTc is considered short when its duration is <340 ms. 308 , 451

Assessment of QT behavior is important in the diagnosis of congenital long QT syndrome, in which QTc prolongation may occur during exercise and recovery alike.

Particular features of the QTi and QTc in the pediatric population:

  • During recovery, the QTi lengthens as HR decreases, by ≈15 ms for each 10-beat reduction in HR, returning to baseline (resting pattern) in approximately 4 to 5 minutes. 547

  • In children with borderline QTc/intermediate Schwartz score, ET allows risk stratification, selecting those who should undergo selective genetic testing. 57 , 547549

  • Absolute QTc ≥460ms during recovery or a paradoxical increase in QTc (ΔQTc = QTc recovery – QTc baseline, with value ≥30ms) can distinguish patients with LQT1 manifest vs. hidden. 542

  • In screening for LQTS in children, use of Bazett's formula is associated with a high number of false positives, especially if the HR is increased. In these cases, the Fridericia formula must be used instead. 544

3.3.3. Disorders of Atrioventricular Conduction, Intraventricular Conduction, and Impulse Formation in the Pediatric Population
3.3.3.1. Atrioventricular Conduction Disorders

In children and adolescents, first-degree atrioventricular (AV) block and type I second-degree (Mobitz I) AV block are generally manifestations of marked parasympathetic activity. They are common in highly trained adolescents and individuals with increased vagal tone. It is observed on resting ECG in 0.65 to 1.1% of children and up to 12% of apparently healthy adolescents. 550 , 551 These phenomena generally disappear with progressive exertion due to withdrawal of vagal activity and increased sympathetic activity. They are rarely triggered by exertion. 105

Type II second-degree AV block usually represents disease of the AV (infranodal) conduction system. Rarely, it is found in apparently healthy young athletes. It may be associated with bundle branch block and occur secondary to cardiac surgery. ET may be useful in identifying the anatomical level of AV blockade, as well as in risk stratification. 552 , 553

In the pediatric population, third-degree AV block (or complete heart block): 108 , 115 , 554 , 555

  • In congenital total atrioventricular block (CAVB), definitive PM is indicated: symptomatic; resting HR <55 bpm or <70 bpm when associated with structural heart disease. Table 28 presents the main causes of CAVB. 107 , 114

  • ET can be performed in individuals with congenital AV block if there are no comorbidities (congenital or otherwise) that would jeopardize patient safety.

  • ET is used to document symptoms, assess increased ventricular escape response, ascertain whether ectopy is present, and assess the hemodynamic repercussions of the block.

  • Many patients may exhibit normal functional capacity.

  • VO2max and HRmax prediction equations should not be used.

  • There is considerable variability in the escape HR that can be generated by the ventricular pacemaker (usually between 50 and 145 bpm).

  • The natural history of congenital complete heart block consists of a progressive decline in ventricular rates throughout life. On resting ECG, between the ages of 6 and 10 years, the average HR is 50 bpm; between 16 and 20 years, 45 bpm; and over age 40 years, 38 bpm.

  • Fatigue, dyspnea, dizziness, and exercise-induced ventricular ectopy accounted for 26.5% of pacemaker placements. 556

  • Exercise-induced ventricular ectopy is common (50-70% of patients) and is associated with an increased risk of sudden death.

  • In patients with complete heart block and severe cardiac structural abnormalities, sudden death is generally associated with complex ventricular arrhythmia. Complete heart block located within the His-Purkinje system carries a worse prognosis. 116 , 557 , 558

Table 28. Etiology of bradyarrhythmias in the pediatric population 575 , 578 , 583585 .
Sinus/Junctional bradycardia
Origin Causes
Adaptive Highly trained athletes and individuals with increased vagal tone.
Respiratory Hypoxia; apnea/bradycardia of prematurity.
Cardiac Sinus node dysfunction (hereditary or secondary); CHD; atrial septal defect; after cardiac surgery/transcatheter repair.
Genetics Progressive hereditary cardiac conduction disorders: SCN5A, TBX5, SCN1B-LOF, CASQ2, HCN4, etc.
Neurocardiogenic Increased vagal tone; Bezold-Jarisch reflex; situational (cough, breath-holding attacks, sleep, etc.); esophageal, nasopharyngeal, peritoneal, or rectal stimulation.
Neurological Increased intracranial pressure; Chiari malformation.
Psychiatric Anorexia nervosa.
Endocrine Hypothyroidism.
Pharmacological Beta-blockers; alpha-2 agonists; fentanyl; phenylephrine; methoxamine.
Miscellaneous Hypothermia. Hypoglycemia. Electrolyte abnormalities: hypo/hyperkalemia; hypo/hypercalcemia; hypomagnesemia.
Third-degree AV block / Complete heart block
Origin Causes
Cardiac Congenital; CHD; genetic disorders; long QT syndrome; transposition of the great arteries; cardiac surgery; coronary artery disease.
Immune Maternal connective tissue disease; systemic lupus erythematosus; Sjögren's syndrome.
Infectious Myocarditis; endocarditis; Lyme disease; Chagas disease; diphtheria; rubella; mumps; trichinosis; Rocky Mountain spotted fever; HIV/AIDS; acute rheumatic fever.
Metabolic Kearns-Sayre syndrome; carnitine deficiency; glycogen storage diseases.
Miscellaneous Muscular dystrophy; eosinophilic cardiomyopathy; idiopathic.
3.3.3.2. Intraventricular Conduction Disorders

Intraventricular conduction disorders may be associated with systemic disease or underlying heart disease.

Right bundle branch block (RBBB) is common in apparently healthy children (between the ages of 6 and 17), with an incidence ranging from 0.16% to 2.9%, and is most common in females. RBBB can also occur in Ebstein's anomaly (prevalence 80-95%), ostium secundum ASD (prevalence ≈90-100%), arrhythmogenic RV dysplasia, and after surgery to correct ToF (≈11%) or VSD (≈6%). RBBB with left anterior fascicular block (LAFB) occurs mainly in CHD with endocardial cushion defects. RBBB on the baseline ECG invalidates the interpretation of ST changes on exertion, but only in leads V1 to V3. 1 , 7 , 279 , 370 , 553

Left bundle branch block (LBBB) on resting ECG must be distinguished from Wolff-Parkinson-White syndrome (right free wall accessory pathway). As an isolated finding, LBBB in adolescents is rare and may be associated with progressive disease of the intraventricular conduction system, with or without cardiomyopathy. It can also occur after left ventricular outflow tract surgery. LBBB on baseline ECG poses a challenge for the analysis of ST segment findings as indicative of myocardial ischemia, thus reducing the specificity and accuracy of ET. 7 , 149 , 388 , 559

Exercise-induced intraventricular conduction disorders, characterized by right bundle branch block or left bundle branch block, rarely occurs in the pediatric population. These phenomena can be observed both in apparently healthy children and in those with structural heart disease. 177

3.3.3.3. Disorders of Impulse Formation

Development of abnormal heart rhythms during ET is common in pediatric patients with and without CVD. These arrhythmias are often isolated, transient, episodic, and asymptomatic. Their classification in terms of morphology, interrelations, and density is similar to that employed in adults, as described in the Brazilian Guideline for Exercise Testing in the Adult Population – 2024. 1 , 149 , 278 , 280

Key markers for risk of development of exercise-induced arrhythmias include: severe LV dysfunction; artificial pacemaker; history of arrhythmia or rhythm disorder; non-sinus baseline rhythm; CHD; and CHD correction surgery. 105 , 560 , 561 One study found that 28% of pediatric patients undergoing ET developed abnormal heart rhythms, of which 3% were clinically important (ventricular tachycardia, supraventricular tachycardia, second-degree AV block, atrial fibrillation, etc.); this occurrence was associated with severe LV dysfunction and past history of arrhythmia. 105

3.3.3.3.1. Ventricular Arrhythmias

In the pediatric population, isolated monomorphic premature ventricular contractions (PVCs) occur with a frequency of 0.3 to 2.2% on resting ECG. In asymptomatic children with no underlying heart disease, a normal ECG, and no family history of sudden cardiac death, this arrhythmia is almost always benign. PVCs tend to disappear as the child grows. 562565

ET is indicated for the assessment of ventricular arrhythmias in children and adolescents with:

  • PVCs (isolated or paired) identified on an ECG performed during medical consultation.

  • Palpitation, tachycardia, syncope, seizures, or dizziness during sports or other physical activities.

  • Suspected channelopathies, anomalous pathway, or catecholaminergic ventricular tachycardia.

ET provides useful information regarding the behavior and risk of PVCs. These are considered benign when their density is reduced (or they are suppressed altogether) with exertion, as a result of sinus tachycardia. 279 , 390 , 566 , 567

Apparently healthy children occasionally present with rare isolated exercise-induced PVCs, which could be considered benign. However, the occurrence of frequent, polymorphic, or complex ventricular ectopic beats (ventricular doublets and nonsustained ventricular tachycardia) suggests ventricular electrical instability.

Ventricular tachycardia (VT) is rare in the pediatric population. When present, it is generally associated with structural heart disease (particularly in left ventricular hypertrophy), hereditary conditions (catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia), or electrical disturbances (long QT syndrome), although it may be idiopathic (in apparently healthy young people).

Malignant ventricular arrhythmias generally occur early during exercise, due to electrical excitation triggered by sympathetic activity. In these cases, there is an increased risk of hemodynamically unstable tachyarrhythmias and SCD.

3.3.3.3.2. Supraventricular Arrhythmias

Isolated premature atrial contractions on resting ECG are usually benign and disappear with exertion. 568 Isolated supraventricular extrasystoles (SVES) occur in ≈2% of apparently healthy children and in ≈4% of children with structural heart disease. 569

Asymptomatic patients with isolated exercise-induced SVES generally have a good prognosis. 568 However, exercise-induced premature atrial contractions in children with a history of syncope or unexplained tachycardia require closer investigation, as they may trigger an episode of supraventricular tachycardia.

The incidence of paroxysmal supraventricular tachycardia (PSVT) in children is 0.1 to 0.4%. The most common presentations, according to age, are described in Table 26 .

Table 26. Prevalence of PSVT in children and adolescents according to age 570 .
Type >1 to <10 years 10 to 18 years >18 years
Anomalous pathway 60-65% 50-60% 40-50%
Nodal reentry 15-20% 20-50% 50-70%
Atrial ectopic 4-6% 3-4% 3%

In children, exercise-induced PSVT (EI-PSVT) is rare, generally associated with reentry via ventricular conduction within the AV node or via extranodal accessory pathways (ventricular pre-excitation, WPW syndrome). In symptomatic children and adolescents, PSVT occurs in 12% of ETs. 569

Proper diagnosis of EI-PSVT on a background of elevated HR is challenging due to the difficulty in identifying changes in P waves, even with normal QRS complexes ( Table 27 and Figure 6 ). In the pediatric population, the initial presentation of PSVT it is associated with the unexpected and abrupt increase in HR and/or other inadequate HR responses with changes in the exercise load.

Table 27. Electrocardiographic characteristics of sinus and supraventricular tachycardias in the pediatric population 570 , 571 .
Type P wave behavior PR>RP’ HR (bpm) AV block Type Age at onset Particular features
Sinus tachycardia Sinus >HRmax predicted for age No NP Any HRmax reference values in Table 24 .
IST Sinus pattern >100 No P or PE >15 years Chief complaint of palpitations; associated with anxiety, dizziness, pre-syncope, and syncope.
Focal atrial tachycardia / EAT Inverted and notched P wave in V1 with P wave duration >90 ms No Atrial rate >150% predicted mean HR Yes I ≈7 years May progress to tachycardiomyopathy, which is generally reversible with control of the arrhythmia. 572 , 573
Multifocal atrial tachycardia Various morphologies >100 No P Any Presence of at least 3 P wave morphologies and 3 different PR intervals.
Junctional tachycardia * May present with no visible P waves (within or after the QRS) >100 No P or I ≈1 year Rarely congenital; is in patients with no history of cardiac surgery, can be treatment-refractory, with high morbidity and mortality rates. Occurs in up to 5% of patients after cardiac surgery. 574
SANRT Sinus pattern No 170-300 Yes P Any
AAVRT Not visible Yes 170-200 No P >6 years Resting ECG usually shows delta wave. QRS during tachycardia is widened, aberrant, and may mimic ventricular tachycardia.
Orthodromic atrioventricular reentry Diverse morphology depending on the location of the accessory pathway Yes 220-360 No P <3 months or >6 years QRS of tachycardia is usually narrow and the P wave is retrograde.
PJRT Negative in inferior leads No <170 No I ≈6 years
Intra-atrial reentrant Flutter-like 160-220 Yes I ≈12 years

SANRT: sinoatrial nodal reentrant tachycardia; AAVRT: antidromic atrioventricular reentrant tachycardia; PJRT: permanent junctional reciprocating tachycardia; EAT: ectopic atrial tachycardia; NP: non-paroxysmal (accelerates and ends gradually); P: paroxysmal; I: incessant; PE: persistent.

*

Also known as junctional ectopic tachycardia (JET).

Figure 6. Diagnosis of non-sinus rhythm tachycardias in the pediatric population. 570 , 571 Tachyc.: tachycardia; Multif.: multifocal; Inap: inappropriate; AVNRT: atrioventricular nodal reentry tachycardia; AV: atrioventricular; PJRT: permanent junctional reciprocating tachycardia; SANRT: sinoatrial nodal reentrant tachycardia.

Figure 6

Atrial flutter and atrial fibrillation are relatively common in children with cardiomyopathies and CHD. Atrial flutter can be conducted to the ventricles at a 1:1 ratio (ventricular rate >300 bpm) or a 2:1 ratio (rate 150-200 bpm). Atypical atrial flutter (with slower, rounded, lower-voltage P waves separated by an isoelectric line) is a potentially lethal arrhythmia, generally present only in complex heart diseases.

Exercise-induced AF is uncommon in children; it can occur paroxysmally and asymptomatically in patients with heart disease.

3.3.3.3.3. Bradyarrhythmias and Sinus Node Dysfunction

Bradyarrhythmia in the pediatric population is defined as a HR below the lower limit of normal for age (see Table 24 ). It commonly manifests as sinus bradycardia, junctional (escape) rhythm, or AV block (second-degree, advanced/high-grade, or complete). 370 , 575578

About 15-25% of healthy, asymptomatic children may present with sinus arrhythmia, ectopic atrial rhythm, multifocal atrial rhythm, and junctional rhythm. Junctional rhythm is common in children and adolescents with increased vagal tone, occurring in ≈45% of children aged 7-10 years, ≈13% of boys aged 10-13 years (during sleep), and ≈20% of adolescent athletes. 579

Sinus node dysfunction (SND) is characterized by the spectrum of electrocardiographic and electrophysiological disorders involving the sinoatrial node and its connections with one or more of the following ECG changes: sinus bradycardia, junctional bradycardia, sinus arrest or pause, sinoatrial block, substitution rhythms etc. Children with SND may be completely asymptomatic or may experience weakness, pallor, presyncope/syncope, or HF. Symptomatic SND typically requires pacemaker implantation. 576 , 580582

The main causes of bradyarrhythmias in the pediatric population are given in Table 28 . In the pediatric population, bradyarrhythmias can trigger chest pain (including typical chest pain), fatigue, dyspnea, exercise intolerance, palpitations, dizziness, syncope, and HF during exertion. 577 , 578 , 582

Markers of high risk of morbidity and mortality in the pediatric population with bradyarrhythmias: 576 , 578 , 582

  • History of heart murmur or CHD.

  • Syncope, especially if triggered by exertion, loud noises (startle), fear, or extreme emotional stress.

  • Presyncope or syncope without premonitory symptoms or precipitating factors.

  • Chest pain, palpitations, or dyspnea.

  • Family history of SCD, long QT syndrome, sensorineural hearing loss, and pacemaker implantation.

  • Taking medications that may cause bradycardia.

Particular features of ET/CPET in bradyarrhythmias and SND in the pediatric population:

  • Provides information about the ability of the sinus node and AV node to respond to increased adrenergic activity in response to exertion. 43

  • Allows assessment of exercise-induced symptoms, the chronotropic response to exertion, associated arrhythmias, cardiorespiratory fitness, and risk stratification. 43 , 404 , 586

  • In patients with resting bradycardia, the finding of a normal chronotropic response helps rule out SND.

  • Patients with complex CHD generally present with comorbid SND, chronotropic incompetence, and impaired CRF. 189 , 587 , 588

  • Patients with ASD generally present with chronotropic incompetence after transcatheter or surgical repair. 589 , 590

  • After ToF repair, chronotropic incompetence and severe sinus node dysfunction are common, occurring in ≈4% of patients. 591

  • After Fontain procedure, chronotropic incompetence occurs in up to 62% of patients and contributes to impaired CRF. 592 , 593

3.4. Indirect Metabolic Assessment

3.4.1. VO2/Cardiorespiratory Fitness/Functional Classification

In ET, the indirect determination (estimate) of oxygen consumption (VO2) is considered the main metabolic assessment of effort. VO2is one of the main parameters of CHD severity, being relevant for risk stratification and prognosis. It is recommended to present VO2results in mL/kg/min (mL.kg-1.min-1is also acceptable). It can also be expressed through the metabolic equivalent of task - MET. Each 1 MET corresponds to 3.5 mL/kg/min of VO2. 1

Maximum oxygen consumption (VO2max) expresses the greatest amount of oxygen extracted from the air inspired during the performance of ET considered maximal effort (examples: signs or symptoms of physical exhaustion; inability to continue the effort, etc.). In ET that do not have the characteristics of a maximum effort, the VO2obtained must be called VO2peak. 1

Up to 12 years of age, there are no significant sex differences in VO2peak. After this age, male adolescents can reach VO2values up to 25-30% higher than those achieved by females. 22

Cardiorespiratory fitness (CRF)/functional classification by ET/CPET involves stratification of physical performance based on oxygen consumption, or uptake (estimated by ET; measured directly by CPET). Maximal oxygen consumption (VO2max) expresses the highest amount of oxygen extracted from inspired air during dynamic exercise involving a large muscle mass.

To obtain the predicted VO2max, we suggest using reference tables specific for the pediatric age group (children and adolescents), based on sex, age and BMI. The use of specific reference tables in CHD and/or lung disease is also useful, and contributes to risk stratification in these conditions ( Appendix 4 ).

If equations are needed to estimate predicted VO2max in the pediatric population, the following are recommended:

  1. For cycle ergometer, step protocol: 594

    • Males: predicted VO2max = weight × (50.75 – 0.372 × age)

    • Females: predicted VO2max = (weight + 43) × (22.78 – 0.17 × age)

    Where: age is in years; height, in centimeters; weight, in kg. When the actual weight is greater than predicted for age and sex, the predicted weight should be used in the equations: predicted weight for sex: males = (0.79 × height) – 60.7; females = (0.65 × height) – 42.8.

  2. For treadmill, incremental protocol: 594

    predicted VO2max = (0.046 × height) – (0.021 × age) – (0.62 × sex) – 4.31

    Where: male = 0 and female = 1; age is in years; height, in centimeters.

  3. For cycle ergometer, ramp protocol: Healthy children and adolescents aged 12 to 17 years: 595 , 596

    • Males: predicted VO2max = (−0.297 × height2) + (105.9 × height) + (36.6 × body mass) – 8,660

    • Females: predicted VO2max = (−0.24 × height2) + (86.8 × height) + (14.7 × body mass) – 6,424

    Where: height is in centimeters and body mass in kilograms. If BMI is ≤ the 85thpercentile for age, use actual body mass. If BMI is > the 85thpercentile for age, use corrected body mass by estimating the body mass value corresponding to the 85thpercentile for age.

Due to the great heterogeneity of the pediatric population, including across countries, it has not yet been possible to establish a unified classification of normality for VO2and cardiorespiratory fitness. 595

In children with cardiomyopathy, CHD, HF, and VHD, a pre-test evaluation with one of the following scales is suggested to determine their functional status according to age group: modified Ross (children <6 years old) or NYHA (children >6 years old) – see Table 29 .

Table 29. Functional classifications based on clinical manifestations, by age group 379 , 793 .
Class Modified Ross (for children aged <6 years) NYHA (for children aged >6 years)
I No limitations or symptoms. No limitations on physical activity.
II Infants: mild tachypnea or sweating when feeding. Older children: dyspnea on exertion. May experience fatigue, palpitations, dyspnea, or angina on moderate exertion, but not at rest.
III Infants: tachypnea or profuse sweating when feeding Prolonged feeding times, failure to thrive. Older children: marked dyspnea on exertion. Symptoms with minimal exertion. Marked limitation of physical activity.
IV Symptoms such as tachypnea, retractions, grunting or sweating at rest. Unable to perform any physical activity because of HF symptoms at rest, which worsen with even minimal exertion.

NYHA: New York Heart Association; HF: heart failure.

Table 30 presents a proposal for a national classification of cardiorespiratory fitness by VO2max and sex for Brazilian population aged 10 to 14 years. 597 Table 31 describes the behavior of cardiorespiratory fitness in the most common CHD and cardiomyopathies in the pediatric population.

Table 30. Classification of cardiorespiratory fitness by VO2(mL/kg/min) measured directly in CPET for children aged 10 to 14 years.
Females Males
Very poor <33.0 <38.7
Poor 33.0-36.4 38.7-43.3
Fair 36.5-38.7 43.4-47.9
Good 38.8-42.4 48.0-52.2
Excellent 42.5 52.3

Adapted from: Rodrigues AN et al. Maximum oxygen uptake in adolescents as measured by cardiopulmonary exercise testing: a classification proposal. 597

Table 31. Cardiorespiratory fitness in children and adolescents with common congenital heart diseases and cardiomyopathies 10 , 79 , 80 , 95 .
Congenital heart disease/Cardiomyopathy Cardiorespiratory fitness
ASD or VSD, small and unrepaired Normal.
Large ASD, unrepaired Slightly reduced.
ASD or VSD, repaired Normal or slightly reduced.
ASD or VSD, large and repaired Normal or slightly reduced.
Left ventricular outflow tract obstruction Normal, except in severe cases.
ToF, repaired Slightly to moderately reduced.
TGA, arterial switch Normal or slightly reduced.
TGA, atrial switch Moderately reduced.
PDA with PAH Moderately to markedly reduced.
Eisenmenger syndrome Markedly reduced.
Univentricular heart Moderately to markedly reduced.
Status post Fontan procedure Moderately to markedly reduced.
Congenital complete AV block May be normal, or mildly to moderately reduced.
HCM Mildly to markedly reduced.
Moderate to severe congenital AS Mildly to markedly reduced.
Bicuspid aortic valve * Mildly to markedly reduced.
Mitral valve prolapse May be normal, or mildly to moderately reduced.

ASD: atrial septal defect; VSD: ventricular septal defect; ToF: tetralogy of Fallot; TGA: transposition of the great arteries; PDA: patent ductus arteriosus; PAH: pulmonary artery hypertension; HCM: hypertrophic cardiomyopathy; AV: atrioventricular; AS: aortic stenosis.

*

With moderate/severe AS and associated aortic insufficiency or coarctation of the aorta.

4. Test Cessation Criteria (Clinical, Hemodynamic, and Electrocardiographic)

The main test cessation criteria for the pediatric population are given in Table 32 . 7 , 11 , 176 , 177 Test cessation may also be justified in other situations not described herein, but considered to pose a risk of serious complications; any such intercurrent events should be described in detail in the test report.

Table 32. ET/CPET cessation criteria for the pediatric population 7 , 11 , 176 , 177 .

Parameter Criteria
Test objective met The diagnostic findings have been established and continued exercise will not provide additional relevant information. 7
Symptoms * The following signs and symptoms indicate that continued exertion may be detrimental to the patient's welfare:
  • Physical exhaustion.

  • Lower-limb muscle pain and/or exhaustion.

  • Lower-limb claudication (limiting), ataxia.

  • Persistent (limiting) vertigo, nausea, presyncope, syncope.

  • Increasing chest discomfort or chest pain with increasing work load (limiting), typical angina (moderate to severe).

  • Early dyspnea disproportionate to the intensity of exertion.

  • Intolerable feeling of tachycardia.

Physical examination/cardiovascular and respiratory variables
  • Pallor (skin and mucous membranes), diaphoresis (profuse, disproportionate sweating), poor peripheral perfusion.

  • Tachypnea (disproportionate to exertion), bronchospasm, bilateral basal crackles.

  • Progressive, persistent decline in systolic blood pressure with increasing load. **

  • Marked elevation of SBP (≥250 mmHg). 7 , 200 , 418 ***

  • Elevation of DBP ≥125 mmHg. ***

  • Symptomatic desaturation (a decline of at least 10 percentage points in relation to resting saturation) or SpO2<85% regardless of symptoms.

ECG findings
  • ST segment changes: depression (horizontal and downsloping) or elevation ≥0.3 mV (3.0 mm).

  • Nonsustained supraventricular tachycardia, symptomatic or with hemodynamic repercussions.

  • Sustained supraventricular tachycardia (≥30 seconds) even if asymptomatic or with no hemodynamic repercussions.

  • Exercise-induced paroxysmal atrial fibrillation or flutter.

  • Increased density and complexity of ventricular arrhythmias as the test progresses.

  • Nonsustained ventricular tachycardia (≥3 beats/<30 seconds) or any episode of polymorphic NSVT.

  • Sustained ventricular tachycardia (≥30 seconds).

  • Ventricular fibrillation.

  • 2ndor 3rddegree AV block.

  • QTc prolongation >500 ms.

  • Exercise-induced bundle branch block which cannot be distinguished from ventricular tachycardia.

  • Patients with ICDs (terminate test at 10 bpm below the defibrillator firing threshold).

  • Persistent drop in HR with increasing load, especially in the presence of symptoms of low cardiac output.

Other
  • At the patient's request, regardless of the occurrence of any abnormal findings.

  • Failure or malfunction of the ECG monitoring/recording system.

  • Failure to adapt to and/or coordinate with the chosen ergometer.

SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure; HR: heart rate; ICD: implantable cardioverter/defibrillator; SpO2: oxygen saturation by fingertip oximetry.

*

Children, especially between the ages of 3 and 7, may have limited capacity (associated with the degree of cognitive development) to assess peripheral sensory changes resulting from exertion, the intensity of perceived exertion, and associated symptoms.

**

SBP drops during exercise with values below resting SBP or initial rise in SBP followed by a drop in SBP ≥20 mmHg.

***

In apparently healthy children and adolescents experiencing no complications or symptoms during exertion. In children and adolescents with heart disease (including CHD), special attention to hemodynamic repercussions and symptoms is warranted, especially if SBP exceeds 200 mmHg or DBP exceeds 110mmHg.

5. ET Reporting

ET reports for children and adolescents must follow the exact same structure and minimum requirements recommended for adults, as given in the Brazilian Guideline for Exercise Testing in the Adult Population – 2024: 1

  1. Description of general ET data.

  2. Observed, measured, and recorded data.

  3. Descriptive report of the ET.

  4. Conclusions.

  5. ECG recordings.

Additionally, the following practices are recommended:

  • Do not use pre- and post-test risk scores designed for the adult population in pediatric patients; these scores have not been validated and cannot be extrapolated to the pediatric population.

  • Make note of any adjustments made to the ET protocol, test cessation criteria, and test variables due to patient characteristics such as underlying diseases, age, sex, BMI, body surface area, current medications, etc.

  • Preferably, present reference ranges or values for all measured variables.

  • When relevant and available, comment on any findings in relation to the patient's underlying diseases, including prognostic impact and risk.

  • In case of serial ETs, comment on the progression of test findings over time if possible.

6. CPET in Children and Adolescents

6.1. Metabolic, Ventilatory, and Gas-exchange Responses in Children and Adolescents

6.1.1. Cell Metabolism, and Physiological and Hormonal Responses to Exercise

Children and adolescents have metabolic responses to exercise that are different from those observed in adults. Adenosine triphosphate (ATP) and phosphocreatine reserves are unrelated to age. Muscle glycogen levels at rest are lower in children, reaching adult levels by adolescence. 598 , 599

Compared to adults, children have a smaller muscle mass, with differences in utilization of energy sources and metabolic/hormonal adaptations, such as a greater dependence on fat oxidation, resulting in greater mobilization of free fatty acids. The release of glycerol and increase in growth hormone in pre-adolescent children corroborate these findings. 600 , 601

The immaturity of anaerobic metabolism (reduced glycolytic activity) in children is due to: 598 , 599 , 602

  • Differences in skeletal muscle fiber types, with a greater proportion of slow-twitch (type I) fibers than in untrained adults.

  • Anaerobic lactic pathway for ATP resynthesis is generally reduced in young individuals during high-intensity exercise.

  • In prepubertal children, there is reduced activity of the enzymes phosphofructokinase-1 and lactate dehydrogenase, with limited production of muscle lactate compared to adults.

Therefore, children and adolescents adapt well to prolonged, moderate-to-intense exercise, showing rapid recovery after exertion. 603 , 604

In children, hormonal adaptations in energy expenditure during prolonged exercise are associated with a smaller reduction in insulin levels and an increase in catecholamines and glucagon. This response corresponds to less effective regulation of blood glucose levels and a greater risk of hypoglycemia. 598 , 605 , 606

The pubertal growth spurt is characterized by release of hormones (i.e. somatotropin, insulin-like growth factors, and sex steroids) responsible for changes in body composition and an increase in lean body mass, resulting in improved fitness and physical performance, particularly for anaerobic exercise. 599 , 607609

6.1.2. Pulmonary Ventilation, Expired Gas Analysis, Spirometry, and Derived Variables

The key CPET variables (metabolism, pulmonary ventilation, expired air gases, spirometry) and derived variables in the pediatric population, as well as their respective units and interpretations, are given in Table 33 . The differences in behavior, or response, of these variables to exercise between children and adults are described in Table 34 . 11 , 176 , 179 , 610

Table 33. Key CPET variables and their respective interpretations 11 , 176 , 179 , 610 , 611 .
CPET parameter Acronym/abbreviation Unit of measure Interpretation
Oxygen consumption VO2 mL/kg/min Defined as the volume of O2extracted from the air inspired over a given period of time. Can be obtained by the Fick equation ( Figure 1 ).
Predicted maximum oxygen consumption VO2max predicted mL/kg/min We suggest the use of predicted VO2max tables which have been compiled for each age group and sex, both in the apparently healthy population and in subjects with heart disease ( Appendix 4 ).
Peak oxygen consumption VO2peak mL/kg/min Peak VO2level measured during an incremental exercise test. Can be expressed as % of predicted VO2max for age and sex. Values >20 mL/kg/min are considered normal. Values >80% of predicted denote adequate cardiorespiratory fitness.
Maximal oxygen consumption VO2max mL/kg/min Plateau VO2reached despite increasing intensity of exertion (maximum effort). Can be expressed as % of predicted VO2max.
First ventilatory threshold or anaerobic threshold VT1/AT mL/kg/min or %VO2max predicted VT1 corresponds to the value of VO2above which energy production relies increasingly on anaerobic metabolism. Can be expressed as % of predicted VO2max (normally occurs at >40% of VO2peak). Represents the point from which a disproportionate increase in VE and VCO2in relation to VO2occurs.
Minute ventilation VE L/min Ventilation (based on tidal volume and respiratory frequency) during exertion. In healthy individuals, VE value is more than enough to maintain PaCO2under any workload. In heart failure, lung perfusion is altered and VE increases, which correlates with poor prognosis.
Ventilatory equivalent for oxygen VE/VO2 - Ventilatory equivalent of oxygen: the number of liters of air breathed for each 1 liter of O2absorbed.
Ventilatory equivalent for carbon dioxide VE/VCO2 - Ventilatory equivalent of carbon dioxide: the number of liters of air breathed to dispose of 1 liter of CO2. Normal values are generally <30.
Ventilatory efficiency (ventilation/CO2production) VE/VCO2slope - During normal incremental exercise testing, VE correlates linearly with VCO2. The VE/VCO2slope in normal individuals is approximately 25 to 30. Also known as ventilatory efficiency, this parameter is increased in heart failure, pulmonary artery hypertension, and/or intrinsic lung diseases, and correlates with prognosis.
Oxygen uptake efficiency slope OUES L/min Logarithmic relationship between VO2and VE during incremental exercise (VO2= a log10 VE + b, where a = OUES). The steeper the slope, the better the ventilatory efficiency. OUES depends on age and body surface area. It is best expressed as a function of body surface area or body weight/mass. An OUES/BSA ≥1,200 or OUES ≥35/body weight (kg) correlates with VO2peak >80% of predicted. OUES is decreased significantly in children with CHD and pulmonary vascular disease.
Oxygen pulse OP or O2pulse mL/kg/min/bpm Obtained by dividing the VO2by the heart rate (VO2/HR). It reflects the amount of O2transported with each cardiac systole and is directly related to stroke volume, allowing assessment of LV function. The normal absolute O2pulse value is >80%.
Respiratory quotient RQ - Also known as the respiratory exchange ratio (RER), this is the ratio between VCO2and VO2. It allows identification of exercise intensity and of which macronutrient is being consumed to generate energy: the RQ is generally >1.1 during a maximal exercise test.
Pulse oximetry SpO2 % Must remain >95% throughout the exercise test. A decline in oxyhemoglobin levels <90% indicates impaired ability to adequately increase alveolar-pulmonary capillary oxygen transfer in response to exertion. A decrease ≥4% is known as desaturation, and occurs more commonly in patients with impaired pulmonary diffusion. Other lung abnormalities, such as right-to-left shunts or ventilation-perfusion mismatch, can also result in exertional desaturation.
Work rate to oxygen consumption ratio ΔVO2/ΔWR mL/min/W Reflects the capacity of the muscles to extract O2and generate ATP. A decline <10 mL/min/W on exertion or sharp flattening of the ΔVO2/ΔWR curve at a particular point during exercise suggests impaired O2transport (myocardial ischemia or ventricular dysfunction).
End-expiratory partial pressure of carbon dioxide PETCO2 mmHg Derived from measurement of FECO2, this parameter reflects the alveolar and arterial partial pressure of carbon dioxide (PaCO2). PETCO2measured at VT1 correlates with cardiac output and, in patients with chronic HF, reflects disease severity. During exertion, PETCO2increases by 3 to 8 mm and subsequently decreases slightly until maximum exertion. In the absence of lung disease, PETCO2ranges from 36 to 42 mmHg. Lower values are indicative ventilation/perfusion mismatch, reflecting the severity of cardiac or pulmonary disease and portending a worse prognosis. PETCO2<36 mmHg is found in CHD with right-to-left shunting, tachypneic ventilatory patterns, and in HF with a blunted cardiac output response to exercise.
Maximal voluntary ventilation MVV L/min MVV is the maximum volume of air at rest mobilized during voluntary exertion in 1 minute. It can also be calculated as follows: in females = FEV1 × 35; in males = FEV1 × 40.
Ventilatory Reserve VR - Reflects the relationship of MVV at rest to maximal VE during exercise. Values <30% suggest limited ventilatory capacity, and are useful in the differential diagnosis of dyspnea associated with HF and chronic respiratory diseases. Healthy children have a VR of at least 11 L/min or 20% to 40% of their MVV.
Forced expiratory volume in one second FEV1 % FEV1 is the volume of exhaled air measured in the first second during a forced vital capacity (FVC) maneuver, which corresponds to the volume obtained in a single maximum inspiration followed by maximal forced expiration. FEV1 is one of the most important variables in the diagnosis of obstructive ventilation disorders (exercise-induced asthma, exercise-induced bronchospasm, etc.).
Table 34. Comparison of cardiovascular, ventilatory, and metabolic CPET variables between children and adults, during any exertion, submaximal exercise, and maximal exercise 1 , 11 , 176 , 179 , 599 , 610 .
Variable Comparison vs. adults * Submaximal exertion Maximal exertion
Children Adults Children Adults
Cardiovascular
VO2peak (ml/kg/min) Higher ↑↑ ↑↑
HR peak (bpm) Higher ↑↑ ↑↑
Stroke volume (ml/bpm) Lower ↑↑ ↑↑
Cardiac output (l/min) Lower ↑↑ ↑↑
Arteriovenous O2difference Higher in submaximal exertion ↑↑ ↑↑
Systolic and diastolic blood pressure Lower ↑↑ ↑↑
Pulmonary
Respiratory rate (bpm) Higher ↑↑ ↑↑
Tidal volume (L) Lower ↑↑ ↑↑
VE peak (L/min) Lower ↑↑ ↑↑
VE/VCO2 ** Higher ↑↑ ↑↑
VE/VO2 ** Higher ↑↑ ↑↑
Metabolic
Fat oxidation Higher - - - -
Carbohydrate oxidation Lower - - - -
Peak blood lactate Lower - - - -
Glycolytic capacity Lower - - - -
Alactic capacity Lower - - - -
Lactate clearance Same - - - -

= increased;

↑↑

= markedly increased; HR: heart rate.

*

Irrespective of the intensity of exertion.

**

Ventilatory equivalents that determine ventilatory efficiency.

6.1.2.1. Oxygen Consumption (VO2)

Assessment of cardiorespiratory fitness (CRF) through direct measurement of VO2peak or VO2max in a CPET is considered the main metabolic variable during exertion. The VO2at the ventilatory thresholds (particularly the first ventilatory threshold, VT1) has diagnostic and prognostic importance in children and adolescents. VO2at VT1 and VO2max are generally higher than those observed in adults. 1 , 177 , 286 , 594

In a maximal test, CRF can be assessed by the VO2peak (mL/kg/min), considered to be within normal limits when ≥2 SD. In adolescents, adoption of 80% of predicted VO2max as the lower limit of normality is not recommended, as this value may be overestimated.

The anaerobic capacity of children is lower than that of adults, even when expressed per unit of total or lean body mass.

It is not always possible to assess cardiorespiratory fitness based on VO2peak in submaximal tests. Other CPET parameters, such as VT1 and OUES, can be used to provide a better indication of fitness.

Physical deconditioning is generally defined as reduced oxygen transport capacity by the cardiovascular system and/or reduced efficiency in peripheral oxygen extraction, leading to an early VT1. A VT1 at <50% of predicted VO2max is associated with physical deconditioning; at <40% of predicted, it generally denotes underlying disease with significant impairment of CRF. 1 , 177 , 286 , 594

6.1.2.2. Oxygen Pulse

The oxygen pulse (OP or O2pulse; OP = VO2/HR) is a noninvasive variable that reflects cardiac output. It is useful in the assessment of ventricular dysfunction, with or without associated ischemia. Under normal circumstances, OP increases with exertion due to the linear increase in HR and VO2, plateauing close to maximum effort. 1 , 177 , 286 , 594

A decrease in OP (normal value: ≥2 SD) at submaximal loads suggests ventricular dysfunction, and is indicative of reduced stroke volume. When combined with a drop in ΔVO2/ΔWR, such a reduction indicates severe ventricular dysfunction, often of ischemic etiology.

During CPET, the combination of decreased OP (<2 SD of predicted) at peak exercise, early VT1 (<40-50% of predicted VO2max), decreased VO2peak, and rapid increase in HR may be associated with physical deconditioning.

6.1.2.3. Respiratory Quotient (VCO2/VO2Ratio)

In the pediatric population, the respiratory quotient (RQ; also known as RER) at rest ranges from 0.70 to 0.85. During progressive exertion, once VT1 is crossed the VCO2increases disproportionately in relation to VO2, which translates into an increase in RQ due to changes in energy substrates. It is essential that RQ be evaluated at the point of VO2peak, as it continues to increase after cessation of exertion, including in the early recovery stage. Once the RQ is ≥1.1, the exercise test can be considered maximal. 1 , 177 , 286 , 594

In pediatric populations, HRpeak and RQ at peak exertion (RQpeak) are recommended as objective criteria to assess the level of exertion achieved. The following are considered optimal:

  • HR ≥180 beats/min (or at least at ≥95% of predicted HRmax) at VO2peak.

  • RQ of at least 1.00 at VO2peak. This value represents the lower limit of normal for CPET performed on a conventional cycle ergometer.

RQ ≥1.00 at VO2peak denotes exclusive use of carbohydrate (glucose) as a source of energy, through predominantly anaerobic metabolism. RQ values <1.00 at VO2peak may indicate submaximal exertion or may be pathological, indicating conditions such as lung disease, decompensated cyanotic CHD, or glycogen storage diseases. In apparently healthy children and adolescents, RQ values will decrease within 2 to 3 minutes of recovery. 1 , 177 , 286 , 594

6.1.2.4. Oxygen Uptake Efficiency Slope (OUES)

The oxygen uptake efficiency slope (OUES) reflects a nonlinear relationship of the ventilatory response to exertion, corresponding to the absolute increase in VO2associated with increased VE. It expresses the efficiency of alveolar O2extraction in ventilated air. OUES values are best presented relative to body surface area, weight, or fat-free body mass. 612621 Appendix 4 provides information on OUES values/percentiles and predictive equations for the apparently healthy pediatric population. 622

A Brazilian study involving healthy children and children with CHD suggested the use of weight-indexed OUES (OUES/Kg), and proposed OUES values >35 as indicative of normal functional capacity. 623 An international multicenter trial found cutoff points of 38.4 for boys and 31.0 for girls. 624

Submaximal OUES correlates with VO2peak, VEpeak, and VO2at VT1, and is thus a valid measure for determination of CRF and risk stratification in submaximal tests. 613 , 625 , 626

6.1.2.5. Ventilatory Equivalents of Oxygen and Carbon Dioxide

During CPET, the ventilatory equivalents of O2(VE/VO2) and of CO2(VE/VCO2) indicate, respectively, the VE required to consume 1 L/min of O2and produce/dispose of 1 L/min of CO2. During progressive exertion, the VE/VO2ratio decreases up to VT1, at which point it progressively increases, with positive inflections at VT1 and VT2. The VE/VCO2ratio decreases up to VT2, then increases thereafter.

The ventilatory equivalents contribute to the assessment of cardiorespiratory efficiency, help identify ventilatory thresholds, and have diagnostic and prognostic value in pediatric patients with CHD, HF, and pulmonary artery hypertension. Cardiocirculatory conditions with low cardiac output are associated with a steeply sloping VE/VCO2curve. The VE/VO ratio2is usually elevated in pulmonic regurgitation and HF.

In a study of 700 apparently healthy patients (aged 5 to 18 years) with CHD, the slope of the VE/VCO curve2was significantly higher in patients with heart disease (greatest increase seen in patients with RV outflow tract obstruction). This study suggests a value of 29 as the cutoff for normality. 624 , 627

6.1.2.6. Other Considerations Regarding Ventilatory and Metabolic Parameters 1 , 177 , 286 , 594

Minute ventilation (VE) increases with progressive exertion, in a manner dependent on the intensity of the effort exerted and the subject's physical fitness, and correlates with VO2and VCO2.

An elevated respiratory frequency (RF) may be indicative of a sedentary lifestyle or abnormalities in ventilatory mechanics. The normal RF in children is usually higher than in adults: ≈65 breaths/min in children aged 5 to 8 years and ≈50-55 breaths/min in children >11 years.

Compared to adults, children have a closer relationship between RF and tidal volume (VT), generally associated with reduced ventilation/perfusion. This phenomenon is commonly observed in some forms of cyanotic CHD.

Ventilatory limitation is traditionally defined as a ventilatory reserve (VR) <20% during exertion. Healthy children have a VR ≥11 L/min, or 20% to 40% of their maximum voluntary ventilation (MVV). 179 , 628

VR prediction equations:

MVV=FEV1×35VR=MVV-VEmaxMVVx100

MVV: maximal voluntary ventilation

FEV1: forced expiratory volume in one second

VR: ventilatory reserve

VEmax: maximal exercise ventilation

VR contributes to the differential diagnosis between heart disease and lung disease. Low VR is characteristic of primary lung disease and obstructive pulmonary disease, while elevated VR occurs in cardiovascular conditions that limit physical performance. 629

Generally, children with restrictive lung diseases have reduced exercise capacity (low VO2peak and low VO2at VT1) and increased tidal volume (50% of vital capacity and/or 80% of inspiratory capacity), with relatively low VR. 630 Any further increase in VE is due to an increase in RR. If there is ventilation limitation during exertion, SpO2decreases with increasing workload. 1 , 177 , 286 , 594

In PAH, there is a marked reduction in ventilatory efficiency, with elevated VE/VO2and VE/VCO2ratios, indicating abnormal gas exchange in the lungs. 631

PETO2and PETCO2reflect arterial gas tensions. A combination of low PETCO2and elevated PETO2and RQ is indicative of hyperventilation.

A ≥5% drop in SpO2during ET/CPET is defined as exercise-induced hypoxemia. A decline of at least 10 percentage points in relation to resting saturation plus symptoms or an SpO2<85% regardless of symptoms are test cessation criteria. Desaturation is considered serious when SpO2is <80% and accompanied by signs and symptoms of severe hypoxemia; this generally occurs in children with severe lung disease or HF. 260 , 594

7. CPET Reporting in Children and Adolescents

CPET reports for children and adolescents must follow the same structure recommended for adults, as given in the Brazilian Guideline for Exercise Testing in the Adult Population – 2024. 1

The CPET report must cover an overview of all main ergospirometric variables (hemodynamic, ventilatory, and metabolic), a description of any abnormalities that led to cessation of the test, and diagnostic and prognostic hypotheses.

The report must include:

  • A description of the HR, BP, ECG behavior, VO2, and metabolic equivalents of task (MET) achieved, in relation to the predicted values for age and sex.

  • A description of the first ventilatory or anaerobic threshold (VT1), standardized for body mass (expressed as a percentage of actual VO2peak reached and predicted VO2max) and in relation to HR and work load.

  • Measured cardiorespiratory fitness and its repercussions, considering the indication for CPET and other test findings.

  • When relevant, the normal (reference) values used for sex, age, weight, and BMI, as well as a note on the presence or absence of underlying diseases.

Note: the parameters listed above carry great diagnostic and prognostic relevance and can be used to inform the exercise prescription, particularly for CVR purposes.

Part 3 – Particular Aspects of ET/CPET in Specific Clinical Conditions

1. Congenital and Acquired Heart Diseases

Among the most common indications for ET/CPET in children, adolescents and young adults is the clinical, hemodynamic, and electrocardiographic workup of patients with CHD, especially after partial or complete correction or repair of a congenital heart defect. Cardiorespiratory fitness may be poor in patients with complex CHD (even in those apparently asymptomatic), especially if PAH and chronic HF are present. 77 , 632 , 633

Table 35 describes the behavior of key ET/CPET variables in the most prevalent CVD across the pediatric age group.

Table 35. Key ET/CPET variables and their behavior in common cardiovascular diseases in the pediatric population 6 .

Variable Interpretation Cardiovascular diseases
HRmax in chronotropic incompetence Corrected CHD, LQTS, heart transplant.
beta-blocker/antiarrhythmic therapy CHD/CM with heart failure, arrhythmia.
Systolic blood pressure in ventricular dysfunction CHD, CM, HCM, PAH.
in hypertensive response Coarctation of the aorta, essential hypertension.
ECG Exercise-induced arrhythmia CHD, primary arrhythmias, third-degree (complete) AV block.
Ischemic repolarization changes Kawasaki disease, coronary anomalies (congenital or post-repair).
Other exercise-induced changes LQTS, Brugada syndrome, WPW.
VO2peak in cardiopulmonary dysfunction and/or physical deconditioning CHD, CM, PAH, potential transplant recipients, third-degree (complete) AV block.
Oxygen pulse in ventricular dysfunction and myocardial ischemia CHD, HF, TCPC, CM, Kawasaki disease, coronary and valve defects.
Oxygen saturation in lung disease, cardiac and/or pulmonary shunts Cyanotic CHD, HF, bronchial asthma, pulmonary fibrosis.
VE/VO2and VE/VCO2 in ventilatory inefficiency (ventilation/perfusion abnormalities) CHD with heart failure or right-to-left shunt, corrected ToF, PAH.

= decreased;

= increased;

CHD: congenital heart disease; CM: cardiomyopathy; HRmax: maximal heart rate; ECG: electrocardiogram; LQTS: long QT syndrome; PAH: pulmonary arterial hypertension; TCPC: total cavopulmonary connection; VT1: ventilatory (anaerobic) threshold; VE: minute ventilation; VCO2: carbon dioxide production; VO2: oxygen consumption; WPW: Wolff-Parkinson-White syndrome. Adapted from: Massin MM. The role of exercise testing in pediatric cardiology. 6

1.1. Atrial Septal Defects

Most patients with atrial septal defects (ASD) remain asymptomatic throughout childhood, even in the presence of a major left-to-right shunt. There are five main types of ASD: ostium secundum, ostium primum, sinus venosus, coronary sinus defects, and patent foramen ovale. These defects will be treated as a single entity (DSA) for the purposes of this guideline because they share similar symptoms, behavior of variables during exercise, and interpretations of ET findings, depending on the predominance of the shunt (whether right-to-left or left-to-right), defect size, and presence of PAH and/or HF. 634 , 635

Particular features of the resting ECG in pediatric patients with ASD: 370 , 388 , 636 , 637

  • In most patients, P wave amplitude and duration are within normal limits. In ostium secundum ASD, peaked P waves usually occur in lead II due to right atrial enlargement.

  • In ostium secundum ASD and significant left-to-right shunts, PRi prolongation (1stdegree AV block) and intraventricular conduction delay (RBBB pattern) may occur in association with RVH.

  • After surgical repair of ostium secundum ASD, there is generally a decrease in P wave duration and dispersion, although not to the point of normality.

  • After transcatheter repair, partial or complete regression of ECG abnormalities is observed in most patients. 638 , 639

  • After surgical repair of sinus venosus ASD, relatively high rates of sinus node dysfunction (6%) and atrial fibrillation (14%) are observed. 640

Particular features of ET/CPET in uncorrected ASD:

  • Children generally have preserved cardiorespiratory fitness. 641

  • Adolescents and young adults may experience reduced cardiorespiratory fitness, especially when symptomatic. In these patients, reductions of up to 60% in predicted VO2max are observed. 610

  • Asymptomatic patients (with no volume overload and normal RV function at rest) may develop a significant increase in afterload and/or exercise-induced RV dysfunction. 642

  • The VE/VCO2slope is generally normal. However, in patients with ASD and HF, RV dysfunction, PAH, and/or lung disease, the slope may increase due to ventilation/perfusion mismatch. 610 , 627

Particular features seen in ET after ASD repair:

  • In early surgical repair, normal cardiorespiratory fitness is observed within 6 months and maintained throughout adult life. 643645

  • Manifestations of exercise-induced arrhythmias and/or exercise-induced dyspnea are rare and determine the severity of CHD. 646 , 647

  • Depressed chronotropic response (chronotropic incompetence) is more common after surgical repair than after transcatheter repair. 589 , 590

  • After surgical repair, aerobic capacity is generally reduced and right ventricular performance is significantly lowered. 648

  • Late surgical repair (i.e. in adolescence) and/or surgical repair once PAH is already established generally results in lower cardiorespiratory fitness and a higher incidence of exercise-induced atrial arrhythmias. 649 , 650

  • Exercise-induced arrhythmias in children after ASD repair are rare, but may manifest as sinus bradycardia, sinus tachycardia, supraventricular tachycardia, premature atrial contractions, premature ventricular contractions, sinus node dysfunction, atrioventricular block, atrial flutter, and atrial fibrillation. 651654

  • Additional features are noted in Table 36 .

Table 36. Behavior of key ET/CPET variables in repaired and unrepaired atrial septal defects.
ET/CPET parameters Unrepaired ASD Repaired ASD
Resting ECG In general, increases in P wave duration and amplitude and in PRi and QRS duration (RBBB pattern) are observed. 655 , 656 AV block (first- and second-degree) rarely occurs.
  • After surgical and transcatheter repair: reductions in P wave duration, P wave dispersion, PRi, QRS duration, and QT dispersion. 656660 , 661

  • AV block in 2 to 4% of patients, including complete heart block. 662

  • Surgical repair often results in cardiac arrhythmias (early and late), which may be benign and/or significant (requiring pharmacotherapy). 663

Exercise-induced symptoms Rare in children, but, when present, are associated with severity of PAH and/or HF. 634
More common in adolescents and adults; may compromise cardiorespiratory fitness.
  • Symptoms generally improve.

  • Persistence depends on residual PAH and HF and/or partially corrected complex CHD. 664

VO2max (mL/kg/min) Normal in children unless there is physical deconditioning.
Decreases depending on the severity of PAH and/or HF.
  • Normal >6 months after repair.

  • Partial improvement in persistent physical deconditioning, PAH, and/or HF. 665667

HRmax Normal. In the NKX2.5 mutation (rare), bradyarrhythmia may occur due to sinus node dysfunction and/or atrioventricular node dysfunction. 668
  • Generally normal.

  • Chronotropic incompetence is rare, occurring usually after surgical repair or in the NKX2.5 mutation. 589 , 651

Exercise-induced arrhythmia Rare in children. More common in adolescents and/or PAH.
  • Reduced by early correction. 669

  • Persists more often if correction done in adolescence. 670

Pulse oximetry (SpO2%) Decreased in right-to-left shunt and/or PAH.
  • Normal unless there is residual shunting with PAH.

Minute ventilation (VE, L/min) Increased.
  • Normal, unless there is PAH or HF.

Oxygen pulse (mL) Normal; decreased in HF.
  • Normal; decreased if HF persists.

VE/VO2 Increased.
  • Normal, unless there is PAH or HF.

VE/VCO2 Increased.
  • Normal, unless there is PAH or HF.

End-expiratory partial pressure of carbon dioxide (PETCO2, mmHg) Normal; decreased in right-to-left shunt.
  • Normal; decreased in residual right-to-left shunt.

CCHD: congenital heart disease; CM: cardiomyopathy; ECG: electrocardiogram; PAH: pulmonary arterial hypertension; HF: heart failure; RBBB: right bundle branch block; VE: minute ventilation; VCO2: carbon dioxide production; VO2: oxygen consumption. Adapted from: Amedro et al. Atrial septal defect and exercise capacity: value of cardio-pulmonary exercise test in assessment and follow-up . 610

1.2. Ventricular Septal Defect

Pre-test cardiac auscultation may allow detection of ventricular septal defects (VSD). Murmurs are typically described as holosystolic (pansystolic). Murmur grade depends on the flow velocity, with smaller defects producing louder murmurs and potentially even a thrill. 671

Resting ECG generally reflects the degree of hemodynamic instability with VSD: 388 , 672 , 673

  • Normal ECG suggests a small, isolated VSD with a minor left-to-right shunt.

  • LVH pattern with left atrial enlargement indicates a moderate-to-severe left-to-right shunt, but no PAH.

  • A combined LVH/RVH pattern, with large, biphasic QRS complexes in the peripheral and middle precordial leads (Katz-Wachtel pattern), is often found in patients with a large VSD and variable degrees of PAH.

  • In severe PAH (example: Eisenmenger syndrome), there is a predominance of RVH patterns, QRS axis deviation to the right, and evidence of right atrial enlargement.

  • Approximately 10% of patients with VSD have RBBB (complete or incomplete).

  • Even in patients with small VSDs, the risk of serious arrhythmia and sudden death is greater than in apparently healthy children.

  • A minority of patients undergoing transcatheter repair of perimembranous VSD may develop RBBB, LAFB, and complete heart block.

Particular aspects of VSD in ET/CPET:

  • Small VSDs in the pediatric population generally present with hemodynamically insignificant left-to-right shunting, including during exercise, and no significant impairment of functional capacity. 674

  • Children with patent or surgically repaired VSDs generally have normal cardiorespiratory fitness, despite slight impairment of the chronotropic response. 9 , 675

  • Young adults with small VSDs not repaired in childhood may develop poor cardiorespiratory fitness related to shunt size and biventricular dysfunction. 676 , 677

  • Surgical repair of major VSDs in the first 2 years of life reduces the risk of symptom persistence and development of cardiopulmonary abnormalities secondary to ventricular dysfunction and/or progressive pulmonary vascular disease. 678

  • Development of PAH before repair and/or persistence of PAH after repair reduces exercise tolerance and worsens quality of life. 679 , 680

  • In Eisenmenger syndrome, there is generally marked impairment of cardiorespiratory fitness and increased risk of sudden death. 681 , 682

  • Additional features are noted in Table 37 .

Table 37. Behavior of key ET/CPET variables in repaired and unrepaired VSD.
ET/CPET parameters Unrepaired VSD Repaired VSD
Hemodynamic changes with increased risk of exercise-induced complications Large left-right shunt; left ventricular enlargement with compromised LV function; aortic insufficiency; pulmonary vascular disease/PAH; Eisenmenger syndrome.
  • Residual shunt; HF; aortic regurgitation; right or left ventricular outflow tract obstruction; persistence of PAH; Eisenmenger syndrome.

Resting ECG Generally reflects the degree of hemodynamic abnormality due to VSD (see text).
  • Transcatheter repair of perimembranous VSD rarely leads to RBBB, LAFB, and complete heart block. 683 , 684

  • RBBB related to RV dysfunction and LV diastolic dysfunction are common after surgical repair. 685687

  • Ventricular arrhythmias are common and their prevalence increases with age at the time of repair and follow-up time. 688

  • Complete heart block is rare after surgical repair and frequent after transcatheter repair.

Exercise-induced symptoms Small * VSDs without aortic insufficiency are usually asymptomatic. 675
Large defects and those causing PAH, HF, and/or Eisenmenger syndrome are symptomatic.
  • Generally asymptomatic once repaired.

  • Generally symptomatic in case of persistent PAH, HF, aortic insufficiency, RV or LV outflow tract obstruction, and/or Eisenmenger syndrome.

VO2max Generally normal in small, patent VSDs.
Reduced in large defects, PAH, and/or Eisenmenger syndrome.
  • Generally normal once repaired.

  • Transcatheter repair in asymptomatic or minimally symptomatic adolescents prevents deterioration of cardiorespiratory fitness and promotes reverse LV remodeling. 689

  • Reduced in case of persistent PAH, HF, aortic insufficiency, RV or LV outflow tract obstruction, and/or Eisenmenger syndrome.

HRmax There is usually slight impairment of the chronotropic response. Sinus node dysfunction requiring pacemaker placement occurs in 4% of patients.
  • Generally normal after transcatheter repair.

  • Surgical repair may result in lower peak HR and chronotropic incompetence. 407

Exercise-induced arrhythmia Rare in small defects. Common in large defects, HF, PAH, and Eisenmenger syndrome.
  • Reduced by early correction.

  • Common when complex arrhythmia occurs after transcatheter repair, in residual PAH, in persistent ventricular dysfunction, and in post-repair LBB. 683 , 690

Pulse oximetry Normal in small defects. Reduced in large defects, right-to-left shunt, Eisenmenger syndrome, and/or PAH.
  • Normal, unless there is persistent PAH or Eisenmenger syndrome.

Anaerobic threshold (VT1) Usually reduced. 691
  • Increases after repair and may become normal.

  • Remains reduced in case of persistent PAH, HF, aortic insufficiency, and/or Eisenmenger syndrome.

Minute ventilation
(VE, L/min)
Usually reduced.
  • May remain reduced even after repair due to post-sternotomy restriction of rib cage compliance, prolonged exposure of small airways to high pulmonary blood flow, and changes in the viscoelastic properties of the lung. 691

VE/VO2 Increased in large defects and Eisenmenger syndrome.
  • Returns to normal unless there is PAH or HF.

VE/VCO2 Increased in large defects and Eisenmenger syndrome.
  • Returns to normal unless there is PAH or HF.

CHD: congenital heart disease; CM: cardiomyopathy; ECG: electrocardiogram; PAH: pulmonary arterial hypertension; HF: heart failure; LBBB: left bundle branch block; RBBB: right bundle branch block; VE: minute ventilation; VCO2: carbon dioxide production; VO2: oxygen consumption; WPW: Wolff-Parkinson-White syndrome.

*

Small VSDs with left-to-right shunt <50%, no signs of LV volume overload, and normal pulmonary artery pressure.

1.3. Patent Ductus Arteriosus

The clinical manifestations of patent ductus arteriosus (PDA) depend mainly on the amount of blood flow from the aorta to the pulmonary artery and whether secondary PAH is present. 692

ET/CPET contributes to clinical follow-up and therapeutic decision-making in the various forms and presentations of PDA: 693 , 694

  • In "silent" (inaudible) and minor cases (slight left-to-right shunt with no hemodynamic repercussions), to confirm the patient is asymptomatic or elucidate any exercise-induced symptoms and ECG changes.

  • In those with hemodynamic repercussions or PDA with mild/moderate PAH, every 12-24 months as part of serial clinical follow-up and to inform therapeutic decision-making.

  • If there is PAH, exercise testing can be used to check for occurrence of desaturation in the lower limbs, which constitutes a disease severity criterion and may contraindicate PDA closure. 695697

  • Adolescents and young adults with severe PDA (left heart enlargement, severe PAH, and contraindications for ductus closure) and/or Eisenmenger syndrome should undergo exercise testing every 6-12 months for optimization of HF and/or PAH therapy.

  • In children and adolescents with significant PDA that has progressed to advanced HF, CPET is particularly helpful in ascertaining whether heart transplantation is indicated.

  • After PDA correction to test for persistence of symptoms, residual PDA, residual PAH, and surgical complications, such as obstruction of the left pulmonary artery and coarctation of the aorta.

  • For preparticipation physical assessment of patients with silent/small PDAs or who have undergone successful correction, with no PAH, and wish to engage in exercise and sports. 695

The pre-test physical examination findings of patients with uncorrected PDA vary according to the size of the defect and its repercussions. Silent PDAs present with a normal physical examination. 698

In PDA, the resting ECG: 370 , 388

  • Is usually normal in smaller shunts.

  • In moderate-to-large shunts, sinus tachycardia or atrial fibrillation, left atrial overload, left ventricular hypertrophy, and ST-segment depression are generally observed. 698

  • In large defects with established PAH, often shows evidence of right atrial enlargement and biventricular hypertrophy.

  • Sinus rhythm is the norm; first-degree AV block occurs in ≈10% of cases. Second-degree AV block, LBBB, and RBBB are only rarely observed.

Particular features of ET/CPET in children and adolescents with PDA:

  • Silent cases are generally asymptomatic, with no hemodynamic or anatomical repercussions, normal lung function, and normal cardiorespiratory fitness. Rarely, these patients may present with exercise intolerance or exercise-induced reactive airway disease. 693

  • PDA with PAH is generally associated with significant impairment of aerobic capacity, a drop in oxygen saturation with exertion (generally >10%), reduction of VO2peak and VE/VCO2slope values correlating directly with the severity of PAH. The most common exercise-induced symptoms are dyspnea, chest pain, dizziness, and palpitations (ventricular arrhythmia). 197 , 377 , 699 SpO2must be monitored in the upper and lower extremities, including to confirm the occurrence of exercise-induced desaturation of the lower limbs. 695

  • After surgical correction, asymptomatic patients generally have a lower HRpeak than apparently healthy subjects. Chronotropic incompetence may occur in some patients. 700

  • Patients who are asymptomatic after PDA correction (transcatheter or surgical), with no evidence of structural heart disease (valvular heart disease, arrhythmia, or ventricular hypertrophy) or pulmonary disease, generally exhibit normal a blood pressure response and normal cardiorespiratory fitness. 700

  • When surgical correction is complicated by left vocal fold paralysis, patients may present with severe laryngeal stridor and exercise-induced laryngeal obstruction. 701 , 702

  • Extremely premature infants (gestational age <28 weeks or birth weight <1,000 g) who have undergone surgical correction may present with reduced lung function and cardiorespiratory fitness on CPET in adolescence. 701

1.4. Tetralogy of Fallot

As the name implies, classic tetralogy of Fallot (ToF) consists of a constellation of four defects: ventricular septal defect; pulmonic stenosis; RV hypertrophy; and an overriding aorta connected to both the left and right ventricles. There are also variant presentations, which include ToF with pulmonary atresia and pulmonary valve agenesis (absent pulmonary valve). 703 , 704

The long-term consequences of repaired ToF are many and serious; regular monitoring is required. 705 The incidence of arrhythmic sudden cardiac death is estimated at 1 to 5%. The main associated factors are: QRS duration >180ms; LV systolic or diastolic dysfunction; ventriculectomy; LV end-diastolic pressure ≥12mmHg; history of supraventricular arrhythmia; NSVT; and inducible VT on EP study. 388 , 706708

ET/CPET plays a relevant role in follow-up, risk stratification, therapeutic decision-making and assessment of the impact of post-surgical complications (residual pulmonary insufficiency, aortic insufficiency, RV dilation and/or dysfunction, residual pulmonary artery stenosis, RV outflow tract obstruction, complex arrhythmias, HF). 100 . 709

The pre-test physical examination in patients with repaired ToF is important for investigation to suspect residual anatomical lesions and allow evaluation of the potential risk of complications during ET/CPET. 370

Particular features of the resting ECG in repaired ToF: 388 , 706708 , 710

  • Right atrial enlargement is observed in ≈30 to 50% of patients.

  • The most prevalent pattern is RBBB with or without LAFB. RBBB is generally asymptomatic and does not require intervention. 711 , 712

  • QRS duration >150ms is associated with RV dysfunction and significant pulmonary valve insufficiency in the late postoperative period.

  • Supraventricular arrhythmias, including disturbances of SA conduction, atrial fibrillation, and atrial flutter, are found in one-third of patients.

  • Ventricular arrhythmias, including NSVT, are common.

Particular features of ET/CPET in ToF ( Table 38 ):

Table 38. Behavior of key ET/CPET variables in repaired ToF and repercussions thereof 100 , 716 .
ET/CPET parameters Behavior Interpretation/Repercussions
Postoperative complications with increased risk of adverse events during ET/CPET Residual pulmonary insufficiency; aortic insufficiency; RV enlargement and/or dysfunction; residual pulmonary artery stenosis; RV outflow tract obstruction; complex arrhythmias; HF. 717
  • Associated with exercise-induced symptoms and risk of complications during ET/CPET: significant desaturation, hypotension, congestion/HF, complex arrhythmias, pre-syncope and syncope.

VO2max VO2max and VO2at VT1 are usually reduced. *
The average % of predicted VO2peak is 68±2.8% (95% CI: 62.3-74%). 716
When the chronotropic response is normal, VO2max appears to be less reduced.
More pronounced reductions are observed when there is persistent PAH, HF, aortic insufficiency, or RV outflow tract obstruction.
Residual pulmonary insufficiency and age at repair influence the reduction in VO2max. 718
  • Cardiorespiratory fitness may be limited despite improvement in functional class (NYHA) after correction. 719

  • Males generally have worse cardiorespiratory fitness than girls. 720

  • RV and LV dysfunction are linearly related to the reduction in VO2max. 721

  • Low or borderline VO2peak is useful in risk-stratifying asymptomatic adolescents and young adults being considered for pulmonary valve replacement. 100

HRmax Generally lower than in healthy children; chronotropic incompetence is common. Severe sinus node dysfunction occurs in 4% of patients. 591
  • Normal chronotropic response is associated with greater cardiorespiratory fitness, regardless of RV systolic function and/or pulmonary insufficiency. 252 , 714

Exercise-induced ventricular arrhythmias Generally due to delayed repair and depressed right ventricular function.
  • Associated with significant residual hemodynamic changes and an increased risk of cardiovascular events.

Pulse oximetry Normal in small residual defects.
Reduced in large defects, right-to-left shunt, Eisenmenger syndrome, and/or PAH and HF.
  • Associated with higher risk of cardiovascular events and worse prognosis.

Oxygen pulse Generally remains reduced but stable (in ≈85.3% of cases). Increases in ≈10.3% of patients and reduces further in ≈4.4%. 715 , 716
  • Maintenance of reduction is associated with lower RVEF and smaller biventricular systolic volumes. 722

VE/VCO2slope Usually slightly increased.
Large increase if there is HF.
  • This increase is associated with reduced cardiac output, PAH, and worse prognosis.

OUES Usually only slightly abnormal, but with a significant reduction in VO2max.
Lower OUES values are associated with ventricular dysfunction. 715
  • When normal, denotes reasonable submaximal exercise capacity.

CHD: congenital heart disease; CM: cardiomyopathy; ECG: electrocardiogram; PAH: pulmonary arterial hypertension; HF: heart failure; LBBB: left bundle branch block; RBBB: right bundle branch block; OUES: oxygen uptake efficiency slope; VE: minute ventilation; VCO2: carbon dioxide production; VO2: oxygen consumption.

*

After complete surgical correction with good outcomes (no residual VSD, RV-pulmonary artery pressure gradient <20 mmHg).

  • Patients who have undergone surgical correction with good outcomes (no residual VSD, RV-pulmonary artery pressure gradient <20 mmHg) are generally asymptomatic at rest.

  • After complete surgical correction, there are generally no major physical limitations to activities of daily living. However, CPET often shows reduced VO2max and VO2at VT1 (anaerobic threshold). 713

  • Children and adolescents who maintain a normal chronotropic response have greater cardiorespiratory fitness and HR reserve, even when there is pulmonary insufficiency and RV systolic dysfunction at rest. 714

  • Adolescents present with reduced cardiorespiratory fitness relative to biventricular systolic volumes and LV end-diastolic volume indexed to body surface area. The OUES and peak oxygen pulse are also associated with biventricular stroke volumes. 715

  • After surgical correction, SBP in the upper limbs, central SBP, and the arterial stiffness index show normal responses during exercise. 591

  • In patients who are initially asymptomatic after correction of tetralogy of Fallot and develop severe pulmonic stenosis with decreased cardiorespiratory fitness, valve replacement should be considered. 81

  • Exercise-induced ventricular arrhythmias may occur, generally associated with late repair, RV dysfunction, and increased risk of cardiovascular events.

1.5. Transposition of the Great Arteries

Transposition of the great arteries (TGA) is a severe cyanotic CHD. It is incompatible with life, requiring the presence of an intracardiac shunt (patent foramen ovale, atrial septal defect, or ventricular septal defect) and/or extracardiac shunt (persistent ductus arteriosus or bronchopulmonary collateral circulation). 723

TGA can be classified as: 724 , 725

  • Simple, with no heart defects other than the shunt.

  • Complex, with additional associated lesions. These may include obstruction of the LV outflow tract (≈25% of patients), anomalies of the mitral and tricuspid valves, and coronary artery anomalies; in patients with VSD (≈50%), pulmonic stenosis or atresia, overriding or straddling atrioventricular valve, or coarctation of the aorta may be observed.

TGA requires surgical treatment shortly after birth or within the first few months of life at the latest. Since the late 1980s, arterial switch operation (Jatene procedure) has been recommended instead of the atrial switch (Mustard/Senning) procedure. In cases of complex TGA, other surgical approaches may be necessary (i.e. Rastelli, Nikaidoh, etc.). 724 , 726 , 727

Patients require long-term follow-up, as complications are frequent: reintervention in up to 25% (due to pulmonic stenosis, coronary artery obstruction, aortic root dilation, and/or aortic insufficiency); RV dysfunction; bradyarrhythmias and tachyarrhythmias; CAD; and sudden death. 726 , 728 , 729

ET/CPET plays a relevant role in follow-up after TGA repair: 22 , 723 , 724 , 726 , 729 , 730

  • Routinely every 3-5 years as part of ongoing monitoring for asymptomatic myocardial ischemia, especially in patients undergoing arterial switch.

  • Investigation of episodes of syncope and palpitations, which general resulting from arrhythmias secondary to myocardial ischemia, RV outflow tract obstruction, and/or LV dysfunction. Arrhythmias occur in 2.4 to 9.6% of these patients, and are associated with risk of sudden cardiac death.

  • Investigation of changes in tolerance to activities of daily living or symptoms of chest pain on exertion, which are generally associated with decline in LV function, CAD, and pulmonary artery obstruction.

  • For risk stratification, prognostic assessment, and medical clearance/prescription of cardiopulmonary rehabilitation.

Resting ECG findings will vary depending on the repair technique and the patient's symptoms. Sinus node dysfunction, junctional rhythm, atrioventricular conduction disorders, RV hypertrophy, axis deviation to the right, and Q waves in the right precordial leads are commonly seen after atrial switch procedures. After arterial switch, sinus rhythm is generally observed (91.1%); rarely, ectopic atrial rhythm (5.4%) or junctional rhythm (3.6%) may develop. There is usually no evidence of ischemia or ectopic beats. 724 , 731

Particular features seen in ET/CPET after TGA repair:

  • Regardless of the procedure adopted, patients generally present with some impairment of cardiorespiratory fitness (87.5±2.9% of predicted VO2peak). 21 However, even with slightly reduced fitness, patients are generally in NYHA functional class I. 723 , 728

  • Arterial switch is associated with better exercise tolerance compared to atrial switch. 723 , 732

  • Patients undergoing arterial switch and VSD repair or who have residual RV outflow obstruction present with greater impairment of cardiorespiratory fitness. 23 , 733

  • In the late follow-up of arterial switch operations, HRmax is usually normal or slightly decreased (HRmax: 92±2% of predicted). 21 . 23 Chronotropic incompetence is a late complication in ≈5 to 34% of patients. Sinus node dysfunction is usually secondary to involvement of the sinus node artery during balloon septostomy or even arterial switch itself. 728 , 733

  • In the late follow-up of arterial switch operations, SBP is generally normal at rest and during exercise. DBP is generally low at rest and at peak exertion. 731

  • In the late follow-up of arterial switch operations, a reduction in oxygen pulse is generally observed, with normal VO2peak (no impairment of cardiorespiratory fitness). The good correlation between OUES and VO2peak allows use of this parameter in patients who are unable to complete a maximal test. 626 , 734

  • In the late follow-up of atrial switch (Mustard or Senning operation), ventricular arrhythmia (at rest and exertional) is usually observed, as are: reductions in RV ejection fraction (in up to 84% of patients); reduction of oxygen pulse and earlier VT1; slow normalization of the oxygen pulse during recovery; and prolonged CO2retention with subsequent hyperpnea. 729 , 735 , 736

  • Serial exercise testing in the late follow-up of atrial switch operations shows a progressive reduction in VO2peak and oxygen pulse across childhood and adolescence, suggesting an inability to increase stroke volume.

  • In the late follow-up of atrial switch operations, VO2peak and oxygen pulse remain relatively stable in young adulthood. However, when RV dysfunction increases, a rapid decline in oxygen pulse, worsening of exercise tolerance, arrhythmias, and clinical deterioration with HF are observed. 737 , 738

  • Onset of arrhythmias in the early postoperative period of atrial switch procedures represents a risk of arrhythmias as a late outcome (RR: 3.8; 95% CI: 1.5-9.5), as well as of development of HF (RR: 8.1; 95% CI: 2.2-30.7). 739

  • In the late follow-up of atrial switch operations, reduced HRpeak and chronotropic incompetence are commonly observed. 735 , 740

  • Regardless of the repair technique, exercise-induced ST-segment depression is rare, but if it occurs and meets criteria for myocardial ischemia, a thorough workup for CAD (generally asymptomatic, affecting 2 to 11.3% of patients) should be pursued. 741

1.6. Fontan Circulation

Fontan surgery is a palliative procedure for CHDs with a functionally univentricular heart, allowing near-normalization of arterial oxygen saturation and removal of chronic volume overload. The natural history of patients with a Fontan circulation is characterized by a progressive increase in peripheral vascular resistance (PVR), subsequent reduction in cardiac output, chronic venous hypertension, peripheral stasis, and lymphatic congestion. The main complications are cyanosis, exercise intolerance, HF, ascites, arrhythmias, liver dysfunction, protein-losing enteropathy (PLE), plastic bronchitis, and coagulation abnormalities. After a Fontan procedure, HF is common, progressive, and may be systolic, diastolic, or both. Contributing factors for the development of HF include diastolic ventricular dysfunction, increased pulmonary vascular resistance, atrial tachycardia, valve insufficiency, and shunting with volume overload. 742744

ET/CPET has many uses in monitoring patients with a Fontan circulation: 744

  • Quantification of cardiorespiratory fitness and elucidation of exercise-limiting factors.

  • Assessment of respiratory reserve, ventilation/perfusion, SpO2, chronotropic response, and arrhythmias, which contribute to exercise intolerance and late complications.

  • Optimization of therapy, which includes ascertaining whether closure of fenestration (due to excess systemic hypoxia) and pacemaker implantation (due to sinus node dysfunction/severe chronotropic incompetence) are indicated. 745 , 746

  • Selection of candidates for heart transplantation.

  • For risk stratification, prognostic assessment, and medical clearance/prescription of cardiopulmonary rehabilitation. 747750

  • As part of an American Heart Association-recommended intensive surveillance strategy for adolescents, with repeat testing every 1-3 years due to the high risk of HF and of death. 744

Particular features of ET/CPET in patients with a Fontan circulation:

  • In patients with HF and/or low SpO2at rest, it is recommended that testing be carried out in a hospital setting, with special measures in place (adapted protocol/work load, SpO2monitoring, etc.).

  • Cardiorespiratory fitness is largely reduced, with VO2max reaching ≈60 to 65% of predicted. 92 , 747 , 751

  • Cardiorespiratory fitness in patients with Fontan circulation can be classified according to the % of predicted VO2actually achieved: severely impaired if <50%; moderately impaired, 50 to 60%; slightly impaired, 60 to 80%; borderline, 80 to 90%; normal if >90%. 752

  • Low SpO2at rest is common, with levels often <90%. SpO2during exercise generally drops below 90% due to decompensation of cyanosis control mechanisms and increased venous return of desaturated blood. 588

  • Children and adolescents commonly present with chronotropic incompetence and reduced HR reserve during exertion. The type of palliative procedure, dominant ventricle subtype, and/or underlying cardiac anatomy all affect the degree of chronotropic incompetence. Generally, HR behavior during recovery is normal. 753 , 754

  • Resting SBP remains unchanged, while DBP increases significantly postoperatively. During exercise, SBP and DBP responses are normal and consistent with the work load, generally reaching >85% of predicted SBP for age. 755

  • Increased P wave duration and dispersion on resting ECG are associated with risk of sustained atrial tachyarrhythmias (including atrial fibrillation and intra-atrial reentrant tachycardia), which affect 9.4 to 20% of patients. 756 , 757

  • PVCs are rare and may be due to worsening ventricular function or secondary to electrolyte disorders/medication use. Around 3% to 12% of patients develop VT as a late postoperative complication. 758 , 759

  • Exercise-induced arrhythmias are rare and generally disappear with cessation of exertion. 751

  • The resting ECG usually shows a pattern consistent with LVH, ventricular overload, and significant ST-segment depression (>1.0mm). This ST-segment depression frequently becomes more pronounced with exertion, but is not associated with CAD. 520 , 760

  • Reductions in oxygen pulse, VT1, pulmonary ventilation, and respiratory quotient (RQ), as well as chronotropic incompetence, are the norm (observed in up to 62% of patients). These changes, associated with impaired systolic ventricular function, correlate with worse functional capacity. 588 , 592 , 593 , 761

  • Reduced cardiac reserve, VO2peak, OUES, and chronotropic incompetence identify patients at increased risk of death and need for heart transplantation. 91 , 748 , 749 , 762 , 763

  • In adolescents, exercise oscillatory ventilation (EOV) is associated with an increased risk of death/transplantation (RR: 3.9; 95% CI: 1.5-10.0). 764

  • In adolescents, the following were markers of risk of hospitalization within 2 years (due to HF, arrhythmia, etc. RR: 7.645; 95% CI: 2.317-25.230); VE/VCO2slope ≥37 (RR: 10.777; 95% CI: 1.378-84.259). 765

1.7. Hypertrophic Cardiomyopathy

Hypertrophic cardiomyopathy (HCM) is a genetic disease with an autosomal dominant inheritance pattern (incomplete penetrance and variable expressivity) characterized by hypertrophied, disorganized myocytes separated by areas of interstitial fibrosis. Cardiac hypertrophy is generally asymmetric, most commonly involving the basal part of the interventricular septum, underlying the aortic valve. Occasionally, it is restricted to other cardiac regions, such as the apex, midportion, and posterior wall of the LV. HCM can be classified as primary, if caused by sarcomere gene mutations, or secondary, if associated with a non-sarcomeric cause. 766 , 767

The average age at onset is 8.9 years, and there is a male predominance. The risk of SCD in pediatric patients is ≈1 to 7% per year. In adolescents with a family history of SCD the average time after diagnosis to first major cardiac event (including death/SCD) or cardiac intervention (myectomy and/or ICD) is ≈18 months. 768770

Symptoms generally result from four pathophysiological conditions: diastolic ventricular dysfunction, LVOT obstruction, myocardial ischemia, and cardiac arrhythmias. 770

In this context, ET/CPET is useful for risk stratification and optimization of clinical management, especially in children >7 years, who are at higher risk. Approximately one-third of patients with HCM have LVOT obstruction at rest, which worsens with exertion. Another one-third have exercise-induced obstruction, and the remaining third have LVH without obstruction (at rest or exercise-induced). 771

In patients with LVOT obstruction, a harsh midsystolic murmur (grade 3-4/6, loudest between the apex and left sternal border) is usually audible. The murmur increases in intensity when LV volume decreases during a Valsalva maneuver, when assuming an upright position, and during and immediately after exertion. 771

Particular features of the resting ECG in HCM: 708 , 710

  • Abnormal in 75-95% of patients, even when there is little or no LVOT obstruction.

  • Evidence of left atrial enlargement.

  • The most common abnormalities are the characteristic LVH pattern, deep Q waves, ST segment depression, and T wave changes.

  • 2 to 5% of patients exhibit pre-excitation ECG findings, and may present with AV nodal supraventricular arrhythmias and Wolff-Parkinson-White syndrome. 768

Particular features of ET/CPET in HCM:

  • Informs the decision on whether to escalate therapy, especially if symptoms are unclear based on clinical history alone.

  • Generally shows poor cardiorespiratory fitness.

  • Patients with severe LVOT obstruction generally present with high ventricular diastolic pressure and exercise-induced dyspnea. In the most serious cases, frank acute heart failure may develop.

  • Syncope, whether exercise-induced or at the onset of recovery, results from severe LVOT obstruction, with or without associated ventricular arrhythmia.

  • Ischemic chest pain is common, and may or may not be typical (anginal).

  • Abnormal BP response to exercise, characterized by an increase in SBP <25 mmHg or a drop >10 mmHg, is associated with increased risk of SCD. 154 , 438 , 773

  • Abnormal ET findings are associated with a higher risk of all-cause mortality and/or transplantation: ischemic response (RR: 4.86; 95% CI: 1.69-13.99) and depressed BP response (RR: 3.19; 95% CI: 1.32-7.71). Exercise-induced ischemia is also independently associated with SCD (RR: 3.32; 95% CI: 1.27-8.70). 157

  • Exercise-induced supraventricular and ventricular ectopics are frequent, and NSVT can occur in up to 20-30% of patients.

  • Exercise-induced arrhythmia (atrial and/or ventricular), irrespective of density, is associated with an increased risk of heart transplantation, ICD implantation, and SCD (RR: 5.8; 95% CI: 1.3-26.7). 157 , 773

  • Atrial fibrillation occurs in ≈25% of patients with HCM, is poorly tolerated, and is often the culprit behind exertional HF symptoms.

  • Cardiorespiratory fitness is poor (VO2peak generally <80% of predicted) and correlates with diastolic dysfunction on echocardiography. 207

  • CPET measures cardiorespiratory fitness directly and is relevant in the assessment of patients with severe symptoms, particularly to ascertain whether heart transplantation is indicated. 774 A reduction in VO2peak <50% of predicted values for age and sex should be considered in the heart transplant selection process. 775

  • VO2peak, oxygen pulse, and HRpeak are generally reduced and worsen gradually over time. 207 A VO2peak ≤60% of predicted is a marker of HF and SCD risk. 770

1.8. Kawasaki Disease

Kawasaki disease (KD) is an acute systemic vasculitis that mainly affects male children (M:F ratio ≈1.5:1) under the age of 5. It is the leading cause of acquired CAD in children, and is most common in Japan. 37 , 776

The most feared complication of acute KD is the development of vascular abnormalities in small- to medium-sized arteries (mainly in the heart), characterized by three interconnected processes: necrotizing arteritis, subacute/chronic vasculitis, and luminal myofibroblastic proliferation. CAD can develop during the healing phase of the acute episode or later on in the course of the disease. Even children with KD who have no overt coronary lesions exhibit lower coronary flow reserve and greater total coronary resistance. 777 , 778

The risk of developing coronary artery aneurysms (CAA) is ≈25% in untreated cases and 5% in adequately treated cases. CAAs may initially manifest as enlargement and progress to moderate dilation (5 to 8 mm in diameter), or may even develop as large aneurysms (>8 mm). CAAs are classified by comparing the diameters of coronary arteries indexed in units of standard deviation from the mean by body surface area (Z-score). This classification is recommended for the left main coronary artery, anterior descending artery, and right coronary artery. CAA Z-score define aneurysms as: absent if the score is <2; isolated dilation if 2 to <2.5; small if ≥2.5 to <5.0; medium if ≥5.0 to <10.0 and absolute dimension <8 mm; and large or giant if ≥10.0 (or absolute dimension ≥8 mm). Large and/or giant aneurysms do not regress spontaneously, rarely ever rupture, and almost always contain thrombi, which may calcify or become occlusive. 37 , 776

Children with CAAs may progress to late-stage KD, with thrombosis, ischemic heart disease, myocardial infarction, and sudden death (≈0.2 to 0.8% in the first 10 years after KD). The most common late complications of KD are ischemic heart disease (4.6 events/1,000 person-years) and ventricular arrhythmias (4.5/1,000 person-years). Patients in late-stage KD require regular monitoring and adoption of specific protocols for risk stratification and prevention of complications; ET/CPET is particularly useful in this context. 779781

The resting ECG varies depending on the complications resulting from the acute stage of KD. In patients who develop CAAs or MI in the acute stage, pathological Q waves and ST-segment/T wave changes associated with areas of ischemia and/or necrosis are common. QTi dispersion (QTd) should be assessed; when abnormal, it is associated with coronary artery sequelae and a greater risk of ventricular arrhythmia during follow-up. 487 , 782 , 783

Main indications for ET/CPET in KD: 18 , 37

  • In late-stage disease, to investigate symptoms suggestive of ischemia (Class of Recommendation: I; Level of Evidence: C).

  • In the pediatric population, ET/CPET should not be relied on alone for investigation of exercise-induced myocardial ischemia. In such cases, combination with an imaging method is recommended.

  • In patients with CAA and suspected ischemic events, exercise-induced symptoms, or low exercise tolerance (Class of Recommendation: I; Level of Evidence: C).

  • In patients with CAA seeking to pursue competitive sports or high-intensity exercise, for preparticipation physical assessment, to detect exercise-induced arrhythmias (Class of Recommendation: IIa; Level of Evidence: C).

  • In the monitoring of children and adolescents who have undergone myocardial revascularization (surgical and/or percutaneous), for assessment of cardiorespiratory fitness, optimization of therapy, and detection of CAD progression/restenosis. 784

  • For risk stratification, prognostic assessment, and medical clearance/prescription of cardiopulmonary rehabilitation (Class of Recommendation: I; Level of Evidence: B).

Particular features of ET/CPET in KD:

  • In symptomatic patients, helps inform the decision to pursue revascularization. Exercise-induced arrhythmias and/or low exercise tolerance (<3 METs) in the presence of symptoms (angina and dyspnea) are considered poor prognostic factors. 18 , 37

  • Patients in late-stage KD with moderate to severe CAD may exhibit sinus node dysfunction and atrioventricular conduction disorders. 785

  • Patients in late-stage KD with CAA z-scores ≥2.0 in the proximal ADA or RCA generally exhibit a reduction in METs achieved proportional to the z-score, lower levels of cardiorespiratory fitness, RER, SBPmax and maximum double-product, when compared to patients with CAA z-scores <2.0. 15 , 786 Reduced cardiorespiratory fitness is generally more severe in adolescents with KD. 16 , 17

  • Patients in late-stage KD with CAAs but no myocardial perfusion defects have HR, SBP, and DBP responses to exercise similar to those of patients without CAA. However, patients with CAAs and myocardial perfusion defects usually exhibit a lower HR in the 1stminute of recovery and lower DBP in the 1stand 5thminutes of recovery, which are findings associated with worse prognosis. 398

  • Exercise-induced ST depression is common in late-stage KD, with low sensitivity and high specificity for obstructive coronary lesions. 18 , 787

  • Patients in late-stage KD rarely exhibit exercise-induced ventricular arrhythmias (associated with CAA z-score ≥5). Complex ventricular arrhythmias and exercise-induced ventricular tachycardia are associated with large CAAs, previous VT, ICD placement, CAD, status post MI (generally >10 years after MI) and status post CABG. 560 , 788

  • QTi dispersion during exercise is generally altered in late-stage KD, regardless of QTd at rest or coronary sequelae. This phenomenon poses a risk of developing exercise-induced arrhythmias. 789

2. Heart Failure and Heart Transplantation

As of 2017, the prevalence of heart failure (HF) in the 5-14 age group in Brazil was 34.1/100,000 children. 790 In the pediatric population with CHD, this prevalence ranges from 6.2% to 39%. HF in the pediatric population is associated with high morbidity, and in-hospital mortality rates ranging from 7-26%. 791 , 792

The main causes of HF in the pediatric population are given in Table 39 . The clinical presentation of HF is related to age: infants and young children present with difficulty feeding, cyanosis, tachypnea, sinus tachycardia, and diaphoresis; older children and adolescents have fatigue, shortness of breath, tachypnea, exercise intolerance, abdominal pain, oliguria, and edema of the lower limbs. The severity of HF should be classified according to age group, using the modified Ross (children <6 years old) or NYHA (children >6 years old) classifications (see Table 29 ). 379 , 793

Table 39. Leading causes of heart failure in the pediatric population 794 , 795 .

Broad class of etiology Examples
Genetic mutations Lamin A-C, myosin-binding protein C, troponin I, taffazin (Barth syndrome), dystrophin, LAMP2 (Danon disease), mitochondrial disorders, titin, desmin.
Myocarditis Enterovirus, parvovirus, adenovirus, influenza, Epstein-Barr virus, human immunodeficiency virus, cytomegalovirus, varicella zoster virus (chickenpox), mumps, giant cell arteritis, Lyme disease, mycoplasma, Chagas disease.
Ischemia Anomalous origin of coronary artery, Kawasaki disease with coronary aneurysms.
Metabolic disorders Fatty acid oxidation disorders, glycogen storage disorders (i.e. Pompe disease), carnitine deficiency.
Structural heart disease Valvular heart disease, congenital heart disease.
Endocrine disorders Hypothyroidism, thyrotoxicosis, pheochromocytoma, glycogen storage diseases.
Blood disorders Iron deficiency, sickle cell anemia, hemochromatosis, thalassemia.
Autoimmune diseases Systemic lupus erythematosus, dermatomyositis, rheumatic heart disease.
Exposure to cardiotoxic agents Anthracyclines, cyclophosphamide, radiation.

Right HF is not common in children, but may be associated with CHD including tetralogy of Fallot, TGA, ASD, Ebstein anomaly, arrhythmogenic RV cardiomyopathy, and ventricular dysfunction in the functionally univentricular heart. The two leading causes of end-stage HF in the pediatric population are cardiomyopathies and CHD, each accounting for approximately half of cases requiring heart transplantation (HTx). HTx in the pediatric population represents 13% of all transplants, and more than 60% of recipients survive for at least 10 years. 191 , 796 , 797

Particular features of ET/CPET in pediatric patients with HF: 182 , 797800

  • Assessment of cardiorespiratory fitness and of the behavior of CPET variables provide objective information on the functional status of the heart, lungs, and peripheral muscles, elucidating the natural history of HF and informing therapeutic decision-making. 6

  • CPET should be part of the workup of patients aged ≥6-8 years with cardiomyopathy and HF (Class of Recommendation: IIa; Level of Evidence: C).

  • CPET should be used to ascertain the cause of cardiorespiratory limitations to exercise in patients with symptoms of HF (Class of Recommendation: IIa; Level of Evidence: C).

  • In patients with stage C HF, the combination of VO2peak <50% of predicted and severe exercise limitation constitute the basis for a possible indication of HTx (Class of Recommendation: IIa; Level of Evidence: C).

  • Preparticipation medical assessment and risk stratification before a physical training/cardiorespiratory rehabilitation program (Class of Recommendation: I; Level of Evidence: C).

  • In patients with a circulatory assist device and/or after HTx for assessment of cardiorespiratory fitness, risk stratification, serial graft evaluation, and prescription of a physical activity program (including rehabilitation and physical education in school) (Class of Recommendation: IIa; Level of Evidence: C).

  • In patients with suspected cardiotoxicity secondary to chemotherapy/radiotherapy, in the differential diagnosis of dyspnea, screening for cardiac dysfunction (including subclinical), risk stratification, optimization of therapy, and medical clearance/prescription of physical exercise and rehabilitation. 801

The resting ECG in HF is nonspecific but often abnormal. LV hypertrophy, RV and/or LV overload, and ST-segment and/or T wave changes may be seen. Rhythm disturbances are common, including sinus tachycardia, supraventricular tachycardia, atrial fibrillation/flutter, atrioventricular block, and VT. Intraventricular conduction disorders or QTc prolongation are generally associated with ventricular dysfunction, HF, and structural heart disease (CHD or advanced cardiomyopathy). 559 , 802 In idiopathic cardiomyopathy, the presence of LBBB and left atrial enlargement correlates with increased risk of mortality. 379 , 803

Particular features of ET/CPET in HF:

  • Usually performed with the patient on their usual medications, including antiarrhythmics and beta-blockers. Discontinuation may trigger clinical deterioration and increase the risk of complications during the test. Patients on antiarrhythmic agents have more severe disease and are at a higher risk of SCD during 5-year follow-up (RR: 3.0; 95% CI: 1.1-8.3). 803

  • Children with HF secondary to idiopathic dilated cardiomyopathy present with the following at VT1 and at peak exercise: significantly lower values of SBP, VT, VO2, VCO2, and minute ventilation; increased VE/VO2and VE/CO2values; abnormal oxygen pulse; and a significantly greater VE/VCO2slope at peak exertion. CPET variables allow quantification of the reduction in cardiorespiratory fitness and possible mechanisms of exercise limitation. 804

  • Serial CPET in children with dilated cardiomyopathy demonstrated an increased risk of hospitalization due to decompensated HF, circulatory assist/HTx, and death in those who experienced a 10mmHg reduction in SBPpeak (RR: 1.41; 95% CI: 1.12-1.79) or a 10% reduction in VO2peak from predicted (RR: 1.59; 95% CI: 1.16-2.17). 805

  • A VO2peak <44% of predicted in children with biventricular circulation was associated with higher risk of death or deterioration of HF (RR: 5.1; 95% CI: 1.9-13.5). 806

  • Clinicians should always remain vigilant for the possibility of acute exercise-induced decompensated HF, which, although rare, requires immediate intervention/critical care. 800

  • At late (10-year) follow-up of anthracycline chemotherapy (cumulative dose >300mg/m2), ≈32% of patients had developed compromised cardiorespiratory fitness (VO2max <80% of predicted) and subclinical cardiac dysfunction. 798

Particular features of ET/CPET in the pediatric population requiring or undergoing HTx:

  • When evaluating HTx recipients, it is suggested that variables (VO2, HRpeak, work load, etc.) be converted into percentages predicted for age, sex, and/or weight, so as to allow longitudinal comparisons with the patient's own serial tests, as well as with data available in the literature.

  • VO2peak ≤62% of predicted in patients with HF is strongly associated with risk of HTx and death within 2 years (RR: 10.78; 95% CI: 4.04-27.98). 807

  • Children with biventricular circulation are at risk of death, requiring circulatory support, and urgent HTx when VO2peak is <50% of predicted (RR: 4.7; 95% CI: 1.8-12.3) and VE/VCO2slope is ≥34 (RR: 3.2; 95% CI: 1.2-8.4). 806

  • CPET is part of the detailed workup necessary for the indication of HTx, where VO2peak <50% of predicted should be considered a Class I indication. 808 Other indications include VO2<14 ml/kg/min (off beta-blockers) or VO2<12 ml/kg/min (on beta-blockers). 809

  • After HTx, impairment of cardiorespiratory fitness is generally observed, both in the immediate postoperative period and 3 to 6 years after transplantation, but tends to remain stable. The younger the patient at the time of transplantation, the higher the VO2peak values achieved. A decreased maximum work load (Wmax) (<75% of predicted value) is often observed. The serial response of HR (rest, peak, and chronotropic reserve), SBP, and VO2peak provide information regarding reinnervation (generally remaining stable or increasing) and graft outcomes; a progressive reduction in VO2peak is associated with graft loss due to vasculopathy. 810 , 811

  • HR in HTx recipients is generally higher at rest and lower at peak exertion (ranging from 66-86% of predicted HRmax). HR in the 1stand 3rdminutes of recovery is reduced in patients with persistent denervation. 191

  • On average, 57% of recipients show evidence of autonomic reinnervation (predominantly sympathetic), which is associated with better cardiorespiratory fitness, greater survival, and graft stability. Patients with autonomic denervation generally develop chronotropic incompetence. Deconditioning and side effects of immunosuppression can also affect cardiorespiratory fitness. 182 , 191 , 409 , 811

  • CPET performed in the immediate postoperative period of HTx (1stmonth) demonstrated reduced VO2at VT1 and at peak effort (both with values below predicted) in a case series. 192

  • Serial CPET in the late postoperative follow-up of HTx demonstrated that a VO2of 59.3% of predicted and an HRmax 75.8% of predicted were achieved at ≈3 years, and remained below normal in subsequent testing (≈5 years). 810

  • Behavior of other CPET variables in HTx recipients: VEpeak is generally reduced, as is Wmax (ranging from 60-66%); peak aerobic power was on average 56±14% of predicted. 191

3. Cardiac Arrhythmia

3.1. Congenital Long QT Syndrome

Congenital long QT syndrome (LQTS) is a genetic disease characterized by prolongation of the QTc interval (QTc >440 ms in males and QTc >460 ms in females), with a prevalence of 1:2,000 to 1:5,000. It can cause syncope, ventricular arrhythmias, and cardiac arrest. The average age at presentation is 14 years, with an annual rate of sudden cardiac death between 0.33% and 0.9%. LQTS should be investigated in children and adolescents with this clinical picture, a family history of sudden death, and/or a diagnosis of long QT. In type 1 LQTS, the leading trigger of arrhythmias is physical exercise. The Schwartz criteria are recommended for the diagnosis of LQTS in pediatric and adult populations. 812814

It is recommended that the QT interval be measured in leads II and V5. 82 QTi prolongation on resting ECG is the most common way of diagnosing this syndrome. However, 20-25% of patients with confirmed LQTS have a normal QTc interval at rest. 6 . 308 The ideal formula for adjusting QTc in ET remains controversial (see section "3.3.2.8. QT Interval" of this guideline). Interpretation of the QTc depends on the formula used. 124 , 542544 Table 24 gives QTc reference values for different pediatric age groups.

According to the Brazilian Guideline on Cardiac Arrhythmias in Children and Congenital Heart Diseases, ET is indicated in: 82

  1. Patients with a Schwartz score of 3.0 (intermediate probability), when prolongation of the QTc interval during the recovery phase of the test adds diagnostic value. 57

  2. Asymptomatic family members with resting QTc <440 ms.

  3. Patients without a defined phenotype or genotype, for optimization of therapy.

  4. Assessment of nonspecific exertional symptoms.

ET may reveal chronotropic incompetence, wave alternans, ventricular tachyarrhythmias, or paradoxical QT interval response to effort and/or recovery (increasing instead of decreasing). 57 , 813 , 815

Assessment of QTc in the recovery phase has been recommended due to the difficulty in measuring the QT interval at high HR. QTc is measured at 3-4 minutes of recovery; prolongation ≥30 ms is considered significant. 109 , 542 , 548 , 816

When evaluating efficacy of beta-blocker therapy in patients with LQTS, the objective is to ascertain whether there is a reduction in the chronotropic response and/or suppression of arrhythmias at maximum exertion. 817819

3.2. Brugada Syndrome

Brugada syndrome (BrS) is an autosomal dominant hereditary channelopathy caused by a defect in sodium channels in the right ventricular epicardium. Mutations in the SCN5A gene are the culprit in most cases. The ECG shows a typical pattern of ST-segment elevation in the right precordial leads (V1-V3), with an increased risk of sudden death. The prevalence of BrS in the pediatric population is low (≈1 in 20,000), but the majority of cases are asymptomatic. Some apparently healthy patients present early expression of the disease with initial manifestations such as SND and atrial arrhythmias. BrS can also manifest with syncope, potentially lethal ventricular arrhythmias (polymorphic VT/VF), and cardiac arrest (often during sleep, and/or triggered by hyperthermia and/or medications). 820 , 821

Risk factors for recurrent arrhythmic events include: previous history of aborted sudden death or syncope; sinus node dysfunction; atrial arrhythmias; intraventricular conduction disorder; large S wave on ECG lead I; and presence of SCN5A mutations in adolescents. 822 Some medications and substances are potentially triggering; these include antiarrhythmics, sodium channel blockers, tricyclic antidepressants, local anesthetics, alcohol, and cocaine. A full list is available online at <www.brugadadrugs.org>. 823 , 824

BrS should be suspected when the resting ECG observed in leads V1 and V2: 308 , 825

  • Type 1: ST-segment elevation ≥2 mm followed by a downsloping, negative T wave ("coved" ST elevation or "shark fin" sign). These findings are diagnostic for type 1 Brugada syndrome.

  • Types 2 and 3: ST-segment elevation with an upsloping, positive T wave ("saddleback" ST segment), 2 mm and <2 mm respectively, suggest the presence of channelopathy. However, additional investigation is required.

Another diagnostic criterion for BrS is a Shanghai score ≥3.5, as long as one or more ECG criteria are met. 824 , 826

Particular features of ET/CPET in BrS:

  • As early as age 6-7, ET is indicated for detection of chronotropic incompetence, which is considered a manifestation of sinus node dysfunction. Chronotropic incompetence occurs in ≈ 7% of patients. Approximately 30% of symptomatic children have a history of AFib and SND. 820 , 827

  • Attenuation of ST-segment elevation is generally observed at peak exertion, followed by reappearance during the recovery phase. 126 , 525 , 526

  • Some patients (usually with SCN5A mutation) experience an increase in ST-segment elevation (≥0.05 mV) at peak exertion and, especially, in the initial phase of recovery, associated with increased parasympathetic tone. This phenomenon is considered a risk factor for cardiac events, especially in asymptomatic patients and in those with a history of syncope. 126 , 526 , 828

  • There may be increased density and complexity of ventricular arrhythmias as the test progresses.

  • ET/CPET can be considered as part of ongoing follow-up of children with BrS to evaluate symptoms such as syncope and palpitations. 824

3.3. Catecholaminergic Polymorphic Ventricular Tachycardia

Catecholaminergic polymorphic ventricular tachycardia (CPVT) is a hereditary arrhythmic syndrome (channelopathy) characterized by bidirectional ventricular tachycardia, polymorphic VT, and/or ventricular fibrillation, triggered by adrenergic stimuli (physical exertion or emotional stress). CPVT normally occurs in structurally and functionally normal hearts. 829 Its prevalence is ≈1-5,000/10,000 persons; ≈30% of cases are familial. Its mode of inheritance may be autosomal dominant (mutations in the RyR2 gene) or, more rarely, recessive (mainly mutations in the CASQ2, TRDN, and CALM1-3 genes). The average age at onset is ≈10 years. The most common symptoms are dizziness, palpitations, and pre-syncope, which can progress to syncope, hypotonia, seizures, and sudden cardiac death. Sudden death occurs in 30-50% of patients between the ages of 20 and 30. Up to 30% of patients with CPVT have a family history of exercise-induced syncope, seizure, or sudden death. 830832

ET/CPET is the most relevant diagnostic tool in suspected CPVT, playing a key role in directing therapy of confirmed cases, including clearance for physical exercise.

The pre-test physical examination is usually normal. Suspicion is warranted in patients with a previous history of syncopal episodes that were characterized as vasovagal event or neurological in nature (usually ascribed to epilepsy), considering that in these cases there may simply have been a delay in establishing the diagnosis of CPVT. 829

The resting ECG generally shows sinus rhythm with normal HR or sinus bradycardia (≈20% of patients), without atrioventricular or intraventricular conduction abnormalities, and a normal QTc. Some patients may exhibit prominent U waves and supraventricular arrhythmias with sinus node dysfunction. 308 , 833 , 834

Particular features of ET/CPET in CPVT:

  • If suspected, perform the test in a hospital setting, with special precautions (see Chart 1 for contraindications) due to the possibility of exercise-induced complications. 835

  • The development of typical exercise-induced symptoms (dizziness, palpitations, pre-syncope, syncope, and sudden cardiac death) is generally associated with complex ventricular arrhythmias.

  • Initially, isolated PVCs occur. As the test progresses, PVCs evolve into ventricular bigeminy, followed by polymorphic complexes. If the test is stopped at this stage, the ventricular complexes are likely to disappear gradually. This arrhythmia may be the only abnormality observed in some patients with mild CPVT. Characteristically, the HR at which PVCs occur is between 100 and 130 bpm, and the arrhythmia is typically reproducible. 829

  • Certain characteristics of PVCs can potentially help distinguish CPVT from ventricular arrhythmias in healthy controls: higher density of PVCs; first onset of PVCs with intense exertion (≥10 METs); PVCs with an LBBB pattern and inferior axis; bigeminy or trigeminy at peak exertion; duration of QRS complexes >120ms; coupling interval >400 ms; disappearance of PVCs in the first minute of recovery. 836 , 837

  • The complexity and density of ventricular arrhythmia can worsen as exertion progresses, with VT generally developing when the HR reaches ≈192 bpm. The occurrence of exercise-induced bidirectional VT, with beat-to-beat 180° rotation of the QRS axis (vector alternans), is highly characteristic of CPVT. Development of polymorphic VT followed by ventricular fibrillation occurs during ≈7% of exercise tests. 838

  • Patients with CPVT and chronotropic incompetence present ventricular arrhythmias of greater density and complexity and experience syncope and/or cardiac arrest more frequently compared to those with a normal chronotropic response. 408

  • Some patients may present with exercise-induced supraventricular tachyarrhythmias (including AFib), but these are nondiagnostic of CPVT. 839

  • Bidirectional or polymorphic VT during ET/CPET is highly predictive of CPVT (97% specificity), and has a significant association with genetic mutations. However, sensitivity is usually ≈50%, which means diagnosis of CPVT cannot be ruled out with a single normal exercise test, especially in early childhood. 112 , 840

  • In patients with suspected CPVT and previous normal ET/CPET, modified "sprint" (high work load from the very start of the test, performed on a cycle ergometer, lasting 3 to 6 minutes) or "burst" (high-intensity exercise from the very start of the test, equivalent to the maximum load achieved in the previous ET) protocols can be used in an attempt to uncover the syndrome. Only 28% of carriers of the pathogenic RyR2 variant exhibit abnormalities during ET with a standard protocol. With modified protocols, 83% of tests are abnormal. 113 , 839 , 841

  • ET is essential for screening of first-degree (and, if possible, second-degree) relatives of persons with confirmed CPVT, due to the severity of clinical manifestations, unfavorable prognosis, and possibility of early identification of asymptomatic carriers who would benefit from specific therapy. Screening is generally done with an attenuated protocol. It is important to stress that some patients with CPVT may have a normal test in early childhood and only show abnormalities on subsequent ETs. Therefore, regular monitoring and serial tests are advised. 82 , 842844

  • Serial monitoring with ET/CPET is mandatory to evaluate the effectiveness of established therapy in controlling ventricular arrhythmias and maintaining HR at levels below the triggering threshold. Tests should always be carried out while patients are on their usual medication (including beta-blockers). In patients who continue to show exercise-induced ventricular arrhythmias in doublets, NSVT, or polymorphic or bidirectional VT, the possibility of additional therapy (with flecainide) should be considered. If exercise-induced ventricular arrhythmia and/or symptoms persist, ICD placement with or without left cardiac sympathetic denervation should be considered. 842 , 845847

  • ET must also be carried out as part of preparticipation assessment to clear patients for leisure exercise. Patients who have been asymptomatic for a minimum period of 3 months (including patients with ICDs in place), with no evidence of ventricular ectopics or arrhythmias on ET, and stable on appropriate drug therapy may be allowed to engage in leisure exercise (low to moderate intensity). During physical exercise, patients must remain below the HR threshold known to trigger arrhythmias. The need to avoid dehydration, electrolyte disturbances, and hyperthermia must also be taken into account. 829 , 848

3.4. Arrhythmogenic Ventricular Cardiomyopathy/Arrhythmogenic Right Ventricular Dysplasia

Arrhythmogenic ventricular cardiomyopathy (ACM) is a hereditary cardiomyopathy characterized by fibrofatty replacement of ventricular myocytes, resulting in electrical conduction abnormalities, cardiac dysfunction, HF, ventricular arrhythmias, and/or sudden death. Although it manifests predominantly in the RV (ARVC or ARVD), it is in fact a pancardiac disease. In adolescents who become symptomatic, biventricular involvement is most common. The prevalence in the overall population is ≈1:5,000, and males are affected at a ≈3:1 ratio. ACM represents one of the most common causes of juvenile sudden death, especially among athletes. 849851

In the pediatric population, the presentation of ACM varies with age, sex, and genetic inheritance. The most common manifestations are ventricular fibrillation/sudden cardiac death (SCD), which is generally the presenting manifestation of the disease in adolescents; complaints of palpitations and syncope; and HF, which is generally the first clinical manifestation in prepubertal children (≈37% have biventricular involvement) or at advanced stages of the disease (high prevalence). 852 , 853

ARVC in child age ≤12 years is associated with unfavorable outcomes, with a high incidence of cardiac events including heart transplantation and severe ventricular arrhythmias. In young people, strenuous physical exercise (adrenergic stimulation) can act as a phenotypic modifier of ACM, becoming a trigger for malignant arrhythmias and SCD. 854 , 855

In equivocal cases, the revised 2010 International Task Force diagnostic criteria and the so-called "Padua criteria" should be applied. In children, the 2010 International Task Force ECG criteria are less applicable, underestimating the actual occurrence of ACM. The Padua criteria, in turn, improve accuracy in children through the use of CMR, stratifying the disease into phenotypic variants (right dominant, left dominant, and biventricular). 856858

Particular features of ET/CPET in ACM:

  • Corrado et al. proposed an update to the Padua criteria to include ET as part of noninvasive clinical assessment, aiming to record the density and morphology of ventricular arrhythmias. If ventricular arrhythmia occurs during the test, the clinician should record its density, the morphology of ectopic QRS complexes, and behavior during each phase of the test (rest, exercise, and recovery). 856

  • Exercise-induced ventricular arrhythmias are relatively common, with monomorphic VT with LBBB pattern being considered typical of ARVC. However, the absence or suppression of ventricular arrhythmias on exertion does not exclude the diagnosis of ARVC. 258 , 859

  • Further indications: in the initial workup; to inform treatment decisions; for preparticipation assessment of adolescents wishing to engage in sports; to distinguish myocardial changes of ACM from those related to physiological remodeling in athletes; to inform exercise prescription or restriction in patients with a confirmed diagnosis; and for optimization of medical surveillance of asymptomatic carriers of ACM-causing genes. 258 , 516 , 860 , 861

  • ET should be part of periodic assessment (every 6 months) of adolescents and young adults with a confirmed diagnosis who engage in low-to-moderate-intensity recreational sports/physical exercise, for assessment of functional capacity and risk stratification. Testing should not be carried out during the most symptomatic periods of the disease ("hot phases"). The presence of exercise-induced symptoms or arrhythmias should lead to conservative recommendations and greater restrictions on exertion activity. 62 , 862

  • In most patients, abnormalities are found on the resting ECG, which in many cases precede structural changes. Symptomatic patients generally have more markedly altered ECGs than asymptomatic patients. Most common ECG findings in patients aged >14 years: inverted T waves in the right precordial leads (V1-V3 or beyond) in the absence of RBBB, epsilon waves (between 7 and 30% of patients), and ventricular arrhythmias. 863 , 864

  • Exercise intolerance is one of the manifestations of patients with HF, and ET is indicated to assess cardiorespiratory fitness and quantify the degree of impairment. 865

  • ET of adolescents and young adults with ARVC presented: effort-induced symptoms (limiting chest pain, severe dyspnea, pre-syncope and palpitations) in 11.4%; pseudonormalization of T waves in 40.0%; ISTE at 8.6%; increased density of ventricular ectopy in 31.4% and non-sustained VT in 11.4%. 516

  • In patients with exercise-induced palpitations and/or syncope and/or VT, diagnostic investigation for ACM should be pursued urgently. 866

  • Asymptomatic patients with mutations in the PKP2 gene and normal resting ECG may develop exercise-induced epsilon waves. 861 , 867

  • Exercised-induced ventricular depolarization changes are common in asymptomatic carriers of ACM-associated genes: emergence of epsilon waves occurs in 14%; increased duration of terminal activation of QRS complexes (≥55ms) in 32%; and exercise-induced ventricular arrhythmias with a superior QRS axis in 57%. 861

  • CPET is useful in children and adolescents who develop HF (generally due to biventricular involvement) for prognostic stratification, optimization of therapy, and selection of patients for advanced HF therapies (HTx or ventricular assist devices). 852 , 868

3.5. Complete Heart Block (Congenital and Childhood)

Complete atrioventricular block (or third-degree AV block) is defined as congenital (CCAVB) if diagnosed in utero, at birth, or within the first month of life, whereas childhood AV block is diagnosed between the first month and 18thyear of life. Acquired complete heart block results from an acute insult, reversible or otherwise. The prevalence of CCAVB is 1 in 15,000 to 20,000 live births (60% are females), with cardiac malformations seen in ≈25% to 50% of cases. 107 , 869

More than half of CCAVB cases is immune-mediated, caused by autoantibodies that, in susceptible fetuses, damage cardiomyocytes and AV node conduction tissue. Pregnancies may be asymptomatic and ≈⅓ had a previous diagnosis of rheumatic disease (mainly SLE and rheumatoid arthritis). The mother may be asymptomatic; approximately one-third have a preexisting diagnosis of rheumatic disease (mainly SLE and rheumatoid arthritis). The recurrence rate in subsequent pregnancies is 12 to 25%. CCAVB is associated with a mortality rate of ≈16 to 30% (predominantly in utero and in the first months of life) and development of dilated cardiomyopathy (in 5 to 30% of cases). 107 , 870 , 871

Childhood complete AV block generally results from previously undiagnosed CCAVB, acquired AV block, or hereditary progressive cardiac conduction diseases (associated with mutations in the SCN5A , SCN1B , SCN10A , TRPM4 , and KCNK17 genes); some cases are idiopathic. In most cases, it is not associated with structural heart disease or autoimmunity. 583

Patients with isolated CCAVB (i.e. with no associated cardiac malformation) require close clinical monitoring. They are initially asymptomatic but usually progress to dilated cardiomyopathy due to ventricular dysfunction secondary to bradycardia, which is the leading cause of morbidity and mortality. Significant bradycardia and/or Stokes-Adams attacks are the main indications for pacemaker (PM) implantation. 872

Acquired complete heart block generally results from: iatrogenic trauma, whether surgical (occurring in 3 to 8% of patients with repaired CHD) or transcatheter; acute or chronic infectious processes; myocarditis; acute rheumatic carditis; acute rheumatic fever; Chagas disease; metabolic disorders (hypothyroidism); infiltrative processes; or a pathological neurocardiogenic mechanism. Although it is a rare and potentially transient finding, ET/CPET is useful for risk stratification and to inform indications for pacing. 107

In patients with complete AV block, ET is indicated to help document symptoms, assess increased ventricular escape response, ascertain whether ectopy is present, and assess the hemodynamic repercussions of the block. 114 , 554

Particular aspects of ET in complete heart block:

  • On resting ECG, in complete heart block of supra-Hisian origin, a ventricular escape pattern of QRS complexes with normal duration is observed (in acquired cases, it is similar to that seen on pre-block ECGs), in infra-Hisian blocks, the QRS complexes are wide. QTi prolongation in patients with CCAVB is generally a phenotypic manifestation of latent congenital LQTS, and constitutes a risk factor for syncope and/or sudden death. 115 , 873

  • The natural history of congenital complete heart block consists of a progressive decline in ventricular rates throughout life. On resting ECG, between the ages of 6 and 10 years, the average HR is 50 bpm; between 16 and 20 years, 45 bpm. 556

  • Cardiorespiratory fitness provides relevant information about health status and the ability to perform age-appropriate physical activities. Impaired CVF, with or without stress-induced symptoms, is one of the criteria for PM implantation.

  • Key exercise-induced symptoms: exercise intolerance, dyspnea, pre-syncope, syncope, Stokes-Adams attacks (especially if the QTi is prolonged). 556 , 874

  • The use of VO2max and HRmax prediction equations is not recommended.

  • The increase in sympathetic activity without a corresponding effective increase in HR due to escape rhythm can result in complex ventricular arrhythmias and serious complications, especially on a background of CHD or HF. Chronotropic reserve <50 bpm, whether with or without reduced functional capacity (<7 METs), is associated with poor prognosis and need for PM implantation. Exercise-induced ventricular arrhythmia (EIVA) is common (50-70% of patients); its density and complexity are related to the duration of the QRS complexes and increasing age (independent of the HR response to exertion). Complete heart block located within the His-Purkinje system is associated with the occurrence of exercise-induced ventricular ectopics, with an increased risk of sudden death. 115 , 555 , 557

  • Fatigue, dyspnea, dizziness, and exercise-induced ventricular ectopy accounted for approximately 26.5% of pacemaker placements. In asymptomatic patients, other indications were pronounced, persistent bradycardia (including on exertion) and/or prolonged QTc. 107 , 115

Particular features seen in ET/CPET after pacemaker implantation for complete heart block:

  • The ET allows investigation of exercise-induced symptoms, assessment of cardiorespiratory fitness, assessment of atrial rate response, verification of effectiveness of pacemaker programming (rate response), and assessment of potential exercise-induced pacemaker failure; it also helps inform the decision to upgrade the pacemaker (dual-chamber/transvenous). 872 , 875 , 876

  • After pacemaker implantation, ≈20% of children remain symptomatic and/or with impaired cardiorespiratory fitness. This occurs mainly with pacemakers in VVIR (epicardial) stimulation mode at the RV apex. 877

  • The choice of stimulation site (epicardial or transvenous) will generally depend on the patient's weight. The epicardial approach is necessary in patients weighing <10-15 kg, while the transvenous route can be used in those weighing >20 kg. For patients weighing 15-20 kg, either route is feasible. Dual-chamber transvenous pacing is associated with better outcomes in terms of cardiorespiratory fitness. 872 , 878

  • Children with a single-lead pacemaker positioned at the RV apex may develop LV activation and contraction dyssynchrony, resulting in decreased LV function, reduced cardiorespiratory fitness, and chronotropic incompetence. Chronic RV apical pacing can lead to HF in ≈7% of children. 879

  • Patients with LV apical pacing have higher VO2peak, HRpeak, chronotropic index, withstand longer exertion, and experience fewer effort-induced symptoms than patients with RV apical pacing. 877

4. Myocardial Ischemia

Myocardial ischemia in the pediatric population is generally a manifestation of one of many conditions and diseases (congenital or acquired) which can cause obstruction of the coronary circulation (dynamic or fixed) and/or microcirculatory dysfunction (see Table 40 ). Although infrequent, myocardial ischemia is a serious, life-threatening event, requiring proper diagnostic investigation, monitoring and follow-up of its natural history, and elucidation of underlying conditions. 19 , 20 , 880

Table 40. Main causes of myocardial ischemia in the pediatric population 19 , 20 , 880882 .

Mechanism Condition
Atherosclerosis CAD in CHD survivors to older ages.
CAD in CHD due to increased coronary risk factors (i.e. repaired coarctation with persistent hypertension).
Early CAD due to familial hypercholesterolemia, advanced chronic kidney disease/end-stage renal disease, and systemic lupus erythematosus.
Coronary reimplantation surgery Arterial switch surgery for transposition of the great vessels.
Coronary reimplantation for anomalous left coronary artery from the pulmonary artery (ALCAPA).
Aortic valve disease in patients undergoing Ross surgery.
Ascending aortic aneurysms in patients requiring proximal aortic root replacement.
Coronary artery compression Anomalous origin of the right or left coronary artery from the opposite sinus, with an interarterial/intramural course.
Proximal pulmonary artery stent placement or percutaneous pulmonary valve implantation compressing a coronary artery.
Transcatheter aortic valve (TAVI) placed in the aortic position, obstructing the coronary ostium.
Myocardial bridge.
Systemic RV Corrected TGA.
Atrial switch repair (Mustard or Senning) of TGA.
Coronary fistulas Coronary fistula.
Pulmonary atresia with intact ventricular septum, hypoplastic RV, and coronary fistula to RV.
Williams syndrome Supra-aortic aortopathy with narrowing of the coronary artery.

CHD: congenital heart disease; RV: right ventricle: TGA: transposition of the great arteries.

Atherosclerotic CAD in the pediatric population is generally associated with conditions that cause premature atherosclerosis:

  1. Familial hypercholesterolemia, an autosomal dominant genetic disorder of cholesterol metabolism. In its heterozygous form, it affects 1:250 individuals, causing premature atherosclerosis in adolescents and young adults. 59 , 883 , 884

  2. Advanced chronic kidney disease (CKD), especially end-stage renal disease (ESRD)/dialytic CKD. Coronary calcification is common in this setting and is associated with uremia, abnormal mineral metabolism, increased fibroblast growth factor (FGF)-23 levels, and Klotho factor deficiency. Children with CKD have a high prevalence of risk factors for atherosclerotic CVD, similar to those observed in adults with this condition. The American Heart Association stratifies pediatric patients with CKD into the high-risk category for developing early CVD and atherosclerotic CAD before the age of 30. 885 , 886

  3. Systemic lupus erythematosus (SLE), an autoimmune disease characterized by a relapsing-remitting pattern of systemic inflammation with tissue damage caused by formation of immune complexes and/or deposition of autoantibodies. SLE is associated with accelerated atherosclerosis, CAD, PAD, VHD, myocarditis, LV dysfunction (in children with active SLE), and increased risk of CV events. Early atherosclerosis occurs secondary to hyperleptinemia and abnormalities in immune regulation, endothelial cell function, and vascular repair. CAD can occur at any stage of SLE, with younger individuals being at the highest risk. 887890

Markers of high MI risk in children and adolescents complaining of chest pain include: abnormal cardiovascular findings on physical examination (i.e. heart murmur, cyanosis, peripheral pulse changes, etc.); chest pain or syncope on exertion; chest pain associated with palpitations; abnormal ECG; family history of arrhythmias, sudden death, or genetic disorders; history of cardiac surgery or interventional procedures; heart transplantation; history of Kawasaki disease; history of familial hypercholesterolemia; and a diagnosis of CKD and/or SLE. 20

The resting ECG should highlight any arrhythmias, conduction, and ST-segment/T wave changes (which may suggest pericarditis, myocarditis, or CAD), as well as evidence of LVH. The presence of LBBB, WPW, or an artificial pacemaker will hinder analysis of repolarization changes as markers of ischemia during ET. 7

Particular features of ET/CPET in myocardial ischemia:

  • Indicated as part of the chest pain workup in children and adolescents at high risk of ischemic cardiovascular events ( Table 40 ).

  • Parameters such as VO2peak, oxygen pulse, VE/VCO2slope, and ΔVO2/ΔWR ratio aid in the diagnosis of myocardial function impairment, treatment decisions, and medical clearance for or prescription of physical activities. 179

  • Congenital anomalies of the coronary arteries are a known common cause of exercise-induced myocardial ischemia. They include: anomalous origin of the aorta or pulmonary artery, abnormal ostium, and intra- or intermural arterial course (between the aorta and the pulmonary artery). 891

  • After surgical correction of these anomalies, ET is indicated for risk stratification and optimization of therapy (enlargement of the coronary ostia, reimplantation with or without prolongation of the coronary arteries, translocation of the pulmonary artery, myocardial revascularization). 891

  • After arterial switch procedures and the Ross procedure, ET is indicated to stratify the risk of early postoperative ischemia and myocardial dysfunction. Late coronary ischemia may require reoperation. 891 , 892

  • In patients with hypoplastic left heart syndrome and Fontan palliation, the incidence of exercise-induced ST-segment depression was 48%, with no deaths recorded during ≈2 years of follow-up. Patients further investigated did not exhibit reversible perfusion defects or obstructive CAD. 520

  • In patients evaluated for residual coronary artery lesions after corrective surgery (due to TGA, anomalous origin, or ALCAPA), exercise-induced ST-segment elevation had 100% sensitivity and 81% specificity for severe residual lesions (>50%). The risk markers for serious lesions were effort-induced chest pain (RR: 4.72; 95% CI: 1.23-18.17) and intramural pathway (RR: 4.37; 95% CI: 1.14-16.81). 893

  • Children with myocardial bridging and hypertrophic cardiomyopathy showed shorter exercise time, lower SBPpeak (mean reduction 17±27 mmHg), greater QTc dispersion (104±46 msec), and exercise-induced ST-segment depression (median 5 mm). During 7.1±5.4 years of follow-up, chest pain was observed in 60% of patients, VT in 80%, and cardiac arrest with subsequent resuscitation in 50%. 894

5. Valvular Lesions

5.1. Congenital Aortic Stenosis

Congenital aortic stenosis (AS) is a heart defect that causes hemodynamically fixed, significant obstruction of the LV outflow tract. It accounts for ≈3-6% of CHD cases, and is more common in males (male-to-female ratio 3:1 to 5:1). Approximately 15 to 20% of patients with AS have other associated CHDs, most commonly PDA, coarctation of the aorta, or VSD. 895

In critical AS, a unicuspid aortic valve is commonly seen, having either an eccentric orifice with a patent commissure or a central orifice with an absent commissure. Bicuspid aortic valves are generally associated with dilation of the ascending aorta, with enlargement and degenerative changes of the valve as the child grows. 370 , 896

AS in early childhood is usually severe (critical) and is associated with LV failure, signs of low cardiac output, HF, cardiomegaly, pulmonary edema, pallor or gray discoloration of the skin, hypotension, and dyspnea. Most children and adolescents with mild AS remain asymptomatic and have normal growth and development. Dyspnea, angina, or syncope, particularly on exertion, occur in ≈10% of the affected pediatric population aged 5-15 years. The onset of symptoms requires immediate assessment because of the risk of sudden death (≈1-10% in patients with moderate-to-severe AS). Approximately 2 to 4% of all young athletes with SCD have AS. 181

Congenital AS is associated with development of LVH and an increased risk of CVD. Supravalvular aortic stenosis (most commonly associated with Williams syndrome) may confer increased CV risk due to its association with stenosis of the coronaries (with myocardial ischemia and exercise-induced syncope) and renal arteries (which may cause secondary hypertension). 81

Abnormal findings on resting ECG are nondiagnostic of AS and are not sensitive enough to determine the degree of severity. However, evidence of LVH and ST-segment depression ≥2mm are relatively sensitive indicators of severe AS. Ventricular arrhythmias are common in moderate/severe AS. QT dispersion is prolonged in children (particularly in those with arrhythmia), and the degree of prolongation is related to the pressure gradient and LV mass index. 388 , 897 , 898

Particular features of ET/CPET in congenital AS:

  • Contraindicated in symptomatic moderate/severe AS.

  • Indicated for the assessment of children and adolescents with AS who have a mean gradient at rest <30 mmHg or a peak gradient <50 mmHg.

  • Indicated in moderate AS for preparticipation assessment of children and adolescents wishing to take pert in sporting activities. For medical clearance, the child must reach a level of effort during ET consistent with the desired activity, demonstrate satisfactory cardiorespiratory fitness, a normal SBP response to exercise, and complete absence of symptoms, ST-segment depression, or ventricular tachyarrhythmias. 181

  • Asymptomatic patients with moderate/severe AS generally exhibit poor cardiorespiratory fitness, especially if the LV systolic gradient is ≥30 mmHg. The degree of impairment is related to the aortic valve area at rest. 436 , 899

  • Most asymptomatic patients with moderate AS have a moderate increase in SBP (<25 mmHg).

  • The change in SBP from baseline during exertion (ΔSBP) depends on the degree of stenosis, being less in severe AS (ΔSBP = 21.6 mmHg) than in moderate AS (ΔSBP = 32 mmHg). 900

  • In moderate/severe AS, exercise-induced ST-segment depression, an inadequate drop or increase in SBP, and exercise-induced arrhythmias may occur. 437

  • The severity of AS is associated with exercise-induced ST-segment depression (odds ratio: 12.0; 95% CI: 3.0-49.0). Exercise-induced ST-segment depression is related to LV systolic pressure, LV outflow gradient (especially if ≥70 mmHg), and the oxygen supply-demand relationship. 436 , 518 , 899

  • In supravalvular AS, complex ventricular arrhythmias and worsening of ST-segment depression with exertion usually occur and are indicative of myocardial ischemia. 434

  • After surgical treatment of AS, there is a reduction in exercise-induced ST-segment depression and increases in ΔSBP and cardiorespiratory fitness. 519

5.2. Aortic Regurgitation

Aortic regurgitation (AR), or aortic insufficiency (AI), is characterized by an increase in left ventricular end-diastolic volume, increased wall strain, and compensatory myocardial hypertrophy. AR rarely occurs as an isolated lesion; it is often comorbid with AS (including after surgical or transcatheter intervention) or VSD. A bicuspid aortic valve is the most common cause of AR. 896

Chronic AR is generally well tolerated and most children remain asymptomatic, even with a major lesion. However, in moderate/severe AR, the development of significant symptoms and/or LV dysfunction is common, and surgical intervention is required. Severe AR results in greatly increased LV end-systolic and end-diastolic volumes, generally leading to progressive dysfunction. In severe AR, reduced diastolic pressures at the aortic root can impair coronary perfusion. 901905

The resting ECG in moderate/severe AR usually presents a LVH pattern and, in the chronic stage, ST-segment and T wave changes. 388

Particular features of ET/CPET in AR: 903 , 904 , 906

  • Indicated for assessment of symptoms, CRF, exercise-induced ischemia, optimization of therapy, and medical clearance/prescription of physical exercise.

  • Patients who develop signs or symptoms of HF and/or exercise-induced ischemia or decline in LV function generally require surgical intervention.

  • Patients with moderate or severe AR present with impairment of HRpeak, blood pressure (including intra-exercise pressure drop), and respiratory quotient (RQ). There is also a higher incidence of ectopy and exercise-induced ST-segment depression.

  • In athletes, ET it is indicated to confirm possible symptoms and evaluate exercise tolerance and the BP response to exercise, parameters which must be assessed before the patient can be cleared to practice sports. A level of activity comparable to that of the intended sport, or greater, must be achieved during the ET.

  • Asymptomatic athletes with mild to moderate AR, no LV dysfunction, and a normal ET can participate in all competitive sports (Class of Recommendation: I; Level of Evidence: C).

  • Moderate/severe AI allows participation in recreational sporting activities only if LVEF >50%, the LV is not enlarged (<35 mm/m2), and the ET is normal (Class of Recommendation: IIb; Level of Evidence: C).

5.3. Bicuspid Aortic Valve

Bicuspid aortic valve (BAV) is a congenital malformation that can occur both as an isolated lesion and in association with CHD. The prevalence of isolated BAV is approximately 1-2% in the general population, 15-30% in Turner syndrome, and 50-85% in patients with coarctation of the aorta. BAV is common in chromosomal diseases such as Down syndrome (trisomy 21), DiGeorge syndrome (22q11), Edwards syndrome (trisomy 18), and other genetic syndromes, such as Williams syndrome, Holt-Oram syndrome, Marfan syndrome (4.7%), and Loeys-Dietz syndrome (8.8%). 139 , 330 , 907

Abnormalities of the aortic root, sinotubular junction, and ascending aorta occur as part of this lesion. Dilation of the aortic root and ascending aorta is common, even in patients with no stenosis or regurgitation. In AS, the risk of developing severe aortic dilation in adolescence and early adulthood is greater. In Marfan syndrome with BAV and aortic dilation, there is a greater risk of spontaneous rupture. Most children with BAV are asymptomatic until adulthood. In selected pediatric cohorts with BAV but no severe stenosis or concomitant CHD, <5% require intervention on the valve before adulthood. 139 , 330 , 907

Particular features of ET/CPET in BAV:

  • ET is indicated for assessment of symptoms and of cardiorespiratory fitness in patients who have developed moderate/severe AS, AR, or coarctation of the aorta. 370

  • Adolescents with BAV and Williams syndrome generally present with reduced total exercise time; an accelerated chronotropic response; a hypertensive SBP response to exertion; and absence of exercise-induced ST-segment depression. 908

  • Indications for balloon valvuloplasty include severe AS, peak systolic gradient at rest ≥50 mmHg without symptoms or ≥40 mmHg with angina, syncope, and ST-segment changes, whether at rest or exercise-induced. 909

5.4. Pulmonic Stenosis

Pulmonic stenosis (PS) is a narrowing of the pulmonic (or pulmonary valve), usually due to fusion of its leaflets, with obstruction of the RV outflow tract and reduced blood flow to the pulmonary arteries. It is the most common form of RV outflow tract obstruction, accounting for 90% of cases. 910 , 911

The severity of PS determines the treatment strategy, which may include surgical and/or transcatheter intervention. PS is classified on the basis of the right ventricular to pulmonary arterial (RV-PA) pressure gradient: 10 to 30 mmHg, mild; >30 to 60 mmHg, moderate; >60 mmHg or RV pressure greater than systemic pressure, severe. 910 , 912 , 913

Children with discrete PS, with intact interventricular septum (isolated PS), are generally asymptomatic and exhibit normal CRF. Spontaneous regression of the stenosis may occur with advancing age. Conversely, patients with moderate PS – especially symptomatic ones – develop worsening RV hypertrophy, outflow tract obstruction, and ventricular dysfunction, requiring interventional treatment. Severe PS occurs mainly in childhood and often progresses to RV dysfunction, HF, tricuspid regurgitation, and cyanosis, requiring early interventional treatment. 370 , 911 Over 13.5 years of follow-up, isolated PS (i.e. with an intact interventricular septum) was associated with an increase in overall mortality (RR: 4.67; 95% CI: 3.61-5.99). Patients with early diagnosis (within the first year of life) had the highest risk of mortality (RR: 10.99; 95% CI: 7.84-15.45). 910 , 912 , 913

After valve intervention, long-term event-free survival is >90%. Complications include pulmonic regurgitation with possible RV volume overload (≈⅓ of patients) and restenosis (5-10% of patients), especially in the first year after intervention. 911 , 914 , 915

The resting ECG in mild isolated PS is generally normal, but in children there may be T wave inversion in the right precordial leads. In moderate/severe cases, a pattern of RV hypertrophy and right atrial enlargement ("P pulmonale") is generally observed, as well as deviation of the QRS axis to the right and RBBB. 388 , 911

Particular features of ET/CPET in isolated PS:

  • Is useful in preparticipation assessment before enrollment in a physical exercise program and aids in symptom assessment by providing direct information about the ability of the RV to maintain cardiac output during conditions of increased workload. RV systolic pressure, assessed through physical stress echocardiography, is normally elevated at rest, increasing further during exertion. 87 , 906

  • In mild stenosis, CRF it is generally normal; in moderate cases, it is usually impaired; in severe cases, impairment is more pronounced and symptomatic, leading to a worse quality of life, but generally improves after intervention. 916918

  • The chronotropic response is generally normal, regardless of the severity of the stenosis. 87

  • Exercise-induced ST depression is exceedingly rare and exercise-induced arrhythmias may occur. 919

  • CPET performed ≈8 years after balloon valvuloplasty of the pulmonic valve in patients with severe PS showed normal VO2peak (32.63±8.38 ml/kg/min), HRpeak (174.88±5.01 bpm), drop in HR in the first minute of recovery (28.04±4.70 bpm), SBPpeak (164.02±11.03 mmHg), peak DBP (84.42±7.63 mmHg), FVC (2.56±0.39 L), and FEV1(2.43±0.34 L). 380 Monomorphic exercise-induced ventricular arrhythmias occurred in 10.9% of children, and none exhibited any ST segment changes. 900

5.5. Pulmonic Regurgitation

Pulmonic regurgitation (PR) or insufficiency (PI) is usually asymptomatic and well tolerated in childhood. However, in rare cases PR may worsen progressively, leading to RV enlargement and dysfunction, exercise intolerance, ventricular tachycardia, and SCD. Patients with mild/moderate PR are generally asymptomatic. In severe PR, exercise intolerance with dyspnea is often observed, due to the patient's inability to increase RV output. If there is right ventricular failure, patients may experience hepatic congestion, ascites, and lower-limb edema. Atrial and right ventricular remodeling confers a greater risk of arrhythmia with dizziness and/or syncope. Exercise-induced symptoms, progressive exercise intolerance, HF, and sustained arrhythmias suggest an unfavorable course and indicate valve intervention/repair. 97 , 709 , 920

The resting ECG may reveal deviation of the QRS axis to the right, RV hypertrophy pattern, and RBBB. Arrhythmias are common in severe PR. 177

Particular features of ET/CPET in PR:

  • In a retrospective cohort, children undergoing pulmonary valve replacement surgery and/or conduit revision who had better CRF preoperatively (VO2peak ≥70% of predicted) had a shorter length of stay. 921

  • In a retrospective cohort, pulmonary valve replacement after delayed ToF correction was associated with improvement in RV volume. Approximately 28% of patients achieved normalization of RV end-systolic volume, but no significant improvement in CRF. 712

  • Percutaneous pulmonary valve replacement in patients with PR associated with other CHDs did not lead to improvement in VO2peak, RQ, or oxygen pulse. On multivariate analysis, reduction in the RVOT gradient was the only predictor of improvement in VO2peak. 922

  • Patients with severe PR who are asymptomatic, with no significant RV volume overload, no arrhythmias, normal RV systolic function, and a normal ET can be medically cleared for recreational sports. 681

5.6. Mitral Stenosis

Specific mitral valve defects in mitral stenosis (MS) are classified based on their relationship to its annulus, including valvular, supravalvular, and subvalvular components (chordae tendineae and papillary muscles). The clinical presentation varies depending on the degree of valve obstruction and the presence of mitral regurgitation, secondary PAH, pulmonary diseases, and/or other cardiac lesions. 923

Congenital MS rarely occurs in isolation; it is usually associated with coarctation of the aorta, AS, and CHDs (Ebstein's anomaly, cor triatriatum , ToF, etc.). In moderate-to-severe stenosis, symptoms usually appear in the first or second year of life: failure to thrive, wheezing, and varying degrees of dyspnea and pallor. 924

The resting ECG generally shows a pattern of RV hypertrophy, QRS axis deviation to the right, and notched/bifid or peaked P waves, indicative of left atrial enlargement. Atrial fibrillation is exceedingly rare.

Particular features of ET/CPET in MS:

  • Patients with mild to moderate MS may be asymptomatic even during strenuous exercise.

  • In uncorrected MS, ET is indicated as part of the preparticipation assessment to confirm asymptomatic status; subjects must be able to reach at least the level of exertion consistent with the activity they wish to pursue. 681

  • In moderate MS, the ET must be normal if patients are to be cleared for low-to-moderate-intensity exercise. Annual follow-up ET is recommended. 681

  • In moderate/severe MS, the increase in HR and cardiac output upon exertion can increase the gradient, pulmonary capillary pressures, and PAH, causing low exercise tolerance, worsening of symptoms, and, occasionally, acute pulmonary edema. 46

  • 6 months after valvuloplasty, improvement in CRF and cardiac output was noted. 47

5.7. Mitral Regurgitation

Mitral regurgitation (MR) is a valvular lesion characterized retrograde blood flow from the LV to the left atrium and subsequent LV volume overload. To maintain cardiac output, compensatory changes such as increased contractility and LVH may develop. MR can progress to ventricular remodeling and, eventually, diffuse LV enlargement and dysfunction. Chronic overload of the left atrium and ventricle impairs blood drainage through the pulmonary veins, causing pulmonary congestion and HF symptoms. Congenital MR (CMR) is a rare disease of childhood, and occurs in combination with other cardiac lesions in up to 60% of cases. 132 , 925

Mild MR produces no symptoms; the only abnormal sign is auscultation of an apical holosystolic murmur. Severe insufficiency, however, results in symptoms that can appear at any age, including physical underdevelopment, frequent respiratory infections, fatigue on exertion, pulmonary edema, and congestive HF.

Clearance for or even recommendation of physical exercise/sport depends on the severity of MR, the degree of LV enlargement, LV systolic function, and PAH. Static exercises causing large increases in BP or HR can result in potentially harmful increases in regurgitant volume and pulmonary capillary pressures. 681 , 926

In moderate/severe MR, the resting ECG often shows bifid P waves (left atrial enlargement) and evidence of LVH. In the most severe cases, an RVH pattern is visible.

Particular features of ET/CPET in MR:

  • Mild MR generally does not cause impairment of CRF.

  • Compensated mild/moderate MR is generally asymptomatic, with good exercise tolerance and normal CRF, and may remain so for years. 927

  • Adolescents with severe MR, asymptomatic, may be released for low-intensity activities if they have normal ET, preserved LV function at rest, pulmonary arterial pressure <50 mmHg and absence of effort-induced ventricular arrhythmia. 681

  • Severe MR with LV dysfunction presents with symptoms of HF, exercise intolerance, and poor CRF. CPET aids in risk stratification, optimization of therapy and, in severe cases, to decide if heart transplantation is indicated.

  • After valve replacement or repair, for assessment of CRF, optimization of therapy, and medical clearance for physical activity/exercise prescription, including rehabilitation.

5.8. Mitral Valve Prolapse

Mitral valve prolapse (MVP) is characterized by systolic protrusion of the mitral valve leaflets into the left atrium, with or without mitral regurgitation. A genetic predisposition is involved in the pathogenesis of MVP. It can be primary ("nonsyndromic") or secondary ("syndromic") to connective tissue disorders (Marfan syndrome, Loeys-Dietz syndrome, Ehlers-Danlos syndrome, osteogenesis imperfecta, pseudoxanthoma elasticum, and osteoarthritis syndrome). It can also occur in hypertrophic cardiomyopathy. In the pediatric population, it is often considered benign and asymptomatic. When symptomatic, the chief complaints are palpitations, dizziness, chest pain, dyspnea, pre-syncope, and syncope. 132 , 928

MVP in adolescent and young adult athletes, with myxomatous valve degeneration, is a relevant cause of arrhythmic SCD (arrhythmogenic MVP), with an annual incidence of ≈0.2-1.9%. Prolapse in both valve leaflets, moderate/severe mitral regurgitation, and ventricular arrhythmia are markers of a higher risk of events. Adolescents and young women with mitral leaflet thickening and/or prolapse of both leaflets may have an increased predisposition to complex arrhythmias and arrhythmogenic SCD. 929931

The resting ECG is normal in most patients. However, it may show inverted T waves in inferior wall leads, PVCs with a RBBB pattern, and QTi prolongation (mainly in athletes). In patients with chronic mitral regurgitation, patterns consistent with LA and LV hypertrophy may be observed, as may exercise-induced ST depression. 931933

Particular features of ET in MVP:

  • ET is useful for assessment of symptoms, determination of exercise tolerance, detection of exertional arrhythmias, and medical clearance for physical activity/exercise prescription (including competitive sports). 926 , 934

  • Exercise intolerance / impaired CRF are common. 935

  • Even when CRF is normal, patients have a lower peak double product. 935 , 936

  • Exercise-induced ventricular arrhythmias with a RBBB and/or complex pattern are markers of risk in patients with suspected arrhythmogenic MVP. 934 , 937

  • During ET, around 38% of adolescent athletes with ventricular arrhythmias developed PVCs with RBBB morphology at rest or exertion. 938

  • If there is concomitant moderate/severe MR, there is an increased risk of morbidity and mortality when LV systolic function and CRF are compromised. In these patients, valve repair or replacement should be considered. 370

6. Dyspnea and Exercise Intolerance

6.1. Exercise-induced Dyspnea

Exercise-induced dyspnea (EID) is a very common clinical manifestation in children and adolescents, characterized by shortness of breath, increased work of breathing, increased respiratory frequency, and chest discomfort. EID is a subjective sensation that can have several underlying etiologies, and may occur even in the absence of any detectable disease. It is the cause of discontinuation or cessation of effort in ≈52% of children. More than 14% of apparently healthy adolescents experience an episode of EID every year. 178 , 939941

The mechanisms and pathophysiology of dyspnea involve interactions between the cardiorespiratory system and neural responses. Dyspnea is believed to be caused by a mismatch between ventilation and the neural respiratory drive. Initially, respiratory changes resulting from effort occur predominantly through increases in tidal volume (TV) and after reaching approximately 50% of vital capacity through an increase in RR. Tachypnea develops once the VT plateau is reached. Ventilatory factors including chest discomfort, intense work of breathing, and ventilatory disturbances (with audible manifestations such as stridor and wheezing) can contribute to the sensation of dyspnea and its perceived severity. 78 , 939

The main causes of EID are: exercise-induced asthma; exercise-induced bronchospasm; exercise-induced laryngeal obstruction; exercise-induced vocal cord dysfunction; restrictive chest wall abnormalities; metabolic diseases (i.e. McArdle disease, hypothyroidism, etc.); myasthenia gravis; and cardiovascular diseases, including CHD, cardiomyopathies, HF, hypertension, VHD, and arrhythmias. 78 , 939 , 942

Particular features of ET/CPET in EID:

  • ET is indicated for elucidation of symptoms and mechanisms involved in dyspnea, assessment of cardiorespiratory fitness, to inform treatment decisions, and for medical clearance/prescription of physical exercise.

  • Use of the pictorial Dalhousie Dyspnea and Perceived Exertion Scales is recommended to quantify the degree of impairment and impact of dyspnea. 178 , 943 , 944

  • The perception of dyspnea must be correlated with the actual work load, VO2, and ventilation at which it developed and also at the moment of maximum intensity. 945

  • In CPET, for diagnostic investigation, baseline spirometry must be performed followed by a maximum incremental effort protocol, with spirometry repeated during recovery.

  • Arterial oxygen saturation must be monitored continuously via pulse oximetry (SpO2); reductions >5% are indicative of exercise-induced hypoxemia.

  • If associated with wheezing or audible adventitious sounds, EID is often associated with exercise-induced asthma or bronchospasm.

  • EID with chest pain, marked reduction in ventilatory efficiency, and elevated VE/VO2and VE/VCO2ratios indicates abnormal gas exchange in the lungs, usually associated with PAH. 631

  • EID due to restrictive lung diseases is associated with reduced cardiorespiratory fitness (low VO2at VT1 and at peak exertion), increased tidal volume (50% of vital capacity and/or 80% of inspiratory capacity), and relatively low VR. 630

  • Unexplained dyspnea with a feeling of suffocation, hyperventilation, but no desaturation or changes in gas exchange is generally associated with psychogenic illness and/or panic disorder. 629 , 946

6.2. Exercise-induced Bronchospasm

Exercise-induced bronchospasm (EIB) is an acute, transient airflow obstruction phenomenon. It generally occurs 5 to 15 minutes after cessation of exertion. Symptoms are nonspecific and mild to moderate in intensity: chest tightness, chest pain, abdominal pain, cough (sometimes as the only symptom), wheezing, and dyspnea. Very rarely, severe episodes with life-threatening respiratory failure may occur. 947 , 948

Although the term "exercise-induced asthma" (EIA) was previously used as a synonym for EIB, this practice is no longer recommended as they are distinct entities, including in terms of diagnosis and treatment criteria. EIA is characterized by chronic bronchial hyperactivity and inflammation, while EIB represents transient narrowing of the airways (always associated with physical exertion) which can occur even in non-asthmatic patients. EIA benefits from corticosteroid therapy to control underlying chronic inflammation, while EIB, in most cases, requires administration of a short-acting beta2-agonist prior to any physical exertion. 948 , 949

In the pediatric population, risk factors for EIB include: atopic dermatitis; sensitization to indoor allergens; high IgE levels (seasonal and perennial); environmental factors (exposure to cold air, high atmospheric pressure, humidity, and pollutants); and, in asthmatic children, eosinophilic inflammation of the airways and fraction of exhaled nitric oxide (FeNO) >20 particles per billion (ppb) in patients not on corticosteroid therapy or >12ppb in those on corticosteroids. 947 , 948 , 950

EIB is observed in 40-90% of children with asthma, especially in those with severe, uncontrolled asthma. The prevalence ranges from 7% to 35% in the pediatric population and is ≈23.1% in adolescent athletes. The combination of EIB and EILO occurs in 4.8% of adolescents, being most prevalent in males (64.7%). 164 , 951

Particular features of ET/CPET in EIB:

  • CPET is indicated for the diagnosis of EIB, assessment of cardiorespiratory fitness, determination of effort-limiting factors, assessment of the severity of dynamic hyperinflation, and assessment of the response to therapeutic interventions. 952

  • CPET performed for the specific purpose of diagnosing EIB is also known as an exercise bronchial challenge test or bronchial provocation test. It is generally performed on a treadmill, as these protocols are more prone to EIB.

  • Clinicians are advised to use a protocol with a fixed, high-intensity load to cause a rapid increase in ventilation and avoid refractoriness to the development of bronchospasm. The starting grade/incline should be 5.5% and the speed should increase quickly, with subjects reaching at least 80% of their predicted maximum capacity at 2 minutes, after which the work load must be maintained. Incremental protocols, whether on a treadmill (Bruce) or cycle ergometer (Godfrey), are less effective in triggering EIB. 953

  • Aim to reach the maximum work load and/or 80 to 90% of the estimated HRmax between 6 and 8 minutes of the test. The temperature of the room should be kept between 20-25°C, and relative humidity always <50% (dry air). 952 , 954

  • Around 50% of asthmatic patients without a history of EIB and ≈40% of atopic patients without asthma may develop EIB during ET.

  • Administration of bronchodilators before ET/CPET should be considered when the test is being performed to assess treatment response.

  • Diagnosis and quantification of the severity of EIB are established by changes in lung function caused by exertion, regardless of the occurrence of symptoms.

  • The forced expiratory volume in the 1stsecond (FEV1) must be measured at rest and recovery (at 5, 10, 15, and 30 minutes after exertion). A >10% difference between the resting FEV1value and the lowest FEV1reached in the first 30 minutes after exercise establishes the diagnosis of EIB. 163

  • The severity of EIB can be classified based on the percent drop in FEV1in relation to baseline (resting level): ≥10% but <25%, mild; ≥25% but <50%, moderate; and ≥50%, severe. 163

  • Patients with mild EIB generally require more than one ET/CPET to confirm the diagnosis. 950 , 955

  • If moderate/severe symptoms occur during or after exercise, even in the absence of a significant drop in FEV1, administration of a bronchodilator is recommended. This may also be necessary at the end of the test if FEV1does not return to a value no more than 10% below the resting FEV1. 953

6.3. Exercise-induced Laryngeal Obstruction

Exercise-induced laryngeal obstruction (EILO) is defined as a transient obstruction of the upper airways, typically occurring at the supraglottic level and often followed by glottic involvement, which causes reduced airflow and dyspnea on exertion. The cause of EILO is unknown. The most relevant risk factors are asthma; gastroesophageal reflux disease; diseases or anatomical variants of the upper airways (i.e. vocal cord dysfunction); heredity; environmental factors (worse in cold, humid air); psychological stress; and high-intensity physical activity/sports. It is a major cause of respiratory problems and upper airway dysfunction in adolescent athletes. Adequate management and treatment require ruling out any other possible causes of symptoms, such as asthma, EIB, and airway hyperreactivity. 956958

Overall, the prevalence of OLEI varies with age (more frequent between the ages of 11 and 18), sex (3:1 female-to-male ratio), and athletic level (more common in high-performance competitive athletes). Among adolescent athletes the prevalence is 8.1%, and an association with exercise-induced asthma is common (14 to 38% of affected athletes). 164 , 951 , 959

Patients generally present with exertional dyspnea; respiratory discomfort; tightness in the throat; feeling of suffocation; tightness in the upper chest; chest pain; noisy, stertorous breathing; changes in voice and hoarseness; cough; prolonged inspiration; hyperventilation episodes; and panic attacks. The only complaint may be a feeling of "labored breathing". 960 , 961

Particular features of ET/CPET in EILO:

  • Regarding tests to confirm the diagnosis of OLEI, it is recommended that they be carried out in a hospital environment with a multidisciplinary team (including an otorhinolaryngologist) and adequate conditions to deal with possible complications.

  • ET with continuous flexible nasal laryngoscopy during high-intensity exercise is recognized as the "gold standard" for the diagnosis of EILO. This involves advancing a flexible video laryngoscope (with continuous recording) through the nose to view the larynx in real time. In addition to diagnosis, this allows assessment of the severity of laryngeal obstruction at the moment of greatest symptom severity, as well as evaluation of treatment efficacy. 962 , 963

  • In athletes, the ergometer and effort protocol should ideally be selected so as to mimic their sport or activity as closely as possible, in order to ensure achievement of maximum effort and the best possible ventilation.

  • The test is positive if it reproduces the patient's laryngeal symptoms (ideally with a concomitant plateau in VO2and/or HR response in a maximal test) and video laryngoscopy records the presence, site, and severity of laryngeal obstruction. In the presence of concomitant supraglottic and glottic obstruction, the location where the obstruction first occurs must be determined and recorded. 956 , 964

  • CPET combined with continuous laryngoscopy allows simultaneous assessment of respiratory and metabolic variables, contributing to the differential diagnosis of other causes of exertional dyspnea. 958 , 965

  • The main CPET variables to be recorded when EILO is suspected are pulmonary ventilation, VO2peak, RQ, and flow volume loops. 956

  • Symptoms generally occur close to peak exertion, are more evident during the inspiratory phase, and may be associated with stridor (wheezing/whistling on inhalation). They generally resolve within 2 to 3 minutes after cessation of exertion, but may persist for longer in patients who continue to hyperventilate during recovery. 956 , 963

  • If the initial symptoms/signs go unrecognized or there is a delay in cessation of exertion, frank laryngospasm may occur due to exacerbated closure of the glottis, preventing ventilation altogether. This is an exceedingly rare situation occurring late in the course of an EILO episode, but will progress to desaturation, bradycardia, and central cyanosis and requires immediate emergency treatment.

6.4. Exercise-induced Asthma

Asthma is a heterogeneous, chronic inflammatory disease characterized by a reversible airway flow limitation, which resolves spontaneously or after treatment. Principal symptoms are wheezing, shortness of breath, chest tightness, and cough. Episodes are often triggered by emotions, dust, and/or exposure to allergens. Impaired cardiorespiratory fitness, exercise-induced dyspnea, fatigue, and a reduction in quality of life are common. The prevalence of asthma symptoms among adolescents in Brazil is ≈20-23%, one of the highest in the world, with only 12% having a known diagnosis of asthma. 966968

Exercise-induced asthma (EIA) is a condition of airway restriction in patients who already have bronchial hyperactivity and persistent inflammation (i.e. established asthma), while in EIB, the airway restriction is temporary and occurs mainly in non-asthmatics. EIA is triggered by inhalation of cold, dry air during exercise, which causes dehydration of the airway mucosa with increased osmolarity, contraction of bronchial smooth muscles, an influx of eosinophils/mast cells, and subsequent release of proinflammatory mediators (leukotrienes, histamine, IL-8, tryptase, and prostaglandins). EIA is observed in ≈40-90% of children with asthma, especially in those with severe, uncontrolled disease. The main symptoms are coughing, wheezing, chest tightness, and unusual shortness of breath or excess mucus production after strenuous, continuous aerobic exercise. Symptoms generally begin to appear 5 to 8 minutes after the start of continuous exercise, or within 2 to 5 minutes in particularly high-intensity exercise. EIA is usually confirmed by spirometry before and after ET/CPET. 948 , 949 , 969

EIA often leads to significant limitations in physical activities and hinders participation in sports; however, in patients with adequately controlled asthma, regular exercise is recommended, not least to avoid obesity and other factors that actually make asthma worse. In patients with EIA, administration a short-acting beta2-agonist 5 to 20 minutes before exercise is advised. Additionally, daily use of inhaled corticosteroids, leukotriene receptor antagonists, or mast-cell stabilizers may be necessary for treatment of asthma. 947 , 969

Particular features of ET/CPET in EIA:

  • Asthmatic patients’ response to exertion depends on the degree of airway obstruction and its reversibility. During exertion, minute ventilation increases to meet muscular metabolic demands. An increase in tidal volume is the dominant mechanism in low to moderate ventilation. At high levels of exertion, additional increases in minute ventilation are primarily attributable to increases in RR. 947 , 969

  • In controlled asthma, cessation of effort is generally due to peripheral fatigue, although a certain degree of expiratory flow limitation may also occur. The ventilatory reserve usually is not exhausted and maximal flow is not reached, even at maximal exertion. 969 , 970

  • In severe asthma, significant ventilatory restriction and impaired CRF occur in ≈30% of patients. Patients with FEV1<80% have a lower ventilatory reserve. The percent drop in FEV1correlates with increased VE/VO2and VE/VCO2values. 967 , 971 , 972

  • Most patients do not experience clinically significant hypoxemia or hypercapnia.

  • Increased ventilation/perfusion mismatch, alveolar-arterial oxygen tension, and physiological dead space appear to be associated with the presence of bronchospasm. 947 , 969

  • Patients with severe and poorly reversible airway obstruction may present with mechanical restrictions to ventilation and exercise-induced symptoms that mimic those of COPD. 954 , 969

  • Patients with asthma and/or comorbid EIB generally exhibit expiratory stridor/wheezing, with dyspnea/other symptoms reaching their greatest intensity between 3 and 15 minutes after cessation of exertion. Therefore, abnormal changes in lung function are evaluated in spirometry in the post-exercise phase, mainly through FEV1.

  • CPET is performed as a so-called exercise bronchial challenge test. It is generally performed on a treadmill, as these protocols are more prone to EIA. In the pediatric population, the criterion of a ≥12% reduction in FEV1 (instead of ≥10%) has been preferred due to its greater specificity, with a PPV of 94% and test accuracy of 70%. 966 , 968

7. Sickle Cell Anemia/Sickle Cell Disease

Sickle cell disease (SCD) is a genetic, autosomal recessive hemoglobinopathy resulting from structural defects in hemoglobin (Hb), with or without defects in Hb synthesis. Inherited mutations may be homozygous (SS, a genotype known as sickle cell anemia); simple heterozygous (sickle cell trait), with a normal Hb gene combined with a variant gene; or compound heterozygous, with a variant gene (SC, SD, SE, S beta-thalassemia, S alpha-thalassemia, or S mut) combined with a structural or Hb synthesis defect, generically known as thalassemia. It is estimated that 4% of the Brazilian population has the sickle cell trait and that 25,000-30,000 people have frank sickle cell anemia (SCA) or thalassemia. 973

In SCD, defective hemoglobin (HbS), when deoxygenated in capillary beds, leads to sickling of red blood cells, causing hemolysis, chronic normocytic anemia, and vaso-occlusive crises with associated ischemia. SCD carries a high morbidity and mortality rate, with potentially lethal acute events including vaso-occlusive crises (sickle cell crises) with severe pain; ischemic tissue injury and possible damage to all organs (stroke, nephropathy, retinopathy, leg ulcers, priapism, avascular necrosis, etc.); and acute chest syndrome (ACS), whose main causes in adults are fat embolism, pulmonary infection, asthmatic crisis, infarction of the thoracic bone structure and in situ thrombosis/pulmonary artery embolism and which usually precedes lethal outcomes. 974

In children, persistent chronic hypoxemia with SpO2<94% is commonly observed. When properly diagnosed and treated, nearly all children with SCA survive to adulthood, though with a reduced life expectancy (≈20 years).

SCD patients usually present with exercise intolerance and reduced cardiorespiratory fitness due to: 168 , 975

  • Low levels of physical activity due to chronic joint pain.

  • Exacerbation of the proinflammatory response as a result of intense exercise.

  • Reduced oxygen transport capacity due to low Hb levels.

  • Cardiac dysfunction resulting from chronic anemia.

  • Pulmonary parenchymal dysfunction caused by repeated episodes of acute chest syndrome.

  • Pulmonary vascular disease and PAH.

  • Peripheral vascular disease/myopathy due to frequent, repeated microvascular occlusions.

SCD can lead to restrictive cardiomyopathy (RCM), characterized by LV diastolic dysfunction with normal systolic function and left atrial enlargement. This combination results in mild secondary PAH, increased velocity of the tricuspid valve regurgitant jet, and increased mortality. Ischemic lesions of the conduction system, fibrosis, and extensive enlargement of all chambers of the heart are potential etiologies of arrhythmia and SCD in CMR. 976 , 977

Indications for ET/CPET in children and adolescents with SCD:

  • CPET allows assessment of CRF, possible limitations to exercise, and prescription of physical exercise, including cardiopulmonary rehabilitation. 978 , 979

  • Lung function tests (including FEV1and FEV1/FVC ratio) should be performed every 1 to 3 years due to the high prevalence of restrictive (≈26% of patients), obstructive (≈35-39%), pulmonary dysfunction and airway hyperreactivity (70%). Shorter intervals between tests should be adopted especially for patients with persistent dyspnea, history of asthma, and/or recurrent wheezing or marked elevations in hemolytic markers. 980 , 981

  • Acute painful episodes during ET/CPET are rare, occurring in 0.43 to 1% of patients. 979

  • Transient ischemic changes and desaturations during ET/CPET are common, but do not result in arrhythmias or other complications. 979 Generally, half of patients present with exercise-induced ST-segment depression, of whom 31% have a definitive ischemic response (CAD).

  • Patients with anemia generally have elevated HR and VE/VCO2, abnormal oxygen pulse, and reductions in VO2at VT1 and at peak effort.

  • ⅔ of patients who develop pulmonary vascular disease have exercise limitation with abnormalities in gas exchange: alveolar-arterial oxygen tension [PAO2] >30 mmHg, abnormal dead space to tidal volume ratio (VD/VT), and very high VE/VCO2.

  • A study showed a 0.3% decline in predicted FEV1with each year, regardless of sex, presence of asthma, hemoglobin concentration, incidence of severe acute pain, episodes of acute chest syndrome, and hydroxyurea therapy. 982

  • Children with ACS generally have lower total lung capacity (TLC) and reduced FEV1. Age and male sex are associated with lower FEV1values and a lower FEV1/FVC ratio. 981

  • HR recovery is generally slow and occurs in the 1stto 5thminutes post-exercise, regardless of ACR. This slow recovery of HR suggests impairment of vagal activity, which worsens with increasing age. 983

  • Patients with Hb-SS have a lower mean oxygen saturation, FVC, and %FEV1. According to one study, these, as well as abnormal spirometry results (found in 70.4% of patients), are due to predominantly restrictive defects. 984

  • Pulse oximetry generally underestimates arterial oxygen saturation, but the difference is clinically insignificant. This phenomenon occurs partly due to elevated carboxyhemoglobin (COHb) and methemoglobin (MetHb) levels in SCD. Non-invasive pulse co-oximetry can help measure COHb and MetHb levels and improve the accuracy of saturation determination. 985

  • Exercise-induced desaturation is observed in ≈18% of children with thalassemia and in ≈34% of children with sickle cell anemia. 986

Part 4 – Exercise Testing Combined with Cardiac Imaging Methods

1. Cardiovascular Stress Combined with Cardiac Imaging Methods

1.1. Nuclear Imaging/Myocardial Perfusion Imaging

In the pediatric population, nuclear cardiology allows assessment of myocardial perfusion and viability, ventricular function, and pulmonary perfusion, as well as detection of inflammatory processes. 214 , 987

The utility of myocardial perfusion scans is limited due to ionizing radiation exposure and its potential lifelong impact, particularly in patients with CHD. Cancer risk is increased, due to the inherent radiosensitivity of children. 988

Technological progress in the last decade and the development of low-dose irradiation protocols specific for use in children open new perspectives for the use of nuclear imaging in pediatrics. 214

The use of cardiac magnetic resonance (CMR) with myocardial perfusion imaging in the pediatric population is increasingly popular. CMR is considered the method of choice for quantifying ventricular volumes and function, especially of the RV. Myocardial viability and ischemia can also be assessed by PET/CT. 988 , 989

The patient's history and image acquisition planning are essential to ensure that scans are feasible and hold diagnostic value. Details of cardiac anatomy and previous surgical and percutaneous procedures help distinguish normal from pathological findings. The radionuclide dose is based on the child's weight and the image acquisition protocol/methods. Preferably, stress imaging should be performed first. The use of state-of-the-art SPECT, PET, or hybrid imaging cameras is recommended. 987 , 990

In Brazil, physical or pharmacological stress modalities (dipyridamole, adenosine, or dobutamine) are commonly used; both have similar sensitivity and specificity for analysis of perfusion scans. The choice of stress modality depends mainly on the child's age and limitations or contraindications for physical exercise ( Figure 7 ). The key contraindications for each stressor are given in Table 41 . Additional pulse oximetry monitoring is recommended in patients with CHD, particularly in cases of right-to-left shunt and/or pulmonary arteriovenous malformations. 214 , 243 , 991 , 992

Figure 7. Selection of cardiovascular imaging method and stress protocol for pediatric patients with congenital heart disease and suspected ischemia. 987 Examples of causes of dynamic obstruction: anomalous coronary arteries, stent compression, myocardial bridging, vasospasm. Examples of causes of fixed obstruction: atherosclerotic coronary obstruction, surgical narrowing of the coronary ostia, thickening of the intima. Examples of causes of microvascular dysfunction: surgical manipulation of the coronary arteries in arterial switch surgery, familial hypercholesterolemia, systemic lupus erythematosus. Stress echo: stress echocardiography; CMR: cardiac magnetic resonance; PET: positron emission tomography; SPECT: single photon emission computed tomography; N-13: 13 N ammonia; Rb-82: 82 rubidium; Tc-99m:99mtechnetium; Gd: gadolinium. *Cardiovascular imaging methods presented sequentially according to the choice of stressor. **Available in Brazil only for research purposes. ***Not currently available in Brazil.

Figure 7

Table 41. Contraindications for cardiovascular stress modalities in the pediatric population 214 , 243 , 991 , 992 .
Stressor Contraindications
Physical stress (ET) See contraindications for ET/CPET - Chart 2.
Vasodilators (Dipyridamole / Adenosine) High-grade AV blocks; hypotension; marked hypertension; sinus bradycardia; bronchoconstrictive disease or active bronchospastic disease with regular use of inhalers; known hypersensitivity to vasodilators.
Dobutamine Severe hypertension; unstable angina; severe aortic valve stenosis; complex arrhythmias; obstructive hypertrophic cardiomyopathy; myocarditis; endocarditis; pericarditis.
Atropine Narrow-angle glaucoma; myasthenia gravis; obstructive uropathy; gastrointestinal disorders.

Physical stress methods for MPI: 993

  • Generally done as adjunct to ET/CPET, to increase the diagnostic and prognostic value of imaging methods by addressing clinical, hemodynamic, and ECG parameters.

  • The choice of ergometer and protocol should follow the same criteria used in ET/CPET for children and adolescents as listed elsewhere in this Guideline.

Pharmacological stress methods for MPI:

  • The doses of pharmacological stressors (dipyridamole, dobutamine, and adenosine) for children are the same as those used in adults. Stress imaging should follow the general guidelines for adults, adjusted as follows: 1

  • Throughout the test, clinical signs and symptoms should be monitored and ECG, BP, and HR recorded continuously, regardless of the stressor employed.

  • Adenosine is a pharmacological stressor that causes coronary vasodilation when administered intravenously (continuous infusion, 140 μ g.kg-1.min-1, over 4 to 6 min). Its side effects are generally mild and resolve quickly once the infusion is stopped or completed: bronchospasm, due to activation of A2B and A3 receptors; atrioventricular block, due to activation of A1 receptors; peripheral vasodilation, due to activation of A2B receptors; flushing, dyspnea, and nausea. 990 , 994 , 995 Caffeine (methylxanthine) contained in foods, beverages, and drugs interferes with adenosine (see Appendix 5 ), and must be withheld for at least 12 hours before the scan. 995

  • Dipyridamole is a coronary vasodilator that acts by inhibiting the enzyme adenosine deaminase, which degrades endogenous adenosine, in addition to blocking adenosine reuptake by the cell membrane and consequently increasing the extracellular adenosine concentration, which leads to coronary and systemic vasodilation. The recommended dose for MPI is 0.56 mg.kg-1, up to a maximum dose of 60 mg, administered intravenously over the course of 4 minutes, diluted in 50 mL of saline solution. Dipyridamole can be injected manually, without an infusion pump. Its biological half-life is ≈45 minutes. The main side effects are chest pain, headache, and dizziness, which can be reversed by administration of intravenous aminophylline, given just 2 minutes after injection of the radiotracer. 993 , 995998 Methylxanthines (see Appendix 5 ) must be withheld at least 24 hours before the scan. 995

  • Dobutamine promotes increased myocardial oxygen consumption. It is administered intravenously via an infusion pump at an initial dose of 5-10 μ g.kg-1.min-1over 3 minutes, followed by incremental doses of 20 μ g.kg-1.min-1and 30 μ g.kg-1.min-1up to a maximum of 40 μ g.kg-1.min-1. 999 . 1000 In patients who do not reach submaximal HR and have no evidence of ischemia, intravenous atropine can be added at a dose of 0.01 mg.kg-1(maximum dose 0.25 mg). 996 The radiotracer should be injected at Target HR (generally defined as 85% of HRmax for age), and dobutamine infusion continued for 1 minute thereafter. For reversal of adverse effects, short-acting beta-blockers (i.e. metoprolol or esmolol) can be injected intravenously after the first minute of radiotracer administration. 1001

  • Consider the need for restriction of the volume to be infused in patients with HF, cardiomyopathies, complex CHDs, and renal failure.

  • In addition to the qualified doctor responsible for the examination, it is suggested to be monitored by a pediatrician.

Particular aspects of myocardial perfusion imaging:

  1. Transposition of the great arteries: early and late mortality are associated with coronary complications. 1002 , 1003 At postoperative follow-up, the indication for reintervention is based more on the presence of ischemia on myocardial perfusion scans than on angiographic findings. 220 , 1004

    Perfusion defects diagnosed by MPI occur in 5 to 24% of patients after surgical correction, and may persist for more than 10 years ( Figure 7 ). After correction, angiographic lesions are not always associated with a progressive stenotic process. 1005 , 1006

    Initial SPECT allows patients to be screened for progression: if normal, ischemia will usually stabilize or resolve over time; if abnormal, it generally portends worsening ischemia. 22 , 1007 , 1008

  2. Kawasaki disease (KD): MPI is useful and safe in monitoring the progression of coronary stenosis. SPECT has 90% sensitivity and 85-100% specificity for detecting ischemia. 218 , 998 About 12 to 19% of children with coronary aneurysms have an abnormal perfusion pattern (fibrosis and/or ischemia). 216 , 219 , 398

    MPI is indicated for late follow-up (every 1 to 5 years) of children with coronary aneurysms (including small and/or resolved aneurysms) and/or ventricular symptoms/dysfunction ( Figure 7 ). 18 , 37 , 214

    In adolescents with a history of KD in childhood, positron emission tomography (PET) with ( 13 N)-ammonia demonstrated a decrease in coronary reserve due to long-term endothelial dysfunction. 1009 , 1010

  3. Cardiomyopathies:

    • In HCM, SPECT is useful for investigation of ischemia, risk stratification, and optimization of therapy. 223 Myocardial ischemia may be related to reduced subendocardial perfusion in hypertrophied segments, compression of small intramural vessels, and myocardial bridging. 214 , 1011 Microvascular ischemia is believed to be implicated in systolic and diastolic dysfunction. 223 , 1012 Myocardial perfusion defects on99mTc-MIBI SPECT may reflect an ischemic process, and are an important predictor of adverse clinical events and death. 223

    • In dilated cardiomyopathy, SPECT is rarely used, as ischemic etiology is rare in children. In exceptional circumstances, such as sickle cell anemia, assessment of microvascular function can help identify the potential mechanism of ventricular damage (LV enlargement and/or dysfunction). 214 , 1013

  4. Heart transplantation: the main long-term complication of heart transplantation is graft vascular disease (GVD), a relevant cause of death and retransplantation. In GVD, MPI allows assessment of coronary artery involvement (distal and proximal) in systolic dysfunction and increased LV filling pressures. 224 , 1014

1.2. Stress Echocardiography

Stress echocardiography is a cardiovascular imaging technique that provides real-time images of the heart, allowing assessment of cardiac anatomy, systolic and diastolic function, regional myocardial ischemia, and coronary reserve, as well as risk stratification in valvular heart disease, HF, and CHD (repaired or unrepaired). Key indications for stress echo in pediatric cardiology are given in Table 12 .

Main advantages: available in Brazil; can be performed without sedation in most patients; does not expose the patient to ionizing radiation (a relevant concern in periodic follow-up of patients with CHD). Main limitations: inadequate acoustic windows in children with failure to thrive secondary to CHD or post-surgical changes in chest anatomy; complex cardiac arrhythmias (i.e. VT, complete heart block, etc.); patient may need medications that can affect scan parameters (beta-blockers, diuretics, antiarrhythmics, etc.). Table 41 describes the main contraindications for the various cardiovascular stressors used in stress echocardiography.

Proper acquisition and interpretation of echocardiographic images requires evaluation of the patient for existing heart disease (especially CHD), clinical condition at the time of the scan, past surgical history, and pacemaker/ICD placement.

The main stressors used in the pediatric population are physical (ET) and pharmacological. Pharmacological stress with dobutamine is more commonly used in younger children, while physical exercise is preferred in children over age 8 years who are cooperative and capable of exercising on a treadmill or stationary bicycle ( Table 42 ). Throughout the test, clinical signs and symptoms should be monitored and ECG, BP, and HR recorded continuously, regardless of the stressor employed. 234 , 235

Table 42. Advantages and disadvantages of different cardiovascular stress modalities in the pediatric population 234 , 235 .
Exercise * Dobutamine
Recommended age ≥8 years Any age
Anesthesia/sedation No Only if indispensable in children aged <6 years
Heart rate response Generally submaximal Target heart rate (generally submaximal)
Blood pressure response Maximal Variable
Maximal inotropism Yes Yes
Venous return Increase No increase/decrease
Image acquisition Artifacts possible ** Easier
Allows assessment of cardiorespiratory fitness Yes No
Allows assessment of functional impact Yes No
Risk of complications Low Low
Availability Moderate High
*

Treadmill, tabletop cycle ergometer or conventional cycle ergometer (stationary bicycle).

**

Respiratory and movement artifacts.

Findings which indicate test cessation: onset of symptoms (i.e. limiting angina); emergence or worsening of regional wall motion abnormalities; ST segment depression ≥2mm; drop in SBP >15mmHg; complex arrhythmia and/or any arrhythmia with hemodynamic instability; target HR achieved; maximum dose of pharmacologic stressor reached; adverse events.

1.2.1. Pharmacologic Stress Methods
1.2.1.1. Dobutamine 229 , 234 , 1015 , 1016

Dobutamine is the most widely used pharmacologic stressor in the pediatric population. It has a positive inotropic and chronotropic effect, increasing myocardial O2demand. When this demand is not met, myocardial ischemia and regional wall motion abnormalities arise. In contrast to physical stress, dobutamine does not lead to increases in venous return and preload, generating greater changes in LV end-diastolic dimensions. This allows slower HR recovery and a longer image acquisition time. 243

In children aged <8 years, a dobutamine stress echo may require general anesthesia or deep sedation. Images are acquired at rest and after each increase in stressor dose.

Dobutamine stress echo protocols for children are similar to those used in adults. Generally, the dobutamine infusion starts at 5 μ g.kg-1.min-1and is increased at 3-5 minute intervals to 10, 20, 30, 40, and 50 μ g.kg-1.min-1. The target HR is generally defined as 85% of HRmax for age. If the target HR is not achieved with the maximum dose of dobutamine, atropine 0.01 mg.kg-1can be administered simultaneously every 1-2 minutes (limits: 0.25 mg per dose; maximum cumulative dose 1-2 mg). 243 When evaluating cardiac contractile reserve, dobutamine can be administered in low to moderate doses (5-20 μ g.kg-1.min-1) as a continuous infusion. 229

Side effects include palpitations, nausea, headache, chills, urinary urgency, anxiety, angina, hypotension, hypertension, and arrhythmia. As dobutamine has a short half-life, these generally resolve upon termination/suspension of the infusion. Esmolol (0.5 mg.kg-1) should be available to reverse more severe adverse reactions and/or ischemia. 249

1.2.1.2. Vasodilators 229 , 234 , 1016

Stress echo with a vasodilator (adenosine or dipyridamole) induces an increase in coronary flow and is used to evaluate myocardial motility, ischemia, and myocardial viability. Adenosine is infused at a maximum dose of 140 μ g.kg-1.min-1with simultaneous imaging over 4 minutes.

Dipyridamole is administered in two stages, also with continuous imaging: the first stage at a dose of 0.56 mg.kg-1over 4 min; the second stage, carried out only if there are no adverse effects, at a dose of 0.28 mg.kg-1over 2 minutes. Aminophylline must be available to reverse adverse reactions to dipyridamole.

1.2.2. Exercise Stress Methods 1015 , 1017

Physical stress echocardiography can be done in children ≥8 years old who are capable of completing an ET. Physical exertion is a physiological stressor, and should be the preferred method whenever possible. 229 Physical stress increases HR, contractile function, BP, and venous return to the heart, and determines VO2and cardiac output.

The most commonly used ergometers for stress echo are the treadmill and cycle ergometer (vertical, supine, and semi-supine), with specific protocols. Baseline echocardiography should be obtained in the supine position and in the position in which physical stress will be performed. When using a treadmill, echocardiographic image acquisition is performed before the start of exercise and immediately (within 60-90 s) after the end of the test. When using a cycle ergometer, images are acquired before and during all phases of exercise (including peak exertion). Imaging during exertion is more challenging, due to movement and breathing artifacts.

Furthermore, as HR in children can drop very rapidly during recovery, interpretation of results may be compromised. The cycle ergometer is a more suitable method to obtain information during exercise.

In addition to the findings indicating test cessation listed at the beginning of this section, clinicians are advised to adhere to the test cessation criteria contained in Table 32 as well.

APPENDICES

Appendix 1. Core legal and regulatory framework applicable to ET and CPET in children and adolescents in Brazil

Legal aspects – translation realized from original in Brazilian portuguese. Reference
  • The physician shall preserve the confidentiality of any information acquired in the performance of his or her duties, except when legally mandated otherwise.

  • The physician is forbidden from:

  • Delegating to other providers acts or duties restricted to the medical profession.

  • Shirking responsibility for a medical procedure he or she indicated or in which he or she participated, even when the patient was assisted by several physicians.

  • Aiding and abetting those who practice medicine illegally or with medical professionals or facilities which engage in illicit activities.

  • Failing to obtain consent from the patient or his or her legal representative after explaining the procedure to be performed, except in case of imminent risk of death.

  • Failing to safeguard the patient's right to decide freely about his or her person or well-being, or utilizing his or her authority to violate this right.

  • Failing to keep a legible medical record for each patient.

  • Breaching physician–patient confidentiality relative to a child or adolescent patient, as long as the patient has legal capacity to discern, including to their parents or legal guardians, except when nondisclosure could cause harm to the patient.

  • Failing to obtain from the patient or their legal guardian a written informed consent form before carrying out any research involving human beings, after the nature and consequences of the research have been duly explained.

§ 1 In the event that the research participant is a child, adolescent, person with a mental disorder or illness, or otherwise in a situation of diminished capacity, in addition to the consent of their legal guardian, the participant's free and informed assent to the fullest extent of their understanding is required.
Brazilian Code of Medical Ethics ( Código de Ética Médica ), CFM Resolutions No. 2217/2018, 2222/2018, and 2226/2019. 10181020
Sets forth the requirements for Focused Practice Designation in Exercise Testing: 1 (one) year of training; having completed Medical Residency in Cardiology before such training; after training, take the Brazilian Medical Association/Brazilian Society of Cardiology board exam to obtain certification; as a prerequisite for sitting the aforementioned exam, in addition to training, holding a current Board Certification in Cardiology from the Brazilian Medical Association. CFM Resolution No. 2,380/2024; Ordinance No. 1/2024. 1021
Whereas, it is advisable that written informed consent be obtained from the patient or his/her legal guardian (for patients under 18 years of age);
Whereas, in the case of underage patients, a legal guardian must remain in the examination room;
The ET must be individualized and carried out, at all stages, by a qualified physician who has been trained to respond to cardiovascular emergencies, and must thus be physically present in the room at all times.
As ET is a medical procedure under the sole responsibility of the performing physician, delegating its performance to other providers is considered a violation of medical ethics.
The necessary and appropriate conditions for carrying out ET are listed in the CFM Inspection Manual.
CFM Resolution
No. 2021/13. 1022
Guiding criteria for advertising in medicine, conceptualizing advertisements, dissemination of medical matters, sensationalism, self-promotion, and prohibitions related thereto. CFM Resolution No. 2,336/2023. 1023
Ensuring the privacy and confidentiality of patients’ data and digitally stored information; organizing secure and reliable databases; ensuring the secure transmission of data and information; maintaining backup copies to the fullest possible extent. CFM Resolution
No. 1821/2007. 272
Art. 226. The family, which is the foundation of society, shall enjoy special protection from the State.
Paragraph 4. The community formed by either parent and their descendants is also considered as a family entity.
Art. 229. Parents have the responsibility to assist, up bring and educate their underage children, and adult children have the responsibility to help and assist their parents in old age, need, or sickness.
Constitution of the Federative Republic of Brazil. 1024
Art. 5. A Legal minority ends at the age of eighteen, at which point a person is entitled to perform all acts of civil life.
Sole paragraph. Before said age, legal incapacity can end:
  1. upon emancipation granted by the minor's parents, or by one parent in the absence of the other, by means of a public instrument, regardless of judicial approval, or by a sentence of emancipation issued by a judge, having heard the legal guardian, provided the minor is sixteen years of age;

  2. through marriage;

  3. through the discharge of one's duties as a public servant;

  4. upon graduation from an institution of higher learning;

  5. upon incorporation of a civil or commercial enterprise, or through the establishment of an employment relationship, provided that the minor is sixteen years of age and, as a result of either, achieves financial independence."

Art. 186. Anyone who, by willful action or inaction, negligence, or recklessness, violates a right and causes damage to others, even if exclusively moral, commits a wrongful act.
Brazilian Civil Code (Law No. 10,406/2002). 1025
Chapter III, Art. 6 – The following are basic consumer rights:
  1. the protection of the consumer's life, health, and safety against any risks arising from any practices in the supply of products and services considered harmful or dangerous;

  2. education and information about the adequate consumption of products and services, ensuring freedom of choice and equality in transactions;

  3. adequate and clear information about different products and services, with correct specification of quantity, characteristics, composition, quality, price, and taxes, as well as the risks presented.

Brazilian Consumer Protection Code. Basic Consumer Rights (Law No. 8,078 of September 11, 1990). 1026 , 1027

CFM: Brazilian Federal Medical Council (CFM from portuguese: Conselho Federal de Medicina).

Appendix 2. Resting BP values in males by age and height percentile

graphic file with name 0066-782X-abc-121-08-e20240525-gf08-en.jpg

BP: blood pressure; P: percentile. Adapted from: Barroso WKS et al. Brazilian Guidelines of Hypertension - 2020. 322

Appendix 3. Resting BP values in females by age and height percentile

graphic file with name 0066-782X-abc-121-08-e20240525-gf09-en.jpg

BP: blood pressure; P: percentile. Adapted from: Barroso WKS et al. Brazilian Guidelines of Hypertension - 2020. 322

Appendix 4. Markers of cardiorespiratory fitness (predicted VO2max) and OUES in an apparently healthy pediatric population with heart disease

Material Age Location DOI Available at
Apparently healthy:
VO2max percentiles for sex and age. 176 8-18 Figure 2 10.1513/AnnalsATS.201611-912FR https://www.atsjournals.org/doi/10.1513/AnnalsATS.201611-912FR
VO2max percentiles for sex and age. 1030 12-18 Figure 2
and Figure 3
10.1016/j.amepre.2011.07.005 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0749-3797(11)00491-0
VO2max values for sex and age group in the Brazilian population. 1031 7-12
and
13-19
Table 6 10.5935/2359-4802.20190057 https://www.scielo.br/j/ijcs/a/x8bB3qQHQKCXHRbZRbpXMrm/?lang=en
DP at rest and DPpeak at moderately high altitude. 1030 4-18 Table 3 10.1016/j.acmx.2013.04.003 https://www.elsevier.es/es-revista-archivos-cardiologia-mexico-293-articulo-cardiopulmonary-exercise-testing-in-healthy-S1405994013000621
OUES percentile chart (for sex and age) and OUES prediction equations. 622 8-19 Figure 2 and
Table 2
10.1177/2047487315611769 https://academic.oup.com/eurjpc/article-lookup/doi/10.1177/2047487315611769
Graph of average OUES behavior by sex and age. 614 7-18 Figure 1 10.1123/pes.22.3.431 https://journals.humankinetics.com/doi/10.1123/pes.22.3.431
In heart disease:
Charts and tables, stratified by sex, of VO2max/VO2peak and %VO2predicted in patients with univentricular hearts, tetralogy of Fallot, transposition of the great arteries, and other heart diseases. 1032 6-18 Table 1 , Table 2 , Figure 2 . 10.1007/s00431-022-04648-9 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9829639/
Charts and tables of association between VO2max and HRmax in children and adolescents with CHD. 80 6-18 Table 1 , Figure 2 , Figure 4 . 10.5935/abc.20170125 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/28876372/
Charts and tables of VO2peak for healthy children and adolescents and those with CHD. 1033 8-16 Table 7 , Figure 3 , Figure 4 . 10.1007/s004210050612 https://link.springer.com/article/10.1007/s004210050612
Graph and equation predicting DP values in the first two decades of life and in comparison with patients with repaired aortic coarctation. 428 12.6±2.96 and 13.0±3.2 years Table 2 and Figure 3 10.1080/14779072.2017.1385392 https://www.tandfonline.com/doi/epdf/10.1080/14779072.2017.1385392?needAccess=true
Table with DP behavior (rest and peak effort) in relation to the survival of children with heart failure secondary to idiopathic dilated cardiomyopathy. 1033 8.6±1.9 years Table 2 and Table 3 10.1016/j.ejheart.2008.04.009 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1016/j.ejheart.2008.04.009
Charts and tables of OUES behavior by sex and corrected for weight in the apparently healthy pediatric population and in 10 congenital heart diseases. 624 5-18 Table 2 , Figure 2 , Figure 3 . 10.1136/archdischild-2019-317724 https://adc.bmj.com/lookup/pmidlookup?view=long&pmid=32732318
Reference values for OUES/kg by age, stratified by normal vs. abnormal functional capacity, in children and adolescents with and without CHD. 623 4-21 Table 5 and Table 6 . 10.1177/2047487318807977 https://academic.oup.com/eurjpc/article-lookup/doi/10.1177/2047487318807977

VO2max: maximum oxygen consumption; DP: double-product; DPpeak: double-product at peak effort; OUES: oxygen uptake efficiency slope; HRmax: maximum heart rate; CHD: congenital heart disease.

Appendix 5. Key caffeine-containing beverages, foods, and medications

Coffees
  • Coffee

  • Espresso

  • Mocha

  • Decaffeinated coffee

Teas, general
  • Black tea

  • Iced tea

  • Green tea

  • Lemon iced tea (bottled)

  • Lipton Decaffeinated Tea (black or green)

Soft drinks and juices
  • Pepsi

  • Coca-Cola, Coca Zero, Diet Pepsi

  • Coca-Cola Plus

  • Diet Coke

  • Fanta, Sprite, 7-Up

  • Guaraná

  • Acerola juice

Energy drinks
  • Monster Energy

  • Red Bull

  • Fusion

  • TNT

Caffeinated snack foods
  • Chocolate cookies

  • Some potato chips

  • Some candies and gums

Ice cream
  • Starbucks coffee ice cream

  • Coffee ice cream

  • Häagen-Dazs coffee ice cream

Cocoa and other beverages
  • Hot chocolate

  • Candy bars

  • Milk chocolate bars

Drugs
  • Tylenol DC

  • Ormigrein

  • Metamizole/caffeine

  • Neosaldina

  • Miorrelax

  • Miosan Caf

  • Dorflex

  • Benegrip

  • Caffeinated supplements/caffeine pills

Note: The products and trademarks listed above are those most widely available in the Brazilian market. The same information applies to analogous products. Adapted from: Henzlova MJ et al. ASNC imaging guidelines for SPECT nuclear cardiology procedures: Stress, protocols, and tracers. 995

Footnotes

Development: Department of Exercise Test, Exercise, Nuclear Cardiology, and Cardiovascular Rehabilitation (DERC), Brazilian Society of Cardiology (SBC)

SBC Clinical Practice Guidelines Committee: Carisi Anne Polanczyk (Coordinator), Humberto Graner Moreira, Mário de Seixas Rocha, Jose Airton de Arruda, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva – Period 2022-2023

Note:

These guidelines are for information purposes and should not replace the clinical judgment of a physician, who must ultimately determine the appropriate treatment for each patient.


Articles from Arquivos Brasileiros de Cardiologia are provided here courtesy of Sociedade Brasileira de Cardiologia

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